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/ anno DOMINGO, 29 DS DEZEMBRO DE 1901 N.° 24 SEM ANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRÍCOLA Assignatura Anno, i$ooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. Na cobrança pelo correio, accresce o premio do vale. Avulso, no dia da publicação, 20 réis. EDITOR— José Augusto Saloio g RUA DE JOSE MARIA DOS SANTOS H ALDEGALLEGA I Publicações Annuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, ÍS 20 reis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto espccial. Os auto- í; graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio expediente Acceitam-se com grati dão quaesquer noticias que sejam sle interesse publico. 0 NATAL Passou a épocha do an no em que a christandade festeja o nascimento de Je sus, e em que ricos e po bres commemoram essa data gloriosa para a histo ria da Humanidade. Nasceu Jesus, humilde entre os humildes, pequeno entre os pequenos, e sem pre com os pequenos e com os humildes quiz vi ver. Foi crescendo, e á ma neira que lhe iam augmen- tando as. faculdades physi- cas, ia-se desenvolvendo tambem esse cerebro po tente que havia de assom brar o mundo. Creou uma religião nova, toda de amor e de suavidade, toda de do çura e de perdão, religião que chegou a avassallar a terra, prégada por homens de fé e de boa vontade. Teve essa religião he- roes e martyres, e foi elle 0 primeiro a pagar com a vida o arrojo extraordina- rio de querer reformar o mundo. Durante o seu martyrio nunca lhe sahiu dos labios a minima cen sura; no momento de ex pirar perdoou aos seus al gozes, dando assim o exem plo mais sublime da bon dade humana. E passados tantos sécu los, o que é essa religião ? Muito differente do que Jesus prégou. Elle ensinou a perdoar as injurias, e nós vemos em toda a parte o contrario. Elle queria que os homens todos se amas sem e nós vemol-os actual mente sempre em guerras fratricidas. Que triste desil- lusão sentiria o louro filho da Galliléa se viesse nova mente ao mundo, vendo este triste sudário de misé rias e de vergonhas! Procuremos regenerar- nos, sigamos as doutrinas do grande Mestre, unamo- nos todos num laco frater nal, acabemos com os odios, com as intrigaSj com as paixões mesquinhas, extin gamos a raça de Caim e sejamos todos irmãos, inau gurando no mundo uma nova era de fraternidade e de amor! J oaquim dos A njos A empreza do jornal 0 Domingo dá as boas festas aos seus estimáveis assi- gnantes,. leitores e collabo- radores, agradecendo-lhes penhoradamente a sua va liosa coadjuvaçáo. Aproveita tambem o en sejo de participar, que do i.° de janeiro proximo, a redacção, administração e typographia, installar-se- hão no predio n.° 16 do Largo da Misericórdia. DEVERES DO PADRE Em cada porochia ha um homern que, de ordinário, não tem familia, mas que tem relações com todas as > familias: é chamado como testemunha, como conse lheiro, ou como agente em todos os actos mais solem- nes da vida civil; recebe a creança dos braços da mãe e acompanha o homern até o tumulo, abençoa o berço, a união conjugal, o leito do moribundo e a sepultura; é um homem a quem todos respeitam, e a quem só co nhecem pelo nome de— pa dre. Aos pés delle vão os christãos depôr as mais in timas confissões, o secreto peso da consciência; é por officio o consolador de to das as misérias do corpo e da alma, e obrigado a ser o medianeiro entre a indi gência e a riqueza; batem á sua porta ora o rico ora o pobre, este para receber a esmola sem vergonha, aquelle para a depositar sem fausto; está ligado com todas as classes da socie dade; com as inferiores, pela vida modesta e parca, e muitas vezes por humil dade de nascimento; com as superiores, pela educa ção, pela sciencia e pela su blimidade de sentimentos que inspira uma religião philantropica; é um ho mem, emfim, que tem jus para tudo dizer, e cuja pa lavra se estranha nos co rações e intelligencias com a auctoridade de uma di vina missão e o império da fé completa. Em summa, este homem, é o ministro da religião dj Christo, incumbido de con servar os seus dogmas, pro pagar a sua moral e diffun- dir os beneficios daquella pura crença, pelo rebanho que lhe foi confiado. Este sacrosanto mister divide-se em tres qualifica ções : sacerdote, moralista e administrador espiritual. Como sacerdote ou con servador do dogma chris- tão, o dogma é por sua natureza tão misterioso e divino, imposto pela reve lação e acceito pela fé, e o padre, como todos os fieis, nesta matéria se reporta á sua consciência e á doutri na da egreja; porém, assim mesmo póde o ecclesiastico influir utilmente na pratica da religião entre o povo que ensina. Algumas cre- dulidades triviaes, algumas superstições, populares, se confundiram em tempos de ignorancia com as su blimes crenças do dogma christão puro: superstição é o abuso da fé; e portanto é da obrigação do ministro da religião remover as som bras, que offuscarem e des- feiarem a santidade do christianismo, que é por essencia a civilisação pra tica, e se não confunde com pias industrias, ou grossei ras credulidades de cultos erroneos e de decepção. O dever do padre é cortar to dos os abusos da fé, redu zir a crença do povo á gra ve e mysteriosa simplicida de do dogma christão. No seu mister de theo- logo moral, ainda o exer cício pastoral do cura é mais digno de attenção. O christianismo é uma philo- sophia divina, escripta por dois modos: como historia, na vida e morte do Redem ptor; como preceito nos documentos sublimes que elle espalhou pelo mundo: o preceito e o exemplo es tão reunidos em o Novo Testamento, livro divino, que o padre deve ter sem pre á vista para inteira e completamente se compe netrar da sublimidade das suas expressões, afim de o explicar continuadamente, porque helle se encerra um sentido pratico e social, que illumina e vivifica o procedimento do homern na terra. Não ha verdade moral ou civil que não ap- pareça nos paragraphos do Evangelho: todas as philo- sophias modernas fabrica ram codigos moraes a seu modo, mas esses decahiram logo e esqueceram em pou co; porque a philantropia nasce tão somente do pri meiro e unico preceito: a caridade dictada pela lei di vina; a par da philantropia caminha a liberdade, e não ha escravidão alírontosa que se atreva a subsistir em presença do clarão da quella virtude: a egualdade politica derivou do reco nhecimento da nossa egual dade e con fraternidade pe rante o Eterno: suaviza- ram-se as leis, aboliram-se os costumes deshumanos, estalaram os grilhões; a mulher reconquistou o res peito e o logar que lhe era devido no coração do ho mem; á proporção que as palavras do christianismo foram soando pelo meio dos séculos, desabaram os erros ou tyrannias; e se al- gumas passageiras maculas velavam por tempos o seu esplendor, prestes resurgia mais radiante; podemos di zer que todo o mundo actual com.suas leis, usos, instituições e esperanças, não é senão o resultado do verbo evangelico mais ou menos encarnado na civili sação moderna. Mas a sua obra não está inteiramente cumprida: a lei do progres so ou de aperfeiçoamento, que é a idéa activa e pode rosa da rasão humana, tam bem póde e deve firmar-se na fé evangelica: aquelle divino livro manda que não paremos no caminho do bem, e nos instiga para su birmos á perfeição de que formos susceptíveis, prohi- be-nos desesperar do me lhoramento da humanida de ; e quanto mais obrir- mos os olhos mais promes sas se nos revela em seus mysterios, mais verdade em seus preceitos, melhor futuro em nossos destinos. Tem por isso o padre nesse livro toda a rasão, toda a moral, todos os ele mentos de civilisação: abre e espalha com mão larga o thesouro de luz e de per- fectibilidade, cuja chave lhe foi entregue pela Providen cia. Mas seja como o de Christo o seu ensino, por palavra e por exemplo; a sua vida deve ser, quanto é compativel com a huma na essencia, uma explica ção sensivel da doutrina que persuade, isto é, uma palavra viva que convença as ovelhas do seu rebanho e traga a bom caminho as que andarem desgarradas; a egreja o collocou n’aquel le posto mais como exem plo do que como oráculo : a palavra que todos enten dem é o bom viver, não ha linguagem tão eloquente e tão persuasiva como o exer cício da virtude! O padre é o administra dor espiritual dos sacra mentos e tambem dos be nefícios da caridade; por que é uma especie de es moler das pessoas abasta das; é consultado em todos os actos de beneíicencia, e na sua probidade descan- çam os que se compadecem da miséria dos indigentes. Lida o padre nestas cir- cumstancias com os ho mens de todas as gerar- chias; deve conhecel-os; vê-se em contacto com as paixões humanas; ha de ser compassado, prudente e brando. Vem cahir-lhe debaixo das suas attribuições os er ros, os arrependimentos, as misérias, as precisões da mesquinha humanidade, que tanto flagellam ricos, como pobres, posto que em variados graus, e o padre ha de remediar, se pode, precisando sempre de soli citar os lenitivos do mal; e quando remedtos não va lem ha cie espargir o bal- sarno da consolação. Pre cisa ter o coracão bem cheio > de tolerancia, de misericór dia, de mansidão e de ca-

DO · verbo evangelico mais ou menos encarnado na civili sação moderna. Mas a sua obra não está inteiramente cumprida: a lei do progres so ou de aperfeiçoamento, que é a idéa

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/ a n n o DOMINGO, 2 9 DS DEZEMBRO DE 1901 N.° 2 4

SEM A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R ÍC O L A

A s s i g n a t u r aAnno, i$ooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. Na cobrança pelo correio, accresce o premio do vale.Avulso, no dia da publicação, 20 réis.

EDITOR — José Augusto Saloiog RUA DE JOSE MARIA DOS SANTOSH A L D E G A L L E G A I

P u b l i c a ç õ e sAnnuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

ÍS 20 reis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto espccial. Os auto- í; graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados.

PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

e x p e d i e n t e

A c c e i t a m - s e c o m g r a t i ­dão q u a e s q u e r n o t i c i a s que s e j a m s le i n t e r e s s e p u b l i c o .

0 NATALPassou a épocha do an­

no em que a christandade festeja o nascimento de Je­sus, e em que ricos e po­bres commemoram essa data gloriosa para a histo­ria da Humanidade.

Nasceu Jesus, humilde entre os humildes, pequeno entre os pequenos, e sem­pre com os pequenos e com os humildes quiz vi­ver. Foi crescendo, e á ma­neira que lhe iam augmen- tando as. faculdades physi- cas, ia-se desenvolvendo tambem esse cerebro po­tente que havia de assom­brar o mundo. Creou uma religião nova, toda de amor e de suavidade, toda de do­çura e de perdão, religião que chegou a avassallar a terra, prégada por homens de fé e de boa vontade.

Teve essa religião he- roes e martyres, e foi elle 0 primeiro a pagar com a vida o arrojo extraordina- rio de querer reformar o mundo. Durante o seu martyrio nunca lhe sahiu dos labios a minima cen­sura; no momento de ex­pirar perdoou aos seus al­gozes, dando assim o exem­plo mais sublime da bon­dade humana.

E passados tantos sécu­los, o que é essa religião ? Muito differente do que Jesus prégou. Elle ensinou a perdoar as injurias, e nós vemos em toda a parte o contrario. Elle queria que os homens todos se amas­sem e nós vemol-os actual­mente sempre em guerras fratricidas. Que triste desil- lusão sentiria o louro filho da Galliléa se viesse nova­mente ao mundo, vendo este triste sudário de misé­rias e de vergonhas!

Procuremos regenerar- nos, sigamos as doutrinas do grande Mestre, unamo- nos todos num laco frater­

nal, acabemos com os odios, com as intrigaSj com as paixões mesquinhas, extin­gamos a raça de Caim e sejamos todos irmãos, inau­gurando no mundo uma nova era de fraternidade e de amor!

J o a q u im d o s A n j o s

A empreza do jornal 0 Domingo dá as boas festas aos seus estimáveis assi- gnantes,. leitores e collabo- radores, agradecendo-lhes penhoradamente a sua va­liosa coadjuvaçáo.

Aproveita tambem o en­sejo de participar, que doi.° de janeiro proximo, a redacção, administração e typographia, installar-se- hão no predio n.° 16 do Largo da Misericórdia.

DEVERES DO PADRE

Em cada porochia ha um homern que, de ordinário, não tem familia, mas que tem relações com todas as>familias: é chamado como testemunha, como conse­lheiro, ou como agente em todos os actos mais solem- nes da vida civil; recebe a creança dos braços da mãe e acompanha o homern até o tumulo, abençoa o berço, a união conjugal, o leito do moribundo e a sepultura; é um homem a quem todos respeitam, e a quem só co­nhecem pelo nome de—pa­dre. Aos pés delle vão os christãos depôr as mais in­timas confissões, o secreto peso da consciência; é por officio o consolador de to­das as misérias do corpo e da alma, e obrigado a ser o medianeiro entre a indi­gência e a riqueza; batem á sua porta ora o rico ora o pobre, este para receber a esmola sem vergonha, aquelle para a depositar sem fausto; está ligado com todas as classes da socie­dade; com as inferiores, pela vida modesta e parca, e muitas vezes por humil­dade de nascimento; com as superiores, pela educa­ção, pela sciencia e pela su­blimidade de sentimentos que inspira uma religião philantropica; é um ho­

mem, emfim, que tem jus para tudo dizer, e cuja pa­lavra se estranha nos co­rações e intelligencias com a auctoridade de uma di­vina missão e o império da fé completa.

Em summa, este homem, é o ministro da religião dj Christo, incumbido de con­servar os seus dogmas, pro­pagar a sua moral e diffun- dir os beneficios daquella pura crença, pelo rebanho que lhe foi confiado.

Este sacrosanto mister divide-se em tres qualifica­ções : sacerdote, moralista e administrador espiritual.

Como sacerdote ou con­servador do dogma chris- tão, o dogma é por sua natureza tão misterioso e divino, imposto pela reve­lação e acceito pela fé, e o padre, como todos os fieis, nesta matéria se reporta á sua consciência e á doutri­na da egreja; porém, assim mesmo póde o ecclesiastico influir utilmente na pratica da religião entre o povo que ensina. Algumas cre- dulidades triviaes, algumas superstições, populares, se confundiram em tempos de ignorancia com as su­blimes crenças do dogma christão puro: superstição é o abuso da fé; e portanto é da obrigação do ministro da religião remover as som­bras, que offuscarem e des- feiarem a santidade do christianismo, que é por essencia a civilisação pra­tica, e se não confunde com pias industrias, ou grossei­ras credulidades de cultos erroneos e de decepção. O dever do padre é cortar to­dos os abusos da fé, redu­zir a crença do povo á gra­ve e mysteriosa simplicida­de do dogma christão.

No seu mister de theo- logo moral, ainda o exer­cício pastoral do cura é mais digno de attenção. O christianismo é uma philo- sophia divina, escripta por dois modos: como historia, na vida e morte do Redem­ptor; como preceito nos documentos sublimes que elle espalhou pelo mundo: o preceito e o exemplo es­tão reunidos em o Novo Testamento, livro divino,

que o padre deve ter sem­pre á vista para inteira e completamente se compe­netrar da sublimidade das suas expressões, afim de o explicar continuadamente, porque helle se encerra um sentido pratico e social, que illumina e vivifica o procedimento do homern na terra. Não ha verdade moral ou civil que não ap- pareça nos paragraphos do Evangelho: todas as philo- sophias modernas fabrica­ram codigos moraes a seu modo, mas esses decahiram logo e esqueceram em pou­co; porque a philantropia nasce tão somente do pri­meiro e unico preceito: a caridade dictada pela lei di­vina; a par da philantropia caminha a liberdade, e não ha escravidão alírontosa que se atreva a subsistir em presença do clarão da­quella virtude: a egualdade politica derivou do reco­nhecimento da nossa egual­dade e con fraternidade pe­rante o Eterno: suaviza- ram-se as leis, aboliram-se os costumes deshumanos, estalaram os grilhões; a mulher reconquistou o res­peito e o logar que lhe era devido no coração do ho­mem; á proporção que as palavras do christianismo foram soando pelo meio dos séculos, desabaram os erros ou tyrannias; e se al- gumas passageiras maculas velavam por tempos o seu esplendor, prestes resurgia mais radiante; podemos di­zer que todo o mundo actual com.suas leis, usos, instituições e esperanças, não é senão o resultado do verbo evangelico mais ou menos encarnado na civili­sação moderna. Mas a sua obra não está inteiramente cumprida: a lei do progres­so ou de aperfeiçoamento, que é a idéa activa e pode­rosa da rasão humana, tam­bem póde e deve firmar-se na fé evangelica: aquelle divino livro manda que não paremos no caminho do bem, e nos instiga para su­birmos á perfeição de que formos susceptíveis, prohi- be-nos desesperar do me­lhoramento da humanida­de ; e quanto mais obrir-

mos os olhos mais promes­sas se nos revela em seus mysterios, mais verdade em seus preceitos, melhor futuro em nossos destinos.

Tem por isso o padre nesse livro toda a rasão, toda a moral, todos os ele­mentos de civilisação: abre e espalha com mão larga o thesouro de luz e de per- fectibilidade, cuja chave lhe foi entregue pela Providen­cia. Mas seja como o de Christo o seu ensino, por palavra e por exemplo; a sua vida deve ser, quanto é compativel com a huma­na essencia, uma explica­ção sensivel da doutrina que persuade, isto é, uma palavra viva que convença as ovelhas do seu rebanho e traga a bom caminho as que andarem desgarradas; a egreja o collocou n’aquel­le posto mais como exem­plo do que como oráculo : a palavra que todos enten­dem é o bom viver, não ha linguagem tão eloquente e tão persuasiva como o exer­cício da virtude!

O padre é o administra­dor espiritual dos sacra­mentos e tambem dos be­nefícios da caridade; por­que é uma especie de es­moler das pessoas abasta­das; é consultado em todos os actos de beneíicencia, e na sua probidade descan- çam os que se compadecem da miséria dos indigentes.

Lida o padre nestas cir- cumstancias com os ho­mens de todas as gerar- chias; deve conhecel-os; vê-se em contacto com as paixões humanas; ha de ser compassado, prudente e brando.

Vem cahir-lhe debaixo das suas attribuições os er­ros, os arrependimentos, as misérias, as precisões da mesquinha humanidade, que tanto flagellam ricos, como pobres, posto que em variados graus, e o padre ha de remediar, se pode, precisando sempre de soli­citar os lenitivos do mal; e quando remedtos não va­lem ha cie espargir o bal- sarno da consolação. Pre­cisa ter o coracão bem cheio>de tolerancia, de misericór­dia, de mansidão e de ca-

2 O DOMINGO

ridade! E se estas virtudes lhe não inundarem por com­pleto a alma, não será bom padre.

Os direitos e deveres ci­vis dos curas dalma cifram- se nestas palavras: ser bom christão. Lá estão os Evan­gelhos que são o seu codi- go, e as leis da sociedade os não contradizem. Todos devem comprehender bem o sentido d’estaphrase,mas o padre ha de profundar, anatomisar esta idéa, deve ser esse o seu pensamento unico: porquanto que dis­tancia vae da ovelha ao pe­gureiro? que differença do mestre ao discipulo?

Contemplemos agora o padre, digno deste nome, no extremo da sua carrei­ra: alvejaram-lhe as cãs, já as mãos tremulas mal po­dem erguer o calix, a voz sumida já não faz echo no santuario, mas ainda sôa nos corações do seu queri­do rebanho; morre emfim, e uma lousa, talvez sem nome, ou alguns punhados de terra lhe cobrem os os­sos no cemiterio commum. E esse homem, que foi re­pousar na eternidade, terá em lagrimas sinceras, ver­tidas por muito tempo, a recompensa do desempe­nho do seu ministério sa­grado.

E’ geral o descontenta­mento para com o parocho desta freguezia, e, segun­do nos consta não é sem razão. Custa-nos termos de reprovar maus procedi­mentos sejam de quem fôr, mas é este o nosso dever. Temos de o cumprir. Não vimos aqui atirar com lo­do ás faces de ninguém, mas pedir delicadamente o cumprimento dos deveres áquelles que os não cum­prem como devem. O pa­dre tem por dever ser um bom conselheiro. Mas em primeiro logar um exacto cumpridor dos seus conse­lhos. «Infelizmente sois um bom conselheiro, mas não pareceis bom cumpridor. Para que apregoaes pu­blicamente Caridade, ó Pa­

dre, se sois o primeiro a pôr de parte essa virtude?» A uma viuva, talvez cheia de dividas, pela doença do marido a quem Deus pediu contas, não se exige assim exorbitancias.

Sêde justo, e sereis bom padre.

M endes S*Í5*lieiroFoi obrigado a estar de

cama durante alguns dias, devido a um fortíssimo ata­que de grippe, este nosso exellente amigo; mas, de­vido a um seveno tratamen­to e indispensável resguar­do, a traiçoeira doença foi debellada e o sr. Mendes Pinheiro encontra-se em via de completo restabele­cimento, o qCie cordialmen­te estimamos, como quem estima o bem estar d’um tão sincero quanto valioso amigo.

lY o v a & a l c h i c b a r i a Abre na terça-feira, 3 i

do corrente, uma nova sal- chicharia pertencente ao sr. Antonio Joaquim Relo- gio, ao lado do talho n.° 2 pertencente a seu filho José Paulo Relogio. Breve­mente se distribuirão pros­pectos.

UstssMjí IlhasEntrará no primeiro do

anno em circulação um novo typo de estampi­lhas íiscaes, designação que substituirá as múlti­plas classes de formulas até aqui representativas do imposto do sello, decimas de juros, propinas, contri­buição industrial, etc.

S a r i l h o s © r & i s d e sQueixam-se-nos daquel-

la localidade que a estrada que conduz do largo do Rocio ao Porto da Socie­dade se encontra em péssi­mo estado, achando-se, po­rém, intransitavel a ponto d i quem tiver de ir ao Porto, ter de servir-se das propriedades alheias.

Impossível!A ’ digníssima camara,

pois, pedimos as costuma­das providencias.

Q O F R E B E P É R O L A S

A F id a icu iu h a

A LUD GERO VIAN NA.

A ’s vezes, ao vêr passar Esta «Venus» caprichosa.Que tem tanto de formosa Como de expressão no olhar,

Quizera, emfim, meus, juntar Aos seus labios côr de rosa,E pedir-lhe, de estremosa, Permissão para a beijar.

Mas de medo, o que fazer? Cortejo-a — o que é um dever, P'lo meu.rasgo de influencia,

E digo ao vêl a em grandeza, Como se fòra dcqueza:—-«Ahi vae Sua Exellencia».

ANTONIO JOSÉ H EN R 1QUES.

A C eife ira

Não ha terra mais honesta Do que a terra em que nasci;Sol que n’outra as faces cresta As almas náo cresta alli!A linieza não é vária Pois não vive solitaria,Mas virtude hereditária Não n'a encontram como alli.

Se ao domingo no terreiro A ceifeira vae dançar Com o seu fato domingueiro Linda, linda d’encantar;Um cortejo tem damores Mas aos seus adoradores Só responde com rigores P.ssa adeante... e vae dançar!

MENDES L E A L .

P E N S A M E N T O SOs homens nasceram uns para os onlros; é portanto

necessário ou ensinal-os ou soffrel-os.— 0 homem tem em si um pharol que 0 deve guiar,

a consciência.— Porque se vê sempre no mundo vencido o bem e

triumphante 0 mal?«E' porque não se olha o tempo que passa.— 0 codigo serve para co rrig ir; o evangelho para

aperfeiçoar.— Ambicionae a honra e não as honras.— 0 homem não é nada sem a mulher, nem a mu­

lher sem o homem, deante do Eterno. — S. Paulo.

A N E C D O T A S

Um hespanhol, montado ri um estropiado rocmante, balia d meia noite d poria da unica estalagem que havia numa aldeola. 0 estalajadeiro, brutal e tapado como a porta em que batia o viajante, sentou-se na cama e per­guntou de dentro:

Quem é?— Sou D. Sancho Ajfonso Ramiro Pedro Carlos

Athayde y Gusman de Sanlilhana Poxas dè Stuniga y Man\anares de las Fuentes.

— Tenho só um quarto desoccupado que não chega para tanta gente, respondeu-lhe o estalajadeiro, tornan­do a deitar-se.

t lt iilit iii iiiiii iiiu ii

- - Todas as noites — di~ia Adelaide a uma sua ami­ga— sonho que me picam as pernas com ortigas; o que não faria eu para evitar este eterno pesadello ?

— Muito pouca coisa. Dorme com botas de montar.IIM IttlIllltlitlIllilll

N ’um lhealro:Antes de começar o espectáculo o conlra-regra exa­

mina a sala e, voltando-se para o empresário exclama em tom desesperado:

— Não ha mais de vinte pessoas na platéa e camaro­tes. Talvez fosse melhor restituir-lhes o dinheiro.

— Impossível.— A h !— São todos borlistas!

T ro u p e B e r íin iConsta-nos que esta

troupe vem aqui no dia 5 de janeiro dar um concer­to.

AGRICULTURAC ultura do ceniteio

Quando a sementeira do centeio é feita em terra bem estrumada, distribui- se menos quantidade de se­mente, porque cada grão lança muitas hastes, as quaes, tendo o espaço ne­cessário, se desenvolvem vagarosamente, resistindo ao rigor das estações e of- ferecendo uma producção abundante. Ficando bastan­te a sementeira, nota-se no centeio uma vegetação aca­nhada, tornando-se susce­ptível de ser derribado, ao espigar, quando haja chu­va ou ventos, e dando as­sim um rendimento muito inferior.

Nas terras leves e seccas deve, pelo contrario, dei­tar-se mais semente, pois não havendo, como é cla­ro, multiplicação das has­tes, é necessário maior nu­mero de grãos, para não ser diminuta a producção.

Além d’isto devemos ob­servar que se colhe melhor resultado com a sementei­ra em margem do que em plano, sendo para notar que nas terras inclinadas devem os regos ser feitos de maneira que as aguas se não exgotem d elles, pois que o fim principal é tir- ral-as das margens e não dos regos.

Muitos la vradores abrem os regos inconsiderada­mente ao declive da terra, processo es:e que é contra todas as regras, pois que, com as chuvas, corre das margens a substancia do estrume, e os referidos re­gos leram-a a extremida­des do campo ou mesmo :õra d’el!e.

Sementeiras de cereacs de pragana requerem ter­ra bem preparada com mais duma lavra e estru­me miudo. Toda a terra

FOLHETIM

Traducção de J. DOS ANJOS

A ULTIMA CRUZADAX X V III

Não tivera tempo nem gosto para possuir uma amante declarada. Mu­dava de mulheres como de camisa, mas sabia occultar perfeitamente os seus vicios.

Tinha um ar irreprehensivel de ho mem da boa sociedade e arvorava ostensivamente a roseta amarella e vermelha de S. Gregorio o Grande que o Papa lhe conferira em Roma «em recompensa dos serviços pres­

tados á causa da Santa Madre Egre- ja.»

Fundara o Banco Pontifical e os Pyreneanos que eram as primeiras ramificações do Credito Continental.

X X IX

— Ora! é a eterna fabula das uvas verdes! dizia Ribeaucourt, com o seu riso de jogador feliz. O dinherio que vem quando a gente está a dor­mir não é para desdenhar, e estou bem certo de que, se Arthur K ru ­bstein entregasse ámanhã a alma a Deus haviam de levantar-lhe estatuas como se fosse um grande homem...

— E quanto tempo durará essa co­media? perguntou La Croix-Ramil- les.

O dinheiro que todos os dias lhe

gritavam aos ouvidos importunava-o como picadas incessantes de mosca.

A sua franqueza tornou-se quasi insolente e não se dirigia só a Ri­beaucourt, mas a todos os que áquel- la hora começavam a sua partida ou liam os jornaes no salão.

— Isto ha de durar o que durou o banco de Mississipi... E o resultado será este: familias deshonradas, ar­ruinadas, suicídios, casas commer- ciaes fechadas, venderem-se a peso de pnpel as acçóes que se vendiam a peso de ouro .. E acabou-se o cre­dito e o dinheiro... Miséria e com­panhia. .. Diga-me lá, Ribeaucourt, é a isto que chama as uvas verdes?

Estas phrases breves cahiam no meio de um silencio hostil. O salão ia-se esvas-ando.

La Croix Ramilles fingia não dar por isso. Estava n’um dos seus maus

dias de creança terrivel em que nem respeitava os seus melhores amigos.

— Não tem exito nenhum o pro- pheta Jeremias! exclamou elle. O que diz a isto, general?

O general Bosq não se moveu.Dormitava pesadamente deante do

seu copo de absintho, do qual bebe­ra tres quartas partes. As palpebras abriam-se-lhe e fechavam-se-lhe. So­prava como uma baleia.

O general alugára recentemente uma casinha em Rueil, onde as pro­xenetas lhe levavam rapariguitas dos quatro cantos de P aris...

Vinha cançado de uma tarde de devassidão. Procurando nas mãos tre­mulas o copo, relembrava-se, com uma especie de cubica gulosa, da ra­pariga fresca e rosada, já viciosa co­mo uma ramalheteira do «boulevard». que fòra ter com elle em cabello,

com um avental cheio de nodoas de tinta e uma pasta cheia de cadernos de escripta.

A idéa de a tornar a vêr queimava- lhe o sangue. Tinha uma pouca de saliva nos labios entreabertos por um sorriso idiota.

Todos tinham sahido já.La Croix-Ramilles bateu-lhe fami­

liarmente no hombro.— Eh, meu amigo, exclamou elle,

quer vir ceiar commigo? Bem sabe que aqui náo se dorm e...

X X X

O general Bosq acabava de jogar a sua partida quando o criado lhe foi dizer que dois senhores pediam para falar com elle a respeito de negocios urgentes.

(Continuuj.

convem as i eferidas se mesteiras, menos a dema­siadamente humida ou en­charcada d agua.

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A lm a m a e h I S e r í r a a s d

Acabamos de receber o Almanach Bertrand pa­ra 1902, coordenado por Fernandes Costa, (3.° anno de publicação). Antiga Ca­sa Bertrand, José Bastos, editor, rua Garrett, 73 e 75, Lisboa.

456 paginas, a duas co- lumnas, formato Hachette e 5g3 gravuras. Tem uma esplendida capa chromo-li- thographica, a 8 cores e ouro.

O Almanach Bertrand não faz reclamos a si mes­mo; annuncia-se, apenas. Apresentando-se ao publi­co, toma-o para juiz impar­cial do seu verdadeiro va­lor. A’ acceitação com que foi recebido, desde que ap- pareceu a vez primeira, corresponde manifestando de anno para anno melho­ramentos e progressos, que se não podem contestar.

O Almanach Bertrand, para 1902 tem mais 36 pa­ginas e q3 gravuras que o de 1901, e mais 156 pagi­nas e 96 gravuras, que o de 1900, o qual foi consi­derado já um verdadeiro prodigio editorial em per­feição, abundancia e bara- teza, para o nosso meio, como absolutamente o se­ria em qualquer meio litte- rario e artistico do extran- geiro.

Toda a parte puramente recreativa do Almanach Bertrand é de um fino gosto intellectual, fugindo por completo ás velharias charadisticas, e outras, que já fizeram o seu tempo, e que não são dignas nem de leitores cultos, nem de todos aquelles que procu­ram recrear o espirito, aug- mentando simultaneamen­te a sua illustração.

E’ um livro para toda a gente encontrando-se nas suas paginas tudo o que póde interessar, tanto os entendimentos mais altos, como o que póde simples­mente divertir os leitores mais despreoccupados, e que não queiram aprovei­tar das suas paginas senão o que ellas lhes offerecem para distracção.

Dado o seu volume, a quantidade de matéria que contém, as magnificas il- lustrações qué o adornam, 0 Almanach Bertrand pó­de affirmar-se que é, no seu genero, a publicação mais barata que se tem fei­to em Portugal. Brochado, 5oo réis; Cartonado, 600 reis; pelo correio, mais 60 réis.

Antiga Casa Bertrand, rua Garrett, 73, 75, Lisboa.

u IIADEMMECTOJosé Luiz da Silva, Ro-

sendo Avelino da Silva, Adrianna da Silva Repas, Balbina da Silva Gouveia, Virginia Adelaide da Silva, José Fernandes Repas, Joa­quim Simão Gouveia e Ma­ria Ignez Moreira da Silva agradecem profundamente reconhecidos a todas as pessoas que durante a trai­çoeira doença a que infeliz­mente succumbiu seu mui­to estremecido e sempre chorado irmão e cunhado Alfredo Almeida da Silva o visitaram, ou que directa ou indirectamente se infor­maram do seu estado, e áquelles que nos transes mais aíilictivos lhe deram provas de estima e condo­lência, assim como ás que se incorporaram no présti­to que o conduziu á sua ultima.morada, não poden­do tambem deixar de espe- cialisar o exT sr. dr. Ma­nuel Fernandes da Costa Moura, pelo muito zelo e carinho com que sempre o tractou, empregando todos os esforços possiveis da sciencia para o salvar.

A todos, pois, a expres­são intima de um sincero agradecimento.

A N N U N C I O S

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8 0 RIBATEJOA H N U N C I O

( i . a i®8afoI5ea«S»)

Maximiano Maria Ballegas, e cabeça do casal Marian- na Telles, d’Alcochete, a venda do dominio util com­posto de uma casa abarra- cada com um ' pequeno quintal sita na Rua do Rato cia villa d’Alcochete, pre­dio foreiro em 155 réisan- nuaes e laudemio de qua­rentena á Camara Munici­pal do mesmo concelho. O arrematante, além das des- pezas da praça pagará por inteiro a respectiva contri­buição de registo.

Aldeia Gallega do Riba­tejo, 21 de dezembro de 1901.

O ÈSCRIVÁ O

Antonio Julio Pereira Mou- tinho.

Verifiquei a exactidão.

O JUIZ DE D IR EIT O

N. Souto.

O DOMINGO

RIBATEJÍa n n u n c i o

( f . a P u b licação)

Pelo Juizo de Direito da comarca d’Aldeia Gallega do Ribatejo, e cartorio do escrivão Silva Coelho, cor­rem editos de 3o dias, ci­tando o interessado Fran­cisco da Veiga Sargedas, solteiro, maior, ausente em parte incerta, e quaesquer interessados nos bens d’el- le, para dentro do referido praso, o ausente tomar por si ou por procurador con­ta dos bens que lhe per­tenceram em sua legitima no inventario orphanologi- co a que se procedeu por obito de sua avó D. Um- belina Rosa da Veiga, viu­va, moradora que foi nes­ta villa de Aldegallega, sob pena de The ser nomeado Curador e quaesquer inte­ressados nos bens cTelle, deduzirem os seus direitos nos termos da lei.

Aldeia Gallega, 7 de de­zembro de 1901.

o ESCRIVÃO

Antonio . Coelho.

iiigusto da Silva

Verifiquei a exactidão.

O JUIZ DE D IR E IT O

Antonio Augusto Noguei-

MODISTA

Especialidade em corte e execução de Vestidos, Casa­cos e Capas, para senhoras e meninas. Dd licções de córte. — Rua de José Maria dos Santos, n.° / / 5 , i.° D.

ALDEGALLENSE— D E —

JQuerendo o proprietário

deste acreditado estabele­cimento provar a todos os seus estimáveis freguezes o seu excessivo reconheci­mento, e dispensar-lhes eguaes attenções ás que todos lhe teem dispensado, resolveu mais esta vez por este meio, e por prospe­ctos que mandou distribuir a semana passada, partici­par-lhes que no seu esta­belecimento se acha á ven­da um semnumero de ge­neros alimentícios, magní­ficos estimulantes do appe- tite, os quaes prenderão a attenção de todo aquelle que queira dignar-se visitar este estabelecimento.

P enhoradissimo, pois, se mostra o proprietário para com os seus numerosos freguezes, enviando-lhes as BOAS FESTAS, filhas da gratidão e não do interesse.

Este estabelecimento aca­ba de receber as finíssimas

B R O A S D E M I L H Oconi cidrão, e de especie.

Álém das broas, muitos mais artigos que di\em res­peito a mercearia.

B A O A S!!! B R O A S!!!

19, LARGO B I EGREJA, 19ALDEGALLEGA

ra Souto.

No dia 12 de janeiro de 1902 á porta do tribunal d’esta comarca ha de ter logar em hasta publica e peio maior preço sobre cento e quarenta mil e no-

AVISO

Pedimos aos srs. assi- gnantes a quem já mandá­mos 0 recibo, a finesa de

vecentos réis (140^900) pe- 7zos satisfazerem essa im- lo inventario a que se pro-1 portancia em carta regis- cede por obito de Ma rio da tra da, afim de nos evitarem Madre de Deus; marido mais despegas.

D O P O V OPara aprender a ler

por

TR IN DA DE COELHOcom desenhos de

Raphael Bordallo Pinheiro

M O paginas luxuosamente illustradas

A V U L S O 5 0 RS.P E L O C O R R E IO @Q

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Rua do Ouro, 242. i.° — LISBOA

Acceitam-se correspondentes em to­da a pm ie.

JOMAESHa para vender collec-

ções de jornaes, taes como: Seculo, Pimpão, Parodia, Supplemento ao Seculo, e outros; assim como livros antigos de diversos idio­mas.

Nesta redaccão se trata.

M A P P A S D E P O R T U ­G A L

Ha para vender mappas de Portugal, não coloridos, ao preço de 6o réis cada um.

Nesta redaccão se diz quem os vende.

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iOALDEGALLEGA

Tijolos das fabricas mais acreditadas do pai", em todas as qualidades, taes como: tijolo burro, furado, in­teiro, de alvenaria, curvo para poços e mais applica- çõeS, rebatido, para ladrilho, assim como grande f o r ­necimento de telha de Alhandra, etc.

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JOSE’ AUGUSTO SALOIOEncarrega-se de todos os

trabalhos typographicos.R. DE JOSÉ M ARIA DOS SAA TOS

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bres machinas SINGER para coser.Pedidos a AURÉLIO JO Ã O DA CRUZ, cobrador

da casa AiM 'O Clt «& C.a e concessionário em Portu­gal para a venda das ditas machinas.

Envia catalogas a quem os desejar, yo, rua do Rato, yo — Alcochete.

MERCEARIA ALDEGALLENSEDE

Jo sé A n ton io N u n e s

N ’esle estabelecimento encontra-se d venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do seu ramo de commercio, podendo por isso offerecer as maiores garantias aos seus estimá­veis fregueses e ao respeitável publico em geral.

Visite pois 0 publico esta casa.- < c > —-2< 3 S O = € -*

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A ldegallega do I lib a íe jo

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P ( IV 0D O M I N G <3O A nn s \O N I O S A L O I O

We&te esíaPs-eleelmcjEío eiíeoxtra-se á reB<la pe!«s preços m ais cobetí- íla tijo s. nin variado i»rtim e£ (o de geaeros proprios <Io seea ramo de com- niereio. «ffereee;E«io por Isso as m aíorcs garasaitias aos seus estim áveis fre ­gueses e a© respeitável pablico.

R U A . D O C A S S — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

1(3A L D E G A L L E G A D O R I B A T E J O .

Grande estabelecimento de fazendas por preços limitadíssimos, pois que vende todos os seus arligos pelos preços das principaes casas de Lisboa, e alguns

A I N D A M A I S B A R A T O SGrande collecção dartigos de Retroseiro.Bom sortimento dartigos de F A N Q U E IR O .Selins pretos e de cor para fôrros de fatos para homem, a s s i m como todos os

accessorios para os mesmos.Esta casa abriu uma S E C C Ã O E S P E C I A L que muito itlil é aos habitantes

desta villa, e que éa CO M PR A ÈM L IS B O A de todos e quaesquer artigos ainda mesmo os que não são do seu ramo de negocio; garantindo o \êlo na escolha, e o preço porque vendem a retalho as primeiras casas da capital.

BO A C O L L E C Ç Ã O de meias pretas para senhora e piuguinhas para crean- cas de todas as edades.

A 'C O R PRETA D’ESTE ARTIG O É GARANTIDA A divisa desta casa t G A N H A R P O U C O P A R A V E N D E R M U I T O .

J O A O B E N T O l N U N E S DE C A R V A L H O88, R. D I R E I T A , 9 0 - 2 , R . DO C O N D E , 2

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Genebra.iSsoo36o

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PEDIDOS A L U C A S & C, A — ALDEGALLEGA

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