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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA CROWDFUNDING: O FINANCIAMENTO COLETIVO COMO TENDÊNCIA NO MUNDO DIGITAL Por: Amanda Lourenço Pereira da Costa Orientador Prof. Nelsom de Magalhães Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CROWDFUNDING: O FINANCIAMENTO COLETIVO COMO

TENDÊNCIA NO MUNDO DIGITAL

Por: Amanda Lourenço Pereira da Costa

Orientador

Prof. Nelsom de Magalhães

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CROWDFUNDING: O FINANCIAMENTO COLETIVO COMO

TENDÊNCIA NO MUNDO DIGITAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Transmídia – Gestão de

Mídias Digitais.

Por: Amanda Lourenço Pereira da Costa.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Paulo e Gloria, e a

minha irmã, Andressa, pelo incentivo

de sempre! A todos os meus amigos

pela ausência e paciência nos períodos

de estresse durante o processo de

pesquisa e elaboração do trabalho.

Agradeço também aos professores da

AVM Faculdade Integrada pela

generosidade na troca de

conhecimento realizada no decorrer do

curso e ao orientador Nelsom de

Magalhães pelo auxílio.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais e a minha irmã, que

sempre apoiam minhas escolhas e

me incentivam nas minhas decisões.

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RESUMO

Este trabalho analisa o desenvolvimento do Crowdfunding, ou

“Financiamento Coletivo”, e mostra a força do segmento como mais uma

ferramenta proveniente do mundo digital. O estudo apresenta um breve

histórico que mapeia a transformação do cenário da comunicação online, no

decorrer das ultimas décadas, e aponta a diversidade de categorias de

projetos que podem ser postos em prática a partir de ações colaborativas no

ambiente digital, potencializado pelos compartilhamentos em redes sociais.

Educação, cultura e arte, tecnologia, saúde, filantropia, empreendedorismo,

entre outros. O universo de opções é vasto. A evolução tecnológica, grande

responsável pelo desenvolvimento desse mercado, é abordada como aliada no

processo de replicação das campanhas de crowdfunding na internet. As

palavras de ordem para que esse ramo de negócio siga avançando e conquiste

mais espaço, principalmente no Brasil, são: engajamento, transparência,

comprometimento e generosidade coletiva.

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METODOLOGIA

Para realizar esse trabalho, foi feita uma pesquisa bibliográfica em livros

das áreas de comunicação, marketing e mídias digitais, artigos científicos, sites

de plataformas de financiamento coletivo, relatórios mundiais sobre o

crowdfunding, vídeos de congressos, palestras e entrevistas de profissionais

do setor, além de matérias jornalísticas relacionadas ao tema.

Com o intuito de nortear o leitor, um breve histórico delineia a trajetória

da evolução da sociedade de rede e justifica a rápida transformação do cenário

da comunicação online, desde o início da difusão da internet até a presente

dominação das redes sociais.

O objetivo do estudo é apresentar o crowdfunding como alternativa para

viabilizar a realização de projetos que são ideias importantes para o

desenvolvimento da sociedade, mas não tem capital para serem postos em

prática. Sendo assim, o financiamento coletivo é apresentado como uma

ferramenta de transformação social.

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LISTA DE SIGLAS E EXPRESSÕES ESTRANGEIRAS

CEO Chief Executive Officer (Diretor Executivo)

Crowdfunding Financiamento das Multidões

Crowdsourcing Terceirização das Multidões

ELA Esclerose Lateral Amiotrófica

ESPM Escola Superior de Propaganda e Marketing

HP Hewlett-Packard (empresa de tecnologia)

Intel Intel Corporation (empresa e tecnologia)

JEC Juizado Especial Criminal do Rio

Prosumers Profissional + Consumidores = Consumidores que

participam e colaboram com a melhoria dos serviços das

empresas

Startups Pequenas empresas em fase inicial

TJ-RJ Tribunal de Justiça do Estado do Rio

TV Televisão

Views Visualizações

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - Panorama do Mundo Digital 12

CAPÍTULO II - O Crowdfunding e Suas Vantagens 23

CAPÍTULO III – O Crowdfunding em Cases 33

CONCLUSÃO 40

ANEXOS 42

BIBLIOGRAFIA 47

WEBGRAFIA 48

ÍNDICE 52

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INTRODUÇÃO

O cenário do Mundo Digital vem galgando novos horizontes a cada dia.

Autores internacionalmente consagrados do universo comunicacional e novos

nomes que apontam como empreendedores publicam em suas obras o

panorama do mercado no decorrer nos últimos anos. A relevância da

Comunicação Online para a sociedade contemporânea se faz presente em

cada ponto analisado neste estudo.

O trabalho, estruturado em três capítulos, reúne a análise de obras

como: A Sociedade em Rede – A Era da Informação, de Manuel Castells,

Publicidade e Vendas na Internet: Técnicas e Estratégias, de José Benedito

Pinho, Os 8 Ps do Marketing Digital, de Conrado Adolpho Vaz, Dinheiro Da

Multidão – Oportunidades X Burocracia no Crowdfunding Nacional, de Vinicius

Maximiliano Carneiro, entre outras, além de vários artigos relacionados ao

universo da Comunicação Digital.

No Capítulo 1, uma breve análise histórica mapeia o desenvolvimento

da sociedade em rede e destaca a importância da evolução tecnológica para o

panorama do mundo digital atual. O estudo cita a análise de Manuel Castells

para comprovar que as transformações no ambiente empresarial começaram a

se concretizar a partir da reestruturação econômica dos anos 80, onde as

organizações tiveram que se render às mudanças trazidas pela difusão da

tecnologia da informação.

Autores como José Benedito Pinho, Fábio Schmidt, Artur Pedro Ribeiro,

entre outros, relatam como a internet foi capaz de modificar a forma de

comunicação nas relações interpessoais através da interatividade online.

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Conrado Adolpho Vaz destaca que o desenvolvimento da era digital

intensificou a necessidade do imediatismo da resposta e frisa, ainda que o

mercado vem sendo moldado pelas tecnologias. Gil Giardelli aponta que o

principal foco do mercado está nos valores e ressalta que o triunfo da

transparência, hoje, é a alma do negócio.

Ainda no capítulo 1, ocorre a imersão no Universo do Crowdfunding. O

termo é um neologismo criado por um blogueiro em 2006 e deslancha como

um fenômeno que tem como propósito o financiamento de um projeto, de uma

ideia ou de uma empresa através da mobilização de um grupo de indivíduos

usando as redes sociais como principal ferramenta de divulgação das

campanhas, sem o intermédio de bancos ou qualquer tipo de instituição

financeira.

A partir de artigos publicados por autores internacionais do mundo

corporativo como Jeff Howe, Shelley Kuipers, Frank Kleemann, por exemplo, o

estudo retrata a importância da inteligência coletiva e ratifica a força das

multidões online internacionalmente, abordando também outros neologismos

cunhados para se referir a essas multidões como: Crowdsourcing e Prosumers.

Também nesta fase, o estudo analisa a difusão do crowdfunding

exemplificando algumas ações de financiamento coletivo que aconteceram

antes mesmo de o termo ser criado. A propagação do fenômeno no Brasil

também começa a ser retratada nesta etapa.

O Capítulo 2 investiga as vantagens das ações de crowdfunding para o

desenvolvimento da sociedade moderna. O autor Vinícius Maximiliano Carneiro

relata que, embora mercado seja bastante recente, pode ser considerado um

nicho para que as “grandes sacadas de mercado (incluindo modelos de

negócios revolucionários)” tenham seu espaço de desenvolvimento.

Neste capítulo, o executivo Gil Giardelli ressalta a grande vantagem do

crowdfunding: através da mobilização coletiva, consumidores na internet

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podem custear desde pequenos até grandes shows ou filmes sem precisar

esperar que uma empresa ou organização faça isso.

O Capítulo 2 também apresenta algumas plataformas de Crowdfunding

no Brasil e seus idealizadores explicam como funciona este universo de

colaboração online.

O Capítulo 3 ilustra o Crowdfunding através de cases de diferentes

categorias: educação, saúde, música, tecnologia, games, justiça social. São

exemplos de projetos que foram para as plataformas de financiamento coletivo

através do engajamento do proponente e se tornaram caso de sucesso após a

inteligência coletiva ‘vestir a camisa’ por querer participar dessas ideias.

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CAPÍTULO I

Panorama do Mundo Digital

O atual panorama do mundo digital está repleto de cenários

contrastantes. De um lado, a luta pela atenção da audiência, por se destacar

frente a inúmeras opções semelhantes na rede, se prova real a cada tentativa

de as marcas serem notadas pelos seus públicos. De outro, a aparente

facilidade em fazer com que esses públicos sejam aliados na hora de divulgar

produtos, serviços e conceitos, espontaneamente, diante das ferramentas

oferecidas por meio da comunicação digital, é evidente.

Com a constante e crescente evolução das tecnologias, tudo indica que,

em um curto espaço de tempo, é o mundo digital que vai dominar o mercado.

Pensando nisso e acompanhando essa tendência, algumas marcas vêm se

adaptando ao modelo integrado de comunicação, tentando levar seus clientes

das telas, da TV e do cinema, e do papel, para computadores, tablets e

smartphones. Publicidades interativas em filmes, novelas e séries já oferecem

conteúdo diferenciado para o cliente, levando-o para os sites e as mídias

sociais.

Para Manuel Castells (1999, p. 210), as transformações no ambiente

empresarial começaram a se concretizarem a partir da reestruturação

econômica dos anos 80, onde as organizações tiveram que se render às

mudanças trazidas pela difusão da tecnologia da informação em busca de um

objetivo principal: saber lidar com as mudanças e incertezas causadas pelo

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ritmo veloz das transformações nos ambientes econômico, institucional e

tecnológico das empresas.

Segundo o autor (CASTELLS, 1999, p. 231), a utilização dos meios

digitais foi um passo importante para as organizações e possibilitou, a partir da

década de 90, a integração das empresas através da internet, intranet e

extranet com a implantação da banda larga e das redes de comunicação

rápida, dando início ao processo de interatividade dentro e fora das empresas

com os diferentes públicos.

No ano 2000, José Benedito Pinho (2000, p. 107) classifica a

interatividade como a principal vantagem da internet. O autor destaca a

importância do veículo para a publicidade, pois, além de considerar a facilidade

em atingir enormes mercados, nacionais e internacionais, é eficaz na

segmentação de públicos específicos instantaneamente.

Para Fábio Schmidt (2011, p. 282), a chegada da comunicação digital

trouxe para as empresas um grande desafio, uma vez que ampliou a troca de

informações e a complexidade das relações entre as organizações e seus

públicos, promovendo convivência e relacionamentos virtuais em consequência

de os indivíduos estarem constantemente conectados.

Segundo Artur Pedro Ribeiro, em artigo publicado em 2006 no site

Mundo do Marketing, as novas formas de contato da atualidade fazem com

que a sociedade vivencie a velocidade da comunicação nas relações

interpessoais, sob a influência da tecnologia da informação, no que tange ao

poder da disponibilidade da informação, em tempo real. Tal experiência se dá

em diferentes formas e veículos de comunicação que já foram incorporados ao

dia-a-dia da maioria das pessoas, inclusive no mundo corporativo.

Na opinião de Conrado Adolpho Vaz (2011, p.75), “a economia digital

intensificou algo que começou timidamente há muito tempo – a necessidade

do imediatismo da resposta”. O autor destaca que, com o mercado sendo

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moldado pelas tecnologias, transforma o comportamento do ser humano e,

consequentemente, surgem novas oportunidades.

De acordo com Gil Giardelli, CEO da Agência de Propaganda Gaia

Creative e professor da ESPM, durante o Congresso E-commerce Brasil

Experiência do Cliente, em 2013, o principal foco do mercado está nos valores,

enquanto até os anos 90 era o produto e até os anos 2000 era o cliente. O

autor ressalta que o triunfo da transparência, hoje, é a alma do negócio.

O executivo frisa que o mundo digital é um aliado das organizações, já

que viabiliza a relação aproximativa no ambiente corporativo, possibilitando

que as ideias dos funcionários de base cheguem ao conhecimento dos líderes

das empresas, que passam a agir tendo a inteligência coletiva como

ferramenta, o que ele denomina como ‘sabedoria das multidões’.

Diante da análise dos conceitos traçados no decorrer das últimas

décadas por diversos autores, quais são as regras para sobressair e se tornar

imponente no mundo digital? Não há fórmula para se destacar nesse meio,

mas criatividade e credibilidade são essenciais. Nessa perspectiva, um

horizonte de ideias empreendedoras toma forma e ganha adeptos e aliados dia

após dia, virando tendência como negócio no mundo digital: o universo do

Crowdfunding.

1.1 O Universo do Crowdfunding

Em termos simples, o crowdfunding é um fenômeno que tem como

propósito o financiamento de um projeto ou de uma empresa por um grupo de

indivíduos, sem o intermédio de bancos ou qualquer tipo de instituição

financeira. A variação de projetos é infinita: filantrópicos, pessoais, culturais,

inovações tecnológicas. O que vale é tirar a ideia do papel, organizá-la e

colocar na rede para angariar parceiros virtuais para torná-la real através da

divulgação e compartilhamento pelas redes sociais.

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De acordo com Corrêa e Felitti (2014, p.2):

Crowdfunding é um neologismo cunhado em 2006 pelo blogueiro Michael Sullivan na tentativa de explicar um novo projeto seu que lidava com vídeos produzidos para internet. Ao apresentar o projeto chamado de ‘fundavlog’, Sullivan juntou as palavras em inglês ‘crowd’ (multidão) e ‘funding’ (financiamento).

1.1.1 – Crowdfunding x Crowdsourcing

Embora o foco desse trabalho seja a análise do Crowdfunding, é

preciso passar pelo conceito de alguns autores sobre o Crowdsourcing para

entender esses neologismos utilizados, alguma vezes, mesmo que

erroneamente, como sinônimos.

Em 2006, o editor da Wired Magazine, Jeff Howe, escreveu um artigo

sobre uma a ‘terceirização especializada’ de serviços, denominada, por ele,

como crowdsourcing: uma fusão das palavras ‘crowd’ (multidão) e outsourcing

(terceirização). No texto, ele cita alguns exemplos de empresas que trabalham

com esse sistema e economizam financeiramente com isso e ganham

produtivamente envolvendo, pessoas no processo e recrutando a força da

inteligência coletiva.

Segundo o jornalista (Howe, 2006, p.3), o crowdsourcing é um

excelente negócio tanto para as empresas quanto para a “multidão” que

disponibiliza seus serviços de acordo com os seus conhecimentos. Através da

divulgação do problema na rede, as pessoas podem pesquisar, analisar a

questão e se propor a resolver sugerindo o seu valor para o trabalho proposto.

Como a concorrência é bastante grande, há a possibilidade de barganhar pelo

menor preço da prestação de serviço.

Esse novo sistema resgatou um termo criado por Alvin Toffler na

década de 80: o Prosumer, neologismo criado a partir das expressões, em

inglês, ‘profissional’ ou ’produtor’ e ‘consumidor’, que correspondem aos

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consumidores que se envolvem com o produto ou uma marca e querem

participar contribuir com a criação, melhoria ou desenvolvimento de tal produto

ou marca (Kuipers, 2012).

Para Shelley Kuipers (2012), o crowdsourcing é a maneira mais eficaz

de identificar os prosumers, trazê-los para a marca e deixá-los participar,

contribuir e crescer em conjunto poder estabelecer, até mesmo, uma parceria

duradoura e gratificante para ambas as partes. A autora acrescenta que esse

público pode contribuir de três formas: através da opinião sobre o conteúdo

apresentado, de conversas com grupo de consumidores, ou com ideias e co-

criação.

O termo prosumers cabe perfeitamente para ser empregado no mundo

digital atual. De acordo com Tapscott e Williams (2007, p.58):

Os integrantes da Geração Net não se contentam em serem consumidores passivos e satisfazem cada vez mais o seu desejo de livre escolha, conveniência, personalização e controle projetando, produzindo e distribuindo os próprios produtos. [...] A oportunidade de trazer os integrantes da Geração Net (e outros clientes) para dentro da empresa como co-criadores de valor talvez seja o mais empolgante e duradouro dínamo de mudança e inovação que o mundo empresarial já viu. Mas os processos de inovação terão de ser fundamentalmente reconfigurados se as empresas quiserem aproveitar essa oportunidade.

Segundo Kleemann et al. (2008, p.6), a opção de as empresas fazerem

uso da multidão foi iniciada, principalmente, por razões de redução de custos e

da oferta de mão de obra especializada e barata que foi disponibilizada na

rede. Tal processo foi possível devido às mudanças consideráveis resultantes

da nova sociedade industrial:

Os consumidores deixaram de ser meramente compradores passivos de bens e serviços fornecidos pelas empresas para se tornar, cada vez mais, parte integrante do corpo produtivo dessas empresas. [...] Os consumidores tornaram-se colegas de trabalho, que participam do processo de produção e criação, estreitando laços com as empresas.

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“Na economia da colaboração, a verdadeira vantagem do suprimento

global não é a economia de custos, mas as possibilidades infinitas de

crescimento, inovação e diversidade” (TAPSCOTT; WILLIAMS, 2007, p. 66).

Para os autores, o poder intelectual por trás da nova geração de produtos e

serviços será o principal triunfo dessa nova forma de coparticipação dos

‘prosumers’.

Os participantes em projetos de crowdsourcing o fazem por motivações

tanto intrínsecas ou extrínsecas Kleemann et al (2008; p.21):

A motivação intrínseca refere-se ao prazer ou diversão de, simplesmente, fazer a tarefa. Já a motivação extrínseca pede uma recompensa externa, como dinheiro e bens, benefícios de carreira, a aprendizagem, o reconhecimento ou mesmo insatisfação com os produtos ou serviços das empresas.

Os autores (TAPSCOTT; WILLIAMS, 2007, p. 125) enumeram

empresas de tecnologia como HP, Intel e Google, por exemplo, que contam

com parceiros de desenvolvimento colaborativo e financiam redes de

laboratórios de pesquisa em universidades para evoluir no mercado em áreas

de importância estratégica.

Frente às considerações de alguns autores sobre Crowdsourcing, é

possível diferenciá-lo da denominação de Crowdfunding, tema que será o foco

a seguir.

1.2 A Difusão do Crowdfunding

O Crowdfunding, assim como o Crowdsourcing, é um fenômeno que

ganha força devido às inúmeras vantagens trazidas pelas tecnologias digitais

de informação e comunicação na sociedade contemporânea. Através da

atmosfera criada pela rede, impulsionada pelas vibrações da era da

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generosidade coletiva, ele surge como uma ferramenta de alavancagem

econômica em tempos de crise.

Durante o Congresso E-commerce Brasil Experiência do Cliente, em

2013, o CEO da Agência Gaia Creative e professor da ESPM, Gil Giardelli, fez

a seguinte consideração: “se você precisa de um emprego, invente-o, esse não

tiver dinheiro, divulgue suas ideias e busque parcerias” e é isso que o mundo

vem fazendo.

1.2.1 – O Crowdfunding no Mundo

A prática do Crowdfunding existe antes mesmo de o termo ser criado.

Um dos casos classificado como tal, é a Estátua da Liberdade, em Nova York

(CORRÊA; FELITTI, 2014, p.7):

Em 1881, a França resolveu dar um presente aos Estados Unidos [...] O escultor Frédéric Bartholdi começou a esculpir uma gigante estátua de aço e cobre representando Libertas, a deusa romana da liberdade. Quando a Estátua da Liberdade estava pronta, quatro anos depois, atravessou o oceano Atlântico para ser recebida sem qualquer entusiasmo pelos norte-americanos. Faltava uma base na qual a estátua deveria se apoiar e o governo não manifestou interesse em custeá-la. Sem a base, o presente foi deixado por um ano armazenado. Ao atentar para a situação, o publisher Joseph Pulitzer promoveu uma campanha no seu jornal, The World, pedindo que o povo doasse dinheiro para a base1. No final de 1885, mais de 120 mil pessoas doaram um total de cem mil dólares, suficiente para construir uma base de concreto e granito.

Segundo o autor Vinícius Maximiliano (2014, p.12), o marco inicial do

moderno crowdfunding moderno, com uso ainda primário das redes sociais, foi

no final da década de 90, com a banda de rock inglesa Marillion. Para montar

1 Anexo 1 に Disponível no site http://www.nps.gov/stli/historyculture/pulitzer-in-depth.htm

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uma turnê pelos EUA, os artistas arrecadaram 60 mil dólares em doações

efetuadas por fãs norte-americanos, viabilizando a realização dos shows.

[...] cunha-se o termo “crowdfund” (que em tradução livre chamaríamos de “fomento da multidão”). Nascia aí o tripé “capacidade X possibilidades X interesse” que torna o financiamento coletivo uma das maiores máquinas de agregação financeira e de resultados práticos já criada na história moderna sem intervenção estatal.

A partir daí, com o avanço tecnológico e a popularização da internet, o

crowdfunding vem evoluindo em passos largos e se destacando na sociedade

moderna. O objetivo do fenômeno, hoje, é arrecadar fundos para projetos

variados, inscritos em sites específicos (há vários destinados para esse fim

pelo mundo), através de redes sociais como Blogs, Facebook, Twitter,

Instagram, LinkedIn, ou qualquer outro que auxilie na visibilidade da causa

proposta.

Na Europa, a SellaBand2, na Alemanha, foi a pioneira em crowdfunding

e, até hoje, arrecada subsídios para iniciativas musicais. Desde o seu

lançamento, em agosto de 2006, a empresa já coordenou gravações de mais

de 80 artistas e banda independentes financiadas por seus fãs. De acordo com

dados da empresa, mais de quatro milhões dólares foram investidos nesses

projetos.

Outro exemplo da força do crowdfunding no mundo foi a campanha

presidencial de Barack Obama, nos EUA, em 2008. O então candidato criou

uma rede de doações para sua campanha e angariou milhões de dólares com

o slogan “Yes, we can”.

De acordo com Carlos Merigo, em artigo publicado no site B9, em 2008,

o número de seguidores nas redes sociais fez a diferença, o que comprova o

poder do online para influenciar a multidão:

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[...] Se fala em 120 mil seguidores no Twitter, um grupo no Facebook com 2,3 milhões de membros e 11 milhões de views em um vídeo no YouTube, os números parecem baixos se comparados ao alcance de uma mídia de massa, mas formam uma comunidade de pessoas que fazem diferença, que são altamente multiplicadoras e influenciadoras.

Até hoje, o site com resultados mais expressivo em arrecadações com

crowdfunding é o KickStarter3. Fundado em 2009, abriga projetos variados:

filmes, jogos, música, arte, design e tecnologia. Desde o lançamento, quase

dois bilhões de dólares foram arrecadados para financiar 90 mil projetos

criativos.

Conforme dados divulgados no ‘Crowdfunding Industry Report 2015’4, o

setor apresentou um crescimento global de 167% em 2014, levantando 16,2

bilhões dólares, frente aos 6,1 bilhões arrecadados em 2013. Segundo o

estudo, o forte crescimento deveu-se, em parte, à ascensão da Ásia como

mercado no crowdfunding, com um registro de aumento em 320% em relação

ao ano anterior, o que a coloca à frente da Europa como a segunda maior

região em volume de negócios em crowdfunding. A América do Norte continua

na liderança do mundo, com crescimento de 145%. Para 2015, a indústria

espera atingir mais que o dobro novamente, chegando à marca de

aproximadamente 34,4 bilhões de dólares.

1.2.2 – O Crowdfunding No Brasil

No Brasil, o crowdfunding ainda está engatinhando e enfrenta alguns

obstáculos para se aproximar das proporções que o fenômeno tem

mundialmente. Sob o ponto de vista de Vinícius Maximiliano, o

desenvolvimento do cenário em que o crowdfunding nacional se encontra,

2 Dados disponíveis no site www.sellaband.com 3 Dados disponíveis em: https://www.kickstarter.com 4 Anexo 2 に Estudo anual sobre o desenvolvimento do crowdfunding no mundo に Disponível em: http://www.crowdsourcing.org/editorial/global-crowdfunding-market-to-reach-344b-in-2015-predicts-massolutions-2015cf-industry-report/45376

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começou a tomar forma com o advento dos sites de “compras coletivas”

(MAXIMILIANO, 2014, p.12):

[...] Através deles e graças a eles, os empreendedores puderam observar o potencial de movimentação financeira dos grupos sociais de mesmo interesse e a facilidade que os meios de pagamento eletrônico proporcionaram para que pudessem desenhar um modelo de negócio, agora um pouco mais avançado e direcionado, para o financiamento coletivo [...] A ideia de que determinada oferta em um restaurante só poderia ser “ativada” após um número mínimo de pessoas aderirem àquela oferta, é a base atual da massiva maioria dos sites de financiamento coletivo de projetos.

O autor aponta que ainda existe uma resistência cultural às inovações

tecnológicas, as regras no processo de colaboração para financiamento

coletivo não são claras e ainda há riscos na esfera fiscal, tributária e de direitos

do consumidor, ou seja, o Brasil ainda tem bastante a desenvolver para

crescer neste universo.

O site pioneiro no Brasil foi o Vakinha, criado em janeiro de 2009 pelos

empresários Luiz Felipe Gheller e Fabrício Milesi. Na ocasião, as divulgações

dos projetos inscritos online eram feitas por e-mail, Orkut, Blog, MSN ou

qualquer outra ferramenta de relacionamento. Em entrevista à Revista Época

Negócios5, os idealizadores do projeto contaram que a ideia havia surgido em

2006, quando Gheller casou, mudou-se para a Espanha e pensou, ao invés de

fazer lista de presentes, em pedir ajuda aos amigos para cobrir os custos da

viagem, o que foi um sucesso e virou um negócio.

A partir daí, outras plataformas de crowdfunding surgiram no país como:

Catarse, Queremos, Benfeitoria, ComeçAki, Kickante, Mobilize, Juntos Com

Você, entre outras. Os projetos inscritos se enquadram em diversas categorias:

5 Dados Disponíveis em: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI82279-16354,00-SITE+ARRECADA+DINHEIRO+PARA+VAQUINHAS+ONLINE.html

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artística, tecnológica, produção de CDs, filmes e livros, de cunho social,

beneficentes, ou qualquer outra boa ideia que o proponente apresentar.

Atualmente, a maior comunidade de financiamento coletivo do Brasil é

o Catarse. Fundada em janeiro de 2011, o site surgiu com o objetivo de dar

vida a bons projetos que estavam engavetados por falta de recursos. De

acordo com a equipe, a intenção é mostrar que é possível, com a união das

pessoas, abrir novas vias para realizar projetos. “dos mais simples aos mais

requintados, dos mais lúcidos aos mais extravagantes, dos pequenos aos

megalomaníacos” 6.

Há projetos de todos os tipos, para gostos diversificados e que cabem

do bolso de quem tem interesse em comprar uma ideia. De acordo com o

empresário Eduardo Nicz, sócio da ComeçAki, em Curitiba, em artigo

publicado na Gazeta do Povo (NICZ, 2014):

Somos capazes de começar uma mudança para apoiar causas justas e sérias. Podemos unir pessoas em torno do bem e apoiar ideias capazes de alterar realidades. Diante disso, sugiro que, da próxima vez que o leitor se deparar com uma causa de crowdfunding, reserve um tempo para analisar a confiabilidade do portal e a possibilidade de ajudar também. Se a moda pega, amanhã é o seu sonho que pode ser realizado graças ao apoio da coletividade!

6 Dados disponíveis em: https://www.catarse.me/pt/press

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CAPÍTULO 2

O Crowdfunding e suas Vantagens

Diante da crescente evolução do Crowdfunding no mundo, chegou a

hora de os brasileiros perceberem quais são as verdadeiras vantagens deste

sistema de financiamento coletivo.

De acordo com a equipe do Catarse7, esta nova ferramenta surgiu para

ocupar uma lacuna nos sistemas tradicionais de financiamentos da produção

criativa no país:

“A demanda reprimida por falta de opções encontrou menos burocracia e riscos, mais agilidade e independência do patrocinador e um potencial de financiamento que dependia muito mais dos próprios esforços do idealizador do que da benevolência daqueles que detinham os recursos.”

Para Vinícius Maximiliano Carneiro (2014, p. 11), este mercado ainda é

bastante recente, mas é um nicho de mercado para que as “grandes sacadas

de mercado (incluindo modelos de negócios revolucionários)” tenham seu

espaço de desenvolvimento.

Sob a visão do executivo Gil Giardelli (2012, p. 28), a grande vantagem

do crowdfunding é que, através da mobilização coletiva, consumidores na

internet podem custear desde pequenos até grandes shows ou filmes sem

precisar esperar que uma empresa ou organização faça isso.

7 Dados divulgados em: https://www.catarse.me/

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Outro benefício evidente é a divulgação gratuita de projetos por

intermédio de ciclos de amizade, ou de interesse comum, que fazem o

compartilhamento espontaneamente pelas mídias sociais. Dependendo da

disposição com a qual o projeto é divulgado e do engajamento do proponente,

a disseminação da ideia pode ganhar bastante força e se transformar em uma

campanha publicitária online, com resultados excelentes em um curto espaço

de tempo.

2.1 – Como funciona o Crowdfunding?

O Crowdfunding funciona da seguinte forma: um proponente de projeto

inscreve a ideia inicial em uma das plataformas, de sua própria escolha, com

riqueza de detalhes. A equipe do site analisa a proposta, verifica se ela é

viável, se há expectativa de o resultado ser positivo para a campanha e a lança

na rede.

Em entrevista ao programa Olhar Digital, Diego Reeberg, sócio-fundador

do Catarse explica (2013):

Nosso principal critério é entender a proposta e se é um projeto criativo, que traz algum valor novo para a sociedade ou para algum grupo de pessoas, e tenta entender se existe alguma rede disposta a colaborar com a iniciativa.

Reeberg (2013) acrescenta que o fenômeno do crowdfunding pode

funcionar para resolver questões importantes da sociedade, mas que não tem

maneiras de serem financiadas ou patrocinadas. “Desta forma (através do

crowdfunding), o projeto depende apenas das pessoas para sair do papel, sem

necessidade de passar por governo ou patrocínio de alguma empresa”,

finaliza.

Para se tornar um colaborador de algum projeto é bastante simples,

basta escolher uma ideia e, a partir de dez reais de contribuição, se tornar

coparticipante para que ela seja posta em prática. Não há limite máximo de

doação enquanto a campanha online estiver em andamento.

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A jornalista Jodi Helmer, no artigo ‘Oito formas para popularizar sua

campanha de crowdfunding’ publicado na Entrepreneur Media, em 2014,

destaca que se basear apenas na divulgação dos projetos nas redes sociais

não é o suficiente para alcançar os objetivos desejados. Ela acrescenta que é

preciso construir um plano bem estruturado e com ideias motivadoras, com

atualizações frequentes das mídias sociais, vídeos de incentivo, veiculação de

notícias e pesquisas relacionadas à causa, entre alternativas que façam os

investidores serem seduzidos pela proposta.

Há diferentes categorias que normalmente os projetos de crowdfunding

se enquadram. Vinícius Maximiliano explica como a maioria das plataformas de

financiamento coletivo funciona (CARNEIRO, 2014, p. 16):

Com relação à criação, divulgação e arrecadação do projeto, os sites em geral criterizam o conteúdo enviado pelos potenciais arrecadadores e, após essa análise (que pode variar bastante, dependendo do segmento e do formato do site e da campanha), o material produzido vai para o ar e começa a ser divulgado em todos os canais possíveis de mídias sociais existentes. Ao final da campanha, se ela for bem sucedida, o site transfere o total dos valores arrecadados ao idealizador, descontando-se um percentual relativo aos serviços prestados pela intermediação dos canais de divulgação. Caso a campanha não seja “ativada”, ela é encerrada no site e os valores doados ao projeto retornam aos seus financiadores, em geral na forma de crédito para outros projetos dentro do próprio site ou reembolsando diretamente em dinheiro.

O autor destaca as cinco categorias mais comuns do mercado de

atuação do crowdfunding (CARNEIRO, 2014, p. 17):

Financiamento filantrópico ou projetos sociais

Consiste basicamente na divulgação do projeto para um nicho de

pessoas com características muito próprias, com a finalidade de viabilizá-lo.

São exemplos dessa categoria: turnê artística, musical, ação humanitária para

regiões afetadas por desastres naturais ou mesmo socorro emergencial a

determinadas instituições ou pessoas carentes. Eventos educacionais e

congressos também utilizam esse formato.

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Financiamento de produtos e serviços

Nessa categoria, desenvolvedores e empresas podem testar a

receptividade de novos produtos ou serviços antes mesmo de serem lançá-los

no mercado, através de protótipos disponibilizados nas plataformas de

crowdfunding para avaliar a aceitação da ideia no mercado.

Financiamento para abertura de startups

Categoria em que entram os empreendedores do ramo empresarial, ao

fundar empresas inovadoras, as chamadas startups. Carneiro (2014, p. 19)

destaca que, no Brasil, especialmente, essa categoria “sofre impactos

negativos diante do sistema legal, comercial e burocrático [...] que entravam os

financiamentos coletivos país”.

Esse formato possibilita o desenho de novos modelos de negócios que

prezem pela qualidade da empresa, no segmento de mercado e na forma de

distribuição dos resultados. Como recompensa para a colaboração com esse

tipo de projeto, tem-se como contrapartida as equivalências de participação

nos negócios. Sendo assim, há cláusulas contratuais que merecem atenção

dos investidores.

Financiamento de empréstimos

Esse segmento destina-se ao financiamento coletivo de empréstimos

diretos a pessoas ou empresas para que quitem suas dívidas, alinhem seu

fluxo de caixa ou façam novos investimentos no negócio, sem a intermediação

bancária ou dos agentes tradicionais. Porém, no Brasil (CARNEIRO, 2014, P.

20):

É um setor muito pouco explorado pela prematuridade dos instrumentos de análise de crédito (ainda esparsos e deficitários em relação a outros países), bem como pelos entraves legais e burocráticos para esse tipo de operação interna de empréstimos. Os juros praticados no Brasil, igualmente, são outro limitador para esse tipo de financiamento.

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Financiamento em investimento imobiliário

Sob a análise de Vinícius Maximiliano, essa categoria, que é classificada

dentro do financiamento de produtos e serviços, possui alguns traços

peculiares e únicos, que justificam destaque (2014, p. 21):

Tem-se iniciado no Brasil de forma tímida, novamente em razão dos entraves burocráticos e legais. Porém, especialmente nos EUA, tem sido uma das expressões mais fortes de reaquecimento da economia norte americana, especialmente após o presidente de lá promulgar uma legislação especifica que trata e regulamenta o tema. [...] Trata-se do financiamento dos antigos “clubes de investimento”, onde pessoas que queriam adquirir participações ou aquisições de maior vulto reuniam-se com seus pares e “cotizavam” um capital em dinheiro para determinada finalidade.

Como o crowdfunding ainda é um mercado novo, a possibilidade de

outros segmentos irem aparecendo ao longo dos anos é grande, só depende

da criatividade dos proponentes de projetos empreendedores. O empresário,

Gil Giardelli, durante palestra ministrada na Social Media Week, em 2012,

destaca que o compartilhamento passa a ser a alma do negócio quando se

tem uma boa ideia para disponibilizar na rede e conquistar parcerias rumo ao

sucesso.

2.2 – Tendências do Crowdfunding

Com o intuito de analisar e entender o cenário de crowdfunding no

Brasil, o Catarse, maior comunidade de financiamento coletivo do Brasil

atualmente, e a Chorus, empresa de pesquisa com foco em projetos ligados a

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cultura e sociedade, realizaram a pesquisa ‘Retrato Do Financiamento Coletivo

No Brasil 2013/2014’8.

O objetivo do estudo é mapear as áreas de atuação das plataformas,

identificar possíveis realizadores e apoiadores e conquistar multidões para

desenvolver o sistema de financiamento coletivo brasileiro.

A primeira constatação da pesquisa foi que a maioria dos apoiadores e

participantes dos sistemas de financiamento coletivo encontra-se na região

Sudeste9. A meta é seguir avançando para as demais regiões

proporcionalmente ao contingente populacional de cada uma delas.

Em relação ao perfil desses apoiadores e participantes das causas em

crowdfunding, o estudo indica que os jovens entre 25 e 30 anos, com

graduação e pós-graduação lideram o ranking.

Outro dado apurado pela pesquisa diz respeito aos setores de

financiamento coletivo que têm sido explorados pelos brasileiros, onde foi

constatado que mais da metade se interessa em colaborar com projetos

artísticos e culturais:

52% - Fomento de projetos artísticos e culturais de forma

independente;

41% - Projetos com viés social e/ou ambiental, que fortaleçam

comunidades de forma responsável e solidária;

24% - Projetos com viés empreendedor, que viabilizem novas

empresas, produtos e iniciativas.

8 D;Sラゲ S; PWゲケ┌キゲ; け‘Wデヴ;デラ Dラ Fキミ;ミIキ;マWミデラ CラノWデキ┗ラ Nラ Bヴ;ゲキノ ヲヰヱンっヲヰヱヴげ Sキゲヮラミケ┗Wキゲ Wマぎ http://pesquisa.catarse.me/ 9 Anexo 3 に Ilustração do Mapa do Brasil identificando dados de participação da população em projetos de crowdfunding por região. Disponível em: http://pesquisa.catarse.me/

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Analisando o panorama do mercado de crowdfunding rumo a um futuro

próximo, Vinícius Maximiliano, no artigo ‘Tendências do crowdfunding para

2015 no Brasil’, publicado no ‘The São Paulo Times’, lista os segmentos em

ascensão:

Plataformas que explorem nichos específicos, com grande

número de seguidores e consolidação de marcas ou produtos;

Campanhas “verdes e sustentáveis”, como projetos ligados à

energia solar e eólica, devem ganhar visibilidade na rede para financiamento

coletivo;

Novos sites internacionais já estão estudando o mercado

brasileiro e devem aportar em segmentos específicos para explorar a

capacidade de compra da população;

Investimentos em imóveis, através de plataformas de

financiamento começarão a ser estruturadas;

Consultorias, agentes especializados em avaliação, simulação de

cenários e vendas especializadas e novos segmentos de serviços surgem

como negócio, criando-se um mercado de trabalho da nova economia

desvinculado das atividades tradicionais.

2.3 – Algumas Plataformas Brasileiras de Crowdfunding

Após quase 20 anos da criação do termo ‘crowdfunding’ nos EUA e da

difusão da ferramenta mundo a fora, inúmeras plataformas de financiamento

coletivo já foram postas em prática. Umas obtiveram sucesso e permanecem

em funcionamento até hoje, outras, por falta de estrutura e planejamento, não

resistiram à evolução do mercado.

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Embora o Brasil esteja evoluindo lentamente nesse segmento, há

empresas bem sucedidas no mercado de crowdfunding e que merecem

destaque.

2.3.1– Vakinha

A ideia inicial do Vakinha10 surgiu em 2006, com a intenção de fazer

uma vaquinha de presente de casamento, para que assim os noivos

gastassem o dinheiro com o que realmente precisavam na ocasião. Porém,

faltava uma ferramenta na internet que facilitasse esse processo de forma fácil

e segura.

Diante desse empecilho, em outubro de 2007, três sócios Fabrício

Milesi, Diego Izquierdo e Luiz Felipe Gheller decidiram tocar o projeto e

montaram um plano de negócios para construir um site. Em novembro do

mesmo ano, os parceiros resolveram correr atrás de investidores em busca de

capital inicial e, em janeiro de 2009, o Vakinha sai do papel em parceria com o

PagSeguro, sistema pioneiro de pagamentos online no Brasil.

Para se tornar um vakeiro não há custo inicial, basta cadastrar a ideia,

aguardar a análise e aprovação da equipe do site e começar a arrecadar

fundos para o projeto inscrito. O Vakinha só receberá as taxas referentes às

transações financeiras, já que são os intermediários. Neste site não há

recompensa para os colaboradores dos projetos inscritos.

2.3.2 – Queremos

O Queremos11 é uma plataforma de financiamento coletivo para a

realização de shows. Fundado em 2010, tem como objetivo estreitar laços

10 Dados disponíveis em: http://www.vakinha.com.br/ 11 Dados disponíveis em: http://www.queremos.com.br/home

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entre o artista e seu público e montar a programação de shows das cidades de

acordo com o desejo dos fãs.

O sistema adotado é o de compra de ingressos para financiar um show.

Clicando no botão “Eu Quero” e divulgando os espetáculos nas redes sociais,

para reunir multidões em prol de um desejo comum, é possível concretizar a

realização desses espetáculos.

Para premiar os fãs mais participativos das campanhas Queremos, a

cada dez ingressos comprados no site o cliente ganha mais um para um show

diferente. Se a campanha de financiamento não tiver sucesso, todos que

participaram recebem o dinheiro de volta, integralmente. Já com o sucesso da

campanha, o show é confirmado.

2.3.3 – Catarse

O Catarse12 entrou no ar em janeiro de 2011com o intuito de ajudar na

realização de boas ideias que não tinham capital para deslanchar. O manifesto

de fundação da plataforma conta que o site nasceu para solucionar um grave

problema da sociedade: “ver gente brilhante com projetos engavetados”.

Desde sua fundação, o Catarse já possibilitou a realização de projetos

de empreendedores de diferentes categorias: músicos, cineastas, quadrinistas,

gamers, designers, jornalistas, pesquisadores, cientistas, artistas. O objetivo é

mostrar que “o financiamento coletivo é uma força a ser utilizada pela

sociedade civil para se mobilizar e circular recursos de forma mais ágil e com

menos riscos e burocracia do que métodos tradicionais”.

12 Dados disponíveis em: https://www.catarse.me/

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2.3.4 – Benfeitoria

A Benfeitoria13 se classifica como “um negócio social que desenvolve

conteúdos e ferramentas para fomentar uma cultura mais humana,

colaborativa e realizadora no Brasil”.

Também criada em 2011, é a primeira plataforma de crowdfunding

gratuita do mundo. Assim como nos demais sites, cada projeto tem uma

página específica, onde colaboradores analisam, investem e divulgam as

propostas que têm interesse.

Na Benfeitoria todo colaborador tem direito a uma recompensa

adequada a sua forma de contribuição: podem ser produtos, serviços ou

formas simbólicas e criativas de agradecer pelo investimento na proposta.

Quando a meta do projeto é atingida, em um período que, geralmente,

varia de um a três meses, o proponente recebe os recursos e entrega as

recompensas estabelecidas. Caso contrário, o investimento volta para a mão

dos colaboradores.

13 Dados disponíveis em: http://benfeitoria.com

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CAPÍTULO 3

O Crowdfunding em Cases

Desde a criação da primeira plataforma brasileira de crowdfunding,

milhares de proponentes já foram beneficiados com o compartilhamento das

suas ideias nas e redes sociais e conquistando parceiros que aceitaram

participar das campanhas para se sentirem engajados em uma causa ou

simplesmente com a intenção de colaborar com um mundo melhor.

O sucesso das campanhas de crowdfunding mundo a fora são reflexo

da seriedade, do comprometimento e engajamento dos proponentes ao lançar

seus projetos. Vinícius Maximiliano destaca a importância de os arrecadadores

manterem um compromisso de lealdade com os financiadores de seus

projetos. Segundo ele, credibilidade é a palavra de ordem (CARNEIRO, 2014,

p. 23):

[...] A força da multidão está na confiança e na crença de que, aquilo que se divulgou e que se comprometeu, é exatamente aquilo que será executado. É um mercado que não permite desvios (ao menos não sem uma punição comercial violentíssima através das redes sociais), tampouco busca culpar inocentes em razão dos culpados. É um mercado que age de forma implacável com o mentiroso, com o enganador, com o esperto, com o descomprometido. Como tudo está online e tudo é compartilhável, qualquer deslize por parte do gestor do projeto relativamente a informação real e a divulgada transforma-se em ondas incontroláveis de execração pública e eliminação por completo de novas tentativas.

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A seguir, será feito um levantamento sobre algumas campanhas de

crowdfunding que fizeram tanto sucesso que obtiveram grande repercussão

midiática. Há também o exemplo de um proponente que ao tentar agir de má fé

apresentando campanha falsa foi desmascarado.

3.1 – #JuizNãoéDeus14

Em novembro de 2014, a agente da Operação Lei Seca, Luciana

Tamburini, foi condenada pela Justiça do Rio de Janeiro a pagar uma

indenização por danos morais no valor de R$ 5.000 ao juiz João Carlos de

Souza Corrêa após pará-lo em uma blitz sem a habilitação, com o carro sem

placa e sem documentos no ano de 2011.

De acordo com a decisão, em primeira instância, da 36ª Vara Cível do

TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio), Luciana "agiu com abuso de

poder" e "zombou" do magistrado ao afirmar que ele "era juiz, mas não Deus".

Após a decisão do juiz, uma vaquinha virtual foi lançada para ajudar a

agente a pagar a indenização ao juiz, titular do 18º JEC (Juizado Especial

Criminal do Rio). Devido à grande repercussão nas redes sociais, em menos

de 24 horas o financiamento coletivo arrecadou R$ 11.441,13, sendo finalizado

sete dias depois em R$ 27.532,23.

Quem teve a ideia de iniciar a campanha foi a advogada paulista, Flavia

Penido, que ficou indignada com o caso e, mesmo sem conhecer Luciana,

abriu uma vaquinha virtual para arrecadar o valor da multa. Flávia propôs que a

hashtag "#juiznaoehdeus" fosse compartilhada nas redes sociais para divulgar

a campanha e conseguiu o apoio de centenas de usuários da rede.

Todo o valor excedente arrecadado pela campanha foi entregue à

Luciana como forma de reparação da sociedade pelo sofrimento durante o

14 Disponível em: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/11/07/vaquinha-para-ajudar-agente-a-pagar-r-5-mil-a-juiz-arrecada-4-vezes-mais.htm

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caso. No entanto, ela preferiu doar o que sobrou para uma instituição de

caridade.

3.2 – Empresários usam "vaquinha virtual" para fabricar

impressora 3D15

Tecnologia também é um mercado promissor em crowdfunding e,

pensando nisso, os amigos Filipe Moura, Felipe Sanches e Rodrigo Rodrigues

da Silva resolveram apresentar seu projeto em uma plataforma de

financiamento coletivo para fabricar uma impressora 3D.

Inicialmente eles estipularam o valor de R$ 23 mil como meta em um

site que promove "vaquinha virtual", mas conseguiram arrecadar R$ 30 mil. A

ideia inicial era comprar as peças e montar algumas impressoras 3D que, na

época, ainda não estavam disponíveis no Brasil. Como recompensa para os

colaboradores, de acordo com o valor da doação, os proponentes

ofereciam uma impressora montada ou um kit de peças para montá-la em

casa.

Como mesmo após o término da campanha os empresários

continuaram recebendo pedidos de compra da impressora 3D, eles resolveram

abrir a Metamáquina e continuam comercializando impressoras 3D se

atualizando de acordo com a demanda do mercado.

15 Disponível em: http://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2014/03/07/empresarios-usam-vaquinha-virtual-para-abrir-negocio-saiba-como-fazer.htm

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3.3 – Campanha Desafio no Gelo16

A Campanha do Desafio no Gelo foi criada com o objetivo de divulgar e

arrecadar fundos para financiar pesquisas sobre a Esclerose Lateral

Amiotrófica (ELA), doença degenerativa do sistema nervoso, de maneira

progressiva, irreversível e incurável, vai aos poucos atrofiando os músculos e

deixando a pessoa incapaz de se locomover, se alimentar e até respirar

sozinha.

Iniciada nos Estados Unidos, a brincadeira desafia pessoas a doarem

dinheiro para instituições que apoiam o tratamento de pacientes

diagnosticados e as pesquisas a respeito da doença e tomar um banho de

água com gelo.

Vários famosos mundo a fora aderiram à causa, compartilharam os

vídeos em suas redes sociais, desafiaram outros famosos e a campanha

viralizou na internet, atingindo resultados bastante satisfatórios. No Brasil,

algumas instituições de apoio aos pacientes e à pesquisa foram surpreendidas

com a procura a respeito da doença também passaram a receber doações.

3.4 – Olimpíadas da Matemática17

Educação é um segmento que os brasileiros gostam de colaborar.

Graças a isso, o estudante Guilherme Henrique Paulino Amaral, de 17 anos,

conseguiu participar das olimpíadas da matemática de Harvard e MIT

(Massachusetts Institute of Technology), nos EUA, no final de 2014.

16 Disponível em: http://extra.globo.com/noticias/entenda-desafio-do-gelo-veja-video-de-famosos-13647108.html 17 Disponível em: http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/11/14/apos-vaquinha-online-aluno-viaja-para-olimpiada-de-matematica-nos-eua.htm

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Os pais do adolescente já tinham feito um empréstimo em 60 meses

para pagar a passagem, porém ainda faltavam recursos para custear a

hospedagem e alimentação. Guilherme e sua família arrecadaram 50% do

valor estimado para a viagem através da vaquinha virtual.

3.5 – Campanha Falsa

Como a internet é um meio de comunicação livre, há casos de pessoas

má intencionadas difíceis de serem controlados. Em fevereiro de 2015, um

skatista arrecadou R$ 23 mil ao fraudar um laudo médico e fingir ter leucemia.

No Piauí, Zacarias Gondim, de 20 anos, gravou um vídeo com uma

máscara, mostrando o laudo falso e pedindo doações para o tratamento que

seria feito em São Paulo. A campanha se espalhou pelas redes sociais,

pessoas se solidarizaram e apoiaram a causa.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Zacarias não ficou

preso pelos crimes de estelionato e falsificação de documento público por não

ter sido pego em flagrante. Porém a polícia orientou que os colaboradores da

campanha fossem à delegacia com o comprovante do depósito para ser

ressarcido.

3.6 – Em novo esquema de crowdfunding, jogador vira

investidor18

A Lamb&Cooper, empresa especializada em criar sistemas de

fidelização baseados em criptografia, segurança de dados digitados na

internet, está lançado um novo método com o intuito de transformar os

18 Disponível em: http://www.tecmundo.com.br/video-game-e-jogos/79496-brasil-recebe-novo-esquema-crowdfunding-jogador-vira-investidor.htm

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jogadores em investidores e recompensá-los de acordo com o sucesso do jogo

que eles apoiarem.

O ‘Full Metal Wars’ será o primeiro disponível para esse sistema de

financiamento. A contribuição online funciona a partir da compra de moedas

virtuais que os jogadores fazem para participar das partidas online. O valor

inicial é de US$ 2 e cada compra ajudará no financiamento do título que está

80% concluído.

De acordo com a empresa idealizadora da proposta, as moedas

funcionam como pequenas ações do jogo e podem ser negociadas livremente,

porém sujeitas às variações de preço no mercado online. Quem contribuir com

o jogo automaticamente também estará fazendo parte de um sistema de

recompensas, que serão pagas na forma de créditos na carteira online e em

outros benefícios.

3.7 – O Crowdfunding na Música19

A banda de rock paulistana O Terno conseguiu produzir seu disco

homônimo através do financiamento coletivo pela internet. Segundo o vocalista

da banda, Tim Bernardes, foram arrecadados os R$ 36 mil que o grupo

precisava para finalizar o disco em 2014.

Com a colaboração dos fãs, foram custeadas as prensagens e a arte

gráfica do disco, além de parte das gravações. Os valores das doações na

campanha variaram de R$ 19 a R$ 1.000 e a recompensa era proporcional ao

investimento do colaborador: de pôster autografado a uma serenata particular.

O sucesso da campanha de arrecadação da banda reflete a realidade

de artistas independentes que recorrem ao crowdfunding para avançarem nos

19 Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/05/1634104-financiamento-coletivo-virtual-procura-por-crowdfunding-cresce-no-brasil.shtml

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planos de carreira artística, já que os trâmites burocráticos para financiamento

de cultura são um grande obstáculo.

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CONCLUSÃO

Há alguns anos, a sociedade contemporânea vem percebendo as

transformações pelas quais o mundo digital tem passado e já entendeu que

precisa acompanhar essas mudanças e incorporá-las no seu cotidiano. O

universo deixa de ser individualista para pensar e agir coletivamente, em

equipes, e essas características devem ser propagadas e compartilhadas

também no ambiente online.

Diante das dificuldades encontradas no cenário da economia mundial, o

Crowdfunding surge como uma esperança de auxiliar empreendedores a

desenvolver ideias que enriqueçam a sociedade em diversos aspectos:

cultural, econômico, educacional, social. A inteligência e generosidade coletiva

passam a ser ferramentas de transformação.

A comunicação digital ganha cada vez mais espaço como excelente elo

entre as diferentes camadas da sociedade e, consequentemente, interliga os

diferentes públicos ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, é capaz de

segmentá-los. Jornais digitais, sites, blogs, redes sociais, todas as plataformas

tecnológicas convergem para a interatividade.

Esse é o cenário é propício para a difusão dos financiamentos coletivos,

pois uma boa ideia compartilhada pode atrair olhares, conquistar parcerias,

ganhar divulgação e compartilhamento através das redes sociais e sair do

papel. Porém, para que os projetos se tornem realidade, é necessário

determinação dos seus realizadores, engajamento e transparência nas ações

para ter a credibilidade no mercado como aliada.

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Embora no Brasil o Crowdfunding ainda esteja engatinhando, é possível

perceber, neste estudo, o entusiasmo dos administradores de algumas das

plataformas de maior sucesso no país como o Catarse, o Queremos e a

Benfeitoria, em relação ao futuro do segmento, que é promissor.

A cultura nacional está em fase de adaptação em relação ao novo

conceito digital e a população brasileira vem se moldando a esse cenário. A

oportunidade de crescimento está na generosidade coletiva, na colaboração,

na replicação de conceitos, ou seja, na interatividade proporcionada pelo

universo online.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Case da Estátua da Liberdade, Nova York, EUA;

Anexo 2 >> Relatório – The Crowdfunding Industry – 2015 Anexo 3 >> Pesquisa ‘Retrato Do Financiamento Coletivo No Brasil

2013/2014’: O Crowdfunding por Regiões

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ANEXO 1

Case da Estátua da Liberdade, Nova York, EUA ;

http://www.nps.gov/stli/learn/historyculture/pulitzer-in-depth.htm

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ANEXO 2

Relatório – The Crowdfunding Industry – 2015

http://www.crowdsourcing.org/editorial/global-crowdfunding-market-to-reach-

344b-in-2015-predicts-massolutions-2015cf-industry-report/45376

GLOBAL CROWDFUNDING MARKET TO REACH $34.4B IN 2015, PREDICTS MASSOLUTION’S 2015CF INDUSTRY REPORT

Global crowdfunding experienced accelerated growth in 2014, expanding by 167

percent to reach $16.2 billion raised, up from $6.1 billion in 2013. In 2015, the industry

is set to more than double once again, on its way to raising $34.4 billion.

These are the figures from Massolution’s highly anticipated 2015CF – Crowdfunding

Industry Report, which was released today. Thanks to our sponsors, the first 50

copies of the report can be purchased at half price with the code FIRST50.

The strong growth in 2014 was due in part to the rise of Asia as a major crowdfunding

region. Asian crowdfunding volumes grew by 320 percent, to $3.4 billion raised. That

puts the region slightly ahead of Europe ($3.26 billion) as the second-biggest region by

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crowdfunding volume. North America continued to lead the world in crowdfunding

volumes, growing by 145 percent and raising a total of $9.46 billion.

The research team collected information on 1250 active crowdfunding platforms

(CFPs) across the world, including high-quality data submitted by 463 CFPs to the

Crowdfunding Industry Survey, before undertaking significant further research and

analysis in order to reach its results.

While rewards- and equity-based campaigns typically get the most headlines, it’s

lending-based crowdfunding that dominates the industry: in 2014, it raised $11.08

billion dollars.

Part of that, according to Massolution founder and CEO Carl Esposti, is explained by

the strong growth of crowd-based lending in Asia: “Surprises materializing from this

year’s research included the astounding growth in the P2P and P2B lending market in

Asia, stemming largely from the Chinese market.”

This is the second major report Massolution, Crowdsourcing.org’s sister firm, released

this month: just a few weeks ago, it published its2015CF – RE Crowdfunding for Real

Estate Report, which takes a close look at one of the hottest sectors of crowdfunding.

Business and entrepreneurship remained as the most popular crowdfunding category,

collecting $6.7 billion in 2014, which represents 41.3 percent of total crowdfunding

volume. Social causes ($3.06 billion), films and performing arts ($1.97), real estate

($1.01 billion), and music and recording arts ($736 million) rounded out the top five

categories.

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ANEXO 3

Pesquisa ‘Retrato Do Financiamento Coletivo No Brasil

2013/2014’ – O Crowdfunding por Regiões

http://pesquisa.catarse.me/

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BIBLIOGRAFIA

CARNEIRO, Vinicius Maximiliano. Dinheiro Da Multidão - Oportunidades X

Burocracia No Crowdfunding Nacional. Creative Commons – Atribuição Não

Comercial 4.0 Internacional, 2014.

CASTELLS, Manuel. A Sociedade Em Rede. – A Era Da Informação,

Volume 1. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

GIARDELLI, Gil. Você É O Que Você Compartilha – E-agora: Como

Aproveitar As Oportunidades De Vida E Trabalho Na Sociedade Em Rede.

São Paulo: Editora Gente, 2012.

PINHO, José Benedito. Publicidade E Vendas Na Internet: Técnicas E

Estratégias. São Paulo: Summus Editorial, 2000.

SCHMIDT, Fábio. Do Ponto De Vista De Relações Públicas – Razões Muito

Mais Fortes Para Você Atuar No Ambiente Da Comunicação. São Paulo:

Sicurezza, 2011.

TAPSCOTT, Don; WILLIAMS Anthony. Wikinomics: Como A Colaboração

Em Massa Pode Mudar O Seu Negócio. Rio de Janeiro: Editora Nova

Fronteira, 2007.

VAZ, Conrado Adolpho. Os 8 Ps Do Marketing Digital: O Seu Guia

Estratégico De Marketing Digital. São Paulo: Novatec Editora, 2011.

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WEBGRAFIA

BELLEFLAMME, Paul; LAMBERT, Thomas. Crowdfunding: Some Empirical

Findings and Microeconomic Underpinnings. Artigo in Financieel Forum –

Maio/2014. Disponível em: http://ssrn.com/abstract=2437786.

CARNEIRO, Vinicius Maximiliano. Tendências Do Crowdfunding Para 2015

No Brasil. Artigo in The São Paulo Times – 15/01/2015. Disponível em:

http://www.saopaulotimes.com.br/sp/tendencias-do-crowdfunding-para-2015-

no-brasil/

CARPEGIANI, Fernanda. Site Arrecada Dinheiro Para Vaquinhas Online.

Artigo in Época Negócios – 14/07/2009. Disponível em:

http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI82279-16354,00-

SITE+ARRECADA+DINHEIRO+PARA+VAQUINHAS+ONLINE.html

COLDIBELI, Larissa. Empresários Usam "Vaquinha Virtual" Para Abrir

Negócio. Matéria in UOL Economia – 07/03/2014. Disponível em:

http://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2014/03/07/em

presarios-usam-vaquinha-virtual-para-abrir-negocio-saiba-como-fazer.htm

CORREA, Elizabeth; FELITTI, Guilherme. O Crowdfunding No Brasil:

Configuração De Canal Midiático Ou Uma Simples Modalidade

Econômica? Artigo in 11ª Conferência Mundial de Economia e Gestão de

Mídia. Rio de Janeiro – 12 a 16/05/2014. Disponível em:

http://www.academia.edu/7114739/O_crowdfunding_no_Brasil_configuração_d

e_um_canal_midiático_ou_uma_simples_modalidade_econômica

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GARCIA, Ignácio. Uma Visão Antropológica Das Redes Sociais. Artigo in

Harvard Business Review Brasil – Janeiro/2012. Disponível em:

http://hbrbr.com.br/uma-visao-antropologica-das-redes-sociais/

GIARDELLI, Gil. "Você é o que você compartilha" – Palestra com Gil

Giardelli, CEO da Gaia Creative – Social Media Week – 07/11/2012. Disponível

em: https://www.youtube.com/watch?v=VELmXx4QE2I

______________ O Imperativo Das Redes Nas Vendas Online: Grupos Ou

Contágio Coletivo? Palestra in Congresso E-commerce Brasil Experiência do

Cliente – 05/07/2013.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PP5YHpAnOnU

GONDIM, Zacarias. Eu me arrependo', diz skatista que arrecadou R$ 23 mil

ao fingir doença. Matéria in G1 Piauí – 23/02/2015. Disponível em:

http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2015/02/me-arrependo-e-esperava-doar-

parte-do-dinheiro-para-caridade-diz-skatista.html

HELMER, Jodi. 8 Ways to Make Your Crowdfunding Campaign Pop – Artigo

in Entrepreneur Media – 27/05/2014.

Disponível em: http://www.entrepreneur.com/article/233876

HOWE, Jeff. The Rise of Crowdsourcing. Artigo in Wired Magazine –

14/06/2006.

Disponível em: http://archive.wired.com/wired/archive/14.06/crowds.html

___________ Why the Power of the Crowd Is Driving the Future of

Business? – Palestra com Jeff Howe in New America – 05/03/2012.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Up7mZjMQv3M

KLEEMANN, Frank; GUNTER, Vob; RIEDER, Kerstin. Un(der)paid

Innovators: The Commercial Utilization Of Consumer Work Through

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Crowdsourcing. Artigo in Science, Technology & Innovation Studies – Volume

4, n°:1 – Junho/2008. Disponível em:

http://www.sti-studies.de/ojs/index.php/sti/article/viewFile/81/62

KUIPERS, Shelley. Crowdsourcing And Finding Your Prosumers. Artigo in

Daily Crowdsource – 16/05/2007. Disponível em:

http://dailycrowdsource.com/content/open-innovation/823-crowdsourcing-and-

finding-your-prosumers

MAIA, Gustavo. Vaquinha Para Ajudar Agente A Pagar Juiz Arrecada 4

Vezes O Valor Da Multa. Matéria in UOL Cotidiano – 07/11/2014 – disponível

em: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/11/07/vaquinha-

para-ajudar-agente-a-pagar-r-5-mil-a-juiz-arrecada-4-vezes-mais.htm

MARCHEZI, Fabiana. Após Vaquinha Online, Aluno Viaja Para Olimpíada

De Matemática Nos EUA. Matéria in UOL Educação – 14/11/2014.

Disponível em: http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/11/14/apos-vaquinha-

online-aluno-viaja-para-olimpiada-de-matematica-nos-eua.htm

MERIGO, Carlos. Barack Obama: O ‘candidato’ presidente que mudou

mais do que uma eleição. Artigo in B9 – 04/11/2008. Disponível em:

http://www.b9.com.br/3239/diversos/barack-obama-o-candidato-que-mudou-

mais-do-que-uma-eleicao/

MESQUITA, Magno Junior. Brasil recebe novo esquema de crowdfunding

em que jogador vira investidor. Matéria in Tecmundo – 06/05/2015.

Disponível em: http://www.tecmundo.com.br/video-game-e-jogos/79496-brasil-

recebe-novo-esquema-crowdfunding-jogador-vira-investidor.htm

NICZ, Eduardo. Por que o crowdfunding ainda não decolou no Brasil?

Artigo in Gazeta do Povo – 03/07/2014. Disponível em:

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http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/por-que-o-crowdfunding-ainda-nao-

decolou-no-brasil-eaftlmalga9vn0xnwsaokacsu

PESSOA, Gabriela. Financiamento Coletivo Virtual: Procura Por

Crowdfunding Cresce No Brasil. Matéria in Folha de São Paulo –

25/05/2015. Disponível em:

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/05/1634104-financiamento-

coletivo-virtual-procura-por-crowdfunding-cresce-no-brasil.shtml

REEBERG, Diego. Como funciona o Crowdfunding? – Entrevista do sócio-

fundador do Catarse in Programa Olhar Digital Plus – 03/08/2013. Disponível

em: http://olhardigital.uol.com.br/video/como-funciona-o-crowdfunding/36466

_______________ Reclame mostra o que é e como funciona o

crowdfunding – Entrevista do sócio-fundador do Catarse in Programa

Reclame – 07/05/2013. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=lQ1bpjpiZTo

RIBEIRO, Artur Pedro. Os Desafios Atuais Da Comunicação. Artigo in

Mundo do Marketing – 13/06/2006. Disponível em:

http://www.mundodomarketing.com.br/blogs/relacionamento-digital/24124/os-

desafios-atuais-da-comunicacao.html

SENO, Tamiys. Conexões do bem: como as redes sociais podem se tornar

instrumentos de mobilização e financiamentos para projetos. Matéria in

Ler e Saber Extra, Ano 1, nº1. São Paulo: Alto Astral Editora, 2015.

TOSCHI, Luiza. Entenda O Desafio Do Gelo E Veja Vídeo De Famosos.

Matéria in Jornal Extra – 18/08/2014. Disponível em:

http://extra.globo.com/noticias/entenda-desafio-do-gelo-veja-video-de-famosos-

13647108.html#ixzz3i4rLGHRS

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

LISTA DE SIGLAS E EXPRESSÕES ESTRANGEIRAS 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

Panorama do Mundo Digital 12

1.1 – O Universo do Crowdfunding 14

1.1.1 – Crowdfunding x Crowdsourcing 15

1.2 – A Difusão do Crowdfunding 17

1.2.1 – O Crowdfunding no Mundo 18

1.2.2 – O Crowdfunding No Brasil 20

CAPÍTULO II

O Crowdfunding e suas Vantagens 23

2.1 – Como funciona o Crowdfunding? 24

2.2 – Tendências do Crowdfunding 27

2.3 – Algumas Plataformas Brasileiras de Crowdfunding 29

2.3.1 – Vakinha 30

2.3.2 – Queremos 30

2.3.3 – Catarse 31

2.3.4 – Benfeitoria 32

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CAPÍTULO III

O Crowdfunding em Cases 33

3.1 – #JuizNãoéDeus 34

3.2 – Empresários usam "vaquinha virtual" para fabricar 35

impressora 3D

3.3 – Campanha Desafio no Gelo 36

3.4 – Olimpíadas da Matemática 36

3.5 – Campanha Falsa 37

3.6 – Em novo esquema de crowdfunding, jogador vira 37

investidor

3.7 – O Crowdfunding na Música 38

CONCLUSÃO 40

ANEXOS 42

BIBLIOGRAFIA 47

WEBGRAFIA 48

ÍNDICE 52