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MOTIVAÇÃO www.alom.com.br Edição n• 01 - Nov/Dez 2009 Obtenha o máximo do talento de seus colaboradores aplicando estratégias de movação

Ed01_NovDez09

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Gestão Fitness Ed01_NovDez09

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Page 1: Ed01_NovDez09

MOTIVAÇÃO

www.alom.com.brEdição n• 01 - Nov/Dez 2009

Obtenha o máximo do talento de seus colaboradores aplicando

estratégias de motivação

Page 2: Ed01_NovDez09

SUMÁRIOTecnologia

A Internet e o marketing das Redes Sociais

02 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

06

Gestão FinanceiraFluxo de Caixa em uma Academia

14

Aspectos LegaisRegularização do Estagiário

18

PerfilAs multifacetas do ator e

empresário Marcelo Brou

22

MarketingNeuromarketing: ciência, moda

ou realidade?

30

Carreira ProfissionalMarketing Estratégico ao Educador Físico

34

Gestão de NegóciosMudar ou Revolucionar?

10

Page 3: Ed01_NovDez09

SUMÁRIO

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 03

Gestão FinanceiraFluxo de Caixa em uma Academia

Aspectos LegaisRegularização do Estagiário

PerfilAs multifacetas do ator e

empresário Marcelo Brou

MarketingNeuromarketing: ciência, moda

ou realidade?

Carreira ProfissionalMarketing Estratégico ao Educador Físico

ContabilidadeA importância da contabilidade e do

balanço patrimonial nas empresas

38

EspecialMotivação de Colaboradores: como

obter o melhor de suas esquipes

42

EspecialMotivação de Colaboradores:

o que dizem os consultores

50 Gestão de PessoasCrescimento Profissional nas

Academias

56

ComunicaçãoComunicação Interna

60 Internacional

Mercado Fitness na Costa Rica64

Espaço FísicoProjetando a Recepção: seu cartão de visitas

68

Meio AmbienteMeio Ambiente no mundo fitness

72

ComportamentoEmpreender: você está preparado?

76

Nesta EdiçãoGuia de Fornecedores

81

Page 4: Ed01_NovDez09

EXPEDIENTE

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kem

oto

A Revista Gestão Fitness é uma publicação bimestral,

100% digital, 100% gratuita,

desenvolvida pela Álom Comunicação em Negócios.

06 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Jornalismo e RevisãoMadalena [email protected]

Projeto Gráfico e WebdesignIrene Asato Ruiz

www.ireneruiz.com

Tecnologia da InformaçãoIvan Carlos de Almeida

www.icarlos.net

Revista DigitalNews Flipwww.newsflip.com.br

Atendimento ao [email protected]

[email protected]

Redaçã[email protected]

Sitewww.alom.com.br

DiretoraThais [email protected]

Proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização escrita.Artigos e colunas não representam necessariamente a opinião da revista e são de total responsabilidade de seus autores. As imagens dos artigos e matérias foram cedidas pelos respectivos colunistas e entrevistados.

As imagens ilustrativas são provenientes de banco de imagens e os créditos constam ao lado direito inferior de cada foto.

Contato11 3731-6704

Page 5: Ed01_NovDez09

EDITORIAL É com grande felicidade que apresento a Revista Gestão Fitness.

A primeira revista sobre gestão de negócios e carreira no

mundo fitness 100% digital e 100% gratuita.

A Revista Gestão Fitness chega para acrescentar muito mais informações

de negócios no meio fitness, com matérias sobre diversos pontos de vista

de gestão, e também oferecendo informações sobre a manutenção

da carreira do profissional do setor.

Bimestralmente, você, leitor, saberá quando uma nova edição estará no ar.

Basta solicitar sua assinatura gratuita em nosso site. Poderá utilizar os

recursos de interatividade, acessando os vídeos e links.

Os principais conceitos da publicação são: a sustentabilidade; um meio de

comunicação ecologicamente responsável; e a democratização da informação, pos-

sibilitando que todos os empresários, futuros empresários e estudantes possam ter

acesso, gratuitamente, à informação de qualidade e de alto valor agregado, que

contribuirá muito para seu desenvolvimento profissional e dos negócios.

Agradeço a todos que colaboraram com esta primeira edição e a todos que

estão torcendo pelo sucesso da publicação. Em especial, aos colunistas que con-

tribuíram com conteúdo de alta qualidade, aos entrevistados pela atenção e dis-

ponibilidade, aos anunciantes que confiaram suas marcas no patrocínio do projeto,

aos milhares de assinantes que acreditam na ideia central da publicação, as muitas

parcerias formadas nesses poucos meses de trabalho, e a equipe de colaboradores,

que se dedicou ao máximo na execução de todas as peças de divulgação,

website, jornalismo e tecnologia da informação.

Espero que aproveitem ao máximo e fiquem à vontade para nos enviar seus

comentários por e-mail, para que possamos sempre melhorar e oferecer

um veículo de informação de alta qualidade.

Um super abraço!

Thais Cavalcanti

Page 6: Ed01_NovDez09

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Atualmente, o seu cliente pode estar em qualquer parte do

planeta, a um clique do mouse. Por isso, é imprescindível

que as empresas fitness entrem de vez na era digital.

Por Leonardo Allevato

06 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

A INTERNET E O MARKETING DAS REDES SOCIAIS

Page 7: Ed01_NovDez09

tecnologia

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 07

Redes Sociais. Essa é a nova regra do mercado globalizado. Para não ter de

abordar profundamente os conceitos desse sistema, digamos que o Orkut, o Twitter, o

Facebook, o MySpace e tantos outros sites, que nascem diariamente com a finalidade de

reunir pessoas com um mesmo interesse por todas as partes do mundo, são exemplos de

Redes Sociais.

Atualmente, o seu cliente pode estar em qualquer parte do planeta, a um clique do

mouse. Indicação de quem? De alguém que participa de uma rede social da qual a sua

empresa está ativa. Não se pode mais negligenciar essa força na captação e retenção de

clientes, além de promover (e monitorar) universalmente sua marca, de modo simples e

barato, ou seja, é a web revertendo lucro para a sua empresa.

Por esse motivo, é imprescindível que as empresas fitness entrem de vez na era

digital. Mas como utilizar as redes sociais para alavancar seu empreendimento?

Por incrível que pareça, o e-mail pode ser o start para todas as outras ferramentas.

Ele é a mais antiga forma de relacionamento digital e, sem dúvida, a de mais fácil utiliza-

ção. Mas são necessárias algumas ações para acertar o alvo:

Em primeiro lugar, o endereço eletrônico tem de ter alguma coisa a ver com a sua

academia. Parece simples quando se fala, mas muitas empresas ainda utilizam endereços

que em nada lembram seu estabelecimento. E isso faz muita diferença na hora de ser

lembrado.

O segundo passo é estabelecer uma linha de ação para utilização dessas mensagens

eletrônicas. Isso permite gerar um canal de identificação entre aluno e academia. Como

exemplo, pode-se criar um e-mail de boas-vindas aos novos clientes, convidando-os não

só a participar dos outros canais de redes sociais, como despertando neles a confiança de

que serão atendidos prontamente e por alguém qualificado, caso haja algum problema.

Além disso, crie motivos para remeter e-mails periódicos, como boletins, eventos,

enquetes etc. Comunique-se! Mas não se pode, porém, tratar clientes ativos e inativos da

mesma maneira. Por isso, mantenha o cadastro sempre atualizado e segmentado.

Outra ferramenta também fácil de ser utilizada é o MSN. Por que não utilizar esse

meio como um canal de comunicação direta durante o período em que a academia estiver

Page 8: Ed01_NovDez09

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www.leoallevato.com.br

Comente sobre este artigo em nosso blog:

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em funcionamento? Porém, para isso, é

necessária certa formalidade e treinamen-

to de quem for utilizar tal ferramenta.

O Orkut talvez seja a mais popular

de todas as redes sociais, e sua utilização

pode agregar cada vez mais os clientes de

sua academia. A criação de uma comuni-

dade é coisa básica, mas cuide para que

ela não caia no esquecimento. Gere en-

quetes, fóruns, divulgue eventos na pá-

gina, mas também divulgue as novidades

através da nova ferramenta “promova”.

Principalmente esteja atento, respondendo

às questões levantadas. Adicione mem-

bros, publique fotos sempre que possível.

O cliente que se sente valorizado indica.

O Twitter é a febre da vez. O ser-

viço que explodiu recentemente expande

na mesma velocidade que as mensagens

que são postadas nele. Essas mensagens

devem ser curtas – até 140 caracteres –,

mas não menos relevantes para levar in-

formação aos seus seguidores (followers).

A utilização combinada dessas fer-

ramentas pode influenciar diretamente em

sua receita, na medida em que trabalha

a captação e retenção de clientes, e pode

expandir sua marca mundo afora. Não se

esqueça de que você está no mundo vir-

tual e as pessoas precisam saber onde sua

empresa está estabelecida. No site da aca-

demia devem sempre constar o endereço

e o telefone com o DDD. Isso também pa-

rece básico, mas empresas ainda divulgam

seus telefones nessas redes e não sabe-

mos para qual cidade ligar.

Planejar estratégias para trabalhar

através das redes sociais, com processos

bem delineados e pessoal treinado (por

que não preparar as recepcionistas para

esse trabalho?), é, hoje em dia, a ferra-

menta menos custosa e, talvez, a mais efi-

ciente para captar e reter clientes.

Por que não envolver todo seu time

nessa estratégia?

tecnologia

Leonardo Allevato é especialista em Gestão e Marketing e Diretor da LA Fitness Solutions

08 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 9: Ed01_NovDez09
Page 10: Ed01_NovDez09

MUDAR OU

REVOLUCIONAR?

Recuperar qualquer negócio é muito mais do que adotar medidas

isoladas, visando a suprir as suas principais falhas.

Por Luis Amoroso

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ore

10 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 11: Ed01_NovDez09

gestão de negócios

Imagine um imenso e muito pesado disco de ferro que você deseja fazê-lo girar.

Com muito esforço e determinação, você consegue fazer com ele se desloque alguns

poucos centímetros. Mais esforço e ele gira agora alguns metros. Com persistência e

determinação, você consegue fazê-lo girar a primeira volta. A segunda volta fica mais

fácil e aos poucos ele começa girar e, devido ao seu grande tamanho e peso, gira cada

vez mais rápido, sendo agora muito mais difícil fazê-lo parar do que continuar a girar.

Recuperar qualquer negócio é muito mais do que adotar medidas isoladas, visan-

do a suprir as suas principais falhas e, talvez, esse seja o motivo pelo qual poucos

operadores conseguem realmente transformar completamente o resultado de suas aca-

demias.

O processo de recuperação está muito mais para promover uma “revolução” do

que “mudanças”, e a primeira e primordial etapa está na sua própria visão e posicio-

namento diante do processo. Comece olhando para o espelho em vez de ir à janela em

busca dos responsáveis, pois, afinal de contas, todos os que estão ao seu lado, direta

ou indiretamente, passaram pela sua aprovação e atuam segundo a sua orientação.

Entenda que sozinho e utilizando as mesmas estratégias os resultados não serão muito

diferentes. A “virada” requer o estabelecimento da confiança, a manutenção da clareza

e a mobilização de todos para a ação.

O diagnóstico claro e real, tanto do cenário interno quanto do mercado, a identi-

ficação das oportunidades e dos principais obstáculos, a escolha das pessoas certas e

o estabelecimento de um plano de ação trarão a confiança que possibilitará o resgate

da autoestima de todos os envolvidos no processo. Portanto, se você busca promover

uma verdadeira revolução na sua academia, comece por resgatar a autoestima dos seus

colaboradores!

Sem clareza não haverá evolução!

• Identifique as causas em vez de lidar com as consequências geradas pelos problemas

• Desenvolva e mantenha uma imagem vivida de um estado futuro ambicioso e dese-

jável.

• Concilie as ações com os princípios que a empresa defenderia sob qualquer circun

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 11

Page 12: Ed01_NovDez09

stância e promova rapidamente os ajustes

necessários no plano de ação com base em

informações confiáveis.

• Defina as tarefas e a forma pela qual cada

colaborador irá contribuir para o sucesso

de forma clara.

• Estabeleça e respeite as metas.

• Acompanhe reconhecendo o sucesso

coletivamente e orientando de forma in-

dividua-lizada cada colaborador, visando a

auxiliá-lo a superar as suas falhas.

Como resultado de todo esse proces-

so, você entenderá que a diferença entre

“mudar” ou “revolucionar” está na ação.

Sucesso!

Comente sobre este artigo em nosso blog:

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A “virada” requer o estabelecimento da confiança, a manutenção da clareza e a mobilização de todos para a ação.

gestão de negócios

12 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Luis Amoroso é superintendente da Monday Academia e consultor estraté-gico em fitness

E-mail: [email protected]

Page 13: Ed01_NovDez09
Page 14: Ed01_NovDez09

FLUXO DE CAIXA

O mais importante

quando se tem um

bom fluxo de caixa é

aprender a analisar os

dados encontrados,

fazer projeções de

investimento e

reduzir custos sem

perder a qualidade.

Por Kenny Castro

EM UMA ACADEMIA

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14 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 15: Ed01_NovDez09

gestão financeira

Fluxo de caixa! O que é isso? Para que serve? É necessário implantar o fluxo de

caixa em uma academia? Com certeza, por várias vezes, você já se fez essa pergunta:

“Ganhei tanto dinheiro neste mês, mas não sei para onde ele foi?”.

Olhar para o passado e presente, fazer previsões futuras, determinar custos fixos e

variáveis, estipular capital de giro, fundo de reserva para pagamento de décimo terceiro,

fundos de investimentos, participação nos lucros e lucro líquido, são essas as análises

feitas por meio do fluxo de caixa, que estipulam as diretrizes na gestão da academia, ga-

rantem a saúde financeira e a sustentabilidade necessária para crescer e investir correta-

mente, tanto na estrutura física quanto nos recursos humanos, com clareza, assertividade

e segurança.

Primeiro, para entendermos o que é fluxo de caixa precisamos estabelecer a dife-

rença entre “Caixa” e “Faturamento”. Boa parte das empresas e as academias gerencia,

com bastante frequência, seus negócios e montam seus relatórios tendo como base o

“Faturamento”.

Faturamento são todos os negócios fechados na empresa. Na academia são todos

os planos e produtos fechados no mês corrente. O montante dessas negociações: cheque

pré-datados com data futura de compensação, cheques à vista, dinheiro, cartão de crédito

com data futura de crédito e boletos é o que chamamos de faturamento, determinado pela

sazonalidade dos períodos de “safra”, normalmente em dois momentos no ano: de janeiro

a maio e de agosto a outubro.

Nesses períodos, as academias recebem um fluxo grande de novos alunos. Aca-

demias modernas e seus gestores já perceberam que minimizar essa sazonalidade com

campanhas, promoções e outras ferramentas de vendas, criando nos clientes uma relação

de longo prazo com a academia, por meio de planos mais longos, ajudam muito no plane-

jamento futuro. Planejamento este que deve ser pautado no “Caixa”.

Caixa é o montante movimentado pela academia no mês corrente, oriundos dos

recebimentos à vista, cheques pré-datados, recebimentos em dinheiro, créditos do cartão

do mês corrente, recebimentos por boletos e todas as despesas pagas no período. Essa

movimentação e a relação receita x despesas são o que chamamos de “Fluxo de Caixa”.

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 15

Page 16: Ed01_NovDez09

E é sobre essa movimentação que a

academia deve e pode analisar seu desem-

penho financeiro.

O fluxo de caixa pode ser divido em

três modelos de análise: Operacional, Fi-

nanceiro e Investimentos. Operacional in-

clui todas as operações de pagamentos e

recebimentos diários, que se dividem em

fixos e variáveis.

Financeiro se refere a empréstimos,

taxas bancárias, negociações em bolsa de

valores e financiamentos.

Investimentos são as operações que

mudam de alguma forma o patrimônio da

empresa, tanto em âmbito físico quanto no

âmbito humano.

Para montar um fluxo de caixa na

academia devemos determinar um “plano

de contas”, inicialmente dividindo as movi-

mentações em dois grandes grupos: Entra-

das e Saídas e depois criando as divisões e

subdivisões, dependendo das necessidades

de cada academia.

Existem hoje no mercado vários pro-

gramas de fluxo de caixa, que podem ser

comprados prontos ou desenvolvidos para

determinada academia, ou ainda baixados

via internet. Dependendo do tamanho da

academia, existem planilhas mais simples

Exemplo de um fluxo de caixa em uma academia

Comente sobre este artigo em nosso blog:

http://gestaofitness.wordpress.com/

Kenny Castro é graduado em ed. física e Consultor Financeiro da Academia Athletics - GO.

E-mail: [email protected]

www.kennycastro.com.br

gestão financeira

16 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 17: Ed01_NovDez09

Exemplo de um fluxo de caixa em uma academiaque conseguem dar uma visão muito boa

do fluxo de caixa.

O mais importante quando se tem

um bom fluxo de caixa é aprender a ana-

lisar os dados encontrados, fazer projeções

de investimento, de receita e despesas,

aprender a maximizar os potenciais da em-

presa e reduzir custos sem perder a quali-

dade. Tudo isso é possível se o gestor tiver

em mãos um fluxo de caixa confiável e que

forneça a ele repostas rápidas e corretas

sobre a performance da sua empresa.

gestão financeira

Page 18: Ed01_NovDez09

REGULARIZAÇÃO DO

ESTAGIÁRIO

Uma das características da nova Lei de Estágio

é a inexistência da obrigatoriedade de bolsa para

estudantes que realizam estágios obrigatórios.

Por Ricardo Abreu

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18 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 19: Ed01_NovDez09

aspectos legais

Em 25 de setembro de 2008, o presidente Lula sancionou a nova Lei do Estágio,

que já está acarretando grandes mudanças nas relações entre as empresas e seus cola-

boradores, e deverá ser aplicada em todos os contratos assinados a partir da referida

data.

Uma das características da nova Lei é a inexistência da obrigatoriedade de bolsa

para estudantes que realizam estágios obrigatórios – aqueles assim definidos como no

projeto do curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma.

As principais mudanças estão relacionadas à carga horária, que fica limitada a seis

horas diárias, além do direito de “férias” remuneradas de 30 dias a cada ano de estágio,

mas o adicional de 1/3, como nos empregos regulares. Os estagiários terão direito ainda

a auxílio transporte e seguro contra acidentes.

A Lei ficou mais rígida também no que se refere à obrigatoriedade do pagamento

do seguro de acidentes pessoais, sendo que as academias associadas à ACAD – Associa-

ção Brasileira de Academias podem participar da apólice coletiva da Associação com a

Seguradora Porto Seguro, por meio da Corretora Urmes, ao custo de R$ 2,45 mensais por

estagiário, para não correrem o risco de estabelecimento de vínculo empregatício com os

estagiários, no caso de descumprimento dessa obrigatoriedade.

Para que o estagiário não tenha reconhecida a relação de emprego com a empresa,

de acordo com o artigo 3º da Lei, terão de ser observados alguns requisitos, tais como:

matrícula e frequência regular do estudante atestadas pela instituição de ensino; cele-

bração de termo de compromisso entre o estudante, a empresa e a instituição de ensino;

compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo

de compromisso; e acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de

ensino e por supervisor da empresa.

O parágrafo segundo do artigo 3º prevê que o descumprimento de qualquer obriga-

ção do referido artigo ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso, carac-

teriza-se vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio (empresa)

para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.

Assim, para as empresas que não cumprirem com todas as obrigações legais re-

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 19

Page 20: Ed01_NovDez09

lativas aos estagiários, o empresário terá

de arcar com pagamento de: GPS patronal

(caso não esteja no Super Simples), déci-

mo terceiro salário, acréscimo de 1/3 nas

férias e aviso prévio, em caso de dispensa.

Além disso, terá de conceder a estes cola-

boradores os direitos à licença-materni-

dade e afastamento por motivo de doença.

OBRIGAÇÕES DA EMPRESA CONCEDENTE DO ESTÁGIO

I-Celebrar termo de compromisso com a

instituição de ensino e o educando, zelan-

do por seu cumprimento;

II-Ofertar instalações que tenham con-

dições de proporcionar ao educando ativi-

dades de aprendizagem social, profissional

e cultural;

III-Indicar funcionário de seu quadro de

pessoal, com formação ou experiência pro-

fissional na área de conhecimento desen-

volvida no curso do estagiário para orien-

tar e supervisionar até 10 (dez) estagiários

simultaneamente;

IV-Contratar em favor do estagiário segu-

ro contra acidentes pessoais, cuja apólice

seja compatível com valores de mercado,

conforme fique estabelecido no termo de

compromisso;

V-Por ocasião do desligamento do esta-

giário, entregar termo de realização do

estágio com indicação resumida das ativi-

dades desenvolvidas, dos períodos e da

avaliação de desempenho;

VI-Manter à disposição da fiscalização doc-

umentos que comprovem a relação de es-

tágio;

VII-Enviar à instituição de ensino, com

periodicidade mínima de 6 (seis) me-

ses, relatório de atividades, com vista o-

brigatória ao estagiário.

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http://gestaofitness.wordpress.com/

Ricardo Abreu é Consultor Jurídico especializado no Mercado Fitness e Diretor Jurídico da ACAD.

E-mail: [email protected]

www.ricardoabreu.adv.br

20 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

aspectos legais

Page 21: Ed01_NovDez09
Page 22: Ed01_NovDez09

AS MULTIFACETAS DO ATOR E EMPRESÁRIO

MARCELO BROUAtualmente, sócio da Academia Espaço Aquático, no Rio de

Janeiro, o ator e empresário Marcelo Brou tem uma agenda de trabalho

bastante atribulada, mas que ele consegue cumprir com sucesso.

O segredo é trabalhar com prazer e viver um dia de cada vez.

Por Madalena Almeida

22 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

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Page 23: Ed01_NovDez09

perfil

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 23

Ele acabou de interpretar o terapeuta Guto, na novela Caminho das Índias,

da rede Globo, e ostenta em seu currículo inúmeras participações em diversas outras

produções e minisséries da emissora. Também já teve várias passagens pelo cinema e

teatro, onde pôde trabalhar ao lado de grandes nomes, como Marília Pera e Betty Faria.

Marcelo Brou, este mineiro de Três Corações que tem como característica realizar

com paixão tudo o que se propõe a fazer, vem conquistando o merecido reconhecimento

ao longo de 15 anos de carreira artística.

Além de ator talentoso, Marcelo Brou, que mora no Rio de Janeiro desde criança,

ainda tem sido um empresário de sucesso. Atualmente, ele é sócio da Espaço Aquático,

academia fundada há oito anos por sua irmã, Denise Schimmelpfeng, localizada no bairro

carioca do Flamengo, para a qual se dedica, com a mesma determinação e profissiona-

lismo, à disseminação dos benefícios da prática da atividade física, buscando levar mais

saúde, bem-estar e qualidade de vida às pessoas.

Em seu último trabalho na novela Caminho das Índias, para viver o terapeuta Guto,

o ator incorporou importantes ensinamentos que o fizeram enxergar a vida sob uma nova

ótica e, hoje, o auxiliam a cumprir sua atribulada agenda de trabalho com mais sabedoria

e tranquilidade.

Nesta entrevista à Revista Gestão Fitness, Marcelo Brou revela como ingressou na

área de fitness e quais os desafios para conciliar a vida de ator e empresário. Confira.

Gestão Fitness - Há quanto tempo você é formado em Educação Física? Foi antes de

se tornar ator?

Marcelo Brou - Eu me formei primeiro em Educação Física pela Universidade Gama

Filho, em 1993, mas, simultaneamente, eu já fazia o curso de artes cênicas. Inicialmente,

comecei trabalhando na área de educação física. A oportunidade de atuar surgiu em 1994,

quando tive o grande privilégio de participar do espetáculo Camaleoa, ao lado de Betty

Faria e dirigido por Marília Pêra. A produção viajou por todo o Brasil. Sem dúvida, foi um

grande começo.

Paralelamente, tenho trabalhado com Educação Física ao longo de 16 anos. Durante

esse período, atuei em algumas academias, mas esse nunca foi o meu público-alvo. Gosto

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24 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

perfilmais da preparação física por respeitar a

individualidade de cada aluno e trazer mais

resultados.

GF - Por que decidiu entrar nesse

ramo de academias? O que lhe atraiu?

MB – Quando decidimos ingres-

sar nessa área, eu e minha irmã, Denise

Schimmelpfeng, decidimos optar por um

segmento que trabalhasse com crianças e

com adultos jovens por acreditarmos que

atividade física não é importante só para

a pessoa estar bem no verão, mas sim é

uma forma de viver mais e melhor. A lon-

gevidade é uma realidade hoje, e quem

quiser viver bem tem de incluir na sua ro-

tina diária a atividade física.

A OMS – Organização Mundial da

Saúde recomenda a prática de exercícios

cinco vezes por semana. É nisso que acre-

ditamos e trabalhamos, oferecendo esses

serviços e difundindo essa ideia.

GF – Qual foi sua primeira experiên-

cia como empresário de fitness?

MB – O primeiro empreendimento

nessa área foi a criação da Espaço Aquáti-

co, no Rio de Janeiro, uma academia fun-

dada há oito anos por minha irmã, da qual

sou sócio.

O conceito é utilizar os exercícios

aquáticos como base para tudo, além de

natação e hidroginástica. Combinamos

então esses exercícios com fortalecimento

muscular, equilíbrio, alongamento, flexibi-

lidade, ou seja, a ginástica funcional que

facilita a vida diária das pessoas.

GF – Na Espaço Aquático existe o

Circuito Express. O que é esse conceito e

como surgiu a ideia de introduzi-lo na aca-

demia?

MB – É uma forma de oferecer para

Marcelo Brou e elenco da Novela Caminho das Índias

Page 25: Ed01_NovDez09

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 25

perfil

os alunos que não dispõem de muito tempo

para treinar a possibilidade de praticar ex-

ercícios de forma rápida e com resultados.

Dessa forma, achamos que o circuito en-

riqueceria o trabalho que já temos na aca-

demia Espaço Aquático, complementando

de forma aeróbia o pilates, a musculação e

o alongamento.

Na verdade, já trabalhávamos com

treinamentos de acordo com a disponibili-

Marcelo Brou e elenco da Novela Caminho das Índias

dade de tempo e dedicação do aluno para

praticar sua atividade diária. Essa forma é

moderna, atraente e eficaz.

Pode-se fazer qualquer atividade com

duração de 30 minutos, não só o circuito.

Geralmente, quando o aluno apresenta

certa resistência ou pouca disponibilidade

de tempo oferecemos a atividade em 30

minutos.

GF - Qual o perfil dos alunos do Cir-

cuito Express? Quem procura esse tipo de

treinamento?

MB – Basicamente, alunos que que-

rem praticar uma atividade com boa orien-

tação profissional, com duração preestabe-

lecida, e que desejam perder peso rápido.

São pessoas que não têm muito tempo

para estar dentro de uma academia. Já foi

comprovado que 30 minutos por dia é mais

do que suficiente para se manter uma boa

qualidade de vida e para um bom condicio-

namento físico.

GF – Com os compromissos da car-

reira de ator, como você participa da gestão

da Espaço Aquático? Você procura estar

presente no dia a dia do negócio?

MB - A gestão diária fica aos cuida-

dos da minha irmã, Denise Schimmelpfeng,

profissional da área de educação física com

pós-graduação pela FGV em administração

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em: D

ivul

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Page 26: Ed01_NovDez09

esportiva. Nem preciso dizer mais nada,

não é!

Ela é bastante experiente. Foi ela

quem fundou a academia, além de estar

no mercado há mais tempo do que eu e se

relacionar muito bem com os alunos e co-

laboradores.

GF - Ser professor ou personal trai-

ner é bem diferente de gerir uma academia.

O que você acha que é preciso para que um

professor ou personal tenha sucesso como

empresário na área de fitness?

MB - Delegar funções a pessoas ca-

pacitadas e comprometidas com o negócio

como um todo é fundamental. Além disso,

acompanhar de perto todo o andamento do

trabalho, que deve ser avaliado em tempo

real para que as possíveis mudanças sejam

implementadas rápidas.

GF - Quais eram suas expectativas

quando da criação da Academia Espaço

Aquático e qual tem sido o retorno? Na sua

visão, esta é uma área promissora?

MB - O segmento é muito bom e traz

resultados e oportunidades reais para o

profissional. Estou muito satisfeito com o

investimento, principalmente porque con-

sigo desenvolver um trabalho de grande

importância para a comunidade do bairro

do Flamengo, atendendo integralmente

Marcelo Brou e elenco da Novela Caminho das Índias

perfil

tudo o que foi acordado com os alunos, o

que deixa todos satisfeitos, especialmente

a mim, que trabalho com o que gosto e

acredito.

GF - Como você consegue conciliar

a vida de ator com a de empresário? Você

acredita que a experiência como ator lhe

ajuda de alguma forma nos desafios como

empresário de fitness ou vice-versa?

MB - Acredito que tudo o que eu faço 26 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 27: Ed01_NovDez09

acaba complementando uma coisa a outra.

O professor de educação física é também

um ator.

Em meu último trabalho, na novela

Caminho das Índias, da Rede Globo, onde

vivi o personagem Guto, um terapeuta ay-

urvédico, que trabalhava em um centro de

estética, me trouxe grandes ensinamentos.

Esse terapeuta me levou a pesquisar o que

vinha a ser a terapia e ou medicina ayurvé-

dica, uma medicina milenar na Índia, cujo

estudo é passado de geração para geração.

Acredito que todo personagem sempre

traz algum aprendizado para minha vida.

O Guto me trouxe o desapego e me fez

entender a vida de uma forma diferente e

com um outro olhar, ou seja, me fez ver o

que realmente é importante.

Assim como o personagem Stallone,

interpretado na novela América, que tra-

balhava diretamente com deficientes vi-

suais, me ensinou que tudo é mais sim-

ples e mais fácil do que eu pensava antes,

acredito que vida é para ser vivida dia após

dia e não na correria que a sociedade nos

impõe.

Eu não tenho dificuldade alguma

em conciliar a vida de ator com a de em-

presário, até porque conto com a com-

petência de minha irmã à frente de tudo.

Existem períodos que estou mais ocupado,

participando de alguma produção ou es-

petáculo. Em outros, estou mais ocupado

como empresário. Mas é possível cumprir

os compromissos das duas profissões. Afi-

nal, para tudo se tem solução. Basta que-

rer, estar disposto e com vontade de se en-

tregar.

GF - O fato de ser famoso ajuda, de

alguma forma, na divulgação da academia

Marcelo Brou e elenco da Novela Caminho das Índias

perfil

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Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 27

Page 28: Ed01_NovDez09

Espaço Aquático?

MB - Um pouco, porém, o mais im-

portante é a credibilidade e a confiança

das pessoas em relação ao trabalho desen-

volvido. Isso é conquistado no dia a dia.

A indicação e a fidelização do aluno por

gostar do resultado são o que garantem

crescimento real para a academia.

Além do mais, eu não sei se sou fa-

moso, sou? Eu costumo dizer que trabalho

com arte não para ser famoso, mas sim

porque gosto de trabalhar na área artísti-

ca. Obviamente, quando participo de uma

novela, isso ajuda sim na divulgação da a-

cademia, mas isso não é o mais importante.

O público da Espaço Aquático é muito fiel.

E nós procuramos passar credibilidade a

eles. Acredito que isso é fundamental nes-

sa área.

GF – Você tem outros planos na área

de fitness?

MB - Sempre. Inovando e equipan-

do a academia com o que há de melhor

no mercado. Recentemente, adquirimos o

POWER PLATE, uma plataforma vibratória

que exercita feixes musculares dificilmente

trabalhados em qualquer outra atividade.

Oferece ganho de massa óssea e atende

também às necessidades de fisioterapia.

Atualmente, estamos caminhando tam-

bém para a introdução do treinamento

funcional.

Gostaria de finalizar dizendo que as

pessoas têm de acreditar no seu poten-

cial. Ninguém precisa ter só uma ocupa-

ção. Eu, por exemplo, sou formado tam-

bém em engenharia civil, ou seja, tenho

três formações e, se preciso, dou conta

das três com o maior prazer. Aliás, prazer

é a palavra-chave para tudo isso e para a

vida, ou seja, para ser feliz. A busca pelo

prazer e pela felicidade não pode terminar

nunca. Esse é meu combustível!!!

perfil

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28 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 29: Ed01_NovDez09

perfil

LANÇAMENTOSKRANKcycle

A mais recente inovação do criador do Spinning

Johnny G, o KRANKcycle é um equipamento de

ciclismo operado com as mãos, com braços que

funcionam de forma independente. “Johnny G é

o maior visionário do fitness mundial e a John-

son Health Tech se orgulha em te-lo como parte

do time” comenta o diretor executivo da John-

son Health Tech Brazil, Thiago Somera.

Nova linha Matrix G7

“A nova linha G7 expande nossa oferta de equi-

pamentos de musculação Matrix, dando a nossos

clientes uma escolha premuim de equipamen-

tos”, disse Peter Sell, diretor de gerenciamento

de produtos da JHT. “Quando combinada com

nossos novos produtos premium cardiovascu-

lares, a linha G7 possibilita a nossos clientes a

criação de um visual distinto e consistente para

suas instalações de fitness.” Thiago Somera

diretor executivo da Johnson Health Tech Bra-

zil, também falou com entusiasmo sobre a nova

linha:“Espere algo mais. É essa a frase que re-

sume a nova linha G7. Tudo nesse produto foi

cuidadosamente pensado para que o usuário

tenha o melhor equipamento do mercado”.

www.johnsonhealthtech.com.br

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 29

Page 30: Ed01_NovDez09

NEUROMARKETINGCIÊNCIA, MODA OU

REALIDADE?

Sabemos que as decisões de compra não estão associadas

a aspectos racionais, mas sim ao nosso complexo sistema

de valores, crenças e emoções.

Por Luis Perdomo

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30 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 31: Ed01_NovDez09

marketing

Desde o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa e os

modernos conceitos de marketing foram feitos avanços importantes na com-

preensão do comportamento do consumidor.

Decifrar o que é e o que realmente acontece na mente do consumidor é

o sonho de todo profissional de marketing.

É por isso que não faltam artigos, livros e inúmeros trabalhos sobre um

assunto tão complexo e fascinante. A década de 90 foi definida pelo governo

norte-americano e por outras nações desenvolvidas como a “década do cére-

bro” e, como consequência, muitos recursos financeiros e materiais foram

destinados para seu estudo.

Em decorrência dessa avalanche de trabalhos e estudos científicos, te-

mos hoje uma idéia mais completa do que sabemos e, principalmente, do

que não sabemos sobre a mente e o cérebro.

Uma das novidades foi o interesse científico sobre o comportamento de

consumo e os consumidores, aspectos que ainda não tinham atraído a curio-

sidade acadêmica de neurologistas, médicos e outros especialistas.

Um deles, o médico Gerald Zaltman, pesquisador da universidade norte-

americana de Harvard, teve a ideia de usar aparelhos de ressonância magné-

tica para fins de marketing e não para estudos médicos.

Foi assim que surgiu um novo conceito: o Neuromarketing, termo cun-

hado por Ale Smidts, professor de marketing, que lecionava no final dos anos

90 em Rotterdam, Holanda.

A ideia central do neuromarketing é o estudo do estado cerebral do con-

sumidor, quando exposto a diversas mensagens (propaganda) ou experiên-

cias de consumo (compra).

Já se provou ser possível identificar as zonas do cérebro mais estimula-

das durante a experiência de consumo e até mesmo um indício de como são

formadas e reforçadas as sinapses (conexões neurais).

Pela primeira vez, os profissionais de marketing poderão ter comprovaGestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 31

Page 32: Ed01_NovDez09

ção do real impacto da mensagem,

por eles elaboradas e veiculadas, na

formação dos sentimentos ou pelo

menos nas trilhas cerebrais que es-

sas mensagens deveriam despertar.

Esse é o sonho de todo pesquisador

nas áreas de marketing e comunica-

ção.

As aplicações imediatas vão

desde a verificação do impacto das

ações de marketing até a construção

de um novo conjunto de ações, volta-

das aos sentimentos e emoções hu-

manas.

Apesar de ser um ramo da

ciência ainda incipiente, abre novas

perspectivas sobre como fazer pes-

quisa, comunicação e a própria

medição de resultados nessa área.

Por outro lado, a complexidade

inerente aos seres humanos não

permitirá utilizar essa ferramenta

como se todos fôssemos robôs, com

respostas automáticas programadas

para cada impulso.

Segundo Paulo Vieira de Cas-

tro, do Instituto Superior de Admin-

istração e Gestão do Porto, Portugal:

“Isso significa que teremos de ad-

mitir os limites do neuromarketing,

uma vez que essa técnica se con-

centra, quase que exclusivamente,

na elaboração de modelos físicos ou

neurais para a representação da ex-

periência humana”.

Hoje, sabemos que as decisões

de compra não estão associadas a

aspectos racionais, mas sim ao nosso

complexo sistema de valores, cren-

ças e emoções, que governa nossos

estados mentais.

O neuromarketing pode vir

a confirmar ou refutar alguns dos

Neuromarketing é o estudo do estado cerebral do consumidor, quando exposto a

diversas mensagens (propaganda) ou experiências de consumo (compra).

marketing

32 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 33: Ed01_NovDez09

Neuromarketing é o estudo do estado cerebral do consumidor, quando exposto a

diversas mensagens (propaganda) ou experiências de consumo (compra).

modelos que foram desenvolvidos

para melhor compreender o compor-

tamento hu-mano.

O comportamento humano e

sua construção de “mapa de mun-

do”, principalmente a tomada de de-

cisões de compra, são hoje melhor

explicados pelas chamadas inteligên-

cias emocionais, descritas por Daniel

Goleman, em seu livro “Inteligência

Emocional”.

Por outro lado, os modelos uti-

lizados pela Programação Neurolin-

guística nos permitem ter percep-

ções sobre as chamadas estratégias

mentais nunca antes experimenta-

das.

Tudo isso nos possibilita imagi-

nar um mundo com uma linguagem

mais universal, capacidade de comu-

nicar e produzir experiências mais

ricas, e mais: Caminhar de um estado

de arte para a ciência nas questões

de mar-keting.

Aos profissionais de marketing,

vendas e comunicação cabe agora

aprender a correta utilização dessa

fantástica ferramenta!

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Comente sobre este artigo em nosso blog:

http://gestaofitness.wordpress.com/

Luis Perdomo é Administrador de Empresas, Palestrante e Especialista em Estratégia, Marketing e Vendas. É criador do Acade System.

E-mail: [email protected]

marketing

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 33

Page 34: Ed01_NovDez09

MARKETING ESTRATÉGICO AO

EDUCADOR FÍSICO

O Educador Físico precisa se posicionar como um

empreendedor de sucesso e colocar suas ideias

e metas no papel, procurando executá-las

da forma mais correta possível.

Por Luiz Moura

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34 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 35: Ed01_NovDez09

carreira profissional

Primeiramente, verificamos a necessidade de desenvolvimento profissional e a

identificação das possibilidades de implantação e realização de projetos e da conscien-

tização do educador físico, a fim de que ele se torne capaz de promover seu produto ou

qualquer ramo de negócio em fitness.

Quando um jovem empreendedor conclui o ensino médio e “presta o vestibular”

para determinada carreira, ele tem como meta desenvolver-se profissionalmente, porém,

existem vários motivos pela a escolha: seja por influência de um amigo que já atua na

área, por um ente familiar que já possui uma empresa ou negócio, seja pela paixão, pela

emoção ou ainda existem aqueles que escolhem no “chute ou pela falta de opção” e bus-

cam carreiras supostamente menos concorridas. Ou ainda por acreditarem que não pre-

cisarão estudar, somente praticar esportes. Nesse caso, oportunamente, estamos falando

da Profissão de Educador Físico.

Após iniciada a graduação (Licenciatura ou Bacharelado) em Educação Física, per-

cebe-se o direcionamento dos profissionais ao âmbito escolar ou para o segmento fitness,

aparecendo as primeiras oportunidades de estágio, por meio da qual se cumprem os re-

quisitos legais de carga horária, ensinamentos e condutas éticas; ou para a mão-de-obra

mais barata, exploratória e que pode lesar a sociedade por meio da conduta ilegal da

profissão, uma vez que, em muitos casos, deixa-se de lado todo o aspecto da formação

consciente do profissional no mercado de trabalho e da responsabilidade pelos atos por ele

praticados.

Com base no elucidado, verificamos que o graduando, que deveria se preparar cor-

retamente para exercer sua profissão, e que agora, após os quatro anos de formação, en-

contra-se no mercado de trabalho, em muitas situações continua recebendo remuneração

de “estagiário”. Ou mais ainda: sem essa parcela de remuneração por já estar diplomado

e não poder integrar mais a função, acaba ficando sem remuneração e sem visão merca-

dológica. E nesse momento, o Educador Físico precisa se posicionar como um empreen-

dedor de sucesso e colocar suas ideias e metas no papel, procurando executá-las da forma

mais correta possível. Mesmo não tendo se preparado para ser um gestor de negócios

(etapa esquecida da grade curricular), precisa gerar renda devido ao investimento feito

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 35

Page 36: Ed01_NovDez09

durante sua graduação e enxergar essa

oportunidade de se tornar um empresário

ou prestador de serviço, e não apenas ser

mais um empregado.

Mas, sempre existe uma luz no fim

do túnel. E, para isso, o único caminho é o

do planejamento e da qualificação profis-

sional.

No que se refere ao seu Planeja-

mento Estratégico, certamente, surgirão

as seguintes perguntas: “O que eu preciso

fazer para?”; “Qual o caminho a seguir para

acertar meu alvo?”; “Como posso buscar

recursos?”; “O que faço para ter meu tra-

balho reconhecido?”; “Preciso investir para

desenvolver minha atividade profissional?”.

Obviamente, além dessas inúmeras inda-

gações aparecerão, porém, três fatores

que servem de parâmetros para seu pro-

jeto dar certo. O primeiro deles consiste:

“Se possuo um centavo, vou investir em

qualificação profissional”. Já a segunda

consiste: “Preciso saber a direção a seguir,

a fim de evitar vários rumos e não fugir

do foco”; e a terceira consiste: “Parar de

falar e começar a fazer”. Ao que tudo in-

dica, sua trajetória está caminhando para

o sucesso. Busque parcerias, aumente sua

rede de contatos, tenha sempre em mãos

seus cartões de visita. Utilize recursos das

redes sociais de internet, crie sites, parti-

cipe de eventos acadêmicos, aproxime-se

dos professores e palestrantes que tiverem

acesso. Inscreva-se em sites para receber

informativos e promova suas atividades

em condomínios. Crie um logo e procure

uma roupa adequada para o desenvolvi-

mento do seu trabalho (estampe em suas

roupas de trabalho seu logo telefones para

contato, e-mail, site, blogs e mídias soci-

ais) e procure estudar sobre temas ligados

à gestão de negócios, empreendedorismo,

marketing estratégico e administração de

empresas. Perceba que agora é um edu-

cador físico e tenha consciência de que o

produto ou serviço a ser oferecido está em

suas mãos. Evite ouvir a voz dos negativos

e acredite na sua profissão e no melhor a

ser oferecido.

Pesquisas de mercado apontam a re-

muneração nas academias girando em tor-

no de R$ 6,00 a 10,00 h/a. Já as pesquisas

referentes à remuneração da atividade de

personal trainer está em torno de R$30,00

a 150,00 h/a. Portanto, sua atividade pode

estar em um condomínio. E o que mais

cresce em São Paulo (além de pet shop e

restaurante) são os condomínios. Em uma

conta rápida, você descobre seu público-

alvo e suas metas de rendimento (50 apar-

carreira profissional

36 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 37: Ed01_NovDez09

tamentos por R$ 150,00 – pacote família =

R$ 7.500,00 - sete mil e quinhentos reais

- por mês em sua conta bancária.

E, com isso, você trabalhará por conta

própria, oferecendo seus serviços somente

três vezes por semana (em um único con-

domínio), tendo os outros dias livres para

buscar outros condomínios ou atendimen-

tos personalizados. E com as atividades

propostas, você consegue atender a todos

os públicos (criança, adolescente, homens

e mulheres adultos e idosos). Agora, é só

fazer suas contas: valor de R$ 150,00 (por

apartamento) a cada dez = R$ 1.500,00;

(20=R$ 3.000,00; 40=R$ 6.000,00;

50=R$ 7.500,00; 60=R$ 9.000,00), e por

aí vai. Basta ter sempre em mente: Quali-

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E-mail: [email protected]

ficação profissional, planejamento estraté-

gico e mão na massa são fundamentais.

Pense nisso que tudo sempre dará certo.

Desejo saúde e suce$$o a todos!

Quadro de Horários (Exemplificativo)

carreira profissional

Luiz Moura é Diretor Executivo da MKPRO e Consultor em Gestão e Marke-

ting Estratégico

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 37

Page 38: Ed01_NovDez09

A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E DO BALANÇO

PATRIMONIAL NAS EMPRESAS

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A Contabilidade deve ser vista como uma ferramenta importante para se

manter um controle formal e padronizado do patrimônio da empresa.

Por Celio Dias

38 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 39: Ed01_NovDez09

contabilidade

A contabilidade é uma das atividades mais antigas do mundo. Fala-se que seu uso

remonta aos tempos das antigas civilizações, porém, somente por meio da obra Summa

de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalita, Frei Pacioli, em Veneza (1494),

a qual descreve um dos métodos utilizados por mercadores da época para controle dos

negócios, denominado de método das partidas dobradas, é que a contabilidade começou

a ser difundida no mundo por entidades como a Igreja e o Estado (Crepaldi, 1998, p. 17).

Atualmente, para a maioria das pessoas, a contabilidade passou a ser definida como

uma obrigação legal, auxiliando o empresário somente na apuração de seus impostos, e

não como uma necessidade de se manter um controle formal e padronizado do patrimônio

da empresa.

É notória a intensa utilização das informações contábeis por parte dos órgãos públi-

cos em função da padronização e uniformização dos procedimentos adotados pelos con-

tadores, afinal, o Governo possui total interesse em conhecer as empresas e não existe

melhor ferramenta do que o Balanço Patrimonial, ferramenta na qual está descrita a totali-

dade dos ativos, passivos, receitas e despesas da empresa em um determinado período,

considerando ainda que muitas corporações devem apresentar outros demonstrativos fi-

nanceiros como complemento das informações contábeis.

Em virtude de tantas obrigações governamentais, exigências legais e falta de co-

nhecimento, muitos empresários perderam ou não possuem interesse nas informações

contábeis, e acabam por não controlar o patrimônio da empresa. Soma-se a isso o fato de

muitos escritórios contábeis cometerem o grande erro de oferecer serviços somente com

foco nas obrigações fiscais, deixando de lado a visão gerencial, objetivo primordial para a

origem da contabilidade.

É importante lembrar que a informação contábil para a gestão da empresa não

precisa ser engessada pelas leis comerciais, societárias e fiscais, como, por exemplo, o

acompanhamento das projeções de entradas e saídas de recursos com o fluxo de caixa re-

alizado. A projeção dos recursos é efetuada com base nos históricos contábeis e em fatos

possíveis de realização, e o fluxo de caixa realizado é preparado com base nos fatos reais

já contabilizados.

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 39

Page 40: Ed01_NovDez09

Segundo o Sebrae (Serviço de Apoio

a Micro e Pequena Empresa), a falta de

planejamento prévio e gestão deficien-

te dos negócios estão entre os principais

motivos de mortalidade das empresas,

ou seja, a falta de controle dos negócios

aliada à falta de informação resultam na

falta de planejamento e gestão deficiente.

Como consequência surgem dois “ingredi-

entes” que podem motivar o empresário a

encerrar seu negócio.

Isso explica nas grandes empresas

a existência de departamento contábil ou

controladoria, responsável pela geração e

lapidação das informações de uso geren-

cial, que visam a fornecer fontes precisas

aos gestores das organizações para a to-

mada de suas decisões, estratégias ou até

mesmo a desistência de uma atividade ou

produto.

Porém, sem a escrituração contábil,

torna-se inviável a obtenção dessas infor-

mações gerenciais.

Outro aspecto que podemos obser-

var diz respeito aos usuários do Balanço

Contábil ou Demonstrações Contábeis, os

quais podem ser internos ou externos:

•Os usuários internos representam

os gestores da empresa;

•Os usuários externos representam

os bancos, fornecedores, órgãos públicos,

cujo benefício pode ser convertido em al-

guns casos, como exemplo, obtenção de

crédito, captura de investidores, avaliação

da saúde financeira da empresa etc.

Além da necessidade de controlar o

patrimônio da empresa, a contabilidade

tornou-se uma obrigação legal atribuída

pelo nosso Código Civil, porém, sua apre-

sentação é dispensada para as empresas

tributadas pelo Simples Nacional e Lucro

40 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

contabilidade

Page 41: Ed01_NovDez09

Presumido somente aos olhos do Fisco.

Enfatizando o assunto, o Fisco dispensa

os registros contábeis. No entanto, outras

legislações os obrigam em virtude de ser

uma ferramenta de suma importância para

o controle do patrimônio. Portanto, não ve-

jam a contabilidade como obrigação e sim

como ferramenta de gestão.

O Balanço Patrimonial não deve ser

descartado pelas empresas. Pelo contrário,

ele deve ser preparado por todas as com-

panhias, pois somente com essa ferramen-

ta é possível conhecer o patrimônio real da

corporação, além de outras informações de

vital importância.

Com isso, é recomendável ao em-

presário ou gestor da empresa que con-

verse com seu contador para conhecer

como essa ferramenta pode auxiliá-lo em

suas atividades e passe a cobrar de seu

contador a apresentação do Balanço, já

que é uma obrigação instituída por força

de lei a todas as empresas. Além do mais,

o contador dedicou anos de estudo para

poder fornecer informações que auxiliem

os empresários.

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Celio Sales Dias é Contador e atua na prestação de serviços em Auditoria e Consultoria Contábil.

E-mail: [email protected]

www.diascontabilidade.com.br

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 41

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contabilidade

Page 42: Ed01_NovDez09

COMO OBTER O MELHOR DE SUAS EQUIPES

Em um mercado altamente dinâmico como o de fitness, contar com

colaboradores motivados se tornou uma importante vantagem com-

petitiva. As academias que se enveredaram por esse caminho vêm

obtendo o melhor de seus funcionários.

Por Madalena Almeida

42 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

MOTIVAÇÃO DE COLABORADORES

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Page 43: Ed01_NovDez09

especial

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 43

No mundo corporativo, as mudanças ocorrem em um ritmo alucinante. São

inúmeras as descobertas e inovações anunciadas em diversos campos, que têm sido fun-

damentais para o progresso das empresas.

No entanto, se os novos conceitos e tecnologias são importantes para tornar e

manter as corporações mais competitivas, cada vez mais se percebe que a valorização do

capital humano é essencial nesse processo, ou seja, as pessoas são a principal fonte de

inovação e renovação das organizações.

Essa é uma tendência que se verifica em vários segmentos. E na área de fitness não

é diferente.

A competitividade nesse setor tem sido cada vez mais acirrada, obrigando as em-

presas a buscar diferenciais que garantam o sucesso de seus negócios. Nesse aspecto,

poder contar com colaboradores comprometidos e motivados deixou de ser apenas mais

um discurso para se tornar uma realidade prática.

De fato, as academias começam a se convencer de que investimentos em pessoas

trazem retorno altamente positivo e consistente. Os empresários de fitness que se en-

veredaram por esse caminho, trabalhando, principalmente, a motivação de suas equipes,

vêm alcançando excelentes resultados.

“Motivação no trabalho é fundamental para que as pessoas produzam com todo o

seu potencial. Para isso, é necessário que a empresa cuide de seus funcionários. Um ambi-

ente de trabalho leve, com diálogo, atenção e que ofereça oportunidades para o indivíduo

crescer é importante. O funcionário tem de se satisfazer com o que faz. Se não houver

isso, a empresa sempre será um ‘paga-contas’ ou um trampolim para um emprego me-

lhor”, comenta Prof. Altayr Monteiro, gerente-administrativo da rede de academias Run-

ner, que possui, atualmente, mais de 1.000 funcionários

Para Altayr, um colaborador que trabalha motivado é um bem imensurável. “Mas,

motivar os trabalhadores e mantê-los motivados realmente não é fácil. E oferecer uma

boa remuneração somente não é suficiente”, acrescenta Altayr.

Segundo ele, a Runner adotou uma linha de atuação focada nos desejos humanos,

priorizando aspectos, como o reconhecimento, o apreço, o estar ocupado com coi

Page 44: Ed01_NovDez09

44 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

especial

sas que fazem sentido etc. “Para manter

nossas equipes motivadas, a ordem é se

mostrar sempre receptivo. Ou seja, não

rejeitar propostas para uma nova aborda-

gem sem mais nem menos. Também bus-

camos encorajar as pessoas a assumirem

responsabilidades, mostrando-lhes que a

empresa aprecia quando alguém se encar-

rega de uma tarefa. Além disso, ter sempre

uma atitude positiva em relação à intera-

ção social e ao trabalho de equipe; manter

as pessoas informadas sempre que possív-

el; encorajá-las regularmente; oferecer-

lhes feedback, discutindo-se o empenho

de cada um periodicamente; permitir-lhes

que falem sobre o que as motiva, escutan-

do esse e outros pontos com atenção; e

proporcionar-lhes segurança, uma vez que

as incertezas podem desmotivar a equipe,

também fazem parte de nossas estratégias

motivacionais”, revela o gerente.

Segundo ele, a implementação de

todas essas ações ocorrem de forma dife-

rente para cada setor, respeitando-se as

características das áreas. “Cada pessoa é

diferente e o que as motiva também. Por

isso, nos diversos setores temos alguns

diferenciais que estão relacionados aos in-

teresses de cada profissional”, explica.

Os conceitos são trabalhados de for-

ma corporativa e cada unidade segue as di-

retrizes e executa o planejamento da rede

como um todo. “Muitos desses eventos e

programações são criados justamente para

integrar nossos alunos e profissionais e

gerar uma sinergia entre a rede. É lógico

que algumas adaptações e correções são

feitas, respeitando-se as diferenças de

cada região e o perfil da clientela de cada

unidade”, observa.

Na visão de Altayr, o desafio da mo-

tivação se faz presente em todas as áreas

da academia. Nesse aspecto, a maior

dificuldade, hoje, na opinião do gerente,

é o entendimento das informações. “Mui-

Altayr Monteiro - Gerente Administrativo da rede de academias Runner

Page 45: Ed01_NovDez09

especialtos colaboradores não entendem as men-

sagens do dia a dia ou não têm acesso a

elas. Melhorar o canal de comunicação é

importante para aprimorar todas as ações

motivacionais na empresa”, aponta.

Outra dificuldade, segundo Altayr,

está na logística. Ele lembra que toda ten-

tativa de ação coletiva esbarra na dificul-

dade e na diversidade de atividades,

horários, compromissos e eventos de cada

área. “Tal obstáculo, se não for bem tra-

balhado e organizado por uma equipe cen-

tral, pode gerar um descontentamento de

uma parcela de colaboradores, até mes-

mo por não conseguirem se encaixar nos

programas e ações criadas. Acredito que

o caminho para ações bem-sucedidas é a

união de alguns fatores. O aspecto aliado

a um bom planejamento de calendário (re-

uniões previamente marcadas, agenda-

mento de treinamentos, agendamento de

eventos e atividades extras ), informações

precisas sobre todos os assuntos pertinen-

tes ao setor de trabalho, que possibilitem

o mais importante: o colaborador se sentir

prestigiado pela empresa”, recomenda.

Valores virtuosos

Na Bio Ritmo, que emprega atu-

almente cerca de 900 colaboradores, as

ações para motivação dos colaboradores

são definidas pelas próprias equipes das

unidades. Os líderes, juntamente com seus

times, determinam as melhores estraté-

gias. “Trabalhamos por meio de projetos

focados no engajamento dos colaborado-

res e do envolvimento emocional do clien-

te com a nossa marca. Acreditamos que a

motivação está dentro de cada um de nós.

O papel do líder e da empresa é criar um

ambiente propício para que essa motiva-

ção tenha espaço para se expandir, vir à

tona, sendo demonstrada por meio de no-

vas ideias (criatividade) e do compromisso

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 45

Edgard CoronaCEO Bio Ritmo Academia

Page 46: Ed01_NovDez09

nosso cliente retenção”, avalia Edgard

Corona, CEO da Bio Ritmo Academia.

Segundo ele, na Bio Ritmo, a primei-

ra orientação que a empresa passa ao líder

é ouvir quais são as necessidades de seu

colaborador; descobrir se essa pessoa sabe

o que se espera dela no trabalho; se ela é

reconhecida quando faz algo positivo; se

sente que a empresa se preocupa com o

seu desenvolvimento profissional e pesso-

al etc. “Ou seja, não adianta despejar um

monte de informação, se o colabora-

dor não sentir que há real interesse em

seu desenvolvimento A empresa precisa

de uma missão guiada por valores virtuo-

sos e norteada por uma gestão participa-

tiva, na qual proprietários, líderes e cola-

boradores busquem, juntos, soluções para

surpreender seus clientes. A questão em

pauta deve ser: qual é a contribuição que

você e sua empresa querem deixar para o

mundo?”, pergunta.

Fernando Lobo, gestor da Universi-

dade Pelé Club, também acredita que fun-

cionários mais motivados executam suas

funções com maior satisfação. Segundo

ele, na Pelé Club os dois pontos principais

para a motivação de funcionários são a

participação em projetos e a atualização de

conhecimentos.

“A participação envolve a idealização,

o planejamento, a execução e a avaliação

em projetos que são desenvolvidos dentro

das unidades ou na rede. Tais projetos vão

desde eventos (internos ou na rede) até

propostas de alteração de processos inter-

nos na academia ou de uma área da rede.

Já a atualização de conhecimentos serve

tanto para motivação direta, na formação

e capacitação de novas técnicas e novas

estratégias, quanto estimula os mais gra-

duados a transmitir esses conhecimentos e

suas experiências”, explica o gestor.

Essa troca de conhecimentos é co-

ordenada por um centro de treinamento,

especial

46 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Fernando Lobo Gestor da Universidade Pelé Club

Page 47: Ed01_NovDez09

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 47

chamado Universidade Pelé Club. “Para

desenvolver programas bem-sucedidos,

vejo a proximidade com os funcionários

o ponto-chave para termos uma mar-

gem de erro muito pequena, evitando

desperdício com ações ineficazes”, com-

pleta.

Na Pelé Club, por exemplo, existe

também o reconhecimento por meta

cumprida, que, para Fernando, é funda-

mental para qualquer negócio. “Porém,

temos o cuidado de não transformar

essa estratégia em uma corrida deses-

perada a um objetivo ou criar metas im-

possíveis, o que pode gerar uma com-

petição desleal, reduzindo a motivação

da equipe. Na verdade, usamos estraté-

gias de metas para todas as áreas, e não

só as vinculadas diretamente ao número

de alunos ou faturamento”, esclarece.

De fato, trabalhar com pes-

soas motivadas é princípio básico para

qualquer empresa. A Academia 24 horas

sabe muito bem o que é isso e vem col-

hendo bons frutos desse investimento.

A empresa, que possui hoje mais de 200

funcionários, atribui às pessoas o cresci-

mento que vem alcançando: em apenas

cinco anos já são três unidades em fun-

cionamento.

Segundo Claudio Assencio Rocha,

coordenador, na Academia 24 horas, a

premissa das estratégias para motivação

de colaboradores é a mesma para todas as

unidades, porém, as ações específicas e as

ferramentas são adequadas à realidade e

necessidade de cada uma delas.

“Temos um sistema de gestão hands

on. Acreditamos que quanto mais próximos

de nossas equipes estivermos, maior será

a velocidade e clareza das informações e

diretrizes, o que garante a participação dos

colaboradores nos processos. Também

realizarmos feedback e coaching constan

especial

Claudio Rocha Coordenador Academia 24 Horas

Page 48: Ed01_NovDez09

tes sobre os indicadores de desempenho,

a fim de manter a energia da equipe em

alta”, detalha o coordenador.

Atualmente, a área comercial é a que

requer mais atenção da empresa, por rece-

ber diretamente a pressão de atuar com

metas de crescimento e performance, sem

contar a pressão do consumidor, que está

cada vez mais exigente, principalmente no

momento da renovação do plano.

“Hoje, na Academia 24 horas, temos

um criterioso processo de seleção de co-

laboradores, por meio do qual tentamos

buscar pessoas que se identifiquem e se

motivem com a missão, valores e premis-

sas da rede”, avalia Claudio.

Esforços recompensados

Outra rede de academias que prio-

riza o investimento em motivação de seus

colaboradores é a Cia. Athletica, que em-

prega hoje cerca de 1.300 colaboradores

diretos. Conforme revelou Kleber Holanda

Cavalcante, gerente-administrativo da Uni-

dade Kansas, em São Paulo, as unidades

também possuem autonomia para desen-

volver ações que contribuam para manter

as equipes motivadas. Aliás, as boas práti-

cas nessa área têm sido estimuladas e re-

conhecidas pela rede. “Existe uma estraté-

gia corporativa que promove a abertura, de

modo que ocorram inovações nas unidades

(individualmente), que são premiadas. As-

sim, a cada final de ano, as melhores pro-

postas são submetidas a uma avaliação,

bem como aproveitadas no âmbito corpo-

rativo”, conta Kleber.

Do Prêmio “Inovação” podem par-

ticipar todos os colaboradores e prestado-

res de serviços, inclusive, os estagiários

da rede. São duas as categorias: uma que

contempla projetos que objetivam imple-

especial

48 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Kleber Cavalcante Gerente Admin. Cia.Athletica - Kansas

Page 49: Ed01_NovDez09

mentar um novo programa de treinamento

ou aula; e outra que visa à melhoria de

processos, englobando qualquer ideia que

possa ser implantada pela rede, seja na

área administrativa, no atendimento ao

cliente, ou em qualquer outra área da aca-

demia.

Além disso, a unidade Kansas ainda

trabalha, por exemplo, com uma meta fi-

nanceira que, quando atingida, premia a

cada seis meses todos os funcionários, em

consonância com os cargos e com valores

predeterminados, chamada de Meta Cru-

cialmente Importante (MCI). Tal meta está

atrelada ao número de novos alunos e tam-

bém à retenção de clientes na academia.

Outras ações motivacionais da rede

são o Prêmio “Fora da Curva”, que visa

a reconhecer e valorizar os colaborado-

res que demonstram um comportamento

diário diferenciado nos seguintes pilares:

proatividade, atitude anfitriã e excelência

técnica; e o Prêmio “Casos da Missão”, que

reconhece, mensalmente, colaboradores e

parceiros que, em algum momento, rea-

lizaram para os clientes algo que esteja di-

retamente ligado à missão da empresa.

Na opinião do gerente, o maior de-

safio em relação à motivação dos cola-

boradores está em se conseguir alinhar a

missão, visão e os valores da empresa à

missão, visão e valores dos colaboradores.

“Quanto maior a proximidade desses

aspectos, maior a resposta aos desafios

que são criados no dia a dia, na busca de

melhora da captação e retenção dos clien-

tes. Quando um colaborador percebe essa

importância e está alinhado a ela, fica vi-

sível a resposta por meio de seu comporta-

mento diante dos desafios apresentados”,

analisa.

Segundo ele, implantar somente o

que pode ser medido também é uma preo-

cupação que os empresários devem ter

quando investem em ações motivacionais.

“Quando se oferecer treinamentos para os

colaboradores, é preciso conseguir medir

o impacto que esse treinamento vai ge-

rar no negócio. Como, por exemplo, como

o cliente vai perceber os efeitos desses

treinamentos; como o colaborador vai in-

corporar esses conhecimentos e aplicá-los

no seu dia a dia etc. Se a academia não

conseguir ter essas informações de forma

clara, precisa repensar o que está para ser

feito, a fim de evitar jogar dinheiro fora.

Pequenas mudanças consistentes e perma-

nentes são, muitas vezes, melhores do que

grandes acontecimentos que não se sus-

tentam ao longo do tempo”, frisa Kleber.

especial

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 49

Page 50: Ed01_NovDez09

O QUE DIZEM OS CONSULTORES

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iPara os especialistas, empresários erram ao considerar que pagar um

bom salário é a melhor estratégia para motivar seus funcionários.

Por Madalena Almeida

50 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

MOTIVAÇÃO DE COLABORADORES

Page 51: Ed01_NovDez09

especial

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 51

Para Almeris Armiliato, diretor da Inner Gestão de Pessoas, apesar das várias

experiências bem-sucedidas das academias no sentido de manter seus colaboradores mo-

tivados, esse é ainda um trabalho que precisa ser melhorado. “Os empresários, por não

terem experiência em gestão de pessoas, apostam em recursos pouco eficientes ou então

desistem de fazer esse trabalho. A maioria dos proprietários acredita que pagando um

bom salário terá um melhor resultado em termos de motivação das equipes. E como as

academias não têm uma performance financeira desejada, as ações se perdem”, analisa

Almeris.

Para Giancarlo de Oliveira, diretor-executivo da SOMAX – Gestão de Vendas, são

poucas as academias que utilizam estratégias motivacionais com seus colaboradores,

principalmente, por não saberem como fazê-lo, pois não têm acesso a essas informações.

“Todas as áreas, sem exceção, deveriam ter suas ações motivacionais sempre objetivando

a melhora da performance. Para isso, é preciso conhecer bem os colaboradores e entender

como eles reagem a cada estratégia motivacional. Vale lembrar que as pessoas procuram

nos seus trabalhos, de uma maneira resumida, segurança, conhecimento, reconhecimento

e perspectiva de um futuro melhor, sendo que cada um responde com uma intensidade

(maior ou menor) a cada um desses itens. Basta saber qual a melhor estratégia, e como

e quando utilizar para quem”, orienta Giancarlo.

Para ele, oferecer plano de carreira é uma estratégia motivacional muito interes-

sante, uma vez que o colaborador enxerga que pode crescer na empresa e saberá o que

precisa fazer para conseguir. “O conhecimento motiva muito as pessoas. Ser mentor dos

seus colaboradores, orientando-os não apenas profissionalmente, mas também na vida

pessoal, pode trazer um resultado eficaz”, descreve o diretor.

Almeris, da Inner, também acredita que o melhor caminho para se ter resultados

consistentes na área de motivação é garantir que o profissional veja a sua realização pro-

fissional e pessoal se consolidando na empresa na qual ele trabalha. Nesse aspecto, toda

corporação que der oportunidade para o colaborador desenvolver-se tecnicamente e pes-

soalmente, naturalmente terá sua fidelidade.

“A melhor estratégia é identificar o tipo de motivação da pessoa: necessidade de

Page 52: Ed01_NovDez09

52 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

especial

poder; necessidade de reconhecimento;

necessidade de associação e necessidade

de realização. Depois de feito isso, o próx-

imo passo é trabalhar cada pessoa seguin-

do esse princípio”, explica Almeris.

Seleção criteriosa

Para Christian Munaier, sócio-consul-

tor da 4GOAL – For Goal Business Solu-

tions, é impensável ter em uma empresa

que defende a prática do fitness profis-

sionais (de vendas, administrativo etc.)

que não compartilhem do interesse pelo

fitness. Para se evitar isso, a melhor es-

tratégia, segundo ele, é focar o processo

seletivo, que permitirá que o selecionador

recrute pessoas que gostam e praticam a

atividade física em academia.

“As melhores cabeças querem estar

nos melhores times. Assim, o primeiro pas-

so para manter os funcionários motivados

é criar um ambiente interno que construa

essa sensação, ou seja, uma sensação de

exclusividade: ‘não quero sair dessa em-

presa, pois não encontrarei um ambiente

de trabalho igual, com tantas oportuni-

dades e trocas de experiências’. É papel

da empresa e de seus gestores fortalecer

esse conceito, estimular a busca pelo con-

hecimento, criar – com a participação de

todos – a missão, visão, objetivos e valores

da empresa e levar os colaboradores a se

comprometerem como eles. Se a empre-

sa for comum, e os gestores não criarem

um ambiente progressista na gestão das

pessoas, a única forma de motivação que

interessará ao colaborador será a mone-

tária”, lembra Christian.

Giancarlo, da SOMAX – Gestão de

Almeris Armiliato Diretor da Inner Gestão de Pessoas

“Toda corporação que der oportunidade

para o colaborador desenvolver-se tecni-

camente e pessoalmente, naturalmente

terá sua fidelidade.”

Page 53: Ed01_NovDez09

especial

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 53

Vendas, também concorda que uma boa

contratação é fundamental para se ter co-

laboradores motivados. “Contratar profis-

sionais que tenham as competências ideais

para as funções do cargo em questão tam-

bém deve ser uma das preocupações. Caso

contrário, não existe motivação que fun-

cione. Não adianta oferecer um superbô-

nus para motivar um profissional, se ele

não gosta de desafios ou não é orientado

por metas”, frisa.

Mas o diretor alertou ainda que an-

tes de se preocuparem em motivar suas

equipes, os gestores precisam ter cuidado

para também não desmotivá-las. “O que

quero dizer é que o primeiro passo para

motivar é cumprir o que foi combinado no

ato da contratação, sem mudanças de re-

gras no meio do caminho. Depois que esse

princípio básico estiver sendo realizado,

aí, sim, caberão ações para motivar ainda

mais as equipes”, complementa.

Áreas mais críticas

Quanto às áreas mais críticas que ne-

cessitam de ações de motivação constan-

tes, Almeris, da Inner GP, considera a área

técnica como uma das principais nesse

processo. “Muitos professores não estão

acompanhando as mudanças do mercado,

que possui consumidores cada vez mais

exigentes, com novas expectativas e no-

vas faixas etárias. Ainda se focam no trein-

amento e muito pouco no relacionamento

com o cliente”, avalia.

Já Christian, da 4GOAL – For Goal

Business Solutions, acredita que o maior

problema na área de motivação de colab-

oradores nas academias é a forma como

Christian MunaierSócio Consultor da 4GOAL

“O primeiro passo para manter os fun-

cionários motivados é criar um ambiente

interno que construa essa sensação, ou

seja, uma sensação de exclusividade.”

Page 54: Ed01_NovDez09

especial

54 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

os empresários ainda enxergam seus co-

laboradores. “Não lhes oferecem horizon-

tes possíveis e claros. Não lhes mostram

um plano de cargos e salários, não traçam

objetivos em comum acordo. Não lhes per-

guntam ou lhes pedem opiniões sobre as

estratégias, tomando decisões sem con-

sultá-los. Simplesmente contratam por um

valor de hora/aula e estabelecem metas.

Além disso, vez ou outra oferecem prêmios,

sem nem mesmo lhes perguntar como gos-

tariam de serem premiados”, lamenta.

Almeris, da Inner GP, também cita

a falta de modelos de avaliação e feed-

back consistentes como uma dos principais

dificuldades na implementação de estraté-

gias motivacionais. “Com isso, a maioria

das academias não consegue desenvolver

algo organizado, consistente e eficiente”,

resume Almeris.

Equipes alinhadas

Na visão de Guilherme C. Sokolows-

ki, professor da Metas Sport, é muito im-

portante também que os funcionários da

equipe “falem a mesma língua” em todos

os aspectos. “A convivência e educação fa-

zem parte do processo para se criar um

ambiente harmonioso e agradável. É im-

portante também depois de selecionar

uma boa equipe, treiná-la e motivá-la. Não

adianta motivar sem treinamento porque

cada um vai para um lado. Também não

funciona treinar e não motivar porque che-

ga um momento que a estagnação é in-

evitável. Criar um programa de carreira,

fornecer treinamentos utilizando os própri-

os professores mais experientes, criar um

programa de incentivo com descontos em

cinema, passagens aéreas ou restauran-

tes, por exemplo, são algumas das ações

Giancarlo de Oliveira Diretor da SOMAX Gestão de Vendas

“É preciso conhecer bem os colaborado-

res e entender como eles reagem a

cada estratégia motivacional”

Page 55: Ed01_NovDez09

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 55

especialque podem ser realizadas com baixo inves-

timento, mas que geram resultados positi-

vos”, sugere.

Na opinião de Guilherme, liderança

tem um papel fundamental na motivação

dos colaboradores. “O verdadeiro líder

precisa criar um ambiente de desafio na

empresa e não de competição. Isso é im-

portante para que ocorra uma troca de in-

formações e experiências entre os grupos,

incentivando e delegando responsabili-

dades aos funcionários e deixando que eles

participem das decisões juntamente com a

liderança”, acrescenta.

Além disso, para ele, ações motiva-

cionais devem ser implementadas em to-

das as áreas da academia. “A equipe de

vendas, por exemplo, é a responsável

por fazer uma boa apresentação da aca-

demia e vender os serviços. Mas a partir

do momento em que o cliente está dentro

da academia, os professores e os demais

funcionários em geral também são respon-

sáveis e podem ajudar a fazer esse aluno

frequentar o local e renovar seu plano”, co-

menta.

Giancarlo, da SOMAX – Gestão

de Vendas, também lembrou que para o

sucesso das estratégias motivacionais,

cada vez mais os profissionais de gestão

Guilherme SokolowskiProfessor da Metas Sport

“O verdadeiro líder precisa criar um

ambiente de desafio na empresa

e não de competição.”

terão de aumentar os seus conhecimentos

sobre pessoas e comportamentos. “Não

existe uma única estratégia para motivar

alguém. São várias as opções a serem uti-

lizadas, e caberá ao gestor conhecer sua

equipe e cada um dos seus colaboradores

para definir quais ações motivacionais ele

deverá utilizar para conseguir o melhor das

pessoas”, conclui o diretor.

Comente sobre esta matéria em nosso blog:

http://gestaofitness.wordpress.com/

Page 56: Ed01_NovDez09

CRESCIMENTO PROFISSIONAL NAS ACADEMIAS

Como em qualquer área, o mercado fitness pede um

profissional multidisciplinar, que tenha uma visão macro das

coisas, o que, para nós, educadores, é uma ferramenta a

mais para atuarmos com competência e eficiência.

Por Cesar Gomes

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56 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 57: Ed01_NovDez09

gestão de pessoas

CRESCIMENTO PROFISSIONAL NAS ACADEMIAS

“O mundo mudou e as empresas também mudaram cada vez mais rapida-

mente. Isso requer modificações em produtos e serviços, métodos e processos, equipa-

mentos e tecnologia, estrutura organizacional e cargos e, sobretudo, no comportamento

das pessoas.” (Idalberto Chiavenato, GESTÃO DE PESSOAS, Ed. Campus, 2008).

É notório o movimento das academias em relação às mudanças nas características

de sua organização. Hoje, essas empresas estão mais profissionalizadas e, algumas delas,

tornaram-se grandes corporações. Para isso, tiveram de acompanhar as tendências de

mercado, implementando novidades tecnológicas e, principalmente, atendendo às neces-

sidades dos clientes.

Diante disso, nós, profissionais de Educação Física, também devemos acompanhar

essa nova necessidade do mercado, pois, com esse crescimento, novas oportunidades

surgirão, exigindo que estejamos preparados para elas.

Temos de agregar novos conhecimentos, além daqueles necessários para exercer nossas

tarefas como educadores físicos. Nesse novo contexto, cargos técnico-administrativos,

gerenciais, de liderança, de marketing etc. estarão à nossa disposição.

Já existem cursos destinados à preparação dos profissionais de educação física nas

áreas de capacitação gerencial, coordenação, gestão, especializações em marketing, ad-

ministração e até MBA’s, oferecidos por instituições altamente gabaritadas no segmento.

O mais interessante em alguns momentos é buscar esse conhecimento fora do nos-

so mundo, ou seja, em outras áreas, como por exemplo, o profissional interessado em e-

xercer o cargo de liderança ou de gestor pode procurar um curso de especialização na área

de Administração, como o MBA em Gestão de Pessoas. Dessa forma, terá a oportunidade

de conhecer pessoas de outras profissões e cases de outras empresas, que não sejam do

ramo fitness, conseguindo entender que, dependendo do produto oferecido, a estrutura

administrativa, o relacionamento e a organização não mudam, mas a troca de experiên-

cias é muito importante. Como em qualquer área, o mercado pede um profissional mul-

tidisciplinar, que tenha uma visão macro das coisas, o que, para nós, educadores, é uma

ferramenta a mais para atuarmos com competência e eficiência quando essa oportunidade

surgir, nos tornando profissionais diferenciados.

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 57

Page 58: Ed01_NovDez09

Mas o crescimento profissional não

deve estar ligado somente à promoção de

cargo na empresa de fitness. Os líderes e

gestores devem estar atentos aos profis-

sionais que se destacam por seu talento,

criatividade e empatia, entre outras ca-

racterísticas, delegando-lhes responsabi-

lidades, ou outras funções diferenciadas,

que os tire da rotina diária, a fim de que

esses se sintam reconhecidos, valorizados

e partes integrantes do processo de desen-

volvimento da empresa.

Nem todas as pessoas entendem

ou querem crescer profissionalmente por

meio da ocupação de novos ou outros car-

gos dentro da corporação.

Para muitos deles, crescimento pro-

fissional é estabelecer-se e ser reconhecido

como referência positiva dentro da equipe,

como aquele professor de ginástica que

não tem perfil de líder, mas pode ser um

excelente coaching para novos professores

e estagiários. Ou um professor de muscu-

lação bom tecnicamente, que pode ofere-

cer seu conhecimento em um treinamento

técnico para os outros, pois esse é o seu

talento. Ou ainda aquele professor espe-

cialista em corridas, que pode criar uma

equipe para treinar, e se sentirá valoriza-

do, tendo seu trabalho reconhecido pela

academia e pelos clientes. Para eles, isso é

crescimento profissional.

As empresas devem estar atentas

aos talentos, incentivando-lhes e dando-

lhes oportunidades e condições para se

desenvolverem. Devem incentivar a cria-

tividade, trabalhando a aceitação da mu-

dança, e encorajando novas ideias e maior

interação. Devem ainda analisar os erros,

definir objetivos claros e dar liberdade para

que esses profissionais possam alcançá-los

com reconhecimento.

gestão de pessoas

58 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 59: Ed01_NovDez09

O mercado fitness tem muito a ofe-

recer. Nosso crescimento profissional é

ilimitado, desde que nós e as academias

acompanhemos o progresso dentro de nos-

sa área e estejamos atentos às mudanças,

que são aspectos essenciais à criatividade

e à inovação nas empresas nos dias atuais.

Estamos fazendo carreira. Hoje, te-

mos professores consultores, diretores,

gerentes, gestores, coordenadores etc. Até

há pouco tempo, não imaginávamos que

alguns desses cargos poderiam ser ocu-

pados por educadores físicos. Mas, para

isso, volto a reforçar, temos de nos man-

ter preparados, motivados, atentos e com

disposição de investimento em nossa car-

reira profissional sempre que possível, pois

para continuarmos ativos no mercado de

trabalho, precisamos nos superar todos os

dias.

“Todo mundo tem uma carreira, quer

queira ou não. Isso porque carreira é defi-

nida como um padrão de experiências pro-

fissionais que se estende por toda a vida

de um indivíduo.” (Stephen P. Robbins,

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL, Ed.

Pearson, 2005).

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gestão de pessoas

Comente sobre este artigo em nosso blog:

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E-mail: [email protected]

Cesar Gomes é formado em

Educação Física, especialista em

treinamento despor-tivo e possui MBA em

Gestão de Pessoas.

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 59

Page 60: Ed01_NovDez09

COMUNICAÇÃO INTERNA

Para fazer com que as coisas aconteçam precisamos de

colaboradores competentes e, acima de tudo, dispostos a

fazer a comunicação dar certo.

Por Alessandro Mendes

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60 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 61: Ed01_NovDez09

comunicação

Seja bem-vindo a essa pequena coluna da Revista Gestão Fitness, que nos le-

vará a uma grande viagem conceitual sobre os novos horizontes emblemáticos e, muita

vezes, utópicos da gestão da comunicação interna em nosso segmento. Espero conseguir

despertar a sua atenção para um dos fatores críticos de sucesso mais relevantes para o

planejamento estratégico, por meio dessa pequena junção ideológica de caracteres.

Vivemos em um segmento muito agressivo e que rejeita as verdades absolutas; um

segmento que se reconstrói todos os dias e que nos deixa sempre no centro de uma en-

grenagem conceitual altamente instável. Evoluções tecnológicas, estruturais e de proces-

sos batem cada vez mais forte à porta das empresas do segmento de atividades físicas e

desportivas, todas com a prerrogativa de adaptação constante. Essa engrenagem interes-

sante torna a verdade de hoje um pensamento passível de ser guardado naquela última

gaveta da nossa mesa antiga do escritório amanhã.

Já é de consciência de todos que as estruturações metodológicas da empresa devem

ser orientadas por uma árvore explícita de processos e tal árvore deve ter como essência

visceral uma estrutura inteligente, que sinalize o caminho que as informações pertinentes

ao sucesso desse projeto devem percorrer para que tudo seja bem disseminado.

O sucesso de muitos projetos fica comprometido quando aqueles que conduzem es-

sas ações não reconhecem esses caminhos de disseminação da informação como condição

indispensável para a eficiência e a eficácia do projeto. É aí que mora o problema. Para

fazer com que as coisas aconteçam precisamos de colaboradores competentes e, acima

de tudo, dispostos a fazer essa comunicação acontecer.

Percebe-se então que não dependemos somente de processos e da tecnologia, mas,

principalmente, das pessoas que operam essa engrenagem que conduz as empresas em

suas rotinas diárias.

Os modelos organizacionais das décadas de 80 e 90 estavam pautados nos depar-

tamentos e na forma verticalizada pela qual a informação caminhava. Hoje, com a gestão

por clientes, os departamentos perderam as suas paredes e divisórias, e a integralização

das ações por meio de uma abordagem holística, e muitas vezes multidisciplinar, fez com

que a necessidade de amarrar horizontalmente os processos de comunicação fosse in

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 61

Page 62: Ed01_NovDez09

dispensável para o crescimento saudável e

integrativo.

Vale ressaltar que essa abordagem

holística só foi possível por meio da imple-

mentação de sistemas de integração, que

proporcionam esse tipo de comunicação.

Novamente então nos deparamos com

o grande paradoxo da evolução, onde ao

mesmo tempo em que a tecnologia nos

proporciona ferramentas incríveis de co-

municação, ela afasta as pessoas do con-

tato pessoal e atrapalha a comunicação

genuína e maximizada.

Em uma academia, na qual a mecâni-

ca organizacional muitas vezes ainda está

amarrada em departamentos verticaliza-

dos, em vez de estar amarrada nos cli-

entes horizontalmente, considerando que

muitos dos seus profissionais são profis-

sionais volantes (que trabalham em mais

de uma academia) e em horários distintos,

implementar esse processo de comunica-

ção interna de forma eficiente e eficaz pa-

rece utopia, porém, paradoxalmente indis-

pensável.

Desenvolver culturas complexas de

trabalho e gestão frente a profissionais

que cumprem sua carga horária em três

ou quatro empresas é o grande desafio do

nosso segmento. Fazer com que a informa-

ção caminhe da forma que foi planejada e

idealizada é a grande missão de todos nós,

gestores.

A complexidade desse obstáculo na

comunicação interna não pode ser maior

do que a vontade de ultrapassá-lo.

Seguem algumas dicas que você

poderá utilizar para maximizar os seus

processos de comunicação e fazer com que

as suas rotinas de trabalho e os seus pro-

jetos tenham uma integração eficiente com

a sua equipe de colaboradores.

1. Tenha organogramas bem definidos

com todos os cargos explícitos e com a ár-

vore de comunicação visível, a fim de que

todos compreendam quem é o responsável

por disseminar determinadas informações;

2. Defina as estratégias, metas e obje-

tivos da sua empresa, preferencialmente

em conjunto com os seus gerentes e co-

ordenadores, de modo que todos tenham

fixado em suas mentes o que devem fazer

e, principalmente, como devem fazer para

proliferar o que foi planejado;

3. Crie um documento de convocação

de reunião para que todos previamente se

preparem para debater com exatidão os

tópicos que serão apresentados, a fim de

62 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

comunicação

Page 63: Ed01_NovDez09

que aqueles colaboradores que não partici-

parão possam estar cientes dos temas que

estão permeando o encontro;

4. Tenha sempre um redator para que

todas as decisões tomadas nessa reunião

não se percam e, posteriormente, sejam

enviadas para toda equipe em formato de

documento pós-reunião;

5. Crie um livro de recebimento de co-

municação para que seja bem formalizado

o momento de passagem da mesma;

6. Nossas caixas de e-mail estão cada

vez mais cheias, portanto, e-mail é só um

reforço para a comunicação. Conversas

pessoais e até mesmo telefonemas funcio-

nam melhor do que e-mail;

7. Utilize os servidores de internet que

permitem compartilhar agendas para que

todos consigam enxergar online o que foi

planejado, o que falta ser implementado

etc.;

8. Faça treinamentos constantes para

reforçar as formas de preenchimento de

todos os procedimentos de comunicação, a

fim de que todos absorvam culturalmente

essa prática de controle;

9. Utilize um sistema de informática

fidedigno que consiga não só atender às

suas necessidades de gestão, como tam-

bém gerar informações integrativas;

10. Nunca se esqueça de controlar es-

ses procedimentos. Lembre-se: a inovação

não é nada sem o acompanhamento e o

controle.

Com essas pequenas dicas você

poderá iniciar a construção de um processo

de gestão da informação e assim melhorar

a sua integração interna.

Lembre-se de que qualquer processo

precisa de muita disciplina para realmente

acontecer e para o que foi idealizado em

uma linda folha de A4 não vire rascunho.

Bons negócios!

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 63

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Alessandro Mendes é Bacharel em Marketing e Sócio Gestor e Fundador da Intarget Consultoria

E-mail: [email protected]

www.intargetconsultoria.com.br

comunicação

Page 64: Ed01_NovDez09

MERCADO FITNESS NA

COSTA RICAFormada em Educação Física

pela Universidade Estácio de Sá,

a carioca Ana Paula Fortes vem

fazendo carreira no exterior e

deixando sua marca por onde

passa. Atualmente, morando

na Costa Rica, ela foi a primeira

profissional a ministrar aulas

de ginástica localizada naquele

país, cujo mercado fitness tem

muitas semelhanças com o do

Brasil.

Por Madalena Almeida

64| Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 65: Ed01_NovDez09

internacional

Conquistar um emprego com uma remuneração justa que proporcione reconhe-

cimento e oportunidades de crescimento é o sonho de qualquer profissional que vislumbra

uma carreira de sucesso. Muitas vezes, esse emprego pode ser estar onde menos imagina-

mos, como, por exemplo, fora do Brasil.

É o que aconteceu com Ana Paula Madeira Borges Fortes, que desde 2008 mora na

Costa Rica, onde trabalha em academia e como personal trainer. Na verdade, a carreira de

Ana Paula no exterior não teve início na Costa Rica. Desde 2000, ela já atuou em vários

países, como Portugal, Emirados Árabes e Iran, onde deu aulas de musculação, ginástica

localizada, spinning, boxe, tae bo, além de trabalhar também como personal trainer.

Mas a oportunidade de viver e trabalhar fora do Brasil não foi uma escolha somente

de Ana Paula. Formada em Educação Física pela Universidade Estácio do Rio de Janeiro,

com pós-graduação em musculação e personal trainer, ela é casada com um técnico de

futebol que atua no exterior. Daí a razão das muitas viagens.

Em Costa Rica, Ana Paula mora na cidade de Alajuela, onde seu marido é contratado

por um clube local. A cidade fica a 15 minutos da capital do país, San Jose.

Sua rotina de trabalho é dividida em dois turnos (manhã e noite), quando ministra

aulas de ginástica localizada e boxe em academias, além de prestar serviços de personal

trainer, atualmente, para 12 alunos.

No Brasil, Ana Paula também trabalhou na área de educação física e como modelo

fotográfico. Inclusive, ela e o marido possuem uma academia, no bairro de Copacabana,

onde então moravam, chamada Marco Octavio.

“Quando surgiu a oportunidade de irmos para a Costa Rica, pesquisei na internet

academias de ginástica em Alajuela na tentativa de encontrar um emprego na minha área.

Nessa pesquisa, encontrei uma academia chamada Zone Trainer Vip. Enviei um resumo de

meu currículo e fui contatada”, conta Ana Paula.

Segundo ela, o mercado fitness na Costa Rica tem muitas particularidades. Porém,

entre todos os países em que ela morou, é o que mais se assemelha ao Brasil.

“Tanto em relação à alimentação quanto à cultura de praticar exercícios para manter

uma boa saúde, os costarricenses são muito parecidos com os brasileiros. A diferença é

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 65

Page 66: Ed01_NovDez09

que no Brasil, as pessoas são mais estressadas e pre-

ferem treinos rápidos para não perder tempo. Na Costa

Rica, os alunos são mais tranquilos. Geralmente, ficam

até três horas e meia nas academias, praticando aulas

de diversas modalidades”, revela.

Custo de vida é mais baixo

O país também possui um número significativo de

academias, porém, a grande maioria é de menor porte,

quando comparadas aos empreendimentos brasileiros.

“Há algumas com aparelhagem excelente e outras não.

As mensalidades são bem mais acessíveis do que as

praticadas no Brasil. O preço mais alto gira em torno de

US$ 40 por mês, cobrado por uma das melhores aca-

demias da cidade, que no Brasil pode ser comprada a

uma de médio porte”, expõe.

Quanto à remuneração, Ana Paula explica que o

valor da hora/aula pago a um professor de educação

física na Costa Rica para aulas coletivas é bem simi-

lar ao que é pago nas academias brasileiras. Já os ho-

norários de um personal trainer variam de acordo com

as possibilidades financeiras do cliente.

“O país onde mais fui bem remunerada foi Portu-

gal. Lá, cheguei a receber em torno de três vezes mais

do que no mercado brasileiro para exercer os mesmos

serviços. Por outro lado, o custo de vida em Costa Rica

não é alto. Transporte, moradia, alimentação, roupas

etc. custam menos do que no Brasil”, destaca.

Não precisa ter diploma

O fato de ser brasileira e possuir diploma na área

também contou muitos pontos a favor de Ana Paula.

Para se ter ideia, ela é a única professora de ginástica

localizada na região, e ninguém

conhecia a modalidade antes de

ela chegar ao país.

Entretanto, não existe na

Costa Rica a exigência do diplo-

ma. “Em nenhum país em que

trabalhei precisei apresentar o di-

ploma. Apenas meu currículo. Os

contratantes se mostravam sur-

presos por eu ter pós-graduação,

já que grande parte dos profes-

sores, tanto da Costa Rica quanto

nos outros países em que estive,

não possui faculdade de Educação

Física, mas sim cursos específi-

cos de cardiofitness ou spinning, o

que implica a limitação de traba-

66 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

internacional

Page 67: Ed01_NovDez09

lharem somente na área cursada.

Outro fator importante é ter uma

boa aparência, o que acaba aju-

dando na contratação. Já no caso

de treinador de futebol, por exem-

plo, o diploma é exigido e recon-

hecido pela Federação de Futebol”,

explica.

Ana Paula considera a falta

de exigência do diploma um pro-

blema, uma vez que não se têm

professores formados, mas sim ins-

trutores que fazem pequenos cur-

sos e acabam recebendo a mesma

remuneração de profissionais que

investiram em uma boa formação

e, inclusive, em pós-graduação.

Apesar de todas as diferenças do Brasil, Ana

Paula garante que a experiência tem sido muito posi-

tiva. Além de conhecer a cultura de diversos países

e aprender outros idiomas, como o espanhol, língua

oficial da Costa Rica, ela sente-se realizada profissio-

nalmente.

“Minha expectativa, em qualquer lugar onde eu

possa morar, é aprender e absorver o máximo de in-

formações, tanto da minha área profissional quanto da

cultura do país, pois acredito que devemos estar sem-

pre abertos para novos conhecimentos, já que na área

de fitness há sempre maneiras diferentes de pensar e

atuar. Além disso, também tenho conseguido levar no-

vos conceitos de aulas para os costarricenses, como,

por exemplo, os benefícios da ginástica localizada, que

foi uma novidade por aqui”, garante.

Segundo ela, o brasileiro é muito bem visto na

área de fitness em qualquer lugar do mundo. “Para

quem quiser tentar carreira fora, é fundamental falar

inglês. Além disso, quanto mais experiência e partici-

pação em cursos, maior é a empregabilidade. Sinto-

me realizada e com vontade de crescer cada vez mais.

Acredito que em toda profissão o primeiro ponto é

gostar do que se faz, pois só assim é possível traba-

lhar motivado. O segundo fator é buscar o máximo de

conhecimento e atualização. Havendo essa dedicação,

a remuneração acontece naturalmente e as oportuni-

dades surgem”, aconselha Ana Paula.

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Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 67

Page 68: Ed01_NovDez09

A recepção e a área de vendas têm de emocionar visitantes e

alunos. Os móveis, as cores e materiais usados devem ter

exatamente a imagem que o empreendimento quer

transmitir para o seu público-alvo.

Por Patricia Totaro

PROJETANDO A RECEPÇÃO:

SEU CARTÃO DE VISITAS

68 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Vendas MondayUnidade Vila Mariana

Foto

: Sha

rlene

Via

na

Page 69: Ed01_NovDez09

espaço físico

Arquitetura é um diferencial para o seu negócio. Ao investir de forma correta na

sua infraestrutura o seu aluno perceberá sua academia de forma diferente, se relacionará

melhor com o ambiente e dará mais valor ao serviço prestado. Assim, o cliente torna-se fã.

Há vários pontos de contato importantes entre o usuário e a academia. Vamos con-

versar sobre a recepção, pois, afinal de contas, é onde começa a experiência do visitante.

Ao pensarmos nela, dois objetivos vêm imediatamente à mente: seu impacto e sua fun-

cionalidade.

Como pensar o projeto da recepção

Vamos pensar juntos sob a ótica de um aluno comum: ele ou ela precisa de muita

motivação para sair de sua zona de conforto e frequentar uma academia. Provavelmente, o

aluno visitará vários espaços até decidir-se por um. E a decisão, ao contrário do que muitos

pensam, não será pela academia que tenha o menor preço, mas sim pela academia onde

eles se sentirem mais bem acolhidos.

Para que o aluno e o visitante sintam-se sempre bem recebidos, a recepção deve

ficar totalmente em evidência na entrada. O visitante não pode ter dúvidas de onde deve

dirigir-se ao entrar. E o recepcionista deve ver o aluno assim que ele chega, para lhe cum-

primentar.

Segundo os estudos atuais, a forma mais eficiente de se trabalhar operacionalmente

a recepção é separar a equipe de recepção da equipe de vendas. Os espaços funcionam

melhor se também forem separados.

A equipe de recepção é encarregada de controlar a entrada dos clientes e de receber

os visitantes. Para isso, é necessário pouco espaço, o suficiente para caber uma ou duas

pessoas trabalhando em computadores, um computador para controle de acesso, telefone

e gavetas para o material a ser entregue na hora que o visitante chegar. Visualmente,

porém, esse espaço é muito importante, pois determina o padrão visual que o aluno irá

encontrar no restante da academia. Gosto muito de colocar uma parede convidativa atrás

da recepção com o logotipo da empresa.

Assim que ultrapassa a recepção, a primeira cena que o aluno enxerga deve ser im-

pactante: o ideal é que ele visualize vários ambientes ao mesmo tempo, tanto os locais de

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 69

Page 70: Ed01_NovDez09

exercícios quanto os espaços de convivên-

cia e lazer. Isso cria uma vontade instintiva

de se integrar ao ambiente e praticar ativi-

dade física.

A equipe de vendas fica responsá-

vel por levar os visitantes para conhecer

a academia e depois concretizar a venda

dos planos. A localização da área de ven-

das deve ser estratégica: o visitante deve

conseguir ver e sentir o que ocorre na aca-

demia, mas ao mesmo tempo estar em um

local com privacidade suficiente para que

o consultor de vendas consiga atrair a sua

atenção. Essa equipe precisa de mais es-

paço operacional: computadores, impres-

sora, máquinas de cartão de crédito, ca-

dastro de digital e fotos.

Mais importante do que isso: preci-

sa de um espaço muito convidativo para

sentar com o visitante e encantá-lo. Esse

espaço pode conter mesinhas (sempre re-

dondas) com três cadeiras cada: uma para

o consultor de vendas e as outras duas

para o cliente. Pode ser também montado

como uma salinha de estar. O importante é

que os móveis sejam muito confortáveis, e

o ambiente seja humanizado com vegeta-

ção ou quadros artísticos, dependendo do

estilo da academia.

Encantando o cliente

A recepção e a área de vendas têm de

emocionar visitantes e alunos. Os móveis,

as cores e materiais usados devem ter

espaço físico

A recepção é onde começa a experiência do visitante.

Ao pensarmos nela, dois objetivos vêm imediatamente à mente:

seu impacto e sua funcionalidade.

70 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Recepção Runway Unidade Lago Norte

Page 71: Ed01_NovDez09

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exatamente a imagem que o empreendi-

mento quer transmitir para o seu público-

alvo. Quando falamos em público-alvo, te-

mos de conhecê-lo sob o aspecto objetivo:

idade, nível socioeconômico e nível cultu-

ral, mas, principalmente, temos de saber

qual o seu estilo de vida e suas expectati-

vas. É inerente ao ser humano querer fazer

parte de um grupo. Seu cliente vai eleger a

academia que o aproximar de determinado

grupo ao qual ele pertence ou quer fazer

parte. O visual da academia precisa estar

alinhado com o estilo de vida e as aspira-

ções de seu público-alvo.

A recepção, como carta de apresen-

tação de seu negócio, deve refletir total-

mente essa aspiração do cliente, que se

sentirá, dessa forma, bem acolhido.

Pense nisso e bom projeto!

espaço físico

A recepção é onde começa a experiência do visitante.

Ao pensarmos nela, dois objetivos vêm imediatamente à mente:

seu impacto e sua funcionalidade.

Patricia Totaro é Arquiteta especializada em pro-jetos esportivos com mais de 90 projetos neste segmento.

E-mail: [email protected]

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 71

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Page 72: Ed01_NovDez09

MEIO AMBIENTE NO MUNDO FITNESS

Simples ações podem fazer a

diferença na preservação do

meio ambiente, além de

somar pontos na visão da

sociedade, pois quem adota a

ideia de “salvar o mundo”

acaba obtendo maior

fidelização de seus clientes.

Por Daniel Silva

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em: B

S K

72 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 73: Ed01_NovDez09

meio ambiente

Não somente de melhoras estéticas e de bem-estar vive o homem no seu con-

texto de ser humano. A busca por qualidade de vida é prioridade para se viver bem. E ao

se falar em qualidade de vida não significa somente o corpo em sua matéria, mas sim em

abordar fatores que fazem esse corpo se relacionar com o meio externo.

Dessa forma, devemos nos preocupar sim com o futuro do nosso planeta, pois de

nada adiantará mantermos músculos esbeltos se, no futuro, tivermos dificuldade em to-

mar água potável. Assim, neste artigo, pretendo reforçar a importância de se preservar o

meio ambiente, mostrando que uma academia pode (e deve) contribuir para educar e ori-

entar os seus clientes quanto à construção de um mundo melhor, além de como podemos

utilizar o meio ambiente como um elemento na promoção do marketing de nossa aca-

demia.

O fato é que a preservação do meio ambiente não é uma responsabilidade somente

de órgãos governamentais, mas sim de cada um de nós. Cada pessoa tem de fazer o seu

papel. E nós, profissionais de fitness e da saúde, somos também formadores de opinião.

Além da prescrição de treinamentos físicos, trabalhamos com a prevenção de inúmeras

doenças e, nesse aspecto, entra o fator meio ambiente.

O que uma academia pode fazer de fato para ajudar o meio ambiente?

O mais importante, com certeza, é aprender e saber criar um convívio com o meio

ambiente. Não podemos nos tornar homo sapiens destrutivos. A solução mais sabia é

fazer o meio ambiente se tornar algo presente em nossas vidas. Um exemplo: bem em

frente à academia da qual sou proprietário, encontra-se uma árvore. Na verdade, uma

grande árvore, que, com certeza, atrapalha, e muito, a visão comercial do meu estab-

elecimento, além de também sujar demais a calçada e as ruas com suas folhas. No pensa-

mento destrutivo, o mais fácil seria pedir a retirada dessa árvore. Muitos e muitos clientes

já me disseram que necessitaram passar várias vezes na rua para poder visualizar a aca-

demia, pois a árvore atrapalha a visão.

Entretanto, a resposta que sempre dou é que temos de saber conviver com o meio

ambiente. Aliás, essa árvore deve ter cerca de 30 anos, e eu cheguei aqui somente há três

anos. De uma forma ou de outra, o cliente chega até você.

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 73

Page 74: Ed01_NovDez09

Outro aspecto importante é a recicla-

gem. As academias podem utilizar material

reciclável, como papel, copos descartáveis

e outros acessórios, realizando e incenti-

vando a coleta seletiva de lixo.

Internamente, uma outra sugestão

é criar um espaço ecologicamente correto,

incluindo algumas plantas naturais, que

além de decorar, tornam o ambiente mais

bonito.

Para economizar energia, o em-

presário pode, por exemplo, optar por co-

locar mais vidros nas áreas internas da a-

cademia, o que também cria um ambiente

acolhedor e prazeroso.

Outra atitude que pode contribuir

para a economia de energia elétrica é de-

senhar ambientes mais arejados, evitan-

do-se o uso de ar-condicionado e venti-

ladores ligados o todo tempo nas aulas.

Sou favorável também a ideia de investir

um pouco mais em aparelhos que não uti-

lizam energia elétrica, tais como bicicletas

e elípticons. Sabemos que a maioria dos

usuários de uma academia costuma correr

ou andar em esteiras, mas podemos criar

uma estratégia para que seu uso seja feito

de forma correta e consciente.

Temos um exemplo de uma academia

norte-americana que utiliza um mecanismo

que permite que a força utilizada no exercí-

cio de pedalar seja aproveitada como ener-

gia elétrica para a própria academia. E no

Brasil, em São Paulo já existem academias

que utilizam um sistema de coleta da água

da chuva, que é reaproveitada em banhos

e serviços de limpeza. Atitudes como essas

valem a pena. Hoje, há muita gente saindo

na frente, conseguindo aliar as atividades

de fitness e saúde à preservação do meio

ambiente.

Nesse aspecto, uma outra sugestão

é a criação de eventos ao ar livre. Algumas

academias já fazem isso, especialmente em

aulas que promovem a interação, como o

alongamento. Essa prática esportiva pode

ser realizada em áreas externas da aca-

demia ou até mesmo em praças e espa-

ços verdes, promovendo a academia e, ao

mesmo tempo, possibilitando um contato

mais próximo dos alunos com a natureza e

o meio ambiente.

Os empresários podem organizar

74 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

meio ambiente

Page 75: Ed01_NovDez09

ainda outros eventos ao ar livre, como

caminhadas e corridas, e até mesmo cri-

ar campanhas internas, com temas que

abordem o aquecimento global, a coleta

de lixo ou o plantio de árvores. Em algu-

mas cidades, as prefeituras municipais até

cedem áreas em canteiros ou em jardins,

localizados em avenidas ou ruas, para que

as empresas façam a manutenção desses

espaços, cuidando da grama e do plantio

de flores. Em troca, a empresa patrocina-

dora pode colocar uma placa informando

que preserva aquele local, o que permite

uma publicidade para a academia.

Vemos que é possível conciliar o mar-

keting com práticas ambientais ecologica-

mente corretas, afinal de contas, a empresa

pode-se promover e aumentar sua clien-

tela e rentabilidade. Simples ações podem

fazer a diferença na preservação do meio

ambiente, além de somar pontos na visão

da sociedade, pois quem adota a ideia de

“salvar o mundo” acaba atraindo atenção e

obtendo maior fidelização de seus clientes.

Sabemos que várias empresas de grande

porte comunicam seus projetos na área

ambiental. Porém, muitas delas só ficam

mesmo no marketing, pois suas ações não

passam de uma estratégia para, digamos,

ficar bem aos olhos de seus atuais e até

futuros clientes.

As ações citadas anteriormente são

de fácil implementação. O difícil mesmo é

fazer com que as ideias sejam aprimoradas

e adaptadas, permanecendo na mente de

quem utiliza a academia. Mas com um bom

plano de marketing e uma boa estratégia

sobre o assunto é possível plantar uma se-

mente para salvar o planeta. Vale a pena

colher essa ideia!

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em: E

rvin

Bac

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Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 75

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Daniel Silva é Bacharel em Educação Física pela Univ. Estadual de Londrina, Personal Trainer e Proprietário da Enforma - Fitness Studio

E-mail: [email protected]

meio ambiente

Page 76: Ed01_NovDez09

Por Marynês Pereira

EMPREENDER: VOCÊ ESTÁ PREPARADO?

Empreender é ter

insights criativos e

produtivos e testá-los

na prática. É arriscar

fazer melhor e fazer

diferente. É oferecer

a resposta que

ninguém ainda

apresentou.

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em: P

aulo

Cor

rea

76 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 77: Ed01_NovDez09

comportamento

Dizem que o Brasil não é um país de empreendedores e que estamos em oitavo

lugar no ranking mundial das nações mais empreendedoras.

Mas será que fomos mesmo educados para sermos empreendedores?

Resposta: Sim e Não.

1. Sim, somos empreendedores pela necessidade, pela falta de opção, pela falta de

empregos e pela falta de condições de subsistência. Nessa situação, muitos são obrigados

a empreender carreira-solo, o que poderíamos chamar de “bicos”, que, em alguns casos,

acabam gerando novos e grandes negócios. O que leva o brasileiro a empreender é, em

muitos casos, o desespero ocasionado por um desemprego, por exemplo. Vejamos nos

semáforos das grandes cidades a quantidade de pessoas que tiveram a iniciativa de gerar

um novo negócio, por mais precário e amador que fosse. Nem todos conhecem o caso

de um senhor, que morava embaixo de uma ponte, ao lado do Ceagesp, em São Paulo, e

começou a pedir as caixas de madeira, utilizadas no transporte de frutas e verduras no

Ceagesp, para construir casinhas para cachorro e, posteriormente, para bonecas.

O negócio prosperou e, hoje, ele tem uma pequena empresa que emprega mais pes-

soas. Esse senhor também não mora mais debaixo dessa ponte. Sua história foi, inclusive,

tema de reportagem do Fantástico há três anos atrás.

Vejamos também o caso do camelô, que trabalhava no centro do Rio de Janeiro, e

inovou no atendimento em um tipo de negócio que estava praticamente saturado. Hoje,

ministra palestras para várias empresas, ensinando empresários a inovar, a empreender

e a gerar novas ideias. O valor da hora/palestra cobrado por esse camelô é similar, ou até

mais alto, do que o de muitos palestrantes já renomados no mercado, sem, no entanto,

desmerecer a sua capacidade de também encantar as pessoas durante as suas palestras.

Portanto, muitas são as razões que levam o brasileiro a empreender. Vejamos ainda

o caso das pessoas que começam novos negócios, simplesmente porque não querem ter

patrões, horários rígidos de trabalho ou normas e regras a serem seguidas.

Mas será que todos têm sucesso?

De acordo com estatísticas oferecidas pelo Sebrae, em um prazo de até três anos,

de cada dez empresas, sete irão fechar e deixarão de existir. E por quê?

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 77

Page 78: Ed01_NovDez09

preendedora? Por quê algumas pessoas

empreendem? O que é, afinal, empreend-

edorismo?

Empreender é gerar a novidade que

produza resultados e que seja agente

multiplicador, que gere novos postos de

trabalho e prosperidade. O empreende-

dor acredita que por meio de suas ideias

poderá fazer com que mais famílias ten-

ham condições dignas de sobrevivência

e que possam ir além da subsistência. O

empreendedor pensa: se eu for muito rico,

muitas pessoas que estiverem trabalhando

comigo também o serão e viverão em me-

lhores condições. É a proliferação da rique-

za. ISSO É SER AGENTE MULTIPLICADOR.

Será que o empresário brasileiro

pensa assim? Ou ainda está apegado às

Porque para empreender, além da

iniciativa, é preciso disciplina, método,

foco e, principalmente, conhecer a arte da

gestão e do planejamento.

2. Não, não somos empreendedores,

porque nossa educação não nos prepara

para isso e é permeada pela falta de inicia-

tiva. Não somos educados para apresentar

soluções criativas. Somos educados para

executar as soluções que outros preparam

para nós. Somos educados para a obediên-

cia e para a submissão. Somos educados

para seguirmos uma carreira que nos leve

a uma aposentadoria tranquila, recebendo

mês a mês o garantido salário e aguardan-

do ansiosamente as tão merecidas férias.

Ainda contamos com a filosofia de algumas

religiões que pregam que “só os pobres e

humildes terão acesso ao reino dos céus”,

desestimulando qualquer um a ser dono de

um negócio lucrativo que gere empregos

ou fortunas. E ainda para reforçar tudo isso

vivemos em um País cuja riqueza gerada,

quase sempre, é fruto da exploração dos

mais fracos, da escravidão e da corrupção,

e cujas políticas paternalistas não valori-

zam a responsabilidade pelo sucesso ou

fracasso de cada um, sempre aguardando

um salvador da pátria que os venha salvar.

O que leva uma pessoa a ser em-

comportamento

78 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

Page 79: Ed01_NovDez09

crenças dos seringais, da escravidão e dos

generais?

Empreender é apresentar ao merca-

do o que o mercado precisa. É estar atento

às tendências e, se possível, antecipar-se à

elas, ou melhor ainda, gerar a necessidade

e criar as tendências. É olhar além do muro

que cerca os seus horizontes. Vislumbrar

possibilidades e oportunidades que deem

lucro, onde muitos veem obstáculos.

O empreendedor é dotado de inicia-

tiva. Ele faz, em vez de ficar falando o que

vai fazer. Ele coloca a “bola para rolar”.

Planeja e parte para ação, diferentemente

de muitos, que ficam debruçados anos e

anos planejando coisas que nunca sairão

do papel.

O empreendedor não pertence à tur-

ma do “quase”: “Quase consegui; quase

ganhei”. Também não pertence à turma

dos que “empurram com a barriga”, ou

seja, aqueles que dizem “se posso deixar

para amanhã porque irei fazer hoje?”. Não

faz parte da turma das “vítimas exploradas

pelo patrão”, ou que vivem resmungando

pelos cantos: “não sou pago para isso”.

O empreendedor quer ser o primei-

ro, porque concorda com o depoimento do

inesquecível Ayrton Senna: “o segundo

lugar é o primeiro lugar dos perdedores”.

Mas para empreender é necessário

abrir uma nova empresa?

Não. Você pode buscar oportuni-

dades de negócios internamente na em-

presa onde você atua hoje. Ou seja, buscar

soluções que gerem valor por meio de uma

inovação.

No entanto, para ter sucesso no seu

empreendimento, não basta você acreditar

em si próprio. Alguém deve acreditar em

você. Muitos talentos são desperdiçados

por não estarem preparados para gerir sua

própria carreira.

Muitos novos negócios não saem do

papel devido à incapacidade e à falta de

iniciativa de levar projetos para além dos

muros de seus próprios paradigmas. Para-

digmas esses construídos por uma educa

Imag

em: r

odol

focl

ix.c

om.b

r

comportamento

Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 79

Page 80: Ed01_NovDez09

ção de País de terceiro mundo, reforçada

por dogmas filosóficos e religiosos da exal-

tação da subserviência e obediência. Muitos

ainda acreditam que somente com grandes

sacrifícios e com o esforço supremo levado

à exaustão é que conseguirão realizar seus

objetivos.

Peter Drucker, o guru da administra-

ção, sempre falou em seus discursos que

estamos na era do conhecimento. Impor-

tante salientar que a era do esforço físico

no trabalho pertence à era industrial.

O mundo das ideias e da criatividade

pertence aos empreendedores e nada tem

a ver com esforço supremo da força físi-

ca. Tem a ver, isso sim, com o tão propa-

gado pensamento de Domenico DiMasi,

que acreditava que por meio do ócio cria-

tivo é que serão geradas as novas ideias.

Neste artigo, poderíamos utilizar para ilus-

trar nossa mensagem a tão famosa frase,

repetida por nossos avós: “quem trabalha

muito não tem tempo de ganhar dinheiro”.

Não estou querendo dizer que para

sermos empreendedores, devemos viver

o resto de nossas vidas deitados em uma

rede olhando para o céu. Afinal, não basta

termos ideias e não levá-las para o campo

das ações. Isso é o mesmo que delirar ou

ter sonhos que nunca sairão do mundo da

imaginação.

Empreender é ter insights criativos e

produtivos e testá-los na prática. É arriscar

fazer melhor e fazer diferente. É oferecer a

resposta que ninguém ainda apresentou.

É ousar sem medo de errar ou de

cair. É ter a capacidade de se levantar rapi-

damente e ir em frente.

Isso é empreender. E as estatísticas

dizem que todo grande empreendedor já

“quebrou” pelo menos três vezes antes de

alcançar o sucesso. As oportunidades es-

tão por todas as partes. Abra os olhos e

você verá que tem uma bem ao seu lado,

ou bem “debaixo do seu nariz”. Sucesso!

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Marynês Pereira é Business & Carrer Coaching,Palestrante e Diretora da Provider Solutions

80 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09

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