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eBook Volume 141

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  • Autoria:

    Drummond Lacerda e Brulio Brando

    Capa e Diagramao:

    Joo Paulo Fortunato

  • 5INTRODUO

    Uma pessoa saciada e faminta. Duas ideias com-pletamente diferentes, pois naturalmente quem est saciado est sem fome. Essas ideias que no combi-nam na terra precisam combinar para quem quer co-nhecer o Eterno de forma mais profunda. Uma pessoa saciada por Deus precisa continuar faminta por Ele. A revelao de quem o Senhor em nossa intimidade com o Eterno precisa despertar nossa fome por mais de Deus ou estaremos destinados a provar apenas go-tas de um oceano inesgotvel.

  • 6Neste livro, em um primeiro momento, vamos ver a revelao de Deus a pessoas que buscam inti-midade com Deus. Usando a vida de Moiss e Joo como exemplo, perceberemos o alto grau de intimi-dade que Deus pode levar uma pessoa que anseia mais pelo Cu do que pela Terra. No segundo mo-mento, vamos perceber que Moiss e Joo apesar de todas as revelaes que tiveram, procuravam ter mais do que apenas uma bno sobre suas vidas, mas cultivavam uma fome por mais intimidade com o Senhor.

    Saciados e famintos, eles provaram bnos, mi-lagres e revelaes que transformaram suas vidas. O Pai da Eternidade est procurando de novo homens como esses. Homens imperfeitos, mas famintos por Ele. Com mais fome do Cu do que da Terra. ntimos do Eterno, mas famintos dele. Ser que o Eterno pode levantar nesta gerao outros como Moiss e Joo? Deus est passando seus olhos sobre a terra, procurando por homens que queiram entrar no Cu e mudar a histria. Ser que Deus pode achar voc?

  • 7CAPTULO 1

    REVELAO PELA

    INTIMIDADE

    Todas as pessoas que amam conhecem as pre-ferncias da pessoa amada. Uma pessoa que ama nunca d um presente segundo o seu gosto, mas sim de acordo com a vontade do outro. Voc conhe-ce a cor predileta do seu amigo? Sabe o que mais agrada a sua esposa? Ou voc daqueles que gosta de dar um presente de grego? Para dar presentes preciso conhecer a outra pessoa.

    Muitos esto fazendo coisas para Deus, sem saber as preferncias dele. O que Deus quer no um buqu de flores ou uma caixa de bombons.

  • 8O Eterno quer algo muito mais profundo. Ele dese-ja o seu corao perto dele, muito mais que honra dos seus lbios. O problema no apenas a falta de servos, a falta daqueles que conhecem o desejo do corao de Deus. O servo espera uma ordem de Deus, os ntimos j sabem o que Ele quer.

    O servo no sabe o que faz o seu senhor, mas te-nho vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai, vos tenho feito conhecer. (Jo 15.15)

    Voc entende? Quando somos ntimos de uma pessoa, ns sabemos sua vontade apenas olhando os olhos dela. Voc capaz de completar uma frase que Deus comeou? Quantas vezes comeou uma orao que j sabia a resposta? Amigos so assim, no verdade? Eles tm assuntos em comum. Eles tm afinidades. Ns no samos contando a nossa vida para algum que no tem pelo menos uma vi-so parecida com a nossa. Segredos so para pesso-as que confiamos e que sabemos que vo nos en-tender. O segredo do Senhor para os que o temem; e Ele lhes far saber o seu concerto (Sl 25.14).

    Ser que o Rei da Glria pode contar os segre-dos dele para voc? Voc um amigo dele ou uma pessoa to diferente que os assuntos dele so indi-

  • 9ferentes para voc? A pior situao que pode haver contar algo do seu corao para algum que no te entende. Compartilhar segredos com uma pes-soa que fica entediada com aquilo que voc valori-za. Aqueles que so diferentes de ns so tambm indiferentes.

    Se ns queremos ser amigos de Deus, teremos que conhecer o que realmente o Eterno gosta. Qual a pessoa que Deus procura para ter uma ami-zade ntima? Ns queremos convidar voc agora para uma viagem para dentro do corao de Deus. Conhecer o que faz o seu corao bater mais for-te. Aquilo que faz a sua face cair de tristeza. O que arranca lgrimas de seus eternos olhos. O que o faz abrir um sorriso que a terra no pode conter. Afinal, o que Deus est buscando na terra?

    Fui achado em esprito no dia do Senhor (Ap 1.10a). Ns s achamos aquilo que ns procura-mos. O apstolo Joo foi achado. Agora, quem es-tava procurando? Deus estava buscando o corao de Joo e naquele dia, Ele encontrou. Jesus estava procura daquele seu confidente que Ele teve na terra por trs anos. Depois de algum tempo que o Messias deixou esse mundo e se assentou no seu

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    trono de Glria, Joo ainda conservava sua atitude de melhor amigo do Mestre. A traduo para Apo-calipse, em ingls, revelao. Ns s contamos nossos segredos para os nossos amigos. Jesus ainda queria contar os seus segredos. Por isso, Ele procu-rava algum que estivesse querendo ouvir.

    O Todo-Poderoso esperou 40 anos para encon-trar em Moiss um corao como o dele. No Egito, Moiss era importante, mas quando foi para Midi, ele trabalhou em uma das profisses mais humi-lhantes para a cultura egpcia: pastor de ovelhas. No entanto, Deus no estava procurando um sbio egpcio, mas sim um pastor, mais preocupado com as ovelhas do que consigo mesmo.

    Deus est buscando pessoas que tenham os mesmos interesses que Ele. Moiss e Joo eram as-sim. Eles eram os primeiros na lista de procura de Deus. Se o Rei da Glria queria contar alguma coisa importante, que queimava em seu corao, Ele po-dia encontrar esses dois homens.

    A boa notcia que Deus no faz acepo de pessoas. Deus no escolhe uns em detrimento de outros. Somos ns que nos colocamos na lista de melhores amigos de Deus. Todos que o receberam

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    so filhos de Deus, e o Senhor ama a todos da mes-ma forma, mas existem aqueles que esto interessa-dos em tudo que diz respeito ao Pai. Deus no tem filhos favoritos, apenas filhos que pensam como Ele.

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  • 13

    PROCURA-SE

    Os seres humanos esto esperando uma respos-ta de Deus aos problemas que eles enfrentam e no se do conta de que Deus quem est aguardan-do uma resposta dos homens. Ele agiu e agora est esperando uma reao sua. Jesus deu sua vida na cruz e conquistou uma herana ilimitada para ns. Agora, Deus aguarda que ns creiamos nisso e res-pondamos ao que Ele fez por ns. O Eterno est es-perando reao e no passividade.

    Jesus se entregou na cruz do Calvrio e agora est esperando uma entrega do ser humano. O Pai

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    da Eternidade no precisa de perfeio, e sim de disposio. Pessoas dispostas a deixar que o poder dele se torne perfeito na fraqueza delas. Deus tra-balha com substituio. Fraqueza por fora, morte por vida, erro por perdo. Entregar substituir o seu corao pelo dele. Deus busca pessoas que se entreguem assim.

    Porque quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo corao perfeito para com Ele. (2Cr 16.9a)

    Os olhos que estiveram sobre Moiss e Joo, es-to agora mesmo passando por toda a terra, pro-curando pessoas cujo corao seja totalmente dele. A ideia de perfeito, no original, no ausncia de falha, mas sim plenitude, prontido. Significa ter o corao completamente para Ele, disposio do Rei. Um corao entregue, com todas as fraquezas, imperfeies, sonhos, desejos, qualidades e tudo mais que existe nele. Para aqueles que so assim, Deus quer mostrar-se forte. O Senhor quer exibir as suas qualidades, exercer a sua fora, impressio-nar. Pessoas totalmente entregues a Ele tm a sua ateno inteiramente nele. Voc no exibiria suas qualidades para um pblico que no estivesse in-

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    teressado. Deus no mostra seu poder para pessoas concentradas em si mesmas.

    Se o seu relgio quebrou, voc no o ter con-sertado at que ele esteja entregue na mo de algum especialista em consertar relgios. Sem entrega no h conserto. Deus no quer apenas a sua fora, mas Ele quer o lugar onde o seu poder se torna perfeito: sua fraqueza. Como afirma uma das frases que inspirou o grande evangelista americano D. L. Moody: O mundo ainda h de ver o que Deus far com uma pessoa totalmente entregue a Ele.

    Deus procura entrega, mas Ele tambm quer ver motivaes corretas. No podemos visitar o Cu com interesses terrenos. Entrar no Cu no uma simples experincia, para aqueles que vo valori-zar isso. Motivao correta fazer as coisas movido pelo mesmo sentimento que h no Cu. Ela base-ada na convico de que estar na terra uma habi-tao temporria. valorizar o que o cu valoriza. Entender que a terra o seu lugar de trabalho, no sua casa.

    O Cu no um filme. O Apocalipse no uma fico cientfica. O que acontece quando voc v um filme no cinema? Voc fica l por duas horas

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    pensando como o personagem pensa, compene-trado na histria, mas entendendo que aquilo s uma histria. Ento, voc sai do cinema, e at fica comentando um pouco com seus amigos a respei-to do filme. No entanto, logo esquece e continua a viver a sua vida real.

    Muitos crentes tm frequentado as matins de domingo em suas igrejas, contemplando o Cu por duas horas. Mas ao sarem, assim como deixam um filme para trs na sala de cinema, parecem deixar o Cu confinado nos templos. O Cu, para eles, no mais do que um entreteni-mento dominical. Tratam o Cu como uma bela fico.

    Contudo, o Cu mais real do que a sua casa e o seu ambiente de trabalho. Na verdade, antes de o planeta Terra existir, o Cu j existia. Sim, ele mais real do que o Brasil. L existem habitantes, casas, leis, portas, janelas e um Rei que governa de forma perfeita desde a eternidade. O Cu a sua verda-deira ptria. O lugar ao qual voc pertence. O seu verdadeiro lar. A Terra, sim, um filme de duas ho-ras e o Cu a sua vida real. Quando o filme acabar para l que voc vai. Talvez, este filme lhe tenha

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    feito chorar, mas o Rei do cu est com uma toalha para enxugar todas as suas lgrimas.

    Deus no quer que ns soframos. No a vonta-de dele, mas todo o sofrimento tem que nos levar a ter saudades do Cu e no conformidade com a Ter-ra. O sofrimento faz lembrar que voc no desse mundo. No Cu, voc no vai chorar e no passar por nenhum tipo de sofrimento, porque voc vai voltar para o lugar onde nasceu.

    interessante ver que comer peixe cru normal no Japo; porm, muito estranho para ns aqui no Brasil. Os costumes so diferentes. O que normal em um lugar anormal em outro. O Cu no com-patvel com a Terra. Os valores so diferentes. No Cu, reina a adorao, na terra, a insatisfao. Do ponto de vista do Cu, as pessoas precisam de aju-da. Na terra, elas precisam de condenao. Como voc vai viver? Pensando na Terra ou no Cu?

    Portanto, se j ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que so de cima, onde Cristo est assentado destra de Deus. Pensai nas coisas que so de cima e no nas que so da terra; porque j estais mortos e a vossa vida est escondida com Cristo, em Deus. (Cl 3.1-3)

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    Pensar neste texto d uma ideia no original de: Ter um sentimento ou opinio como; se interessar em (com preocupao ou obedincia); colocar a afeio em, ter a mente como; ser um de, ser do mesmo; pen-sar. Essas so as atitudes que muitos homens de Deus tiveram com relao ao Cu. O apstolo Paulo, por exemplo, achava lucro, algo muito melhor, estar l do que aqui. Na verdade, ele, como os grandes heris da Bblia, tinha a conscincia do lugar de onde veio. Homens que viviam para o cu.

    Todas essas pessoas morreram controladas {e} sustentadas por sua f, mas no havendo recebido o cumprimento tangvel das promessas [de Deus], apenas tendo a visto {e} a saudado de uma gran-de distncia pela f, e todo o tempo reconhecendo e confessando que eles eram estrangeiros {e} resi-dentes temporrios {e} exilados na terra. Ora, as pessoas que falam como eles, mostram claramente que esto em busca de uma terra natal (seu prprio pas). Se eles estivessem pensando e se lembrando [com saudade] daquele pas de onde eles eram emi-grantes, eles teriam encontrado constante oportu-nidade de voltar para l. Mas a verdade que eles

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    estavam ansiando {e} aspirando por um melhor {e} mais desejvel pas, que o celestial. Por essa razo, Deus no se envergonha de ser chamado seu Deus [mesmo de ter seu nome ligado a eles o Deus de Abrao, Isaque e Jac], pois Ele tem uma cidade pre-parada para eles. (Hb 11.13-16 Bblia Amplificada)

    Este texto diz que a Terra sua residncia tem-porria, que voc estrangeiro e exilado nessa Ter-ra. Ele afirma o seu verdadeiro lugar: o Cu. Voc j reparou que por mais coisas que Deus lhe d nessa terra, seu corao parece nunca estar completa-mente satisfeito? por que voc ainda no est em casa.

    Jesus afirmou que ningum pode entrar no Rei-no dos Cus se no nascer de novo (Jo 3.3). Mas o contrrio tambm verdade. Se voc nasceu de novo, pode entrar nele. Voc pode entrar, porque na verdade ele j entrou em seu corao. Voc tem as chaves do Reino dos Cus (Mt 16. 19). Deus no lhe daria as chaves se Ele no quisesse a sua entra-da.

    Entenda-nos, no algo que voc pode fazer apenas quando morrer e for enterrado. algo que pode fazer ainda nesta Terra. Joo entrou no Cu

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    ainda em vida. Ele abriu os cus com as chaves, ou melhor, com os joelhos. Por isso, em Apocalipse 4.1 diz que havia uma porta aberta no Cu. inte-ressante perceber que Jesus tinha dito para ele no Evangelho que iria para casa de seu Pai preparar moradas: casas para ns morarmos. Esconderijos do Altssimo. Joo conheceu essas casas antes de morrer. Como ele, ns tambm possumos a chave do Reino dos cus. Mas por que no vivemos mais essa realidade? Por que parece estarmos tendo mais uma viso da Terra do que uma viso do Cu?

    O texto aqui citado de Hebreus nos fala de trs coisas necessrias para viver essa realidade: reconhecimento, confisso e saudade. Por re-conhecer que no eram da Terra, confessavam constantemente que no eram dela. E isso gerava saudade de sua verdadeira terra natal. Essas trs caractersticas os levavam a ter constante oportu-nidade de voltar para l. Deus nos fez ressuscitar com Cristo Jesus e assentar nos lugares celestiais, juntamente com Ele. Se voc perguntasse para Deus agora onde sua vida est, Ele diria: A minha direita, do lado do meu Filho Jesus. O Eterno fala-ria: Eu registrei seu nascimento aqui. Voc pertence a

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    esse lugar. Eu fiz tudo para voc. Aqui o lugar onde ns passaremos juntos toda a eternidade.

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    DE VISITADO A VISITANTE

    Quando Deus encontra algum entregue e com a motivao do Cu, como Ele achou Moiss e Joo, O Eterno recompensa. Ele conduz homens como esses a uma dimenso e a um grau de intimidade muito alm do que qualquer pessoa possa imagi-nar.

    Uma boa forma de conhecer uma pessoa vi-sitando a casa dela. Existe um grau de intimidade, quando um amigo nosso est na nossa casa. Nes-ta fase, conversamos, vemos as suas preferncias,

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    trocamos experincias, enfim, nos relacionamos. No entanto, se queremos conhecer bem esta pes-soa, visitamos a casa dela. E l que descobrimos coisas muito importantes a respeito dela. Quando voc visita um amigo, age de forma educada de modo a no ofend-lo, mas ele age naturalmente em sua prpria casa. Nesta visita o seu amigo faz questo de que voc conhea toda a sua famlia, os empregados, os cmodos e faa aquela habitual, na verdade quase um ritual, olhada no lbum de fotos. Voc passa ento a conhecer melhor a histria do seu amigo. Onde ele morou, seus velhos amigos, seus casos de amor, enfim, um universo que voc nunca conheceu quando ele apenas visitava sua casa.

    Ns ficamos maravilhados quando Deus nos vi-sita. Mas aqueles como Moiss e Joo, que reconhe-cem e honram a oportunidade da sua visitao, so convidados a um grau muito maior de intimidade. O momento em que deixamos de ser visitados para sermos visitantes. Deus levou os nossos persona-gens para sua casa eterna. Na terra, o Rei da Glria no impe a sua prpria vontade, respeitando nos-so livre-arbtrio. Mas no Cu Ele reina, O Eterno age

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    naturalmente. Sua revelao mais plena. Deus mostra a sua famlia: Pai, Filho e Esprito Santo, e os seus filhos redimidos. Mostra os empregados: os anjos, os vinte e quatro ancios, os quatro seres vi-ventes, enfim, o prprio ambiente comea a revelar quem Ele mesmo .

    O Eterno comea a passear pelos cmodos com eles. A um mostra a sala com o mar de cristal, as ruas de sua cidade como ouro, os muros de jaspe. Ao outro faz passar toda a sua bondade e mostra os cmodos da casa que no so mais usados, como o jardim do den. E claro que Deus mostra o seu lbum particular, o seu bom tesouro. A Moiss Deus mostrou as fotos do comeo. Desde imagens da Ter-ra sem forma e vazia at o momento em que toda a raa humana foi formada. Mostrou tambm fotos de entes queridos, como Enoque, No, Abrao, Isa-que, Jac, Jos. como se Deus mostrasse com um sorriso no rosto, dizendo: Eles foram maravilhosos, olhe a histria deles, imperfeitos, mas perfeitos para mim. A Joo, fotos do fim. Retratos da destruio desse mundo e da criao do novo Cu e da nova Terra. Fotos dos filhos e dos mrtires que viriam depois deles.

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    Imagens inesquecveis para pessoas que Deus nunca vai esquecer. Moiss e Joo viram o que ningum viu. Ouviram o que nenhum ouvido ou-viu. Hoje a foto deles tambm est l, entre as do-ces lembranas de Deus. Deus mostrou aos dois o seu retrato predileto. Qual? A foto dos sonhos do Criador. O melhor j formado por suas mos. A me-lhor foto do Cu: o homem e Deus juntos, o caso de amor eterno. Deus e o homem passeando pelo jardim na virao do dia. E depois homens de toda tribo, lngua e nao vivendo para sempre com Ele. O comeo do sonho e a realizao do seu sonho. Eles viram o que mais importante para o corao de Deus: voc. Dentro desta revelao, Joo, conhe-cendo o Cu, ouviu um cntico diferente. A cano era do Cu, mas j havia sido cantada na Terra. Per-ceba de quem era o cntico.

    E os que tinham vencido a besta e a sua imagem e o nmero do seu nome estavam em p junto ao mar de vidro, e tinham harpas de Deus. E cantavam o cn-tico de Moiss, servo de Deus. (Ap15.2b-3a)

    Moiss cantou na Terra o que cantado no Cu. Ele sabia ouvir o Cu. Porque, na verdade, este era o seu lugar de origem. Joo estava l, ouvindo algo

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    cantado por algum que no era da sua poca, mas que ele j tinha visto em algum monte de Jerusa-lm.

    Sim, quando Deus vai se revelar profundamen-te, Ele convoca seus amigos ntimos. Quando Jesus quis mostrar a essncia da sua glria, Ele reuniu Moiss e Joo no Monte da Transfigurao. O pas-sado e o futuro se encontravam. Moiss e Joo, separados por sculos, mas no Cu, to prximos. Esse era o momento de maior revelao de Deus entre a primeira e a segunda aliana. Um perodo que jamais se repetiria. Os ntimos de uma antiga gerao e de uma nova gerao foram reunidos para presenciarem esse momento mpar na hist-ria. Momentos que so importantes para Deus, Ele gosta de compartilhar com seus amigos. Moiss e Joo j passaram e Deus busca amigos assim em nossa gerao. O que , j existiu; e o que h de ser, tambm j existiu; e Deus procura de novo o que j se passou. (Ec 3.15)

    O Pai da Eternidade est procurando de novo homens como esses. Pessoas que Ele possa mostrar a sua casa, que valorizem o que Ele valoriza. Ho-mens imperfeitos, mas famintos por Ele. Com mais

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    fome do Cu do que da Terra. ntimos do Eterno, mas famintos dele. Ser que o Eterno pode levan-tar nesta gerao outros como Moiss e Joo? Deus est passando seus olhos sobre a Terra, procurando por homens que queiram entrar no Cu e mudar a histria. Ser que Deus pode achar voc?

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    CAPITULO 2

    NTIMOS, MAS FAMINTOS

    Quando olhamos para Moiss e Joo, vemos homens que marcaram o seu tempo. Homens que foram transformados profundamente. Viram e co-nheceram as facetas do poder e do amor de Deus. Entenderam a identidade do EU SOU, que supre qualquer necessidade do homem, presenciaram milagres e foram usados para faz-los. Depois de tantas experincias vividas por eles, voc pode pen-sar: eles chegaram ao cume espiritual, chegaram ao xtase espiritual, viveram tudo! Se Moiss e Joo estivessem vivos e lendo essas palavras, eles diriam:

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    NO! Claro que no! Pois, esses homens possuam o que os levava a cada dia em novas alturas: fome por Deus.

    Geralmente, quando alcanamos alguns avan-os espirituais, temos alguns arrepios ou vivemos coisas sobrenaturais, a tendncia seguinte rela-xarmos e pararmos com a intensidade da busca. Foi o que aconteceu com Elias, que teve um momento histrico e glorioso com Deus. O profeta orou e o fogo do Cu desceu, ele envergonhou os falsos pro-fetas de Baal e levou a nao conscincia que s o Deus Eterno o Senhor, o nico Deus. Elias teve uma experincia espiritual e tanto, mas ao sinal de uma adversidade, parou a busca e escondeu-se na caverna do desnimo e do comodismo. Com essa atitude de comodismo, depois de uma experincia espiritual, ns parecemos colocar Deus em um di-lema.

    Voc que pai, daria doces diante dos pedidos insistentes do seu filho pequeno antes do almoo? Mesmo sabendo que se ele comesse aquilo no iria querer almoar? O Eterno tambm no! Muitas ve-zes o que Ele faz liberar uma medida da presena dele, para que continuemos famintos por mais dele.

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    Estamos retendo o melhor de Deus, por no deci-dirmos ter mais fome.

    O nosso esprito, como o nosso corpo fsico, pre-cisa de alimentos, tem uma fome por Deus. A Bblia diz que Jesus o po da vida, que alimenta a todo aquele que est faminto. Precisamos perceber a ne-cessidade do nosso esprito pela comida espiritual. Muitas pessoas no reconhecem a necessidade que nosso esprito est do alimento do Cu. Ento, pa-ram a sua alimentao e comeam a ter problemas. J reparou que se voc espera muito uma alimen-tao e ela nunca vem, ao passar de algumas horas acaba perdendo o apetite? Muitos crentes, em seu esprito, esto assim, no reconheceram a necessi-dade e com o passar do tempo parecem ter perdido o apetite por coisas celestiais.

    Todos os grandes homens de Deus reconhecem sua fome e buscam de alguma forma alimentar a sua fome. Olhe para Joo, ele andou trs anos com Jesus, vendo coisas extraordinrias. Recebeu o ba-tismo com Esprito Santo, depois operou milagres, como descreve o livro de Atos. Teve revelaes pro-fundas, como j citadas nesse livro, do carter de Deus. Mas ele estava numa ilha chamada Patmos,

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    e segundo a Bblia, foi achado em esprito (Ap 4.2). Joo estava orando, buscando a face de Deus. Uma pessoa faminta nunca ser satisfeita, enquanto no estiver no lugar onde nasceu, no cu.

    Muitas vezes o que Deus quer no ape-nas um corao cheio de uno, mas um corao vazio de satisfao. No que voc ser ingrato e mal agradecido pelo que tem recebido de Deus, mas ter uma fome incontrolvel por mais dele. O Eterno quer nos encher, mas deseja que essa expe-rincia seja para nos levar a um prximo passo com Ele. Moiss viu a sara arder, o EU SOU se mostrar a ele, permaneceu no monte Sinai enquanto todo monte tremia com o poder e a presena do Todo--Poderoso. Operou milagres impressionantes, como a abertura do mar Vermelho e teve revelaes, tam-bm aqui j citadas, profundas da essncia de Deus. Porm, num determinado momento, pediu a Deus para ver a sua glria. Tanto ele como Joo entende-ram que o almoo de ontem no serve para a janta de amanh. Perceba, no uno apenas que vai mant-lo nos lugares altos, mas sim a sua fome di-ria por mais de Deus.

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    VICIADOS NA GLRIA

    Existe uma relao muito grande, quando fala-mos de fome, entre necessidade e prazer. Pode ser o mesmo almoo de ontem, mas se voc est com mais fome, a comida est mais deliciosa. J reparou que quando est com fome at o amargo doce? A alma farta pisa o favo de mel, mas para a alma famin-ta todo amargo doce. (Pv 27.7) Porque o suprimen-to da necessidade gera um prazer. O grau de fome determina o grau de prazer que o alimento propor-ciona. Veja se essa situao lhe parece familiar: duas

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    pessoas saem do mesmo culto, uma amou, a outra detestou. Qual a explicao para isso? Em muitos casos, a resposta o grau de fome de cada um. A tendncia natural culpar quem est servindo o alimento ou at mesmo o cozinheiro (que no colo-cou tanto sal assim!). Mas quando se est com fome, o prazer e o deleite na Palavra aumentam.

    Quantos crentes tm pisado em favos de mel por se sentirem fartos o suficiente. Reclamam das palavras dos seus pastores e de certos hinos canta-dos e no percebem que esto perdendo o vinho novo da festa. O melhor vinho sempre servido ao final. Se a sua fome acabar rpido, voc perde aquilo que o anfitrio guardou com tanto carinho. Cultive uma necessidade constante da Palavra e perceber que aquilo que era simples para voc muito mais profundo e nutritivo do que imaginava.

    Necessidade gera prazer, mas o contrrio tam-bm verdade. J ouviu falar de algum que est com fome de mousse de maracuj? Isso no uma necessidade fsica, mas uma necessidade gerada pelo prazer. O prazer gera uma necessidade real. s vezes parece que a pessoa precisa tanto daquilo, como se estivesse faminta. Pergunte para as grvi-

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    das o que elas sentem quando querem comer bana-na split com trs bolas de kiwi e uma cobertura de tuti-fruti. Quando elas imaginam isso e enxergam o prazer que vo ter em comer, uma necessidade sur-ge. Ento, ela e a vtima, digo, o marido, esto indo para a sorveteria mais prxima! Perceba, a necessi-dade gerada parece ser to real, que se no fosse suprida afetaria a criana. Afinal, ningum quer um filho nascendo com cara de banana split!

    Necessidade, prazer, prazer, necessidade. Um ciclo comea a se formar. Quanto mais se supre a necessidade, mais prazer gerado. Quanto mais prazer, mais necessidade. At que se chega a um ponto em que a necessidade se confunde com prazer. Voc no sabe mais se aquilo realmente uma necessidade ou um suprimento de um pra-zer. Voc est viciado. Os viciados so assim, no mesmo? Um alcolatra no nasceu com a ne-cessidade de bebida, mas o que um dia desper-tou nele prazer, hoje se tornou uma substncia vital para ele. O que dizer dos choclatras? Suas mamadeiras no foram feitas de chocolate. Cacau no est entre as substncias necessrias sobrevi-vncia do homem. Mas diga isso para eles, diante

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    de um bombom apetitoso... Pense nos amantes do futebol. Esse esporte no existia no Jardim do den. Pelo que consta, Ado nunca jogou bola com os fi-lhos. Mas fale isso para aqueles que no conseguem perder um jogo de futebol na TV. Comente esse fato com as suas mulheres, que fazem de tudo para tir--los da frente da televiso.

    Todos esses so viciados, mas existe uma classe de viciados na Bblia, que vamos chamar de vicia-dos na glria. Pessoas como: Enoque, Davi, Elias, Eliseu, Paulo. Alm de outros mais prximos do nosso tempo, como John Wesley, Charles Finney, Jonathan Edwards, Smith Wigglesworth e tantos outros. O ltimo, um grande evangelista ingls que levou multides aos ps de Jesus e teve em seu mi-nistrio por volta de 14 pessoas ressuscitadas. Certa vez ele afirmou: No oro mais que dez minutos, mas tambm no passo mais que dez minutos sem orar. Claro, no poderamos deixar de destacar, dessa lista de homens viciados na glria, dois em espe-cial: Moiss e Joo. O que dizer de um homem que ficou 40 dias sem comer ou beber, porque amava a nuvem da presena de Deus em cima do monte? Seu vcio pela glria era maior do que qualquer ne-

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    cessidade da Terra. Suas obrigaes, tarefas, a terra prometida, o man, sua prpria liderana, no eram maiores do que o Deus que ele amava.

    O discpulo amado era o mais viciado dos discpulos. Ele no desgrudava de Jesus. Como dissemos, ele estava nos momentos de maior re-velao do Alfa e mega. At mesmo no julga-mento de Jesus e na sua crucificao ele estava l. Ele era to ntimo do Mestre dos mestres que j era parte da famlia. Jesus disse: Substitua-me como filho. Em outras palavras: Maria agora a sua me. Cuide dela para mim. (Jo 19.26,27). Joo simplesmente no conseguia ficar sem Je-sus, nem mesmo quando a morte parecia haver vencido. Nesses trs anos de vcio de Joo pela presena de Jesus, um momento parece muito emocionante. De madrugada, Maria Madalena foi ao sepulcro, mas o corpo de Jesus no estava mais l. Ento, ela foi e contou a Pedro e a Joo, dizendo que algum havia tirado do sepulcro o Senhor e ela no sabia onde o puseram. Agora, observe o que conta a narrativa bblica:

    Saiu, pois, Pedro e o outro discpulo [Joo] e fo-ram ao sepulcro. Ambos corriam juntos, mas o outro

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    discpulo CORREU MAIS DEPRESSA do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. (Jo 20.3-4)

    Joo se desesperou com a possibilidade de ver Jesus de novo. Agora, veja-o correndo junto a Pe-dro. Voc consegue ver seu corao batendo mais forte? Seus passos se acelerando pouco a pouco, deixando o pescador para trs? Apenas porque ele poderia encontrar de novo a nica pessoa que po-deria o satisfazer na vida. Joo era viciado. Ele ti-nha fome, e como diz o ditado popular: Quem tem fome tem pressa.

    Quando falamos em vcio, talvez sua mente pense em algo negativo, mas vcio s outra pa-lavra para dependncia. Vcio indica dependncia extrema. no conseguir viver sem. Um viciado em lcool um dependente de lcool. Um cren-te genuno pode viver sem qualquer outra coisa, mas no conseguir viver sem a nica razo de sua existncia. Entre para essa galeria. Seja voc tambm um viciado. Esse o convite da Palavra: No vos embriagueis com vinho, mas enchei-vos do Esprito Santo. (Ef 5.18)

    Como voc alimenta um vcio? Ingerindo mais da substncia da qual dependente. Ou seja,

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    quanto mais um alcolatra bebe, mais ele torna-se um viciado. Quanto mais contato com a glria voc tem, mais dependente fica. Quanto mais a necessi-dade gera prazer e o prazer a necessidade, mais in-tenso isso fica. Alguns podem dizer: Mas como che-gar a esse grau de vcio pelo Po da Vida, se eu no tenho fome nem das migalhas que caem da mesa? A resposta pode estar nos seus sentidos espirituais. Pois, assim como seu corpo possui cinco sentidos: olfato, tato, paladar, viso e audio, assim tambm o seu esprito.

    Muitas vezes no estamos com fome, mas ao vermos algum comer, ao sentirmos o cheiro da comida, ao ouvirmos algum descrever a sobre-mesa ou ao tocarmos na fruta madura, e claro, ao experimentarmos o gosto de um alimento bom, estimulamos o nosso apetite. Os sentidos aguam a fome. Muitos cristos hoje, no tm sentido fome por Deus o tanto quanto gostariam, pois no tm usado os cinco sentidos espirituais.

    O nosso esprito possui os cinco sentidos? Veja o que a Bblia diz:

    Quem tem ouvidos, para ouvir, oua o que o Esp-rito diz s igrejas. (Ap 2.7a)

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    Para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar. (At 17.27)

    Orou Eliseu e disse: Senhor, peo-te que lhe abra os olhos para que veja. O Senhor abriu os olhos do moo, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu. (2Rs 6.17)

    Quo doces so as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel minha boca. (Sl 119.103)

    Graas, porm, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de ns, manifesta em todo o lugar a fragrncia do seu conhecimento. Porque ns somos para com Deus o bom perfume de Cristo. (2Co 2.14-15a)

    O Senhor Jesus o Po da Vida, oua isso com seus ouvidos espirituais, e deixe despertar fome em voc. Faa como Joo: oua, veja, contemple e apalpe (1Jo 1.1). Muitos cristos no reconhe-cem mais a fome que h dentro deles, porque pa-raram de usar os seus sentidos espirituais. Em al-gumas situaes, no esto com vontade de ler a Bblia, mas devem ler assim mesmo, porque este ouvir pode despertar uma fome que ir tomar as suas vidas.

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    Quando algum olha um viciado na glria, que constantemente busca a Deus em orao e na Palavra, alimentando-se do banquete de Deus diariamente, pensa que essa pessoa atingiu a perfeio. Ela a chama de perseverante, pois est sempre fazendo as mesmas coisas. Ela admira, mas acha-se muito longe dessa meta. Todavia, o Senhor soprou em ns uma definio de per-severana: Perseverana no perfeio, mas uma constncia que leva perfeio. Ningum comea perfeito numa prtica, mas a constn-cia ao faz-la levar a uma perfeio. A prtica leva perfeio, diz o ditado. Veja se voc j viu essa cena: um crente escuta um poderoso sermo num domingo e se sente estimulado a orar todos os dias. Ento, segunda, com todo o nimo, ele ora. E na tera tambm. Na quarta, ele esquece. En-to, na quinta, ele pra e pensa: J que no fiz on-tem, hoje eu tambm no vou fazer. Sexta e sbado, esse mesmo crente no v a hora do sermo de do-mingo, pois ele j est muito desanimado e triste, porque no consegue ser perseverante.

    Quando deixamos de praticar algo em um dia, isso deve servir de nimo para que no prximo dia

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    voc volte a praticar. Em nossa histria, na quinta, esse crente deveria ter dito: J que eu no orei on-tem, hoje eu vou orar. Essa constncia em sempre se consertar e nunca se acomodar, vai lev-lo a uma perfeio nessa prtica. Voc misturar, assim, a ne-cessidade e o prazer e se tornar um viciado no vinho novo.

    Hoje em dia ficou comum em nossas igrejas e em cultos de avivamento dizermos e gritarmos empol-gados: Deus tem mais! Porm, no agimos de acordo com essa verdade. Algumas vezes, quando estamos em casa, comemos o prato principal com todo o apeti-te e algum da casa diz que tem uma sobremesa gos-tosa. Um pudim, um doce ou um sorvete. engraado e interessante que o nosso estmago parece abrir um espao novo, que no existia, para aquela sugesto to apetitosa! Muitas vezes, estamos orando ou medi-tando na Palavra, comendo o Po da Vida, e o Senhor est pronto para trazer o azeite. Em outras situaes, estamos comendo da uva da videira e o Esprito est pronto para trazer o vinho novo. Em outras, enquanto comemos a carne do cordeiro, Deus est nos trazen-do o mel do seu amor. Vamos comer mesa de Deus sempre sabendo que existe uma sobremesa.

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    Estamos num tempo de pressionar os nos-sos limites. Quando o povo de Israel estava com Josu rodeando a cidade de Jeric, na verdade eles estavam pressionando algo que os limi-tava. Precisamos alargar os nossos limites de busca. Enquanto pressionamos nada parece acontecer, mas uma muralha est pronta a cair se ousarmos possuir a nossa herana em Deus. No primeiro captulo desse livro, falamos sobre a transformao pela busca que Moiss e Joo tiveram em suas vidas. Mas se quisermos per-manecer no cume e saltar para montanhas mais altas, vamos precisar cultivar a principal carac-terstica desses dois homens, a FOME. Como disse certo pregador: Sua fome por Deus hoje revelar o seu amanh.

    Deus est sempre pronto para alimentar aquele que est faminto. Ele est sempre com a mesa posta para voc pegar aquilo que pre-cisa. Por isso, o salmista Davi disse: Preparas uma mesa e unges a minha cabea com leo e o meu clice transborda. (Sl 23.5) Essa mesa descrita aqui s no tem uma coisa: escassez. Deus no pobre. Ele o Rei dos reis. Davi sabia

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    que mesa de rei sempre tem abundncia e que faz parte do carter de Deus fazer transbordar o nosso clice.

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    NUTRICIONISMO CELESTIAL

    Para voarmos mais alto, precisamos ter fome, mas tambm comer de tudo o que est na mesa de Deus. Nunca d uma opo a uma criana en-tre um hambrguer e um espinafre, voc j sabe a resposta! Nosso esprito tem fome por Deus, mas vamos aliment-lo com tudo o que tem no Rei da Glria. Se exagerarmos e comermos somente o que gostamos ir faltar vitaminas, protenas, que vo nos dar mais fora para subirmos nas monta-nhas de Deus. No coma s hambrguer, faa uma

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    alimentao diversificada e balanceada. Muitas pes-soas sinceras, que buscam a Deus, esto comendo o arroz do amor, mas tm muito tempo que no ingerem o feijo da f. Ningum fica comendo s mingau, chega uma hora de partir para alimentos slidos. Nunca pare de comer mingau, mas sempre se alimente de tudo que est mesa do Rei dos reis. Uma alimentao deficiente pode gerar problemas, como uma obesidade ou uma anemia.

    O que uma anemia? um problema no sangue causado por falta de ingesto de nutrientes impor-tantes para o organismo. Seus sintomas so: irrita-bilidade, cansao, dores de cabea, entre outros. A pessoa anmica at se alimenta, mas se alimenta mal. Muitos esto assim em sua vida espiritual. Esto no campo trabalhando, evangelizando, dando au-las, no louvor, mas esto anmicos espiritualmente. Existe uma comida que s servida no seu quarto, a ss com Deus. Se alimentar com um lanche do-minical no vai suprir todas as suas necessidades. O que interessante sobre a anemia que muitas vezes a pessoa no nota que est ficando doente. Isso porque os sintomas da anemia, em sua maioria, vo aparecendo medida que a pessoa faz esforo.

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    Quanto mais anmica, mais rpido ela se cansa. As-sim, se a pessoa simplesmente reduz a quantidade de trabalho, ela no sente que est ficando doen-te. Assim so muitos crentes. Eles vo se cansando e, pouco a pouco, vo deixando de trabalhar sem, contudo, corrigir a raiz do problema. Por fim, no tm foras para fazer nada e continuam anmicas.

    Os montes de Jerusalm eram o que, para ns, seria o quarto de orao de Jesus. As pessoas o espremiam, queriam ouvi-lo. Multides constante-mente o procuravam. Mas o Mestre, muitas vezes, deixava os ministrios e ia para o monte a ss. Pois, Ele sabia que no dava para fazer a obra de Deus anmico. Ento, o Messias passava horas l em cima comendo, porque no s de po viver o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus (Lc 4.4). Quando Ele descia de l, Jesus parecia trazer cestos e cestos de comida para alimentar o povo.

    Todavia, existe outra classe de pessoas, a de obe-sos. claro que, em alguns casos, gentico ou por doena, mas em outros, a obesidade causada por m alimentao e sedentarismo. Como j falamos, devemos comer no apenas aquilo que gostamos, mas o que necessrio para o nosso organismo.

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    Espiritualmente falando, precisamos nos exercitar. Tem gente que come muito, mas se exercita muito pouco.

    Muitos crentes iludem-se com o pensamento de que o nico lugar de alimentao vital para as suas vidas no momento a ss com Deus. Porm, existe uma comida de Deus que s dada a voc quando est com as mos no arado. Um dia, Jesus estava evangelizando uma mulher samaritana e seus dis-cpulos tinham ido cidade comprar comida. Ele ganhou a mulher e depois a cidade inteira para o Reino. Entretanto, seus discpulos o rogaram Rabi, come!. Jesus lhes respondeu: Uma comida tenho para comer, que vs no conheceis (Jo 4.31a, 32b). Os discpulos no tinham comido esta comida que Jesus estava falando. Eles no conheciam. Se voc no tiver um olhar no outro, nunca vai comer o in-dito de Deus. Mais a frente, ento, Jesus diz qual era a comida. Ele afirmou: A minha comida fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra (Jo 4.34). Existe uma comida, quando voc faz qual-quer coisa, cujo objetivo aquele que est perdido. Pessoas tm estado com fome de Deus e elas tm orado e lido a Palavra, mas tm se esquecido de um

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    alimento que s estar disponvel quando voc fi-zer a vontade do Pai. O Cu no est disponvel aos egostas. No cu existe uma Lei chamada dar. Se voc no der, Deus no te devolver uma medida sacudida, recalcada e transbordante na sua vida (Lc 6.35). Mais feliz aquele que d do que aquele que recebe. Ser por que, hein?

    A Palavra de Deus diz: Quem no trabalha que tambm no coma (2Ts 3.10). A alma do preguioso deseja, e coisa nenhuma alcana, mas a alma dos diligentes se farta. (Pv 13.4) Tra-balhe. Faa a obra de Deus. Use seus talentos. Encontre o perdido. E ento ver, de repente, uma mesa, com uma comida que voc no co-nhecia, diante da sua vida. No que Deus vai deixar voc morrer de fome se no trabalhar, mas o melhor de Deus est separado para aque-le que d. Na mesa de Deus existem bandejas mais cheias e outras mais vazias, coma mais do que tem mais e menos do que tem menos. Na Bblia, de Gnesis a Apocalipse, vemos como destaque o amor de Deus. Essa a essncia de Deus. Coma muito disso, mas no se esquea de crucificar a sua carne.

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    Voc j reparou que quando est com fome fica muitas vezes irritado, desanimado, cansado, estres-sado, no produz, no ouve os outros, enquanto no come e volta ao normal. Sabe, como ministros na casa de Deus temos visto pessoas com cansaos, problemas emocionais, ministeriais, entre casais, tristezas, depresso... E quando ouvimos essas pes-soas, percebemos que elas colocam a culpa nos ou-tros, no trabalho, no lder, na igreja. Todavia, a prin-cipal raiz no era nenhum desses fatores, mas sim uma fome que no foi suprida. Em nossas prprias vidas, percebemos que muitos dos nossos proble-mas tm origem nas alimentaes do cu que no fizemos. Perceba a sua fome, coma dos pratos prin-cipais e dos petiscos que Deus nos d constante-mente e veja que voc ter fora e sabedoria para lidar com as adversidades.

    Se alimente de Deus, mas nunca deixe que a sua fome acabe. Quando permanecemos famintos, fica-mos no alvo, na direo certa, para que Deus atire com preciso o seu poder sobre ns. Por isso, va-mos determinar a nossa fome reconhecermos cons-tantemente o nosso apetite espiritual, procurando sempre comer de tudo que est na mesa do Rei. E,

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    assim, vamos viver cada dia mais consciente dos nossos lugares celestiais e usufruindo, como Moises e Joo, da plenitude do cu. Parafraseando o vicia-do na glria ingls, Smith Wigglesworth: Quando voc atingir uma fome tal que nada pode satisfaz-lo a no ser Deus, voc viver como um rei.

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    NOTAS

    CAPTULO 1

    1-HOWARD, Stanley.Apstolo da F. Rio de Janeiro, RJ. Danprewan. 2001

    2-COUCHMAN, Judith (Org). Atreva-se a crer. Rio de Janeiro, RJ. Graa Editorial. 2002.

    CAPTULO 2

    1-STRONG, James. Strongs Exhaustive Concordan-ce of the Bible. In: E-sword: para sistema operacional Windows. Disponivel em:

    2-BOYER, Orlando. Heris do F. Rio de Janeiro, RJ. CPAD. 2007 p. 216

    3-STRONG, James. Strongs Exhaustive Concordan-ce of the Bible. In: E-sword: para sistema operacional Windows. Disponivel em:

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    Drummond Lacerda, formado em Jornalismo e Teologia. Membro da Igreja Batista da Lagoinha. Atua como escritor, conferencista do Ministrio Vento no Fogo e professor do Seminrio Teolgico Carisma, da Igreja Batista da Lagoinha.

    Braulio Brando, formado no Seminrio Teol-gico Carisma e na Misso Alm. Atua hoje, como missionrio da Igreja Batista da Lagoinha, junto ao povo indgena no estado do Amazonas.

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    MINISTRIO VENTO NO FOGOSomos o ministrio interdenominacional Vento

    no Fogo, que funciona de forma itinerante. Ele tem como propsito trazer um ensino vivo, ardente, ins-tigante das verdades imutveis da Palavra de Deus. Deixando que a inspirao do Esprito sopre sobre as palavras proferidas. Para compartilhar testemu-nhos, ler mais estudos ou nos chamar para a reali-zao de conferncias em sua igreja entre no site www.ventonofogo.com ou pelo e-mail [email protected] ou ainda pelos telefones:

    (31) 8438-1952 / 9105-4252.

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    Uma publicao da Igreja Batista da Lagoinha

    Gerncia de Comunicao

    Rua Manoel Macedo, 360 - So Cristvo

    CEP: 31110-440 - Belo Horizonte - MG

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