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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
DECIFRANDO AS FALAS DO CORPO HUMANO ATRAVÉS DA
PSICOMOTRICIDADE
Fabiana Alves Ribeiro da Costa
ORIENTADOR: Profa. Me. Fátima Alves
Rio de Janeiro 2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicomotricidade. Por: Fabiana Alves Ribeiro da Costa
DECIFRANDO AS FALAS DO CORPO HUMANO ATRAVÉS
DA PSICOMOTRICIDADE
Rio de Janeiro 2015
AGRADECIMENTOS
A professora Fátima Alves, por me orientar na
realização desse trabalho. À Deus, que tem me
fortalecido mesmo diante às pedras no caminho.
DEDICATÓRIA
Dedico a Alice Ribeiro, minha filha querida, que
espero um dia vê-la embrenhar-se num TCC e a
Dona Rê, minha mãe, que sempre acreditou em
minhas potencialidades.
RESUMO
.
O presente estudo tem como objetivo pontuar as diversas formas de
comunicação do ser humano, onde muitas vezes, nas mais variadas situações,
as dificuldades, as incertezas, as dúvidas, as aflições não são verbalizadas por
palavras, mas sim através das reações e/ou ações corpóreas. Apontaremos,
como o psicomotricista pode identificar através dessa linguagem gestual a
dificuldade de execução de tarefas solicitadas ao sujeito. Será abordado
também, o reconhecimento da linguagem não verbal como comunicação e
diante dessa linguagem explicaremos a intervenção do psicomotricista,
apresentando os benefícios que a Psicomotricidade traz as relações.
METODOLOGIA
Esta monografia, tem como proposta averiguar as reações e ações
emitidas pelo corpo humano e suas interpretações sem que haja comunicação
verbal diante de uma proposta. A pesquisa será de cunho bibliográfico, ou seja,
embasada em leituras de livros e artigos acadêmicos que tratam do tema
proposto.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
A evolução do corpo humano da idade média até os dias atuais 11
CAPÍTULO II
História da psicomotricidade 16
CAPÍTULO III
A importância da psicomotricidade nas relações 22
CONCLUSÃO 26
BIBLIOGRAFIA 28
ÍNDICE 30
8
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa visa decifrar as falas do corpo humano, através da
imagem corporal que o mesmo emite, mesmo sem saber até mesmo quando a
mente tenta esconder, sob olhar da Psicomotricidade, uma ciência que estuda
as relações do corpo consigo mesmo e com o meio, sustentada por três
conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Segundo Costa
(2012),
O corpo não é só motor, sua representação é da ordem do psiquismo
e abrange o conjunto tônus muscular, postura, gestos e emoções,
que em cadeia determinam e qualificam uma ação e uma reação.
(p.29)
Diante das reações ou ações expressas pelo corpo, surge a
pergunta, como o Psicomotricista pode identificar através dessa linguagem
gestual a dificuldade de execução de tarefas solicitadas ao sujeito? Onde
resolver uma atividade proposta por outra pessoa, para muitos pode ser fácil,
mas existem pessoas, que travam e não sabem como pedir ajuda e através
dos códigos corpóreos é possível identificar essa barreira.
Para Borg (2008, p.21), “É um fato inegável que as ações não
verbais informam muito mais sobre o estado de espírito e sentimentos do que
gostaríamos”. Ou seja, inconscientemente, o sujeito emana sintomas e através
deles o psicomotricista ocupará o lugar de mediador desses conflitos intervindo
com atividades que estimulem o sujeito deixando-o confiante em sanar suas
aflições não verbalizadas.
Nas relações, tanto profissionais quanto pessoais, observamos que
muitas pessoas não conseguem expressar com clareza suas dificuldades
cognitivas, sociais e emocionais diante de algo ou de alguém. E muitas vezes
ao se depararem com barreiras que ao seu ver, são impossíveis de solucionar,
seja pessoal ou profissional, somatizam para o corpo um problema de ordem
psicológica. De acordo com Cairo (1999,p.26) “... o corpo é a tela onde se
9
projetam as emoções. E todas as emoções negativas são projetadas em forma
de doenças.”
A expressão “mente sã, corpo são” simboliza o equilíbrio entre a
mente e o corpo, ou seja, ambos estão relacionados, interligados, dependem
um do outro e sofrem um pelo outro. Mesmo que o sujeito consiga esconder
suas emoções e sentimentos positivos e/ou negativos, seu corpo reagirá
entregando-o. Ou, ainda que este mesmo indivíduo apenas mentalize seu
estado de espírito, sua expressão facial, respiração, entonação da voz,
propagará também que algo não está harmonioso. E através desses sinais
emitidos externamente é possível identificar o que se passa nas esferas
cognitivas e sócio afetivas.
Esta monografia será composta por três capítulos, a saber; no
primeiro, abordaremos a evolução do corpo humano a partir da idade média até
os dias atuais, o reconhecimento da linguagem não verbal como meio de
comunicação e apontaremos indicadores de como fazer uma leitura da
linguagem corporal. No capítulo seguinte: apresentaremos a história da
Psicomotricidade no Brasil, explicaremos as possíveis abordagens de
intervenção do psicomotricista diante de um sujeito não verbal e no último;
citaremos a importância da Psicomotricidade nas relações do ser consigo, com
o outro e com o meio.
A relevância desse estudo para a área acadêmica, é estreitar a
relação do mediador com o sujeito, firmando laços de confiança e segurança.
Onde se pudermos observar, analisar e decifrar as “falas não verbalizadas”,
conseguiremos atingir os objetivos planejados, mesmo diante de uma barreira
não expressada, diminuindo assim as aflições geradas por uma suposta
incapacidade de execução.
O corpo desse estudo será estruturado e embasado sob cunho
bibliográfico, tendo como principais autores Weil, Pierre, Alves, Fátima, Cairo,
Cristina, Borg, James, Cohen, David, Costa, Auredite e Andrieu, Bernard e
artigos acadêmicos que salientarão e nortearão o estudo de um corpo falante
mesmo diante das mais inusitadas situações, a atuação do psicomotricista
como mediador dos conflitos vividos e a importância da Psicomotricidade no
11
CAPÍTULO I
A EVOLUÇÃO DO CORPO HUMANO DA IDADE MÉDIA
ATÉ OS DIAS ATUAIS
Desde o surgimento dos primeiros seres humanos, ano após ano,
século após século, mudanças podem ser percebidas. Aprimoraram a forma de
caçar, inventaram o fogo para assar a caça, descobriram maneiras de
conservar os alimentos, e através de cada nova invenção, a cada nova
descoberta, não somente a qualidade de vida melhorava como também os
costumes e este atuaram diretamente na modificação do homem no seu interior
e exterior; ou seja, a história da evolução do corpo humano está ligada com a
história da evolução da sociedade.
.
1.1 – O corpo na Idade Média
A idade Média teve início no século V, com a queda do Império Romano.
Durante esse período, a monarquia governava alicerçada no cristianismo,
acreditavam que os acontecimentos terrenos proviam da vontade de Deus,
desta forma a Igreja ditava o que era certo e censurava o que julgava ser
errado.
A sociedade medieval, não se importava com a imagem do corpo, pois
este era visto, pela igreja, como sujo, pecaminoso e automaticamente separava
o homem de Deus; ou seja a preocupação dessa sociedade era a salvação da
alma. Diante da dualidade corpo e alma; onde o primeiro é constituído de
matéria, mortal e cheio de desejos impróprios, a alma que é imortal, devia ser
purificada através da autoflagelação, abstinências e jejuns para ser aceita e se
encontrar com Deus.
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou;
homem e mulher os criou” (Gênesis, 1v 27). Entretanto, essa passagem bíblica
não era interpretada como se o homem e a mulher fossem iguais ao Criador,
tanto é que os religiosos pregavam que para alcançar a vida eterna no paraíso,
12
as pessoas deviam se desapegar dos seus bens materiais e prazeres terrenos
e dessa forma conquistariam um pedacinho do céu. As mulheres eram tidas
como “culpadas” por Eva ter induzido Adão ao pecado no Jardim do Édem. A
valorização do corpo e as atividades corporais foram reprimidas e renunciadas
com o discurso do cristianismo Idade Média.
1.2 – O corpo na Idade Moderna
Na Idade Moderna, o corpo ganha novos olhares e novas concepções
com o movimento conhecido como Renascimento. Este trouxe mudanças às
ideias da Idade Média, o corpo finalmente se liberta das amarras religiosas, a
fé dá lugar à razão.
Neste momento, a Igreja deixa de ser protagonista na vida da sociedade.
Os homens passam a viver de acordo com seus entendimentos e querer. Não
existe mais a repressão ao corpo, este que até então era considerado imundo é
redescoberto em sua totalidade passa a ser valorizado através dos torneios e
das obras de arte. A partir desse novo paradigma, o homem passa a cultuar a
si mesmo.
Gonçalves aponta que:
“Nessas sociedades eram valorizadas as qualidades corporais com
força, destreza e agilidade, não somente em torneios e competições,
mas também eram importantes para a vida militar e política. Vencer
uma competição significava não somente a compreensão de uma
superioridade física, mas muito mais: o reconhecimento do vencedor
como um elemento superior daquela sociedade.” (1994, p.18).
Assim sendo, percebemos que o corpo passa a ser visto como algo
totalmente distinto da alma e que precisa ser cuidado também. Como exemplo
da nova perspectiva do corpo humano, temos a gravura do Homem Vitruviano,
feita por Leonardo da Vinci, que consiste no encaixe perfeito de um desenho de
13
corpo masculino concomitantemente em um círculo e um quadrado; onde o
primeiro representa a divindade e o segundo a manifestação na matéria a partir
da divindade.
A Idade Moderna caracterizou um homem que passa a ser responsável
por suas descobertas e pelo cuidado do seu corpo, dando início a
competitividade e ao individualismo.
1.2.1 – A mulher na Idade Moderna
Durante esse período, a configuração corporal das mulheres também
ganhou outros olhares.
A mulher permanecia sob proteção de seu pai até que casasse. Era tido
como bela a mulher que possuísse a pele clara, o corpo roliço e seios fartos;
estes eram elementos indicativos de fertilidade. Buscavam a beleza através do
uso de pinturas. Entretanto, a ela continuava sendo proibida a prática de
atividades físicas, deveria cuidar apenas do lar e da educação dos filhos.
1.3 – A Idade Contemporânea
Os descobrimentos científicos e intelectuais do homem na Idade
Moderna favoreceram ao desenvolvimento e a evolução das indústrias,
configurando assim o capitalismo; assim sendo, ao longo do século XX o corpo
passa a ter um papel importante.
Nesse período, já não existe mais a presença da igreja como indutora da
sociedade; muito pelo contrário, o homem passa a cultuar o corpo, a venerá-lo
e a buscar a perfeição do mesmo a qualquer preço e consequência. Cohen
(2015) afirma que “a mídia está cheia de imagens de mulheres e homens
perfeitos, o que gera ansiedade e autoexpectativas altas e fora da realidade no
resto de nós.”, assim sendo, pode-se dizer que a sociedade/ corpo passou a
ser controlada pela mídia que dita os padrões da beleza.
O modelo de corpo perfeito torna-se presente rapidamente no
subconsciente e imaginário das pessoas através da simbologia incluída pelos
meios de comunicação, através de uma simbologia marqueteira que faz o
14
trabalho de difundir e “impor” os padrões ditos como certos, não respeitando a
individualidade biológica característica de cada ser humano.
Assim, as pessoas tornam-se cada vez mais reféns do culto ao corpo.
Buscam a aproximação desse estereótipo passando horas dentro de uma
academia, muitas vezes submetessem ao uso de produtos ilícitos (esteroides
anabolizante), recorrem a clínicas de estéticas, dietas da moda e intervenções
cirúrgicas (lipoaspiração, próteses de silicone, hidrogel) em prol de um objetivo
que muitas vezes pode ser extremamente prejudicial a sua saúde física e
emocional.
Esse novo padrão de beleza, muitas vezes nem é o real desejo do
sujeito, mas para ser aceito nos grupos sociais renega sua beleza nata, adquire
um novo rótulo e acredita de fato ter encontrado a felicidade. Ignora o que
sente e o que é em busca de um corpo que julga como perfeito.
1.4 - Reconhecendo a linguagem não verbal como meio de comunicação
Falamos de fato com a boca, mas através de símbolos é possível
entender o que está sendo dito e se fizermos algum gesto também nos faremos
compreendidos. Como por exemplo, o desenho de uma enfermeira com o dedo
na boca no corredor de um hospital, mas precisamente na ala da maternidade,
nos remete que devemos fazer silêncio; ou uma criança que ainda não foi
alfabetizada, mas que ao passar de ônibus pelo arco amarelo do Mc Donald’s
diz sem vacilar o nome da lanchonete. O reconhecimento de códigos,
símbolos, gestos é uma comunicação, mesmo com a ausência da fala, pois
através da decodificação dos mesmos a mensagem é transmitida e entendida.
De acordo com Borg (2011), “A linguagem corporal sempre será o
indicador confiável para transmitir sentimentos, estados de espírito e emoções”.
Vale ressaltar que ao mesmo tempo em que se faz a linguagem corporal de
alguém, a sua linguagem corporal inconscientemente também está sendo
transmitida.
15
Assim sendo, conforme salienta Cohen (2007), “A linguagem corporal
não apenas nos fala dos outros, mas pode revelar como nos sentimos e nos
preocupamos em relação à nós mesmos.”
Dependendo do estímulo que o corpo recebe, ou até mesmo na
ausência do mesmo transborda comunicação que pode ser percebida através
de um leve levantar de sobrancelhas, um cruzar de braços, de um esfregar de
mãos, entre outros gestos que entregam a pessoa, basta que o interlocutor
esteja atento a eles, pois é através da linguagem corporal que os sentimentos
positivos e negativos são extravasados nas mais variadas atuações.
1.5 – As seis expressões emocionais básicas
Quando duas amigas se encontram no fim de uma tarde de trabalho
para tomar um café e uma pergunta o que houve com a outra, de súbito esta
que foi interrogada pergunta como a amiga soube que ela não está bem e um
provável retorno é “Está estampado no seu rosto”. “O rosto do ser humano é
altamente expressivo” o que o torna capaz de esboçar seis expressões
emocionais básicas; a saber: felicidade, medo, raiva, desagrado, surpresa e
tristeza. Entretanto, nem sempre o que o rosto expressa é verdadeiro, pois “o
homo sapiens é a única espécie capaz de mentir, enganar” (Cohen 2007).
Observe que a mãe sempre ou quase sempre quando interroga seu
filho sobre determinado assunto delicado, antes de iniciar diz: “olhe nos meus
olhos”. Por que será que esse mecanismo é utilizado? Faz-se uso desse
pedido, justamente porque os olhos formam o eixo da comunicação não verbal.
Segundo Borg (2011) “os olhos têm papel fundamental na revelação dos
pensamentos íntimos e do estado emocional”.
Já dizia Leonardo da Vinci que “Os olhos são a janela da alma e o
espelho do mundo”. Um grupo pode assistir ao mesmo filme, mas em cada
sujeito a mensagem será transmitida e recebida de uma maneira diferente,
dependerá da experiência vivida e dos ensejos futuro de cada um.
16
CAPÍTULO II
HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE
Ao longo dos anos, não foi somente o conceito do corpo humano que
mudou para se adaptar e adequar às necessidades do homem na sociedade. A
ciência Psicomotricidade, surgiu. Seu DNA é ramificado na medicina e foi
moldada por médicos, psicólogos, neurologistas e pesquisadores, preocupados
em tratar distúrbios motores, até conceber a configuração que conhecemos
hoje.
2.1 – A Psicomotricidade
A palavra Psicomotricidade foi usada pela primeira vez em 1870, por
médicos que necessitavam nomear fenômenos patológicos. Entretanto, o
estudo foi impulsionado somente em 1909 por Ernest Dupré também a partir de
observações clínicas, o que o levou a evidenciar o parelismo psicomotor, ou
seja, a associação entre a psicomotricidade, a afetividade e a inteligência.
Dando continuidade aos estudos da Psicomotricidade, Henry Wallon,
trouxe contribuições significativas, pois, conforme escreve Costa (2012), ele
“salientou a importância do aspecto afetivo como anterior a qualquer tipo de
comportamento”, o “diálogo corporal” que vem a ser o exercício preliminar da
comunicação.
Ainda de acordo com Alves, (2012) “Antes mesmo da linguagem
verbal, a comunicação se dá com o outro, por intermédio do corpo (...)”.
Podemos exemplificar essas afirmativas através dos gestos de uma criança de
berço que não articula as palavras, mas se comunica com sua mãe e esta o
entende e sana suas necessidades, pois existe um vínculo afetivo entre ambos.
17
2.2 - Estágios de desenvolvimento psicomotor por Wallon
Avançando em seus estudos, Wallon propôs estágios de
desenvolvimento psicomotor, onde um estágio ampliava e reformava um
comportamento do estágio anterior e o desenvolvimento seria permeado por
conflitos internos e externos.
• Estágio Impulsivo- emocional: a criança nasceu, biologicamente
não depende mais da mãe, pois respira e controla a temperatura
de seu corpo, mas em contrapartida, suas necessidades de
cuidado externos são supridos por terceiros, neste momento, o
bebê experimenta a sensação da espera e da privação.
Surgimento dos gestos a partir das emoções.
• Estágio tônico - emocional: A partir do seis meses, a criança já
vivenciou diversas sensações e já manifesta emoções como:
raiva, dor tristeza e alegria.
• Estágio sensório motor: Compreende o primeiro ano de vida até
o início do segundo. Nesse período, a criança inicia a
exploração do mundo que existe ao seu redor, o mundo é
compreendido através da interação dos objetos com o corpo.
• Estágio Projetivo: Período dos dois aos três anos de vida. A
criança, já tem uma percepção maior dos objetos que a circunda
e com eles interage, manipulando-os e projetando o pensamento
por meio da oralidade.
• Estágio do Personalismo: Dos três anos, até por volta dos seis,
a criança questiona tudo o que lhe apresentado sem motivo
algum, confronta autoridade, pois aprendeu o poder do não e
imita alguém que elege por afinidade, o que é essencial para
seu desenvolvimento corporal e a formação do caráter.
• Estágio Categorial: Esse período varia dos sete aos onze anos.
É o início do pensamento lógico e organizado. O corpo físico de
18
criança dá lugar a um corpo adolescente que tem necessidade
de andar em tribos e vai se moldando de acordo com as regras
de aceitação.
Diante desses estágios, percebemos que para Wallon, a evolução da
criança acontece por meio da conscientização do meio em que está inserida e
do conhecimento desse corpo inserido no meio a partir das experiências
vividas.
2.3 - Estágios de desenvolvimento por Piaget
De acordo com Piaget a construção do conhecimento ocorre quando o
indivíduo age fisicamente e mentalmente sobre objetos, provocando o
desequilíbrio sobre os esquemas já adquiridos. Esse desiquilíbrio resulta em
assimilação (um elemento externo é apresentado) ou acomodação (o estímulo
recebido do meio externo é aderido ao esquema que já existia) e finalmente o
equilíbrio (o novo esquema é incorporado ao conhecimento). Assim, o
indivíduo, constrói e reconstrói suas estruturas de conhecimento. Essa
construção foi chamada por Piaget de fases do desenvolvimento. São elas:
• Estágio sensório motor (0 a 2 anos): A inteligência é puramente
sensorial e motora em sua interação com o meio.
• Estágio pré-operatório (2 a 7 anos): Caracteriza-se pelo
egocentrismo e pelas habilidades representativas.
• Estágio operatório concreto (7 a 11 anos): Desenvolvimento do
pensamento lógico.
• Período operatório-formal (a partir dos 12 anos):
Amadurecimento dos esquemas cognitivos.
19
Desta forma, percebemos a preocupação de Piaget em estimular as
crianças de forma adequada em cada fase de seu desenvolvimento.
2.4 – A Psicomotricidade no Brasil
A Europa, no período de 1914 a 1918, vivenciou um palco de batalhas
sangrentas, conhecido mundialmente como a Primeira Guerra Mundial. Essa,
também chamada da Guerra das guerras, gerou efeitos gigantescos na
humanidade em todas as áreas que se possa imaginar, inclusive na educação.
Enquanto os homens partiam para os campos de batalha, as mulheres eram
convocadas para trabalhar nas plantações e nas indústrias; ou seja, passaram
a assumir trabalhos dantes tidos como masculinos. Ao serem inseridas no
mercado de trabalho, as mulheres tinham a necessidade de deixar suas
crianças na creche. E foi justamente no âmbito escolar francês que apareceram
situações que fugiam às patologias já conhecidas dentro do contexto
educacional.
Costa (2012), afirma,
“Com a descoberta dos distúrbios da atividade gestual e apraxias,
mesmo sem estarem relacionadas a uma lesão cerebral, dificultou-se
a compreensão de alguns fenômenos motores (...)” (p.22).
Diante, desse cenário de guerra, a criança, mesmo sem nenhuma
deficiência, inserida numa instituição, não conseguia assimilar e acomodar o
conhecimento apresentado, pois era detentora de uma mente cheia de
lembranças perturbadoras que desembocavam no corpo comprometendo todo
o seu desenvolvimento cognitivo e motor.
A Psicomotricidade brasileira tem a sua raiz na França, foi inserida no
Brasil a partir da década de 50, quando alguns profissionais ligados à área de
deficiência começaram a valorizar o corpo e o movimento.
20
Em 1980, é fundada a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade. A
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade é uma entidade de caráter científico-
cultural, sem fins lucrativos, com o objetivo de agregar os profissionais que
vinham se formando e trabalhando na área. Atualmente, busca a
regulamentação da profissão através de projetos de lei (SBP).
Ao longo dos anos, outros métodos surgiram inovando a prática
psicomotora tendo em vista atender melhor as necessidades do homem em
uma determinada época.
Como observa Costa (2012),
“Analisando a história da Psicomotricidade, o corpo é considerado
um instrumento na relação, realidade interna e externa, um eixo da
sustentação da vida sócio-psico-afetiva do sujeito” (p.30).
É a Psicomotricidade a ciência que tem como objetivo estudar o
processo de aprendizagem a partir das relações do corpo em movimento com o
meio e consigo mesmo favorecendo seu desenvolvimento corpóreo, intelectual
e afetivo.
2.5 - As áreas de atuação da Psicomotricidade
De acordo com a SBP, psicomotricista é o profissional da área de
saúde e educação que pesquisa, ajuda, previne e cuida do Homem na
aquisição, no desenvolvimento e nos distúrbios da integração somapsíquica.
Suas áreas de atuação segundo a SBP são: “Educação, Clínica (Reeducação,
Terapia), Consultoria e Supervisão” (SBP, 2003).
A reeducação psicomotora privilegia três situações: o alívio do
problema, a redução do sintoma e a adaptação ao problema através de jogos e
exercícios psicomotores onde o reeducador, conforme aponta Costa (2012),
estimula na criança suas funções psicomotoras que foram contrariadas em seu
desenvolvimento. É uma ação dirigida ao déficit motor, com o objetivo de atingir
também o cognitivo.
21
Já a educação psicomotora, para Costa (2012) é uma atividade
preventiva, “é básica, e o corpo deve ser instrumento mediador entre o meio e
o objeto em relação vivencial adequada”, é direcionada às crianças ditas como
“normais”, favorecendo ao máximo seu desenvolvimento psicomotor.
Enquanto a Terapia psicomotora, tem como objetivo uma ação
diagnóstica dos atrasos psicomotores. O psicomotricista deve centrar-se nas
dimensões intelectual, estrutural e tônico-emocional. Sua abordagem será a
partir de um contexto relacional, afetivo e vivenciado, por que o corpo não é só
motor, mas também emoções que em cadeia determinam e qualificam uma
ação e uma reação.
Sendo assim, ao utilizar jogos e brincadeiras como instrumento
pedagógico, o psicomotricista leva estímulos ao indivíduo que facilitam a
aprendizagem.
22
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NAS
RELAÇÕES
A comunicação não verbal está presente no meio de todos os animais:
sejam racionais ou irracionais. Os bichos não falam com palavras como os
seres humanos, mas nem por isso deixam de se comunicar. Sua comunicação
se faz através dos ruídos que a garganta produz e pela postura “corporal” que
apresentam ante os demais; assim seu posicionamento/decisão em relação a
uma disputa pela fêmea, alimentação ou território é transmitido e entendido por
todos da sua espécie.
Se os animais se relacionam e se comunicam utilizando a comunicação
não verbal, o ser humano, também o faz e muitas vezes não percebe a
mensagem que transmite muitas vezes por desconhecer seu próprio corpo e
suas potencialidades.
3.1 - O desenvolvimento psicomotor
Entendemos que a motricidade engloba todos os gestos feitos pelo
indivíduo em sua totalidade. Como por exemplo, podemos citar uma moça
andando na rua, quando de repente sente o cheiro de uma fragrância que sua
memória tem registrada, de súbito, sem perceber ela abre um sorriso e pensa
em todos os elementos que estão conectados àquela lembrança.
De acordo com Alves, 2012,
“a motricidade pode ser definida com resultado da ação do sistema nervoso sobre a musculatura, como resposta à estimulação sensorial, enquanto o psiquismo poderia ser considerado como o conjunto de sensações, percepções, imagens, pensamentos, afeto, etc”. (2012. P. 18)
23
Dessa forma percebemos que em momento algum a moça do exemplo,
tinha pretensão de sorrir, mas um estímulo externo a fez se movimentar,
movendo seus músculos faciais.
Se o ser humano é composto da tríade mente, corpo e emoções, diante
de uma situação esperada ou inesperada, haverá reação que perpassa por
essas áreas deixando alguma marca. Sendo assim, é necessário que esse
corpo seja organizado, pois ele também é responsável pelas habilidades
desenvolvidas e pelas dificuldades apresentadas ao longo dos anos.
Alves, diz que “o movimento permite à criança explorar o mundo
exterior por meio de experiências concretas sobre as quais são construídas as
noções básicas para o desenvolvimento intelectual” (2012, p. 19), assim sendo,
desde os primeiros dias de vida, o desenvolvimento motor é estimulado, onde a
criança toma conhecimento de si e do meio que a cerca.
Entretanto, para que o corpo desenvolva suas funcionalidades é
necessário um bom desenvolvimento psicomotor, que segundo Fonseca
(1995), são sete os fatores que norteiam o desenvolvimento; a saber:
• Tonicidade: indica o tônus muscular, exerce um papel de suma
importância no desenvolvimento motor da criança, pois garante,
além das atitudes, todos os sentidos de postura, mímicas e
emoções de onde vêm as atividades motoras, ou seja, é um
regulador das tensões que o corpo recebe dando suporte ao
movimento.
• Equilíbrio: abrange o controle postural e de locomoção, podendo
ser estático (corpo parado) ou dinâmico (corpo em movimento),
a execução dos movimentos dependem do equilíbrio corporal.
• Lateralidade: refere-se à dominância lateral do corpo, se a
maestria se dá do lado direito a pessoa é destra; se do lado
esquerdo, é canhota, havendo ainda a possibilidade de
ambidestria, onde a lateralidade é cruzada, existindo assim
alternância nas manifestações de movimentos seja nas mãos,
nos olhos ou nos pés.
• Noção corporal: ocorre quando o indivíduo percebe seu corpo e
a possibilidade de usá-lo para se expressar.
24
• Estruturação espaço-temporal: quando o indivíduo consegue se
localizar no espaço/ lugar que está inserida.
• Praxia global: é a capacidade de converter a intenção em
movimentos em busca de um objetivo.
• Praxia fina: quando o indivíduo alcança e compreende a
habilidade de coordenar os movimentos da visão com os
movimentos das mãos.
Quando o indivíduo descobre, utiliza e controla seu corpo, passa a ter
consciência dele e de suas possibilidades em relação a si, ao outro e ao
ambiente que vive, ou seja, “a comunicação não verbal surge com uma
importância fundamental para a compreensão da problemática da comunicação
humana” (Alves, 2012, p.62). E ao passar dos anos, através do que lhe é
ofertado culturalmente, afetivamente e cognitivamente, adquire conhecimento
sobre o significado de seus gestos.
3.2 – O olhar do psicomotricista
O espaço utilizado para a psicomotricidade deve ser lúdico e permitir
que o indivíduo se expresse em sua totalidade.
O psicomotricista deve trabalhar no indivíduo, seu desenvolvimento
motor de acordo com a faixa etária, estimulando-o por meio de jogos e
brincadeiras a fim de provocar reações que a prática do jogo propicia. A partir
da observância dessa expressividade motora, traçará ações direcionadas que
induzirão o indivíduo a confrontar e resolver suas incapacidades provocadas
por diversos fatores, levando-o ao equilíbrio.
O não aprender, sempre tem um porquê e é por intermédio das
emoções que desencadeiam em linguagem corporal consciente ou não que o
psicomotricista consegue identificar a resposta que precisa para entender a
não fixação da aprendizagem.
Segundo Alves,
25
A psicomotricidade serve como ferramenta para todas as áreas de estudo voltadas para a organização afetiva, motora, social e intelectual do indivíduo, acreditando que o homem é um ser ativo capaz de se conhecer cada vez mais e de se adaptar às diferentes situações e ambientes. (2012, p. 154).
Na psicomotricidade, cada indivíduo é único, merecendo, portanto
respeito e compreensão em suas ações que nada mais são do que sua história
de vida manifesta, o conteúdo que lhe foi oportunizado ao longo de sua
trajetória de vida.
26
CONCLUSÃO
A humanidade está em constantes mudanças desde a sua
concepção. Mudanças estas em diferentes áreas econômica, política, cultural,
social que direta ou indiretamente desembocam em manifestações corpóreas.
Por falar em corpo, este teve seu conceito de beleza e padrões
aceitáveis modificados ao longo dos anos. Como por exemplo, podemos
destacar que um biotipo roliço, farto que carregava consigo o significado de
fertilidade, deu lugar a um corpo longelíneo, sem muitos atrativos físicos, que
mais adiante foi novamente alterado pela ditadura da mídia, das passarelas,
fazendo com que muitas mulheres rejeitassem o que viam na frente do
espelho e buscassem uma beleza mórbida.
Sempre que uma criança está fazendo estripulias ou desobedecendo a
ordens dizemos que ela quer chamar a atenção; muitas vezes usamos a
expressão "Quer se amostrar? Pendura a melancia no pescoço!". Na verdade
é isso mesmo que ela quer: chamar atenção, ser vista ser notada.
Sem pronunciar uma palavra, apenas através do corpo é possível emitir
uma fala interior, que quer sair, quer ganhar espaço. Os gestos transmitem um
significado inconsciente que deve ser decodificado pelo receptor.
A prova de que a sociedade quer falar, mas não sabe como, é notória,
basta analisarmos sua conduta diante de tantas manifestações corporais.
Homens fazem academia, tomam suplementos em busca de um corpo
atrativo, adolescentes pintam os cabelos em tons do arco-íris, tatuam se e
põem piercings nos mais variados lugares, mulheres maduras recorrem as
plásticas para continuar jovens, presenciamos uma sociedade adoecida que
não sabe lidar com o que são.
O ser humano, biologicamente falando vivencia quatro fases ao longo de
sua trajetória na Terra: a infância, a adolescência, a fase adulta e a velhice.
Durante todas essas fases, ele é cabível de aprendizagem, mas a infância é a
fase onde existe uma rotina de frequência escola, e é nesse ambiente que as
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dificuldades cognitivas, motoras, emocionais e sociais são apresentadas sem
nenhuma máscara através das atividades de jogos apresentadas pelo
professor.
De acordo com Costa,
“As atividades lúdicas vão dimensionado um espaço imaginário,
incorporando dessa forma o mundo externo ao seu alcance com
brincadeiras defaz-de-conta. A brincadeira de faz-de-conta é a própria
evidência de sua história, são realizações do real, só podem ser
esboçadas no simbólico. (2012, p.45).
Percebemos então, que a Psicomotricidade, mesmo tendo sua raiz na
área da medicina, permite ao indivíduo uma conscientização do seu corpo, do
corpo do outro e a sua ocupação nos ambientes que pertence e age. Dessa
forma, a criança quando indicada a fazer um trabalho de educação
psicomotora, de reeducação psicomotora, ou de clínica psicomotora,
manifestará através do brincar suas frustrações, seus medos, seus anseios,
sua forma de ver o mundo e como se vê inserido nesse mundo e com as
intervenções devidas irá adquirir fortalecimento emocional individual e coletivo.
Para o psicomotricista, cada gesto ou movimento pode ser uma valiosa
fonte de informação sobre a emoção que o indivíduo está sentindo num dado
momento, por isso é fundamental que a história de vida seja respeitada, pois
todas as manifestações expressa estão contidas num corpo que requer um
olhar atento e direcionado.
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BIBLIOGRAFIA
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Editora, 2012.
BORG, James. Linguagem corporal: diga tudo sem precisar falar. (tradução
Gustavo Mesquita). São Paulo: Saraiva, 2011.
CAIRO, Cristina. Linguagem do corpo: aprenda a ouvi-lo para uma vida
saudável. São Paulo: Mercuryo, 1999.
COHEN, David. A linguagem do corpo: o que você precisa saber. (tradução
Daniela Barbosa). Rio de janeiro: Vozes, 2015.
COSTA, Auredite Cardoso. Psicopedagogia e psicomotricidade: pontos de
inserção nas dificuldades de aprendizagem. Rio de Janeiro: Vozes, 2012.
FONSECA, Vítor da. Manual de observações psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores. Porto Alegre: Artes Médica, 1995. REVISTA ELETÔNICA Print by – nº 14, 2012 http://www.ufsj.edu.br/revistalable Metávoia - São João Del Rei – Minas Gerais – Brasil REVISTA URUTÁGUA – revista acadêmica multidisciplinar – www.urutagua.uem.br/008/08edu_pelegrini.htm Quadrimestral – nº 8 – Maringá – Paraná – Brasil – ISSN 1519.6178
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http://deboracg.blogspot.com.br/2009/11/contribuicoes-de-ajuriaguerra.html http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/tatiana/materiais/Wallon.pdf
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I
A EVOLUÇÃO DO CORPO HUMANO DA IDADE MÉDIA ATÉ OS DIAS ATUAIS 11
1.1 – O corpo na Idade Média 11
1.2 – O corpo na Idade Moderna 12
1.2.1 – A mulher na Idade Moderna 13
1.3 – A Idade Contemporânea 13
1.4 - Reconhecendo a linguagem não verbal como meio de comunicação 14
1.5 – As seis expressões emocionais básicas 15
CAPÍTULO II
HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE 16
2.1 – A Psicomotricidade 16
2.2 - Estágios de desenvolvimento psicomotor por Wallon 17
2.3 - Estágios de desenvolvimento por Piaget 18
2.4 – A Psicomotricidade no Brasil 19
2.5 - As áreas de atuação da Psicomotricidade 20 CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NAS RELAÇÕES 22
3.1 - O desenvolvimento psicomotor 22 3.2 – O olhar do psicomotricista 24
CONCLUSÃO 26 BIBLIOGRAFIA 28
ÍNDICE 30