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II tribunal de justiça do estado de goiás (i(a •c?.X" APELAÇÃO CÍVEL N' 182583-51.2012.8.09.0051 (201291825835) DE GOIÂNIA APELANTE BANCO SAFRA S/A APELADO MÁRCIO JOSÉ DAS NEVES DUARTE RELATOR DESEMBARGADOR CARLOS ESCHER CÂMARA 4a CÂMARA CÍVEL EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CONSIGNATÓRIA C/C REVISIONAL. PACTA SUNT SERVANDA. CAPITALIZAÇÃO MENSAL. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. JUROS COMPENSATÓRIOS. TR. NEGATIVAÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PREQUESTIONAMENTO. 1. A legislação consumerista relativiza o pacta sunt servanda nos contratos bancários a fim de revisar eventuais cláusulas abusivas. 2. É permitida a capitalização mensal de juros quando a taxa de juros anual for superior a 12 vezes (duodécuplo) a taxa mensal. 3. Não é permitida a cobrança da comissão de permanência cumulada com outros encargos moratórios, não havendo, contudo, qualquer ilegalidade se referida taxa sequer foi prevista. 4. Uma vez cobrados juros remuneratórios, fica prejudicada a análise do pleito de incidência de juros compensatórios. 5. Para fins de correção monetária, deve ser aplicado o INPC, por ser o índice mais benéfico ao consumidor. 6. Os honorários advocatícios devem ser fixados em valor razoável, consoante apreciação equitativa do juiz, em se tratando de causa em que não houve condenação (art. 20, §4°, do CPC). APELO PARCIALMENTE PROVIDO.

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IItribunalde justiçado estado de goiás

(i(a •c?.X"

APELAÇÃO CÍVEL N' 182583-51.2012.8.09.0051 (201291825835) DEGOIÂNIA

APELANTE BANCO SAFRA S/AAPELADO MÁRCIO JOSÉ DAS NEVES DUARTERELATOR DESEMBARGADOR CARLOS ESCHERCÂMARA 4a CÂMARA CÍVEL

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CONSIGNATÓRIA C/C

REVISIONAL. PACTA SUNT SERVANDA. CAPITALIZAÇÃO

MENSAL. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. JUROS

COMPENSATÓRIOS. TR. NEGATIVAÇÃO. HONORÁRIOS

ADVOCATÍCIOS. PREQUESTIONAMENTO.

1. A legislação consumerista relativiza o pactasunt servanda nos contratos bancários a fim de

revisar eventuais cláusulas abusivas.

2. É permitida a capitalização mensal de juros

quando a taxa de juros anual for superior a 12

vezes (duodécuplo) a taxa mensal.

3. Não é permitida a cobrança da comissão de

permanência cumulada com outros encargos

moratórios, não havendo, contudo, qualquer

ilegalidade se referida taxa sequer foi

prevista.

4. Uma vez cobrados juros remuneratórios, fica

prejudicada a análise do pleito de incidência

de juros compensatórios.

5. Para fins de correção monetária, deve ser

aplicado o INPC, por ser o índice mais benéfico

ao consumidor.6. Os honorários advocatícios devem ser fixados

em valor razoável, consoante apreciação

equitativa do juiz, em se tratando de causa em

que não houve condenação (art. 20, §4°, do

CPC).

APELO PARCIALMENTE PROVIDO.

tribunalde justiçado estado de goiás

~d,d Kcit,

DECISÃO

Trata-se de recurso de apelação,

interposto pelo Banco Safra S/A, qualificado e

representado, contra a sentença de fls. 186/198,

prolatada pelo MM. 1° Juiz de Direito da 7 a Vara Cível

desta Capital, Dr. Ricardo Teixeira Lemos, pela qual

julgou procedentes os pedidos formulados na petição

inicial da ação consignatária c/c revisional em seu

desfavor movida por Márcio José das Neves Duarte,

também qualificado e representado.

O banco apelante aduz, em suma, que deve

ser observado o pacta sunt servanda; a legalidade da

capitalização dos juros e da cobrança cumulada da

comissão de permanência com outros encargos moratórios

ou, caso contrário, seja permitida a cobrança de juros

compensatórios; a possibilidade da incidência da TR ao

invés do INPC; bem como da negativação do nome do

apelado nos órgãos de restrição ao crédito; reduzindo-

se, ao final, o valor dos honorários advocaticios

(fls. 204/223).

O preparo é visto às fls. 224/225.

Sem contrarrazões recursais (fl. 235).

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tribunalde justiçado estado de goiás

Xcie,

É, em síntese, o relatório.

Decido a seguir:

presentes pressupostos dc

admissibilidade da apelação, dela conheço.

Sobre o pleito revisional, observo que

o banco apelante pediu fosse observado o pacta sunt

servanda; permitida a capitalização mensal e a

cobrança cumulada da comissão de permanência com

outros encargos moratórios ou, alternativamente,

permitida a cobrança de juros compensatórios; aplicada

a TR, ao invés do INPC; negativado o nome do apelado

nos sistemas de restrição ao crédito; bem como

reduzido o valor fixado a titulo de honorários

advocaticios.

No tocante ao pacta sunt servanda, a

legislação consumerista, aplicável ao caso, permite

sua relativação, a fim de que sejam revisadas

eventuais cláusulas abusivas do contrato bancário, não

havendo que se falar, assim, em observância do aludido

princípio, de modo a não revisar o referido contrato,

conforme já decidiu o Superior Tribunal de Justiça,

senão vejamos:

tribunalde justiçado estado de golas

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSOESPECIAL. CONTRATO BANCÁRIO. REVISIONAL. PACTASUNT SER VANDA. RELATIVIZAÇÃO. RELAÇÃO DECONSUMO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS.PACTUAÇÃO EXPRESSA. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL.INVIABILIDADE DO REEXAME DA QUESTÃO EM SEDE DERECURSO ESPECIAL.1. A legislação consumerista permite amanifestação acerca da existência de eventuaiscláusulas abusivas, relativizando o princípiodo pacta sunt servanda.2. Se a capitalização mensal foi afastada emrazão da inconstitucionalidade da MedidaProvisória 1.963-17/2000 (em vigor como MP n.2.170-36/2001), não cabe recurso especial pararevisar a questão.3. Agravo regimental desprovido."(STJ, AgRg no AREsp 349.273/RN, Rel. MinistroJOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgadoem 01/10/2013, DJe 07/10/2013) (grifei)

"RECURSO ESPECIAL. CIVIL. CONTRATO BANCÁRIO.REVISÃO CONTRATUAL. RELATIVIZAÇÃO DO PACTA SUNTSER VANDA. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA AFASTADA.CUMULATIVIDADE. OUTROS ENCARGOS MORATÓRIOS.RECURSO IMPROVIDO.1. A revisão dos contratos é possível em razãoda relativização do princípio pacta suntservanda, para afastar eventuais ilegalidades,ainda que tenha havido quitação ou novação.2. É imperioso o afastamento da comissão depermanência, porquanto cumulada com jurosmoratória e multa, haja vista a existência decláusulas referentes a esses encargosmoratórios.3. Agravo regimental improvido."(STJ, AgRg no REsp 790.348/RS, Rel. MinistroHÉLIO QUAGLIA BARBOSA, QUARTA TURMA, julgado em05/10/2006, DJ 30/10/2006, p. 323) (grifei)

Q u a n t o à c a p i t a l i z a ç ã o m e n s a l d e j u r o s ,

t e n h o q u e f o i e x p r e s s a m e n t e p a c t u a d a e n t r e a s p a r t e s ,

v e z q u e a t a x a a n u a l d e j u r o s é e x p r e s s a m e n t e 1 2

( d o z e ) v e z e s s u p e r i o r à m e n s a l ( f l . 1 8 d o s a u t o s d

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tribunalde justiçado estado de goiás

(r)Y

busca e apreensão em apenso), sendo, portanto,

permitida a sua cobrança, conforme já decidiu o

Superior Tribunal de Justiça nos julgados abaixo:

'AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃOREVISIONAL. CONTRATO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃOMENSAL DOS JUROS AFASTADA. DESCARACTERIZAÇÃO DAMORA. COMPENSAÇÃO/REPETIÇÃO SIMPLES DOINDÉBITO. SÚMULA 322/STJ.1. No tocante à capitalização dos juros, aSegunda Seção adotou, para os efeitos do art.543-C do CPC, o entendimento de que 'Acapitalização de juros em periodicidadeinferior à anual deve vir pactuada de formaexpressa e clara. A previsão no contratobancário de taxa de juros anual superior aoduodécuplo da mensal é suficiente para permitira cobrança da taxa efetiva anual contratada'(2' Seção, REsp 973.827/RS, acórdão de minharelatoria, DJe de 24.9.2012). No caso dosautos, todavia, verificada a ausência deinformação acerca da taxa de juros anualaplicada no contrato, deve ser afastada acapitalização mensal dos juros.2. 'O reconhecimento da abusividade nosencargos exigidos no período da normalidadecontratual (juros remuneratórios ecapitalização) descaracteriza a mora'. (REsp1.061.530/RS, Rel. Ministra Nancy Andrighi,Segunda Seção, DJe de 10.3.2009).3. A jurisprudência desta Corte firmou oentendimento de que é cabível acompensação/repetição do indébito, de formasimples, não em dobro, quando verificada acobrança de encargos ilegais, tendo em vista oprincípio que veda o enriquecimento sem causado credor, independentemente da comprovação doequívoco no pagamento, pois diante dacomplexidade do contrato em discussão não sepode considerar que o devedor pretendia quitarvoluntariamente débito constituído em desacordocom a legislação aplicável à espécie. A questãoestá pacificada por intermédio do enunciado 322da Súmula do STJ.

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Atribunalde justiçado estado de goies

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4. Agravo regimental a que se nega provimento."(STJ, AgRg no REsp 1077611/RS, Rel. MinistraMARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em07/08/2014, DJe 19/08/2014) (grifei)

"AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATO BANCÁRIO. AÇÃOREVISIONAL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃOOCORRÊNCIA. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. LEGALIDADEDA COBRANÇA. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS.TAXA DE JUROS ANUAL SUPERIOR AO DUODÉCUPLO DAMENSAL.1. Não viola o art. 535 do CPC acórdão que,integrado pelo julgado proferido nos embargosde declaração, dirime, de forma expressa,congruente e motivada, as questões suscitadasnas razões recursais.2. Com o vencimento do mútuo bancário, odevedor responderá exclusivamente pela comissãode permanência (assim entendida como jurosremuneratórios à taxa média de mercado, nãopodendo ultrapassar o percentual contratadopara o período de normalidade, acrescidos dejuros de mora e multa contratual) sem cumulaçãocom correção monetária (Recursos Especiaisrepetitivos n. 1.063.343/RS e 1.058.114/RS).Súmula n. 472/STJ.3. Nos contratos bancários firmadosposteriormente à entrada em vigor da MP n.1.963-17/2000, reeditada sob o n. 2.170-36/2001, é licita a capitalização mensal dosjuros, desde que expressamente prevista noajuste. A previsão, no contrato bancário, detaxa de juros anual superior ao duodécuplo damensal é suficiente para permitir a cobrança dataxa efetiva anual contratada (Recurso Especialrepetitivo n. 973.827/RS).4. Agravo regimental parcialmente provido parase conhecer do recurso especial e dar-lheparcial provimento."(STJ, AgRg no REsp 1442155/RS, Rel. MinistroJOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgadoem 08/05/2014, DJe 23/05/2014) (grifei)

Dessa forma, deve ser permitida a

capitalização mensal, merecendo, nesse ponto, se

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IItribunalde justiçado estado de goiás

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reformada a sentença recorrida.

A comissão de permanência, por sua vez,

foi prevista cumulativamente com juros de mora de 1% e

multa dc (cláu~lii 9 - fl. 22 dos autos da blisna e

apreensão em apenso), de modo que está correta a

sentença em proibi-la, nos termos da seguinte

jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

"PROCESSUAL CIVIL E BANCÁRIO. AGRAVO NO RECURSOESPECIAL. AÇÃO REVISIONAL. ALIENAÇÃOFIDUCIÁRIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA.CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. INTERPRETAÇÃO DECLÁUSULAS CONTRATUAIS. INADMISSIBILIDADE.COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. COBRANÇA. LEGALIDADE.NÃO ACUMULAÇÃO COM OUTROS ENCARGOS MORATóRIOS.1. Ausentes os vícios do art. 535 do CPC,impõe-se a rejeição dos embargos de declaração.2. A interpretação de cláusulas contratuais éinadmissível em sede de recurso especial.3. É admitida a incidência da comissão depermanência desde que pactuada e não cumuladacom juros remuneratórios, juros moratórios,correção monetária e/ou multa contratual.4. Agravo não provido."(STJ, AgRg no REsp 1430719/RS, Rel. MinistraNANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em10/06/2014, DJe 16/06/2014) (grifei)

"CIVIL E PROCESSUAL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSOESPECIAL. AÇÃO REVISIONAL. FINANCIAMENTO COMGARANTIA DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. CAPITALIZAÇÃODE JUROS. JUROS COMPOSTOS. COMISSÃO DEPERMANÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO COMDEMAIS ENCARGOS MORATóRIOS. ARGUIÇÃO INFUNDADA.AUSÊNCIA DE INTERESSE NA REFORMA DA DECISÃO.MULTA.1. 'A capitalização dos juros em periodicidadeinferior à anual deve vir pactuada de formaexpressa e clara. A previsão no cont>er<

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IItribunalde justiçado estado de goiás

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bancário de taxa de juros anual superior aoduodécuplo da mensal é suficiente para permitira cobrança da taxa efetiva anual contratada'(2a Seção, REsp 973.827/RS, Rel. p/ acórdãoMinistra Maria Isabel Gallotti, DJe de24.9.2012).2. Deferida a periodicidade pleiteada, nãodispõe a parte de interesse na reforma dadecisão agravada.3. Segundo o entendimento pacificado na 2aSeção (AgRig no REsp n. 706.368/RS, Rel.Ministra Nancy Andrighi, unânime, DJU de8.8.2005), independente de pactuação, acomissão de permanência não pode ser cumuladacom quaisquer outros encargos remuneratórios oumoratórios, nem com correção monetária, o queretira o interesse na reforma da decisãoagravada.4. Agravo regimental a que se nega provimento,com aplicação de multa de 1% sobre o valoratualizado da causa (CPC, art. 557, § 2°),ficando a interposição de novos recursoscondicionada ao prévio recolhimento dapenalidade imposta."(STJ, AgRg no REsp 1398526/RS, Rel. MinistraMARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em10/06/2014, DJe 24/06/2014) (grifei)

No mesmo sentido, já decidiu esta

Corte, nos termos do julgado seguinte:

"AGRAVO REGIMENTAL. APELAÇÃO CÍVEL. DECISÃOMONOCRÁTICA. AÇÃO REVISIONAL DE CLÁUSULASCONTRATUAIS. INOVAÇÃO RECURSAL.IMPOSSIBILIDADE. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA.PRETENSÃO ACOLHIDA. CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS.CONSIGNAÇÃO. DEPÓSITOS EM JUIZO. AUSENTES.1 - Caso a matéria recursal encontre-sesobejamente sedimentada na jurisprudência dosTribunais Superiores, compete ao relator valer-se do artigo 557, do Código de Processo Civil,negando seguimento ao recurso ou dando-lheprovimento, conforme a hipótese.2 - É defeso à parte inovar nas e

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Atribunalde justiçado estado de goiás

c-Sh;eeA.

recursais em sede de agravo regimental, emvirtude da preclusão.3 - A comissão de permanência é devida desdeque estabelecida no pacto e não cumulada comoutros encargos da impontualidade.4 - Tendo sido acolhido o pedido do insurgentede cobrança da comissão de permanência semcumulação com outros encargos moratórios,esvaziado se tem o interesse recursal.5 - A capitalização mensal de juros revela-selegitima caso prevista no contrato celebradoapós a vigência da Medida Provisória n° 1.963-17 de 31-3-2000.6 - A inexistência de depósitos incidentaisenseja a improcedência do pedido consignatário.AGRAVO REGIMENTAL CONHECIDO E DESPROVIDO."(TJGO, APELAÇÃO CÍVEL 386848-54.2008.8.09.0051,Rel. DES. ALAN S. DE SENA CONCEIÇÃO, 5a CÂMARACÍVEL, julgado em 05/12/2013, DJe 1446 de12/12/2013) (destaquei)

Dessa forma, a comissão de permanência

não deve incidir no caso em exame, sendo irrelevante a

discussão sobre a cobrança de juros compensatórios no

seu lugar, quando são cobrados juros remuneratórios.

Sobre a correção monetária, entendo ser

o caso de se aplicar o INPC, porquanto é mais

favorável ao consumidor, conforme a seguinte

jurisprudência desta Corte:

"AGRAVOS REGIMENTAIS. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃOCONSIGNATÓRIA C/C REVISIONAL. CONTRATO DEABERTURA DE CRÉDITO. JUROS REMUNERATÓRIOS. TAXAMÉDIA DE MERCADO. COMISSÃO DE PERMANÊNCIAAFASTADA. ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA. MANUTENÇÃO.1. A taxa de juros remuneratórios pactuada nocontrato mostra-se abusiva, divergindo d

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IItribunalde justiçado estado de goiás

e;,1e

trazida na Tabela do Banco Central paraoperação de idêntica natureza e período,praticada por pessoa física, sendo imperiosa aaplicação da taxa média de mercado, por questãode razoabilidade.2. Deve ser afastada a comissão de permanência,uma vez que se encontra cumulada com os jurosde mora e multa contratual. Assim, afastadoreferido encargo correta a fixação da correçãomonetária pelo INPC, por ser mais favorável aoconsumidor.3. Os ônus de sucumbência devem ser mantidos,em conformidade com o estabelecido na sentença.4. Se os agravantes não trazem argumentossuficientes para acarretar a modificação dalinha de raciocínio dotada na decisãomonocrática, impõe-se O desprovimento dosagravos regimentais, porquanto interpostos semelementos novos capazes de desconstituir odecisum recorrido.RECURSOS CONHECIDOS E DESPROVIDOS."(TJGO, APELAÇÃO CÍVEL 18207-82.2011.8.09.0051,Rel. DES. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI, iaCÂMARA CÍVEL, julgado em 06/08/2013, DJe 1368de 20/08/2013) (grifei)

Assim sendo, uma vez revisado o

contrato, afastando-se, por exemplo, a comissão de

permanência, não há que se falar em mora na forma

calculada pelo banco credor, de modo a não ser

possível a negativação do nome do apelado.

Finalmente, tendo em vista que se trata

de causa em que não houve condenação, os honorários

advocatícios devem ser fixados consoante apreciação

equitativa do juiz, nos termos do artigo 20, § 40, do

Código de Processo Civil, não sendo razoável o valor

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Atribunalde justiçado estado de goles

arbitrado de 20% sobre o valor da causa, ou seja, 20%

de R$ 35.000,00, pois devem ser observadas as normas

das alíneas "a", "b"

dispositivo legal.

e "c" do § 3', do mesmo

Logo, atento àquelas diretrizes, fixo

os honorários advocatícios em R$ 1.500,00 (um mil e

quinhentos reais).

Ante o exposto, dou parcial provimento

ao apelo, para reformar a sentença recorrida no

sentido de permitir a capitalização mensal, porquanto

expressamente pactuada, e reduzir o valor dos

honorários advocatícios, fixando-os em R$ 1.500,00 (um

mil e quinhentos reais), nos termos do artigo 557, §

1°-A, do Código de Processo Civil, mantendo-a

inalterada nos seus demais termos, vez que proferida

conforme a jurisprudência dominante desta Corte e do

Superior Tribunal de Justiça.

Intime-se.

Goiânia, 1° de/et'çmbro de 2014.

DesembargaA CÁRLOS ESCHERELATOR

14/D

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