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Edição 231- Jul/ Ago 2003

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Compromisso de todos

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Jornal da ACM2

EXPEDIENTEInformativo da Associação

Catarinense de Medicina - ACMRodovia SC-401, Km 4,

Bairro Saco Grande - Florianópolis/SCFone/Fax: (48) 231-0300

D I R E T O R I APresidente

Dr. Viriato João Leal da CunhaVice-Presidente

Dr. Genoir SimoniSecretário Geral

Dr. Luciano Nascimento SaporitiDiretor Financeiro

Dr. Sérgio Felipe Pisani MüllerDiretor Administrativo

Dr. Luiz Carlos GiulianoDiretor de Publicações Científicas

Dr. Armando José D'AcamporaDiretor Científico

Dr. Maurício José Lopes PereimaDiretor de Patrimônio

Dr. Dorival Antônio VitorelloDiretor de Previdência e AssistênciaDr. Waldemar de Souza Júnior

Diretor das RegionaisDr. Marcos Fernando Ferreira Subtil

Diretor de Defesa de ClasseDr. Carlos Alberto Pierri

Diretora Sócio-CulturalDra. Sílvia Maria Schmidt

Diretor de EsportesDr. Luiz Alberto Nunes

Diretor do Departamento de ConvêniosDr. Ubiratan Cunha Barbosa

Diretora de ComunicaçãoDra. Eliane Vieira de Araújo

VICE DISTRITAISSul - Dra. Mirna Iris Felippe Zilli

Planalto - Dr. Fernando Luiz PagliosaNorte - Dr. Marcos Scheidemantel

Vale do Itajaí - Dr. Sérgio Marcos MeiraCentro-Oeste - Dr. Luiz Antônio Deczka

Extremo-Oeste - Dr. Luiz FernandoGranzotto

DELEGADOS JUNTO À AMBDr. Carlos Gilberto Crippa

Dr. Remaclo Fischer JuniorDr. Jorge Abi Saab NetoDr. Théo Fernando Bub

Dr. Luiz Carlos EspíndolaDr. Élcio Luiz BonamigoDr. Sérgio Marcos MeiraDr. Osmar Guzatti Filho

Dr. Marcos Fernando Ferreira SubtilDr. Oscar Antônio Defonso

EdiçãoTexto Final - Assessoria de Comunicação

Jornalistas ProfissionaisLena Obst Reg. 6048 DRT

Denise Christians Reg. 5698 DRT

FotografiaRenato Gama

Diagramaçãoe

ImpressãoGráfica e Editora Agnus Ltda.

Tiragem4.000 exemplares

EDITORIAL

COMPROMISSO DE TODOS!Os médicos catarinenses têm mais uma oportu-

nidade de demonstrar seu potencial de luta e deconscientização sobre as questões que envolvem oexercício digno da medici-na. No mês de outubro,em que se comemora o Diado Médico, a ACM, emparceria com a AssociaçãoMédica Brasileira (AMB),fará o lançamento oficial emSanta Catarina da Classifi-cação Brasileira Hierarqui-zada de ProcedimentosMédicos (CBHPM), con-cluída após mais de doisanos de trabalho, que en-volveu as entidades naci-onais e estaduais da classee todas as Sociedades deEspecialidades, num es-forço sem precedente nahistória da medicina nanossa Nação.

O momento é de in-tensa mobilização dos pro-fissionais do setor, nosquatro cantos do país, jáque após um longo perío-do sem qualquer reajustede nossos honorários, vol-tamos a tratar dessa ques-tão com uma posição naci-onal, de frente e com de-terminação. Nossa remune-ração vem registrando umdeclínio cada vez mais pre-ocupante, exigindo queTODOS, sem exceção,integrem-se ao movimen-to para a concreta implan-tação da CBHPM. Ou apro-veitamos a oportunidadeou nos colocamos à mercêdaqueles que vêm ditan-do nossos honorários, semmais termos o direito decriticar ou queixar sobre asmazelas da profissão queescolhemos e pela qual nos temos dedicado incan-savelmente.

É hora de colocarmos em prática tudo o queaprendemos sobre defesa de classe, mobilizaçãopolítica, comprometimento com o coletivo e união,

O MOMENTO É DE

I N T E N S A

MOBIL IZAÇÃO

DOS MÉDICOS DOS

QUATRO CANTOS DO

PAÍS,JÁ QUE APÓS UM

LONGO PERÍODO

SEM QUALQUER

REAJUSTE DE

NOSSOS

HONORÁRIOS,VOLTAMOS

A TRATAR DESSA

QUESTÃO COM UMA

POSIÇÃO

NACIONAL, DE

FRENTE E COM

DETERMINAÇÃO"

temas que têm sido o centro de tantos debates eeventos médicos nos últimos anos e que construí-ram os ideais que atualmente norteiam as nossas

representações. É hora demostrarmos a força que osmais de 260 mil médicosde todo o Brasil têm. Éhora de crescermos politi-camente, indo além doaprimoramento científicocom o qual tanto nos pre-ocupamos.

Precisamos ter consci-ência de que a Classifica-ção lançada é apenas umpasso rumo a uma remu-neração justa pelos nossosserviços. Evidentementetodos nós gostaríamos deuma nova tabela com umreajuste capaz de "apagar"todos os anos em que fi-camos vendo nossa situa-ção financeira em queda,assim como todos os pre-juízos que contabilizamosem nossos lares e locaisde trabalho. No entanto,acima de qualquer coisa,precisamos começar a açãode reconquista, mostrarque não vamos mais ficaresperando que alguém sesensibilize com a realida-de que vivemos. Vamosagir.

Diante dessa respon-sabilidade, a AssociaçãoCatarinense de Medicinaconvoca a todos os médi-cos do estado para queparticipem ativamente dolançamento da Classifica-ção Brasileira Hierarquiza-da de Procedimentos Mé-dicos. A colaboração decada um é de extrema im-portância e a causa é jus-

ta: a defesa de nossa profissão e do valor do nossotrabalho.

Dr. Viriato João Leal da CunhaPresidente

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DIRIGENTES DAS ENTIDADES MÉDICAS VISITAMPRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

Presidentes e dirigentes da Associação Cata-rinense de Medicina (ACM), Conselho Regio-nal de Medicina (CREMESC) e Sindicato dosMédicos de Santa Catarina (SIMESC), institui-ções que compõem o COSEMESC (ConselhoSuperior das Entidades Médicas de Santa Cata-rina), reuniram-se com o Presidente da Assem-bléia Legislativa (AL), o também médico e de-putado Volnei Morastoni, no último dia 27 deagosto, para uma visita de cortesia e uma francaconversa sobre algumas preocupações que atu-almente cercam a classe no estado. "Ainda nãohavíamos tido a oportunidade de visitar a atualPresidência da AL. Ao fazê-lo, colocamo-nos àdisposição para colaborar em todos os projetos eações em prol da saúde dos catarinenses, assimcomo também solicitamos um esforço na buscada aproximação maior da classe com os deputa-dos que formam a Comissão de Saúde da Assem-bléia", salientou Dr. Viriato João Leal da Cunha,Presidente da ACM.

Os dirigentes aproveitaram a ocasião paraconversar de maneira especial sobre a Lei doAto Médico, em tramitação na esfera federal, eainda para apresentar a necessidade de criação

de uma lei que definaregras para a abertura deFaculdades de Medicinano estado, tendo em vis-ta que a qualidade da as-sistência prestada à po-pulação depende direta-mente da formação ade-quada dos novos profis-sionais.

"Solicitamos o acom-panhamento do Legisla-tivo de Santa Catarina demaneira especial nessesdois assuntos porque entendemos que a AL nãopode ficar à margem desses questionamentos.Nós precisamos de aliados às causas da saúde ede um esforço maior dos deputados na sensibili-zação do Executivo para os avanços indispensá-veis ao setor", avaliou o Presidente da ACM.

Na opinião do Dr. Newton José Martins Mota,Presidente do CREMESC, "a visita foi muitoprodutiva, em consideração ao Deputado e tam-bém colega de profissão, com quem pudemostrocar assuntos importantes para a classe, como a

COSEMESC REUNIDOCOM O SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE

Dirigentes do COSEMESC (Conselho Supe-rior das Entidades Médicas de Santa Catarina)estiveram reunidos com o Secretário de Estadoda Saúde, Dr. Fernando Coruja Agustini, para de-bater sobre a situação da assistência médico-hos-pitalar no estado e tratar de questões que interfe-rem diretamente na prática da medicina. A reu-nião teve a presença do Presidente da AssociaçãoCatarinense de Medicina (ACM), Dr. Viriato JoãoLeal da Cunha; do Conselho Regional de Medici-na (CREMESC), Dr. Newton José Martins Mota,e do Sindicato dos Médicos (SIMESC), Dr. CyroSoncini.

"O encontro com os representantes do CO-SEMESC sempre é muito produtivo e repre-senta a continuidade de um programa de reuni-ões que deverão ser realizadas a cada três mesespara tratarmos de assuntos que envolvem a saúdede uma maneira geral. São contatos muito impor-tantes, onde discutimos problemas comuns tanto

para quem dirige a saúde como para os própriosmédicos. Durante os encontros buscamos solu-ções para problemas existentes no setor, benefi-ciando também a população de Santa Catarina,que recebe um atendimento de maior qualida-de", avaliou o Secretário.

Entre os assuntos abordados durante a reu-nião destacaram-se de maneira especial a solici-tação de apoio do Secretário ao projeto de leique visa normatizar e criar critérios para a aber-tura de escolas médicas no território catarinen-se, além da regulamentação necessária do paga-mento do pró-labore dos profissionais da medi-cina que atendem em hospitais da rede estadual.De antemão, já ficou acertado que não haveráqualquer desconto de INSS sobre o pró-laboredos médicos credenciados.

Também foram discutidos:- A contratação do pessoal já concursado na

área, que deverá ser feita a curto, médio e longoprazos pela Secretaria de Estado da Saúde (SES),de acordo com as necessidades mais urgentes dosetor.

- O desenvolvimento de diretrizes clínicas deconduta médico-assistencial por parte da SES, parao qual o órgão pode contar com a colaboração daACM e da Associação Médica Brasileira, atravésdo Projeto Diretrizes.

- A elaboração de um projeto que busque re-solver os sérios problemas vividos pelo setor hos-pitalar em Santa Catarina, inclusive permitindomaior autonomia administrativa e orçamentáriados estabelecimentos de serviços de saúde, dis-ponibilidade e gerenciamento de materiais/me-dicamentos.

- A implantação do sistema de regulação e trans-ferência inter-hospitalar de pacientes, com rigo-rosa fiscalização sobre o transporte de pacientesem todo estado.

criação de novos cursos de medicina". Tambémo Presidente do SIMESC, Dr. Cyro Soncini,destacou a importância da visita à AssembléiaLegislativa: "O deputado Volnei Morastoni éum parceiro antigo das entidades, que acompa-nha nossas lutas e defende questões de interes-se para a medicina".

PRESIDENTES DA ACM, CREMESC E SIMESC VISITARAM OCOLEGA E PRESIDENTE DA AL, DR. VOLNEI MARASTONI

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MÉDICOS DE BRUSQUEDECIDEM PARALISAR SOBREAVISO

A PARTIR DE OUTUBRO

Os médicos que atuam no Hospital Arquidio-cesano Cônsul Carlos Renaux (Hospital de Azam-buja), de Brusque, decidiram, em AssembléiaRegional Extraordinária, realizada no dia 21 deagosto, paralisar as atividades do sobreaviso apartir das 19 horas do dia 1º de outubro, caso nãoseja feito acordo para o devido pagamento des-ses serviços prestados pelos profissionais.

Foi aprovado, também, que os médicos daregião não presentes na Assembléia poderão re-ferendar as decisões subscrevendo termo de con-cordância com as propostas aprovadas. Ficou de-finido, ainda, que as decisões da Assembléia se-rão encaminhadas para o CREMESC (ConselhoRegional de Medicina), solicitando parecer. Alémdisso, será feita notificação à Administração doHospital e enviado comunicado aos poderes cons-tituídos da região, a respeito das decisões.

A Assembléia, que contou com a participaçãode pelo menos 70% dos médicos que atuam efe-tivamente no Hospital de Azambuja, autorizou oSIMESC (Sindicato dos Médicos do Estado deSanta Catarina) e entidades envolvidas a mobili-zarem a categoria, colherem assinaturas no ter-mo de concordância, informarem as decisões àopinião pública e negociarem com a Administra-ção do Hospital e a Prefeitura de Brusque, entreoutras medidas.

A Assembléia Regional foi coordenada peloDr. Cyro Soncini, Presidente do Sindicato dosMédicos e contou com a presença do Vice-Presi-dente da ACM , Dr. Genoir Simoni; do Vice-Distrital da ACM no Vale do Itajaí, Dr. SérgioMeira; e do Presidente da Diretoria Regional doSIMESC de Balneário Camboriú, Dr. RenatoChaves Vargas.

AÇÕES DA COMISSÃO DE DEFESA PROFISSIONAL DA ACMA Comissão de Defesa Profissional da ACM, presidida pelo ortopedista Carlos Alberto Pierri, está

lutando por ações ativas na garantia dos interesses da classe médica. Destaca-se o trabalho de alertasobre os perigos da abertura indiscriminada de escolas médicas, sem as mínimas condições de formarbons profissionais, o que representa sérios riscos à saúde e à vida da população. "Estamos tambémparticipando da aprovação da lei que define o Ato Médico e levantando a bandeira da ClassificaçãoBrasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) para que os órgãos do governo eplanos de saúde que contratam os serviços médicos, além de outros entidades de classe, favoreçama implantação de estruturas mais humanas, afim de assegurar o exercício ético da profissão".

Outra campanha que está sendo encaminhada pela Comissão é a favor da manutenção da boaimagem do profissional da medicina nos veículos de comunicação. "Não queremos mais que a atitudede determinados profissionais denigra a imagem da classe como um todo, como muitas vezes vemosnos jornais: médico rouba, mata ou pratica qualquer outra coisa ilícita. Na realidade, é a pessoa quefaz, não o médico. Precisamos separar o joio do trigo", explica o coordenador do trabalho.

Todos os médicos que atuam em Santa Catarina e que tiverem qualquer problema na garantia deseus direitos e para exercício digno da medicina devem entrar em contato com a Comissão de DefesaProfissional, na sede da ACM, em Florianópolis.

A atual diretoria da Comissão de Defesa Profissional (gestão 2002/2005) é formada pelos seguin-tes médicos:

- Dr. Carlos Alberto Pierri- Dra. Cláudia Alves Silva- Dr. Mário Kuhn Adames- Dr. Ubiratan Cunha Barbosa- Dr. Paulo Roberto Crespi- Dr. Ricardo Fantazzini Russi- Dr. José Mauro dos Santos

De acordo com o Dr. Laércio Cadore,Presidente da Regional Médica de Brusque,a situação chegou no limite. "Estamos ape-nas aguardando o parecer do CREMESC,que vai julgar se o movimento é ético ounão, para dar continuidade às nossas ações" ,adianta Cadore. O médico explica que a Di-reção do hospital já recebeu uma carta ex-pondo a insatisfação da classe e comunican-do a decisão de parar. "Outra ação prevista éuma carta aberta à população e outra direci-onada às autoridades municipais (prefeitos,vereadores, secretários de saúde), juízes,promotores, CDL (Câmara de DiretoresLojistas) e ACIB (Associação Comercial eIndustrial de Brusque) denunciando o pro-blema e exigindo solução urgente".

PRESIDENTE DA

REGIONAL MÉDICA

DESCREVE AÇÕES

DR. CARLOS ALBERTO PIERRI COORDENA OSTRABALHOS DA COMISSÃO

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Jornal da ACM 5Jornal da ACM 5

ACM PARTICIPA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBREOBESIDADE INFANTIL

Discutir as causas e buscar soluções para aquestão da obesidade infantil, considerada pelosmédicos como uma epidemia na área da saúde,foi o objetivo da audiência pública realizada nodia 05 de agosto, no plenarinho da AssembléiaLegislativa. O evento foi promovido pela Co-missão de Saúde do Legislativo Catarinense,contando com a presença do Secretário de Esta-do da Saúde, Dr. Fernando Coruja Agustini; daGerente de Merenda Escolar da Secretaria deEducação e Inovação, Inês de Lorenzi; do Presi-dente da Sociedade Catarinense de Pediatria,Dr. Remaclo Fischer Jr.; do Vice-Presidente daAssociação Catarinense de Medicina, Dr.GenoirSimoni; do pediatra dos Hospitais Joana de Gus-mão e Universitário, Dr. César Fortes e da Dra.Marileise Obelar, entre outras autoridades liga-das ao setor.

Após esta primeira discussão ficou definido

que a Secretaria de Saúde e aSecretaria de Educação, jun-tamente com as SociedadesMédicas, irão produzir um ví-deo que será levado às esco-las, com objetivo principal deesclarecer aos pais e alunossobre as conseqüências da obe-sidade e, mais importante,como preveni-la. O excesso de peso pode gerardesajuste psicossocial, alterações dermatológicas,respiratórias, cardíacas, esqueléticas, metabóli-cas, cancerígenas e distúrbios gastro-intestinais.

"Como medidas iniciais é necessário mudar oconceito da população de que criança obesa é

PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

Há duas décadas, a população brasileira vemapresentando importantes mudanças no que serefere aos hábitos alimentares e estilo de vida.Estudos do perfil alimentar, a partir da década de90, têm demonstrado um maior consumo de gor-duras saturadas (carnes e frituras) e de carboi-dratos. As possíveis causas para esta mudança dehábitos, entre crianças e adolescentes seriam aprática de assistir televisão várias horas por dia, adifusão excessiva de jogos eletrônicos, o abando-no precoce do aleitamento materno e a maioringestão de alimentos industrializados, que pos-suem elevada densidade energética, são saboro-sos e sempre vêm acompanhados de forte estí-mulo ao consumo.

ALERTA SOBRE OS PERIGOS DOS ANABOLIZANTESO Vice-Presidente da ACM, Dr. Genoir Simoni, foi convidado pelo Ministério Público de Santa Catarina a proferir

uma palestra sobre os problemas de saúde causados pelas pessoas que fazem uso de anabolizantes. A palestra foiproferida no dia 12 de agosto, no auditório do Ministério Público, para donos e representantes de academias de mus-culação e ginástica. O objetivo foi o de alertar e conscientizar os profissionais que atuam neste ramo de atividade sobreos graves riscos que o uso indiscriminado desses produtos pode acarretar à saúde e à própria vida dos usuários. Tambémfoi dado um alerta sobre a comercialização e a publicidade dos chamados suplementos alimentares e vitamínicos quecontêm substâncias que exigem controle especial (esteróides e peptídeos anabolizantes) e outros sem registro nosórgãos federais competentes. Comercializar esses produtos pode implicar em crime de tráfico de drogas ( Lei 6368),segundo informação do Promotor de Justiça Max Zuffo, que durante o evento falou sobre a classificação dos "suplemen-tos alimentares" e as conseqüências jurídicas da comercialização irregular de produtos contendo substâncias anabolizan-tes. Outros profissionais compuseram a mesa, ao lado do Dr. Genoir, como os representantes da Polícia Federal, PolíciaCivil, Vigilância Sanitária Estadual e Municipal e Conselho Regional de Educação Física.

"O adolescente, quando usa anabolizantes, não pensa nas conseqüências que esses produtos podem causar, sóquer desenvolver o corpo bem rápido. Com o tempo, vão aparecendo os efeitos: desde perda do crescimento, proble-mas cardíacos, hormonais, perda da capacidade de produzir espermatozóides, tumores de testículos e até a perda davida", alertou o Dr. Genoir Simoni.

MÉDICOS E DEPUTADOSUNIDOS CONTRA OS RISCOS

DA OBESIDADE

sinônimo de criança saudável. É essencial a mu-dança de hábitos e costumes, estipular horáriosespecíficos para as refeições e para as atividadesfísicas diárias e também melhorar a qualidade dolanche na escola", afirmou o Vice-Presidente daACM, que é pediatra e endocrinologista.

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LUTA PELA IMPLANTAÇÃO DOS CRITÉRIOSDE AVALIAÇÃO DAS ESCOLAS MÉDICAS EM SC

Com a posse do novo Presiden-te do Conselho Estadual de Edu-cação (CEE), professor AdélcioMachado dos Santos, a Diretoria daACM, em parceria com as demaisinstituições que integram o COSE-MESC (Conselho Superior das En-tidades Médicas de Santa Catari-na) vem mantendo novos contatoscom os dirigentes do principal ór-gão regulador do ensino no estado.

A meta maior é a garantia de im-plantação definitiva do "Instrumen-to de Avaliação das Condições deOferta dos Cursos de Graduação emMedicina em Santa Catarina", cria-do em 2002 e já aprovado pelo cor-po de conselheiros do CEE. O do-cumento beneficia diretamente apopulação atendida pelos profissi-onais da área e constitui-se na res-posta maior da ampla ação em de-

fesa da qualificação das escolas demedicina, desenvolvida através deparceria entre ACM, CREMESC(Conselho Regional de Medicina)e SIMESC (Sindicato dos Médicos).

O Instrumento de Avaliação éconsiderado um marco na históriado ensino médico de todo o país,na medida em que determina oscritérios para a constante vistoriade todos os segmentos que com-

põem a formação dos novos profis-sionais do setor, garantindo a apre-sentação de recomendações demudanças nas instituições avaliadas,sempre que necessário. O docu-mento é baseado na verificação doprojeto pedagógico, corpo docen-te e estrutura física das faculdades,essenciais para a formação do mé-dico com qualidade.

P

ORQUE

SOMOS

CONTRA

A

ABER

TURA

DE

NOV

AS

F

ACULDADES

DE

MEDICINA

As entidades médicas nacionais vêm a público defender a suspensão daabertura de novos cursos de medicina no Brasil e da ampliação do númerode vagas nos já existentes. Não necessitamos de um maior número demédicos e sim de uma política de saúde mais eficaz, que proporcione umamelhor distribuição destes profissionais pelo país.

Acreditamos que não existe necessidade social para que seja autorizadaa abertura de novas escolas médicas no Brasil. Somos contra o que chama-mos de "atentado à saúde da população", pois o número excessivo de médi-cos formados anualmente, mais de dez mil com formação profissional defi-ciente se configuram num perigo para a sociedade.

Além disto, o excessivo número de médicos subjuga os profissionais quejá estão no mercado, fazendo com que aceitem o pagamento de honoráriosa preço vil e os submetem a condições de trabalho inadequadas, expondo-os a cometer, com maior probabilidade, infrações éticas.

Em audiência pública na Câmara dos Deputados ficou claro o desacordoentre os conselhos nacionais de Educação e de Saúde nos processos decriação das novas escolas de Medicina: o MEC autorizou a criação de váriasfaculdades em processos que tiveram parecer contrário do Conselho Naci-onal de Saúde.

Atualmente, contamos com 116 escolas médicas em funcionamento no

país. Só nos primeiros seis meses de 2003, cinco novos cursos de medicinaforam autorizados pelo MEC. Estas autorizações levaram o Ministério daSaúde a pedir suspensão, por cento e oitenta dias, da abertura de novoscursos na área.

As entidades médicas apóiam esta medida e acreditam que estas autori-zações deveriam ser suspensas, por um mínimo de dez anos, conforme oprojeto de Lei 65/03 do deputado Arlindo Chinaglia.

Defendemos que neste período de suspensão da abertura de novasescolas médicas seja efetivada uma avaliação detalhada dos cursos de medi-cina em funcionamento.

Quando assumimos a defesa pela não abertura de novas escolas de me-dicina e do não aumento do número de vagas já existentes, nos posiciona-mos como entidades que procuram defender a sociedade, uma vez que omédico lida com o bem mais importante do ser humano: a vida.

Conselho Federal de MedicinaAssociação Médica BrasileiraConfederação Médica Brasileira

Nota Oficial publicada na Folha de São Paulo, em 15/08/2003

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ARTIGO DE OPINIÃO

FARINHA POUCA … MEU PIRÃO PRIMEIRO!

Parecem estribar-se no velho adágio as vãstentativas de enfermeiros, e agora tambémfisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, lan-çar-se sobre o bolo do exercício médico pro-fissional. Pretendem eles, insistentemente,abocanhar uma fatia do que é exclusivo danossa competência, o Ato Médico, configura-do na qualidade de examinar clinicamente,solicitar exames complementares, perfazer umdiagnóstico adequado e traçar um plano tera-pêutico. Não se contentam os fisioterapeutase terapeutas ocupacionais, a exemplo do quejá ocorrera a enfermeiros, com os limites desua própria capacidade, determinados não ape-nas pelas fronteiras dos seus estudos, mas tam-bém pela especificidade do médico, em maté-ria de prescrição. Pretendem destronar o fisi-atra; algo assim como os músicos, executoresdiversos de uma mesma partitura, tomarem abatuta e desbancarem o maestro. E não ape-nas o fisiatra, mas todo um elenco de médicosespecialistas seriam atropelados no roldão des-ses arroubos inconcebíveis para uma classeprofissional destinada a executar técnicas emétodos da sua área, sob orientação médica.

Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais,assim como enfermeiros e outros profissionaisde saúde não médicos, estão habilitados a cui-dar de pacientes sob prescrição estritamentemédica, baseada em diagnósticos clínicos efe-tuados por médicos, sujeita a modificações eadaptações avaliadas pelo senso clínico dosmédicos. Eles podem executar uma determi-nada terapia, no alcance da sua competência,sob estrita indicação médica. Ou será que aFisioterapia e a Enfermagem evoluíram comoCiências ao ombreamento pleno com a Clíni-

ca Médica, a Clínica Cirúrgica, a Psiquiatria, aOncologia, a Nefrologia, e outros ramos daMedicina Interna? É bem acentuada a distin-ção entre médicos e fisioterapeutas, como bementende também o STF, que já se manifestousobre esse assunto, perfazendo uma jurispru-dência que a própria razão prioritariamenteestabelecera. Clínicas de fisioterapia não po-dem prescindir da presença de um fisiatra, or-topedista ou traumatologista, assim como umafarmácia não pode funcionar sem um farma-cêutico e esse por sua vez não pode prescre-ver receitas, exclusiva competência dos mé-dicos. Não sendo assim, a balburdia se estabe-leceria - enfermeiros diagnosticando, fisiote-rapeutas decidindo planos de terapia sem di-agnóstico médico, farmacêuticos medicando,balconistas trocando impunemente as recei-tas, ... uma verdadeira Babel.

É contra essa desordem de funções, esserompante desvairado, como se o paciente fos-se uma terra de ninguém, que as entidadesmédicas devem se posicionar, em defesa docidadão enfermo e em salvaguarda do AtoMédico.

Querem o direito de solicitar exames, clí-nicos e radiológicos, planejar e coordenar tra-tamentos, encaminhar pacientes a especialis-tas médicos, "justificando" tais absurdas pre-tensões com a confusa declaração "a profissãoda área de saúde tem alcançado um grandebenefício para toda a sociedade". E daí? O quese quer dizer com "profissão da área de saú-de"? O que é isto, realmente? Modernizar umalegislação não é cometer o desatino de dele-gar funções a profissionais destituídos do mé-rito competente.

O mérito é alcançado através da compe-tente graduação. Neste caso graduação emMedicina. A única profissão competente parao cuidado integral ao paciente, do diagnósticoao tratamento - sem qualquer preocupação,com a farinha ou com o pirão. Sem disputaspor fatias ou porções. A Medicina é uma só,para ser exercida por médicos, integralmente,e por outros profissionais da saúde, nos limitesde suas destinações e competências. O que osfisioterapeutas hoje querem, não passará pelocrivo do tempo, ... porque não passa pelo pró-prio crivo da razão.

DR. ROQUE ANDRADE - ONCOLOGISTA CLÍNICO

DIRETOR DE MARKETING DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA - E-MAIL: [email protected]

DR. ROQUE ANDRADE:“EM SALVAGUARDA DO ATO MÉDICO”

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RETOMADA MOBILIZAÇÃO PELO ATO MÉDICOA Comissão Nacional de Defesa do Ato Mé-

dico, composta por representantes das quatroentidades médicas nacionais: Associação MédicaBrasileira (AMB), Conselho Federal de Medici-na (CFM), Confederação Médica Brasileira(CMB) e Federação Nacional dos Médicos (FE-NAM), reuniu-se no mês de agosto e deliberoupela retomada da mobilização da classe pelo ATOMÉDICO, através do corpo a corpo com os Se-nadores dentro das bases eleitorais de cada esta-do.

O PLS 25/2002, que regulamenta o Ato Mé-dico, encontra-se na Comissão de Assuntos Soci-ais do Senado Federal desde dezembro do anopassado. Durante todo este período foram reali-zadas várias reuniões com entidades de outrasprofissões da área de saúde, na busca de esclare-

cimentos a respeito das críticas feitas ao projetode lei. Houve avanços, mas ainda persistem al-gumas incompreensões e rejeições ao projeto.Enquanto as audiências públicas não forem mar-cadas, não haverá andamento para a aprovaçãodefinitiva do projeto.

Pela primeira vez na história da medicina bra-sileira haverá uma lei que defina o que é o atomédico, sua abrangência e seus limites. Tal fatotornou-se uma imposição da sociedade como umtodo e da própria classe médica, tendo em vista aquantidade enorme de distorções verificadas nasinterseções com as outras profissões da área desaúde. A população reclama garantias de acesso àprática médica de boa qualidade, conhecendobem as atribuições de cada integrante da equipede saúde que vai lhe prestar assistência.

Nas últimas décadas surgiram várias leis queprocuraram regular as profissões de enfermagem,odontologia, farmácia, nutrição e fisioterapia,dentre tantas outras. Em geral, estas leis nãodelegam a estes profissionais atribuições queextrapolam as atividades para as quais foram for-mados. No entanto, devido à ausência de legisla-ção que regulamente os atos privativos da medi-cina, inúmeras resoluções baixadas pelos seus res-pectivos conselhos de fiscalização pretenderamatribuir-lhes ações para as quais, definitivamen-te, não estão habilitados.

O PLS 25/2002 objetiva tão somente regula-mentar os atos médicos, fortalecendo o conceitode equipe de saúde e respeitando as esferas decompetência de cada profissional.

NOTA OFICIAL DA AMB CONTRA REDUÇÃODE DIREITOS DOS CLIENTES DE PLANOS DE SAÚDE

A Associação Médica Brasileira (AMB) consi-dera um retrocesso a liminar concedida pelo Su-premo Tribunal Federal em razão da Ação Diretade Inconstitucionalidade movida pela Confedera-ção Nacional de Saúde (CNS), revogando algunsdispositivos da Lei 9656/98, que garantiam im-portantes direitos aos usuários cujos contratos fo-ram firmados anteriormente a janeiro de 1999.

A declaração de inconstitucionalidade do arti-go 35-E da Lei 9656, independentemente de seumérito legal, gera mais desequilíbrio ao setor eprejuízos a pacientes e médicos. A possibilidadede interrupção das internações deixa uma brechapara novas interferências no exercício da Medici-

na, o que, aliás, já ocorre há anos com pressões decertas empresas para a diminuição de pedidos deexames, internações e outros procedimentos. Omais grave é que pode ser fatal para os usuários dosistema de saúde suplementar.

A Diretoria da AMB adverte que também sãoextremamente prejudiciais aos pacientes outrospontos, como:

- a revogação do dispositivo que proibia a res-cisão unilateral de contratos, pois cria uma lacunapara o rompimento de contratos antigos, obrigan-do os usuários a aderirem a planos mais caros;

- o fim da garantia de diluição do percentual dereajuste de faixa etária em dez anos para maiores

de 60 anos com mais de dez anos de plano, o quepermite que o aumento seja realizado numa sóparcela;

- a derrubada da exigência de autorização préviada Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)para a aplicação de reajustes por faixa etária aosconsumidores com 60 anos ou mais de idade;

- a suspensão da oferta obrigatória aos antigosconsumidores dos chamados planos-referência, quecontemplam serviços como cirurgias cardíacas, he-modiálise e tratamento de câncer.

AMB - Associação Médica Brasileira

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SUL - DRA. MIRNA ZILLI

1. Qual a importância das Vice-Distritaisno trabalho da ACM junto aos médicos cata-rinenses?

Facilitar as ações da ACM nas diversas re-giões do estado, conferindo as característicaslocais necessárias para a melhor execução des-tas ações, informar e mobilizar a classe médicaatravés de encontros e discussão de proble-mas, além de acompanhar a realidade local.

2. Quais as prioridades e as propostas deação da Vice-Distrital Sul?

Restabelecer a dignidade profissional, lu-tando em conjunto por melhores salários, in-fra-estrutura para o exercício da medicina deforma responsável, zelar pela garantia de for-mação de bons médicos ameaçada com a aber-tura indiscriminada de novas escolas, além detentar junto ao governo ampliação de destina-ção orçamentária para o setor de saúde, já queo Brasil é um dos países que menos aplica emsaúde pública no mundo.

3. Quais são os desafios da ação associa-tiva médica na região?

O maior desafio ainda é a pouca participa-ção dos colegas. Falta união. A região congre-ga 32 municípios distribuídos em 4 regionaismédicas: Regional Médica de Tubarão, Asso-ciação Médica da Região da AMUREL, Regi-onal Médica do Vale do Araranguá e RegionalMédica da Zona Carbonífera.

4. Como a senhora vê o associativismo mé-dico em Santa Catarina?

Há mais ou menos 7 anos nascia em Santa

ESPAÇO DA VICE DISTRITAL

Catarina o COSEMESC, Conselho Superior dasEntidades Médicas, reunindo ACM, CRE-MESC e SIMESC, tornando assim, o associa-tivismo mais forte. Este modelo precisa conti-nuar avançando e ser estendido a todas as Re-gionais. Onde existem ideais comuns, existemcaminhos, mas a participação do médico preci-sa melhorar. O médico ausente e omisso en-fraquece a força política de qualquer movi-mento conduzido pelas entidades . É precisoacreditar mais na nossa capacidade de realizarmudanças.

5. O que acha da conquista da ClassificaçãoBrasileira Hierarquizada dos ProcedimentosMédicos?

Trata-se de um instrumento de resgate dadignidade da categoria, que chega num mo-mento importante, pois não se pode continuaroferecendo serviço médico num sistema influ-enciado apenas pela relação entre a oferta e ademanda. Nos últimos sete anos os planos desaúde aumentaram em média 230% o valor desuas mensalidades, porém não houve repassedestes aumentos para os médicos. Por um ladotemos usuários satisfeitos (pesquisas apontamque cerca de 80% dos usuários estão satisfei-tos com seus planos), e de outro, médicos de-sestimulados pela baixa remuneração. Isto re-trata a integridade, competência e qualidademoral do médico, apesar do descaso com quetemos sido tratados. Entretanto, a participa-ção dos médicos será de fundamental impor-tância de agora em diante, para o sucesso daimplantação da Classificação, uma vez que cer-tamente haverão resistências.

DRA. MIRNA ZILLI É VICE-DISTRITAL DA ACM NAREGIÃO SUL DE SANTACATARINA, GRADUADA EMMEDICINA PELA UFSC,1984, FEZ CURSO DEESPECIALIZAÇÃO NOQUEEN´S MEDICAL CENTER,NOTTINGHAM, UK, EMHEMATOLOGIA CLÍNICA EHEMOTERAPIA, E JÁOCUPOU O CARGO DEPRESIDENTE DA REGIONALMÉDICA DA ZONACARBONÍFERA NOPERÍODO DE 1999-2002,

O Jornal da ACM tem um espaço especial para entrevistas junto aos Vice Distritais da entidade,para que os mesmos possam informar aos médicos catarinenses suas propostas de ações e as necessida-des das regiões que representam.

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Jornal da ACM 11

REGIONAL MÉDICA ACMCANOINHAS

O maior desafio na Regional Médica Dr. Osvaldo de Oliveira, deCanoinhas, atualmente consiste em resolver os graves problemasfinanceiros do Hospital Santa Cruz, que tem uma clientela essenci-almente do SUS (Sistema Único de Saúde), girando em torno de90%, e realiza aproximadamente 400 internações por mês. Na bus-ca de respostas ao problema, o Presidente da entidade, Dr. LuizHenrique Ferraresi, conta com o apoio da Associação Catarinensede Medicina - ACM, que vem prestando orientações de ordem lo-gística, administrativa, política e jurídica sobre o assunto, para queunidas as duas representações dos médicos possam fortalecer a clas-se não só na região como em todo o estado.

Nesse sentido, também já está confirmada para o dia 9 de outu-bro a reunião entre os representantes do COSEMESC, o corpoclínico do Hospital Santa Cruz e as autoridades da região de Cano-inhas, com o objetivo de encontrar uma solução para os gravesproblemas financeiros e uma forma de revitalização do estabeleci-mento de saúde. O encontro com as entidades será às 13h30, nasede do hospital, com a presença dos presidentes da ACM, CRE-MESC, SIMESC, do corpo clínico do hospital e demais autoridadesde Canoinhas convidadas, entre elas Promotor, Prefeito, Secretá-rio do Desenvolvimento Regional e gestores de saúde da região.

"Em junho o hospital quase fechou e tivemos que limitar asinternações aos casos de real emergência. Não temos medicamen-tos, nem materiais de consumo e somente 60% da folha de paga-mento vem sendo paga. Diante disso, a comunidade sentiu a gravi-dade da situação e se mobilizou para ajudar, mas não é suficiente,necessitamos da participação das autoridades em todos os níveis",alerta o Dr. Ferraresi. O médico vem mantendo contato com aDiretoria da ACM e do SIMESC - Sindicato dos Médicos do Estadode Santa Catarina, solicitando todo o apoio possível, inclusive jurí-dico. "Em busca de solução, recorremos à Universidade do Contes-tado, na região, mas o que eles apresentaram são paliativos e suges-

NA BUSCA DE SOLUÇÕES AO MOMENTO VIVIDO NO HOSPITALSANTA CRUZ, AS ENTIDADES MÉDICAS CATARINENSES SE

REÚNEM NO DIA 09 DE OUTUBRO, EM CANOINHAS

tões difíceis de colocar em prática, com proposta para diminuir odéficit mensal do hospital (em torno de R$ 40 a 50 mil reais) e nãopara resolver de fato a dificuldade ".

De acordo com o Dr. Vagner Trautwein, Diretor Clínico do San-ta Cruz, o Hospital é o Pronto Socorro do município e não podeparar. "Como somos o maior da região atendemos muitas pessoas demunicípios vizinhos, mas não recebemos apoio dos hospitais locais,que muitas vezes nem mandam as AIHs - Autorizações para Interna-ções Hospitalares. Então queremos que eles participem financeira-mente, caso contrário, teremos de suspender o atendimento àque-les municípios, mas não é o que queremos. O apoio do COSEMESCé fundamental para fazermos uma pressão maior nos demais municí-pios, para que venham colaborar conosco", salienta o Dr. Trau-twein.

EM BUSCA DE NOVOS ASSOCIADOS

Além da luta para salvar o Hospital, Dr. Ferraresi destaca outras importantes ações da Regional de Canoinhas, que recente-mente adquiriu uma sala para instalar a sede. "Para sanear os gastos decidimos alugar o local até quitarmos o empréstimo". Opróximo passo da atual gestão será o de organizar ações que atraiam novos associados, que andam meio desestimulados face àsdificuldades financeiras em todo o país. "Isto é fundamental para nos fortalecer como entidade e sermos mais atuantes. Apresença dos dirigentes da ACM na região é de suma importância, servindo de atrativo para os demais colegas da região. Seestivermos unidos e fortes, com representatividade, será mais fácil atrai-los", acredita o Presidente da Regional.

Em todos os aspectos Dr. Ferraresi considera fundamental a aproximação da ACM com as Regionais. "No atual contexto, apresença dos dirigentes junto à comunidade e ao hospital é essencial para que possamos discutir problemas de perto e analisaras possíveis propostas para que o Santa Cruz não feche, pois ele tem função de hospital regional e, do jeito que está, a genteacaba encaminhando os pacientes para outros hospitais da região, sobrecarregando-os".

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ARTIGO DE OPINIÃO

A RADIOLOGIA E A SANTA INQUISIÇÃO

Dr . Oscar Antonio Defonso

Presidente da Sociedade Catarinense de Radiologia e Diagnóstico por Imagem

Temos vivido tempos difíceis em nossa es-pecialidade: dificuldade com o dólar, aumen-to dos materiais, defasagem nas tabelas,quase9 anos sem correção de valores e outras coisasmais; nada mais desastroso que as humilhaçõesque temos passado quando somos tratados deforma exclusa como médicos.

Somos médicos e, portanto, subordinadosao Código de Ética Médica como todos, paradireitos e deveres.

Uma nova (velha) figura vem contra nósradiologistas. O MÉDICO AUDITOR .

Senhor de todo o saber médico .Decide osrumos das condutas médicas. Fala de medicinabaseada em evidências, estatísticas de ocor-rências, atributos de padrões de produção; de-terminações de assembléias; cotas de produti-vidade.

As orientações de ética médica são claras:"A auditoria e a supervisão médica são áre-

as de controle que não devem estabelecer re-lações com o paciente, bem como com seumédico assistente. Não podendo interferirsobre qualquer pretexto na relação médicopaciente como no ato médico. Deve gerar re-latórios técnicos e genéricos, conforme solici-tados, sem suposições ou julgamentos".

Temos assistido verdadeiras retaliações nassolicitações de exames, com alegações as maisloucas possíveis.

Pasme, dificilmente, eu nunca vi, uma assi-natura e justificativa da alteração da solicita-ção do médico solicitante. A não ser nas deforça contratual.

O médico radiologista vem sendo tratadocomo o fazedor de exames sem direito a emis-são de pareceres ; orientações sobre o algorit-mo dos procedimentos e limitado ao despre-paro científico; na maioria das vezes destes

indivíduos.O médico não pode viver de mãos atadas

no exercício de sua profissão. A solicitação deexames é um ato de consultoria e deve o radi-ologista informar ao médico assistente todasas informações de seu conhecimento.

Os métodos de diagnóstico por imagem es-tão em contínua evolução, enquanto a quasetotalidades dos convênios trabalham com ta-belas muito ultrapassadas, sendo estas as ver-dadeiras cartilhas do auditor.

O radiologista deve refletir o que vai dizerperante o juiz quando interrogado da sua omis-são na condução do paciente.

Os códigos civil e de defesa dos consumi-dores não nos vêem como fazedores de exa-mes e sim como médicos, portanto, cabe a nóso ônus da responsabilidade.

Os novos inquisidores ainda acreditam queos médicos giram em torno do convênio. Des-culpas, o Sol gira em torno da Terra.

ACM FOI SEDE DA I JORNADA SUL DERADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

Nos dias 05 a 07 de setembro, o Centro de Convenções da Associação Catarinense de Medicina foisede da I Jornada Sul de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, promovida pela Sociedade Catarinen-se de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, com a co-promoção da Sociedade de Radiologia doParaná e o apoio do Colégio Brasileiro de Radiologia.

Entre os temas de destaque do evento mereceu atenção especial dos participantes os debatessobre radiologia pediátrica, tórax, abdome, gênito-urinário, neuro, músculo-esquelético, sessões dediscussão de casos, módulo associativo e painéis científicos. Os palestrantes convidados tambémcontribuíram para o sucesso alcançado pela programação: Drs. Jacob Szejnfeld, Ayrton Pastore, Gius-sepe d'Ipollito e Vanildo Ozelame, entre outros.

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MATÉRIA ESPECIAL

17

DE

O

UTUBRO

DE

2003:

L

ANÇAMENTO

OFICIAL

DA

C

LASSIFICAÇÃO

DE

P

ROCEDIMENT

OS

M

ÉDICOS

EM

S

ANT

A

C

A

T

ARINA

A Associação Catarinense de Medicina lançaoficialmente no estado a Classificação BrasileiraHierarquizada de Procedimentos Médicos(CBHPM) em 17 de outubro, com a presença doPresidente da AMB (Associação Médica Brasilei-ra), Dr. Eleuses Vieira de Paiva. A CBHPM che-ga após sete anos sem qualquer tipo de reajustenos honorários médicos no Brasil e já é conside-rada um dos maiores referenciais de procedimen-tos médicos já elaborados na história da medicinano país, constituindo-se hoje numa grande con-quista da classe. A ação agora necessita de umaampla mobilização dos profissionais para sua efe-tiva implantação por parte dos gestores públicosde saúde e das empresas de saúde suplementar.

"Vamos fazer um lançamento estadual da Clas-sificação como forma de integrar os médicos ca-

tarinenses na defesa de um honorário mais dig-no. Se não houver um real movimento médicopela implantação da CBHPM, corremos o riscode engavetar mais uma vitória, que ainda temmuito a evoluir”, avalia o Presidente da ACM,Dr. Viriato João Leal da Cunha, que já vem fa-zendo os últimos acertos para o lançamento databela no território catarinense.

A instalação da CBHPM no estado deverá reu-nir médicos das mais diversas Regionais e Socie-dades de Especialidades, dirigentes do CREMESC(Conselho Regional de Medicina) e do SIMESC(Sindicato dos Médicos), que compõem, ao ladoda ACM, o COSEMESC (Conselho Superior dasEntidades Médicas) e lideranças do setor.

INSTALADA COMISSÃO NACIONALPARA IMPLANTAÇÃO DA CBHPM

Reunido no dia 5 de setembro, em Curitiba, o Conselho Deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB)decidiu pela criação de uma Comissão Nacional de Mobilização para a implantação da Classificação Brasileira Hierarqui-zada de Procedimentos Médicos em todo o país. O trabalho do grupo será o de organizar os movimentos em todos osestados, criando, onde ainda não existem, as Comissões Estaduais de Honorários.

Certos de que a efetiva implantação da CBPHM dependerá essencialmente do movimento organizado da classe, aAssociação Médica Brasileira vem realizando incessantes reuniões com entidades que representam o sistema suple-mentar da saúde. "Já nos reunimos com o sistema Unimed, Abramge, Unidas, Fenaseg, além de algumas empresascomo Bradesco e Sul América. Aguardamos um posicionamento oficial de todas elas quanto à aceitação da Classificação.Estamos otimistas, pois, inicialmente, nosso trabalho foi bem aceito", avaliou o Presidente da AMB, Dr. Eleuses Paiva.

E

NTENDA

...

* A nova metodologia empregada na CBHPM separa os cerca de 5.400 procedimentos em 14 portes, com subportes em níveis A, B e C,totalizando 42. O menor porte (1A) tem valor de R$ 8,00, enquanto que o maior (14C) foi valorado em R$ 2.100,00. Os valores dos portes apresentamuma banda de flexibilização - para mais ou para menos - de até 20%. Tomando como exemplo a consulta, quantificada em R$ 42,00, os valores deflexibilização para implantação são entre R$ 33,60 e R$ 50,40.

* A CBHPM apresenta todos os procedimentos por região anatômica, em quatro capítulos:Capítulo 1 - estão agrupados os procedimentos gerais.Capítulo 2 - reúne os procedimentos clínicos ambulatoriais e hospitalares.Capítulo 3 - agrega os procedimentos cirúrgicos e invasivos.Capítulo 4 - integra os procedimentos diagnósticos e terapêuticos.* A Classificação estabelece a Unidade de Custo Operacional (UCO), que incorpora depreciação de equipamentos, manutenção, mobiliário,

imóvel, aluguel etc. Este custo foi calculado para os procedimentos de SADT de cada especialidade e os valores dos portes e da UCO são estipuladospela AMB, alterados sempre que necessário, com sugestão de banda de 20% para regionalização.

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MATÉRIA ESPECIAL

M

OBILIZAÇÃO

HISTÓRICA

DA

CLASSE

MÉDICA

NO

P

AÍS

- A idéia de elaborar uma lista referencial deprocedimentos médicos tecnicamente correta,equânime, com metodologia de instituições eco-nômicas experientes, com a chancela das quatroentidades médicas nacionais - AMB, CFM, CMBe FENAM - e com ênfase para o ato médico,surgiu em março de 2000, durante Planejamen-to Estratégico da AMB. A partir daí, foi instaladaa Comissão de Metodologia, grupo formado porrepresentantes da AMB, CFM, Fipe (FundaçãoInstituto de Pesquisas Econômicas ) e as Socie-dades de Especialidades.

- O projeto foi desenvolvido em três etapas:na primeira, a Fipe classificou e hierarquizou osvalores dos honorários médicos; na segunda, fo-ram valorados SADT e, na terceira, elaboradoum levantamento entre três mil profissionais so-bre o valor da consulta médica. Em relação aoshonorários, foram promovidas reuniões com to-das as Especialidades no sentido de classificar osprocedimentos. Para a hierarquização dos custosenvolvendo SADT, foram considerados os cus-tos fixos, de equipamento e pessoal técnico etambém de insumos. Após o confronto dos itensentre as áreas clínica, cirúrgica e de SADT, con-cluiu-se que no ato médico o tempo deveria serconsiderado o fator mais importante, porém, os

demais atributos, como qualifica-ção do profissional, complexidade,insalubridade etc, também foramlevados em consideração.

- Em outubro de 2002, a AMBapresentou ao seu Conselho Ci-entífico, que aprovou por unani-midade, a nova metodologia a serempregada na elaboração da Clas-sificação de Procedimentos Médi-cos.

- Após a finalização por parteda Fipe, o trabalho foi entregue àsEspecialidades para avaliação dosseus procedimentos e avaliação dos relacionadosàs demais Sociedades. Com essa nova metodolo-gia, a AMB buscou eliminar possíveis distorçõese garantir maior flexibilização na época de suaimplantação.

- Ao mesmo tempo, a AMB colocou o traba-lho em consulta pública na Internet e encami-nhou a Classificação a todos os segmentos dasociedade diretamente envolvidos no processo:operadoras de saúde, órgãos de defesa do consu-midor, Agência Nacional de Saúde Suplementar,Cade - Conselho Administrativo de Defesa Eco-nômica. A etapa seguinte e final foi a apresenta-

ção para as áreas conselhal e sindical, durante oEncontro Nacional de Entidades Médicas, paradiscussão específica sobre os valores determina-dos e a definição de estratégias para a implanta-ção do trabalho.

- O lançamento oficial da Classificação Brasi-leira Hierarquizada de Procedimentos Médicosocorreu em Vitória, no Espírito Santo, no dia 15de julho de 2003.

05 DE SETEMBRO/2003: CRIADA A COMISSÃONACIONAL PARA IMPLANTAÇÃO DA CBHPM

A

ÇÕES

COMEÇAM

NOS

EST

ADOS

Espírito SantoEscolhido por ser o único estado brasileiro

que dispõe de uma legislação específica quepermite ao Conselho Regional de Medicina aelaboração de uma lista referencial de honorári-os, a CBHPM foi lançada oficialmente em Vitó-ria, no Espírito Santo, em 15 de julho de 2003.

BrasíliaMobilização da classe iniciou com reuniões da

Federada da AMB no Distrito Federal em con-

junto com o Sindicato dos Médicos e ConselhoRegional de Medicina local.

PernambucoJá foi realizada uma assembléia da classe mé-

dica que ratificou a CBHPM e definiu uma Co-missão Estadual de Honorários.

Minas GeraisAtivada a Comissão de Honorários e iniciada

negociação com a Unimed no estado.

Rio de JaneiroMovimento pela implantação da CBHPM iniciou

com a apresentação de reivindicações dos médicoscariocas junto à Sul América.

ParanáClassificação foi apresentada oficialmente aos

médicos paranaenses no último dia 05 de setem-bro, em Curitriba, quando a capital do estado foisede na reunião do Conselho Deliberativo da AMB.

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ACM

APRESENT

A

CBHPM

NAS

R

EGIONAIS

M

ÉDICAS

DE

S

ANT

A

C

A

T

ARINA

Com o objetivo de estar cada vez mais inte-grada às suas 26 Regionais Médicas em SantaCatarina, a Diretoria da Associação Catarinensede Medicina iniciou, no mês de setembro, umasérie de encontros com os profissionais da medi-cina das mais diversas localidades no estado. Aação também tem como meta a apresentação danova Classificação Brasileira Hierarquizada deProcedimentos Médicos (CBHPM), que defineno país o padrão mínimo e ético de remuneraçãodos serviços médicos.

Os encontros nas Regionais iniciaram na cida-de de Blumenau, no último dia 18 de setembro,com a presença das entidades médicas de todo oVale do Itajaí, coordenadas pelo Vice-Distrital daACM na região, Dr. Sérgio Marcos Meira. Já nodia 25 de setembro foi a vez do município deCriciúma receber os membros da Diretoria daAssociação Catarinense de Medicina, junto coma Vice-Distrital Sul, Mirna Zilli.

Na avaliação do Presidente da ACM, ViriatoJoão Leal da Cunha, as reuniões foram extrema-mente proveitosas, abordando os temas propos-tas de acordo com as peculiaridades e as necessi-dades de cada região, que apresentaram propos-tas e sugestões para o crescimento do exercícioda medicina no estado. "A união dos médicos é amelhor maneira de obtermos as melhorias que aprofissão necessita e a população catarinensemerece, nos cuidados com a sua saúde".

Durante a explanação, o Presidente da ACMapresentou alguns mecanismos que podem serutilizados para a implantação da CBHPM. Umdeles é através do Departamento de Convêniosda ACM. "Cada região ou micro região pode cri-ar seu DC", sugere. Outra opção é que já existeuma Comissão Nacional de Honorários Médicose a ACM está implantando a Comissão Estadualde Honorários Médicos. Uma terceira opção se-ria criar comissões para coordenar e planejar açõeslocais. "A escolha certa vai depender das caracte-rísticas de cada região. O fato é que não pode-mos mais continuar assim, sem reajuste há 7 anos,sem mecanismos balizadores para critérios de ho-norários. A CBHPM é um referencial mínimoaceitável como digno para o exercício da medi-cina. Abaixo disso, estaremos nos sujeitando aum honorário vil", explicou Dr. Viriato.

A principal conquista dos encontros foi o "des-pertar" dos médicos para a necessidade de parti-ciparem efetivamente na implantação da Classi-ficação, além do debate sobre a remuneraçãomédica e a apresentação de algumas sugestões.Em Blumenau foi sugerida a criação de um tra-balho para valorizar a imagem do médico peran-te a população, mostrando sua grande contribui-ção social. Em Criciúma as sugestões giraram emtorno do resgate do amor próprio do profissionalmédico e da organização de um encontro de to-dos os Presidentes das Regionais e Vice Distri-

tais na sede da ACM, para atividades científicas ede defesa de classe.

Também já estão agendados encontros nascidades de Lages (02/10) e Joinville (16/10). Asreuniões dos dirigentes da Associação com osmédicos das demais regiões estão sendo agenda-das e serão informadas assim que confirmadas assuas datas.

A

GREGANDO

NOVOS

V

ALORES

Paralelamente aos debates promovidos pela ACM nas Regionais, sobre aimplantação da CBHPM, a entidade também vem apresentando aos médicos detodo estado o novo trabalho de Planejamento Estratégico Institucional, realizadopelo consultor Dorival Ramos Schultz. O objetivo da ação é modernizar aindamais a administração da entidade médica associativa de Santa Catarina, criandonovos valores à ACM e enfatizando os que a entidade já tem. Para tanto, aliam-seàs duas principais missões da Associação (defesa de classe e aprimoramento cien-tífico) novas funções, entre elas o fortalecimento da própria instituição, numaefetiva integração com os profissionais do setor e a comunidade.

Destacar o valor da ACM, valorizar seu corpo funcional, fazer com que aentidade esteja presente na mente de cada catarinense - como uma marca forte,com responsabilidade social, é o objetivo do trabalho do consultor. "Estamosexaminando a ACM na sua estrutura administrativa, recursos humanos e estatutospara fazer uma combinação de elementos e apresentar um plano de ações. Otrabalho também está sendo elaborado visando a obtenção de novas receitas econtenção de custos, no entanto, nossa maior preocupação é com a agregação devalores", salienta o professor Schultz, que já foi Vice-Presidente de Finanças daVarig; Presidente Executivo da Iochpe-Maxion, nos Estados Unidos; DiretorExecutivo do Banco do Brasil Leasing Trust, de Nova Iorque, gerente de vendasinternacionais e de planejamento de Marketing da Embraer.

REUNIÕES COM AS REGIONAIS COMEÇARAM PELAS CIDADES DEBLUMENAU E CRICIÚMA, REUNINDO MÉDICOS DAS ENTIDADES

ASSOCIATIVAS DO VALE DO ITAJAÍ E DO SUL DO ESTADO

MATÉRIA ESPECIAL

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E

NTIDADES

MÉDICAS U

NIDAS

EM

DEFESA

DA CBHPM

MATÉRIA ESPECIAL

"O lançamento da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Mé-dicos é um marco histórico para a classe médica brasileira. Mais ainda será a suatransformação num instrumento balizador não apenas para o setor privado, mas paratodo o sistema nacional de saúde do país. Nesse sentido, é de fundamental impor-tância a participação de todos os médicos para o sucesso de sua implantação, pois atendência natural de quem compra serviços é não aceitar qualquer tipo de reajustepor mais justo e ético que seja".

Dr. Eleuses Vieira de PaivaPresidente da AMB - Associação Médica Brasileira

"A medicina brasileira ainda não tinha qualquer outra maneira científica e éticade organizar os procedimentos médicos, como agora o tem com a CBHPM. Por suaimportância o CFM não só foi parceiro da AMB na elaboração da Classificação, comotambém editou Resolução garantindo sua aplicabilidade. Não se trata de nenhumtipo de imposição da classe. Essa foi a maneira que nós médicos encontramos paradizer quanto vale o nosso trabalho".

Dr. Edson de Oliveira AndradePresidente do CFM - Conselho Federal de Medicina

"Certamente a classe médica é atualmente uma das que mais vem contabilizandoperdas salariais e além da falta de reajuste de valores nos honorários, com a crise nosetor de saúde suplementar, alguns compradores de serviços médicos já reduziramem cerca de 30% os valores pagos aos profissionais. Por isso, independente dealgumas possíveis falhas que a nova Classificação AMB-CFM possa apresentar, omomento agora é de união da classe para garantir a sua implantação pelos contratan-tes de serviços médicos. As definições foram exaustivamente discutidas com todasas Sociedades de Especialidades, num esforço sem precedente na história da medi-cina brasileira sobre o honorário médico. Só por isso, os resultados já podem serconsiderados uma grande vitória para a medicina brasileira".

Dr. Viriato João Leal da CunhaPresidente da ACM - Associação Catarinense de Medicina

"Era um antigo anseio que o Conselho Federal de Medicina e a AssociaçãoMédica Brasileira unissem forças para fazerem um rol de procedimentos como esteconcluído com a CBHPM. A grande novidade foi a participação do movimentosindical. Na minha opinião, até então havia uma grande necessidade de se saber oque é um preço vil e esta nova Classificação Hierarquizada de ProcedimentosMédicos conseguiu apontar: o que estiver abaixo do valor ali definido é preço vil.A Classificação veio no momento certo, é legal e legítima".

Dr. Newton José Martins MotaPresidente do CREMESC - Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina

" Considero um grande avanço, uma grande atitude da AMB e do CFM aconfecção da CBHPM, especialmente por ter aberto a assinatura ao movimentosindical. Agora vai depender da atitude do médico, quando as entidades estaduaise nacionais o chamarem para a luta, porque sem a sua participação a Classificação nãoterá futuro. Está na ação - individual e coletiva - a forma de fazê-la uma letra viva" .

Dr. Cyro da Veiga SonciniPresidente do SIMESC - Sindicato dos Médicos de Santa Catarina

" A nova Classificação é um marco histórico no movimento de busca por umajusta remuneração para a classe médica. Amplamente discutida e chancelada poruma entidade econômica de imensa credibilidade, ela pode ser o principal mecanis-mo para desencadear um forte movimento de união de todos os segmentos da classena luta por sua implantação, que dependerá do esforço de cada colega".

Dr. Remaclo Fischer JuniorVice-Presidente Sul da AMB - Associação Médica Brasileira

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Jornal da ACM 17Jornal da ACM 17

ACADEMIA CATARINENSE DE MEDICINA

ACOLHE NOVOS ACADÊMICOS

Na noite de 8 de agosto passado, reuniu-se a ACAMED (Academia Catarinense de Me-dicina) em sessão solene para acolher os no-vos acadêmicos titulares Dr. Peter Goldberg(cadeira número 06 - Patrono Polydoro Er-nani São Thiago) e Dr. Júlio César Gonçal-ves (cadeira número 10 - Patrono Zulmar LinsNeves). Os novos titulares foram saudadospelos acadêmicos Drs. Murillo Ronald Cape-lla e Mário Gentil Costa, respectivamente,tendo o orador da Academia, acadêmico Dr.Luís Carlos Espíndola, saudado aos acolhidoscom vibrante oração em nome da entidade.

A solenidade contou com a presença de au-toridades médicas associativas, conselhais, sin-dicais, cooperativistas e científicas de SantaCatarina e também com a presença de repre-sentantes (o ex-Presidente e o atual Secretá-rio permanente) da Academia Mundial de Me-dicina, sediada em Salzburg, Áustria.

Os acadêmicos acolhidos foram diplomados,discursaram sobre seus patronos e manifesta-ram suas impressões e saudações pessoais. Esta-

vam presentes 32 acadêmicos, de várias regiõesdo estado. Foi uma sessão solene da ACAMED,que elevou o meio médico catarinense, cultu-ando sua memória e escrevendo sua história.

A ACAMED foi criada em 15 de novembrodo ano de 1997, congregando 40 membros titu-lares e seus respectivos patronos, além de mem-bros eméritos, diplomados por seus relevantesserviços prestados à classe e comunidade catari-nense. Atualmente a Academia é presidida pelo

pediatra e neonatologista Nelson Grisard, ten-do como metas maiores o desenvolvimento deconclaves sobre o setor médico em Santa Cata-rina e a colaboração com os poderes públicos eprivados nos estudos das questões de carátersocial da profissão no estado.

A ACOLHIDA AOS NOVOS MEMBROS DA ACADEMIAACONTECEU NA SEDE DA ASSOCIAÇÃO

CATARINENSE DE MEDICINA (ACM)

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Jornal da ACM18

ARTIGO JURÍDICO

A PROBLEMÁTICA DA DIFERENÇA DE CLASSEA possibilidade do pagamento de internação

hospitalar diferenciada aos usuários do SistemaÚnico de Saúde/SUS é motivo de discussão e com-bate por diversos setores da sociedade.

Na esfera judicial a matéria foi objeto de algu-mas ações. Neste ponto, vale realçar a Ação CivilPública impetrada pela ASSOCIAÇÃO CATARI-NENSE DE MEDICINA/ACM no ano de 1995,juntamente com o COMITÊ INTERASSOCIA-TIVO E INTERSINDICAL DE DEFESA DOCONSUMIDOR ORGANIZADO/DECONORem face do INSTITUTO NACIONAL DE AS-SISTÊNCIA MÉDICA DA PREVIDÊNCIA SO-CIAL/INAMPS e, posteriormente, da UNIÃOFEDERAL.

A referida ação almejava a suspensão da Reso-lução nº 283/91 do SUS, no afã de permitir que osusuários do SUS obtivessem, por opção própria,instalações em melhores acomodações, pagando,para tanto, a diferença de valores com relação àinternação diferenciada.

Contudo, na época tal demanda encontrouóbices no fundamento da ausência de previsão damodalidade "diferença de classe" pelo SUS. Des-tarte, qualquer cobrança indevida encetaria feri-mento aos preceitos da Resolução nº 283/91 doSUS, bem como do princípio da isonomia dos usu-ários. Não bastasse, a ACM resultou excluída doprocesso, sob a alegação que a mesma seria parteilegítima, por falta de interesse jurídico.

Recentemente, em 22 de julho do correnteano, foi impetrada pelo Conselho Regional deMedicina do Rio Grande do Sul/CREMERS, jun-to à Justiça Federal, outra Ação Civil Pública. Taldemanda tem como almejo principal, a legalizaçãoda situação acima mencionada acerca da superiori-dade das acomodações, com o respectivo paga-mento aos hospitais e médicos, da diferença devalores.

Neste ponto, importante faz-se ressaltar queos tribunais têm proferido decisões que demons-tram claramente a mudança no entendimento dosjulgadores sobre o mérito desta polêmica questão,desde que proposta pelos usuários do sistema.

Em sentido semelhante, a decisão da 1ª Turmado Supremo Tribunal Federal, onde foi Relator oMinistro Moreira Alves, decidiu nos autos do Re-curso Especial 261268 que o direito à saúde, comoestá assegurado no artigo 196 da Constituição,não deve sofrer embaraços impostos por autorida-des administrativas, no sentido de reduzi-lo ou dedificultar o acesso, devendo ser desconsiderada aResolução nº 283 do extinto INAMPS. Nesta tri-lha, o entendimento sedimentou-se a par da dife-

rença de classe permitida não acarretar qualquerônus extraordinário para o SUS, não ferindo a iso-nomia buscada.

No mesmo sentido, posicionou-se a 2ª Turmado Superior Tribunal de Justiça, em decisão rela-

tada pelo Ministro Francisco Peçanha Martins.Decidiu-se, no Recurso Especial nº 95168, que osvalores adicionais na internação e tratamento "di-ferenciados", são da responsabilidade do segura-do. Neste entender, inexistem prejuízos à previ-dência social e inaplicável torna-se a Resolução nº283 do extinto INAMPS.

Contudo, merece destaque a grande tendên-cia do não reconhecimento da legitimidade dasassociações de classe para postularem os direitos

de seus associados. Tal afirmação deve-se ao fatoque a relação jurídica em tela é de consumo. Deum lado está o consumidor (usuário do SUS). Deoutro se encontra o fornecedor de produtos e/ouprestador de serviços (hospitais e médicos).

Com efeito, a contribuição previdenciária,compulsoriamente recolhida pelos cofres públi-cos, visa a constituir um fundo que lhes garanta oatendimento médico/hospitalar, não podendo serexcluído este direito em nenhuma ocasião.

Por óbvio, caso o consumidor opte pelo plus,não pode a Seguridade Social alterar unilateral-mente o vínculo contratual, exonerando-se daprestação, abrangida no dito tratamento diferen-ciado.

Ainda é necessário que os Tribunais reconhe-çam em definitivo a órbita jurídica instaurada pelaLei da Ação Civil Pública, a qual foi espelhada nospreceitos e garantias individuais da ConstituiçãoFederal e do Código de Defesa do Consumidor,elencando direitos outrora empoeirados pela polí-tica liberal extremamente individualista, e permi-tam claramente a atuação dos segmentos sociaisorganizados.

Esta nova tendência é claramente perceptí-vel, na medida que os usuários do Sistema Únicode Saúde estão tomando consciência de seus di-reitos básicos estampados na Constituição Fede-ral, especificamente em seu artigo 198, II, no qualfica assegurado aos usuários do SUS atendimentointegral.

Tal atendimento, por razões óbvias, não podeser tolhido, principalmente mediante alegaçõespueris no sentido da diferença de classe não estarprevista na legislação; ser vedada pela Resoluçãonº 283 do INAMPS; e/ou, ferir o princípio da iso-nomia.

Desta forma, inarredável torna-se a exclusãoda Resolução nº 283 do INAMPS do ordenamentojurídico brasileiro, posto que reconhecida por tri-bunal superior a possibilidade de internação hos-pitalar na modalidade "diferença de classe".

Tal prerrogativa deve estar disponível para osusuários que exercerem a opção, assumindo o ônusinerente. Deverá, ainda, S.M.J., ser posta à dispo-sição de usuários que necessitarem comprovada-mente de instalação hospitalar diferenciada, emrazão de sua doença/quadro clínico, mesmo quenão possam pagar pelo tratamento diferenciado,sendo que para estes a Administração Pública de-verá assumir os encargos, posto que a saúde édireito de todos e dever do estado, por força da leimaior que rege o País, qual seja, a ConstituiçãoFederal (artigos 195 e 198, parágrafo único).

"É NECESSÁRIO QUE OS

TRIBUNAIS RECONHEÇAM

EM DEFINITIVO A ÓRBITA

JURÍDICA INSTAURADA

PELA LEI DA AÇÃO CIVIL

PÚBLICA, A QUAL FOI

ESPELHADA NOS

PRECEITOS E GARANTIAS

INDIVIDUAIS

DA CONSTITUIÇÃO

FEDERAL E DO CÓDIGO

DE DEFESA

DO CONSUMIDOR,ELENCANDO DIREITOS

OUTRORA

EMPOEIRADOS PELA

POLÍTICA LIBERAL

EXTREMAMENTE

INDIVIDUALISTA, E

PERMITAM CLARAMENTE

A ATUAÇÃO DOS

SEGMENTOS SOCIAIS

ORGANIZADOS"

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ASSOCIADO DA ACM TEM ASSESSORIAJURÍDICA PARA CAUSAS MÉDICAS

Entre as inúmeras vantagens de ser associado da ACM estáa Assessoria Jurídica disponibilizada pela entidade aos médicosque integram seu quadro social. Para que você conheça melhorquais os benefícios desse serviço e como pode utilizá-lo, o JornalACM apresenta uma síntese do trabalho que vem sendo reali-zado pelo escritório de advocacia Goss & Oliveira, especialmen-te contratado pela Associação para atender os interesses dosseus sócios.

Quais os serviços prestados pela assessoria jurídica da ACM ?O Escritório Goss & Oliveira presta atendimento institucional,

através de equipe qualificada, à Associação Catarinense de Medici-na-ACM. Tal atendimento abrange a atividade de consultoria jurídi-ca nas questões que envolvem a entidade e também a atuação emdemandas judiciais onde a mesma figura como parte ou detém alguminteresse.

A partir deste universo, a equipe atua, também, nas questõesjurídicas de interesse da classe médica, seja de maneira individual e/ou coletiva. De outro lado, pela evidenciada dinâmica jurídica dorelacionamento envolvendo médicos, clínicas, hospitais, administra-ção pública (processos administrativos e sindicâncias), Conselho Re-gional de Medicina, Conselho Federal de Medicina etc., onde seabre uma gama técnico-jurídica bastante diversificada (direito admi-nistrativo, civil, penal, trabalhista, tributário etc...), há contínuo aper-feiçoamento na busca pela plena consultoria e advocacia em todos osassuntos que relacionam a classe médica ao mundo jurídico.

Presta, ainda, consultoria sobre questões específicas a diversasespecialidades médicas, como, por exemplo, acupuntura, pediatria,obstetrícia, oftalmologia, cirurgia plástica, dentre outras.

Quais as vantagens oferecidas aos médicos associados da ACMpela assessoria jurídica?

A equipe é qualificada para as áreas do direito médico e responde,de forma gratuita, a todas as consultas verbais efetuadas por sóciossobre questões que envolvam o exercício profissional.

Como não poderia deixar de ser, patrocina causas que envolvam o

médico, sejam relacionadas com exercício profissional ou não, judi-ciais e administrativas, com serviços qualificados e honorários com-patíveis, por todo o território catarinense.

A fim de manter o padrão de qualidade do atendimento, a equipeGoss & Oliveira participa de diversos congressos e seminários reali-zados pelo país envolvendo o direito médico.

Também participa de encontros em diversas regionais médicascom o intuito de orientação e prevenção sobre questões jurídicasenvolvendo o exercício profissional.

Quais os casos que merecem maior procura junto à assessoria jurí-dica pelos associados da ACM ?

Sem dúvida, a procura maior é sobre ações judiciais em que sepleiteia indenizações em conseqüência de atos médicos, além dosprocedimentos administrativos que envolvem processos de cunhoético-profissional.

Em que pese a procura por consultoria sobre atividades relaciona-das à profissão e seus efeitos jurídicos ter, ainda, pouca amplitude,impossibilitando um trabalho preventivo de maior abrangência, aprocura pelos serviços da Goss & Oliveira tem aumentado e apresen-tado resultados satisfatórios.

O que o médico associado deve fazer para contar com os serviçosda assessoria jurídica ?

A Assessoria Jurídica está à disposição para atendê-los em escritó-rio situado na Rua Tenente Silveira, 225, sala 811, Florianópolis.Fone/fax (048) 324-0336/324-0124, e-mail [email protected]

Quem é a equipe que presta assessoria jurídica para a ACM ?Nilo de Oliveira Neto - OAB/SC 7715Djalma Goss Sobrinho - OAB/SC 7717Cláudio Júnior da Rosa Persich - OAB/SC 14239Rodrigo Cordoni - OAB/SC 17367Michelle Valmórbida Honorato - OAB/SC 17989Leila Coelho Borges - estagiáriaIvan César Fischer Júnior - estagiárioEneida de Mello Goss - administrativa

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ALÉM DO CONSULTÓRIO MÉDICO ...

MÚSICA: INSTRUMENTO DE HIGIENE MENTAL

Muitas são as razões que levam uma pessoa ase interessar e dedicar à música: uma carreiraartística, o estímulo dos pais, a realização pessoal.Cada vez mais, profissionais de variadas áreas re-correm à música como uma terapia, uma forma de‘fugir' do estresse diário. No caso do médico pe-diatra Péricles Henrique Zarske de Mello, o inte-resse pelo saxofone veio unir o útil ao agradável:o gosto pela boa música e a necessidade de fazeruma higiene mental. "Sempre gostei de música,embora quando garoto não tenha sido possívelaprender um instrumento", declara Dr. Mello,apaixonado pelos ritmos do Blues e do Jazz. Foisomente em 1993 que despertou a vontade detomar aulas de sax, no período noturno, com oprofessor e maestro Jorge Aquino, da Banda Gua-rani, em Itajaí, onde mora e trabalha.

"Summer Time" é a música que mais marcou olado artístico do pediatra, natural de Ituporanga eradicado em Itajaí, de onde se afastou para estu-

dar medicina na UFSC e fazer residência no Hos-pital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópo-lis. "Já consigo ler partituras e tirar algumas mú-sicas, mas de forma essencialmente amadora, paraalegrar o astral". Ele garante que nunca teve apretensão de compor músicas, mas admite o de-sejo de formar uma banda com colegas de profis-são. "Atualmente o tempo anda tão curto quesobra muito pouco para me dedicar ao sax, emgeral de uma a duas horas nos fins de semana, ebem corridas ainda, o que considero uma lástima,pois é necessária a prática diária para obter maisagilidade e não perder o que a gente chama deouvido musical".

Nesse contexto agitado, da correria do dia adia, para o Dr. Mello tocar saxofone representapaz, prazer, um momento em que esquece dosproblemas, desliga do estresse e das tensões. Oseu exemplo já é seguido de perto pelas duasfilhas que tocam teclado, estão sempre ouvindo

O MÉDICO E SAXOFONISTAPÉRICLES DE MELLO TEM

O DESEJO DE FORMARUMA BANDA COM OS

COLEGAS DA MEDICINA

música e cantando. "Não tenho um autor predi-leto e apesar das minhas preferências pelo Bluese pelo Jazz, na verdade gosto mesmo é de boamúsica, de todos os gêneros".

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ALÉM DO CONSULTÓRIO MÉDICO ...

PAIXÃO NATURAL PELOS CAVALOSCriado até os sete anos no interior do Rio

Grande do Sul, na cidade de Santa Vitória doPalmar, onde nasceu, o pediatra Rivadávia Fei-jó desenvolveu uma paixão natural pelos cava-los. Os anos de colégio e depois de faculdade e aprópria profissão o mantiveram longe das baias,mas cavalgar é como andar de bicicleta: nunca seesquece. "Há cerca de dez anos, já morando emRio do Sul, fui procurado por alguns amigos coma proposta de formar um clube social e desporti-vo, o Clube do Cavalo, com baias e sede social,bem diferente de CTG. Nós, os cerca de 32sócios , nos reunimos sempre nas noites de quin-

ta-feira para conversar, jantar, descontrair. Nosfins de semana e feriados fazemos cavalgadas,em trilhas pelo interior da cidade, nunca emcalçamento ou asfalto", conta o médico

O Dr. Riva, como é chamado, tem dois ca-valos marchadores, um para ele e outro para osfilhos, quando o visitam. Ele compara as caval-gadas a uma espécie de "tônico" com um poderde tirar do pensamento todos os problemas, ain-da que por poucas horas ou minutos. "Quandoestou cavalgando, não penso em outra coisa alémdo prazer de fazer algo tão agradável. É muitorelaxante, uma verdadeira válvula de escape",

DECLARAÇÃO A UM GRANDE AMIGO, QUE DEUS JÁ LEVOUDr. Daly Silva Alvarez

Benedito FariaMeu Grande Amigo

Na vida nós sempre temosNoite, Sol e luarE também muitas pessoasQue aqui estão para nos ajudar

Na minha vida eu tive esta ajudaPor isso sou o que souDe uma pessoa muito simplesQue Deus para o céu já levou

Fazia o meu curso médicoE com sacrifício estudavaE tinha sempre comigo um amigoQue muito me ajudava

A ajuda era pereneAté os meus serviços faziaSó para ver desocupadoDas tarefas de cada dia

Sábados, domingos e feriadosEstes dias eram marcadosLonge da família ficavaTrabalhando sempre com agrado

Pagamentos nunca exigiuEra uma amizade fielNão sei se eu correspondiMas o reconhecimento veio de céu

Do seu casamento teve 4 filhosDos quais o mais novo eu o vi nascerFoi uma grande honra para mimÉ o que eu pude oferecer

Hoje eu paro, penso e falo,O que sou e o que fizSe não tivesse uma ajudaDaquele amigo sempre alegre e feliz

A felicidade para fazer meu curso médicoEra do amigo que vinhaEra uma felicidade tão grandeQue eu ignorava de onde vinha

Só o tempo nos mostra a verdadeQue a nossa imaturidade não vêMas o meu amigo já tinhaEsta maturidade de ver

Hoje eu reconheço o trabalhoQue meu amigo sempre escondeuE o sacrifício que ele fezPara ver este homem formadoCom a ajuda e a graça de Deus

A boa vontade do amigoFoi transparente e muito ricaPor isso sou muito felizPor ter tido este amigo na vida

O destino nosso só Deus sabeE o caminho a percorrerE o meu amigo ficou muito doenteE eu nada pude fazer

No leito do hospital fui visitarEra tão grave o seu quadroQue nem podia falarUma lágrima caiu dos seus olhosFoi o quê ele fez para cumprimentar

Reconheci naquele momentoE mais uma vez demonstrarO carinho que tinha por mimEm querer me cumprimentar

A lágrima que caiu dos seus olhosEra clara e transparenteMais eu pude ver dentro delaA luz do seu amor ardente

Recolhido naquele leitoNinguém podia imaginarQue o médico que sou hojeToda força veio de lá

Deus guie seu caminhoPara em outro lugar você brilharQue aqui você deixouUm exemplar para mostrar

Tenha certeza meu amigoQue aqui estou pedindoQue Deus sempre o abençoeE ilumine o seu destino

À Nossa Senhora das Graças eu peçoQue dê proteção ao amigoIlumine os seus passosPara o seu destino divino

define apaixonado pelo hobby que escolheu parapraticar em paralelo à medicina. Ele lembra quemuitas entidades que tratam ou cuidam de cri-anças com deficiência mental utilizam cavalosem suas terapias, com efeitos comprovadamen-te positivos, o que demonstra os benefícios dacavalgada. "Nosso próprio Clube está à disposi-ção da APAE de Rio do Sul, que já usou algunsdos nossos cavalos para terapia com crianças.Agora tem usado pouco, mas continuamos à dis-posição", ressalta o pediatra, mostrando-se or-gulhoso por ocupar suas horas de lazer com algotão prazeroso e saudável.

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www.acm.org.brPARTICIPE DO SITE DA ACM

O site da Associação Catarinense de Medicinaconstitui-se hoje num dos mais importantes veícu-los de comunicação da classe médica no estado edesde sua reformulação, no primeiro semestre de2003, vem registrando um crescente número deacessos, nas suas mais diversas sessões. O resultadoé motivo de grande satisfação da Diretoria da ACM,que vem buscando formas cada vez mais eficientesde se comunicar com os médicos, inclusive já com oestudo de implantação de um boletim on-line, a serenviado a todos os profissionais com e-mail cadas-trado junto à entidade.

Nesse sentido, solicitamos a colaboração detodos os colegas para que informem à ACM oseu e-mail de contato, para que possamos le-var a todos cada vez maiores e mais completasinformações, com a agilidade que a comunica-ção exige. Contribuições de artigos científicose de interesse da classe também são semprebem-vindos, assim como sugestões e opiniõesa respeito do trabalho que realizamos.

Dra. Eliane Vieira de AraújoDiretora de Comunicação da ACM

ACESSE A INTERNET E RESPONDA AO QUESTIONÁRIO DO DEPARTAMENTO DE ESPORTES

O Diretor de Esportes da ACM, Dr. Luiz Alberto Nunes, a fim de planejar eestimular a prática de atividades esportivas, promover competições entre os associa-dos nas mais diversas modalidades e aproximar os médicos catarinenses de suaentidade associativa, solicita a todos os associados que respondam o questionárioque está no Site da ACM: www.acm.org.br

A Diretoria informa que a entidade já oferece aos associados as seguin-tes modalidades de esporte:

- Futebol suíço- Futebol indoor- Tênis: quadra de saibro e quadra rápida

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CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA EMPOSSADRA. MARTA RINALDI COMO PRESIDENTE

Médicos de todo estado elegeram, no últimodia 20 de agosto, a nova composição do Corpode Conselheiros do Conselho Regional de Me-dicina do Estado de Santa Catarina - CREMESC,para uma gestão de cinco anos, empossada nodia 01 de outubro. O pleito teve chapa únicaelegendo para a Presidência da entidade a médicaMarta Rinaldi Müller, primeira mulher a assumir afunção nos 45 anos de existência do Conselho. Aeleição foi monitorada pelo Tribunal RegionalEleitoral, que oficializou os resultados da apura-ção: 63,23% dos médicos compareceram às urnas,elegendo o novo Corpo de Conselheiros com87,88% dos votos nominais.

A nova gestão representa uma renovação his-tórica de 50% dos Conselheiros, sendo 25%de médicos de diversas regiões de Santa Cata-

rina, além da Grande Florianópolis. A compo-sição eleita para o Conselho demonstra a efe-tiva descentralização da entidade, a aprova-ção das inúmeras ações em defesa da medicinaética desenvolvida nas últimas gestões e o ama-durecimento dos médicos catarinenses, que vi-vem um importante momento de união.

O novo Corpo de Conselheiros assume ocompromisso de intensificar os bons resulta-dos já conquistados pela entidade nas suas áreasprimordiais de ação: compromisso social, va-lorização do médico catarinense, fiscalizaçãodo exercício da medicina, política médica,construção da nova sede, defesa dos valoreséticos, regionalização das atividades do CRE-MESC, prestação de serviços de qualidade aosmédicos e à população.

DRA. MARTA RINALDI MÜLLER FOI ELEITACOM 87,88% DOS VOTOS NOMINAIS NO

PLEITO DE 20 DE AGOSTO PASSADO

NOVO CORPO DE CONSELHEIROSAnastácio Kotzias Neto Newton José Martins MotaAntônio Silveira Sbissa Oscar Antônio DefonsoArmando José d'Acampora Paulo César de OliveiraBlandina Belli Vieira Paulo Norberto Discher de SáCelso Accácio Teixeira Moreira Rachel Duarte MoritzDorival Antônio Vitorello Reinaldo Brasiliense MachadoEdson R. Rebello Malinverni Roberto Luiz d'ÁvilaEdson Sydney de Campos Rodrigo d'Eça NevesEliane Vieira de Araujo Rodrigo Jorge da Luz BertonciniEulina T.Shinzato Rodrigues Cunha Romilton Crozetta da CunhaFábio May da Silva Rosana Leal Marcon LeonettiItairan da Silva Terres Sérgio Malburg FilhoJairo Vieira Tanaro Pereira BezJosé Francisco Bernardes Tânia Maria LorenzoniJúlio César Gonçalves Vicente Pacheco OliveiraMarcelino Osmar Vieira Waltamir Horn HulseMaria Salete Medeiros Vieira Werner André WeissheimerMarco Antônio Curi Al Cici Wilmar de Athayde GerentMarta Rinaldi Müller Winnie Maria S. de Souza LimaNelson Grisard Ylmar Corrêa Neto

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ESPAÇO UNIMED SC

A Unimed Santa Catarina já está recebendo inscrições para o 2ºPrêmio de Jornalismo, que tem como tema "Prevenção em Saúde"nas mais diversas especialidades médicas. O prêmio visa reconhecere valorizar o trabalho dos jornalistas e dos veículos que publicam/veiculam matérias sobre a saúde preventiva em Santa Catarina.

Com inscrições até 15 de agosto de 2003, o prêmio vai distribuirum total de R$ 10,5 mil para profissionais da imprensa e estudantesde jornalismo, divididos nas categorias Jornal/Revista, Rádio, Televisãoe Destaque Acadêmico. A principal novidade deste ano é amodificação da categoria voltada para estudantes, que vai premiar amatéria impressa ou eletrônica (TV ou rádio) que apresentar a melhorutilização dos recursos oferecidos pelo meio para difundir aprevenção. Outra inovação são as premiações para os finalistasnão-vencedores, que ganharão estadias em hotéis de lazer de SantaCatarina.

Segundo o presidente da Unimed SC, Dalmo Claro de Oliveira, oobjetivo da Unimed é contribuir para que assuntos relacionados àsaúde ocupem cada vez mais espaço nos veículos impressos e

eletrônicos, beneficiando toda a sociedade com o acesso a informaçõesmédicas.

"A comunicação é uma ferramenta indispensável para a prevençãode doenças e para a promoção da saúde, proporcionando melhorqualidade de vida para a população. E a imprensa é um dos meiosmais importantes para difundir em larga escala informações sobrecomo evitar os mais diversos tipos de doenças", destaca o presidenteda Unimed SC.

InscriçõesA ficha de inscrição está disponível no portal www.unimed.com.br.

Também pode ser solicitada para as 23 Unimeds sediadas em Santa Catarina.O julgamento será realizado por uma comissão de cinco membros, integradapor médicos e jornalistas. No final do mês de setembro serão divulgados ostrês finalistas em cada categoria, e em outubro será realizada a cerimônia depremiação.

Inscrições abertas para o2º Prêmio de Jornalismo da Unimed

ASSEMBLÉIA DEBATE SOBRE REMUNERAÇÃO

DOS PEDIATRAS CATARINENSESNo último dia 03 de julho os pediatras catari-

nenses reuniram-se em Assembléia Geral para tra-tar sobre a REMUNERAÇÃO do seu trabalho. Apresença de aproximadamente 80 pediatras detodo estado reafirmou a necessidade do debate dotema, que vem gerando uma crescente preocupa-ção por parte dos profissionais da especialidade. OPresidente da SCP, Dr. Remaclo Fischer Junior,coordenou os trabalhos e destacou a importânciado encontro: "A participação dos pediatras na dis-cussão é fundamental para fortalecer o movimen-to em prol da justa e necessária melhoria dos ho-norários pagos atualmente pelos sistemas público

e privado de saúde. Somente com a ampliaçãodesse indispensável debate e a união dos médicosda especialidade vamos poder alcançar os objeti-vos comuns que cercam a Pediatria e a atividadediária nos consultórios, clínicas, postos de saúde ehospitais".

O principal encaminhamento definido na As-sembléia foi a criação de uma comissão especialque estudará propostas a serem apresentadas àsUnimeds e demais convênios que contratam ser-viços dos pediatras no estado, na busca das melho-rias necessárias na remuneração dos pediatras doestado.

EDUCAÇÃO CONTINUADA DA SOCIEDADE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

CONGREGA MÉDICOS EM DIVERSAS REGIÕES CATARINENSESCriado pela SOGISC (Sociedade de Obstetrícia e Ginecolo-

gia de Santa Catarina) como forma de integrar os médicos doestado através de debates, o programa de educação continuadada entidade vem reunindo um número cada vez maior de espe-cialistas. Só em 2003 a SOGISC já realizou os seguintes eventos:

ChapecóSeminário de Atenção Básica ao Casal Infértil e Temas

Controversos em Obstetrícia foram os temas do Programa de

Educação Continuada da SOGISC, ocorrido no dia 5 de abril,em Chapecó, durante o 2º Encontro Integrado das Regio-nais do Planalto, Meio Oeste e Oeste do Estado.

FlorianópolisA programação do Curso de Revisão em Ginecologia e

Obstetrícia ocorreu em três fins de semana consecutivos: dias4 a 6, 11 a 13 e 19 e 20 de julho. A programação constituiu-sena evolução do antigo curso preparatório para o TEGO e

Diferenciais dos Pediatras- Tem como fonte de renda a consulta.- Necessita de mais tempo para realizar uma

consulta, pelas características inerentes à faixa etá-ria dos paciente.

- A pediatria constitui-se numa das maiores ra-zões da população ingressar em planos de saúde.

- É a especialidade que gera o menor númerode procedimentos complementares à consultamédica.

- É uma das especialidades que gera o menoríndice de internação.

abordou todo o conteúdo da Ginecologia e da Obstetrícia,recebendo a aprovação dos participantes.

CriciúmaO Encontro de Educação Continuada do Sul do Estado acon-

teceu em Criciúma dias 29 e 30 de agosto, propiciando atualizaçãoprofissional em assuntos como HPV e Oncogênese, Diagnósticoe Tratamento do HPV - Análise crítica; Líquen escleroso e outrasdermatoses; Vulvovaginoses e Candidíase recorrente.

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VI Congresso Catarinensede Clínica Médica

IV Congresso Catarinensede Medicina e Urgência

I Congresso Catarinense deSaúde da Família e

ComunidadeData: 02 a 04 de outubroLocal: ACM - Associação Catarinense de Medicina -FlorianópolisPúblico alvo: Médicos clínicos gerais, que atuam empronto-socorros, ambulatórios e hospitais gerais,médicos especialistas com interesse na área e resi-dentes, estudantes, enfermeiros e auxiliares emenfermagem.Temas de Destaque:- A Ética e o Ensino da Medicina de Urgência- Gestação e Médico da Família- Fadigas - Uma Velha Doença e Novas Perspectivas- Dificuldades Diagnósticas- Medicina Defensiva - Como Evitar Processos- Antibióticos e o Clínico- A Medicina e Alternativas TerapêuticasInformações: [email protected], fone (47) 326-1313.

XXXVII CongressoNacional de Médicos

ResidentesA Associação Catarinense de Médicos Residentesconvida todos os colegas para o XXXVII CongressoNacional de Médicos Residentes, nos dias 10 a 12de outubro, em Florianópolis. O movimento dosmédicos residentes vive um momento importante

AGENDA C IENTÍFICA

de fortalecimento. Com todo o acúmulo de umahistória de conquistas, vivendo uma época de mu-danças e efetiva representação da ANMR. Os 17 milresidentes precisam de uma entidade ainda maisativa e atuante. Para isso, será necessária maior parti-cipação dos residentes, assim, pretendemos aumen-tar em muito o número de inscritos em relação aosanteriores, fazendo o maior Congresso Nacional deMédicos Residentes dos últimos anos. Pretende-mos que os participantes e delegados construamaqui a próxima gestão da ANMR, definindo as prio-ridades, traçando e planejando objetivos.Eduardo Usuy JuniorPresidente ACMRInformações do site: www.acmr.kit.net ou pelo tele-fone (48) 223-3593.

XXX Congresso Brasileirode Alergia e ImunopatologiaOs mais recentes avanços científicos no campo dodiagnóstico e da terapêutica das doenças Imuno-Alérgicas serão discutidas em Florianópolis, duranteo XXX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunopa-tologia. O evento, que tem como Presidente o médi-co Paulo Ferreira Lima, também Presidente da regi-onal catarinense da entidade, pretende reunir espe-cialistas de todo o país, no período de 15 a 19 denovembro, no Costão do Santinho Resort. Uma pro-gramação científica extensa estará aguardando oscongressistas, que também poderão se inscrever paraconcorrer aos prêmios Oswaldo Seabra e Lain Pon-tes de Carvalho, que visam estimular a pesquisa emAlergia Clínica; e o prêmio Antônio Oliveira Lima,para as pesquisas em Imunologia Básica e Clínica.

Os trabalhos vencedores serão anunciados durantea sessão de abertura do Congresso, no dia 15, e osprêmios entregues após a publicação dos referidostrabalhos, na Revista Brasileira de Alergia e Imuno-patologia. A premiação compreende um diploma evalores em dinheiro:Prêmio Oswaldo Seabra R$ 1.200,00Prêmio Antônio Oliveira Lima R$ 1.200,00Prêmio Lain Pontes de Carvalho R$ 800,00Informações adicionais sobre o prêmio e tambémsobre o Congresso poderão ser obtidas no site daSociedade Brasileira - [email protected] ou atra-vés dos seguintes e-mails: [email protected] [email protected]

I Simpósio Interdisciplinarde Assistência Domiciliar da

UnimedIV Encontro de Familiares,

Cuidadores e PacientesUnimed Lar

Data: 24 e 25 de outubro de 2003Local: Associação Catarinense de MedicinaCom a temática atendimento domiciliar in-terdisciplinar humanizado, a Unimed Flori-anópolis apresenta o seu "I Simpósio In-terdisciplinar de Assistência Domiciliar" e o" VI Encontro de Familiares, Cuidadores ePacientes da Unimed Lar" com discussõesque envolvem temas relacionados à Assis-tência domiciliar.

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DOIS MENTIROSOSCRÔNICA MÉDICA

O velhinho que entrou no consultório era baixo,moreno e magro. Seu olhar era negro. Pontiagudo. Ealerta. Vincos fundos que desciam do nariz adunco, e apele seca, crestada pelo sol, lembravam um pergaminhoamarrotado. O cabelo curto, grisalho e farto, espetava ocrânio pequeno e bem desenhado. A testa, riscada porcinco rugas paralelas, lembrava uma pauta musical semnotas. A barba densa estava por fazer. Vestia roupa hu-milde. A camisa branca, de colarinho puído e mangascompridas, vinha abotoada até o pescoço, sem gravata.As calças leves, de brim desbotado, haviam sido passa-das a ferro. Nos pés sem meias, tênis gastos davam oatestado definitivo de sua modéstia. Mãos calosas e de-dos grossos denunciavam anos de intensa e exaustivalida. Seu sorriso, fácil e aberto, carecia de alguns dentes.Todavia, a voz forte, levemente áspera, soava de modoagradável. E o jeito de falar era inconfundível: - o de umlegítimo mané da ilha.

Passei os olhos na ficha. Data: 20 de novembro de1992. Nome: Onofre Pestana. (Um cristão-novo açoria-no. Aquilo me chamou a atenção). Profissão: Pescadoraposentado. Idade: 82 anos. Residência: Ribeirão daIlha (Freguesia). Telefone: não tem.

- Muito bem, seu Pestana. O que me conta?- Dotô, eu ando meio surdo. De uns tempo pra cá.

Co's ovido abafado, o sinhô comprende?- Claro, seu Pestana.Feito o interrogatório, encaminhei-o ao exame físico

e descobri duas compactas rolhas de cerume, cuja remo-ção lhe restituiu uma audição mais que satisfatória para aidade. Ao final, ele não cabia em si de contente eexclamou, agradecido:

- Dotô, tô ovindo tudo! Até o barulho dos carro narua.

Podia encerrar a consulta nesse momento, mas resol-vi esticar o papo. Sem saber por que, eu simpatizara como seu Pestana.

- Quer dizer que o senhor era pescador...- Ah, sim, dotô. Pesquei a vida toda.- E mora no Ribeirão...- Naci lá. E vô morrê lá - ele confirmou, orgulhoso.- Então, deve conhecer toda aquela gente...- Conheço todo mundo, dotô. Os vivo e os morto...De repente, ocorreu-me uma idéia extravagante e,

quase sem querer, indaguei, de supetão:- O senhor, por caso, conheceu o Genuíno Tavares?

DR. MARIO GENTIL COSTA

[email protected]

- O Genuíno? Claro! Quem não conheceu o Genuí-no?

Levei um susto. A resposta ecoara em mim como umpetardo. Este é o nome do personagem central do meuprimeiro romance - "A Cara e a Coragem de GenuínoTavares".

Que tremendo mentiroso! - pensei. Mas, como di-zem que todo pescador é uma fonte inesgotável de loro-tas, concedi-lhe a atenuante e, fazendo cara de quemrecorda, observei:

- De fato, ele deveria ter a sua idade... Vocês doisnasceram em 1910.

- Pois eu não tô lhe dizendo...?- E o pai dele, o Ananias, que também era pescador,

o senhor chegou a conhecer?- Quem, o seu Anania? Então não conheci? Quando

eu era guri, já pescava com ele...- É, de fato, o Genuíno não gostava de pescar... -

comentei, para dar um cunho de veracidade à afirmação.- E eu ia no lugar dele... - aproveitou depressa o

potoqueiro, cada vez mais à vontade.- Quer saber de uma coisa, seu Pestana? Eu nunca

imaginei que um dia iria topar com um amigo do Genu-íno...

- Esse mundo é pequeno, dotô.- Tem razão. E quem diria que um sujeito como ele

iria chegar aonde chegou... - provoquei.Mas ele era esperto. Prevenido, cruzou as pernas

devagar, concordou com um gesto de cabeça e esperou.E eu fui adiante:

- Olha que, pobre como era, vir do Ribeirão para acidade, naquela época, com um pé na frente, outro atrás,estudar e se formar não era coisa fácil. O senhor não acha?

- S'eu não acho? Claro que eu acho. Um sujeito decorage.

Nova espera. Novo silêncio. Estreitando os olhos,ele deixou escapar um leve sorriso de concordância. Eeu prossegui, dando asas à nossa dupla mentira consen-tida. Mas com cautela. Estava fascinado. Não queria que-brar o sortilégio. Queria, isso sim, desfrutar aquele mo-mento mágico; conversar com o homem que conviveracom o meu personagem. Isso dava ao fabuloso GenuínoTavares uma densidade inesperada, uma consistênciade carne-e-osso, muito além da que eu fora capaz depassar da imaginação para o papel. Por instantes, meparecia estar vivendo uma espécie de sonho. E nãoqueria acordar.

Aí, o descarado fabricou a mais legítima expressão depesar e, com o olhar varando o vazio às minhas costas,como se estivesse enxergando o passado, lamentou:

- Nunca mais tive notícia do Genuíno...Peitudo mesmo. Em vista disso, resolvi dar corda no

palavrório e ver até onde o velhaco ousaria ir:- Ele foi para a guerra na Europa. O senhor não sabia?- Isso eu sabia, mas... o sinhô comprende... já tô c'a

memória meia gasta...- Foi ser aviador. Lutou pela Inglaterra, contra os

alemães. Recebeu até medalha... - eu completei.- Eu sube! Agora me alembro!- E não lhe parece que um herói como esse merecia

uma estátua, lá na pracinha do Ribeirão?- O sinhô inda não sabe da maió, dotô. Já tão tratando

disso... Um tal de... como é mesmo... de presbi...?- Plebiscito.- Isso mesmo! Plesbicito.Meu assombro, embora forjado, era quase verdadei-

ro, quando exclamei:- Não me diga!- Pois eu lhe digo, dotô. É a coisa mais justa. E, se

dependê do meu voto, ele ganha...- Seu Pestana, o senhor não faz idéia de como esta

notícia me alegra. Não pensei que fosse possível... Pare-ce que estou sonhando...

- Então, pode pará de sonhá, dotô. É a pura verdade.E agora, se o sinhô me dá licença... não repare, mas eu játô atrasado.

- Claro, passe bem, seu Pestana. E apareça.O velhinho saiu com pressa um tanto demasiada para

as circunstâncias, mas com a cara mais séria deste mundo.E eu fiquei ali... estupefato... cristalizado.

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