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Quando éramos reis

Edição 53/Setembro de 2004 29/08/2011

Quando éramos reis

Alcântara, no Maranhão: entre foguetes e imperadores

por Ronaldo Ribeiro Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL

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Felipe Goifman

Felipe Goifman

A imperatriz do Brasil (ao centro), as saias e o vassalo ocupam seus postos durante a Festa do Divino - teatro em que contracenam história do Brasil, liturgia cristã e ritosafricanos

Não se ouviu nenhum barulho anormal. Pelo contrário, a tragédia foi sucedida por um silêncio incômodo, um vazio, quase um suspiro. “Depois vimos a fumaça, que pensamosser de alguma queimada no campo. Então veio o movimento de militares na rua. Só soubemos ao certo do fato pela televisão”, recorda Zinha dos Santos Furtado, moradora deAlcântara, sobre a tarde do final de agosto do ano passado. Na mais importante base de lançamento de foguetes do hemisfério sul, na costa ocidental do Maranhão, incendiou-

se então a maior esperança do programa espacial brasileiro, um veículo lançador de satélites que consumiu oito anos de projeto e 73 milhões de reais – e, no acidente, ceifou avida de 21 engenheiros e técnicos, a nata da pesquisa espacial no país.

Nem assim Alcântara deixou de olhar para o céu – pois essa parece ser sua vocação, seja para observar satélites, seja para contemplar fogos de artifício nas noites defolganças ou venerar santos e deuses. Um dos mais antigos povoamentos do Nordeste, cuja fundação remonta a 1648, a cidade foi talhada com sangue africano, e preserva

população quase totalmente negra. E, feito o foguete que nunca subiu, Alcântara parou no tempo, ficou encantada. O passado é palpável, esconde-se aqui e ali (uma das ruas,sugestivamente batizada de Amargura, tem o calçamento todo coberto de mato e um sem-número de casarões abandonados) e às vezes aparece para brincar – como na

arcaica celebração do Divino Espírito Santo, o grande acontecimento da vida local, em fins de maio.

Eu procurava entender esse estranho convívio entre cultura popular e tecnologia, fantasia e pesquisa científica, quando desembarquei no porto do Jacaré no início da segundasemana do Divino. Havia sido uma viagem tranqüila, hora e meia de lancha, a despeito da má fama das águas da baía de São Marcos. No entanto, duas situações um tanto

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simbólicas logo de cara me deixaram intrigado. Por circunstâncias diversas, acabei me acomodando de costas para a cidade na charrete-táxi que me apanhou no cais. Sacolejeipor ladeiras íngremes e ruas de pedra e observei que o mastro com a bandeira do Divino já estava fincado na praça da matriz, mas sempre tendo de olhar apenas para a

retaguarda, como quem é apresentado a um lugar no qual só existe passado, ou aquilo que ficou para trás. Depois, quando cheguei enfim à pousada, descobri que meu quartona verdade era uma cabana em cima de um cajueiro, feito aquelas casinhas de Tarzan dos nossos sonhos de infância. Eu iria dormir durante uma semana no alto de uma colina e5 metros acima do chão. Algo mais perto do céu.

Encastelado na minha casa-árvore, eu avistava, logo abaixo, os mangues do igarapé do Puca, as águas escuras e turbulentas da baía de São Marcos e, 22 quilômetros além,

São Luís. Há uns 150 anos, imaginei, a vista não devia ser muito diferente – apenas o skyline da capital maranhense mudou um bocado. Alcântara era então a meca dosaristocratas rurais, plantadores de algodão, cana-de-açúcar e arroz cujos filhos iam à Europa estudar na Sorbonne e em Coimbra. Nas noites estreladas, vestindo saias de

balão e casacas de seda com madrepérola, organizavam bailes e saraus ou navegavam à capital para assistir a peças no teatro União. As duas cidades pulsavam, apesar dosestilos opostos. “Enquanto São Luís era agitação e ruído, com o comércio e o porto, Alcântara era a paz, o lazer, o ócio aristocrático, com as festas nos sobrados, as

carruagens luxuosas. Era a cidade do veraneio, das férias escolares, dos folguedos de junho e dezembro”, escreveu o contista Josué Montello, autor de Noite em Alcântara.

Alcântara não abdicou dos costumes festivos, mas o glamour e a riqueza culminaram no fim do século 19, entre outros fatores, por culpa da abolição da escravatura e das

transformações no mercado mundial de algodão. Em 1896, o município já estava reduzido a 4 mil míseras almas e a Matriz de São Matias fora fechada e abandonada, comoaliás está até hoje. Eu me aboleto sob a torre única de sua fachada de pedras. As paredes laterais, o átrio, o altar, todo o resto sumiu. Ainda assim, os escombros e o gramadoao redor centralizam a vida na cidade. “As ruínas são a nossa herança”, diz Margarida de Araújo, 70 anos, uma das caixeiras, senhoras que, batendo seus tambores pelas ruas,

anunciam as etapas diárias da Festa do Divino, como a ascensão aos céus e a entrega de oferendas ao Espírito Santo.

Além do alicerce católico e do sincretismo com influências africanas, os fundamentos do Divino em Alcântara estão numa história incerta, quase uma estória. Conta-se que, em

meados do século 19, a cidade mobilizou-se para uma hipotética visita do imperador D. Pedro II. Dois palácios foram construídos, honrarias foram preparadas. Mas, natentativa de ser anfitriões, as famílias dos barões de Mearin e de Pindaré escancararam uma velha rixa. Saiu até morte. Talvez por isso, o fidalgo lusitano jamais deu as caras. O

episódio acabou sintetizado na tradicional celebração de origem portuguesa do Dia de Pentecostes (em que o Espírito Santo desce sobre os apóstolos), 50 dias após a Páscoa,e cujo mote era o bodo, ou a distribuição de alimentos e esmolas para os mais pobres. Em Alcântara, é o Divino que resgata a ordem das coisas: um imperador (ou uma

imperatriz, como neste ano) é escolhido pelo povo e, durante vários dias, segue um roteiro de visitas às casas dos anfitriões – os chamados mordomos, que, acompanhados dascaixeiras e de pequenas bandas que tocam marchinhas, também visitam o nobre em sua casa, um sobrado onde ele fica “hospedado”.

A Casa do Divino, espécie de quartel-general do evento, vinha sendo um alegre contraponto à vizinhança urbana. Nos dias da festa, a cidade estava, de fato, ao deus-dará,

com escolas e hospitais fechados e funcionários públicos em greve após um escândalo de corrupção envolvendo o atual prefeito. Nenhuma novidade. Ainda assim, a belezasecular do patrimônio parece sempre maquiar um cenário que precisaria de bem pouco para ser melhorado – uma mão de tinta no casario, algumas latas de lixo nas ruas, um

uso mais inteligente dos espaços históricos. Os maiores infortúnios, na verdade, estão na área rural, onde vivem mais de 70% da população local. Desde 2002, um planoimplementado pela Agência Espacial Brasileira, com metodologia do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e uma rede de parceiros na sociedade

civil, vem tentando minimizar os índices de desenvolvimento baixíssimos nas 147 localidades do município. A idéia é investir em práticas agrícolas mais produtivas e sustentáveis,“partindo de tecnologias simples, que dêem resultado”, aponta a jornalista Marilda Mascarenhas, que coordena uma ONG envolvida no programa.

O campo é ainda a zona de convergência entre os dois mundos díspares de Alcântara. No início dos anos 1980, para a demarcação dos 52 mil hectares iniciais do Centro deLançamento de Alcântara (CLA), comunidades nativas, há décadas estabelecidas à beira-mar, foram levadas para agrovilas plantadas no interior, quilômetros além do hábitatpesqueiro. “A base gera empregos e benefícios, mas o sentimento médio é de desagrado. Cada família recebeu lotes fixos de terra onde antes havia um sistema coletivizado. E

a distância do mar asfixiou a cultura dos nativos”, analisa o americano Sean Mitchell, 32 anos, recém-chegado que estuda o caso para um doutorado em antropologia pelaUniversidade de Chicago. Com um acordo firmado há pouco entre o Brasil e a Ucrânia, o centro vai ampliar sua área – e desalojar mais gente. A próxima comunidade a ser

realocada é a de Mamuna, hoje o primeiro sinal de povoação a oeste da baía de São Marcos.

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