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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA GESTÃO DE CRÉDITO BANCÁRIO AO CONSUMO DE PF E PJ Por: Wallace Fortini Antonio Orientador Prof. Nelsom Magalhães Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · agentes presentes na economia brasileira. 6 METODOLOGIA O trabalho assumiu um viés essencialmente financeiro teórico, uma vez

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

GESTÃO DE CRÉDITO BANCÁRIO AO CONSUMO DE PF E PJ

Por: Wallace Fortini Antonio

Orientador

Prof. Nelsom Magalhães

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

GESTÃO DE CRÉDITO BANCÁRIO AO CONSUMO DE PF E PJ

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção

do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa.

Por: Wallace Fortini Antonio

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, antes de tudo, a Deus, na pessoa

de seu filho Jesus Cristo, que por meio de

sua graça capacitou-me e permitiu-me

cumprir mais um objetivo de minha vida. E

também aos meus pais que jamais

hesitaram em me proporcionar as melhores

condições para a realização deste sonho

acadêmico.

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha maravilhosa família que Deus

me concedeu, Esposa e Filha, pelo

companheirismo e compreensão nos

momentos de ausência.

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RESUMO

Esta monografia aborda o ciclo de crédito no Brasil e os critérios utilizados

na concessão de crédito, em estabelecimentos bancários, para as pessoas físicas e

jurídicas, caracterizando suas diversas fases e investigando seus principais

determinantes macroeconômicos e institucionais. Sendo assim, ficando claro a

importância do sistema financeiro e bancário na economia como um todo, o que

justifica sua escolha enquanto objetivo central deste trabalho.

De maneira geral, a tecnologia bancária, bastante desenvolvida no Brasil

facilita o desenvolvimento de novos produtos. Os bancos deverão estar em processo

permanente de avaliação de sua vocação própria, de seu posicionamento

mercadológico, de seus mercados alvo, do impacto das novas tecnologias em suas

escolhas, da logística de distribuição dos produtos e serviços, de seus custos e

benefícios e dos seus resultados operacionais dos riscos envolvidos.

Analisamos determinados acontecimentos e decisões, tanto por parte do

governo brasileiro como do próprio comportamento das instituições financeiras, que

influenciaram o mercado de Crédito e, criaram um ambiente macroeconômico

marcado pela incerteza, resultando na busca por operações menos arriscadas, com

mais liquidez, e assim prejudicando a capacidade de financiamento no Brasil.

Por fim, este trabalho examinou a estrutura do Sistema Financeiro Brasileiro,

com foco na evolução do mercado de Crédito, e busca analisar o comportamento da

firma bancária, sua eficiência macroeconômica e sua presença no financiamento dos

agentes presentes na economia brasileira.

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METODOLOGIA

O trabalho assumiu um viés essencialmente financeiro teórico, uma vez que

se utilizou basicamente de análise conceitual e interpretativa das normas e institutos

afins ao tema-problema.

Consequentemente adotaram-se duas linhas de investigação. Em caráter

acessório utilizou-se a linha financeira exploratória, consistindo em análises

preliminares de institutos e elementos doutrinários concernentes ao tema-problema.

Sob esta ótica procurou-se apontar as tendências na aplicação de princípios e

dispositivos legais ao objeto do tema-problema, haja vista se tratar do fenômeno

social consumerista no Brasil, e de rara abordagem doutrinária.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – O SISTEMA BANCÁRIO BRASILEIRO 10

CAPÍTULO II – O MERCADO DE CRÉDITO NO BRASIL 29

CAPÍTULO III – OS PRODUTOS DE CRÉDITO 39

CONCLUSÃO 51

ANEXO 53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 60

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INTRODUÇÃO

Para falarmos de um assunto de plena complexidade, temos que antes fazer

uma retrospectiva histórica:

Há cem anos, crédito era privilégio de poucos. Uma pessoa de posses podia

gastar numa loja ou restaurante, e simplesmente assinar a conta para pagar. O dono

do estabelecimento concedia “Crédito”, porque sabia que receberia seu dinheiro.

Uma pessoa de meios mais modestos, que tentasse fazer o mesmo, acabaria

provavelmente lavando pratos.

Atualmente, existe mais de 100 milhões de portadores de cartões de crédito,

tais como Visa, Mastercard, entre outros, podendo gozar das mesmas comodidades

que só milionários podiam se dar ao luxo de ter a um século atrás.

O modelo bancário trazido ao Brasil pelo Império foi o europeu. Entendiam-

se como atividades básicas de um banco comercial ou simplesmente banco das

operações de depósitos e empréstimos (descontos), outros serviços praticamente

inexistiam.

Os bancos sempre guardaram, através do tempo, uma característica

excessivamente nobre ou, por que não dizer, austera. Um exemplo desse rigor eram

as próprias gerências operacionais, as quais obrigatoriamente deveriam manter

contato com o público e ficavam situadas no fundo das agências, com suas portas

muito bem trancadas, por onde poucos ousariam entrar.

Essa situação estendeu-se até a metade do século XX, quando, então,

começaram as grandes transformações provocadas pelo progresso e pela euforia do

pós-guerra.

A partir dos anos 50, solidificaram-se as posições brasileiras, explodindo aos

poucos seu potencial econômico. Propagaram-se os bancos e, com eles, os

primeiros sintomas de uma debilitada capacidade empresarial para administrá-los.

Mais de 500 matrizes bancárias funcionavam na ocasião.

Em 1945, através do Decreto-Lei 7.293, foi criada a conhecida

Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), em substituição a critérios

inadequados de fiscalização, que tiveram início em 1920 com a Inspetoria Geral de

Bancos. Seu objetivo imediato era exercer o controle do mercado monetário. O

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mesmo decreto criava, como instrumento de controle do volume de Crédito e dos

meios de pagamento, o depósito compulsório. Inúmeros bancos encerraram suas

atividades. Outros tantos desapareceram, através de fusões e incorporações.

Os Bancos no Brasil vêm reduzindo a sua competitividade em função do

aumento da concentração bancária que na escala de avaliação do Banco Central

(BC) em 2008 passou de baixa para moderada. Esses são os primeiros resultados

da crise financeira, que obrigou bancos pequenos e médios a vender carteiras de

Crédito para os bancos maiores.

Saneou-se e, ao mesmo tempo, solidificou-se o Sistema Financeiro

Nacional.

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CAPÍTULO I

O SISTEMA BANCÁRIO BRASILEIRO

O Banco Atual

A reforma bancária de 1964 (Lei 4.595, de 31/12/64) e a Reforma do

Mercado de Capitais (Lei 4.728, de 14/07/65), definiram uma política que procurava

acabar com a controvérsia relativa às Instituições Financeiras, ou seja, evolução no

sentido europeu, pela qual os Bancos eram as principais peças do Sistema

Financeiro, operando em todas as modalidades de intermediação financeira, ou

adoção de modelo americano, no qual predominava a especialização.

Por tais normas, o Banco ficaria com o segmento de capital de giro, e outras

operações de curto prazo. Existindo as Empresas de Crédito, Financiamento e

Investimento, desde 1959. Criaram-se os Bancos de Investimento, em 1965, e as

Associações de Poupança e Empréstimo, em 1969. Na área oficial, já existia o

Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC), desde 1951, e o Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), desde 1952. Em 1964, foi criado o

Banco Nacional da Habitação (BNH). Posteriormente foram extintos tanto o BNCC

como o BNH, este último absorvido pela Caixa Econômica Federal (CEF).

O Banco do Brasil (BB) transformou-se em um banco comercial misto,

operando também em longo prazo, enquanto os Bancos da Amazônia (reorganizado

em 1966) e do Nordeste (criado em 1962) passaram a exercer funções típicas de

bancos comerciais e de agentes da Superintendência do Desenvolvimento da

Amazônia (SUDAM) e da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

(SUDENE), respectivamente, recriadas com restrições. Apesar desta opção, em

virtude de condicionamentos econômicos e, em especial, da necessidade de buscar

economia de escala e melhor racionalização do sistema, os bancos passaram a

assumir o papel de líderes de grandes conglomerados, onde atuam,

coordenadamente, todas as modalidades de Instituições Financeiras.

A estrutura atual básica do Sistema Financeira resulta, portanto, dessa

reforma institucional do biênio 64/65, que criou o Conselho Monetário Nacional

(CMN) e o Banco Central do Brasil (BC), além da regulamentação das diferentes

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instituições de intermediação, entre as quais as integrantes do Sistema Financeiro

da Habitação (SFH). Posteriormente, foi incorporada ao quadro institucional do

sistema a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), criada pela Lei 6.385, de

07/02/76.

Ao final da década de 80, a Resolução 1.524, de 22/09/1988, facultou às

Instituições Financeiras de sua organização como uma única instituição com

personalidade jurídica própria vulgarmente denominada Banco Múltiplo.

O processo de globalização, a abertura econômica e o Plano Real

provocaram, em seu conjunto, com o apoio do Programa de Estímulo à

Reestruturação (PROER) e da adesão do Brasil aos Acordos de Basileia, um

processo de saneamento, privatização e fusão de instituições bancárias que

atualmente, no início do século XXI, podemos dizer que inicia uma revolução nos

métodos e práticas de nossa atividade bancária, sem dúvida para melhor. Além

disso, após o Plano Real, com o fim dos ganhos fáceis do floating, a aplicação

privilegiada dos recursos dos correntistas a taxas que chegaram a ser de 80% ao

mês, na época de inflação desenfreada, os bancos brasileiros precisaram buscar

novas fontes de receita.

Além do fim da inflação elevada, os bancos tiveram que enfrentar os

processos de Reestruturação e Globalização que, entre outras coisas, trouxeram

novos competidores estrangeiros ao Brasil. A arma para ganhar mercado e manter o

cliente foi mudar a estratégia de atendimento e partir para o aumento da oferta de

produtos e serviços.

Os bancos passaram a segmentar a clientela em grupos a partir de suas

características: Faixa de Renda ou Faturamento e Informações de Comportamento

bancário, como: tempo de relacionamento, perfil de Crédito etc. A classificação

possibilitou identificar hábitos e características comuns entre os que utilizam

determinado produto, permitindo ao banco oferece-lo a quem, enquadrando-se no

mesmo padrão, ainda não o utilizasse. Assim, a ação mercadológica se torna mais

eficiente e permite elevar o volume de produtos adotados por um mesmo cliente.

O fator fundamental mais recente no surgimento de novos produtos foi a

introdução do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Além das

Transferências Eletrônicas Disponíveis (TED).

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Prestação de Serviços

Procurando atrair sempre um maior número de clientes, os bancos

passaram a oferecer serviços mais rápidos, que com o tempo, acabaram se

tornando rotina. Essa agilização beneficiou sobremaneira os correntistas,

principalmente os institucionais.

Dificilmente se poderá identificar uma data a partir da qual os bancos

começaram a exercer as funções de grandes prestadores de serviços.

Os primeiros carnês de pagamento (Crediário) levaram muito tempo para

serem aceitos pelos bancos.

O banco atual instala caixas avançados em grandes clientes, retira

numerário, paga seus empregados e fornecedores, credita a cobrança no mesmo dia

de pagamento, oferecem caixas automáticos, Cartões de Crédito, Cheques

Especiais, Cheques de Viagem, entre outros Serviços e Produtos relacionados ao

Crédito do Consumo.

Existem bancos mais ativos, que como reciprocidade, oferecem serviços de

controle de faturamento, contabilidade, fluxo de caixa, mercados externos e acesso

on-line em tempo real, com uma série de informações. Desnecessário menciona, é

claro, todas as operações ativas tradicionalmente postas à disposição dos clientes.

A facilidade de atendimento ao grande público levou os órgãos da

administração púbica a utilizar intensamente a rede bancária nacional na

arrecadação de sua receita.

Junto com esses recebimentos, surgiram outras atribuições, tais como o

pagamento a funcionários públicos e beneficiários da previdência, assim como a

prestação de serviço burocrático administrativos, que obrigaram os estabelecimentos

bancários a criar controles para posterior informação ao Governo, e aos clientes.

Na realidade, no momento em que os bancos instalarem na casa e/ou

escritório de seus clientes uma leitora de códigos de barras, estará lhes transferindo

sobre maneira a vida de todos nós.

As receitas com produtos e serviços, comissões pela venda de seguros,

taxas de administração de fundos, anuidades de cartões de crédito, fornecimento de

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talões de cheques, etc. representavam, ao final de 2002, cerca de 20% do total. Em

1994, a fatia era bem menor, apenas 4%.

No mundo todo, cada vez mais as fontes de receitas dos bancos vêm da

prestação de serviços e venda de produtos. No Brasil, ao final de 2002, a receita

com empréstimos ainda respondia por 40% do total, e negócios de tesouraria,

operações com papeis públicos, representavam 32% do faturamento.

Um indicador de crescente importância das receitas com serviços é a

relação entre elas e as despesas com pessoal, era de 40% em 1994 e, ao final de

2002, em alguns casos, já era de 100%. Ou seja, alguns bancos já cobriam todo

custo de pessoal com ganhos dos serviços prestados. Após 2009 as tarifas dos

serviços bancários passaram a cobrir não só as despesas de pessoal como,

também, parte de suas demais despesas administrativas.

Índices e Indexadores

O Mercado Financeiro, da mesma forma que a Economia Brasileira, vive

num emaranhado de Índices e Indexadores que estabelecem bases para ações e

decisões e determinam valores e resultados em seus diferentes segmentos, vejamos

alguns dos principais: Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA); Índice de Preços

ao Consumidor (IPC); Índice Geral de Preços do Mercado (IPG-M); Índice de Preços

ao Consumidor Ampliado (IPCA); Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)

Unidade Fiscal de Referência (UFIR); Unidade Real de Valor (URV); entre outras.

Taxas de Juros – Função e Formação de Preço

Temos várias taxas no Mercado Financeiro, contudo iremos citar apenas

algumas e explicar as mais usadas: Taxa Selic; Taxa Básica Financeira (TBF); Taxa

Referencial (TR); Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP); Taxa Preferencial Brasileira

(TPB); Taxa Libor Brasileira (TLB);

Taxa Selic - É a principal taxa de referência do mercado, e que regula as

operações diárias com títulos públicos federais no Sistema Especial de Liquidação e

Custódia do Banco Central, pois é a sua média diária que reajusta diariamente os

preços unitários, dos títulos públicos. Representa a taxa pela qual o Banco Central

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compra e vende títulos públicos federais ao fazer sua política monetária no mercado

aberto. É determinada nas reuniões periódicas do Copom.

A taxa Selic remunera as operações por um dia útil, dos títulos públicos

federais, embora sua cotação seja dada em termos anuais.

Taxa Referencial (TR) - A Taxa Referencial foi criada no Plano Collor II, com

o intuito de ser uma taxa básica referencial dos juros a serem praticados no mês

iniciado e não como um índice que refletisse a inflação do mês anterior. Ela

substituiu o Bônus do Tesouro Nacional Fiscal (BTNF), como o índice de

remuneração básica da caderneta de poupança e do FGTS.

Crédito Direto ao Consumidor (CDC)

É o financiamento concedido por uma financeira para aquisição de bens e

serviços por seus clientes. Sua maior utilização é, normalmente para a aquisição de

veículos e eletrodomésticos.

O prazo dos CDC pode variar de três a 48 meses e financiar de 67 a 100%

do valor do bem, já que uma parte do pagamento pode ser feita no momento da

aquisição do bem, na forma de uma entrada. No caso específico de financiamento

de veículos, o prazo do financiamento pode chegar a 60 meses ou até, em casos

especiais, a 72 meses.

O bem assim adquirido, sempre que possível, serve como garantia da

operação, ficando à financeira vinculada pela figura jurídica da alienação fiduciária,

pela qual o cliente transfere a ela a propriedade do bem adquirido, com o dinheiro

emprestado, até o pagamento total de sua dívida.

O funding das operações de CDC era, até 1988, as letras de câmbio

colocadas no mercado pela Financeira, e resgatáveis nos seus respectivos

vencimentos. Com a criação dos bancos múltiplos e com a crescente diminuição dos

índices de liquidez das letras de câmbio, o funding dessas operações passou a ser

fornecido pela tesouraria da instituição com os CDB da carteira comercial e os CDI

do mercado interbancário.

Não há captação que cubra o prazo total do repasse. A tesouraria se

encarrega de neutralizar os eventuais descasamentos com operações de hedge no

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mercado futuro. As taxas são normalmente prefixadas, não podendo ser vinculadas

à variação cambial.

O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) máximo dessas operações é

de 1,5% ao ano, mas normalmente limitado há 12 meses.

Microcrédito

Foi criado para atender ao esforço do governo em aumentar, no geral, a

disponibilidade de Crédito na economia e, no particular, direcioná-lo às pessoas

físicas e jurídicas que mais dele necessitam de acordo com o estabelecido na Lei

10.735, de 11/09/03, com as alterações introduzidas pela lei 11.110, de 25/04/05,

que instituiu o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO).

As normas que dispõe sobre as operações de microcrédito destinadas á

população de baixa renda e a microempreendedores estão atualmente

estabelecidas pela Resolução 4.000, de 25/08/11.

Nela determinado que os bancos múltiplos com carteira comercial, os

bancos comerciais e a Caixa Econômica Federal deverão observar condições

especificas na realização de operações de micro finanças, tais como:

- o valor das operações deverá corresponder a, no mínimo, 2 % dos saldos

médios dos depósitos a vista captados por cada uma das instituições mencionadas,

com algumas restrições nos casos das instituições financeiras públicas e federais e

estaduais;

- as taxas de juros efetivas das operações não poderão ser superiores a taxa

de 2% ao mês e, no caso de operações de microcrédito produtivo orientado ao

microempreendedor, não superiores a taxa de 4% ao mês;

- os valores dos créditos concedidos o serão até um limite máximo, de

acordo com o cliente; e

- o prazo da operação não poderá ser inferior a cento e vinte dias, mas será

admitida, excepcionalmente, a contratação de operações com prazo inferior a este,

desde que a taxa de abertura de crédito seja cobrada proporcionalmente ao prazo

reduzido das operações.

Para ter certeza de que as instituições financeiras autorizadas a realizar as

operações de micro finanças estão cumprindo a exigibilidade de alocar 2% dos

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saldos de seus depósitos a vista para essas operações, o BC verificará

periodicamente o cumprimento da exigibilidade aplicações, de acordo com a circular

3.566, de 08/12/11.

Para o cumprimento das exigibilidades das aplicações, serão consideradas:

- o recurso repassados para outras instituições financeiras, por meio de

depósito interfinanceiro vinculado a operações de micro finanças, DIM,

exclusivamente para aplicações em operações de micro crédito, observadas a

disposições da Resolução 3.399, de 29/08/06, e regulamentação complementar;

- os créditos oriundos de operações de adiantamentos, empréstimos e

financiamentos que atendam ás condições estabelecidas na Resolução 4.000,

adquiridos de: outras instituições financeiras, organizações da sociedade civil de

interesse público (OSCIP), constituídas de acordo com a Lei 9.790, de 23/03/99,

organizações não governamentais (ONG), cujos estatutos prevejam a realização de

operações de micro crédito; e entidades, fundos ou programas voltados para o micro

crédito.

O valor das deficiências das aplicações em relação a exigibilidade, se

houver, deverá ser recolhido ao BC em moeda corrente sem remuneração,

permanecendo indisponível até a próxima data de verificação periódica do

cumprimento da exigibilidade.

As operações vencidas e não pagas podem ser computadas para o

cumprimento da exigibilidade, desde que observado o percentual de 100% no

primeiro ano após o vencimento, e de 50%, no segundo ano.

As ONG’s autorizadas, OSCIP, SCM designam as entidades que, além das

instituições financeiras autorizadas, também atuam no micro crédito, mas que

seguem regras diferentes.

As OSCIP não estão sujeitas a Lei da Ursura (limitação a que estão sujeitas

as ONG) e podem praticar taxas de juros superiores a 12% ao ano, mas entidades

que não visam lucro. Também tem isenção de Imposto de Renda, desde que

protocolem o pedido na Receita Federal, e de Imposto Sobre Serviços (ISS). Neste

caso, a isenção deve ser solicitada a prefeitura local. Entidade que formalmente é

OSCIP pode operar sob o nome “banco” como, por exemplo, o Banco do Povo de

Santo André.

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Já as SCM, reguladas pela Lei 10.194, tem o lucro por objetivo e não podem

usar o nome “banco”. O processo de formação de uma SCM é acompanhado de BC

e, após a constituição, suas atividades também são monitoradas pelo BC. Elas

podem operar por conta própria ou podem firmar parceiras e instalar aos Postos de

Atendimento ao Micro crédito (PAM) dentro das agências bancárias tradicionais, por

exemplo. Também podem ser controladas por OSCIP.

Cessão de Créditos

São operações entre instituições financeiras da mesma espécie, que trocam

entre si responsabilidade por determinada operação, normalmente por terem

estourado os limites de contingenciamento de crédito, determinado pelo BC em

função do patrimônio da instituição ou dos limites de crédito, em geral, está contido

em artigos da Lei 10.406, de 10/01/02, o novo Código Civil. A base de sua

regulamentação atual é dada pela Resolução 2.836, de 30/05/01, com suas

alterações posteriores.

Com intuito de melhorar a qualidade dos ativos bancos e/ou seu

enquadramento no Acordo de Basiléia no que tange as regras que determinam o

seu nível de alavancagem, a Resolução 2.686, de 26/01/00, com suas alterações

posteriores, estabeleceu as condições para a Cessão de Crédito pelas instituições

financeiras e sociedades de arrendamento mercantil as sociedades anônimas que

se caracterizem, exclusivamente, como companhias securitizadoras de créditos

financeiros e as Sociedades de Propósito Específico (SPE). Quanto maior o

mercado secundário de Cessão de Crédito maiores o ajuste aos limites do Acordo

de Basiléia, maior o giro das carteiras de crédito, o aperfeiçoamento do uso do

capital e, em tese, menores as taxas de juros, num círculo virtuoso para o segmento

crédito.

Da mesma forma que os Fundos de Investimentos de Direitos Creditórios, e

para a emissão de certificados representativos de Cédulas de Crédito Bancário

(CCB), como definidos pela Resolução 2.843, de 29/06/01, bem como o seu registro

na Cetip, permitem que os créditos de financiamento ao varejo, que são em grande

número, também possam ser objeto do mercado de cessão de crédito,

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incrementando o mercado secundário de cessão de crédito e ampliando seu esboço

de negociação para além das empresas de securitização.

Uma instituição financeira pode ceder parcela de sua carteira de crédito,

repassando ao comprados uma parte ou quase todo spread cobrado do cliente. Se a

instituição vende os créditos com coobrigação, isto é, com direito de regresso caso

haja inadimplência do financiado, há apenas um repasse de parte do spread. Se não

há coobrigação, todo spread é transferido ao novo dono da carteira, pois afinal, é ele

quem ficará com o risco de crédito. Os empréstimos consignados realizados pelos

bancos de porte médio representam uma parcela significativa do mercado de cessão

de crédito desses bancos para os grandes bancos.

Os grandes vendedores naturais de carteira de empréstimo (cessão de

crédito) são:

- empresas de cartão de crédito (não podem financiar seus clientes com

recurso próprios);

- financeiras independentes (que acabam fazendo negócios acima de sua

capacidade de captação de recursos) e;

- lojas de departamentos

Alternativamente, o método dinâmico, que utiliza algumas ferramentas

estatísticas para a definição de valo, oferece muitas vantagens. Pelo método

dinâmico, o comportamento histórico da carteira em nível de safras, faixas de

atrasos e qualidade de originação e de processos cobrança, e dispomos de recursos

matemáticos que atribuem valor e estas variáveis, de forma a diminuir a margem de

erro da precificação á luz da perda efetiva que a carteira produzirá. Mas o método

dinâmico, por si só, não encerra o exercício de precificação. Outros processos

qualitativos precisam ser levados em conta para a conclusão do negócio, tais como

o valor do cadastro dos clientes que compõem a carteira, o custo do marketing para

a originação de uma carteira desta natureza, a estrutura dos documentos que serão

firmados pelo vendedor e pelo comprador, se a venda será feita com ou sem

coobrigação, e como serão feitos a cobrança dos créditos e o direcionamento do

fluxo de caixa gerado por esta cobrança. Há considerações a fazer, também, sobre o

processo de registro da compra de carteiras em cartório e sobra a avaliação do

tratamento contábil que será dada a venda da carteira.

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O grande desafio é estabelecer as regras que dizem respeito a forma e ao

preço justo, fair value, dessas carteira. Entre as metodologias de avaliação de ativos

compõem uma determinada carteira, aos quais são atribuídas notas de risco com

descontos no preço a partir de uma matriz de perdas arbitrada. Não raro, as

metodologias percam por desconsiderar aspectos dinâmicos de uma carteira de

créditos, onde a correlação entre bons e maus créditos precisa ser levada em conta

na determinação do valor da carteira como um todo. Em outras palavras, podemos

dizer que a soma de cada valores de crédito individual raramente é igual ao valor da

carteira, pois estamos lidando com a probabilidade de perda, ou seja, há incertezas

quanto a perda efetiva que a carteira produzirá.

A Resolução 3.533, de 30/01/08, com suas alterações posteriores,

estabeleceram os procedimentos que as instituições financeiras devem adotar na

classificação, registro contábil e divulgação de operações de venda ou de

transferência de ativos financeiros.

Assim, por exemplo, a partir de 01/2012 foi proibida a antecipação de

receitas obtidas com a cessão de créditos feita com coobrigação, modalidade em

que o risco de crédito é dividido entre comprador e vendedor. As carteiras só vão

gerar receitas a medida que as parcelas sejam pagas pelos tomadores, embora o

dinheiro da venda desses créditos a outros bancos continue entrando previamente

no caixa. O resultado que aumenta as cessões feitas sem coobrigação - modalidade

em que o risco de crédito é totalmente transferido ao comprador.

Em 28/07/11, através da Resolução 3.988, o BC estabeleceu as condições

para o registro de operações de cessão e créditos e de arrecadamento mercantil em

sistemas de registro de liquidação financeira de ativos por ele autorizados, pelo

cedente e pelo cessionário, inicialmente para as operações relativas a empréstimos

e financiamentos de veículos automotivos.

A princípio, o BC aceita o registro das cessões de crédito em qualquer

câmara autorizada a funcionar, mas a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP),

ligada a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), opera o sistema conhecido

como Central de Cessão de Crédito (C3), cuja autorização de funcionamento foi

dada pelo BC, a partir de 30/01/12. O sistema cruza os dados de carteiras vendidas

e, na outra ponta, de portfólios comprados, checando as informações. O objetivo é

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evitar a duplicidade da venda de ativos, assegurando que o comprador do crédito

está, de fato levando um ativo que não foi cedido para outro banco. O banco

comprador terá o valor de negócio debitado eletronicamente e transferido para o

banco vendedor. A custódia dos títulos de crédito poderá ser feita tanto pela CIP

como pela Cetip. As garantias dos financiamentos também são incluídas nas

operações de cessão, assim, no caso de um financiamento de automóvel, por

exemplo, cuja garantia é o veículo, a alienação do carro que eventualmente dor

comprada a carteira.

Sistema de Informações de Crédito do BC (SCR)

O sistema começou a funcionar em 30/06/04, é uma evolução da antiga

Central de Risco de Crédito do Banco Central (BC). Ele incorpora:

- uma base de dados ampliada sobre as informações das operações de

crédito concedidas pelas instituições financeiras, e instituições assemelhadas, aos

seus clientes; e

- maiores facilidades e agilidade na utilização e nos recursos tecnológicos

disponíveis, inclusive com a inclusão de acesso pela internet.

Seu objetivo primordial é diminuir o risco de insolvência do sistema

financeiro nacional, pela redução do grau de Risco de Inadimplência, os créditos não

pagos, dos empréstimos e financiamentos concedidos a pessoas físicas e/ou

jurídicas, além de propiciar o intercambio das informações fornecidas pelas

instituições participantes.

Espera-se que, no processo de desenvolvimento de sua utilização, aumente

a concorrência entre as instituições financeiras e, como consequência, haja a

ampliação da oferta de crédito no SFN e a redução de spread. Na verdade o SCR é

um instrumento que auxilia o BC na fiscalização dos bancos, mas também funciona

como um Cadastro Positivo. Inclui informações de clientes que pagam em dia as

suas prestações, e não penas os registros de inadimplência, como ocorre nos

Serviços de Proteção ao Crédito (SPC). Por meio do SCR, bancos podem saber um

pouco mais sobre os riscos dos novos clientes, oferecendo taxas de juros mais

baixas para quem tem bom histórico.

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A criação do SCR, ainda na forma da antiga Central de Risco, foi autorizada

pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e suas regras estão dadas pela

Resolução 3.658, de 19/12/08, que dispões sobre a prestação de informações no

formato atual do SCR.

Para permitir a coleta e o compartilhamento das informações entre as

instituições financeiras autorizadas, e, adicionalmente, garantir a privacidade das

informações sobre os clientes de cada uma das instituições em respeito ao direito do

sigilo bancário, o SCR está suportado pelas condições estabelecidas na Lei

9.507/97 que entre outras, regula o direito de acesso e informações e disciplina o rito

processual do habeas data, e na Lei Complementar 105/01, que dispõe sobre o

sigilo das operações realizadas pelas instituições financeiras.

O envio sistemático de informações sobre as operações de crédito a serem

incluídas no SCR, bem como a correção e exclusão de informações, sempre de

acordo com os procedimentos definidos pelo BC, são de responsabilidade exclusiva

das instituições autorizadas pelo BC a fornecê-las. A qualidade das informações

também é uma responsabilidade dessas instituições.

A operacionalização do SCR, por determinação do CMN, é coordenada pelo

BC, a quem cabe coletar, consolidar, armazenar, atualizar e divulgar as informações

a ele encaminhadas pelas instituições financeiras e instituições assemelhadas. Para

garantir a qualidade e a confiabilidade das informações coletadas, o BC provê todos

os processos de verificação de sua consistência.

São consideradas Operações de Crédito para fins de registro no SCR, entre

outras:

- empréstimos e financiamentos;

- adiantamento aos clientes;

- operações de arrendamento mercantil;

- coobrigações e garantias prestadas;

- compromissos de crédito não canceláveis incondicional e unilateralmente

pelas instituições participantes;

- operações baixadas como prejuízo e créditos contratados com recursos a

liberar;

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As demais operações que impliquem risco de crédito, incluindo aquelas que

tenham sido objeto de negociação com retenção substancial de riscos e de

benefícios ou de controle, de acordo com a Resolução 3.533, de 31/01/08, tais como

feitas com empresas controladas e com fundos de investimentos que administrem.

Na fase atual devem fornecer informações ao SCR as seguintes instituições,

mesmo estando em situação de liquidação extrajudicial ou em regime de

administração temporária (RAET):

- as instituições financeiras monetárias (bancos comerciais, bancos múltiplos

com carteira comercial e Caixa Econômica Federal);

- as instituições financeiras (bancos de investimentos, bancos de

desenvolvimento, BNDS, sociedade de crédito imobiliário, sociedades de crédito,

financiamento e investimento, bancos múltiplos sem carteira comercial, bancos de

câmbio, companhias hipotecárias e associações de poupança e empréstimo), e

- as instituições assemelhadas (agências de fomento, sociedades de

arrendamento mercantil, sociedade de crédito ao microempreendedor e as empresas

de pequeno porte, as cooperativas de crédito, as CTVM e as DTVM).

Os procedimentos estabelecidos pelo BC para o fornecimento relativo a

operações de crédito ao SCR estão atualmente definidos na Circular 3.567, de

12/12/11. Por outro lado, os procedimentos estabelecidos pelo BC para remessa de

informações no SCR estão definidos na Carta, Circular 3.540, de 23/02/12.

Todas as instituições autorizadas devem, obrigatoriamente, informar ao BC,

de forma individualizada todas as operações de crédito realizadas com seus clientes

quando o conjunto das operações com o cliente (endividamento) for igual ou

superior a R$ 5 mil até a data base de 03/2012 e R$ 1 mil a partir da data base de

04/2012; e de forma agregada, inclusive quando realizadas por dependências e

empresas localizadas no exterior, sendo dispensada a identificação individualizada

do cliente, que tenham suas demonstrações nos termos da Resolução 2.723, de

31/05/00, com suas alterações posteriores.

Assim em resumo, são cadastrados no SCR todos os clientes do sistema

financeiro nacional com responsabilidade total em dívidas de mais de R$ 1 mil em

cada instituição financeira, sejam elas vencidas ou a vencer, no mês em curso e nos

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13 meses anteriores ao da última atualização ainda que o empréstimo ou o

financiamento já tenha sido quitado.

Uma inclusão importante é que, também, são considerados no total de cada

cliente alguns dos limites pré-aprovados de créditos, mesmo que não estejam sendo

por ele utilizados. Entretanto, eles não são computados no total da responsabilidade

do cliente. Tal fato permite que o BC tenha um maior controle sobre o risco potencial

de crédito das instituições que atendam as pessoas físicas, pois em geral, elas

oferecem muitos “produtos de prateleira” com limites pré-aprovados de crédito.

Dessa forma o SCR abrange um maior número de clientes pessoas físicas e torna-

se completo.

O SCR também recebe as informações dos créditos concedidos pelas

instituições, classificados em diferentes prazos de operações, como, por exemplo, a

vencer em até 180 a 360 dias acima de 360 dias. Já os empréstimos vencidos são

informados em grupos, como, por exemplo: 60 a 180 dias de atraso, 180 a 360 dias

e acima de 360 dias.

A partir dos dados enviados pelas instituições autorizadas, o SCR consolida

as informações, individualmente, por devedor. O registro de informações do cliente é

compulsório. Entretanto, os dados só estarão disponíveis no sistema quando o

devedor autorizar. Assim, as instituições só poderão ter acesso a situação devedora

consolidada dos clientes interessados em crédito no momento da concessão de

novos empréstimos e caso o acesso a informação tenha sido previamente

autorizado pelo cliente.

Um dos principais benefícios do SCR, com detalhamento dos dados das

operações de crédito, concedidas e a conceder aos clientes pelo conjunto das

instituições envolvidas, é a ampliação do conceito de cadastro positivo de

informações sobre operações de crédito dos bons e maus devedores, complemento

aos cadastros negativos já existentes, tais como Serviço de Proteção ao Crédito

(SPC), e a Serasa, além do próprio SCR. No cadastro positivo do SCR estão

registradas todas as operações de crédito, nas condições vistas, não importando se

existem ou não fatos desabonadores sobre elas. Nos cadastros negativos, ou

restritivos, somente existirão informações dobre as operações de crédito de um

cliente, quando houver algum fato desabonador que as justifique.

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Uma das razões que levam as instituições financeiras a cobrarem taxas de

juros elevadas na concessão de créditos é, muitas vezes a escassez de dados sobre

a confiabilidade dos clientes tomadores, refletida em mercado, como formação do

spread das operações, pela taxa de inadimplência.

Ao ter acesso aos dados cadastrais, tanto negativos como positivos, dos

clientes tomadores de crédito, as instituições poderão classificar com maior

confiabilidade os clientes que tenham um melhor histórico de qualidade de

pagamento e, desta forma não só reduzir o risco particular das operações e do

sistema como um todo, mas também estabelecer taxas diferenciadas na concessão

para um mesmo tipo de operação.

O resultado é uma redução nas taxas de juros dos créditos concedidos aos

clientes do sistema, as instituições com histórico de bons pagadores, beneficiando-

os. Nada mais justo que os virtuosos não paguem pelos pecadores. O problema do

SCR é que, ao incluir apenas empréstimos acima de 5 mil, a central beneficia

somente a população de renda mais elevada. Por falta de informação, o bom

pagador que toma pequenos empréstimos geralmente de baixa renda não é

beneficiado com juros menores.

O SCR aumenta a capacidade de monitoramento das instituições

financeiras, o que permite a área de supervisão bancária do BC identificar os riscos

que possam ameaçar o sistema financeiro como um todo e uma instituição financeira

em particular e, a partir daí, agir preventivamente na proteção dos interesses das

sociedades.

Assim, além de aprimorar a supervisão bancária e servir de diretriz para as

decisões macroeconômicas do governo, a expectativa é de que o SCR possa ser um

instrumento adicional para a queda do spread das instituições fornecedoras de

crédito, a diferença entre a taxa de juro cobrada de seus tomadores e o custo de

captação dos recursos financeiros utilizados na concessão do crédito.

Utilizado como subsídio para análise de risco das operações de crédito, o

SCR terá efeitos sobre a inadimplência e, consequentemente, sobre as taxas de

juros na ponta de empréstimo e financiamentos.

O fato concreto é que ao se aumentar o volume de informações se contribui

para a redução do spread, porque este custo reflete, em parte, as margens de

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incerteza que as instituições têm do devedor. Não é possível dizer se tal fato gerará

mais ou menos créditos no sistema financeiro, enquanto a cultura jurídica no País

não facilitar a retomada de bens dados em garantia, mas, certamente, vai permitir

uma melhora na qualidade das decisões das instituições financeiras de crédito.

É importante ressaltar que, de forma alguma, o SCR fere o sigilo bancário e

muitos menos a livre concorrência entre as instituições, pois o BC não informa o

nome das instituições com as quais o devedor tenha operações de relacionamento

direto, tampouco as que indiquem um risco indireto, tais como os avais, que

pressupõem o pagamento da dívida junto com outros devedores. A privacidade do

cliente está preservada, porque o SCR exige que a instituição possua a autorização

expressa do cliente para consultar as informações a que ela se refere. Com o SCR,

os clientes das instituições financeiras ganham, em tese, uma maior agilidade para

escolher uma nova instituição para negociar suas operações, pois com a

disponibilidade de suas informações cadastrais, por ele autorizada, essa nova

instituição poderá facilmente consultar seus dados e, eventualmente, lhe oferecer

uma operação em condições mais atrativas.

O SCR permite que os clientes que estejam interessados em suas

informações obter o histórico do saldo de suas dívidas nos últimos 13 meses de

forma bastante detalhada.

Uma inovação importante é a possibilidade de o próprio tomado acessar

pela internet e imprimir os dados eu estejam registrados no sistema, sobre o seu

relacionamento com todas as instituições com as quais tenha realizado operações

de crédito, seja como tomador principal, seja como secundário.

Os valores são discriminados por tipo de operação, suas características e,

também, pelos diferentes níveis de prazo, vencidos e a vencer. Os créditos já

lançados em prejuízo pelas instituições também vão aparecer. Igualmente

discriminados estão os valores a liberar em função de limites aprovados e não

utilizados também estão incluídas, como informações complementares, o tempo de

relacionamento com o banco e com o número total de instituições com os quais o

cliente tem operações. Os saldos informados no SCR são sempre relativos ao último

dia de cada mês. Por tanto, se alguém atrasar uma mensalidade, mas conseguir

paga-las antes da virada do mês, tal fato não prejudicará seu histórico no sistema.

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A Portabilidade do Crédito

A circular 3.522, de 14/01/11, oficializou a portabilidade do crédito, a

transferência do serviço ou operação do banco em que foi contratada para outro ao

livre arbítrio do cliente, ao vedar as instituições financeiras, na prestação de serviços

e na contratação de operações, a celebração de convênios que impeçam o acesso

de clientes a operações de crédito ofertadas por outras instituições financeiras

inclusive os empréstimos com consignação em folga de pagamento.

No caso de uma operação de crédito, funciona da seguinte forma:

- o cliente vai a instituição financeira “A”, onde fez a operação de crédito e

solicita o valor do saldo devedor para a quitação antecipada. Esse cálculo que traz a

dívida ao seu valor presente é definido pelo BC e exclui os juros ainda não pagos;

- o cliente leva a informação do valor à instituição financeira “B” com o qual

negociou uma taxa de juros mais baixa, não aceita pela instituição “A”. A instituição

“B” transfere o valor de saldo devedor para a instituição “A”, por meio de TED para

evitar a cobrança de IOF, e assume o crédito do cliente.

Cobrança e Recuperação de Crédito

No sistema financeiro, o cliente só recebe o rótulo de inadimplente depois de

90 (noventa) dias de atraso, mas os bancos já provisionam recursos para cobri a

eventual perda a partir do primeiro dia sem receber o pagamento.

Pela lei, a partir do 1º (primeiro) dia o cliente já pode ser incluído nos

registros devedores em atraso nos birôs de crédito, coma exigência de que ele seja

comunicado. Mas essa não é prática comum de mercado. Antes, as instituições

tentam negociar para rever o valor, o que inclui abordagem pessoais para dívidas

mais antigas. A forma de contato depende também do tipo de crédito contratado. Se

for um financiamento de veículos, por exemplo, cujo bem serve como uma garantia

real, o caminho é encurtado e em 60 (sessenta) dias já pode haver um processo

judicial para a busca e apreensão do veículo. Já em empréstimos pessoais, a

negociação é mais flexível, com ofertas de desconto e de parcelamento do saldo

devedor.

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Uma pequena parte de todo o crédito concedido é dada como perdida, ou

seja, atinge atraso acima de 180 (cento e oitenta) dias. Para recuperar a maior parte

dos calotes, os bancos flexibilizam as condições de renegociação para pagamento

das dívidas atrasadas.

O esforço para reverter as perdas requer investimentos e contratação de

pessoal. Cada vez mais os bancos se conscientizam de que a negociação e

cobrança integram o processo de concessão de crédito. O 1º (primeiro) passo é o

contato com o cliente para uma cobrança amigável e a tentativa de renegociação da

dívida. Se não der certo, o 2º (segundo) passo é a contratação de uma empresa

especializada em cobrança bancárias. Essas empresas tentam inicialmente fazer um

acordo extrajudicial como solução para a dívida. Se não forem bem sucedidas

entram em cena os advogados e a dívida vai para a justiça.

A inadimplência em relação ao total de crédito tem caído sistematicamente

desde de 2004, de 11% para 8%, mas o voluma absoluto dos créditos em atraso

cresceu. Desde de 2004, o crédito com atraso de 61 a 360 dias ainda em carteiras

dos bancos cresceu 50%. Se somando às operações fora do balanço, que já foram

consideradas baixas contábeis e foram chamada conta de compensação, o total de

crédito podre estimado em estudo da KPMG no Brasil, com base em dados do BC,

era mais de U$$ 116 bilhões.

O resultado é o aumento da venda desse tipo de ativo já baixado como

perda, crédito podre, de grande risco e retorno no mercado secundário, cujo

instrumento utilizado pelos compradores tem cada vez mais sido os Fundos de

investimentos em Direitos Creditórios (FIDC), pelas suas vantagens fiscais. O fundo

não tem de pagar IOF, e se a recuperação acontecer, não paga PIS nem COFINS.

Pode permitir ainda o diferimento do IR e da CSSL, dependendo do prazo de

resgate das cotas. Normalmente a cota desses fnods só pode ser adquirida por

investidores qualificados.

Por outro lado, os bancos ganham ao se desfazerem desses ativos, já

baixados como perda, através de leilões privados, pois podem ter alguma receita,

em torno de 10% do valor de face original que, se viesse, só viria no futuro. Além do

mais não há impacto nas provisões e muitas vezes também não há impacto fiscal.

No Brasil, o BC e a Receita Federal estabelecem regras diferentes para a baixa

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contábil e a baixa fiscal respectivamente, de ativos de crédito. Mesmo no caso da

baixa contábil, as regras variam conforme o tipo de empréstimo. Créditos

inadimplentes abaixo de R$ 5 mil podem ser baixados em 180 dias, por exemplo. Já

os de maior valor, com garantia, o prazo depende do tipo de garantia e do

cumprimento de tentativas de recuperação.

Os bancos podem também deixar de se preocupar em ir atrás da

recuperação desses créditos perdidos, eliminando custos de manutenção desse tipo

de ativo e seus aborrecimentos e lembrando que muitos desses créditos já podem

estar em cobrança judicial. Outro estimulo a venda de carteiras é a aproximação do

prazo de adesão as normas internacionais de contabilidade do IFRS, obrigatória a

partir de 2010 por parte de empresas de capital aberto. Ainda não há consenso entre

os especialistas de mercado, mas essas normas podem prejudicar vendas de

carteiras para empresas do mesmo grupo, obrigando o banco a consolida-las no

balanço, o que, na prática, significaria a volta dos ativos para a instituição. Somente

as carteiras vendidas para terceiros poderiam ser excluídas dos ativos.

Os compradores de créditos podres, por seu lado, devem ter ótimos

instrumentos de gestão do risco e carteira, pois quando uma carteira é comprada, é

importante que o novo detentor do crédito conheça bem a sua situação, de forma a

evitar uma cobrança indevida ao devedor e consequentes problemas judiciais, que

podem levar a uma ação jurídica com valor maior do que o pago pela dívida. Até

mesmo o antigo dono do crédito poderá vir ser processado. Com a gestão correta,

estimula-se, há um potencial de recuperação de até 20% dessas operações. Esses

são, principalmente, investidores internacionais, hedge funds associados a parceiros

locais e agências de cobrança nacionais e internacionais. Eles compram as carteiras

com deságio na expectativa de recuperar parte dos recursos com uma cobrança

ativa. O deságio varia conforme o tipo, o tempo de crédito e a expectativa de

recuperá-lo. Esse é agora um business internacional. Os investidores compram

créditos vencidos no Brasil, criam veículos que os empacotam, emitem títulos com

lastro nos créditos e buscam arbitrar ganhos com carteiras de outros países.

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CAPÍTULO II

O MERCADO DE CRÉDITO NO BRASIL

Administradoras de Cartões

As administradoras de cartões de crédito não são empresas financeiras e

sim empresas prestadoras de serviço, que fazem a intermediação entre os

portadores de cartões, os estabelecimentos afiliados, as bandeiras, tais como Visa,

Mastercard e Amex, e as instituições financeiras. Eventualmente, para entre outras

razões, contornar as dificuldades legis e fiscais envolvidas na cobrança das taxas de

juros do parcelamento das vendas aprazo através do cartão, as administradoras

estão se transformando em instituições financeiras e, portanto, são sujeitas à lei da

Usura, para poderem praticar as taxas de juros que consideram viáveis nas compras

parceladas através dos cartões de crédito.

É importante esclarecer a terminologia utilizada neste segmento:

Portador: é a pessoa física ou jurídica usuária do cartão

Bandeira: é a instituição que autoriza o emissor a gerar cartyeos com a sua

marca e que coloca estabelecimentos no mundo inteiro á disposição do portador

para utilização deste cartão. São elas que ditam as regras gerais do setor. Exemplo:

Mastercard, Visa e Amex.

Emissor: é a administradora vinculada a uma instituição financeira, ou a

própria, autorizada pela bandeira a emitir cartões de crédito com o seu nome, com o

nome de terceiros (co-branded) ou cartões de afinidade. Fixam limites de uso, taxas

e assumem o risco de crédito. Exemplo: Bradesco, Itaú, BB, entre outros.

Credenciador: é a instituição que pode afiliar estabelecimentos ao sistema

de cartões de crédito da bandeirada qual é associada. Este tipo de administradora,

chamada credenciador, tem a função de gerenciar, pagar e dar manutenção aos

estabelecimentos afiliados da bandeira. Fazem a captura da transação, sua

transmissão e processamento. Exemplo: Cielo e Redecard.

Processador e Administrador: prestam serviços a instituições financeiras e

aos credenciadores, cuidando da parte tecnológica da transação e de outros

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serviços, tais como o envio de cartões, da fatura, da análise de crédito, da cobrança

e do telemarketing. Exemplo: Orbitall e TSYS.

Estabelecimento: é a loja ou prestadora de serviços que aceita os cartões de

crédito de uma determinada bandeira, para pagamento de bens ou serviços.

Instituição Financeira: são bancos autorizados pelas bandeiras para emitir o

cartão. Podem se confundir com o Emissor.

As receitas da administradora, por sua vez, podem ser classificadas como:

Anuidade: é a taxa que a administradora cobra do portador para se associar

ao sistema de crédito.

Comissão: é a comissão paga pelo estabelecimento à instituição que o

afiliou pela utilização do cartão por parte do usuário. Esta comissão varia de acordo

com algumas variáveis, tais como: total movimentação via cartão; valor de venda

média por operação; risco do negócio; tradição no ramo e tempo de mercado.

Taxa de administração: toda vez que há um financiamento por parte do

portador, algumas administradoras cobram também uma taxa mensal.

Remuneração de Garantia: trata-se de uma receita que a administradora

cobra do portador do cartão quando as compras são financiadas.

Ao final de 2009, o modelo preponderante de dinheiro de plástico no Brasil

era o de associação, no qual as bandeiras, as credenciadoras e os emissores tinham

papéis específicos, porém atuado de forma integrada, sob as regras estabelecidas

pelas bandeiras. Nesse modelo as credenciadoras, Redecard e Visanet, detinham a

licença de uso das marcas das bandeiras e eram responsáveis pelo credenciamento

dos estabelecimentos, como também pela captura, transmissão, processamento e

liquidação financeira das transações realizadas pelos cartões de pagamento.

Cooperativas de crédito (CC)

A Lei 5.764, de 16/12/1971, definiu a Politica Nacional de Cooperativismo

como sendo a atividade decorrente das iniciativas ligadas ao sistema cooperativo,

originárias de setor público ou privado, isoladas ou coordenadas entre si, desde que

reconhecido o seu interesse público, instituiu o regime jurídico das sociedades

cooperativas. Na Lei ficou estabelecido que celebrassem o contrato de sociedade

cooperativa as pessoas que reciprocamente se obriguem a contribuir com bens ou

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serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum sem

objetivo de lucro, e classificou as sociedades cooperativas como:

• Singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20 (vinte) pessoas

físicas, sendo excepcionalmente permitida a admissão de pessoas jurídicas que

tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades econômicas das pessoas

físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos;

• Centrais de cooperativas ou federações de cooperativas, as

constituídas de no mínimo 03 (três) singulares, podendo, excepcionalmente, admitir

associados individuais.

No caso específico das cooperativas de crédito, elas se equiparam a uma

instituição financeira, conforme a Lei 4.595, de 31/12/64.

As exigências e os procedimentos que permitem às cooperativas de crédito

centrais de cooperativas de crédito se constituírem e funcionarem como instituições

financeiras estão atualmente estabelecidas pela resolução 3.859, de 27/05/2010, e

seu regulamento anexo, com as alterações da Resolução 4.020, de 29/09/2011, e

pela Circular 3.502, de 26/07/2010.

As cooperativas de crédito singulares podem ser constituídas com os

seguintes tipos de associados:

• Empregados, servidores e pessoas físicas prestadoras de serviço sem

caráter não eventual, de uma ou mais pessoas jurídicas, públicas ou privadas,

definidas no estatuto, cujas atividades sejam afins, complementares ou correlatas,

ou pertencentes a um mesmo conglomerado econômico;

• Profissionais e trabalhadores dedicados a uma ou mais profissões e

atividades, definidas no estatuto, cujos objetos sejam afins, complementares ou

correlatos;

• Pessoas que desenvolvam, na área de atuação da cooperativa, de

forma efetiva e predominante, atividades agrícolas, pecuárias ou extrativas, ou se

dediquem a operações de captura e transformação do pescado;

• Pequenos empresários, microempresários ou microempreendedores,

responsáveis por negócios de natureza industrial, comercial ou de prestação de

serviços, incluídas as atividades da área rural segundo determinadas especificações;

• Livre admissão de associados, sob determinadas condições; e

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• Empresários participantes de empresas vinculadas direta ou

indiretamente a sindicatos patronais, de qualquer nível em funcionamento, no

mínimo, há três anos, quando a constituição da cooperativa.

Em relação aos tipos de operações a que estão autorizadas, as cooperativas

de crédito podem:

• Na ponta de captação:

Captar depósitos, somente de associados, sem emissão de certificado;

Obter empréstimos ou repasses de instituições financeiras nacionais ou

estrangeiras, inclusive por meio de Depósito Interfinanceiros; e

Receber recursos oriundos de fundos oficiais, e recursos, em caráter

eventual isentos de remuneração, ou taxas favorecidas, de qualquer entidade na

forma de doações, empréstimos ou repasses.

• Na ponta dos empréstimos:

Conceder créditos e prestar garantias, inclusive em operações realizadas ao

amparo da regulamentação do crédito rural em favor de produtores rurais, somente a

associados; e

Aplicar recursos no mercado financeiro, inclusive em depósitos à vista e a

prazo com ou sem emissão de certificado e Depósitos Interfinanceiros, observadas

eventuais restrições legais e regulamentares específicas de cada aplicação.

• Na ponta de serviços:

Prestar a associados ou não associados serviços de cobrança, de custódia,

de recebimento e pagamentos por conta de terceiras entidades públicas e privadas;

e

Prestar a associados ou não associados serviços de correspondente no

País, nos termos da regulamentação em vigor;

Apoiar instituições financeiras, em operações realizadas em nome e por

conta de instituição contratante, destinadas a viabilizar a distribuição de recursos de

financiamento do crédito rural e outros sujeitos a legislação ou regulamentação

específicas, ou envolvendo equalização de taxas de juros pelo Tesouro Nacional,

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compreendendo a formalização, concessão e liquidação de operações de crédito

celebradas com os tomadores finais dos recursos;

Distribuição de cotas de fundos de investimento administrados por

instituições autorizadas, observada, inclusive, a regulamentação aplicável editada

pela CVM;

No caso de cooperativa central de crédito, prestar serviços técnicos a outras

cooperativas de crédito filiadas ou não e prestar serviços de administração de

recursos de terceiros em favor de cooperativas singulares e ela filiadas; e

Proceder à contratação de serviços com objetivo de viabilizar a

compensação de cheques e as transferências de recursos no sistema financeiro, de

prover necessidades de funcionamento da instituição ou de complementar os

serviços prestados pela cooperativa aos associados.

São três os principais sistemas de cooperativas: o Sistema de Crédito

Cooperativo (Sicred), que atua na região Sul, em São Paulo, Mato Grosso, e sul do

Pará; o Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), que atua em 20

estados e o Unicred Brasil. O Sicred e o Sicoob criaram bancos comerciais para

ampliar a oferta de serviços financeiros.

Em 17/04/2009, foi sancionada pelo Presidente da República a Lei

Complementar 130 que dispõe sobre o sistema Nacional de Crédito Cooperativo,

inserido oficial e definitivamente as cooperativas de crédito no SFN, ou seja, elas

passarão a seguir as mesmas regras das instituições financeiras. Embora as

cooperativas de crédito já obedecessem as regras do Banco Central aplicadas ao

SNF, faltava uma regulamentação específica para o setor, de modo a garantir a

segurança jurídica necessária para seu funcionamento e facilitar o acesso ao crédito

para pequenos produtores, comerciantes, industriais e população de baixa renda.

Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento

Sua função é financiar bens de consumo duráveis por meio do popularmente

conhecido “crediário” ou Crédito Direto ao Consumidor (CDC).

Não podem manter contas correntes, e os seus instrumentos de captação

junto às pessoas físicas e jurídicas são: as letras de câmbio (LC), nos dias de hoje

praticamente inexistentes, que são títulos de crédito sacados pelos financiados e

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aceitos pelas financeiras para a colocação junto ao público; e os depósitos a prazo

fixo sem emissão de certificado, conhecido como recibos de depósitos bancários

(RDB).

Por ser uma atividade de grande risco, suas operações passivas estão

limitadas a determinado múltiplo de seu patrimônio de referência (PR). Está também

limitada a sua responsabilidade direta de empréstimo por cliente.

Na esfera das financeiras, giram as chamadas promotoras de vendas,

constituídas, em geral, sob forma de sociedades civis servindo de elo entre o

consumidor final, o lojista e a financeira, por meio de contratos específicos, em que

figuram com poderes especiais, inclusive para sacar letras de câmbio na qualidade

de procuradores dos financiados e, também, prestando garantia del credere dos

contratos intermediados. Tais promotoras têm suas atividades disciplinadas pela

Resolução 562, de 30/09/79 do CMN.

Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno

Porte (SCM)

A Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno

Porte podem realizar as seguintes operações:

- concessão de financiamentos e prestação de garantias às microempresas

ou empresas de pequeno porte, bem como a pessoas físicas no desempenho das

atividades relativas ao seu objetivo social;

- aplicação de disponibilidades de caixa no mercado financeiro, inclusive em

depósitos à vista ou em depósitos interfinanceiros, observadas eventuais restrições

legais e regulamentares específicas de cada aplicação;

- aquisição de Créditos concedidos em conformidade com seu objetivo

social;

- cessão de Crédito, inclusive a companhias securitizadoras de Créditos

Financeiros, na forma da regulamentação em vigor;

- obtenção de repasses e empréstimos originários de instituições financeiras

nacionais e estrangeiras, entidades nacionais e estrangeiras voltadas para ações de

fomento e desenvolvimento, incluídas as Organizações da Sociedade Civil de

interesse público, e fundo oficial;

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Todas essas operações podem ser realizadas através de um posto de

atendimento de Microcrédito fixo ou móvel, permanente ou temporário, em qualquer

localidade, sem necessidade de aporte adicional de capital e com horário de

funcionamento livremente estabelecido pela Sociedade de Crédito ao

Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte, embora vinculado a uma de

suas agências, e de acordo com as regras estabelecidas pelo Banco Central.

Foram criadas pela Lei 10.194, de 14/02/2001, com o objetivo de promover

um modelo de financiamento sem assistencialismo, que atendesse com um mínimo

de burocracia a grande parcela da população que não tem acesso ao sistema

bancário tradicional estando atualmente regulamentadas pela Resolução 3.567 de

29/05/2008. Sua autorização de constituição e funcionamento depende do Banco

Central, que as fiscaliza.

São constituídas na forma de companhias fechadas nos termos da Lei

6.404, de 15/12/1976, e legislação posterior, ou na forma de sociedades por quotas

de responsabilidade limitada, sendo vedada ao setor público a participação

societária direta ou indireta em seu capital. Elas devem observar permanentemente

limites de capital realizado e patrimônio líquido mínimo de R$ 200 mil, de

endividamento de no máximo dez vezes o respectivo patrimônio líquido, e de

exposição por cliente, limitado a 5% de seu patrimônio líquido ajustado pelas contas

de resultado.

Elas podem conceder financiamento e prestar garantias a pessoas físicas,

com o objetivo de viabilizar empreendimentos de natureza profissional, comercial ou

industrial, de pequeno porte, e a pessoas jurídicas classificadas como

microempresas. Estas atividades podem ser realizadas por conta própria ou através

de contrato de prestação de serviços em nome de instituições autorizadas a

conceder empréstimos nos termos da legislação e regulamentação em vigor.

Se o Banco Central autorizar o seu controle societário pode ser exercido por

Organizações de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), Lei 9.790 de

23/04/1999, desde que estas organizações desenvolvam atividades de créditos

compatíveis com o objetivo social das SCM, e não confiram ao setor público

qualquer poder de gestão ou de veto na condução de suas atividades.

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Ás Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno

Porte são vedadas:

- captação de recursos junto ao público, sob qualquer forma, bem como a

emissão de títulos e valores mobiliários destinados à oferta pública;

- a concessão de empréstimos para fins de consumo;

- a participação societária em instituições financeiras e outras instituições

autorizadas a funcionar pelo BC.

Sociedade de Crédito Imobiliário (SCI)

A Resolução 2.735, de 28/06/2000, do Banco Central estabeleceu que as

sociedades de crédito imobiliário sejam instituições financeiras integrantes do

Sistema Financeiro Nacional (SFN), especializadas em operações de financiamento

imobiliário e constituídas sob a forma de sociedade anônima.

Às sociedades de Crédito Imobiliário é facultado, além da realização das

atividades inerentes à consecução de seus objetivos, operar em todas as

modalidades admitidas nas normas relativas ao direcionamento dos recursos

captados em depósitos de poupança.

As sociedades de Crédito Imobiliário podem empregar em suas atividades,

além de recursos próprios, os provenientes de:

- depósitos de poupança;

- letras hipotecárias;

- letras imobiliárias;

- repasses e refinanciamentos contraídos no País, inclusive os provenientes

de fundos nacionais;

- empréstimos e financiamentos contraídos no exterior, inclusive os

provenientes de repasses e refinanciamentos de recursos exterior, inclusive os

provenientes de repasses e refinanciamentos de recursos externos;

- depósitos interfinanceiros, nos termos da regulamentação em vigor; e

- outras formas de captação de recursos autorizadas pelo BC.

Compra parcelada nos cartões e o financiamento da fatura

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A maior parte do crédito concedido com Cartões de Crédito é feita através

das compras em pagamento parcelados sem juros, o parcelado lojista que só existe

no Brasil e surgiu o ano de 1997 como uma alternativa ao cheque pré-datado, a

menor parte divide-se entre o parcelado com juros no qual o banco assume a

operação de crédito e o lojista recebe o valor do bem à vista, e o crédito rotativo

através do financiamento da fatura mensal.

O prazo médio é de 03 (três) meses, mas em algumas lojas eletrônicas é

possível encontrar financiamento sem juros em até 12 (doze) meses. Por mais que

as lojas digam que o financiamento é sem juros, ele não é. Há custos embutidos no

preço, que vão desde as taxas dos cartões aos gastos com telefonia e aluguel das

leitoras. Algumas das grandes redes comerciais também fecharam acordos

exclusivos com grandes bancos para desenvolverem cartões em parcerias, com

condições diferenciadas. Estes plásticos oferecem prazo maior de financiamento,

que onde atingir até 24 (vinte e quatro) meses, com juros e, em alguns casos, preços

menores.

Por outro lado, o banco também pode fazer o desconto do fluxo de

recebíveis dos cartões. Mas, para reduzir o risco da operação, o banco precisa ser a

domicílio bancário da empresa. O domicílio bancário é a instituição financeira onde o

estabelecimento tem conta corrente que recebe os créditos originários das vendas

com cartões. Sendo o domicílio bancário da empresa, o banco tem controle de todos

os pagamentos recebidos pelos lojistas nas vendas por cartão e garante assim que

terá o valor antecipado de volta. Por isso, ao fazer o contrato de desconto de

recebíveis de cartão com a empresa, o banco pede ao credenciador para travar a

domicílio até que a antecipação tenha sido liquidada, o que significa que todos os

pagamentos recebidos pela empresa pelas vendas feitas com cartão cairão nessa

conta até que o valor antecipado seja quitado. Com isso, o risco da operação é

baixíssimo. Quando a credenciadora é que faz a antecipação de recebíveis o risco é

virtualmente zero porque passa por ela todo o fluxo financeiro do cartão, pois ela é

que pega o dinheiro dos bancos, dos portadores de cartão, e repassa o pagamento

ao lojista.

Outra modalidade de financiamento no cartão é o rotativo. Aqui, o cliente

tem a opção de financiar no banco o emissor o valor da fatura em parcelas. Os juros

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costumam ser bem mais altos do que em outros financiamentos, por isso esta

modalidade tem crescimento mais modesto. Dados do BC mostram que o

financiamento com juros no cartão, inclui o rotativo e compras parceladas com juros.

Os valores financiados via cartão de crédito sofrem a incidência do IOF da

mesma foram que os demais empréstimos e financiamentos bancário de acordo com

o Decreto 6.306 de 14/12/07 e suas alterações posteriores. A Circular 3.512, de

25/11/2010, estabelece o valor mínimo da fatura do cartão de crédito a ser pago

mensalmente em relação ao total da fatura.

CDC com Interveniência (CDCI)

São os empréstimos concedidos às empresas do comércio, que passam a

ser o interveniente, para repasse aos seus clientes, de financiamentos vinculados à

compra de um bem ou serviço específicos, e amortizáveis em prestações iguais e

sucessivas, com taxas pré ou pós-fixadas.

Os prazos e a composição de taxas são idênticos aos do CDC, embora

menores pelo fato de não houver o risco do banco em relação ao cliente, mas sim

relação ao interveniente. Assim, o risco da operação passar a ser o interveniente,

que assume o crédito e o está repassando aos seus clientes.

Crédito Diretíssimo (CD)

É uma modalidade de CDCI em que o banco assume a carteira dos lojistas e

ficam com os riscos do Crédito. Para o banco é interessante, pois estará aplicando

os mesmos volumes de dinheiro, porém diretamente ao consumidor, de quem

cobram taxas muito maiores. O CDCI é um mau negócio para as lojas em épocas de

alta inadimplência. Assim, para uma loja é interessante o CD, porque embora

perdendo o ganho financeiro do CDCI, evita o risco de perda e além do mais de ela

mesma ficar inadimplente.

O financiamento ao consumidor exige poder de captação, controle de

inadimplência e casamento de prazos e taxas, para que seja seguro e rentável.

Enquanto uma loja vai precisar de toda uma estrutura para atender só os seus

clientes, bancos e financeiras usam uma só estrutura para atendê-los.

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CAPÍTULO III

OS PRODUTOS DE CRÉDITO

Produtos de Crédito

Existe uma enorme variedade de produtos disponíveis que se diferenciam

em prazos, taxas, formas de pagamento e garantias, com o limite sendo a

criatividade do banco diante das limitações impostas pelo Banco Central.

Os Créditos, independentes do prazo, podem ser concedidos na forma de:

empréstimos, quando a utilização dos recursos pelos clientes tomadores não está

direcionada para uma finalidade específica; financiamentos, quando a utilização dos

recursos pelos clientes tomadores está direcionada para uma finalidade específica e,

além disso, a origem dos recursos que os viabilizam é predefinida.

A formação das taxas dos produtos de Crédito, dependendo do produto ou

operação oferecida, varia periodicamente de acordo com:

- a curva de juros futuros do mercado, que informa o custo-base das taxas

de captação dos títulos públicos federais, como uma referência, para os diferentes

prazos dos créditos;

- os componentes do spread (diferença entre a taxa de aplicação e de

captação), tais como os encargos da operação (rateio dos custos internos

operacionais e administrativos, mais a cunha fiscal), a margem de ganho desejada

pelo banco e o risco específico do cliente tomador do crédito, vis-à-vis as garantias

específicas da operação, também conhecido como risco de inadimplência.

O volume de Créditos dos bancos está vinculado ao seu patrimônio líquido,

incluindo a equivalência patrimonial das instituições financeiras que lhes são

coligadas, e nas condições do Acordo de Basileia.

Assim, toda e qualquer operação de Crédito deve envolver: o valor do

crédito concedido; a taxa de juros remuneratórios, mensal e anual equivalente, a ser

paga pelo devedor ao credor; a forma de amortização dos juros e do principal da

dívida; o prazo final para o vencimento da dívida; as características das garantias à

operação dadas pelo devedor e aceitas pelo credor; os tributos, as tarifas e demais

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despesas e seus respectivos valores; e o contrato formal consensualmente pactuado

entre as partes.

O Dinheiro de Plástico

Atualmente existem diversas alternativas de dinheiro de plástico que

facilitam o dia a dia das pessoas na hora de fazer compras e as empresas na

movimentação de numerário, e representa um enorme incentivo ao consumo por

significar tanto uma alternativa prática de meio de pagamento com uma alternativa

de Crédito diretamente chancelada pelo mercado Bancário. Conforme seguem:

Cartão magnético tradicional - Inicialmente utilizamos para saques nos

caixas eletrônicos, tipo banco 24 horas, tinham a vantagem à época de eliminar a

necessidade de ida a uma agência bancária. Não representavam um estímulo ao

consumo, na medida em que apenas permitiam o saque no presente, sobre valores

já existentes na conta corrente do cliente.

Eventualmente podiam ser utilizados como moeda para pagamento, em

locais onde haviam equipamentos que permitiam a transferência eletrônica de

fundos. Nesse caso substituíam, com vantagem os cheques.

O desenvolvimento dos recursos tecnológicos permitiu ampliar a utilização

dos cartões magnéticos para outras finalidades, além do uso como meio para saque

de dinheiro. Assim, tornou-se possível utilizá-los para a obtenção de extratos de

conta corrente e de poupança e inclusive, como autorização para resgate e

aplicações entre contas correntes e de investimento. Hoje em dia foram substituídos

pelos cartões de débito.

Cartão de débito - São emitidos pelas redes bancárias, utilizados como um

verdadeiro cheque eletrônico, com a grande vantagem de redução efetiva de custo

operacional, para os bancos garantia de recebimento pelos estabelecimentos

comerciais, devido à menor probabilidade de fraude e de inexistência de fundos,

rapidez na operação de venda, pois a quitação da compra é mais rápida, já que é

eliminada a consulta prévia sobre a saúde financeira dos clientes. Na prática,

substituíram não só os cheques nas compras à vista como, também os cartões

magnéticos tradicionais em suas operações.

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Cartão de Crédito - Os cartões de créditos são utilizados para a aquisição

de bens ou serviços nos estabelecimentos credenciados, para os quais trazem a real

vantagem de ser um indutor ao crescimento das vendas e a suposta desvantagem

de um rebate no seu preço à vista pela demora no prazo do repasse dos recursos

provenientes das vendas.

Os cartões têm a eventual desvantagem de vir a representar um fator de

propensão ao consumo, nos momentos em que o consumidor intuitivamente

desejava poupar. Como o nome diz, além de dinheiro de plástico, pois servem como

meio de pagamento, são acima de tudo em crédito automático. Sem dúvida,

constituem a moeda do futuro, pela sua segurança tanto para o credor quanto para o

devedor.

Basicamente, existem dois tipos de Cartões de Crédito quanto ao usuário:

de pessoa física (PF) e empresarial, pessoa jurídica (PJ).

Quanto à utilização, podem ser de uso exclusivo no mercado brasileiro ou de

uso internacional, e neste último caso a conversão deverá ser feita pela taxa do

dólar do dia do pagamento da fatura.

É cada vez maior o uso do cartão de crédito pelas empresas, seja no

conceito de cartão corporate, destinado aos executivos em suas despesas de

viagem e de outros benefícios que lhes são concedidos, seja no conceito de cartão

purchasing, destinados às pequenas compras empresariais do dia a dia, seja no

conceito distribution, que gerencia o relacionamento da empresa com distribuidores

e a rede varejista.

A Resolução 3.919, de 25/11/10, estabeleceu as normas sobre a cobrança

de tarifas pela prestação de serviços por parte das instituições financeiras e demais

instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, tais como as empresas

administradoras de Cartões de Créditos, além de estabelecer outras regras. Assim é

que as empresas emissoras desses cartões só poderão cobrar cinco tipos de tarifas:

anuidade; segunda via; saque na função Crédito; pagamento de contas e alteração

do limite de Crédito por solicitação do cliente.

Os cartões podem ser emitidos em duas modalidades: cartão básico que só

possui as duas funções básicas clássicas de cartão de crédito, ser meio de

pagamento e a possibilidade de parcelar a fatura (Crédito rotativo) e cartão

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diferenciado que além das funções anteriores possuem programas de recompensa

como milhagens e créditos para troca de celulares.

Cartão de Crédito Private Label (Cartão de Loja) - É o cartão que só pode

ser usado em compras na loja que o emite. O cliente possuidor do cartão tem um

prazo especifico para pagar a compra. A inadimplência da operação é próxima de

zero, pois ela é garantida pelo banco que suporta a parceria com a loja emitente,

pois esse tipo de cartão é mais um canal de distribuição e acesso aos clientes.

Muitas vezes estes não se relacionam com a agência do banco, mas se relacionam

com a loja emissora.

O desenvolvimento tecnológico já permite que até mesmo os lojistas de

pequeno porte tenham seu cartão de private label. A empresa que processa os

cartões pode fazer tudo: avaliar e classificar o risco de crédito, emitir e distribuir

faturas, cobranças, atendimento de clientes e viabilizar as transações com a

instalação de equipamentos nos pontos de venda.

Normalmente com o cartão private label de uma loja, em algum momento,

também querem usá-lo em outros estabelecimentos para compras a crédito. Por

isso, já há cartões emitidos pelas lojas com as bandeiras das grandes

administradoras de cartões, chamados de co-branded.

Cartão de Crédito Co-Branded (parcerias com empresas) - É uma

variação dos cartões de afinidade, emitida por uma empresa reconhecida no

mercado, tais como Fiat, Carrefour, em associação como bandeira de uma

administradora de cartões e um banco específico. Traz vantagens específicas para

seus associados como, por exemplo, oferecer programas de incentivo.

Os cartões co-branded podem ser ligados a montadoras de veículos, redes

de varejo e companhias aéreas, oferecendo bônus, descontos ou milhas a cada

compra efetuada.

Cartão Inteligente - Nome genérico dos cartões de débito ou crédito

dotados de processador e módulo de memória. Diferem dos cartões convencionais

pois, além de reunirem as características de todos os cartões anteriores, possuem

um chip embutido, que permite sua utilização em outras funções, como realizar

internamente as operações e suportar um volume de dados até 200 vezes maior .

Podem ser descartáveis e operar de forma on-line e off line. Praticamente isentos da

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possibilidade de falsificação, podem ser configurados como cartões pré-pagos, e,

ainda, assumirem configurações mistas.

No entanto, pra a ampliação da base de usuários desse cartão, é necessário

escala e preço baixo. As máquinas leitoras de cartões devem ser instaladas nas

pequenas lojas de varejo, mercearias, bares, padarias e bancas de jornais e outros

estabelecimentos frequentados pela população . O ponto em comum nesse tipo de

comércio é baixo valor unitário de transação, o que inviabiliza economicamente os

sistemas on-line das transações tradicionais com cartões de crédito (porque

envolvem custos de telecomunicações).

A Evolução do Modelo

A ideia básica era de que várias redes de captura de transações no

comércio, as mais conhecidas são Cielo, a Redecard e a Amex, se ajudassem na

infraestrutura, compartilhando redes e concorrendo na oferta de produtos. Essa

diretiva estava de acordo com a segunda fase, a ênfase foi modernizar o sistema de

Pagamentos Brasileiros (SPB). Na primeira fase, a ênfase foi modernizar o sistema

de pagamento para evitar que o risco e o custo de quebra de participantes do

mercado recaísse no BC. Depois, o foco foi na melhorada eficiência dos sistemas de

pagamento. Nessa linha, o BC já lançou a bandeira da interligação dos caixas

eletrônicos dos bancos e, depois, abriu nova frente na área de cartões, tanto de

débito quanto de crédito.

Na diretiva, o BC identificou os dois grandes personagens que fazem a

indústria de cartões. De um lado, estão as empresas que oferecem cartões para

pessoas físicas e empresas, cobrando anuidades. De outro, as empresas que

fornecem infraestrutura para a realização das transações, instalaram terminais no

comércio, fazem a compensação e liquidam pagamentos de varejo, cobrando esses

serviços basicamente do comércio. As pessoas que possuem cartões não percebem

de forma clara os custos representados pelas estruturas paralelas de Ponto de

Venda (Points of Sale) POS, porque as bandeiras travam acirrada disputa,

oferecendo descontos e isenção de anuidade. Mas são frequentes as queixas dos

comerciantes. Hoje, eles pagam uma tarifa que varia de 1 a 5 % de cada transação

de cartão de crédito e de 1,75% no cartão de débito, além de um aluguel mensal por

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terminal, cujo valor depende do tamanho do estabelecimento. No final das contas,

esse custo acaba sendo repassado aos consumidores. Quanto maior o

estabelecimento, menor a taxa. Entretanto, com o avanço do parcelado sem juros as

coisas mudaram. Há atualmente quatro tipos de taxas sendo cobradas dos lojistas.

Uma menor para o cartão de débito, na casa de 1% e outra para transações a vista.

Há ainda outras duas, mais altas, para compras parceladas que variam conforme a

parcela, de duas a seis parcelas há uma taxa e acima de sete a taxa é ainda mais

elevada.

A segunda proposta é a criação de uma convenção coletiva de consumo,

estabelecendo regras mínimas de conduta para as administradoras. Para tanto a

Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (ABECS), está

preparando um código de Auto regulação que estabelece normas de conduta para

os associados e pune quem infringir as regras. A auto regulação é uma forma de

acelerar todo o processo e dar flexibilidade, tornando mais ágil a dinâmica

competitiva.

Adicionalmente, para estimular a competição no mercado de cartões de

pagamento, foi concluída em 01/10/09 uma análise do segmento, com as equipes

técnicas do BC, da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça (SDE),

e da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (SEAE),

e encaminhado aos três Ministros das respectivas áreas um conjunto de medidas

cujo cronograma de implantação compete ás autoridades, no sentido de atender ás

recomendações do estudo, a saber:

A primeira medida prevê a abertura da atividade de credenciamento. Com

isso, os lojistas poderão trabalhar livremente com todas as bandeiras de cartões,

sem a imposição de contratos de exclusividade por parte das atuais credenciadoras

para processar as transações.

Segunda medida diz respeito ao compartilhamento das redes e dos POS, ou

seja, a possibilidade de que os agentes de credenciamento tenham acesso aos

serviços de rede oferecidos por outras empresas. Na prática, isso permitirá que os

lojistas operem com apenas uma maquininha, oferecendo os serviços de mais de

uma bandeira de cartão de crédito.

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A terceira medida prevê o fortalecimento dos sistemas nacionais de cartões

de débito. Atualmente, as operações de débito são feitas, em sua maioria, por meio

das bandeiras Maestro e Visa Electron. A ideia é ampliar os serviços oferecidos

pelas redes nacionais. O objetivo é reduzir custos transacionais nesse tipo de

operação.

A quarta medida diz respeito a neutralidade nas atividades de compensação

e liquidação das operações. A ideia é ter uma câmara de compensação para as

operações entre as diversas bandeiras, de forma que haja neutralidade entre as

redes. A tendência das empresas é usar a Câmara Interbancária de Pagamentos

(CIP), que pertence aos bancos, para prestar esse serviço, que hoje está dentro da

Cielo e da Redecard.

A quinta medida é dar transparência na definição das tarifas de intercâmbio

cobradas entre as credenciadoras de cartões e suas respectivas bandeiras, por

exemplo, entre a Mastercard e a Redecard e entre a Cielo e a Visa.

Paralelamente, as outras medidas que estão sendo discutidas pelos

reguladores, e que, depois de submetidas aos Ministros, terão encaminhamentos

institucionais distintos, dependendo do escopo, são: a regulação do setor. O sobre

preço nas compras com cartão, revogação de portaria de 19947 que impede a

diferenciação de preços nas compras com pagamento em dinheiro e com cartão; e o

fim da verticalização, já que as empresas credenciadoras além do credenciamento

exclusivo do lojista controlam a prestação de serviços de rede, captura e

processamento de transações e aluguel de terminais, e a compensação e liquidação

das transações.

A tabela a seguir demonstra a evolução percentual do uso do dinheiro de

plástico no Brasil:

Item 1997 2007

Dinheiro 60% 60%

Cartões 6% 20%

Cheques 23% 8%

Outros* 11% 12%

*DOC, TED e OP.

Fonte: BC

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Contas Garantidas / Cheque Especial

Uma conta de Crédito (conta garantida) é aberta com um valor limite que

normalmente é movimentada diretamente pelos cheques emitidos pelo cliente,

desde que não haja saldo disponível na conta corrente de movimentação. À medida

que, nesta última, existam valores disponíveis, estes são transferidos de volta, para

cobrir o saldo devedor da conta garantida.

Para o cliente, o produto garante uma liquidez imediata para suas

emergências. Para o banco, é um instrumento mercadológico forte, mas que, se mal

administrado, pode representar uma perda significativa, tendo em vista seu impacto

sobre a administração de reservas bancárias, já que é necessário deixar recursos de

suas reservas de livre movimentação em stand by, portanto sem aplicação no

overnight, para atender à eventual demanda pelo empréstimo e da qual o banco só

vai tomar conhecimento no dia seguinte.

Algumas contas garantidas têm caráter apenas de conta devedora,

funcionam separadas da conta corrente, e normalmente exigem do cliente o aviso

com antecedência dos valores a serem sacados, razão pela qual trabalham com

taxas de juros menores. Os juros sobre esse produto são calculados diariamente

sobre o saldo devedor e cobrados, normalmente no primeiro dia útil do mês seguinte

ao de movimentação. A IN RFB 907, de 09/01/09, estabeleceu que, nas operações

de Crédito realizadas por meio da conta corrente sem definição de valor do principal,

a base de cálculo do IOF é a soma dos saldos devedores diários apurados

mensalmente.

Crédito Rotativo

Os contratos de abertura de crédito rotativo são linhas de crédito abertas

com um determinado limite e que a empresa utiliza à medida de suas necessidades,

ou mediante a apresentação de garantias em duplicata. Os encargos (juros e IOF)

são cobrados de acordo com a utilização dos recursos, da mesma forma que nas

contas garantidas. A disponibilidade de crédito diminui na medida de sua utilização e

aumenta na medida do pagamento do principal anteriormente utilizado.

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Crédito Automático por Cheque

É o Crédito automaticamente concedido ao cliente preferencial, quando da

emissão de um cheque com características diferenciadas pelo banco.

É uma espécie de vendor para Pessoa Física (PF). O correntista faz sua

compra à vista, já que o cheque é compensado normalmente, pelo seu beneficiário,

como outro cheque qualquer. Entretanto, o banco ao recebê-lo para validação de

compensação, permite ao correntista pagá-lo em três ou mais prestações mensais

com taxa de juro prefixada ou flutuante, anteriormente informada pelo banco e aceita

pelo cliente. Funciona como um cheque especial de pagamento parcelado.

Linha de Crédito Garantida por Recebíveis

As operações de crédito garantidas por recebíveis consolidaram-se como

uma das mais utilizadas entre as empresas.

Suas principais vantagens são os maiores prazos de pagamento, a redução

de custos, a diversificação da carteira e o maior volume de crédito. Enquanto os

prazos médios com desconto de duplicatas variam entre 30 e 90 dias, mas

operações com recebíveis os prazos se estendem até 48 meses. Os custos são

menores em relação ás linhas tradicionais porque o risco é repassado aos

investidores. Há ainda a vantagem de desonerar os balanços das empresas. Isso

porque, quando repassa seus recebíveis ao banco como garantia, a empresa fica

desobrigada de contabilizá-los, o que reduz o seu nível de endividamento.

Essa vantagem tem levado muitas empresas a preferir esse tipo de crédito

aos lançamentos de debêntures ou de ações, os quais devem constar dos balanços.

Existem basicamente dois tipos de operações com recebíveis: aquelas em

que os bancos mantêm em carteira própria o fluxo de recebíveis da empresa para

qual concedeu o crédito, e que servirão para a execução da dívida em caso da

inadimplência; e aquelas em que os recebíveis são usados para constituir um FIDC,

cujas cotas são vendidas aos chamados investidores qualificados (tais como nos

fundos de investimento, fundos de previdência complementar, seguradoras e

clientes dos private banks).Essas operações são mais comuns entre as grandes

empresas, com valor médio superior a R$ 100 milhões.

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As taxas de juros cobradas dependerão da qualidade de risco dos recebíveis

dados em garantia e do histórico de inadimplência do cliente. O referencial é o CDI

mais uma taxa de juro que vai variar de acordo com risco, tamanho e prazo da

operação.

Embora o comércio ainda seja o maior demandador de crédito com

recebíveis, graças a uma oferta diversificada de modalidades de financiamento ao

consumidor (cartões de crédito, carnês, cheques), a demanda entre a indústria e o

setor de serviços também cresce em ritmo acelerado.

O grande desafio dos bancos para expandir essas operações é conhecer a

qualidade dos recebíveis das empresas, para estruturar operações mais seguras, o

que possibilitaria a redução dos custos.

Empréstimo em Consignação

É uma modalidade que tem crescido muito ao longo do tempo, pois com

desconto das prestações diretamente na folha de pagamento, foi regulamentado por

meio da Lei 10.820, de 17/12/13. Este tipo de empréstimo tem a grande vantagem

de oferecer taxas de juros mais baixas. O juro menor é resultado do baixo risco de

inadimplência assumido pelos bancos, já que o pagamento é feito diretamente pela

empresa.

Pela regulamentação, não há limite máximo para o valor do empréstimo nem

prazo para as operações. Entretanto, para evitar endividamento excessivo, o

assalariado só pode comprometer com a prestação até 20% de seu salário líquido

descontado das contribuições para a previdência, FGTS e Imposto de Renda. Se o

empregado tiver outros descontos em folha, como contribuição para associação

profissional ou mensalidade de clube, o total das consignações não poderá

ultrapassar determinado percentual de seus rendimentos. O prazo para pagamento

e a taxa de juros cobrada serão elementos de negociação individuais entre os

representantes dos funcionários (empresas, sindicatos ou centrais) e o sistema

bancário.

A Lei deixou espaço para negociações num outro ponto importante: a

possibilidade de se usar parte da multa rescisória como garantia do empréstimo,

pois o maior risco do empréstimo com desconto em folha é a demissão do

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funcionário. Se isso acontecer, até 30% do valor das verbas rescisórias (exceto o

FGTS) podem ser usados como garantia para abater a dívida, mas isso é um item

contratual, cabendo ao trabalhador aceitar ou não a modalidade. Outra possibilidade

é a empresa simplesmente não pagar ao banco. Na tentativa de reduzir tais riscos,

algumas instituições trabalham com uma espécie de seguro contra desemprego,

cujo valor é diluído nas parcelas do empréstimo.

A desvantagem do desconto em folha é a impossibilidade de negociar outra

data de cobrança com o banco, pois a data do pagamento da prestação já está

previamente definida.

Os bancos terão de adotar um seguro ou um escalonamento para o caso de

o funcionário que pegou empréstimo ser afastado por motivo de acidente ou doença.

É que neste caso, pelas regras da Previdência Social, a empresa só deposita os

primeiros 15 dias de salário depois da licença e a partir daí, o funcionário passa a

receber apenas o auxílio-doença do INSS, que é bem abaixo do salário normal. O

seguro pode cobrir as parcelas devidas durante o período de licença.

Há, entretanto outras incertezas quanto ao papel de cada agente envolvido,

não só quanto ao caráter da operação, mas também quanto ao seu custo para as

instituições financeiras. Um dos principais componentes do risco embutido na

concessão de empréstimo com desconto em folha de pagamento, e cujo custo ainda

não foi devidamente mensurado, é a taxa de rotatividade da mão de obra de cada

setor econômico. O turnover terá influência direta na rentabilidade da operação, pois

se a taxa de determinado setor for superior à média, a margem da instituição precisa

aumentar para compensar o risco de inadimplência, pois a lei que estabeleceu as

regras do Crédito consignado limita a 30% da verba rescisória o montante que pode

ser direcionado à instituição financeira para cobrir a dívida contraída se o trabalhador

for demitido.

Crédito (Financiamento) Imobiliário

A casa própria é o sonho de todo brasileiro, e o financiamento imobiliário é

um produto que fideliza o cliente a instituição financeira que o está financiando, por

um longo período de tempo. Com essa simples conjugação de fatores, esse produto

deveria ser um sucesso. Não é, mas o foi no período áureo da dobradinha Sistema

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Financeiro de Habitação (SFH), que incluía as instituições autorizadas pelo BC a

conceder créditos imobiliários, e Sistema Brasileiro de Poupança Empréstimo

(SBPE), que incluía as instituições autorizadas pelo BC a captar recursos para os

créditos imobiliários, originalmente na forma de depósitos de poupança e de letras

imobiliárias. Os erros cometidos em três décadas dessa política de crédito

habitacional geraram o mau uso dos recursos e a inviabilizaram.

Entre os principais problemas podem ser citados: os diferentes subsídios

populistas concedidos no reajuste das prestações (1973 a 85); a conversão e o

congelamento das prestações no Plano Cruzado; os diferentes congelamentos das

prestações nos Planos Bresser e Verão (1986 a 89); os desencontros dos índices de

correção das prestações e dos saldos devedores do Plano Collor I (1990); e as

dificuldades da política salarial do Plano Collor II (1991). Todas essas interferências

estatais, através dos planos econômicos, alteraram formas de reajuste dos contratos

privados e criaram um enorme rombo no então existente Fundo de Compensação

das Variações Salariais (FCVS), que havia sido criado para cobrir as eventuais

diferenças entre o total das prestações e o saldo devedor ao final dos contratos. Se

tudo isso já não fosse o suficiente, o processo inflacionário agudo de toda a década

de 80 e do início da década de 90, arrematado pelos altos juros pós Plano Real,

transformou a compra do imóvel dos sonhos no pagamento da dívida do castelo do

Drácula mesmo após anos de parcelas pagas, e desencadeou um grande volume de

processos judiciais, uma indústria de estelionato hipotecário, com uma

incomensurável inadimplência.

Atualmente, o SFH, cujas instituições participantes estão definidas pela

Resolução 3.157, de 17/12/03, tem como objetivo primordial o atendimento ao

segmento de baixa renda e, para o atendimento as necessidades de financiamento

da classe de maior poder aquisitivo, surgiu, como alternativa, o Sistema Financeiro

Imobiliário (SFI), criado pela Lei 9.514, de 20/11/97, e viabilizado aos clientes das

sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo,

companhias hipotecárias, bancos múltiplos que dispõem de carteira imobiliária e a

Caixa Econômica Federal, desde que as taxas de juros praticada nas operações o

permitisse.

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CONCLUSÃO

Um dos grandes méritos deste trabalho é orientar e tentar explicar o

funcionamento de uma das variáveis do nosso mercado financeiro brasileiro e as

características básicas de alguns dos seus produtos e serviços de maneira simples e

didática. Assim, a população poderá ter um conhecimento mais sólido para atuar

nesta área dinâmica e vital para o desenvolvimento da economia brasileira,

principalmente nestes tempos de globalização econômica, em que o capital passou

a circular ainda mais livremente.

A concessão de créditos é um instrumento de venda que facilita a aquisição

de bens pelas empresas e pelos consumidores de forma geral. O crédito dinamiza a

economia permitindo aumentar a oferta dos bens e serviços, facilitando o processo

de compra pelos consumidores. As políticas de crédito afetam o volume de

investimento em ativos de capital e habilita também o mercado consumidor a

sincronizar suas fontes e aplicações, expandindo os níveis de emprego e de renda.

Por outro lado, o não pagamento dos créditos concedidos traz a ocorrência de

inadimplência que está sempre presente em instituições financeiras que trabalham

com a oferta de crédito aos mais diversos segmentos da economia. O desafio,

portanto, é minimizá-los tanto quanto possível, para que os retornos financeiros

sejam máximos, provocando a geração de benefícios em cadeia para credores e

devedores.

A gestão de crédito é um elemento essencial à sociedade contemporânea.

Na atual conjuntura é impossível cogitar de uma vida digna sem o uso do crédito,

servindo como alavanca de emancipação econômica e social. Desde a aquisição da

desejosa moradia, até as necessidades mais básicas do cotidiano, o crédito

encontra-se presente de maneira a facilitar e proporcionar maior poder aquisitivo às

pessoas. Todavia, o crédito pressupõe uma relação de confiança, de modo que a

sua obtenção depende de um comportamento adimplente e pontual do tomador com

as dívidas contraídas.

Destaca-se que a concessão de crédito é uma decisão discricionária do seu

ofertante, cuja recusa ao consumidor desde que fundamentada constitui pleno

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exercício regular do direito. Evidentemente que a busca pela minimização do risco e

da inadimplência é um esforço salutar não apenas às instituições bancárias, mas

também à estabilidade econômica do país.

Com o aumento da demanda de crédito nas últimas décadas no Brasil

acabou por impor às instituições financeiras a necessidade de adotar modelos cada

vez mais eficientes e céleres para análise e concessão de crédito. Desta maneira, a

adoção do modelo de Gestão do Crédito é uma resposta eficaz para a tomada de

decisão ante ao grande volume de propostas de créditos submetidas aos ofertantes.

Por fim, podemos observar ao longo deste trabalho, a grande complexidade

da Gestão de Crédito no Brasil, e também os níveis de desdobramento e as opções

que o Crédito nos proporciona, pois hoje, a Gestão de Crédito está em todos os

lugares, ou seja: Nós respiramos Crédito!

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ANEXO

Lista de Siglas e Verbetes

BB - Banco do Brasil

BC - Banco Central

BNCC - Banco Nacional de Crédito Cooperativo

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BNH - Banco Nacional da Habitação

BTNF - Bônus do Tesouro Nacional Fiscal

C3 - Central de Cessão de Crédito

CC - Cooperativas de Crédito

CCB - Cédulas de Crédito Bancário

CD - Crédito Diretíssimo

CDB - Certificado de Depósito Bancário

CDC - Crédito Direto ao Consumidor

CDCI - CDC com Interveniência

CDI - Certificado de Depósito Inter-bancário

CEF - Caixa Econômica Federal

Cetip - Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos

CIP - Câmara Interbancária de Pagamentos

CMN - Conselho Monetário Nacional

COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

CSSL - Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido

CVM - Comissão de Valores Mobiliários

DIM - Depósito Interfinanceiro de Microcrédito

DTVM - Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários

FCVS - Fundo de Compensação das Variações Salariais

FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos

FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

FIDC - Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios

INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

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IOF - Imposto sobre Operações Financeiras

IPA - Preços ao Produtor Amplo

IPC - Índice de Preços ao Consumidor

IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Ampliado

IPG-M - Índice Geral de Preços do Mercado

IR – Imposto de Renda

ISS - Imposto Sobre Serviços

LC - Letras de Câmbio

ONG - Organizações não Governamentais

OSCIP - Organizações de Sociedade Civil de Interesse Público

PAM - Postos de Atendimento ao Micro Crédito

PF - pessoa física

PIS - Programa de Integração Social

PJ - pessoa jurídica

PNMPO - Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado

PR - Patrimônio de Referência

PROER - Programa de Estímulo à Reestruturação

RAET - Regime de Administração Temporária

SBPE - Sistema Brasileiro de Poupança Empréstimo

SCI - Sociedade de Crédito Imobiliário

SCM - Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte

SCR - Sistema de Informações de Crédito do BC

SFH - Sistema Financeiro da Habitação

SFI - Sistema Financeiro Imobiliário

SFN - Sistema Financeiro Nacional

Sicoob - Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil

Sicredi - Sistema de Crédito Cooperativo

SPB - Sistema de Pagamentos Brasileiro

SPC - Serviços de Proteção ao Crédito

SPE - Sociedades de Propósito Específico

SUDAM - Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia

SUDENE - Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

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Sumoc - Superintendência da Moeda e do Crédito

TBF - Taxa Básica Financeira

TED - Transferências Eletrônicas Disponíveis

TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo

TLB - Taxa Libor Brasileira

TPB - Taxa Preferencial Brasileira

TR - Taxa Referencial

UFIR - Unidade Fiscal de Referência

URV - Unidade Real de Valor

Basileia: O Acordo de Capital de Basileia, oficialmente denominado International

Convergence of Capital Measurement and Capital Standards, também designado por

Acordo de Basileia ou Basileia I, foi um acordo firmado em 1988, na cidade de

Basileia (Suíça), por iniciativa do Comitê de Basileia e ratificado por mais de 100

países. Este acordo teve como objetivo criar exigências mínimas de capital, que

devem ser respeitadas por bancos comerciais, como precaução contra o risco de

crédito.

Business: é uma expressão em inglês usada para designar o comércio associado a

operações de compra e venda, de informações, de produtos e de serviços através

da Internet ou através da utilização de redes privadas partilhadas entre duas

empresas.

Co-Branded – são cartões de crédito similares aos cartões Private label, só que

com a vantagem do cliente poder comprar em qualquer estabelecimento

credenciado a bandeira do cartão e não somente na rede varejista em que o cartão

foi emitido. Os cartões co-brandes foram inicialmente idealizados por Henry Ford

para facilitar o acesso a crédito para seus possíveis clientes.

Points of Sale (POS) - Ponto de Venda

ABECS - Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços

SDE - Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça

SEAE - Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda

CIP - Câmara Interbancária de Pagamentos

Del Credere: O art. 43 da Lei nº 4.886/65 prevê textualmente que: “Art. 43. É

vedada no contrato de representação comercial a inclusão de cláusulas del credere.

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(Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992)”. A cláusula “del credere” corresponde ao

instituto ou previsão da parte contratante ou representada descontar os valores de

comissões ou vendas do representante comercial na hipótese da venda ou da

transação ser cancelada ou desfeita.

Fair Value: O termo Valor Justo, ou Fair Value, foi criado para definir o valor de

negociação de um ativo que esteja destinado ou disponível para venda, entre partes

interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, considerando o

que está sendo aplicado no mercado no momento da negociação.

Floating: É a retenção temporária de recursos. O pagamento de salários de uma

empresa efetuada por um banco é uma prestação de serviços que pode ser

remunerada através do “floating”, ou seja, a empresa deposita em conta corrente os

recursos com antecedência de um ou mais dias. Isto é uma reciprocidade bancária.

A cobrança de “floating” em uma operação de empréstimo bancário provoca,

obviamente, a elevação da taxa efetiva de juros, em consequência do encurtamento

do período.

Funding: consolidação financeira das dívidas de curto prazo num prazo adequado à

maturação do investimento e sua amortização". O processo de funding ocorre

quando empresas não-financeiras negociam junto ao mercado de capitais, para

mobilizar fundos de longo prazo necessários à consolidação financeira do

investimento, através dos lançamentos de títulos de dívidas direta de longo prazo

e/ou de direitos de propriedade, ex. debêntures e ações para fundos de pensão,

fundos de investimento, fundos de ações, etc.

Habeas data: Garantia constitucional que é concedida para assegurar o

conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de

registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público,

ou ainda, para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo

sigiloso, judicial ou administrativo.

Hedge: Em finanças, chama-se cobertura (hedge, em inglês) ao instrumento que

visa a proteger operações financeiras contra o risco de grandes variações de preço

de determinado ativo. Em finanças, uma estratégia de hedging consiste em assumir

uma posição comprada ou vendida (ativo/passivo), normalmente com a contratação

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de um derivativo financeiro ou um investimento, com o objetivo específico de reduzir

ou eliminar o risco de outro investimento ou transação.

IFRS: International Financial Reporting Standards significa Normas Internacionais de

Informação Financeira, na tradução para o Português. IFRS são um conjunto de

normas internacionais de contabilidade, emitidas e revisadas pelo IASB -

International Accounting Standards Board (Conselho de Normas Internacionais de

Contabilidade), que visam uniformizar os procedimentos contábeis e as políticas

existentes entre os países, melhorando a estrutura conceitual e proporcionando a

mesma interpretação das demonstrações financeiras.

KPMG: É uma das empresas líderes na prestação de serviços profissionais, que

incluem Audit (Auditoria), Tax (Impostos) e Advisory Services (Consultoria de Gestão

e Estratégica, Assessoria Financeira e em processos de Fusões & Aquisições,

Restruturações, Serviços Contábeis e Terceirização). Dentro da faixa de Auditoria, a

KPMG é integrante do grupo Big Four - quatro maiores empresas internacionais do

setor: as outras são a Deloitte a PricewaterhouseCoopers e a Ernst & Young.

Orbitall: Criada em 2000, a Orbitall é a maior processadora de cartões do Brasil.

Uma empresa altamente reconhecida, que oferece as melhores soluções para as

mais diversas necessidades do mercado de cartões e Instituições Financeiras.

Overnight - Indica as aplicações financeiras feitas no open-market em um dia para

ser resgatado no dia seguinte (dia útil seguinte).

Private Label - É um tipo de cartão de crédito emitido por um varejista e usualmente

válidos apenas para a realização de compras com este varejista/retalhista ou em

qualquer estabelecimento credenciado. São diferentes dos cartões de crédito de uso

genérico, pois não têm uma bandeira de aceitação universal em todo o comércio,

tais como as bandeiras Mastercard,Hipercard,Visa e American Express. Por terem

uma aceitação limitada a uma única cadeia de varejistas, são cartões direcionados a

um público alvo específico e que, na maioria das vezes, já é cliente deste varejista.

Atualmente, os cartões Private Label podem vir acompanhados de uma bandeira e

emitidos por uma instituição financeira em nome do estabelecimento, no entanto,

quando agregado a uma bandeira, ele passa a ser chamado de Co branded, pois se

tornam habilitados a comprar em outras lojas, além daquela a que foi emitido.

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Private banks – são bancos não-incorporados a outros bancos, ou então

departamentos de grandes instituições financeiras. Os private banks costumam

oferecer serviços financeiros para segmentos de clientes com grandes volumes

disponíveis para aplicações financeiras.

Purchasing - É o meio de pagamento ideal para gerenciar as despesas relativas a

frota, força de vendas, eventos e materiais não-produtivos. Com o cartão Citi

Purchasing, a empresa tem inúmeras informações disponíveis para acompanhar

detalhadamente as transações efetuadas por seus portadores: quem comprou, onde

e o que está sendo comprado. Para realizar esse controle, a empresa conta com a

funcionalidade de parametrização.

Spread: Refere-se à diferença entre o preço de compra (procura) e venda (oferta)

de uma ação, título ou transação monetária. Analogamente, quando o banco

empresta dinheiro a alguém, cobra uma taxa pelo empréstimo - uma taxa que será

certamente superior à taxa de captação. A diferença entre as duas taxas é o

chamado spread bancário. Segundo a definição do Banco Central do Brasil, spread

é a diferença entre a taxa de empréstimo e a média ponderada das taxas de

captação de CDBs (certificados de depósito bancário).

Stand by – ou modo de espera é o termo usado para designar o consumo de

energia elétrica em modo de espera de vários aparelhos eletrônicos como

geladeiras, maquinas de lavar, televisores, rádios, DVDs, consoles de videogames,

fornos de micro-ondas, computadores, celulares. Apesar da facilidade que esse

recurso oferece ao usuário, dispensando a sua locomoção ao aparelho para ligá-lo,

a criação desse sistema não se preocupou com o impacto ambiental que o mesmo

provoca. Estima-se que 15% do consumo de energia elétrica doméstico é provocado

por aparelhos que estão no modo Stand by.

TSYS: É uma empresa que considera o Brasil como um mercado estratégico e vital

para seu crescimento. Em 2008, a TSYS iniciou suas operações no Brasil e assinou

contrato, em 2009, com seu primeiro cliente para processamento de cartões — o

Banco Carrefour S.A., banco do maior varejista no mercado de alimentos do Brasil.

Com uma presença global incluindo mais de 400 clientes em 85 países, e uma

reputação de mais de 25 anos de êxitos na indústria de meios de pagamento, a

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TSYS tem as pessoas, o serviço e a tecnologia ideais para ajudar varejistas e

instituições financeiras a ampliar seu potencial de mercado com rapidez e eficácia.

Turnover - é um termo da língua inglesa que significa "virada"; "renovação";

"reversão" sendo utilizado em diferentes contextos. É um conceito frequentemente

utilizado na área de Recursos Humanos (RH) para designar a rotatividade de

pessoal em uma organização, ou seja, as entradas e saídas de funcionários em

determinado período de tempo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS

ALMEIDA, Amador Paes de. Teoria e Prática dos Títulos de Crédito. 19. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 1999. FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviços. 19. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2013. LAWRENCE, David B. Risco & Recompensa, O Negócio de Crédito ao Consumidor, Credicard Citibank, Citicorp, N.Y., 1984. SILVA, Sergio Eduardo Dias da. Gerencia financeira: a empresa e seu relacionamenro com os bancos. São Paulo: Saraiva, 1991. WEBGRAFIAS Banco Central do Brasil, Disponível em http://www.bcb.gov.br/?BASILEIA -

acessado em 26/06/14.

Wikipédia a enciclopédia livre, Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Basileia_I - acessado em 26/06/14

Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) http://www.febraban.org.br/

Febraban.asp?modulo=Pesquisa e Conhecimento - acessado em 03/07/14

Banco Central do Brasil, Disponível em http://www.bcb.gov.br/pt-

br/sfn/infopban/txcred/txjuros/Paginas/default.aspx - acessado em 15/07/14.

Banco Central do Brasil, Disponível em

http://www.bcb.gov.br/?id=SPREAD&ano=2012 - acessado em 22/07/14.

TSYS do Brasil, Disponível em http://www.tsys.com/br/ - acessado em 26/07/14.

Wikipédia a enciclopédia livre, Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/./ - acessado em 27/07/14.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O SISTEMA BANCÁRIO BRASILEIRO 10

CAPÍTULO II

O MERCADO DE CRÉDITO NO BRASIL 29

CAPÍTULO III

OS PRODUTOS DE CRÉDITO 39

CONCLUSÃO 51

ANEXO 53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS 52

ÍNDICE 61