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  IDENTIDADE, RÁDIO E GÊNERO 1  Cláudia FIGUEIREDO-MODESTO 2  Universidade Federal de Juiz de Fora Resumo: Este artigo lança um olhar sobre a construção de identidade através da perspectiva de gênero na mídia radiofônica. As identidades são construídas a partir de algo que se narra. Esses sentidos estão contidos em histórias e memórias que servem de referências, de nexos para a constituição de uma identidade. Por isso, a discussão em torno da identidade acaba influenciada por questões sobre: lugar, gênero, raça, história, nacionalidade, orientação sexual, crença religiosa e etnia. O rádio tem sido canal para reivindicações de diferentes vozes, no entanto, contempla maior participação masculina em seus canais de produção, servindo de instrumento de propagação do discurso hegemônico paternalista . Este artigo lança um olhar sobre o discurso criado, recriado e veiculado pelos programas de rádio, apontando como ele tende a minimizar a importância dos papeis femininos contemporâneos. Palavras-Chave: identidade; rádio; gênero. Abstract: This article takes a look at the construction of identity through gender perspective in the radio media. Identities are built from something that is narrated. These meanings are contained in stories and memories that serve as references, links to form an identity. Therefore, the discussion of identity has just influenced by questions on place, gender, race, history, nationality, sexual orientation, religious belief and ethnicity. The radio channel has been for claims of different voices, however, contemplates greater male involvement in their production pipelines, serving as an instrument of spreading the hegemonic discourse of paternalism. This article takes a look at the discourse created, recreated and broadcasted by radio, pointing as it tends to minimize the importance of women's contemporary roles. Keywords: identity; gender; radio. 1. Identidade e rádio Entre outros feitos importantes, o século XX foi o berço do surgimento do rádio, um poderoso veículo de comunicação que assumiu um papel fundamental na narração da história desde então, transmitindo notícias, ideologias, modelos e valores. 1  Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho Estudos do áudio-visual, do III Ecomig, UFJF, evento integrante do VII Encontro Regional de Comunicação, Juiz de Fora, outubro de 2010. 2  Graduada em Comunicação Social, Especialista em Globalização, Mídia e Cidadania (UFJF), docente da Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) e mestranda do PPGCom Comunicação e Sociedade com linha de pesquisa em Comunicação e Identidades (UFJF), Juiz de Fora - MG, [email protected] 

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 IDENTIDADE, RÁDIO E GÊNERO

1

 

Cláudia FIGUEIREDO-MODESTO2 Universidade Federal de Juiz de Fora

Resumo: Este artigo lança um olhar sobre a construção de identidadeatravés da perspectiva de gênero na mídia radiofônica. As identidades sãoconstruídas a partir de algo que se narra. Esses sentidos estão contidos emhistórias e memórias que servem de referências, de nexos para a constituiçãode uma identidade. Por isso, a discussão em torno da identidade acabainfluenciada por questões sobre: lugar, gênero, raça, história, nacionalidade,

orientação sexual, crença religiosa e etnia. O rádio tem sido canal parareivindicações de diferentes vozes, no entanto, contempla maior participaçãomasculina em seus canais de produção, servindo de instrumento depropagação do discurso hegemônico paternalista. Este artigo lança um olharsobre o discurso criado, recriado e veiculado pelos programas de rádio,apontando como ele tende a minimizar a importância dos papeis femininoscontemporâneos.

Palavras-Chave: identidade; rádio; gênero.

Abstract: This article takes a look at the construction of identity throughgender perspective in the radio media. Identities are built from something that

is narrated. These meanings are contained in stories and memories that serveas references, links to form an identity. Therefore, the discussion of identityhas just influenced by questions on place, gender, race, history, nationality,sexual orientation, religious belief and ethnicity. The radio channel has beenfor claims of different voices, however, contemplates greater maleinvolvement in their production pipelines, serving as an instrument of spreading the hegemonic discourse of paternalism. This article takes a look atthe discourse created, recreated and broadcasted by radio, pointing as it tendsto minimize the importance of women's contemporary roles.

Keywords: identity; gender; radio.

1. Identidade e rádioEntre outros feitos importantes, o século XX foi o berço do surgimento do

rádio, um poderoso veículo de comunicação que assumiu um papel fundamental na

narração da história desde então, transmitindo notícias, ideologias, modelos e valores.

1 Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho Estudos do áudio-visual, do III Ecomig, UFJF, eventointegrante do VII Encontro Regional de Comunicação, Juiz de Fora, outubro de 2010.2  Graduada em Comunicação Social, Especialista em Globalização, Mídia e Cidadania (UFJF), docente daUniversidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) e mestranda do PPGCom Comunicação e Sociedade com linhade pesquisa em Comunicação e Identidades (UFJF), Juiz de Fora - MG, [email protected] 

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 No Brasil, o rádio surge através do médico, antropólogo e educador

brasileiro Roquette-Pinto, considerado “Pai do rádio brasileiro” e citado por vários

autores como o grande idealizador do veículo, principalmente quando em 1922,

percebeu a importância do rádio como forma de comunicação popular e democracia

cultural em nosso país.

Ele foi o primeiro a definir uma “alma” para o rádio no Brasil, tendo comoprincípio a função de educar, de transmitir conhecimentos e lições para osouvintes, diminuindo assim, o déficit social que até os dias de hoje apresentaseus graves efeitos. (FIGUEIREDO)

O rádio tem sido canal para reivindicações de diferentes camadas sociais e

trabalhadores dos mais diversos setores. Porém, ao mesmo tempo em que dá voz a

diferentes sujeitos também é um instrumento de propagação do discurso hegemônico

paternalista. Levando-se em consideração que o modelo de radiodifusão no Brasil é um

serviço público do Estado executado por terceiros através de autorizações ou

concessões, o rádio, reconhecidamente o mais acessível e popular dos meios de

comunicação, ainda não cumpre seu papel social como importante aliado das políticas

públicas. Com raríssimas exceções entre as emissoras comerciais, esta função tem sido

incumbência das emissoras comunitárias autênticas, termo utilizado por Lahni (2005;

2008; 2009) em suas pesquisas sobre o tema. Para ser considerada eminentemente

comunitária, autêntica, esse tipo de rádio deve atender algumas características:

Não devem ter fins lucrativos e sim ser um produto da comunidade; devem tervínculo orgânico com a realidade local, tratando de seus problemas, interessese cultura; a programação deve ser interativa, permitindo acesso do público aoveículo; devem valorizar e incentivar a produção e transmissão de culturaslocais; devem ter compromisso com a educação e cidadania; devem

democratizar o poder de comunicar. (PERUZZO, 1999, p.418-419, apudLAHNI, 2009, p. 3)

Em um País como o Brasil, com dimensões continentais, repleto de

regionalidades e particularidades capazes de identificar vários naipes de brasileiros em

toda sua extensão, a força do rádio é sua rápida capacidade de interagir com o público.

O rádio, assim como outras mídias massivas, tem importante papel na construção das

identidades dos sujeitos contemporâneos.

Sabe-se, através dos autores que trabalham com o conceito de identidade,

como Canclini, Kellner, Castells, Silva, Bauman e Hall, que as identidades são

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 construídas a partir de algo que se narra. Esses sentidos estão contidos em histórias,memórias e imagens que servem de referências, de nexos para a constituição de uma

identidade. Por isso, a discussão em torno da identidade acaba influenciada por questões

sobre: lugar, gênero, raça, história, nacionalidade, orientação sexual, crença religiosa e

etnia.

Na percepção individual ou coletiva da identidade, a cultura exerce um

papel principal para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda

as características próprias de cada grupo humano. No passado, as identidades eramfixas, conservadas, essenciais e permanentes. Era estabelecido que as pessoas que

habitavam certo espaço teriam uma só cultura homogênea e uma só identidade. A

cultura se formaria, de acordo com Canclini (1995), em relação a um território e se

organizaria em função de coleções de objetos, textos e rituais. A identidade era

espacialmente delimitada, de modo que a língua, objetos e costumes diferenciariam uns

dos outros de forma nítida.

Porém, as monoidentidades foram dissolvidas dando lugar às múltiplas

identidades. Este processo é uma das consequências da globalização, que vem ganhando

espaço nos estudos contemporâneos e dividindo opiniões. "Para o bem ou para o mal,

somos impelidos rumo a uma nova ordem global que ninguém compreende plenamente,

mas cujos efeitos se fazem sentir sobre todos nós: a globalização" (GIDDENS, 2000,

p.5). Ao se manifestar em relação aos efeitos consequentes da nova situação global,

Bauman (2002, p. 13) refere-se à “porosidade e fragilidade endêmicas de todas as

fronteiras” e ao fato de que “todas as fronteiras são tênues, frágeis e porosas”.

Segundo Hall (2006), uma identidade cultural enfatiza aspectos relacionados

a nossa pertença a culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas, regionais e/ou

nacionais. No entanto, a modernidade propicia a fragmentação da identidade. Desta

forma, de acordo com o autor, as paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade,

etnia, raça e nacionalidade não mais fornecem localizações sólidas para os indivíduos. O

que existe agora é descentramento, deslocamento e ausência de referentes fixos ou

sólidos para as identidades. Canclini (1995, p. 129) afirma que “hoje, a identidade é

poliglota, multiétnica, migrante e feita com elementos mesclados de várias culturas”.

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 Se antes as identidades eram construídas com base na cultura, nas artes, nos

costumes, nos objetos, na língua, no lugar, nas imagens e nos rituais; na

contemporaneidade elas são forjadas, principalmente pelos meios de comunicação de

massa, ou seja, pela cultura da mídia. “A cultura veiculada pela mídia modela a vida

cotidiana e fornece material com que as pessoas forjam suas identidades” (KELLNER,

2001, p. 9).

Kellner (2001) explica que a cultura da mídia fornece materiais com os

quais muitas pessoas constroem seu senso de classe, etnia, raça, nacionalidade,sexualidade, de “nós” e “eles”. A cultura da mídia define valores de bom e mau,

positivo e negativo, moral e imoral. As narrativas e imagens veiculadas fornecem

símbolos e mitos que ajudam a constituir modelos para a maioria das pessoas em várias

regiões do mundo. A cultura veiculada pela mídia ajuda a criar identidades pelas quais

os indivíduos se inserem nas sociedades. A mídia fornece modelos daquilo que significa

ser homem ou mulher, bem sucedido ou fracassado, poderoso ou impotente.

Os estudos culturais e de mídia revelaram que há, hoje, uma redefinição do

senso de pertencimento e identidade. As identidades se organizam cada vez menos pelos

símbolos nacionais para se formarem a partir do que propõe a mídia. Para Canclini

(2008, p. 129), “rádio e o cinema contribuíram, na primeira metade do século XX, para

organizar os relatos de identidade e o sentido de cidadania nas sociedades nacionais”.

Conforme Jesús Martín-Barbero (1997) o rádio permitiu que grupos de diversas regiões

de um mesmo país, antes afastados e desconectados, se reconhecessem como parte de

uma totalidade. Presente em quase a totalidade dos lares brasileiros, mesmo nas regiões

mais ermas, o rádio foi considerado o veículo de maior credibilidade no país. i E, em

muitos lugares, ele ainda é o principal veículo de comunicação da população. ii 

As narrativas radiofônicas utilizadas abastecem as sociedades com símbolos,

mitos e recursos que ajudam a construir uma cultura comum para a maior parte das

pessoas, em diferentes regiões. Tais narrativas facilitam a criação de identidades pelas

quais os indivíduos se inserem nas sociedades, produzindo uma forma de cultura global.

Numa cultura contemporânea dominada pela mídia, os meios dominantes de

informação e entretenimento são fontes profundas e muitas vezes nãopercebidas de pedagogia cultural: contribuem para nos ensinar como nos

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 comportar e o que pensar e sentir, em que acreditar, o que temer e desejar – e oque não. (KELLNER, 2001, p. 10)

Bittar e Eufrásio (2008) analisam que a noção de identidade se refere às

características da personalidade do gênero humano, que de modo geral pode ser

conceituada como um conjunto de características de um indivíduo que vão se

construindo mediante as transformações histórico-sociais e culturais no âmbito da

sociedade. Compõem esta identidade os valores subjetivos do sujeito, suas

características pessoais, étnicas até sua sexualidade. É possível haver, ainda, uma

identidade individual ou coletiva, falsa ou verdadeira, forjada ou real, presumida ou

ideal, perdida ou resgatada. Neste sentido, a importância dos meios de comunicação de

massa como espaços nos quais as representações do que significa ser homem e do que

significa ser mulher é inegável para a construção das identidades.

2 - Rádio e Gênero

Gênero é um termo utilizado em referência aos aspectos psicológicos e

sociais da masculinidade/feminilidade. Portanto, gênero compreende os códigos

culturais e as convenções associadas a um ou outro sexo, e seu papel é definido

culturalmente, podendo ser diferente de sociedade para sociedade.

Para Bhabha (1998), o conceito de diferença cultural torna-se crucial na

medida em que a diferença é vista como uma forma de enunciação da cultura, ou seja,

como um processo complexo de significação, através do qual se produzem afirmações e

se instituem práticas a respeito das diversas culturas, dos grupos (diferenciados por

geração, gênero, etnia, religião, profissão, situação econômica e social), das minorias,

etc..

Desde seu surgimento, o rádio no Brasil tem sido um lugar de fala quase que

exclusivamente masculino. Idealizado por Roquette-Pinto ao lado de Henrique Morizeiii,

o início das transmissões radiofônicas no Brasil foi marcado pelo amadorismo e

desconhecimento da linguagem deste novo meio.

Era dia 20 de abril de 1923 quando a primeira emissora de rádio entrou no ar

no Brasil: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Em 7 de setembro do ano anterior, nas

comemorações do centenário da Independência do Brasil, havia acontecido aquela que

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 ficou oficialmente reconhecida como a primeira transmissão radiofônica no País,através do discurso do então presidente Epitácio Pessoa.

Na década de 20, a sociedade conhecia uma tradição de mídia letrada,

restrita a poucos grupos, pois o índice de analfabetismo era alto no país. O novo veículo

apresentou muitos desafios, inclusive com a linguagem oral. As primeiras emissões não

seguiam uma regularidade. Não havia roteiro e ninguém dominava a linguagem

radiofônica. Desde a diretoria até os locutores, todos os envolvidos eram do sexo

masculino.No início dos anos 20, várias emissoras surgiram no Brasil, fundadas por

indivíduos que estiveram presentes em 7 de setembro de 1922. Entusiasmados com as

possibilidades dos veículos, trataram de levar a novidade para suas cidades de origem.

Foi o caso do cirurgião-dentista José Cardoso Sobrinho, que instalou a primeira

emissora de Minas Gerais, na cidade de Juiz de Fora.

Em 1° de janeiro de 1926 foi oficialmente inaugurada a Rádio Sociedade deJuiz de Fora, a décima do Brasil e a primeira de Juiz de Fora com o prefixoPRA-J. O estúdio instalado na casa de seu fundador, na Rua Tiradentes, eramantido por contribuições dos sócios. (RODRIGUES, 2002, p. 26)

Naquela época, a programação diária, de curta duração, dividia-se em

apresentações de música clássica, literatura e informação.

A primeira diretoria da Rádio Sociedade era composta por José CardosoSobrinho, como presidente de honra; presidente Odilon Alves; vice JoãoBernardino Alves; o secretário, o poeta Albino Esteves; diretor técnico OdilonAndrade; diretor artístico Clemente José Monteiro; diretor de programaçãoJoão Paggy e técnicos, Floriano Pires e Luiz José Stheling. (CERIBELLI.1991, p. 13)

Voltada para uma elite, a programação refletia os interesses dos

representantes das emissoras. Em 1929, a emissora juizforana chegou a ter 28 sócios

conforme estatuto aprovado no dia 30 de setembro daquele ano, passando a se chamar

PRB-3 (ACESSA, 2000). Somente na década de 1930, houve espaço para a ocupação

feminina no espaço radiofônico local. Como não havia recursos para o pagamento de

salários, o administrador da época optou por colocar seu grupo familiar no comando da

emissora.

Quando o controle acionário da rádio passou para o Governo do Estado deMinas, a rádio mudou-se para o Parque Halfeld – no andar térreo da BibliotecaMunicipal – sob a administração de Pedro Gonçalves de Oliveira, auxiliado

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 por seus filhos Walter Cavallieri de Oliveira como locutor, Lígia Cavallieri deOliveira como discotecária, Irene Cavallieri de Oliveira como redatora; e suaesposa, a famosa “Tia Violeta”, que produzia e apresentava programasinfantis. Como a rádio era mantida por uma só família, que tinha assuntospessoais para tratar, funcionava em dois turnos: um das 8 às 13 horas e outrode 17 às 20 horas. (RODRIGUES, 2002, p. 26)

Apesar da participação feminina, os cargos executivos e de direção

continuavam sendo ocupados por homens. Somente na década de 1980, já com o

médico e empresário Juracy Neves como proprietário, a emissora - que passou a ser

conhecida por Rádio Solar - teve o cargo de Direção de Programação ocupado por umamulher: a jornalista Elizabete Carvalho Gouvêa, que continua à frente da programação

da emissora nos dias atuais. Mas é a única emissora juizforana a ter uma mulher

ocupando cargo de direção ainda em 2010.

Dificilmente encontramos mulheres na chefia de programação, mas elas quasesempre desempenham papel de secretárias, recepcionistas ou, como acontecena maioria das grandes emissoras comerciais, fazendo locução de noticiáriosou conduzindo programas. (MATA, 1997, p. 15)

Em termos institucionais, a ordem hierárquica masculina se repete nas

organizações de empresas de radiodifusão, dando continuidade ao modelo machista

predominante na maioria das empresas e repetindo o discurso hegemônico que coloca as

mulheres em condições inferiores em relação aos homens.

Por mais que já tenham ocorrido consideráveis avanços na representação epresença direta das mulheres, percebe-se em muitas emissoras que o peso dasdeterminações econômicas e de classe na construção das relações sociais anulaou minimiza o peso que tem o modelo machista predominante. (Idem)

Efetivamente, as mulheres só passaram a ocupar os microfones das

emissoras de rádio, a partir dos anos 40, quando surgiram os concursos de calouros,radioteatro e radionovelas e despontaram as primeiras cantoras e radioatrizes. Mesmo

assim, muitas começaram adotando pseudônimos, pois na época “mulher direita não

trabalhava em rádio”. Porém, o número de mulheres nos departamentos de cantores e

radioatores foi sempre inferior ao de homens. E com o passar dos anos, foram sendo

atribuídas às mulheres ocupações menos “importantes” na grade de programação.

Dentro das programações radiofônicas são destinados às mulheres

programas de culinária, de fofoca, simpatias, cuidados com o lar e com os filhos,tratamentos de beleza e moda. Neste sentido, a identidade feminina é construída por

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 meio de programas de entretenimento, enquanto os homens ocupam o comando deprogramas de entrevistas, debates, informativos e jornalismo.

Em recente pesquisa intitulada “30 anos do Show do Antônio Carlos:

tradição e audiência diante das novas tecnologias” é possível ter um exemplo claro

destas determinações de função de acordo com o gênero. O programa da Rádio Globo

tem elevado índices de audiência e cobre toda a extensão territorial do Brasil, servindo

como referência para grande parte de brasileiros e brasileiras.

Com uma equipe de 11 profissionais, que trabalham no ar, Antônio Carlos,apresentador geral, acorda o Brasil às 6h da manhã e, até às 9h, o show contacom Juçara Carioca, a Juju, fofoqueira do programa e responsável pelo resumoda novela das 8h da TV Globo; Aldenora Santos, a Pudica, passa a simpatia dodia e produz alguns quadros; Carlos Maglio, direto de São Paulo, dá as notíciasda capital; Carlos Antônio (filho do apresentador) é responsável pelas notíciasde Minas Gerais; Ricardo Campello, companheiro de estúdio de AntônioCarlos, veicula as notícias do Rio de Janeiro; Gélcio Cunha, transmite asnotícias de interesse geral e as principais do Brasil; Karla de Lucas a produtorado programa, também faz o quadro “Você faz o final da História”; MárioDuarte é o ouvidor do programa, em São Paulo; Edson Mauro e MaécioRamos na parte de esportes; Zora Yonara é a taróloga e também dá asprevisões do zodíaco; e na sonoplastia, há 20 no programa, Tuninho

Malvadeza. Está é a equipe que compõe o “Show do Antônio Carlos”programa considerado o despertador do Brasil. (PINTO, 2010, p. 16)

Aos homens e mulheres dos programas são atribuídas funções diferentes.

Aos homens cabe a tarefa de informar através do radiojornalismo; às mulheres fica a

tarefa de entreter, como se as mulheres tivessem suas vidas ocupadas por assuntos de

menos importância, como trocar receitas, falar da vida de artistas ou saber o que diz o

horóscopo do dia. Este é só um exemplo do modelo reproduzido por emissoras de todo

o Brasil, já que a Rádio Globo serve de referência para a programação de rádios emoutras localidades.

“Poderíamos afirmar que uma série de modos de se comunicar próprios das

mulheres não são naturais senão construções culturais que revelam as marcas de gênero:

as mulheres são identificadas como faladeiras, “janeleiras”, fofoqueiras” (MATA, 1997,

p. 25)

Este discurso criado, recriado e veiculado pelos programas de rádio tende a

minimizar a importância dos papeis femininos contemporâneos.

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 3 - A voz no rádio

No fenômeno da emissão da voz, distingue-se três elementos: o tom, o

timbre e a intensidade de volume. O tom de voz, a altura ou elevação da voz resulta da

frequência das vibrações das cordas vocais. Se estes músculos vibram num número

elevado de vezes por segundo a sua tensão aumenta, a altura da voz é maior e a voz

eleva-se. O timbre é a qualidade do som, que nos permite distinguir uma voz da outra. É

a verdadeira personalidade da voz. A intensidade de volume é a força com que o som é

produzido; depende da potência, da expiração do ar contido no peito.A voz, com as suas infinitas capacidades, possibilita a criação de arquétipos

físicos e psicológicos que evocam no ouvinte uma série de imagens preconcebidas que

nem sempre representam com fidelidade as características físicas e psicológicas

daqueles que a emitem, no caso locutores/locutoras. Entre os profissionais do rádio há

uma preocupação à cerca da voz, que, no entendimento deles, deve ser agradável aos

ouvidos dos ouvintes.

A percepção da importância da voz e o discurso do rádio jornalista abordada

pelos profissionais e a criação de um estilo próprio ou de uma assinaturaauditiva torna-se importante para demarcar fronteiras e estilos tanto entre osrádio jornalistas, bem como entre as várias estações de rádio. (BESSA, 2004,p.13)

A voz emanada pela radiodifusão, ainda hoje, continua encantando o público

e promovendo encontros entre pessoas que nunca sequer se viram, mas que constroem

laços a partir do processo de comunicação pelo rádio. “A ação à distância, sem contato

físico evidente, a invisibilidade, o poder encantatório da palavra e da música são efeitos

que continuam a desafiar o imaginário social” (MEDITSCH, 2005, p. 27)

Canclini (1995, p. 129) afirma que “a identidade é uma construção que se

narra”. Portanto, a oralidade, a língua, assim como a cultura são importantes para a

construção das identidades, pois adquirem sentido por meio da linguagem e dos

sistemas simbólicos pelos quais são representados (WOODWARD, 2000, p. 8). Hall

(2006, p. 40) lembra que “a língua é um sistema social e não, individual. Ela preexiste a

nós”.

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 Para Barthes (1981, p. 67) “os indivíduos são identificáveis através do que

dizem, se expressam e como a sua voz é levada até aos com quem interage. Uma única

palavra o pode ‘denunciar’, revelando imediatamente a sua posição social e até a sua

experiência de vida”.

No meio radiofônico, há predominância das vozes masculinas em detrimento

das femininas. Há preferência pelos tons mais graves, inclusive entre as vozes

femininas.

Um estudo realizado por Emma Rodero, Professora da Universidad Pontifíciade Salamanca, intitulado “El Tono de la voz masculina e feminina en losinformativos radiofónicos: Un análisis comparativo”, apresentado no CongresoInternacional Mujeres, Hombres y Médios de Comunicación, em Valladolid,em Novembro de 2001 e que resultou de uma investigação com um painelseleccionado, a que se propunha o escutar de uma série de vozes masculinas efemininas com diferentes tons, lendo notícias para rádio, e cujo objetivo eradeterminar quais as vozes mais agradáveis para a informação radiofónica eprocurar explicar a razão das escolhas, chegou à conclusão que as vozespreferidas pelos ouvintes são aquelas que se situam num registo grave para oshomens e grave e médio-grave, no que respeita às mulheres. (BESSA, 2004, p.

5)

Gomes (2006) aponta em sua pesquisa “Formação de radialistas na era da

inclusão discursiva: uma reflexão sobre a condição comunicativo-educativa do rádio no

campo das políticas públicas” uma participação masculina até quatro vezes maior que a

feminina entre os radialistas brasileiros.

Dos 155 radialistas pesquisados, 34 (22%) atuam em emissoras comerciais,maioria expressiva nas ondas médias, e 121 (78%) atuam em radiodifusão

comunitária de baixa potência. Deste total, 82% são homens e 18% mulheres.No sub-sistema comunitário, 85% são homens e 15% mulheres e o percentualde gênero nas emissoras comerciais é similar: 70 e 30%. Conclui-se, portanto,que este universo do rádio brasileiro é eminentemente masculino e aproporção, em gênero, mantêm-se entre as comerciais e as comunitárias.(GOMES, 2006, p. 74)

Os resultados destas pesquisas apontam para uma monopolização deste

espaço pelos homens. E mais ainda. Enquanto que a voz grave a eles atribuída gera um

modelo de supremacia, nas mulheres a voz grave agrega atributos como sensualidade e

libidinagem.

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 No entanto, estudos sobre a relação entre mulher e rádio popular, apontados

por Hermosilla, Camacho e Mata (1997, p. 39), concluíram que a participação feminina

no veículo constroi modelos positivos para as mulheres:

As “mulheres radiofônicas” constituem modelos de identificação e a elas selhes dá todo tipo de atributos. Assim, as locutoras são identificadas comomulheres bonitas, jovens, capazes, famosas, que têm sucesso e podem decidiro que bem entendem.

As identidades são sistemas de referências e também são marcadas pela

diferença. “A identidade é, na verdade, relacional, e a diferença é estabelecida por uma

marcação simbólica relativamente a outras identidades” (WOODWARD, 2000, p. 14).

“Eu sei quem “eu” sou em relação com “o outro” que eu não posso ser” (HALL, 2006,

p. 40-41), mas que eu posso desejar ser. Neste sentido, as “mulheres radiofônicas”

servem de referências para possíveis projetos de vida profissional e pessoal de sua

audiência feminina.

No que tange a participação feminina no rádio, trata-se de reconhecer a

escassez da voz feminina no veículo. Uma participação mais efetiva funcionaria como

mecanismo de revalorização do feminino e suas potencialidades.

4 – O discurso no rádio

Em uma mídia controlada por grandes grupos econômicos, com interesses

opostos à plena emancipação feminina e a esmagadora presença masculina nas

emissoras de rádio, o discurso reservado às mulheres vem contaminado por preconceito,

deboche e machismo.

Garcia (2007, p.11) afirma que “o referencial passou a ser diretamente o

objeto ou o animal. Para enxergar uma mulher parte-se de um produto – seja um

automóvel, uma roupa, um par de sapatos ou um creme para a pele – ou da sua

comparação a um animal.

O que é específico da mulher, em sua posição tanto subjetiva quanto social, é adificuldade que enfrenta em deixar de ser objeto de uma produção discursivamuito consistente, a partir da qual foi sendo estabelecida a verdade sobre sua"natureza"', sem que tivesse consciência de que aquela era a verdade do desejode alguns homens ¾ sujeitos dos discursos médico e filosófico que constituema subjetividade moderna ¾ e não a verdade "da mulher". (KEHL, 1998. p. 15-16)

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 Para Kehl (1998, p. 328-329), em rigor, "a única diferença entre um homem

e uma mulher é que a mulher é também mulher"; a partir daí, não haveria necessidade

de "um lugar para A mulher n'O discurso", pois este jamais é uno e completo e as

mulheres já se encontram nele como sujeitos e simultaneamente como objetos.

Os modos como se constroem representações da afetividade, do corpo, dasexualidade da mulher de todas as faixas de idade e de todas as condiçõessociais indicam uma tensão entre as inúmeras conquistas das lutas feministas eaqueles universais que, entre outras posições, colocam a mulher entre a falta ea sedução. (FISHER, 2001, p. 7)

Os ditos populares machistas, as piadas que achincalham as loiras, obesas ou

idosas, as letras de música e as representações sociais que encontramos nos discursos

radiofônicos colocam a mulher numa situação de opressão, marginalidade e violência.

A ausência de participação feminina em debates políticos, assuntos

econômico-financeiros, estratégias e objetivos sociais, questões jurídicas ou opinativas

consagra o papel subalterno que a mulher é induzida a cumprir na sociedade, colocando-

a numa condição de suposta inferioridade. O feminino aparece reduzido à sua expressão

mais simples: consumidoras domésticas (eletrodomésticos, produtos de limpeza,móveis), sedutoras (moda, cosméticos, o mercado do sexo, do romance, do amor) e

reprodutoras (produtos para maternidade/crianças).

Quando a mulher participa de assuntos atribuídos ao mundo masculino,

percebe-se certa condescendência em relação à mulher profissional, cuja atividade seria

apenas um acréscimo às suas tarefas habituais, nunca uma modificação da divisão

“natural” do trabalho.

Tais considerações podem parecer exageradas, mas, categoricamente, nãosão. Trata-se de amargas relações da mulher com os meios de comunicação de massa.

Considerações Finais

As diferenças culturais têm tanta possibilidade de serem consensuais quanto

conflituosas; e assim são as identidades: uma zona de conflito. “O campo da batalha é o

lar natural da identidade” (BAUMAN, 2005, p. 83), portanto, a construção da

identidade é uma experimentação infindável.

Definir o que representa ser o verdadeiro perfil identitário da mulhercontemporânea, na verdade, só pode ser compreendido à luz das representações do ser

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 feminino através dos anos, ou seja, é um processo que perpassa por construçõeshistóricas ao longo do tempo do que significa ser mulher. No entanto, o grau de

emancipação a que todas as mulheres têm direito não é reconhecido no conteúdo e no

papel das emissoras de rádio do país.

Ainda em direção à constituição da identidade pelo discurso, é necessário

defender que o ato discursivo é crucial na formação do sujeito porque é no discurso, no

texto, junto à impressão recebida por nós dos outros e do mundo, que a modelação de

nós mesmos se torna realidade.A identidade da mulher não pode ser vista como uma mercadoria e com

limites pré-definidos pelo gênero. Ao contrário, sabe-se que a identidade é aberta,

inacabada, multiforme, de contornos ilimitáveis. A identidade é, por natureza, híbrida,

fluída e inconstante.

Notas

i Pesquisa de mídia encomendada pelo Grupo Máquina ao Instituto Vox Populi, divulgada em 10/11/2009, disponívelem http://www.adnews.com.br/internet/96142.html Acesso em 02/04/2010.

ii A jornalista Mara Régia, da Rádio Nacional da Amazônia, afirma que o rádio ainda representa o único meio deinformação naquele estado. Disponível em http://portalimprensa.uol.com.br/seminarioderadio/noticias.asp Acesso em17/11/2009.

iii Engenheiro industrial, geógrafo, astrônomo e engenheiro civil francês, naturalizado brasileiro. Radicou-se no Brasilem 1874. Foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Ciências e diretor do Observatório Nacional.

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