Dons Do Espírito- Compêndio - Pr; Cristiano Barbosa_ PDF

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    Dons espirituais

    O que os dons espirituais pra que eles servem?

    Os dons espirituais servem para organizar e aperfeioar o sistema

    organizacional da igreja.

    Dons de Deus que habilitam o cristo a realizar o seu servio (s vezes especializado).H vrias palavras no NT usadas em referncia aos dons espirituais. Drea e doma sousadas, mas so raras (Ef 4.8; At 11.17). Pneumatikos e charisma so frequentemente

    encontradas, sendo que charisma a palavra mais comum.

    [email protected]

    PALESTRA E PREGAO NO COBRO NADA PARA

    ENSINAR A PALAVRA DE DEUS.

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    O termo charisma ("dom espiritual"), usado somente por Paulo, excetuando-se 1 Pe4.10. Charisma significa a redeno ou a salvao como o dom da graa de Deus (Rm5.15; 6.23) e um dom que capacita o cristo a executar o seu servio na igreja (1 Co7.7), alm de definir um dom especial que habilita o cristo a realizar um ministrioespecfico na igreja (12.28).

    Paulo oferece instruo sobre os dons espirituais, em Rm 12.6-8; 1 Co 12.4-11, 28-30;Ef 4.7-12. Os dons espirituais eram manifestaes incomuns da graa (charis) de Deus,nas formas normais e anormais. Nem todo dom espiritual afetava a vida moral daqueleque 0 exercia, mas seu propsito sempre era a edificao dos crentes. O exerccio deum dom espiritual subentendia servio na igreja. No NT, nunca se perde estaabordagem prtica, sendo que os dons espirituais so frequentemente divididos emmiraculosos e no miraculosos; mas visto que alguns so sinnimos de deveresespeciais, devem ser classificados, por um lado, de acordo com sua relevncia para apregao da Palavra e, por outro lado, segundo o exerccio de ministrios prticos.Os Dons do Esprito. H cinco dons do Esprito:

    A Operao de Milagres (1 Co 12.10, 28-29). "Milagres" a traduo de dynameis("poderes"). Em Atos, dynameis refere-se expulso de espritos malignos e cura deenfermidades do corpo (8.6-7, 13; 19.11-12). Isto talvez explique a "operao depoderes", mas este dom no sinnimo de "dons de curas". Provavelmente aquele eramuito mais espetacular do que estes, e pode ter implicado na ressurreio de mortos(At 9.36ss.; 20.9ss.). O prprio Paulo exercia este dom de operar poderes, e para ele setratava de uma prova do seu apostolado (2 Co 12.12) que autenticava tanto as boasnovas que pregava, quanto seu direito de proclam-las (Rm 15.18ss.).

    Dons de Curas(1 Co 12.9, 28, 30). Conforme j foi sugerido, os dons de curaseram semelhantes "operao de milagres" (poderes). Os ministrios de nosso Senhor

    (Mt 4.23-24), dos "doze" (Mt 10.1) e dos "setenta" (Lc 10.8-9) so testemunhos disto.Os dons de curas tambm se destacaram na igreja, depois do Pentecoste (At 5.15-16;cf. tambm Tg 5.14-15). "Dons" (no plural) indica a grande variedade das doenascuradas e dos meios usados nas curas. A pessoa que exercia o dom e o paciente queera curado tinha um elemento essencial em comum - a f em Deus. Os escritos dosPais da Igreja com- provam que "os dons de curas" eram exercidos na igreja sculosdepois do perodo apostlico. Desde ento, este dom tem aparecido de modointermitente na igreja. Por muito tempo, os dons de curas estiveram inativos, mas hojeh denominaes reconhecidas da igreja que acreditam que eles esto comeando areaparecer. Infelizmente, o procedimento de alguns que alegam ter recebido o dom

    tem dado a ele um certo desprestgio. Os tipos de enfermidades curadas no perodo doNT, a natureza e 0 lugar da f, a relevncia do sofrimento na economia divina, aimportncia do subconsciente e a natureza da sua influncia sobre o corpo, asassociaes entre os dons de curas e a cincia mdica (um mdico era contado entreos companheiros de viagem de Paulo!) - tudo isto no tem recebido a devida ateno,nos dias de hoje. Os dons de curas so um dom permanente do Esprito Igreja, masso apropriadamente exercidos apenas por homens do Esprito, de humildade e f.

    O Dom de Socorro(1 Co 12.28). O tipo de dom espiritual subentendido por

    "socorro" pode ser deduzido de At 20.35, onde Paulo exorta os presbteros em feso a

    trabalharem para "socorrer aos necessitados" e a constantemente lembrarem-se das

    palavras do prprio Senhor: "Mais bem-aventurado dar que receber". Paulo apia

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    esta exortao com seu prprio exemplo. A igreja primitiva parece ter tido uma

    solicitude especial para com os necessitados entre os seus membros, e aqueles que

    ajudavam os indigentes eram considerados revestidos pelo Esprito para este

    ministrio. No impossvel que o ofcio de presbtero tenha se originado no dom de

    presidncia. Da mesma maneira, o ofcio ou dever de dicono pode ter tido sua origemneste dom de socorro. O dicono era algum que ministrava aos necessitados (At 6.1 -

    6).

    O Dom de Governo ou Administrao(1 Co 12.28; cf. Rm 12.8). A organizao da igreja ainda no era slida. Os cargosoficiais ainda no tinham sido estabelecidos, nem havia, tambm, oficiais devidamentenomeados regendo as igrejas. Era necessrio, por- tanto, que certos membrosrecebessem e exercessem o dom de reger ou governar a assembleia local dos crentes.Este dom tomava a forma de conselhos sadios e julgamento sbio na direo dos

    negcios da igreja. Paulatinamente, lgico, este dom de orientar e reger os negciosda igreja chegou a ser intimamente identificado com certos indivduos, e estescomearam a assumir responsabilidades de uma natureza quase permanente.Chegaram a ser oficiais reconhecidos na igreja, cumprindo deveres bem definidos naadministrao da comunidade crist. No incio, porm, era reconhecido que algunscristos tinham recebido o dom de governar, e tinham liberdade para exerc-lo. Almda administrao, questes prticas na direo do culto pblico exigiam sabedoria eprevi- so e, neste caso, tambm, aqueles que reconhecidamente tinham recebido odom de governar tambm teriam de legislar.

    O Dom da F

    (1 Co 12.9). O dom da f provavelmente deve ser includo entre os dons que serelacionam estreitamente com a vida prtica e o desenvolvimento da igreja. Estes donsespirituais naturalmente fortaleciam os crentes na sua f, e convenciam os descrentesquanto autenticidade da mensagem da igreja. O dom da f proveniente do Espritopodia efetuar coisas poderosas (Mt 17.19-20) e manter os crentes perseverantes naperseguio. Estes cinco dons espirituais, portanto, relacionavam-se especificamentecom os aspectos prticos da vida da igreja, o bem-estar fsico dos crentes e a boaordem da sua adorao e conduta.

    Os demais dons do Esprito dizem respeito ao ministrio da Palavra de Deus. Por isso,eram mais importantes do que os dons acima alistados; mas estes ltimos no

    deixavam, tampouco, de ser dons espirituais. Em sua origem e natureza eram o

    resultado de habilitaes especiais do Esprito.

    O Apostolado

    Acerca dos dons especialmente relevantes para a pregao da Palavra, Paulo d a

    primazia para a graa do apostolado: "A uns estabeleceu Deus na igreja,

    primeiramente apstolos" (1 Co 12.28). A designao "apstolo" comeou a seraplicada a personagens do NT que no integravam os "doze", especialmente a Paulo.

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    Este atribua um valor to alto ao dom do apostolado que o Esprito Santo lhe

    conferira, que ocasionalmente ele se dava ao trabalho especial de comprovar a sua

    validez (cf. 1 Co 9.1 ss.; Gl 1.12). Os apstolos tinham a convico de terem recebido

    este dom espiritual para capa- cit-los a cumprir o ministrio da Palavra de Deus; nada,

    portanto, podia impedi-los de cumprir tal funo de suprema importncia (At 6.2).Alm disso, entendemos pelas palavras de Paulo que o dom do apostolado devia ser

    exercido principalmente entre os descrentes (1 Co 1.17), ao passo que outros dons

    espirituais estavam mais proximamente relacionados com as necessidades dos crentes.

    O apostolado de Paulo devia ser cumpri- do entre os gentios; o ministrio da Palavra

    por parte de Pedro devia ser exercido entre os judeus (Gl 2.7-8). Obviamente, o dom

    do apostolado, da parte do Esprito, no se limitava rigorosamente a um grupo de

    homens cujo dom do apostolado os tomara, por isso mesmo, unidades especiais de

    uma graa ou autoridade divina. Sua funo era, sem dvida, concebida como a mais

    importante no que concernia ao ministrio da Palavra, mas logo passaremos a ver queeste dom espiritual era apenas um entre certo nmero de outros dons. A igreja era

    edificada sobre profetas, alm de apstolos (Ef 2.20), sendo que estes ministravam a

    Palavra igreja, e os profetas pregavam a Palavra aos no cristos. Portanto, uma vez

    que o dom do apostolado era espiritual, assim tambm o era a autoridade dos

    apstolos. Permaneceu sendo uma prerrogativa do Esprito Santo e nunca se tornou

    oficial no sentido de que uma pessoa pudesse transmiti-lo aos outros por sua prpria

    vontade. A autoridade dos apstolos era exercida de forma democrtica, e no

    autocraticamente (At 15.6, 22). Tinham o cuidado de incluir os presbteros e os irmos

    quando substanciavam a validez das diretrizes que estavam promulgando entre asigrejas. At mesmo quandoPaulo recebia um pedido para legislar para as igrejas que

    ele prprio fundara sua autoridade no era o seu apostolado, mas uma palavra do

    Senhor (1 Co 7.10).

    Profetas.Os profetas tm o segundo lugar de importncia depois dos apstolos naenumerao que Paulo faz dos dons espirituais (1 Co 12.2ss.). O dom da profecia j foidiferenciado da graa do apostolado, com base na esfera em que cada um eraexercido. Em certo sentido, o desejo de Moiss (Nm 11.29) tinha sido realizado naexperincia da igreja como um todo (At 2.17-18; 19.6; 1 Co 11.4-5), mas algunsindivduos parecem ter si- do especialmente dotados com esta graa (At 11.28; 15.32;21.9-10). Estes profetas na igreja do NT frequentemente parecem ter sido pregadoresitinerantes. Indo de igreja em igreja, edificavam os crentes na f, mediante o ensino daPalavra. Seu ministrio provavelmente era caracterizado por espontaneidade e poder,visto que parece ter includo palavras por meio de revelao (1 Co 14.6, 26, 30-31).Nestas passagens, no entanto, as declaraes dos profetas eram claramenteentendidas, em comparao com as expresses em lnguas. Em certas ocasies. Deusfazia conhecida a sua vontade atravs do profeta (At 13.1ss.), ou um evento futuro erapredito (At 11.28; 21.10-11); mas o dom especial do profeta era de edificao,exortao, consolao e instruo das igrejas locais (1 Co 14). No perodo

    subapostlico, o profeta ainda podia ter precedncia sobre o ministro local, mas j

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    estava prximo o dia em que este dom de profecia passaria para os ministros locaisque pregavam a Palavra, a fim de edificar os membros da comunidade crist.A natureza deste dom de profecia era tal que o perigo dos falsos profetas sempre deve

    ter estado presente. O Esprito, portanto, comunicava um dom que capacitava alguns,

    dentre aqueles que escutavam os profetas, a reconhecer a veracidade ou a falsidade

    dos seus pronunciamentos. No se tratava de entendimento natural nem de juzo

    sagaz, mas de um dom sobrenatural. Paulo descreve este dom sobrenatural como

    "discernimento de espritos". O fato de o profeta falar por revelao tornava quase

    inevitvel o surgimento de falsos profetas; assim, embora Paulo conclamasse seus

    convertidos a no desprezarem as profecias, nem por isso deviam deixar de provar

    todas as coisas (1 Ts 5.20-21).

    O Dom de Discernimento de Espritos.

    Era necessrio que os crentes soubessem diferenciar entre os espritos falsos e osverdadeiros, quando um profeta itinerante alegava estar inspirado para falar porrevelao (1 Co 14.29).

    O Dom de Ensino.Num ntimo relacionamento com o dom da profecia, mascuidadosamente distinto dele, temos o dom de ensino (1 Co 12.28-29; Rm 12.7). Oprofeta era um pregador da Palavra; o mestre explicava aquilo que o profetaproclamava, reduzia-o a declaraes doutrinrias e aplicava-o situao em que aigreja vivia e testemunhava. O mestre oferecia instruo sistemtica (2 Tm 2.2) sigrejas locais. Em Ef 4.11, Paulo acrescenta a idia de pastor quela de mestre, porque

    ningum pode comunicar de modo eficaz (ensinar) sem amar aqueles que esto sendoinstrudos (pastorear). De modo semelhante, para ser um pastor eficaz, a pessoatambm deve ser um mestre.

    O Dom de Exortao(Rm 12.8). Aquele que possua o dom da exortao cumpria

    um ministrio estreitamente aliado com o do profeta e mestre cristo. A diferena

    entre eles seria achada na abordagem mais pessoal daquele que exortava. Para que as

    exortaes fossem bem sucedidas, teriam de ser feitas no poder persuasivo do amor,

    da com- preenso e da simpatia. Seu alvo era ganhar os cristos para um modo

    superior de vida e para uma dedicao mais profunda a Cristo. O Esprito, portanto,

    que outorgava o dom da exortao transmitia, juntamente com o dom, a qualidade depersuaso e atrao espirituais.

    O Dom de Falar a Palavra da Sabedoria (1 Co 12.8). A sabedoria era uma parteimportante da dotao do Esprito Santo, no que dizia respeito comunidade crist.Este dom transmitia a capacidade de receber e explicar "as coisas profundas de Deus".H muita coisa misteriosa no tratamento de Deus com os homens, e o cristo comumfrequentemente necessita de uma palavra que lance luz sobre a sua situao; a pessoaequipada pelo Esprito para cumprir este ministrio recebe, mediante o Esprito, apalavra da sabedoria. Por causa do forte sentido de revelao ou introspeco

    subentendido na ex- presso, talvez este dom fosse semelhante a uma declaraoreveladora feita pelo profeta cristo.

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    O Dom de Falar a Palavra do Conhecimento(1 Co 12.8). Falar a palavra doconhecimento sugere uma palavra falada somente depois de considerao longa ecuidadosa. Tratava-se de uma palavra que o mestre cristo normalmente proferia.Naturalmente, esta atividade mental no estava destituda de ajuda, e atingia-se umponto em que o Esprito fornecia conhecimento, entendimento e discernimento que

    poderiam ser descritos como intuio. Mas visto que Paulo indica que tanto a palavrada sabedoria como a do conhecimento so dadas pelo Esprito ou por meio dele, anfase recai sobre o recebi- mento da palavra, e no sobre a sua interpretao.

    O Dom de Lnguas.

    Outro dom espiritual tambm mencionado por Paulo.O Esprito outorga "variedades de lnguas" (1 Co 12.10, 28). Em 1 Co 14, explica-se a

    natureza deste dom. (1) A lngua em que a pessoa falava era ininteligvel e, portanto,no edificava a assemblia crist ( 2-4); (2) A lngua (glssa) no era um idiomaestrangeiro (phn, w. 10-12); (3) Aquele que falava em lnguas dirigia-se a Deus, aquem provavelmente oferecia orao e louvor (vv. 14-17); (4) A lngua edificava quema falava (v. 4); (5) Aquele que falava perdia o controle das faculdades intelectuais (vv.14-15), sendo a lngua provavelmente uma srie exttica de exclamaes desconexasem tom agudo, semelhante s lnguas faladas nos tempos de despertamento espiritualintermitentemente experimenta dos pela igreja.

    O Dom da Interpretao de Lnguas(1 Co 12.10, 30). Um corolrio necessrio aose falar em lnguas era a interpretao de lnguas. Aquele que falava em lnguas podia

    tambm exercer o dom da interpretao, mas geralmente outros o exerciam (v 26-28;12.10), embora o conselho de Paulo em 1 Co 14.13 seja interessante. Isto subentendiadar sentido a exclamaes extticas incompreensveis, assim como um crtico de arteinterpreta uma pea de teatro, uma sinfonia ou uma tela, explicando-as aos leigos,embora o intrprete de lnguas no dependesse de conhecimentos naturais, ou seja,humano.

    O Evangelista.Outro dom fornecido igreja o de evangelista. Timteo chamado

    evangelista, em 2 Tm 4.5, e o mesmo ocorre com Filipe, um dos "sete", em At 21.8. A

    tarefa de pregar o evangelho, embora teoricamente seja responsabilidade de todas aspessoas, confiada especificamente a certos indivduos pelo Esprito Santo. Devem

    exercer o seu ministrio com o pleno reconhecimento de que o poder advm de Deus,

    sendo, portanto, desnecessrias e erradas as efmeras tcnicas de manipulao. A

    presena de tais coisas uma clara indicao da ausncia do Esprito. Convertidos

    provenientes do ministrio do evangelista devem ser encaminhados igreja, onde

    sero edificados por aqueles que exercem os demais dons.

    aqueles que exercem os demais dons.

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    Ministrio(gr. diakonia). O ministrio (ou servio) chamado um dom, em Rm 12.7.Este termo usado de vrias maneiras no NT, desde uma idia generalizada deminist- rio (2 Co 5.18, onde a pregao de Paulo chamada ministrio dereconciliao) at um cargo ou tarefa especficos (1 Tm 1.12). difcil saber comexatido o sentido pretendido por Paulo aqui. Talvez seja um dom geral de poder para

    qualquer pessoa que exera uma funo especfica na igreja.

    Contribuio

    Paulo fala na contribuio como um dom (Rm 12.8). Todos devem contribuir parasuprir as necessidades da igreja, do seu ministrio e dos pobres, mas um dom especialhabilita algumas pessoas a fazerem um sacrifcio alegre nesta rea. Paulo acrescentaque este dom deve ser exercido "sem m vontade" ou "com liberalidade".

    Atos de Misericrdia

    (Rm 12.8). Atos de misericrdia devem ser realizados com alegria, sob a orientao doEsprito Santo. Algum poderia perguntar-se por que um ato to nobre exigiria umrevestimento carismtico, mas as circunstncias dos tempos o explicam. Oferecerajuda era perigoso. Semelhante identificao com outros cristos necessitadosestigmatizava quem os ajudava como cristo tambm, dando lugar possibilidade deperseguio para este ltimo.

    Prestao de Ajuda

    (Rm 12.8) a traduo aqui adotada pelo verbo que nas duas verses de Almeidaaparece como "presidir". Esta prestao de ajuda, tambm meneio- nada como dom,deve ser exercida com zelo possvel que este dom seia outra forma de domadministrativo. Se este for o caso, no h nada de novo. Caso contrrio, forma umparalelo mais estreito com os atos de misericrdia.Concluso. Ao instruir os cristos no tocante ao exerccio destes dons, Paulo preo-cupase em ressaltar a sua natureza prtica. O Esprito outorga Seus charismata para aedificao da igreja, a formao do carter cristo e o servio da comunidade. Orecebi- mento de um dom espiritual, portanto, trazia uma sria responsabilidade, visto

    ser essencialmente uma oportunidade de se dar a si mesmo em servio sacrificial emprol dos outros.

    Os dons mais espetaculares (lnguas, curas, milagres) necessitavam de algum grau deordem que impedisse o seu uso indiscriminado (1 Co 14.40). Os espritos dos profetasdevem estar sujeitos aos profetas (v. 32). Paulo claramente insiste em que os donsespetaculares eram inferiores queles que instruam os crentes na f e na moral, e queevangelizavam os no cristos. No era proibido o falar em lnguas (v. 39), mas aexposio inteligente da Palavra, a instruo na f e na moral, e a pregao do

    evangelho eram infinitamente superiores. Os critrios usados para julgar os valores

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    relativos dos dons espirituais eram doutrinrios (1 Co 12.3), morais (1 Co 13) e prticos

    (1 Co 14).O problema estava em onde colocar o ponto de equilbrio. O maior perigo achava- se

    em enfatizar demasiadamente os dons, 0 que tendia a exaltar os ofcios que se desen-

    volveram a partir deles. Esse fato levava inevitavelmente ao "eclesiasticismo"

    institucional e indubitvel correspondente perda da conscincia que a igreja tinha da

    presena do Esprito e da experincia do poder do Esprito.

    Dons do Esprito Estes, s vezes chamados carismticas,da palavra grega citada

    acima, so os dons espirituais derramados sobre o indivduo para o benefcio da Igreja

    (ICo 12.7) ou os prprios indivduos, tidos como ddivas de Deus para a Igreja como

    um todo (12.28). Em um sentido, o dom inexprimvel de Deus Cristo (2Co 9.15); em

    outro sentido, o maior dom o prprio Esprito, que a fonte de todos os dons (ICo12.4-7). Uma lista nnuplo 1dos "dons do Esprito encontrada em 1 Corntios 12.8-

    10, com a qual o texto de 1 Corntios 12.28 pode ser comparado. Romanos 12.6-8

    contm uma lista semelhante, como Efsios 4.11,12, embora as duas estejam mais

    diretamente envolvidas com o segundo dos dois aspectos mencionados acima.

    matria ser tratada sob os seguintes

    ttulos

    ;

    1. Dons espirituais no AT

    2. Dons espirituais nos Evangelhos

    3. Dons espirituais em Atos

    4. Dons espirituais nas epstolas paulinas

    1. Dons espirituais no AT. O AT no tem listas compreensivas de dons espirituaiscomo o NT. A doutrina do Esprito foi apenas gradualmente revelada por Deus a Israel

    por meio da sua histria. Considerando isto extraordinrio que nas pginas do AT, o

    que o NT chamaria de "dons espirituais so frequentemente associados vinda ou

    presena do Esprito de Yahweh.isto se aplica igualmente s manifestaes estticas

    (Nm 11.25) e s qualidades morais (Gn 41.38); pois visto que o AT no conhecia

    nenhuma distino entre o "sagrado e o secular todas as excelncias humanas so

    corretamente atribudas a Deus ( Tg 1.17). Bezalel e Aoliabe foram cheios do Esprito

    1. Pr; Cristiano Barbosa; 1numeral & nmero multiplicativo(adj.s.m.)que ou o que

    contm nove vezes a mesma quantidade.

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    de Deus... de conhecimento, em todo artifcio (Ex 31.3,6): obras em metais, madeira,

    bordadura todas so igualmente inspiradas pelo Esprito e so seus dons, para a

    construo do Tabernculo e a glorificao de Deus. O Esprito do Senhor veio sobre

    Otniel para julgar Israel (Jz 3.9,10); o Esprito do Senhor veio sobre Sanso lhe dando

    fora (Jz 14.6). A prudncia de Jos prova da presena do Esprito de Deus (Gn41.38), e a atividade proftica, de qualquer tipo, por todo o AT tida como a obra do

    Esprito (ISm 10.6).

    Resumindo, ento, no AT, todos os dons so considerados dons espirituais. No

    que os dons espirituais do AT no tenham importncia moral; antes, a doutrina dos

    dons espirituais toda abrangente. Mesmo assim, no injusto dizer que, como a

    revelao de Deus se move para o seu clmax novo, h mais nfase naqueles dons de

    natureza moral e espiritual, e consequentemente uma maior aproximao para a

    compreenso do NT. Profecias, como a de Joel, alm do mais, contm uma clara

    esperana da generalizao vindoura dos dons espirituais, no mais estando restritos

    a poucos.

    2. Dons espirituais nos Evangelhos.

    Ainda no haja tratamento sistemtico, talvez impossvel antes do Pentecostes.Mesmo assim, h um avano nas posies do AT, pois os dons espiritual mais que somencionados esto mais intimamente associados a um Esprito "personalizado. Isto mais verdadeiro no Evangelho de Joo, com seu ensinamento sobre o Consolador,do que nos Evangelhos sinpticos; porm, em ambos os casos igualmente, o Esprito eseus dons esto associados diretamente ao Messias. Isto igualmente verdadeirodesde o incio do ministrio de Cristo, at os ensinos da ltima semana (cp. Mt3.11com Jo 16.14). Embora no haja nenhuma lista sistemtica, vrios dons espirituais soto evidentes nos Evangelhos como aps o Pentecostes, no apenas na pessoa doMessias, mas tambm na vida dos seus discpulos. A era messinica comeou amanifestar-se e estes so os sinais e maravilhas associados a sua vinda, no qual omembro mais humilde do reino pode participar. Compare Mateus 11.11 com Joo10.41; nem mesmo o valente Joo Batista pde se comparar a estes humildesdiscpulos (a no ser que, como pensam alguns estudiosos modernos, o contraste sejaentre Joo Batista e o prprio Cristo). O quadro pintado se escora mais sobre aevidncia dos dons espirituais espetaculares (cura, milagres, exorcismo etc.) e no nosdons mais prosaicos. Esta no uma acusao to sria como parece primeira vista.Primeiramente, ambos os tipos de dons vem do mesmo Esprito, como esclarece Paulo(ICo 12,4); portanto, a presena de qualquer um deve ser prova da sua presena eatividade. Em segundo lugar, bem mais fcil, na rpida narrativa dos Evangelhos,detectar o primeiro que o ltimo, embora sem dvida ambos estejam igualmentepresentes.A presena de dons espirituais antes de Pentecostes pode ser demonstradaapontando-se para o AT, ou para Joo Batista; o Esprito estava operando bem antesdo Pentecostes. A julgar de passagens como Joel 2.28 e Joo 1.33.

    A mudana verdadeira esperada no Pentecostes era que os dons do Esprito seriamgeneralizados e permanentes, no que o Esprito comearia sua obra.

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    Nos Evangelhos, como mais tarde no NT, o prprio Esprito o maior dom espiritual,quer seja nos Sinpticos (Lc 11.13) ou no quarto Evangelho (Jo 20.22). Dentro destaestrutura geral, no apenas o prprio Messias exibe os dons do Esprito em sua prpriavida, mas ele tambm delegou estes poderes a seus seguidores. A obra de setentadiscpulos, enviados por Cristo, um bom exemplo de cura e exorcismo feitos pelos

    discpulos (Lc 10.9,17). Lucas 10.19 pode ser uma referncia adicional aos sinaisexternos, embora talvez o deve ser interpretado no contexto somente no sentidoespiritual. O fato de que algumas vezes os discpulos falharam nas suas tentativas deexercer estes poderes, no demonstra que eles no os possuam, mas simplesmenteque lhes faltava em f (Mt 17.20). Os Evangelhos, todavia, deixam claro que ahabilidade para fazer tais sinais, por si s, no prova conclusivamente orelacionamento correto para com Deus (Mt 7.22).Compare o fato de que rabinos judeus ortodoxos exorcizaram demnios, tanto quantoo fizeram os seguidores de Cristo (Lc 11.19; cp. At 19.13,14).A promessa do Senhor a seus discpulos no foi apenas que eles receberiam o Esprito

    (Jo 16.7), mas tambm que, depois da vinda do Esprito, eles fariam obras maioresdo que o prprio Messias(14.12). Isto uma antecipao clara do perodo ps-pentecostal, quando tomado comoutras referncias dispersas, mesmo se o texto de Marcos 16.17,18 for rejeitado comono fazendo parte do texto original do Evangelho.

    3. Dons espirituais em Atos.

    O Pentecostes primordialmente uma era de nova experincia espiritual, no dereflexo e anlise teolgica. Portanto, Atos contm um relato da manifestao dos

    dons espirituais, em vez de uma lista cuidadosamente construda. Novamente, maisfcil traar a presena dos dons espirituais ao concentrar-se principalmente nasmanifestaes mais espetaculares. Contudo, nem todas essas manifestaes externaspodem encontrar sua fonte no Esprito Santo, como o prprio Atos deixa claro (8.9;19.13).Para o Dia de Pentecostes (cap. 2), veja Lnguas, Dom de. bem possvel que o novodom de interpretao tambm apareceu naquele dia, pois o sermo de Pedro umainterpretao em termos gerais.Alm das lnguas e interpretao, Atos 3.1-10 mostra o exerccio do poder de cura. Odom do discernimento de espritos foi exercido por Pedro (5.3). Filipe expulsou

    demnios (8.7); Pedro ressuscitou o morto (9.40).Alm dessas situaes especficas, existem muitas gerais referentes a sinais emaravilhas feitos pelos apstolos, individual ou coletivamente; e.g., 5.12-16, pelogrupo todo, e 6.8, por Estevo.A maioria dessas manifestaes espirituais pode ser vista na vida de Paulo, na segundametade de Atos. Embora no esteja realmente registrado que ele tenha falado emlnguas (um dom que certamente tinha, veja I Co 14.18), Paulo ressuscitou o morto (At20.9-12); expulsou demnios (16.18); tinha o poder da cura (14.10); e foi mordido poruma vbora e no sofreu nenhum efeito maligno (28.5). Paulo tambm demonstroudiscernimento de espritos (13.9,10).H outro dom espiritual mencionado em Atos: o de profecia. Qualquer que seja osignificado disso nas epstolas paulinas. em Atos pelo menos inclua um elemento de

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    previso, semelhantemente ao da profecia no AT. Este dom ocorre nos captulosiniciais e finais igualmente. Um profeta mencionado por nome Agabo, que profetizouuma fome (11.28) e a priso de Paulo (21.11). As palavras de Paulo em Atos (20.23)provavelmente se referem a muitos profetas locais annimos do mesmo tipo, entre osquais talvez estivessem os ancios de Antioquia (13.1) e as filhas de Filipe (21.9). Sem

    dvida, na Igreja descrita nos primeiros captulos de Atos, havia tambm muitos outrosdons espirituais de natureza menos espetacular. Dons de generosidade so vistos(4.34-37; Rm 12.8). Dons de sabedoria e da palavra eram bvios (4.13; 6.10). Dons degoverno e de administrao foram demonstrados na escolha dos Sete (6.1-6);o dom de amor para Paulo, o maior dom de todos observado em todos oslugares, porm talvez Atos 4.34-37 seja o mais claro.

    4. Dons espirituais nas epstolas paulinas.

    Nas epstolas de Paulo, o leitor imediatamente se sente em terreno familiar; em

    muitos aspectos o mundo de Paulo era como o mundo de hoje. Ainda assim, essasepstolas no so cronologicamente posteriores ltima metade de Atos, que seguede perto o mundo judaico-cristo dos primeiros doze captulos. At mesmo os vriosfenmenos no parecem ter sido muito diferentes entre eles: a diferena que soagora observados pelos olhos de Paulo em vez dos olhos da igreja de Jerusalm.Lucas parece aqui, como sempre, ter conscientemente adotado o ponto de vista dassuas fontes e informantes de Jerusalm. Nas epstolas paulinas, h uma anlise dosvrios fenmenos por um observador teolgico aguado, se simptico. Est claro, porexemplo, que uma lista de dons espirituais de fato uma classificao e avaliaovirtual semelhante de 1 Corntios 12.4-11 no apenas o resultado de revelao,

    mas tambm o fruto de uma reflexo longa e cuidadosa.Paulo comeou por enfatizar a unidade essencial de todos os dons espirituais, na

    vontade e propsito do Deus Trino (ICo 12.4- 6). H uma unidade de fonte e origem,

    mas tambm uma unidade de objetivo; i.e.. embora os dons sejam individuais, o

    propsito coletivo (i.e.. todos so para "um fim proveitoso", v. 7).

    Paulo acrescentou um vnculo mais elevado de unidade, pois todos os dons devem ser

    utilizados em amor (cap. 13). Isto removeria imediatamente todo o orgulho, toda

    autopropagao. toda rivalidade e todo egosmo no uso dos dons espirituais.

    Uma vez que a unidade bsica do testemunho e objetividade foi estabelecida, Paulo

    enfatizou a diversidade dos dons do Esprito. Dom da palavra, que ele colocou em

    primeiro lugar, refere-se a algum tipo de pregao ou ensino, presumivelmente dentro

    da Igreja, se este dom para o fim proveitoso. Talvez o mesmo carisma seja

    mencionado em

    1 Corntios 14.19. Se for, o dom corresponderia a mestres na lista paralela em 12.28;

    cp. Barnab, filho de exortao (At 4.36).

    O prximo dom o da f (ICo 12.9), talvez evidenciado em oraes respondidas, ouat por meio de sinais e maravilhas realizados (Mt 21.18- 22). Em seguida vem o dom

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    de curar e fazer milagres; Paulo no teria apelado a eles com tanta confiana, se tais

    milagres no fossem comuns em Corinto.

    Profecia um dom que bem pode ter dois sentidos em Paulo; o elemento de prediosem dvida existia na Igreja Primitiva (veja seo 3), mas no h nenhuma referncia a

    ela nas epstolas paulinas existentes. Parece, portanto, que Paulo se refere profeciacomo a habilidade de trazer a palavra do Senhor em qualquer situao. Talvez istocorresponda pregao poderosa cheia do Esprito, como distinta do ensinar, um domdiferente do mesmo Esprito. Profetas so claramente distintos de mestres (I Co12.29); porm so frequentemente associados em termos que sugerem que adiferena no grande (em Antioquia, At 13.1, o mesmo grupo parece combinarambas as funes). A profecia faz a Igreja crescer (14.4). Ao contrrio do dom delnguas, imediatamente compreensvel por todos (14.24), at pelos no cristos.Talvez seja por isso que Paulo d profecia prioridade elevada entre os donsespirituais (14.1). A habilidade de distinguir entre espritos era, sem dvida, cada vez

    mais necessria em uma era carismtica, quando formas de adorao e ministrioainda eram mutveis, e os credos ou outras provas de ortodoxia ainda embrionrios.Era essencial que os homens tivessem a capacidade de discernir se a alegadainspirao era de Deus ou de uma fonte satnica. Paulo apresentou o parmetro datestemunha nascida para Cristo (12.1-3). Para um tratamento mais completo dos donsfinais de lnguas e interpretao, veja Lnguas, Dom de. Paulo aceitou-os de coraocomo dons espirituais; alis, ele mesmo excedia em lnguas, embora valorizasse mais ainterpretao (14.18). Ele os colocou deliberadamente no final da lista (12.28-30). Aslnguas so sem valor se destitudas de amor (13.1). O dom de lnguas principalmentedirecionado a Deus, no aos homens (14.2); o dom desenvolve o indivduo, no a

    Igreja toda (14.4). Pode at mesmo ser confundido pelo estrangeiro como loucura(14.23). Nenhuma dessas objees permanece se for exercida em amor e humildade,para o bem do todo, numa forma organizada (14.29), at um ponto limitado (14.27), ecom interpretao que d um contedo racional mensagem (14.5). Se no fordeste jeito, Paulo aconselha o possuidor deste dom (no um dom universal, 12.30,nem associado por Paulo a qualquer nvel mais alto da experincia crist) apermanecer em silncio na Igreja (14.28). Ele pode falar consigo mesmo e com Deustanto quanto deseja; na qual, em certas circunstncias, o possuidor do dom espiritualda f aconselhado: A f que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus (Rm14.22).

    Para outras listas de dons, veja 1 Corntios 12.28-31; Romanos 12.6-8; Efsios 4.11,12.Algumas destas esto mais preocupadas com o possuidor dos dons do que com os

    prprios dons; no obstante, o padro geral reconhecivelmente o mesmo.

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    Dons do Esprito II

    A expresso dons (ou dom) do Esprito no ocorre no corpus paulino. Contudo, a

    colocao ocasional de linguagem de dons e atividade do Esprito principalmente

    em Romanos 1,11 e 1 Corntios 12-14, toma a expresso legtima. Os problemas sotrs: 1) determinar o que o prprio Paulo pode ter entendido pelas palavras

    charismata e pneumatika, pois o uso que faz delas exibe um grau considervel de

    fluidez; 2) isolar as atividades do Esprito que possam ser legitimamente classificadas

    como dons do Esprito, j que os textos em si no so nem sistemticos nem

    completos; e 3) identificar a natureza dos diversos dons mencionados. Parte do

    problema determinar se dons do Esprito deve ser limitado aos fenmenos mais

    extraordinrios de 1 Corntios 12-14 ou se devemos tambm incluir os ministrios

    em Efsios 4,11 que so chamados dons, mas no charismata, e no esto

    diretamente associados ao Esprito.

    1. Os dados lingusticos

    2. Os textos

    3.Charismata

    Os dados lingusticos

    Na maioria das interpretaes e escritos contemporneos a respeito desse assunto,

    em especial na literatura popular, a expresso dom do Esprito est associada ao uso

    paulino da palavra carisma, da o frequente uso contemporneo de carismtico para

    descrever pessoas ou Igrejas que experimentam os fenmenos de 1 Corntios 12-14.

    Isso no est inteiramente errado, mas enganoso. Paulo qualificar charisma (dom)

    com o adjetivo pneumatikon (espiritual), ou seja, relativo ao Esprito, em Romanos

    1,11 indcio certo de que charisma no significa automaticamente dom espiritual.

    Alm disso, h boa razo exegtica para crer que o charisma de Deus, que Timteo

    exortado a reavivar em 2 Timteo 1,6 no outro seno o prprio Esprito .

    Tudo isso fica ainda mais complicado com as diversas listas de dons nas cartas

    paulinas e com a variedade de vocabulrio usado para design-los. Assim, porexemplo: 1) em 1 Corntios 12,4, Paulo fala dos charismata do Esprito que em 1

    Corntios 12,7 so chamados manifestaes, enquanto charismata aparece

    novamente em 1 Corntios 12,9 (e em ICor 12,28.29) estritamente confinado a cura*,

    para reaparecer em 1 Corntios 12,31 com referncia a categorias mais amplas; 2) em 1

    Corntios 12,6, as atividades de Deus* so chamadas energmata2(modos de ao)

    que ele energe (realiza), contudo energmata volta a ocorrer em 1 Corntios 12.10

    2

    O que significaenergemata? Explique. Pr; Cristiano Barbosa. EnergematasignificaOperar (ICo12.11) da a ideia de Poder ou Dar energia, diz respeito a maneira como o Esprito Santo trabalhapara realizar...

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    como uma das manifestaes do Esprito, e 1 Corntios 12,11 diz que o Esprito energe

    tudo isso; 3) em 1 Corntios 12,5, as atividades associadas ao Senhor so chamadas

    diakonai(ministrios), palavra que aparece novamente como um charisma em

    Romanos 12,6-7, mas em um contexto em que o Esprito no mencionado; 4)

    operar milagres em 1 Corntios 12.10 simplesmente milagres em 1 Corntios12,28-29; 5) encontramos o logos de conhecimento em 1 Corntios 12,8, o saber de

    todos os mistrios* e de todo conhecimento em 1 Corntios 13,2 e simplesmente

    conhecimento em 1 Corntios 13,8 e 1 Corntios 14,6; 6) profecia* est relacionada

    em 1 Corntios 12,10; os prprios profetas so mencionados em 1 Corntios

    12,28-29 (cf. I Cor 14,29.37); mas no est de todo claro que profecia o campo

    particular s de alguns que so chamados profetas(cf. homens encarregados do

    ensino e ensinamento em I Cor 12,28 e I Cor 14,6.26). E justo dizer que a literatura

    erudita e a popular expressam muito mais confiana em alguns desses assuntos do que

    a prova em si justifica. Contudo, como ponto inicial, precisamos pelo menos examinar

    a maneira como Paulo usa algumas palavras-chave.

    1. Charisma

    A palavra charisma distintamente paulina (s encontrada em outra passagem do NT

    em 1 Pd 4,10 e, por outro lado, raramente na literatura grega em geral). Sozinha, a

    palavra nada tem a ver com o Esprito; adquire implicaes do Esprito somente em

    virtude do contexto ou de qualificadores evidentes. O substantivo formou-se de charis

    (graa) com referncia a uma expresso concreta de graa que o que significa emtodas as suas ocorrncias em Paulo. Assim, em quase metade de seus usos, charisma

    designa uma variedade de maneiras pelas quais a graa de Deus se manifesta entre

    seu povo. Inclui dons to diversos como a vida eterna (Rm 6,23; cf. Rm 5,15.16), os

    privilgios especiais concedidos a Israel (Rm 11,29, com referncia a Rm 9,4-5), e a

    libertao de um perigo mortal (2Cor 1,11).

    (Por outro lado, a palavra s vezes refere-se a determinadas atividades do Esprito,

    como dons espirituais, por exemplo, em Romanos 1,11, que mencionamos acima

    considera esse um sentido tcnico, mas sem justificao). Assim, em 1 Corntios 1,4-

    7, a graa de Deus (I Cor 1,4) encontra expresso concreta no abundante nmero de

    charismata com que ele cumulou essa comunidade (I Cor 1,5.7). Esse mesmo uso

    assimilado em 1 Corntios 12 (ICor 12,4.9.28.30.31), com referncia especfica ao

    Esprito. Mas tambm aqui que comeam as dificuldades. Em trs desses versculos

    (ICor 12,9.28.30), Paulo usa a frase charismata (dons) de cura, evidentemente

    referindo-se a casos especficos de cura fsica na comunidade.

    Mas em 1 Corntios 12,4, no incio dessa discusso, charismata est associada aoEsprito de uma forma que parece ter a finalidade de incluir O que em 1 Corntios 12,7

    Paulo denomina manifestaes do Esprito. Assim, parece no haver dvida de que alista de manifestaes em 1 Corntios 12,8-10 deve ser entendida como charismata,

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    concesses graciosas do Esprito na comunidade reunida com o propsito de formar opovo de Deus (ver Igreja). Mais difcil a repetio dessa palavra acompanhada doimperativo no final dessa discusso, em 1 Corntios 12,31, na qual Paulo os exorta:Ambicionai os charismata melhores. Por diversas razes exegticas (ver Fee, 1987),esse imperativo quase certamente no se refere miscelnea precedente de pessoas,

    ministrios e manifestaes do Esprito que Deus disps na Igreja (ICor 12,28). Antes,com toda a probabilidade, tem o propsito de iniciar o argumento a respeito dainteligibilidade e da ordem em 1 Corntios 14, que , ento interrompido para prtodas essas,coisas no contexto do amor*. Quando Paulo retoma esse imperativoem 1 Corntios 14,1, a palavra charismata substituda por ta pneumatika(manifestaes espirituais), que tem a ver, como em 1 Corntios 12,4-11, commanifestaes do Esprito na comunidade reunida para a adorao.

    Portanto, duvidoso se em 1 Corntios 12-14 Paulo pretende se referir a pessoas,como apstolos e mestres, ou a ministrios, como o da assistncia e o da direo,

    chamando-os de charismata.Pelo menos em suas nicas aparies especficasnesse argumento, o termo parece restringir se a manifestaes do Esprito nacomunidade e, por isso, provvel que signifique algo como expresses concretas degraa manifestadas por meio dos poderes dados pelo Esprito.O uso em Romanos 12,6 mais difcil. Aqui, Paulo fala que temos charismata quediferem segundo a charis que nos foi concedida, onde a bvia ligao de charismatacom graa est mais uma vez evidente, mas o Esprito no mencionado. Na verdade, vrias coisas subentendem a presena do Esprito: alinguagem a respeito da unidade e diversidade no corpo (verCorpo de Cristo), quereflete 1 Corntios 12; a Mesmo assim, apesar dessas associaes com o Esprito

    originadas dos contextos maiores de Romanos, 1 Corntios e Glatas, no est claro demodo algum se Paulo pretendia que a lista de Romanos 12,6-8 fosse consideradadons do Esprito da mesma maneira que os charismata de 1 Corntios 12-14. Essalista to heterognea e abrange uma srie to ampla de atividades, que maisprovvel a nfase estar na graa de Deus, aqui sendo realizada entre os fiisromanos de forma concreta (esp. luz de Rm 14-15), em vez de no poder dado peloEsprito para tal comportamento. Portanto, a lista inclui dois itens de 1 Corntios(profecia, ensinar), mais outro charisma (aparentemente) verbal profecia como oprimeiro charisma mencionado no versculo 6, que em Paulo um dom do Esprito porexcelncia; e as semelhanas de Romanos 12-14 com Glatas 5-6, onde o Esprito

    domina a anlise.

    Mesmo assim, apesar dessas associaes com o Esprito originadas dos contextosmaiores de Romanos*, 1 Corntios* e Glatas*, no est claro de modo algum se Paulopretendia que a lista de Romanos 12,6-8 fosse considerada dons do Esprito damesma maneira que os charismata de 1 Corntios 12-14. Essa lista to heterognea eabrange uma srie to ampla de atividades, que mais provvel a nfase estar nagraa de Deus, aqui sendo realizada entre os fiis romanos de forma concreta (esp. luz de Rm 14-15), em vez de no poder dado pelo Esprito para tal comportamento.Portanto, a lista inclui dois itens de 1 Corntios (profecia, ensinar), mais outro charisma(aparentemente) verbal (exortar/encorajar) e tambm vrias formas de servir aosoutros na comunidade de fiis (servio, dar e exercer a misericrdia). Esses ltimos

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    itens em particular parecem mudar da idia de dons por si s, pelo menos emtermos de manifestaes do Esprito, para o comportamento cristo (tica), no qual ofruto do amor encontra expresso concreta em seu meio. Assim, inclu-los como donsdo Esprito do mesmo tipo e categoria que em 1 Corntios 12-14 parece misturarcoisas diferentes. Para Paulo, eles so claramente charismata; est menos claro se ele

    os considerava tambm dons do Esprito.

    Finalmente, 1 Timteo 4,14 e 2 Timteo 1,6 afirmam que o charisma est emTimteo e expressam esse charisma em contextos que se referem ao ministrio deTimteo. No primeiro caso, provvel que se refira a seu dom para o ministrio quelhe foi conferido por uma interveno proftica. Em 2 Timteo 1,6, entretanto, parecemais provvel que o charisma se refira ao prprio Esprito embora isso, por sua vez,seja metonmia para o ministrio que o Esprito concedeu a Timteo e que lhe foiconferido por uma interveno proftica.

    Em suma, charisma no se refere necessariamente atividade do Esprito; onde serefere, parece ser modos visveis especficos nos quais o Esprito se manifesta nacomunidade de fiis, fazendo-lhes concesses graciosas para satisfazer suas vriasnecessidades e, desse modo, form-los como o povo escatolgico de Deus. Por isso, provvel que tenhamos de fazer uma distino entre charismata do Esprito e outrasexpresses de charismata que no subentendem necessariamente atividadevisivelmente evidente do Esprito como tal.

    1.2. Pneumatika

    Esta palavra (plural neutro do adjetivopneumatikon; assim, literalmente, asmanifestaes do Esprito) ocorre duas vezes em 1 Corintios 12-14 (ICor 12,1; 14,1). Aaparente sobreposio depneumatika e charismataem 1 Corintios 14,1 (e ICor 12,31)

    j foi mencionada. Tem havido considervel debate a respeito dessa alternaoaparente. H quem sugira que as palavras so quase permutveis e que, nessecontexto, as duas significam mais ou menos a mesma coisa; outros sugerem que umadelas a palavra mais abrangente e a outra serve para designar manifestaesespecficas do Esprito; e ainda outros acham que uma ou outra pode ser palavracorntia, relacionada ao entusiasmo aparentemente desenfreado que eles tinham porlnguas, que Paulo tenta aqui frear, em parte, de uma forma lingustica .

    Como parece no haver dvida de que as duas palavras tm um grau de sobreposioneste contexto especfico, a melhor soluo para o problema deve estar em levar asrio o sentido da raiz das duas palavras. Se a nfase da palavra charisma est nabondade de Deus para com seu povo, ento a nfase empneumatika est na naturezada atividade do Esprito da qual esses vrios charismata do testemunho. Desse modo,Paulo se referia aos mesmos fenmenos. Na verdade, so charismata diversos doEsprito nico; eis como Deus opera atualmente entre seu povo, de vrias maneiraspara o bem comum. Mas no argumento de 1 Corintios 14 a nfase est nos charismatacomo manifestaes do Esprito. Eis como o Esprito age neles individualmente (lnguas

    em particular para edificao; ICor 14,2-3.14-15) e juntos (profeciaetc.) para a edificao comum.

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    provavelmente assim tambm que devemos entender o genitivo ambguo com oqual todo este argumento comea em 1 Corintios 12,1 (a respeito das tn

    pneumatikn). H um debate considervel quanto a se isso significa donsespirituais (neutro) ou povo espiritual (masculino). muito provvel que o termo

    seja neutro (como em I Cor 14,1), mas sem significar dons espirituais como tais, oque um entendimento estrito demais dessa palavra, e sim questes espirituais,que inclui dons e seu abuso pelos pneumticos dessa comunidade. 1.3. Pneumata. mais difcil determinar o que Paulo queria dizer com trs ocorrncias do plural

    pneumata (espritos) em 1 Corntios 1214: o discernimento de espritos (ICor 12,10),procurai ser inspirados, e o mais possvel j que isso vos atrai (ICor 14,12) e osespritos dos profetas so submissos aos profetas (ICor 14,32). O emprego em 1Corintios 14,12 to incomum que muitos tradutores acham que significao mesmo quepneumatika em 1 Corntios 14,1; e por isso traduzem dons espirituais.

    Que o prprio Paulo acreditava em uma pluralidade de bons espritos enfaticamente negado por 1 Corntios 12,4.8-11: o Esprito o mesmo, conforme omesmo Esprito, o nico e mesmo Esprito. discutvel se essa nfase tambmcombate a crena na pluralidade de espritos por parte dos corntios. Essa estranhaafirmao de 1 Corntios 14,12 pelo menos d margem a isso; mas o uso que Paulo fazdessa linguagem em 1 Corntios 14,32, onde esse sentido no parece possvel, sugereque o significado outro. A provvel soluo dessas passagens encontra-se na aparente convico de Paulo de que o esprito do fiel o lugar onde, por meiodo Esprito de Deus, o humano e o divino se unem na vida do fiel (ver Psicologia).Assim, a chave para esse uso est provavelmente no contexto de 1 Corintios 24,32,

    onde ospneumatados profetas refere-se muito provavelmente ao Espritoproftico pelo qual cada um deles fala por intermdio de seu esprito; desse modo, aafirmao proftica, inspirada pelo Esprito divino, submissa ao profeta e deve serdiscernida por outros membros da comunidade.

    Talvez a traduo deselegante: os espritos dos profetasseja a quemelhor apreenda a inteno de Paulo. Em todo caso, o termo refere-se a donsespirituais somente da maneira mais indireta possvel.Esta palavra, o termo para dom propriamente dito, raramente ocorre emPaulo, mas aparece em Efsios 4,7. Esta sentena serve de transio da base trinitriapara a unidade em Efsios 4,4-6 (um s corpo, uma s esperana; um s Senhor, umas f, um s batismo, um s Deus) para os diversos ministrios que Deus concedeu Igreja para sua sade e seu servio para o mundo. Como o Esprito essencial para aunidade da Igreja (Ef 4,3-4) e como trs dos ministrios relacionados em Efsios 4,11tambm apareceram na relao de 1 Corintios 12,28, comum achar que Efsios 4,11nos d mais uma lista de dons do Esprito, desta vez mais especificamente restritosaos ministrios como tais.

    Embora haja razes para crer que Paulo achava que todas essas pessoas e seusministrios receberam o poder do Esprito para a tarefa de formar a comunidade,

    ainda no est claro se, ao consider-los dons para a Igreja, ele tambm considerou

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    todos esses ministrios charismata no sentido em que a palavra usada em 1Corntios 12 ou Romanos 12.

    2. Os textos A dificuldade para organizar Paulo na questo dos dons espirituais estno s nos fatores lingusticos acima mencionados, mas tambm (especialmente) na

    natureza puramente de suas cartas, que revelam considervel ambiguidade delinguagem e listagens. Por essa razo, em vez de sobrepor uma gradeexterna ao assunto de que Paulo tratava, devemoscomear com um exame dos textos emseus contextos.

    2.1.1 Corintios 12-14

    A natureza retrica (ver Retrica), s vezes polmica, do argumento dessa passagem,em especial nos captulos 13 e 14, sugere que o propsito de Paulo primordialmentecorretivo, no instrutivo. Lnguas obviamente o culpado (como I Cor 14 deixa claro); aquesto , com toda a probabilidade, a verdadeira espiritualidade (no sentido de seruma pessoa do Esprito), e Paulo e os corntios esto em desacordo sobre esse assunto(I Cor 14,36-37). provvel que estes ltimos considerassem lnguas a linguagem dosanjos (I Cor 13,1) e, por isso, prova para uma percepo atual da existncia celestial, srestando a perda do corpo (da sua negao da ressurreio corporal futura, ICor15,12). O resultado era o zelo excessivo por lnguas e a consequente desordem em suaassemblia (ver Culto, adorao).

    Em seu esforo para refrear o zelo mal orientado deles, Paulo primeiro defende ser

    necessrio haver diversidade para a comunidade ser verdadeiramente do Esprito (ICor 12,430). Em seguida, ele afirma que todo dom vale nada se o amor no o motivar(I Cor 13,1-13) e conclui que, em termos de manifestaes do Esprito, o amor exigeque eles busquem expresses inteligveis (I Cor 14,1-25) e a ordem (I Cor 14,26-40),para a comunidade ser edificada (I Cor 14,1-19.26-33) e os que dela no fazem parteserem convertidos (I Cor 14,20-25). Nesse processo, Paulo tem oportunidade derelacionar v rios charismata, ministrios e formas de servio em sete pontosdiferentes de seu argumento (ICor 12,8-10.28.29-30; 13,1-3.8; 14,6.26), e nenhum igual ao outro (nem mesmo ICor 12,28 e 29-30); alm disso, aparecem de modosque tomam a sistematizao quase impossvel.

    2.1.1. 1 Corntios 12,8-10.O carter puramente desta lista demonstrado por suaordem e seu contedo. A preocupao de Paulo no com a instruo a respeito dedons espirituais como tais, seu nmero e seus tipos; mais exatamente, ele apresentauma lista considervele multiforme, a fim de que eles deixem de ser nicos em suanfase. Assim, adaptada para tratar da situao deles, esta lista apenasrepresentativa da diversidade das manifestaes do Esprito.

    As tentativas de classificar os diversos itens so diversas e variadas. Houve quemsugerisse que eles refletem a ordem descendente de valor, enquanto outros

    reorganizaram os itens conceitualmente (Eis um agrupamento popular: 1) dons de

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    instruo (sabedoria e conhecimento); 2) dons de poder sobrenatural (f, cura,milagres); e 3) dons de expresso inspirada (profecia, discernimento de espritos,lnguas, interpretao de lnguas) bom mencionar que o stimo item(discernimento de espritos) o que tende a dar mais trabalho na maioria dessesarranjos. Se agrup-los admissvel, h provavelmente algumas indicaes dadas

    pelo prprio Paulo ao comear o terceiro e o oitavo item (f e lnguas) com umapalavra diferente para outro e semo conectivo de. Nesse caso, os dois primeiros soescolhidos com propsitos ad hoc muito especficos; sabedoria e conhecimentogozavamde alto conceito em Corinto. Em seguida, ele acrescenta uma lista aleatriade cinco itens que tm como denominador comum uma dotao sobrenatural dealgum tipo e conclui com a criana problema e sua companheira, lnguas einterpretao.O que diferencia essa listagem a natureza concretamente visvel desses itens, emespecialdos sete ltimos. Afinal de contas, eles no so s dons, so manifestaesda presena do Esprito no meio deles, escolhidos provavelmente porque so, como o

    prprio dom de lnguas, fenmenos extraordinrios. De nada adiantaria, a esta altura,Paulo procurar ampliar as perspectivas deles relacionando dons menos visveis.Isso acontecer com o tempo (em especial, por meio da analogia do corpo e nas listasem I Cor 12,28-30); mas, por enquanto, a nfase est no sobrenatural.

    Por outro lado, a lista tambm inclui a mensagem (logos) de sabedoria (sophia) e ologosdo conhecimento (gnsis). Neste caso, a linguagem parece ser escolhida noporque Paulo tem em mente algum dom sobrenatural, mas porque essas trs palavras(logos, sophia, gnsis)tm importncia especial no entendimento que os corntios tmda atividade do Esprito (ver ICor 1-3; 8). Mas Paulo descreve a sabedoria e o

    conhecimento deles como mundanos e imperfeitos. Para Paulo, essas palavras devemser entendidas principalmente em termos da cruz (1 Cor 1,18-31; 8,11). Assim, paracomear sua lista de manifestaes na assemblia, Paulo usa dois dos termos delesque demonstram a grande diversidade inerente s atividades do Esprito nico. Aomesmo tempo, ele reformula esses termos luz da obra do Esprito, de modo a lhesdar um contedo significativamente diferente daquele dado pelos corntios emborano seja, em absoluto, certo que forma concreta eles assumiram na mente de Paulo.O outro item enigmtico nesta lista discernimentos de esprito, sobre o qual temhavido considervel debate: teria ele a ver com a capacidade de discernir o que verdadeiramente do Esprito de Deus e o que vem de outros espritos ou com o

    fenmeno observado em 1 Corntios 14,29: ... tomem a palavra e os outros julguem(discirnam corretamente), onde aparece o verbo cognato desse substantivo.

    Com toda a probabilidade, devido ao uso de linguagem paulina em 1 Corntios14, o verbo refere-se aos dois, mas em especial ao fenmeno de discernir, diferenciarou apropriadamente julgar profecias em 1 Corntios 14,29. H duas razes paraassumir essa posio: 1) 1 Tessalonicenses 5,20-21 e 1 Corntios 14,29, as duaspassagens em que Paulo menciona a atuao da profecia na Igreja, exigem um testeou discernimento de palavras profticas; portanto, considerando ser o substantivousado nesta passagem o cognato do verbo em 1 Corntios 14,29, parece provvel que a

    mesma coisa acontece aqui, pois segue-se imediatamente profecia. 2) Esses dois soseguidos imediatamente por lnguas e interpretao, o mesmo padro encontrado

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    novamente nas instrues a respeito da ordem em 1 Corntios 14,26-29. 2.1.2.1Corntios 12,27-30. Depois de aplicar duas vezes sua analogia do corpo, com nfase nanecessidade de diversidade (I Cor 12,1526), Paulo conclui esta parte do argumentocom mais uma lista de dons e ministrios (ver Ministrio). A nfase continua a mesma:a necessidade de diversidade. A lista em si tem diversos aspectos interessantes: 1)

    Paulo comea com uma lista depessoas (apstolos, profetas, encarregados do ensino),que ele classifica na ordem de primeiro, segundo, terceiro. 2) Com o quarto e o quintoitem (dom dos milagres e dom da cura), ele volta aos charismata,tirando dois dalista de 1 Corntios 12,8-10. Ambos so introduzidos pelas palavras a seguir edepois, como se ele pretendesse que o esquema de classificao continuasse.

    3- O sexto e o stimo item (assistncia e direo), aes de servio, so dignos denota de trs formas: a) so os dois nicos no mencionados de novo na retrica de 1Corntios 12,29-30; b) nem so mencionados outra vez no NT; c) no parecem ser domesmo tipo isto , dons sobrenaturais que os citados antes e depois (milagres,

    cura, lnguas). Esta lista representa toda uma srie de ministrios na Igreja,provavelmente escolhidos poressa razo. No est claro o que devemos entender dessa mistura. Quando muito,podemos dizer que os trs primeiros enfatizam as pessoas que tm esses ministrios,enquanto os cinco ltimos enfatizam o ministrio em si. Isso provavelmente indica queos trs primeiros itens no devem ser considerados funes ocupadas pordeterminadas pessoas na Igreja local, porm mais exatamente referem-se aministrios manifestados em vrias pessoas; do mesmo modo, os dons que seseguem no se manifestam na Igreja separados das pessoas, mas so, antes de tudo,dons de graa, concedidos pelo Esprito a diversas pessoas na Igreja para edificao

    mtua.

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    Afirmar que Paulo pretendia que todos fossem classificados conforme seu papel ousua importncia na Igreja discutvel. Provavelmente no. Ele certamente pretendeque os trs primeiros sejam classificados. possvel defender a mesma coisa tambmpelo resto com base no a seguir... depois que introduz os dois dons seguintes. Mas

    isso parece improvvel, pois 1) ele abandona a enumerao no sexto item; 2) oquarto e o quinto item (ICor 12,28-30) esto em ordem inversa em relao a suaprimeira listagem (ICor 12,9-10) e 3) parece no haver nenhum significado especialquanto a se os milagres precedem a cura ou vice-versa, ou se precedem ou seguem aassistncia e a direo. O dom de lnguas o ltimo, como sempre, porque a crianaproblema includo somente aps a necessidade de diversidade ficar bem clara.

    E mais difcil responder por que ele classifica os trs primeiros; provavelmente isso serelaciona com seu entendimento do papel que esses trs ministrios desempenham naIgreja. No que um seja mais importante que o outro, nem que essa sejanecessariamente sua ordem de autoridade, mas um tem precedncia sobre o outro nafundao e edificao da assembleia local. A luz de 1 Corntios 14,37 e da

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    probabilidade de serem os que tomaram a iniciativa contra Paulo consideradosprofetas, talvez Paulo subordine essas pessoas ao apstolo que lhes d omandamento do Senhor. No surpreende de modo algum que Paulo relacioneprimeiro apstolos. A surpresa que eles estejam nesta lista e que ele os relacioneno plural. E muito provvel que com essa palavra ele reflita em seu ministrio nesta

    Igreja; o plural em deferncia a outros que exerceram o mesmo ministrio em outrasIgrejas (cf. ICor 9,5; 15,711). Em todo caso, no h outro indcio de que para Paulo umaIgreja local tivesse alguns de seus membros chamados apstolos, responsveis pelosnegcios da Igreja. Alm disso, no h nenhuma passagem em Paulo em que haja umaligao direta entre o Esprito e o apostolado. Seu apostolado foi recebido de Cristo(Rm 1,5) e pela vontade de Deus (I Cor 1,1); ele nunca sugere especificamente queesse ministrio seja um carisma do Esprito Santo, como se o Esprito Santo odotasse para essa funo (ver Apstolo).

    A classificao de profetas e encarregados do ensino (que aqui aparece pela

    primeira vez em suas cartas) igualmente difcil. A questo se Paulo pensa emgrupos especficos de pessoas conhecidas como profetas e encarregados doensino, vis--vis apstolos e outros membros da comunidade, ou se esses sotermos mais funcionais, que se referem a todos os que exercem esses dons.A linguagem semelhante em Efsios 2,20 (os apstolos e os profetas) e em Efsios4,11 sugere que aqui os termos so provveis designaes para determinadas pessoasembora a nfase ainda esteja em suafuno para edificar a comunidade. Assim,quando essas palavras ocorrem de novo em 1 Corntios 14, elas o fazem comoprofecia e ensinamento, aparentemente como formas de expresso espontneas( I Cor 14,6.26), sem preocupao com a pessoa do profeta ou do encarregado do

    ensino.Os outros dois novos itens nessa lista, assistncia e direo, ocorrem s aqui em todo oNT. Ambos parecem se referir ao que em 1 Corntios 12,5 Paulo denominou diakoniai(ministrios); discutvel se tambm socharismata. 2.1.3. As listas restantes. Emsua maior parte, as listagens restantes em 1 Corntios (ICor13,1-3.8; 14,6.26) nada acrescentam de novo, exceto duas coisas: 1) Adquirimos maisdiscernimento do que Paulo entende por conhecimento quando ele fala, em 1Corntios 13,2, em o saber de todos os mistrios e de todo o conhecimento.Em 1 Corntios 14,6, conhecimento aparece ao lado de revelao, o que sugere sero entendimento dos caminhos de Deus inspirado pelo Esprito. 2) A revelao, que

    aparece pela primeira vez em 1 Corntios 14,6, tambm est relacionada em 1Corntios 14,26 como uma das coisas que acontecem na reunio para o culto.O verbo cognato aparece em 1 Corntios 14,30, com referncia a profecia. Como em 1Corntios 14,24-25 a palavra proftica tambm revela os segredos ocultos docorao do pecador e leva converso, parece provvel que essa palavra, ao menosem parte, indique alguma coisa do entendimento que Paulo tem de profecia.

    2.2. Romanos 12,6-8.Esta passagem est perto do incio da parntese desta carta. A preocupao com

    uma sensata avaliao de si mesmo e com o fato de ser necessrio reciprocidade e

    diversidade na comunidade. Os trs aspectos que fazem esta passagem semelhante aalgumas coisas em 1 Corntios 12-14 so: 1) a analogia do corpo como um s, com

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    muitas partes; 2) o fato de charismata serem concedidos aos membros (pois estsubentendida a edificao do corpo); e 3) a meno da profecia como o primeirodos charismata e a incluso do ensino como o terceiro item.

    Mas depois disso nada conhecido. Em contraste com 1 Corntios, mas de acordo

    os problemas da Igreja romana (ver Romanos), os sete itens no enfatizam milagresnem expresses vocais, mas formas de servio (o prprio servio sendo um dos itensrelacionados). Outro item (paraklsis, exortao) evidentemente um dom verbal,mas tambm pode ser outra forma de servir. Alm disso, cada item qualifica-se quanto maneira como a expresso ou o servio deve ser exercido (de acordo com a f,sem segundas intenes, com zelo, com alegria etc.).O item mais difcil desta lista o sexto,prostamenos, que em grego muito ambguoe significa administrar/governar ou cuidar de/dar ajuda a. Em 1 Tessalonicenses5,12, Paulo usou essa palavra para descrever os que estavam na liderana; seuaparecimento aqui, entre dar e exercer a misericrdia, sugere que para Paulo a palavra

    tem geralmente o sentido de cuidar de, no de liderar, mesmo quando o objetivo a liderana. Em suma, bvio que esta lista expande nossa viso do entendimentoque Paulo tem do plural charismata; mas ajuda muito pouco a avaliar se Paulotambm julgava que todos eles fossem dons do Esprito. 2.3. Efsios 4,11. Esta lista singular no corpus paulino. So mencionados trs ministrios de 1 Corntios 12,28(apstolos, profetas, docentes); a eles se juntam evangelistas e pastores; estesltimos provavelmente devem ser entendidos em relacionamento bastante prximocom docente. Embora esta lista ocorra novamente em um contexto de Esprito ecorpo (Ef 4,4), esses dons no so citados como charismata,nem existe a sugestode serem dons do Esprito. De fato, Cristo os deu Igreja, e eles no so citados

    como dons em si. So, antes, pessoas que atuam dessa maneira dentroda Igreja, com o nico propsito de pr os santos em condies, evidentemente paraque estes ltimos cumpram o ministrio para edificar o corpo. A questo urgentenesta lista se essas pessoas devem ser consideradas em termos de sua funo ouencarregados de uma misso (ver Igreja). De acordo com as listas anteriores, quandoministrios desses tipos so mencionados, a nfase ainda parece estar na funo. Emtodo caso, com esta lista ultrapassamos um pouco o entendimento paulino decharismata como manifestaes do Esprito ou formas de servio.E duvidoso se Paulo chegou a considerar misso na Igreja um dom espiritual, sejaem termos de charisma ou como dotao especial do Esprito. Essa parece ser a

    interpretao destes textos em uma poca mais tardia.

    3. CharismataApesar das dificuldades envolvidas, os vrios itens destes textos podem serconvenientemente agrupados sob trs designaes principais: manifestaesdo Esprito na comunidade de culto; atos de servio; ministrios especficos. Sdevemos observar que, entendamos ou no o termo dons do Esprito em seu sentidomais estrito (aplicvel apenas a manifestaes do Esprito), a meta de todos oscharismata, em todas as categorias, a edificao da comunidade em si e dosmembros da comunidade. Alm disso, nos dois primeiros sentidos, Paulo faz uma

    indicao considervel da universalidade desses dons na comunidade cheia doEsprito. 3.1. Os dons como manifestaes do Esprito.Este nico agrupamento

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    incontestvel nas cartas de Paulo no qual h uma ligao especfica entre o Esprito eos charismata. Parecem ser principalmente manifestaes sobrenaturais do Esprito nacomunidade no culto. Podem ser ainda agrupados em milagres como tais eintervenes verbais. 3.1.1. Milagres. Includos aqui esto trs itens de 1 Corintios12,9-10, f ( o dom sobrenatural da f que move montanhas; cf. ICor 13,2),

    carismas de cura (do corpo fsico; tambm ICor 12,28.30) e operar milagres (= todosos outros desses fenmenos no includos na cura). O uso do plural para os doisltimos provavelmente significa que esses dons no so permanentes, mas cadaocorrncia um dom por seus prprios mritos. 2 Corntios 12,12 e Romanos 15,18-19 comprovam que esses fenmenos faziam parte do ministrio regular do apstolo.Glatas 3,5 comprova que eles eram tambm a expectativa normaldas Igrejas paulinas.3.1.2. Expresso inspirada. Includos aqui esto a mensagem de sabedoria, amensagem de conhecimento, profecia, o discernimento de E/espritos,lnguas e a interpretao de lnguas, de 1 Corntios 12,8-10; ensinamento

    e revelao, de 1 Corntios 14,15 e 26 (cf. Ef 5,19; ver Hinos). As tentativas dediferenciar alguns desses itens uns dos outros so geralmente infrutferas, como qualquer distino entre sua expresso carismtica ou no carismtica( ensinar ou cantar). A mensagem de sabedoria e conhecimento, por exemplo, linguagem criada pela situao em Corinto. Para Paulo, a mensagemde sabedoria o anncio da cruz* (ver I Cor 1,18-2,16; a terminologia no ocorre emnenhuma outra passagem). Conhecimento, por sua vez, est estreitamenterelacionado com mistrios em 1 Corntios 13,2 e alhures aproxima-se do conceito de revelao em 1 Corntios 14,6 e, especialmente, em 1 Corntios14,25. 26.30. Devem ser entendidos como dons distintamente diferentes? Ou, como

    mais provvel, sugerem nfases diferentes para a expresso do dom proftico, j queesse tambm parece vacilar entre revelar mistrios e palavras mais diretas deedificao, conforto e exortao ou encorajamento? Em todo caso, o uso de lnguasno interpretadas na assemblia foi o que provocou todo o argumento, e Paulo usa aprofecia como representante de todas as outras expresses inspiradas inteligveis quedevem ser preferidas a lnguas naquele ambiente. Estes dois exigem mais comentrios.3.1.2.1. Glossolalia. O termo paulino real diferentes tipos de lngua . Em 1 Corntios13-14, dito o suficiente para nos dar uma boa idia de como Paulo o entendeu.

    expresso inspirada pelo Esprito;

    Isso esclarecido por ICor 12,7.11 e 14,2. 2) Os regulamentos para seu usocomunitrio em 1 Corntios 14,27-28 esclarecem que o que fala no est em xtaseou fora de controle. Bem o contrrio; os que falam precisam falar um de cada vez eprecisam permanecer em silncio se no houver ningum para interpretar.

    essencialmente ininteligvel para o que fala (ICor 14,14) e para os simples ouvintes(ICor 14,16), e por isso que precisa ser interpretada na assemblia. 4) fala dirigidabasicamente a Deus (ICor 14,2.14-15.28); presumimos, portanto, que o que interpretado no a fala dirigida aos outros, mas os mistrios falados a Deus. 5)

    Como dom para a orao particular, Paulo a tinha em alto conceito (ICor14,2.4.5.15.17-18).

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    discutvel se Paulo tambm entendia ser esse dom uma linguagem terrena real, masos indcios gerais sugerem que no. Ele com certeza no imagina a probabilidade dehaver algum presente que entenda sem interpretao; e a analogia da linguagemterrena em 1 Corntios 14,10-12 subentende que no uma linguagem terrena(geralmente uma coisa no idntica quela da qual ela anloga). 3.1.2.2. Profecia.

    De todos os charismata do Esprito, este o mencionado com mais frequncia nascartas paulinas (lTs 5,20; ICor 11,4-5;12 14; Rm 12,6; Ef 2,20; 3,5; 4,11; lTm 1,18;4,14; e provavelmente revelao do Esprito em 2Ts 2,2 [CNBB]), o que subentende amais ampla srie de ocorrncias nas Igrejas paulinas (ver Profecia).

    Embora tambm fosse um fenmeno difundido no mundo grego o entendimentopaulino de profecia era totalmente condicionado por sua histria no judasmo. Oprofeta era algum que falava ao povo de Deus sob a inspirao do Esprito. Em Paulo,essa fala consistia em mensagens inteligveis espontneas, transmitidas oralmentena assemblia reunida, com o propsito de edificao ou encorajamento das pessoas,

    ou em uma revelao de algum tipo (G1 2,2) que, s vezes, expunha os coraes dosincrdulos e os levava ao arrependimento. Os que profetizavam eram consideradosno controle (ver I Cor 14,29-33). Embora algumas pessoas sejam profetas, aconcluso de 1 Corntios 14,2425.30- 31 que o dom est disponvel pelo menospotencialmente para todos Mas tambm est claro que a profecia no tem autoridadeindependente. As provas combinadas de 1 Tessalonicenses 5,21-22 e 1 Corntios 12,10e 14,29 so que toda essa atividade proftica precisa ser discernida pela comunidadecarismtica. A concluso nos dois textos que precisamos crer que somos realmenteinspirados pelo Esprito, mas na realidade o que dito pode no se originar, emabsoluto, do Esprito. Portanto, a comunidade precisa testar todas as coisas,

    apegando-se s boas e dispensando toda expresso m.

    3.1.3. Sua extenso nas Igrejas paulinas.

    O prprio fato de Paulo relacionar todos esses itensde modo to prosaico,principalmente em 1 Corntios12,7-11, indica que o culto da Igreja primitivaera muitomais carismtico do que verdade na maior parte da histria subsequenteda Igreja. Na verdade, h quem procure fazer dessa falta uma virtude, argumentandoque os fenmenos mais extraordinrios eram relativamente limitados na Igreja

    primitiva pertencem aos fiis mais imaturos como os corntios e que j no so maisnecessrios depois que foi estabelecido o cnon do NT. Mas isso deixa de lado asprovas em Paulo e tambm seu objetivo em 1 Corntios 13,8-13.

    E possvel tambm argumentar que as outras Igrejas paulinas no celebravam a Ceiado Senhor, pois ela s mencionada em 1 Corntios. De fato, existem provasconsiderveis de que uma visvel dimenso carismtica da vida no Esprito era aexperincia normal das Igrejas paulinas. Que Paulo falou dela de maneira diretaapenas duas vezes (lTs 5,19-22; ICor 12-14) o acidente da histria s aqui haviaproblemas de abuso. Na verdade, o problema em Tessalnica bastante significativo

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    pois, aparentemente, havia uma tendncia a menosprezar o Esprito proftico em suasreunies, mas Paulo no aprovava isso. Ainda mais significativo o jeito prosaico3e improvisado como esses fenmenos so mencionados alhures. Por exemplo, em 2Tessalonicenses 2,2, Paulo sabe que algum falsamente os informou, sob o disfarce desua autoridade, a respeito do dia do Senhor (ver Escatologia).

    O que ele no sabe a fonte dessa informao falsa; uma possibilidade queautomaticamente nos vem mente por meio do Esprito (mais provavelmente umaafirmao proftica nodiscernida).

    Do mesmo modo, em 1 Corntios 11,216, na questo de cobrir a cabea (ver Cabea),Paulo se refere ao culto como rezar e profetizar, as duas maneiras primordiais de sedirigir a Deus e s pessoas na assembleia. Em Glatas 3,4-5, o argumento est nopassado dos glatas (experincias to notveis) e a experincia constante doEsprito, inclusive milagres. E, no caso do ministrio de Timteo (lTml,18;4,14),seu dom relaciona-se com intervenes profticas na comunidade, intervenes to

    significativas para Timteo que ele exortado a prosseguiro bom combate luz delas (lTm 1,18). Em nenhum desses casos Paulo defende algumacoisa; antes, a expresso carismtica visvel de sua vida comum no Esprito apressuposio a partir da qual ele discute outra coisa.

    3.2. Charismata como atos de servio.

    Esta categoria origina-se do uso de charismata em Romanos 12,6-8, onde ele incluiservir, dar, presidir (no sentido de liderana) e exercer a misericrdia. A esses,podemos acrescentar assistncia e direo de 1 Corintios 12,28 (a primeira palavrasubentende que alguns servem s necessidades fsicas e espirituais dos outros nacomunidade, enquanto a segunda refere se provavelmente a dar sbios conselhos comunidade como um todo, no apenas a outros indivduos). Esses so os menosvisivelmente carismticos dos dons e os menos bvios como expresses de culto

    em conjunto. De fato, parecem, antes, fazer parte do interesse constante de Paulo emrelacionamentos na Igreja. bastante discutvel se o prprio Paulo considerava essesministrios dons do Esprito. Em todo caso, eles se adaptam melhor em discusses doentendimento paulino da tica crist e da vida comunitria (Como tal, do expressovisvel ao fruto do Esprito mas Paulo no os designa como dons espirituais (excetoquando atribumos ao termo charismata um sentido que no lhe inerente).3.3. Os dons e o ministrio. Eis uma das reas mais controvertidas desta anlise.Includos aqui esto itens como apstolos, profetas e encarregados do ensino,

    3Pr; Cristiano Barbosa; Relativo prosa ou que tem a natureza dela.

    Trivial, . Material, positivo. Que no tem elevao, que no sublime.

    https://www.google.com.br/search?q=discernida&spell=1&sa=X&ved=0CBkQvwUoAGoVChMIj4q4z-GdyQIVStkmCh3KTwEY&biw=1198&bih=631https://www.google.com.br/search?q=discernida&spell=1&sa=X&ved=0CBkQvwUoAGoVChMIj4q4z-GdyQIVStkmCh3KTwEY&biw=1198&bih=631https://www.google.com.br/search?q=discernida&spell=1&sa=X&ved=0CBkQvwUoAGoVChMIj4q4z-GdyQIVStkmCh3KTwEY&biw=1198&bih=631https://www.google.com.br/search?q=discernida&spell=1&sa=X&ved=0CBkQvwUoAGoVChMIj4q4z-GdyQIVStkmCh3KTwEY&biw=1198&bih=631
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    de 1 Corntios 12,28 e Efsios 4,11, evangelistas e pastores desta ltima passagem eo carisma de ministrio de Timteo em 1 Timteo 4,14. As dificuldadesesto em trs reas: a ambiguidade de linguagem observada acima; se esses termosdevem ser primordialmente entendidos em termos de funo ou misso; o prprioPaulo designa alguns deles como charismata, mas no todos

    eles (ver Ministrio).

    A chave para essa ambiguidade encontra se provavelmente em uma distinoapropriada entre funo e misso. Nas cartas paulinas, quase sempre esses termosparecem ser principalmente funcionais, em vez de indicarem misso.Isto , Paulo est mais frequentemente preocupado com a funo da profecia nacomunidade que com uma posio conhecida como profeta. De qualquer modo, estaltima se origina da primeira, no o contrrio; e aqui que o papel da terminologia doEsprito e dos charismatase encaixa. Paulo entendia claramente seu ministrio e o dosoutros como dados pelo Esprito e fortalecidos pelo Esprito. Quando operavam

    como ministrios do Esprito, Paulo provavelmente considerava esses ministrioscharismata.

    Mesmo nas que muitos biblistas4classificam como cartas pastorais deutero paulinasPastorais), o carisma de Timteo claramente no misso. O carisma est dentrodele para o bem de seu ministrio.Em suma, a frequente distino entre carismtico e oficial provavelmente falsa(assim em parte porque todo ministrio era carismtico no sentido de ser dado porCristo e fortalecido pelo Esprito e, em parte, porque as distines de linguagem sode poca posterior e no tm nada a ver com Paulo e suas preocupaes. Isso no

    nega a misso; apenas sugere que essa discusso parece bastante estranha ao usopaulino de charismata quando associados ao Esprito.

    Pastor; Cristiano Barbosa

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    4Pr Cristiano Barbosa; Um Biblistatem um Curso de Teologia, e depois deste se especializa na rea

    Bblica. Possivelmente far um Mestrado em Sagrada Escritura, em alguma Universidade ou Instituto deTeologia que tem este curso, e aps o Curso geralmente se dedicar ao ensino da Bblia. J durante oMestrado escolher entre o Novo e o Antigo Testamento se especializando em uma rea especifica.

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