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DOENÇAS PULMONARES OCUPACIONAIS E CONSTRUÇÃO
CIVIL
Dr. Jefferson Benedito Pires de Freitas Departamento de Medicina Social da
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Tel: 3222-3812 – [email protected] [email protected]
Para se entender as Pneumoconioses
• O que é um aerodispersóide?
• Aerodispersóides Dispersão de partículas sólidas ou líquidas no ar, de tamanho reduzido, que podem manter-se em suspensão por um longo tempo (faixas de diâmetro entre 0,01 a 100 m).
TIPOS DE AERODISPERSÓIDES
• Poeiras partículas sólidas (ruptura mecânica de sólidos)
• Fumos partículas sólidas (condensação ou oxidação de vapores de substâncias sólidas à temperatura normal)
• Névoas partículas líquidas (ruptura mecânica de líquidos)
• Neblinas partículas líquidas (condensação de vapores de substâncias a temperatura normal)
Para se entender as Pneumoconioses
• Quais as principais características das poeiras?
POEIRAOrigem
• Inorgânica • Orgânica
Dimensão• Respirável (inferior a 10 m)• Não respirável
Ação biológica• Fibrogênica• Não fibrogênica
Outras ações biológicas• Alergênicas/Irritantes/Cancerígenas/Tóxicas/• Efeitos cutâneos
PNEUMOCONIOSES
• Doenças pulmonares que resultam da
deposição de poeira mineral nos pulmões
e uma subseqüente resposta do
hospedeiro. (Wilt et al, 1998)
• Termo derivado do grego e aplicado desde o inicio do século XIX. (Meiklejohn Br J Med.,9, 93-8, 1951)
Fonte:www.sobiologia.com.br
Fonte: www.afh.bio.br/resp/resp1.asp
PNEUMOCONIOSES
• Pneumoconioses não fibrogênicas
• Pneumoconioses fibrogênicas
PNEUMOCONIOSES
• Epidemiologia
– A maior casuística nacional de silicose provém
da mineração de ouro subterrânea de Minas
Gerais, na qual já foram registrados cerca de
4.000 casos.
PNEUMOCONIOSES
– Epidemiologia
• A ocorrência de silicose varia de 3,5% no ramo de
pedreiras (exploração de granito e fabricação de
pedra britada) a 23,6% no setor de indústria naval
(operações de jateamento com areia).
PNEUMOCONIOSES
– Epidemiologia
• Com relação à exposição ao asbesto, ou amianto, os
poucos estudos publicados mostram prevalência de
5,8% de asbestose no setor de fibro-cimento
(fabricação de telhas e caixas d’água) e ocorrência de
74 casos de asbestose (8,9%), e 246 casos de placas
pleurais (29,7%) em população selecionada de ex-
trabalhadores desse mesmo setor da indústria do
amianto.
PNEUMOCONIOSES
– Epidemiologia
• Na mineração de carvão no Brasil, restrita à região Sul,
existem mais de 2.000 casos diagnosticados, e foi
estimada em 20% a probabilidade de ocorrência de
pneumoconiose após 15 anos de trabalho subterrâneo.
– Epidemiologia
• Estudo realizado na Carolina do Norte com
trabalhadores da construção civil mostrou um excesso
de mortalidade por doenças relacionadas ao asbesto
(asbestose, câncer de pulmão e mesotelioma).
(Wang E et al, Appl Occup Environ Hyg, 1999)
– Epidemiologia
• Estudo com 212 trabalhadores de túneis comparados
com 205 trabalhadores de construção civil pesada,
através de espirometria, questionário de sintomas
respiratórios e hábito de fumar, mostrou uma maior
prevalência de DPOC nos trabalhadores de túneis
(14%) do que nos da construção civil pesada (8%).
(Ulvestad B et ak, Thorax, 2001)
– Epidemiologia
• Estudo de coorte de 317.629 trabalhadores suecos da
construção civil seguidos de 1971 a 1999 mostrou um
aumento da mortalidade por DPOC, devido a exposição
a poeiras, fumos e gases, especialmente os não
fumantes.
(Bergdahl IA et al, Occup Environ Med, 2004)
– Epidemiologia
• Estudo com 651 trabalhadores da construção civil no
período de 1989 a 2002 na Noruega, mostrou que
exposição cumulativa a dióxido de nitrogênio parece
ser o maior fator de risco para quedas da função
pulmonar em trabalhadores de túneis, embora outros
agentes como fumos de solda, emissão de fumaça
diesel, poeira também possam contribuir para esta
queda.
(Bakke B et al, Occup Environ Med, 2004)
– Epidemiologia
• Diagnóstico de 1147 indivíduos com diagnóstico de
pneumoconiose no HCUNICAMP/Campinas/SP de 1978 a
2003, sendo 1075 homens e 72 mulheres, mostrou 1061
casos de silicose (92,5%), 51 casos de pneumoconiose por
poeira mista (4,45%), 15 casos de asbestose (1,31%), 13
casos de pneumoconiose relacionada a rocha fosfática
(1,13%) e 7 casos de outros tipos de pneumoconioses
(0,5%), incluindo exposição a carvão, grafite e metais duros.
(Lido AV et al, J Bras Pneumol, 2008)
– Epidemiologia
• Prevalência de 7,1% de casos de silicose entre 70
lapidadores de pedras semipreciosas em Joaquim
Felicio, MG, com idade média de 21 anos e 7 anos de
exposição, em trabalho informal, com condições de
trabalho rudimentar e intensa exposição a poeira de
sílica.
(Ferreira LR et al, Cad Saúde Pública, 2008)
– Epidemiologia
• De 952 casos de mesotelioma classificados como
devido exposição ao asbesto no período de 1987 a
2006, na região do Veneto, Itália, 251 (26,3%) eram
trabalhadores da construção civil. Devido a alta
prevalência de mesotelioma em trabalhadores da
construção civil, todo caso ocorrido em trabalhadores
deste setor devem ser classificados como portadores
de doença ocupacional.
(Merler E et al, Med Lav, 2009)
– Epidemiologia
• Comparação de 60 casos de cânceres relacionados com
exposição ocupacional ao asbesto (41 casos de câncer
de pulmão e 19 casos de mesotelioma) ocorridos
durante 15 anos (1993 a 2007) na Coréia do Sul, os
trabalhadores da construção civil foram o 2º grupo
mais acometido de câncer de pulmão.
(Ahn YS, Kang SK, Ind Health, 2009)
PNEUMOCONIOSES – MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
1. História Ocupacional
2. Questionário de sintomas respiratórios
3. Métodos de imagem– Radiografia de tórax– Tomografia computadorizada de alta resolução de
tórax
4. Provas funcionais respiratórias
5. Biópsia pulmonar
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
• Radiografia de tórax
– O método de referência para a análise de radiografias convencionais de tórax é a Classificação Radiológica da OIT, cuja última versão é a de 2000.
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
3. Métodos de Imagem: Radiografia de tórax
– O método de referência para a análise de radiografias convencionais de tórax é a Classificação Radiológica da OIT, cuja última versão é a de 2000.
International Labour Office - Geneva
PNEUMOCONIOSES NÃO FIBROGÊNICAS
• Doença pulmonar causada pela exposição à poeiras com baixo
potencial fibrogênico;
• normalmente ocorrem após exposições ocupacionais
descontroladas e de longa duração;
• não costumam causar sintomas respiratórios e geralmente o
diagnóstico incidental ou por um achado de exame periódico.
PNEUMOCONIOSES NÃO FIBROGÊNICAS
• Exemplos:– siderose;– baritose;– estanhose;– rocha fosfática.
• Ocupações de risco:– Soldadores de arco elétrico;– trabalhadores de rocha fosfática;– mineração e ensacamento de bário e estanho.
• PNEUMOCONIOSES FIBROGÊNICAS
PNEUMOCONIOSES FIBROGÊNICAS
• Silicose
• Doenças relacionadas ao asbesto
• Pneumoconiose por poeira mista
• Pneumoconiose do Trabalhador do Carvão (PTC)
• Pneumoconiose por abrasivos
• Pneumopatia por metais duros
• Pneumopatia por berílio
• Pneumonites por hipersensibilidade
SILICOSE
Doença pulmonar crônica caracterizada por uma fibrose pulmonar progressiva e irreversível, decorrente da inalação de partículas de sílica livre e cristalina.
• Onde está presente a sílica livre cristalina?
• Quais as principais exposições ocupacionais de risco para a silicose?
• Fontes de sílica livre ou cristalina: – Areia;– Granito;– Arenito;– Silex;– ardósia e outros;– assim como certos carvões e alguns minérios
metálicos.
• Três formas mais comumente encontradas são:– Quartzo (o mais comum)– Tridimita – Cristobalita
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL• Mineração, abertura de tuneis;
• corte de pedras;
• jateamento de areia;
• usos industriais de areia (processos de abrasão e polimento);
• fundições, fabricação de vidros, cerâmicas;
• cavadores de poços;
• lapidadores de pedras.
SILICOSE
• Pode-se apresentar de forma:
– Crônica
– Acelerada ou Sub-aguda
– Aguda
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
1. Crônica:
• mais comum e ocorre após longo tempo do início da
exposição de 10 a 20 anos (ex. trabalhadores de
cerâmicas);
• com a progressão da doença há a coalescência dos
nódulos, podendo evoluir para grandes conglomerados;
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS2. Acelerada:
• Alterações radiológicas mais precoces com 5 a 10 anos de
exposição (cavadores de poços);
• Sintomas respiratórios costumam ser precoces e
limitantes;
• Maior potencial de evoluir para formas mais complicadas
da doença.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS3. Aguda:
• Associada a exposições maciças à sílica livre, por períodos que variam de poucos meses até 4 a 5 anos (jateamento de areia, moagem de pedra);
• a dispnéia é incapacitante e pode evoluir para morte por insuficiência respiratória.
DIAGNÓSTICO
• História ou anamnese ocupacional e exame radiológico dos pulmões.
TRATAMENTO
• Tratamento é apenas paliativo, visto tratar-se de doença de caráter
progressivo e irreversível.
• Estar atento as principais complicações já citadas anteriormente,
dentre elas a tuberculose o que piora sobremaneira o prognóstico.
COMPLICAÇÕES
• Associação de tuberculose à silicose é relativamente freqüente e
constitui complicação muito grave;
• outras infecções oportunistas podem ocorrer, principalmente nas
formas aceleradas ou complicadas;
• maior incidência de infecções de vias aéreas;
• presença de doenças auto-imunes.
DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTO
• TIPOS DE ASBESTO
Palavra grega “asbesta” - indestrutível,
inextinguível, incombustível.
Conhecido comercialmente como amianto, designação
proveniente do latim “amianthus” e que significa não-
contaminado, incorruptível.
• TIPOS DE ASBESTO
2 Grupos:
• Anfibólios – amosita (amianto marrom), crocidolita
(amianto azul), antofilita e tremolita;
• serpentinas – crisotila (amianto branco), representa 90%
da produção mundial.
PROPRIEDADES DO ASBESTO
• Alta resistência a tração mecânica;
• incombustibilidade e grande resistência a altas temperaturas;
• baixa condutibilidade elétrica;
• resistência a substâncias químicas agressivas;
• capacidade de filtrar microrganismos;
• durabilidade;
• resistência ao desgaste e abrasão.
• Quais as principais exposições ocupacionais de risco para as doenças relacionadas ao asbesto/amianto?
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL• Mineração;
• indústria de cimento amianto;
• indústria de autopeças;
• isolantes térmicos;
• indústria de juntas e gaxetas;
• construção civil.
HISTÓRICO• 1908, casos de fibrose pulmonar em indústria textil na
Inglaterra.
• 1955, Doll relata os 61 casos de câncer de pulmão.
• 1960, Wagner et al., na África do Sul, demonstram pela primeira vez a associação entre asbesto e mesotelioma de pleura.
• MAGNANI et al. 1995, a relação entre mesotelioma de pleura e exposição não-ocupacional é estabelecida.
DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTO
1. Asbestose
2. Doenças pleurais não malignas
3. Câncer de Pulmão
4. Mesotelioma maligno de pleura
NEOPLASIAS RELACIONADAS AO ASBESTO
1. Câncer de Pulmão
• Período de latência, normalmente mais de 30 anos,
para o desenvolvimento da doença.
• Existe um sinergismo entre o hábito de fumar e a
exposição ao asbesto. (Selikoff and Hamond, 1979)
NEOPLASIAS RELACIONADAS AO ASBESTO
2. Mesotelioma de Pleura
• Estudos epidemiológicos sugerem que 75% a 80% dos
casos de mesotelioma maligno de pleura estão associados
à exposição ao asbesto (Período de latência de 30 a 40
anos). Não existe uma maior prevalência de mesotelioma
maligno entre fumantes. (Mossman and Gee, 1989)
NEOPLASIAS RELACIONADAS AO ASBESTO
• Embora exista uma significativa relação dose-dependência
para este tumor com exposição ao asbesto, muitos casos
foram documentados com baixos níveis de exposição e
por baixos períodos de tempo ocorridos muitos anos
atrás. (Milne JH, 1976)
LEGISLAÇÃO
Ministério do Meio AmbienteConselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMARESOLUÇÃO Nº 348 DE 16 DE AGOSTO DE 2004
Publicada no DOU de 17/08/04
• Altera a Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, incluindo
o amianto na classe de resíduos perigosos.
• Classifica os resíduos de amianto como sendo da Classe D, ou seja,
perigosos para a saúde, e exige sua colocação em aterros especiais.
LEGISLAÇÃO
• PORTARIA Nº 1851/GM de 09 de Agosto de 2006
• Art. 2º Determinar que todas as empresas, que
desenvolvem ou desenvolveram atividades descritas na
ementa desta Portaria, encaminhem anualmente ao
órgão responsável pela gestão do SUS, em nível municipal
ou, na sua ausência, ao órgão regional, listagem de
trabalhadores expostos e ex-expostos ao
asbesto/amianto.
LEGISLAÇÃO
• LEI Nº 12.684, DE 26 DE JUHO DE 2007 (Projeto de Lei nº 384/2007, do Deputado Marco Martins –
PT)
– Proíbe o uso, no Estado de São Paulo de produtos, materiais ou
artefatos que contenham quaisquer tipos de amianto ou asbesto
ou outros minerais que , acidentalmente, tenham fibras de
amianto na sua composição.
OUTRAS PNEUMOCONIOSES
• Pneumoconiose dos trabalhadores de carvão.
• Pneumoconiose por poeira mista
• Pneumoconiose por abrasivos
• Pneumoconiose por metais duros
• Pneumopatia pelo berilio
• Pneumonites de hipersensibilidade
PROTOCOLO DE PNEUMOCONIOSES CONDUTA
• Os casos diagnosticados devem ser tratados como:
– “casos sentinela” devendo ser devidamente notificados e desencadear ações integradas de vigilância;
– detectar outros casos ainda não diagnosticados dentro do ambiente gerador da doença;
– adoção de medidas de prevenção e proteção aos trabalhadores expostos;
PROTOCOLO DE PNEUMOCONIOSES PREVENÇÃO DE PNEUMOCONIOSE
• Umidificação do ambiente com lavagem constante do piso.
• Ventilação local exaustora e ventilação geral do ambiente de trabalho.
• Enclausuramento total ou parcial do processo produtor de poeiras.
• Subsituição de matérias primas/produtos.
PROTOCOLO DE PNEUMOCONIOSES PREVENÇÃO DE PNEUMOCONIOSE
• Minimização de emanações industriais para o meio ambiente.
• Proteção respiratória individual em operações onde as medidas de proteção coletiva são insuficientes para o controle da exposição.
• Lavagem de roupas pela empresa
ASMA OCUPACIONAL
• Doença ocupacional pulmonar de maior
prevalência em países desenvolvidos.
• Cerca de 9 a 15% dos casos de asma em
adulto
(Balmes et al – 2003)
ASMA OCUPACIONAL
Asma ocupacional (AO) é a obstrução
reversível das vias aéreas causada pela
exposição, no ambiente de trabalho, a
poeiras, gases, vapores ou fumos.
(Bernstein et al, 1993)
ASMA OCUPACIONAL
• É uma doença que torna o trabalhador
permanentemente inapto para qualquer
atividade que envolva exposição, em qualquer
concentração ao agente que a desencadeou, pois
a continuidade da exposição envolve risco de
vida.
ASMA OCUPACIONAL
• Ela exige a readaptação profissional ou
recolocação do trabalhador.
ASMA OCUPACIONAL
• Pode também incapacitá-lo para outros tipos de atividade
laborativa, seja de modo temporário, na sua fase aguda
ou permanente, pois na maioria dos casos (60 a 90%) a
doença se torna crônica, com continuidade dos sintomas
mesmo vários anos após o afastamento da exposição.
ASMA OCUPACIONAL
• Tipos de Asma Ocupacional
– Imunológica
– Não imunológica
ASMA OCUPACIONAL
• Imunológica
– Aparece depois de um período de latência de exposição necessária para trabalhadores que adquirem sensibilização imunológicamente mediada pelo agente causador.
– O mais comum tipo de Asma ocupacional (mais que 90% dos casos).
ASMA OCUPACIONAL
• Não Imunológica
– Caracterizada pela ausência de período de latência. Ocorre depois de exposições acidentais a altas concentrações de agentes irritantes.
– Menos comum, cerca de 7% dos casos.
(Mapp et al 2005)
EPIDEMIOLOGIA DA ASMA OCUPACIONAL
• Estudo com 15.637 pessoas de 20 – 44 anos, selecionados da população
geral de 26 áreas de 12 países industrializados (EUA, RU, Suécia, Espanha,
Noruega, Nova Zelândia, Itália, Irlanda, Islândia, Alemanha, Bélgica e
Austrália) mostrou alto risco de asma ocupacional em:
– Fazendeiros (O.R. 2,62 95% IC 1,29 – 5,35)– Pintores (O.R. 2,34 95% IC 1,04 – 5,28)– Limpadores (O.R. 1,97 95% IC 1,33 – 2,92)– Trab. Rurais (O.R. 1,79 95% IC 1,02 – 3,16)
• Proporção de asma atribuída a ocupação – 5 – 10%.
(Occupational asthma in Europe and other industrialised áreas a population – based study – Lancet, 1999)
EPIDEMIOLOGIA DA ASMA OCUPACIONAL
• No Reino Unido, em 1998, foram notificados 2966 casos
de doenças pulmonares ocupacionais, 27% (n=822) eram
de asma ocupacional. Os agentes mais comuns foram:
enzimas, isocianatos, animais de laboratório, colofonio,
látex, glutaraldeído.(SWORD 98, 1999)
EPIDEMIOLOGIA DA ASMA OCUPACIONAL
• Na Finlândia foram notificados 2602 casos de asma
ocupacional entre 1989-1995 (incidência anual de
17,4/100.000 trabalhadores). Mais acometidos: padeiros,
pintores, veterinários, trabalhadores de indústria química
e plástica, tratadores de animais, trabalhadores de
indústria alimentícia, soldadores.(Am J Ind Med 2000)
EPIDEMIOLOGIA DA ASMA OCUPACIONAL
• Na Austrália 15% dos novos casos de asma em adultos
são diretamente atribuídos a exposição ocupacional.(Asthma Management Handbook – 2002 – National Asthma Council Australia)
EPIDEMIOLOGIA DA ASMA OCUPACIONAL
• De 1915 casos de asma ocupacional em 4 Estados
Americanos (Massachusetts, New York, New Jersey,
Michigan) de 1993-1997, 12% (n=236) dos casos estavam
associados a produtos de limpeza (ácidos, cloro, amônia,
desinfetantes como formaldeído, glutaldeído, compostos
de amônia quartenária).(SENSOR – Sentinel Event Notification System for Occupational Risks –
Occupational Lung Disease Bulletin – July 2003)
Mapp et al - 2005
Alguns dos mais comuns sensibilizantes de ambientes de trabalho nos quais os trabalhadores
em várias atividades estão expostos
SensibilizantesSensibilizantes OcupaçõesOcupações
DiisocianatosDiisocianatos Pintores, trabalhadores automotivos, Pintores, trabalhadores automotivos, trabalhadores de fabricação de trabalhadores de fabricação de poliuretanos rígido ou flexivelpoliuretanos rígido ou flexivel
Poeira de madeira, resina Poeira de madeira, resina fenólica, formaldeído, fenólica, formaldeído, diisocianato in gluesdiisocianato in glues
Marceneiros, carpinteiros, trabalhadores Marceneiros, carpinteiros, trabalhadores ruraisrurais
Borracha natural e Borracha natural e sintética, glutaldeído, sintética, glutaldeído, formaldeído, penicilina e formaldeído, penicilina e outros aerossóis de outros aerossóis de medicamentos, medicamentos, metilmetacrilatometilmetacrilato
Trabalhadores de saúdeTrabalhadores de saúde
AnidridosAnidridos Uso de plásticosUso de plásticos
Mapp et al - 2005
Alguns dos mais comuns sensibilizantes de ambientes de trabalho nos quais os trabalhadores
em várias atividades estão expostos
SensibilizantesSensibilizantes OcupaçõesOcupações
Compostos epóxis em Compostos epóxis em tintas spraystintas sprays
Trabalhadores automotivosTrabalhadores automotivos
Animal, plantas, insetos e Animal, plantas, insetos e fungos fungos
Farmacêuticos e jardineirosFarmacêuticos e jardineiros
Enzimas e produtos de Enzimas e produtos de limpezalimpeza
Auxiliares e trabalhadores de laboratórioAuxiliares e trabalhadores de laboratório
Alimentos ou alergenos de Alimentos ou alergenos de proteínas animal proteínas animal
Trabalhadores de indústria alimentícia e de Trabalhadores de indústria alimentícia e de animaisanimais
Mapp et al - 2005
Alguns dos mais comuns sensibilizantes de ambientes de trabalho nos quais os trabalhadores
em várias atividades estão expostos
SensibilizantesSensibilizantes OcupaçõesOcupações
Poeira de floresPoeira de flores Trabalhadores de floriculturaTrabalhadores de floricultura
PersulfatosPersulfatos CabelereirosCabelereiros
Colofônio (soldas de Colofônio (soldas de fluxo)fluxo)
Trabalhadores eletrônicosTrabalhadores eletrônicos
Poeira metálica, fumos Poeira metálica, fumos (e.g. cobalto, cromo, (e.g. cobalto, cromo, niquel, sais de platinaniquel, sais de platina
Soldadores, outros trabalhadores de Soldadores, outros trabalhadores de matais, trabalhadores de refinação de matais, trabalhadores de refinação de platinaplatina
ASMA OCUPACIONALDIAGNÓSTICO CLÍNICO OCUPACIONAL• Estabelecer inicialmente o diagnóstico de asma brônquica;
• história ambiental e ocupacional detalhada;
• sintomas imediatos, ou no final da jornada ou noturnos;
• presença de outros aerossóis inaláveis,que possam ser veiculados de outras
áreas vizinhas;
• complementar com dados de antecedentes pessoais e familiares, com
ênfase em sintomas atópicos e dados ambientais fora do local de trabalho.
ASMA OCUPACIONAL
1. CURVA DE PEAK-FLOW
2. OUTROS TESTES DE FUNÇÃO PULMONAR
• Espirometria
• Testes de provocação brônquica inespecífica (histamina, carbacol,
metacolina)
• Testes de provocação brônquica específica (com agentes suspeitos)
3. TESTES CUTÂNEOS E SOROLÓGICOS
S D T T T T T S D T T T T T S D T T T T T S D A A A A A S D A A A A0
200
400
600
800
1000
33 anos, masc, operador de moinho, exposto a polietileno aquecido
A T S D T T T T T S D T T T T T S D A A A A A S D A A A A A S D A A0
100
200
300
400
500
34 anos, masc., pintor de autos, exposto a tinta poliuretânica
A A S D A A A A A S D T T T T T S D T T T T T S D T T T T T S D T T T0
50
100
150
200
250
42 anos, fem., faxineira, exposta a irritantes
T T T S D T T T T T S D T T T T T S D T T T T T S D T T T T T S D A A A A A S D A A A A A S D A0
100
200
300
400
500
600
20 anos, masc, pintor de móveis, exposto a verniz poliuretano e poeira de madeira
Curva de PFE em laminador (indústria naval) exposto a resina poliéster e tinta poliuretânica.
Curva de PFE - JLS, manutenção elétrica, exposto ao colofonio.
100
200
300
400
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35Dias
PFE
ASMA OCUPACIONAL
• TRATAMENTO
• PROGNÓSTICO
• CONDUTA
ASMA OCUPACIONAL
CONDUTA
• Além das medidas terapêuticas:
– Afastamento definitivo da exposição;
– Notificação do caso através da emissão da Comunicação de
Acidente de Trabalho;
– Avaliar a readaptação profissional.