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MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
1
Doutrina TESES DEFENDIDAS
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
2
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO
AUTOR : MAX SALGADO
PRESBÍTERO
ESCRITOR
FILÓSOFO CRISTÃO
PACIFISTA
PROF. BÍBLICO
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
3
Vida e obras do autor
Nascido em Governador Valadares
MG, filho de José Moreira e Tereza de Jesus
Salgado Moreira, irmãos de Lígia, Jose e
Nena.
Passou 4 anos no Rio de Janeiro onde
formou em BA Teologia FATEMGRAD e
estudou um ano Direito.
Batizou na Igreja Batista Cenáculo - MG
Passou pela Igreja Cristo Vive - RJ
Presbítero Igreja Batista Betel - ES
No Espírito Santo casou com Elaine
Gomes de Souza e tem um filho, Benny.
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
4
OBRAS :
Irmãos de fé .
Linhagem Espiritual.
A Intimidade de Deus.
Jesus & Lúcifer.
O ser e o Ter.
As duas Sementes.
Há profetas calados, igrejas compradas e
ministros vendidos.
O filósofo visionário.
A fonte
A pessoa do Espírito Santo
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Fica Espírito Santo
A família e Deus
Andando com Deus
EDITORAS FILIADAS
CLUBE DE AUTORES - BR
LULU.COM - USA
BUBOK - PORT, ARG,SUE,COL
AUTORES EDITORES - COL
UNIBOOK(PELEMAN) - BELG
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OBRAS EM MAIS DE 10 PAISES
EM 8 IDIOMAS
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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NA EXISTÊNCIA
DEUS
JESUS CRISTO
A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
A PRÉ-EXISTÊNCIA DO ESPÍRITO DOS ELEITOS E
ESCOLHIDOS
Eram seres angelicais, e a seu tempo foram revestidos
de carne, para o cumprimento do plano de Deus. Os
eleitos conhecem sua origem em Deus. Possuem em si a
semente incorruptível de Deus. Não há universalidade
de escolha, e, portanto, não há universalidade de
salvação. A salvação é somente para os eleitos; quem é
salvo, é salvo eternamente. Eleição, escolha, resgate e
salvação manifestam-se pela Graça de Deus, e não por
obras dos homens.
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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A PREDESTINAÇÃO E OS DESÍGNIOS DE DEUS
Deus predestina para a salvação aqueles a quem Ele
elegeu. A soberania de Deus. A existência das duas
sementes. Os predestinados são chamados na Bíblia de
“cem ovelhas”, “tantos como a areia do mar”,”144 mil”,
“trigo”, “vasos de honra”, “propriedade exclusiva de
Deus”. A certeza da salvação. A garantia da salvação.
A REDENÇÃO INICIADA NA ENCARNAÇÃO DE
CRISTO, CONFIRMADA NA SUA MORTE E COROADA
NA RESSURREIÇÃO
Foi selado um pacto perfeito com o sangue do Cordeiro.
A gratuidade da salvação. A libertação do poder do
diabo. O cristão é resgatado do império das trevas para o
Reino de Deus.
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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O DOGMA DO PECADO ORIGINAL SEGUNDO A
TEOLOGIA PAULINA
O pecado e suas conseqüências: “a incapacidade total do
homem”, “não há quem busque, nem quem entenda”, “o
homem sem Cristo está morto em pecados e delitos”.
A SEGUNDA GRAÇA É A VIDA VITORIOSA DO
CRISTÃO, RESULTANTE DO CONHECIMENTO DE
SUA POSIÇÃO ESPIRITUAL OUTORGADA POR DEUS
Crescimento espiritual.
Autoridade espiritual.
Firmeza de confissão.
Olhos iluminados.
Vivência de uma realidade segundo o Cristo
ressuscitado – “a ninguém conhecemos segundo a
carne”. Consciência de estar sentado em lugares
celestiais com Cristo Jesus. Os fundamentos paulinos
como base de vida espiritual.
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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A DEIDADE DE CRISTO
Cristo histórico x Cristo ressuscitado. Cristo morreu
para o resgate dos Seus eleitos, escolhidos e
predestinados.
A VERDADE DIVINA ENCERRADA
Na Palavra de Deus. Na revelação que não é privilégio
do magistério eclesiástico, como diz a tradição, mas de
todo o povo de Deus. Na comunhão e no ministério
sacerdotal, profético e real de Jesus Cristo em cada
cristão.
O BATISMO DO ESPÍRITO SANTO COMO SELO DA
CONFISSÃO E PROFISSÃO DE FÉ, INDEPENDENTE
DO FALAR EM LÍNGUAS
Um só Senhor, uma só fé, um só batismo. A marca da
salvação é dada na confissão de Jesus Cristo como
Salvador e Senhor, ou seja, no batismo do Espírito
Santo. Ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão
pelo Espírito.
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O MINISTÉRIO DOS ANJOS
Sua existência.
Sua hierarquia.
Sua ação e seu ministério propriamente dito em favor
dos que herdam a salvação.
IGREJA
Sinal visível da salvação.
Corpo místico de Cristo.
Sinal de Cristo.
Sinal de Unidade, abrindo perspectivas para o homem
renascido do Espírito pela mensagem profética e selo do
Espírito Santo.
Evangelismo fundamentado segundo o novo pacto,
cujas promessas são melhores e superiores.
Uma Igreja sem manchas e sem rugas – a noiva de Jesus
Cristo.
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O DÍZIMO: PRESENTE NO ANTIGO E NO NOVO
TESTAMENTO
Abraão, primeiro dizimista entregando seu dízimo
espontaneamente a Melquisedeque, rei de Salém, antes
da lei. O dízimo é do Senhor. É uma atitude de
reconhecimento e de gratidão para com Deus. É um
gesto de desprendimento dos bens materiais diante de
Deus. É uma semeadura nos canteiros da obra de Jesus
Cristo. É uma forma de rechaçar a pobreza e a miséria,
males que ofendem e humilham o homem.
O dízimo é honrado por Deus.
O dízimo é anterior à lei.
O dízimo é uma medida sagrada.
A CONFISSÃO DO CRISTÃO COMO EXERCÍCIO DE
SEU SACERDÓCIO
Aquilo em que ele crê, isso ele fala: confissão de boca.
A confissão como fonte de vida e não de morte.
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OS LIVROS E O LIVRO DA VIDA
São salvos os inscritos no livro da vida.
Seus nomes jamais serão apagados.
Os livros das recompensas e dos galardões; o livro dos
viventes.
A CEIA DO SENHOR
Instituída antes da lei, entre Melquisede e Abraão.
Revelada ao Apóstolo Paulo, pelo Cristo Ressuscitado.
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OBJETIVO: Apresentar a salvação toda: a salvação
da culpa do pecado por meio da justificação, graças ao
sacrifício vicário de Jesus Cristo; a salvação do poder do pecado por meio da santificação progressiva, graças à
habitação do Espírito em nós; e a salvação da presença do pecado em nós e ao nosso redor por meio da
glorificação do corpo e da criação, graças ao poder de
Deus em fazer novas todas as coisas.
MEU LEMA: (JO 3:16) - Porque Deus amou ao mundo
de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.
Aqui você encontrará diversos assuntos relacionados
com a Palavra de Deus.
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FP 3:7 - Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo.
A matemática é uma ciência exata, e a contabilidade não poderia ser diferente. Quando queremos saber
se algum empreendimento está dando lucro, valemo-nos dela e registramos as perdas e os ganhos a fim
de averiguar o saldo, que pode ser positivo ou negativo. Na vida não é diferente – e para o brasileiro isso parece ainda mais real, pois
constantemente ele se pergunta: “O que eu ganho com isso?”
Ouço algumas pessoas dizer que não querem tornar-se cristãs porque perderão muitas coisas que o
mundo tem a oferecer. Mas será verdade? Resolvi então fazer um balanço: O que eu ganho e o que
perco em seguir a Cristo?
Perdi a culpa do pecado e ganhei o perdão e a reconciliação com Deus.
Perdi a escravidão que o pecado me impunha e ganhei a liberdade em Cristo.
Perdi a ganância em obter sempre mais e mais e ganhei a satisfação e a gratidão com o que já tenho,
sabendo que Deus vai suprir todas as minhas necessidades (Fp.4:19).
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Perdi a vontade de buscar em bebidas, drogas ou festas uma alegria passageira e ganhei a verdadeira
felicidade, de mesmo em meio a grandes dificuldades ter a alegria do Senhor.
Perdi alguns “amigos”, que muitas vezes só eram meus amigos por interesse, e ganhei muitos irmãos e
irmãs em Cristo.
Perdi a necessidade de confiar em mim e em meus fracos recursos e ganhei a confiança em um Deus que é muito maior, que sabe todas as coisas, que
está sempre presente e me ama.
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1- O que é a Palavra de Deus?
Dentre inúmeras descrições sobre o que é a
Bíblia encontramos estas que se destacam:
a) é a Verdade – João 17.17
A Bíblia não apenas fala a verdade como
também é a própria verdade.
b) é viva e eficaz – Hebreus 4.12
A Bíblia é viva por que ela age atuando em
nossas vidas sendo também eficaz em tudo que
faz dá certo.
c) é inspirada por Deus – II Pedro 1.20,21
Embora tenha sido escrita por mãos de homens,
a Bíblia foi inspirada por Deus a eles. Prova
disto é que foi escrita em lugares, épocas,
línguas e pessoas diferentes e mesmo assim ela
trata dos mesmos assuntos sendo coerente em
tudo o que diz, pois o Autor é o mesmo Deus.
d) é útil – II Timóteo 3.16,17
A utilidade da Bíblia é para diversos assuntos da
vida dando sabedoria e conhecimento ao ser
humano em todas as áreas de sua existência.
2- O que se deve fazer com a Bíblia?
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A bíblia como vimos é verdadeira, viva,
eficaz, inspirada por Deus e útil, resta então
saber o que fazer:
a) examinar – João 5.39
Isso é muito mais do que apenas ler. Devemos
estudar com cuidado procurando respostas para
nossa vida prática. É como uma carta de uma
pessoa amada que desejamos reler muitas
vezes e memorizar cada palavra.
b) manejar bem – II Timóteo 2.15
Como a Bíblia é uma biblioteca com muitos
livros, devemos aprender a manejar este
precioso livro sabendo encontrar os capítulos e
versículos. Isso significa ter intimidade com as
páginas da Bíblia como um texto que teria sido
escrito especialmente para você.
c) Habitar em nós – Colossenses 3.16
Quando aprendemos as palavras da Bíblia, ela
começa a habitar em nossos corações. Saber
‘de cor’ significa ‘de coração’.
d) Praticar – Tiago 1.22
Nada adiantaria saber o que é a Bíblia,
examinar, manejar bem e até mesmo decorar
se não praticarmos, tudo será em vão.
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O que é predestinação? É a
predestinação bíblica?
Pergunta: "O que é predestinação? É a predestinação bíblica?" Resposta:Romanos 8:29-30 nos diz: “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” Efésios 1:5 e 11: “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade... Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade.” Muitas pessoas têm forte hostilidade à doutrina da predestinação. Entretanto, a predestinação é uma doutrina bíblica. O segredo é compreender, biblicamente, o que significa. As palavras traduzidas como “predestinou”/
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“predestinados” nas Escrituras citadas acima vêm da palavra grega “proorizo”, que carrega o significado de “anteriormente determinado”, “predestinar”, “decidir de antemão”. Então, predestinação é Deus determinando antes, o acontecimento de certas coisas. E o que Deus determinou antes que acontecesse? De acordo com Romanos 8:29-30, Deus pré-determinou que certas pessoas estariam em conformidade com a imagem de Seu filho, sendo chamadas, justificadas e glorificadas. Essencialmente, Deus predetermina que certas pessoas sejam salvas. Várias Escrituras se referem aos crentes em Cristo como sendo escolhidos (Mateus 24:22, 31; Marcos 13:20, 27; Romanos 8:33; 9:11; 11:5-7,28; Efésios 1:11; Colossenses 3:12; I Tessalonicenses 1:4; I Timóteo 5:21; II Timóteo 2:10; Tito 1:1; I Pedro 1:1-2; 2:9; II Pedro 1:10). Predestinação é a doutrina bíblica de que Deus, em sua soberania, escolhe certas pessoas para serem salvas. A objeção mais comum à doutrina da predestinação é que ela não é justa. Por que Deus escolheria certas pessoas e não outras? O que é importante lembrar é que ninguém merece ser salvo. Todos nós pecamos (Romanos 3:23) e todos merecemos punição eterna (Romanos 6:23). Como resultado, Deus seria perfeitamente justo em permitir que todos nós passássemos a eternidade no inferno. Entretanto, Deus escolhe salvar alguns de nós. Ele não está sendo injusto com aqueles que não forem escolhidos porque eles estão recebendo aquilo que merecem.
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Ao escolher ter compaixão por alguns, Deus não está sendo injusto com os outros. Ninguém merece nada de Deus: por isto, ninguém pode protestar se não receber nada de Deus. Uma ilustração seria se eu desse dinheiro a 5 pessoas em um grupo de 20. As 15 pessoas que não recebessem dinheiro ficariam aborrecidas? Provavelmente sim. Mas elas têm o direito de se aborrecerem? Não, não têm. Por quê? Porque não devia dinheiro a nenhuma delas. Eu simplesmente decidi ser generoso com algumas. Se Deus escolhe quem é salvo, isto não enfraquece nosso livre arbítrio para escolher e crer em Cristo? A Bíblia diz que devemos escolher: tudo o que temos a fazer é crer no Senhor Jesus Cristo e seremos salvos (João 3:16; Romanos 10:9-10). A Bíblia nunca descreve a Deus rejeitando quem Nele crê ou mandando de volta alguém que O busque (Deuteronômio 4:29). De algum jeito, no mistério de Deus, a predestinação trabalha de mãos dadas com a pessoa sendo atraída por Deus (João 6:44) e crendo na salvação (Romanos 1:16). Deus predestina quem será salvo, e devemos escolher a Cristo para sermos salvos. Os dois fatos são igualmente verdadeiros. Romanos 11:33 proclama: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!”
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Calvinismo
John Calvino reformador Teólogo Suíço
formulou o sistema em Soteriologia ( estudo
da salvação) que leva seu nome. Seu ponto de
vista declara que Deus predestinou alguns
para ser salvos e outros a perdição.
Calvinistas são divididos basicamente em
dois grupos, os extremistas chamados "Hiper-
Calvinistas" e "Calvinistas Moderados" os
Hiper-Calvinistas se baseiam em cinco pontos
do Calvinismo que serão explicados adiante.
Os Calvinistas Moderados aceitam um ou
mais desses cincos pontos. Calvinismo é
também referido como o ensino de "limited
atonement" expiação limitada. Esta
controvérsia começou durante a reforma no
décimo sexto século, por John Calvin que
pensou que alguns homens foram
predestinados por Deus para receber salvação
e outros foram predestinados a ser
condenados ao inferno. Estes que Deus em
Sua soberania escolheu a ser salvo seria
salvo. O resto da raça humana, não escolhida
por Deus para receber vida eterna, não teve
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oportunidade a ser salvo. Deus teria decretado
a sua perdição. Hoje esta Teologia é chamada
de "Reforma Teológica". Esta é a posição dos
Presbiterianos como também um grande
número de Batistas que baseiam neste ensino.
Este ensino é também chamado "Cinco
Pontos do Calvinismo". Os cincos pontos são
representados usando a sigla "TULIP"
em Inglês.
T Total depravity.
U Unconditional election.
L Limited atonement.
I Irresistible grace.
P Perseverance of the saints
Depravação total.
Eleição incondicional.
Expiação limitada.
Graça irresistível.
Perseverança dos santos.
Basicamente , ensina que o homem é
totalmente depravado, sem nenhum direito
ou habilidade de escolher e receber salvação.
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O Calvinismo pressupõem que o homem não
tem nenhuma autonomia ou parte na escolha
de vir a Jesus e receber salvação. Ele ensina
que Deus, exercendo Sua soberania, primeiro
elege e decreta a alguns para a salvação em
tempos passados. depois estendeu "
irressistible" irresistível graça para essas
pessoas, significando que Deus oferecendo
salvação, o homem não poderia refugar. No
entanto, o homem não teria nada a fazer com
sua salvação recebida, pois Deus o escolhera
a salvá-lo o que o causou a ele a crer.
Há muitas objeções ao Calvinismo, a
principal é que ensina quando Deus escolhe a
salvar alguns Ele também escolhe outros a
não salvar.
Este ponto de vista diz que há pessoas que
não poderão ser salvos, porque Deus não os
escolhera a salvá-los. Tais que faz tal
objeção, contradizem o ensino Bíblico que
primeiro, Jesus Cristo morreu e pagou por
todos os pecados dos homens. (I João 2:2) e
Deus "…há de ser todos os homens salvos ?
(I Tim. 2:4).
Outro ponto bíblico dos Calvinistas é que
ensinam a absoluta perseverança dos santos.
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Uma vez salvo, o homem não pode se perder,
nem tão pouco sair da presença de Deus em
sua vida. O homem nada fez para receber a
salvação, e nada para manter ou perdê-la. Ele
está totalmente nas mãos de Deus.
Arminianismo
No século décimo sétimo, James Arminius,
foi o primeiro formalmente a mencionar esta
matéria e " …modificar o calvinismo, que de
acordo para com ele. Deus não poderia ser
considerado o autor do pecado, nem o homem
mas uma automatização na mão de Deus".
Ele apresentou a perspectiva que a soberania
de Deus em fato elegeu o homem a ser salvo.
No entanto, ele pensou que a eleição seria
baseado na onisciência de Deus de que
poderia por fé aceitar a Cristo e quem poderia
rejeitá-lo. Todos os homens, pensou ele,
poderia ser salvo na condição de exercitarem
sua vontade e crerem no Senhor Jesus Cristo.
Ele rejeitou a idéia de que a expiação dos
pecados for a limitada a apenas a poucos e
que Deus for a o autor do pecado. Arminius
insistiu que Cristo morreu por todos os
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homens e salva a todos os que O aceita por fé.
Arminius, no entanto foi fraco, na área bíblica
da doutrina " Segurança Eterna do Crente".
Segurança eterna significa, que uma vez
salvo, o homem não pode perder a
salvação.Arminius pensava que as escrituras
não era clara e que a Bíblia parecia ensinar
aos crentes que a salvação poderia ser
perdida.
Tal como os seguidores que seguiam aos
ensinos de John Calvin ao extremo, muitos
que sucederam James Arminius não deixaram
seus ensinos, mas levaram a mais o ensino de
que o homem teria a salvação em parte.
Os Arminianos, tal como ficaram conhecidos,
pensavam que o homem participavam com
Deus na salvação. Basicamente, sua crença
poderia ser explicada desta maneira;
Cristo deu a entrada do pagamento em nossa
salvação, como sempre uma vez que nós a
recebemos, para mantê-la devemos manter os
pagamentos até ser completamente cheio de
fé ou de boas obras. Este erro sério, em fato,
faz a salvação parcialmente em obras, que a
Bíblia claramente condena.
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Tal homem como Charles Spurgeon, um dos
maiores pregadores em tempos recentes
pregava sobre a matéria alternadamente tanto
salvação pela graça como a responsabilidade
do homem a corresponder com a oferta de
Deus para redenção. Ele poderia pregar
eleição, que Salvação era totalmente de Deus
em um domingo e no próximo domingo
pregando que o homem deve exercitar sua
vontade em crer no Senhor Jesus Cristo.
Outros, como o escritor juntamente com
Hiper-Calvinists persuadiram severamente o
ensino de que Deus teria predestinado alguns
a ser salvo e igualmente predestinados outros
a condenação para o inferno. Os
predestinados a salvação, absolutamente seria
salvos e não haveria nenhum meio a prevenir.
Em outra mão, o pobre infeliz alma, que teria
sido escolhida por Deus a permanecer
perdida, não poderia receber a Cristo e
morreria e iria para o inferno.
John MacArthur, um Alto-Calvinista e muito
popular pregador de rádio concluem que a
disputa sobre a matéria é porque o homem
não quer aceitar a soberania de Deus, por isto
ofende o orgulho do homem e também ofende
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o seu senso de igualdade. Arthur Pink,
chamando aos que ensinam a livre vontade do
homem, " merit-mongers". Monges dos
méritos, ele afirma que alguns rejeitam a
soberania de Deus em Salvação: " porque ele
é homem caído e quer assumir alguma
responsabilidade—mesmo que isto seja muito
insignificante—por ter crido. Ele
desesperadamente quer algum crédito por ter
criado o direito de escolha.
MacArthur concluem que o homem é
impulsionado pela Doutrina de Eleição
porque isto parece injusto que Deus
escolheria alguns a salvar, e outros não.Diz
ele, " ..a razão que o homem quer de toda
maneira a ter parte em sua salvação é porque
ele que exercitar seu orgulho."
No entanto, há muitos que não se incluem
igualmente com as categorias supostas por
MacArthur e quem rejeitam os ensinos
calvinistas. Este povo incluindo o autor desta
matéria, apela para as Escrituras Sagradas e
encontra evidência para rejeitar os extremos
tanto dos Calvinistas como os Arminianos.
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Há alguma explicação Bíblica
para a eleição segundo o
Calvinismo?
A Bíblia afirma que Cristo morreu por todo
homem. Nota-se que os versos seguintes
claramente relata:
" E ele é a propiciação de nossos
pecados: e não para os nossos
apenas, mas ele é a propiciação de
nossos pecados e não somente pelos
nossos, mas também pelos de todo o
mundo". (1 João 2:2)
"E deus amou o mundo de tal maneira,
que deu seu único filho, para a todo
que nele crer, não pereça, mas tenha a
vida eterna".(João 3:16)
" Isto é bom e aceitável aos olhos de
nosso Salvador; que quer que todos os
homens se salvem e venham ao
conhecimento da verdade".(1Tim. 2:4)
"O qual ( falando Jesus) se deu a si
mesmo em preço de redenção por
todos, para servir de testemunho a seu
tempo".(1Tim.2:6)
"Porque o amor de nos constrange,
julgando nós assim: que se um morreu
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por todos, logo, todos
morreram".(2Cor.5:14)
" E disse ide por todo o mundo, e
pregai as Escrituras".(Mar.16:15).
" O Senhor não retarda a sua promessa,
ainda que alguns a têm por tardia, mas
é longânime para convosco, não
querendo que nenhum se percam,
senãoque todos venham a
arrepender-se."(2Pedro3:9).
"Mas Deus não tendo em conta o
tempo da ignorância, anuncia agora, a
todos os homens, em todo o lugar que
se arrependam".(Atos17:30).
"Pois assim como por uma só ofensa
veio o juízo sobre todos os
homens para condenação, assim
também por um ato de justiça veio a
graça sobre todos os homens para
justificação da vida".(Rom.5:18).
"Vemos, porém, coroado de glória e de
honra aquele Jesus que for a feito um
pouco menor que os anjos, por causa
da paixão da morte, para que, pela
graça de Deus, provasse a morte por
todos". (Hebr.2:9).
Claramente cada versículo das escrituras
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acima ensina que Cristo morreu por todo
homem em qualquer lugar e deseja que todo
homem seja salvo. Qualquer ensino de
homem que contradiz esta verdade é falsa.Isto
é entendido que aqueles que se baseiam na
expiação limitada, contará dizendo " o
mundo"e "os homens", realmente não diz
todo o mundo e todos os homens, mas se
rever apenas aos "eleitos". Seguramente, tal
linha de pensamento é baseada nas razoes das
faltas do homem, e não parece com princípios
hermenêuticos. O claro sentido da palavra
mundo (cosmos), usado da Bíblia significa
toda a terra e todos nela e no mundo perdido.
Nunca é usado na Bíblia referindo eleição de
Deus. A palavra Todos é tudo incluído.Todos
homens, incluem toda a espécie humana.Se
Deus queria limitar a porção de salvação, Ele
poderia escolher uma melhor palavra para
"todos", " mundo" e "todo" homem! Ele
escolheu estas palavras porque isto convém a
intenção de Deus. Ele pagou o preço por
todos os pecados dos homens em todo o
mundo! Ele trouxe com seu próprio sangue o
direito de oferecer a salvação. Expiação
limitada quer dizer que Ele apenas sofreu por
aqueles que serão salvos e isto é claramente
um falso ensino bíblico.
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Os Calvinistas devem reprovar tais ensinos de
ensinar que a morte de Cristo foi limitada a
apenas certos homens que poderia ser salvos.
Devem concluir que quando pregam o
Evangelho e apresentam salvação aos seus
ouvintes estão por certo "batendo a língua no
queixo". Devem admitir que estão oferecendo
não pode ser concebido. O Evangelho que se
tornou "Boas Novas" é para seleção de
poucos. Os outros estariam desperdiçando o
tempo em ouvir sobre a morte o enterro e a
ressurreição de Cristo, pois eles não poderiam
receber a Cristo.
Jesus disse que os habitantes de Sodoma e
Gomorra receberiam menos juízo no dia do
julgamento do que o povo de Israel. Ele
alegou a isso pela razão de eles tendo o
ouvido e a Ele rejeitado como o Messias.(
Mateus 10:15). Claramente porque ouviram e
rejeitaram a verdade. Eles seriam mais
duramente castigados do que aqueles que não
tiveram o privilegio de ouvirem a verdade. Se
as cidades de Israel não poderiam
corresponder com a verdade após ouvir a
Jesus por estarem predestinadas ao inferno,
em que base poderia a Deus fazer o
julgamento mais severo do que aqueles que
não o ouviram.? Não há dúvida que Deus os
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têm em conta por seus pecados por rejeitarem
a verdade e que eles poderiam ter ouvido e
arrependido.
A grande comissão para ir em todo o mundo e
pregar o Evangelho perderia sua intenção. Por
que pregar se Deus salvará os eleitos de
qualquer forma. Os Calvinistas mais uma vez
dizem, que Deus nos manda a pregar o
Evangelho para encontrar os eleitos. Isto é
um exemplo da falha da razão humana. Se a
Bíblia ensina que devemos ensinar aos
homens em todos os lugares e que serão
salvos por crerem que Jesus e Deus em fato
oferece a salvação para um determinado
número previamente escolhido, então
estaríamos nos tornando em mentirosos! É
mentira dizer a alguém que Deus o salvará ,
se a Bíblia diz que não podem ser salvo!
ATOS 17:30-31, ensina que o homem é
responsável e será julgado pelos seus
pecados. A base do julgamento é em fato que
Cristo veio ao mundo para trazer a salvação.
Se você retira do homem a responsabilidade
de receber a Cristo como seu salvador, se
você retira do homem a chance de ser salvo.
Então você deixa a Deus sem uma base para o
julgamento. Não se pode condenar o homem
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por não receber alguma coisa que não é capaz
de receber.
Voltando atrás para os muitos versículos,
colocando que Cristo morreu pelos pecados
do "mundo" você deve concluir que a morte
de Cristo foi para a salvação para aqueles que
crêem e ao mesmo tempo para confirmar a
condenação para aqueles que não crêem.
Atos 17:31 "Porquanto tem determinado um
dia em que com justiça há de julgar o mundo,
por meio do varão que destinou; e disso deu
certeza a todos, ressuscitando -o dos mortos.
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O homem não pode se orgulhar ou tomar
nenhum mérito em parte de sua
salvação."Pela graça sois salvos, através da
fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus,
não vem das obras para que ninguém se
glorie. (Efes. 2:8-9).
O homem não pode ganhar a salvação por
boas obras. "Mas, aquele que não pratica,
porém crê naquele que justifica o ímpio, a
sua fé lhe é imputada como justiça."(Rom.
4:5).
O homem não possuí nenhum mérito, nem
bondade em si para basear a sua salvação.
"Mas Deus prova o seu amor para conosco
em que Cristo morreu por nós, sendo nós
ainda pecadores."(Rom. 5:8).
"Porque todos pecaram e destituídos estão
da glória de Deus."(Rom. 3:23).
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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Predestinação
"Fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as cousas conforme o conselho da sua vontade" (Efésios 1:11). A controvertida palavra proorizo é consistentemente dada como "predestinado" ou "preordenado." Pro significa "de antemão"; horizo, de onde vem horizonte, significa "lançar uma fronteira, marcar definitivamente, determinar." O Novo Testamento ensina que Deus decidiu alguma coisa de antemão sobre 1. sua sabedoria ou plano para salvar o homem por Cristo (1 Coríntios 2:7); 2. os acontecimentos da morte de Cristo (Atos 4:28); e 3. aqueles que seriam salvos (Romanos 8:29-30; Efésios 1:5,11). Isto significa que o futuro está fixado? O homem tem livre arbítrio? Deus tem perfeito conhecimento prévio. A tensão resulta da tentativa equilibrar o propósito predeterminado e o conhecimento prévio de Deus com a resposta do homem a Deus. "O que dizem as Escrituras"(Romanos 4:3) com respeito às facetas da predestinação relatadas? O homem tem livre arbítrio. Ele tem poder
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para escolher. Ele é posto em pé, com capacidade para escolher entre o bem e o mal, a vida ou a morte, para buscar a Deus, para querer, para vir à luz, para buscar a imortalidade, para perguntar, para buscar e bater, e para encontrar e entrar no caminho estreito que conduz à vida (Eclesiastes 7:29; Isaías 7:16; Deuteronômio 30:15; Jeremias 29:13; João 7:17; 3:21; Romanos 2:7; Mateus 7:7-8,13-14). Alguns dizem: "Não posso evitá-lo; é assim que Deus me fez. Não posso fazer nada com isso." Mas o homem podeassumir plena responsabilidade por sua vida (2 Coríntios 5:10).
Deus nunca revogou o livre arbítrio do homem, fazendo dele um pião cósmico. Faraó pecou endurecendo seu próprio coração (Êxodo 9:34; 8:15). Deus deu a Faraó oportunidades para crer, mas sabia que ele decidiria ser teimoso (7:14). O mesmo sol que derrete a cera, endurece a argila. Desde que Deus apresentou a Faraó estas circunstâncias sabendo que ele lhes resistiria, é dito que Deus endureceu o coração dele (4:21; 7:3; 9:12; 10:27; 11:10; 14:8). Assim, Deus predeterminou que ele seria glorificado pela resistência dos egípcios (6:7; 9:16; 11:9; 14:17-18). A providência de Deus pode usar as livres escolhas dos homens maus para cumprir seu propósito (Jeremias 21:1-14; 25:4-14; Isaías 10:5-7, 15; Habacuque 1:6, 12). Se
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o homem não obedece, não é porque foi predestinado para que não possa obedecer. É porque ele não obedece (João 5:40; 3:19-20). Deus deseja que todos sejam salvos (1 Timóteo 5:24). Ele não quer que ninguém seja perdido, pois não se deleita na morte dos ímpios (2 Pedro 3:9; Ezequiel 18:32). Não sendo parcial nem arbitrário, ele ama todos os homens igualmente (Atos 10:34; Romanos 2:11; 5:8; João 3:16). Jesus morreu por todos, pois o evangelho é para todos (Hebreus 2:9; 1 João 2:2). Assim, Deus não poderia ter tirado nomes de um chapéu antes da fundação do mundo e feito arbitrariamente uma lista dos que iriam para o céu ou o inferno. Seja em que lista que você estivesse, você não poderia fazer nada sobre isso??? Não, pois Deus é bom e justo (Deuteronômio 32:4)! Deus sabe todas as coisas. Nada é oculto de seu infinito entendimento (Hebreus 4:13; Salmo 147:5). Sendo onisciente, ele sabe o fim desde o começo e pode, sem errar, predizer o futuro (Isaías 46:10; 41:23). Exatamente como ele faz isto está além do nosso conhecimento (Romanos 11:33). Desde que ele habita a eternidade (Isaías 57:15), ele transcende tempo e espaço, não sendo sujeito a suas limitações. Ele não tem futuro nem
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passado, mas somente um eterno agora, como um infinito EU SOU (Êxodo 3:14). Ele não vê o que consideramos o futuro como uma potencialidade não exercida, mas como realidade efetiva, fixada pelos resultados da livre escolha do homem dentro de seu propósito transcendente. Se você gravasse com uma filmadora de vídeo um jogo de futebol, o que você visse estaria fixado. Mas, gravando-o, você não determina a contagem final. Outros o fariam. Deus, de Seu elevado ponto de observação, vê e opera a história sem interferir com a liberdade do homem ao usá-la.
O perfeito conhecimento prévio de Deus não viola a escolha do homem. Há uma diferença entre saber uma coisa e fazer com que ela aconteça. Eu sei que John F. Kennedy foi morto em 22 de novembro de 1963. Entretanto meu conhecimento não altera um acontecimento passado. O conhecimento de Deus também se estende ao que consideramos o futuro. Ele pode prever um evento sem fazer com que aconteça. Ele chamou Ciro e Josias pelos nomes muitos anos antes deles nascerem e soube exatamente o que eles livremente fariam (Isaías 44:28-45:7; 1 Reis 13:2). Se Deus experimenta os acontecimentos como o fazemos, então seria impossível
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predizer sempre acuradamente o futuro. Se há coisas que ele não sabe, então ele as aprenderá e se surpreenderá quando acontecerem, até mesmo no Dia do Julgamento. Se fosse assim, ele não seria imutável e onisciente! Alguns pensam que ele decide não saber algumas coisas. Mas ele teria que primeiro conhecê-las para que pudesse saber que tinha escolhido não conhecê-las (?). Deus, contudo, sabe todas as coisas de sua eterna perspectativa. Ele sabe, desde a fundação do mundo, os nomes dos que não seriam inscritos no livro da vida e, daí, os nomes que serão (Apocalipse 13:8; 17:8).
Deus tem um eterno propósito. Sua determinação eterna é um plano de salvação para o homem (1 Pedro 1:20; 1 Coríntios 2:7; Efésios 1:11). O propósito de Deus para salvar o homem será aceito por aqueles que o amam e obedecem (Romanos 8:28; Atos 10:35). "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho... e aos que predestinou, a esses também chamou" (Romanos 8:29-30). Ele sabia de antemão que alguns responderiam livremente ao seu gracioso plano. Aqui, o propósito de Deus de redenção é visto como completo, para mostrar a segurança dele. O plano de Deus é dito como sendo cumprido quando o
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cumprimento ainda é futuro (Gênesis 17:5; Josué 6:2; Atos 18:10). Seu propósito não pode falhar. Os homens podem escolher ser parte dele. Estes são predestinados. Você pode predestinar uma secretária determinando previamente as habilidades exigidas. Aquela que preencher sua especificação foi predestinada! Deus predeterminou que os salvos seriam somente aqueles que escolhem ser "conformes à imagem de seu Filho". Estes obedecerão ao chamado do evangelho. Esta adoção benevolente de filhos obedientes em Cristo é a predestinação: ".. nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Efésios 1:5). Estejamos encorajados, porque podemos escolher ser uma parte do eterno propósito de Deus.
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Reforma Protestante - Calvinismo
João Calvino, criador da Teoria da Predestinação Absoluta.
Ocorrido como um desdobramento da Reforma
Luterana, o movimento Calvinista foi uma das
principais religiões surgidas durante a Reforma
Protestante. A Suíça, criada após sua separação do
Império Romano-Germânico, em 1499, teve contato
com as idéias de Martinho Lutero através da
pregação feita pelo padre Ulrich Zwinglio.
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Ao propagandear as doutrinas luteranas pela Suíça,
Zwinglio desencadeou uma série de revoltas civis
que questionavam as bases do poder vigente. A
prática do zwinglianismo preparou terreno para a
doutrina que seria mais tarde criada pelo francês
João Calvino. Perseguido em sua terra natal, João
Calvino refugiou-se na Suíça com o intuito de
disseminar outra compreensão sobre as questões de
fé levantadas por Martinho Lutero.
Segundo Calvino, o princípio da predestinação
absoluta seria o responsável por explicar o destino
dos homens na Terra. Tal princípio defendia a idéia
de que, segundo a vontade de Deus, alguns
escolhidos teriam direito à salvação eterna. Os sinais
do favor de Deus estariam ligados a condução de
uma vida materialmente próspera, ocupada pelo
trabalho e afastada das ostentações materiais.
De acordo com alguns estudiosos, como o sociólogo
Max Weber, o elogio feito ao trabalho e à economia
fizeram com que grande parte da burguesia européia
simpatizasse com a doutrina calvinista. Contando
com esses princípios, observamos que a doutrina
calvinista se expandiu mais rapidamente que o
Luteranismo.
Em outras regiões da Europa o calvinismo ganhou
diferentes nomes. Na Escócia, os calvinistas ficaram
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conhecidos como presbiterianos; na França como
huguenotes; e na Inglaterra foram chamados de
puritanos.
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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“O espírito é o que vivifica.” João 6.63
Ao explicar a obra de Deus, você perceberá
que começamos pelo primeiro ato gracioso
e divino do Espírito — o sopro de vida
espiritual na alma. Esta ação deve ser
considerada como uma ação que precede
todas as outras. A obra do Espírito como
vivificador sempre deve preceder sua obra
como santificador e consolador.
Se O buscamos em qualquer de suas
funções, antes de O recebermos como o
Autor da vida divina na alma, invertemos
sua própria ordem e nos revestimos de
desapontamento. Iniciaremos a discussão
deste assunto com a maior presteza,
fundamentados na convicção de que as
opiniões atuais acerca da doutrina da
regeneração, defendidas e pregadas por
muitos, não somente são muito diferentes
dos antigos padrões de verdade doutrinária,
mas também, o que é mais sério e
profundamente lamentável, é que essas
opiniões são do tipo que a Palavra de Deus
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repudia claramente e sobre as quais jaz
tremenda escuridão.
A regeneração, conforme ensinada por
muitos nos dias de hoje, difere muito da
doutrina pregada nos dias dos apóstolos e
dos reformadores. Nos escritos e nos
discursos deles, a base era lançada ampla e
profundamente sobre a depravação original
e total do homem. Na atualidade, esta
doutrina é muito modificada por várias
pessoas, quando não é absolutamente
negada. Nos dias da igreja primitiva, a
completa incapacidade da criatura e a
absoluta e indispensável necessidade da
ação do Espírito Santo na regeneração da
alma eram distinta e rigidamente
estabelecidas.
Opiniões opostas a estas, subversivas da
doutrina bíblica da regeneração e
destruidoras dos melhores interesses da
alma, são zelosa e amplamente divulgadas
hoje. Sem dúvida, isto é motivo para
profunda humilhação perante Deus. Que Ele
restaure em seus ministros e em seu povo
uma linguagem pura e, de forma amável,
renove as verdades preciosas que humilham
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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a alma e honram a Cristo, as verdades que
uma vez foram a proteção e a glória de
nossa nação.
Propomos... uma descrição simples e bíblica
da doutrina da regeneração, a obra do
Espírito Santo em produzi-la e alguns dos
efeitos verificados na vida de um crente.
Que a unção daquele que é Santo venha
sobre o leitor e que a verdade limpe,
santifique e conforte o coração.
A regeneração é uma obra autônoma e
distinta de todas as outras ações do Espírito
Divino. Ela deve ser cuidadosamente
diferenciada da conversão,(1) da adoção,(2)
da justificação(3) e da santificação;(4 ) e
tem de ser entendida como a base e a fonte
destas. Por exemplo, não pode haver
conversão sem um fundamento de vida na
alma, pois a conversão é o exercício de um
poder espiritual inserido no homem. Não há
senso de adoção à parte de uma natureza
renovada, pois a adoção concede apenas o
privilégio, e não a natureza, de ser filho.
Não existe o reconfortante senso de
aceitação no Amado, enquanto a mente não
passa da morte para a vida; também não
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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existe o menor progresso numa
conformidade da vontade e das afeições à
imagem de Deus, se falta na alma a raiz de
santidade. A fé é uma graça purificadora,
mas ela se encontra apenas no coração
criado de novo em Cristo Jesus. É
necessário existir uma renovação espiritual
do homem, por completo, antes que a alma
passe ao estado de adotada, justificada e
santificada.
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- Argumentar para Ganhar -
O professor de Oxford, Alister McGrath,
fez uma declaração muito equivocada em
seu livro desastradamente intitulado
Intellectuals Don't Need God and Other
Modern Myths [Intelectuais não Precisam
de Deus e de Outros Mitos Modernos]. Ele
diz: “Apologética não é sobre ganhar
argumentos – é sobre ganhar pessoas”. 1
Em conexão com isso, o livro tem como
uma das suas teses centrais que muitos,
ou até mesmo a maioria dos indivíduos
rejeitam o Cristianismo, não principalmente
por causa de quaisquer objeções
intelectuais insuperáveis, mas por causa
de outros fatores tais como aplicabilidade
existencial. Assim, ele escreve: “O
Cristianismo deve se recomendar em
termos de sua relevância para vida, não
simplesmente por sua racionalidade
inerente”.
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O resto do seu livro, também latente com
problemas, tenta justificar e desenvolver
essa suposição e suas ramificações na
prática da apologética. Eu sustento que
sua afirmação é equivocada, falsa e
perigosa para os cristãos que desejam
conduzir uma apologética fiel e bíblica;
todavia, sua afirmação representa não
somente uma visão minoritária, mas antes
uma noção popular do que a apologética
deveria esforçar-se para realizar.
Para repetir, McGrath escreve:
“Apologética não é sobre ganhar
argumentos – é sobre ganhar pessoas”.
Quando ganhar argumentos é contrastado
com ganhar pessoas, a maioria das
pessoas não deseja discordar
imediatamente, mesmo que elas sintam
que há algo de errado com a declaração,
visto que discordar poderia implicar que
elas se preocupam mais com ganhar
argumentos do que com ganhar pessoas.
Isto é, se definimos apologética como
preocupada principalmente com ganhar
argumentos contra incrédulos, então pode
parecer para algumas pessoas que temos
nos desviado do que supostamente seria o
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nosso objetivo principal, que é ganhar
pessoas para Cristo.
A declaração de McGrath é enganosa
porque implica que você pode perder um
argumento contra o não-cristão, e em
conexão com a perda do argumento, ainda
ganhá-lo para Cristo; isso implica que não
há nenhuma conexão positiva entre
ganhar argumentos e ganhar pessoas.
Mas se não há nenhuma conexão positiva
entre os dois, então isso significa que num
debate um incrédulo pode mostrar que o
Cristianismo é falso, e então se arrepender
e crer no evangelho de qualquer forma.
Certamente, o Espírito Santo pode e
frequentemente convence a mente dos
eleitos a despeito de suas falhas na
argumentação, mas isso é diferente de
negar uma relação positiva definida entre
ganhar argumentos e ganhar pessoas. Eu
posso dizer: “Apologética não é sobre
bater na cara das pessoas, mas sobre
ganhar pessoas para Cristo”; seria então
verdade que eu posso bater na cara das
pessoas, e em conexão com o bater na
cara delas ainda conduzi-las a Cristo? Por
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outro lado, refrear-se de bater na cara das
pessoas é um das coisas que conduz ao
ganhar pessoas para Cristo, fazendo-a
preferível e quase necessária.
Um dos erros de McGrath é confundir
apologética com evangelismo. O Merriam-
Webster's Collegiate Dictionary define a
palavra apologética como um “discurso
sistemático argumentativo em defesa
(como de uma doutrina); um ramo da
teologia devotado à defesa da origem e
autoridade divina do
Cristianismo”. Por outro lado,
evangelismo é “o ganho ou restauração do
compromisso pessoal a Cristo”.
Essas definições refletem o uso comum, e
o Evangelical Dictionary of Theology
concorda com elas. Ele define apologética
como “um discurso sistemático,
argumentativo, em defesa da origem e
autoridade divina da fé cristã”, e
evangelismo como “a proclamação das
boas novas de salvação em Jesus Cristo,
com o objetivo de produzir a reconciliação
do pecador com Deus o Pai através do
poder regenerativo do Espírito Santo”.
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
53
Dada essas definições, é evidente que
apologética não é o mesmo que
evangelismo, contudo, elas podem estar
relacionadas, mas McGrath confundiu as
duas. Seria mais preciso dizer:
“Evangelismo não é apenas ganhar
argumentos, mas também ganhar pessoas
para Cristo; todavia, derrotar incrédulos na
argumentação pode ser o meio pelo qual
Deus os converte”. Visto que apologética é
por definição sobre argumentação, a
declaração de McGrath é equivalente a
dizer: “Nossos argumentos com os
incrédulos não é sobre ganhar
argumentos, mas ganhar pessoas”, ou
“Apologética não é sobre apologética, mas
sobre evangelismo”. Mas isso é auto-
contraditório e falso por definição. Ao
substituir o significado de apologética com
aquele de evangelismo, não há mais uma
palavra para expressar o significado do
que é apropriadamente chamado de
apologética.
Outra declaração no livro levanta outra
concepção errada sobre apologética.
Referindo-se à mentalidade do incrédulo
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
54
quando ouvindo a mensagem do
evangelho, ele escreve: “O evangelho está
sendo avaliado, não sobre a base das
suas idéias, mas sobre a base dos seus
efeitos sobre pessoas e instituições”. Para
McGrath, isto supostamente conta como
algo contrário à idéia de que apologética é
“demonstrar a racionalidade da fé
cristã”. Uma objeção similar contra a
definição apropriada da apologética é que
muitas pessoas rejeitam a fé cristã não
porque pensam que ela é falsa, mas
porque têm certas necessidades pessoais
que pensam o evangelho não poder
satisfazer, quer essas necessidades sejam
psicológicas, sociais, financeiras, etc.
Portanto – a objeção continua – a
apologética (ou mesmo evangelismo)
deveria se focar sobre como o evangelho
se dirige às necessidades das pessoas, e
não sobre o mandamento de Deus para o
incrédulo renunciar seus pecados e afirmar
a verdade do evangelho.
É frequentemente verdade que, como
McGrath diz, “o evangelho está sendo
avaliado, não sobre a base das suas
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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idéias, mas sobre a base dos seus efeitos
sobre pessoas e instituições”. Contudo,
isto é precisamente o que está errado com
muitos incrédulos, e é precisamente sobre
isto que o apologista cristão deve
confrontá-los. Que a fé cristã não deve ser
avaliada de acordo com sua verdade ou
falsidade, mas quão bem ela “funciona” ou
faz com que alguém se sinta bem, é um
lapso na racionalidade ou até mesmo uma
negação da racionalidade. Ao invés de
adaptar nossa abordagem para se
acomodar aos incrédulos, é o nosso dever
confrontá-los e corrigi-los sobre isto.
E se as pessoas rejeitam o evangelho, não
porque pensam que ele seja falso, mas
porque ele as tornará impopulares com
muitas pessoas? Deveríamos então
modificar nossa abordagem para mostrá-
las que o Cristianismo de fato as tornará
populares, ou deveríamos ao invés disso
argumentar que esta é a maneira errada
de julgar uma cosmovisão? Se o
pragmatismo é a filosofia predominante
numa determinada sociedade, devemos
então mostrar que o Cristianismo é a mais
prática de todas as religiões e
cosmovisões? Ao invés disso, por que não
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mostrar que o pragmatismo é errado? Em
vez de tentar mostrar que o Cristianismo é
verdadeiro de acordo com o falso padrão
de julgamento do incrédulo, deveríamos
mostrar que o próprio padrão de
julgamento deles é falso, e que o
Cristianismo é verdadeiro de acordo com
um padrão verdadeiro de julgamento, e
que este padrão verdadeiro de julgamento
é a revelação de Deus para nós. Isto é
apologética bíblica.
Há muitíssimos falsos conversos nas
igrejas hoje precisamente porque não
temos realizado evangelismo pregando e
defendendo a verdade, mas sim
satisfazendo as necessidades e desejos
pessoais da audiência, quando o
evangelho bíblico ordena-os a negar
precisamente estas necessidades e
desejos pessoais. Este mesmo erro
explica o porquê parece como se os
“efeitos do evangelho sobre pessoas e
instituições” não têm sido totalmente
positivos. Devemos insistir que, se as
pessoas recusam vir a Cristo pela
mensagem correta e pelas razões certas,
então não deveriam vir a Cristo de forma
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alguma, e já há muitos falsos cristãos em
nossas igrejas para acomodar ainda mais
deles. Nem apologética nem evangelismo
é “ganhar pessoas” a todo custo –
certamente não à custa da verdade.
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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Como se pode mostrar que o pecado
original afeta o homem inteiro?
O pecado original tem sua sede na
vontade, e consiste primariamente nesse
pendor para disposições e afetos ilícitos
que é o hábito inato da alma humana.
Mas, as diversas faculdades da alma não
são outros tantos agentes separados. É a
alma em sua unidade que opera em cada
função como o agente indivisível,
qualificando-se mutuamente uma à outra
suas diversas faculdades segundo a sua
espécie. Quando a alma está ocupada em
entender alguma coisa,e.g., a matemática,
em que seus afetos não se acham
interessados, então não há na sua ação
nenhum elemento moral. Entretanto,
quando está ocupada em entender alguma
coisa a respeito da qual seus afetos
depra¬vados se acham interessados de
um modo perverso, sua ação imparcial
será necessariamente prejudicada. As
conseqüências, pois, da propensão
pecaminosa da vontade na sua influência
governadora sobre as operações da alma,
em todas as suas faculdades, serão:
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Io. O entendimento, tornado parcial pelos
afetos pervertidos, operando
concorrentemente com o sentido moral em
formar juízos morais, dará como resultado
juízos errados, uma consciência
enganadora e uma geral "cegueira do
entendimento" a respeito de coisas morais.
2o. As emoções e os sentimentos que
acompanham os juízos da consciência em
aprovar o bem e condenar o mal, sendo
muitas vezes ultrajados e tratados com
negligência, vão se tornando menos vivos,
e isso redundará numa consciência
endurecida e numa insensibilidade moral
em geral.
3o. Num curso prolongado de ação
pecaminosa, a memória ficará poluída
pelos materiais amontoados das
experiências corruptoras, e delas a
imaginação também tirará material para o
seu uso.
4o. O corpo também se tornará
corrompido. (1) Seus apetites naturais, na
falta de direção e governo apropriados, se
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tornarão desordenados. (2) Seus poderes
ativos serão empregados como
"instrumentos de iniqüidade".
5o. As Escrituras ensinam - (1) Que o
entendimento do "homem natural" é
depravado, bem como os seus afetos - 1
Cor. 2:14; 2 Cor. 4:4; Ef. 4:18; Col. 1:21.
(2) Que a regeneração envolve não
somente a renovação do coração, mas
também a sua iluminação-Atos 26:18; Ef.
1:18; 5:8; 1 Ped. 2:9. (3)Que a verdade
dirigida ao entendimento é o meio principal
de que se serve o Espírito Santo nas obras
de regeneração e de santificação - João
17:17; Tia. 1:18.
Que se entende pela afirmação de que o
homem é, por natureza, totalmente
depravado?
Por essa frase ortodoxa NÃO SE DEVE
ENTENDER
Io. Que o homem depravado não tem
consciência. A bondade de um agente não
consiste em ter consciência, e sim em
estarem suas disposições e afetos em
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
61
conformidade com a lei da qual a
consciência é o órgão. Mesmo os
demônios e as almas perdidas sabem o
que é bom e mau, e sentem essas emo-
ções vindicativas das quais a consciência
está armada.
Nem, 2o. que os homens não
regenerados, possuindo uma consciência
natural, não admirem muitas vezes o
caráter virtuoso e as boas ações dos
outros.
Nem, 3o. que sejam incapazes de ações
ou afetos interessados em suas diversas
relações com os outros seres humanos.
Nem, 4o. que qualquer homem seja tão
depravado quanto é possível que se torne,
nem que todos tenham uma disposição
propensa para todas as formas de pecado.
Mas, ENTENDE-SE
Io. Que, desde que a virtude consiste na
conformidade » das dispores da vontade
com a ,ei de Deus, e que a própria alma da
virtude consiste em ser a alma leal a Deus,
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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segue-se que todo homem, por natureza,
está, em sua disposição geral, separado
de Deus e que, por conseguinte, todos os
seus atos, quer sejam moralmente
indiferentes, quer sejam conformados a
princípios subordinados do bem, são
viciados pelo estado de rebelião contra
Deus em que se acha o agente.
2o. Que esse estado da vontade dá
como resultado um cisma na alma, e a
perversão moral de todas as faculdades da
alma e do corpo.
3o. Que esse estado tende a resultar em
mais corrupção, em progressão sem fim,
em todas as partes da nossa natureza, e
que esta deterioração seria
incalculavelmente mais rápida do que é, se
Deus não a restringisse por meio do Seu
Espírito.
4o. Não resta mais nenhum elemento
recuperativo na alma. O homem só pode
tornar-se cada vez mais e para sempre
pior, se não experimentar uma recriação
miraculosa.
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
63
Que prova da doutrina do pecado
original se pode extrair da narrativa da
Queda?
Deus criou o homem à Sua imagem e
declarou que, como agente moral, era
muito bom. Ameaçou-o com a morte no dia
em que comesse do fruto proibido, e esta
ameaça cumpriu-se literalmente só no
sentido da morte espiritual. A vida
espiritual do homem depende de estar ele
em comunhão com Deus; mas Deus, em
Sua ira, baniu-o da Sua presença. Em
conseqüência disso, é declarado que o
estado espiritual do homem agora é a
"morte", a mesma pena que fora
sentenciada - Ef. 2:1; 1 João 3:14.
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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A oração de Jesus era direta e sem ambigüidades. Ele gritou por alívio. Ele pediu que o cálice terrivelmente amargo
fosse removido. Cada centímetro de sua humanidade se encolhia diante do cálice. Ele implorou a seu Pai que o libertasse do seu dever. Mas Deus disse não. O caminho
do sofrimento era o plano de Deus. Era a vontade de Deus. Era sua vontade pura e inalterada. A cruz não era uma idéia de Satanás. A paixão de Cristo não foi
resultado de contingências humanas. Não foi uma maquinação acidental de Caifás, Herodes ou Pilatos. O cálice foi preparado, entregue e administrado pelo Deus
Onipotente.
Jesus qualificou sua oração: "Se for a tua
vontade..." Jesus não "apresentou e reivindicou." Ele conhecia seu Pai muito bem para saber que esta poderia não ser a sua vontade. A história não termina com as
palavras: "E o Pai se arrependeu do mal que havia planejado, afastou o cálice e Jesus viveu feliz para sempre."
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
65
Tais palavras se aproximam da blasfêmia. O evangelho não é um conto de fadas. O
Pai não entraria em acordos sobre o cálice. Jesus foi chamado para tomá-lo até a última gota. E ele o aceitou. "Contudo, não se faça a minha vontade, e, sim, a tua" (Lc
22.42).
Este "contudo" é a suprema oração da fé. A
oração da fé não é uma ordem que colocamos diante de Deus. Não é a presunção de um pedido atendido. A autêntica oração da fé é aquela que se
assemelha à oração de Jesus. É sempre apresentada num espírito de submissão. Em todas as nossas orações devemos permitir que Deus seja Deus. Ninguém diz
ao Pai o que deve fazer, ninguém, nem mesmo o Filho. Orações devem sempre ser pedidos feitos com humildade e submissão à vontade do Pai.
A oração da fé é a oração da confiança. A própria essência da fé é confiança.
Confiamos que Deus sabe o que é melhor.
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
66
O espírito de confiança inclui o espírito de disposição para fazer o que o Pai deseja que façamos. Este tipo dè confiança foi
personificado em Jesus no Getsêmani.
Embora o texto não seja explícito, é claro
que Jesus deixou o jardim com a resposta de Deus para o seu pedido. Não há nenhuma blasfêmia ou amargura, sua comida e sua bebida eram fazer a vontade
do Pai. Desde que o Pai disse não, estava resolvido. Jesus se preparou para a cruz. Não fugiu de Jerusalém, mas entrou na cidade com o semblante determinado.
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
67
A última coisa na vida que Lutero queria fazer
era começar uma nova igreja. Ele não era um
inovador, mas um reformador. Ele nunca se
considerou algo além de um membro
verdadeiro e fiel da igreja una, santa, católica
e apostólica. Na qualidade de doutor das
Sagradas Escrituras e pastor de almas, Lutero
protestou contra o abuso das indulgências (as
Noventa e Cinco Teses de 1517) e foi lançado
a um grande confronto com a Igreja Romana
de sua época. No decorrer dessa batalha, ele
pronunciou um não decisivo a todo o sistema
papal. Denunciou o papa como anticristo,
referiu-se à hierarquia romana como "a igreja-
prostituta do diabo" e queimou o tratado inteiro
da lei canônica, como também a bula papal
que o havia excomungado. Esses foram atos
radicais. Provocaram um cisma na cristandade
ocidental que ainda não foi sanado. Lutero,
entretanto, não foi um mero iconoclasta. Ele
se revoltou contra a igreja por causa da igreja,
contra uma igreja corrupta pelo bem da "igreja
verdadeira e primitiva, um corpo e uma
comunhão dos santos com a igreja cristã,
santa e universal".
Longe de ser defensor do individualismo
austero — cada macaco no seu galho —
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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Lutero enfatizou o caráter comunal do
cristianismo. " A igreja cristã é tua mãe", dizia
Lutero, "que te faz nascer e te guia pela
Palavra". Ele também chamou a igreja
de "minha fortaleza, meu castelo, meu
aposento". Ele disse, ecoando Cipriano, que
fora da igreja não havia salvação. Lutero
podia ser lírico ao louvar a igreja, como neste
hino de 1535, que se parece muito com uma
canção de amor secular:
Ela me é querida, a digna donzela,
E não a posso esquecer;
Dela o louvor, a honra e a virtude se
comentam;
Então meu amor ainda mais cresce.
Eu busco o bem dela e, se eu quisesse
endireitar os caminhos do mal,
Não me importo, ela vai me recompensar,
Com amor e verdade que não se esgotarão,
Que ela sempre me mostrará;
E fará tudo o que eu desejar.
Mas que é exatamente a igreja? Certa vez,
Lutero respondeu impacientemente a essa
pergunta: "Ora, uma criança de sete anos
sabe o que é a igreja, isto é, cristãos santos e
ovelhas que ouvem a voz de seu
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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Pastor". Temos nessa resposta um impulso
básico da eclesiologia de Lutero: o caráter
essencialmente espiritual e não-institucional
da igreja. Lutero não gostava da palavra
alemã Kirche (que, como church, em inglês,
ou cúria, em latim, deriva do grego kuriakon, a
casa do Senhor), porque veio a significar a
construção ou a instituição. Ele preferia
Gemeine [hoje Gemeinde],"comunidade", ou
Versammlung, "assembléia". Para ele, a
verdadeira igreja era o povo de Deus, a
comunidade de cristãos ou, como diz o Credo
dos Apóstolos, a comunhão dos santos. Com
base nessa perspectiva, Lutero desenvolveu
uma doutrina da igreja ricamente matizada.
Devemos examinar com mais minúcia as três
facetas dessa doutrina:
1) a prioridade do evangelho,
2) Palavra e sacramento e
3) o sacerdócio de todos os cristãos.
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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Desde toda a eternidade Deus preordenou
tudo o que acontece, incluindo o destino dos
homens. A Bíblia chama de predestinação o
decreto divino concernente a esse destino. O
aspecto da predestinação mais saliente na
Escritura é conhecido pelo nome de eleição. É
ensinada em muitas passagens, como a de
Efésios 1:4-6,11, que diz: "Assim como nos
escolheu nele antes da fundação do mundo,
para sermos santos e irrepreensíveis perante
ele; e em amor nos predestinou para ele, para
a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo,
segundo o beneplácito de sua vontade, para
louvor da glória de sua graça, pela qual nos
fez agradáveis a si no Amado...Nele, digo, no
qual fomos também feitos herança,
predestinados segundo o propósito daquele
que faz todas as coisas conforme o conselho
da sua vontade".
Nenhum concílio de igrejas deliberou sobre
este assunto tão extensamente e com tão
laboriosa consideração pela Palavra de Deus
como o fez o Sínodo de Dort, em 1618 e 1619.
Nele, praticamente todas as igrejas
reformadas - calvinistas - da Europa,
estiveram representadas. Aquela corporação
de teólogos chegou à seguinte conclusão: "A
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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eleição é o imutável propósito de Deus pelo
qual, antes da fundação do mundo,
simplesmente por Sua graça, de acordo com o
soberano beneplácito da Sua vontade, de toda
a raça humana que, por sua própria culpa,
caíra do seu primitivo estado de retidão no
pecado e na destruição, escolheu um certo
número de pessoas para a redenção em
Cristo, a quem Ele, desde a eternidade,
designou para ser o Mediador e a Cabeça dos
eleitos e o fundamento da salvação" (Cânones
de Dort I, 7). O Capítulo III da Confissão de Fé
de Westminster, sem dúvida o mais
amadurecido de todos os credos calvinistas,
considerado por muitos como o maior credo
da cristandade, não é menos explícito sobre
esse tema.
Ao procurarmos relacionar com a
evangelização esta fase daquilo que
normalmente é denominado "a secreta
vontade de Deus", convém lembrar que
estamos lidando com um profundo mistério,
que estamos em terra santa, onde os anjos
temem pisar, que o homem finito não pode
nem começar a compreender o Deus infinito, e
que, portanto, temos que ser sóbrios, evitando
escrupulosamente qualquer especulação
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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humana e apoiando-nos estritamente na
segura Palavra de Deus.
A Amorosa Soberania da Eleição
A base da eleição não está nos escolhidos,
mas em Deus. Não é verdade, como às vezes
se diz, que Deus escolheu certas pessoas
porque já sabia que iam crer em Cristo. Por
certo Ele tinha conhecimento prévio disso,
como também de tudo quanto haveria de
suceder no tempo. Mas esse conhecimento
prévio, ou presciência, não foi a razão da Sua
escolha. A fé salvadora é um dom de Deus
aos Seus eleitos. Por essa fé a eleição deles é
concretizada (Efésios 2:8). Em vez de ser a
base da eleição, é uma de suas
conseqüências. A Bíblia afirma com clareza
que Deus os escolheu "segundo o beneplácito
de sua vontade" (Efésios 1:5). Isto só pode
significar que Ele os escolheu soberanamente.
O caráter soberano da eleição transparece
também no fato de que foi incondicional. Deus
não escolheu certas pessoas para a vida
eterna porque sabia que iriam crer em Cristo.
Tampouco decretou que certos pecadores
seriam salvos se eles cressem em Cristo.
Deus decretou que certas pessoas seriam
salvas mediante a fé em Cristo. Daí Paulo
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informou os cristãos de Tessalônica: "Deus
vos escolheu desde o princípio para a
salvação, pela santificação do Espírito e fé na
verdade" (2 Tessalonicenses 2:13). Então, a
fé é um fruto da eleição, não condição. "Ainda
que Deus sabe tudo quanto pode ou há de
acontecer em todas as circunstâncias
imagináveis, ele não decreta coisa alguma por
havê-las previsto como futura, ou como coisa
que havia de acontecer em tais e tais
condições" (Confissão de Fé de Westminster
III, 2).
A soberania da eleição é manifesta ainda em
sua imutabilidade. Deus declarou
solenemente: "O meu conselho permanecerá
de pé, farei toda a minha vontade" (Isaías
46:10). Paulo afirma: "Aos que predestinou, a
estes também chamou; e aos que chamou, a
estes também justificou; e aos que justificou, a
estes também glorificou" (Romanos 8:30).
Cada um dos eleitos de Deus tem a
segurança de que chegará à glória celeste. Os
teólogos de Westminster andaram bem
quando afirmaram que os eleitos "são e
imutavelmente designados; o seu número é
tão certo e definido, que não pode ser nem
aumentado nem diminuído (Confissão de Fé
de Westminster III, 4). Do mesmo modo, agiu
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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bem o Sínodo de Dort ao atribuir a eleição ao
"imutável beneplácito" de Deus (Cânones de
Dort I, 11). Deus, "em quem não pode existir
variação, nem sombra de mudança" (Tiago
1:17), não altera o Seu decreto. O frágil ser
humano não o pode modificar. Nem Satanás.
Ninguém vá pensar que Deus escolheu
arbitrariamente certas pessoas para a
salvação. Deus não faz nada arbitrariamente.
Tudo o que faz, Ele o faz porque é quem Ele
é. Que é, pois, que havia em Deus que o
moveu, por assim dizer, a escolher certas
pessoas para a vida eterna? Deus respondeu
inequivocadamente essa pergunta em Sua
Palavra. Escolheu-as porque as amou.
Romanos 8:29 diz: "Aos que de antemão
conheceu, também os predestinou para serem
conformes à imagem de seu Filho", e 1 Pedro
1:2 fala dos escolhidos de Deus como "eleitos,
segundo a presciência de Deus". Nestas duas
passagens é evidente que conhecimento tem
aquele sentido denso, tão freqüente na
Escritura; a saber, amor. Presciência, então, é
amor desde a eternidade. Deus amou os Seus
eleitos desde a eternidade. Por essa razão os
elegeu para a vida eterna. E se se perguntar
por que Deus, desde a eternidade, amou para
a salvação alguns homens em distinção de
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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outros, convém que humildemente
confessemos nossa ignorância. Somente
numa extensão muitíssimo limitada podemos
acompanhar os pensamentos de Deus. Seus
pensamentos não são os nossos
pensamentos. Como os céus são mais altos
do que a terra, assim os pensamentos de
Deus são mais altos do que os nossos
pensamentos (Isaías 55:8,9). Contudo,
sabemos isto: Ninguém merecia o amor de
Deus. Como todos pecaram em Adão, todos
mereciam a morte - sim, a morte eterna.
Todos eram "por natureza filhos da ira"
(Efésios 2:3). Se Deus tivesse deixado todos
os homens perecerem eternamente, todos
teriam recebido o que com justiça mereciam e
ninguém teria de que se queixar. Por esta
razão, é uma presunção indescritível queixar-
se alguém de que Deus, no Seu conselho de
predestinação, escolheu uns e deixou de lado
outros. Aplicam-se aqui as causticantes
palavras do apóstolo: "Quem és tu, ó homem,
para discutires com Deus? Porventura a coisa
formada dirá ao que a formou: Por que me
fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder
sobre a massa, para do mesmo barro fazer
um vaso para honra e outro para desonra?"
(Romanos 9:20,21). Ao invés de achar
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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algumas culpa em Deus pelo fato de Ele tratar
de maneira inteiramente justa certos
pecadores merecedores do inferno, adoremo-
lo por este eterno e gracioso amor que salva
outros igualmente merecedores de
condenação.
Fala-se aos cristãos que Deus os escolheu em
Cristo (Efésios 1:4). Há muita discussão entre
os teólogos sobre o significado exato dessa
frase. Por ora, basta tirar algumas conclusões
claras. Obviamente fica excluída a idéia de
que Deus tenha escolhido determinados
pecadores para a salvação sem referência a
Cristo, e que, depois de ter feito isso, planejou
a realização da salvação deles por meio de
Cristo. Isso faria de Cristo um simples meio,
no processo de execução do decreto de
eleição. Não se nos diz que os eleitos foram
escolhidos para a salvação por meio de Cristo,
mas, sim, que foram escolhidos em Cristo
para a salvação. É igualmente claro que a
frase em Cristo não pode significar que, como
Mediador entre Deus e os pecadores, Cristo,
por assim dizer, induziu o Pai a escolher
certos pecadores para a vida eterna. Esta
interpretação contradiz João 3:16, que
estabelece que Deus foi movido pelo amor
aos pecadores ao enviar Seu Filho ao mundo
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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para a realização da Sua obra mediadora. O
fato de que Deus escolheu os Seus em Cristo
significa necessariamente - sejam quais forem
as outras verdades aí envolvidas - que no
conselho da eleição Deus os viu como
pertencentes a Cristo, Seu Filho amado. Em
resumo, escolheu-os com base no amor com
que Ele ama o Filho. Em outras palavras, a
afirmação de Efésios 1:5 - "em amor nos
predestinou" - é paralela à afirmação presente
no versículo imediatamente anterior, e a
explica; a afirmação de que Deus nos
escolheu em Cristo.
A Eleição Requer Evangelização
Vez por outra se ouve a idéia de que a eleição
torna supérflua a ação evangelizadora.
Pergunta-se "Se o decreto da eleição é
imutável e, portanto, torna absolutamente
certa a salvação dos eleitos, que necessidade
têm elas do Evangelho? Os eleitos não vão
ser salvos mesmo, ouçam ou não o
Evangelho?"
A premissa desse argumento é inteiramente
verdadeira. A eleição divina torna a salvação
dos eleitos inteiramente certa. Mas a
conclusão derivada dessa premissa revela
grave incompreensão da soberania divina
como expressa no decreto da eleição.
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Enquanto que a eleição foi feita na eternidade,
não se pode perder de vista a verdade de que
sua concretização é um processo que se dá
no tempo, ou seja, dentro da história. Muitos
fatores tomam parte nesse processo. Um
deles é o Evangelho. E por sinal é um fator da
maior significação.
Não se confunda a soberania de Deus com a
Sua onipotência. Certamente Deus é todo-
poderoso. Significativamente, o conciso Credo
Apostólico se refere a este atributo de Deus,
não uma, porém duas vezes. Se Deus
quisesse, poderia pelo emprego da simples
força levar para o Céu os eleitos, e igualmente
pelo emprego da simples força lançar ao
inferno os não eleitos. Mas Ele não faz nada
disso. Pré-ordenação não é compulsão e a
certeza não exclui a liberdade. Ninguém
jamais foi convertido ao cristianismo à força.
Todo verdadeiro converso volta-se para Cristo
porque quer - embora seja certo que este
querer é dom de Deus, transmitindo a ele por
ocasião do seu novo nascimento. Deus trata
os seres humanos como criaturas racionais,
capazes de agir livremente. Por isso, Ele
arrazoa e dialoga com os não salvos por meio
do Evangelho. Quer "persuadir" os homens (2
Coríntios 5:11). E no caso dos eleitos, Ele
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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aplica o Evangelho aos corações deles de
maneira salvadora, mediante o Espírito Santo.
Não se vá supor que o soberano decreto de
Deus só se refere aos fins, com a exclusão
dos meios. Por mais ênfase que se dê, não
será suficiente para expressar que Deus pré-
ordenou tudo que sucede. Tudo abrange
meios, bem como os fins. Para ilustrar, Deus
não somente pré-determinou que dado
fazendeiro colhesse este ano dez mil arrobas
de trigo; pré-determinou também que colhesse
aquela quantidade como resultado de muito
trabalho duro. Do mesmo modo, Deus não
decretou apenas que certo pecador herde a
vida eterna, mas decretou que esse pecador
receba a vida eterna por meio da fé em Cristo,
e que obtenha a fé em Cristo por meio do
Evangelho.
Não se pode imaginar a soberania de Deus
como se ela eliminasse a responsabilidade
dos homens. Como os mais cultos e
competentes teólogos e filósofos se
mostraram incapazes de conciliar a soberania
divina com a responsabilidade humana
perante o tribunal da razão, sempre se corre o
risco de dar ênfase a uma delas em
detrimento - ou mesmo com a exclusão - da
outra. Mas a Bíblia ensina as duas verdades
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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com grande ênfase. Aquele que aceita com
humilde fé a Bíblia como a infalível Palavra de
Deus, dará vigoroso destaque tanto a uma
como à outra. Portanto, o pregador do
Evangelho tem de dizer ao pecador, não
apenas que a salvação é só pela graça
soberana, mas também que, para ser salvo,
ele precisa crer em Jesus Cristo como
Salvador e Senhor. Por um lado, deve pregar
que os eleitos de Deus serão salvos com toda
a segurança; por outro lado, deve proclamar a
advertência de que aquele que não crê no
Filho não verá a vida, mas a ira de Deus
permanece sobre ele (João 3:36). Mesmo os
eleitos precisam desta admoestação, pois faz
parte integrante do método que Deus adotou
para levá-los à salvação.
Agora fica assegurada uma conclusão das
mais significantes. Em vez de tornar supérflua
a evangelização, a eleição requer a
evangelização. Todos os eleitos de Deus têm
que ser salvos. Nenhum deles pode perecer.
E o Evangelho é o meio pelo qual Deus lhes
comunica a fé salvadora. De fato, é o único
meio que Deus emprega para esse fim. "A fé
vem pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus"
(Romanos 10:17).
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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Observe-se que, por paradoxal que pareça, a
eleição é universal. Certamente, a eleição é a
escolha de certas pessoas, dentre um maior
número, para a vida eterna. Assim a eleição
reflete particularismo. Contudo, num sentido
real, a eleição é universal. Deus tem os Seus
eleitos em todas as nações e em todas as
épocas. A igreja é composta de "eleitos de
toda nação", e em nenhum período da história
os eleitos pereceram na terra, e jamais
acontecerá isto no futuro. Deus quer que o
Evangelho seja proclamado no mundo todo e
em todo o tempo para que seja congregada a
soma total dos eleitos. É bom repetir, pois: a
eleição exige a evangelização.
A mesma verdade pode-se ver de outro
ângulo. A Escritura ensina que a eleição foi
feita com vistas às boas obras. Disse Paulo:
"Somos feitura dele, criados em Cristo Jesus
para as boas obras, as quais Deus de
antemão preparou para que andássemos
nelas" (Efésios 2:10). E a Escritura ensina
especificamente que a eleição foi feita com
vistas ao testemunho. Disse Pedro: "Vós sois
raça eleita...a fim de proclamardes as
grandezas daquele que vos chamou das
trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pedro
2:9). Deus escolheu determinadas pessoas,
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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não só para irem para o Céu quando
morrerem, mas também para serem Suas
testemunhas enquanto estiverem na terra.
Digamos outra vez: a eleição exige a
evangelização.
Eis outra conclusão igualmente significativa: a
eleição assegura que a evangelização resulte
em conversões genuínas. O pregador do
Evangelho não tem como dizer quem em seu
auditório pertence aos eleitos e quem não
pertence. Mas Deus sabe. E Deus está pronto
para aplicar e abençoar Sua Palavra nos
corações dos Seus eleitos para a salvação. O
momento preciso em que apraz a Deus fazer
isso no caso de um eleito individual, não
sabemos, mas é certo e seguro que o fará
antes da morte da pessoa. Exatamente tão
certo como todos os eleitos de Deus serão
salvos, é certo que a palavra do Evangelho
não tornará a Deus vazia (Isaías 55:11).
A Preterição e o Oferecimento do Evangelho
A eleição tem seu reverso. Se Deus escolheu
da raça humana decaída certo número para a
vida eterna, é óbvio que passou outros por
alto, deixando-os em seu estado de perdição e
decretando sua condenação por seus
pecados. Teologicamente, este aspecto da
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predestinação é conhecido como preterição,
rejeição ou reprovação. Tem-se alegado que
esta doutrina elimina o sincero e universal
oferecimento do Evangelho. Se Deus decretou
desde a eternidade que certos homens
pereçam eternamente, dizem os oponentes, é
inconcebível que Ele, dentro da história,
convide sinceramente a todos, sem distinção,
para a vida eterna.
Numa tentativa de refutar esse argumento, às
vezes se faz a observação de que o pregador
humano não tem meios de saber quem é
eleito e quem não é, e que, portanto, ele não
tem outro recurso senão proclamar o
Evangelho a todos, indiscriminadamente.
Embora válida, essa observação não atinge o
ponto. A questão é se Deus, que sabe
infalivelmente quais são os Seus eleitos e
quais não são, faz sincero oferecimento da
salvação a todos os que são alcançados pelo
Evangelho.
Fato da maior importância é que a Palavra de
Deus ensina inequivocadamente, tanto a
reprovação divina, como a universalidade e a
sinceridade do oferecimento do Evangelho. É
inegável que Romanos 9:21,22 ensina a
doutrina da reprovação: "Ou não tem o oleiro
direito sobre a massa, para do mesmo barro
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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fazer um vaso para honra e outro para
desonra? Que diremos, pois, se Deus
querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer
o seu poder, suportou com muita paciência os
vasos de ira, preparados para a perdição...?"
Também a ensina 1 Pedro 2:8, onde se faz
menção dos "que tropeçam na palavra, sendo
desobedientes, para o que também foram
destinados". Como se demonstrou no capítulo
anterior, o universal e sincero oferecimento do
Evangelho é firme e certamente ensinado em
Ezequiel 33:11, 2 Pedro 3:9 e em outras
partes mais.
Também podemos admitir - ou melhor, tem
que ser admitido - que estes ensinos não
podem ser conciliados entre si pela razão
humana. Tanto quanto possa interessar à
lógica humana, um exclui o outro. Todavia, a
aceitação de um deles com a exclusão do
outro é condenada como racionalismo. A
norma da verdade não é ditada pela razão
humana, e sim pela infalível Palavra de Deus.
A Palavra contém muitos paradoxos. O
exemplo clássico é o da soberania divina e a
responsabilidade humana. As duas doutrinas
que estamos focalizando agora, também
constituem um chocante paradoxo. Destruir
um paradoxo bíblico pela rejeição de um dos
MINISTÉRIO UNÇÃO E LEGADO -
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seus elementos, é colocar a lógica humana
acima da Palavra divina. Submeter a lógica
humana ao logos divino faz parte da fé singela
como a das crianças.
É digno de nota que, na história da igreja
cristã, os teólogos que têm insistido mais na
verdade da rejeição divina, são os que têm
defendido também, e da maneira mais
enfática, o universal e sincero oferecimento do
Evangelho. Seguem alguns exemplos.
É do conhecimento geral que João Calvino
ensinava a doutrina da reprovação divina. Às
vezes ele assumia até a posição
supralapsária, assim chamada. Quer dizer,
defendia a idéia de que o decreto da
predestinação precedeu logicamente os
decretos da criação e da queda. No entanto,
ao comentar Ezequiel 18:23, passagem
paralela a Ezequiel 33:11, disse ele: "Não há
nada que Deus deseja mais ardentemente do
que, que aqueles que estejam perecendo e
correndo para a destruição retomem o
caminho da segurança". E continuou? "Se
alguém objetar - bem, neste caso não há
nenhuma eleição de Deus pela qual Ele tenha
predestinado um número fixo para a salvação
- a resposta está à mão: o profeta não fala
aqui do secreto conselho de Deus, mas
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somente evoca aos homens em desgraça o
seu desespero, para que apreendam a
esperança de perdão, arrependam-se e
abracem a salvação oferecida. Se alguém
mais contestar - isso é fazer Deus agir com
duplicidade - a resposta está preparada, que
Deus sempre quer a mesma coisa, embora
por diferentes meios e de modo inescrutável
para nós. Portanto, embora a vontade de
Deus seja simples, grande variedade a
envolve, no que diz respeito aos nossos
sentidos. Além disso, não é surpreendente
que nossos olhos sejam cegados por luz
intensa, de modo que, certamente, não
podemos julgar como é que Deus quer que
todos se salvem e, contudo, destinou todos os
reprovados à destruição eterna, e quer que
eles pereçam. Enquanto olhamos através de
um vidro, obscuramente, devemos satisfazer-
nos com a medida do nosso entendimento.
Os Cânones de Dort ensinam
inconfundivelmente a doutrina da reprovação.
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