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Hugo Goes
Direito Previdencirio FCC
Curso de Questes Comentadas
Indicado para o concurso do INSS
Tcnico do Seguro Social e Perito Mdico
Dezembro de 2011
Direito Previdencirio FCC Hugo Goes Aluno(a): do concurso do INSS
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O autor
Hugo Goes nasceu na zona rural do pequeno Municpio de Cruzeta, no
serto do Rio Grande do Norte. Filho de trabalhadores rurais, sempre
estudou em escolas pblicas. Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil;
bacharel em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e em
Cincias Contbeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte; ps-
graduado em Direito Tributrio pela Universidade Sul de Santa Catarina
Unisul; professor de Direito Previdencirio em cursos jurdicos e
preparatrios para concursos pblicos; autor dos livros Manual de Direito
Previdencirio, Direito Previdencirio Cespe/UnB, Direito Previdencirio Esaf
e Resumo de Direito Previdencirio.
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Apresentao
A presente obra dedica-se ao estudo do Direito Previdencirio por
meio de comentrios a uma seleo de provas elaboradas pela Fundao
Carlos Chagas FCC, referentes a concursos pblicos realizados no perodo
de 2005 a 2011.
O objetivo do trabalho fornecer ao pblico leitor subsdios bsicos
para um bom aproveitamento nas provas de Direito Previdencirio
elaboradas por essa instituio.
Por meio da resoluo das questes e da leitura dos comentrios, os
leitores podem estudar conceitos, princpios e classificaes de cada um dos
temas dessa disciplina jurdica, bem como tomar conhecimento ou
memorizar a legislao previdenciria vigente e, ao mesmo tempo,
habituar-se ao formato de prova aplicada pela FCC.
Desse modo, esperamos que o presente trabalho seja til na
preparao de seus leitores.
Bons estudos.
Hugo Goes
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Sumrio
Assunto Pgina
Captulo 1 Seguridade social: conceito, princpios constitucionais e evoluo histrica
5
Captulo 2 Beneficirios do RGPS: segurados e dependentes 58
Captulo 3 Prestaes do RGPS: benefcios e servios 85
Captulo 4 Financiamento da Seguridade Social 146
Referncias Bibliogrficas 166
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Captulo 1
Seguridade Social: conceito, princpios
constitucionais e evoluo histrica
1. (FCC TCE/SE - Analista de Controle Externo 2011) No tocante
evoluo legislativa da Seguridade Social no Brasil, dentre as
primeiras regras de proteo, a aposentadoria por invalidez aos
servidores pblicos
(A) foi prevista inicialmente na Constituio Federal brasileira de
1946.
(B) somente teve previso constitucional na Constituio Federal
brasileira de 1988.
(C) teve previso inicial em lei especial de carter nacional
publicada em 1942.
(D) foi prevista inicialmente na Constituio Federal brasileira de
1891.
(E) teve previso inicial de carter nacional na conhecida Lei Eloy
Chaves.
Comentrios
Vamos aproveitar os comentrios dessa questo para fazer um
resumo acerca do tema previdncia social nas Constituies Federais
brasileiras.
A primeira Constituio a trazer a expresso aposentadoria foi a de
1891, que instituiu a aposentadoria para os funcionrios pblicos em caso
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de invalidez, custeada integralmente pelo Estado. O art. 75 da Constituio
de 1891 determinava o seguinte:
Art. 75. A aposentadoria s poder ser dada aos funcionrios pblicos em caso de invalidez no servio da Nao.
A Constituio de 1934 foi a primeira a estabelecer, em texto
constitucional, a forma tripartite de custeio, determinado a instituio de
previdncia, mediante contribuio igual da Unio, do empregador e do
empregado, a favor da velhice, da invalidez, da maternidade e nos casos de
acidentes de trabalho ou de morte (art. 121, 1, h). Essa foi tambm a
primeira Constituio a utilizar a expresso previdncia. Aqui, no se usou
o termo previdncia social, mas apenas previdncia.
A Constituio de 1937 teve por particularidade a utilizao da
expresso seguro social. Essa Constituio previu a instituio de seguros
de velhice, de invalidez, de vida e para os casos de acidentes do trabalho.
Nesse sentido, confira-se o seguinte dispositivo da Constituio de 1937:
Art 137 - A legislao do trabalho observar, alm de outros, os seguintes preceitos: [...] l) assistncia mdica e higinica ao trabalhador e gestante, assegurado a esta, sem prejuzo do salrio, um perodo de repouso antes e depois do parto; m) a instituio de seguros de velhice, de invalidez, de vida e para os casos de acidentes do trabalho; n) as associaes de trabalhadores tm o dever de prestar aos seus associados auxlio ou assistncia, no referente s prticas administrativas ou judiciais relativas aos seguros de acidentes do trabalho e aos seguros sociais. A Constituio de 1946 foi a primeira a utilizar a expresso
previdncia social em seu texto. Essa Constituio estabeleceu uma
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previdncia, mediante contribuio da Unio, do empregador e do
empregado, em favor da maternidade e contra as conseqncias da doena,
da velhice, da invalidez e da morte. Nesse sentido, confira-se o seguinte
dispositivo da Constituio de 1946:
Art. 157 - A legislao do trabalho e a da previdncia social obedecero nos seguintes preceitos, alm de outros que visem a melhoria da condio dos trabalhadores: [...] XIV - assistncia sanitria, inclusive hospitalar e mdica preventiva, ao trabalhador e gestante; XV - assistncia aos desempregados; XVI - previdncia, mediante contribuio da Unio, do empregador e do empregado, em favor da maternidade e contra as conseqncias da doena, da velhice, da invalidez e da morte; XVII - obrigatoriedade da instituio do seguro pelo empregador contra os acidentes do trabalho.
Em 1965, a Emenda Constitucional n 11 acrescentou Constituio
de 1946 o princpio da preexistncia do custeio em relao ao benefcio ou
servio, segundo o qual nenhuma prestao de servio de carter
assistencial ou de benefcio compreendido na previdncia social poder ser
criada, majorada ou estendida sem a correspondente fonte de custeio
total. Esse importante princpio da seguridade social foi repetido pelas
Constituies posteriores.
A Constituio de 1967 acrescentou como riscos sociais a doena e o
desemprego. Previu a criao do seguro-desemprego. Confira alguns
dispositivos da Constituio de 1967 relacionados previdncia social:
Art 158 - A Constituio assegura aos trabalhadores os seguintes direitos, alm de outros que, nos termos da lei, visem melhoria, de sua condio social: [...]
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II - salrio-famlia aos dependentes do trabalhador; [...] XI - descanso remunerado da gestante, antes e depois do parto, sem prejuzo do emprego e do salrio; [...] XVI - previdncia social, mediante contribuio da Unio, do empregador e do empregado, para seguro-desemprego, proteo da maternidade e, nos casos de doena, velhice, invalidez e morte; XVII - seguro obrigatrio pelo empregador contra acidentes do trabalho; [...] XX - aposentadoria para a mulher, aos trinta anos de trabalho, com salrio integral; [...] 1 - Nenhuma prestao de servio de carter assistencial ou de benefcio compreendido na previdncia social ser criada, majorada ou estendida, sem a correspondente fonte de custeio total. 2 - A parte da Unio no custeio dos encargos a que se refere o n XVI deste artigo ser atendida mediante dotao oramentria, ou com o produto de contribuies de previdncia arrecadadas, com carter geral, na forma da lei.
Em 1981, a Emenda Constitucional n 18, que alterou a CF/1967,
concedeu aposentadoria privilegiada para o professor e para a professora
aps 30 e 25 anos de servio, respectivamente.
Em 5/10/1988, foi promulgada a atual Constituio Federal. Como
novidade, a Constituio de 1988 destina um captulo inteiro (arts. 194 a
204) para tratar da Seguridade Social, entendida como o gnero do qual
so espcies a previdncia social, a assistncia social e a sade. As
contribuies sociais passaram a custear as aes do Estado nestas trs
reas, e no mais somente no campo da Previdncia Social. A primeira
Constituio Brasileira a adotar a expresso seguridade social foi a de
1988.
A Emenda Constitucional n 20, de 15 de dezembro de 1988,
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estabeleceu profundas mudanas na previdncia social, dentre as quais
podemos citar as seguintes:
Salrio-famlia e auxlio-recluso passaram a ser devidos somente
aos beneficirios de baixa renda;
Estabeleceu novas regras para as aposentadorias dos servidores
pblicos;
Determinou que a lei no poder estabelecer qualquer forma de
contagem de tempo de contribuio fictcio;
A aposentadoria por tempo de contribuio dos professores de ensino
superior perdeu o privilgio de cinco anos a menos no tempo de
contribuio, passando a obedecer regra geral (35 para homem, 30
para mulher);
Permitiu que a cobertura do risco de acidente do trabalho seja
atendida concorrentemente pelo RGPS e pelo setor privado, o que
depende de regulamentao mediante lei ordinria;
A aposentadoria proporcional foi extinta para quem comeou a
trabalhar a partir da data da publicao da emenda;
A Emenda Constitucional n 41, de 19 de dezembro de 2003,
publicada no Dirio Oficial da Unio no dia 31/12/2003, promoveu
profundas mudanas nas regras dos regimes prprios de previdncia social
RPPS (previdncia dos servidores pblicos ocupante de cargo efetivo).
Destaco as seguintes mudanas:
Determinou a incidncia de contribuio sobre os proventos de
aposentadorias e penses concedidas pelo RPPS que superem o limite
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mximo estabelecido para os benefcios do RGPS, com percentual
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
Alterou a forma de clculo da penso por morte, que passou a ser
igual: (I) ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido,
at o limite mximo estabelecido para os benefcios do RGPS,
acrescido de 70% da parcela excedente a este limite, caso
aposentado data do bito; ou (II) ao valor da totalidade da
remunerao do servidor no cargo efetivo em que se deu o
falecimento, at o limite mximo estabelecido para os benefcios do
RPS, acrescido de 70% da parcela excedente a este limite, caso em
atividade na data do bito;
Excluiu do texto constitucional a paridade entre ativos e inativos. A
paridade assegurava que os proventos de aposentadoria e penso por
morte fossem reajustados na mesma proporo e na mesma data,
sempre que se modificasse a remunerao dos servidores em
atividade.
Fim da integralidade dos proventos de aposentadoria para servidores
que ingressarem no servio pblico a partir vigncia da EC 41/2003.
No clculo da aposentadoria desses servidores titulares de cargo
efetivo, amparados por RPPS, ser considerada a mdia aritmtica
simples das maiores remuneraes, utilizadas como base para as
contribuies do servidor aos regimes de previdncia a que esteve
vinculado, correspondentes a 80% de todo o perodo contributivo
desde a competncia julho de 1994 ou desde a do incio da
contribuio, se posterior quela competncia.
A Emenda Constitucional n 47, de 5 de julho de 2005, modificou
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algumas regras de transio que tinham sido estabelecidas pela Emenda
Constitucional n 41/2003. Essa emenda, entre outras coisas, tambm
modificou a contribuio dos aposentados e pensionistas dos regimes
prprios de previdncia, nos casos em que o beneficirio, na forma da lei,
for portador de doena incapacitante. Para estes, a contribuio incidir
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de penso que
superem o dobro do limite mximo estabelecido para os benefcios do
RGPS.
Em relao ao RGPS, uma das principais alteraes da Emenda
Constitucional n 47/2005 foi permitir que a lei crie um sistema especial de
incluso previdenciria para atender a trabalhadores de baixa renda e
queles sem renda prpria que se dediquem exclusivamente ao trabalho
domstico no mbito de sua residncia, desde que pertencentes a famlias
de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefcios de valor igual a um
salrio-mnimo (CF, art. 201, 12). Esse sistema especial de incluso
previdenciria ter alquotas e carncias inferiores s vigentes para os
demais segurados do regime geral de previdncia social.
Gabarito D
2. (FCC Perito Mdico do INSS 2006) Assinale a alternativa
correta.
a) O primeiro diploma a instituir um sistema previdencirio no
Brasil foi a Lei Orgnica da Previdncia Social LOPS, de 1923, que
criou a Caixa de Aposentadoria e Penso dos Ferrovirios.
b) O segurado da Previdncia Social adquire o direito
aposentadoria no momento em que rene todos os requisitos legais
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para a sua obteno, inclusive o requerimento, conforme o
entendimento do Supremo Tribunal Federal.
c) O objetivo constitucional da universalidade de cobertura autoriza
o legislador a criar benefcios previdencirios independentemente
de fonte de custeio.
d) O direito previdencirio no pode ser considerado ramo
autnomo do direito porque os princpios do direito do trabalho so
inteiramente aplicveis aos conflitos previdencirios.
e) O salrio-maternidade um benefcio previdencirio que tem seu
valor correspondente ao salrio da atividade para a segurada
empregada a fim de impedir a discriminao na contratao de
mulheres, conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Comentrios
Alternativa A A doutrina majoritria considera como marco inicial da
previdncia social brasileira a Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n 4.682,
de 24-1-1923). Esta Lei instituiu as Caixas de Aposentadoria e Penses
(CAPs) para os ferrovirios. Assegurava, para esses trabalhadores, os
benefcios de aposentadoria por invalidez, aposentadoria ordinria
(equivalente atual aposentadoria por tempo de contribuio), penso por
morte e assistncia mdica. Os beneficirios eram os empregados e
diaristas que executavam servios de carter permanente nas empresas de
estrada de ferro existentes no Pas. Os regimes das CAPs eram
organizados por empresa. Na dcada de 20, do sculo passado, as CAPs
ganharam popularidade e proliferaram-se, chegando ao nmero de 183
(cento e oitenta e trs). A primeira empresa a criar uma caixa de
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aposentadoria e penses foi a Great Western do Brasil.
Atualmente, comemora-se o aniversrio da previdncia social
brasileira no dia 24 de janeiro, em aluso Lei Eloy Chaves (que de 24 de
janeiro de 1923).
Antes da Lei Eloy Chaves, j havia o Decreto-legislativo n 3.724/19,
sobre o seguro obrigatrio de acidente do trabalho. J havia tambm
algumas leis concedendo aposentadorias para algumas categorias de
trabalhadores (professores, empregados dos Correios, servidores pblicos
etc.). Embora a doutrina considere a Lei Eloy Chaves como marco inicial da
previdncia brasileira, no correto afirmar que ela seja o primeiro diploma
legal sobre previdncia social. A Lei Eloy Chaves ficou conhecida como
marco inicial da previdncia social brasileira devido ao desenvolvimento e
estrutura que a previdncia passou a ter depois do seu advento.
comum em provas de concursos aparecer alguma questo acerca
da Lei Eloy Chaves. Mas tenham cuidado: se a questo afirmar que antes
dessa lei no existia nenhuma legislao em matria previdenciria no
Brasil, voc deve considerar a questo como ERRADA.
O enunciado da alternativa A, ora comentada, afirma que a Lei
Orgnica da Previdncia Social (LOPS) criou a Caixa de Aposentadoria e
Penso dos Ferrovirios. Isso no verdade. A Caixa de Aposentadoria e
Penso dos Ferrovirios foi criada pela Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo
n 4.682, de 24-1-1923).
Em 1960, a Lei n 3.807, Lei Orgnica da Previdncia Social (LOPS),
padronizou o sistema assistencial, estabelecendo regras uniformes para o
amparo a segurados e dependentes dos vrios institutos ento existentes. A
LOPS tambm criou novos benefcios como o auxlio-natalidade, auxlio
funeral e auxlio recluso.
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Alternativa B De acordo com o art. 5, XXXVI, da Constituio Federal, a
lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa
julgada.
Assim, se mais vantajoso, fica assegurado o direito aposentadoria,
nas condies legalmente previstas na data do cumprimento de todos os
requisitos necessrios obteno do benefcio, ao segurado que, tendo
completado 35 anos de servio, se homem, ou trinta anos, se mulher, optou
por permanecer em atividade (Lei n 8.213/91, art. 122).
No mesmo sentido, a perda da qualidade de segurado no prejudica o
direito aposentadoria para cuja concesso tenham sido preenchidos todos
os requisitos, segundo a legislao em vigor poca em que estes
requisitos foram atendidos (Lei n 8.213/91, art. 102, 1).
Para comear a receber os proventos da aposentadoria, necessrio
que o segurado faa o seu requerimento. Mas para adquirir o direito
aposentadoria, basta que o segurado rena todos os requisitos legais para a
sua concesso. Uma lei posterior, que modifique os requisitos para a
concesso do benefcio, no prejudicar o seu direito adquirido.
Alternativa C De acordo com o 5 do art. 201 da Constituio Federal,
nenhum benefcio ou servio da seguridade social poder ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
Alternativa D Do ponto de vista cientfico, no se deve falar em autonomia
de nenhum ramo do Direito, que uno. Didaticamente, porm,
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conveniente dividir-se o Direito em ramos, com o objetivo de facilitar o
estudo.1
A questo da autonomia deste ou daquele ramo do Direito costuma
ser colocada em torno de reais ou supostas especificidades ou propriedades
de um dado conjunto de normas jurdicas, que possam distingui-lo dos
demais setores do Direito.2
Em relao autonomia do Direito Previdencirio, h duas teorias: a
primeira afirma que a previdncia social encontra-se no mbito do Direito
do Trabalho; a segunda sustenta a autonomia didtica deste ramo do
Direito.
Todavia, o entendimento dominante que h autonomia do Direito
Previdencirio, mostrando que esse ramo do Direito no se confunde com o
Direito do Trabalho.
A Constituio de 1988 acaba com tal celeuma, ao estatuir um
captulo prprio para a seguridade social, no qual constam vrias
disposies sobre seguridade social, abrangendo a previdncia social,
assistncia social e sade, tornando-o totalmente desvinculado do Direito
do Trabalho, que teve suas disposies includas no Captulo II (Dos
Direitos Sociais) do Ttulo II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), no
art. 7.
Conclui-se, portanto, que o Direito Previdencirio reconhecido como
ramo autnomo do Direito, relativamente s outras reas da cincia
jurdica, em razo de possuir um objeto prprio de estudo e princpios e
conceitos particulares, diversos dos que informam outros ramos do Direito.
1 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributrio. 21. ed. So Paulo: Malheiros, 2002. p. 54. 2 AMARO, Luciano. Direito Tributrio Brasileiro. 8. ed. So Paulo: Saraiva, 2002, p.6.
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Possui ainda normas especficas sobre seu objeto, destacando-se as Leis
8.212/91 e 8.213/91.
Alternativa E O salrio-maternidade para a segurada empregada ou
trabalhadora avulsa consistir numa renda mensal igual a sua remunerao
integral (Lei n 8.213/91, art. 72, caput).
O inciso XX do art. 7 da Constituio, assegura a proteo do
mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especficos, nos
termos da lei. O objetivo deste dispositivo constitucional de que homens
e mulheres tenham as mesmas possibilidades de trabalho, sem que haja
nenhuma discriminao em relao mulher. Para tanto a lei ordinria deve
conceder incentivos especficos visando proteo do mercado de trabalho
da mulher.
Um dos incentivos j existentes o de que o salrio-maternidade
assumido pela Previdncia Social, e no pelo empregador. O salrio-
maternidade um benefcio previdencirio, sendo, por isso, um encargo
financeiro da Previdncia Social. Assim, quando se trata de segurada
empregada, o salrio-maternidade pago pela empresa, mas esta tem o
direito de reembolsar-se do valor despendido, efetuando a compensao
quando do recolhimento de suas contribuies previdencirias (Lei n
8.213/91, art. 72, 1).
Inicialmente, era o empregador quem assumia o pagamento do
salrio referente ao perodo em que a gestante ficava afastada para dar
luz. Em consequncia, a contratao era mais escassa, pois o empregador
no se interessava em ter esse encargo. Somente com a edio da Lei n
6.136, de 7-11-74, que o salrio-maternidade passou a ser uma
prestao previdenciria, desonerando-se o empregador desta obrigao
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financeira.
O salrio-maternidade tem, portanto, evidente fim social, uma vez
que desonera os custos que o afastamento remunerado da empregada
acarretaria para o empregador. Visa, portanto, a proteo da mulher e a
reduo das desigualdades.
Gabarito: E
3. (FCC - PGE/MT - Procurador do Estado - 2011) A Seguridade
Social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos
poderes pblicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito
relativo sade, previdncia e assistncia social.
Considere os itens abaixo relacionados:
I. universalidade da cobertura e do atendimento;
II. uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s
populaes urbanas e rurais;
III. seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e
servios;
IV. irredutibilidade do valor dos benefcios;
V. carter democrtico e centralizado da gesto administrativa, com
a participao da comunidade, em especial de trabalhadores,
empresrios e aposentados.
Quanto aos princpios e diretrizes da Seguridade Social, esto
corretos os itens
(A) I, II, III e IV, apenas.
(B) I, III, IV e V, apenas.
(C) I, II, IV e V, apenas.
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(D) II, III, IV e V, apenas.
(E) I, II, III, IV e V.
Comentrios
Item I universalidade da cobertura e do atendimento um dos
princpios da seguridade social (CF, art. 194, pargrafo nico, I). Por
universalidade da cobertura entende-se que a proteo social deve alcanar
todos os riscos sociais que possam gerar o estado de necessidade. Riscos
sociais so os infortnios da vida (doenas, acidentes, velhice, invalidez
etc.), aos quais qualquer pessoa est sujeita. A universalidade do
atendimento tem por objetivo tornar a seguridade social acessvel a todas
as pessoas residentes no pas, inclusive estrangeiras.
Item II uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s
populaes urbanas e rurais tambm um princpio constitucional da
seguridade social (CF, art. 194, pargrafo nico, II). A uniformidade diz
respeito s contingncias que iro ser cobertas. A equivalncia refere-se ao
aspecto pecunirio dos benefcios ou qualidade dos servios, que no
sero necessariamente iguais, mas equivalentes. Quando se fala em
uniformidade, equivale dizer, portanto, que as mesmas contingncias
(morte, velhice, maternidade etc.) sero cobertas tanto para os
trabalhadores urbanos como para os rurais. Como exemplo de equivalncia,
o valor mensal dos benefcios previdencirios que substituam o rendimento
do trabalho do segurado (urbano ou rural) nunca ser inferior a um salrio
mnimo (CF, art. 201, 2).
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Item III outro princpio da seguridade social a seletividade e
distributividade na prestao dos benefcios e servios (CF, art. 194,
pargrafo nico, III). A seletividade atua na delimitao do rol de
prestaes, ou seja, na escolha dos benefcios e servios a serem mantidos
pela seguridade social, enquanto a distributividade direciona a atuao do
sistema protetivo para as pessoas com maior necessidade, definindo o grau
de proteo.3
Item IV irredutibilidade do valor dos benefcios tambm um princpio
da seguridade social (CF, art. 194, pargrafo nico, IV). Esse princpio
assegura que o benefcio legalmente concedido pela Previdncia Social ou
pela Assistncia Social no tenha seu valor nominal reduzido.4 Assim,
uma vez definido o valor do benefcio, este no pode ser reduzido
nominalmente, salvo se houve erro na sua concesso.
Item V Dentre os princpios constitucionais da seguridade social tambm
se encontra o carter democrtico e descentralizado da administrao,
mediante gesto quadripartite, com participao dos trabalhadores, dos
empregadores, dos aposentados e do Governo nos rgos colegiados (CF,
art. 194, pargrafo nico, VII). De acordo com este princpio, a gesto dos
recursos, programas, planos, servios e aes, nas trs reas da seguridade
social, em todas as esferas de poder, deve ser realizada mediante discusso
com a sociedade. Podemos citar como exemplo da materializao desse
princpio a criao do Conselho Nacional de Previdncia Social (Lei n
3 BALERA, Wagner. Noes Preliminares de Direito Previdencirio. So Paulo: Quartier Latin, 2004, p. 87. 4 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, Joo Batista. Manual de Direito Previdencirio. 9 ed. So Paulo: LTr, 2008, p. 101.
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8.213/91, art. 3); do Conselho Nacional de Assistncia Social (Lei n
8.742/93, art. 17); e do Conselho Nacional de Sade (Lei n 8.080/90).
O item V, ora comentado, est errado, pois o carter da administrao da
seguridade social no centralizado, mas descentralizado.
Gabarito: A
4. (FCC - TCM/BA - Procurador Especial de Contas - 2011) So
princpios constitucionais da Seguridade Social:
(A) universalidade do atendimento; seletividade e distributividade
na prestao dos benefcios e servios e irredutibilidade do valor
dos benefcios.
(B) diversidade da base de financiamento; contrapartida e
centralizao da administrao.
(C) universalidade da cobertura; formalismo procedimental e
irredutibilidade do valor dos benefcios e servios.
(D) uniformidade e equivalncia dos benefcios s populaes
urbanas e rurais; unicidade da base de financiamento e
irredutibilidade do valor dos servios.
(E) equidade na forma de participao do custeio; incapacidade
contributiva e diversidade de atendimento.
Comentrios
Alternativa A Como visto nos comentrios da questo anterior,
universalidade do atendimento; seletividade e distributividade na prestao
dos benefcios e servios e irredutibilidade do valor dos benefcios so
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princpios constitucionais da seguridade social.
Alternativa B diversidade da base de financiamento um dos princpios
constitucionais da seguridade social (CF, art. 194, pargrafo nico, VI). A
seguridade social tem diversas fontes de custeio; assim, h maior
segurana para o sistema; em caso de dificuldade na arrecadao de
determinadas contribuies, haver outras para lhes suprir a falta.
A alternativa B, ora comentada, est errada, pois contrapartida e
centralizao da administrao no so princpios da seguridade social.
Alternativa C formalismo procedimental no princpio da seguridade
social.
Alternativa D unicidade da base de financiamento no princpio da
seguridade social. Como visto no comentrio da alternativa B, um dos
princpios da seguridade social a diversidade da base de financiamento
(CF, art. 194, pargrafo nico, VI).
Alternativa E equidade na forma de participao do custeio um dos
princpios constitucionais da seguridade social (CF, art. 194, pargrafo
nico, V). Esse princpio um desdobramento do princpio da igualdade
(CF/88, art. 5) que consiste em tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades. Tratar com
igualdade os desiguais seria aprofundar as desigualdades; no esse o
objetivo da seguridade social. Em relao ao custeio da seguridade social,
podemos resumi-lo com a seguinte frase: quem pode mais paga mais; que
pode menos paga menos.
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A alternativa E, ora comentada, est errada, pois incapacidade contributiva
e diversidade de atendimento no so princpios da seguridade social.
Gabarito: A
5. (FCC - Advogado - Nossa Caixa - 2011) O princpio da
universalidade da cobertura prev
(A) que os benefcios so concedidos a quem deles efetivamente
necessite, razo pela qual a Seguridade Social deve apontar os
requisitos para a concesso dos benefcios e servios.
(B) que a proteo social deve alcanar todos os eventos cuja
reparao seja premente, a fim de manter a subsistncia de quem
dela necessite.
(C) que o benefcio legalmente concedido pela Previdncia Social
no pode ter o seu valor nominal reduzido.
(D) a participao equitativa de trabalhadores, empregadores e
Poder Pblico no custeio da seguridade social.
(E) que no h um nico benefcio ou servio, mas vrios, que sero
concedidos e mantidos de forma seletiva, conforme a necessidade
da pessoa.
Comentrios
Alternativa A esse enunciado refere-se ao princpio da seletividade e
distributividade na prestao dos benefcios e servios (CF, art. 194,
pargrafo nico, III).
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Alternativa B Por universalidade da cobertura entende-se que a proteo
social deve alcanar todos os riscos sociais que possam gerar o estado de
necessidade. Riscos sociais so os infortnios da vida (doenas, acidentes,
velhice, invalidez etc.), aos quais qualquer pessoa est sujeita. O enunciado
da alternativa B o que mais se aproxima do significado do princpio da
universalidade da cobertura.
Alternativa C esse enunciado refere-se ao princpio da irredutibilidade do
valor dos benefcios (CF, art. 194, pargrafo nico, IV).
Alternativa D esse enunciado refere-se ao princpio da eqidade na forma
de participao no custeio (CF, art. 194, pargrafo nico, V).
Alternativa E esse enunciado refere-se ao princpio da seletividade e
distributividade na prestao dos benefcios e servios (CF, art. 194,
pargrafo nico, III).
Gabarito: B
6. (FCC TCE/SE - Analista de Controle Externo 2011) Maria e
Joo so empregados da empresa X. Maria possui trs dependentes
enquanto Joo no possui dependentes. Na qualidade de segurada
Maria recebe o benefcio salrio-famlia enquanto Joo apesar de
segurado no recebe. Neste caso especfico est sendo aplicado o
princpio constitucional da
(A) equidade na forma de participao no custeio.
(B) distributividade na prestao dos benefcios.
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(C) universalidade do atendimento.
(D) diversidade da base de financiamento.
(E) seletividade da prestao dos benefcios.
Comentrios
Um dos princpios constitucionais da seguridade social a
seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios (CF,
art. 194, pargrafo nico, III).
Para CASTRO & LAZZARI, a seletividade pressupe que os benefcios
so concedidos a quem deles efetivamente necessite, razo pela qual a
seguridade social deve apontar os requisitos para a concesso de benefcios
e servios. Nesse sentido, um trabalhador que no possua filhos (nem
equiparados a filhos), o benefcio do salrio-famlia no ser concedido. A
distributividade refere-se distribuio de renda e bem-estar social. Ao se
conceder, por exemplo, o benefcio de prestao continuada da assistncia
social (BPC/LOAS) aos idosos e portadores de deficincia sem meio de
subsistncia, distribui-se renda; ao se prestar os servios bsicos de sade,
distribui-se bem-estar social.5
Assim, compete ao legislador com base em critrios equitativos de
solidariedade e justia social e segundo as possibilidades econmico-
financeiras do sistema definir quais benefcios sero concedidos a
determinados grupos de pessoas, em razo de especificidades que as
particularizem.
5 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, Joo Batista. Op. cit., p. 101.
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Diante do acima exposto, conclui-se que o princpio da seletividade
da prestao dos benefcios o que mais se aproxima da situao
hipottica apresentada pela questo ora comentada.
Gabarito: E
7. (FCC - PGE/RR Procurador do Estado - 2006) O financiamento
da Seguridade Social, incluindo a assistncia social,
(A) tripartite, a cargo do Poder Pblico, das empresas e dos
trabalhadores.
(B) compete s empresas e aos trabalhadores, mediante as
contribuies obrigatrias ao Regime Geral de Previdncia Social.
(C) consiste nas contribuies das empresas, dos segurados e na
renda lquida das loterias federais.
(D) compete Unio, com recursos do respectivo oramento fiscal.
(E) cabe a toda a sociedade, direta e indiretamente.
Comentrios
A atual Constituio Federal (de 1988) abandonou a tradicional
forma tripartite de custeio prevista nas Constituies anteriores (a
Constituio de 1934 foi a primeira a estabelecer, em texto constitucional, a
forma tripartite de custeio). A Constituio de 1988 inovou em matria de
financiamento, estabelecendo como um dos princpios da seguridade social
a diversidade da base de financiamento (CF, art. 194, pargrafo nico,
VI). Isso significa que a seguridade social tem diversas fontes de custeio;
assim, h maior segurana para o sistema; em caso de dificuldade na
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arrecadao de determinadas contribuies, haver outras para lhes suprir
a falta.
De acordo com o disposto no caput do art. 195 da Constituio
federal, a seguridade social ser financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
oramentos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e
das contribuies sociais.
A seguridade social ser financiada por toda a sociedade, de duas de formas:
Forma direta
Por meio do recolhimento de contribuies sociais.
Forma indireta
Mediante recursos provenientes dos oramentos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.
Diante do acima exposto, conclui-se que o enunciado da alternativa
E o que mais se aproxima do atual modelo financiamento da Seguridade
Social.
Gabarito: E
8. (FCC - Assembleia Legislativa / SP - Ag.Tc.Leg.Esp-Direito -
2010) Considere as seguintes assertivas a respeito do Regime Geral
da Previdncia Social:
I. vedada a filiao ao regime geral de previdncia social, na
qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime
prprio de previdncia.
II. A gratificao natalina dos aposentados e pensionistas ter por
base a mdia aritmtica do valor dos proventos recebidos em cada
ano.
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III. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer ttulo, sero
incorporados ao salrio para efeito de contribuio previdenciria e
consequente repercusso em benefcios, nos casos e na forma da
lei.
IV. O Regime Geral da Previdncia Social possui carter contributivo
e filiao obrigatria, observados os critrios que preservem o
equilbrio financeiro e atuarial.
De acordo com a Constituio Federal brasileira, est correto o que
se afirma APENAS em
(A) I, II e III.
(B) I, II e IV.
(C) I, III e IV.
(D) II, III e IV.
(E) II e IV.
Comentrios
Item I Conforme o 5 do art. 201 da Constituio Federal, vedada a
filiao ao regime geral de previdncia social, na qualidade de segurado
facultativo, de pessoa participante de regime prprio de previdncia.
Item II Conforme o 6 do art. 201 da Constituio Federal, a
gratificao natalina dos aposentados e pensionistas ter por base o valor
dos proventos do ms de dezembro de cada ano.
Item III De acordo com o 11 do art. 201 da Constituio Federal, os
ganhos habituais do empregado, a qualquer ttulo, sero incorporados ao
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salrio para efeito de contribuio previdenciria e consequente repercusso
em benefcios, nos casos e na forma da lei. Percebe-se que o constituinte,
expressamente, ampliou o conceito de salrio para fins de incidncia das
contribuies previdencirias, para alcanar no s os salrios propriamente
ditos, mas tambm os rendimentos do trabalho pagos a qualquer ttulo.
Vale frisar que o prprio conceito doutrinrio de salrio tambm
compreende o salrio social que envolve atribuies econmicas garantidas
pela legislao trabalhista ou previdenciria, sobretudo aquelas que so
pagas com a interrupo do contrato de trabalho.
Regulamentando o 11 do art. 201 da Carta Magna, coube Lei n
8.212/91 excluir da base de clculo das contribuies previdencirias alguns
valores recebidos pelo trabalhador. Os valores que esto fora do campo de
incidncia das contribuies previdencirias so exclusivamente os previstos
no 9 do art. 28 da Lei n 8.212/91.
Item IV De acordo com o caput do art. 201 da Constituio Federal, a
previdncia social ser organizada sob a forma de regime geral, de carter
contributivo e de filiao obrigatria, observados critrios que preservem o
equilbrio financeiro e atuarial.
Carter contributivo: para fazer jus aos benefcios previdencirios
necessrio que o segurado contribua financeiramente para o regime. Das
trs reas integrantes da seguridade social (previdncia social, assistncia
social e sade), a nica que tem carter contributivo a previdncia social.
Filiao obrigatria: exercendo o trabalhador alguma atividade remunerada
abrangida pelo RGPS, ser obrigatoriamente filiado a este regime
previdencirio. No tocante quelas pessoas que no exercem atividade
remunerada, a Constituio permite a filiao de forma facultativa.
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Equilbrio financeiro: a garantia de equivalncia entre as receitas auferidas
e as obrigaes do regime previdencirio em cada exerccio financeiro.
Equilbrio atuarial: a garantia de equivalncia, a valor presente, entre o
fluxo das receitas estimadas e das obrigaes projetadas, apuradas
atuarialmente, a longo prazo.
Gabarito: C
9. (FCC - TCE/AP - Procurador Contas - 2010) A previso
constitucional segundo a qual a seguridade social ser financiada
por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos oramentos dos entes da
Federao e das contribuies sociais que estabelece, decorrncia
do princpio da
(A) diversidade da base de financiamento.
(B) universalidade do atendimento.
(C) seletividade na prestao de benefcios e servios.
(D) equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas e
rurais.
(E) irredutibilidade do valor dos benefcios.
Comentrios
De acordo com o caput do art. 195 da Constituio Federal, a
seguridade social ser financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes da Unio, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e das seguintes contribuies
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sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salrios e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer ttulo, pessoa fsica que lhe preste servio,
mesmo sem vnculo empregatcio;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdncia social, no
incidindo contribuio sobre aposentadoria e penso concedidas pelo
regime geral de previdncia social;
III - sobre a receita de concursos de prognsticos.
IV - do importador de bens ou servios do exterior, ou de quem a lei
a ele equiparar.
De acordo com o 4 do art. 195 da Constituio Federal, alm das
fontes de custeio acima discriminadas, podero ser institudas, mediante lei
complementar, outras fontes destinadas a garantir a manuteno ou
expanso da seguridade social.
As vrias fontes de custeio da seguridade social, acima elencadas,
decorrncia do princpio constitucional da diversidade da base de
financiamento (CF, art. 194, pargrafo nico, VI). A seguridade social tem
diversas fontes de custeio; assim, h maior segurana para o sistema; em
caso de dificuldade na arrecadao de determinadas contribuies, haver
outras para lhes suprir a falta.
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Gabarito: A
10. (FCC Analista TRF 4 Regio - 2007) - Para um trabalhador
que no possua dependentes, o benefcio salrio-famlia no ser
concedido; para o trabalhador que se encontre incapaz
temporariamente para o trabalho, por motivo de doena, no ser
concedida a aposentadoria por invalidez, mas auxlio doena.
Nesses casos, est sendo aplicado, especificamente, o princpio
constitucional da
(A) seletividade na prestao dos benefcios e servios.
(B) universalidade na cobertura e no atendimento.
(C) equidade na forma de participao no custeio.
(D) diversidade da base de financiamento.
(E) democratizao e descentralizao da administrao.
Comentrios
Um dos princpios constitucionais da seguridade social a
seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios (CF,
art. 194, pargrafo nico, III).
Para CASTRO & LAZZARI, a seletividade pressupe que os benefcios
so concedidos a quem deles efetivamente necessite, razo pela qual a
seguridade social deve apontar os requisitos para a concesso de benefcios
e servios. A distributividade refere-se distribuio de renda e bem-estar
social.6
6 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, Joo Batista. Op. cit., p. 101.
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Diante do acima exposto, conclui-se que o princpio da seletividade
da prestao dos benefcios e servios o que mais se aproxima da
situao apresentada pela questo ora comentada.
Gabarito: A
11. (FCC - TRF4 - Analista Judicirio - 2010) Sobre o Conselho
Nacional de Previdncia Social CNPS, considere:
I. O CNPS ter, dentre os seus membros, seis representantes do
Governo Federal.
II. Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes sero
nomeados pelo Presidente da Repblica.
III. Os membros do CNPS representantes titulares da sociedade
civil tero mandato de 2 (dois) anos, vedada a reconduo.
IV. O CNPS reunir-se-, ordinariamente, duas vezes por ms, por
convocao de seu Presidente.
Est correto o que consta APENAS em
(A) I e III.
(B) I, II e III.
(C) I, II e IV.
(D) II, III e IV.
(E) I e II.
Comentrios
Item I O art. 3 da Lei n 8.213/91 instituiu o Conselho Nacional de
Previdncia Social CNPS, rgo superior de deliberao colegiada, que
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ter como membros: (I) seis representantes do Governo Federal; (II) nove
representantes da sociedade civil, sendo trs representantes dos
aposentados e pensionistas, trs representantes dos trabalhadores em
atividade e trs representantes dos empregadores.
Item II De acordo com o 1 do art. 3 da Lei n 8.213/91, os membros
do CNPS e seus respectivos suplentes sero nomeados pelo Presidente da
Repblica.
Item III Os membros do CNPS representantes titulares da sociedade civil
tero mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos, de imediato,
uma nica vez (Lei n 8.213/91, art. 3, 1).
Item IV O CNPS reunir-se-, ordinariamente, uma vez por ms, por
convocao de seu Presidente, no podendo ser adiada a reunio por mais
de 15 dias se houver requerimento nesse sentido da maioria dos
conselheiros (Lei n 8.213/91, art. 3, 3). Poder ser convocada reunio
extraordinria por seu Presidente ou a requerimento de um tero de seus
membros, conforme dispuser o regimento interno do CNPS (Lei n
8.213/91, art. 3, 4).
Gabarito: E
12. (FCC TRF4 - Tcnico Judicirio 2010) Publicada lei
modificando a contribuio social sobre a receita ou faturamento,
(A) no poder ser exigida tal contribuio no mesmo exerccio
financeiro em que haja sido publicada a referida lei,
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independentemente da data de sua publicao.
(B) poder ser exigida tal contribuio imediatamente aps a data
da publicao da referida lei.
(C) s poder ser exigida tal contribuio aps decorridos cento e
vinte dias da data da publicao da referida lei.
(D) s poder ser exigida tal contribuio aps decorridos noventa
dias da data da publicao da referida lei.
(E) s poder ser exigida tal contribuio aps decorridos cento e
oitenta dias da data da publicao da referida lei.
Comentrios
As contribuies destinadas ao financiamento da seguridade social s
podero ser exigidas depois de decorridos noventa dias da data da
publicao da lei que as houver institudo ou modificado (CF, art. 195,
6). Trata--se, aqui, do princpio da anterioridade nonagesimal, tambm
conhecido como princpio da noventena ou da anterioridade mitigada.
As modificaes que esto sujeitas anterioridade nonagesimal so as que
representem uma efetiva onerosidade para o contribuinte. As modificaes
menos onerosas ao contribuinte podem ser aplicadas desde a entrada em
vigor da lei nova.
O princpio da anterioridade nonagesimal tem como objetivo proteger
o contribuinte contra o fator surpresa. A noventena o tempo necessrio
para que o contribuinte ajuste seu planejamento financeiro, visando o
pagamento da contribuio.
Para os demais tributos, com algumas excees, alm da
anterioridade nonagesimal, aplica-se tambm o princpio da anterioridade
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anual (ou anterioridade do exerccio). De acordo com o princpio da
anterioridade anual, os tributos no podem ser cobrados no mesmo
exerccio financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou (CF, art. 150, III, b). Para as contribuies destinadas
seguridade social, o princpio da anterioridade anual no se aplica. Para
estas contribuies, aplica-se apenas a anterioridade nonagesimal.
Gabarito: D
13. (FCC TRF4 - Tcnico Judicirio 2010) O princpio
constitucional que consiste na concesso dos benefcios a quem
deles efetivamente necessite, devendo a Seguridade Social apontar
os requisitos para a concesso de benefcios e servios ,
especificamente, o princpio da
(A) universalidade da cobertura e do atendimento.
(B) equidade na forma de participao no custeio.
(C) seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e
servios.
(D) diversidade da base de financiamento.
(E) uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s
populaes urbanas e rurais.
Comentrios
Um dos princpios constitucionais da seguridade social a
seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios (CF,
art. 194, pargrafo nico, III).
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Para CASTRO & LAZZARI, a seletividade pressupe que os benefcios
so concedidos a quem deles efetivamente necessite, razo pela qual a
seguridade social deve apontar os requisitos para a concesso de benefcios
e servios. A distributividade refere-se distribuio de renda e bem-estar
social.7
Diante do acima exposto, conclui-se que o princpio da seletividade e
distributividade na prestao dos benefcios e servios (CF, art. 194,
pargrafo nico, III) o que mais se aproxima da situao apresentada
pela questo ora comentada.
Gabarito: C
14. (FCC TRF4 - Tcnico Judicirio 2010) A seguridade social
compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos
Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos
(A) sade e assistncia social, apenas.
(B) previdncia social, apenas.
(C) previdncia social e assistncia social, apenas.
(D) sade e previdncia social, apenas.
(E) sade, previdncia social e assistncia social.
Comentrios
De acordo com o caput do art. 194 da Constituio Federal, a
seguridade social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa
7 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, Joo Batista. Op. cit., p. 101.
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dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos sade, previdncia e assistncia social.
Assim, a seguridade social o gnero do qual so espcies a
Previdncia Social, a Assistncia Social e a Sade.
Gabarito: E
15. (FCC TRF4 - Tcnico Judicirio 2010) Considere as seguintes
assertivas a respeito da seguridade social:
I. As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios
destinadas seguridade social constaro dos respectivos
oramentos, integrando o oramento da Unio.
II. So isentas de contribuio para a seguridade social as
entidades beneficentes de assistncia social que atendam s
exigncias estabelecidas em lei.
III. A pessoa jurdica em dbito com o sistema da seguridade social,
como estabelecido em lei, no poder contratar com o Poder Pblico
nem dele receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios.
IV. Nenhum benefcio ou servio da seguridade social poder ser
criado ou majorado sem a correspondente fonte de custeio total,
mas poder, no entanto, ser estendido.
De acordo com a Constituio Federal, est correto o que consta
APENAS em
(A) II, III e IV.
(B) I, II e III.
(C) II e III.
(D) III e IV.
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(E) I e II.
Comentrios
Item I Conforme o caput do art. 195 da constituio Federal, a seguridade
social ser financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos oramentos da Unio,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e das contribuies
sociais. Mas as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios
destinadas seguridade social constaro dos respectivos oramentos, no
integrando o oramento da Unio (CF, art. 195, 1).
Item II Nos termos do 7 do art. 195 da Constituio Federal, so
isentas de contribuio para a seguridade social as entidades beneficentes
de assistncia social que atendam s exigncias estabelecidas em lei. Tais
exigncias esto previstas na Lei n 12.101/2009.
Item III De acordo com o 3 do art. 195 da Constituio Federal, a
pessoa jurdica em dbito com o sistema da seguridade social, como
estabelecido em lei, no poder contratar com o Poder Pblico nem dele
receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios. Amparada nesse
dispositivo constitucional, a Lei n 8.212/91 (art. 47, I, a) exige que a
empresa, para provar a inexistncia de dbito com o sistema da seguridade
social, apresente Certido Negativa de Dbito CND, quando da
contratao com o Poder Pblico e no recebimento de benefcios ou
incentivo fiscal ou creditcio concedido por ele.
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Item IV Nos termos do 5 do art. 195 da Constituio Federal, nenhum
benefcio ou servio da seguridade social poder ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total. Trata-se do
princpio da preexistncia do custeio em relao ao benefcio ou servio.
Esse princpio tem como objetivo assegurar o equilbrio financeiro da
seguridade social: o caixa da seguridade social s pode pagar o benefcio se
existir dinheiro para isso. Assim, ser inconstitucional a lei que criar,
majorar ou estender uma prestao, previdenciria ou assistencial, sem
tambm criar a fonte de custeio.
Gabarito: C
16. (FCC Analista TRF 3 Regio - 2007) - Considere as seguintes
assertivas a respeito do regime geral de previdncia social:
I - Em regra, vedada a filiao ao regime geral de previdncia
social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante
de regime prprio de previdncia.
II - Para efeito de aposentadoria no assegurada a contagem
recproca do tempo de contribuio na administrao pblica e na
atividade privada rural.
III- Os ganhos habituais do empregado, a qualquer ttulo, sero
incorporados ao salrio para efeito de contribuio previdenciria e
conseqente repercusso em benefcios, nos casos e na forma da
lei.
IV - Nenhum benefcio que substitua o salrio de contribuio ou o
rendimento do trabalho do segurado ter valor mensal inferior ao
salrio mnimo.
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De acordo com a Constituio Federal brasileira, est correto o que
se afirma APENAS em
a) I, II e III
b) I e III
c) I, III e IV
d) II, III e IV
e) III e IV
Comentrios
Item I Nos termos do 5 do art. 201 da Constituio Federal, vedada
a filiao ao regime geral de previdncia social, na qualidade de segurado
facultativo, de pessoa participante de regime prprio de previdncia.
Item II De acordo com o 9 do art. 201 da Constituio Federal, para
efeito de aposentadoria, assegurada a contagem recproca do tempo de
contribuio na administrao pblica e na atividade privada, rural e
urbana, hiptese em que os diversos regimes de previdncia social se
compensaro financeiramente, segundo critrios estabelecidos em lei.
Assertiva em comento afirma exatamente o contrrio, por isso, est errada.
Item III Nos termos do 11 do art. 201 da Constituio Federal, os
ganhos habituais do empregado, a qualquer ttulo, sero incorporados ao
salrio para efeito de contribuio previdenciria e conseqente repercusso
em benefcios, nos casos e na forma da lei. De acordo com este dispositivo
constitucional, a habitualidade dos ganhos do empregado requisito
suficiente para sua incluso no salrio-de-contribuio (base de clculo da
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contribuio previdenciria dos segurados), gerando, por conseguinte,
repercusso no clculo dos benefcios previdencirios. Contudo, vale frisar
que o dispositivo constitucional ser aplicado nos casos e na forma da lei.
Por isso, coube Lei n 8.212/91 excluir da base de clculo das
contribuies previdencirias alguns valores recebidos pelo trabalhador. Os
valores que esto fora do campo de incidncia das contribuies
previdencirias so exclusivamente os previstos no 9 do art. 28 da Lei n
8.212/91.
A maioria dos benefcios calculada com base no salrio-de-benefcio que,
por sua vez, calculado a partir de uma mdia aritmtica dos 80% maiores
salrios-de-contribuio. Assim, se determinado valor integra a base de
clculo da contribuio, tambm integrar a base de clculo do benefcio.
Como nica exceo a esta regra, o dcimo terceiro salrio (gratificao
natalina) integra o salrio-de-contribuio, exceto para o clculo de
benefcio (Lei n 8.212/91, art. 28, 7).
Item IV De acordo com o 2 do art. 201 da Constituio Federal,
nenhum benefcio que substitua o salrio de contribuio ou o rendimento
do trabalho do segurado ter valor mensal inferior ao salrio mnimo.
De acordo com esse dispositivo constitucional, os benefcios que no podem
ter renda mensal inferior ao salrio mnimo so somente aqueles que
substituem o salrio-de-contribuio ou o rendimento do trabalho. Assim,
benefcios como salrio-famlia e o auxlio-acidente podem ter renda mensal
inferior ao salrio mnimo, pois nestes casos, o beneficirio recebe,
concomitantemente, o benefcio previdencirio (pago pelo INSS) e o
rendimento do seu trabalho (pago pela empresa). Os citados benefcios no
substituem a renda mensal do trabalhador, por isso, podem ser inferior ao
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salrio mnimo.
Assim, no tero valor inferior ao salrio mnimo os benefcios de
prestao continuada pagos pela Previdncia Social correspondentes a
aposentadorias, auxlio-doena, auxlio-recluso (valor global) e penso por
morte (valor global).
GABARITO: C
17. (FCC Analista TRF 3 Regio - 2007) - A contribuio social
sobre a receita de concursos de prognsticos um exemplo
especfico do princpio constitucional da
a) Diversidade da base de financiamento.
b) Carter democrtico e descentralizado da administrao.
c) Seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e
servios.
d) Universalidade da cobertura.
e) Eqidade na forma de participao no custeio.
Comentrios
A contribuio social sobre a receita de concursos de prognsticos
um exemplo especfico do princpio constitucional da diversidade da base de
financiamento. A seguridade social tem diversas fontes de custeio; assim,
h maior segurana para o sistema; em caso de dificuldade na arrecadao
de determinadas contribuies, haver outras para lhes suprir a falta.
De acordo com o caput do art. 195 da Constituio Federal, a
seguridade social ser financiada por toda a sociedade, de forma direta e
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indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes da Unio, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e das seguintes contribuies
sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salrios e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer ttulo, pessoa fsica que lhe preste servio,
mesmo sem vnculo empregatcio;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdncia social, no
incidindo contribuio sobre aposentadoria e penso concedidas pelo
regime geral de previdncia social;
III - sobre a receita de concursos de prognsticos.
IV - do importador de bens ou servios do exterior, ou de quem a lei
a ele equiparar.
O 4 do art. 195 da Constituio Federal ainda prev que a lei
poder instituir outras fontes destinadas a garantir a manuteno ou
expanso da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. Ou
seja, alm das contribuies sociais previstas nos quatro incisos do caput do
art. 195 da Constituio Federal, outras fontes de custeio da seguridade
social podero ser institudas. Trata-se, aqui, das chamadas contribuies
residuais. Para que estas contribuies sejam institudas, necessrio que
se obedea ao disposto no art. 154, I, da Constituio Federal, cuja redao
a seguinte: Art. 154. A Unio poder instituir: I - mediante lei
complementar, impostos no previstos no artigo anterior, desde que sejam
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no-cumulativos e no tenham fato gerador ou base de clculo prprios dos
discriminados nesta Constituio.
O STF entende que, em relao s novas contribuies para a
seguridade social, aplica-se somente a primeira parte do inciso I do artigo
154 da Carta Magna. Ou seja, contribuio para a seguridade social que no
esteja prevista nos quatro incisos do art. 195 da CF s pode ser criada
mediante lei complementar. Pode, contudo, ter base de clculo e fato
gerador idnticos aos de impostos. No tocante no-cumulatividade, o STF
entende que essa exigncia s pode dizer respeito tcnica de tributao
que afasta a cumulatividade em impostos polifsicos como o ICMS e o IPI. A
cumulatividade no ocorre em contribuio cujo ciclo de incidncia
monofsico. Nesse sentido, confira-se o seguinte julgado da Suprema
Corte:
EMENTA: Contribuio social. Constitucionalidade do artigo 1, I, da Lei Complementar n 84/96. - O Plenrio desta Corte, ao julgar o RE 228.321, deu, por maioria de votos, pela constitucionalidade da contribuio social, a cargo das empresas e pessoas jurdicas, inclusive cooperativas, incidente sobre a remunerao ou retribuio pagas ou creditadas aos segurados empresrios, trabalhadores autnomos, avulsos e demais pessoas fsicas, objeto do artigo 1, I, da Lei Complementar n 84/96, por entender que no se aplica s contribuies sociais novas a segunda parte do inciso I do artigo 154 da Carta Magna, ou seja, que elas no devam ter fato gerador ou base de clculos prprios dos impostos discriminados na Constituio. - Nessa deciso est nsita a inexistncia de violao, pela contribuio social em causa, da exigncia da no-cumulatividade, porquanto essa exigncia - e este, alis, o sentido constitucional da cumulatividade tributria - s pode dizer respeito tcnica de tributao que afasta a cumulatividade em impostos como o ICMS e o IPI - e cumulatividade que, evidentemente, no ocorre em contribuio dessa natureza cujo ciclo de incidncia monofsico -, uma vez que a no-cumulatividade no sentido de sobreposio de incidncias tributrias j est prevista, em carter exaustivo, na parte final do mesmo dispositivo da Carta Magna, que probe nova incidncia sobre fato gerador ou base de clculo prprios dos impostos discriminados nesta
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Constituio. - Dessa orientao no divergiu o acrdo recorrido. Recurso extraordinrio no conhecido.8
Em suma, se a contribuio para a seguridade social estiver prevista nos
quatro incisos do art. 195 da Constituio Federal, ela poder ser instituda
mediante lei ordinria. Em caso contrrio, s poder ser instituda mediante
lei complementar. Nesse sentido, confira-se a seguinte deciso do STF:
CONSTITUCIONAL. TRIBUTRIO. CONTRIBUIES SOCIAIS. CONTRIBUIES INCIDENTES SOBRE O LUCRO DAS PESSOAS JURIDICAS. Lei n. 7.689, de 15.12.88. I. - Contribuies parafiscais: contribuies sociais, contribuies de interveno e contribuies corporativas. CF, art. 149. Contribuies sociais de seguridade social. CF, arts. 149 e 195. As diversas espcies de contribuies sociais. II. - A contribuio da Lei 7.689, de 15.12.88, uma contribuio social instituda com base no art. 195, I, da Constituio. As contribuies do art. 195, I, II, III, da Constituio, no exigem, para a sua instituio, lei complementar. Apenas a contribuio do pargrafo 4 do mesmo art. 195 que exige, para a sua instituio, lei complementar, dado que essa instituio dever observar a tcnica da competncia residual da Unio (CF, art. 195, 4; CF, art. 154, I). Posto estarem sujeitas a lei complementar do art. 146, III, da Constituio, porque no so impostos, no h necessidade de que a lei complementar defina o seu fato gerador, base de clculo e contribuintes (CF, art. 146, III, "a"). III. - Adicional ao imposto de renda: classificao desarrazoada. IV. - Irrelevncia do fato de a receita integrar o oramento fiscal da Unio. O que importa que ela se destina ao financiamento da seguridade social (Lei 7.689/88, art. 1). V. - Inconstitucionalidade do art. 8, da Lei 7.689/88, por ofender o princpio da irretroatividade (CF, art, 150, III, "a") qualificado pela inexigibilidade da contribuio dentro no prazo de noventa dias da publicao da lei (CF, art. 195, 6). Vigncia e eficcia da lei: distino. VI. - Recurso Extraordinrio conhecido, mas improvido, declarada a inconstitucionalidade apenas do artigo 8 da Lei 7.689, de 1988.9
GABARITO: A
8 STF, RE 258470/RS, Rel. Min. Moreira Alves, 1 T, DJ 12/05/2000. 9 STF, RE 138284/CE, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 28/12/92. Na poca em que esta deciso foi proferida, o art. 195 da CF s tinha trs incisos. O inciso IV foi includo pela EC 42/2003.
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18. (FCC Analista TRF 3 Regio - 2007) - Ao se conceder o
benefcio assistencial da renda vitalcia ao idoso ou ao deficiente
sem meios de subsistncia estar sendo aplicado, especificamente,
o princpio da
a) Equidade na forma de participao no custeio.
b) Universalidade do atendimento.
c) Universalidade da cobertura.
d) Distributividade na prestao dos benefcios e servios.
e) Diversidade da base de financiamento.
Comentrios
No inciso III do pargrafo nico do art. 194, a Constituio Federal
estabelece como sendo um dos princpios da seguridade social a
seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios. A
seletividade atua na delimitao do rol de prestaes, ou seja, na escolha
dos benefcios e servios a serem mantidos pela seguridade social,
enquanto a distributividade direciona a atuao do sistema protetivo para
as pessoas com maior necessidade, definindo o grau de proteo.10 Os
benefcios da assistncia social, por exemplo, sero concedidos apenas aos
necessitados; os benefcios salrio-famlia e o auxlio-recluso s sero
concedidos aos beneficirios de baixa renda (atualmente, para aqueles que
tenham renda mensal inferior ou igual a R$ 862,60)11.
Assim, compete ao legislador com base em critrios eqitativos de
solidariedade e justia social e segundo as possibilidades econmico-
10 BALERA, Wagner. Noes Preliminares de Direito Previdencirio. So Paulo: Quartier Latin, 2004, p. 87. 11 Valor atualizado, a partir de 1/01/2011, pela Portaria MPS/MF n 407, de 14/07/2011.
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financeiras do sistema definir quais benefcios sero concedidos a
determinados grupos de pessoas, em razo de especificidades que as
particularizem.
Portanto, ao se conceder o benefcio assistencial da renda vitalcia ao
idoso ou ao deficiente sem meios de subsistncia estar sendo aplicado,
especificamente, o princpio da distributividade na prestao dos benefcios
e servios.
GABARITO: D
19. (FCC Juiz do Trabalho - TRT11 - 2005) - A Constituio Federal
de 5 de outubro de 1988 disciplinou o Sistema de Seguridade Social,
no Ttulo VIII, Captulo II, estabelecendo como um de seus
objetivos a
(A) irredutibilidade do valor do benefcio, a fim de que seja mantido
o padro de vida de todos os segurados do sistema, mantendo o
valor real dos benefcios.
(B) diversidade da base de financiamento, j que para o Sistema de
Seguridade Social sero vertidas contribuies tanto dos
trabalhadores como dos empregadores.
(C) universalidade de cobertura e atendimento, j que todos os
riscos sociais devero ser cobertos e todas as pessoas devero ser
atendidas, na exata medida de sua contribuio ao sistema.
(D) seletividade e a distributividade na prestao dos benefcios e
servios, j que os riscos sociais que merecem proteo so
selecionados e depois distribudos conforme a necessidade de cada
qual.
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(E) equidade na forma de participao no custeio, com idntica
contribuio das empresas e trabalhadores, em decorrncia do
princpio da solidariedade social.
Comentrios
Alternativa A - Na doutrina, no h consenso a respeito do significado do
princpio da irredutibilidade do valor dos benefcios, aplicado Seguridade
Social. Parte da doutrina entende que seu objetivo preservar o valor real
do benefcio.12 Outra parte entende que a sua finalidade , simplesmente,
impedir a diminuio do valor nominal do benefcio.13
Mas para o STF, no havendo diminuio do valor nominal, no procede a
alegao de ofensa ao princpio da irredutibilidade. Nesse sentido, confira-
se o seguinte julgado da Suprema Corte:
EMENTA: Servidor pblico militar: supresso de adicional de inatividade: inexistncia, no caso, de violao s garantias constitucionais do direito adquirido e da irredutibilidade de vencimentos (CF, art. 37, XV). da jurisprudncia do Supremo Tribunal que no h direito adquirido a regime jurdico e que a garantia da irredutibilidade de vencimentos no impede a alterao de vantagem anteriormente percebida pelo servidor, desde que seja preservado o valor nominal dos vencimentos.14
verdade que a jurisprudncia supra relativa a proventos de inatividade
de servidor pblico militar. Mas a irredutibilidade do valor dos benefcios
princpio equivalente ao da irredutibilidade dos vencimentos dos servidores
12 Esta a posio defendida por Fbio Zambitte Ibrahim (2008, p. 58), Marcelo Leonardo Tavares (2004, p. 5), Kerlly Huback Bragana (2006, p. 14), Ivan Kertzman (2005, p. 27), talo Romano Eduardo e Jeane Tavares Arago Eduardo (2008, p. 20). 13 Esta a posio defendida por Srgio Pinto Martins (2002, p. 78), Carlos Alberto Pereira de Castro e Joo Batista Lazzari (2008, p. 101), Daniel Machado da Rocha e Jos Paulo Baltazar Jnior (2006, p. 40). 14 STF, AI-AgR 618777/RJ, Rel. Min. Seplveda Pertence, 1 T., DJ 03/08/2007.
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pblicos (CF, art, 37, XV). Confira-se, agora, um julgado do STF a respeito
de benefcio do RGPS:
EMENTA: - Previdncia social. Irredutibilidade do benefcio. Preservao permanente de seu valor real. - No caso no houve reduo do benefcio, porquanto j se firmou a jurisprudncia desta Corte no sentido de que o princpio da irredutibilidade garantia contra a reduo do quantum que se recebe, e no daquilo que se pretende receber para que no haja perda do poder aquisitivo em decorrncia da inflao. - De outra parte, a preservao permanente do valor real do benefcio - e, portanto, a garantia contra a perda do poder aquisitivo - se faz, como preceitua o artigo 201, 2, da Carta Magna, conforme critrios definidos em lei, cabendo, portanto, a esta estabelec-los. Recurso extraordinrio no conhecido.15
Nessa linha de raciocnio, o princpio da irredutibilidade assegura
apenas que o benefcio legalmente concedido pela Previdncia Social ou
pela Assistncia Social no tenha seu valor nominal reduzido.16 Assim,
uma vez definido o valor do benefcio, este no pode ser reduzido
nominalmente, salvo se houve erro na sua concesso.
Fica claro que, conforme a jurisprudncia predominante no STF, o
princpio da irredutibilidade veda apenas a reduo do valor nominal dos
benefcios. Mas se o benefcio for concedido em desacordo com a lei, at
mesmo o valor nominal poder ser reduzido. O STF entende que a reduo
de proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei,
no ofende o princpio da irredutibilidade.17
Vale ressaltar que, em relao aos benefcios previdencirios, o 4 do art.
201 da Constituio Federal, assegura o reajustamento dos benefcios para
15 STF, RE 263252/PR, Rel. Min. Moreira Alves, 1 T., DJ 23/06/2000. Vale frisar que a redao original do 2 do art. 201 da CF corresponde atual redao do 4 do mesmo artigo. 16 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, Joo Batista. Op. cit., p. 90. 17 STF, MS 25552/DF, Rel. Min. Crmen Lcia, DJ 30/05/2008.
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preserva-lhes, em carter permanente, o valor real, conforme critrios
definidos em lei.
Assim, em relao aos benefcios previdencirios, o princpio da
irredutibilidade (CF, art. 194, pargrafo nico, IV) garantia contra a
reduo do valor nominal, e o 4 do art. 201 da Carta Magna assegura o
reajustamento para preservar o valor real. Mas estes dois dispositivos
constitucionais tm significados distintos, no devendo ser confundidos. O
primeiro o princpio da irredutibilidade, aplicado seguridade social
(engloba benefcios da previdncia e da assistncia social). O segundo o
princpio da preservao do valor real dos benefcios, aplicado somente
previdncia social. O princpio da irredutibilidade, por si s, no assegura
reajustamento de benefcios. O que assegura o reajustamento dos
benefcios do RGPS, de acordo com critrios definidos em lei ordinria, o
princpio da preservao do valor real dos benefcios, previsto no 4 do
art. 201 da Constituio. A separao desses dois princpios fica evidente no
seguinte julgado do STF:
EMENTAS: (...) 2. PREVIDNCIA SOCIAL. Reajuste de benefcio de prestao continuada. ndices aplicados para atualizao do salrio-de-benefcio. Arts. 20, 1 e 28, 5, da Lei n 8.212/91. Princpios constitucionais da irredutibilidade do valor dos benefcios (Art. 194, IV) e da preservao do valor real dos benefcios (Art. 201, 4). No violao. Precedentes. Agravo regimental improvido. Os ndices de atualizao dos salrios-de-contribuio no se aplicam ao reajuste dos benefcios previdencirios de prestao continuada".18
Alternativa B A diversidade da base de financiamento significa que a
seguridade social tem diversas fontes de custeio, no se limitando s
contribuies dos trabalhadores e dos empregadores. De acordo com
o caput do art. 195 da Constituio Federal, a seguridade social ser 18 STF, AI-AgR 590177/SC, Rel. Min. Cezar Peluso, 2 T., DJ 27/04/2007, p. 96.
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financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da
lei, mediante recursos provenientes da Unio, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municpios, e das seguintes contribuies sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salrios e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer ttulo, pessoa fsica que lhe preste servio,
mesmo sem vnculo empregatcio;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdncia social, no
incidindo contribuio sobre aposentadoria e penso concedidas pelo
regime geral de previdncia social;
III - sobre a receita de concursos de prognsticos.
IV - do importador de bens ou servios do exterior, ou de quem a lei
a ele equiparar.
O 4 do art. 195 da Constituio Federal ainda prev que a lei
poder instituir outras fontes destinadas a garantir a manuteno ou
expanso da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. Ou
seja, alm das contribuies sociais previstas nos quatro incisos do caput do
art. 195 da Constituio Federal, outras fontes de custeio da seguridade
social podero ser institudas mediante lei complementar.
Alternativa C De acordo com o princpio da universalidade da cobertura e
do atendimento, todos os riscos sociais devero ser cobertos e todas as
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pessoas devero ser atendidas. Contudo, a cobertura e o atendimento no
se do necessariamente na exata medida de sua contribuio ao sistema.
Na assistncia social, por exemplo, os benefcios so concedidos
independentemente de contribuio (CF, art. 203, caput).
Alternativa D (certa) A seletividade atua na delimitao do rol de
prestaes, ou seja, na escolha dos benefcios e servios a serem mantidos
pela seguridade social, enquanto a distributividade direciona a atuao do
sistema protetivo para as pessoas com maior necessidade, definindo o grau
de proteo.19 Os benefcios da assistncia social, por exemplo, sero
concedidos apenas aos necessitados; os benefcios salrio-famlia e o
auxlio-recluso s sero concedidos aos beneficirios de baixa renda
(atualmente, para aqueles que tenham renda mensal inferior ou igual a
R$862,60)20.
Assim, compete ao legislador com base em critrios eqitativos de
solidariedade e justia social e segundo as possibilidades econmico-
financeiras do sistema definir quais benefcios sero concedidos a
determinados grupos de pessoas, em razo de especificidades que as
particularizem.
Como se observa, esse princpio procura amenizar os efeitos do princpio da
universalidade. Destarte, os princpios da universalidade e da seletividade
devem ser aplicados de forma harmnica e equilibrada.
O gabarito definitivo da questo ora comentada considerou a alternativa D
como sendo a CERTA. Contudo, o texto desta alternativa est mal redigido,
passando a ideia de que os riscos so distribudos conforme a necessidade
19 BALERA, Wagner. Noes Preliminares de Direito Previdencirio. So Paulo: Quartier Latin, 2004, p. 87. 20 Valor atualizado, a partir de 1/01/2011, pela Portaria MPS/MF n 407, de 14/07/2011.
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de cada qual. E na verdade, os riscos sociais sero selecionados, mas o
que deve ser distribudo aos beneficirios da seguridade social so as
prestaes (benefcios e servios), que daro cobertura aos referidos riscos
sociais.
Alternativa E A equidade na forma de participao no custeio um
desdobramento do princpio da igualdade (CF/88, art. 5) que consiste em
tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de
suas desigualdades. Tratar com igualdade os desiguais seria aprofundar as
desigualdades; no esse o objetivo da seguridade social.
Em relao ao custeio da seguridade social, significa dizer que quem tem
maior capacidade econmica ir contribuir com mais; quem tem menor
capacidade contribuir com menos.
Seguindo essa orientao, o 9 do art. 195 da CF (na redao dada pela
EC 47, de 5/7/2005) dispe que as contribuies para a seguridade social a
cargo das empresas podero ter alquotas ou bases de clculo
diferenciadas, em razo da atividade econmica, da utilizao intensiva de
mo-de-obra, do porte da empresa ou da condio estrutural do mercado
de trabalho.
A Lei n 8.212/91 prev alguns exemplos de eqidade: as contribuies das
empresas tm alquotas maiores que a dos segurados; as instituies
financeiras contribuem para a seguridade social com alquotas mais
elevadas do que as empresas em geral; j as microempresas e empresas de
pequeno porte contribuem de forma mais simplificada e favorecida (Lei
Complementar n 123/2006); os segurados empregados, trabalhadores
avulsos e empregados domsticos tm alquotas progressivas (8%, 9% ou
11%) quanto maior a remunerao maior ser a alquota.
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GABARITO: D
20. (FCC Analista TRF 2 Regio - 2007) Contribuem para a
seguridade social, da mesma forma, aqueles que esto em iguais
condies contributivas. As empresas NO contribuem da mesma
forma que os trabalhadores, em conformidade, especificamente,
com o princpio da
(A) universalidade.
(B) seletividade na prestao de benefcios e servios.
(C) equidade na forma de participao no custeio.
(D) irredutibilidade do valor dos benefcios.
(E) natureza democrtica e descentralizada da administrao.
Comentrios
No inciso V do pargrafo nico do art. 194, a Constituio Federal
estabelece como sendo um dos princpios da seguridade social a equidade
na forma de participao no custeio. Esse princpio um desdobramento
do princpio da igualdade (CF/88, art. 5) que consiste em tratar igualmente
os iguais e desigualmente os desiguais, na medi