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André AntoineAndré Antoine (1858-1943), considerado o criador da moderna encenação teatral francesa, tam-
bém se interessou pelo cinema, tendo realizado sete filmes no período mudo. O mais conhecido
é L’Hirondelle et la Mésange, inteiramente situado em cenários naturais, nos canais da Flandres,
Bélgica. É a história do dono de dois barcos, que percorrem os canais, cujo piloto tentará seduzir
a sua mulher. Este belíssimo filme, muito à frente do seu tempo, em rutura com as convenções
cénicas, ficou inédito até 1982, quando o seu negativo foi encontrado na Cinemateca Francesa. O
filme foi reconstituído pelo grande montador Henri Colpi, que trabalhou com Alain Resnais em
Hiroshima, Meu Amor (1961) e Charles Chaplin em Um Rei em Nova Iorque (1957).
Mário LAginhACom uma carreira que leva já mais de duas décadas, Mário Laginha é habitualmente conotado
com o mundo do jazz. Mas se é verdade que os primórdios do seu percurso têm um cunho
predominantemente jazzístico – foi um dos fundadores do Sexteto de Jazz de Lisboa, criou o
decateto Mário Laginha e lidera ainda hoje um trio com o seu nome –, o universo musical que
construiu com a cantora Maria João é um tributo às músicas que sempre o tocaram, a começar
pelo jazz e passando pelas sonoridades brasileiras, indianas, africanas, pela pop e o rock, sem
esquecer as bases clássicas que presidiram à sua formação académica e que acabariam por
ditar o seu primeiro e tardio projeto a solo, inspirado em Bach (Canções e Fugas, de 2006). Mário
Laginha tem articulado uma forte personalidade musical com uma vontade imensa de partilhar
a sua arte com outros músicos e criadores. Desde logo com Maria João, de que resultou um
dos projetos mais consistentes e originais da música portuguesa, com mais de uma dezena de
discos e muitas centenas de concertos em salas e festivais um pouco por todo o mundo. Em
finais da década de oitenta dá início a uma parceria com o pianista clássico Pedro Burmester. A
dupla que seria alargada a Bernardo Sassetti em 2007 no projeto 3 pianos, com a gravação de
um CD e um DVD, além de uma dezena de concertos com fortíssima repercussão na crítica e no
público. Até ao seu inesperado desaparecimento, Bernardo Sassetti foi, de resto, um parceiro e
cúmplice de Mário Laginha em muitas dezenas de concertos e em dois discos gravados, o último
dos quais dedicado à música de José Afonso. Com uma sólida formação clássica, Mário Laginha
tem escrito para formações tão diversas como a Big Band da Rádio de Hamburgo, Big Band de
Frankfurt, a Orquestra Filarmónica de Hannover, Orquestra Metropolitana de Lisboa o Remix
Ensemble da Casa da Música, o Drumming Grupo de Percussão e a Orquestra Sinfónica do Por-
to. E tem tocado, em palco ou em estúdio, com músicos excecionais como Wolfgang Muthspiel,
Trilok Gurtu, Gilberto Gil, Lenine, Armando Marçal, Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi,
Kai Eckhardt, Julian Argüelles, Steve Argüelles, Howard Johnson, Django Bates, entre outros.
Compõe também para cinema e teatro. As suas obras mais recentes em trio com Bernardo Mo-
reira e Alexandre Frazão, Mongrel, um trabalho que partiu de temas originais de Chopin, trans-
formados para a linguagem pessoal do pianista e Iridescente, com Maria João, disco gravado na
Fundação Calouste Gulbenkian.
Paulo Ribeiro Diretor-geral e de Programação • José Fernandes Diretor Administrativo • Paula Garcia Diretora Adjunta • Ana Cláudia Pinto Assistente de Direção • Maria João Rochete Responsável de Produção • Carlos Fernandes Assistente de Produção • Nelson Almeida, Paulo Matos e Pedro Teixeira Técnicos de Palco • Marisa Miranda Imprensa e Comunicação • Manuel Poças Técnico de Comunicação e Imprensa • Teresa Vale Produção Gráfica • Gisélia Antunes Bilheteira • Emanuel Lopes Técnico de Frente de Casa • Raquel Marcos Assistente de Secretariado • Consultores Maria de Assis Swinnerton Programação • Colaboradores António Ribeiro de Carvalho Assuntos Jurídicos • José António Loureiro Eletricidade • Contraponto Contabilidade • Paulo Ferrão Coordenação Técnica de Palco • José António Pinto Informática • Cathrin Loerke Design Gráfico • Acolhimento do Público André Rodrigues, Bruna Pereira, Bruno Marques, Catarina Ferreira, Daniela Fernandes, Franciane Maas França, Francisco Pereira, Joana Tarana, João Almeida, Luís Sousa, Margarida Fonseca, Neuza Seabra, Ricardo Meireles, Rui Guerra, Sandra Amaral e Vânia Silva.
Sostenuto Dão · Quinta do Perdigão • Allegro BMC CAR • Tipografia Beira Alta, Lda. • Moderato Família Caldeira Pessanha • Andante Grupo de Amigos do Museu Grão Vasco • João Carlos Osório de Almeida Mateus • Adágio Amável dos Santos Pendilhe • Ana Luísa Nunes Afonso • Ana Paula Ramos Rebelo • Ana Maria Ferreira Carvalho • António Cândido Rocha Guerra Ferreira • Armanda Paula Frias Sousa Santos • Benigno Rodrigues • Fernanda de Oliveira Ferreira Soares de Melo • Fernando Soares Poças Figueiredo e Maria Adelaide Seixas Poças • Geraldine de Lemos • Isabel Pais e António Cabral Costa • Isaías Gomes Pinto • José Luís Abrantes • José Gomes Moreira da Costa • Júlia Alves • Júlio da Fonseca Fernandes • Maria de Fátima Ferreira • Magdalena Rondeboom e Pieter Rondeboom • Maria de Fátima Rodrigues Ferreira Moreira de Almeida • Maria de Lurdes da Silva Alves Poças • Marina Bastos • Martin Obrist e Maria João de Ornelas Andrade Diogo Obrist • Miguel Costa e Mónica Sobral • Nanja Kroon • Patrícia Morgado Costa Mateiro Santos • Paula Nelas • Paulo Jorge dos Santos Marques • Raul Albuquerque e Vitória Espada • Teresa da Conceição Azevedo • Vítor Domingues • 3XL Segurança Privada Unipessoal, Lda • Júnior Ana Mafalda Seabra Abrantes • Beatriz Afonso Delgado • Carla Filipa Seabra Abrantes • Eduardo Miguel de Amorim Barbosa • Júlia Pereira Arede Oliveira Costa • Maria Leonor Teixeira Ferreira David Martins • Matilde Figueiredo Alves • Pedro Dinis de Amorim Barbosa.
Colaboração Técnica
estrutura
financiada por:
MECENAS
L’HIRONDELLEET LA MÉSANGE
25 e 26 OUT’13FILME-CONCERTO
de ANDRÉ ANTOINEmusicado ao vivo por MÁRIO LAGINHA
© D
R
Próximo espetáculo
CONCERTO COMENTADO
03 noV / dom 16h30 | 60 min.
BeethoVen t(r)oCAdo Por MiÚdoS!com ORQUESTRA DE CÂMARA PORTUGUESA
direção musical PEDRO CARNEIRO
público-alvo Famílias (com crianças m/ 6 anos) preço A: 103 (plateia e camarotes) / 7,503 (frisas frontais) / 53 (frisas laterais)// descontos aplicáveis
© N
uno
Ferr
eira
San
tos
Pierre, dono de duas barcaças, a Hirondelle e a Mé-
sange, contrata um novo piloto, Michel, com quem se
entende muito bem, até que o homem descobre que
Pierre está a fazer contrabando de diamantes. Reali-
zado por André Antoine em cenários naturais, nos rios
e canais da Bélgica e do norte de França, o aspeto do-
cumental de L’Hirondelle et la Mésange terá assustado
o produtor, que nunca o distribuiu. Em 1982, a Cinema-
teca Francesa encontrou nos seus depósitos o negativo
integral da obra e o filme foi reconstituído pelo grande
montador Henri Colpi. Descobriu-se então uma sur-
preendente e moderna obra-prima.
A ProPóSito de L’HirondeLLe et La Mésange
Visto sessenta anos depois da sua realização L’Hirondelle et la Mésange mostra que André An-
toine tem um sentido inato da imagem. Sobretudo um grande sentido da paisagem e os seus
intérpretes são de uma sobriedade notável. (…) Não há uma única imagem em todo o filme que
não seja de uma intensa beleza e de um despojamento que desvenda a beleza da natureza. O
mais extraordinário é perceber a que ponto este homem vindo do teatro estava à frente do seu
tempo e tinha uma compreensão do cinema muito mais fecunda do que a maioria dos espec-
tadores da época. É espantoso lermos estas frases, que ele escreveu em 1919: “Partiu-se na
direção errada desde o começo, adotando métodos teatrais para uma arte que não se parece
a nada do que nos foi proposto até agora e pede meios de expressão que ainda não foram
utilizados. Todos os elementos do espetáculo cinematográfico foram conduzidos, como num
palco, para um ponto fixo. Tudo é composto para ser visto de frente, como diante da caixa do
ponto. Ora, uma das características inestimáveis do cinema é, pelo contrário, centralizar ao
infinito os movimentos e as expressões, através de distâncias e formatos que mudam de modo
incessante”.
Jean Mitry, Retour à 1920, Cinématographe nº 99, abril de 1984
Acompanhar um filme mudo sempre foi para mim uma situação de conflito – mesmo
que estimulante, diga-se. O desafio está em conciliar, através de um piano, a linha
musical com as notas que são utilizadas para sublinhar a carga dramática do filme
e todo o universo sonoro que ele nos sugere. Vozes, ruído de objetos, o barulho dos
passos, o sopro do vento...: são sons que muitas vezes dispensam a música, mas que
acabam por ser um estímulo imaginário para aquilo que eu devo fazer só com um
piano – e nada mais – à minha frente. Tudo o que faço aqui passa por este conflito,
felizmente pacífico.
Mário Laginha, outubro 2013
L’HIRONDELLE ET LA MÉSANGE
© D
R
80 min. aprox.
m/ 12 anos
L’HirondeLLe et La Mésange
realização André Antoine
argumento Gustave Grillet
interpretação Maguy Deliac, Jane Maylianes, Pierre Alcover, Louis
Ravet, Georges Denola
assistente de realização Georges Denola
diretor de fotografia René Guychard
produtora SCAGL – Société Cinématographique des Auteurs
et Gens de Lettres
ano de produção 1920
ano de estreia 1984
Inédito comercialmente em Portugal, onde foi apresentado
pela primeira vez na Cinemateca Portuguesa a 7 de junho de 1990,
no ciclo “Tesouros da Cinemateca Francesa”.
Acompanhamento ao pianoMário Laginha
Em parceria com Cine Clube de Viseu
Parceria Cinemateca Francesa
Apoio ICA