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MUSEUNACIONALDEHISTÓRIANATURAL Guia do(a) Professor(a) Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril, 2005

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  • MUSEUNACIONALDEHISTRIANATURAL

    Guia do(a) Professor(a)

    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril, 2005

  • Plumas em Dinossurios! Afinal nem todos se extinguiram Guia do/a Professor/a

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 1

    Bem-vindo!

    Caro(a) Professor(a),

    Bem-vindo(a) Exposio Plumas em Dinossurios! Afinal nem todos

    se extinguiram.

    Este guia foi concebido especialmente para si. Os materiais nele

    contidos foram preparados para lhe proporcionarem, a si e aos seus alunos,

    uma visita frutuosa e agradvel.

    O guia inclui, para alm de esclarecimentos sobre a estruturao e os

    contedos da exposio, informao sumria sobre Tempo Geolgico,

    Paleogeografia do Mesozico, Evoluo e Extino, Penas e voo, etc.

    Apresenta, ainda, um pequeno glossrio de algum vocabulrio paleontolgico

    empregue, materiais para preparao da visita, passatempos e actividades

    paleontolgicos, assim como endereos de recursos educativos na Internet

    onde poder encontrar informao adicional, fidedigna, sobre os temas

    abordados e muitos outros, no mbito da Paleontologia.

    Os materiais aqui coligidos foram desenvolvidos para o Ensino Bsico,

    mas podero, facilmente, ser adaptados a outros nveis de ensino.

    O Museu Nacional de Histria Natural da Universidade de Lisboa deseja-

    lhe, a si e aos seus alunos, uma agradvel visita.

    Fernando Barriga Director do Departamento Mineralgico e Geolgico do Museu Nacional de Histria Natural da Universidade de Lisboa Dinossauros Dinossurios Fssil Fsseis Portugal Aves Professores

    Guia Voo Liaoning China Londres

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 2

    ndice Apresentao 3 Estrutura da exposio Plumas em Dinossurios 4 Penas, plumas e voo 13 Tempo Geolgico 17 Paleogeografia do Mesozico 20 O que um fssil? 22 O que a Paleontologia? 24 Dinossurio ou dinossauro: eis a questo! 27 Drages e dinossurios 30 Evoluo e Extino 32 Passatempos e actividades paleontolgicas 35 Glossrio 45 Recursos paleontolgicos e geolgicos na Internet 47 Soluo dos passatempos 49 Ficha tcnica 50

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    Apresentao A origem das aves era, at h bem pouco tempo, um dos episdios mais

    misteriosos e controversos da histria da evoluo. Motivo de aceso debate h

    mais de 100 anos! Desde os anos de 1970 que paleontlogos pioneiros, como

    o norte-americano John Ostrom, chamam a ateno para as evidentes

    semelhanas existentes entre aves e dinossurios, sugerindo estreita

    afinidade. Contudo, s h pouco esse parentesco foi solidamente estabelecido.

    Envoltos em penas e aprisionados na rocha, os dinossurios

    emplumados chineses maravilharam a comunidade cientfica internacional,

    revolucionando o modo como at ento se entendia a evoluo das aves e

    demonstrando, sem sombra de dvidas, que as aves so dinossurios!

    Afinal nem todos se extinguiram. As aves so dinossurios terpodes,

    i.e., pertencem ao mesmo grupo zoolgico que incluiu os maiores e mais

    ferozes carnvoros terrestres que jamais caminharam sobre a Terra. Algumas

    das provas mais convincentes deste parentesco entre aves e dinossurios so

    trazidas a pblico na mostra Plumas em Dinossurios. A exposio,

    concebida e arquitectada pelo prestigiado Natural History Museum de Londres,

    em colaborao com o Museu Geolgico da China, agora patente em Lisboa

    no Museu Nacional de Histria Natural, expe cerca de dzia e meia de

    magnficos fsseis chineses. Cada um deles uma pea fundamental para a

    compreenso da origem das aves. Os fsseis expostos provm da provncia de

    Liaoning, no nordeste da China, e datam do Cretcico inferior, Barremiano,

    tendo cerca de 124 milhes de anos (Ma) de idade.

    Finalmente, temos a resposta para uma das mais enigmticas questes

    de sempre da Paleontologia. A que sabiam os dinossurios? Pois bem, hoje

    podemos afirmar com certeza que, pelo menos alguns deles, sabem a...

    galinha!

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    Estrutura da exposio

    Nos ltimos anos, a jazida cretcica de Liaoning, no nordeste da China,

    forneceu alguns dos mais espectaculares fsseis de dinossurios/aves jamais

    vistos. Com estes fsseis, vieram luz do dia novas e excitantes informaes

    sobre a origem das aves e a sua relao com os dinossurios. Estes fsseis de

    dinossurios emplumados e de aves primitivas, os verdadeiros portadores da

    informao paleontolgica original, constituem o cerne da exposio e so

    expostos de modo didctico e atractivo. Paralelamente, so apresentadas

    fotografias, diagramas e modelos que permitem compreender, explorar e

    interpretar os fsseis expostos, assim como ilustrar a histria do seu estudo e a

    evoluo do debate cientfico sobre a origem das aves e do voo.

    Como apoio planificao prvia da visita com os seus alunos,

    apresentada, de seguida, a estrutura bsica da exposio.

    Para cada bloco temtico da exposio so apontados os temas

    abordados, os exemplares expostos e dado um resumo dos contedos

    principais ali expostos.

    1. Introduo. Plumas em dinossurios!

    Tema: Introduo exposio Plumas em dinossurios. Os fsseis de dinossurios emplumados da China e o seu contributo para o debate sobre a

    origem das aves.

    Exemplar exposto: Protoarchaeopteryx robusta. Dinossurio emplumado. Fssil original, descoberto no Cretcico de Lianoning, China.

    Archaeopteryx, descoberto em 1860, d incio da discusso. A

    descoberta, na China, em 1997, do fssil de Protarchaeopteryx, um dinossurio

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    carnvoro emplumado, d comeo a uma nova dimenso no debate da origem

    das aves e do seu parentesco directo com os dinossurios.

    2. Archaeopteryx e a origem das aves Tema: A histria da descoberta e do estudo de Archaeopteryx. O parentesco de Archaeopteryx com os dinossurios.

    Exemplares expostos: Archaeopteryx lithographica. Rplica do exemplar de Londres, o primeiro exemplar completo, descoberto em 1861, no

    Jurssico de Solnhofen, Alemanha.

    Em 1860, em rochas do Jurssico superior da Alemanha, foi descoberto

    o fssil de uma pena. Um ano mais tarde descobriu-se um esqueleto completo

    de Archaeopteryx rodeado de evidentes impresses de penas. Archaeopteryx

    era uma ave, uma ave do tempo dos dinossurios!

    Para Charles Darwin e a sua teoria da evoluo por seleco natural, a

    descoberta de Archaeopteryx ocorreu no momento exacto. Um ano antes tinha

    sido publicada a sua obra A Origem das Espcies e este fssil, exibindo

    caracteres mistos, avianos e reptilianos, foi imediatamente reconhecido pelos

    defensores da teoria da evoluo como o elo perdido entre as aves e os seus

    antepassados.

    No incio do sc. XX, os cientistas inclinavam-se para um parentesco

    entre as aves e um grupo primitivo de rpteis trisicos que inclua Euparkeria e

    Ornithosuchus, os tecodontes. Por esta altura os tecodontes eram vistos

    como os ancestrais das aves, dos pterosurios e dos dinossurios. Ou seja,

    segundo esta viso, aves e dinossurios tinham apenas um parentesco

    afastado, partilhando um antepassado comum.

    Nos anos de 1970, o paleontlogo John Ostrom estudou fsseis do

    dinossurio carnvoro Deinonychus. Este dinossurio apresentava ossos do

    pulso e da cintura plvica muito semelhantes aos de Archaeopteryx. Os

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    dinossurios aproximavam-se das aves! Ostrom sugeriu, na altura, com base

    nas evidncias por ele descobertas, que as aves descendiam dos dinossurios.

    Mas Deinonychus no tinham penas e muitos mantiveram-se cpticos

    relativamente s ideias revolucionrias de Ostrom.

    Vista geral do segundo bloco temtico da exposio. Foto: CMS/MNHN

    3. A histria muda-se para a China Tema: As recentes descobertas de fsseis de dinossurios emplumados na China, em Liaoning. Histria das descobertas e enquadramento

    paleoambiental da jazida de Lianoning.

    Exemplares expostos: Fssil de r. Fsseis de peixes, de um lagarto e de larvas de insectos. Hyphalosaurus, pequeno rptil aqutico. Confuciusornis

    sanctus, ave. Cathyornis yandica, ave. Todos do Cretcico de Liaoning, China.

    Nos ltimos anos foram descobertos fsseis espantosos no nordeste da

    China, na provncia de Liaoning. Fsseis extremamente bem conservados, de

    idade cretcica inferior, Barremiano, com cerca de 124 Ma (milhes de anos),

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    ilustrando uma etapa da evoluo das aves e dos dinossurios nunca antes

    vista.

    Os fsseis de peixes, de anfbios e de rpteis de Liaoning apresentam

    estruturas delicadas to finamente conservadas que as jazidas da regio so

    denominadas pelos paleontlogos chineses como Solnhofen da China, numa

    clara aluso famosa jazida jurssica alem de onde provm os fsseis de

    Archaeopteryx.

    Em 1996, entre os inmeros fsseis de vertebrados normalmente

    descobertos em Liaoning, surgiram fsseis de algo totalmente novo: fsseis de

    vertebrados apresentando vestgios de penas. Fsseis de aves!

    Estes fsseis de Cathyornis e de Confuciusornis eram extraordinrios,

    mas havia ainda mais para descobrir. Fsseis de dinossurios emplumados.

    Fsseis que permitiriam resolver o enigma da origem das aves.

    4. Da penugem s penas Tema: O estudo dos fsseis de dinossurios emplumados e de aves de Liaoning e sua importncia para a compreenso da origem das penas, das

    asas e das aves.

    Exemplares expostos: Fssil do Fuzzy raptor o Plumo-raptor. Sinosauropteryx prima, dinossurio emplumado. Caudipteryx zoui, dinossurio

    emplumado. Vrios exemplares. Todos do Cretcico de Liaoning, China.

    No ano 2000 foi descoberto um fssil de um dinossurio emplumado

    alcunhado Fuzzy raptor, o Plumo-raptor. Antes da descoberta do Plumo-

    raptor j se pensava que Deinonychus e outros dinossurios afins, os

    dromeossurios, seriam os parentes mais prximos de Archaeopteryx.

    Contudo, a ausncia de penas em Deinonychus era um problema de monta.

    Sem penas, o fosso entre estes dinossurios e as aves parecia inultrapassvel.

    O Plumo-raptor o elo perdido que permite estabelecer a relao entre

    aves e dinossurios! A maior parte das caractersticas que aproximam o

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    Plumo-raptor de Archaeopteryx esto tambm presentes em Deinonychus. A

    diferena fundamental que o Plumo-raptor tem penas!

    O Plumo-raptor no quarto bloco temtico da exposio. Foto: CMS/MNHN

    Deinonychus, o Plumo-raptor e Archaeopteryx tm uma caracterstica

    ssea em comum, pulsos giratrios. Pulsos com uma estrutura articular

    especial que lhes permite mover a mo na horizontal, assim como para cima e

    para baixo. Os dinossurios com esta particularidade so includos num grupo

    denominado Maniraptora, os manirraptores. Alm disso, todos estes

    dinossurios bpedes apresentam membros anteriores muito longos, ao ponto

    de, em Archaeopteryx, serem do mesmo comprimento dos posteriores. O

    segredo da evoluo das aves no foram as penas... foram as asas!

    Sinosauropteryx e Caudipteryx so dois outros dinossurios

    emplumados representados na exposio. O fssil de Sinosauropteryx exposto

    apresenta a clssica posio de morte dos vertebrados de pescoo longo.

    Esta resulta da contraco, post mortem, dos ligamentos do pescoo, levando

    ao arqueamento dorsal da coluna, com a cabea repuxada para trs. A cauda

    tambm se encontra arqueada dorsalmente. No exemplar exibido, no intestino,

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    podem observar-se os restos, a mandbula, de um pequeno mamfero. Este era

    um dinossurio carnvoro.

    Caudipteryx tinha bico e o exemplar exposto apresenta gastrlitos no

    seu tracto digestivo. Isto indica que este dinossurio era herbvoro. Os seus

    longos membros posteriores e fortes patas sugerem, por sua vez, que poderia

    ter sido um corredor veloz, assim como ter escavado o solo em busca de

    razes. Caudipteryx apresentava uma longa cauda ssea que suportava um

    conjunto de penas caudais.

    Genealogia as aves no seio dos dinossurios terpodes

    Sinosauropteryx tinha o corpo coberto por penugem. Este foi, cr-se, o

    tipo mais primitivo de pena. Decorrem, actualmente, estudos que tm por

    objectivo estudar as protenas encontradas nestas estruturas. S quando estes

    estudos forem concludos se saber se a cobertura de penugem de

    Sinosauroptreryx constitui, realmente, o primeiro estdio na evoluo das

    penas.

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    Penugem para qu? Os dinossurios emplumados como

    Sinosauropteryx podem ter desenvolvido este novo tipo de cobertura corporal

    para isolamento trmico. Os juvenis de qualquer grupo, devido sua pequena

    dimenso, so extremamente vulnerveis a perdas de calor. A cobertura de

    penugem seria eficaz a aprisionar ar, formando uma camada isoladora, tal

    como a existente nos casacos de penas que utilizamos para nos mantermos

    quentes. Com base no estudo do padro de crescimento dos ossos dos juvenis

    de dinossurios os paleontlogos descobriram que estes se comportavam

    termicamente como animais de sangue quente. Nesta fase do crescimento, ter

    um revestimento isolador eficaz teria sido uma enorme vantagem.

    As aves actuais, para alm do isolamento, utilizam as penas para fins

    diversos: para se camuflarem ou se exibirem, para se mesclarem no bando ou

    para se destacarem. Actualmente, os machos so normalmente mais vistosos

    que as fmeas e usam as suas penas coloridas para atrair companheiras e

    para manter os rivais distncia.

    Caudipteryx e Protarchaeopteryx tinham penas similares s penas

    corporais, de cobertura, das aves actuais. Estas penas no so adequadas ao

    voo, sendo mais frequentemente usadas para exibio. Contudo, se estas

    estruturas eram perenes ou sazonais, se eram usadas em comportamentos de

    acasalamento complexos ou para camuflagem, isso o registo fssil osteolgico

    destes dinossurios no nos diz...

    5. O voo Tema: Os fsseis de dinossurios emplumados demonstram que as aves descendem dos dinossurios. Mas qual a origem do voo?

    Exemplares expostos: Confuciusornis sanctus, ave primitiva. Liaoxiornis delicatus, ave primitiva. Changchengornis hengdaoziensis, ave

    primitiva. Vrios exemplares. Todos do Cretcico de Liaoning, China.

    Os fsseis de Liaoning demonstram claramente que as aves descendem

    dos dinossurios. Do ponto de vista evolutivo, no seio dos dinossurios, as

    aves caracterizam-se por apresentarem trs novidades anatmicas

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    (sinapomorfias) principais em relao aos seus parentes mais prximos: 1) reduo do nmero de vrtebras caudais para menos de 26, o que implica

    caudas mais curtas que as dos seus antepassados; 2) dentes com carenas (arestas) anteriores e posteriores lisas, no-serrilhadas, e com coroas

    separadas da raiz por constrio caracterstica e 3) primeiro dedo do p com oponibilidade total, i.e., com a capacidade de fechar o dgito I contra os dgitos

    II, III e IV. Esta caracterstica fundamental para uma ave, pois permite-lhe

    poisar e agarrar-se a objectos de seco subcircular, tal como os ramos.

    Mas os fsseis s nos contam uma parte da histria de como os

    dinossurios predadores deram origem aos senhores alados dos cus da

    actualidade. Ser que as aves actuais nos podero fornecer as provas finais

    de como os dinossurios levantaram voo?

    Ao estudar o voo das aves, o paleontlogo John Ostrom descobriu que o

    bater de asas no um simples movimento para baixo e para cima. Durante o

    voo, a asa muda de forma e de direco, rodando medida que empurrada

    para baixo atravs do ar. Nesse movimento ele reconheceu a mesma aco

    giratria do pulso dos dinossurios manirraptores. Em suma, o bater das asas

    das aves actuais teve origem nos dinossurios!

    No se sabe ao certo como as aves se iniciaram no voo. Durante muitos

    anos duas teorias antagnicas dividiram as opinies da comunidade cientfica:

    a teoria de cima para baixo e a de baixo para cima.

    Segundo a teoria arbrea de cima para baixo, i.e., das rvores para o

    solo, a capacidade de voar foi desenvolvida por ancestrais arborcolas como

    um desenvolvimento da habilidade de planar das rvores para o solo. A teoria

    cursorial de baixo para cima, i.e., do solo para o cu, defende que ancestrais

    bpedes, corredores velozes habitando ao nvel do solo, se deslocariam

    rapidamente, de braos abertos por questes de equilbrio, criando assim o

    impulso necessrio para se elevarem nos ares.

    Recentemente, uma nova viso de como tudo se processou veio

    adicionar-se a estas duas, j clssicas. O paleontlogo Ken Dial observou uma

    extraordinria tctica de sobrevivncia em aves jovens: Quando ameaados,

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    os pintos destas aves iniciam uma corrida desenfreada, batendo as suas

    pequenas asas penugentas para ganhar impulso, subir obstculos, e afastar-se

    do perigo. Poderia um tal comportamento ter sido o ponto de partida para a

    capacidade de voar?

    Independentemente de qual tenha sido o comportamento percursor do

    voo -- planar, correr ou fugir do perigo -- no difcil imaginar que os longos

    braos plumosos evoluram gradualmente para asas. Asas como as de

    Archaeopteryx, a mais antiga ave presentemente conhecida. Os dinossurios

    tinham levantado voo!

    Os dinossurios emplumados chineses demonstram que as penas

    surgiram antes da capacidade de voar. Mas nenhum destes dinossurios at

    agora descobertos apresenta as tpicas penas assimtricas essenciais ao voo.

    Estas penas de voo so to emblemticas que bastou a descoberta de uma

    nica, em 1860, para fundamentar a descoberta de um fssil de uma ave,

    Archaeopteryx.

    Quando a desajeitada cauda ssea desapareceu, as aves primitivas

    como Liaoxiornis, Changchengornis ou Confuciusornis, a ave mais antiga

    conhecida dotada de bico crneo, adquiriram um aspecto muito similar ao das

    aves actuais. Mesmo no estado fssil, os seus esqueletos, apesar de ainda

    apresentarem mais costelas que as aves modernas e dedos individualizados

    dotados de garras, j no so confundidos com os de nenhum outro animal.

    Liaoning, h 124 Ma, era um local extraordinrio, onde existia uma

    invulgar fauna de animais emplumados abrangendo uma variedade

    excepcional de planos corporais. Lado a lado, coexistiam desde pequenos e

    velozes dinossurios emplumados at aves com total capacidade de voo. Em

    mais nenhum outro local do mundo encontramos um registo fssil que

    conserve uma associao to extraordinria de animais capazes de cantar alto

    e em bom som...

    As aves so dinossurios!

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    Penas, plumas e voo As penas so formaes epidrmicas, crneas, constitudas por clulas

    mortas, queratinizadas e impregnadas por sais minerais como o carbonato de

    clcio e o fosfato triclcico. As penas desenvolvem-se de estruturas

    epidrmicas, de folculos, de modo similar ao das escamas dos rpteis ou dos

    plos dos mamferos e podem ser consideradas escamas reptilianas muito

    modificadas. Na verdade, escamas verdadeiras, como as que se observam nos

    rpteis, persistem ainda nas patas da maioria das aves.

    A cobertura plumosa surgiu, muito provavelmente, como revestimento

    isolante, pea importante na termorregulao, como forma de controlar perdas

    de calor. Paralelamente, as penas primitivas podem ter sido teis para exibio

    e/ou camuflagem. A utilizao das penas no voo desenvolveu-se

    secundariamente.

    primeira vista, poderia crer-se que as aves apresentam o corpo total e

    regularmente coberto de penas. Na realidade, com excepo de algumas aves

    como os pinguins, as avestruzes e os tucanos, as penas revestem de modo

    descontnuo o corpo destes animais, crescendo apenas em zonas bem

    limitadas da sua superfcie corporal. As zonas com penas so designadas

    pterila, enquanto as desprovidas de penas so denominadas apterila.

    Os elementos bsicos, tpicos, de uma pena so: clamo ou cano,

    rquis, barbas, brbulas e barbicelas. O clamo o extremo proximal, oco e

    liso, da pena, dotado de dois orifcios (umblicos), um inferior e o outro superior.

    No prolongamento distal do clamo surge a rquis, eixo a partir do qual se

    desenvolvem, lateralmente, as barbas e suas ramificaes, as brbulas. O

    conjunto das barbas e das brbulas forma os vexilos, as regies aplanadas

    posicionadas de ambos os lados do eixo da pena. As barbas so lminas

    delgadas e estreitas; as brbulas desenvolvem-se de um e do outro lado de

    cada barba, segundo o plano da pena. As brbulas, consoante se posicionam

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    do lado basal ou final da pena, so denominadas proximais ou distais. Estas

    ltimas esto providas de barbicelas em forma de gancho que, quando

    entrelaadas com as barbas proximais, conferem ao vexilo a sua consistncia

    caracterstica. Na regio do umblico superior pode desenvolver-se um vexilo

    secundrio, denominado hipostilo.

    Disposio geral das regies pterilias e apterilias numa ave.

    As penas de voo, tal como as existentes nas asas, so assimtricas, isto

    , apresentam a faixa de barbas (o vexilo) interna, a favor da deslocao do ar,

    mais larga que a outra. As penas corporais de cobertura so simtricas, ou

    seja, os dois vexilos so de largura similar.

    Conforme o seu posicionamento e funo pode individualizar-se vrios

    tipos de penas: 1) Rmiges. Penas resistentes, implantadas nas asas, nos segmentos do brao e da mo, assimtricas, servindo para o voo; 2) Letrizes, coberteiras ou de cobertura. Penas que revestem a superfcie do brao e da

    mo e a base das rmiges. No servem para o voo; 3) Tetrizes. Penas de cobertura, proporcionando contorno aerodinmico; 4) Rectrizes. Penas

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    caudais, simtricas; 5) Plumas. Penas de vexilo curto, penugem situada por baixo das penas de cobertura, revestindo o corpo da ave; 6) Filoplumas. Penas simples, filamentosas, sem clamo individualizado, mas com rquis

    longa e fina, ocasionalmente com barbas terminais.

    Elementos estruturais bsicos de uma pena.

    Adaptado de BIODIDAC, acessvel em http://biodidac.bio.uottawa.ca/

    A colorao das penas obtida de duas formas: por pigmentos

    orgnicos como a melanina (castanho a preto) e carotenides (amarelo, laranja

    e vermelho) e pela estrutura da prpria pena (cristas, prismas, etc.) que origina

    efeitos de luz e reflexos. A reflexo total da luz origina plumagens de cor

    branca, enquanto a reflexo parcial produz tons brilhantes de azul e a maioria

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    dos verdes. Se se adicionar melanina obtm-se a cor verde-azeitona, e com

    carotenides ter-se- um verde-alface vivo.

    Com ou sem penas preservadas, a anatomia esqueltica de um animal

    deveria revelar se este seria capaz de voar ou no. Os indicadores-chave da

    capacidade de voar so: a) o osso caracide posicionado segundo um ngulo quase recto com a escpula, na cintura escapular (nos ombros); b) a frcula de dimenso igual ou maior que a de Archaeopteryx e c) o pulso tem a capacidade de se dobrar lateralmente, do modo que as aves o fazem.

    A fronteira entre os dinossurios no-avianos emplumados e as aves

    mesozicas no ainda clara. Alguns exemplares com penas so dinossurios

    no-avianos e outros j so aves. Tudo depende do facto de o animal em

    causa ter, ou no, um antepassado voador. Se sim, ento uma ave,

    independentemente de ter capacidade de voar ou no (as avestruzes, pe

    exemplo, no voam!); se no, ento um dinossurio no-aviano emplumado.

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 17

    Tempo Geolgico O Planeta Terra formou-se h muito tempo, h cerca de 4600 Ma. A

    escala temporal a que se d a maior parte dos fenmenos geolgicos, como

    por exemplo a movimentao dos continentes ou a formao de cadeias

    montanhosas, quando comparada com a escala pela qual se rege a nossa vida

    quotidiana, extremamente longa. Muitos processos geolgicos ocorrem ao

    longo de centenas de milhes de anos. Esta vasta dimenso temporal em que

    se desenrolam os fenmenos geolgicos denominada pelos geocientistas:

    Tempo Geolgico.

    As provas da antiguidade do nosso Planeta esto encerradas nas rochas

    que constituem a crosta terrestre e nos fsseis que elas contm. As rochas e

    as camadas rochosas no so todas iguais, nem pouco mais ou menos!, mas,

    tal como as diferentes pginas de um dirio, registam por ordem cronolgica os

    acontecimentos que moldaram a face geolgica e biolgica do Planeta. Por

    isso lhe chamam Registo Geolgico!

    O registo geolgico, contudo, tem lacunas. Alm disso, as suas pginas

    esto espalhadas por todo o mundo. Muitos elementos desse registo, em

    especial os mais antigos, perderam-se por eroso ou metamorfismo. Mas

    existem dados suficientes para reconstituir a maior parte da histria.

    Os gelogos, com base no estudo dos diferentes tipos de rochas

    (Petrologia), associado ao estudo das sequncias de camadas rochosas

    (Estratigrafia) e da evoluo da vida de acordo com os fsseis nelas includos

    (Paleontologia), usando mtodos relativos e radiomtricos, reconstituram a

    sequncia de acontecimentos que transformou a superfcie do Planeta e

    desenvolveram uma escala temporal geolgica, um calendrio do tempo da

    Terra: a escala geocronolgica. Segundo esta escala, o tempo geolgico

    dividido em unidades como os eones, as mais abrangentes, podendo durar

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 18

    muitas centenas de milhes de anos, as eras (as subdivises dos eones), os

    perodos (as subdivises das eras), etc.

    Com base no estudo dos fsseis e das sequncias rochosas obtm-se

    dataes relativas, i.e., posicionais, cronostratigrficas (e.g., Cretcico,

    Jurssico, Kimmeridgiano, Barremiano, etc.).

    A descoberta do decaimento natural do urnio no final do sec. XIX abriu

    caminho para a utilizao, no incio do sc. XX, dos istopos radioactivos na

    medio directa do tempo geolgico. Os mtodos radiomtricos, baseados na

    anlise dos istopos radioactivos contidos nos minerais constituintes de alguns

    tipos de rochas permitem obter dataes numricas, i.e., geocronolgicas, em

    milhes de anos. Ambos os mtodos de datao so essenciais e os seus

    resultados complementares.

    O Eon Fanerozico teve o seu incio h cerca de 543 Ma. O eon anterior

    denominado Proterozico (3960-543 Ma). O Fanerozico encontra-se

    subdividido em trs eras: Era Paleozica, Era Mesozica e Era Cenozica. O

    Mesozico, constitudo pelos Perodos Trisico, Jurssico e Cretcico, teve

    incio h, aproximadamente 248 Ma, no comeo do Trisico. Terminou h cerca

    de 65 Ma, no final do Cretcico.

    Os dinossurios surgiram no Trisico superior, h cerca de 230 Ma. Os

    mamferos surgiram pouco depois, tambm durante o Trisico superior, h

    aproximadamente 220 Ma. Os dinossurios no-avianos e os mamferos

    coexistiram durante 160 milhes de anos, do Trisico superior ao final do

    Cretcico.

    As primeiras aves conhecidas, Archaeopteryx, viveram no Jurssico

    superior, Kimmeridgiano, h cerca de 150 Ma. So aproximadamente da

    mesma idade dos fsseis de dinossurios encontrados em territrio portugus

    na regio da Lourinh e do Pombal.

    At ao momento, os nicos fsseis inequivocamente pertencentes a

    Archaeopteryx so os da jazida alem de Solnhofen. Contudo, so conhecidos

    dentes fossilizados oriundos do Kimmeridgiano inferior da mina de carvo da

    Guimarota (Leiria) que so atribudos ao grupo das aves Archaeopterygiformes

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 19

    (parentes de Archaeopteryx). Estes fsseis so ligeiramente mais antigos que

    os famosos exemplares alemes de Solnhofen, constituindo o registo mais

    antigo destas aves!

    Os fsseis de dinossurios emplumados e de aves primitivas de

    Liaoning so ligeiramente mais recentes, datando do Cretcico inferior, com

    cerca de 124 Ma.

    O famoso Tyranossaurus rex viveu bastante mais tarde, j prximo do

    final do reinado dos dinossurios, no Cretcico superior, h cerca de 73-65 Ma.

    Os dinossurios no-avianos extinguiram-se como resultado do evento de

    extino em massa que marcou o final do Cretcico e o fim do Mesozico,

    registado h cerca de 65 Ma.

    Geocronologia do Mesozico.

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 20

    Paleogeografia do Mesozico H cerca de 250 Ma (milhes de anos), no incio do Perodo Trisico, no

    comeo da Era Mesozica, os continentes encontravam-se agrupados num

    nico super-continente denominado pelos gelogos como Pangea. O oceano

    global que rodeava a Pangea era a Pantalassa.

    Paleogeografia do Trisico inferior.

    Adaptado de: The Paleomap Project, de C.R. Scotese acessvel em http://www.scotese.com/earth.htm

    Com o decorrer do tempo geolgico, movimentos tectnicos na crosta

    terrestre provocaram a fragmentao da Pangea e a separao e a

    movimentao dos continentes at s suas posies actuais. A este fenmeno

    de movimentao dos continentes d-se o nome de deriva continental. Antes

    do Trisico, durante os cerca de 300 milhes de anos do Paleozico, a

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 21

    disposio dos continentes sofreu inmeras modificaes, sendo, em geral,

    muito diferente da actual.

    medida que os continentes se separavam e se afastavam e a

    superfcie do globo se alterava, tambm o clima terrestre sofria modificaes.

    Formavam-se novas regies costeiras onde o clima era mais suave, devido

    influncia moderadora do oceano, enquanto nas zonas interiores o clima era

    mais agreste. Formavam-se novas cadeias de montanhas que funcionavam

    como barreiras naturais propagao da humidade. Um lado das montanhas,

    o lado do oceano, apresentando elevada pluviosidade, enquanto o lado oposto

    se mantinha muito mais seco.

    Os organismos dependem vitalmente dos ambientes onde vivem e,

    consequentemente, as comunidades biolgicas so profundamente afectadas

    pelas modificaes da morfologia dos continentes e pelas alteraes climticas

    da resultantes. Dependendo da velocidade e da intensidade das alteraes,

    assim como da plasticidade das populaes biolgicas de animais e de plantas

    para se adaptarem a elas, algumas espcies de animais e de plantas

    extinguem-se, desaparecendo para sempre, enquanto outras se modificam,

    evoluem, dando origem a espcies novas, mais bem adaptadas s

    condicionantes dos novos ambientes em mudana.

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 22

    O que um fssil? Como sabemos da existncia de dinossurios como o Tyrannosaurus

    rex? Como sabemos que existiram espcies de organismos que agora esto

    desaparecidas, que esto extintas? Atravs dos seus fsseis!

    E o que um fssil? Um fssil (substantivo masculino) um vestgio de

    um organismo do passado inserido num contexto geolgico. Ou seja, segundo

    a definio cannica, um vestgio, somtico ou de actividade orgnica, identificvel, de organismos pretritos conservado em contextos geolgicos.

    Um fssil um objecto geolgico, mas com uma origem biolgica, mais

    ou menos remota, identificvel, i.e., um fssil deve poder ser atribudo a um

    txone de cariz biolgico. Assim, para termos um fssil, tm de coexistir uma

    realidade biolgica (a informao sobre um organismo pretrito identificvel) e

    uma realidade geolgica (o molde, a mineralizao, etc., do resto ou do

    vestgio biolgico) num contexto geolgico (i.e., no registo geolgico).

    A maior parte dos fsseis so antigos, antiqussimos, com muitas

    dezenas ou centenas de milhes de anos de idade. Mas, ateno, h tambm

    fsseis muito recentes. To recentes que desafiam a nossa noo intuitiva de

    fssil. A definio de fssil, atente-se, no est dependente de uma qualquer

    fronteira temporal arbitrria, nem de uma qualquer modificao fsica ou

    mineralgica do vestgio orgnico, mas sim de uma alterao de contexto. Se

    um qualquer vestgio biolgico est inserido num contexto geolgico (e.g.,

    enterrado), ento um fssil.

    Por exemplo, neste preciso momento, em ambientes marinhos de

    pequena profundidade, ao longo de toda a costa portuguesa, esto a ser

    enterrados vestgios orgnicos (conchas, carapaas, etc.) por processos de

    geodinmica externa. Ou seja, esto a formar-se os fsseis que daqui a uma

    dezena de milhes de anos tero 10 Ma de idade. Presentemente, esses

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 23

    vestgios fossilizados so extremamente recentes, tm muito pouco tempo de

    idade, mas o facto de serem restos orgnicos enterrados num contexto

    geolgico torna-os, inequivocamente, fsseis. a conjugao de duas

    realidades distintas, a biolgica e a geolgica, que define o fssil.

    Um fssil, mais que um objecto, uma entrada de informao biolgica

    no registo geolgico. Uma pegada, por exemplo, mais no que uma marca no

    sedimento. Se se retirar a rocha em que est conservada, nada restar da

    pegada.

    So reconhecidos dois tipos bsicos de fsseis, de acordo com a sua

    gnese. Os somatofsseis so os fsseis de restos somticos integrantes de

    organismos. So os fsseis dos dentes, das carapaas, das conchas, das

    folhas, etc. Os icnofsseis so os fsseis de vestgios de actividade vital

    produzidos em vida pelos organismos, como resultado de uma qualquer

    actividade biolgica (deslocao, alimentao, reproduo, etc.). Quer um tipo,

    quer outro, inclui fsseis de pleno direito, pois encerram informao biolgica,

    somtica ou etolgica, num contexto geolgico.

    O que um fssil? Extrado de: Paleontologia no GeoFCUL acessvel em http://correio.fc.ul.pt/~cmsilva/Geofcul1.htm

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 24

    O que a Paleontologia? Os fsseis so, antes de mais, objectos geolgicos. Por isso,

    tradicionalmente, a Paleontologia estudada no mbito das Cincias

    Geolgicas, por exemplo, no Departamento de Geologia da FCUL. No entanto,

    os fsseis, para alm de informao geolgica, encerram tambm informao

    biolgica. este carcter ambivalente, biolgico/geolgico, que os torna

    especiais. Assim sendo, a Paleontologia no uma disciplina puramente

    geolgica, nem to pouco estritamente biolgica, antes constituindo cincia de

    charneira, de ligao entre o domnio das Cincias Geolgicas e o das

    Biolgicas.

    Paleontologia: entre as cincias geolgicas e as biolgicas.

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 25

    O paleontlogo, o especialista com formao superior em Paleontologia,

    deve ter uma formao dupla, geolgica e biolgica forte, pois tem de estudar

    vestgios de organismos pretritos (vertente biolgica) que chegam at ns por

    processos e em contextos geolgicos (vertente geolgica).

    Numa abordagem mais bsica, poderamos simplesmente dizer que a

    Paleontologia a cincia natural que estuda os fsseis, mas isso seria redutor.

    Ser mais correcto entender a Paleontologia como a cincia natural que estuda

    a Vida do passado da Terra e a cronologia do seu desenvolvimento ao longo

    do tempo geolgico, bem como os processos de integrao da informao

    biolgica no registo geolgico.

    O que a Paleontologia?

    Adaptado de: Paleontologia no GeoFCUL acessvel em http://correio.fc.ul.pt/~cmsilva/Geofcul1.htm

    A Paleontologia no se limita ao estudo da vida do passado geolgico.

    Se assim fosse, seria apenas Biologia do passado, i.e., abarcaria apenas a

    Paleobiologia (que inclui a Paleozoologia, a Paleobotnica, a Paleoecologia, etc.). A Paleontologia tem, tambm, componente geolgica, que contempla,

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 26

    nomeadamente, a formao dos fsseis (somato e icnofsseis) a partir dos

    restos orgnicos e dos vestgios de comportamento. Essa componente

    abordada no mbito da Tafonomia.

    Tafonomia: tipos de fsseis. Adaptado de: Paleontologia no GeoFCUL acessvel em http://correio.fc.ul.pt/~cmsilva/Geofcul1.htm

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 27

    Dinossurio ou dinossauro, eis a questo!*

    Ao contrrio do que sucede com as espcies, certas polmicas nunca se

    extinguem. A discusso dinossurio versus dinossauro, a nvel nacional,

    disso excelente exemplo.

    Do ponto de vista lingustico, esta uma questo de lana-caprina.

    Ambas as grafias, como consulta mais atenta dos dicionrios e das

    enciclopdias nacionais facilmente demonstraria, so lcitas, encontrando-se

    perfeitamente consagradas e consolidadas na literatura cientfica lusa quase

    desde a inveno do conceito de dinossurio.

    Posto isto, passemos rapidamente em revista os aspectos lingusticos

    bsicos da questo. Na composio do vocbulo dinossurio encontramos

    dois timos gregos: , adj., deins, que significa temvel e terrvel, mas

    tambm perigoso, funesto, extraordinrio, poderoso, etc., e , s.m.,

    sauros, surio, lagarto. Dinossurio significa, pois, terrvel lagarto. Contudo,

    ao contrrio do que a sua etimologia possa sugerir, a palavra dinossurio no

    de origem grega. Os antigos gregos, e toda a gente at meados do sc. XIX,

    desconheciam a existncia de dinossurios e, como tal, no tinham uma

    palavra para os nomear. A prpria palavra (deinsauros) no

    existia na lngua grega antes de o termo paleontolgico ter sido criado em

    meados do sec. XIX.

    O termo Dinosauria foi cunhado por Sir Richard Owen (n.1804 - f.1892),

    insigne mdico e paleontlogo britnico. Owen apresentou na British

    Association for the Advancement of Science, em 1841, uma comunicao

    sobre rpteis fsseis da Gr-Bretanha. Foi no texto impresso dessa

    comunicao, publicado em 1842, que surgiu pela primeira vez o vocbulo

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 28

    Dinosauria. O termo , portanto, um neologismo, concatenado, latinizado e

    formalizado por Owen em meados do sc. XIX. do termo Dinosauria, e no

    de uma pseudopalavra grega ancestral, que deriva o vocbulo portugus

    dinossurio.

    Quando surge o termo em portugus? difcil responder com exactido

    a esta pergunta. Todavia, cabe a Joo Bonana (1891) a primeira referncia

    conhecida a dinossurios em Portugal. Joo Bonana refere-se vrias vezes

    aos dinossurios e s suas pegadas e, relativamente s ocorrncias nacionais,

    diz que: Poucas regies haver no mundo, as quaes, pelas suas condies

    especiaes, apresentam um conjunto de elementos to rico e to variado para

    um estudo amplo e curioso da era mammiferaria, como a que demora na

    Luzitania entre o Cabo Mondego e o da Roca; []; os ammonitas, belemnitas,

    trigonias, unies e outros molluscos proprios da era abundam ahi; []; ahi se

    manifestam as pgadas de aves ou de dinosauros []. (pg. 380).

    No temos conhecimento de obras cientficas, ou de divulgao,

    anteriores a 1891 em que o termo dinossurio tenha sido empregue, mas

    provavelmente existiro.

    A primeira utilizao que conhecemos do vocbulo em manuais

    escolares nacionais remonta aos Elementos de Geologia de Gonalvez

    Guimares (1895), catedrtico de Geologia da Universidade de Coimbra, que,

    a pginas tantas, refere: [] aparecem em toda a era secundaria []

    numerosas espcies de reptis marinhos [], terrestres (Dinosaurios []) e

    voadores [] (pg. 224).

    Mais tarde, j no sc. XX, publicado relatrio da Descoberta de rastos

    de saurios gigantescos no Jurssico do Cabo Mondego de Jacinto Pedro

    GOMES (1915-16). Nele o naturalista do Servio Geolgico de Portugal relata a

    descoberta dos rastos e a sua identificao. Neste trabalho sobre a

    paleoicnologia dos dinossurios, Jacinto Pedro Gomes descreve os produtores

    das pegadas dizendo que: Os dinosaurios eram animais da classe dos reptis

    []. (pg. 10). Outro naturalista a referir-se a dinossurios foi Carlos Torre de

    Assuno (1942), director do Museu Mineralgico e Geolgico da Universidade

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 29

    de Lisboa. Na sua Introduo Geolgica, Torre de Assuno menciona que:

    [] os Dinosaurios eram animais de grande porte [].

    Em duas enciclopdias, a Luso-Brasileira de Cultura da Verbo e a

    Portuguesa-Brasileira (Editorial Enciclopdia, Lda.), dada preferncia grafia

    dinossurio. No recente Dicionrio da Lngua Portuguesa Contempornea, da

    Academia das Cincias de Lisboa, da Fundao Calouste Gulbenkian e da

    Verbo, publicado em 2001, apresentada, explicitamente, a dupla grafia

    Dinossauros e Dinossurios (pg. 1263).

    Mas ento por que razo existem duas grafias distintas? O termo

    dinossauro chegou ao portugus do mesmo modo que dinosaur (ou

    deinosaur) ao ingls e dinosaure ao francs, i.e., como modificao do

    vocbulo latinizado Dinosaurus (como no nome genrico Tyrannosaurus), ou

    ento como simples importao e adaptao do termo ingls ou do francs.

    Por seu turno o vocbulo dinossurio resulta da modificao de Dinosauria

    (nome igualmente latinizado de ordem de rpteis), tal como no ingls a palavra

    saurian (adj. e sub.) resulta da modificao de Sauria (outra ordem de rpteis).

    Do mesmo modo que no podemos explicar cabalmente o

    desaparecimento dos dinossurios no-avianos isolando-os do contexto mais

    amplo da extino em massa verificada no final do Cretcico (que atingiu,

    igualmente, muitssimos outros grupos de organismos terrestres e marinhos),

    tambm no podemos resolver o problema filolgico do seu nome separando-o

    do do nome dos restantes grupos zoolgicos e da histria da terminologia

    cientfica nacional. H que ver a floresta por trs das rvores, a questo

    fundamental aqui no de natureza lingustica, mas sim metodolgica.

    * Adaptado de: SILVA, C.M. DA (2001) - Dinossurio ou dinossauro, eis a questo! Al-Madan,

    Almada, II sr., 10 (Seco - Crnica de Paleontologia): 14-16.

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 30

    Drages e dinossurios

    O mito do drago, na China, muito antigo, mais antigo que o seu

    correspondente ocidental.

    O drago (lng, em mandarim) identificado com a prpria China.

    frequente os chineses referirem-se a eles prprios, orgulhosamente, como

    descendentes do drago. Como smbolo do Imperador e do Poder imperial

    chins, o drago atravessa toda a cultura chinesa e moldando-a at aos

    nossos dias.

    Drago chins. Cidade proibida, Pequim. Extrado de: Dragon, dragon, dragon, acessvel em http://www.alisontoon.com/oldserver/china/cndragon.html

    Alm disso, na China o drago no uma figura malfica. O drago, um

    dos doze signos do Zodaco chins, visto como a criatura mtica divina que

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 31

    trs a abundncia, a prosperidade e a boa sorte. O drago chins simboliza o

    poder e a valentia, o herosmo e a perseverana. Ele enrgico, decisivo,

    optimista, inteligente e ambicioso. Ao contrrio do que sucede com os drages

    ocidentais, a maior parte dos drages orientais bela, benvola e sbia. Em

    vez de temidos, so amados e venerados. So construdos templos em sua

    honra, uma vez que eles controlam a chuva, os rios, os lagos e os mares.

    O mito chins do drago baseia-se, muito provavelmente, na descoberta

    de restos fossilizados de grandes dinossurios. E se no estiveram na sua

    origem, os dinossurios, no mnimo, deram-lhe corpo! H escritos, datados do

    sc. III-IV, dinastia Jin do Ocidente, relatando a descoberta de ossos de

    drago enterrados na provncia chinesa de Schuan, regio rica de fsseis de

    dinossurios.

    Na China, a associao dos dinossurios aos drages de tal modo

    profunda, que o termo actual em chins mandarim para dinossurio, kong lng,

    significa, literalmente, terrvel drago.

    Drago em chins mandarim: kong lng, literalmente, terrvel drago. Ficha de jogo infantil chins.

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 32

    Evoluo e extino*

    Evoluo, em termos gerais, significa mudana. Deste modo, pode falar-

    se da evoluo da Terra, dos motores de automvel, das ideias sobre

    determinado tema, etc. A evoluo biolgica, ocasionalmente mencionada

    como evoluo orgnica, contudo, significa a modificao das caractersticas

    de populaes descendentes de organismos.

    No se sabe, ao certo, quantas espcies de organismos povoam a Terra

    actualmente. Muito menos quantas habitaram o Planeta desde o Proterozico!

    Algumas estimativas mais recentes apontam para a existncia de mais de 30

    milhes de espcies actuais. Destas, apenas alguns milhes foram at h data

    descobertos e cerca de 1,5 milhes descritas em detalhe.

    As teorias biolgicas da evoluo tm por objectivo fundamental

    compreender a diversidade de formas orgnicas que povoam o mundo em que

    vivemos e explicar a origem dessa diversidade e os processos naturais que a

    mantm.

    Ponto fulcral da teoria da evoluo darwinista que actualmente

    adoptamos a ideia de que novas espcies de organismos surgem como

    descendentes modificadas de espcies ancestrais. Daqui resulta que, em

    ltima anlise, todos os organismos que actualmente povoam o nosso Planeta

    partilham um antepassado comum, com milhares de milhes de anos de idade.

    Partindo de formas orgnicas elementares, pois no comeo tudo pouco

    elaborado, o processo evolutivo, a evoluo, deu origem a formas de vida

    extremamente complexas. Contudo, porque hoje em dia ainda existem muitos

    organismos com estruturao pouco complexa (na realidade, eles constituem a

    maioria da biomassa terrestre!), no lcito afirmar-se que a evoluo

    apenas um processo por meio do qual espcies de organismos mais

    complexos substituem espcies de organismos estruturados de modo mais

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 33

    simples. A evoluo no uma progresso de organismos simples para

    organismos mais complexos!

    Um aspecto fundamental para a evoluo a capacidade dos

    organismos de se reproduzirem, i.e., de assegurarem a continuao da vida

    por via da sua descendncia.

    Uma parte significativa dos organismos reproduz-se sexuadamente. Este

    mtodo de reproduo tem a particularidade de originar descendncia que no

    totalmente idntica aos progenitores. Deste modo gera-se descendncia

    modificada, o termo que Darwin empregou para definir a essncia do processo

    evolutivo.

    As bases da moderna teoria da evoluo foram lanadas por Darwin. No

    seu livro A Origem das Espcies por Meio de Seleco Natural, publicado em

    1859, Darwin exps quatro premissas bsicas da evoluo:

    1) So gerados mais indivduos do que os que sobrevivem. 2) Existe uma luta pela sobrevivncia, devido disparidade entre o nmero de indivduos gerados por reproduo e o nmero que consegue

    sobreviver e, chegando ao estado adulto, reproduzir-se.

    3) Os indivduos apresentam variao. No h dois indivduos exactamente iguais. Aqueles que apresentam caractersticas vantajosas, num

    determinado contexto, tm maior probabilidade de levarem a melhor nesta luta

    pela sobrevivncia (seleco natural).

    4) Uma vez que as variedades seleccionadas tero tendncia para gerar descendncia similar a elas prprias (segundo o princpio da hereditariedade),

    ento as caractersticas vantajosas tornar-se-o mais frequentes nas geraes

    subsequentes.

    Deste modo, as variedades seleccionadas aumentam a sua frequncia

    no seio das populaes biolgicas, paulatinamente alterando o seu carcter ao

    longo do tempo. Continuando o processo, a seleco natural favoreceria o

    acentuar do afastamento entre variedades. medida que as variedades

    divergentes suplantavam, em nmero, as formas intermdias, individualizavam-

    se como espcies distintas.

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    A importncia do modelo evolutivo de Darwin reside no facto de, pela

    primeira vez, se separar claramente a existncia de variao do sentido da

    mudana evolutiva. Modelos evolutivos anteriores, como o modelo lamarckista,

    partiam do princpio de que a variao biolgica resultava de uma qualquer

    necessidade vital sentida pelos organismos ou de alguma tendncia inata para

    a complexidade.

    Ao longo do processo evolutivo novas espcies surgem, enquanto outras

    desaparecem, i.e., ocorre continuamente especiao e extino. A extino

    ocorre porque a mortalidade superior ao nmero de indivduos gerados de

    uma dada espcie. As suas causas naturais, contudo, so complexas e ainda,

    em grande parte, incompreendidas.

    A extino natural (no a provocada por interveno humana!) um

    fenmeno to normal e fundamental como a especiao. A esmagadora

    maioria dos milhares de milhes de espcies que jamais povoaram o Planeta

    extinguiram-se. E as que actualmente o povoam, mais tarde ou mais cedo,

    tambm se extinguiro. A espcie humana tambm...

    * Adaptado de SKELTON, P. (Ed.) (1993) Evolution. A Biological and Palaeontological Approach.

    Addison-Wesley Publishibg Company in association with The Open University, London, 1064 pp.

    Charles Darwin, o autor da Origem das Espcies (1859) numa caricatura da poca. Extrado de: http://www.psy.plym.ac.uk/year3/psyc364evolutionary_psychobiology/psyc364module-outline.htm

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    Passatempos e actividades paleontolgicas 1. Aprende a escrever chins! A lngua chinesa utiliza mais de 60.000 caracteres. Os caracteres so

    constitudos por traos. Cada carcter tem uma ordem definida de traos.

    Podes aprender dois muito interessantes, relacionados com os dinossurios:

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 36

    J sabes escrever drago. Agora escreve terrvel, para aprenderes a

    palavra dinossurio em chins: kong long.

    Este carcter mais complicado, tem 10 traos. Os caracteres chineses

    mais complexos podem ter 52 traos!

    Agora que j sabes como se escreve... pratica! S com muita prtica

    conseguirs fixar os caracteres, para nunca mais os esquecer! Em chins

    tradicional, drago escreve-se:

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    2. Palavras cruzadas Puxa pela cabea e encontra as palavras cruzadas.

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    3. Descobre as diferenas Treina as tuas capacidades de observao, essenciais para descobrir e

    estudar fsseis, e descobre as seis diferenas em cada um destes pares de

    desenhos.

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    4. Isto para mim grego! Os nomes cientficos dos animais e das plantas baseiam-se, muito

    frequentemente, em palavras latinas e gregas. Os dos dinossurios, e de

    outros organismos extintos, tambm. Se souberes o que essas palavras

    significam conseguirs decifrar o significado dos seus nomes e ser mais fcil

    aprend-los. Usa o glossrio de termos latinos e gregos que dado a seguir.

    Por exemplo:

    Nome cientfico Origem Significado

    Megalosaurus megalo + saurus lagarto grande

    Compsognathus compso + gnathus

    mandbula elegante

    Caudipteryx caudi + pteryx cauda alada (com asa)

    Ora experimenta l tu!

    Nome cientfico Origem Significado

    Pterosaurus Ptero + saurus

    Pteranodon Ptero + an + don

    Sinornithosaurus

    Archaeopteryx

    Dromeosaurus

    Sinosauropteryx

    Deinonychus

    Allosaurus

    Tyrannosaurus

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    Radicais latinos e gregos mais frequentes nos nomes cientficos dos dinossurios

    Radical Origem Significado

    a, an, gr., privao, sem allo, alo gr., outro, diferente archaeo gr., antigo, velho astro, asteri gr., estrela caudi Cauda lat., cauda cephalo , gr., cabea ceratos, cera , gr., corno coelo, coelos gr. oco compso, compsos gr., alegante crypto gr., escondido dactyl, dachtylo gr., dedo deinos, dein, dino gr., terrvel, espantoso dromaeo, dromae gr., correr gnathus gr., mandbula hetero, gr., diferente, outro ichthyo, ictio gr., peixe iguana, iguano iguana, um tipo de lagarto lito, lithos gr., pedra manu, mani Manu lat., mo megalos, megalo gr., grande odon, donti gr., dente onychos gr., garra ops, opsi gr. face, cara ornis, ornitho gr., ave ori, oro, oros gr., montanha ovi Ovu lat., ovo palaeo, paleo a gr., antigo, velho pachy gr. espesso protos, proto gr., primeiro ptero, pteriga, pteryx , gr., asa raptor Raptore lat., ladro, raptor rhynch gr., focinho, bico sauro, saura gr., lagarto scans gr., subir sino Sina lat., China stego , gr., telhado, cobertura thero gr. animal feroz tri, tria gr., trs tyranno gr., tirano, senhor absoluto veloci, veloce, velox Veloce lat., veloz, rpido volan Volante lat., que voa

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    5. Dinossurios, ponto por ponto! Treina a tua ateno e as capacidades de observao, essenciais para

    descobrir e estudar fsseis, une os pontos por ordem numrica e descobre os

    dinossurios.

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    6. Escavao do T. rex. Encontrar um esqueleto fossilizado completo de um dinossurio com

    todos os ossos no stio correcto muito raro. Mais frequentemente, os

    paleontlogos tm de escavar uma rea grande para encontrar todos os ossos

    que por l esto espalhados e perceber qual a sua disposio no terreno.

    Podes fazer a tua prpria escavao, jogando com um colega. Faz uma

    quadrcula de 10x10, ou usa a que abaixo te dada, espalha l os ossos do

    T. rex (tal como abaixo explicado) e comea a escavar! Tu tentas escavar o

    T. rex que o teu colega desenhou e ele o teu. Tens de dar uma coordenada

    (por exemplo A7) para cada buraco e o teu colega diz-te o resultado: osso ou

    terra! Jogam alternadamente. Quem descobrir primeiro todos os ossos ganha!

    E agora, toca a escavar!

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    7. Organiza as tuas investigaes cientficas.

    Introduo: O mtodo cientfico O mtodo cientfico um processo organizado de investigar fenmenos

    naturais. A observao de fenmenos ou de ocorrncias naturais leva

    formulao de questes sobre o como e o porqu desses fenmenos.

    Seguidamente, desenvolvida uma hiptese para fornecer uma explicao

    plausvel, ou uma resposta, para as questes anteriormente suscitadas.

    Posteriormente, so concebidas experincias controladas para recolher dados

    que permitam testar (fundamentar ou rejeitar) as hipteses formuladas.

    O mtodo cientfico no aplicvel apenas s disciplinas onde

    possvel efectuar experincias controladas. extensvel, tambm, a cincias

    no-experimentais como a Anatomia, a Paleontologia, a Astronomia, a

    Geologia, etc. Isto porque as experincias controladas no so o nico mtodo

    de teste de hipteses. Uma hiptese pode igualmente ser testada deduzindo

    efeitos que dela decorram, que no tenham sido observados antes da sua

    formulao, e depois verificar se esses efeitos ocorrem realmente.

    No caso da Paleontologia as ocorrncias que suscitam as questes

    surgem sob a forma de fsseis e da sua relao com os contextos geolgicos

    em que se encontram. Do mesmo modo, os dados que permitem testar as

    hipteses paleontolgicas esto encerrados, em grande parte, no registo fssil.

    H duas condies fundamentais em todo o processo cientfico

    paleontolgico para que consigamos obter informao sobre a Vida do passado

    da Terra: 1) o organismo antigo deve fossilizar (muitos organismos do passado no ficaram conservados no registo fssil); 2) necessrio recuperar a informao biolgica encerrada nos fsseis que efectivamente se formaram e

    que sobreviveram at aos nossos dias.

    No temos qualquer influncia sobre o primeiro factor. Mas temos sobre

    o segundo! Isto implica que fundamental encontrar jazidas fossilferas e

    fsseis para que sejam estudadas. i.e., para que sejam geradas novas

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 44

    perguntas e encontradas novas respostas, e essencial que a sua recolha e o

    seu estudo sejam feitos por tcnicos especializados, treinados na recolha de

    informao biolgica do passado da Terra, os paleontlogos. Um fssil mal

    recolhido, um exemplar quebrado, um osso fossilizado fora do seu contexto

    geolgico, representa informao vital que se perde para sempre!

    Organiza a tua prpria investigao cientfica! A investigao cientfica segue um conjunto de linhas mestras numa

    sequncia definida. Podes seguir esta sequncia e estabelecer uma linha de

    investigao s tua:

    a) Observa um fenmeno ou uma ocorrncia natural que te suscite a

    curiosidade ou a necessidade de saber: Por que razo isto acontece?

    b) Motivado por essa questo pensa numa outra: Que acontecer seu

    eu fizer ?

    c) Para responder a esta pergunta ser necessrio desenvolver uma

    hiptese: Eu penso que se fizer isto , ento dever acontecer aquilo.

    d) Concebe e executa uma experincia para pr prova a tua hiptese.

    e) Observa os resultados da tua experincia, recolhe os dados da

    resultantes e interpreta-os.

    f) Retira concluses com base na interpretao dos dados obtidos e

    determina se a tua hiptese inicial estava correcta ou no.

    Ou

    g) Com base na tua hiptese, prev ocorrncias que ainda no tenhas

    observado: Se a minha hiptese estiver correcta, ento, se eu fizer isto ... ....

    ... ..., aquilo e aquilo tem de acontecer, tambm.

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 45

    Glossrio Adaptao, s.f., Adequao de um organismo (em geral, ou de aspectos de um organismo, em particular) ao meio onde vive, englobando todos as facetas da sua biologia: anatomia, comportamento, dieta, ciclo de vida, fisiologia, ecologia, etc. Coprlito, s.m., Gr. kpros, excremento + Gr. lthos, pedra. Excremento fossilizado. Os coprlitos so icnofsseis, vestgios fossilizados da actividade digestiva de organismos do passado. Evoluo, s.f., Evoluo biolgica. Modificao das espcies de organismos ao longo do tempo como resultado de adaptao ao meio em mudana onde vivem. Extino, s.f., O desaparecimento de uma espcie ou de um txone de categoria supra-especfica (gnero, famlia, ordem, etc.). Um txone considerado extinto quando todas as populaes constituintes desse txone desapareceram (extino global). O termo tambm se pode aplicar a uma nica populao, nesse caso fala-se de extino local. A extino (aquela que no no provocada pela interveno humana) um fenmeno natural, to comum como a especiao. Fssil, s.m., Todo e qualquer vestgio somtico ou de actividade orgnica identificvel de organismo do passado conservado em contextos geolgicos (ou no registo geolgico). Fssil vivo, Expresso informal, sem qualquer rigor cientfico, normalmente utilizada para definir espcies que, sobreviveram at actualidade, ao longo de dezenas de milhes de anos, alegadamente, com alteraes morfolgicas mnimas. Tambm utilizada, informalmente, para designar espcies que so, na actualidade, as ltimas representantes de grupos biolgicos que, no passado, j foram muito abundantes e diversificados. Exemplos de fsseis-vivos, de acordo com a segunda definio: Nautilus (moluscos cefalpode), Equisetum (planta, cavalinha), Latimeria (peixe do grupo dos celacantos), Ginkgo (rvore), etc. Gastrlito, s.m., do Gr. gastr, estmago + Gr. lthos, pedra. Calhaus rolados, de dimenses variveis, engolidos por alguns animais, em particular aves e dinossurios no-avianos herbvoros, para macerarem, triturarem,

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 46

    mecanicamente alimentos duros, sobretudo fibras e estruturas vegetais mais resistentes. Icnofssil, s.m., Fssil de um vestgio de actividade orgnica produzido, em vida, por um organismo do passado. So icnofsseis as pegadas fossilizadas de dinossurios, os fsseis de ovos, de tneis e de galerias escavados no sedimento, de marcas de dentadas e ainda os excrementos fossilizados, os coprlitos. Paleobiologia, s.f., Disciplina paleontolgica que estuda a Vida do passado do planeta Terra, em todas as suas vertentes. A Paleobiologia inclui a Paleozoologia, a Paleobotnica, a Paleoecologia, a Paleopalinologia, etc., etc. Paleontologia, s.f., Cincia natural que estuda a Vida do passado da Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geolgico, bem como os processos de integrao da informao biolgica no registo geolgico. Paleontlogo, s.m., Cientista, com formao superior em Geologia e Biologia, que estuda os fsseis. O paleontlogo, com base nos fsseis, investiga os organismos do passado. O paleontlogo tambm estuda o modo como os prprios fsseis se formam no interior das camadas geolgicas. Populao, s.f., Conjunto de indivduos de uma mesma espcie vivendo numa determinada rea geogrfica, num determinado perodo de tempo. Somatofssil, s.m., Fssil de uma parte somtica, corprea, de um organismo do passado. So somatofsseis os fsseis de dentes, de carapaas, de folhas, de troncos, etc. Tafonomia, s.f., Disciplina paleontolgica que estuda o modo de formao do fsseis e das jazidas fossilferas. Se encararmos os fsseis como objectos geolgicos portadores de informao biolgica identificvel, ento a Tafonomia a disciplina que estuda os processos de transmisso da informao biolgica da biosfera do passado para a litosfera do presente. O termo Tafonomia foi formalizado pelo paleontlogo e escritor de fico cientfica sovitico I.A. Efremov, em 1940. Txone (ou Taxon), s.m., Conjunto de organismos posicionado a um qualquer nvel da hierarquia lineana. Plural txones (ou taxa). Exemplos de txones. Mollusca, um txone de categoria filo; Carnvora, um txone de categoria ordem, Homo, um txone de categoria genrica, Homo sapiens, um txone de categoria especfica (i.e., uma espcie).

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 47

    Recursos paleontolgicos e geolgicos na Internet Tempo geolgico

    US Geologic Survey. Geologic Time. Edio on line http://pubs.usgs.gov/gip/geotime/

    The Geological Society of America. Geologic Time Scale http://www.geosociety.org/science/timescale/timescl.htm

    Web Geological Time Machine. Universidade da Califrnia http://www.ucmp.berkeley.edu/help/timeform.html Paleogeografia do Mesozico

    The Paleomap Project. C.R. Scotese http://www.scotese.com/earth.htm

    Palaeozoic Palaeogeography http://www.uni-muenster.de/GeoPalaeontologie/Palaeo/Palbot/seite15.html Paleo-humor e dinossurios (Porque, a brincar a brincar..., tambm se aprende!)

    Charles A Parker. Dinosaur Cartoons http://www.dinosaurcartoons.com/ Drages e dinossurios

    Crouching Tiger, Hidden Dinosaur? http://www.answersingenesis.org/creation/v23/i4/tigerdinosaur.asp

    Chinese dragons http://library.thinkquest.org/CR0215373/?tqskip1=1

    Dragon bones. When dinosaurs ruled China http://www.royalbcmuseum.bc.ca/visit-museum/dinosaurs/dino-trivia.html Paleontologia e fsseis em Portugal

    Pgina da Cadeira de Paleontologia do Departamento de Geologia da FCUL http://correio.fc.ul.pt/~cmsilva/Geofcul1.htm

    Pgina da actividade Fsseis ao Virara da Esquina http://correio.fc.ul.pt/~cmsilva/Paleourb.htm

    Iniciao Paleontologia e Histria da Terra http://fossil.uc.pt/index.htm Informao geral sobre Aves

    descoberta da vida. Classe Aves http://curlygirl.no.sapo.pt/aves.htm

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 48

    Evoluo e extino

    PBS. Evolution & Extinction http://www.pbs.org/wgbh/evolution/extinction/

    BBC. Mass Extinctions http://www.bbc.co.uk/education/darwin/exfiles/massintro.htm

    BBC. Evolution Web site http://www.bbc.co.uk/education/darwin/index.shtml

    University of California. Museum of Paleontology. The Evolution Wing http://www.ucmp.berkeley.edu/history/evolution.html

    National Geographic. Estaria Darwin errado? http://www.nationalgeographic.pt/revista/1104/feature5/default.asp Museus de histria natural

    Natural History Museum London http://internt.nhm.ac.uk/jdsml/

    Americam Museum of Natural History http://www.amnh.org/exhibitions/dinosalive/mammal.php?src=h_h

    Natural History Museum. Smithsonian Institution http://www.mnh.si.edu/

    Musum national d'Histoire naturelle http://www.mnhn.fr/

    Museum de lInstitut Royal des sciences naturelles de Belgique http://www.sciencesnaturelles.be/

    Carnegie Natural History Museum http://www.carnegiemnh.org/

    Paleontologia e fsseis

    Learning from the fssil record. University of Califrnia, Museum of Paleontology http://www.ucmp.berkeley.edu/fosrec/

    Natural History Museum London. Dino Directory http://internt.nhm.ac.uk/jdsml/dino/

    Natural History Museum London. Dinosaura data files http://www.nhm.ac.uk/education/online/dinosaur_data_files.html

    Museum of Paleontology. University of california http://www.ucmp.berkeley.edu/

    Museum of the Rockies. Paleontology http://museum.montana.edu/

    The Royal Tyrell Museum http://www.tyrrellmuseum.com/

    Paleontological Museum. University of Oslo http://www.toyen.uio.no/palmus/galleri/index_e.html

    Discovering fossils. The natural History Museum London http://www.discoveringfossils.co.uk/

    Ammonites. Herv Chtelier http://perso.wanadoo.fr/herve.chatelier/

    Fossil photos. Paleozoic.org http://www.paleozoic.org/gallery.htm

    PaleoBase. Invertebrate fossils database http://www.paleobase.com/

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 49

    Soluo dos passatempos 2. Palavras cruzadas (passatempo superior) Horizontais: 1 Professor; 2 Paleontlogo; 3 Aves; 4 Jurssico; 5 China; 6 Liaoning. Verticais: Pedra de superfcie plana Laje; Vestgio petrificado de ser vivo do passado fssil. (passatempo inferior) Horizontais: 1 Sedimentares; 2 Drago; 3 Pterodctilo; 4 Cretcico; 5 Dentes; 6 Extino; 7 Rochas; 8 Archaeopteryx. Verticais: O nosso Planeta Terra; Perodo geolgico em que surgiram os dinossurios Trisico; Material superficial, no consolidado(...) Solo; Lava muito spera e corecea Aa. 3. Descobre as diferenas (passatempo superior) Diferenas: Colar da dinossuria; narinas do dinossurio; folhas comidas pelo dinossurio; cauda do dinossurio; brao esquerdo da dinossuria; unhas da pata direita da dinossuria. (passatempo inferior) Diferenas: falta arbusto do lado esquerdo, sobre a cabea do rapaz; logtipo na camisola do rapaz; folhas na boca do brontossurio; Boca do estegossurio; falta uma placa dorsal a meio do dorso do estegossurio; falta uma abertura no crnio do esqueleto de dinossurio.

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    Lisboa, 2 de Fevereiro a 30 de Abril de 2005 Museu Nacional de Histria Natural 50

    Ficha tcnica Como citar este documento: Silva, C.M. da (2005) - Guia do/a Professor/a. Exposio Plumas em Dinossurios! Afinal nem todos se extinguiram. Museu Nacional de Histria Natural da Universidade de Lisboa, 50 pp. Acessvel em www.http://correio.fc.ul.pt/~cmsilva/Agprofes.pdf, consultado em [data da consulta]. Concepo e textos: Carlos Marques da Silva E-mail: [email protected] / Internet: http://correio.fc.ul.pt/~cmsilva/ Docente do

    Departamento de Geologia da Faculdade de Cincias de Lisboa Colaborador do

    Museu Nacional de Histria Natural da Universidade de Lisboa Ilustraes: A origem das ilustraes dada nas respectivas legendas. Data: 2 de Fevereiro de 2005

    CapaDino.pdfPgina 1