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Colocando o problema A filosofia é um pensamento conceitual. A filosofia da história O filme, os agentes do destino discute uma questão muito antiga : somos senhores de nossa vida ou somos controlados por forças que estão além de nosso entendimento? Há um destino traçado previamente para cada um, ou somos nós que fazemos nossa vida? A tragédia de Édipo mostra que o destino, tal como concebido pelos gregos do período clássico é implacável. Não importa o que façamos para nos desviar ou fugir dele, o destino sempre nos alcança. A mitologia não é uma religião sistemática e institucionalizada, mas uma espécie de religiosidade aberta e mutante. Sofreu transformações ao longo do tempo, de acordo com novas influencias culturais. Chegou a incorporar ideias contraditórias entre si ou versões muito diferentes da mesma história. Características do mito e sua atualidade O mito é uma forma de explicação da realidade que utiliza narrativas imaginarias, em geral transmitidas oralmente. Recorre a forças sobrenaturais para explicar fenômenos naturais. Com o mito, as pessoas podem não apenas compreender os fenômenos, mas também intervir neles, ou mesmo controla-los. Mesmo conhecendo mitos e lendas antigos, seja dos gregos, seja de outros povos, ainda continuamos a criar nossos mitos, a inventar narrativas mitológicas. É inegável, no entanto, que, embora o mito persista, hoje ele não possui o apelo que possuía na antiguidade e que se mantém em algumas sociedades cuja cultura é oral. A convivência entre mito e filosofia O pensamento filosófico desenvolveu-se em uma forma de conhecimento que se diferencia da mitologia. Se o mito era uma narrativa fictícia, uma história imaginada para explicar o

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Colocando o problema

A filosofia é um pensamento conceitual.

A filosofia da história

O filme, os agentes do destino discute uma questão muito antiga : somos senhores de nossa vida ou somos controlados por forças que estão além de nosso entendimento? Há um destino traçado previamente para cada um, ou somos nós que fazemos nossa vida?

A tragédia de Édipo mostra que o destino, tal como concebido pelos gregos do período clássico é implacável. Não importa o que façamos para nos desviar ou fugir dele, o destino sempre nos alcança.

A mitologia não é uma religião sistemática e institucionalizada, mas uma espécie de religiosidade aberta e mutante. Sofreu transformações ao longo do tempo, de acordo com novas influencias culturais. Chegou a incorporar ideias contraditórias entre si ou versões muito diferentes da mesma história.

Características do mito e sua atualidade

O mito é uma forma de explicação da realidade que utiliza narrativas imaginarias, em geral transmitidas oralmente. Recorre a forças sobrenaturais para explicar fenômenos naturais. Com o mito, as pessoas podem não apenas compreender os fenômenos, mas também intervir neles, ou mesmo controla-los.

Mesmo conhecendo mitos e lendas antigos, seja dos gregos, seja de outros povos, ainda continuamos a criar nossos mitos, a inventar narrativas mitológicas. É inegável, no entanto, que, embora o mito persista, hoje ele não possui o apelo que possuía na antiguidade e que se mantém em algumas sociedades cuja cultura é oral.

A convivência entre mito e filosofia

O pensamento filosófico desenvolveu-se em uma forma de conhecimento que se diferencia da mitologia. Se o mito era uma narrativa fictícia, uma história imaginada para explicar o mundo, a filosofia pretendia ser um pensamento não fantasiosos, baseado no raciocínio, no exame consciente das coisas, buscando uma explicação racional, e não sobrenatural.

Em outros momentos, a mitologia foi combatida como pura mistificação. Hoje em dia ocorre algo semelhante. Filosofia e mito convivem, ás vezes conflituosamente.

Filosofia e Religião

A Religião é um conjunto de crenças, em geral amparadas em um texto, compreendidas com uma revelação de Deus aos seres humanos. Por serem verdades reveladas por Deus, elas não podem ser contestadas.

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Outra característica importante da religião é a existência de ritos que orientam a relação dos seres humanos com divindades. O funcionamento do grupo religioso, contam com uma rede organizada de pessoas que ocupam diversos postos, dos mais simples aos mais elevados, isto é, formam uma hierarquia.

Assim como o mito, a religião é uma forma de pensamento, um modo de explicar a natureza, os fatos cotidianos e o sentido da vida humana. As religiões são encontradas em todas as culturas humanas desde a antiguidade.

Líderes religiosos, influenciados por interesses políticos e econômicos, acabam por manipular a fé de seus seguidores para seguir objetivos alheios á religião. Quando o sentimento religioso e mobilizado por interesses políticos e econômicos, o confronto entre grupos religiosos costuma ser muito violento. Um exemplo mais atual é o conflito entre muçulmanos e judeus no Oriente Médio, ou mesmo as reações de populações islâmicas contra algumas atitudes ocidentais, consideradas desrespeitosas a sua religião.

O pensamento religioso e filosófico

O pensamento religioso apresenta-se como uma sabedoria, um conhecimento pronto e definitivo que algumas pessoas tem outras não, mas que qualquer um pode aprender, desde que aceite os dogmas.

Os primeiros filósofos foram justamente aqueles que não aceitaram os dogmas religiosos e as explicações míticas, e começaram a buscar outras explicações. Os filosóficos procuraram construir explicações racionais, que não tivessem prontas nem fossem definitivas, que fizessem sentido e que pudesse convencer pela logica, e não pela aceitação incondicional do dogma.

Certos filósofos fazem duras criticas aquilo que chamam de mistificações da religião; alguns religiosos criticam o ateísmo de certos filosóficos. E há também aqueles que são filósofos e teólogos ao mesmo tempo, Agostinho e Santo Tomás, dois pensadores medievais, são exemplo disso

Filosofia e senso comum

Os ditados populares são uma sabedoria oral transmitida de geração em geração. De algum modo, ela evidencia um tipo de conhecimento que todos nós experimentamos e que se convencionou chamar de senso comum, na medida em que é partilhado por todos ou ao menos por um grande número de pessoas.

Das coisas que observamos e vivemos cotidianamente, tiramos conclusões e elaboramos explicações.

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O sendo comum como ponto de partida

Antonio Gramsci foi um dos filósofos que mais se preocuparam das relações da filosofia com o senso comum. Por vezes ele fala de senso comum com uma conotação positiva, pois evidencia que todos os seres humanos pensam e produzem conhecimentos, Gramsci afirma que o senso comum é um bom ponto de partida, mas que não podemos nos contentar com ele. Esse tipo de conhecimento pode nos ser útil em determinados momentos da vida, mas em certas situações precisamos de um conhecimento formal mais sistematizado, mais organizado, como somente a filosofia ou a ciência podem construir.

Se ficarmos presos a certos sabres do senso comum, não avançamos para um pensamento mais elaborado, que pode nos descortinar todo outro mundo.

A filosofia, necessariamente, parte do conhecimento das pessoas já tem. Não pode ignorar esse conhecimento.

Filosofia, arte e ciência:

As potencias do pensamento

De acordo com oque estudamos até aqui, a mitologia, a religião e o senso comum são formados de pensamento que produzem conhecimentos que nos ajudam a viver e pensar, sempre segundo certos parâmetros já estabelecidos.

Há, no entanto, outras formas de pensar que os filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari denominam de potencias do pensamento, elas expressam inquietação e insatisfação. São tipos de conhecimentos que buscam a renovação, que nos fazem pensar e nos instigam a curiosidade para além do que já sabemos.

O pensamento criativo

Com a arte e a ciência, dada suas perspectivas sempre abertas e criativas, a filosofia conserva relações positivas, muitas vezes de interdependência.

Fazer arte não é fazer filosofia nem ciência; do mesmo modo pensa filosoficamente não se confunde nem com o fazer artístico nem com o teorizar cientifico. Em suas atividades criativas, constantemente a filosofia precisa dialogar com a arte e com a ciência para produzir seus conceitos. Da mesma forma, a ciência tem necessidade de dialogo com a arte e a filosofia para produzir sua teorias. E a arte também necessita de componentes da filosofia e da ciência na criação de suas obras.