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Ecos da Via-Sacra · ECOS da VIA-SACRA 3 EDITORIAL Liberdade, Vida a Crescer A liberdade é, de facto, o melhor ambiente e enquadramento propício ao nosso crescimento

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Revista do Colégio da Via-SacraAno XCVI – N.º 2 Junho/2004

PeriodicidadeTrimestral

DirectorP.e António Pereira Felisberto

Agenda de Actividades Culturais

18 DE JUNHO

Avenida da Europa, 20.30 horas

“Marchas Populares”,com participação do Colégio — “Lavadeiras e Moleiros”

21 DE JUNHO

Espaços do Colégio, a partir das 16.00 horas

“Feira Medieval”

23 DE JUNHO

Claustros da Sé de Viseu, 21.30 horas

“Concerto de Fim de Ano”Coro e Orquestra de Flautas do Colégio da Via-Sacra

25 DE JUNHO

“Festa de Fim de Ano”

Eucaristia — 18:00 horas, Auditório do Centro Sócio-

��������Pastoral Diocesano

Sardinhada — 19:00 horas, Espaços do Colégio

Sarau — 21:30 horas, Auditório do Centro Sócio-Pastoral

Diocesano

Ecos da Via-SacraEcos da Via-SacraEcos da Via-SacraEcos da Via-SacraEcos da Via-Sacra

Director de RedacçãoProf. Nélson Marques

RedacçãoClube de Jornalismo

Direcção GráficaProf.ª Carla Pinto

ImpressãoNovelgráficaRua Capitão Salomão, 121-123Viseu

Tiragem800 exemplares

página

Editorial 3

Notícias do Colégio 4

Entrevista com ... 10

Espaço para a Escrita 13

Um Olhar sobre 18

Hora do Recreio 30

Tema do Ano 33

Agora Falam os Pais 38

“Echos” do Passado 40

Mergulhar nos Livros 27

ÍNDICE

COLÉGIO DA VIA-SACRAV I S E U

3ECOS da VIA-SACRA

EDITORIAL

Liberdade, Vida a Crescer

A liberdade é, de facto, o melhor ambiente e enquadramentopropício ao nosso crescimento. Uma liberdade acompanhada, reflectidae avaliada que promova a responsabilidade é o risco, sem alternativa,que vale a pena correr, em educação. A escolha do tema do ano, títulodeste texto, vem na linha de uma opção do nosso Colégio da Via-Sa-cra que procura assumir a liberdade como dom e como respon-sabilidade.

É um ideal elevado que nos coloca sempre a caminho! E porque nos encontramos nofinal de mais um ano lectivo, ousava propor-vos uma breve viagem que o Povo da Bíbliapercorreu, na perspectiva da liberdade, sob o olhar atento e preocupado e pela mão domesmo Deus.

Convidava-vos a pegar na vossa Bíblia e a ler, nas férias, as circunstâncias de algunstextos bíblicos que vou apenas evocar:

- Ex. 21, 2 : “Quando adquirires um escravo hebreu, ele servirá seis anos; mas no sétimo, ele sairá emliberdade, sem nada pagar.”

- Ex. 21, 27 : “E se fizer cair um dente do seu escravo, deixá-lo-á partir em liberdade pelo seu dente.”- Lev. 25, 10 : “Santificareis o quinquagésimo ano, proclamando na vossa terra a liberdade de todos os

que a habitam.”- Dt. 15, 15 : “Recorda-te que foste escravo no país do Egipto e que o Senhor, teu Deus, te libertou.”- Is. 58, 6 : “O jejum que me agrada é este: libertar os que foram presos injustamente, […] pôr em

liberdade os oprimidos.”- Is. 61, 1: “O Senhor me ungiu: enviou-me […] para anunciar a libertação aos exilados e a liberdade

aos prisioneiros.”- Jer. 34, 8-9 : “O rei Sedecias fez um pacto com o povo de Jerusalém, para proclamar a liberdade [...]

para que nenhum judeu fosse escravo do seu irmão.”- Mat. 18, 27 : “Levado pela compaixão, o senhor daquele servo mandou-o em liberdade e perdoou-lhe

a dívida.”- Mat. 4, 18 : “O Espírito do Senhor está sobre mim, […] enviou-me a proclamar a libertação aos

cativos.”- 2.ª Cor. 3, 17 : “Onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade.”- Gal. 5, 1 : “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes, e não vos sujeiteis

outra vez ao jugo da escravidão.” - 1.ª Ped. 2, 16 : Actuai como homens livres, não como aqueles que fazem da liberdade um pretexto

para a maldade.”

Este percurso abreviado, ao longo da Sagrada Escritura, faz-nos tomar consciênciado ambiente educativo do nosso Colégio, enquanto Escola Católica, cuja referênciamáxima é o próprio Deus que não só nos indica o caminho da verdadeira liberdade, mascria em nós, pelo Seu Espírito, as condições para a mesma liberdade.

Que todos possam aproveitar, a partir do mesmo Espírito Santo, o espaço diferentede Liberdade que as férias permitem. Boas Férias para toda a comunidade educativa!

P.e António Felisberto

Director do Colégio da Via-Sacra

4 ECOS da VIA-SACRA

No dia 20 de Março, os alunosdo 9.º ano de escolaridade tiverama oportunidade de conhecer osbastidores do golpe militar de 25de Abril de 1974, através dotestemunho do coronel ManuelTavares. Esta iniciativa, orga-nizada pela Câmara Municipal deViseu, enquadrou-se nas come-morações dos trinta anos daRevolução. O testemunho queouvimos colocou-nos em contactocom as causas e os momentosque antecederam esse importantemomento da nossa história.

A guerra que mantínhamosem África foi um factor decisivopara gerar nas forças armadas umdescontentamento generalizado.Tal facto, aliado aos ventos demudança que já se faziam sentirum pouco por todos os sectoresda sociedade, desencadeou aacção dos militares que viria aculminar com o golpe de estado eo derrube do regime autoritárioque vigorava no nosso país. Nofinal, alunos e professoreslevantaram algumas questões edúvidas. Ficámos a saber comoera o dia-a-dia das pessoas emgeral, desde as limitaçõesimpostas à imprensa, aopensamento político e à livreexpressão de ideias. No fundo,aprendemos o que custou aLiberdade.

Pedro Santos, 9.º A

Alunos do Colégio conheceram os bastidores da «Revolução dos Cravos»

Trabalho realizado pela turma do 9.º D

NOTÍCIAS do COLÉGIO

5ECOS da VIA-SACRA

NNNNNOTÍCIAS do OTÍCIAS do OTÍCIAS do OTÍCIAS do OTÍCIAS do CCCCCOLÉGIOOLÉGIOOLÉGIOOLÉGIOOLÉGIO

Na noite do dia 10 de Maio, o Clubede Teatro do nosso Colégio participou noV Festival de Teatro Jovem, realizadopela Câmara Municipal de Viseu.Professores, pais e alunos encheram oAuditório Mirita Casimiro para assistiremao desempenho dos nossos pequenosactores na representação de “Crispim,O Grilo Mágico”.

A peça conta a história de um meninopobre e desempregado, o Serafim,interpretado pelo Guilherme do 7.º A, queencontra um grilo mágico que fala, oCrispim, interpretado pelo André do 8.ºC. O grilo vai ajudar Serafim a arranjarfortuna, mas mais importante ainda, aconquistar o coração da sua amada,Palmira (Carolina do 7.º B).

ABC do teatro participa no V Festival de Teatro JovemABC do teatro participa no V Festival de Teatro JovemABC do teatro participa no V Festival de Teatro JovemABC do teatro participa no V Festival de Teatro JovemABC do teatro participa no V Festival de Teatro Jovem

Mas, nem tudo são rosas! Serafim vaiter de enfrentar a cobiça e a inveja deGolias, um advogado sem escrúpulos,interpretado por Cristiano do 9.º D, quevai fazer de tudo para roubar Crispim econseguir a mão de Palmira. No enredodesta peça, encontramos personagenscaricatas, como Inácia (Joana Santarenodo 7.º B) e Benta, interpretada porSabrina do 7.º A, duas beatas da terraque vão dar vivacidade à história.

O Clube de Teatro agradece acolaboração de todos quantosparticiparam na elaboração desteprojecto.

ABC do Teatro

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A turma do 5.º C desenvolveu uma unidadede trabalho em que foi explorada a vertente dacomunidade, construindo brinquedos (bonecosde pano), com o intuito de posteriormente seremoferecidos a uma instituição social.

Com este objectivo pretendia-se alcançarduas vertentes: a primeira era sensibilizar osalunos para o facto de existirem criançasmonetariamente mais carenciadas, não tendopor isso a possibilidade de adquirir qualquer tipode brinquedos; a segunda, permitir aos alunosdesenvolver as suas capacidades criativas,técnicas e expressivas.

Após a sua concretização, os bonecos foramoferecidos ao Serviço de Pediatria do HospitalDistrital de Viseu. Tratou-se, sem dúvida, de umainiciativa louvável e uma experiência enri-quecedora para os jovens alunos do 5.º C.

Professores estagiários de EVT

A turma do 8.º B realizou, nopassado dia 31 de Março, a exposição“Caras e Cores de África”. Esteevento, orientado pelo professorPaulo Costa e organizado no âmbitoda disciplina de Formação Cívica, tevecomo objectivo demonstrar a todos osalunos e professores do Colégio daVia-Sacra que África é um continentepobre, mas rico em culturas etradições. Esta exposição, elaboradacom imagens alegres e de sofrimento,retratou um povo diferente mas igualao nosso. Os artesanatos africanosque completavam a exposição foramdignos da admiração geral.

Alunos do 8.º B

Turma do 5.º C oferece bonecos à pediatria do Hospital de ViseuTurma do 5.º C oferece bonecos à pediatria do Hospital de ViseuTurma do 5.º C oferece bonecos à pediatria do Hospital de ViseuTurma do 5.º C oferece bonecos à pediatria do Hospital de ViseuTurma do 5.º C oferece bonecos à pediatria do Hospital de Viseu

Exposição “Caras e Cores de África”

7ECOS da VIA-SACRA

NNNNNOTÍCIAS do OTÍCIAS do OTÍCIAS do OTÍCIAS do OTÍCIAS do CCCCCOLÉGIOOLÉGIOOLÉGIOOLÉGIOOLÉGIO

Desporto EscolarDesporto EscolarDesporto EscolarDesporto EscolarDesporto Escolar

No presente ano lectivo, o Colégio da Via-Sacra participou nos quadroscompetitivos do Desporto Escolar nas modalidades de Andebol, nos escalõesde Infantis, Iniciados e Juvenis Masculinos; no Futsal, nos escalões de InfantisMasculinos e Iniciados Masculinos e Femininos; no Ténis de Mesa, nosescalões de Iniciados e Juvenis Masculinos e Femininos.

O desempenho dos nossos alunos foi bastante positivo, pois estiveramsempre em destaque nas competições onde participaram. Se no aspectopuramente desportivo tudo correu de feição, o mesmo se pode dizer dosmomentos de convívio, amizade e união que se proporcionaram ao longo doano. Não poderíamos deixar de realçar a excelente prestação das alunas noescalão juvenil de Ténis de Mesa, que não se fizeram rogadas e arrebataramos quatro primeiros lugares na fase do CAE de Viseu, conseguindo oapuramento por equipas para a fase regional.

Seguem-se as classificações obtidas pelas equipas do Colégio nosdiversos escalões e modalidades.

Desporto

Andebol

Infantis masculinos (séries) – 1.ºlugar // (inter-escolas) – 1.º lugar

Iniciados masculinos (séries) – 2.ºlugar na série A; 3.º lugar na fasefinal // (inter-escolas) – 3.º lugar

Juvenis masculinos (séries) – 4.ºlugar // (inter-escolas) – 1.º lugar

Juvenis/juniores (inter-escolas) – 4.ºlugar

Futsal

Infantis masculinos – 1.º lugar nasérie A

Iniciados masculinos – 2.º lugar nasérie C

Iniciados femininos – 3.º lugar nasérie B

Ténis de Mesa

Classificações por Equipas

Iniciados femininos – 1.º lugar (apurados para a faseregional)

Juvenis femininos – 1.º lugar (apurados para a faseregional)

Iniciados masculinos – 1.º lugar na série B; finalistavencido no apuramento para a fase regional

Juvenis masculinos – 2.º lugar na série B

Classificações Individuais

Iniciados femininos – 2.º lugar - Marta Almeida; 6.º lugar- Ana Catarina

Juvenis femininos – 1.º lugar - Carina Santos; 2.º lugar- Patrícia Santos; 3.º lugar - Ana Luís; 4.º lugar -Diana Ferreira

Iniciados masculinos – 4.º lugar - João Soares

Grupo de Educação Física

8 ECOS da VIA-SACRA

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Classificações:Classificações:Classificações:Classificações:Classificações:

2.º Ciclo2.º Ciclo2.º Ciclo2.º Ciclo2.º Ciclo

1.º - João Pedro Santos, 6.º B2.º - Rodrigo Andrade, 6.º B3.º - Gonçalo Simões, 6.º B4.º - Tiago João Figueiredo, 6.º A

3.º Ciclo3.º Ciclo3.º Ciclo3.º Ciclo3.º Ciclo

1.º - Guilherme Silva, 7.º A2.º - José Pedro, 7.º B3.º- Nuno Filipe, 8.º C

Classificação finalClassificação finalClassificação finalClassificação finalClassificação final1.º- 6.º A2.º- 6.º B3.º- 5.º A4.º- 5.º C

Melhores marcadorasMelhores marcadorasMelhores marcadorasMelhores marcadorasMelhores marcadoras

1.ª Leonor, 5.º A, 13 golos2.ª Mafalda, 5.º A, 10 golos3.ª Ana Isabel, 6.º A, 6 golos

Torneio do 3.º Ciclo – Femininos

Meias-finaisMeias-finaisMeias-finaisMeias-finaisMeias-finais

9.º A vs 9.º B – 1-1(1- 0 após grandes penalidades)9.º D vs 9.º E – 1-2

FinalFinalFinalFinalFinal

9.º A vs 9.º E – 2-2(2- 3 após grandes penalidades)

Melhores marcadorasMelhores marcadorasMelhores marcadorasMelhores marcadorasMelhores marcadoras

1.ª Carina, 9.º A, 9 golos2.ª Vanda, 9.º D, 6 golos3.ª Graça, 9.º E, 5 golos

Campeonato do 2.º Ciclo-Femininos

84

2 8Jogo do 24Jogo do 24Jogo do 24Jogo do 24Jogo do 24

A Desportiva Viseense, Lda

Lojas:Av. Alberto Sampaio, 58-61Telef. 232 437 2083510-030 VISEU

DESPORTIVA IIRua Direita, 98

Telef. 232 435 1743500-115 VISEU

Artigos para DesportoRua Alexandre Herculano, 325

VISEUwww.shavan-sport.com

Adidas Lois Sanjo Bad Boy No Fear Diadora Scorpion Bay Lotto Fila Asics Rucanor

Playlife Killer Loop Banana Moon RemateVantagem Penalty Maui and Sons Benfica

9ECOS da VIA-SACRA

NNNNNOTÍCIAS do OTÍCIAS do OTÍCIAS do OTÍCIAS do OTÍCIAS do C C C C COLÉGIOOLÉGIOOLÉGIOOLÉGIOOLÉGIO

Classificação finalClassificação finalClassificação finalClassificação finalClassificação final1.º- 6.º A2.º- 6.º B3.º- 5.º B4.º- 5.º C5.º- 5.º A

Melhores marcadoresMelhores marcadoresMelhores marcadoresMelhores marcadoresMelhores marcadores

1.º André, 6.º A, 25 golos2.º Rui Pedro, 5.º C, 11 golos3.º Luís, 6.º A, 10 golos

3.º Ciclo3.º Ciclo3.º Ciclo3.º Ciclo3.º Ciclo

Meias-finaisMeias-finaisMeias-finaisMeias-finaisMeias-finais

9.º A vs 9.º E – 13-29.º D vs 9.º B – 5-3

3.º e 4.º lugares3.º e 4.º lugares3.º e 4.º lugares3.º e 4.º lugares3.º e 4.º lugares

9.º E vs 9.º B – 2-2(1-3 após grandes penalidades)

FinalFinalFinalFinalFinal

9.º A vs 9.º B – 5-3

Melhores marcadoresMelhores marcadoresMelhores marcadoresMelhores marcadoresMelhores marcadores

António, 9.º A - 40 golosDavid, 9.º B - 11 golosTiago Moita, 9.º B - 9 golos

Torneio de Futebol de PrimaveraTorneio de Futebol de PrimaveraTorneio de Futebol de PrimaveraTorneio de Futebol de PrimaveraTorneio de Futebol de Primavera

Campeonato-Masculinos

2.º Ciclo

10 ECOS da VIA-SACRA

EEEEENTREVISTA com ...NTREVISTA com ...NTREVISTA com ...NTREVISTA com ...NTREVISTA com ...

Carlos Alberto de Sousa Lopes nasceuno ano de 1947, na aldeia de Vildemoinhos,bem próxima de Viseu. Desde cedo noLusitano, o clube da terra que o viudespontar para o desporto, demonstrou asua vocação para o atletismo. A suacarreira, verdadeiramente notável, plena devitórias, consagrou-o como um dossímbolos nacionais e, naturalmente, comoa figura mais emblemática da cidade deViseu. No nosso Colégio, inclusive, existeuma sala em sua homenagem, a LudotecaCarlos Lopes.

Depois de alguns êxitos com oemblema do Lusitano, surge-lhe em casa,no decurso do ano de 1967, um emissáriodo Sporting Clube de Portugal. Estava dadoo mote para um percurso desportivo,nacional e internacional, a todos os níveisinvejável. 1976 é o ano em que vence, pelaprimeira vez, uma competiçãointernacional: o Campeonato do Mundo deCorta-Mato. A partir daí, o seu desempenhoao mais alto nível projecta-o como omaratonista mais completo de todos ostempos. O ponto mais alto seria atingidocom a vitória na maratona dos JogosOlímpicos de 1984, na cidade de LosAngeles, e o estabelecimento da marcaolímpica que até agora não foi batida.Nesse mesmo ano, é eleito o melhor desportista mundial, e o Rei de Espanha,D. Juan Carlos, atribui-lhe a Grã Cruz da Ordem do Infante. No ano de 1985, jácom 38 anos, granjeia o título de Campeão do Mundo de Corta-Mato e estabeleceum novo record do mundo na Maratona de Roterdão.

A Ecos, perante a proximidade dos Jogos Olímpicos, no ano em que elesregressam às origens, Atenas, não perdeu a oportunidade de ouvir Carlos Lopes.Esperamos que, nesta entrevista, as suas palavras possam ajudar a incutir nosjovens de hoje o valor do esforço e da dedicação, fundamentais para o sucesso.

11ECOS da VIA-SACRA

Ecos da Via-Sacra - Fale-nos umpouco da sua juventude em Vildemoinhose da forma como nasceu o gosto pelodesporto e particularmente peloatletismo.

Carlos Lopes - Foi uma juventudeigual à de todos os jovens das aldeiasdos arredores de Viseu. Tudo se faziapara criar momentos de distracção e deconvívio. O desporto, em particular aprática do atletismo nasceu precisamentedo gosto de corrermais que os outros.Surgiu, então, aequipa do Lusitano deViledemoinhos, naqual começámos aganhar por equipas.As vitórias deram-nosmais força moral para continuar. Éramosuma família. Foi bonito.

EV - Como é que a sua família reagiuperante a vocação pelo desporto?

CL - A família reagiu muito bem,porque comecei por ganhar provas emque participava, e isso ajudou imenso.

EV - O que sentiu quando o Sportingo veio buscar à aldeia de Vildemoinhos?Como se processou esse salto para umgrande clube?

CL - A ida para Lisboa foi uma grandealegria — porque era sportinguista — esignificava uma oportunidade única paraa minha realização pessoal. Os dirigentesdo Lusitano tiveram um papel importante,não impondo obstáculos à minha partidapara a capital.

EV - As diferenças entre Viseu eLisboa eram naturalmente muitas. Amudança foi difícil?

CL - Diferenças houve de factoalgumas, nomeadamente na alimenta-ção, ambiente e transportes: tudo eramuito longe e difícil. Mas nunca fui defugir às minhas responsabilidades.Aguentei tudo, porque a minha ambiçãoera ainda maior.

EV - De que forma conjugou otrabalho com os treinos para a altacompetição?

CL - A sua conciliação foi muitocomplicada nos pri-meiros anos. Levan-tava-me muito cedo eos treinos eram muitotarde, mas a vontadeera muita, e tudosuperei com alegria,com determinação e

com gosto pela corrida.EV - Que diferenças encontra

actualmente nas condições de treino deum atleta?

CL - As diferenças de treino sãomuitas. A informação técnica e asciências do desporto sofreram grandeevolução nos últimos anos. Penso atéque as minhas vitórias ajudaram, aindaque modestamente, a uma maiorinformação sobre o desporto emPortugal. Ser campeão olímpico não estáao alcance de todos.

EV - Lembra-se da sua primeiravitória numa grande competição? Écapaz de nos descrever o que sentiu?

CL - A minha primeira vitória numagrande competição foi no Campeonatodo Mundo em 1976. Todo o mundo ficousurpreendido pela forma fácil comoganhei. Mesmo eu tive dificuldade em

Carlos LopesCarlos LopesCarlos LopesCarlos LopesCarlos Lopes

“Não façam do desporto uma formade vida, mas sim de convívio e prazer,porque a formação académica é muitomais importante e será sempre o guiado futuro.”

12 ECOS da VIA-SACRA

explicar tudo. Essa vitória facilitou maistarde a minha tarefa nos Jogos Olímpicosde Montreal. Valeu a pena todo o trabalhofeito em 1976.

EV - Recorda-se de algum momentoparticularmente difícil na sua carreira?Como o superou?

CL - 1977 foi o ano do Campeonatodo Mundo de Cross. Sentia já grandesdificuldades, devido a problemas notendão de Aquiles. Depois doCampeonato, parei cerca de três anos.Deram-me como acabado para oatletismo. Fiz uma travessia no deserto,mas ganhei nova forma de estar namodalidade. Aprendi muito e fiquei asaber quem eram de facto os amigos.

EV - Os JogosOlímpicos de1984, realizadosem Los Angeles,foram sem dúvidaum grande mo-mento para si,para a sua família,para Portugal epara o mundo des-portivo. Gostaríamos que nos falassedesse momento: das dificuldades, dosapoios que antecederam a vitória e dasreacções que se seguiram.

CL - Ser campeão olímpico foi, semdúvida, o mais marcante de toda a minhahistória desportiva, assim como dahistória de Portugal no mundo dodesporto. Naturalmente, senti muitasdificuldades. Os apoios que tive foramquase exclusivamente do Sporting,instituição que sempre apostou forte no

atletismo, através do homem forte e técnicodo clube, o professor Moniz Pereira.

EV - Gostaria de destacar algumapessoa do mundo do desporto que tenhacontribuído decisivamente para a suaformação enquanto homem e desportista?

CL - Três pessoas a destacar: oprofessor Sarmento de Viseu, RaimundoMendes do Sporting, e o professor MonizPereira, de todos o mais conhecido nomundo do desporto. Valeu a pena conhecercada um deles.

EV - Que esperanças tem em relaçãoao desempenho dos atletas portuguesesnos Jogos Olímpicos de Atenas?

CL - Tenho esperança numa granderepresentação e num grande desempenho

de todos os atletasportugueses emAtenas. Quanto amedalhas, essassão muito difíceis.Vamos aguardar.

EV - Que men-sagem pretendedeixar aos nossosjovens alunos e em

especial àqueles que ambicionam por umacarreira no mundo do desporto?

CL - Pretendo deixar-lhes estamensagem: Pratiquem um desporto! Nãofaçam do desporto uma forma de vida, massim de convívio e prazer, porque aformação académica é muito maisimportante e será sempre o guia do futuro.Eu nunca deixei de trabalhar e nunca deixeide fazer grandes resultados a nívelmundial. É apenas um alerta para todos osjovens.

EEEEENTREVISTA com ...NTREVISTA com ...NTREVISTA com ...NTREVISTA com ...NTREVISTA com ...

Carlos LopesCarlos LopesCarlos LopesCarlos LopesCarlos Lopes

13ECOS da VIA-SACRA

Sonhei….Sonhei….Sonhei….Sonhei….Sonhei….

Sonhei que acordava numa praiaCheia de areia brilhanteCom o mar transparenteE um sol radiante

As ondas eram pequenasA areia estava quenteE a brisa fazia frenteA quase toda a gente

Joana Filipa 8.º B

Férias de VerãoFérias de VerãoFérias de VerãoFérias de VerãoFérias de Verão

Das férias de Verão,Ai que saudades eu tenho!De ir a correr para a praiaE tomar um bom banho!

Férias de Verão,Que mais queriam ter?É a melhor coisaPara a escola esquecer.

Ficamos todos contentesCom a chegada do Verão:Mar, sol, calor,Não há nada melhor!

As férias de VerãoVamos aproveitar,Porque logo depois:A escola irá começar.

Andreia Figueiredo, 8.º C

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EEEEESCRITASCRITASCRITASCRITASCRITA

14 ECOS da VIA-SACRA

A luz do marIlumina-me atravésDa escuridão da noite.Pensando em te amarSoltam-se palavrasE o tempo páraPara me ouvir pensar.Tento seguir o coração…Mas, cheio de incertezas,Não dá para ouvir.Os meus pensamentosLembram-me teu rosto,Olhando para mim a sorrir.O teu nome faz-me estremecer,E o meu coração começa a acelerar…Será que estou a enlouquecerOu será que me estou a apaixonar?

Joana Carolina, 8.º B

Um amigo…Um amigo…Um amigo…Um amigo…Um amigo…

Quando me sinto triste,Tenho sempre alguém que mepode ajudar,Um amigo de perto, um amigo delonge,Um amigo que está sempreguardado no coração.

Um amigo sabe ouvir,Um amigo é alguém que devemospreservar,Pois é com eleQue sempre podemos contar.

Magda Isabel, 8.º C

EEEEESPAÇO para aSPAÇO para aSPAÇO para aSPAÇO para aSPAÇO para a E E E E ESCRITASCRITASCRITASCRITASCRITA

Noite SinceraNoite SinceraNoite SinceraNoite SinceraNoite Sincera

15ECOS da VIA-SACRA

A aventura do Senhor Desastrado

Certo dia, o Senhor Desastrado, como era conhecido,resolveu mudar de aldeia, pois ele constantemente provocavadesastres e, por isso, todos o odiavam. Seguiu caminho pelafloresta, onde pôs os animais todos em alvoroço devido aosacidentes que provocava. As pessoas da aldeia, conhecedorasdo assunto, resolveram montar-lhe uma armadilha para verse o aprisionavam e, desse modo, impediam que eleprovocasse mais acidentes. Depois de tanto trabalho, aarmadilha estava pronta, mas de nada valeu, pois o SenhorDesastrado perdeu-se e optou por um caminho diferente,safando-se, sem querer, da armadilha.

Os dias passavam e o cansaço de tanto caminhar eracada vez maior. Sentia-se mais só e, à noite, olhavaconstantemente para as estrelas e perguntava a si próprio:

— Por que é que não posso voar? Se pudesse, iria tercom as estrelas.

Mas, numa noite de brisa fresca, no escuro céu, viu umaluz fora do comum. Nesse mesmo instante, reparou que a luzse aproximava cada vez mais. Pouco tempo depois, estavaperante um ser muito estranho que nunca tinha visto ou ouvidofalar. O ser levou-o a visitar o longínquo espaço onde o SenhorDesastrado há muito tempo desejava ir…

Quando regressou, como que por magia,começou a prestar mais atenção aos outros, oque o tornou num homem mais feliz. Contudo,não quis voltar para a aldeia, porque lá nãotinha amigos. Por esta razão, foi viver para acidade. Lá tornou-se uma pessoa muito co-nhecida, graças à solidariedade que tinha paracom os outros, principalmente para com osmendigos.

Foi assim a mudança do Senhor De-sastrado, que se tornou num ser mais solidárioe prudente.

João Miguel, 5.º B

EEEEESPAÇO para a SPAÇO para a SPAÇO para a SPAÇO para a SPAÇO para a EEEEESCRITASCRITASCRITASCRITASCRITA

16 ECOS da VIA-SACRA

EEEEESPAÇO para aSPAÇO para aSPAÇO para aSPAÇO para aSPAÇO para a E E E E ESCRITASCRITASCRITASCRITASCRITA

O Labirinto da VidaO Labirinto da VidaO Labirinto da VidaO Labirinto da VidaO Labirinto da Vida

A vida é como um labirinto,Nunca sabemos o caminho certo:Há obstáculos e precipícios,Um temível futuro incerto.

Pressentimos o perigo,Sem nunca para trás olhar,Pois o passado vividoJamais se poderá apagar.

Um colossal acontecimentoÉ como um furacão,Pois altera o principal sentimento,Que habita o coração.

Esse sentimento é o amorDo qual não consegues escapar,Pois, se algum dia te apanhar,Nunca irás conseguir regressar.

Esse sentimento é…O único que move montanhas,Que altera o rumo de todas as vidas,Mesmo das mais estranhas.

Melissa Figueiredo, 8.º C

Sonhei…Sonhei…Sonhei…Sonhei…Sonhei…

Sonhei em temposPoder num palco dançarE uma bailarina ser,Para todos encantar.

Mas, esse sonho ultrapassei.Quis de animais tratar,Pois veterinária foi o que desejeiE de animais sempre gostei.

Mas depois de pensar,Em cantora me imaginei.Como não sei cantar,De ideia mudei.

E ao longo dos anosEu estive a imaginarQual seria a profissãoQue iria realizar.

Foi então que decidiEm actriz me transformar,Mas fui obrigada a desistir,Pois futuro não me iria dar.

Os tempos mudaramE os sonhos também.E agora! o que serei?Não sei….

Joana Carolina, 8.º B

17ECOS da VIA-SACRA

Liberdade: da semente à vidaLiberdade: da semente à vidaLiberdade: da semente à vidaLiberdade: da semente à vidaLiberdade: da semente à vida

Somos livres como o Sol do diaE livres como as estrelas da noiteE somos livres quando não há Sol,nem Lua, nem estrelas…Somos livres quando fechamos osolhos ao mundo!A liberdade termina no infinito:

Oceanos e mares,Ondas sem fim…Liberdade de sonharCom um mundo assim!

Livre, livre é o vento…Que percorre todos os vales emontes;Livre é a águaQue nasce em todas as fontes.

Livre é o pensamentoQue voa pela imaginação;Livre é o sentimentoQue brota do coração.

Livre é a semente que germina…Que cresce e amadureceE se torna na vida:Vida a crescer!

Vilma Silvestre, 8.º A

EEEEESPAÇO para a SPAÇO para a SPAÇO para a SPAÇO para a SPAÇO para a E E E E ESCRITASCRITASCRITASCRITASCRITA

Teus lábios docesDe vermelho vou pintar,Colorir minha almaPara teu rosto contemplar.

De verde ou azulTeus olhos vou colorir,Desenhar teus lábiosPara que possas sorrir.

Vou esboçar teu corpoPara que te possa contemplar,Percorrer tua belezaE nos teus sonhos penetrar.

Marta Lopes, 8.º C

18 ECOS da VIA-SACRA

Na escola, e citando Daniel Sam-paio, “não se estuda apenas, vive-se empermanente contacto com colegas eprofessores, num jogo de interacçõesextremamente rico, que pode levar aobem-estar ou pelo contrário ser fonte deinúmeros problemas psicológicos”.(Sampaio, 1997)

É na escola que crianças e adoles-centes passam grande parte do dia,tornando-se assim um lugar de extremaimportância para o desenvolvimento dacriança e/ou adolescente. A escola é,pois, um espaço privilegiado onde osjovens podem falar, ser ouvidos, escla-recer dúvidas, reflectir, crescer!

De facto, a escola não é só oestabelecimento onde se ensina. É,fundamentalmente, um espaço derelações (de crianças e adolescentes

uns com os outros, com os adultos,da escola com a família, da escolacom a sociedade em geral). É todoeste envolvimento relacional que tornaa escola tão particular...

Talvez por isso, no final de cadaano, apesar do cansaço, somosinvadidos por sentimentos e emoçõesdifíceis de pôr no papel... Um mistode saudade (muitos deles já nãovoltam), de alegria (chegaram ao fimde mais uma etapa), de receio e deangústia (o novo caminho que seenceta), de orgulho (participam,triunfam). Ao longo do ano caíram,choraram, lutaram, mas penso queconseguiram soltar-se a voar; voarpara crescer em liberdade!

Sofia Pereira,Psicóloga

A EscolaA EscolaA EscolaA EscolaA EscolaAprender a Crescer…Aprender a Crescer…Aprender a Crescer…Aprender a Crescer…Aprender a Crescer…

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19ECOS da VIA-SACRA

O Olimpismo

O perfil vocacional pedagógico dePierre de Coubertin impulsionou-o avalorizar o desporto como um elementobásico na formação do indivíduo,afirmando que a sua prática não deviaser considerada “como um objecto deluxo, nem uma actividade para ociosos,nem sequer uma compensaçãomuscular ao trabalho cerebral. É,definitivamente, património de todospor igual e a sua ausência não podesubstituir-se por nada.”

A celebração dos Jogos Olímpicosfoi valorizada por Coubertin como oelemento mais destacado e notório doOlimpismo. “Os Jogos Olímpicos –dizia em 1906 – não são uns simplesCampeonatos Mundiais, mas umaautêntica festa quadrienal da “prima-vera humana”, a festa dos esforçosapaixonados, das ambições múltiplase de todas as formas de actividadejuvenil de cada geração, que apareceno limiar da vida”.

A sua definição de Olimpismo tinhaquatro princípios que eram bemdistintos de uma simples competiçãodesportiva:

· Ser uma religião: aderir ao idealda busca de uma vida superior, pro-curar perfeição.

· Representar uma elite, cujasorigens são iguais e demonstramqualidade moral.

A maior manifestação desportiva,no virar do século XIX para o século XX,foi a reconstituição dos Jogos Olímpi-cos, no ano de 1896, em Atenas, naGrécia. O grande impulsionador dosJogos Olímpicos foi Pierre de Coubertin(1863-1937), aristocrata francês,intelectual e humanista.

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20 ECOS da VIA-SACRA

· Criar o maior festival de Verão dahistória do homem.

· Glorificar a beleza do envolvimentona filosofia e arte dos jogos.

Como símbolo de paz e de uniãodos povos dos cinco continentes, foiinstituída, em 1920, nos Jogos Olím-picos de Anvers, na Bélgica, a bandeiraolímpica: “Estes cinco anéis, azul,amarelo, verde, vermelho e negro,representam as cinco partes do mundounidas em frente do Olimpismo eprestes a aceitar fecundas rivalidades.”Além disso, as seis tonalidadescombinadas (compreendendo tambémo fundo branco) representam as coresdas bandeiras de todas as nações semexcepção.

Em 1928, foi introduzida outratradição nos Jogos Olímpicos deAmesterdão, na Holanda: a chamaolímpica, que arde enquanto duram osjogos. Em 1936, também pela primeiravez, foi transportado o facho olímpicopor atletas que se sucediam ao longodo percurso, desde Olímpia, na Grécia,até Berlim, na Alemanha.

���Definir o “espírito”, seja ele qufor, não é tarefa muito simples. �Mas o“espírito olímpico”� tem algumascaracterísticas fáceis de apontar. Umadelas, com certeza, é o desejo desuperação.

��Ao longo de toda a sua vida, osatletas empenham-se em desafiar os seuspróprios limites e em estender acapacidade da raça humana. O objectivoé serem “mais rápidos”, irem “mais alto” eserem “mais fortes” (o lema olímpico“Citius, altius, fortius”).

O desporto em geral e o Olimpismo emparticular são hoje fenómenos de âmbitocultural e social com importância à escalaplanetária.

Mesmo os que não se interessam nemseguem os acontecimentos desportivos,dada a presença maciça nos órgãos daComunicação Social, especialmente nosaudiovisuais, não ignoram os factos maisimportantes e não deixam de, em algummomento, acompanhar os eventos maisimportantes, nomeadamente os JogosOlímpicos.

O Olimpismo é um estado de espírito,uma filosofia que engloba uma concepçãoparticular do desporto moderno. Aopropagar-se, o desporto contribuiu para odesenvolvimento do indivíduo e dahumanidade em geral. A filosofia olímpica,para além da sua essência eminentementepacifista, busca o estabelecimento derelações internacionais de cordialidade. Osideais do Olimpismo são a participação emmassa, o papel educacional do desporto,o espírito desportivo, o intercâmbio culturale a excelência.

Saudações Desportivas!!!

Prof. Pedro Figueiredo

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21ECOS da VIA-SACRA

Nesta casa amarela de pedras frias,São muitas as memórias que não possoesquecer,Os medos de quando era pequeninaE os sonhos que fui realizando.Agora desejo “voar” para outra escola,Mas não quero esquecer o ninho,Pois o mundo lá fora não vai ser tão fácilcomo anseio. Francisca Palhares, 9.º A

Cinco anos inesquecíveis passámos nesta casa, convivendo com esta família. Comoem todas as famílias, problemas não faltaram, mas, quando reflicto, vejo que essesproblemas me foram úteis. Ajudavam-me a ser mais responsável a cada dia quepassava. Devo muito ao Colégio da Via-Sacra. É com saudade que vou ter de partir.

Pedro Santos, 9.ºA

Nestes cincos anos, aprendemosa crescer com sentido de respon-sabilidade. A criança ingénua deulugar aos jovens que somos, jovenscheios de vontade de enfrentar a vidae o futuro que nos espera para lá dasparedes desta casa. Ano após ano,entre alegrias e tristezas, medos,inseguranças e erros, o Colégioajudou-nos a ultrapassar uma etapatão difícil das nossas vidas. Esta casafoi para nós um espaço de apren-dizagem, de responsabilidade, deconvívio, de crescimento e deamadurecimento.

A turma do 9.º A

Falar do tempo que frequentámos oColégio é falar duma parte muitoimportante das nossas vidas. Habitual-mente, diz-se que as coisas boas passamdepressa. De facto, assim aconteceu, poisestes cinco anos passaram a voar.Entrámos como miúdos ingénuos,conhecemos outros colegas, professorese funcionários que fizeram com que anossa personalidade começasse a mudarà medida que crescíamos. Agora, ao fimde cinco anos, reparamos que tambémestamos mais adultos, mais sérios e quenos compete ultrapassar com sucessoesta etapa, para nos prepararmos para ofuturo que aí vem.

Fábio Santos, 9.º A

Impressões de cinco anos, vividas e sentidas no ColégioImpressões de cinco anos, vividas e sentidas no ColégioImpressões de cinco anos, vividas e sentidas no ColégioImpressões de cinco anos, vividas e sentidas no ColégioImpressões de cinco anos, vividas e sentidas no Colégio

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22 ECOS da VIA-SACRA

As duas guerras que destruíram aEuropa na 1.ª metade do século XXderam lições importantes. Algunspolíticos europeus tomaram cons-ciência de que era necessário construiruma união entre os países europeuscom a finalidade de colaboraremestreitamente para a paz e o desen-volvimento.

O primeiro passo para a criação daUnião Europeia foi dado por RobertShuman, ministro francês dos NegóciosEstrangeiros, que, na sua declaraçãode 9 de Maio de 1950, propôs a criaçãode uma associação para a produção econsumo do carvão e do aço. Nasceuassim a CECA em 1951, que envolveuos países da França, Alemanha, Itáliae os três países da Benelux (Bélgica,Holanda e Luxemburgo).

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Em 1957, os seis países da CECAassinaram em Roma um tratado queinstituiu a CEE (Comunidade EconómicaEuropeia), que criou um mercadocomum, através do qual passaram a serabolidas as taxas para a circulação demercadorias, pessoas e capitais.

Em 1993, assinou-se o Tratado deMaastricht. Este Tratado foi uma autên-tica reforma aos tratados de Roma ondese alterou inclusivamente o nome daComunidade (deixou de ser CEE epassou a ser UE). Este tratado fixoualgumas ideias, como a criação de umamoeda única (Euro) e a instituição deuma verdadeira cidadania europeia,permitindo a todos os cidadãos, mesmonão sendo nacionais, votar nas eleiçõesmunicipais e europeias dos países onderesidem.

23ECOS da VIA-SACRA

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A adesão a esta comunidade foifaseada: em 1957, a Europa dos seis(França, Alemanha, Itália, Bélgica,Holanda e Luxemburgo); em 1973, aEuropa dos nove (Reino Unido, Irlanda,Dinamarca); em1981, a Europa dos dezcom a adesão da Grécia; em 1986, aEuropa dos doze com as adesões dePortugal e Espanha; em 1995, a Europados quinze com as adesões da Áustria,Finlândia e Suécia; em 2004, a Europados vinte e cinco com a adesão daPolónia, Lituânia, Letónia, Estónia,República Checa, Eslováquia, Hungria,Eslovénia, Chipre e Malta.

Os efeitos benéficos do processo deintegração e da criação do mercadocomum não se estenderam a todas asregiões e sectores de actividade,registando-se ainda desequilíbrios a

nível regional. Esta situação exige umesforço de solidariedade comunitáriaque procure reduzir os desequilíbrios,tendo sido criados diversos fundosestruturais. São exemplos destesfundos a PAC, FEDER e FSE. Asverbas que têm sido transferidasatravés destes fundos estruturaisconstituem, assim, instrumentos dedesenvolvimento das regiões ematraso, ajudando na reconversão daszonas industriais em declínio, nainserção profissional dos jovens e namodernização das estruturas agrárias.

Sabias que…Em 2007 vai haver uma nova

adesão?!

Alunos do 9.º B

O Alargamento da União Europeia

24 ECOS da VIA-SACRA

No próximo ano lectivo, vai apareceruma nova disciplina de carácterobrigatório, com avaliação quantitativa,no nono e décimo anos de escolaridade,com o nome de Tecnologias da Informa-ção e Comunicação (TIC’s), constituindouma componente do plano de estudosdo nosso Sistema Educativo, tendo emvista a formação global de cada cidadãonesta nova realidade do quotidiano.

Todos nós já lidamos com as novastecnologias há alguns anos a esta parte,sem nunca nos termos apercebido, umavez que sempre fomos associando asnovas tecnologias ao uso doscomputadores e, como tal, a algodestinado à geração mais nova. Estasideias estão, na verdade, desactua-lizadas. Basta verificar que quase todaa gente tem um cartão multibanco e jáutilizou uma das milhares de caixasespalhadas pelo mundo fora. Pois entãojá não se deve sentir um “infoexcluído”,palavra criada nos finais da década denoventa, uma vez que já trabalha comum computador: um teclado onde marcao código, escolhe a tarefa a realizar,verifica os dados no monitor, mandaimprimir recibos numa impressora,ordena à máquina que lhe dê dinheiro,se tiver saldo; utiliza a internet paraactualizar as suas contas na própriahora. Realizamos estas tarefas vezessem conta, no nosso dia-a-dia, sem nosapercebermos que estamos a utilizar umcomputador.

Mas, então, as novas tecnologias dainformação e comunicação serão sóisto? É apenas isto que irá ensinar-se?Se atendermos à palavra TIC’s, verifi-camos que, em menos de cinco anos,observámos uma evolução detecnologias da informação (TI) paratecnologias da informação e comu-nicação — o conjunto integral dosprocedimentos (tecnologias) quepermitem o tratamento genérico dainformação por via da informática,nomeadamente na sua edição, criação,procura e distribuição em termos derede.

Assim, as TIC’s englobam, para alémda informática propriamente dita, áreascomo a da burótica (uso das TIC’s noescritório – do francês Bureau), a datelemática (combinação das telecomu-nicações com a informática), a docontrolo e da automação (processos deprodução industrial controlados pormeios informáticos), a da domótica (asTIC’s na gestão da casa), a da biometria(medir de forma digital característicasfísicas), entre outros ramos.

Deste modo, e para o ano lectivo de2004/2005, o programa do nono e dodécimo anos será o mesmo, uma vezque os alunos que vão para o décimoano ainda não tiveram contacto com estadisciplina no ano que terminaram. Nonono ano, esta disciplina terá um blocode noventa minutos; no décimo, doisblocos de noventa.

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25ECOS da VIA-SACRA

O programa da disciplina pressupõeque exista uma sala equipada com catorzecomputadores, um servidor, uma impres-sora, um projector de vídeo e três web-cams, e o programa para o nono ano temtrês unidades essenciais no âmbito dasTecnologias da informação e Comu-nicação: a primeira prende-se com a expli-cação da estrutura básica e do funciona-mento de um computador, do sistemaoperativo em ambiente gráfico e danavegação na internet; a segunda unidadeserá voltada para o processamento detexto; e a terceira, para a criação deapresentações. Nas unidades alternativas,teremos o sistema operativo Linux, a folhade cálculo e a criação de páginas web.

Com a nova disciplina, colocam-segrandes questões, às quais só o tempopoderá responder. Adivinham-se, contudo,desde já algumas situações complexas,como, por exemplo, a heterogeneidadedas turmas face à utilização do com-putador — alunos com e sem acesso, emcasa, ao computador e à internet — ou oexcessivo número de alunos por sala.

Prof. Cláudio Magno

Tecnologias da Informação e Comunicação

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Seguiam num carro três engenheiros: um electrotécnico, umelectrónico e um informático. A uma dada altura, o carro foi a baixo enão quis pegar mais. O engenheiro electrónico diz:

- Isso é da ignição electrónica.O electrotécnico:- Isso é da bateria.O informático:- Vamos sair do carro, voltar a entrar e ligar a chave.

26 ECOS da VIA-SACRA

Aristides de Sousa Mendes nasceuna localidade de Cabanas de Viriato, a 19de Julho de 1885. Após a licenciatura emDireito na Universidade de Coimbra, iniciaa carreira diplomática. Depois de missõesem várias partes do mundo, acabatransferido para Bordéus, em1 de Agosto de 1938. É aquique ocorre o acontecimentoque vai marcar o seu nomenas páginas da história.

Em 1940, a França foiinvadida pelas tropas nazis,o que levou a que milhões derefugiados, sobretudo ju-deus, acorressem aosudoeste francês, na ânsiade passarem para Espanhae fugirem aos horrores daAlemanha nazi, algo só pos-sível com visto para Portugal.Contrariando ordens deSalazar, que tinha ordenado para nãoserem passados vistos a judeus eantifascistas, Aristides de Sousa Mendeslavra milhares de vistos, salvando outrostantos seres humanos de morte certa. Asua compaixão por estes homens emulheres era tal que a sua própriaresidência de Bordéus estava apinhadade refugiados que se tinham acolhidodebaixo do seu tecto. Daqui partiam paraPortugal, permanecendo na sua casa de

Cabanas de Viriato até conseguiremembarcar para outros continentes.

Como alguém escreveu, Sousa Mendes,perante o conflito entre o apelo ao dever e oapelo da consciência, seguiu a suaconsciência e desobedeceu às instruções do

seu Governo. Sousa Men-des era um homem deprincípios. Assim, quandomilhares de vidas humanasna Europa estavam emgrande perigo, ele deuprioridade ao apelo da suaconsciência. Por defenderos Direitos Humanos, foiexpulso da carreira diplo-mática.

Destituído e na miséria,morre a 3 de Abril de 1954,no Hospital da OrdemTerceira, em Lisboa. Depoisda sua morte, a sua casa de

Cabanas de Viriato foi vendida por causade dívidas que não tinham sido pagas.

Após anos de esquecimento intencional,foi criada na sua antiga residência aFundação Aristides de Sousa Mendes —presidida pela Dr.ª Maria Barroso —, que visatornar-se num centro para a promoção dosdireitos humanos. No 50.º aniversário da suamorte, várias têm sido as iniciativas quevisam apresentar a atitude de Sousa Mendescomo uma lição para todos nós.

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ARISTIDES DE SOUSA MENDES(19.07.1885 – 03.04.1954)

A Personalidade

Em memória do homem que salvou milhares de judeus durante a 2.ª GuerraMundial

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27ECOS da VIA-SACRA

Parabéns, Rita!

“Parabéns, Rita” é um livro da autoria de Maria Teresa Maia Gonçalves,uma das minhas autoras favoritas.

Rita, de quinze anos, entra no mundo da adolescência. Recebe de umhomem uma prenda inquietante. A partir desse momento, Rita nunca maisfoi a mesma. Tentou falar com a mãe, mas esta ao saber do assunto passamal. O mundo parece voltar-se do avesso. Afinal o homem era…

E mais não conto. Não deixes de ler este livro cheio de aventuras.Íris Rocha, 6.º A

A Rosa do Egipto

«A Rosa do Egipto» de Álvaro Magalhães é uma históriarepleta de aventuras, mistérios e coincidências irreais. Joana, Jorgee Joel são três jovens amigos sempre em busca de novos desafiose aventuras. Por isso, envolvem-se numa complicada peripéciapara a qual não encontram respostas. A aventura começa quandoo triângulo Jota se apercebe de que uma agência funerária desviaos cadáveres durante um funeral, para depois proceder àmumificação. Posteriormente, uma sessão de intensos eimprevisíveis acontecimentos vai captar a atenção dos três amigos,que logo se prontificam a resolver o mistério.

Um túmulo secreto numa mansão abandonada, o quarto quecheira a canela e baunilha, a sociedade da rosa azul, uma fábricade múmias, uma pirâmide invisível oculta pelo Sol, onde repousamas múmias e os incríveis tesouros, guardados nos gélidos túmulosdos faraós do futuro, constituem uma mistura explosiva que tuvais adorar experimentar e conhecer.

Melissa, 8.º C

MMMMMERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROS

28 ECOS da VIA-SACRA

Navegadores de PortugalNavegadores de PortugalNavegadores de PortugalNavegadores de PortugalNavegadores de Portugal

MMMMMarinheiros de água salgada,Com muita sede de vencer,Deixastes a vossa casaPara Portugal engrandecer.

Pelo mar obscuro navegastes,Para Portugal ser o primeiroÀ Índia pelo Oceano chegarE dominar o mar inteiro.

Passastes além da Madeira,Das Tormentas e Bojador;Na pátria ficaramAs famílias e sua dor.

No Índico triunfastes,Chegando à terra da glória,Pelo mar a Índia alcançastes,Dando a Portugal mais uma vitória.

Pedro Santos, 9.º A

Batalha de AljubarrotaBatalha de AljubarrotaBatalha de AljubarrotaBatalha de AljubarrotaBatalha de Aljubarrota

Será que alguém duvidaDe batalha tão renhida,Onde o povo lusitano se superouE com todas as forças lutou?

Espreitava a morte matreira.Qual vítima seria a primeira?Pois o ser humano é mortalE não passa entre fogo e metal.

Desferiam golpes as espadasDas almas tão iradas,Lutando pela vitória prometidaQue foi tão bem merecida!

Patrícia Marques, 9.º A

MMMMMERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROS

29ECOS da VIA-SACRA

MMMMMERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROS

Marinheiro LusoMarinheiro LusoMarinheiro LusoMarinheiro LusoMarinheiro Luso

É eterno o marinheiro portuguêsQue, por mares nunca navegados,Viu, pela primeira vez,Maravilhosos tesouros sagrados!

Mas nunca ninguém falouNa solidão que o assolou,Na esperança que partilhavaE nas especiarias que procurava.

Enfrentava a doençaE também a dor.Nada havia que vencesseO nosso povo navegador.

Grande é o povo lusoQue enfrentou o marCom o espírito puro,Para “novos mundos ao mundo dar”!

Fábio Santos, 9.º A

30 ECOS da VIA-SACRA

Para Rir...

MatematizandoMatematizandoMatematizandoMatematizandoMatematizandoCada uma de quatro pessoas dá

um aperto de mão a cada uma dasrestantes.

Quantos apertos de mão vão serdados?

E se fossem cinco pessoas? Um tijolo pesa quatro quilos.Quanto pesa uma miniatura desse

tijolo, feita do mesmo material, e cujasdimensões sejam todas quatro vezesmenores?

Fui à loja comprar veneno para ratos.- Tem veneno para ratos?- Sim! Vai levar?- Não, vou trazer os ratos para comerem aqui!!!

Fui ao banco para trocar um cheque.O senhor perguntou:- Vai levar em dinheiro???Respondi.- Não!!! Dê-me antes em clipes, borrachas, elásticos e afias!!!

Estou a fumar um cigarro.Um amigo pergunta:- Ora, ora! Mas tu fumas?- Não, eu gosto de bronzear os pulmões.

Quando volto da margem do rio com um balde cheio depeixes, o meu amigo pergunta:- Pescaste esses peixes todos?- Não, estes são peixes suicidas que se afogaram no meu balde.

H H H H HORA do ORA do ORA do ORA do ORA do RRRRRECREIOECREIOECREIOECREIOECREIO

31ECOS da VIA-SACRA

A - O sistema respiratório localiza-se na: 1 – cavidade torácica X – cavidade abdominal 2 – cavidade craniana

B - Os pulmões são um: 1 – tecido X – órgão 2 – sistema

C - A laringe é um órgão que liga: 1 – a faringe aos brônquios X – as fossas nasais à faringe 2 – a faringe à traqueia

D - O órgão por onde se pode fazer umainspiração correcta é: 1 – o nariz X – a boca 2 – o nariz e a boca

E - O ar entra nos pulmões quando: 1 – o diafragma sobe X – o diafragma desce 2 – o diafragma não se movimenta

F - No ar inspirado, a percentagem deoxigénio é: 1 – maior X – igual 2 – menor

G - No ar expirado, a percentagem dedióxido de carbono é: 1 – maior X – igual 2 – menor

H - A hematose nos mamíferos ocorre nos: 1 – brônquios X – alvéolos pulmonares 2 – bronquíolos

I - A hematose na rã é: 1 – cutânea X – traqueal 2 – pulmunar

J - A doença provocada pelo tabagismo é: 1 – a tuberculose X – o cancro pulmonar 2 – a obesidade

L - É benéfico para o sistema respiratório: 1 – fumar X – viver em ambientes poluídos 2 – viver ao ar livre

M - Para uma boa higiene do sistemarespiratório, deves: 1 – praticar exercício regularmente X – inspirar pela boca 2 – viver em locais pouco arejados

N - Para manter saudável o sistemarespiratório, deves evitar: 1 – salas frescas com boa�������������luminosidade X – uma vida ao ar livre 2 – posições que prejudiquem os�������������movimentos respiratório

O Jogo do Sistema Respiratório

H H H H HORA do ORA do ORA do ORA do ORA do RRRRRECREIOECREIOECREIOECREIOECREIO

32 ECOS da VIA-SACRA

11111 XXXXX 22222

AAAAA

BBBBB

CCCCC

DDDDD

EEEEE

FFFFF

GGGGG

HHHHH

IIIII

JJJJJ

LLLLL

MMMMM

NNNNN

O Jogo do Sistema Respiratório

H H H H HORA do ORA do ORA do ORA do ORA do RRRRRECREIOECREIOECREIOECREIOECREIO

33ECOS da VIA-SACRA

“Escravatura” é uma palavra que nosfaz pensar numa realidade algo distante, deoutros tempos, de outras sociedades, deoutras civilizações. Infelizmente, o termo“escravo” permanece actual e aplicável àsituação de vinte e sete milhões de pessoasem todo o mundo. Um número por si sóassustador, sem dúvida... Mas, pensemosno drama pessoal, em cada história deservidão que cada um destes sereshumanos tem para contar. A raiz desteflagelo não está na falta de mão-de-obra,como aconteceu nas sociedades de baseesclavagista, que atravessaram a históriaaté um passado bastante recente, mas simnum mundo actual onde cresce a miséria ea fome, resultantes de graves desigual-dades sociais.

A crise económica de algumas regiõesdo mundo, como por exemplo da AméricaCentral e da Europa de Leste, originoumilhares de desempregados que se viramobrigados a recorrer à imigração ilegal. Estefenómeno, característico do nosso tempo,transforma o sonho de muitos que procuramuma vida melhor, longe dos seus países deorigem, em pesadelos reais, quando caemnas mãos das máfias traficantes depessoas. Jovens raparigas, atraídas pelapromessa de bons empregos, vêem-seobrigadas pela ameaça, pelo espancamentoe pela suposta contracção de dívidas aentrar no mundo da prostituição. Vítimas deum verdadeiro comércio internacional deescravos são compradas e vendidas,andando de bordel em bordel, onde arapariga tem de trabalhar para “pagar” asdespesas de transporte, alimentação e

alojamento. Esta situação de escravidãopor dívidas estende-se aos emigrantesmexicanos que trabalham nas grandesexplorações norte-americanas de algodãoe de citrinos, ou aos chineses que traba-lham nas fábricas de malas italianas. Empaíses como o Brasil, China, Serra Leoa,Egipto, Costa do Marfim, Índia,Bangladesh, Nepal, Paquistão, os paisvendem os próprios filhos como meio deobterem rendimentos para a sua sobre-vivência. Milhões de crianças trabalhamnas indústrias têxteis, nas plantações decafé, chá, tabaco, algodão, cacau e cana-de-açúcar, no fabrico do fogo de artifício,nas minas de diamantes .... Enfim, aenumeração de situações desta naturezapoderia continuar por muitas mais páginas.

Em todos os países citados, o tráficode pessoas e a sua submissão ao trabalhoforçado são crimes punidos pela lei. Nosúltimos tempos, tem crescido o número deorganizações, quer governamentais, querfinanciadas pelas Nações Unidas, quelutam contra este fenómeno, conseguindoa libertação de seres humanos das teiasda escravidão. No entanto, são aindamuitas as pessoas que permanecemindefesas e sem qualquer apoio, sujeitasao medo e distantes do mundo exterior.

A importância que o lucro económicoe financeiro adquiriu numa sociedade cadavez mais violenta e desumana trouxeflagelos sociais, para os quais devemosestar todos sensibilizados.

Prof. Fernando Nélson

Escravos de hoje...

TTTTTEMA do ANOEMA do ANOEMA do ANOEMA do ANOEMA do ANO

Liberdade, vida a crescer

34 ECOS da VIA-SACRA

Ser Livre é voar

Ser livre é voar,Voar nas asas do vento,Ser livre de se expressar,Ter liberdade no pensamento.

É, com moderação,dizer o que se pensa,É respeitar toda a genteSem nenhuma desavença.

Podemo-nos expressarNa arte da pintura,Na escrita e na música,Também na escultura.

Liberdade é cantar,Fazer sons com harmonia.Se não formos livres,Vivemos com monotonia.

Não consigo imaginarUm mundo que não seja livre.Privarem-nos de tal valorÉ o auge do crime.

Pedro Santos, 9.º A

Impressões sobre a Liberdade

No primeiro dia em que me sentei no trono da vida, senti algo especial. Nãoconsegui decifrar muito bem o que era. Mas… hoje, descobri o que era a liberdade acrescer e a apoderar-se de mim.

Desde que tenho esse pequeno «poder», uso-o e desfruto dele, mas não abuso,pois poder-me-ia prejudicar.

Quem não possui esse «dom» nunca poderá saber como é bom ser livre e calmo.A liberdade não quer dizer que uma pessoa, principalmente jovem, possa andar

metido na droga. Pode ser uma liberdade, mas só até ao dia em que a pessoa descobrenela uma prisão. A chave para abrir a porta da saída é muito difícil de encontrar.

É necessário saber usar a liberdade convenientemente…Sofia, 6.º A

TTTTTEMA do ANOEMA do ANOEMA do ANOEMA do ANOEMA do ANO

35ECOS da VIA-SACRA

A Liberdade na Escola e na Sala de AulaA Liberdade na Escola e na Sala de AulaA Liberdade na Escola e na Sala de AulaA Liberdade na Escola e na Sala de AulaA Liberdade na Escola e na Sala de Aula

(continuação do número anterior)

Porque a acentuada desresponsabilizaçãodos pais face à educação dos seus filhos sereflecte no modo como as crianças e os jovensestão e interagem na escola e na sala de aulas,é importante que seja esclarecida e justificadaa ênfase que vimos pondo na necessidade docompromisso de toda a comunidade educativacom o respeito pelos alunos do sistema deregras de conduta e boa educação definidos naescola, uma vez que, parece-nos, tal respeito écondição de uma educação e de umdesenvolvimento que conduzam à autonomia,à tolerância, à responsabilidade e, numapalavra, à plena integração e cidadania.

Em primeiro lugar, queremos deixar claroque não consideramos que os pais sejamsempre os únicos ou, pelo menos, os maisresponsáveis por aquele tipo de relação queestabelecem com os seus filhos, dado que talsituação se prende, frequentemente, com asexigências da sociedade, que tantas vezesimpõe às pessoas, como condição dasobrevivência de si e das suas famílias, ritmos,condições e horários de laboração que –contrariando os optimistas que no séc. XIXacreditavam que o desenvolvimento tecnológicoiria libertar o homem da opressão do trabalho,possibilitando-lhe condições para um maiorbem-estar, realização pessoal e felicidade,através do aumento conjunto dos rendimentose do tempo de lazer – muito têm contribuídopara o cepticismo, a descrença e a desuma-nização da vida e das relações sociais efamiliares, facto este que, quase sempre deforma impensada e inconsciente, é acompa-nhado de uma espécie de “fuga para a frente”,hedonista e ruinosa que, na relação dos paiscom os filhos se traduz, por um lado, na ofertaexcessiva e desregrada de objectos materiais

Liberdade, vida a crescer

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36 ECOS da VIA-SACRA

passam pelo respeito do indivíduo pelasregras sociais, somos de opinião que aeducação deve consistir, em grandemedida, num processo de interiorizaçãode normas. É que, e recusando adicotomia reducionista presente napergunta que tantas vezes se faz sobrese “educar é reprimir ou libertar?”,pensamos que a educação envolve todoum conjunto de estratégias, processose actividades que, se por um lado, visamo desabrochar, o libertar e desenvolverde capacidades e competências que seconsideram desejáveis, dado favore-cerem a realização individual e socialda pessoa, por outro lado, não podem

deixar de visar a limi-tação, a repressão e/oucondução e educaçãodaquelas tendências eimpulsos cuja esponta-neidade desregradaacabaria por conduzir a

consequências infelizes tanto para apessoa como para o meio social em quese integra. É o facto de o desenvol-vimento da criança e o processoeducativo se processarem mais oumenos desta maneira que tornaindispensável a presença e a suaaprendizagem e interiorização dasregras sociais, cuja função, como se vê,e há que fazê-lo compreender àscrianças e aos jovens, é orientar o seucomportamento, tendo em vista aprossecução de objectivos e valoresedificantes e social e humanamentedesejáveis.

Autores como Piaget, Erickson eKolberg são unânimes no modo comoinsistem na importância socializadoradas regras sociais, uma vez que elassão indispensáveis à construção daidentidade individual de cada pessoa.

de consumo e, por outro lado, numextremo laxismo e permissividade emtermos normativos e comportamentais.E tudo isto feito na expectativa, quantoa nós ingénua, de que assim proce-dendo se compensam as crianças dotempo, da atenção, do acompanha-mento, do interesse e do carinho quese lhes não pôde ou não quis oferecer.

Ora, nada é mais prejudicial para odesenvolvimento, a formação, a boaintegração social e o futuro dascrianças do que aquele modo deproceder. Do primeiro comportamento,do “dar tudo aos filhos”, resulta a suaprivação da possibilidade deaprenderem a co-nhecer e a dar valoràs coisas e aoesforço necessáriopara as conseguir;do segundo, do “la-xismo normativo”,resulta que as crianças ficam impedidasde conhecer que não se deve fazer tudoo que se “pode” e quer fazer, uma vezque há limites normativos, legais eéticos para o agir. Tais limites, de quea criança fica sem a oportunidade deaprender, são indispensáveis a umavida social baseada não no medo dooutro (será que, como eu próprioquando o quero e tantas vezes o faço,também o outro me irá fazer mal amim?), mas na confiança recíproca, decuja possibilidade o conhecimento e omútuo respeito pelas normas constituiuma boa garantia.

Convictos de que o crescimentosocial e moral da criança passa pelodesenvolvimento do sentimento e dosentido da reciprocidade, da igualdadee da justiça, e que estes, tal como oexercício responsável da liberdade,

“No processo natural do fazer-se homem, tornando-se adulto, porparte da criança, a presença dasregras é, portanto, imprescindível…”

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Porém, se se preferir olhar para elas, nãotanto pelo seu lado positivo, isto é,enquanto orientam para valoresdesejáveis, mas antes, pondo o acentono seu lado negativo, isto é, enquantoelas reprimem e limitam tendências ecomportamentos não desejáveis, nãodeixe de se ter presente que o “eu” decada pessoa se constrói em grandemedida a partir e através do “não” e,nomeadamente, através do “não” e daresistência da criança e do adolescenteàs regras sociais que encaram comoexpressão da autoridade do mundoadulto, face ao qual se querem afirmar.

No processo natural do fazer-sehomem, tornando-se adulto, por parte dacriança, a presença das regras é,portanto, imprescindível, quanto maisnão seja, confessamo-lo, para seremrecusadas e contestadas. A esserespeito, recordamo-nos de há anosatrás, a propósito dos níveis elevadosde suicídio entre jovens na Suécia,termos lido a explicação dada poralguém para esse facto, relacionando-ocom o liberalismo e o excesso depermissividade com que nesse país ascrianças eram educadas. Com efeito,dizia-se “se não houver regras contraquê e contra quem se poderão revoltar,para se afirmar, os jovens?” – pelosvistos, dizemos nós, aqueles jovensnórdicos revoltavam-se contra simesmos, afirmando-se, ilusoriamentepela negativa, através do recurso aosuicídio. Não sabemos se o é, mas a serisso verdade, é de concluir que mais valeuma educação com regras, mesmo quemás, do que uma educação sem regrasnenhumas.

Acílio Saldanha

Liberdade, vida a crescer

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38ECOS da VIA-SACRA

AAAAAGORA GORA GORA GORA GORA FFFFFALAM os ALAM os ALAM os ALAM os ALAM os P P P P PAISAISAISAISAIS

A APAVISA e a Direcção doColégio organizaram e promo-veram um debate, subordinado aotema “A Problemática da Adoles-cência”, que se realizou no dia 26de Março, pelas 21 horas, naBiblioteca do Colégio, tendo sidoconvidados, para a sua animação,o Dr. Fidalgo Freitas, psiquiatra,Director do Departamento dePsiquiatria do Hospital de S.Teotónio de Viseu, que abordou aperspectiva da relação entre pais efilhos; a Dr.ª CândidaCardoso, psicólogana Escola EB 2, 3 deGrão Vasco, mes-tranda em AvaliaçãoPsicológica, queprocedeu a um en-quadramento maisteórico da questão,c a r a c t e r i z a n d o ,numa perspectivapsicológica, as dife-rentes fases dodesenvolvimento da adolescência;o Dr. Carlos Albuquerque, professorna Escola Superior de Enfermagemde Viseu, doutorando em Compor-tamentos de Risco, que fez incidira sua intervenção na apresentaçãode um conjunto de dados estatís-ticos sobre comportamentos derisco na adolescência, recolhidosno âmbito de um estudo que está aefectuar.

Estiveram presentes na sessãocerca de 130 pessoas, entre pais,professores e auxiliares de acçãoeducativa.

O debate tinha como objectivopromover a reflexão, discussão epartilha de ideias e experiências sobreas questões que no dia-a-dia secolocam na relação que os educadoresestabelecem com os seus educandos,numa idade tão problemática das suasvidas como é o período da adoles-cência.

Depois das brilhantes intervençõesdos nossos convidados que, de formainteressante e motivadora expuseramas suas ideias, deu-se início ao debate

que decorreu de for-ma animada e partici-pada. A sessão es-tendeu-se por cercade três horas, e ficou-nos a sensação deque o tempo passaraa correr e fora pouco,tão agradável e inte-ressante estava a sera “conversa”.

O nosso bem-haja a todos quantos

quiseram estar presentes pelo ânimoque nos deram para, no futuro,prosseguirmos com outras actividadesdesta índole.

Finalmente, não podemos de deixarde agradecer à Região de Turismo DãoLafões e UDACA pelos apoios conce-didos, que nos permitiram presentearos nossos convidados, bem como aoRestaurante Q.ta da Magarenha que,gentilmente, nos emprestou o arranjode flores que colocámos na mesa dehonra.

A Presidente da Direcção da APAVISA,

Conceição Matos

Colóquio “A Problemática da Adolescência”

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Inauguração do busto de CamõesUma antiga divida dos viseenses

No dia 10 de junho passado a Camara Municipal desta cidade, antes deproceder á transladação da primeira pedra para o pedestal do busto ao grandeEpico, no novo local, convocou para a reunião, no grande salão do Asilo deSanto Antonio, a todo o elemento da cidade para ouvir uma conferenciasobre a obra de Camões.

Tinha sido convidado para a fazer o Sr. Dr. Amadeu da Silva, distintoprofessor do Liceu. Durante mais de meia hora S.Ex.ª deliciou-nos com obrilho da sua palavra erudita e vigorosa, embora por vezes singela, poispretendêra dar ao seu trabalho o carácter de prelecção, de lição.

No fim organizou-se um cortejo em direcção á Praça que já tem o seunome e onde se encorporaram o Sr. Governador Civil, o Sr. General, algunsoficiaes, alguns professores, alguns académicos e algum povo.

Apenas a corporação dos Bombeiros se apresentava com o seufardamento de gala !

É justa a homenagem ao Príncipe dos poetas portugueses que é tambémum dos cinco grandes poetas do mundo.

E, sendo dia de feriado aquèle dia, devia ter sido um dia de maioresmanifestações.

J. A. Paes(aluno do 2.º ano)

In “Echos da Via-Sacra”, Ano V, Viseu, 1 de Agosto de 1913, N.º 13