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Economia do Ambiente Licenciatura em Engenharia do Ambiente 2003-04 Economia do Ambiente Tiago Domingos

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Economia do AmbienteLicenciatura em Engenharia do Ambiente

2003-04

Economia do Ambiente

Tiago Domingos

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Para Começar ...

• “[A Economia] é uma disciplina fascinante. O que a torna mais fascinante é que os seus princípios fundamentais são tão simples que podem ser escritos numa página e qualquer pessoa os pode entender mas, no entanto, muito poucos o fazem”– Milton Friedman (1986), in Neves (2003)

• “Não se trata de um corpo de verdade concreta, mas de um motor para a descoberta da verdade concreta.”– Alfred Marshall (1885), in Neves (2003)

• “The Theory of Economics does not furnish a body of settled conclusions immediately applicable to policy. It is a method rather than a doctrine, an apparatus of mind, a technique of thinking which helps its possessor to draw correct conclusions.”– John Maynard Keynes, in Heyne et al. (2003)

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Pressupostos Fundamentais

• Visão dos fenómenos sociais:– “All social phenomena emerge from the actions and interactions of

individuals who are choosing in response to expected additional benefits and costs to themselves.”

• A Economia é a “ciência da escolha”.– A Economia não se restringe ao que são vulgarmente designados

“fenómenos económicos”, que incluem, por exemplo, as decisões das empresas.

• Componentes– Acções: economizar e sacrificar (devido à existência de escassez)

– Interacções: necessidade de coordenar acções com outros indivíduos.

– Consequências (intencionais ou não intencionais)

• As previsões da Economia referem-se ao comportamento de grandes números de indivíduos

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Troca

• A troca é produtiva ou não?– “Economists generally favor free trade, but trading has long had an

unasvory reputation in the Western world. This is probably the result of a deep-seated human conviction that nothing can really be gained through mere exchange. Agriculture and manufacturing are believed to be genuinely productive: They seem to create something new, something additional. But trade only exchanges one thing for another.

• Visões sobre a troca:– Visão “anti-troca” – as trocas voluntárias correspondem à troca de

valores iguais

– Visão correcta – as trocas voluntárias nunca são trocas de valores iguais (se fossem, na realidade não ocorriam).

• Em Economia, só existem custos de oportunidade: “o custo de obter qualquer coisa é igual ao valor daquilo que é sacrificado para a obter”.

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Externalidades

• Uma externalidade ocorre quando as decisões de produção ou de consumo de um agente afectam a utilidade de outro agente de uma forma não intencional, e não existe compensação por esse efeito.

• Classificação de externalidades: benéficas vs. adversas; consumo vs. produção; públicas vs. privadas.

• Exemplos de externalidades:

Consumo Produção

Benéficas Vacinação contra uma doença infecciosa

Polinização graças à proximidade um apiário

Adversas Poluição sonora devido a um rádio a tocar num jardim público

Água contaminada despejada por uma fábrica química para sistemas públicos de esgotos

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Bens Públicos vs. Bens PrivadosDefinição Económica

1. Um bem público não é necessariamente pertencente ao Estado.2. Propriedades importantes na definição de bens públicos:

1. Rivalidade, Divisibilidade ou Esgotabilidade – a utilização do bem por uma pessoa impede a utilização por outra

2. Excludabilidade – o detentor de um bem pode impedir a utilização de um bem por outra pessoa

Rival Não Rival

Excluível Bens Privados- gelados - roupa - estradas com portagem congestionadas

Monopólios Naturais- bombeiros- televisão por cabo- estradas com portagem não congestionadas

Não Excluível

Recursos Comuns - peixes no oceano- o ambiente- estradas sem portagem congestionadas

Bens Públicos - defesa nacional- conhecimento- estradas sem portagem não congestionadas

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Justiça vs. Eficiência

• “O próprio talento que nasce com a pessoa é aleatório, o país onde vive, as escolhas tomadas, o ambiente envolvente também é aleatório, ou seja, o ser recompensado ou não, independentemente de ter talento, é aleatório, logo não é justo”. (Ana Cristina)

• “Evidentemente que o ídolo está sobrevalorizado e que, certamente, existem muitas pessoas igualmente detentoras de talentos valiosíssimos só que não tiveram a “grande oportunidade”. (...) É muito difícil alterar esta situação, pois o mundo caminha com valores diferentes daquelas que poderemos, isoladamente, considerar justos. (Ana Margarida)

• É “um cenário pouco realista tentarmos considerar todo o sistema, quer público, quer empresarial, como eficiente e não considerarmos o facto dos negócios se basearem numa corrente de procura e oferta. (Ana Sofia)

• “É também óbvio que a solução passará pela famosa “igualdade de oportunidades”, que fará com que o mérito pessoal se torne uma parcela relevante na “equação do sucesso”, na medida em que transformaria todas as outras condicionantes em constantes para todos os indivíduos”. (Claúdia)

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Justiça vs. Eficiência (cont.)

• “Acho apenas que faria mais sentido, que um médico (que salva vidas), pelo menos, pudesse receber o mesmo que um jogador de futebol (que entretém pessoas).” (Filipa Rodrigues)

• “É nesta perspectiva que se pode dizer que os factores controláveis são indissociáveis dos factores não controláveis, e como tal não há nenhuma razão integralmente justa para que pessoas talentosas sejam mais recompensadas monetariamente que outras.” (Janina Murta)

• “Os salários deveriam ter em conta o facto de uma pessoa ter ou não mérito, assim como o de uma pessoa ser ou não mais eficiente que outra, mas não deveriam apresentar a discrepância que presentemente na nossa sociedade é observada.” (Joana Silva)

• “Se o resultado ser bom está relacionado com o papel prévio da sociedade sobre o indivíduo, este está a retribuir à sociedade não só com este bom resultado ( no caso do futebol com a alegria de milhões de pessoas ), como também com os impostos que paga.” (João Mateus)

• “A justiça tem o dever de garantir que quem gera melhores resultados é mais premiado.” A questão preponderante é que quem não quer não dá dinheiro a esta máquina do futebol, logo não contribui para estes ordenados, não devendo portanto sentir-se lesado. Quem dá ( indo ao estádio, vendo jogos na televisão, comprando artigos com a marca do clube, etc ) não tem motivos para reclamar. (João Mateus)

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Justiça vs. Eficiência (cont.)

• “Um talento individual poderá ser utilizado para benefício de outros, ou seja, poderá constituir uma externalidade, e por isso deverá ser digno de mérito” (Liliana)

• “Centralizando-me na questão ‘Figo’, é perfeitamente compreensível que, dentro dos padrões de uma sociedade onde o futebol é o desporto rei e que leva à movimentação de tanto dinheiro devido aos adeptos que tem, o jogador recebe mensalmente o que recebe.” (Mafalda)

• “Mais relevante para mim é ainda o facto de (...) ser extremamente injusto que um pianista virtuoso ganhe menos que um jogador virtuoso (...)” (Maria Susana Carvalho)

• “Os indivíduos são beneficiados pela sua eficiência e desempenho face às externalidades que produzem e não em termos de justiça social”. (Mónica Brito)

• “A diferenciação de ordenados também não pode ser abissal; é necessário arbitrar limites, mínimos e máximos, com intervalos regulares entre os diferentes escalões.” (Mónica Brito)

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Justiça vs. Eficiência (cont.)

• “Para que uma sociedade seja equilibrada e prospere, tem de encerrar em si todas as classes sociais” [não deve haver um fosso entre ricos e pobres] (Mónica Luízio)

• “As pessoas devem ser beneficiados pela sua eficiência, até para as incentivar a continuarem a sê-lo e aos outros para aumentarem a sua eficiência, mas dentro do que é justo para o resto da sociedade. Tudo isto leva a que implicitamente se imponham limites mínimos e máximos ao rendimento.” (Natércia)

• “Se o Figo não rendesse tantos milhões aos clubes duvido que recebesse o que recebe, o que comprova que o Figo recebe o que recebe porque é eficaz.” (Patrícia)

• “Nem sempre é justo o que se paga a duas pessoas com eficiências semelhantes, já que não se quantifica o trabalho exigido para a obter.” (Pedro)

• “(...) se tanta pessoa ganha como ele, porque não há-de ele ganhar também?.” (Yara)

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Preferências Individuais

• Consumo do consumidor 1: (x1,x2)

• Consumo do consumidor 2: (y1,y2)

• Preferência lata: (x1,x2) (y1,y2) significa que o consumidor prefere (x1,x2) ou é indiferente entre os dois bens.

• Pressupostos sobre relações de preferência

– Completas. Assume-se que quaisquer dois conjuntos de consumo podem ser comparados: (x1,x2) (y1,y2) ou (x1,x2) (y1,y2) .

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Taxa de DescontoJustificação e Componentes

• O mesmo fluxo monetário em diferentes instantes não tem o mesmo valor (preferência temporal)

– Incerteza• Estar vivo no futuro (indivíduo vs. sociedade)• Preferências no futuro• Valor do benefício ou do custo (assume incerteza exponencialmente

crescente)– Impaciência– Produtividade do capital (custo de oportunidade do capital)

• Em certas condições, a taxa de desconto social é igual à taxa de juro real (eliminando a inflação) de mercado

cps taxa de actuali-zação social

taxa de crescimento do consumo per capita

elasticidade da utilidade marginal do consumo

taxa de prefe-rência temporal

Turner et al. (1994), pp. 102-106.

.

Lp

taxa pura de pre-ferência temporal

variação na probabili-dade de sobrevivência

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Taxa de DescontoMétodos da Cálculo

• Taxa pura de preferência temporal– “ A universal point of view must be impartial about time, and impar-

tiality about time means that no time can count differently from any other. In overall good, judged from a universal point of view, good at one time cannot differ from good at another. Hence...the [pure time] discount rate...must be nought”

Broom (1992, p. 92) cit. in Pearce e Ulph (1998, p. 273)• Considera uma abordagem estritamente utilitária. Problemas da

abordagem utilitária – atribuição dos recursos aos elementos mais produtivos.

• Variação na probabilidade de sobrevivência– Aumento do risco de mortalidade com a idade ou– Taxa de mortalidade média da população

• Elasticidade da utilidade marginal do consumo– Comportamento individual de poupança– Juízo da sociedade relativamente a transferências de rendimento

entre pessoas

• Taxa de crescimento do consumo per capita– Médias de longo prazo de crescimento do consumo per capita real

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Taxa de DescontoInterpretação Ética da Elasticidade da Utilidade Marginal

• Consideremos dois agregados familiares, com consumos iguais a C1 e C2, e C1 = 2C2. O quociente da utilidade marginais de consumo é:

22

1

aC

aC

• Para diferentes valores de μ , a relação entre as utilidade marginais de cada agregado familiar é:

μ 0,5 0,7 1,0 1,5 2,0 5,0 10,0

2- μ 0,7 0,6 0,5 0,35 0,25 0,03 negl.

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Taxa de DescontoEstimativa para o Reino Unido

Pearce, D., D. Ulph (1998). A social discount rate for the United Kingdom. In D. Pearce, Economics and Environment, Edward Elgar, Cheltenham, UK, pp. 268-285.

Estimativa

Taxa pura de preferência

temp.

Variação na probab. de

sobrev.

Elasticidade da utilidade

marginal

Taxa de cresci-mento do con-

sumo per capita

Taxa de desconto

social

Minorante 0,0 0,0 0,7 1,3 0,9

Melhor estimativa

0,3 -1,1 0,8 1,3 2,4

Majorante 0,5 -1,2 1,5 2,2 5,0

.

L

cLs .

sc

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Taxa de DescontoCríticas

• Limites ao crescimento– Poderá não fazer sentido assumir que o crescimento económico irá

manter indefinidamente um valor constante (correspondente a um crescimento exponencial da economia)

• Taxas de desconto negativas – Países em decrescimento económico

– O futuro tem mais valor que o presente

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Taxa de DescontoElasticidade da Utilidade Marginal do Consumo

U(C)

C

U(C)

C

0 0

U(C)>0

Utilidade do consumo

1

1C

aCU

U’(C)>0

Utilidade margi-nal do consumo

aCCU '

U’’(C)<0

Variação da utilidade marginal do consumo

1'' CaCU

CUCU

C''

'

Elasticidade da utilidade marginal do consumo

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Exemplo de Análise de Custo-BenefícioChumbo em Gasolina

• Análise custo-benefício– Realizada pela Environmental Protection Agency (EUA), ao abrigo de um

decreto presidencial que estipula que estas análises devem ser utilizadas na tomada de decisão pelas agências estatais.

• Medida– Alteração da quantidade de chumbo na gasolina, de 1,1 g / galão para 0,1 g /

galão

• Custos– Aumento dos custos de refinação, devido à substituição do chumbo por

outros métodos para aumentar o índice de octanas do combustível.

Turner, R. K., D. Pearce, I. Bateman (1994). Environmental Economics: An Elementary Introduction. Harvester Wheatsheaf, New York, pp. 100-102.

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Exemplo de Análise de Custo-BenefícioBenefícios

• Saúde de crianças– Os níveis de chumbo no sangue estão fortemente relacionados com os níveis

de chumbo na gasolina.

– A redução dos níveis de chumbo reduz os custos com tratamento médico de crianças e os custos adicionais de educação de crianças com deficiências daí resultantes.

• Pressão arterial de adultos– Os níveis de chumbo no sangue aumentam a tensão arterial e os riscos de

hipertensão e de acidentes cardiovasculares. Existe assim uma redução de custos médicos e uma redução de mortalidade. Para esta última, foi utilizado um valor de “vida estatística” de 1 milhão de dólares.

Turner, R. K., D. Pearce, I. Bateman (1994). Environmental Economics: An Elementary Introduction. Harvester Wheatsheaf, New York, pp. 100-102.

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Exemplo de Análise de Custo-Benefício Benefícios (cont.)

• Outros poluentes– A adopção de combustíveis sem chumbo como norma reduz os “erros de

abastecimento”, devidos à utilização de combustíveis com chumbo em veículos projectados para combustíveis sem chumbo. Isto reduz as emissões de HC, NOx e CO.

• Manutenção– Redução nos custos de manutenção devio as efeitos corrosivos do chumbo.

• Poupança de combustível– As novas tecnologias a utilizar aumentam o conteúdo energético dos

combustíveis.

Turner, R. K., D. Pearce, I. Bateman (1994). Environmental Economics: An Elementary Introduction. Harvester Wheatsheaf, New York, pp. 100-102.

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Exemplo de Análise de Custo-Benefício

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992Benefícios

Saúde de crianças 223 600 547 502 453 414 369 358Pressão arterial de adultos 1724 5897 5675 5447 5187 4966 4682 4691Poluentes convencionais 0 222 222 224 226 230 239 248Manutenção 102 914 859 818 788 767 754 749Poupança de combustível 35 187 170 113 134 139 172 164Total 2084 7820 7473 7104 6788 6516 6216 6210

Custos de Refinação 96 608 558 532 504 471 444 441Benefícios Líquidos 1988 7212 6915 6572 6284 6045 5772 5769Benefícios Líquidos sem Pressão Arterial 264 1315 1240 1125 1097 1079 1090 1078

Turner, R. K., D. Pearce, I. Bateman (1994). Environmental Economics: An Elementary Introduction. Harvester Wheatsheaf, New York, pp. 100-102.

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Indicadores Biofísicos de EscassezÍndice de Esgotamento Exponencial - Dedução

• Esgotamento do recurso dependente da taxa de extracção

• Modelo simples: taxa de esgotamento constante

CtRtRCdt

dR 0

• O tempo de esgotamento é obtido resolvendo:

C

RtCtR 0

esgesg0 0 índice estático de reserva

gtgt eg

CRtReC

dt

dR 10

00

• O tempo de esgotamento é obtido resolvendo:

índice exponencial de reserva

g

C

R

gte

g

CR gt

0

0esg

00 1ln

101 esg

Abordagem utilizada em análise de ciclo de vida

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Indicadores Biofísicos de EscassezÍndice de Esgotamento Exponencial – Resultados

Recurso T1970 (anos)

T1994

(anos)Taxa de var. de T

(% p.a.)

Alumínio 31 104 5,2

Cobre 21 25 0,7

Ferro 93 115 0,8

Chumbo 21 11 -2,3

Mercúrio 13 20 1,8

Prata 13 n/d n/d

Carvão 111 139 0,9

Gás 22 42 2,7

Petróleo 20 35 2,3

Pearce, D. (2000). Public policy and natural resources management. Prepared for DGXI, European Commission, Brussels.

Importante: Recursos para os quais existem mercados!

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Extracção Óptima de Recursos EsgotáveisProblema e Solução

dteCUW t

C

0max

• Problema– Escolher a função de consumo (ou extracção ) C(t) de forma a

maximizar o bem estar intertemporal, W,

Cdt

dRsujeito a

• Solução

sombra sombra,0tp t p e

sombra'U C p t

Utilidade Factor de desconto

– levando em conta que a extracção, C, diminui o recurso, R,

– e que o recurso deverá ter sido totalmente esgotado no fim:

Eficiência intertemporal (regra de Hotelling)

Eficiência instantânea

0R

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Extracção Óptima de Recursos NaturaisRegra de Hotelling

• Regra de Hotelling:– O preço sombra (custo de utilizador) aumenta exponencialmente

com o tempo. teptppp

dt

d sombra,0sombrasombrasombra

– A extracção é inicialmente mais alta, diminuindo progressivamente ao longo do tempo (à medida que aumenta o preço)

– A regra de Hotelling estabelece uma trajectória eficiente: qualquer alteração no padrão de extracção provocará uma diminuição no bem estar.

– O preço sombra descontado é constante ao longo do tempo (solução eficiente):

sombra,0sombra ptpe t

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Extracção Óptima de Recursos EsgotáveisDinâmica do Consumo

• A variação do consumo com o tempo é dada pela solução da equação:

sombra sombra,0' tU C p p e

• A solução pode ser obtida através do gráfico da utilidade marginal:

U(C)

C

U’(C)

C

sombrap

• Consoante as características da função de utilidade, a partir de um certo instante o consumo poderá ser zero.

• O valor de λ0 é estipulado pela condição de esgotamento de recursos até ao fim do período de optimização.

• Se a taxa de desconto aumenta , o consumo aumenta também, e o esgotamento de recursos ocorre mais cedo.

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Extracção Óptima de RecursosCondições de Validade da Regra de Hotelling

• Conhecimento preciso do stock de recurso existente ou

• Distribuição de probabilidade de futuras possibilidades de exploração– Quanto maior a incerteza acerca de preços mais elevados no futuro,

mais provável é que o empresário aumente a exploração no instante presente

• Os mercados para recursos não renováveis estão sujeitos a uma falha de mercado intertemporal

• Stock de recurso fixo

• Ausência de progresso tecnológico

• ...

• Se o preço não aumenta exponencialmente, poderá ser porque o stock não está fixo...isto é, existem descobertas.

• ... suscita questões empíricas

Page 28: Economia do Ambiente Licenciatura em Engenharia do Ambiente 2003-04 Economia do Ambiente Tiago Domingos

Exploração Óptima de Recursos RenováveisMaximum Sustainable Yield

Fig. 1.1.1 The basic objective of fish stock assessment

Sparre, P., S. C. Venema (1998). Introduction to Tropical Fish Stock Assessment - Part 1: Manual. FAO Fisheries Technical Paper 306/1.

Colheita máxima de longo prazo

Retornos decrescentes ao esforço de pesca

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Exploração de Recursos Renováveis

CRFdt

dRVariação do recurso

com o tempo

Taxa de crescimento do recurso (ton/ano)

Extracção (consumo) do recurso

F(R) (ton/ano)

R (ton)0 KRMSY

Capacidade de suporte (equilíbrio para C=0)

Produção máxima sustentável MSY

Atingir o MSY tem sido em geral o objectivo de gestão

Page 30: Economia do Ambiente Licenciatura em Engenharia do Ambiente 2003-04 Economia do Ambiente Tiago Domingos

Exploração de Recursos RenováveisCurva de Pesca em Função de Esforço

Sparre, P., S. C. Venema (1998). Introduction to Tropical Fish Stock Assessment - Part 1: Manual. FAO Fisheries Technical Paper 306/1.

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Exploração de Recursos Renováveis Acesso Livre

• O equilíbrio diminui com a melhoria das condições económicas:– aumento do preço de mercado;– diminuição dos custos;– aumento da eficiência.

• Colheita sustentável:

EcpqRcEpqERcEph líquida receita

0 cpqR Receita líquida positiva – aumenta o esforço e entram mais pescadores na actividade

Aumenta E, diminui R

pq

cR

cpqR

0

Equilíbrio bionómico

Page 32: Economia do Ambiente Licenciatura em Engenharia do Ambiente 2003-04 Economia do Ambiente Tiago Domingos

Exploração de Recursos Renováveis Acesso Livre

F(R) (ton/ano)

R (nº indivíduos)0 400 000200 000

O equilíbrio bionómico pode ocorrer à esquerda, à direita ou no MSY.

À medida que E aumenta, esta recta

roda para a esquerdaqER

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Exploração de Recursos RenováveisPropriedade Privada

• Aplicando teoria do controlo óptimo, obtém-se:

dtEecpqRVA t

E

0max

qERRFdt

dR

***** '' RcprRFRcRcpRF

Modificação da regra de ouro

dRRcpRcpRFd

ganho por colher mais tarde (devido à reprodução do stock)

ganho por colher já (devido ao rendimento financeiro)

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Exploração de Recursos RenováveisPropriedade Privada

• Com custo unitário constante, c’(R)=0 e a regra de ouro fica:

***** '' RcpRFRcRcpRF

*' RF

F(R) (nº indivíduos/ano)

R (nº indivíduos)0 400 000200 000

%0

Para ρ >5%, não existe equilíbrio: é mais rentável extinguir a população (o mais rapidamente possível)

100 000

%5,2

%0,5

hR

Rdt

dR

ind.0004001ano/05,0

KK/2

Page 35: Economia do Ambiente Licenciatura em Engenharia do Ambiente 2003-04 Economia do Ambiente Tiago Domingos

Exploração de Recursos RenováveisPropriedade Privada

R

KrRF

21' *

F(R) (nº indivíduos/ano)

R (nº indivíduos)0 400 000200 000

Para ρ >5%, não existe equilíbrio: é mais rentável extinguir a população (o mais rapidamente possível)

100 000

hR

Rdt

dR

ind.0004001ano/05,0

%5r%0

%5,2

%0,5

Page 36: Economia do Ambiente Licenciatura em Engenharia do Ambiente 2003-04 Economia do Ambiente Tiago Domingos

Exploração de Recursos RenováveisPropriedade Privada

*

0

*

0

*** '' RcprRFRcRcpRF

Assim, a existência de custos unitários variáveis (que diminuem com o aumento de stock) estabelece equilíbrios mais altos. Se c(0) → ∞, então c’(0) → ∞, e nunca é óptimo extinguir o stock.

RcpRcpRFdR

d

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Exploração de Recursos Renováveis Exemplo: “Baleen Whales” da Antarctica

F(R) (ton/ano)

R (nº indivíduos)0 400 000

MSY

200 000

RER

Rdt

dR

pescadordia

103,1

ind.0004001ano/05,0

5

A pop. aumenta aprox. - 5% por ano (para R baixo)- 2,5% por ano (para R=200 000)

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Capacidade da Frota Global e Taxa de Captura

• Global Fleet Capacity and Catch Rate, 1970-90

Harris, J. M., A.-M. Codur (1998). Microeconomics and the Environment: Student Reading for Introductory Microeconomics.

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Exploração de Recursos RenováveisInstrumentos de Gestão

• Licenças de pesca– As licenças são vendidas aos pescadores

– Os incentivos são para aumentar a eficiência do processo de pesca e para aumentar o esforço de pesca.

• Total Allowable Catch (TAC)– É determinada a quantidade total que pode ser explorada, baseada

no MSY

• Limitação na quantidade

• Limitação no tempo de pesca (com base na eficiência da frota)

– Leva à competição entre pescadores pela sua fracção do TAC

• Aumento da capacidade da frota → necessário reduzir época de pesca

– “Pacific Halibut fishery” – época de pesca de 3 dias

– Limitações do tamanho dos barcos, da potência e do equipamento de pesca

– Limitações do número de barcos licenciados

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Exploração de Recursos Renováveis Instrumentos de Gestão (cont.)

• Quotas individuais transferíveis– É atribuída uma quota a cada pescador;

– A soma das quotas é igual ao MSY;

– A quota pode ser utilizada em qualquer data;

– As quotas podem ser transaccionadas

• Atribuídas em 1993 para o sector canadiano da “Pacific halibut fishery”

– Problema da atribuição inicial

• Reservas Marinhas– Aumento da estabilidade dos stocks

– Protecção das populações em desova

– Garantia em relação a incerteza e erros de gestão

– Aumento da idade e peso médios dos peixes capturados

– Redução nos custos de gestão

– Protecção da biodiversidade do oceano

– Condições para investigação marinha controlada

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Teorema de Coase

• Quando podem ocorrer negociações livremente, e os custos de negociação são negligíveis, serão atingidos resultados eficientes através da negociação entre agentes interessados.

• O mesmo resultado, eficiente, será atingido independentemente da distribuição inicial de direitos de propriedade.

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Recomendações Práticas do Teorema de Coase

• Os direitos de propriedade devem ser definidos e afectados de uma forma clara.

• Um sistema centralizado de aquisição e processamento de informação deve ser da responsabilidade do Estado, permitindo identificar os emissores e os receptores de poluição.

• Devem ser quantificadas as responsabilidades legais pelo comportamento danoso.

• O acesso ao sistema judicial deve ser fácil e barato.

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Exemplo de Controlo de Poluição

A B A + B

Emissões na ausência de controlo 40 50 90

Emissões eficientes 15 35 50

Controlo eficiente 25 15 40

Afectação inicial de licenças de poluição 25 25 50

Afectação final de licenças de poluição 15 35 50

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Critérios de Avaliação de Instrumentos Económicos

• Fiabilidade. O instrumento é fíavel para atingir um objectivo de nível de poluição?

• Necessidades de Informação. Qual a quantidade de informação que as entidades controladoras vão necessitar, e quais são os custos de a adquirir?

• “Enforceability”. Quanta monitorização é que é necessária para que o instrumento seja eficaz? É possível impôr a obediência ao instrumento?

• Efeitos de longo prazo. A influência do instrumento aumenta, diminui ou mantém-se constante ao longo do tempo?

• Eficiência dinâmica. O instrumento cria incentivos contínuos para a melhoria de produtos e processos de forma a reduzir o nível de poluição?

• Flexibilidade. O instrumento pode ser adaptado rapidamente e com custos reduzidos quando surge nova informação, as condições mudam ou os objectivos desejados são alterados?

• Equidade. Quais são as implicações do instrumento em termos de distribuição de rendimento ou riqueza?

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Controlo sobre a Quantidade Permissível de Poluição

• Regulamentação directa da quantidade total de poluição emitida por todas as fontes, com atribuição de quotas fixas de emissão a cada fonte emissora.

• Fiabilidade e Enforceability. São necessários sistemas eficazes de monitorização de poluição e penalizações elevadas por incumprimento

• Eficiência. Para que o instrumento fosse eficiente, seria necessário que o Estado conhecesse os custos de controlo para todas as empresas.– Custos de aquisição de informação

– Assimetria da informação

• Em geral, as quotas de emissão são atribuídas arbitrariamente.

• Eficiência dinâmica. Incentivos muito reduzidos para melhorias ao longo do tempo.

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Imposição de Requisitos Tecnológicos Mínimos

• Especificação de características exigidas dos processos produtivos e do equipamento utilizado. Exemplos: equipamentos de des-sulfurização em centrais termo-eléctricas; catalisadores nos carros.

• Fiabilidade. Os efeitos são previsíveis e tipicamente atingidos.

• Eficiência. Não são eficientes, pois não existe forma de concentrar o esforço de despoluição nos emissores que podem despoluir com menor custo.

• Flexibilidade. Baixa.

• Eficiência Dinâmica. Baixa.

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TaxasDescrição

• A taxa deve ser uniforme sobre todos os emissores de poluição.

• O valor da taxa economicamente eficiente é igual ao valor do dano externo marginal do poluente, no nível socialmente óptimo de poluição.

• A taxa não é sobre a produção, é sobre as emissões poluentes; isto encoraja o aparecimento de efeitos de substituição.

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TaxasAvaliação

• Fiabilidade. – O nível de controlo só é previsível se a função agregada de custo de

controlo de poluição fôr conhecida.

• Necessidades de informação e “Enforceability”.

• Efeitos de longo prazo e eficiência dinâmica– As empresas têm um benefício em aumentar sempre o seu nível de

despoluição.

• Flexibilidade – Adaptação à inflação– Uma taxa fixa por unidade de poluição torna-se menos significativa

ao longo do tempo se houver um aumento geral de preços, levando a um aumento da poluição para além do nível socialmente óptimo.

• Equidade. – Os custos da despoluição são pagos pelas empresas, constituindo

uma fonte de receita pública (sendo estas receitas de qualquer forma necessárias)

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Licenças NegociáveisDescrição

• Decisão relativamente à quantidade total de poluição permitida. – Para um programa eficiente, esta quantidade deve ser o nível

eficiente de poluição.

• Uma regra que assegure que as empresas só podem poluir uma quantidade inferior ou igual aos direitos que detêm.– Qualquer emissão acima deste nível deve ser fortemente penalizada.

• Uma garantia de que as licenças de poluição podem ser livremente negociadas entre as empresas.

• Decisão sobre a forma de atribuição inicial dos direitos de poluição– “Grandfathering”: as licenças são atribuídas gratuitamente, baseadas

num critério, como os níveis de poluição anteriores.

– Leilão: as licenças são atribuídas a quem oferece um valor mais alto.

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Licenças NegociáveisAvaliação

• Fiabilidade. – O preço das licenças só é conhecido se a função agregada de custo de

controlo de poluição fôr conhecida.

• Flexibilidade – Adaptação à inflação. – O preço das licenças aumenta naturalmente ao longo do tempo.

• Flexibilidade – Adaptação a alterações no sector.– Não é preciso intervir quando o número de poluidores muda, pois cada

empresa pode comprar licenças quando inicia a actividade ou vender quando abandona.

• Eficiência.– A eficiência pode ser reduzida por empresas que acumulem licenças e as

utilizem como barreiras à entrada de novas empresas.– Podem existir custos de procura significativos para a compra ou venda de

licenças.

• Equidade e Aceitabilidade Política– Com grandfathering, as empresas não sofrem custos e a aceitação por

sectores habituados a intrumentos de controlo rígido é maior, mas são prejudicadas as empresas que voluntariamente tenham feitos esforços maiores de despoluição.

– Com leilão, as empresas sofrem os custos de despoluição e são beneficiadas as empresas à partida ambientalmente mais eficientes.

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Políticas para Redução da Utilização de Adubos com Nitratos

Andreasson (1990)

• Objectivo: atingir o limite de 50 mg / l de nitratos em água para consumo humano.

• São considerados dois cenários, devido à incerteza sobre as taxas de lixiviação de azoto a partir de adubo e de estrume.

Custo de (milhões

recursos de coroas)

Variação nas(% das

receitas das exploraçõesreceitas totais)

Redução de adubo azotado

14% 50% 14% 50%

Quotas 24,1 34,2 -10,0 -15,4

Taxas 18,7 21,2 -13,9 -12,4

Licenças Negociáveis (com grandfathering)

18,7 21,2 -7,6 -9,0

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Instrumentos Imperativos vs. Instrumentos de Mercado

• Vantagens dos Instrumentos de Mercado– Tietenberg (1984) determinou que a abordagem de “controlo” custa

entre 2 e 22 vezes mais que a alternativa de menor custo, para o mesmo objectivo ambiental.

– Os mercados são eficazes no processamento de informação.

– Os instrumentos de mercado promovem a redução de poluição onde essa redução tem menores custos.

– Os instrumentos de controlo não oferecem incentivos para melhorias uma vez que sejam atingidos os níveis padrão; os instrumentos de mercado criam incentivos contínuos para a inovação e a redução de emissões poluentes.

• Desvantagens dos Instrumentos de Mercado– Falhas de mercado: ausência de mercados; informação assimétrica;

risco moral.

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Avaliação Económica de Bens Ambientais

• Muitos bens ambientais não são trocados em mercado, os as pessoas poderiam decidir o seu valor.

• As técnicas de avaliação ambiental tentam obter preços para esses bens.

• Pressupostos (Edwards-Jones et al., 2000)– As alterações nos bens ambientais, para terem um valor monetário

não-nulo, têm que ter um impacte no bem estar dos indivíduos.

– O valor total de uma alteração nos bens ambientais é tomado como a soma dos valores dos seus efeitos sobre cada indivíduo (a “sociedade” é entendida simplesmente como a soma de todos os indivíduos).

– Os diferentes tipos de impactes devem ser comensuráveis, isto é, devem podem ser comparados e existe sempre uma certa quantidade de dinheiro que pode substituir uma certa quantidade um bem ambiental.

– Os bens ambientais de igual valor podem ser substituídos entre si sem perda de bem estar.

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Tipos de Valores Ambientais

• Valores de uso – Uso actual (directo e indirecto): utilidade ganha por um indivíduo

através do seu consumo (directo ou indirecto) de um bem ou serviço, ou devido ao consumo feito por outros.

– Opção: valor proveniente de manter aberta a opção de vir a consumir um bem no futuro, para um bem relativamente ao qual as preferências futuras do consumidor ou a oferta futura são incertas.

• Valores de não uso (valores de existência)– Valor de legado: utilidade proveniente de saber que o recurso pode

ser utilizado por outras pessoas, da mesma geração (intra-geracional) ou de outras gerações (inter-geracional).

– Valor intrínseco: valor do bem ambiental “em si mesmo”, independente-mente de qualquer utilização humana.

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Cálculo do Valor Económico Total

• Valor económico total– Valor de uso + valor de opção + valor de legado + valor intrínseco

• Verificar que as componentes não são mutuamente exclusivas– Exemplo: o valor de uso directo obtido pelo corte de uma floresta

não pode ser adicionado ao valor de uso directo da floresta para recreio, ou ao valor indirecto da protecção de solo.

• Não fazer dupla contagem– Não considerar mais do que uma vez cada benefício.

– Os bens ambientais são compostos complexos, sendo portanto difícil separá-los em constituintes elementares para avaliação.

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Conceitos Fundamentais da Avaliação Ambiental

• Excedente do consumidor– Diferença entre o preço que o consumidor está disposto a pagar por

um bem (WTP) e o preço que de facto paga.

• Disponibilidade para pagar/receber(Willingness to pay – WTP / Willingness to accept – WTA)– Quantidade de dinheiro que um indivíduo está disposto a pagar para

assegurar um aumento de bem estar ou para evitar uma diminuição de bem estar.

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Valores Económicos

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Técnicas de Avaliação Económica Adaptado de Edwards-Jones et al. (2000)

Técnica Mercado Convencional (sem curva de procura)

Mercado Implícito(com curva de procura)

Mercado Construído(com curva de procura)

Comportamento Observado

(Preferência revelada)

Valores de uso

Alteração de ProdutividadeCusto de OportunidadeDose-resposta

Despesas preventivas ou mitigadoras

Custos de viagem

Diferença de ordenados

Valorização hedónica

Mercado artificial

Comportamento Potencial

(Preferência expressa)

Valores de uso e não-uso

Projectos sombraCustos de substituição

Avaliação contingente

Experiência de escolha ou preferência afirmada

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Avaliação sem Curva de Procura

• Despesas preventivas e mitigadoras: – Considera aquilo que as pessoas estão dispostas a gastar para evitar a

degradação.– Ex: instalação de vidros duplos para evitar o ruído das rodovias.

• Alterações na produtividade– Considera o ambiente como um factor de produção, avaliando o bem

ambiental com base nos seus benefícios para a produção.

• Custo de oportunidade: – Considera os ganhos perdidos para proteger um bem ambiental.– Ex: valorização dos subsídios nas Medidas Agro-Ambientais.

• Dose-resposta e efeito sobre a produção– Requer dados sobre as respostas fisiológicas de seres humanos, animais ou

plantas à poluição.

• Custo de substituição ou projectos sombra: valoriza um bem ambiental através dos custos de o restaurar ao seu estado original, se estiver degradado.

– Válido quando existem constrangimentos que obrigam a realizar o restauro.– Exs: custos de manutenção de um padrão de qualidade da água; manutenção

da área total de áreas húmidas.

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Avaliação com Curva de ProcuraPreferência Revelada

• Custos de viagem. Principalmente utilizado para estimar a procura ou a curva marginal de valor para locais de recreio com entrada livre.– Para consumir um bem público (local de recreio), os indivíduos

precisam de consumir um bem privado (transporte). A curva de procura pode ser estimada a partir da relação entre visitas aos locais e o custo de transporte.

• Valorização hedónica. Baseado no conceito de que todos os bens satisfazem necessidades múltiplas.– Ex: uma casa proporciona abrigo, mas consoante a sua localização

proporciona acesso a diferentes quantidades e qualidades de serviços, entre os quais serviços ambientais (como espaços verdes, silêncio, etc.).

– Estima-se uma “função de produção” para o bem, considerando como factores de produção múltiplas características.

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Avaliação com Curva de ProcuraPreferência Expressa

• Evitam a necessidade de encontrar um bem complementar (transporte ou habitação) ou um bem substituto (variação compensante no salário) para derivar uma curva de procura e estimar quanto é que um indivíduo implicitamente valoriza um bem ambiental.

• Avaliação contingente:Medição holística do valor de um bem. – Experiência de escolha ou preferência afirmada.

• Problemas com a avaliação contingente– Subestimação da WTP.

• As pessoas afirmam um WTP de 70-90% dos valores que acabam por pagar.

– WTP vs. WTA. • A variabilidade em WTA é maior que em WTP.

– Enviezamento parte-todo.• Ex: é dado o mesmo valor a um lago e ao conjunto de lagos a

que ele pertence.– Enviezamento devido à forma de pagamento.– Enviezamento devido ao valor inicial.

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Avaliação ContingenteExemplo: Melhoria na Qualidade de Água

Turner et al. (1994), Environmental Economics

• Estudo relativo ao Rio Monongahela, na Pennsylvania, EUA.• Inquérito a uma amostra representativa de agregados familiares

da zona envolvente, relativo à disponibilidade para taxas mais altas para manter ou aumentar qualidade de água no rio.

Cenário de Qualidade de Água

WTP médio da amostra

WTP médio dos utilizadores

WTP médio dos não-utilizadores

Manter água com qualidade para andar de barco.

24,50 45,30 14,20

Melhorar a qualidade para permitir pesca.

17,60 31,30 10,80

Melhorar adicionamente, para permitir banhos.

12,40 20,20 8,50