UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CROWDFUNDING: O FINANCIAMENTO COLETIVO COMO
TENDÊNCIA NO MUNDO DIGITAL
Por: Amanda Lourenço Pereira da Costa
Orientador
Prof. Nelsom de Magalhães
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CROWDFUNDING: O FINANCIAMENTO COLETIVO COMO
TENDÊNCIA NO MUNDO DIGITAL
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Transmídia – Gestão de
Mídias Digitais.
Por: Amanda Lourenço Pereira da Costa.
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Paulo e Gloria, e a
minha irmã, Andressa, pelo incentivo
de sempre! A todos os meus amigos
pela ausência e paciência nos períodos
de estresse durante o processo de
pesquisa e elaboração do trabalho.
Agradeço também aos professores da
AVM Faculdade Integrada pela
generosidade na troca de
conhecimento realizada no decorrer do
curso e ao orientador Nelsom de
Magalhães pelo auxílio.
4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais e a minha irmã, que
sempre apoiam minhas escolhas e
me incentivam nas minhas decisões.
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RESUMO
Este trabalho analisa o desenvolvimento do Crowdfunding, ou
“Financiamento Coletivo”, e mostra a força do segmento como mais uma
ferramenta proveniente do mundo digital. O estudo apresenta um breve
histórico que mapeia a transformação do cenário da comunicação online, no
decorrer das ultimas décadas, e aponta a diversidade de categorias de
projetos que podem ser postos em prática a partir de ações colaborativas no
ambiente digital, potencializado pelos compartilhamentos em redes sociais.
Educação, cultura e arte, tecnologia, saúde, filantropia, empreendedorismo,
entre outros. O universo de opções é vasto. A evolução tecnológica, grande
responsável pelo desenvolvimento desse mercado, é abordada como aliada no
processo de replicação das campanhas de crowdfunding na internet. As
palavras de ordem para que esse ramo de negócio siga avançando e conquiste
mais espaço, principalmente no Brasil, são: engajamento, transparência,
comprometimento e generosidade coletiva.
6
METODOLOGIA
Para realizar esse trabalho, foi feita uma pesquisa bibliográfica em livros
das áreas de comunicação, marketing e mídias digitais, artigos científicos, sites
de plataformas de financiamento coletivo, relatórios mundiais sobre o
crowdfunding, vídeos de congressos, palestras e entrevistas de profissionais
do setor, além de matérias jornalísticas relacionadas ao tema.
Com o intuito de nortear o leitor, um breve histórico delineia a trajetória
da evolução da sociedade de rede e justifica a rápida transformação do cenário
da comunicação online, desde o início da difusão da internet até a presente
dominação das redes sociais.
O objetivo do estudo é apresentar o crowdfunding como alternativa para
viabilizar a realização de projetos que são ideias importantes para o
desenvolvimento da sociedade, mas não tem capital para serem postos em
prática. Sendo assim, o financiamento coletivo é apresentado como uma
ferramenta de transformação social.
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LISTA DE SIGLAS E EXPRESSÕES ESTRANGEIRAS
CEO Chief Executive Officer (Diretor Executivo)
Crowdfunding Financiamento das Multidões
Crowdsourcing Terceirização das Multidões
ELA Esclerose Lateral Amiotrófica
ESPM Escola Superior de Propaganda e Marketing
HP Hewlett-Packard (empresa de tecnologia)
Intel Intel Corporation (empresa e tecnologia)
JEC Juizado Especial Criminal do Rio
Prosumers Profissional + Consumidores = Consumidores que
participam e colaboram com a melhoria dos serviços das
empresas
Startups Pequenas empresas em fase inicial
TJ-RJ Tribunal de Justiça do Estado do Rio
TV Televisão
Views Visualizações
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - Panorama do Mundo Digital 12
CAPÍTULO II - O Crowdfunding e Suas Vantagens 23
CAPÍTULO III – O Crowdfunding em Cases 33
CONCLUSÃO 40
ANEXOS 42
BIBLIOGRAFIA 47
WEBGRAFIA 48
ÍNDICE 52
9
INTRODUÇÃO
O cenário do Mundo Digital vem galgando novos horizontes a cada dia.
Autores internacionalmente consagrados do universo comunicacional e novos
nomes que apontam como empreendedores publicam em suas obras o
panorama do mercado no decorrer nos últimos anos. A relevância da
Comunicação Online para a sociedade contemporânea se faz presente em
cada ponto analisado neste estudo.
O trabalho, estruturado em três capítulos, reúne a análise de obras
como: A Sociedade em Rede – A Era da Informação, de Manuel Castells,
Publicidade e Vendas na Internet: Técnicas e Estratégias, de José Benedito
Pinho, Os 8 Ps do Marketing Digital, de Conrado Adolpho Vaz, Dinheiro Da
Multidão – Oportunidades X Burocracia no Crowdfunding Nacional, de Vinicius
Maximiliano Carneiro, entre outras, além de vários artigos relacionados ao
universo da Comunicação Digital.
No Capítulo 1, uma breve análise histórica mapeia o desenvolvimento
da sociedade em rede e destaca a importância da evolução tecnológica para o
panorama do mundo digital atual. O estudo cita a análise de Manuel Castells
para comprovar que as transformações no ambiente empresarial começaram a
se concretizar a partir da reestruturação econômica dos anos 80, onde as
organizações tiveram que se render às mudanças trazidas pela difusão da
tecnologia da informação.
Autores como José Benedito Pinho, Fábio Schmidt, Artur Pedro Ribeiro,
entre outros, relatam como a internet foi capaz de modificar a forma de
comunicação nas relações interpessoais através da interatividade online.
10
Conrado Adolpho Vaz destaca que o desenvolvimento da era digital
intensificou a necessidade do imediatismo da resposta e frisa, ainda que o
mercado vem sendo moldado pelas tecnologias. Gil Giardelli aponta que o
principal foco do mercado está nos valores e ressalta que o triunfo da
transparência, hoje, é a alma do negócio.
Ainda no capítulo 1, ocorre a imersão no Universo do Crowdfunding. O
termo é um neologismo criado por um blogueiro em 2006 e deslancha como
um fenômeno que tem como propósito o financiamento de um projeto, de uma
ideia ou de uma empresa através da mobilização de um grupo de indivíduos
usando as redes sociais como principal ferramenta de divulgação das
campanhas, sem o intermédio de bancos ou qualquer tipo de instituição
financeira.
A partir de artigos publicados por autores internacionais do mundo
corporativo como Jeff Howe, Shelley Kuipers, Frank Kleemann, por exemplo, o
estudo retrata a importância da inteligência coletiva e ratifica a força das
multidões online internacionalmente, abordando também outros neologismos
cunhados para se referir a essas multidões como: Crowdsourcing e Prosumers.
Também nesta fase, o estudo analisa a difusão do crowdfunding
exemplificando algumas ações de financiamento coletivo que aconteceram
antes mesmo de o termo ser criado. A propagação do fenômeno no Brasil
também começa a ser retratada nesta etapa.
O Capítulo 2 investiga as vantagens das ações de crowdfunding para o
desenvolvimento da sociedade moderna. O autor Vinícius Maximiliano Carneiro
relata que, embora mercado seja bastante recente, pode ser considerado um
nicho para que as “grandes sacadas de mercado (incluindo modelos de
negócios revolucionários)” tenham seu espaço de desenvolvimento.
Neste capítulo, o executivo Gil Giardelli ressalta a grande vantagem do
crowdfunding: através da mobilização coletiva, consumidores na internet
11
podem custear desde pequenos até grandes shows ou filmes sem precisar
esperar que uma empresa ou organização faça isso.
O Capítulo 2 também apresenta algumas plataformas de Crowdfunding
no Brasil e seus idealizadores explicam como funciona este universo de
colaboração online.
O Capítulo 3 ilustra o Crowdfunding através de cases de diferentes
categorias: educação, saúde, música, tecnologia, games, justiça social. São
exemplos de projetos que foram para as plataformas de financiamento coletivo
através do engajamento do proponente e se tornaram caso de sucesso após a
inteligência coletiva ‘vestir a camisa’ por querer participar dessas ideias.
12
CAPÍTULO I
Panorama do Mundo Digital
O atual panorama do mundo digital está repleto de cenários
contrastantes. De um lado, a luta pela atenção da audiência, por se destacar
frente a inúmeras opções semelhantes na rede, se prova real a cada tentativa
de as marcas serem notadas pelos seus públicos. De outro, a aparente
facilidade em fazer com que esses públicos sejam aliados na hora de divulgar
produtos, serviços e conceitos, espontaneamente, diante das ferramentas
oferecidas por meio da comunicação digital, é evidente.
Com a constante e crescente evolução das tecnologias, tudo indica que,
em um curto espaço de tempo, é o mundo digital que vai dominar o mercado.
Pensando nisso e acompanhando essa tendência, algumas marcas vêm se
adaptando ao modelo integrado de comunicação, tentando levar seus clientes
das telas, da TV e do cinema, e do papel, para computadores, tablets e
smartphones. Publicidades interativas em filmes, novelas e séries já oferecem
conteúdo diferenciado para o cliente, levando-o para os sites e as mídias
sociais.
Para Manuel Castells (1999, p. 210), as transformações no ambiente
empresarial começaram a se concretizarem a partir da reestruturação
econômica dos anos 80, onde as organizações tiveram que se render às
mudanças trazidas pela difusão da tecnologia da informação em busca de um
objetivo principal: saber lidar com as mudanças e incertezas causadas pelo
13
ritmo veloz das transformações nos ambientes econômico, institucional e
tecnológico das empresas.
Segundo o autor (CASTELLS, 1999, p. 231), a utilização dos meios
digitais foi um passo importante para as organizações e possibilitou, a partir da
década de 90, a integração das empresas através da internet, intranet e
extranet com a implantação da banda larga e das redes de comunicação
rápida, dando início ao processo de interatividade dentro e fora das empresas
com os diferentes públicos.
No ano 2000, José Benedito Pinho (2000, p. 107) classifica a
interatividade como a principal vantagem da internet. O autor destaca a
importância do veículo para a publicidade, pois, além de considerar a facilidade
em atingir enormes mercados, nacionais e internacionais, é eficaz na
segmentação de públicos específicos instantaneamente.
Para Fábio Schmidt (2011, p. 282), a chegada da comunicação digital
trouxe para as empresas um grande desafio, uma vez que ampliou a troca de
informações e a complexidade das relações entre as organizações e seus
públicos, promovendo convivência e relacionamentos virtuais em consequência
de os indivíduos estarem constantemente conectados.
Segundo Artur Pedro Ribeiro, em artigo publicado em 2006 no site
Mundo do Marketing, as novas formas de contato da atualidade fazem com
que a sociedade vivencie a velocidade da comunicação nas relações
interpessoais, sob a influência da tecnologia da informação, no que tange ao
poder da disponibilidade da informação, em tempo real. Tal experiência se dá
em diferentes formas e veículos de comunicação que já foram incorporados ao
dia-a-dia da maioria das pessoas, inclusive no mundo corporativo.
Na opinião de Conrado Adolpho Vaz (2011, p.75), “a economia digital
intensificou algo que começou timidamente há muito tempo – a necessidade
do imediatismo da resposta”. O autor destaca que, com o mercado sendo
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moldado pelas tecnologias, transforma o comportamento do ser humano e,
consequentemente, surgem novas oportunidades.
De acordo com Gil Giardelli, CEO da Agência de Propaganda Gaia
Creative e professor da ESPM, durante o Congresso E-commerce Brasil
Experiência do Cliente, em 2013, o principal foco do mercado está nos valores,
enquanto até os anos 90 era o produto e até os anos 2000 era o cliente. O
autor ressalta que o triunfo da transparência, hoje, é a alma do negócio.
O executivo frisa que o mundo digital é um aliado das organizações, já
que viabiliza a relação aproximativa no ambiente corporativo, possibilitando
que as ideias dos funcionários de base cheguem ao conhecimento dos líderes
das empresas, que passam a agir tendo a inteligência coletiva como
ferramenta, o que ele denomina como ‘sabedoria das multidões’.
Diante da análise dos conceitos traçados no decorrer das últimas
décadas por diversos autores, quais são as regras para sobressair e se tornar
imponente no mundo digital? Não há fórmula para se destacar nesse meio,
mas criatividade e credibilidade são essenciais. Nessa perspectiva, um
horizonte de ideias empreendedoras toma forma e ganha adeptos e aliados dia
após dia, virando tendência como negócio no mundo digital: o universo do
Crowdfunding.
1.1 O Universo do Crowdfunding
Em termos simples, o crowdfunding é um fenômeno que tem como
propósito o financiamento de um projeto ou de uma empresa por um grupo de
indivíduos, sem o intermédio de bancos ou qualquer tipo de instituição
financeira. A variação de projetos é infinita: filantrópicos, pessoais, culturais,
inovações tecnológicas. O que vale é tirar a ideia do papel, organizá-la e
colocar na rede para angariar parceiros virtuais para torná-la real através da
divulgação e compartilhamento pelas redes sociais.
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De acordo com Corrêa e Felitti (2014, p.2):
Crowdfunding é um neologismo cunhado em 2006 pelo blogueiro Michael Sullivan na tentativa de explicar um novo projeto seu que lidava com vídeos produzidos para internet. Ao apresentar o projeto chamado de ‘fundavlog’, Sullivan juntou as palavras em inglês ‘crowd’ (multidão) e ‘funding’ (financiamento).
1.1.1 – Crowdfunding x Crowdsourcing
Embora o foco desse trabalho seja a análise do Crowdfunding, é
preciso passar pelo conceito de alguns autores sobre o Crowdsourcing para
entender esses neologismos utilizados, alguma vezes, mesmo que
erroneamente, como sinônimos.
Em 2006, o editor da Wired Magazine, Jeff Howe, escreveu um artigo
sobre uma a ‘terceirização especializada’ de serviços, denominada, por ele,
como crowdsourcing: uma fusão das palavras ‘crowd’ (multidão) e outsourcing
(terceirização). No texto, ele cita alguns exemplos de empresas que trabalham
com esse sistema e economizam financeiramente com isso e ganham
produtivamente envolvendo, pessoas no processo e recrutando a força da
inteligência coletiva.
Segundo o jornalista (Howe, 2006, p.3), o crowdsourcing é um
excelente negócio tanto para as empresas quanto para a “multidão” que
disponibiliza seus serviços de acordo com os seus conhecimentos. Através da
divulgação do problema na rede, as pessoas podem pesquisar, analisar a
questão e se propor a resolver sugerindo o seu valor para o trabalho proposto.
Como a concorrência é bastante grande, há a possibilidade de barganhar pelo
menor preço da prestação de serviço.
Esse novo sistema resgatou um termo criado por Alvin Toffler na
década de 80: o Prosumer, neologismo criado a partir das expressões, em
inglês, ‘profissional’ ou ’produtor’ e ‘consumidor’, que correspondem aos
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consumidores que se envolvem com o produto ou uma marca e querem
participar contribuir com a criação, melhoria ou desenvolvimento de tal produto
ou marca (Kuipers, 2012).
Para Shelley Kuipers (2012), o crowdsourcing é a maneira mais eficaz
de identificar os prosumers, trazê-los para a marca e deixá-los participar,
contribuir e crescer em conjunto poder estabelecer, até mesmo, uma parceria
duradoura e gratificante para ambas as partes. A autora acrescenta que esse
público pode contribuir de três formas: através da opinião sobre o conteúdo
apresentado, de conversas com grupo de consumidores, ou com ideias e co-
criação.
O termo prosumers cabe perfeitamente para ser empregado no mundo
digital atual. De acordo com Tapscott e Williams (2007, p.58):
Os integrantes da Geração Net não se contentam em serem consumidores passivos e satisfazem cada vez mais o seu desejo de livre escolha, conveniência, personalização e controle projetando, produzindo e distribuindo os próprios produtos. [...] A oportunidade de trazer os integrantes da Geração Net (e outros clientes) para dentro da empresa como co-criadores de valor talvez seja o mais empolgante e duradouro dínamo de mudança e inovação que o mundo empresarial já viu. Mas os processos de inovação terão de ser fundamentalmente reconfigurados se as empresas quiserem aproveitar essa oportunidade.
Segundo Kleemann et al. (2008, p.6), a opção de as empresas fazerem
uso da multidão foi iniciada, principalmente, por razões de redução de custos e
da oferta de mão de obra especializada e barata que foi disponibilizada na
rede. Tal processo foi possível devido às mudanças consideráveis resultantes
da nova sociedade industrial:
Os consumidores deixaram de ser meramente compradores passivos de bens e serviços fornecidos pelas empresas para se tornar, cada vez mais, parte integrante do corpo produtivo dessas empresas. [...] Os consumidores tornaram-se colegas de trabalho, que participam do processo de produção e criação, estreitando laços com as empresas.
17
“Na economia da colaboração, a verdadeira vantagem do suprimento
global não é a economia de custos, mas as possibilidades infinitas de
crescimento, inovação e diversidade” (TAPSCOTT; WILLIAMS, 2007, p. 66).
Para os autores, o poder intelectual por trás da nova geração de produtos e
serviços será o principal triunfo dessa nova forma de coparticipação dos
‘prosumers’.
Os participantes em projetos de crowdsourcing o fazem por motivações
tanto intrínsecas ou extrínsecas Kleemann et al (2008; p.21):
A motivação intrínseca refere-se ao prazer ou diversão de, simplesmente, fazer a tarefa. Já a motivação extrínseca pede uma recompensa externa, como dinheiro e bens, benefícios de carreira, a aprendizagem, o reconhecimento ou mesmo insatisfação com os produtos ou serviços das empresas.
Os autores (TAPSCOTT; WILLIAMS, 2007, p. 125) enumeram
empresas de tecnologia como HP, Intel e Google, por exemplo, que contam
com parceiros de desenvolvimento colaborativo e financiam redes de
laboratórios de pesquisa em universidades para evoluir no mercado em áreas
de importância estratégica.
Frente às considerações de alguns autores sobre Crowdsourcing, é
possível diferenciá-lo da denominação de Crowdfunding, tema que será o foco
a seguir.
1.2 A Difusão do Crowdfunding
O Crowdfunding, assim como o Crowdsourcing, é um fenômeno que
ganha força devido às inúmeras vantagens trazidas pelas tecnologias digitais
de informação e comunicação na sociedade contemporânea. Através da
atmosfera criada pela rede, impulsionada pelas vibrações da era da
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generosidade coletiva, ele surge como uma ferramenta de alavancagem
econômica em tempos de crise.
Durante o Congresso E-commerce Brasil Experiência do Cliente, em
2013, o CEO da Agência Gaia Creative e professor da ESPM, Gil Giardelli, fez
a seguinte consideração: “se você precisa de um emprego, invente-o, esse não
tiver dinheiro, divulgue suas ideias e busque parcerias” e é isso que o mundo
vem fazendo.
1.2.1 – O Crowdfunding no Mundo
A prática do Crowdfunding existe antes mesmo de o termo ser criado.
Um dos casos classificado como tal, é a Estátua da Liberdade, em Nova York
(CORRÊA; FELITTI, 2014, p.7):
Em 1881, a França resolveu dar um presente aos Estados Unidos [...] O escultor Frédéric Bartholdi começou a esculpir uma gigante estátua de aço e cobre representando Libertas, a deusa romana da liberdade. Quando a Estátua da Liberdade estava pronta, quatro anos depois, atravessou o oceano Atlântico para ser recebida sem qualquer entusiasmo pelos norte-americanos. Faltava uma base na qual a estátua deveria se apoiar e o governo não manifestou interesse em custeá-la. Sem a base, o presente foi deixado por um ano armazenado. Ao atentar para a situação, o publisher Joseph Pulitzer promoveu uma campanha no seu jornal, The World, pedindo que o povo doasse dinheiro para a base1. No final de 1885, mais de 120 mil pessoas doaram um total de cem mil dólares, suficiente para construir uma base de concreto e granito.
Segundo o autor Vinícius Maximiliano (2014, p.12), o marco inicial do
moderno crowdfunding moderno, com uso ainda primário das redes sociais, foi
no final da década de 90, com a banda de rock inglesa Marillion. Para montar
1 Anexo 1 に Disponível no site http://www.nps.gov/stli/historyculture/pulitzer-in-depth.htm
19
uma turnê pelos EUA, os artistas arrecadaram 60 mil dólares em doações
efetuadas por fãs norte-americanos, viabilizando a realização dos shows.
[...] cunha-se o termo “crowdfund” (que em tradução livre chamaríamos de “fomento da multidão”). Nascia aí o tripé “capacidade X possibilidades X interesse” que torna o financiamento coletivo uma das maiores máquinas de agregação financeira e de resultados práticos já criada na história moderna sem intervenção estatal.
A partir daí, com o avanço tecnológico e a popularização da internet, o
crowdfunding vem evoluindo em passos largos e se destacando na sociedade
moderna. O objetivo do fenômeno, hoje, é arrecadar fundos para projetos
variados, inscritos em sites específicos (há vários destinados para esse fim
pelo mundo), através de redes sociais como Blogs, Facebook, Twitter,
Instagram, LinkedIn, ou qualquer outro que auxilie na visibilidade da causa
proposta.
Na Europa, a SellaBand2, na Alemanha, foi a pioneira em crowdfunding
e, até hoje, arrecada subsídios para iniciativas musicais. Desde o seu
lançamento, em agosto de 2006, a empresa já coordenou gravações de mais
de 80 artistas e banda independentes financiadas por seus fãs. De acordo com
dados da empresa, mais de quatro milhões dólares foram investidos nesses
projetos.
Outro exemplo da força do crowdfunding no mundo foi a campanha
presidencial de Barack Obama, nos EUA, em 2008. O então candidato criou
uma rede de doações para sua campanha e angariou milhões de dólares com
o slogan “Yes, we can”.
De acordo com Carlos Merigo, em artigo publicado no site B9, em 2008,
o número de seguidores nas redes sociais fez a diferença, o que comprova o
poder do online para influenciar a multidão:
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[...] Se fala em 120 mil seguidores no Twitter, um grupo no Facebook com 2,3 milhões de membros e 11 milhões de views em um vídeo no YouTube, os números parecem baixos se comparados ao alcance de uma mídia de massa, mas formam uma comunidade de pessoas que fazem diferença, que são altamente multiplicadoras e influenciadoras.
Até hoje, o site com resultados mais expressivo em arrecadações com
crowdfunding é o KickStarter3. Fundado em 2009, abriga projetos variados:
filmes, jogos, música, arte, design e tecnologia. Desde o lançamento, quase
dois bilhões de dólares foram arrecadados para financiar 90 mil projetos
criativos.
Conforme dados divulgados no ‘Crowdfunding Industry Report 2015’4, o
setor apresentou um crescimento global de 167% em 2014, levantando 16,2
bilhões dólares, frente aos 6,1 bilhões arrecadados em 2013. Segundo o
estudo, o forte crescimento deveu-se, em parte, à ascensão da Ásia como
mercado no crowdfunding, com um registro de aumento em 320% em relação
ao ano anterior, o que a coloca à frente da Europa como a segunda maior
região em volume de negócios em crowdfunding. A América do Norte continua
na liderança do mundo, com crescimento de 145%. Para 2015, a indústria
espera atingir mais que o dobro novamente, chegando à marca de
aproximadamente 34,4 bilhões de dólares.
1.2.2 – O Crowdfunding No Brasil
No Brasil, o crowdfunding ainda está engatinhando e enfrenta alguns
obstáculos para se aproximar das proporções que o fenômeno tem
mundialmente. Sob o ponto de vista de Vinícius Maximiliano, o
desenvolvimento do cenário em que o crowdfunding nacional se encontra,
2 Dados disponíveis no site www.sellaband.com 3 Dados disponíveis em: https://www.kickstarter.com 4 Anexo 2 に Estudo anual sobre o desenvolvimento do crowdfunding no mundo に Disponível em: http://www.crowdsourcing.org/editorial/global-crowdfunding-market-to-reach-344b-in-2015-predicts-massolutions-2015cf-industry-report/45376
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começou a tomar forma com o advento dos sites de “compras coletivas”
(MAXIMILIANO, 2014, p.12):
[...] Através deles e graças a eles, os empreendedores puderam observar o potencial de movimentação financeira dos grupos sociais de mesmo interesse e a facilidade que os meios de pagamento eletrônico proporcionaram para que pudessem desenhar um modelo de negócio, agora um pouco mais avançado e direcionado, para o financiamento coletivo [...] A ideia de que determinada oferta em um restaurante só poderia ser “ativada” após um número mínimo de pessoas aderirem àquela oferta, é a base atual da massiva maioria dos sites de financiamento coletivo de projetos.
O autor aponta que ainda existe uma resistência cultural às inovações
tecnológicas, as regras no processo de colaboração para financiamento
coletivo não são claras e ainda há riscos na esfera fiscal, tributária e de direitos
do consumidor, ou seja, o Brasil ainda tem bastante a desenvolver para
crescer neste universo.
O site pioneiro no Brasil foi o Vakinha, criado em janeiro de 2009 pelos
empresários Luiz Felipe Gheller e Fabrício Milesi. Na ocasião, as divulgações
dos projetos inscritos online eram feitas por e-mail, Orkut, Blog, MSN ou
qualquer outra ferramenta de relacionamento. Em entrevista à Revista Época
Negócios5, os idealizadores do projeto contaram que a ideia havia surgido em
2006, quando Gheller casou, mudou-se para a Espanha e pensou, ao invés de
fazer lista de presentes, em pedir ajuda aos amigos para cobrir os custos da
viagem, o que foi um sucesso e virou um negócio.
A partir daí, outras plataformas de crowdfunding surgiram no país como:
Catarse, Queremos, Benfeitoria, ComeçAki, Kickante, Mobilize, Juntos Com
Você, entre outras. Os projetos inscritos se enquadram em diversas categorias:
5 Dados Disponíveis em: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI82279-16354,00-SITE+ARRECADA+DINHEIRO+PARA+VAQUINHAS+ONLINE.html
22
artística, tecnológica, produção de CDs, filmes e livros, de cunho social,
beneficentes, ou qualquer outra boa ideia que o proponente apresentar.
Atualmente, a maior comunidade de financiamento coletivo do Brasil é
o Catarse. Fundada em janeiro de 2011, o site surgiu com o objetivo de dar
vida a bons projetos que estavam engavetados por falta de recursos. De
acordo com a equipe, a intenção é mostrar que é possível, com a união das
pessoas, abrir novas vias para realizar projetos. “dos mais simples aos mais
requintados, dos mais lúcidos aos mais extravagantes, dos pequenos aos
megalomaníacos” 6.
Há projetos de todos os tipos, para gostos diversificados e que cabem
do bolso de quem tem interesse em comprar uma ideia. De acordo com o
empresário Eduardo Nicz, sócio da ComeçAki, em Curitiba, em artigo
publicado na Gazeta do Povo (NICZ, 2014):
Somos capazes de começar uma mudança para apoiar causas justas e sérias. Podemos unir pessoas em torno do bem e apoiar ideias capazes de alterar realidades. Diante disso, sugiro que, da próxima vez que o leitor se deparar com uma causa de crowdfunding, reserve um tempo para analisar a confiabilidade do portal e a possibilidade de ajudar também. Se a moda pega, amanhã é o seu sonho que pode ser realizado graças ao apoio da coletividade!
6 Dados disponíveis em: https://www.catarse.me/pt/press
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CAPÍTULO 2
O Crowdfunding e suas Vantagens
Diante da crescente evolução do Crowdfunding no mundo, chegou a
hora de os brasileiros perceberem quais são as verdadeiras vantagens deste
sistema de financiamento coletivo.
De acordo com a equipe do Catarse7, esta nova ferramenta surgiu para
ocupar uma lacuna nos sistemas tradicionais de financiamentos da produção
criativa no país:
“A demanda reprimida por falta de opções encontrou menos burocracia e riscos, mais agilidade e independência do patrocinador e um potencial de financiamento que dependia muito mais dos próprios esforços do idealizador do que da benevolência daqueles que detinham os recursos.”
Para Vinícius Maximiliano Carneiro (2014, p. 11), este mercado ainda é
bastante recente, mas é um nicho de mercado para que as “grandes sacadas
de mercado (incluindo modelos de negócios revolucionários)” tenham seu
espaço de desenvolvimento.
Sob a visão do executivo Gil Giardelli (2012, p. 28), a grande vantagem
do crowdfunding é que, através da mobilização coletiva, consumidores na
internet podem custear desde pequenos até grandes shows ou filmes sem
precisar esperar que uma empresa ou organização faça isso.
7 Dados divulgados em: https://www.catarse.me/
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Outro benefício evidente é a divulgação gratuita de projetos por
intermédio de ciclos de amizade, ou de interesse comum, que fazem o
compartilhamento espontaneamente pelas mídias sociais. Dependendo da
disposição com a qual o projeto é divulgado e do engajamento do proponente,
a disseminação da ideia pode ganhar bastante força e se transformar em uma
campanha publicitária online, com resultados excelentes em um curto espaço
de tempo.
2.1 – Como funciona o Crowdfunding?
O Crowdfunding funciona da seguinte forma: um proponente de projeto
inscreve a ideia inicial em uma das plataformas, de sua própria escolha, com
riqueza de detalhes. A equipe do site analisa a proposta, verifica se ela é
viável, se há expectativa de o resultado ser positivo para a campanha e a lança
na rede.
Em entrevista ao programa Olhar Digital, Diego Reeberg, sócio-fundador
do Catarse explica (2013):
Nosso principal critério é entender a proposta e se é um projeto criativo, que traz algum valor novo para a sociedade ou para algum grupo de pessoas, e tenta entender se existe alguma rede disposta a colaborar com a iniciativa.
Reeberg (2013) acrescenta que o fenômeno do crowdfunding pode
funcionar para resolver questões importantes da sociedade, mas que não tem
maneiras de serem financiadas ou patrocinadas. “Desta forma (através do
crowdfunding), o projeto depende apenas das pessoas para sair do papel, sem
necessidade de passar por governo ou patrocínio de alguma empresa”,
finaliza.
Para se tornar um colaborador de algum projeto é bastante simples,
basta escolher uma ideia e, a partir de dez reais de contribuição, se tornar
coparticipante para que ela seja posta em prática. Não há limite máximo de
doação enquanto a campanha online estiver em andamento.
25
A jornalista Jodi Helmer, no artigo ‘Oito formas para popularizar sua
campanha de crowdfunding’ publicado na Entrepreneur Media, em 2014,
destaca que se basear apenas na divulgação dos projetos nas redes sociais
não é o suficiente para alcançar os objetivos desejados. Ela acrescenta que é
preciso construir um plano bem estruturado e com ideias motivadoras, com
atualizações frequentes das mídias sociais, vídeos de incentivo, veiculação de
notícias e pesquisas relacionadas à causa, entre alternativas que façam os
investidores serem seduzidos pela proposta.
Há diferentes categorias que normalmente os projetos de crowdfunding
se enquadram. Vinícius Maximiliano explica como a maioria das plataformas de
financiamento coletivo funciona (CARNEIRO, 2014, p. 16):
Com relação à criação, divulgação e arrecadação do projeto, os sites em geral criterizam o conteúdo enviado pelos potenciais arrecadadores e, após essa análise (que pode variar bastante, dependendo do segmento e do formato do site e da campanha), o material produzido vai para o ar e começa a ser divulgado em todos os canais possíveis de mídias sociais existentes. Ao final da campanha, se ela for bem sucedida, o site transfere o total dos valores arrecadados ao idealizador, descontando-se um percentual relativo aos serviços prestados pela intermediação dos canais de divulgação. Caso a campanha não seja “ativada”, ela é encerrada no site e os valores doados ao projeto retornam aos seus financiadores, em geral na forma de crédito para outros projetos dentro do próprio site ou reembolsando diretamente em dinheiro.
O autor destaca as cinco categorias mais comuns do mercado de
atuação do crowdfunding (CARNEIRO, 2014, p. 17):
Financiamento filantrópico ou projetos sociais
Consiste basicamente na divulgação do projeto para um nicho de
pessoas com características muito próprias, com a finalidade de viabilizá-lo.
São exemplos dessa categoria: turnê artística, musical, ação humanitária para
regiões afetadas por desastres naturais ou mesmo socorro emergencial a
determinadas instituições ou pessoas carentes. Eventos educacionais e
congressos também utilizam esse formato.
26
Financiamento de produtos e serviços
Nessa categoria, desenvolvedores e empresas podem testar a
receptividade de novos produtos ou serviços antes mesmo de serem lançá-los
no mercado, através de protótipos disponibilizados nas plataformas de
crowdfunding para avaliar a aceitação da ideia no mercado.
Financiamento para abertura de startups
Categoria em que entram os empreendedores do ramo empresarial, ao
fundar empresas inovadoras, as chamadas startups. Carneiro (2014, p. 19)
destaca que, no Brasil, especialmente, essa categoria “sofre impactos
negativos diante do sistema legal, comercial e burocrático [...] que entravam os
financiamentos coletivos país”.
Esse formato possibilita o desenho de novos modelos de negócios que
prezem pela qualidade da empresa, no segmento de mercado e na forma de
distribuição dos resultados. Como recompensa para a colaboração com esse
tipo de projeto, tem-se como contrapartida as equivalências de participação
nos negócios. Sendo assim, há cláusulas contratuais que merecem atenção
dos investidores.
Financiamento de empréstimos
Esse segmento destina-se ao financiamento coletivo de empréstimos
diretos a pessoas ou empresas para que quitem suas dívidas, alinhem seu
fluxo de caixa ou façam novos investimentos no negócio, sem a intermediação
bancária ou dos agentes tradicionais. Porém, no Brasil (CARNEIRO, 2014, P.
20):
É um setor muito pouco explorado pela prematuridade dos instrumentos de análise de crédito (ainda esparsos e deficitários em relação a outros países), bem como pelos entraves legais e burocráticos para esse tipo de operação interna de empréstimos. Os juros praticados no Brasil, igualmente, são outro limitador para esse tipo de financiamento.
27
Financiamento em investimento imobiliário
Sob a análise de Vinícius Maximiliano, essa categoria, que é classificada
dentro do financiamento de produtos e serviços, possui alguns traços
peculiares e únicos, que justificam destaque (2014, p. 21):
Tem-se iniciado no Brasil de forma tímida, novamente em razão dos entraves burocráticos e legais. Porém, especialmente nos EUA, tem sido uma das expressões mais fortes de reaquecimento da economia norte americana, especialmente após o presidente de lá promulgar uma legislação especifica que trata e regulamenta o tema. [...] Trata-se do financiamento dos antigos “clubes de investimento”, onde pessoas que queriam adquirir participações ou aquisições de maior vulto reuniam-se com seus pares e “cotizavam” um capital em dinheiro para determinada finalidade.
Como o crowdfunding ainda é um mercado novo, a possibilidade de
outros segmentos irem aparecendo ao longo dos anos é grande, só depende
da criatividade dos proponentes de projetos empreendedores. O empresário,
Gil Giardelli, durante palestra ministrada na Social Media Week, em 2012,
destaca que o compartilhamento passa a ser a alma do negócio quando se
tem uma boa ideia para disponibilizar na rede e conquistar parcerias rumo ao
sucesso.
2.2 – Tendências do Crowdfunding
Com o intuito de analisar e entender o cenário de crowdfunding no
Brasil, o Catarse, maior comunidade de financiamento coletivo do Brasil
atualmente, e a Chorus, empresa de pesquisa com foco em projetos ligados a
28
cultura e sociedade, realizaram a pesquisa ‘Retrato Do Financiamento Coletivo
No Brasil 2013/2014’8.
O objetivo do estudo é mapear as áreas de atuação das plataformas,
identificar possíveis realizadores e apoiadores e conquistar multidões para
desenvolver o sistema de financiamento coletivo brasileiro.
A primeira constatação da pesquisa foi que a maioria dos apoiadores e
participantes dos sistemas de financiamento coletivo encontra-se na região
Sudeste9. A meta é seguir avançando para as demais regiões
proporcionalmente ao contingente populacional de cada uma delas.
Em relação ao perfil desses apoiadores e participantes das causas em
crowdfunding, o estudo indica que os jovens entre 25 e 30 anos, com
graduação e pós-graduação lideram o ranking.
Outro dado apurado pela pesquisa diz respeito aos setores de
financiamento coletivo que têm sido explorados pelos brasileiros, onde foi
constatado que mais da metade se interessa em colaborar com projetos
artísticos e culturais:
52% - Fomento de projetos artísticos e culturais de forma
independente;
41% - Projetos com viés social e/ou ambiental, que fortaleçam
comunidades de forma responsável e solidária;
24% - Projetos com viés empreendedor, que viabilizem novas
empresas, produtos e iniciativas.
8 D;Sラゲ S; PWゲケ┌キゲ; け‘Wデヴ;デラ Dラ Fキミ;ミIキ;マWミデラ CラノWデキ┗ラ Nラ Bヴ;ゲキノ ヲヰヱンっヲヰヱヴげ Sキゲヮラミケ┗Wキゲ Wマぎ http://pesquisa.catarse.me/ 9 Anexo 3 に Ilustração do Mapa do Brasil identificando dados de participação da população em projetos de crowdfunding por região. Disponível em: http://pesquisa.catarse.me/
29
Analisando o panorama do mercado de crowdfunding rumo a um futuro
próximo, Vinícius Maximiliano, no artigo ‘Tendências do crowdfunding para
2015 no Brasil’, publicado no ‘The São Paulo Times’, lista os segmentos em
ascensão:
Plataformas que explorem nichos específicos, com grande
número de seguidores e consolidação de marcas ou produtos;
Campanhas “verdes e sustentáveis”, como projetos ligados à
energia solar e eólica, devem ganhar visibilidade na rede para financiamento
coletivo;
Novos sites internacionais já estão estudando o mercado
brasileiro e devem aportar em segmentos específicos para explorar a
capacidade de compra da população;
Investimentos em imóveis, através de plataformas de
financiamento começarão a ser estruturadas;
Consultorias, agentes especializados em avaliação, simulação de
cenários e vendas especializadas e novos segmentos de serviços surgem
como negócio, criando-se um mercado de trabalho da nova economia
desvinculado das atividades tradicionais.
2.3 – Algumas Plataformas Brasileiras de Crowdfunding
Após quase 20 anos da criação do termo ‘crowdfunding’ nos EUA e da
difusão da ferramenta mundo a fora, inúmeras plataformas de financiamento
coletivo já foram postas em prática. Umas obtiveram sucesso e permanecem
em funcionamento até hoje, outras, por falta de estrutura e planejamento, não
resistiram à evolução do mercado.
30
Embora o Brasil esteja evoluindo lentamente nesse segmento, há
empresas bem sucedidas no mercado de crowdfunding e que merecem
destaque.
2.3.1– Vakinha
A ideia inicial do Vakinha10 surgiu em 2006, com a intenção de fazer
uma vaquinha de presente de casamento, para que assim os noivos
gastassem o dinheiro com o que realmente precisavam na ocasião. Porém,
faltava uma ferramenta na internet que facilitasse esse processo de forma fácil
e segura.
Diante desse empecilho, em outubro de 2007, três sócios Fabrício
Milesi, Diego Izquierdo e Luiz Felipe Gheller decidiram tocar o projeto e
montaram um plano de negócios para construir um site. Em novembro do
mesmo ano, os parceiros resolveram correr atrás de investidores em busca de
capital inicial e, em janeiro de 2009, o Vakinha sai do papel em parceria com o
PagSeguro, sistema pioneiro de pagamentos online no Brasil.
Para se tornar um vakeiro não há custo inicial, basta cadastrar a ideia,
aguardar a análise e aprovação da equipe do site e começar a arrecadar
fundos para o projeto inscrito. O Vakinha só receberá as taxas referentes às
transações financeiras, já que são os intermediários. Neste site não há
recompensa para os colaboradores dos projetos inscritos.
2.3.2 – Queremos
O Queremos11 é uma plataforma de financiamento coletivo para a
realização de shows. Fundado em 2010, tem como objetivo estreitar laços
10 Dados disponíveis em: http://www.vakinha.com.br/ 11 Dados disponíveis em: http://www.queremos.com.br/home
31
entre o artista e seu público e montar a programação de shows das cidades de
acordo com o desejo dos fãs.
O sistema adotado é o de compra de ingressos para financiar um show.
Clicando no botão “Eu Quero” e divulgando os espetáculos nas redes sociais,
para reunir multidões em prol de um desejo comum, é possível concretizar a
realização desses espetáculos.
Para premiar os fãs mais participativos das campanhas Queremos, a
cada dez ingressos comprados no site o cliente ganha mais um para um show
diferente. Se a campanha de financiamento não tiver sucesso, todos que
participaram recebem o dinheiro de volta, integralmente. Já com o sucesso da
campanha, o show é confirmado.
2.3.3 – Catarse
O Catarse12 entrou no ar em janeiro de 2011com o intuito de ajudar na
realização de boas ideias que não tinham capital para deslanchar. O manifesto
de fundação da plataforma conta que o site nasceu para solucionar um grave
problema da sociedade: “ver gente brilhante com projetos engavetados”.
Desde sua fundação, o Catarse já possibilitou a realização de projetos
de empreendedores de diferentes categorias: músicos, cineastas, quadrinistas,
gamers, designers, jornalistas, pesquisadores, cientistas, artistas. O objetivo é
mostrar que “o financiamento coletivo é uma força a ser utilizada pela
sociedade civil para se mobilizar e circular recursos de forma mais ágil e com
menos riscos e burocracia do que métodos tradicionais”.
12 Dados disponíveis em: https://www.catarse.me/
32
2.3.4 – Benfeitoria
A Benfeitoria13 se classifica como “um negócio social que desenvolve
conteúdos e ferramentas para fomentar uma cultura mais humana,
colaborativa e realizadora no Brasil”.
Também criada em 2011, é a primeira plataforma de crowdfunding
gratuita do mundo. Assim como nos demais sites, cada projeto tem uma
página específica, onde colaboradores analisam, investem e divulgam as
propostas que têm interesse.
Na Benfeitoria todo colaborador tem direito a uma recompensa
adequada a sua forma de contribuição: podem ser produtos, serviços ou
formas simbólicas e criativas de agradecer pelo investimento na proposta.
Quando a meta do projeto é atingida, em um período que, geralmente,
varia de um a três meses, o proponente recebe os recursos e entrega as
recompensas estabelecidas. Caso contrário, o investimento volta para a mão
dos colaboradores.
13 Dados disponíveis em: http://benfeitoria.com
33
CAPÍTULO 3
O Crowdfunding em Cases
Desde a criação da primeira plataforma brasileira de crowdfunding,
milhares de proponentes já foram beneficiados com o compartilhamento das
suas ideias nas e redes sociais e conquistando parceiros que aceitaram
participar das campanhas para se sentirem engajados em uma causa ou
simplesmente com a intenção de colaborar com um mundo melhor.
O sucesso das campanhas de crowdfunding mundo a fora são reflexo
da seriedade, do comprometimento e engajamento dos proponentes ao lançar
seus projetos. Vinícius Maximiliano destaca a importância de os arrecadadores
manterem um compromisso de lealdade com os financiadores de seus
projetos. Segundo ele, credibilidade é a palavra de ordem (CARNEIRO, 2014,
p. 23):
[...] A força da multidão está na confiança e na crença de que, aquilo que se divulgou e que se comprometeu, é exatamente aquilo que será executado. É um mercado que não permite desvios (ao menos não sem uma punição comercial violentíssima através das redes sociais), tampouco busca culpar inocentes em razão dos culpados. É um mercado que age de forma implacável com o mentiroso, com o enganador, com o esperto, com o descomprometido. Como tudo está online e tudo é compartilhável, qualquer deslize por parte do gestor do projeto relativamente a informação real e a divulgada transforma-se em ondas incontroláveis de execração pública e eliminação por completo de novas tentativas.
34
A seguir, será feito um levantamento sobre algumas campanhas de
crowdfunding que fizeram tanto sucesso que obtiveram grande repercussão
midiática. Há também o exemplo de um proponente que ao tentar agir de má fé
apresentando campanha falsa foi desmascarado.
3.1 – #JuizNãoéDeus14
Em novembro de 2014, a agente da Operação Lei Seca, Luciana
Tamburini, foi condenada pela Justiça do Rio de Janeiro a pagar uma
indenização por danos morais no valor de R$ 5.000 ao juiz João Carlos de
Souza Corrêa após pará-lo em uma blitz sem a habilitação, com o carro sem
placa e sem documentos no ano de 2011.
De acordo com a decisão, em primeira instância, da 36ª Vara Cível do
TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio), Luciana "agiu com abuso de
poder" e "zombou" do magistrado ao afirmar que ele "era juiz, mas não Deus".
Após a decisão do juiz, uma vaquinha virtual foi lançada para ajudar a
agente a pagar a indenização ao juiz, titular do 18º JEC (Juizado Especial
Criminal do Rio). Devido à grande repercussão nas redes sociais, em menos
de 24 horas o financiamento coletivo arrecadou R$ 11.441,13, sendo finalizado
sete dias depois em R$ 27.532,23.
Quem teve a ideia de iniciar a campanha foi a advogada paulista, Flavia
Penido, que ficou indignada com o caso e, mesmo sem conhecer Luciana,
abriu uma vaquinha virtual para arrecadar o valor da multa. Flávia propôs que a
hashtag "#juiznaoehdeus" fosse compartilhada nas redes sociais para divulgar
a campanha e conseguiu o apoio de centenas de usuários da rede.
Todo o valor excedente arrecadado pela campanha foi entregue à
Luciana como forma de reparação da sociedade pelo sofrimento durante o
14 Disponível em: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/11/07/vaquinha-para-ajudar-agente-a-pagar-r-5-mil-a-juiz-arrecada-4-vezes-mais.htm
35
caso. No entanto, ela preferiu doar o que sobrou para uma instituição de
caridade.
3.2 – Empresários usam "vaquinha virtual" para fabricar
impressora 3D15
Tecnologia também é um mercado promissor em crowdfunding e,
pensando nisso, os amigos Filipe Moura, Felipe Sanches e Rodrigo Rodrigues
da Silva resolveram apresentar seu projeto em uma plataforma de
financiamento coletivo para fabricar uma impressora 3D.
Inicialmente eles estipularam o valor de R$ 23 mil como meta em um
site que promove "vaquinha virtual", mas conseguiram arrecadar R$ 30 mil. A
ideia inicial era comprar as peças e montar algumas impressoras 3D que, na
época, ainda não estavam disponíveis no Brasil. Como recompensa para os
colaboradores, de acordo com o valor da doação, os proponentes
ofereciam uma impressora montada ou um kit de peças para montá-la em
casa.
Como mesmo após o término da campanha os empresários
continuaram recebendo pedidos de compra da impressora 3D, eles resolveram
abrir a Metamáquina e continuam comercializando impressoras 3D se
atualizando de acordo com a demanda do mercado.
15 Disponível em: http://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2014/03/07/empresarios-usam-vaquinha-virtual-para-abrir-negocio-saiba-como-fazer.htm
36
3.3 – Campanha Desafio no Gelo16
A Campanha do Desafio no Gelo foi criada com o objetivo de divulgar e
arrecadar fundos para financiar pesquisas sobre a Esclerose Lateral
Amiotrófica (ELA), doença degenerativa do sistema nervoso, de maneira
progressiva, irreversível e incurável, vai aos poucos atrofiando os músculos e
deixando a pessoa incapaz de se locomover, se alimentar e até respirar
sozinha.
Iniciada nos Estados Unidos, a brincadeira desafia pessoas a doarem
dinheiro para instituições que apoiam o tratamento de pacientes
diagnosticados e as pesquisas a respeito da doença e tomar um banho de
água com gelo.
Vários famosos mundo a fora aderiram à causa, compartilharam os
vídeos em suas redes sociais, desafiaram outros famosos e a campanha
viralizou na internet, atingindo resultados bastante satisfatórios. No Brasil,
algumas instituições de apoio aos pacientes e à pesquisa foram surpreendidas
com a procura a respeito da doença também passaram a receber doações.
3.4 – Olimpíadas da Matemática17
Educação é um segmento que os brasileiros gostam de colaborar.
Graças a isso, o estudante Guilherme Henrique Paulino Amaral, de 17 anos,
conseguiu participar das olimpíadas da matemática de Harvard e MIT
(Massachusetts Institute of Technology), nos EUA, no final de 2014.
16 Disponível em: http://extra.globo.com/noticias/entenda-desafio-do-gelo-veja-video-de-famosos-13647108.html 17 Disponível em: http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/11/14/apos-vaquinha-online-aluno-viaja-para-olimpiada-de-matematica-nos-eua.htm
37
Os pais do adolescente já tinham feito um empréstimo em 60 meses
para pagar a passagem, porém ainda faltavam recursos para custear a
hospedagem e alimentação. Guilherme e sua família arrecadaram 50% do
valor estimado para a viagem através da vaquinha virtual.
3.5 – Campanha Falsa
Como a internet é um meio de comunicação livre, há casos de pessoas
má intencionadas difíceis de serem controlados. Em fevereiro de 2015, um
skatista arrecadou R$ 23 mil ao fraudar um laudo médico e fingir ter leucemia.
No Piauí, Zacarias Gondim, de 20 anos, gravou um vídeo com uma
máscara, mostrando o laudo falso e pedindo doações para o tratamento que
seria feito em São Paulo. A campanha se espalhou pelas redes sociais,
pessoas se solidarizaram e apoiaram a causa.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Zacarias não ficou
preso pelos crimes de estelionato e falsificação de documento público por não
ter sido pego em flagrante. Porém a polícia orientou que os colaboradores da
campanha fossem à delegacia com o comprovante do depósito para ser
ressarcido.
3.6 – Em novo esquema de crowdfunding, jogador vira
investidor18
A Lamb&Cooper, empresa especializada em criar sistemas de
fidelização baseados em criptografia, segurança de dados digitados na
internet, está lançado um novo método com o intuito de transformar os
18 Disponível em: http://www.tecmundo.com.br/video-game-e-jogos/79496-brasil-recebe-novo-esquema-crowdfunding-jogador-vira-investidor.htm
38
jogadores em investidores e recompensá-los de acordo com o sucesso do jogo
que eles apoiarem.
O ‘Full Metal Wars’ será o primeiro disponível para esse sistema de
financiamento. A contribuição online funciona a partir da compra de moedas
virtuais que os jogadores fazem para participar das partidas online. O valor
inicial é de US$ 2 e cada compra ajudará no financiamento do título que está
80% concluído.
De acordo com a empresa idealizadora da proposta, as moedas
funcionam como pequenas ações do jogo e podem ser negociadas livremente,
porém sujeitas às variações de preço no mercado online. Quem contribuir com
o jogo automaticamente também estará fazendo parte de um sistema de
recompensas, que serão pagas na forma de créditos na carteira online e em
outros benefícios.
3.7 – O Crowdfunding na Música19
A banda de rock paulistana O Terno conseguiu produzir seu disco
homônimo através do financiamento coletivo pela internet. Segundo o vocalista
da banda, Tim Bernardes, foram arrecadados os R$ 36 mil que o grupo
precisava para finalizar o disco em 2014.
Com a colaboração dos fãs, foram custeadas as prensagens e a arte
gráfica do disco, além de parte das gravações. Os valores das doações na
campanha variaram de R$ 19 a R$ 1.000 e a recompensa era proporcional ao
investimento do colaborador: de pôster autografado a uma serenata particular.
O sucesso da campanha de arrecadação da banda reflete a realidade
de artistas independentes que recorrem ao crowdfunding para avançarem nos
19 Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/05/1634104-financiamento-coletivo-virtual-procura-por-crowdfunding-cresce-no-brasil.shtml
39
planos de carreira artística, já que os trâmites burocráticos para financiamento
de cultura são um grande obstáculo.
40
CONCLUSÃO
Há alguns anos, a sociedade contemporânea vem percebendo as
transformações pelas quais o mundo digital tem passado e já entendeu que
precisa acompanhar essas mudanças e incorporá-las no seu cotidiano. O
universo deixa de ser individualista para pensar e agir coletivamente, em
equipes, e essas características devem ser propagadas e compartilhadas
também no ambiente online.
Diante das dificuldades encontradas no cenário da economia mundial, o
Crowdfunding surge como uma esperança de auxiliar empreendedores a
desenvolver ideias que enriqueçam a sociedade em diversos aspectos:
cultural, econômico, educacional, social. A inteligência e generosidade coletiva
passam a ser ferramentas de transformação.
A comunicação digital ganha cada vez mais espaço como excelente elo
entre as diferentes camadas da sociedade e, consequentemente, interliga os
diferentes públicos ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, é capaz de
segmentá-los. Jornais digitais, sites, blogs, redes sociais, todas as plataformas
tecnológicas convergem para a interatividade.
Esse é o cenário é propício para a difusão dos financiamentos coletivos,
pois uma boa ideia compartilhada pode atrair olhares, conquistar parcerias,
ganhar divulgação e compartilhamento através das redes sociais e sair do
papel. Porém, para que os projetos se tornem realidade, é necessário
determinação dos seus realizadores, engajamento e transparência nas ações
para ter a credibilidade no mercado como aliada.
41
Embora no Brasil o Crowdfunding ainda esteja engatinhando, é possível
perceber, neste estudo, o entusiasmo dos administradores de algumas das
plataformas de maior sucesso no país como o Catarse, o Queremos e a
Benfeitoria, em relação ao futuro do segmento, que é promissor.
A cultura nacional está em fase de adaptação em relação ao novo
conceito digital e a população brasileira vem se moldando a esse cenário. A
oportunidade de crescimento está na generosidade coletiva, na colaboração,
na replicação de conceitos, ou seja, na interatividade proporcionada pelo
universo online.
42
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Case da Estátua da Liberdade, Nova York, EUA;
Anexo 2 >> Relatório – The Crowdfunding Industry – 2015 Anexo 3 >> Pesquisa ‘Retrato Do Financiamento Coletivo No Brasil
2013/2014’: O Crowdfunding por Regiões
43
ANEXO 1
Case da Estátua da Liberdade, Nova York, EUA ;
http://www.nps.gov/stli/learn/historyculture/pulitzer-in-depth.htm
44
ANEXO 2
Relatório – The Crowdfunding Industry – 2015
http://www.crowdsourcing.org/editorial/global-crowdfunding-market-to-reach-
344b-in-2015-predicts-massolutions-2015cf-industry-report/45376
GLOBAL CROWDFUNDING MARKET TO REACH $34.4B IN 2015, PREDICTS MASSOLUTION’S 2015CF INDUSTRY REPORT
Global crowdfunding experienced accelerated growth in 2014, expanding by 167
percent to reach $16.2 billion raised, up from $6.1 billion in 2013. In 2015, the industry
is set to more than double once again, on its way to raising $34.4 billion.
These are the figures from Massolution’s highly anticipated 2015CF – Crowdfunding
Industry Report, which was released today. Thanks to our sponsors, the first 50
copies of the report can be purchased at half price with the code FIRST50.
The strong growth in 2014 was due in part to the rise of Asia as a major crowdfunding
region. Asian crowdfunding volumes grew by 320 percent, to $3.4 billion raised. That
puts the region slightly ahead of Europe ($3.26 billion) as the second-biggest region by
45
crowdfunding volume. North America continued to lead the world in crowdfunding
volumes, growing by 145 percent and raising a total of $9.46 billion.
The research team collected information on 1250 active crowdfunding platforms
(CFPs) across the world, including high-quality data submitted by 463 CFPs to the
Crowdfunding Industry Survey, before undertaking significant further research and
analysis in order to reach its results.
While rewards- and equity-based campaigns typically get the most headlines, it’s
lending-based crowdfunding that dominates the industry: in 2014, it raised $11.08
billion dollars.
Part of that, according to Massolution founder and CEO Carl Esposti, is explained by
the strong growth of crowd-based lending in Asia: “Surprises materializing from this
year’s research included the astounding growth in the P2P and P2B lending market in
Asia, stemming largely from the Chinese market.”
This is the second major report Massolution, Crowdsourcing.org’s sister firm, released
this month: just a few weeks ago, it published its2015CF – RE Crowdfunding for Real
Estate Report, which takes a close look at one of the hottest sectors of crowdfunding.
Business and entrepreneurship remained as the most popular crowdfunding category,
collecting $6.7 billion in 2014, which represents 41.3 percent of total crowdfunding
volume. Social causes ($3.06 billion), films and performing arts ($1.97), real estate
($1.01 billion), and music and recording arts ($736 million) rounded out the top five
categories.
46
ANEXO 3
Pesquisa ‘Retrato Do Financiamento Coletivo No Brasil
2013/2014’ – O Crowdfunding por Regiões
http://pesquisa.catarse.me/
47
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presarios-usam-vaquinha-virtual-para-abrir-negocio-saiba-como-fazer.htm
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______________ O Imperativo Das Redes Nas Vendas Online: Grupos Ou
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52
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
LISTA DE SIGLAS E EXPRESSÕES ESTRANGEIRAS 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
Panorama do Mundo Digital 12
1.1 – O Universo do Crowdfunding 14
1.1.1 – Crowdfunding x Crowdsourcing 15
1.2 – A Difusão do Crowdfunding 17
1.2.1 – O Crowdfunding no Mundo 18
1.2.2 – O Crowdfunding No Brasil 20
CAPÍTULO II
O Crowdfunding e suas Vantagens 23
2.1 – Como funciona o Crowdfunding? 24
2.2 – Tendências do Crowdfunding 27
2.3 – Algumas Plataformas Brasileiras de Crowdfunding 29
2.3.1 – Vakinha 30
2.3.2 – Queremos 30
2.3.3 – Catarse 31
2.3.4 – Benfeitoria 32
53
CAPÍTULO III
O Crowdfunding em Cases 33
3.1 – #JuizNãoéDeus 34
3.2 – Empresários usam "vaquinha virtual" para fabricar 35
impressora 3D
3.3 – Campanha Desafio no Gelo 36
3.4 – Olimpíadas da Matemática 36
3.5 – Campanha Falsa 37
3.6 – Em novo esquema de crowdfunding, jogador vira 37
investidor
3.7 – O Crowdfunding na Música 38
CONCLUSÃO 40
ANEXOS 42
BIBLIOGRAFIA 47
WEBGRAFIA 48
ÍNDICE 52