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Drops junho 18 _DEPOIS DE UM VERAO GLORIOSO_UM INVERNO DE PERPLEXIDADES BOAS LEITURAS – Com cumprimentos do Paulo Timm www.paulotimm.com.br- COALIZÃO CONTRA USINAS NUCLEARES http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br , Em Brasília: Deu quorum...Ontem, pelas Diretas-Já (1984) e ontem (17.06.2003) Clique para ver BRASIL:A REVOLTA DOS CENTAVOS – P.Timm org - http://www.paulotimm.com.br/site/downloads/lib/pastaup/Obras%20do%20Timm/130617044919BRASIL_A_REVOLTA_DOS_CENTAVOS.pdf SABEDORIA POPULAR Leonardo Mota Neto – Editor de www.cartapolis.com.br Adágio do dia: " Resposta branda a ira quebranta". (De Leonardo Mota, em "Adagiário Brasileiro")*.

Drops junho 18 - paulotimm.com.br · Otimistas são aqueles que leem as edições de final de ano, cheias de esperanças e de dados de tendências para o ano seguinte, e aqueles que

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Drops junho 18 _DEPOIS DE UM VERAO GLORIOSO_UM INVERNO DE PERPLEXIDADES

BOAS LEITURAS – Com cumprimentos do Paulo Timm – www.paulotimm.com.br-

COALIZÃO CONTRA USINAS NUCLEARES http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br,

Em Brasília: Deu quorum...Ontem, pelas Diretas-Já (1984) e ontem (17.06.2003)

Clique para ver BRASIL:A REVOLTA DOS CENTAVOS – P.Timm org - http://www.paulotimm.com.br/site/downloads/lib/pastaup/Obras%20do%20Timm/130617044919BRASIL_A_REVOLTA_DOS_CENTAVOS.pdf

SABEDORIA POPULAR

Leonardo Mota Neto – Editor de www.cartapolis.com.br

Adágio do dia: " Resposta branda a ira quebranta".

(De Leonardo Mota, em "Adagiário Brasileiro")*.

SAPERE AUDE

Não Leia Jornal Todo Dia

Aula 28 de 38 do curso : -ENTENDA O MUNDO

Quem lê notícias diariamente será muito mais pessimista do que alguém que lê uma revista

semanal ou mensal.

Stephen Kanitz - blog

Muitas pessoas acham erroneamente que jornalistas são, por definição, negativos, o pessoal do

contra — e que, por isso, a imprensa privilegia más notícias.

Embora alguns jornalistas optem de fato pela má notícia, existe um outro fenômeno que afeta os

leitores, um fenômeno chamado a ilusão do acaso.

Quem explica isso é o estatístico Nassim Taleb, autor do livro ”Iludido pelo Acaso”.

Embora ele não trate de jornalismo, mas do mercado de ações, mostrarei aqui a analogia com

jornalismo — isso se vocês tiverem paciência, porque a lógica é, de fato, complicada. Algo para

se pensar!

O mercado de ações americano sobe há mais de 40 anos a uma taxa média de 12% ao ano,

lembrando-se de que média é média.

Metade dos anos ele valoriza mais do que isso (uma excelente notícia), a outra metade ele

cresce menos (o que continua sendo boa notícia, com exceção das poucas vezes em que a

rentabilidade é negativa e você perde dinheiro).

Apesar da volatilidade diária, olhando uma única vez por ano, você verá mais boas notícias do

que notícias ruins.

Isso porque o mundo está melhorando lentamente, dando dois passos para frente e um para

trás.

Se você observar sua carteira de ações uma única vez por ano, em 40 anos você terá 93%

de boas notícias: você ficou mais rico.

Mas em 7% das vezes, ou 3 anos dos 40, a notícia será ruim: você ficou mais pobre (ou menos

rico).

Se você observar o nível da Bolsa de Valores todo trimestre, a situação muda de figura:

67% das vezes você ficará feliz — a Bolsa subiu no trimestre.

No entanto, 33 % das vezes você terá uma má notícia: a Bolsa caiu e você empobreceu naquele

semestre.

Quem criou a frase dois passos para frente e um para trás deveria ler jornal a cada trimestre,

que era a periodicidade de muitos almanaques da época.

Como temos um gene de pessimismo, uma má notícia nos afeta 2 a 3 vezes mais

emocionalmente do que uma boa notícia.

Ou seja, apesar de você estar ganhando dinheiro trimestralmente, a sensação média é de quase

empate ou vazia.

Bolsa

Fonte:

Fooled by Randomness, p. 57

Se você observar suas ações todo dia, como todo jornalista econômico faz, a situação

ficará feia. 54% das vezes você terá boas notícias — a Bolsa subiu! E em 46% das vezes,

você ficará infeliz…

E como ninguém mantém esta contabilidade rigorosa, a sensação poderá ser de empate — ou

até de que você, na média, perde dinheiro.

As oscilações de curto prazo da Bolsa, que chegam a ser mais ou menos 3%, ofuscam o

lento crescimento de longo prazo de 0,056% ao dia. O 0,056% é quase imperceptível “a olho

nu”, mas, depois de 200 pregões, chega aos nossos 12% ao ano.

No dia a dia, você só vê a volatilidade do curto prazo, e não a tendência de longo prazo.

Você está sendo iludido pelo acaso, iludido pelas pequenas flutuações normais do dia a

dia. Por isso, corretor de ações não é rico, day traders normalmente perdem dinheiro,

especuladores pagam mais em corretagem do que ganham.

Por isso, tantos jornalistas econômicos e a maioria dos brasileiros acham que a Bolsa é

um cassino, que é pura especulação, que é coisa para jogadores.

Aqueles que mantêm uma “distância sadia” da Bolsa, aqueles que compram e ficam, e só olham

as 93% de observações anuais, terão a visão que poucos têm — de que aplicar na Bolsa é

relativamente seguro e de que só dá alegrias em 93% das vezes.

É devido a essa ilusão do acaso que 98% dos brasileiros deixam de investir na categoria mais

rentável do mundo, rendendo 12% ao ano em termos REAIS, preferindo títulos do governo que

pagam 4% de valor real, e olhe lá.

Ultimamente, a situação ficou anda pior.

Quem olhar pela internet a cada minuto, algo que só a nova geração teve o privilégio de

experimentar, verá a Bolsa subir 50% das vezes e cair 49% das vezes.

O crescimento histórico fica totalmente imperceptível.

O que tudo isto tem a ver com jornalismo?

Se a Bolsa incorpora todas as notícias boas e más do momento, isso significa que 50,1% das

notícias são, de fato, boas para a Bolsa e que os outros 49,9% são notícias negativas, ao ponto

de derrubar a Bolsa. Por isso, ela oscila de minuto a minuto, dia a dia.

Ou seja, se você quiser investir na Bolsa sem ficar com a sensação de que ela é um cassino, o

melhor é não ler o noticiário econômico. Muito menos pela internet.

Refazendo a tabela de Taleb para o jornalismo teríamos a seguinte distribuição:

más boas notícias

jornalismo on line 50% 50%

jornalismo diário 46% 54%

jornalismo semanal 41% 59%

jornalismo mensal 33% 67%

jornalismo anual 7% 93%

Ou seja, quem lê notícias diariamente será muito mais pessimista do que alguém que lê

uma revista semanal como a Veja ou uma revista mensal como Época Negócios.

Otimistas são aqueles que leem as edições de final de ano, cheias de esperanças e de

dados de tendências para o ano seguinte, e aqueles que assistem uma vez por ano a uma

palestra minha ou de outros economistas positivos como Octávio Barros ou Ricardo Amorim.

Por isso, jornalistas diários são mais pessimistas do que colunistas semanais, que por sua vez

são mais pessimistas do que colunistas mensais.

Em momentos de crise, tendemos a aumentar a frequência que procuramos notícias, o

que só piora a situação.

Se você observar a Bolsa todo ano, terá 93% de alegrias, como normalmente se faz com

renda fixa e imóveis.

Nem existem cotações diárias para imóveis e renda fixa. Se existissem, as notícias

não seriam boas. Imóveis, como carros, desvalorizam ano após ano devido a idade

e obsolescência do imóvel.

O jornalismo que dá certo é aquele que não se permite ser “Iludido pelo Acaso”.

É aquele que coloca a notícia no contexto, que aponta as tendências de longo prazo, que ignora

marolas e se concentra no horizonte, que nem sempre aparece numa tempestade.

O jornalismo que dá certo é o que este site pretende ajudar a criar.

Se você tem um blog de notícias, continue a publicar as más notícias que surgem para não ser

tachado de otimista, mas contextualize com as análises que faremos aqui sobre O Brasil Que Dá

Certo.

Apesar dos pesares do dia a dia.

NAVEGAR É PRECISO

Pero cuide que no naufrague tu vivir

URBANA IDADE

A Cidade Fala : Um projeto do C.Político Benício Schmidt : www.cidadefala.com.br

TV - SUGESTÕES

GLOBONEWS SARAU

Sarau

Ritmo carimbó, do Pará, mistura brega e suingue vindos do Caribe CARAVANA DOS LIVROS – QUINTAS 22 H. – TV CULTURA

POR TRÁS DA CANÇÃO – Quintas 22h – TV BIS

CAFÉ FILOSÓFICO – Domingos 22h – TV Cultura

FILME CLÁSSICO – Quintas 22h – TV FUTURA

CANAL CURTA –www.canalcurta.com.br/

Curta! Plural, verdadeiramente contemporâneo, multifacetado como a nossa realidade. Programação

TV CULTURA - www.tvcultura.com.br/

TV BIS POR TRÁS DA CANÇÃO – Quintas 22h –

TV FUTURA – - http://www.futura.org.br/programacao/grade-completa/

Arte 1 – O Canal - arte1.band.uol.com.br/o-canal/ O Arte 1 é o primeiro canal brasileiro com uma programação inteiramente dedicada

àarte e à cultura. Dança, música clássica e popular brasileira, cinema

ARS GRATIA ARS

A arte salvará o mundo – Dostoievski - eis que da natureza do homem, como a natureza é a arte de Deus (Baylei)

POESIA – Trova, o verso da arte real

Em homenagem a Newton Rossi – Poeta e Trovador MG/Brasilia\

Seja quem for...

Rodolfo Coelho Cavalcante.

Na vida quem se projeta,

seja a profissão qual for

sempre aparece um pateta

para tirar seu valor.

VIDEO

Henrique Carlos de Castro envia FB .

El viejo comunista (Manuel García)

www.youtube.com

Videoclip del tema "El Viejo Comunista" de Manuel García

(incluído en el disco Pánico del 2006). Tema central del

documental "La Ciudad de los Fotógrafos" de...

CINEMA

30 frases inesquecíveis do cinema http://www.adorocinema.com

Quem não se lembra de "Luke, eu sou o seu pai!" ou "Bond. James Bond."? Confira a nossa seleção com as 30 melhores frases e os diálogos

mais marcantes do cinema, e relembre estes trechos em vídeos de Titanic, O Poderoso Chefão, Forrest Gump - O Contador de Histórias e muito

mais. Quais são as suas frases favoritas?

• 30 frases inesquecíveis

• Quais são as melhores?

31/32

Quais são as melhores frases do cinema?

"Eu sou o rei do mundo!" (Titanic) "Luke, eu sou o seu pai!" (Guerra nas Estrelas)

"Que a força esteja com você." (Guerra nas Estrelas) "E.T. phone home." (E.T. - O

Extraterrestre) "Bond. James Bond." (007 Contra o Satânico Dr. No) "Eu voltarei." (O

Exterminador do Futuro) "Hasta la vista, baby" (O Exterminador do Futuro) "Eu vejo

pessoas mortas" (O Sexto Sentido) "Eu vou fazer uma proposta que ele não poderá recusar."

(O Poderoso Chefão) "Mantenha os seus amigos por perto, e os inimigos ainda mais perto."

(O Poderoso Chefão 2) "Por que tão sério?" (Batman - O Cavaleiro das Trevas) "Aqui

está o Johnny!" (O Iluminado) "Meu precioso!" (O Senhor dos Anéis - As Duas Torres)

"Nós sempre teremos Paris." (Casablanca) "Isto é Esparta!" (300) "Houston, nós temos

um problema." (Apollo 13) "Ao infinito e além!" (Toy Story - Um Mundo de Aventuras)

"Você está falando comigo?" (Taxi Driver) "Carpe Diem." (Sociedade dos Poetas Mortos)

"Dadinho o c**alho, meu nome agora é Zé Pequeno, po**a!" (Cidade de Deus) "A vida é como uma caixa de chocolates. Você nunca sabe o que vai encontrar." (Forrest Gump - O

Contador de Histórias) "Eu adoro o cheiro de napalm pela manhã." (Apocalypse Now)

"Não há lugar como o nosso lar." (O Mágico de Oz) "Toto, eu tenho a impressão de que não

estamos mais no Kansas." (O Mágico de Oz) "Você gosta de filmes de terror?" (Pânico)

"Mostre-me o dinheiro!" (Jerry Maguire - A Grande Virada) "Eu sinto a necessidade. A

necessidade de velocidade!" (Top Gun - Ases Indomáveis) "Inglês, filho da p**a. Você fala

inglês?" (Pulp Fiction - Tempo de Violência) "Eu queria saber como te deixar." (O Segredo de

Brokeback Mountain) Yippee-ki-yay mother-f*cker.” (Duro de Matar) "Pede pra sair!"

(Tropa de Elite) "Francamente, minha querida, eu não dou a mínima." (E o Vento Levou...)

"Tudo bem, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close-up." (Crepúsculo dos Deuses)

LIVROS

Um país se faz com homens e livros – M.Lobato

VITRAIO

Em homenagem a H.Gougon – Artista plástico , Brasília

PÉROLAS DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

“Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...”

Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores

Geraldo Vandré

http://letras.mus.br/geraldo-vandre/46168/

Caminhando e cantando E seguindo a canção

Somos todos iguais Braços dados ou não Nas escolas, nas ruas Campos, construções

Caminhando e cantando E seguindo a canção

Vem, vamos embora Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora Não espera acontecer

Pelos campos há fome Em grandes plantações Pelas ruas marchando

Indecisos cordões Ainda fazem da flor

Seu mais forte refrão E acreditam nas flores Vencendo o canhão

Vem, vamos embora Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora Não espera acontecer

Há soldados armados Amados ou não

Quase todos perdidos De armas na mão

Nos quartéis lhes ensinam Uma antiga lição:

De morrer pela pátria E viver sem razão

Vem, vamos embora Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas Campos, construções Somos todos soldados

Armados ou não Caminhando e cantando

E seguindo a canção Somos todos iguais

Braços dados ou não

Os amores na mente As flores no chão

A certeza na frente A história na mão

Caminhando e cantando E seguindo a canção

Aprendendo e ensinando Uma nova lição

Vem, vamos embora Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora Não espera acontecer

CRÔNICAS FOR EVER

A vingança do anarquista

http://ruitavares.net/textos/a-vinganca-do-anarquista/

22 de Setembro de 2011

Se as pessoas sentem que dão — trabalho, estudo, impostos — e não recebem nada em

troca, o governo está a trabalhar para a sua deslegitimação.

Aqui há tempos havia um enigma. Como podiam os mercados deixar a Bélgica em paz quando

este país tinha um défice considerável, uma dívida pública maior do que a portuguesa e, ainda

por cima, estava sem governo? Entretanto os mercados abocanharam a Irlanda e Portugal,

deixaram a Itália em apuros, ameaçaram a Espanha e mostram-se capazes de rebaixar a

França. E continuaram a não incomodar a Bélgica. Porquê? Bem, — como explica John

Lanchester num artigo da última London Review of Books — a economia belga é das que mais

cresceu na zona euro nos últimos tempos, sete vezes mais do que a economia alemã. E isto

apesar de estar há dezasseis meses sem governo.

Ou melhor, corrijam essa frase. Não é “apesar” de estar sem governo. É graças — note-se,

graças — a estar sem governo. Sem governo, nos tempos que correm, significa sem

austeridade. Não há ninguém para implementar cortes na Bélgica, pois o governo de gestão não

o pode fazer. Logo, o orçamento de há dois anos continua a aplicar-se automaticamente, o que

dá uma almofada de ar à economia belga. Sem o choque contracionário que tem atacado as

nossas economias da austeridade, a economia belga cresce de forma mais saudável, e ajudará

a diminuir o défice e a pagar a dívida.

A Bélgica tornou-se assim num inesperado caso de estudo para a teoria anarquista. Começou

por provar que era possível um país desenvolvido sobreviver sem governo. Agora sugere que é

possível viver melhor sem ele.

Isto é mais do que uma curiosidade.

Vejamos a coisa sob outro prisma. Há quanto tempo não se ouve um governo ocidental —

europeu ou norte-americano — dar uma boa notícia? Se olharmos para os últimos dez anos, os

governos têm servido essencialmente para duas coisas: dizer-nos que devemos ter medo do

terrorismo, na primeira metade da década; e, na segunda, dizer-nos que vão cortar nos apoios

sociais.

Isto não foi sempre assim. A seguir à IIa. Guerra Mundial o governo dos EUA abriu as portas da

Universidade a centenas de milhares de soldados — além de ter feito o Plano Marshall na

Europa onde, nos anos 60, os governos inventaram o modelo social europeu. Até os governos

portugueses, a seguir ao 25 de abril, levaram a cabo um processo de expansão social e inclusão

política inédita no país.

No nosso século XXI isto acabou. Enquanto o Brasil fez os programas “Bolsa-Família” e “Fome

Zero”, e a China investe em ciência e nas universidades mais do que todo o orçamento da UE,

os nossos governos competem para ver quem é mais austero, e nem sequer pensam em ter

uma visão mobilizadora para oferecer às suas populações.

Ora, os governos não “oferecem” desenvolvimento às pessoas; os governos, no seu melhor,

reorganizam e devolvem às pessoas a força que a sociedade já tem. Se as pessoas sentem que

dão — trabalho, estudo, impostos — e não recebem nada em troca, o governo está a trabalhar

para a sua deslegitimação.

No fim do século XIX, isto foi também assim. As pessoas viam que o governo só tinha para lhes

dar repressão ou austeridade. E olhavam para a indústria, e viam que os seus patrões só tinham

para lhes dar austeridade e repressão. Os patrões e o governo tinham para lhes dar a mesma

coisa, pois eram basicamente as mesmas pessoas. Não por acaso, foi a época áurea do

anarquismo, um movimento que era socialista (contra os patrões) e libertário (contra o governo).

Estamos hoje numa situação semelhante. Nenhum boa ideia sai dos nossos governos. E as

pessoas começam a perguntar-se para que servem eles.

MEU BRASIL BRASILEIRO

A SERRA DOURADA

Jaime Sautchuk 18.jun.2013

Em Goiás, cada canto tem seus encantos. Às vezes pouco vistos ou ofuscados por outras belezas. É o caso da Serra Dourada, na Cidade de Goiás. Nos acostumamos a admirá-la à

distância, por sua quase ofuscante coloração amarelada, ao Sol poente, que lhe dá o nome. Mas poucos já subiram ao seu cocuruto, onde sobram outros encantos.

Conheço a cidade quase desde o tempo em que se chamava Vila Boa, num período em que a decadência era sentida por todo lado. Nem parecia a bela capital que fora surgindo e crescendo

com base em um dos primeiros planos diretores de urbanismo do país, datado de 1780. Uma cidade erigida com esmero e carinho, que desde seus primórdios, apesar da muvuca da febre do

ouro, soube cuidar de seu ambiente, dos vales e das serras, inclusive a Dourada.

Já vinha em decadência de um século antes, mas entrou em plena derrocada depois da construção de Goiânia, a nova capital. Sua bela arquitetura estava ferida pelo descuido, descaso até. As ruas estreitas tomadas por destoantes postes de concreto armado e os emaranhados de

fios e as gambiarras elétricas chegavam a causar medo, eram tétricas.

As próprias festas religiosas e populares, que outrora enchiam suas ruas de devoção e alegria, os corais e bandas que davam bom uso ao coreto, tudo parecia ter sucumbido ante um mórbido desânimo. O próprio Fogaréu parecia ter-se rendido a esses ventos de maus presságios e mal

sobravam tímidas luzinhas de alguns archotes abnegados, como sopros de esperança.

No entanto, a partir do finalzinho da década de 1990, os ventos mudaram, novas luzes se iluminaram. Um festival de cinema, o título de patrimônio cultural da Humanidade, um renascer

econômico, o ânimo da comunidade – eram as conspirações do passado que agora passavam a ruir, e ressurge assim a bela cidade, emoldurada pelo dourado da serra.

Mas, persistia a curiosidade sobre o topo daquelas escarpas. O que haveria por lá, o que de lá se veria? Não faz muito tempo, uns amigos da terra, concidadãos, me ensinaram o caminho das

pedras. É preciso ir até Mossãmedes, rodar uns 40km, e subir por trás, onde há o Parque

Nacional. Sobe-se até o cocuruto, em carro traçado, e já há agência turística com profissionais preparados para a empreitada.

O encanto da primeira subida, o infindável horizonte, a cidade vista de cima, as curvas do Rio Vermelho e seus filhotes, mais que calar uma indagação, enche os olhos, alegra o coração. E

pede mais, clama por bis, requer repetição.

Sábia foi uma amiga, a professora Graça Fleury, que dia desses resolveu chamar uns amigos e familiares para comemorar seu aniversário, com toda pompa e majestade, lá em cima, naquele encantador platô. E assim todos os mistérios se dissiparam para sempre. Passamos a noite, do

cair ao raiar do Sol, no topo da Serra Dourada.

NOTICIA EM DESTAQUE

A maravilhosa manifestação "pacífica"

Victor Samuel Bueno Rosa

Para quem não me conhece, deixarei uma pequena ilustração de como era a minha mentalidade: acordar para trabalhar e fazer dinheiro me manterá livre de todos esses problemas de gente anarquista que briga desnecessariamente contra a Polícia. Uniforme representa Ordem e Respeito, e eu fui educado a respeitar.

Eu corrigi minha irmã dias atrás quando ela me disse "a gente deve respeitar quem exige respeito" para "a gente respeita quem demonstra respeito". Mal sabia eu que a vida esfregaria na minha cara a dura realidade daquilo que eu acabara de verbalizar.

Era uma bela Quinta-feira, e eu tinha de trabalhar, mas a linha que pego pra trabalhar estava parada. Poderia eu pegar 3 ou 4 ônibus a fim de ir para o trabalho? Sim, mas como eu trabalho em diferentes partes daquela linha, eu dependeria não mais dos 15min de trem, mas dos 45min de ônibus,

luxo que eu não possuía. Tive de cancelar meus trabalhos do dia. O que me restou? Ficar em casa escrevendo, lendo e estudando.

Fui chamado para essa tal de "Manifestação Pacífica" que teria início em frente ao Teatro Dom Pedro, mas eu me recusei a ir. Por que? Oras, preciso explicar? Manifestantes anarquistas bocós invadindo espaços privados só para mostrar que são pobres e não tem emprego? Não, obrigado pelo convite.

Fiquei em casa. Cocei. Dormi. Acordei e comi. Liguei o Face e li algumas manchetes sobre o que REALMENTE aconteceu na Manifestação dos dias anteriores. Pensei. A cachola começou a

processar informações. Descansei o cérebro em banho-maria de informações de fontes não tão confiáveis. Li mais. Absorvi mais. Fiquei curioso, e foi aí que tudo começou.

Acabei despertando uma curiosidade de descobrir por mim mesmo o que REALMENTE era essa tal Manifestação. Eu ainda achava que o povão ía todo se reunir xingando partidos (odeio Partidos, eu gosto é de Solução com gente inteligente tomando as rédeas que sempre façam o melhor por aqueles que os colocaram no comando), apedrejariam bonecos enormes, íam ficar berrando no meu ouvido sobre "VOSSÊ TEIN QUE LUTÁ PELUS ÇEUS DIREITU!!!". Sério, eu sou um cara banhado em dinheiro desde que nasci, então a minha percepção era uma bem particular (que viria a se dissolver muito em breve).

Fui. Acabei chegando às 17h40. A Polícia havia pedido para todos os Manifestantes sairem de dentro do Metrô Anhangabaú, e assim eles fizeram.

Alguns passinhos pra trás e simples. Lá nos encontramos e de lá fomos para o Teatro. Andamos, vimos policiais de colete amarelo encostados nas paredes híper de boa lá com a gente, fiquei impressionado com a quantidade de gente em volta dos policiais, e nenhum policial/manifestante machucado. Achei linda aquela percepção e pensei: "Nossa, eu sempre via pancadaria quando essa água e esse óleo se juntavam, que coisa!". Continuei andando em direção à concentração. Cheguei lá em menos de 20min. 18h00 eu já estava lá e o pessoal estava todo unido, sorridente, feliz por estar ali. E eu lá, perdidão com medo de alguém me roubar o iPhone. Estranhei por ninguém ter

trombado em mim pra me assaltar, e todos aqueles que trombaram em mim, olharam de volta e disseram: "desculpa, cara". Eu não escuto isso nem dentro das empresas onde vou todo arrumadinho!!!! Fiquei abismado, em choque com tamanho respeito.

A concentração começou a tomar proporções que eu não imaginava. Pensei com meus botões "uns 80 sem-ter-o-que-fazer estarão lá brigando pelo Direito do Brasil. HAHAHAHAHA retardados e sem noção, eu devia era tá em casa assistindo seriado que eu ganharia muito mais, tem até bolo em casa", mas não éramos em apenas 80, não éramos apenas em 800, e não éramos apenas 8.000. A contagem foi estimada por baixo em 10.000 (números redondos ajudam a galerinha a lembrar bem). DEZ MIL pessoas lutando pelo Direito dos outros. Eu engoli seco o meu preconceito.

Começamos a andar, a passeata estava linda, bem organizada, as pessoas desviavam o senhor e o carro dele de recolher lixo das ruas. Um moço até levantou uma placa de "Vendo Ouro ou Prata" para conseguir alguma coisa daquela concentração tão gostosa e animada. Pessoas saíam de seus apartamentos para danças nas janelas, e não para xingar. O ritmo era tão gostoso que cativava a todos que nos ouviam. Eu fiquei pasmo com tamanho respeito por todos os lados. Eu comecei a entender melhor a ideia da Manifestação.

Caminhávamos BEEEEEEM devagar, sem atropelar ninguém, sem entrar por ruas já não previamente bloqueadas pela Polícia de Trânsito. Sério, era lindo ver TANTA gente caminhando por onde já havia sido previamente combinado por onde andaríamos. Tudo dentro da Lei, tudo respeitoso e harmonioso.

Fantástico, seria o que eu diria para descrever tal evento grandioso.

Andamos e andamos, pessoas dançavam nas janelas, pais colocavam seus filhos em cima de seus ombros, familiares se abraçavam, casais se beijavam, a galera bem educada, se portando de forma apreciada por qualquer ser humano.

Parávamos - para que a Manifestação não se esticasse muito entre cabeça e cauda - e continuávamos quando a concentração realmente se concentrava.

Filmei tudo. Queria eu ter tudo aquilo registrado porque eu AINDA não acreditava que tanta gente desconhecida se respeitaria ali por um ato nacional. Eu tinha ainda 3 pés atrás quanto à educação dos manifestantes (eu esperava ver a máscara dos manifestantes cair para ver que eles realmente eram vândalos, agressores e mal-intencionados, mas tava difícil já porque eu estava esperando por longos 70min já e nenhuma máscara dentre os 10.000 caía, ninguém xingava, ninguém cuspia, quem trombava pedia desculpa e dava abraço até, tava bem complicado achar um errante ali, mas não perdi a fé de que alguém apareceria, que máscaras cairiam).

Chegamos na Praça da República querendo subir a Rua da Consolação. E foi ali que as Máscaras caíram.

Paramos, concentramos, nos unimos e por ali ficamos gritando: "Oooooooo, o povo acordou!!!! Ooooooooo, o povo acordou!!!!" Muitas pessoas tiravam fotos, mas ninguém se mexia, não dava. A Polícia lá longe (eu diria uns.... 100 metros? Mais? Não sou bom de cálculo quando se passa de 50 metros) estava fazendo uma barricada enorme na Rua da Consolação para que nós não subíssemos.

Ué? Não era por ali que íriamos subir...... POFT! Alguém começa a correr desesperado pela direita traseira empurrando todo mundo. Eu logo pensei "BADERNA! Achei!", e logo vejo o que realmente está acontecendo. A Tropa de Choque avançou nas pessoas que seguravam as flores!

F L O R E S!!!!! A arma mais letal do Planeta Terra! A Tropa de Choque avançou com Escudos e Cacetetes por trás da gente, encurralando a Manifestação Pacífica na Praça.

Pensei comigo: "é AGORA que a gente revida com pedras e paus, quer ver?"

O que aconteceu? O povo se uniu, pegou quem tava caído no chão e começou num coro lindo "SEM VIOLÊNCIA! SEM VIOLÊNCIA!". Sério, se eu tinha alguma vergonha na cara, ela entrou pelos meus ouvidos, por minhas narinas e se escondeu, junto com o meu preconceito e ausência de informação. Eu estava no meio da Manifestação esperando ver a Manifestação se tornar Vândala, e o que eu recebo como recompensa? Amor, pedidos de compreensão, tentativa de conversar com a Tropa de Choque.

Foi ali que a MINHA máscara caiu, que os meus olhos abriram, que a minha Realidade se tornou uma só com a dos Manifestantes. Eu era um Boyzinho, um coxinha, um Topzinho

esperando ver os Manifestantes virarem agressores, mas em troca eu encontrei pessoas humanas dispostas a se sacrificarem por um bem maior. Não consigo muito explicar em palavras o que eu senti, apenas consigo dizer que tudo aquilo que me foi pintado pela Mídia da TV havia perdido sua tinta.

Conversando com o pessoal sobre o que fazer, eles disseram: "Unidos, galera! Unidos!". Nos unimos, e continuamos "ô motorista, ô cobrador, será que seu salário aumentou?" Palavras pesadas, não? Merecidas de uma boas...

BOOOM!!!! BOOOOOM!!!!! BOOOOOM!!!!! BOOOOM!!!!!!!!

Bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas no meio da gente, na nossa frente, atrás da gente! PRA QUÊ???????? Não tinha uma rota que seguiríamos para depois irmos embora? Não é assim com a Marcha de Jesus? Marcha das

Vadias? Parada Gay? Marcha dos Ciclistas? Por quê com a gente tinha bomba? Cadê o roteiro, gente?????? Pra que isso?????Eu não passei vinagre em lugar algum. Eu fui com a cara ao tapa e disse "Não, se é pra cheirar essa merda, eu vou cheirar, que venha a Realidade".

Senti o cheiro, chorei pra caralho, meu nariz escorreu feito uma cachoeira, minha boca secou, a ânsia de vômito bateu e eu quis morrer ali de tanto amargo no fundo da boca. Entendi como funcionava aquele produto químico, daÍ, sim, fiz o que podia fazer. Destapei o nariz, esfreguei as lágrimas, dei meus pulos e o efeito passou. Não vomitei, não passei mal, nada me aconteceu. Olhei em volta e....

Gente passando mal

Gente caída no chão

Gente sem poder abrir os olhos

Gente desnorteada

Gente vomitando

Precisava???????????????

Eu fui ajudar uma menina que estava caída no chão (já que eu tinha me perdido do meu grupo). BOOOOOM!!!!!! A menina que estava de pé na minha frente caiu dura. A testa dela sangrando loucamente enquanto ela se esperneava no chão. Só pude concluir que acertou uma parte bem irrigada do rosto dela, mas eu não pude ajudá-la porque meus conhecimentos médicos são limitados, então fui ajudar quem dava. Peguei a menina do chão, tonteada e perdida, limpei as narinas dela e limpei os olhos dela. Ela levantou perdida, agradeceu e foi ajudar mais alguém. O meu queixo "caiu" ali ao ver aquela ação. Eu pensei que a menina ía correr pra longe, mas não, ela ficou e lutou.

Eu encontrei o meu grupo de volta e os ajudei como pude. A Manifestação fez o quê? Pegou pedras? Pegou pau? Desenvolveu super-poderes que poderiam ameaçar a vida daqueles policiais bem protegidos e armados? Não. A gente se uniu novamente e berrou aos quatro ventos: "CHEGA DE VIOLÊNCIA!!!! SEM VIOLÊNCIA!!!"

A Tropa de Choque chegou com reforço, e foi aí que tudo se perdeu. Uma bomba caiu no meu pé, e em frações de segundos a minha vida passou na frente dos meus olhos enquanto eu só via aquela coisinha estranha soltando gás pra cima de mim. Respirei fundo, protegi os olhos e puxei as pessoas pra longe da bomba enquanto eu tentava chutá-la pra longe.

BOOOOOOM!!!!! BOOOOM!!!!! BOOOOM!!!!! BOOOOM!!!!!

Mais e mais bombas foram lançadas em cima da gente, e mais e mais pessoas se separavam do grupo, não tinha como se manter unido ali. A Manifestação se fragmentou.

Eu desci para a Avenida (era a 23 de Maio ali? Não me lembro, tinha muita fumaça no meu cérebro), onde fiquei com a pior parte da Manifestação: os "Vândalos". Foi ali que eu aprendi a defender a Realidade, e não os fatos impostos garganta abaixo.

A Polícia vinha de carro atirando borracha na gente, bem estilo joguinho de tiro, sabe? Você vê uma coisa se mexendo, você atira. Simples assim. O que o pessoal pensou em fazer? Debilitar a Polícia de seus carros. Fizeram barreiras nos chãos para que a Polícia não passasse mais brincando de tiro-ao-alvo na gente, e barricadas foram feitas. Concordo com as barricadas? Não. Concordo com brincarem de atirar na gente por diversão?

Menos ainda. Fica ao seu critério achar se deveríamos ou não ter feito as barricadas.

A Polícia ficou a pé, igual a gente. A moça do meu lado estava ali de boa quando tomou um treco na cabeça. O cara com ela (possível namorado) assustou e berrou: "EU NÃO TÔ NA BRIGA, MERDA!!!!" A Polícia não liga muito porque nessa hora é muita ameaça que representamos, sabe? 1 camiseta, 1 cueca, 1 calça, 1 par de tênis podem ferir mortalmente um policial potentemente armado e protegido. Cuidado!

Por vezes e vezes pensei: "quero ir embora, a polícia tá metendo bala em tudo quanto é gente, tá passando por cima de latões, por cima de lixo, por cima de tudo, e depois vão falar que fomos nós!!!!! Eu quero ficar vivo pra poder viver o dia de amanhã, mas..... mas.... pq eu não vou? Pq eu fico e luto? Pq????" Eu não entendia ainda muito bem o porquê da minha vontade de ficar e defender um ideal. Era difícil, pra mim, acordar em tão pouco tempo, sabe?Subi a Rua da Consolação ao lado da Cavalaria Policial depois que fomos dispersados. Pensei "acabou". Subi e lá encontrei os repórteres gravando o que o pessoal - indignado - dizia para a TV. Pensei "estou seguro, ninguém jamais faria qualqu....."

BOOOM!!!!!!!!!

Câmera cai. Bomba no meio do povo. Dispersão. Medo. Liberdade de expressão zero.

Meu mundo caiu ali. Fiquei sem palavras. A Polícia atirou bomba em pessoas que não tinham nenhuma arma que não a voz. Seria o poder do povo tão forte assim???

Subindo a Consolação, um milagre. A Manifestação se reencontrou! Estávamos em 2, depois em 100, depois em 1.000! O restinho da Manifestação que ainda lutava por Direitos estava ali!!!! UFA!!!!!! Ninguém desistiu tanto assim!

Nos unimos e berramos "Oooooo, o povo acordou!!!" várias vezes, meio entristecidos, mas contentes de termos encontrado outros guerreiros pelos Direitos alheios.

Se tinha uma coisa que aquelas bombas tinham feito era ter me instaurado um medo interno gigantesco, mas.... um presente apareceu depois de alguns metros. Um eco vinha de uma rua estreita, pequena... Não dava pra entender muito bem, mas era muito barulho. Pensei "POLICIA, CORRE, GENTE!!!". Não era a Polícia.Eram os outros 4.000 que havíamos perdido lá atrás na República! Do nada, da minha direita, vem descendo mais uns 3.000!!!! O grupo INTEIRO estava todo reunido!!!! A sensação de libertação do medo passou num instante assim que eu me dei conta de uma única coisa:

"Eles podem machucar o meu corpo, mas não posso permitir que machuquem o meu espírito. Jamais!"

E foi ali que eu nasci de novo. Nasci para o mundo, nasci para a Vida.

Claro que aquilo estava longe de acabar pois a Tropa de Choque nos encurralou para que não chegássemos à Paulista, daí desviamos para a Angélica. Pensei comigo "isso é um erro, porque a Angélica é gigantemente fechada pros lados, só tendo Norte ou Sul", mas fiquei na minha. Quando ouvimos alertas da Tropa de Choque atacando por trás e pela frente, a concentração se abraçou, sentou no chão e pedia "SEM VIOLÊNCIA!!!".Não sei quantas bombas foram, sério. A menina que estava a 25 passos à minha frente tomou uma bomba nos peitos. Deduzi que era uente porque ela berrava de dor enquanto aquela granadinha soltava alguma coisa que parecia ser uma massa densa de calor, vapor, queimando a pele dela, a roupa, e ela ficava desesperada aos segundos.

Válido? Pense você, mas só você, sem o auxílio da TV.

Eu continuarei lutando até que mais e mais pessoas acordem. Espero que você não me xingue, pois eu não xingo você. Eu te entendo se você está com medo,eu também estava. Você acordará no seu tempo. Ou no seu tempo, ou quando alguém querido seu tomar uma bala na cabeça por respirar quando um policial não havia permitido. Esperemos que você nunca passe por isso.

Victor Samuel Bueno Rosa - viciado em trabalhar com idiomas, comer comida vegana,

estudar de tudo um pouco a fim de ajudar ao próximo, ouvir e aconselhar, além de assistir

muitos desenhos. (onde está a minha arma aí?)

***

Dilma e os jovens: Não é apenas

um problema de comunicação publicado em 17 de junho de 2013 às 14:51

por Luiz Carlos Azenha

O blogueiro Altamiro Borges costuma falar sobre a capilaridade dos grandes conglomerados de mídia do Brasil apontando para as agências de distribuição de fotos e notícias, que espalham o conteúdo gerado no Rio de Janeiro ou em São Paulo mesmo para os pequenos jornais ou emissoras de rádio do interior de Goiás ou da Amazônia.

Quando a Secom, a Secretaria de Comunicação ligada à Presidência da República, diz que mudou a distribuição de verbas publicitárias para fomentar e apoiar órgãos locais e afirma que isso contribuiu para a democratização de conteúdos, está falando uma meia verdade: isso pode até resultar na contratação de jornalistas locais, mas não garante que a pauta seja distinta da dos grandes meios, que ocupam espaço nas publicações com seus colunistas e ditam o que é ou não pauta nacional.

De minha parte, tenho escrito sobre o paradoxo da chamada “crise da mídia”. As empresas demitem jornalistas e reduzem custos ao mesmo tempo em que aumentam sua influência sobre o público através da apropriação das ferramentas disponíveis aos usuários das redes sociais.

No passado, o leitor de Arapiraca, em Alagoas, provavelmente teria de esperar o dia todo até receber sua edição de O Globo impressa no Rio de Janeiro. Agora, via Facebook, ele recebe o artigo do Merval Pereira pregando a prisão de José Dirceu disseminado pelos próprios internautas. Mais que isso, recebe o artigo recomendado por um parente ou amigo, o que acrescenta um peso — vamos dizer, “emocional” — ao conteúdo.

O poder dos conglomerados se ampliou na medida em que eles dispõem de mais recursos para disputar espaço nas redes sociais.

Surgiu, no entanto, uma inédita capacidade dos mais jovens, antenados e digitalizados, de influir na pauta nacional através da formação de redes de opinião múltiplas e não necessariamente ligadas a partidos políticos.

Como tenho dito desde o primeiro Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, a disputa agora já não é apenas pelo controle dos meios de produção de notícias, que de fato se democratizaram pelos padrões capitalistas (montar um blog e comprar uma câmera digital exige muito menos capital que o que Roberto Marinho usou para montar uma rede de TV). A disputa hoje é também sobre a capacidade de disseminar em rede conteúdos de seu interesse.

O erro do Partido dos Trabalhadores em geral e do governo Dilma em particular foi descuidar da informação na era da informação.

Lembro-me de quando Ronald Reagan, o Grande Comunicador, estava em minoria no Congresso dos Estados Unidos e decidiu falar diretamente aos eleitores, por cima dos mandatos distritais, usando para isso a visibilidade garantida ao púlpito presidencial.

Donald Regan, assessor de imagem do presidente norte-americano, bolava os eventos. Reagan desembarcava no interior do Texas e, ao lado de fardos de feno, falava sobre a política agrícola, garantindo espaço na mídia local e regional.

A presidente Dilma aparentemente não gosta de usar o púlpito para fazer política, ou seja, para contestar as versões sobre os fatos apresentadas como verdades absolutas pela mídia (como o apagão elétrico que, afinal, nunca aconteceu), para defender suas próprias ideias e influir na pauta de debates.

Com isso, perante a opinião pública, está sempre na defensiva. Ainda que o apagão tenha, afinal, se mostrado uma ficção midiática, a nova dinâmica das redes sociais disseminou fortemente a impressão de um governo acuado, sem respostas, vacilante — com implicações para a imagem de Dilma que podem ter tido algum impacto inclusive nas pesquisas de opinião.

Ossificado, o PT parece não ter entendido até agora a importância da batalha da comunicação. Em desvantagem nos espaços da grande mídia, o partido já deveria ter desenvolvido uma estrutura para produzir e disseminar conteúdos nas redes sociais.

Falo de discursos, notas oficiais e posicionamentos individuais dos parlamentares do PT, partido que dispõe ainda de um amplo corpo de técnicos e intelectuais que poderiam influir nos debates nacionais e se contrapor à pauta proposta pelas grandes redações.

É irônico que Dilma tenha sido vaiada justamente no estádio mais bonito dos que foram construídos para a Copa das Confederações e que, dizem os que estiveram lá, deveria servir de orgulho para a engenharia nacional.

O que me leva ao segundo ponto. Não se trata apenas de um problema de comunicação, mas também e principalmente de prioridades políticas.

Ao abraçar as empresas de telefonia — sejam quais forem os motivos para isso — e engavetar um Plano Nacional de Banda Larga baseado na universalidade, no investimento público e no livre acesso em praças ou pontos de encontro de jovens, o governo Dilma fechou as portas para que milhões de seus apoiadores ingressassem no mundo digital, disseminando suas ideias e opiniões nas redes sociais. A culpa é de Paulo Bernardo?

Ao abraçar os ruralistas — sejam quais forem os motivos para isso — e demolir a Funai, o governo Dilma se afastou dos indígenas, causando o desgosto de centenas de milhares de jovens internautas com grande capacidade de mobilização nas redes. A ironia suprema é que hoje a direita usa a causa indígena… para atacar um governo cujo partido principal de sustentação sempre teve compromisso histórico com os indígenas. Culpa da Gleisi Hoffmann?

Ao abraçar os fundamentalistas — sejam quais forem os motivos para isso — e cancelar campanhas de esclarecimento sobre a AIDS, além de demonstrar ambiguidade na questão do

Estatuto do Nascituro, o governo Dilma perde o apoio de outro tanto de jovens militantes políticos que também são militantes digitais capazes, articulados e influentes. Culpa do Alexandre Padilha?

Ao abraçar Gulherme Afif Domingos, o vice-governador de Geraldo Alckmin, e torná-lo ministro — sejam quais forem as justificativas para isso –, além de prometer apoio federal para a repressão a um movimento social em São Paulo, o governo Dilma se distancia profundamente de sua própria base (a Juventude do PT, saibam, faz parte das manifestações). Culpa de José Eduardo Cardozo?

Notem, portanto, que não se trata apenas de um problema de comunicação.

O fato é que existe uma nova dinâmica da informação, comandada em parte por jovens inconformados, que querem mudanças.

Porém, os compromissos do governo Dilma contribuiram para alijar das redes sociais uma parcela significativa de seus apoiadores, que se encontram entre os excluídos digitais.

Além disso, deram motivo para que militantes com poder de influência multiplicassem as críticas aos rumos da coalizão cada vez mais conservadora liderada pelo PT.

É como se houvesse um choque geracional entre o mundo digital e o mundo analógico (na observação de gente como Marcelo Branco e Sergio Amadeu) — com o PT encarnando, sem reação, o papel de um governismo conservador e desatento às pressões sociais que, lá atrás, estiveram na origem do próprio partido.

vladimir safatle

Proposta concreta Vladimir Safatle – 18 junho 2013

Há várias maneiras de esconder uma grande manifestação. Você pode fazer como a Rede Globo e esconder uma passeata a favor das Diretas-Já, afirmando que a população nas ruas está lá para, na verdade, comemorar o aniversário da cidade de São Paulo.

Mas você pode transformar manifestações em uma sucessão de belas fotos de jovens que querem simplesmente o "direito de se manifestar". Dessa forma, o caráter concreto e preciso de suas demandas será paulatinamente calado.

O que impressiona nas manifestações contra o aumento do preço das passagens de ônibus e contra a imposição de uma lógica que transforma um transporte público de péssima qualidade em terceiro gasto das famílias é sua precisão.

Como as cidades brasileiras transformaram-se em catástrofes urbanas, moldadas pela especulação imobiliária e pelas máfias de transportes, nada mais justo do que problematizar a ausência de uma política pública eficiente.

Mas, em uma cidade onde o metrô é alvo de acusações de corrupção que pararam até em tribunais suíços e onde a passagem de ônibus é uma das mais caras do mundo, manifestantes eram, até a semana passada, tratados ou como jovens com ideias delirantes ou como simples vândalos que mereciam uma Polícia Militar que age como manada enfurecida de porcos. Vários deleitaram-se em ridicularizar a proposta de tarifa zero. No entanto, a ideia original não nasceu da cabeça de "grupelhos protorrevolucionários". Ela foi resultado de grupos de trabalho da própria Prefeitura de São Paulo, quando comandada pelo mesmo partido que agora está no poder.

Em uma ironia maior da história, o PT ouve das ruas a radicalidade de propostas que ele construiu, mas que não tem mais coragem de assumir.

A proposta original previa financiar subsídios ao transporte por meio do aumento progressivo do IPTU. Ela poderia ainda apelar a um imposto sobre o segundo carro das famílias, estimulando as classes média e alta a entrar no ônibus e a descongestionar as ruas.

Apenas nos EUA, ao menos 35 cidades, todas com mais de 200 mil habitantes, adotaram o transporte totalmente subsidiado. Da mesma forma, Hasselt, na Bélgica, e Tallinn, na Estônia. Mas, em vez de discussão concreta sobre o tema, a população de São Paulo só ouviu, até agora, ironias contra os manifestantes.

Ao menos, parece que ninguém defende mais uma concepção bisonha de democracia, que valia na semana passada e compreendia manifestações públicas como atentados contra o "direito de ir e vir". Segundo essa concepção, manifestações só no pico do Jaraguá. Contra ela, lembremos: democracia é barulho.

Quem gosta de silêncio prefere ditaduras.

Vladimir Safatle é professor livre-docente do Departamento de filosofia da USP (Universidade de São Paulo). Escreve às terças na Página A2 da versão impressa.

� Leia as colunas anteriores

"Penne arrabbiata"

Carlos Heitor Cony - FOLHA DE S.PAULO – 18 de junho de 2013

RIO DE JANEIRO - Um conhecido de vista e chapéu, como aquele cara que Dom Casmurro encontrou num trem da Central, mesmo sem chapéu, me cumprimentou e perguntou se podia bater um papo. Como as donzelas dos romances antigos, não gosto de conversar com estranhos, mas topei a liberdade e ele sentou-se na mesa onde, sozinho, eu almoçava um "penne arrabbiata".

"O senhor sabe quem está por trás dos atos de vandalismo em São Paulo e em outras cidades brasileiras?"

Ia responder que não, nem queria saber, mas o homem já tinha começado: "Tenho lido o que a mídia está dizendo a respeito. Os entendidos são unânimes em afirmar que o movimento é organizado, e não espontâneo, como a vaia que deram na presidente no estádio de Brasília. Sendo possível ou sendo verdade, quem estaria interessado em bagunçar a paz da sociedade brasileira?".

E continuou: "Nenhum dos partidos existentes. Em 64, as marchas por Deus e pela democracia eram coordenadas e financiadas pelo dinheiro do trigo que o embaixador Lincoln Gordon desviava para armar uma situação que justificaria a intervenção dos Estados Unidos, que já tinham mandado uma esquadra para garantir a invasão".

"A quem interessa uma ruptura do regime democrático que, bem ou mal, estamos mantendo? Não temos nem o ouro de Moscou nem o dinheiro dos cubanos que sonhavam com uma nova Sierra Maestra. O PT, especializado em orquestrar a voz das ruas, faria tudo para se conservar no poder. Os evangélicos, os gays, os ecologistas?"

"Com a Comissão da Verdade ameaçando chegar aos torturadores do regime de 1964, com a repulsa aos militares que estão sendo chutados como cães atropelados, qual o grupo interessado em virar a mesa?"

O sujeito foi embora e eu perdi a vontade de comer o meu "penne arrabbiata".

Brasil vive 'esquizofrenia' com protestos, diz 'El País'

Atualizado em 17 de junho, 2013 - 07:48 (Brasília) 10:48 GMT

Para autor, Brasil vive paradoxo entre crescimento e exigência por serviços de qualidade Uma análise publicada no jornal espanhol El País nesta segunda-feira diz que os protestos que vêm tomando as ruas das principais capitais brasileiras desde a semana

passada causam "perplexidade" dentro e fora do país e geram várias perguntas - e poucas respostas - sobre as razões da situação.

"Por enquanto, o que existe é um consenso de que o Brasil, invejado internacionalmente até agora, vive uma espécie de esquizofrenia ou paradoxo que ainda deve ser analisado ou explicado", afirma o artigo, intitulado "Por que o Brasil e agora?".

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• Brasil O texto, assinado pelo correspondente do jornal no Rio de Janeiro, Juan Arias, indaga por que agora surge um movimento de protesto quando, ao longo dos últimos dez anos, o Brasil viveu como que "anestesiado" por seu êxito compartilhado e aplaudido mundialmente. "O Brasil está pior do que há dez anos?", pergunta o autor. "Não, está melhor", responde ele, acrescentando que o país está mais rico, tem menos pobres e testemunha o crescimento do seu número de milionários. "É mais democrático e menos desigual", completa Arias. O autor segue com mais perguntas. "Por que saem às ruas para protestar contra a alta dos preços dos transportes públicos jovens que normalmente não usam esses meios porque já têm carros, algo impensável há dez anos? "Por que protestam estudantes de famílias que até pouco tempo não tinham sonhado em ver seus filhos pisarem na universidade?" Um Brasil melhor

O texto ainda questiona por que o Brasil, "sempre orgulhoso do futebol, agora parece estar contra o país sediar o Mundial". Na avaliação do autor, a resposta para o paradoxo que hoje vive o Brasil talvez esteja ligada à formação da chamada nova classe média; ao fato de que os pobres que passaram a ter uma vida melhor estão conscientes de ter dado um salto qualitativo na esfera do consumo e agora "querem mais". "Querem, por exemplo, serviços públicos de primeiro mundo; querem uma escola que, além de acolhê-los, lhes ensine com qualidade, o que não existe; querem uma universidade que não seja politizada, ideologizada ou burocrática. Querem que ela seja moderna, viva, que os prepare para o trabalho futuro." Ainda segundo o texto, os brasileiros, "querem hospitais com dignidade, sem meses de espera, onde sejam tratados como seres humanos". "E querem, sobretudo, o que ainda lhes falta politicamente: uma democracia mais madura, em que a polícia não atue como na ditadura". "Querem o impossível? Não", afirma o texto, completando que, ao contrário dos movimentos de 68, "que queriam mudar o mundo", os brasileiros insatisfeitos com o que já alcançaram querem que os serviços públicos sejam como os do primeiro mundo. "Querem um Brasil melhor. Nada mais."

MILTON JUNG – Entrevista CBN – junho 18

Milton Jung fez a pergunta correta e fundamental: queria explorar o significado das

manifestações de ontem (17J) do ponto de vista da emergência de uma sociedade-em-

rede. Disse basicamente o seguinte:

1 - Em alguns lugares (como São Paulo e Rio) foi um swarming mesmo (quer dizer, um

enxameamento: a manifestação de uma fenomenologia da interação que só pode ocorrer em

sociedades altamente conectadas). Foi o primeiro swarming claramente identificável (e contraído

no tempo a ponto de poder ser percebido) no Brasil (semelhante ao 13M e ao 15M em Madri e

em outras cidades espanholas e ao 11F na Praça Tahir, no Egito).

2 - Foram as maiores manifestações de rua desde as dos carapintadas (que antecederam o

impeachment de Collor em 1992). Com características inovadoras desta feita: não foram

convocadas centralizadamente, não havia liderança (e sim multiliderança, múltiplas lideranças

emergentes e eventuais) e uma prova disso, em São Paulo, é que não foi propriamente um ato,

as passeatas se bifurcaram, percorreram e ocuparam várias localidades da cidade (na verdade,

pararam mesmo São Paulo).

3 - Minha estimativa é que 300 mil pessoas saíram às ruas no Brasil. A avaliação de 65 mil

pessoas feita para São Paulo é incorreta (aqui teve mais ou menos o mesmo número de

manifestantes do que no Rio de Janeiro, senão mais). Além disso a movimentação ocorreu em

dezenas de cidades brasileiras (além das capitais).

4 - O vandalismo, onde houve, foi lateral, pontual. As multidões enxameadas se manifestaram

pacificamente e coibiram atos violentos.

5 - As manifestações expressaram um descontentamento com a relação Estado-sociedade ainda

vigente. O sentimento generalizado - difuso porém identificável - expressava uma indignação

com a velha política, sobretudo com os partidos. A multidão gritando "Sem partido, sem partido"

e constrangendo os militantes partidários a recolherem suas bandeiras, indica uma clara recusa

à privatização da política.

6 - Enfatizei também que não se trata mais de massas convocadas por organizações

centralizadas, mas de multidões de pessoas consteladas de modo distribuído (e que se não

entendermos isso não vamos entender nada).

7 - Por fim, Milton Jung queria saber como o Estado e os governos a partir de agora vão poder

se comunicar com essa sociedade altamente conectada e com graus crescentes de

interatividade. Disse então que não sei a resposta. O Estado e os governos vão ter que descobrir

um modo de se conectar mais e interagir mais, por dentro e para fora. Ressaltei que os agentes

políticos ainda não estão entendendo nada quando pedem por lideranças para negociar. Mas

não existem lideranças capazes de representar esse tipo de movimentação. E nem se trata

propriamente de negociação. Embora um dos elementos desencadeadores dos protestos foi o

aumento das passagens de ônibus, as movimentações expressam uma pauta variadíssima (que

vai desde as fortunas gastas com a Copa vis-a-vis à péssima qualidade dos serviços públicos,

passando pela indignação com a corrupção política generalizada até o descontentamento com

certas leis antidemocráticas que vêm sendo aprovadas pelo Congresso Nacional: como a PEC

37 e o projeto de lei do PT que tenta manietar o Supremo Tribunal Federal).

8 - Concluí dizendo que o sentido mais geral de tudo que vem acontecendo nessas novas

expressões políticas da sociedade-em-rede, no Brasil e em outros países, aponta para uma

reinvenção da política, para uma reinvenção da democracia.

Foi isso. Quando tiver a gravação coloco aqui.

Angeli, Folha, hoje

Angeli – FSP 18 junho

PROTESTA SOCIAL EN BRASIL »

¿Por qué Brasil y ahora? JUAN ARIAS 17 JUN 2013 - 03:26 CET440

http://internacional.elpais.com/internacional/2013/06/17/actualidad/1371432413_199966.html

La policía se enfrenta a los manifestantes alrededor del estadio. / TASSO MARCELO (AFP)

Está generando perplejidad, dentro y fuera del país, la crisis creada repentinamente en Brasil por el surgir de las protestas callejeras, primero en las ricas urbes de São Paulo y Río, y ahora extendiéndose a todo el país e incluso a los brasileños en el exterior.

Por el momento son más las preguntas para entender lo que está aconteciendo que las respuestas a las mismas. Existe solo un cierto consenso en que Brasil, envidiado hasta ahora internacionalmente, vive una especie de esquizofrenia o paradoja que aún debe ser analizada y explicada.

Empecemos por algunas de las preguntas:

¿Por qué surge ahora un movimiento de protesta como los que ya están casi de vuelta en otros países del mundo, cuando durante diez años Brasil vivió como anestesiado por su éxito compartido y aplaudido mundialmente? ¿Brasil está peor hoy que hace diez años? No, está mejor. Por lo menos es más rico, tiene menos pobres y crecen los millonarios. Es más democrático y menos desigual.

¿Cómo se explica, entonces, que la presidenta Dilma Rousseff, con un consenso popular de un 75%, -un récord que llegó a superar al del popular Lula da Silva-, pueda ser abucheada repetidamente en la inauguración de la Copa de las Confederaciones, en Brasilia, por casi 80.000 aficionados de clase media que pudieron darse el lujo de pagar hasta 400 dólares por una entrada?

¿Por qué salen a la calle a protestar por la subida de precios de los transportes públicos jóvenes que normalmente no usan esos medios porque ya tienen coche, algo impensable hace diez años?

¿Por qué protestan estudiantes de familias que hasta hace poco no hubiesen soñado con ver a sus hijos pisar una universidad?

¿Por qué aplaude a los manifestantes la clase media C, llegada de la pobreza y que por vez primera en su vida han podido comprar una nevera, una lavadora, una televisión y hasta una moto o un coche de segunda mano?

¿Por qué Brasil, siempre orgulloso de su fútbol, parece estar ahora contra el Mundial, llegando a empañar la inauguración de la Copa de las Confederaciones con una manifestación que produjo heridos, detenciones y miedo en los aficionados que acudían al estadio?

¿Por qué esas protestas, incluso violentas, en un país envidiado hasta por Europa y Estados Unidos por su casi nulo desempleo?

¿Por qué se protesta en las favelas donde sus habitantes han visto duplicada su renta y recobrada la paz que les había robado el narcotráfico?

¿Por qué, de repente, se han levantado en pie de guerra los indígenas que poseen ya el 13% del territorio nacional y tienen al Supremo siempre al lado de sus reivindicaciones?

¿Es que los brasileños son desagradecidos a quiénes les han hecho mejorar?

Las respuestas a todas esas preguntas que producen en tantos, empezando por los políticos, una especie de perplejidad y asombro, podrían resumirse en pocas cuestiones.

En primer lugar se podría decir que, paradójicamente, la culpa es de quien les dio a los pobres un mínimo de dignidad: una renta no miserable, la posibilidad de tener una cuenta en el banco y acceso al crédito para poder adquirir lo que fue siempre un sueño para ellos (electrodomésticos, una moto o un coche).

Quizás la paradoja se deba a eso: al haber colocado a los hijos de los pobres en la escuela, de la que no gozaron sus padres y abuelos; al haber permitido a los jóvenes, a todos, blancos, negros, indígenas, pobres o no, ingresar en la universidad; al haber dado para todos accesos gratuito a la sanidad; al haber librado a los brasileños del complejo antaño de culpa de “perros callejeros”; al haber conseguido todo aquello que convirtió a Brasil en solo 20 años en un país casi del primer mundo.

Los pobres llegados a la nueva clase media han tomado conciencia de haber dado un salto cualitativo en la esfera del consumo y ahora quieren más. Quieren, por ejemplo, unos servicios públicos de primer mundo, que no lo son; quieren una escuela que además de acogerles les enseñe con calidad, que no existe; quieren una universidad no politizada, ideologizada o burocrática. La quieren moderna, viva, que les prepare para el trabajo futuro.

Quieren hospitales con dignidad, sin meses de espera, sin colas inhumanas, donde sean tratados como personas. Quieren que no mueren 25 recién nacidos en 15 días en un hospital de Belem, en el Estado de Pará.

Y quieren sobre todo lo que aún les falta políticamente: una democracia más madura, en la que la policía no siga actuando como en la dictadura; quieren partidos que no sean, en expresión de Lula, un “negocio” para enriquecerse; quieren una democracia donde exista una oposición capaz de vigilar al poder.

Quieren políticos con menor carga de corrupción; quieren menos despilfarro en obras que consideran inútiles cuando aún faltan viviendas para ocho millones de familias; quieren una justicia con menor impunidad; quieren una sociedad menos abismal en sus diferencias sociales. Quieren ver en la cárcel a los políticos corruptos.

¿Quieren lo imposible? No. Al revés de los movimientos del 68, que querían cambiar el mundo, los brasileños insatisfechos con lo ya alcanzado quieren que los servicios públicos sean como los del primer mundo. Quieren un Brasil mejor. Nada más.

Quieren en definitiva lo que se les ha enseñado a desear para ser más felices o menos infelices de lo que lo fueron en el pasado.

He escuchado a algunos decir: “¿Pero qué más quiere esta gente?" La pregunta me recuerda la de algunas familias en las que después de dar todo a los hijos, según ellos, estos se rebelan igualmente.

Se olvidan a veces los padres de que a ese todo le faltó algo que para el joven es esencial: atención, preocupación por lo que él desea y no por lo que a veces se le ofrece. Necesitan no solo ser ayudados y protegidos, llevados de la mano, quieren aprender a ser ellos protagonistas.

Y a los jóvenes brasileños, que han crecido y tomado conciencia no solo de lo que tienen ya, sino de lo que aún pueden alcanzar, les está faltando justamente que les dejen ser más protagonistas de su propia historia, más aún cuando demuestran ser tremendamente creativos.

Que lo hagan, eso sí, sin violencia añadida, que violencia ya le sobra a este maravilloso país que siempre prefirió la paz a la guerra. Y que no se dejen coptar por políticos que intentarán montarse sobre su caballo de protesta, para vaciarla de contenido

En una pancarta se leía ayer: “País mudo es un país que no muda”. Y también, dirigido a la policía: “No disparéis contra mis sueños”. ¿Alguien puede negar a un joven el derecho a soñar?.

Brasil ¿un sueño o una pesadilla? El gobierno está perplejo.

• El descontento provoca la protesta más multitudinaria en décadas

• '¿Por qué Brasil y ahora?', por JUAN ARIAS

JUAN ARIAS Río de Janeiro 18 JUN 2013 - 04:47 CET79

http://internacional.elpais.com/internacional/2013/06/18/actualidad/1371523636_871998.html?rel=rosEP

Imagen de la protesta frente al Congreso en Brasilia. / EVARISTO SA (AFP)

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Nadie se atreve a dar un nombre a la sorpresa que supuso la noche de este lunes ver de repente al país echarse a la calle, convocado sólo por Internet y a veces por simples adolescentes.

El gobierno está perplejo. Nadie esperaba que esta multitud, formada por personas de todas las edades y de todos los grupos sociales, saliese de repente a la calle a decir: "Queremos cambiar a Brasil".

Para unos fue un sueño de democracia, un despertar después de años de silencio para expresar, de las formas más creativas, que no están satisfechos con la calidad de vida que les ofrece el Gobierno, ni con la corrupción, ni con el despilfarro del dinero público, empezando por losmiles de millones gastados para preparar el Mundial de fútbol.

Para otros más que un sueño lo que vivió anoche un Brasil atónito podría acabar en pesadilla por los gestos de violencia de algunos grupos extremistas, que intentaron destruir la sede del gobierno de Río de Janeiro o invadir el Congreso.

Lo que están diciendo, sobre todo los más jóvenes, explicaba en la televisión el historiador Francisco Carlos Teixeira, es que los políticos “ya no les representan”. Por eso arremetieron anoche contra los símbolos del poder político en Río y en Brasilia.

Desde la presidencia de la República, la presidenta Dilma Rousseff, mandó decir que existe en el país el derecho a la libre manifestación y que es típico de los jóvenes protestar. El expresidente Lula da Silva, aún una fuerte referencia en Brasil, salió también al ruedo para decir que sólo “un irracional podía estar en contra de las manifestaciones”.

Histórico líder sindical, Lula apeló a que las reivindicaciones se traten con “negociaciones”. Lo sucedido en la noche de este lunes, sin embargo, no facilita esas negociaciones porque no existen líderes con poder en el movimiento, ni se trata de una lista de reivindicaciones sindicales. “Queremos un nuevo Brasil”, rezaban los carteles. Y las quejas iban desde el precio de los transportes, a las deficiencias en la educación y en la sanidad, pasando por la corrupción política.

Nadie sabe cómo es ese nuevo Brasil que profetizaban los cientos de miles de personas que anoche invadieron las ciudades. Pero para varios analistas políticos quedó claro que se trata de una “insatisfacción e irritación difusa”, como dijo la periodista Eliane Cantanhêde, quien añadió que el momento no era de respuestas "sino de dudas e interrogantes”.

El líder de la oposición, Aecio Neves afirmó que existe hoy “insatisfacción en la calle” y hasta el ministro Gilberto Carvalho, hombre de confianza de Lula, admitió que esos jóvenes que se han echado a la calle “nos aportan angustia”.

La gente en Brasil, que los próximos días seguirá saliendo de nuevo a manifestar su protesta en 220 ciudades no lucha contra una dictadura; ni siquiera contra el Gobierno. Quiere más, como ya dijimos este lunes. La gran incógnita es como quieren conseguirlo, quién cristalizará esa protesta sin líderes, que al mismo tiempo afirma que los políticos de turno “no les representan”.

Si existe “angustia difusa” en la calle, esa angustia se ha trasladado anoche como un aldabonazo hasta el Palacio Presidencial, donde se sienta la mandataria Dilma Rousseff, antigua guerrillera y luchadora contra la dictadura cuando tenía la edad de los que esta noche intentaron ocupar el Congreso.

Su papeleta no es fácil, pero quizás su biografía la pueda ayudar a buscar respuestas a esa insatisfacción de un país que hasta ayer estaba mudo y que de repente, sin que nadie lo esperara, retomó su voz.

Esa voz estuvo bordada de muchas notas: unos lloraban de emoción en la calle y se abrazaban. Otros se dedicaron al vandalismo y a manchar aquella fiesta que, aunque difícil de definir, fue sin duda celebrada por la inmensa mayoría en el tablado de la democracia, de una democracia más de todos, más auténtica, más participativa, donde cada uno y no unos pocos, puedan tener no sólo voto sino también voz.

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Análise: setores reacionários se reorganizam em outro front

Por Ferrer – 16 junho 2013

As manifestações recentes apresentam um cenário, até certo ponto, inédito no Brasil. Se até um

passado recente, o poder executivo era majoritariamente liderado pelos partidos de direita, hoje

o poder está mais distribuído. O governo baiano, gaúcho e do distrito federal são petistas. O

PSDB mantém os governos de Minas, São Paulo, Goiás, Paraná. Já o movediço PMDB dirige o

Estado do Rio de Janeiro. Em todos esses estados tivemos manifestações. Em todos esses

Estados tivemos uma dura repressão da polícia. O que fica claro é que nem os partidos de

direita nem os de esquerda sabem lidar com protestos. Ainda mais quando esses protestos não

são organizados e dirigidos por movimentos sociais, organizações sindicais devidamente

estabelecidos e com lideranças conhecidas. A nova cara das manifestações caracteriza-se

justamente na ausência de uma cara. É a horizontalidade de sua organização sua principal

característica. Bom ou ruim essa é a realidade. E a ausência de compromissos com o poder,

com o jogo partidário ou mesmo com as próximas eleições é um desafio completamente novo

para nossa elite política. E é esse o tempero que mobiliza cada vez mais manifestante e o torna

ainda mais magnífico, mais libertador e mais atraente.

São muitas as vozes descontentes no país. Afinal são muitos os motivos. Essa anarquia,

entretanto, também traz seus riscos. Quando todos os descontentes saem às ruas e cada um de

seus ativistas leva consigo a sua própria bandeira, o movimento corre sério risco de se perder.

Tenho visto na Internet as mais variadas manifestações. Até quinta-feira, parte considerável da

mídia, muitos dos meus amigos reacionários e outros órfãos da TFP defendiam o fim daquilo que

chamaram de baderna. Bradavam pelo direito de ir e vir e defendiam maior energia e intolerância

das autoridades e seus aparatos policiais. Os editoriais da Folha e do Estadão foram a senha

para que o Governador autorizasse a polícia a descer o cacete nos manifestantes.

O problema é que hoje a Internet, mais especificamente, as redes sociais permitiram que grande

parte da população tivesse acesso ao outro lado da notícia. A violência desproporcional e sem

precedentes da polícia foram escancaradas. A tal depredação do patrimônio público virou motivo

de chacota depois que flagrou-se policiais quebrando a própria viatura e prendendo “terroristas”

que portavam vinagre. Diante dos fatos, não há argumentos e os reacionários de plantão

perderam a mais importante das batalhas. A batalha da comunicação. As imagens deram

legitimidade à manifestação. O movimento ampliou sua capacidade de conquistar novos

corações.

Mas os reacionários não estão derrotados ainda. Com sua força repressora desmoralizada, eles

estão se reorganizando em outro front. Partiram agora para a dispersão das bandeiras. E alerto

que esse é muito mais perigoso para o movimento. Navegando pelas redes sociais tenho visto

diversos vídeos, textos, cartazes conclamando para a manifestação. Dizem que não se trata de

20 centavos, não se trata se quer de um transporte coletivo gratuito. A bandeira agora é dizer

que o aumento é só a última gota. Defendem que os manifestantes, na realidade, não toleram

mais “bolsa isso, bolsa aquilo”, são contra os mensaleiros, contra a política fiscal do governo,

contra os “tentáculos do governo nas empresas estatais”, contra os impostos, contra a inflação,

etc. Trata-se de um claro objetivo de capitalizar o movimento para as bandeiras da direita

reacionária desse país.

O libertário movimento deve deixar claro. O aumento de 20 centavos é sim a última gota. Mas

nosso “copo” está cheio é de um modelo econômico que não democratiza as oportunidades, que

não democratiza a terra, que não democratiza a educação, que não democratiza a sociedade.

Deve deixar claro que o direito de ir e vir passa obrigatoriamente pela gratuidade do transporte

coletivo e que este deve ser pago por aqueles que dele se beneficiam (ou seja, todo cidadão) e

não pelos seus usuários. Somos contra a corrupção, mas não somos idiotas. A corrupção está

entranhada em toda a sociedade. Não suportamos mais a corrupção policial, os “jeitinhos” para

liberações de alvarás de grandes edifícios e shopping centers, não suportamos mais “um por

fora” para acelerar processos na justiça, não suportamos mais concessões e privatizações que

não trazem efetivo retorno para os mais pobres, não suportamos mais uma saúde e uma

educação dirigida por um sistema que visa o lucro, não suportamos mais um modelo de eleições

determinado pelo grande capital. O Brasil mudou e quer continuar mudando. Não queremos a

volta da recessão, do desemprego, das privatizações escandalosas, da subserviência ao FMI e

seu modelo de Estado Mínimo.

Queremos um estado que nos dê oportunidade de vencer, uma polícia que nos proteja e uma

sociedade que nos respeite. Somos todos brasileiros e tudo que queremos é caminharmos

juntos para um futuro mais justo, mais livre e mais igual.

O maior patrimônio de um país é o direito de seus cidadãos gritarem por um país melhor. Esse

patrimônio que queremos resgatar. Essa é a nossa bandeira.

“Paz sem voz, não é paz, é medo”

Osvaldo Coggiola explica a origem do Movimento Passe Livre publicado em 17 de junho de 2013 às 14:46

Sobre vândalos, antropófagos, canibais, tucanos, petistas e

pessoas

por Osvaldo Coggiola =

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/osvaldo-coggiola.html

Depois da quarta jornada de protestos, em que uma manifestação de 20 mil pessoas em São Paulo foi atacada de modo selvagem pela PM (com um saldo de 150 detidos e 55 feridos), fomos informados que “o comando do PT está insatisfeito com a atuação do prefeito Fernando Haddad em relação aos protestos contra a tarifa. E, temendo a nacionalização do problema, decidiu intervir para evitar que contamine a imagem do partido em todo o país”.

Tarde demais, Lula. A presidente Dilma Rousseff foi vaiada (três vezes) na abertura da Copa das Confederações. A “contaminação” chegou a Brasília. Mais significativo talvez, Joseph Blatter (presidente da FIFA e mafioso internacional, segundo Diego Maradona, que alguma coisa aprendeu a respeito em Nápoles) pediu respeito e foi vaiado mais ainda.

O problema já está “nacionalizado” (Rio de Janeiro, Goiânia, Natal e Porto Alegre tiveram manifestações, além de São Paulo) e até “internacionalizado” (Blatter que o diga), com piquetes solidários com os manifestantes brasileiros em várias capitais do mundo (França, Alemanha, Portugal e Canadá).

Os torcedores do Estádio Mané Garrincha foram só os (circunstancialmente) últimos da lista. Até a juventude do PT já declarou seu apoio aos protestos. E a viúva do Mané (Elza Soares) cantou um novo samba: “R$0,20 eu não pago não”. O Brasil se põe em pé de luta, os jornais do mundo inteiro se fazem eco.

A PM “despreparada” (na verdade, preparada demais para sua função precípua) desceu o sarrafo até em um jornalista que carregava vinagre, declarado material para preparação de explosivos por um comandante da corporação, numa linha de pensamento inaugurada há dez anos, quando comandantes militares do superpreparado exército dos EUA no Iraque exibiram tambores de inseticida como “armas de destruição em massa”, aderindo, talvez de modo involuntário, à campanha ecológica mundial contra o uso de agrotóxicos. Ninguém foi poupado, em São Paulo.

Pessoas desmaiando, gritaria, centenas de homens e mulheres presos e feridos gravemente, inclusive idosos e crianças. “Segurança”. E já nos informaram também que o principal saldo da Copa das Confederações, da Copa 2014 e da Olimpíada 2016, além das vitórias brasileiras, claro, será a institucionalização dos “novos esquemas de segurança”…

O MP pediu 45 dias de trégua para se chegar a um acordo (R$ 3,10?). Os administradores estatais do partido de número 45 já anunciaram que, trégua ou não, não haverá cessar fogo da parte da corporação militar/estatal dotada de armas calibre 45.

Fernando Haddad, exemplo perfeito do tecnocrata petista que cresceu à sombra de cargos administrativos, obtidos a cavalo do esforço de milhares de militantes populares na década de 1980 (e dos resistentes contra a ditadura nas décadas de 60 e 70), declarou, desde a inspiradora Paris, que aceitaria sentar para discutir e negociar, mas sem abrir mão dos R$ 3,20.

Doutor (e docente) em Ciência Política pela USP, onde será que aprendeu o sentido das palavras “discussão” e “negociação“? A longa licença para cargos comissionados parece tê-lo feito esquecer noções básicas de vestibular.

Sentado ao seu lado estava o governador do Estado, que meteu o bedelho nos assuntos metropolitanos e deu carta branca para a PM estadual atuar, como se seu partido não tivesse perdido as eleições municipais, e que demonstrou que leva bem a sério sua filiação à Opus Dei, ao declarar os manifestantes “vândalos”, para honra retroativa do nobre e pagão povo guerreiro das estepes europeias.

Já o governador de Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), qualificou as manifestações de ”políticas”, e invocou sua condição de ex militante do Partido Comunista para justificar a repressão.

Ele sabe das coisas, vejam só. No Rio, todos os usuários do metrô estão sendo submetidos a revistas policiais ex comunistas.

Desde as páginas da Folha de S. Paulo (e de outros jornais brasileiros que compram sua coluna), jornal que, como de hábito, tomou seu tempo para mudar o qualificativo de “vândalos” pelo de “manifestantes”, Elio Gáspari também incursionou pelo campo histórico/antropológico, qualificando os enfrentamentos nas ruas paulistanas de “luta entre canibais e antropófagos”, ignorando que os primeiros são só uma variante dos segundos.

A luta entre a tribo caribenha que usava esse nome e os colonizadores europeus concluiu na aniquilação total desse povo, em razão declarada de 100 x 1 pelos evangelizadores espanhóis (100 canibais mortos para cada espanhol idem), os quais, depois de realizado o massacre, cristiana e civilizadamente, não os comeram.

No início da manifestação de quinta-feira 13, frente ao Teatro Municipal, tudo estava pacífico, exceto pelas revistas feitas pelos policiais prendendo qualquer um que estivesse com algo que considerassem suspeito, inclusive vinagre.

Muitos manifestantes distribuíam flores entre as ativistas e à própria polícia. Mas havia muitos de “P2”, policiais disfarçados, entre os manifestantes.

A marcha seguiu organizada, sem qualquer violência; quando os manifestantes já caminhavam havia cerca de 30 minutos, a palavra de ordem era: “sem violência”, ou seja, sem provocações. Quando a manifestação chegou à Praça Roosevelt, a Tropa de Choque irrompeu pela parte da frente do ato e outra parte por trás, encurralando os manifestantes.

A Polícia Militar (PM) começou a reprimir de forma violenta e generalizada.

A tropa de choque deu tiros e atirou contra a multidão: bala de borracha, gás de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo.

A repressão generalizada durou cinco horas, aterrorizando também os populares que passavam pela região.

Nem os jornalistas identificados se salvaram: sete repórteres da Folha de S. Paulo ficaram feridos, incluindo uma jornalista que feriu um olho com o tiro de uma bala de borracha.

Os estudantes que saíam de uma faculdade eram revistados um a um. Alguns poucos tentaram improvisar, como defesa, barricadas de sacos de lixo, as quais se ateava fogo.

A “violência” dos manifestantes não passou disso. No mesmo dia 13, Rio de Janeiro também parou e teve manifestações contra o seu próprio aumento da tarifa.

R$ 0,20? Uma nova “revolta do vintém”? Que seja. Já foi (bem) dito que a revolta, agora, é por muito mais: pela dignidade, pela juventude, pelo direito democrático a manifestar na rua (existe outro lugar?). Mas é também por 0,20. Ou por mais. R$ 0,20 multiplicado por milhões, diariamente, numa cidade de 19,2 milhões de habitantes.

Nos últimos 15 anos, o custo da passagem de ônibus triplicou. Quem recebe um salário mínimo em São Paulo e utiliza um ônibus e um metrô para ir e retornar do trabalho tem um gasto que equivale a quase 27% de sua renda, e passa mais três horas por dia em meios superlotados, isto é, um mês por ano.

0,20 foi a gota d’água (pesada). Afinal, foram uns 0,20% a mais de matéria sobre antimatéria os que provocaram o big bang.

R$3,20 equivalem a US$ 1,50.

Passagens mais caras do que no “Primeiro Mundo”. Em Roma, por exemplo, qualquer cidadão (ou turista) tem direito a um passe mensal de 30 euros (R$ 80), para usar qualquer meio de transporte público (ónibus, trem, metrô).

Noventa viagens por mês (três por dia) custam menos de R$ 0,90 cada. Os estudantes (de qualquer nível) tem direito a um passe anual, em que essa quantia cai para menos da metade. Mas, claro, são estudantes europeus; não são estudantes, trabalhadores ou jovens de periferia brasileiros. Que têm, como se sabe, um poder aquisitivo muito maior.

A grande imprensa achou um arcano a destrinchar: a identidade do Movimento Passe Livre (MPL), no qual é contabilizada a presença de alguns partidos (de esquerda) conhecidos, e de outras siglas menos conhecidas (ou simplesmente desconhecidas).

Plinio de Arruda Sampaio, único político midiático que teve a honra de estar presente na manifestação do dia 13, apontou que “quem faz vandalismo é um grupo anarquista”, uma associação duvidosa de dois adjetivos.

Um jornalista do Metrô, jornal que, como outros, é subversivamente distribuído de modo gratuito (se há jornais gratuitos, porque não ónibus gratuitos também?), chegou a elencar a presença da LER, “Liga da Estratificação (sic) Revolucionária”. Atualização urgente, vai precisar cada vez mais.

O Movimento Passe Livre, principal articulador dos protestos, teve sua origem em uma revolta popular espontânea na cidade de Salvador, em 2003, a “Revolta do Buzu”.

Estendeu-se nacionalmente, protagonizou a “revolta da catraca” em Florianópolis, conheceu fortes debates políticos internos. A força da mobilização juvenil assustou uma parte dos governos das prefeituras, a ponto de várias cidades abaixarem as tarifas (Campinas), ou obedeceram decisão judicial nesse sentido (Goiânia).

O movimento já tem dez anos de história. No Fórum Social Mundial de Porto Alegre, em 2005, ”institucionalizou” sua organização em torno de ir e vir na cidade como direito básico que deve

ser assegurado pelo poder público, assim como a educação e a saúde, reivindicando a mudança do modelo de transporte, sob a forma de concessões a empresários privados, para um modelo público. O que exigiria, como outras transformações igualmente necessárias (a remodelação da cidade e do espaço), atacar o atual regime social (capitalista).

Logo de cara, exige discutir a espantosa dívida de municípios e estados (R$ 177,5 bilhões, só a do estado de São Paulo, ou mais de 150% de sua receita fiscal) e seus beneficiários (os tubarões financeiros), o controle público dos lucros espantosos das empresas adjudicatárias do transporte urbano, sem falar no orçamento das forças de repressão, em primeiro lugar a PM. Mas não é nada disso que discutem as siglas que todo mundo conhece.

Os jovens que lutam pelo passe livre iniciaram uma virada política no país. 35 grupos de vários Estados convocam a sociedade para participar de marchas nesta semana.

Além das capitais já mobilizadas,estão previstas manifestações em Belém (PA), Viçosa (MG), Juiz de Fora (MG), Bauru (SP) e Foz do Iguaçu (PR) no mesmo dia. No exterior, haverá protestos solidários em Bruxelas (Bélgica), Chicago (EUA), Berlim (Alemanha), Dublin (Irlanda), Cambridge (EUA), Nova York (EUA), Montreal (Canadá), Boston (EUA), San Diego (EUA), Los Angeles (EUA).

Já não era sem tempo. O inverno brasileiro está acabando: já se sentem no ar os cheiros da primavera.

Vinicius Wu: Não, não é uma conspiração das elites publicado em 17 de junho de 2013 às 20:53

Política| 16/06/2013 | Copyleft

Sobre o que dizem as ruas

Seria recomendável aos dirigentes políticos do campo progressista afastar o risco de reproduzir aqui os erros da esquerda espanhola que, inicialmente, criminalizou o 15-M e terminou falando sozinha nas últimas eleições. Também seria recomendável não outorgar, de forma alguma, às elites brasileiras uma capacidade de mobilização que ela não possui. Refutar a ideia de que os jovens estão nas ruas em função da mídia ou de qualquer tipo de conspiração das “elites” é o primeiro passo para não cair em um erro elementar.

Vinicius Wu (*), na Carta Maior

A forma menos adequada de buscarmos a compreensão de um fenômeno social complexo é a simplificação. Não encontraremos uma única motivação para os recentes protestos que se espalharam pelas principais cidades do país, se o procurarmos.

Temos questões mais gerais e universais ao lado de outros muitos temas locais e setoriais.

Há aspectos que aproximam os manifestantes de São Paulo aos do Rio e de Porto Alegre e, outros tantos, que os distanciam.

O papel da internet e das redes sociais é central e, em geral, os políticos e formadores de opinião não o tem compreendido minimamente.

Buscar algum grau de compreensão do atual fenômeno, a partir do ponto de vista de uma esquerda que se coloca diante do dificílimo desafio de governar transformando, é o objetivo desse breve artigo.

O que se pode dizer preliminarmente é que estamos diante de uma expressão política do novo Brasil. A revolução democrática, levada a termo pelos governos Lula, redefiniu a estrutura de classes da sociedade brasileira, incluiu milhões de brasileiros à sociedade de consumo e possibilitou a emergência de novas expressões culturais e políticas. Mas o inédito processo de inclusão social e econômica ainda é imperfeito, inconcluso e contraditório.

As dinâmicas políticas decorrentes do processo massivo de inclusão social em curso ainda são imprevisíveis, mas algumas pistas são visíveis e exigem da esquerda brasileira uma reflexão mais adensada.

As conquistas sociais dos últimos anos vieram acompanhadas da despolitização da política, de uma onda conservadora que constrange o Congresso Nacional e paralisa os partidos de esquerda, distanciando, ainda mais, a juventude da política tradicional.

Lembremos que, recentemente, tivemos manifestações espontâneas, em todo o país, contra a indicação de Marcos Feliciano à Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional.

Na oportunidade, nenhum manifestante propunha o fechamento do Congresso ou a criminalização dos políticos. E o que fez nosso Parlamento enquanto Instituição? Nada.

Esperou solenemente o movimento se dispersar.

Frente à onda conservadora que estimula a homofobia, o racismo e a violência sexista, o que têm feito os partidos políticos? Os ruralistas de sempre se organizam no Congresso Nacional para anular os direitos dos indígenas e o que dizem nossos parlamentares progressistas?

Os dez anos de governo de esquerda no país nos deixam um legado de grandes conquistas, entretanto, há incerteza e imprecisão quanto aos próximos passos.

Demandas históricas não atendidas carecem de respostas mais amplas. Além disso, novas questões sempre se impõem num cenário de conquistas sociais e políticas. Pois, se é verdade que os governos do PT incluíram milhões e possibilitaram acesso a inúmeros serviços antes inacessíveis, também é verdade que temos, em diversas áreas, serviços de baixa qualidade e, fundamentalmente, caros.

O transporte nas grandes cidades é um drama cotidiano para milhões de brasileiros. Temos pleno emprego em diversas regiões metropolitanas do país e, no entanto, ainda temos um oceano de precariedade e informalidade.

E aqueles que ingressaram na sociedade de consumo nos últimos anos, legitimamente, querem mais: anseiam por cultura, lazer, mais e melhores serviços, educação de qualidade, saúde, segurança e transportes.

São os efeitos colaterais de toda experiência exitosa de redução das desigualdades sociais e econômicas.

Evidentemente, há ainda o afastamento e o desencantamento com a política e os políticos.

A denominada “crise da representação” não é um conceito acadêmico abstrato. O déficit de democracia e de legitimidade das Instituições políticas colocam em xeque a capacidade dos atuais representantes em absorver e compreender as novas dinâmicas sociais e políticas que se expressam nas ruas do país.

Nossa jovem democracia corre o risco de caducar precocemente, caso não tenhamos êxito em ressignificá-la e reaproximá-la dos setores sociais mais dinâmicos.

Essas seriam algumas das questões mais gerais que aproximam os movimentos do Sul, sudeste e nordeste. Mas há ainda temas locais que incidem sobre dinâmicas especificas e mobilizam pessoas a partir de questões mais sensíveis a partir de sua vivência concreta nos territórios.

O Rio de Janeiro, por exemplo, se tornou uma das cidades mais caras do mundo. Há uma reorganização em grande escala do espaço urbano e há setores sociais que se sentem completamente alheios (e marginalizados) ao processo de “modernização” da cidade.

Em São Paulo, temos uma polícia orientada para o uso desmedido e desproporcional da força e da violência – e isso não diz respeito somente aos dias de protestos. Também há ali um tipo de violência estrutural contra homossexuais e mulheres sem que o Poder Público organize qualquer resposta mais contundente. Poderíamos estender a lista.

Por fim, cumpre registrar que seria recomendável aos dirigentes políticos do campo progressista afastar o risco de reproduzir aqui os erros da esquerda espanhola que, inicialmente, criminalizou o 15-M e terminou falando sozinha nas últimas eleições.

Também seria recomendável não outorgar, de forma alguma, às elites brasileiras uma capacidade de mobilização que ela não possui e jamais possuirá. Refutar a ideia de que os jovens estão nas ruas em função da mídia ou de qualquer tipo de conspiração das “elites” é o primeiro passo para não cair em um erro elementar que seria bloquear qualquer possibilidade de dialogo com esses novos movimentos.

Melhor acreditar que é possível extrair do atual momento elementos para a renovação da agenda da esquerda brasileira e reforçar os laços que unem os governos progressistas da América Latina a todas as lutas contra as diversas formas de privatização da vida.

É hora de reforçarmos nossa capacidade de dialogo, de escuta, e ouvir a voz nada rouca das ruas – a mesma que nossos adversários sempre buscaram silenciar. Estamos diante de uma oportunidade singular para renovarmos nossos discursos e nossas práticas, projetando o próximo passo da Revolução Democrática no Brasil com base na força sempre renovadora das mobilizações da juventude.

(*) Secretário-geral do governo do Estado do Rio Grande do Sul

COLUNA DO TIMM

O RECADO DAS RUAS: ‘SAÍMOS DO FACEBOOK!”

Ontem, dia 18 de junho do ano da graça de 2013, sem lenço nem documento, muito menos aviso prévio e com absoluta ausência de Políticos e seus Partidos, a juventude brasileira ocupou as ruas de várias cidades do país. Fato inédito, que vai para a História. Protestam CONTRA: Contra o aumento das passagens de ônibus, contra o caduco sistema de representação política , contra a corrupção, contra a tentativa do Congresso Nacional calar o Ministério Público, contra os péssimos serviços públicos, até contra os Estádios e a COPA DO MUNDO. “Pela vida”, como disse uma manifestante a uma rádio. – “Desculpem o incômodo, estamos mudando o país”, dizia um cartaz pendurado num menino de cerca de 15 anos. É a vitória da democracia direta, que vem das ruas , ecoa junto às famílias e reverbera nas paredes dos Poderes constituídos. E dá seu recado num outro cartaz : “Quando seu filho adoecer, leve-o ao Estádio”.

A maior reação da sociedade é de perplexidade. Como pode isto estar acontecendo? Afinal, o país vive um momento de estabilidade institucional, equilíbrio político entre várias forças , pleno emprego e inserção inédita de milhões de miseráveis no mercado. Esquece, quem assim pensa, que esta é apenas a superfície da sociedade brasileira, uma – senão a mais – injusta do mundo, com uma pequena vitrine de bilionários senhores, nada mais do 10 mil enfortunados rentistas,

senhores , da totalidade dos ativos patrimoniais e financeiros contra uma nação de 100 milhões miseráveis que não ganham maio salário mínimo por mês, mal contidos por outro tanto de uma miscelânea social inaudita a que dão o nome de classe média. O país não tem infra-estrutura, não tem uma indústria competitiva , não tem educação e saúde, a ponto de querer importar médicos do exterior. Somos, na verdade um grande fazendão que não consegue gerar os recursos fiscais indispensáveis à modernização do país.

A Imprensa Internacional é a mais surpresa. Talvez porque jamais tenha entendido direito o Brasil.

O Governo Federal, ainda narcisicamente ferido pela vaia à Presidente Dilma na abertura dos jogos da Copa das Federações, vacila. Pior, revela profunda divisão que aponta para inevitáveis rachaduras no PT. Primeiro, tentou ver nas manifestações a contrariedade da classe média alta contra as Políticas Sociais. Depois, através de um Ministro Palaciano, Gilberto Carvalho, revelou a incompreensão sobre os fatos, preferindo jogar as demandas à responsabilidade dos Prefeitos. Pobre moço!!! Aí Lula e Dilma resolveram falar a favor dos manifestantes. – “Estamos aí! Juntos!”, dizem em uníssono. E admitem que há uma nova forma de fazer política que se revela nas ruas. Nesse sentido, lembram o Presidente Figueiredo, no ocaso do regime militar, quando indagado o que achava do grande comício das Diretas Já, no Rio de Janeiro (1983), quando reuniu um milhão de pessoas: “Se eu estivesse lá, seria o um milhão e um...”, disse . Frases de efeito mas reveladoras do mal estar de quem está no comando.

Os políticos , nesta hora, sumiram. Nada dizem. Mas pensam. Alguns sibilam em off o óbvio: “O vento mudou. É uma onde de reprovação à Política, que não poupa ninguém. Nada será como antes”. O mais experiente no Congresso Nacional, José Sarney sempre fala nessas horas que

tudo muda quando as manifestações cercam o Congresso. Portanto, do silêncio que grita, uma observação inevitável: Começou o declínio do PT levando à conseqüente erosão de sua Base Aliada e riscos crescentes à reeleição de Dilma em 2014.

E as tendências ideológicas, como reagem ?

Na esquerda estabelecida no poder – PT, PCdo B e PDT , nenhuma nota oficial. As Direções acusam, entretanto, a presença de muitos de seus jovens nas manifestações em franco desafio ao marasmo reinante nas cúpulas. Algo muito parecido ocorreu nas históricas manifestações de 1968, quando o velho Partidão, inerte, viu sua “Dissidência”, eminentemente jovem, acorrer maciçamente ao espasmo ant-autoritário que fluía pelas avenidas e praças do país. Nunca mais se recuperou ... Hoje o PPS, que lhe sucedeu, é uma pálida e desfigurada caricatura do foi o Glorioso Pessegueiro...Com a lacuna da esquerda dita oficial, de grande porte, crescem os nanicos : PSOL, PSTU e algum outro de menor expressão.

A direita foi tomada de surpresa. Prova-o a crônica desavisada do Arnaldo Jabor na primeira hora, condenando o movimento como irresponsável e inútil. Teve que apelar à autocrítica e mudar de tom. É o que está acontecendo com o conjunto das forças mais conservadores. Sabendo que não pode tirar partido direto da situação, sobre a qual mal disfarça um sorriso amarelo, procura apoiar de longe o movimento como técnica diversionista. Pelo menos, dizem, algo se mexe e cria uma esperança de mudança em 2014. Talvez reeditem, com isto, em 2014, o que o PFL fez em 1994: Concentrar suas forças num candidato que, mesmo sem ser plenamente confiável, como (ainda) era FHC naquela época com seu pequeno PSDB, consiga desestabilizar o PT. A ultra-direita, cheia de viúvas saudosas da ditadura ficam açodadas e multiplicam seus manifestos delirantes na INTERNET. Náo é impossível que se infiltrem no Movimento como agents provocateurs...Mas, ainda assim, não há que fazer qualquer comparação do momento atual com o que aconteceu em 1964, falácia a que o os petistas , defensivamente, sempre cometem. Hoje , a direita está literalmente desarvorada, sem conexões externas. Está, enfim, por sua conta e risco, o que lhe limita enormemente os movimentos.

Daqui em diante, portanto, o PT , como Governo e como força até aqui hegemônica na esquerda deverá abrir seus olhos e predispor-se à mudanças, não só de estilo de Governo, responsabilidade de Dilma, como de avaliação da conjuntura. Estamos na iminência de uma nova era na política nacional. Esgotou-se o modelo construído nos anos 70 e que deu oito anos ao PSDB e 10 ao PT. A democracia se consolidou, a tecnologia de informação mudou radicalmente, a sociedade amadureceu. Pior , tudo isso num mundo em alta rotação de mudanças estruturais na sua economia e na sua geopolítica. Nesta última o Brasil se enlaça, em seu INVERNO DE PERPLEXIDADES ao que foi a PRIMAVERA ÁRABE e o OUTONO TURCO. Há , neste novo cenário, um forte movimento da contestação à política tradicional e suas instituições, sobretudo o sistema representativo sob monopólio de Partidos. O mundo não sabe o que quer, mas sabe o que não quer mais: não quer ser tutelado por concepções fundamentalistas de inspiração religiosa ou ideológica, ambas autoritárias. Até no Irã está havendo mudanças.

Aqui, pois, a primeira lição a ser aprendida pelo PT: Ele não tem o monopólio da esquerda brasileira pelo simples fato de ter nascido no meio operário e ter conseguido eleger um

metalúrgico Presidente. Tem que lutar por isto, num projeto de refundação da esquerda atualmente esfacelada. E compreender que não será jamais o centro de uma articulação política para a mudança no Brasil se não fizer, antes da aliança com Partidos obsoletos, com a inteligência, hoje desprezada. Um discurso como fez Dilma recentemente, que estigmatiza a crítica às Políticas Governamentais, associando a inteligência ao Velho do Restelo é simplesmente execrável, além do mau gosto e lamentável ignorância do personagem.

Quanto à Dilma, enfim, é tempo de compreender que não basta viver das glórias do passado, inequívocas no tocante à incorporação, embora muito por baixo, de 20 ou 30 milhões de brasileiros ao mercado. Ela tem que Governar. Governar com definições ideológicas claras, vez que, se é para administrar uma Política Neoliberal, com ênfase em privatizações, prioridade ao agrobusiness e abandono de áreas sociais, melhor deixá-la à gestão dos tucanos... Além disso, Governar é definir estratégias e persegui-las com habilidade política, eis que no seu prepotente centralismo está um dos principais problemas atuais. Eis o que um jornalista (L.Nassif) , apoiador do Governo, alinha como passos, embora mais administrativos do que políticos, indispensáveis:

Passo 1 - reconstruir canais institucionais de participação externa. Assim como no CDES

(Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) e no Minha Casa, Minha Vida, há que se

reabrir o espaço para que a sociedade civil. Há três canais obstruídos de participação: a Casa

Civil, da Ministra Gleize Hoffmann, a articulação política, da senadora Ideli Salvatti, e o Ministério

da Justiça, de José Eduardo Cardozo.

Passo 2 - uma mudança ministerial graúda, eliminando os apáticos e os que, há tempos,

colocaram o governo em segundo plano para cuidar de suas pretensões políticas.

Passo 3 - Reestruturação organizacional no Ministério, colocando ministérios menores sob a

coordenação de Ministérios maiores -, conferindo poder e autonomia aos coordenadores, além

de sistemas para definir as prioridades, o acompanhamento dos trabalhos e a cobrança de

resultados a posterior. Ao presidente cabe libertar-se das amarras do dia a dia para a correta

avaliação política e estratégica. O lema desse segundo tempo deveria ser: "Definir, delegar e

cobrar".

Passo 4 - ampliar as interlocuções informais para fora da macroeconomia. De Getúlio a Lula,

todos os presidentes tinham olheiros, radares, pessoas de confiança junto ao meio empresarial e

político para alimentá-los de informações de cocheira. Getúlio tinha Valentim Bouças, Lula tinha

(e ainda tem) Antonio Pallocci. Sem canais informais confiáveis, Dilma continuará desarmada.

De tudo o que estamos vivendo, portanto, há mais dúvidas do que certezas. Sequer a certeza de que este movimento se converta em instrumento táctil para as mudanças pretendidas. Movimentos equivalentes em outras partes do mundo, como Occupy Wall Street nos USA e

Indignados, na Espanha, estão em franca fragmentação. Mas, de qualquer forma, deixam seu registro. Até pode não acontecer nada, mas se isto acontecer, desafiando a realidade que exige uma grande REFORMA POLÍTICA no país, o movimento ficará represado e , mais dia menos dia, voltará à cena.

BOLETINS DE NOTÍCIA

Manchetes Educacionistas - 18/6/13 - Edição nº 1117 • Escola catarinense aposta em práticas criativas de ensino • Sisu 2013: Nordeste tem maior número de inscrições • Suplicy presta homenagem à escritora Tatiana Belinky • Manifestações populares chegam ao Congresso • Reino Unido quer mais colaboração em pesquisa com o Brasil • ProUni vai oferecer mais de 90 mil bolsas em universidades privadas no segundo

semestre • Faltam mestres na sala de aula • Educação de qualidade é pura retórica em Juazeiro (CE) • Educação indígena – Povos da Amazônia definem territórios etnoeducacionais • Mais de 44 mil professores trabalham em mais de uma escola no Piauí • Inscrições para o Prouni 2013 começam nesta sexta-feira • É bom senso não bancar o avestruz (Editorial) • Manifestações em Brasília - Perfil jovem e apartidário • Creches e pré-escolas paradas na burocracia • Diferença de nota de corte de cotistas no Sisu foi de 4% para os demais • Sisu 2013.2: Medicina da UFF é o curso mais procurado • Crescimento do Enem (Editorial) • Ministério da Educação planeja criar universidade federal a distância • Sisu: mais cotistas de raça e renda • Brasil tem 127 presidiários cursando ensino superior •

CLIPPING DE NOTÍCIAS ELABORADO PELO GABINETE DO SENADOR CRISTOVAM BUARQUE

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ESSE PÚBLICO ATIVO ... www.educacionista.org.br/jornal - www.educacionista.org.br/manchete - www.cristovam.org.br

Boletim de atualizaçã o do Portal EcoDebate - Índice da edi ção nº 1.85 8, de 18 /06/ 2013

Boletim de atualização do Portal EcoDebate

Índice da edição nº 1.858, de 18/06/2013

Contabilidade Ambiental, artigo de Antonio Silvio Hendges

Contabilidade Ambiental, artigo de Antonio Silvio Hendges [EcoDebate ] A contabilidade é essencial às instituições e empresas: demonstra as transformações e necessidades econômicas pelas quais passam ao exercerem suas atividades. O objetivo básico da contabilidade é fornecer aos seus usuários internos ou externos um sistema ordenado de informações e avaliações econômicas e financeiras que facilitem as decisões administrativas ou investimentos necessários à continuidade das ações.

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Uso do crack e dores da marginalidade, artigo de Bruno Peron

Uso do crack e dores da marginalidade, artigo de Bruno Peron Brasília: Adolesusam pilastras como abrigo para fumar crack. Foto: Marcello Casal Jr./ABr sofrem de um efeito colateral de um modelo de sociedade que não deu certo alhures, mas que se aplica fielmente no Brasil.

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Índice da edição nº 1.858, de 18/06/2013

Contabilidade Ambiental, artigo de Antonio Silvio Hendges

Contabilidade Ambiental, artigo de Antonio Silvio Hendges [EcoDebate ] A contabilidade é essencial às instituições e empresas: demonstra as transformações e necessidades econômicas pelas quais passam ao exercerem suas atividades. O objetivo básico da contabilidade é fornecer aos seus usuários internos ou externos um sistema ordenado de informações e avaliações econômicas e financeiras que

administrativas ou investimentos necessários à continuidade

Uso do crack e dores da marginalidade, artigo de Bruno Peron

Uso do crack e dores da marginalidade, artigo de Bruno Peron Brasília: Adolescentes usam pilastras como abrigo para fumar crack. Foto: Marcello Casal Jr./ABr sofrem de um efeito colateral de um modelo de sociedade que não deu certo alhures, mas que

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A ocupação abusiva e desordenada da Amazônia

A ocupação abusiva e desordenada da Amazônia Os compradores de terras são um dos grandes causadores do desmatamento; suas propriedades ultrapassam os limites demarcados Neli de Mello-Théry. Foto: Nivaldo Silva / Repórter do FuturoFlickr. [Por Francielle Correia, para o EcoDebate] "As leis são feitas para a elite", afirma a geógrafa Neli Aparecida de Melo Théry.

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Uso de alimentos transgênicos contrapõe opiniões de pesquisadores

Uso de alimentos transgênicos contrapõe opiniões de pesquisadores Aumento da população mundial criará demanda por maior produção de alimento Paulo Kageyama. Foto: Nivaldo Silva / Repórter do Futuro, no Flickr. [Por Gemma Macellaro, para o EcoDebate ] Diante das estimNações Unidas) a população mundial chegará a 9,6 bilhões de pessoas em 2050.

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Manifestação do Povo TAPEBA, no KM 14 da BR 222, município de Caucaia, Ceará

Manifestação do Povo TAPEBA, no KM 14 da BR 222, município de Caucaia, Ceará Esta semana teve início com a interdição da BR 222 pelo Povo Tapeba com a presença de lideranças e de não lideranças indígenas das 15 comunidades desse território.

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desordenada da Amazônia

A ocupação abusiva e desordenada da Amazônia Os compradores de terras são um dos grandes causadores do desmatamento; suas propriedades ultrapassam os

Théry. Foto: Nivaldo Silva / Repórter do Futuro, no Flickr. [Por Francielle Correia, para o EcoDebate] "As leis são feitas para a elite", afirma a geógrafa Neli Aparecida de Melo Théry.

Uso de alimentos transgênicos contrapõe opiniões de

entos transgênicos contrapõe opiniões de pesquisadores Aumento da população mundial criará demanda por maior produção de alimento Paulo Kageyama. Foto: Nivaldo Silva / Repórter do Futuro, no Flickr. [Por Gemma Macellaro, para o EcoDebate ] Diante das estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas) a população mundial chegará a 9,6 bilhões de pessoas em 2050.

Manifestação do Povo TAPEBA, no KM 14 da BR 222, município de Caucaia, Ceará

nifestação do Povo TAPEBA, no KM 14 da BR 222, município de Caucaia, Ceará Esta semana teve início com a interdição da BR 222 pelo Povo Tapeba com a presença de lideranças e de não lideranças indígenas das 15 comunidades desse

Imazon detecta aumento de 97% do desmatamento na Amazônia Legal em relação a maio de 2012

Boletim do Desmatamento (SAD) Maio de 2013 Martins, H., Fonseca, A., Souza Jr., C., Sales, M., & Veríssimo, A. 2013. Boletim Transparência Florestal da Amazônia Legal (Maio de 2013) (p. 12). Belém: Imazon. Em maio de 2013, o SAD detectou 84 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal com uma cobertura de nuvem de 46% do território.

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PR: Projeto estimula plantio de araucárias e criação de renda para produtores rurais

PR: Projeto estimula plantio de araucárias e criação de renda para proA Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos incentiva o plantio e a conservação da araucária, árvore-símbolo do Paraná e ameaçada de extinção, contribuindo para redução do gás carbônico na atmosfera.

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Projeto quer transformar experiências pontuais em modelo de desenvolvimento para o litoral paulista

Projeto quer transformar experiências pontuais em modelo de desenvolvimento pao litoral paulista A partir de experiências pontuais bemSustentável quer impulsionar o desenvolvimento do litoral norte de São Paulo e da Baixada Santista.

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Imazon detecta aumento de 97% do desmatamento na Amazônia Legal em relação a maio de 2012

Boletim do Desmatamento (SAD) Maio de 2013 Martins, H., Fonseca, A., Souza Jr., M., & Veríssimo, A. 2013. Boletim Transparência Florestal da Amazônia

Legal (Maio de 2013) (p. 12). Belém: Imazon. Em maio de 2013, o SAD detectou 84 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal com uma cobertura de

PR: Projeto estimula plantio de araucárias e criação de renda

PR: Projeto estimula plantio de araucárias e criação de renda para produtores rurais A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos incentiva o plantio e a

símbolo do Paraná e ameaçada de extinção, contribuindo para redução do gás carbônico na atmosfera.

Projeto quer transformar experiências pontuais em modelo de desenvolvimento para o litoral paulista

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Abastecimento de energia advindos de Projetos Hidrelétricos depende da conservação de Florestas Tropicais

Abastecimento de energia advindos de Projetos Hidrelétricos depende da conservação de Florestas Tropicais Claudia Stickler/ IPAM Uma pesquisa publicada na revista P roceedings of the National Academy of Sciences, mostra que a conservação das florestas da Bacia do Rio Amazonas aumentarão a quantidade de eletricidade gerada por projetos hidrelétricos na região.

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O nexo indissolúvel entre a questão ecológica e a justiça social, entrevista com Lúcio Flávio Ribeiro Cirne

O nexo indissolúvel entre a questão ecológica e a justiça social, entrevista com Lúcio Flávio Ribeiro Cirne Causas da marginalização social, econômica e política também são responsáveis pela marginalização ambiental, observa Lúcio Flávio É fundamental superar o pensamento fragmentado e, muitas vezes, dualista que norteia o agir contemporâneo Por: Márcia Junges CIRNE, Lúcio Flávio Ribeiro.

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Brasileiros tomam as ruas do país contra corrupção, gastos públicos na Copa das Confederações e por transporte

Brasileiros tomam as ruas do país contra corrupção, gastos públicos na Copa das Confederações e por transporte Brasília, 17/06/2013 Congresso Nacional em protesto contra gastos na Copa, corrupção e por melhorias no transporte público, na saúde e na educação Uma série de manifestações mobilizou milhares de brasileiros em diferentes cidades do país nesta segunda(17).

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Abastecimento de energia advindos de Projetos Hidrelétricos depende da conservação de Florestas Tropicais

Abastecimento de energia advindos de Projetos Hidrelétricos depende da de Florestas Tropicais Claudia Stickler/ IPAM Uma pesquisa publicada

na revista P roceedings of the National Academy of Sciences, mostra que a conservação das florestas da Bacia do Rio Amazonas aumentarão a quantidade de

idrelétricos na região.

O nexo indissolúvel entre a questão ecológica e a justiça social, io Ribeiro Cirne

O nexo indissolúvel entre a questão ecológica e a justiça social, entrevista com Lúcio Flávio Ribeiro Cirne Causas da marginalização social, econômica e política também são responsáveis pela marginalização ambiental, observa Lúcio Flávio Ribeiro Cirne. É fundamental superar o pensamento fragmentado e, muitas vezes, dualista que norteia o agir contemporâneo Por: Márcia Junges CIRNE, Lúcio Flávio Ribeiro.

Brasileiros tomam as ruas do país contra corrupção, gastos públicos na Copa das Confederações e por transporte

Brasileiros tomam as ruas do país contra corrupção, gastos públicos na Copa das erações e por transporte Brasília, 17/06/2013 - Manifestantes ocupam teto do

Congresso Nacional em protesto contra gastos na Copa, corrupção e por melhorias no transporte público, na saúde e na educação Uma série de manifestações

ileiros em diferentes cidades do país nesta segunda-feira

Nos ônibus, o gado amontoado, por Ignácio de Loyola Brandão

Nos ônibus, o gado amontoado, por Iem Dia cedido ao Humor Político [ O Estado de S.Paulo] Os protestos não são contra os 20 centavos. São contra a vida miserável, expressam o saco cheio. É só um rastilho. O bicho ainda vai pegar.

[continue...]

Sobretaxa para produtos gordurosos e subsídio aos alimentos saudáveis podem ajudar no combate à obesidade

Sobretaxa para produtos gordurosos e subsídio aos alimentos saudáveis poajudar no combate à obesidade Tributação pode ser aliada no combate à obesidade Pesquisa realizada na FEARP propõe sobretaxa para produtos gordurosos e subsídio aos alimentos saudáveis Pesquisa da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) da USP propõe tributar alimentos de acordo com seu teor de gordura saturada, utilizando a receita arrecadada para subsidiar o consumo de alimentos saudáveis.

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[ O conteúdo do EcoDebate é "reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação

“Compreendemos desenvolvimento sustentável como sendo socialmente justo, econoresponsável. Se não for assim não é sustentável. Aliás, também não é desenvolvimento. É apenas um processo exploratório, irresponsável e ganancioso, que atende a uma minoria poderosa, rica e politicamente influente.”

Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate

Caso um(a) leitor(a) tenha enviado este Boletim ao seu equeira ser incluído(a) na lista de distribuição, basta utilizar o formulário de inscrição da nossa página do boletim: http://www.ecodebate.com.br/boletim

Nos ônibus, o gado amontoado, por Ignácio de Loyola Brandão

Nos ônibus, o gado amontoado, por Ignácio de Loyola Brandão por Lute para o Hoje em Dia cedido ao Humor Político [ O Estado de S.Paulo] Os protestos não são contra os 20 centavos. São contra a vida miserável, expressam o saco cheio. É só um

Sobretaxa para produtos gordurosos e subsídio aos alimentos saudáveis podem ajudar no combate à obesidade

Sobretaxa para produtos gordurosos e subsídio aos alimentos saudáveis podem ajudar no combate à obesidade Tributação pode ser aliada no combate à obesidade - Pesquisa realizada na FEARP propõe sobretaxa para produtos gordurosos e subsídio aos alimentos saudáveis Pesquisa da Faculdade de Economia,

de Ribeirão Preto (FEARP) da USP propõe tributar alimentos de acordo com seu teor de gordura saturada, utilizando a receita arrecadada para subsidiar o consumo de alimentos saudáveis.

O conteúdo do EcoDebate é "Copyleft", podendo ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

“Compreendemos desenvolvimento sustentável como sendo socialmente justo, economicamente inclusivo e ambientalmente responsável. Se não for assim não é sustentável. Aliás, também não é desenvolvimento. É apenas um processo exploratório, irresponsável e ganancioso, que atende a uma minoria poderosa, rica e politicamente

clusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal

Caso um(a) leitor(a) tenha enviado este Boletim ao seu e-mail e você queira ser incluído(a) na lista de distribuição, basta utilizar o formulário de inscrição da nossa página do

http://www.ecodebate.com.br/boletim-diario/ . O seu e

", podendo ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao

]

“Compreendemos desenvolvimento sustentável como sendo micamente inclusivo e ambientalmente

responsável. Se não for assim não é sustentável. Aliás, também não é desenvolvimento. É apenas um processo exploratório, irresponsável e ganancioso, que atende a uma minoria poderosa, rica e politicamente

clusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal

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CORREIO DA CIDADANIA

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Socializar os sonhos na maior arquibancada do Brasil

Por Bernardo Caprara

Os dias que vêm por aí serão de grandes desafios. A parte mais relevante deles, acredito, está associada ao enorme ponto de interrogação que os cercam. As receitas das alternativas passadas engendraram válidas experiências, demonstraram erros e indicaram por quais rumos não marchar. As pessoas que arriscam sua integridade física, que se abrem às críticas ocupando as ruas e manifestando os seus descontentamentos, podem ser vistas com inúmeras lentes. Não peço que cheguemos a um consenso. - Leia mais...

Ocupar a Paulista! Por um transporte público de qualidade, gratuito e

universal! - Por João Gabriel Vieira Bordin

E, então, o que nós todos temos a ver com a luta por um transporte público gratuito, de qualidade e universal? Ora, tudo! À exceção do punhado de empresários, investidores e políticos que ganham com o atual modelo privatista, os

99% da população que não ganham pecuniariamente com ele tem interesse em sua destruição e substituição por outro modelo – e isso vale para você também, cidadão médio, dono de um ou dois automóveis, que desperdiça tempo e dinheiro no trânsito caótico de São Paulo. - Leia mais...

Sobre vândalos, antropófagos, canibais, tucanos, petistas e pessoas - Por

Osvaldo Coggiola

Nos últimos 15 anos, o custo da passagem de ônibus triplicou. Quem recebe um salário mínimo em São Paulo e utiliza um ônibus e um metrô para ir e retornar do trabalho tem um gasto que equivale a quase 27% de sua renda, e passa mais três horas por dia em meios superlotados, isto é, um mês por ano. - Leia mais...

Manifestações pelo transporte coletivo revigoram juventude e lutas sociais

do país

Por Gabriel Brito, da Redação

Da mesma forma que nos protestos de 2011, uma forte repressão militar foi mobilizada para combater os manifestantes, expostos ao público como meros desocupados, desobedientes, riscando do caderno a completude de suas pautas e proposições políticas. O Movimento Passe Livre recoloca, porém, em questão a lógica do serviço público e universal, tal qual se reivindica na saúde e educação, por exemplo. Lógica outrora levada adiante pelos próprios governos petistas. Já no final dos anos 80, delinearam projetos com essa premissa, sempre bloqueada por uma política tão privatizada quanto outros bens e direitos públicos. Há quem ainda se levante contra tal quadro.

Geração sem medo está nascendo para o mundo - Por Fabio Nassif

O emocionante nesta jornada toda, para além da gostosa e distante sensação de nos juntarmos a jovens e trabalhadores de todo o mundo que estão em luta, é saber que o Estado e a mídia burguesa estão formando uma geração de ativistas. Saber que as lutas contra o aumento ocorreram em diversas outras cidades como Porto Alegre, Natal, Maceió e Rio de Janeiro nos dá força. Saber ainda que uma manifestação foi realizada em Curitiba, simplesmente em solidariedade às demais, é arrepiante. Leia mais...

Redação: Av. Pedroso de Moraes, 677, Cj. 151, Pinheiros, São Paulo - SP, CEP: 05419-000

Telefone: 11 - 3031 - 3297 Email - [email protected]

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Site Inovação Tecnológica - 18 JUN 2013

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Atualização de software funciona sem parar o programa

O truque consiste em deixar a versão antiga rodando em um núcleo do processador, enquanto outro núcleo providencia a atualização. Leia mais...

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Continuamos morando no subúrbio, mas em uma avenida, e não mais em um beco. Leia mais...

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De computadores quânticos a GPS, os sensores quânticos miniaturizados terão ampla gama de usos. Leia mais...

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Produzir hidrogênio, dessalinizar água do mar e dobrar a vida útil das baterias de lítio estão entre as potencialidades do "material maravilha". Leia mais...

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O dispositivo escolhe para onde direcionar a luz de acordo com informações codificadas no próprio feixe de luz. Leia mais...

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• Vaticano entra na controvérsia da prescrição de psicotrópicos para crianças• Descoberta enzima que detecta DNA fora do lugar • Remédios comuns induzem ou retardam surgimento de Alzheimer • A linguagem do amor: 10 apelidos amorosos pelo mundo • Descoberta nova camada na córnea humana • Aparelhos de viva-voz não diminuem risco de falar ao celular no carro

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