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Farmacologia Drogas Hipolipemiantes – ácidos graxos ômega-3 e ezetimiba

Drogas Hipolipemiantes – ácidos graxos ômega-3 e ezetimiba · 2020. 5. 1. · Ácidos graxos ômega-3 aa Os lipídios essenciais para a saúde são os ácidos graxos poliinsaturados

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Farmacologia

Drogas Hipolipemiantes – ácidos graxos ômega-3 e ezetimiba

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Ácidos graxos ômega-3 aa

Os lipídios essenciais para a saúde são os ácidos graxos poliinsaturados ômega-

3 e ômega-6. Estudos realizados a partir de 1972 mostraram que pessoas que

consumiram uma dieta rica em proteínas e gordura (principalmente de peixes)

tiveram níveis de colesterol total, LDL colesterol e triglicerídeos significativa-

mente mais baixos do que a maioria das outras pessoas. Desde então, muito se

aprendeu sobre os ácidos graxos ômega-3 nas doenças cardiovasculares. A in-

gestão dietética de ácidos graxos ômega-3 diminuiu durante os últimos 100

anos devido ao maior uso de óleos vegetais ricos em ácidos graxos ômega-6.

Os ácidos graxos ômega-6 e ômega-3 competem pelas mesmas enzimas. O au-

mento na dieta de um diminui o metabolismo do outro. Os metabólitos de ácidos

graxos ômega-6 resultam em prostaglandinas que são inflamatórias; por outro

lado, os ácidos graxos ômega-3 resultam em prostaglandinas que são anti-infla-

matórias.

Os ácidos graxos ômega-3 têm efeitos antiarrítmicos, incluindo a prevenção da

fibrilação atrial; ação antitrombótica; efeitos antiaterogênicos; efeitos anti-infla-

matórios; e a capacidade de melhorar a função endotelial, baixar a pressão arte-

rial, diminuir os níveis de triglicerídeos, aumentar os níveis de HDL colesterol e

diminuir a apoproteína B-100.

Seu mecanismo de ação consiste na ativação dos receptores PPAR-α, pelos áci-

dos graxos. Podendo então ser utilizados como adjuvante na redução dos trigli-

cerídeos. Os ácidos graxos ômega-3 são boas opções terapêuticas para crianças

e gestantes, pois apresentam poucos efeitos adversos relatados na literatura,

entretanto, raramente pode ocorrer reações como dispepsia e eructações cutâ-

neas.

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Ezetimiba a

Primeiro composto aprovado para reduzir os níveis de colesterol total e LDL co-

lesterol que tem como mecanismo de ação inibir a absorção intestinal do coles-

terol pelos enterócitos no intestino. Essas são medicações que são capazes de

reduzir cerca de 20% do LDL colesterol, sendo utilizados primariamente como

terapia conjunta com estatinas.

Mecanismo de ação A ezetimiba é capaz de inibir a captação luminal de colesterol pelos enterócitos

jejunais, por inibir a proteína de transporte NPC1L1. A inibição deste transporte

cursa com redução de cerca de 54% do LDL colesterol, entretanto, tal redução

precipita um aumento compensatório na biossíntese endógena de colesterol,

reduzindo seu potencial terapêutico

A redução na absorção leva a uma redução nos quilomícrons, diminui a entrega

de colesterol no fígado pelos remanescentes de quilomícrons. A redução dos ní-

veis de colesterol resultante aumenta a expressão de receptores de LDL hepáti-

cos, aumentando a captação de LDL colesterol e, consequentemente, reduzindo

os níveis séricos de LDL colesterol, sendo a redução final resultante de cerca de

15 a 20%.

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Características farmacocinéticas a

A ezetimiba é uma droga altamente insolúvel em água, o que dificulta o estudo

de sua biodisponibilidade. Após a ingestão ocorre glicuronidação (reação de con-

jugação) no epitélio intestinal, onde é absorvida e segue para a circulação en-

terro-hepática. Estudos apontam que cerca de 70% da droga é eliminada nas

fezes e que cerca de 10% é eliminado na urina. Sequestradores de ácidos biliares

inibem sua absorção. Por isso, sua tomada não pode ser concomitante.

Usos clínicos a

A eficácia máxima resultante dos mecanismos de ação da exetimiba varia entre

15 e 20%, valor semelhante aquele obtido com as estatinas de baixa potência,

por isso, seu uso em monoterapia pode ser feito para aqueles pacientes que não

toleram bem o tratamento com estatinas. Entretanto, como o bloqueio da absor-

ção intestinal leva a um aumento da biossíntese hepática de colesterol por hipe-

rexpressão da HMG-CoA redutase, seus efeitos são potencializados quando em

tratamento combinado com uma estatina. A combinação mais comum, com

maior número de estudos suportando seu uso é a combinação entre ezetimiba

(10 mg) e sinvastatina (80 mg). Tal terapia combinada é capaz de fornecer uma

redução média de cerca de 60% no LDL colesterol, maximizando seus efeitos. A

ezetimiba pode ser tomada em qualquer horário do dia, com ou sem alimentação.

Reações adversas a

Rasas são os efeitos adversos relatados na literatura pelo uso da droga, os prin-

cipais consistem em reações alérgicas aos componentes. Entretanto, não há mui-

tos estudos que comprovem sua segurança, principalmente na gestação. Testes

com doses maiores que 10 mg em ratos e coelhos mostraram que a droga é

capaz de induzir anormalidades esqueléticas nos fetos desses animais e, por

isso, não devem ser administradas em mulheres em idade fértil que desejem

engravidar, ou que não estejam fazendo uso de método contraceptivo.