ECONOMIA E MERCADO

Embed Size (px)

Citation preview

A EVOLUO DO PENSAMENTO ECONMICO

Prof. Solange Marques

ORIGENS DO PENSAMENTO ECONMICO

At Adam Smith no existia um estudo sistemtico das relaes econmicas, as justificativas de conceitos eram muito mais de natureza moral.

O PENSAMENTO ECONMICO NA ANTIGUIDADE

A Economia era estudada como parte da Filosofia social, moral e tica.

O PENSAMENTO ECONMICO NA ANTIGUIDADEA maior parte da populao era formada por escravos que trabalhavam em troca do bsico para sobrevivncia (roupas, alimentos), o excedente desta produo era apropriado pelo senhores. A economia era eminentemente rural. As cidades se desenvolveram com o avano das trocas comerciais.

O PENSAMENTO ECONMICO NA ANTIGUIDADE

O PENSAMENTO ECONMICO NA ANTIGUIDADEOs autores tanto na Grcia como em Roma no possuiam um pensamento geral e independente. O domnio era: FILOSOFIA E POLITICA SOBRE O PENSAMENTO ECONMICO

O PENSAMENTO ECONMICO NA ANTIGUIDADEExistem algumas reflexes de ordem econmica em Plato (427-347 a.C.) e Xenofontes (440-335 a.C.), mas muito incipientes. Aristteles apresentou algumas contribuies interessantes s teorias do valor, dos preos e da moeda, mas tratava sobretudo de aspectos das transaes comerciais e das finanas pblicas.

O PENSAMENTO ECONMICO NA ANTIGUIDADE

ARISTTELES E PLATO DEFENDIAM A ESCRAVIDO. OS ESCRAVOS ERAM CONSIDERADOS INFERIORES DESPREZO RIQUEZA PELA

NA GRCIA APARECERAM POUCAS IDIAS ECONMICAS

O PENSAMENTO ECONMICO NA ANTIGUIDADEO pensamento romano tambm no deu uma grande contribuio ao desenvolvimento das idias econmicas. Os romanos no desprezavam a riqueza e o luxo, e havia uma economia de trocas muito mais intensa em Roma que na Grcia, com o desenvolvimento de companhias comerciais e sociedades por aes. Mas o pensamento de Roma centrou-se nas questes da poltica, e o desenvolvimento da sociedade romana estava centrado em torno de objetivos muito mais polticos do que econmicos, o que anulou a sua contribuio ao pensamento econmico.

O Pensamento Econmico na Idade Mdia

Com o declnio do Imprio Romano e as invases brbaras, surgiu o feudalismo, cuja base era o trabalho dos servos nas terras dos senhores. Apesar do servo no ser livre, por estar ligado terra e a seu senhor, no era propriedade do senhor, como o escravo na Antigidade.

O Pensamento Econmico na Idade MdiaOs senhores eram obrigados a dar proteo aos seus servos que, por sua vez e em troca, trabalhavam na terra e tambm pagavam pesados impostos, dentre eles a talha, a corvia e as banalidades.

O Pensamento Econmico na Idade MdiaExistia tambm uma hierarquia dentro da classe de senhores feudais. Um senhor devia lealdade a um senhor mais poderoso, e este a outro, e a outro, at chegar ao rei. Os vassalos recebiam a terra de seus senhores para cultiv-las em troca de dinheiro, alimentos, trabalho e lealdade militar. Em contrapartida, o senhor oferecia proteo militar a seu vassalo.

O Pensamento Econmico na Idade MdiaAo longo da Idade Mdia h um amplo desenvolvimento das trocas nas cidades, ampliando-se a atividade econmica regional e inter-regional atravs do surgimento das feiras peridicas. O avano das trocas propiciou o desenvolvimento da diviso do trabalho: surgem as corporaes de ofcio e ocorre uma ampliao crescente das trocas entre as reas urbanas e rurais. Com as Cruzadas expande-se o comrcio atravs do Mediterrneo, fazendo surgir grandes centros comerciais como Gnova, Veneza, Pisa e Florena.

O Pensamento Econmico na Idade MdiaAssim como na Antiguidade Clssica, o pensamento econmico medieval no constitua um corpo terico independente e sistematizado, e tinha um carter eminentemente prtico. Ao invs de estar pautado por questes filosficas e polticas, a moral crist orientava e subordinava o pensamento econmico na Idade Mdia, atravs da dominao exercida pela Igreja Catlica em todas as dimenses da sociedade.

O Pensamento Econmico na Idade MdiaO principal expoente desse perodo foi Toms de Aquino. Em suas obras percebe-se sua preocupao com a correta utilizao da propriedade privada, com um sistema de preos justos, com o comrcio, com a usura e com os sistemas salariais. Pregava a tica no comrcio, dizendo que o apego ao lucro vergonhoso e deve-se busc-lo como remunerao de seu trabalho e no como fim.

O Pensamento Econmico na Idade MdiaA tica paternalista crist, no entanto, condenava a aquisio e acumulao de bens materiais. A Igreja condenava a busca desenfreada pelo interesse individual, e tentava moralizar as aes econmicas dos indivduos e a conduta humana, inclusive com a instituio de leis paternalistas, como a Lei dos Pobres. Permitia-se a propriedade privada, mas esta deveria ser usada com moderao. Surge a partir desta idia de moderao dos agentes econmicos a concepo de justia nas trocas, onde buscava-se o justo preo e o justo salrio.

O Pensamento Econmico na Idade MdiaO que vinha a ser o justo preo? Seria o preo baixo o bastante para que o consumidor pudesse comprar, sem extorso, e aquele elevado o suficiente para que o vendedor tivesse interesse em vender para poder viver de maneira decente. O justo salrio seria aquele que permitiria ao trabalhador e sua famlia viver dignamente. Havia tambm a noo de justia nas trocas, onde o lucro no deveria permitir aos comerciantes enriquecer (j que a riqueza era condenada), mas apenas viver de forma decente. Dessa concepo de justia nas trocas advm tambm a condenao do emprstimo a juros, j que o dinheiro reembolsado ao emprestador seria maior que o dinheiro tomado emprestado.

O Pensamento Econmico na Idade Mdia

No entanto, com o desenvolvimento do comrcio e das trocas, e com o desenvolvimento das atividades manufatureiras, estas concepes caem por terra, e a subordinao da economia teologia substituda pela busca desenfreada de acumular metais preciosos.

O MERCANTILISMO

A partir do sculo XV, uma srie de transformaes intelectuais, religiosas, polticas associadas ao desenvolvimento das trocas e do comrcio e expanso ultramarina e aos grandes descobrimentos impulsionaram o avano da atividade econmica de forma significativa.

O MERCANTILISMOA Reforma Protestante abre as portas para o individualismo, ao exaltar a atividade econmica e o sucesso material, e ao justificar a busca do lucro, os emprstimos a juros e o enriquecimento. No mais se condenava a riqueza, mas o pecado agora era a ociosidade. O enriquecimento era sinal da salvao de Deus e o trabalho no era mais um meio de expiao de pecados, mas instrumento para alcanar a graa divina e o xito material.

O MERCANTILISMOH neste perodo o enfraquecimento dos feudos e a centralizao da poltica com o surgimento dos Estados Nacionais. O Estado passa a coordenar as foras materiais e os recursos humanos, fazendo de cada pas um organismo econmico integrado. O Estado nacional passa a assumir o lugar da Igreja de supervisionar o bem-estar da sociedade.

O MERCANTILISMO neste contexto que surge o mercantilismo, considerada por alguns estudiosos como a primeira escola econmica, apesar de no representar um conjunto terico e tcnico homogneo e sistematizado. No entanto, o mercantilismo j apresenta algumas preocupaes explcitas com acumulao de riquezas de uma nao. Para os mercantilistas, o governo de um pas seria mais forte e poderoso quanto mais rico ele fosse e esta riqueza seria tanto maior quanto fosse o seu estoque de metais preciosos (ouro e prata).

O MERCANTILISMOA abundncia de metais preciosos o fator determinante de uma concepo central do mercantilismo: a idia metalista. Esta idia foi deduzida pela seguinte observao: a prosperidade dos pases parecia estar na razo direta da quantidade de metais preciosos que possuiam.

O MERCANTILISMO

No sentido de garantir um aumento no saldo de ouro e prata, os mercantilistas defendiam uma poltica de aumento das exportaes, a proibio da sada de metais preciosos e reduo significativa.

O MERCANTILISMOPara desenvolver a industrializao interna, exportar mais e reduzir as importaes ao mnimo possvel, os mercantilistas defendiam uma poltica intervencionista na indstria e o protecionismo alfandegrio, efetivamente implantados em alguns pases. H tambm um controle e proteo das atividades de comrcio internacional, j que o comrcio e as navegaes eram as principais fontes de riqueza nacional neste perodo. Assim, os mercantilistas eram entusiastas da ampla interveno do Estado nos negcios privados e da imposio de barreiras ao comrcio internacional como forma de promover um saldo comercial positivo.

O MERCANTILISMO

Conjunto de polticas para atrair e manter metais preciosos em um pas. Os pensadores deste perodo no chegaram a produzir anlises coerentes da economia, mas sua politica colonial foi fundamental para o desenvolvimento da economia mundial.

O MERCANTILISMOEmbora o mercantilismo tenha uma contribuio pouco significativa para a constituio da anlise econmico-cientfica, foi fundamental para o surgimento do capitalismo. O mercantilismo teve uma contribuio significativa para fortalecer a economia nacional, ampliar as relaes comerciais, na expanso dos mercados, para desenvolver o sistema manufatureiro, na formao dos grandes capitais que financiaram a revoluo industrial e no surgimento do trabalho assalariado. Todos esses elementos foram fundamentais para a consolidao posterior do capitalismo.

FISIOCRATASSc XVIII reao ao Mercantilismo; A riqueza consistia em bens produzidos com ajuda da natureza em atividades econmicas como a lavoura, a pesca e a minerao. Em suma, s a terra teria a capacidade de multiplicar a riqueza. SUA PRINCIPAL PREOCUPAO ERA A CIRCULAO OU DISTRIBUIO DO BEM SOCIAL

FISIOCRATAS

A fisiocracia acredita que a economia, como o universo de Newton, regida por leis naturais, absolutas, imutveis e universais estabelecidas por um ente divino para a felicidade do homem. Caberia ao homem, por meio da razo, descobrir esta ordem e trabalhar no sentido de respeitar as leis que regulam a ordem natural. Sendo assim, os fenmenos econmicos deveriam fluir livremente, seguindo estas leis naturais.

FISIOCRATASO Estado no deve intervir na economia mais do que o necessrio para assegurar a vida, a propriedade e para manter a liberdade.

FISIOCRATASOs fisiocratas no acreditavam que a riqueza de um pas dependia de seus estoques de metais preciosos, como defendiam os mercantilistas. Para a fisiocracia, a riqueza de uma nao dependia de sua capacidade de produo, mais especificamente no setor agrcola.

FISIOCRATASFranois Quesnay (1694-1774), defendeu alguns princpios que serviriam mais tarde de base para a construo da anlise econmica posterior. A principal obra deste autor O quadro econmico. Quesnay elaborou o princpio utilitarista de busca da obteno de mxima satisfao com um mnimo de esforo, que seria desenvolvido amplamente pelos economistas da escola marginalista no sculo XIX.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAA Escola clssica:

Adam Smith David Ricardo Thomas Malthus Jonh Stuart Mill

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAPRINCPIOS BSICOS:

Individualismo Liberdade pessoal tanto econmica quanto poltica Crena no comportamento racional dos agentes econmicos

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAO Estado, tal qual na teoria fisiocrata, deveria atuar somente na defesa, na justia e na manuteno de algumas obras pblicas, sem intervir significativamente na atividade econmica nem no funcionamento do mercado.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAO pensamento clssico surge juntamente coma revoluo industrial, onde h crescimento acelerado da economia, crescimento estrondoso da urbanizao, consolidao dos Estados Nacionais e da democracia representativa como sistema poltico.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAA partir da contribuio dos economistas clssicos, a economia passa a formar um corpo terico prprio e a desenvolver um instrumental de anlise especfico para as questes econmicas. Busca-se sobretudo encontrar leis gerais e regularidades no comportamento econmico, e o interesse primordial passa a ser a anlise abstrata das relaes econmicas. No mais so priorizados os pressupostos morais e as conseqncias sociais das atividades econmicas, como antes.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAAdam Smith (17231790) o grande precursor desta corrente de pensamento econmico, sendo considerado por muitos o pai da economia, j que na sua obra A riqueza das naes de 1776 ele desenvolve a teoria econmica com um corpo terico prprio, como um conjunto cientfico sistematizado.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAPara Smith, os indivduos, na busca da satisfao de seus prprios interesses e de maximizao de seu bem-estar, acabariam contribuindo para a obteno do mximo bem-estar da sociedade. Isto porque o indivduo se esfora para empregar o seu capital da maneira mais vantajosa, e isto o conduziria, naturalmente, a preferir o emprego de capital mais vantajoso para a sociedade. Para promover o bem-estar o melhor caminho seria o estmulo a busca individual do prprio interesse e concorrncia. Se todos os indivduos so assim deixados livres, haveria como que uma mo invisvel orientando todas as decises da economia, sem necessidade de atuao do Estado. Atravs da livre concorrncia, a sociedade chegaria harmonia e maximizao do bem-estar de todos.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAO mercado seria ento o regulador das aes econmicas e traria benefcios para a coletividade independente da ao do Estado. Smith postulava que os governos so ineficazes e tm a tendncia de favorecer alguns em detrimento da maioria da sociedade, portanto sua interferncia no mercado tende a provocar distores e ampliar desigualdades. Se o governo no interferir nos assuntos econmicos, a ordem natural poderia ser alcanada atravs do uso da razo. Seus argumentos baseavam-se na livre iniciativa e no laissez-faire.Adam Smith: enfatiza o mercado como o regulador da diviso de trabalho na sociedade.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICADavid Ricardo-Este pensador clssico acreditava que o crescimento demogrfico exerce um efeito negativo sobre a economia. Sua obra principal Princpios de economia poltica e tributao. Segundo Ricardo (1772-1823), o aumento da populao acompanharia a expanso econmica, e isto faria com que as necessidades de alimentos aumentassem. Estas necessidades s poderiam ser satisfeitas a custos mais altos.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAAssim, o aumento da populao geraria um crescimento da demanda de alimentos, que provocaria um aumento de preos. Isto ocasionaria uma elevao dos salrios industriais e uma reduo da taxa mdia de lucro da economia. Assim, haveria uma conseqente reduo dos investimentos, com reduo do emprego e da produo. Com esta anlise, Ricardo mostra que o processo de desenvolvimento econmico poderia minar suas prprias bases.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAO problema central residia na incapacidade da agricultura de produzir alimentos baratos para o consumo dos trabalhadores, pois possua rendimentos decrescentes. medida que aumentava a populao, a produo ampliava-se em terras cada vez piores, o que provocaria aumento de custos, aumento de salrios e reduo de lucros. Isto inibiria os investimentos e a produo na agricultura, o que se refletiria posteriormente em toda a economia.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICADefendia como possveis solues para tais problemas o controle da natalidade e a livre importao de alimentos para o consumo dos trabalhadores. Ricardo tambm desenvolveu a teoria das vantagens comparativas. Ele defendia que cada pas deveria se especializar naqueles produtos que tivessem os custos comparativos mais baixos, e importar aqueles cujo custo comparativo fosse maior. Cada pas deveria, assim, dedicar-se produo que se mostra comparativamente mais lucrativa. A conseqncia disto seria que o trabalho seria distribudo com maior eficincia, a produo geral se elevaria, e promoveria-se o bem-estar geral e a harmonia de interesses dos diferentes pases a nvel internacional.David Ricardo: estudou a renda provinda da terra e o futuro do sistema

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAMalthus (17661834) coloca-se contra a viso otimista dos outros pensadores clssicos. As instituies sociais no seriam as responsveis pelas misrias e vcios dos indivduos, mas o prprio instinto de reproduo humana os teriam gerado.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAEm sua obra An essay on the principle of population(Um Ensaio sobre o princpio da populao), Malthus propugna que a populao, quando no controlada, cresce em propores geomtricas (1,2,4,8,...) enquanto que a produo de alimentos (subsistncia) quando muito cresce a taxas aritmticas (1,2,3,4,...). A conseqncia disto que mais inevitavelmente o nmero de habitantes ultrapassaria a quantidade de alimentos necessria para mant-los.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICA

Assim, o crescimento da populao depende da oferta de alimentos: sempre que os salrios nominais estiverem acima do salrio de subsistncia, haver incentivo para o casamento e para o aumento no tamanho das famlias, provocando o aumento populacional.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAMalthus sugeria uma srie de polticas para conter o avano populacional como o adiamento dos casamentos, a limitao voluntria de nascimentos nas famlias. Tudo isto a fim de evitar uma crise na produo de alimentos. Malthus tambm reconhecia que as guerras, os vcios, a misria e as doenas seriam obstculos importantes para limitar o crescimento da populao, e portanto deveriam ser aceitos como solues para interromper o crescimento populacional.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICANo entanto, preciso destacar que Malthus no levou em conta o ritmo e o impacto do progresso tecnolgico para a elevao da produtividade e do produto total da agricultura, que representam uma resposta importante para o descompasso natural entre a produo de alimentos e o crescimento populacional. Malthus tambm no poderia prever a revoluo nas tcnicas de limitao da fertilidade, que representam um passo importante para deter o avano populaciona.Thomas Malthus: a sua Lei da Populao indicava que esta cresce a taxas geomtricas enquanto os meios de subsistncia o fazem a taxas aritmticas.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICA

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAJohn Stuart Mill (1806-1873) sistematizou e divulgou o corpo terico do pensamento econmico de sua poca. Ele avana na teoria ao incorporar em sua obra elementos institucionais, e ao definir de forma mais precisa as restries, vantagens e o funcionamento de uma economia de mercado. Ele introduz nas suas anlises a preocupao com a justia social, e com as conseqncias sociais da industrializao em sua poca. Sua principal obra o livro Princpios de Economia Poltica.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAMill percebe que o instrumental terico deixado pelos clssicos, baseado nos pressupostos de harmonia de interesses, de ordem natural e de um mercado regulado para atender o bem-estar de todos no se confirmava na prtica em sua poca. Se por um lado o crescimento industrial propiciou de fato aumento da produo, do volume de comrcio internacional e crescimento da acumulao de capital, por outro lado gerou a deteriorao do padro de vida da classe trabalhadora, com reduzidos salrios, longas jornadas de trabalho, ausncia de legislao trabalhista, pssimas condies de moradia, entre outras coisas.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAPara Mill era evidente que a economia capitalista, em expanso, no apresentava um sistema de distribuio de renda que funcionasse bem, e no gerava o bem-estar geral da coletividade como preconizavam os outros pensadores clssicos. Para Mill, era necessrio polticas de promoo do bem-estar geral, especialmente voltadas para a classe trabalhadora.

A CONSTRUO DA CINCIA ECONMICAAlm disso, Mill percebe que o sistema capitalista no possui uma tendncia ao equilbrio, pelo contrrio, h uma tendncia do sistema instabilidade, com taxas de lucros decrescentes, queda do nvel de atividade econmica e elevadas taxas de desemprego entre a populao trabalhadora.

John Stuart Mill: introduziu na Economia o problema da justia social, ficando a meio caminho entre os clssicos e os socialistas.

A EVOLUO DA CINCIA ECONMICAOs Socialistas: Surgiram durante a revoluo industrial, onde se viam: precrias condies de trabalho. Condies de misria e abandono.

A EVOLUO DA CINCIA ECONMICAO grande terico desta corrente de pensamento econmico Karl Marx (1818-1883). Tal como Stuart Mill, Marx se preocupa com as conseqncias sociais da industrializao e do desenvolvimento capitalista. O objetivo de Marx era descobrir a estrutura e o funcionamento da economia capitalista e suas leis de movimento. Seu objetivo era demonstrar que o capitalismo explorava a classe trabalhadora, e como essa explorao conduziria necessariamente destruio desse sistema econmico.

Karl Marx: Publicao do livro O Capital. Criticava o capitalismo, a injustia social, regime econmico de explorao dos trabalhadores. Teoria do valor trabalho: o preo de uma mercadoria reproduz a quantidade de tempo de trabalho nela colocada. Mais-valia: capitalistas utilizavam ampliar sua taxa de lucro: estender a jornada de trabalho ou ampliar a produtividade fsica do trabalho via mecanizao.

A EVOLUO DA CINCIA ECONMICA

A EVOLUO DA CINCIA ECONMICAA ESCOLA NEOCLSSICA

No final do sculo XIX fez-se necessria uma reavaliao da teoria econmica, dadas as transformaes estruturais das economias das naes industrializadas. No lugar de um capitalismo concorrencial, surge um sistema econmico com forte tendncia monopolista. H uma intensa concentrao de capitais, o que implicou em uma concentrao de renda, e uma intenso xodo rural, decorrentes dos processos de industrializao.

Neoclssicos: 1870 princpios microeconmicos: estudo do comportamento do consumidor e das empresas. Marshall conceitos de utilidade total, marginal e teoria do valor utilidade. Schumpeter teoria do desenvolvimento econmico.

A EVOLUO DA CINCIA ECONMICA

Os indivduos atuam racionalmente, calculando as utilidades marginais dos diferentes bens, calculando prazer e dor, e estabelecendo um equilbrio entre as necessidades presentes e futuras.

A EVOLUO DA CINCIA ECONMICAO Pensamento Keynesiano A Primeira Guerra Mundial e a Grande Depresso da dcada de 1930 abalaram seriamente as economias dos pases industrializados do mundo ocidental. Os nveis de investimento e de produo caram vertiginosamente, gerando uma queda nos nveis de emprego sem precedentes na histria, o que acabou por atingir as economias dos pases de todo o mundo.

A EVOLUO DA CINCIA ECONMICAA teoria econmica prevalecente na poca propugnava que as distores que porventura aparecessem no sistema seriam automaticamente corrigidas pelos mecanismos automticos de regulao do mercado. Portanto, os economistas acreditavam que a crise econmica era passageira. No entanto, o desemprego j atingia nveis elevadssimos e a economia no dava indicaes de que a situao estaria se autocorrigindo. Era necessrio identificar as causas do desemprego. E explicao estaria no mau funcionamento das instituies do mercado capitalista, o que justificaria a ampliao da interveno do Estado na economia.

A EVOLUO DA CINCIA ECONMICANeste contexto, John Maynard Keynes publica sua Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda em 1936, rompendo com a tradio neoclssica. Keynes procurou entender os problemas de instabilidade de curto prazo e determinar as causas das flutuaes econmicas. Keynes preocupava-se tambm com a determinao dos nveis de emprego e renda das economias industriais, e identificou uma importante inter-relao entre a renda nacional e os nveis de emprego.

A EVOLUO DA CINCIA ECONMICA

Teoria Geral do Emprego, do juro e da moeda. Princpios macroeconmicos. Interveno do Estado na economia.

A EVOLUO DA CINCIA ECONMICAO Pensamento Econmico no Perodo Recente Aps a publicao da Teoria Geral de Keynes, a teoria econmica apresentou um desenvolvimento significativo. Instituiu-se um amplo debate sobre aspectos do trabalho de Keynes, incorporando modelos matemticos e estatsticos, que contriburam para formalizar a cincia econmica e sistematizar ainda mais os seus conceitos.

A EVOLUO DA CINCIA ECONMICAVrias correntes de pensamento surgiram ento. Os monetaristas, cujo principal expoente Milton Friedman, defendem uma mnima interveno do Estado na economia e um amplo controle da moeda. Os fiscalistas recomendam o uso de polticas fiscais ativas e uma elevada interveno do Estado nas atividades econmicas, e tm como principais destaques James Tobin e Paul Samuelson. Os pskeynesianos fazem uma releitura da obra de Keynes, destacando o papel da especulao financeira no sistema capitalista, defendendo tambm uma macia participao do Estado na conduo da atividade econmica. Seus principais economistas so Hyman Minsky, Paul Davidson e Alessandro Vercelli.

A EVOLUO DA CINCIA ECONMICANa dcada de 1970 o mundo assistiu a duas graves crises no abastecimento de petrleo, alm de uma crise no sistema financeiro internacional e da economia dos Estados Unidos. A teoria econmica acaba por apresentar algumas transformaes importantes. Amplia-se a conscincia das limitaes e possibilidades de aplicao da teoria, consolidam-se as contribuies dos perodos anteriores e aprofundam-se as anlises empricas, o que permite uma aplicao prtica maior.