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Do Autoritarismo à Democracia.fm

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Este é um powerpoint sobre o Estado novo em portugal

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O Regime

A recusa da democratização

Depois da Segunda Guerra Mundial, Portugal manteve um regime político autoritário, de tipo fascista, em oposição aos seus vizinhos europeus.

Na década de 40 foi criado um movimento associado à oposição, o M.U.D. (Movimento de Unidade Democrática).

O regime recebia apoio de vários sectores da sociedade, como por exemplo das Forças Armadas, da grande burguesia e do Clero.

António de Oliveira Salazar

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O Regime

Instituições criadas

A Censura

A Censura vigiava os meios de comunicação, bem como todo o tipo de produção cultural. Os jornais, as revistas, as rádios e os teatros eram constantemente vigiados e proibidos de divulgarem as ideias ou factos que pusessem em causa o sistema político ou os seus protagonistas.

A P.I.D.E.

A P.I.D.E. exercia vigilância e repressão sobre as instituições e os cidadãos. A acusação de actividades ou ideais proibidos podia levar um individuo à prisão, à

tortura e até à morte.

Documento censurado

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O RegimeDesenvolvimento económico

No fim dos anos 30, a maioria da população portuguesa continuava a trabalhar na agricultura, ainda muito pouco desenvolvida. Os solos eram inadequados ao cultivo de cereais, a mecanização era insuficiente não se adubavam as terras com fertilizantes, o clima era irregular.

Os salários eram baixos, as condições de habitabilidade e de higiene eram deficientes. A taxa de mortalidade infantil era elevada e faltava o estímulo a produção.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a economia portuguesa foi beneficiada. Devido à exportação de produtos alimentares, de matérias primas, como o volfrâmio, e à produção de alguns produtos como os têxteis; a balança comercial obteve saldos positivos.

Terminada a guerra, enquanto os outros países procuravam recuperar as suas economias, Portugal tinha acumulado grandes capitais. No entanto, tal não era suficiente para tornar a economia forte. Faltaram investimentos e a economia portuguesa atrasava-se em relação aos outros países.

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O Regime

Desenvolvimento económico

Nos anos 50 a situação económica do país alterou-se; alguns capitalistas dispuseram-se a investir na indústria.

O governo para incentivar o crescimento económico, lançou os Planos de Fomento que permitiram criar infra-estruturas como estradas, pontes, vias-férreas e promover o aparecimento de novas produções como as indústrias químicas.

O crescimento industrial foi impulsionado pela constituição de grandes grupos financeiros, como por exemplo a CUF, Champalimaud e Espírito Santo.

A abertura da economia portuguesa ao comércio europeu favoreceu a entrada de Portugal na EFTA (European Free Trade Association) em 1959.

na década de 60 foi facilitada a entrada de capitais estrangeiros devido aos baixos salários e às materias primas baratas; o turismo tornou-se uma importante fonte de rendimento.

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O Regime

Emigração

Nos anos 60 as más condições de vida e a falta de emprego levaram milhares de pessoas a abandonarem as duas terras, deslocando-se para cidades mais industrializadas (Lisboa, Porto, Setúbal), ou para as colónias Ultramarinas, ou ainda para o Brasil, tentando encontrar uma situação económica mais estável.Em 1973 devido a uma crise económica internacional provocada pelo aumento do preço do petróleo, os Estados Unidos da América e o Canada levantaram grandes obstáculos, o que fez diminuir a emigração portuguesa. Foram vários os factores que contribuíram para a emigração dos portugueses, para o Centro e Norte da Europa, nomeadamente para França, Alemanha, Suíça, Holanda e Luxemburgo.Como consequências deste surto de emigração surgiram algumas vantagens como:O envio de grandes quantidades de dinheiro em moeda estrangeira, para PortugalA aceleração da mecanização agrícola, devido a falta de mão – de – obra.Aumento dos salários.Modernização gradual de algumas aldeias e vilas.No entanto este êxodo, contribuiu para que a população portuguesa, ficasse mais rapidamente envelhecida e a pouca mão – de – obra não contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento de Portugal.

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O Regime

Oposição

A oposição ao regime, apesar da censura e da policia politica, não deixou de se fazer sentir. Uma grande parte de intelectuais e profissionais liberais tornaram-se opositores ao Governo.

Nas eleições de 1945, as forças da Oposição reuniram-se no MUD,Movimento de Unidade Democrática, criticando contava com um partido vem organizado, o Partido Comunista, embora na clandestinidade.

Depois destas eleições, consideradas uma fraude politica, o Governo perseguio esuspendeu das suas funçoes professores, oficiais e funcionarios publicos que apoiram o MUD.

Em 1949, a oposiçao apresentou âs eleiçoes presidenciais o general Norton de Matos, antigo governador de Angola e homem prestigiado. O candidato do Governo era o marechal Carmona, presidente darepublica desde 1928. Devido à falta de liberdade no acto eleitoral, e prevendo fraudes eleitorais, o general acabou por desistir. Mesmo assim, estas eleiços provocaram um grande entusiasmo na populaçao.

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O RegimeOposição

A oposição ao Regime foi feita tanto por gente anónima como por figuras destacadas da sociedade, que, por isso, foram perseguidas, obrigadas ao exílio e afastadas dos seus cargos profissionais. Assim aconteceu com intelectuais com:

- Alves Redol, escritor;

- Fernando Lopes Graça, pianista e compositor;

- D. António Gomes, bispo do Porto;

- Álvaro Cunhal, político;

- Mário Soares, advogado e político.

Com o início da Guerra Colonial, a oposição iniciou também uma contestação sem tréguas ao regime, o que precipitou a queda deste.

Fernando Lopes Graça

General Humberto Delgado

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O RegimeGuerra Colonial

Todos os países colonizadores da Europa já tinham concebido a independência às suas colónias excepto Portugal.

As colónias que continuavam sobre o seu poder eram: – Cabo Verde,– Guiné,– S. Tomé e Príncipe, – Angola, – Moçambique,– Goa, Damão e Diu,– Macau– Timor

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O Regime

Guerra ColonialA negação de Salazar

Em 1955, quando Portugal entrou na ONU foram dadas recomendações para ceder a independência às suas colónias. Salazar, no entanto, para desviar a pressão exercida pela ONU afirmou que Portugal não possuía colónias mas sim “províncias ultramarinas”.

Os primeiros sinais de descontentamento

•O descontentamento das colónias começou a manifestar-se com uma série de acontecimentos:– Rebelião iniciada pelos militantes do MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola) em Luanda; – O conflito na Guiné-Bissau iniciou-se em 1963, com apenas uma organização política: o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné Bissau e Cabo Verde) – FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) conduziu Moçambique à guerra em 1964• No continente africano apenas Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe ficaram imunes à guerra; • Na Ásia o território macaense sofreu alguns momentos de instabilidade, nunca chegou a haver conflitos armados; • Em Timor os movimentos independentes só surgiram após o 25 de Abril de 1974.

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O Regime

Guerra Colonial

O impasse da Guerra

A guerra acabou por ter um efeito económico positivo sobre as colónias. O governo de Salazar investiu em indústrias e aumento a extracção das matérias-primas. Estas medidas não foram suficientes para impedir a guerra gerada pelo descontentamento das colónias.

O fim da Guerra

O descontentamento por parte dos populares e dos próprios soldados era bastante grande. Depois da revolução dos cravos em 25 de Abril de 1974 o regime liderado por Marcelo Caetano caiu e a política mudou bastante. Uma das medidas do novo governo

foi acabar com a Guerra colonial.

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O RegimeMarcelismo

No ano de 1968, Salazar teve um A.V.C., ficando incapacitado para governar. O seu substituto foi Marcello Caetano, personalidade respeitável dentro do regime, considerado, por alguns, como um liberal.

O governo de Marcello Caetano foi a chamada “renovação na continuidade” ou “Primavera Marcelista”. A sua política pretendeu demonstrar alguma liberalização:

- Permitiu o regresso condicionado de alguns exilados políticos;

- Afrouxou a pressão da Censura e da polícia política;

- Modificou também o nome das instituições: a Censura passou a ser o Exame Prévio e a P.I.D.E. passou a designar-se D.G.S. (Direcção-Geral de Segurança). O partido da União Nacional mudou o nome para Acção Nacional Popular.

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O RegimeMarcelismo

Marcello Caetano, para além de ter tomado medidas com o objectivo de haver uma liberalização:

- Promoveu também uma reforma do ensino para responder às necessidades do alargamento da população estudantil e da escolaridade obrigatória;

- Alargou a Previdência aos trabalhadores rurais;

- E abriu a economia portuguesa aos investidores estrangeiros.

Todas estas modificações não foram suficientes para travar o descontentamento sentido pela sociedade. Marcello Caetano não conseguiu resolver uma das questões fundamentais: a guerra colonial, que não tinha soluções para breve. O país continuava muito atrasado em relação à Europa.

Marcello Caetano

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O Regime

Golpe de Estado

A economia portuguesa, em 1973 apresentava reflexos negativos da guerra colonial e de uma crise mundial que fez desvalorizar o escudo, aumentar a inflação e o custo de vida.

Entre os militares o descontentamento era grande. Foi por isso organizado um movimento clandestino, o MFA (Movimento das Forças Armadas), com o objectivo de democratizar o país e acabar com a guerra colonial, dando independência às colónias.

Símbolo do MFA

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O RegimeGolpe de Estado

Na sequência de várias reuniões secretas, o MFA elaborou uma estratégia para derrubar o regime.

Na madrugada de 25 de Abril de 1974, todos os militares pertencentes ao MFA dirigiram-se para Lisboa com o objectivo de derrubar o Regime. Quando todos os militares já estavam em Lisboa, a rádio renascença transmitiu a primeira “senha”, a canção de Paulo de Carvalho, “E depois do Adeus”. Significava que todos os militares deveriam se preparar e ocupar os seus postos. Passado alguns minutos, a mesma estação de rádio transmitiu a segunda e última “senha”, a canção de José Afonso, “Grândola Vila Morena”. Esta senha foi a “confirmação” e a “ordem” para avançar.

Após muita insistência e algumas “negociações”, Marcello Caetano rendeu-se, dando-se assim a queda do Regime.

Este golpe militar foi comandado por Otelo Saraiva de Carvalho e por Salgueiro Maia, entre outros.

Salgueiro Maia de megafone em punho em frente ao Quartel do Carmo no dia 25 de Abril de 1974

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Portugal Democrático

Governo Provisório

A Junta de Salvação Nacional, dirigida pelo general Spínola, tomou conta do poder e prometeu respeitar o programa do MFA. A junta nomeou o primeiro governo provisório, chefiado por Palma Carlos e constituído por figuras representativas das várias forças políticas como:

- Sá Carneiro

- Mário Soares

- Álvaro Cunhal

Logo após o golpe de estado libertaram-se os presos políticos e extinguiu-se a P.I.D.E., a Legião Portuguesa e a Mocidade Portuguesa.

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Portugal DemocráticoInstituições Democráticas

Depois de aprovada a Constituição de 1976, Portugal iniciou um novo regime democrático, pluripartidário e parlamentar à semelhança de muitos países europeus. O sistema político desta Constituição é completamente diferente do sistema político da Constituição anterior.

O poder local foi estabelecido nesta Constituição. As autarquias, freguesias e concelhos, passaram a ter órgãos eleitos por sufrágio universal, com poderes administrativos e com funções sociais importantes.

Um aspecto inovador desta Constituição, foi a criação das regiões autónomas dos Açores e da Madeira. Estas têm governos regionais, com estatutos políticos e administrativos próprios.

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Portugal Democrático

Problemas no Desenvolvimento Económico

A crise económica, devido ao aumento do preço do petróleo em 1979, à qual se juntava o desgaste económico e financeiro de uma guerra colonial e a instabilidade social e política do processo revolucionário em curso, contribuiu para agravar a situação.

Daqui resultou uma subida da inflação, uma diminuição dos salários reais e do poder de compra, a desvalorização sistemática do escudo, a quebra de investimentos, por falta de confiança dos empresários, uma balança comercial deficitária e o aumento do défice orçamental.

A situação só foi viabilizada devido aos grandes empréstimos externos, do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 1978 e 1983, e da tomada de medidas de contenção da despesa pública.

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Portugal DemocráticoIntegração Europeia

Depois de concluído um longo período de negociações, Portugal tornou-se membro da Comunidade Económica Europeia (CEE) em 1 de Janeiro de 1986.

O país viu-se tão obrigado a um vasto conjunto de reformas e reestruturações, em especial no sector económico.

A partir de finais da década de 80, Portugal beneficiou de uma conjuntura internacional favorável, devido À descida do preço do petróleo, à entrada de fundos comunitários e à quebra de cotação do dólar; que aliados à estabilidade política, deixaram transparecer resultados positivos.

Mário Soares na assinatura do tratado de adesão à CEE

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Do Autoritarismo à DemocraciaConclusão

Ao contrário de outros países europeus, a Segunda Guerra não trouxe a queda da ditadura. AS colónias portuguesas não obtiveram independência. A guerra colonial arrastou-se por longos anos e provocou imensas vítimas.

O 25 de Abril de 1974 trouxe a democracia, a descolonização e um desafio enorme para o país: a recuperação do atraso social e

económico em relação à Europa.