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Gestão Fitness Ed01_NovDez09
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MOTIVAÇÃO
www.alom.com.brEdição n• 01 - Nov/Dez 2009
Obtenha o máximo do talento de seus colaboradores aplicando
estratégias de motivação
SUMÁRIOTecnologia
A Internet e o marketing das Redes Sociais
02 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
06
Gestão FinanceiraFluxo de Caixa em uma Academia
14
Aspectos LegaisRegularização do Estagiário
18
PerfilAs multifacetas do ator e
empresário Marcelo Brou
22
MarketingNeuromarketing: ciência, moda
ou realidade?
30
Carreira ProfissionalMarketing Estratégico ao Educador Físico
34
Gestão de NegóciosMudar ou Revolucionar?
10
SUMÁRIO
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 03
Gestão FinanceiraFluxo de Caixa em uma Academia
Aspectos LegaisRegularização do Estagiário
PerfilAs multifacetas do ator e
empresário Marcelo Brou
MarketingNeuromarketing: ciência, moda
ou realidade?
Carreira ProfissionalMarketing Estratégico ao Educador Físico
ContabilidadeA importância da contabilidade e do
balanço patrimonial nas empresas
38
EspecialMotivação de Colaboradores: como
obter o melhor de suas esquipes
42
EspecialMotivação de Colaboradores:
o que dizem os consultores
50 Gestão de PessoasCrescimento Profissional nas
Academias
56
ComunicaçãoComunicação Interna
60 Internacional
Mercado Fitness na Costa Rica64
Espaço FísicoProjetando a Recepção: seu cartão de visitas
68
Meio AmbienteMeio Ambiente no mundo fitness
72
ComportamentoEmpreender: você está preparado?
76
Nesta EdiçãoGuia de Fornecedores
81
EXPEDIENTE
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A Revista Gestão Fitness é uma publicação bimestral,
100% digital, 100% gratuita,
desenvolvida pela Álom Comunicação em Negócios.
06 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
Jornalismo e RevisãoMadalena [email protected]
Projeto Gráfico e WebdesignIrene Asato Ruiz
www.ireneruiz.com
Tecnologia da InformaçãoIvan Carlos de Almeida
www.icarlos.net
Revista DigitalNews Flipwww.newsflip.com.br
Atendimento ao [email protected]
Redaçã[email protected]
Sitewww.alom.com.br
DiretoraThais [email protected]
Proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização escrita.Artigos e colunas não representam necessariamente a opinião da revista e são de total responsabilidade de seus autores. As imagens dos artigos e matérias foram cedidas pelos respectivos colunistas e entrevistados.
As imagens ilustrativas são provenientes de banco de imagens e os créditos constam ao lado direito inferior de cada foto.
Contato11 3731-6704
EDITORIAL É com grande felicidade que apresento a Revista Gestão Fitness.
A primeira revista sobre gestão de negócios e carreira no
mundo fitness 100% digital e 100% gratuita.
A Revista Gestão Fitness chega para acrescentar muito mais informações
de negócios no meio fitness, com matérias sobre diversos pontos de vista
de gestão, e também oferecendo informações sobre a manutenção
da carreira do profissional do setor.
Bimestralmente, você, leitor, saberá quando uma nova edição estará no ar.
Basta solicitar sua assinatura gratuita em nosso site. Poderá utilizar os
recursos de interatividade, acessando os vídeos e links.
Os principais conceitos da publicação são: a sustentabilidade; um meio de
comunicação ecologicamente responsável; e a democratização da informação, pos-
sibilitando que todos os empresários, futuros empresários e estudantes possam ter
acesso, gratuitamente, à informação de qualidade e de alto valor agregado, que
contribuirá muito para seu desenvolvimento profissional e dos negócios.
Agradeço a todos que colaboraram com esta primeira edição e a todos que
estão torcendo pelo sucesso da publicação. Em especial, aos colunistas que con-
tribuíram com conteúdo de alta qualidade, aos entrevistados pela atenção e dis-
ponibilidade, aos anunciantes que confiaram suas marcas no patrocínio do projeto,
aos milhares de assinantes que acreditam na ideia central da publicação, as muitas
parcerias formadas nesses poucos meses de trabalho, e a equipe de colaboradores,
que se dedicou ao máximo na execução de todas as peças de divulgação,
website, jornalismo e tecnologia da informação.
Espero que aproveitem ao máximo e fiquem à vontade para nos enviar seus
comentários por e-mail, para que possamos sempre melhorar e oferecer
um veículo de informação de alta qualidade.
Um super abraço!
Thais Cavalcanti
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em: S
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Atualmente, o seu cliente pode estar em qualquer parte do
planeta, a um clique do mouse. Por isso, é imprescindível
que as empresas fitness entrem de vez na era digital.
Por Leonardo Allevato
06 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
A INTERNET E O MARKETING DAS REDES SOCIAIS
tecnologia
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 07
Redes Sociais. Essa é a nova regra do mercado globalizado. Para não ter de
abordar profundamente os conceitos desse sistema, digamos que o Orkut, o Twitter, o
Facebook, o MySpace e tantos outros sites, que nascem diariamente com a finalidade de
reunir pessoas com um mesmo interesse por todas as partes do mundo, são exemplos de
Redes Sociais.
Atualmente, o seu cliente pode estar em qualquer parte do planeta, a um clique do
mouse. Indicação de quem? De alguém que participa de uma rede social da qual a sua
empresa está ativa. Não se pode mais negligenciar essa força na captação e retenção de
clientes, além de promover (e monitorar) universalmente sua marca, de modo simples e
barato, ou seja, é a web revertendo lucro para a sua empresa.
Por esse motivo, é imprescindível que as empresas fitness entrem de vez na era
digital. Mas como utilizar as redes sociais para alavancar seu empreendimento?
Por incrível que pareça, o e-mail pode ser o start para todas as outras ferramentas.
Ele é a mais antiga forma de relacionamento digital e, sem dúvida, a de mais fácil utiliza-
ção. Mas são necessárias algumas ações para acertar o alvo:
Em primeiro lugar, o endereço eletrônico tem de ter alguma coisa a ver com a sua
academia. Parece simples quando se fala, mas muitas empresas ainda utilizam endereços
que em nada lembram seu estabelecimento. E isso faz muita diferença na hora de ser
lembrado.
O segundo passo é estabelecer uma linha de ação para utilização dessas mensagens
eletrônicas. Isso permite gerar um canal de identificação entre aluno e academia. Como
exemplo, pode-se criar um e-mail de boas-vindas aos novos clientes, convidando-os não
só a participar dos outros canais de redes sociais, como despertando neles a confiança de
que serão atendidos prontamente e por alguém qualificado, caso haja algum problema.
Além disso, crie motivos para remeter e-mails periódicos, como boletins, eventos,
enquetes etc. Comunique-se! Mas não se pode, porém, tratar clientes ativos e inativos da
mesma maneira. Por isso, mantenha o cadastro sempre atualizado e segmentado.
Outra ferramenta também fácil de ser utilizada é o MSN. Por que não utilizar esse
meio como um canal de comunicação direta durante o período em que a academia estiver
www.leoallevato.com.br
Comente sobre este artigo em nosso blog:
http://gestaofitness.wordpress.com/
em funcionamento? Porém, para isso, é
necessária certa formalidade e treinamen-
to de quem for utilizar tal ferramenta.
O Orkut talvez seja a mais popular
de todas as redes sociais, e sua utilização
pode agregar cada vez mais os clientes de
sua academia. A criação de uma comuni-
dade é coisa básica, mas cuide para que
ela não caia no esquecimento. Gere en-
quetes, fóruns, divulgue eventos na pá-
gina, mas também divulgue as novidades
através da nova ferramenta “promova”.
Principalmente esteja atento, respondendo
às questões levantadas. Adicione mem-
bros, publique fotos sempre que possível.
O cliente que se sente valorizado indica.
O Twitter é a febre da vez. O ser-
viço que explodiu recentemente expande
na mesma velocidade que as mensagens
que são postadas nele. Essas mensagens
devem ser curtas – até 140 caracteres –,
mas não menos relevantes para levar in-
formação aos seus seguidores (followers).
A utilização combinada dessas fer-
ramentas pode influenciar diretamente em
sua receita, na medida em que trabalha
a captação e retenção de clientes, e pode
expandir sua marca mundo afora. Não se
esqueça de que você está no mundo vir-
tual e as pessoas precisam saber onde sua
empresa está estabelecida. No site da aca-
demia devem sempre constar o endereço
e o telefone com o DDD. Isso também pa-
rece básico, mas empresas ainda divulgam
seus telefones nessas redes e não sabe-
mos para qual cidade ligar.
Planejar estratégias para trabalhar
através das redes sociais, com processos
bem delineados e pessoal treinado (por
que não preparar as recepcionistas para
esse trabalho?), é, hoje em dia, a ferra-
menta menos custosa e, talvez, a mais efi-
ciente para captar e reter clientes.
Por que não envolver todo seu time
nessa estratégia?
tecnologia
Leonardo Allevato é especialista em Gestão e Marketing e Diretor da LA Fitness Solutions
08 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
MUDAR OU
REVOLUCIONAR?
Recuperar qualquer negócio é muito mais do que adotar medidas
isoladas, visando a suprir as suas principais falhas.
Por Luis Amoroso
Imag
em:R
ore
10 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
gestão de negócios
Imagine um imenso e muito pesado disco de ferro que você deseja fazê-lo girar.
Com muito esforço e determinação, você consegue fazer com ele se desloque alguns
poucos centímetros. Mais esforço e ele gira agora alguns metros. Com persistência e
determinação, você consegue fazê-lo girar a primeira volta. A segunda volta fica mais
fácil e aos poucos ele começa girar e, devido ao seu grande tamanho e peso, gira cada
vez mais rápido, sendo agora muito mais difícil fazê-lo parar do que continuar a girar.
Recuperar qualquer negócio é muito mais do que adotar medidas isoladas, visan-
do a suprir as suas principais falhas e, talvez, esse seja o motivo pelo qual poucos
operadores conseguem realmente transformar completamente o resultado de suas aca-
demias.
O processo de recuperação está muito mais para promover uma “revolução” do
que “mudanças”, e a primeira e primordial etapa está na sua própria visão e posicio-
namento diante do processo. Comece olhando para o espelho em vez de ir à janela em
busca dos responsáveis, pois, afinal de contas, todos os que estão ao seu lado, direta
ou indiretamente, passaram pela sua aprovação e atuam segundo a sua orientação.
Entenda que sozinho e utilizando as mesmas estratégias os resultados não serão muito
diferentes. A “virada” requer o estabelecimento da confiança, a manutenção da clareza
e a mobilização de todos para a ação.
O diagnóstico claro e real, tanto do cenário interno quanto do mercado, a identi-
ficação das oportunidades e dos principais obstáculos, a escolha das pessoas certas e
o estabelecimento de um plano de ação trarão a confiança que possibilitará o resgate
da autoestima de todos os envolvidos no processo. Portanto, se você busca promover
uma verdadeira revolução na sua academia, comece por resgatar a autoestima dos seus
colaboradores!
Sem clareza não haverá evolução!
• Identifique as causas em vez de lidar com as consequências geradas pelos problemas
• Desenvolva e mantenha uma imagem vivida de um estado futuro ambicioso e dese-
jável.
• Concilie as ações com os princípios que a empresa defenderia sob qualquer circun
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 11
stância e promova rapidamente os ajustes
necessários no plano de ação com base em
informações confiáveis.
• Defina as tarefas e a forma pela qual cada
colaborador irá contribuir para o sucesso
de forma clara.
• Estabeleça e respeite as metas.
• Acompanhe reconhecendo o sucesso
coletivamente e orientando de forma in-
dividua-lizada cada colaborador, visando a
auxiliá-lo a superar as suas falhas.
Como resultado de todo esse proces-
so, você entenderá que a diferença entre
“mudar” ou “revolucionar” está na ação.
Sucesso!
Comente sobre este artigo em nosso blog:
http://gestaofitness.wordpress.com/
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A “virada” requer o estabelecimento da confiança, a manutenção da clareza e a mobilização de todos para a ação.
gestão de negócios
12 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
Luis Amoroso é superintendente da Monday Academia e consultor estraté-gico em fitness
E-mail: [email protected]
FLUXO DE CAIXA
O mais importante
quando se tem um
bom fluxo de caixa é
aprender a analisar os
dados encontrados,
fazer projeções de
investimento e
reduzir custos sem
perder a qualidade.
Por Kenny Castro
EM UMA ACADEMIA
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em: I
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14 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
gestão financeira
Fluxo de caixa! O que é isso? Para que serve? É necessário implantar o fluxo de
caixa em uma academia? Com certeza, por várias vezes, você já se fez essa pergunta:
“Ganhei tanto dinheiro neste mês, mas não sei para onde ele foi?”.
Olhar para o passado e presente, fazer previsões futuras, determinar custos fixos e
variáveis, estipular capital de giro, fundo de reserva para pagamento de décimo terceiro,
fundos de investimentos, participação nos lucros e lucro líquido, são essas as análises
feitas por meio do fluxo de caixa, que estipulam as diretrizes na gestão da academia, ga-
rantem a saúde financeira e a sustentabilidade necessária para crescer e investir correta-
mente, tanto na estrutura física quanto nos recursos humanos, com clareza, assertividade
e segurança.
Primeiro, para entendermos o que é fluxo de caixa precisamos estabelecer a dife-
rença entre “Caixa” e “Faturamento”. Boa parte das empresas e as academias gerencia,
com bastante frequência, seus negócios e montam seus relatórios tendo como base o
“Faturamento”.
Faturamento são todos os negócios fechados na empresa. Na academia são todos
os planos e produtos fechados no mês corrente. O montante dessas negociações: cheque
pré-datados com data futura de compensação, cheques à vista, dinheiro, cartão de crédito
com data futura de crédito e boletos é o que chamamos de faturamento, determinado pela
sazonalidade dos períodos de “safra”, normalmente em dois momentos no ano: de janeiro
a maio e de agosto a outubro.
Nesses períodos, as academias recebem um fluxo grande de novos alunos. Aca-
demias modernas e seus gestores já perceberam que minimizar essa sazonalidade com
campanhas, promoções e outras ferramentas de vendas, criando nos clientes uma relação
de longo prazo com a academia, por meio de planos mais longos, ajudam muito no plane-
jamento futuro. Planejamento este que deve ser pautado no “Caixa”.
Caixa é o montante movimentado pela academia no mês corrente, oriundos dos
recebimentos à vista, cheques pré-datados, recebimentos em dinheiro, créditos do cartão
do mês corrente, recebimentos por boletos e todas as despesas pagas no período. Essa
movimentação e a relação receita x despesas são o que chamamos de “Fluxo de Caixa”.
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 15
E é sobre essa movimentação que a
academia deve e pode analisar seu desem-
penho financeiro.
O fluxo de caixa pode ser divido em
três modelos de análise: Operacional, Fi-
nanceiro e Investimentos. Operacional in-
clui todas as operações de pagamentos e
recebimentos diários, que se dividem em
fixos e variáveis.
Financeiro se refere a empréstimos,
taxas bancárias, negociações em bolsa de
valores e financiamentos.
Investimentos são as operações que
mudam de alguma forma o patrimônio da
empresa, tanto em âmbito físico quanto no
âmbito humano.
Para montar um fluxo de caixa na
academia devemos determinar um “plano
de contas”, inicialmente dividindo as movi-
mentações em dois grandes grupos: Entra-
das e Saídas e depois criando as divisões e
subdivisões, dependendo das necessidades
de cada academia.
Existem hoje no mercado vários pro-
gramas de fluxo de caixa, que podem ser
comprados prontos ou desenvolvidos para
determinada academia, ou ainda baixados
via internet. Dependendo do tamanho da
academia, existem planilhas mais simples
Exemplo de um fluxo de caixa em uma academia
Comente sobre este artigo em nosso blog:
http://gestaofitness.wordpress.com/
Kenny Castro é graduado em ed. física e Consultor Financeiro da Academia Athletics - GO.
E-mail: [email protected]
www.kennycastro.com.br
gestão financeira
16 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
Exemplo de um fluxo de caixa em uma academiaque conseguem dar uma visão muito boa
do fluxo de caixa.
O mais importante quando se tem
um bom fluxo de caixa é aprender a ana-
lisar os dados encontrados, fazer projeções
de investimento, de receita e despesas,
aprender a maximizar os potenciais da em-
presa e reduzir custos sem perder a quali-
dade. Tudo isso é possível se o gestor tiver
em mãos um fluxo de caixa confiável e que
forneça a ele repostas rápidas e corretas
sobre a performance da sua empresa.
gestão financeira
REGULARIZAÇÃO DO
ESTAGIÁRIO
Uma das características da nova Lei de Estágio
é a inexistência da obrigatoriedade de bolsa para
estudantes que realizam estágios obrigatórios.
Por Ricardo Abreu
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18 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
aspectos legais
Em 25 de setembro de 2008, o presidente Lula sancionou a nova Lei do Estágio,
que já está acarretando grandes mudanças nas relações entre as empresas e seus cola-
boradores, e deverá ser aplicada em todos os contratos assinados a partir da referida
data.
Uma das características da nova Lei é a inexistência da obrigatoriedade de bolsa
para estudantes que realizam estágios obrigatórios – aqueles assim definidos como no
projeto do curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma.
As principais mudanças estão relacionadas à carga horária, que fica limitada a seis
horas diárias, além do direito de “férias” remuneradas de 30 dias a cada ano de estágio,
mas o adicional de 1/3, como nos empregos regulares. Os estagiários terão direito ainda
a auxílio transporte e seguro contra acidentes.
A Lei ficou mais rígida também no que se refere à obrigatoriedade do pagamento
do seguro de acidentes pessoais, sendo que as academias associadas à ACAD – Associa-
ção Brasileira de Academias podem participar da apólice coletiva da Associação com a
Seguradora Porto Seguro, por meio da Corretora Urmes, ao custo de R$ 2,45 mensais por
estagiário, para não correrem o risco de estabelecimento de vínculo empregatício com os
estagiários, no caso de descumprimento dessa obrigatoriedade.
Para que o estagiário não tenha reconhecida a relação de emprego com a empresa,
de acordo com o artigo 3º da Lei, terão de ser observados alguns requisitos, tais como:
matrícula e frequência regular do estudante atestadas pela instituição de ensino; cele-
bração de termo de compromisso entre o estudante, a empresa e a instituição de ensino;
compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo
de compromisso; e acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de
ensino e por supervisor da empresa.
O parágrafo segundo do artigo 3º prevê que o descumprimento de qualquer obriga-
ção do referido artigo ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso, carac-
teriza-se vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio (empresa)
para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.
Assim, para as empresas que não cumprirem com todas as obrigações legais re-
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 19
lativas aos estagiários, o empresário terá
de arcar com pagamento de: GPS patronal
(caso não esteja no Super Simples), déci-
mo terceiro salário, acréscimo de 1/3 nas
férias e aviso prévio, em caso de dispensa.
Além disso, terá de conceder a estes cola-
boradores os direitos à licença-materni-
dade e afastamento por motivo de doença.
OBRIGAÇÕES DA EMPRESA CONCEDENTE DO ESTÁGIO
I-Celebrar termo de compromisso com a
instituição de ensino e o educando, zelan-
do por seu cumprimento;
II-Ofertar instalações que tenham con-
dições de proporcionar ao educando ativi-
dades de aprendizagem social, profissional
e cultural;
III-Indicar funcionário de seu quadro de
pessoal, com formação ou experiência pro-
fissional na área de conhecimento desen-
volvida no curso do estagiário para orien-
tar e supervisionar até 10 (dez) estagiários
simultaneamente;
IV-Contratar em favor do estagiário segu-
ro contra acidentes pessoais, cuja apólice
seja compatível com valores de mercado,
conforme fique estabelecido no termo de
compromisso;
V-Por ocasião do desligamento do esta-
giário, entregar termo de realização do
estágio com indicação resumida das ativi-
dades desenvolvidas, dos períodos e da
avaliação de desempenho;
VI-Manter à disposição da fiscalização doc-
umentos que comprovem a relação de es-
tágio;
VII-Enviar à instituição de ensino, com
periodicidade mínima de 6 (seis) me-
ses, relatório de atividades, com vista o-
brigatória ao estagiário.
Comente sobre este artigo em nosso blog:
http://gestaofitness.wordpress.com/
Ricardo Abreu é Consultor Jurídico especializado no Mercado Fitness e Diretor Jurídico da ACAD.
E-mail: [email protected]
www.ricardoabreu.adv.br
20 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
aspectos legais
AS MULTIFACETAS DO ATOR E EMPRESÁRIO
MARCELO BROUAtualmente, sócio da Academia Espaço Aquático, no Rio de
Janeiro, o ator e empresário Marcelo Brou tem uma agenda de trabalho
bastante atribulada, mas que ele consegue cumprir com sucesso.
O segredo é trabalhar com prazer e viver um dia de cada vez.
Por Madalena Almeida
22 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
Imag
em: D
ivul
gaçã
o
perfil
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 23
Ele acabou de interpretar o terapeuta Guto, na novela Caminho das Índias,
da rede Globo, e ostenta em seu currículo inúmeras participações em diversas outras
produções e minisséries da emissora. Também já teve várias passagens pelo cinema e
teatro, onde pôde trabalhar ao lado de grandes nomes, como Marília Pera e Betty Faria.
Marcelo Brou, este mineiro de Três Corações que tem como característica realizar
com paixão tudo o que se propõe a fazer, vem conquistando o merecido reconhecimento
ao longo de 15 anos de carreira artística.
Além de ator talentoso, Marcelo Brou, que mora no Rio de Janeiro desde criança,
ainda tem sido um empresário de sucesso. Atualmente, ele é sócio da Espaço Aquático,
academia fundada há oito anos por sua irmã, Denise Schimmelpfeng, localizada no bairro
carioca do Flamengo, para a qual se dedica, com a mesma determinação e profissiona-
lismo, à disseminação dos benefícios da prática da atividade física, buscando levar mais
saúde, bem-estar e qualidade de vida às pessoas.
Em seu último trabalho na novela Caminho das Índias, para viver o terapeuta Guto,
o ator incorporou importantes ensinamentos que o fizeram enxergar a vida sob uma nova
ótica e, hoje, o auxiliam a cumprir sua atribulada agenda de trabalho com mais sabedoria
e tranquilidade.
Nesta entrevista à Revista Gestão Fitness, Marcelo Brou revela como ingressou na
área de fitness e quais os desafios para conciliar a vida de ator e empresário. Confira.
Gestão Fitness - Há quanto tempo você é formado em Educação Física? Foi antes de
se tornar ator?
Marcelo Brou - Eu me formei primeiro em Educação Física pela Universidade Gama
Filho, em 1993, mas, simultaneamente, eu já fazia o curso de artes cênicas. Inicialmente,
comecei trabalhando na área de educação física. A oportunidade de atuar surgiu em 1994,
quando tive o grande privilégio de participar do espetáculo Camaleoa, ao lado de Betty
Faria e dirigido por Marília Pêra. A produção viajou por todo o Brasil. Sem dúvida, foi um
grande começo.
Paralelamente, tenho trabalhado com Educação Física ao longo de 16 anos. Durante
esse período, atuei em algumas academias, mas esse nunca foi o meu público-alvo. Gosto
Imag
em: D
ivul
gaçã
o
24 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
perfilmais da preparação física por respeitar a
individualidade de cada aluno e trazer mais
resultados.
GF - Por que decidiu entrar nesse
ramo de academias? O que lhe atraiu?
MB – Quando decidimos ingres-
sar nessa área, eu e minha irmã, Denise
Schimmelpfeng, decidimos optar por um
segmento que trabalhasse com crianças e
com adultos jovens por acreditarmos que
atividade física não é importante só para
a pessoa estar bem no verão, mas sim é
uma forma de viver mais e melhor. A lon-
gevidade é uma realidade hoje, e quem
quiser viver bem tem de incluir na sua ro-
tina diária a atividade física.
A OMS – Organização Mundial da
Saúde recomenda a prática de exercícios
cinco vezes por semana. É nisso que acre-
ditamos e trabalhamos, oferecendo esses
serviços e difundindo essa ideia.
GF – Qual foi sua primeira experiên-
cia como empresário de fitness?
MB – O primeiro empreendimento
nessa área foi a criação da Espaço Aquáti-
co, no Rio de Janeiro, uma academia fun-
dada há oito anos por minha irmã, da qual
sou sócio.
O conceito é utilizar os exercícios
aquáticos como base para tudo, além de
natação e hidroginástica. Combinamos
então esses exercícios com fortalecimento
muscular, equilíbrio, alongamento, flexibi-
lidade, ou seja, a ginástica funcional que
facilita a vida diária das pessoas.
GF – Na Espaço Aquático existe o
Circuito Express. O que é esse conceito e
como surgiu a ideia de introduzi-lo na aca-
demia?
MB – É uma forma de oferecer para
Marcelo Brou e elenco da Novela Caminho das Índias
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 25
perfil
os alunos que não dispõem de muito tempo
para treinar a possibilidade de praticar ex-
ercícios de forma rápida e com resultados.
Dessa forma, achamos que o circuito en-
riqueceria o trabalho que já temos na aca-
demia Espaço Aquático, complementando
de forma aeróbia o pilates, a musculação e
o alongamento.
Na verdade, já trabalhávamos com
treinamentos de acordo com a disponibili-
Marcelo Brou e elenco da Novela Caminho das Índias
dade de tempo e dedicação do aluno para
praticar sua atividade diária. Essa forma é
moderna, atraente e eficaz.
Pode-se fazer qualquer atividade com
duração de 30 minutos, não só o circuito.
Geralmente, quando o aluno apresenta
certa resistência ou pouca disponibilidade
de tempo oferecemos a atividade em 30
minutos.
GF - Qual o perfil dos alunos do Cir-
cuito Express? Quem procura esse tipo de
treinamento?
MB – Basicamente, alunos que que-
rem praticar uma atividade com boa orien-
tação profissional, com duração preestabe-
lecida, e que desejam perder peso rápido.
São pessoas que não têm muito tempo
para estar dentro de uma academia. Já foi
comprovado que 30 minutos por dia é mais
do que suficiente para se manter uma boa
qualidade de vida e para um bom condicio-
namento físico.
GF – Com os compromissos da car-
reira de ator, como você participa da gestão
da Espaço Aquático? Você procura estar
presente no dia a dia do negócio?
MB - A gestão diária fica aos cuida-
dos da minha irmã, Denise Schimmelpfeng,
profissional da área de educação física com
pós-graduação pela FGV em administração
Imag
em: D
ivul
gaçã
o
esportiva. Nem preciso dizer mais nada,
não é!
Ela é bastante experiente. Foi ela
quem fundou a academia, além de estar
no mercado há mais tempo do que eu e se
relacionar muito bem com os alunos e co-
laboradores.
GF - Ser professor ou personal trai-
ner é bem diferente de gerir uma academia.
O que você acha que é preciso para que um
professor ou personal tenha sucesso como
empresário na área de fitness?
MB - Delegar funções a pessoas ca-
pacitadas e comprometidas com o negócio
como um todo é fundamental. Além disso,
acompanhar de perto todo o andamento do
trabalho, que deve ser avaliado em tempo
real para que as possíveis mudanças sejam
implementadas rápidas.
GF - Quais eram suas expectativas
quando da criação da Academia Espaço
Aquático e qual tem sido o retorno? Na sua
visão, esta é uma área promissora?
MB - O segmento é muito bom e traz
resultados e oportunidades reais para o
profissional. Estou muito satisfeito com o
investimento, principalmente porque con-
sigo desenvolver um trabalho de grande
importância para a comunidade do bairro
do Flamengo, atendendo integralmente
Marcelo Brou e elenco da Novela Caminho das Índias
perfil
tudo o que foi acordado com os alunos, o
que deixa todos satisfeitos, especialmente
a mim, que trabalho com o que gosto e
acredito.
GF - Como você consegue conciliar
a vida de ator com a de empresário? Você
acredita que a experiência como ator lhe
ajuda de alguma forma nos desafios como
empresário de fitness ou vice-versa?
MB - Acredito que tudo o que eu faço 26 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
acaba complementando uma coisa a outra.
O professor de educação física é também
um ator.
Em meu último trabalho, na novela
Caminho das Índias, da Rede Globo, onde
vivi o personagem Guto, um terapeuta ay-
urvédico, que trabalhava em um centro de
estética, me trouxe grandes ensinamentos.
Esse terapeuta me levou a pesquisar o que
vinha a ser a terapia e ou medicina ayurvé-
dica, uma medicina milenar na Índia, cujo
estudo é passado de geração para geração.
Acredito que todo personagem sempre
traz algum aprendizado para minha vida.
O Guto me trouxe o desapego e me fez
entender a vida de uma forma diferente e
com um outro olhar, ou seja, me fez ver o
que realmente é importante.
Assim como o personagem Stallone,
interpretado na novela América, que tra-
balhava diretamente com deficientes vi-
suais, me ensinou que tudo é mais sim-
ples e mais fácil do que eu pensava antes,
acredito que vida é para ser vivida dia após
dia e não na correria que a sociedade nos
impõe.
Eu não tenho dificuldade alguma
em conciliar a vida de ator com a de em-
presário, até porque conto com a com-
petência de minha irmã à frente de tudo.
Existem períodos que estou mais ocupado,
participando de alguma produção ou es-
petáculo. Em outros, estou mais ocupado
como empresário. Mas é possível cumprir
os compromissos das duas profissões. Afi-
nal, para tudo se tem solução. Basta que-
rer, estar disposto e com vontade de se en-
tregar.
GF - O fato de ser famoso ajuda, de
alguma forma, na divulgação da academia
Marcelo Brou e elenco da Novela Caminho das Índias
perfil
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gaçã
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Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 27
Espaço Aquático?
MB - Um pouco, porém, o mais im-
portante é a credibilidade e a confiança
das pessoas em relação ao trabalho desen-
volvido. Isso é conquistado no dia a dia.
A indicação e a fidelização do aluno por
gostar do resultado são o que garantem
crescimento real para a academia.
Além do mais, eu não sei se sou fa-
moso, sou? Eu costumo dizer que trabalho
com arte não para ser famoso, mas sim
porque gosto de trabalhar na área artísti-
ca. Obviamente, quando participo de uma
novela, isso ajuda sim na divulgação da a-
cademia, mas isso não é o mais importante.
O público da Espaço Aquático é muito fiel.
E nós procuramos passar credibilidade a
eles. Acredito que isso é fundamental nes-
sa área.
GF – Você tem outros planos na área
de fitness?
MB - Sempre. Inovando e equipan-
do a academia com o que há de melhor
no mercado. Recentemente, adquirimos o
POWER PLATE, uma plataforma vibratória
que exercita feixes musculares dificilmente
trabalhados em qualquer outra atividade.
Oferece ganho de massa óssea e atende
também às necessidades de fisioterapia.
Atualmente, estamos caminhando tam-
bém para a introdução do treinamento
funcional.
Gostaria de finalizar dizendo que as
pessoas têm de acreditar no seu poten-
cial. Ninguém precisa ter só uma ocupa-
ção. Eu, por exemplo, sou formado tam-
bém em engenharia civil, ou seja, tenho
três formações e, se preciso, dou conta
das três com o maior prazer. Aliás, prazer
é a palavra-chave para tudo isso e para a
vida, ou seja, para ser feliz. A busca pelo
prazer e pela felicidade não pode terminar
nunca. Esse é meu combustível!!!
perfil
Imag
em: D
ivul
gaçã
o
28 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
perfil
LANÇAMENTOSKRANKcycle
A mais recente inovação do criador do Spinning
Johnny G, o KRANKcycle é um equipamento de
ciclismo operado com as mãos, com braços que
funcionam de forma independente. “Johnny G é
o maior visionário do fitness mundial e a John-
son Health Tech se orgulha em te-lo como parte
do time” comenta o diretor executivo da John-
son Health Tech Brazil, Thiago Somera.
Nova linha Matrix G7
“A nova linha G7 expande nossa oferta de equi-
pamentos de musculação Matrix, dando a nossos
clientes uma escolha premuim de equipamen-
tos”, disse Peter Sell, diretor de gerenciamento
de produtos da JHT. “Quando combinada com
nossos novos produtos premium cardiovascu-
lares, a linha G7 possibilita a nossos clientes a
criação de um visual distinto e consistente para
suas instalações de fitness.” Thiago Somera
diretor executivo da Johnson Health Tech Bra-
zil, também falou com entusiasmo sobre a nova
linha:“Espere algo mais. É essa a frase que re-
sume a nova linha G7. Tudo nesse produto foi
cuidadosamente pensado para que o usuário
tenha o melhor equipamento do mercado”.
www.johnsonhealthtech.com.br
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 29
NEUROMARKETINGCIÊNCIA, MODA OU
REALIDADE?
Sabemos que as decisões de compra não estão associadas
a aspectos racionais, mas sim ao nosso complexo sistema
de valores, crenças e emoções.
Por Luis Perdomo
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30 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
marketing
Desde o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa e os
modernos conceitos de marketing foram feitos avanços importantes na com-
preensão do comportamento do consumidor.
Decifrar o que é e o que realmente acontece na mente do consumidor é
o sonho de todo profissional de marketing.
É por isso que não faltam artigos, livros e inúmeros trabalhos sobre um
assunto tão complexo e fascinante. A década de 90 foi definida pelo governo
norte-americano e por outras nações desenvolvidas como a “década do cére-
bro” e, como consequência, muitos recursos financeiros e materiais foram
destinados para seu estudo.
Em decorrência dessa avalanche de trabalhos e estudos científicos, te-
mos hoje uma idéia mais completa do que sabemos e, principalmente, do
que não sabemos sobre a mente e o cérebro.
Uma das novidades foi o interesse científico sobre o comportamento de
consumo e os consumidores, aspectos que ainda não tinham atraído a curio-
sidade acadêmica de neurologistas, médicos e outros especialistas.
Um deles, o médico Gerald Zaltman, pesquisador da universidade norte-
americana de Harvard, teve a ideia de usar aparelhos de ressonância magné-
tica para fins de marketing e não para estudos médicos.
Foi assim que surgiu um novo conceito: o Neuromarketing, termo cun-
hado por Ale Smidts, professor de marketing, que lecionava no final dos anos
90 em Rotterdam, Holanda.
A ideia central do neuromarketing é o estudo do estado cerebral do con-
sumidor, quando exposto a diversas mensagens (propaganda) ou experiên-
cias de consumo (compra).
Já se provou ser possível identificar as zonas do cérebro mais estimula-
das durante a experiência de consumo e até mesmo um indício de como são
formadas e reforçadas as sinapses (conexões neurais).
Pela primeira vez, os profissionais de marketing poderão ter comprovaGestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 31
ção do real impacto da mensagem,
por eles elaboradas e veiculadas, na
formação dos sentimentos ou pelo
menos nas trilhas cerebrais que es-
sas mensagens deveriam despertar.
Esse é o sonho de todo pesquisador
nas áreas de marketing e comunica-
ção.
As aplicações imediatas vão
desde a verificação do impacto das
ações de marketing até a construção
de um novo conjunto de ações, volta-
das aos sentimentos e emoções hu-
manas.
Apesar de ser um ramo da
ciência ainda incipiente, abre novas
perspectivas sobre como fazer pes-
quisa, comunicação e a própria
medição de resultados nessa área.
Por outro lado, a complexidade
inerente aos seres humanos não
permitirá utilizar essa ferramenta
como se todos fôssemos robôs, com
respostas automáticas programadas
para cada impulso.
Segundo Paulo Vieira de Cas-
tro, do Instituto Superior de Admin-
istração e Gestão do Porto, Portugal:
“Isso significa que teremos de ad-
mitir os limites do neuromarketing,
uma vez que essa técnica se con-
centra, quase que exclusivamente,
na elaboração de modelos físicos ou
neurais para a representação da ex-
periência humana”.
Hoje, sabemos que as decisões
de compra não estão associadas a
aspectos racionais, mas sim ao nosso
complexo sistema de valores, cren-
ças e emoções, que governa nossos
estados mentais.
O neuromarketing pode vir
a confirmar ou refutar alguns dos
Neuromarketing é o estudo do estado cerebral do consumidor, quando exposto a
diversas mensagens (propaganda) ou experiências de consumo (compra).
marketing
32 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
Neuromarketing é o estudo do estado cerebral do consumidor, quando exposto a
diversas mensagens (propaganda) ou experiências de consumo (compra).
modelos que foram desenvolvidos
para melhor compreender o compor-
tamento hu-mano.
O comportamento humano e
sua construção de “mapa de mun-
do”, principalmente a tomada de de-
cisões de compra, são hoje melhor
explicados pelas chamadas inteligên-
cias emocionais, descritas por Daniel
Goleman, em seu livro “Inteligência
Emocional”.
Por outro lado, os modelos uti-
lizados pela Programação Neurolin-
guística nos permitem ter percep-
ções sobre as chamadas estratégias
mentais nunca antes experimenta-
das.
Tudo isso nos possibilita imagi-
nar um mundo com uma linguagem
mais universal, capacidade de comu-
nicar e produzir experiências mais
ricas, e mais: Caminhar de um estado
de arte para a ciência nas questões
de mar-keting.
Aos profissionais de marketing,
vendas e comunicação cabe agora
aprender a correta utilização dessa
fantástica ferramenta!
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Luis Perdomo é Administrador de Empresas, Palestrante e Especialista em Estratégia, Marketing e Vendas. É criador do Acade System.
E-mail: [email protected]
marketing
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 33
MARKETING ESTRATÉGICO AO
EDUCADOR FÍSICO
O Educador Físico precisa se posicionar como um
empreendedor de sucesso e colocar suas ideias
e metas no papel, procurando executá-las
da forma mais correta possível.
Por Luiz Moura
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34 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
carreira profissional
Primeiramente, verificamos a necessidade de desenvolvimento profissional e a
identificação das possibilidades de implantação e realização de projetos e da conscien-
tização do educador físico, a fim de que ele se torne capaz de promover seu produto ou
qualquer ramo de negócio em fitness.
Quando um jovem empreendedor conclui o ensino médio e “presta o vestibular”
para determinada carreira, ele tem como meta desenvolver-se profissionalmente, porém,
existem vários motivos pela a escolha: seja por influência de um amigo que já atua na
área, por um ente familiar que já possui uma empresa ou negócio, seja pela paixão, pela
emoção ou ainda existem aqueles que escolhem no “chute ou pela falta de opção” e bus-
cam carreiras supostamente menos concorridas. Ou ainda por acreditarem que não pre-
cisarão estudar, somente praticar esportes. Nesse caso, oportunamente, estamos falando
da Profissão de Educador Físico.
Após iniciada a graduação (Licenciatura ou Bacharelado) em Educação Física, per-
cebe-se o direcionamento dos profissionais ao âmbito escolar ou para o segmento fitness,
aparecendo as primeiras oportunidades de estágio, por meio da qual se cumprem os re-
quisitos legais de carga horária, ensinamentos e condutas éticas; ou para a mão-de-obra
mais barata, exploratória e que pode lesar a sociedade por meio da conduta ilegal da
profissão, uma vez que, em muitos casos, deixa-se de lado todo o aspecto da formação
consciente do profissional no mercado de trabalho e da responsabilidade pelos atos por ele
praticados.
Com base no elucidado, verificamos que o graduando, que deveria se preparar cor-
retamente para exercer sua profissão, e que agora, após os quatro anos de formação, en-
contra-se no mercado de trabalho, em muitas situações continua recebendo remuneração
de “estagiário”. Ou mais ainda: sem essa parcela de remuneração por já estar diplomado
e não poder integrar mais a função, acaba ficando sem remuneração e sem visão merca-
dológica. E nesse momento, o Educador Físico precisa se posicionar como um empreen-
dedor de sucesso e colocar suas ideias e metas no papel, procurando executá-las da forma
mais correta possível. Mesmo não tendo se preparado para ser um gestor de negócios
(etapa esquecida da grade curricular), precisa gerar renda devido ao investimento feito
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 35
durante sua graduação e enxergar essa
oportunidade de se tornar um empresário
ou prestador de serviço, e não apenas ser
mais um empregado.
Mas, sempre existe uma luz no fim
do túnel. E, para isso, o único caminho é o
do planejamento e da qualificação profis-
sional.
No que se refere ao seu Planeja-
mento Estratégico, certamente, surgirão
as seguintes perguntas: “O que eu preciso
fazer para?”; “Qual o caminho a seguir para
acertar meu alvo?”; “Como posso buscar
recursos?”; “O que faço para ter meu tra-
balho reconhecido?”; “Preciso investir para
desenvolver minha atividade profissional?”.
Obviamente, além dessas inúmeras inda-
gações aparecerão, porém, três fatores
que servem de parâmetros para seu pro-
jeto dar certo. O primeiro deles consiste:
“Se possuo um centavo, vou investir em
qualificação profissional”. Já a segunda
consiste: “Preciso saber a direção a seguir,
a fim de evitar vários rumos e não fugir
do foco”; e a terceira consiste: “Parar de
falar e começar a fazer”. Ao que tudo in-
dica, sua trajetória está caminhando para
o sucesso. Busque parcerias, aumente sua
rede de contatos, tenha sempre em mãos
seus cartões de visita. Utilize recursos das
redes sociais de internet, crie sites, parti-
cipe de eventos acadêmicos, aproxime-se
dos professores e palestrantes que tiverem
acesso. Inscreva-se em sites para receber
informativos e promova suas atividades
em condomínios. Crie um logo e procure
uma roupa adequada para o desenvolvi-
mento do seu trabalho (estampe em suas
roupas de trabalho seu logo telefones para
contato, e-mail, site, blogs e mídias soci-
ais) e procure estudar sobre temas ligados
à gestão de negócios, empreendedorismo,
marketing estratégico e administração de
empresas. Perceba que agora é um edu-
cador físico e tenha consciência de que o
produto ou serviço a ser oferecido está em
suas mãos. Evite ouvir a voz dos negativos
e acredite na sua profissão e no melhor a
ser oferecido.
Pesquisas de mercado apontam a re-
muneração nas academias girando em tor-
no de R$ 6,00 a 10,00 h/a. Já as pesquisas
referentes à remuneração da atividade de
personal trainer está em torno de R$30,00
a 150,00 h/a. Portanto, sua atividade pode
estar em um condomínio. E o que mais
cresce em São Paulo (além de pet shop e
restaurante) são os condomínios. Em uma
conta rápida, você descobre seu público-
alvo e suas metas de rendimento (50 apar-
carreira profissional
36 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
tamentos por R$ 150,00 – pacote família =
R$ 7.500,00 - sete mil e quinhentos reais
- por mês em sua conta bancária.
E, com isso, você trabalhará por conta
própria, oferecendo seus serviços somente
três vezes por semana (em um único con-
domínio), tendo os outros dias livres para
buscar outros condomínios ou atendimen-
tos personalizados. E com as atividades
propostas, você consegue atender a todos
os públicos (criança, adolescente, homens
e mulheres adultos e idosos). Agora, é só
fazer suas contas: valor de R$ 150,00 (por
apartamento) a cada dez = R$ 1.500,00;
(20=R$ 3.000,00; 40=R$ 6.000,00;
50=R$ 7.500,00; 60=R$ 9.000,00), e por
aí vai. Basta ter sempre em mente: Quali-
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E-mail: [email protected]
ficação profissional, planejamento estraté-
gico e mão na massa são fundamentais.
Pense nisso que tudo sempre dará certo.
Desejo saúde e suce$$o a todos!
Quadro de Horários (Exemplificativo)
carreira profissional
Luiz Moura é Diretor Executivo da MKPRO e Consultor em Gestão e Marke-
ting Estratégico
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 37
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE E DO BALANÇO
PATRIMONIAL NAS EMPRESAS
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A Contabilidade deve ser vista como uma ferramenta importante para se
manter um controle formal e padronizado do patrimônio da empresa.
Por Celio Dias
38 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
contabilidade
A contabilidade é uma das atividades mais antigas do mundo. Fala-se que seu uso
remonta aos tempos das antigas civilizações, porém, somente por meio da obra Summa
de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalita, Frei Pacioli, em Veneza (1494),
a qual descreve um dos métodos utilizados por mercadores da época para controle dos
negócios, denominado de método das partidas dobradas, é que a contabilidade começou
a ser difundida no mundo por entidades como a Igreja e o Estado (Crepaldi, 1998, p. 17).
Atualmente, para a maioria das pessoas, a contabilidade passou a ser definida como
uma obrigação legal, auxiliando o empresário somente na apuração de seus impostos, e
não como uma necessidade de se manter um controle formal e padronizado do patrimônio
da empresa.
É notória a intensa utilização das informações contábeis por parte dos órgãos públi-
cos em função da padronização e uniformização dos procedimentos adotados pelos con-
tadores, afinal, o Governo possui total interesse em conhecer as empresas e não existe
melhor ferramenta do que o Balanço Patrimonial, ferramenta na qual está descrita a totali-
dade dos ativos, passivos, receitas e despesas da empresa em um determinado período,
considerando ainda que muitas corporações devem apresentar outros demonstrativos fi-
nanceiros como complemento das informações contábeis.
Em virtude de tantas obrigações governamentais, exigências legais e falta de co-
nhecimento, muitos empresários perderam ou não possuem interesse nas informações
contábeis, e acabam por não controlar o patrimônio da empresa. Soma-se a isso o fato de
muitos escritórios contábeis cometerem o grande erro de oferecer serviços somente com
foco nas obrigações fiscais, deixando de lado a visão gerencial, objetivo primordial para a
origem da contabilidade.
É importante lembrar que a informação contábil para a gestão da empresa não
precisa ser engessada pelas leis comerciais, societárias e fiscais, como, por exemplo, o
acompanhamento das projeções de entradas e saídas de recursos com o fluxo de caixa re-
alizado. A projeção dos recursos é efetuada com base nos históricos contábeis e em fatos
possíveis de realização, e o fluxo de caixa realizado é preparado com base nos fatos reais
já contabilizados.
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 39
Segundo o Sebrae (Serviço de Apoio
a Micro e Pequena Empresa), a falta de
planejamento prévio e gestão deficien-
te dos negócios estão entre os principais
motivos de mortalidade das empresas,
ou seja, a falta de controle dos negócios
aliada à falta de informação resultam na
falta de planejamento e gestão deficiente.
Como consequência surgem dois “ingredi-
entes” que podem motivar o empresário a
encerrar seu negócio.
Isso explica nas grandes empresas
a existência de departamento contábil ou
controladoria, responsável pela geração e
lapidação das informações de uso geren-
cial, que visam a fornecer fontes precisas
aos gestores das organizações para a to-
mada de suas decisões, estratégias ou até
mesmo a desistência de uma atividade ou
produto.
Porém, sem a escrituração contábil,
torna-se inviável a obtenção dessas infor-
mações gerenciais.
Outro aspecto que podemos obser-
var diz respeito aos usuários do Balanço
Contábil ou Demonstrações Contábeis, os
quais podem ser internos ou externos:
•Os usuários internos representam
os gestores da empresa;
•Os usuários externos representam
os bancos, fornecedores, órgãos públicos,
cujo benefício pode ser convertido em al-
guns casos, como exemplo, obtenção de
crédito, captura de investidores, avaliação
da saúde financeira da empresa etc.
Além da necessidade de controlar o
patrimônio da empresa, a contabilidade
tornou-se uma obrigação legal atribuída
pelo nosso Código Civil, porém, sua apre-
sentação é dispensada para as empresas
tributadas pelo Simples Nacional e Lucro
40 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
contabilidade
Presumido somente aos olhos do Fisco.
Enfatizando o assunto, o Fisco dispensa
os registros contábeis. No entanto, outras
legislações os obrigam em virtude de ser
uma ferramenta de suma importância para
o controle do patrimônio. Portanto, não ve-
jam a contabilidade como obrigação e sim
como ferramenta de gestão.
O Balanço Patrimonial não deve ser
descartado pelas empresas. Pelo contrário,
ele deve ser preparado por todas as com-
panhias, pois somente com essa ferramen-
ta é possível conhecer o patrimônio real da
corporação, além de outras informações de
vital importância.
Com isso, é recomendável ao em-
presário ou gestor da empresa que con-
verse com seu contador para conhecer
como essa ferramenta pode auxiliá-lo em
suas atividades e passe a cobrar de seu
contador a apresentação do Balanço, já
que é uma obrigação instituída por força
de lei a todas as empresas. Além do mais,
o contador dedicou anos de estudo para
poder fornecer informações que auxiliem
os empresários.
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Celio Sales Dias é Contador e atua na prestação de serviços em Auditoria e Consultoria Contábil.
E-mail: [email protected]
www.diascontabilidade.com.br
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 41
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contabilidade
COMO OBTER O MELHOR DE SUAS EQUIPES
Em um mercado altamente dinâmico como o de fitness, contar com
colaboradores motivados se tornou uma importante vantagem com-
petitiva. As academias que se enveredaram por esse caminho vêm
obtendo o melhor de seus funcionários.
Por Madalena Almeida
42 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
MOTIVAÇÃO DE COLABORADORES
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Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 43
No mundo corporativo, as mudanças ocorrem em um ritmo alucinante. São
inúmeras as descobertas e inovações anunciadas em diversos campos, que têm sido fun-
damentais para o progresso das empresas.
No entanto, se os novos conceitos e tecnologias são importantes para tornar e
manter as corporações mais competitivas, cada vez mais se percebe que a valorização do
capital humano é essencial nesse processo, ou seja, as pessoas são a principal fonte de
inovação e renovação das organizações.
Essa é uma tendência que se verifica em vários segmentos. E na área de fitness não
é diferente.
A competitividade nesse setor tem sido cada vez mais acirrada, obrigando as em-
presas a buscar diferenciais que garantam o sucesso de seus negócios. Nesse aspecto,
poder contar com colaboradores comprometidos e motivados deixou de ser apenas mais
um discurso para se tornar uma realidade prática.
De fato, as academias começam a se convencer de que investimentos em pessoas
trazem retorno altamente positivo e consistente. Os empresários de fitness que se en-
veredaram por esse caminho, trabalhando, principalmente, a motivação de suas equipes,
vêm alcançando excelentes resultados.
“Motivação no trabalho é fundamental para que as pessoas produzam com todo o
seu potencial. Para isso, é necessário que a empresa cuide de seus funcionários. Um ambi-
ente de trabalho leve, com diálogo, atenção e que ofereça oportunidades para o indivíduo
crescer é importante. O funcionário tem de se satisfazer com o que faz. Se não houver
isso, a empresa sempre será um ‘paga-contas’ ou um trampolim para um emprego me-
lhor”, comenta Prof. Altayr Monteiro, gerente-administrativo da rede de academias Run-
ner, que possui, atualmente, mais de 1.000 funcionários
Para Altayr, um colaborador que trabalha motivado é um bem imensurável. “Mas,
motivar os trabalhadores e mantê-los motivados realmente não é fácil. E oferecer uma
boa remuneração somente não é suficiente”, acrescenta Altayr.
Segundo ele, a Runner adotou uma linha de atuação focada nos desejos humanos,
priorizando aspectos, como o reconhecimento, o apreço, o estar ocupado com coi
44 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
especial
sas que fazem sentido etc. “Para manter
nossas equipes motivadas, a ordem é se
mostrar sempre receptivo. Ou seja, não
rejeitar propostas para uma nova aborda-
gem sem mais nem menos. Também bus-
camos encorajar as pessoas a assumirem
responsabilidades, mostrando-lhes que a
empresa aprecia quando alguém se encar-
rega de uma tarefa. Além disso, ter sempre
uma atitude positiva em relação à intera-
ção social e ao trabalho de equipe; manter
as pessoas informadas sempre que possív-
el; encorajá-las regularmente; oferecer-
lhes feedback, discutindo-se o empenho
de cada um periodicamente; permitir-lhes
que falem sobre o que as motiva, escutan-
do esse e outros pontos com atenção; e
proporcionar-lhes segurança, uma vez que
as incertezas podem desmotivar a equipe,
também fazem parte de nossas estratégias
motivacionais”, revela o gerente.
Segundo ele, a implementação de
todas essas ações ocorrem de forma dife-
rente para cada setor, respeitando-se as
características das áreas. “Cada pessoa é
diferente e o que as motiva também. Por
isso, nos diversos setores temos alguns
diferenciais que estão relacionados aos in-
teresses de cada profissional”, explica.
Os conceitos são trabalhados de for-
ma corporativa e cada unidade segue as di-
retrizes e executa o planejamento da rede
como um todo. “Muitos desses eventos e
programações são criados justamente para
integrar nossos alunos e profissionais e
gerar uma sinergia entre a rede. É lógico
que algumas adaptações e correções são
feitas, respeitando-se as diferenças de
cada região e o perfil da clientela de cada
unidade”, observa.
Na visão de Altayr, o desafio da mo-
tivação se faz presente em todas as áreas
da academia. Nesse aspecto, a maior
dificuldade, hoje, na opinião do gerente,
é o entendimento das informações. “Mui-
Altayr Monteiro - Gerente Administrativo da rede de academias Runner
especialtos colaboradores não entendem as men-
sagens do dia a dia ou não têm acesso a
elas. Melhorar o canal de comunicação é
importante para aprimorar todas as ações
motivacionais na empresa”, aponta.
Outra dificuldade, segundo Altayr,
está na logística. Ele lembra que toda ten-
tativa de ação coletiva esbarra na dificul-
dade e na diversidade de atividades,
horários, compromissos e eventos de cada
área. “Tal obstáculo, se não for bem tra-
balhado e organizado por uma equipe cen-
tral, pode gerar um descontentamento de
uma parcela de colaboradores, até mes-
mo por não conseguirem se encaixar nos
programas e ações criadas. Acredito que
o caminho para ações bem-sucedidas é a
união de alguns fatores. O aspecto aliado
a um bom planejamento de calendário (re-
uniões previamente marcadas, agenda-
mento de treinamentos, agendamento de
eventos e atividades extras ), informações
precisas sobre todos os assuntos pertinen-
tes ao setor de trabalho, que possibilitem
o mais importante: o colaborador se sentir
prestigiado pela empresa”, recomenda.
Valores virtuosos
Na Bio Ritmo, que emprega atu-
almente cerca de 900 colaboradores, as
ações para motivação dos colaboradores
são definidas pelas próprias equipes das
unidades. Os líderes, juntamente com seus
times, determinam as melhores estraté-
gias. “Trabalhamos por meio de projetos
focados no engajamento dos colaborado-
res e do envolvimento emocional do clien-
te com a nossa marca. Acreditamos que a
motivação está dentro de cada um de nós.
O papel do líder e da empresa é criar um
ambiente propício para que essa motiva-
ção tenha espaço para se expandir, vir à
tona, sendo demonstrada por meio de no-
vas ideias (criatividade) e do compromisso
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 45
Edgard CoronaCEO Bio Ritmo Academia
nosso cliente retenção”, avalia Edgard
Corona, CEO da Bio Ritmo Academia.
Segundo ele, na Bio Ritmo, a primei-
ra orientação que a empresa passa ao líder
é ouvir quais são as necessidades de seu
colaborador; descobrir se essa pessoa sabe
o que se espera dela no trabalho; se ela é
reconhecida quando faz algo positivo; se
sente que a empresa se preocupa com o
seu desenvolvimento profissional e pesso-
al etc. “Ou seja, não adianta despejar um
monte de informação, se o colabora-
dor não sentir que há real interesse em
seu desenvolvimento A empresa precisa
de uma missão guiada por valores virtuo-
sos e norteada por uma gestão participa-
tiva, na qual proprietários, líderes e cola-
boradores busquem, juntos, soluções para
surpreender seus clientes. A questão em
pauta deve ser: qual é a contribuição que
você e sua empresa querem deixar para o
mundo?”, pergunta.
Fernando Lobo, gestor da Universi-
dade Pelé Club, também acredita que fun-
cionários mais motivados executam suas
funções com maior satisfação. Segundo
ele, na Pelé Club os dois pontos principais
para a motivação de funcionários são a
participação em projetos e a atualização de
conhecimentos.
“A participação envolve a idealização,
o planejamento, a execução e a avaliação
em projetos que são desenvolvidos dentro
das unidades ou na rede. Tais projetos vão
desde eventos (internos ou na rede) até
propostas de alteração de processos inter-
nos na academia ou de uma área da rede.
Já a atualização de conhecimentos serve
tanto para motivação direta, na formação
e capacitação de novas técnicas e novas
estratégias, quanto estimula os mais gra-
duados a transmitir esses conhecimentos e
suas experiências”, explica o gestor.
Essa troca de conhecimentos é co-
ordenada por um centro de treinamento,
especial
46 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
Fernando Lobo Gestor da Universidade Pelé Club
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 47
chamado Universidade Pelé Club. “Para
desenvolver programas bem-sucedidos,
vejo a proximidade com os funcionários
o ponto-chave para termos uma mar-
gem de erro muito pequena, evitando
desperdício com ações ineficazes”, com-
pleta.
Na Pelé Club, por exemplo, existe
também o reconhecimento por meta
cumprida, que, para Fernando, é funda-
mental para qualquer negócio. “Porém,
temos o cuidado de não transformar
essa estratégia em uma corrida deses-
perada a um objetivo ou criar metas im-
possíveis, o que pode gerar uma com-
petição desleal, reduzindo a motivação
da equipe. Na verdade, usamos estraté-
gias de metas para todas as áreas, e não
só as vinculadas diretamente ao número
de alunos ou faturamento”, esclarece.
De fato, trabalhar com pes-
soas motivadas é princípio básico para
qualquer empresa. A Academia 24 horas
sabe muito bem o que é isso e vem col-
hendo bons frutos desse investimento.
A empresa, que possui hoje mais de 200
funcionários, atribui às pessoas o cresci-
mento que vem alcançando: em apenas
cinco anos já são três unidades em fun-
cionamento.
Segundo Claudio Assencio Rocha,
coordenador, na Academia 24 horas, a
premissa das estratégias para motivação
de colaboradores é a mesma para todas as
unidades, porém, as ações específicas e as
ferramentas são adequadas à realidade e
necessidade de cada uma delas.
“Temos um sistema de gestão hands
on. Acreditamos que quanto mais próximos
de nossas equipes estivermos, maior será
a velocidade e clareza das informações e
diretrizes, o que garante a participação dos
colaboradores nos processos. Também
realizarmos feedback e coaching constan
especial
Claudio Rocha Coordenador Academia 24 Horas
tes sobre os indicadores de desempenho,
a fim de manter a energia da equipe em
alta”, detalha o coordenador.
Atualmente, a área comercial é a que
requer mais atenção da empresa, por rece-
ber diretamente a pressão de atuar com
metas de crescimento e performance, sem
contar a pressão do consumidor, que está
cada vez mais exigente, principalmente no
momento da renovação do plano.
“Hoje, na Academia 24 horas, temos
um criterioso processo de seleção de co-
laboradores, por meio do qual tentamos
buscar pessoas que se identifiquem e se
motivem com a missão, valores e premis-
sas da rede”, avalia Claudio.
Esforços recompensados
Outra rede de academias que prio-
riza o investimento em motivação de seus
colaboradores é a Cia. Athletica, que em-
prega hoje cerca de 1.300 colaboradores
diretos. Conforme revelou Kleber Holanda
Cavalcante, gerente-administrativo da Uni-
dade Kansas, em São Paulo, as unidades
também possuem autonomia para desen-
volver ações que contribuam para manter
as equipes motivadas. Aliás, as boas práti-
cas nessa área têm sido estimuladas e re-
conhecidas pela rede. “Existe uma estraté-
gia corporativa que promove a abertura, de
modo que ocorram inovações nas unidades
(individualmente), que são premiadas. As-
sim, a cada final de ano, as melhores pro-
postas são submetidas a uma avaliação,
bem como aproveitadas no âmbito corpo-
rativo”, conta Kleber.
Do Prêmio “Inovação” podem par-
ticipar todos os colaboradores e prestado-
res de serviços, inclusive, os estagiários
da rede. São duas as categorias: uma que
contempla projetos que objetivam imple-
especial
48 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
Kleber Cavalcante Gerente Admin. Cia.Athletica - Kansas
mentar um novo programa de treinamento
ou aula; e outra que visa à melhoria de
processos, englobando qualquer ideia que
possa ser implantada pela rede, seja na
área administrativa, no atendimento ao
cliente, ou em qualquer outra área da aca-
demia.
Além disso, a unidade Kansas ainda
trabalha, por exemplo, com uma meta fi-
nanceira que, quando atingida, premia a
cada seis meses todos os funcionários, em
consonância com os cargos e com valores
predeterminados, chamada de Meta Cru-
cialmente Importante (MCI). Tal meta está
atrelada ao número de novos alunos e tam-
bém à retenção de clientes na academia.
Outras ações motivacionais da rede
são o Prêmio “Fora da Curva”, que visa
a reconhecer e valorizar os colaborado-
res que demonstram um comportamento
diário diferenciado nos seguintes pilares:
proatividade, atitude anfitriã e excelência
técnica; e o Prêmio “Casos da Missão”, que
reconhece, mensalmente, colaboradores e
parceiros que, em algum momento, rea-
lizaram para os clientes algo que esteja di-
retamente ligado à missão da empresa.
Na opinião do gerente, o maior de-
safio em relação à motivação dos cola-
boradores está em se conseguir alinhar a
missão, visão e os valores da empresa à
missão, visão e valores dos colaboradores.
“Quanto maior a proximidade desses
aspectos, maior a resposta aos desafios
que são criados no dia a dia, na busca de
melhora da captação e retenção dos clien-
tes. Quando um colaborador percebe essa
importância e está alinhado a ela, fica vi-
sível a resposta por meio de seu comporta-
mento diante dos desafios apresentados”,
analisa.
Segundo ele, implantar somente o
que pode ser medido também é uma preo-
cupação que os empresários devem ter
quando investem em ações motivacionais.
“Quando se oferecer treinamentos para os
colaboradores, é preciso conseguir medir
o impacto que esse treinamento vai ge-
rar no negócio. Como, por exemplo, como
o cliente vai perceber os efeitos desses
treinamentos; como o colaborador vai in-
corporar esses conhecimentos e aplicá-los
no seu dia a dia etc. Se a academia não
conseguir ter essas informações de forma
clara, precisa repensar o que está para ser
feito, a fim de evitar jogar dinheiro fora.
Pequenas mudanças consistentes e perma-
nentes são, muitas vezes, melhores do que
grandes acontecimentos que não se sus-
tentam ao longo do tempo”, frisa Kleber.
especial
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 49
O QUE DIZEM OS CONSULTORES
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iPara os especialistas, empresários erram ao considerar que pagar um
bom salário é a melhor estratégia para motivar seus funcionários.
Por Madalena Almeida
50 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
MOTIVAÇÃO DE COLABORADORES
especial
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 51
Para Almeris Armiliato, diretor da Inner Gestão de Pessoas, apesar das várias
experiências bem-sucedidas das academias no sentido de manter seus colaboradores mo-
tivados, esse é ainda um trabalho que precisa ser melhorado. “Os empresários, por não
terem experiência em gestão de pessoas, apostam em recursos pouco eficientes ou então
desistem de fazer esse trabalho. A maioria dos proprietários acredita que pagando um
bom salário terá um melhor resultado em termos de motivação das equipes. E como as
academias não têm uma performance financeira desejada, as ações se perdem”, analisa
Almeris.
Para Giancarlo de Oliveira, diretor-executivo da SOMAX – Gestão de Vendas, são
poucas as academias que utilizam estratégias motivacionais com seus colaboradores,
principalmente, por não saberem como fazê-lo, pois não têm acesso a essas informações.
“Todas as áreas, sem exceção, deveriam ter suas ações motivacionais sempre objetivando
a melhora da performance. Para isso, é preciso conhecer bem os colaboradores e entender
como eles reagem a cada estratégia motivacional. Vale lembrar que as pessoas procuram
nos seus trabalhos, de uma maneira resumida, segurança, conhecimento, reconhecimento
e perspectiva de um futuro melhor, sendo que cada um responde com uma intensidade
(maior ou menor) a cada um desses itens. Basta saber qual a melhor estratégia, e como
e quando utilizar para quem”, orienta Giancarlo.
Para ele, oferecer plano de carreira é uma estratégia motivacional muito interes-
sante, uma vez que o colaborador enxerga que pode crescer na empresa e saberá o que
precisa fazer para conseguir. “O conhecimento motiva muito as pessoas. Ser mentor dos
seus colaboradores, orientando-os não apenas profissionalmente, mas também na vida
pessoal, pode trazer um resultado eficaz”, descreve o diretor.
Almeris, da Inner, também acredita que o melhor caminho para se ter resultados
consistentes na área de motivação é garantir que o profissional veja a sua realização pro-
fissional e pessoal se consolidando na empresa na qual ele trabalha. Nesse aspecto, toda
corporação que der oportunidade para o colaborador desenvolver-se tecnicamente e pes-
soalmente, naturalmente terá sua fidelidade.
“A melhor estratégia é identificar o tipo de motivação da pessoa: necessidade de
52 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
especial
poder; necessidade de reconhecimento;
necessidade de associação e necessidade
de realização. Depois de feito isso, o próx-
imo passo é trabalhar cada pessoa seguin-
do esse princípio”, explica Almeris.
Seleção criteriosa
Para Christian Munaier, sócio-consul-
tor da 4GOAL – For Goal Business Solu-
tions, é impensável ter em uma empresa
que defende a prática do fitness profis-
sionais (de vendas, administrativo etc.)
que não compartilhem do interesse pelo
fitness. Para se evitar isso, a melhor es-
tratégia, segundo ele, é focar o processo
seletivo, que permitirá que o selecionador
recrute pessoas que gostam e praticam a
atividade física em academia.
“As melhores cabeças querem estar
nos melhores times. Assim, o primeiro pas-
so para manter os funcionários motivados
é criar um ambiente interno que construa
essa sensação, ou seja, uma sensação de
exclusividade: ‘não quero sair dessa em-
presa, pois não encontrarei um ambiente
de trabalho igual, com tantas oportuni-
dades e trocas de experiências’. É papel
da empresa e de seus gestores fortalecer
esse conceito, estimular a busca pelo con-
hecimento, criar – com a participação de
todos – a missão, visão, objetivos e valores
da empresa e levar os colaboradores a se
comprometerem como eles. Se a empre-
sa for comum, e os gestores não criarem
um ambiente progressista na gestão das
pessoas, a única forma de motivação que
interessará ao colaborador será a mone-
tária”, lembra Christian.
Giancarlo, da SOMAX – Gestão de
Almeris Armiliato Diretor da Inner Gestão de Pessoas
“Toda corporação que der oportunidade
para o colaborador desenvolver-se tecni-
camente e pessoalmente, naturalmente
terá sua fidelidade.”
especial
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 53
Vendas, também concorda que uma boa
contratação é fundamental para se ter co-
laboradores motivados. “Contratar profis-
sionais que tenham as competências ideais
para as funções do cargo em questão tam-
bém deve ser uma das preocupações. Caso
contrário, não existe motivação que fun-
cione. Não adianta oferecer um superbô-
nus para motivar um profissional, se ele
não gosta de desafios ou não é orientado
por metas”, frisa.
Mas o diretor alertou ainda que an-
tes de se preocuparem em motivar suas
equipes, os gestores precisam ter cuidado
para também não desmotivá-las. “O que
quero dizer é que o primeiro passo para
motivar é cumprir o que foi combinado no
ato da contratação, sem mudanças de re-
gras no meio do caminho. Depois que esse
princípio básico estiver sendo realizado,
aí, sim, caberão ações para motivar ainda
mais as equipes”, complementa.
Áreas mais críticas
Quanto às áreas mais críticas que ne-
cessitam de ações de motivação constan-
tes, Almeris, da Inner GP, considera a área
técnica como uma das principais nesse
processo. “Muitos professores não estão
acompanhando as mudanças do mercado,
que possui consumidores cada vez mais
exigentes, com novas expectativas e no-
vas faixas etárias. Ainda se focam no trein-
amento e muito pouco no relacionamento
com o cliente”, avalia.
Já Christian, da 4GOAL – For Goal
Business Solutions, acredita que o maior
problema na área de motivação de colab-
oradores nas academias é a forma como
Christian MunaierSócio Consultor da 4GOAL
“O primeiro passo para manter os fun-
cionários motivados é criar um ambiente
interno que construa essa sensação, ou
seja, uma sensação de exclusividade.”
especial
54 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
os empresários ainda enxergam seus co-
laboradores. “Não lhes oferecem horizon-
tes possíveis e claros. Não lhes mostram
um plano de cargos e salários, não traçam
objetivos em comum acordo. Não lhes per-
guntam ou lhes pedem opiniões sobre as
estratégias, tomando decisões sem con-
sultá-los. Simplesmente contratam por um
valor de hora/aula e estabelecem metas.
Além disso, vez ou outra oferecem prêmios,
sem nem mesmo lhes perguntar como gos-
tariam de serem premiados”, lamenta.
Almeris, da Inner GP, também cita
a falta de modelos de avaliação e feed-
back consistentes como uma dos principais
dificuldades na implementação de estraté-
gias motivacionais. “Com isso, a maioria
das academias não consegue desenvolver
algo organizado, consistente e eficiente”,
resume Almeris.
Equipes alinhadas
Na visão de Guilherme C. Sokolows-
ki, professor da Metas Sport, é muito im-
portante também que os funcionários da
equipe “falem a mesma língua” em todos
os aspectos. “A convivência e educação fa-
zem parte do processo para se criar um
ambiente harmonioso e agradável. É im-
portante também depois de selecionar
uma boa equipe, treiná-la e motivá-la. Não
adianta motivar sem treinamento porque
cada um vai para um lado. Também não
funciona treinar e não motivar porque che-
ga um momento que a estagnação é in-
evitável. Criar um programa de carreira,
fornecer treinamentos utilizando os própri-
os professores mais experientes, criar um
programa de incentivo com descontos em
cinema, passagens aéreas ou restauran-
tes, por exemplo, são algumas das ações
Giancarlo de Oliveira Diretor da SOMAX Gestão de Vendas
“É preciso conhecer bem os colaborado-
res e entender como eles reagem a
cada estratégia motivacional”
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 55
especialque podem ser realizadas com baixo inves-
timento, mas que geram resultados positi-
vos”, sugere.
Na opinião de Guilherme, liderança
tem um papel fundamental na motivação
dos colaboradores. “O verdadeiro líder
precisa criar um ambiente de desafio na
empresa e não de competição. Isso é im-
portante para que ocorra uma troca de in-
formações e experiências entre os grupos,
incentivando e delegando responsabili-
dades aos funcionários e deixando que eles
participem das decisões juntamente com a
liderança”, acrescenta.
Além disso, para ele, ações motiva-
cionais devem ser implementadas em to-
das as áreas da academia. “A equipe de
vendas, por exemplo, é a responsável
por fazer uma boa apresentação da aca-
demia e vender os serviços. Mas a partir
do momento em que o cliente está dentro
da academia, os professores e os demais
funcionários em geral também são respon-
sáveis e podem ajudar a fazer esse aluno
frequentar o local e renovar seu plano”, co-
menta.
Giancarlo, da SOMAX – Gestão
de Vendas, também lembrou que para o
sucesso das estratégias motivacionais,
cada vez mais os profissionais de gestão
Guilherme SokolowskiProfessor da Metas Sport
“O verdadeiro líder precisa criar um
ambiente de desafio na empresa
e não de competição.”
terão de aumentar os seus conhecimentos
sobre pessoas e comportamentos. “Não
existe uma única estratégia para motivar
alguém. São várias as opções a serem uti-
lizadas, e caberá ao gestor conhecer sua
equipe e cada um dos seus colaboradores
para definir quais ações motivacionais ele
deverá utilizar para conseguir o melhor das
pessoas”, conclui o diretor.
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CRESCIMENTO PROFISSIONAL NAS ACADEMIAS
Como em qualquer área, o mercado fitness pede um
profissional multidisciplinar, que tenha uma visão macro das
coisas, o que, para nós, educadores, é uma ferramenta a
mais para atuarmos com competência e eficiência.
Por Cesar Gomes
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56 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
gestão de pessoas
CRESCIMENTO PROFISSIONAL NAS ACADEMIAS
“O mundo mudou e as empresas também mudaram cada vez mais rapida-
mente. Isso requer modificações em produtos e serviços, métodos e processos, equipa-
mentos e tecnologia, estrutura organizacional e cargos e, sobretudo, no comportamento
das pessoas.” (Idalberto Chiavenato, GESTÃO DE PESSOAS, Ed. Campus, 2008).
É notório o movimento das academias em relação às mudanças nas características
de sua organização. Hoje, essas empresas estão mais profissionalizadas e, algumas delas,
tornaram-se grandes corporações. Para isso, tiveram de acompanhar as tendências de
mercado, implementando novidades tecnológicas e, principalmente, atendendo às neces-
sidades dos clientes.
Diante disso, nós, profissionais de Educação Física, também devemos acompanhar
essa nova necessidade do mercado, pois, com esse crescimento, novas oportunidades
surgirão, exigindo que estejamos preparados para elas.
Temos de agregar novos conhecimentos, além daqueles necessários para exercer nossas
tarefas como educadores físicos. Nesse novo contexto, cargos técnico-administrativos,
gerenciais, de liderança, de marketing etc. estarão à nossa disposição.
Já existem cursos destinados à preparação dos profissionais de educação física nas
áreas de capacitação gerencial, coordenação, gestão, especializações em marketing, ad-
ministração e até MBA’s, oferecidos por instituições altamente gabaritadas no segmento.
O mais interessante em alguns momentos é buscar esse conhecimento fora do nos-
so mundo, ou seja, em outras áreas, como por exemplo, o profissional interessado em e-
xercer o cargo de liderança ou de gestor pode procurar um curso de especialização na área
de Administração, como o MBA em Gestão de Pessoas. Dessa forma, terá a oportunidade
de conhecer pessoas de outras profissões e cases de outras empresas, que não sejam do
ramo fitness, conseguindo entender que, dependendo do produto oferecido, a estrutura
administrativa, o relacionamento e a organização não mudam, mas a troca de experiên-
cias é muito importante. Como em qualquer área, o mercado pede um profissional mul-
tidisciplinar, que tenha uma visão macro das coisas, o que, para nós, educadores, é uma
ferramenta a mais para atuarmos com competência e eficiência quando essa oportunidade
surgir, nos tornando profissionais diferenciados.
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 57
Mas o crescimento profissional não
deve estar ligado somente à promoção de
cargo na empresa de fitness. Os líderes e
gestores devem estar atentos aos profis-
sionais que se destacam por seu talento,
criatividade e empatia, entre outras ca-
racterísticas, delegando-lhes responsabi-
lidades, ou outras funções diferenciadas,
que os tire da rotina diária, a fim de que
esses se sintam reconhecidos, valorizados
e partes integrantes do processo de desen-
volvimento da empresa.
Nem todas as pessoas entendem
ou querem crescer profissionalmente por
meio da ocupação de novos ou outros car-
gos dentro da corporação.
Para muitos deles, crescimento pro-
fissional é estabelecer-se e ser reconhecido
como referência positiva dentro da equipe,
como aquele professor de ginástica que
não tem perfil de líder, mas pode ser um
excelente coaching para novos professores
e estagiários. Ou um professor de muscu-
lação bom tecnicamente, que pode ofere-
cer seu conhecimento em um treinamento
técnico para os outros, pois esse é o seu
talento. Ou ainda aquele professor espe-
cialista em corridas, que pode criar uma
equipe para treinar, e se sentirá valoriza-
do, tendo seu trabalho reconhecido pela
academia e pelos clientes. Para eles, isso é
crescimento profissional.
As empresas devem estar atentas
aos talentos, incentivando-lhes e dando-
lhes oportunidades e condições para se
desenvolverem. Devem incentivar a cria-
tividade, trabalhando a aceitação da mu-
dança, e encorajando novas ideias e maior
interação. Devem ainda analisar os erros,
definir objetivos claros e dar liberdade para
que esses profissionais possam alcançá-los
com reconhecimento.
gestão de pessoas
58 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
O mercado fitness tem muito a ofe-
recer. Nosso crescimento profissional é
ilimitado, desde que nós e as academias
acompanhemos o progresso dentro de nos-
sa área e estejamos atentos às mudanças,
que são aspectos essenciais à criatividade
e à inovação nas empresas nos dias atuais.
Estamos fazendo carreira. Hoje, te-
mos professores consultores, diretores,
gerentes, gestores, coordenadores etc. Até
há pouco tempo, não imaginávamos que
alguns desses cargos poderiam ser ocu-
pados por educadores físicos. Mas, para
isso, volto a reforçar, temos de nos man-
ter preparados, motivados, atentos e com
disposição de investimento em nossa car-
reira profissional sempre que possível, pois
para continuarmos ativos no mercado de
trabalho, precisamos nos superar todos os
dias.
“Todo mundo tem uma carreira, quer
queira ou não. Isso porque carreira é defi-
nida como um padrão de experiências pro-
fissionais que se estende por toda a vida
de um indivíduo.” (Stephen P. Robbins,
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL, Ed.
Pearson, 2005).
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gestão de pessoas
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Cesar Gomes é formado em
Educação Física, especialista em
treinamento despor-tivo e possui MBA em
Gestão de Pessoas.
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 59
COMUNICAÇÃO INTERNA
Para fazer com que as coisas aconteçam precisamos de
colaboradores competentes e, acima de tudo, dispostos a
fazer a comunicação dar certo.
Por Alessandro Mendes
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60 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
comunicação
Seja bem-vindo a essa pequena coluna da Revista Gestão Fitness, que nos le-
vará a uma grande viagem conceitual sobre os novos horizontes emblemáticos e, muita
vezes, utópicos da gestão da comunicação interna em nosso segmento. Espero conseguir
despertar a sua atenção para um dos fatores críticos de sucesso mais relevantes para o
planejamento estratégico, por meio dessa pequena junção ideológica de caracteres.
Vivemos em um segmento muito agressivo e que rejeita as verdades absolutas; um
segmento que se reconstrói todos os dias e que nos deixa sempre no centro de uma en-
grenagem conceitual altamente instável. Evoluções tecnológicas, estruturais e de proces-
sos batem cada vez mais forte à porta das empresas do segmento de atividades físicas e
desportivas, todas com a prerrogativa de adaptação constante. Essa engrenagem interes-
sante torna a verdade de hoje um pensamento passível de ser guardado naquela última
gaveta da nossa mesa antiga do escritório amanhã.
Já é de consciência de todos que as estruturações metodológicas da empresa devem
ser orientadas por uma árvore explícita de processos e tal árvore deve ter como essência
visceral uma estrutura inteligente, que sinalize o caminho que as informações pertinentes
ao sucesso desse projeto devem percorrer para que tudo seja bem disseminado.
O sucesso de muitos projetos fica comprometido quando aqueles que conduzem es-
sas ações não reconhecem esses caminhos de disseminação da informação como condição
indispensável para a eficiência e a eficácia do projeto. É aí que mora o problema. Para
fazer com que as coisas aconteçam precisamos de colaboradores competentes e, acima
de tudo, dispostos a fazer essa comunicação acontecer.
Percebe-se então que não dependemos somente de processos e da tecnologia, mas,
principalmente, das pessoas que operam essa engrenagem que conduz as empresas em
suas rotinas diárias.
Os modelos organizacionais das décadas de 80 e 90 estavam pautados nos depar-
tamentos e na forma verticalizada pela qual a informação caminhava. Hoje, com a gestão
por clientes, os departamentos perderam as suas paredes e divisórias, e a integralização
das ações por meio de uma abordagem holística, e muitas vezes multidisciplinar, fez com
que a necessidade de amarrar horizontalmente os processos de comunicação fosse in
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 61
dispensável para o crescimento saudável e
integrativo.
Vale ressaltar que essa abordagem
holística só foi possível por meio da imple-
mentação de sistemas de integração, que
proporcionam esse tipo de comunicação.
Novamente então nos deparamos com
o grande paradoxo da evolução, onde ao
mesmo tempo em que a tecnologia nos
proporciona ferramentas incríveis de co-
municação, ela afasta as pessoas do con-
tato pessoal e atrapalha a comunicação
genuína e maximizada.
Em uma academia, na qual a mecâni-
ca organizacional muitas vezes ainda está
amarrada em departamentos verticaliza-
dos, em vez de estar amarrada nos cli-
entes horizontalmente, considerando que
muitos dos seus profissionais são profis-
sionais volantes (que trabalham em mais
de uma academia) e em horários distintos,
implementar esse processo de comunica-
ção interna de forma eficiente e eficaz pa-
rece utopia, porém, paradoxalmente indis-
pensável.
Desenvolver culturas complexas de
trabalho e gestão frente a profissionais
que cumprem sua carga horária em três
ou quatro empresas é o grande desafio do
nosso segmento. Fazer com que a informa-
ção caminhe da forma que foi planejada e
idealizada é a grande missão de todos nós,
gestores.
A complexidade desse obstáculo na
comunicação interna não pode ser maior
do que a vontade de ultrapassá-lo.
Seguem algumas dicas que você
poderá utilizar para maximizar os seus
processos de comunicação e fazer com que
as suas rotinas de trabalho e os seus pro-
jetos tenham uma integração eficiente com
a sua equipe de colaboradores.
1. Tenha organogramas bem definidos
com todos os cargos explícitos e com a ár-
vore de comunicação visível, a fim de que
todos compreendam quem é o responsável
por disseminar determinadas informações;
2. Defina as estratégias, metas e obje-
tivos da sua empresa, preferencialmente
em conjunto com os seus gerentes e co-
ordenadores, de modo que todos tenham
fixado em suas mentes o que devem fazer
e, principalmente, como devem fazer para
proliferar o que foi planejado;
3. Crie um documento de convocação
de reunião para que todos previamente se
preparem para debater com exatidão os
tópicos que serão apresentados, a fim de
62 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
comunicação
que aqueles colaboradores que não partici-
parão possam estar cientes dos temas que
estão permeando o encontro;
4. Tenha sempre um redator para que
todas as decisões tomadas nessa reunião
não se percam e, posteriormente, sejam
enviadas para toda equipe em formato de
documento pós-reunião;
5. Crie um livro de recebimento de co-
municação para que seja bem formalizado
o momento de passagem da mesma;
6. Nossas caixas de e-mail estão cada
vez mais cheias, portanto, e-mail é só um
reforço para a comunicação. Conversas
pessoais e até mesmo telefonemas funcio-
nam melhor do que e-mail;
7. Utilize os servidores de internet que
permitem compartilhar agendas para que
todos consigam enxergar online o que foi
planejado, o que falta ser implementado
etc.;
8. Faça treinamentos constantes para
reforçar as formas de preenchimento de
todos os procedimentos de comunicação, a
fim de que todos absorvam culturalmente
essa prática de controle;
9. Utilize um sistema de informática
fidedigno que consiga não só atender às
suas necessidades de gestão, como tam-
bém gerar informações integrativas;
10. Nunca se esqueça de controlar es-
ses procedimentos. Lembre-se: a inovação
não é nada sem o acompanhamento e o
controle.
Com essas pequenas dicas você
poderá iniciar a construção de um processo
de gestão da informação e assim melhorar
a sua integração interna.
Lembre-se de que qualquer processo
precisa de muita disciplina para realmente
acontecer e para o que foi idealizado em
uma linda folha de A4 não vire rascunho.
Bons negócios!
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 63
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Alessandro Mendes é Bacharel em Marketing e Sócio Gestor e Fundador da Intarget Consultoria
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comunicação
MERCADO FITNESS NA
COSTA RICAFormada em Educação Física
pela Universidade Estácio de Sá,
a carioca Ana Paula Fortes vem
fazendo carreira no exterior e
deixando sua marca por onde
passa. Atualmente, morando
na Costa Rica, ela foi a primeira
profissional a ministrar aulas
de ginástica localizada naquele
país, cujo mercado fitness tem
muitas semelhanças com o do
Brasil.
Por Madalena Almeida
64| Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
internacional
Conquistar um emprego com uma remuneração justa que proporcione reconhe-
cimento e oportunidades de crescimento é o sonho de qualquer profissional que vislumbra
uma carreira de sucesso. Muitas vezes, esse emprego pode ser estar onde menos imagina-
mos, como, por exemplo, fora do Brasil.
É o que aconteceu com Ana Paula Madeira Borges Fortes, que desde 2008 mora na
Costa Rica, onde trabalha em academia e como personal trainer. Na verdade, a carreira de
Ana Paula no exterior não teve início na Costa Rica. Desde 2000, ela já atuou em vários
países, como Portugal, Emirados Árabes e Iran, onde deu aulas de musculação, ginástica
localizada, spinning, boxe, tae bo, além de trabalhar também como personal trainer.
Mas a oportunidade de viver e trabalhar fora do Brasil não foi uma escolha somente
de Ana Paula. Formada em Educação Física pela Universidade Estácio do Rio de Janeiro,
com pós-graduação em musculação e personal trainer, ela é casada com um técnico de
futebol que atua no exterior. Daí a razão das muitas viagens.
Em Costa Rica, Ana Paula mora na cidade de Alajuela, onde seu marido é contratado
por um clube local. A cidade fica a 15 minutos da capital do país, San Jose.
Sua rotina de trabalho é dividida em dois turnos (manhã e noite), quando ministra
aulas de ginástica localizada e boxe em academias, além de prestar serviços de personal
trainer, atualmente, para 12 alunos.
No Brasil, Ana Paula também trabalhou na área de educação física e como modelo
fotográfico. Inclusive, ela e o marido possuem uma academia, no bairro de Copacabana,
onde então moravam, chamada Marco Octavio.
“Quando surgiu a oportunidade de irmos para a Costa Rica, pesquisei na internet
academias de ginástica em Alajuela na tentativa de encontrar um emprego na minha área.
Nessa pesquisa, encontrei uma academia chamada Zone Trainer Vip. Enviei um resumo de
meu currículo e fui contatada”, conta Ana Paula.
Segundo ela, o mercado fitness na Costa Rica tem muitas particularidades. Porém,
entre todos os países em que ela morou, é o que mais se assemelha ao Brasil.
“Tanto em relação à alimentação quanto à cultura de praticar exercícios para manter
uma boa saúde, os costarricenses são muito parecidos com os brasileiros. A diferença é
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 65
que no Brasil, as pessoas são mais estressadas e pre-
ferem treinos rápidos para não perder tempo. Na Costa
Rica, os alunos são mais tranquilos. Geralmente, ficam
até três horas e meia nas academias, praticando aulas
de diversas modalidades”, revela.
Custo de vida é mais baixo
O país também possui um número significativo de
academias, porém, a grande maioria é de menor porte,
quando comparadas aos empreendimentos brasileiros.
“Há algumas com aparelhagem excelente e outras não.
As mensalidades são bem mais acessíveis do que as
praticadas no Brasil. O preço mais alto gira em torno de
US$ 40 por mês, cobrado por uma das melhores aca-
demias da cidade, que no Brasil pode ser comprada a
uma de médio porte”, expõe.
Quanto à remuneração, Ana Paula explica que o
valor da hora/aula pago a um professor de educação
física na Costa Rica para aulas coletivas é bem simi-
lar ao que é pago nas academias brasileiras. Já os ho-
norários de um personal trainer variam de acordo com
as possibilidades financeiras do cliente.
“O país onde mais fui bem remunerada foi Portu-
gal. Lá, cheguei a receber em torno de três vezes mais
do que no mercado brasileiro para exercer os mesmos
serviços. Por outro lado, o custo de vida em Costa Rica
não é alto. Transporte, moradia, alimentação, roupas
etc. custam menos do que no Brasil”, destaca.
Não precisa ter diploma
O fato de ser brasileira e possuir diploma na área
também contou muitos pontos a favor de Ana Paula.
Para se ter ideia, ela é a única professora de ginástica
localizada na região, e ninguém
conhecia a modalidade antes de
ela chegar ao país.
Entretanto, não existe na
Costa Rica a exigência do diplo-
ma. “Em nenhum país em que
trabalhei precisei apresentar o di-
ploma. Apenas meu currículo. Os
contratantes se mostravam sur-
presos por eu ter pós-graduação,
já que grande parte dos profes-
sores, tanto da Costa Rica quanto
nos outros países em que estive,
não possui faculdade de Educação
Física, mas sim cursos específi-
cos de cardiofitness ou spinning, o
que implica a limitação de traba-
66 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
internacional
lharem somente na área cursada.
Outro fator importante é ter uma
boa aparência, o que acaba aju-
dando na contratação. Já no caso
de treinador de futebol, por exem-
plo, o diploma é exigido e recon-
hecido pela Federação de Futebol”,
explica.
Ana Paula considera a falta
de exigência do diploma um pro-
blema, uma vez que não se têm
professores formados, mas sim ins-
trutores que fazem pequenos cur-
sos e acabam recebendo a mesma
remuneração de profissionais que
investiram em uma boa formação
e, inclusive, em pós-graduação.
Apesar de todas as diferenças do Brasil, Ana
Paula garante que a experiência tem sido muito posi-
tiva. Além de conhecer a cultura de diversos países
e aprender outros idiomas, como o espanhol, língua
oficial da Costa Rica, ela sente-se realizada profissio-
nalmente.
“Minha expectativa, em qualquer lugar onde eu
possa morar, é aprender e absorver o máximo de in-
formações, tanto da minha área profissional quanto da
cultura do país, pois acredito que devemos estar sem-
pre abertos para novos conhecimentos, já que na área
de fitness há sempre maneiras diferentes de pensar e
atuar. Além disso, também tenho conseguido levar no-
vos conceitos de aulas para os costarricenses, como,
por exemplo, os benefícios da ginástica localizada, que
foi uma novidade por aqui”, garante.
Segundo ela, o brasileiro é muito bem visto na
área de fitness em qualquer lugar do mundo. “Para
quem quiser tentar carreira fora, é fundamental falar
inglês. Além disso, quanto mais experiência e partici-
pação em cursos, maior é a empregabilidade. Sinto-
me realizada e com vontade de crescer cada vez mais.
Acredito que em toda profissão o primeiro ponto é
gostar do que se faz, pois só assim é possível traba-
lhar motivado. O segundo fator é buscar o máximo de
conhecimento e atualização. Havendo essa dedicação,
a remuneração acontece naturalmente e as oportuni-
dades surgem”, aconselha Ana Paula.
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internacional
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 67
A recepção e a área de vendas têm de emocionar visitantes e
alunos. Os móveis, as cores e materiais usados devem ter
exatamente a imagem que o empreendimento quer
transmitir para o seu público-alvo.
Por Patricia Totaro
PROJETANDO A RECEPÇÃO:
SEU CARTÃO DE VISITAS
68 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
Vendas MondayUnidade Vila Mariana
Foto
: Sha
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Via
na
espaço físico
Arquitetura é um diferencial para o seu negócio. Ao investir de forma correta na
sua infraestrutura o seu aluno perceberá sua academia de forma diferente, se relacionará
melhor com o ambiente e dará mais valor ao serviço prestado. Assim, o cliente torna-se fã.
Há vários pontos de contato importantes entre o usuário e a academia. Vamos con-
versar sobre a recepção, pois, afinal de contas, é onde começa a experiência do visitante.
Ao pensarmos nela, dois objetivos vêm imediatamente à mente: seu impacto e sua fun-
cionalidade.
Como pensar o projeto da recepção
Vamos pensar juntos sob a ótica de um aluno comum: ele ou ela precisa de muita
motivação para sair de sua zona de conforto e frequentar uma academia. Provavelmente, o
aluno visitará vários espaços até decidir-se por um. E a decisão, ao contrário do que muitos
pensam, não será pela academia que tenha o menor preço, mas sim pela academia onde
eles se sentirem mais bem acolhidos.
Para que o aluno e o visitante sintam-se sempre bem recebidos, a recepção deve
ficar totalmente em evidência na entrada. O visitante não pode ter dúvidas de onde deve
dirigir-se ao entrar. E o recepcionista deve ver o aluno assim que ele chega, para lhe cum-
primentar.
Segundo os estudos atuais, a forma mais eficiente de se trabalhar operacionalmente
a recepção é separar a equipe de recepção da equipe de vendas. Os espaços funcionam
melhor se também forem separados.
A equipe de recepção é encarregada de controlar a entrada dos clientes e de receber
os visitantes. Para isso, é necessário pouco espaço, o suficiente para caber uma ou duas
pessoas trabalhando em computadores, um computador para controle de acesso, telefone
e gavetas para o material a ser entregue na hora que o visitante chegar. Visualmente,
porém, esse espaço é muito importante, pois determina o padrão visual que o aluno irá
encontrar no restante da academia. Gosto muito de colocar uma parede convidativa atrás
da recepção com o logotipo da empresa.
Assim que ultrapassa a recepção, a primeira cena que o aluno enxerga deve ser im-
pactante: o ideal é que ele visualize vários ambientes ao mesmo tempo, tanto os locais de
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 69
exercícios quanto os espaços de convivên-
cia e lazer. Isso cria uma vontade instintiva
de se integrar ao ambiente e praticar ativi-
dade física.
A equipe de vendas fica responsá-
vel por levar os visitantes para conhecer
a academia e depois concretizar a venda
dos planos. A localização da área de ven-
das deve ser estratégica: o visitante deve
conseguir ver e sentir o que ocorre na aca-
demia, mas ao mesmo tempo estar em um
local com privacidade suficiente para que
o consultor de vendas consiga atrair a sua
atenção. Essa equipe precisa de mais es-
paço operacional: computadores, impres-
sora, máquinas de cartão de crédito, ca-
dastro de digital e fotos.
Mais importante do que isso: preci-
sa de um espaço muito convidativo para
sentar com o visitante e encantá-lo. Esse
espaço pode conter mesinhas (sempre re-
dondas) com três cadeiras cada: uma para
o consultor de vendas e as outras duas
para o cliente. Pode ser também montado
como uma salinha de estar. O importante é
que os móveis sejam muito confortáveis, e
o ambiente seja humanizado com vegeta-
ção ou quadros artísticos, dependendo do
estilo da academia.
Encantando o cliente
A recepção e a área de vendas têm de
emocionar visitantes e alunos. Os móveis,
as cores e materiais usados devem ter
espaço físico
A recepção é onde começa a experiência do visitante.
Ao pensarmos nela, dois objetivos vêm imediatamente à mente:
seu impacto e sua funcionalidade.
70 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
Recepção Runway Unidade Lago Norte
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exatamente a imagem que o empreendi-
mento quer transmitir para o seu público-
alvo. Quando falamos em público-alvo, te-
mos de conhecê-lo sob o aspecto objetivo:
idade, nível socioeconômico e nível cultu-
ral, mas, principalmente, temos de saber
qual o seu estilo de vida e suas expectati-
vas. É inerente ao ser humano querer fazer
parte de um grupo. Seu cliente vai eleger a
academia que o aproximar de determinado
grupo ao qual ele pertence ou quer fazer
parte. O visual da academia precisa estar
alinhado com o estilo de vida e as aspira-
ções de seu público-alvo.
A recepção, como carta de apresen-
tação de seu negócio, deve refletir total-
mente essa aspiração do cliente, que se
sentirá, dessa forma, bem acolhido.
Pense nisso e bom projeto!
espaço físico
A recepção é onde começa a experiência do visitante.
Ao pensarmos nela, dois objetivos vêm imediatamente à mente:
seu impacto e sua funcionalidade.
Patricia Totaro é Arquiteta especializada em pro-jetos esportivos com mais de 90 projetos neste segmento.
E-mail: [email protected]
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MEIO AMBIENTE NO MUNDO FITNESS
Simples ações podem fazer a
diferença na preservação do
meio ambiente, além de
somar pontos na visão da
sociedade, pois quem adota a
ideia de “salvar o mundo”
acaba obtendo maior
fidelização de seus clientes.
Por Daniel Silva
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72 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
meio ambiente
Não somente de melhoras estéticas e de bem-estar vive o homem no seu con-
texto de ser humano. A busca por qualidade de vida é prioridade para se viver bem. E ao
se falar em qualidade de vida não significa somente o corpo em sua matéria, mas sim em
abordar fatores que fazem esse corpo se relacionar com o meio externo.
Dessa forma, devemos nos preocupar sim com o futuro do nosso planeta, pois de
nada adiantará mantermos músculos esbeltos se, no futuro, tivermos dificuldade em to-
mar água potável. Assim, neste artigo, pretendo reforçar a importância de se preservar o
meio ambiente, mostrando que uma academia pode (e deve) contribuir para educar e ori-
entar os seus clientes quanto à construção de um mundo melhor, além de como podemos
utilizar o meio ambiente como um elemento na promoção do marketing de nossa aca-
demia.
O fato é que a preservação do meio ambiente não é uma responsabilidade somente
de órgãos governamentais, mas sim de cada um de nós. Cada pessoa tem de fazer o seu
papel. E nós, profissionais de fitness e da saúde, somos também formadores de opinião.
Além da prescrição de treinamentos físicos, trabalhamos com a prevenção de inúmeras
doenças e, nesse aspecto, entra o fator meio ambiente.
O que uma academia pode fazer de fato para ajudar o meio ambiente?
O mais importante, com certeza, é aprender e saber criar um convívio com o meio
ambiente. Não podemos nos tornar homo sapiens destrutivos. A solução mais sabia é
fazer o meio ambiente se tornar algo presente em nossas vidas. Um exemplo: bem em
frente à academia da qual sou proprietário, encontra-se uma árvore. Na verdade, uma
grande árvore, que, com certeza, atrapalha, e muito, a visão comercial do meu estab-
elecimento, além de também sujar demais a calçada e as ruas com suas folhas. No pensa-
mento destrutivo, o mais fácil seria pedir a retirada dessa árvore. Muitos e muitos clientes
já me disseram que necessitaram passar várias vezes na rua para poder visualizar a aca-
demia, pois a árvore atrapalha a visão.
Entretanto, a resposta que sempre dou é que temos de saber conviver com o meio
ambiente. Aliás, essa árvore deve ter cerca de 30 anos, e eu cheguei aqui somente há três
anos. De uma forma ou de outra, o cliente chega até você.
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 73
Outro aspecto importante é a recicla-
gem. As academias podem utilizar material
reciclável, como papel, copos descartáveis
e outros acessórios, realizando e incenti-
vando a coleta seletiva de lixo.
Internamente, uma outra sugestão
é criar um espaço ecologicamente correto,
incluindo algumas plantas naturais, que
além de decorar, tornam o ambiente mais
bonito.
Para economizar energia, o em-
presário pode, por exemplo, optar por co-
locar mais vidros nas áreas internas da a-
cademia, o que também cria um ambiente
acolhedor e prazeroso.
Outra atitude que pode contribuir
para a economia de energia elétrica é de-
senhar ambientes mais arejados, evitan-
do-se o uso de ar-condicionado e venti-
ladores ligados o todo tempo nas aulas.
Sou favorável também a ideia de investir
um pouco mais em aparelhos que não uti-
lizam energia elétrica, tais como bicicletas
e elípticons. Sabemos que a maioria dos
usuários de uma academia costuma correr
ou andar em esteiras, mas podemos criar
uma estratégia para que seu uso seja feito
de forma correta e consciente.
Temos um exemplo de uma academia
norte-americana que utiliza um mecanismo
que permite que a força utilizada no exercí-
cio de pedalar seja aproveitada como ener-
gia elétrica para a própria academia. E no
Brasil, em São Paulo já existem academias
que utilizam um sistema de coleta da água
da chuva, que é reaproveitada em banhos
e serviços de limpeza. Atitudes como essas
valem a pena. Hoje, há muita gente saindo
na frente, conseguindo aliar as atividades
de fitness e saúde à preservação do meio
ambiente.
Nesse aspecto, uma outra sugestão
é a criação de eventos ao ar livre. Algumas
academias já fazem isso, especialmente em
aulas que promovem a interação, como o
alongamento. Essa prática esportiva pode
ser realizada em áreas externas da aca-
demia ou até mesmo em praças e espa-
ços verdes, promovendo a academia e, ao
mesmo tempo, possibilitando um contato
mais próximo dos alunos com a natureza e
o meio ambiente.
Os empresários podem organizar
74 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
meio ambiente
ainda outros eventos ao ar livre, como
caminhadas e corridas, e até mesmo cri-
ar campanhas internas, com temas que
abordem o aquecimento global, a coleta
de lixo ou o plantio de árvores. Em algu-
mas cidades, as prefeituras municipais até
cedem áreas em canteiros ou em jardins,
localizados em avenidas ou ruas, para que
as empresas façam a manutenção desses
espaços, cuidando da grama e do plantio
de flores. Em troca, a empresa patrocina-
dora pode colocar uma placa informando
que preserva aquele local, o que permite
uma publicidade para a academia.
Vemos que é possível conciliar o mar-
keting com práticas ambientais ecologica-
mente corretas, afinal de contas, a empresa
pode-se promover e aumentar sua clien-
tela e rentabilidade. Simples ações podem
fazer a diferença na preservação do meio
ambiente, além de somar pontos na visão
da sociedade, pois quem adota a ideia de
“salvar o mundo” acaba atraindo atenção e
obtendo maior fidelização de seus clientes.
Sabemos que várias empresas de grande
porte comunicam seus projetos na área
ambiental. Porém, muitas delas só ficam
mesmo no marketing, pois suas ações não
passam de uma estratégia para, digamos,
ficar bem aos olhos de seus atuais e até
futuros clientes.
As ações citadas anteriormente são
de fácil implementação. O difícil mesmo é
fazer com que as ideias sejam aprimoradas
e adaptadas, permanecendo na mente de
quem utiliza a academia. Mas com um bom
plano de marketing e uma boa estratégia
sobre o assunto é possível plantar uma se-
mente para salvar o planeta. Vale a pena
colher essa ideia!
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Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 75
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Daniel Silva é Bacharel em Educação Física pela Univ. Estadual de Londrina, Personal Trainer e Proprietário da Enforma - Fitness Studio
E-mail: [email protected]
meio ambiente
Por Marynês Pereira
EMPREENDER: VOCÊ ESTÁ PREPARADO?
Empreender é ter
insights criativos e
produtivos e testá-los
na prática. É arriscar
fazer melhor e fazer
diferente. É oferecer
a resposta que
ninguém ainda
apresentou.
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Cor
rea
76 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
comportamento
Dizem que o Brasil não é um país de empreendedores e que estamos em oitavo
lugar no ranking mundial das nações mais empreendedoras.
Mas será que fomos mesmo educados para sermos empreendedores?
Resposta: Sim e Não.
1. Sim, somos empreendedores pela necessidade, pela falta de opção, pela falta de
empregos e pela falta de condições de subsistência. Nessa situação, muitos são obrigados
a empreender carreira-solo, o que poderíamos chamar de “bicos”, que, em alguns casos,
acabam gerando novos e grandes negócios. O que leva o brasileiro a empreender é, em
muitos casos, o desespero ocasionado por um desemprego, por exemplo. Vejamos nos
semáforos das grandes cidades a quantidade de pessoas que tiveram a iniciativa de gerar
um novo negócio, por mais precário e amador que fosse. Nem todos conhecem o caso
de um senhor, que morava embaixo de uma ponte, ao lado do Ceagesp, em São Paulo, e
começou a pedir as caixas de madeira, utilizadas no transporte de frutas e verduras no
Ceagesp, para construir casinhas para cachorro e, posteriormente, para bonecas.
O negócio prosperou e, hoje, ele tem uma pequena empresa que emprega mais pes-
soas. Esse senhor também não mora mais debaixo dessa ponte. Sua história foi, inclusive,
tema de reportagem do Fantástico há três anos atrás.
Vejamos também o caso do camelô, que trabalhava no centro do Rio de Janeiro, e
inovou no atendimento em um tipo de negócio que estava praticamente saturado. Hoje,
ministra palestras para várias empresas, ensinando empresários a inovar, a empreender
e a gerar novas ideias. O valor da hora/palestra cobrado por esse camelô é similar, ou até
mais alto, do que o de muitos palestrantes já renomados no mercado, sem, no entanto,
desmerecer a sua capacidade de também encantar as pessoas durante as suas palestras.
Portanto, muitas são as razões que levam o brasileiro a empreender. Vejamos ainda
o caso das pessoas que começam novos negócios, simplesmente porque não querem ter
patrões, horários rígidos de trabalho ou normas e regras a serem seguidas.
Mas será que todos têm sucesso?
De acordo com estatísticas oferecidas pelo Sebrae, em um prazo de até três anos,
de cada dez empresas, sete irão fechar e deixarão de existir. E por quê?
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 77
preendedora? Por quê algumas pessoas
empreendem? O que é, afinal, empreend-
edorismo?
Empreender é gerar a novidade que
produza resultados e que seja agente
multiplicador, que gere novos postos de
trabalho e prosperidade. O empreende-
dor acredita que por meio de suas ideias
poderá fazer com que mais famílias ten-
ham condições dignas de sobrevivência
e que possam ir além da subsistência. O
empreendedor pensa: se eu for muito rico,
muitas pessoas que estiverem trabalhando
comigo também o serão e viverão em me-
lhores condições. É a proliferação da rique-
za. ISSO É SER AGENTE MULTIPLICADOR.
Será que o empresário brasileiro
pensa assim? Ou ainda está apegado às
Porque para empreender, além da
iniciativa, é preciso disciplina, método,
foco e, principalmente, conhecer a arte da
gestão e do planejamento.
2. Não, não somos empreendedores,
porque nossa educação não nos prepara
para isso e é permeada pela falta de inicia-
tiva. Não somos educados para apresentar
soluções criativas. Somos educados para
executar as soluções que outros preparam
para nós. Somos educados para a obediên-
cia e para a submissão. Somos educados
para seguirmos uma carreira que nos leve
a uma aposentadoria tranquila, recebendo
mês a mês o garantido salário e aguardan-
do ansiosamente as tão merecidas férias.
Ainda contamos com a filosofia de algumas
religiões que pregam que “só os pobres e
humildes terão acesso ao reino dos céus”,
desestimulando qualquer um a ser dono de
um negócio lucrativo que gere empregos
ou fortunas. E ainda para reforçar tudo isso
vivemos em um País cuja riqueza gerada,
quase sempre, é fruto da exploração dos
mais fracos, da escravidão e da corrupção,
e cujas políticas paternalistas não valori-
zam a responsabilidade pelo sucesso ou
fracasso de cada um, sempre aguardando
um salvador da pátria que os venha salvar.
O que leva uma pessoa a ser em-
comportamento
78 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
crenças dos seringais, da escravidão e dos
generais?
Empreender é apresentar ao merca-
do o que o mercado precisa. É estar atento
às tendências e, se possível, antecipar-se à
elas, ou melhor ainda, gerar a necessidade
e criar as tendências. É olhar além do muro
que cerca os seus horizontes. Vislumbrar
possibilidades e oportunidades que deem
lucro, onde muitos veem obstáculos.
O empreendedor é dotado de inicia-
tiva. Ele faz, em vez de ficar falando o que
vai fazer. Ele coloca a “bola para rolar”.
Planeja e parte para ação, diferentemente
de muitos, que ficam debruçados anos e
anos planejando coisas que nunca sairão
do papel.
O empreendedor não pertence à tur-
ma do “quase”: “Quase consegui; quase
ganhei”. Também não pertence à turma
dos que “empurram com a barriga”, ou
seja, aqueles que dizem “se posso deixar
para amanhã porque irei fazer hoje?”. Não
faz parte da turma das “vítimas exploradas
pelo patrão”, ou que vivem resmungando
pelos cantos: “não sou pago para isso”.
O empreendedor quer ser o primei-
ro, porque concorda com o depoimento do
inesquecível Ayrton Senna: “o segundo
lugar é o primeiro lugar dos perdedores”.
Mas para empreender é necessário
abrir uma nova empresa?
Não. Você pode buscar oportuni-
dades de negócios internamente na em-
presa onde você atua hoje. Ou seja, buscar
soluções que gerem valor por meio de uma
inovação.
No entanto, para ter sucesso no seu
empreendimento, não basta você acreditar
em si próprio. Alguém deve acreditar em
você. Muitos talentos são desperdiçados
por não estarem preparados para gerir sua
própria carreira.
Muitos novos negócios não saem do
papel devido à incapacidade e à falta de
iniciativa de levar projetos para além dos
muros de seus próprios paradigmas. Para-
digmas esses construídos por uma educa
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odol
focl
ix.c
om.b
r
comportamento
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 79
ção de País de terceiro mundo, reforçada
por dogmas filosóficos e religiosos da exal-
tação da subserviência e obediência. Muitos
ainda acreditam que somente com grandes
sacrifícios e com o esforço supremo levado
à exaustão é que conseguirão realizar seus
objetivos.
Peter Drucker, o guru da administra-
ção, sempre falou em seus discursos que
estamos na era do conhecimento. Impor-
tante salientar que a era do esforço físico
no trabalho pertence à era industrial.
O mundo das ideias e da criatividade
pertence aos empreendedores e nada tem
a ver com esforço supremo da força físi-
ca. Tem a ver, isso sim, com o tão propa-
gado pensamento de Domenico DiMasi,
que acreditava que por meio do ócio cria-
tivo é que serão geradas as novas ideias.
Neste artigo, poderíamos utilizar para ilus-
trar nossa mensagem a tão famosa frase,
repetida por nossos avós: “quem trabalha
muito não tem tempo de ganhar dinheiro”.
Não estou querendo dizer que para
sermos empreendedores, devemos viver
o resto de nossas vidas deitados em uma
rede olhando para o céu. Afinal, não basta
termos ideias e não levá-las para o campo
das ações. Isso é o mesmo que delirar ou
ter sonhos que nunca sairão do mundo da
imaginação.
Empreender é ter insights criativos e
produtivos e testá-los na prática. É arriscar
fazer melhor e fazer diferente. É oferecer a
resposta que ninguém ainda apresentou.
É ousar sem medo de errar ou de
cair. É ter a capacidade de se levantar rapi-
damente e ir em frente.
Isso é empreender. E as estatísticas
dizem que todo grande empreendedor já
“quebrou” pelo menos três vezes antes de
alcançar o sucesso. As oportunidades es-
tão por todas as partes. Abra os olhos e
você verá que tem uma bem ao seu lado,
ou bem “debaixo do seu nariz”. Sucesso!
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Marynês Pereira é Business & Carrer Coaching,Palestrante e Diretora da Provider Solutions
80 | Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09
comportamento
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GUIA DE FORNECEDORES
Gestão Fitness - edição n• 01 - Nov/Dez 09 | 81
CONSULTORIA
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Leonardo AllevatoLA Fitness Solutions
Luis AmorosoFit Biz
Kenny CastroConsultoria Financeira
Ricardo AbreuConsultoria Jurídica
Luis PerdomoAcade System
Luiz MouraMKPRO
Celio DiasDias Contabilidade
Cesar GomesConsultoria Gestão de [email protected]
Alessandro MendesIntarget Consultoria
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