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SEXTA-FEIRA, 15 JUNHO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N o 1573 (II Série) | Preço: 0,90 Temperar a solidão com ervas em Vila Nova Vila Nova da Baronia já não tem barões, mas tem gente que se orgulha da sua terra. A agri- cultura já teve outra pujança e a indústria nunca chegou, mas mantém-se a linha férrea que marca o ritmo da terra. Em Baronia há uma boa mão cheia de crianças. E os jovens que podem por lá vão ficando. Principalmente agora, que se celebram as “Ervas da Baronia”. págs. 4/5 Camané, Luz Casal e Alborán em Serpa Termina em Serpa este fim de semana mais uma edição dos Encontros de Cultura. E termina em grande com as atuações, na praça da República, de Camané, na sexta, de Luz Casal, no sábado, e de Pablo Alborán, que não deixará de chamar Carminho para interpretar o grande sucesso ibérico do momento: “Perdóname”. pág. 30 Todos os dias morre gente no IP2 As palavras, duras, são de Manuel Narra. O presidente da Câmara Municipal de Vidigueira pede “responsabilidades” pela nova e “inadmissível” interrupção nas obras do IP2, entre Évora e Ourique. Críticas que também se fazem ouvir no município de Ferreira do Alentejo pela nova paragem nos trabalhos de construção da A23. pág. 6 “Até agora o aeroporto de Beja tem vivido de fogachos” João Paulo Ramôa lidera grupo de trabalho sobre aerogare bejense pág. 7 e editorial JOSÉ FERROLHO PUB No próximo domingo assinala- -se o Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação. Uma data que toca de perto a região alentejana, duplamente fustigada pelo clima seco e, historicamente, pelas más prá- ticas agrícolas. O “DA” foi ao Vale Gonçalinho aprender como a solução deste flagelo pode passar pela preservação da natureza.págs. 13/15 Preservar a estepe cerealífera para travar a desertificação JOSÉ FERROLHO JOSÉ SERRANO Paulo Ribeiro Depois dos Baile Popular o cantautor bejense volta aos discos a solo com “No silêncio das casas” pág. 12

Ediçao N.º 1573

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Diario do Alentejo

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SEXTA-FEIRA, 15 JUNHO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXXI, No 1573 (II Série) | Preço: € 0,90

Temperar a solidãocom ervas em Vila Nova

Vila Nova da Baronia já não tem barões, mas tem gente que se orgulha da sua terra. A agri-cultura já teve outra pujança e a indústria nunca chegou, mas mantém-se a linha férrea que marca o ritmo da terra. Em Baronia há uma boa mão cheia de crianças. E os jovens que podem por lá vão fi cando. Principalmente agora, que se celebram as “Ervas da Baronia”. págs. 4/5

Camané, Luz Casale Alborán em Serpa

Termina em Serpa este fi m de semana mais uma edição dos Encontros de Cultura. E termina em grande com as atuações, na praça da República, de Camané, na sexta, de Luz Casal, no sábado, e de Pablo Alborán, que não deixará de chamar Carminho para interpretar o grande sucesso ibérico do momento: “Perdóname”. pág. 30

Todos os dias morregente no IP2

As palavras, duras, são de Manuel Narra. O presidente da Câmara Municipal de Vidigueira pede “responsabilidades” pela nova e “inadmissível” interrupção nas obras do IP2, entre Évora e Ourique. Críticas que também se fazem ouvir no município de Ferreira do Alentejo pela nova paragem nos trabalhos de construção da A23. pág. 6

“Até agora o aeroporto de Beja tem vivido de fogachos”

João Paulo Ramôa lidera grupo de trabalho sobre aerogare bejense

pág. 7 e editorial

JOSÉ

FER

ROLH

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No próximo domingo assinala-

-se o Dia Mundial do Combate

à Seca e à Desertifi cação.

Uma data que toca de perto a

região alentejana, duplamente

fustigada pelo clima seco e,

historicamente, pelas más prá-

ticas agrícolas. O “DA” foi ao

Vale Gonçalinho aprender

como a solução deste fl agelo

pode passar pela preservação da

natureza.págs. 13/15

Preservara estepe cerealíferapara travara desertifi cação

JOSÉ

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Paulo RibeiroDepois dos Baile Popular o cantautor bejense volta aos discos a solocom “No silêncio das casas”

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2012 Editorial

SetePaulo Barriga

Vivemos num país deve-ras complicado. Sinuoso. Bara lhado. Não há

muito, o Governo da Nação, quase clandestinamente, sem fazer ondas, nem estudos de via-bilidade, nem ideia do que real-mente fazia, construiu um ae-roporto em Beja. Uma obra barata, para o efeito, mas de grande interesse para a região. Isto se neste mundo existisse al-guém com interesse na própria obra barata, sem sustentabili-dade prévia, sem acessibilida-des, longe do inerente mundo. Certo é que, ao contrário de to-dos os ensinamentos da história da democracia em Portugal, um Governo construiu uma obra com algum fôlego em Beja. Um aeroporto. Não uma escola, não um quartel de bombeiros, não um lago com repuxo. Um aero-porto. Pequenino, mas à séria. Um aeroporto que, tirando algu-mas excursões e voos patrocina-dos, tem estado às moscas. Por falta de estratégia, terão conclu-ído, por fim, os governantes pá-trios. E nisto criaram, e bem, um grupo de trabalho para, em três meses, germinar ideias que pos-sam viabilizar a infraestrutura. Entram no grupo: a tropa, que é dona da pista que incompreensi-velmente ainda está por certifi-car, a ANA, que é dona da casa, e a Ccdra, que é dona da política. A estes se juntam o turismo, as autarquias em associação e os empresários locais. No cockpit, um empresário bejense da esfera do partido do Governo. O grupo dos sete. Cuja primeira grande provação será precisamente jus-tificar porque são sete e não oito, ou nove, ou 10, ou 11, tantos são os pretendentes excluídos que já se manifestaram. E, principal-mente, chamar a si, por que ali não mora, gente que sabe real-mente do assunto: os operadores internacionais, as companhias de voos económicos, os verda-deiros especialistas em avia-ção civil e em aeronáutica. É que este pode vir a ser, na verdade, o primeiro grande voo a partir de Beja. Um voo coletivo. Porque até aqui, por falta de visão estra-tégica, temos voado muito bai-xinho. Como na anedota do cro-codilo.

Nem Portugal nem a Europa construirão um projeto de união e coesão apenas a partir dos princípios económicos e financeiros.

Foi por ter esquecido muitos dos valores morais, éticos e religiosos, e a confiança exagerada no progresso material, o consumismo, o

luxo e o desperdício, que cavaram mais o fosso das desigualdades entre portugueses e provocaram o colapso da economia nacional e

mundial. D. António Vitalino Dantas, Bispo de Beja, in rádio Pax

João Gouveia,

37 anos, professor A Alemanha e a Espanha. Acho que vai ganhar a Alemanha por 2-0. Penso que a nossa seleção não teve sorte nenhuma no pri-meiro jogo. Infelizmente so-mos capazes de ficar por aqui. De qualquer forma espero que o País anime com os próximos jogos da equipa portuguesa.

Miguel Reina,

34 anos, professorA minha previsão é Holanda//Alemanha. E vai ganhar a Alemanha por 2-0. Acho que o desempenho da nossa seleção vai ser mau. Os nossos jogado-res preocupam-se demasiado com os penteados e com os car-ros que têm. Enfim, com coisas fúteis. É a meu ver a pior sele-ção nacional dos últimos anos.

Arlindo Silva,

45 anos, empresárioA final vai ser Alemanha//Rússia. Ganha a Alemanha. Agora o resultado é que já não sei. A nossa seleção é elimi-nada já agora. Não vai passar à próxima fase. O desempenho da seleção é igual ao do País. Estamos todos na mó de baixo.

Teresa Serrano,

35 anos, consultora alimentarNão percebo muito de fute-bol, não é a minha especiali-dade. Mas gostava que a final fosse Portugal contra Espanha. E como penso que temos de ser otimistas, é claro que é Portugal quem vai ganhar. Por 2-1.Temos de ser confiantes e acreditar na nossa equipa.

Voz do povo Quem vai à fi nal do Campeonato Europeu de Futebol? Inquérito de José Serrano

Vice-versaNinguém pode ser a favor de um país de gente pobre onde não se ganha bem a vida. O nosso futuro não é esse, nem nenhuma política pode ser baseada nesse argumento. Agora, de facto, em Portugal, os salários têm descido, já desde há mais de um ano. E porquê? Porque estamos numa situação muito difícil, muito complicada, há muito desemprego, e, realmente, algum realismo, alguma moderação – o que não pode senão ser um fator de ajustamento mais rápido que permite à economia crescer mais depressa. Isto é uma coisa que ajuda o País no momento difícil que atravessamos. António Borges, economista e conselheiro do Governo, in TSF

Fotonotícia Kazantip já se ergue em Alqueva. Lá para os lados de Moura já se trabalha de sol a sol. E mesmo que chova

esta gente não para. Há uma verdadeira cidade em construção e, embora as paletes possam enganar a um primeiro olhar, as terraplanagens

não o desmentem. 1 000 000 metros quadrados para erguer Kazantip, o maior festival de música eletrónica do mundo. Espaço suficiente,

diz a organização, para se dançar sem parar durante cinco semanas. Sim, cinco semanas. Mais de mil DJ a desassossegar as margens calmas

de Alqueva. Non stop, dia e noite. Em julho, prometem, nem se perceberá que o chão, afinal, eram só paletes. BS Foto DR

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Rede social

Como têm vindo a decorrer em termos

de adesão as colheitas de sangue pro-

movidas pela Associação Humanitária

dos Dadores de Beja?

Dentro dos condicionalismos da nossa região – a fraca densidade populacional e o envelhecimento da população – tem sido boa; não notamos diminuição de presenças nas brigadas que efetua-mos. Fatores vários contribuem para que numa ou noutra ocasião as reser-vas de sangue atinjam um ponto mais ou menos crítico. A falta de informação e algum comodismo por parte dos po-tenciais dadores contribuem para esta situação. Em sentido contrário, temos as situações em que uma qualquer fi-gura mediática precisa de sangue para ele, ou para um dos seus familiares, ou em que os responsáveis por esta área da saúde fazem um apelo público à doa-ção de sangue. Este ano a associação já fez 19 brigadas em vários concelhos, de que resultaram cerca de 800 dádivas.

Quem são atualmente os principais da-

dores da associação?

São predominantemente indivíduos do sexo masculino, entre os 35 e 55 anos. Começa já a ter um certo peso o grupo de menos de 30 anos. Dadores propria-mente ditos a Associação Humanitária dos Dadores de Beja tem à volta de 2 000, infelizmente nem todos são dadores re-gulares; alguns são bastante irregulares.

Que comentário lhe merece a alte-

ração legal na isenção das taxas mo-

deradoras para dadores de sangue

que estipula isenções apenas nos ser-

viços prestados nos centros de saúde,

pondo fim às isenções nas consultas

hospitalares?

Gostemos ou não, a perda desta regalia está em sintonia com a política de cor-tes do atual governo. Como ex-dador de sangue não me choca a retirada desta isenção nos cuidados diferenciados. Uma dádiva é uma dádiva, não é uma permuta de qualquer bem. Repare-se que a isenção continua nos cuidados primários e se, eventualmente, destes serviços o dador for enviado ao hospi-tal a isenção mantém-se. Qual é o balanço que faz das quatro

décadas de existência da associação,

assinaladas no início do ano?

A existência deste tipo de associações é indispensável às sociedades moder-nas. Elas prestam, voluntariamente, um serviço que o Estado não sabe fa-zer. Só um voluntário é capaz de fazer um verdadeiro trabalho de sensibiliza-ção nesta área da saúde. É o que temos feito desde 18 de fevereiro de 1972, o que muito nos orgulha, pois desde en-tão temos ajudado muitos milhares de pessoas sem qualquer discriminação étnica ou religiosa. NP

4 perguntasa Geada

de SousaSecretário da direção da Associação

Humanitária dos Dadores de Beja

Semana passada

DIA 10, DOMINGO

BEJA PRISÃO PREVENTIVA PARA CINCO DOS 10 SUSPEITOS DE TRÁFICO DE DROGA

O Tribunal de Beja determinou a prisão preventiva de cinco homens, das 10 pessoas detidas na semana passada pela PSP, por suspeita de tráfico de droga. Aos outros cinco detidos, três homens e duas mulheres, o tribunal determinou como medida de coação apresentações periódicas na PSP. Segundo fonte policial os suspeitos foram detidos nos passados dias 6 e 7 pela PSP de Beja, por suspeita de tráfico de droga, durante uma operação da força de segurança de combate ao tráfico na cidade. A operação envolveu 11 buscas domiciliárias, resultantes de uma investigação que decorria há cerca de quatro meses. Nas 10 buscas domiciliárias, efetuadas no dia 6, a força de segurança deteve sete homens e duas mulheres, com idades entre os 25 e 49 anos, e apreendeu mais de 830 doses de várias drogas. Entre a droga apreendida contam-se 510 doses de haxixe, 174 doses de MDMA (ecstasy) e 1,28 gramas de outras anfetaminas, 96 doses de heroína, 51 doses de cocaína e uma dose de liamba. Além da droga, a PSP apreendeu uma arma de fogo transformada para calibre .22, 605 euros em notas, três automóveis, um motociclo, vários artigos de informática e relógios que se suspeita terem sido furtados. Na busca domiciliária efetuada no dia 7 a força de segurança deteve um homem, de 26 anos, suspeito de tráfico de droga, ao qual foram apreendidas 1 280 doses de haxixe e cocaína.

DIA 8, SEXTA-FEIRA

SINES INCÊNDIO FLORESTAL DEVASTA ÁREA DE PINHAL E SOBREIROS

Um incêndio florestal devastou uma área significativa de pinhal e sobreiros no concelho de Sines, disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal. Segundo a mesma fonte, o incêndio iniciou-se na zona de Casoto e foi combatido por 85 bombeiros, apoiados por 30 veículos e um helicóptero. O comandante do CDOS de Setúbal, Dinis de Jesus, indicou à Lusa que o incêndio chegou a lavrar em duas frentes e que não esteve em perigo qualquer habitação.

SERPA GNR DETÉM HOMEM QUE ALEGADAMENTE SE DEDICAVA AO CULTIVO DE CANNABIS

A GNR deteve em Serpa um homem de 61 anos que alegadamente se dedicava ao cultivo de cannabis, disse à Lusa fonte daquela força de segurança. Segundo a mesma fonte, foram apreendidos ao suspeito oito pés de cannabis, de várias dimensões, tendo o maior cerca de 1,20 metros. A fonte da força de segurança indicou que o homem foi posto em liberdade e, posteriormente, interrogado na qualidade de arguido por militares da GNR, passando o caso para processo comum, com as investigações a cargo da Guarda Nacional Republicana.

DIA 13, QUARTA-FEIRA

MOURA EMPRESA LÓGICA NA MAIOR FEIRA EUROPEIA DE ENERGIA FOTOVOLTAICA

A empresa municipal Lógica, de Moura, está a participar na edição deste ano da InterSolar, a maior feira da Europa na área da energia fotovoltaica, que arrancou na quarta --feira na cidade alemã de Munique. Segundo a Câmara de Moura, a divulgação do laboratório fotovoltaico da Lógica e a realização de contactos e reuniões com potenciais clientes são os principais objetivos da participação da empresa. A presença na feira “reveste-se de particular importância” numa altura em que está “na fase final” o processo de acreditação internacional da Lógica, que visa a entrada da empresa no mercado global da certificação de produtos e materiais da indústria fotovoltaica, frisa o município.

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Casa cheia. Melhor, praça cheia.Poucas mais pessoas caberiam na praça da República, em Serpa. Ir buscar uma garrafa de água ou um copo era tarefa díficil, mas é assim que é bonito: a praça cheia, cheia de gente a celebrar a cultura. Encontros de Cultura de pedra e cal.

A marcha é linda...Santo António foi o culpado de toda esta gente ensaiar semanas a fio, para na noite de 12, véspera de feriado municipal em Aljustrel, sair à rua para bailar. Esta é marcha de Aljustrel, mas pela avenida muitas mais passaram alegres e contentes a desfilar.

Quem diz que os miúdos não gostam de ler?Estão contentes estes miúdos na festa do Livro e da Leitura em Almodôvar. Quem diz que as crianças e os jovens não gostam de ler? A prova de que um dedo de conversa também pode puxar por um livro. Afinal, todos os pretextos são bons. Para tão boa causa.

A música sacra foi ao castelo O castelo, símbolo maior da cidade de Beja, foi o sítio escolhido para acolher mais um concerto do Festival Terras Sem Sombra. Não poderia ser diferente. Este é um dos melhores palcos. E que bonito estava o castelo. E que bons que foram os concertos.

Moedas esteve em Beja em conferência do PSDCarlos Moedas, secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, voltou à sua terra natal. Esteve em Beja, numa conferência do PSD, o partido que representa. O partido do seu governo. Consolidação, crescimento e coesão foi o que se procurou debater.

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Vila Nova da Baronia

A agricultura é escassa e a indústria aqui não chegou

Terra de gente, comboios e ervas

O vento embala as copas das árvores. Em junho a planície já se pinta de dourado e ao longe, lá no alto, no topo

do depósito da água, que se encosta à linha férrea, que repousa após a passagem dos com-boios, pode ler-se: Vila Nova da Baronia.

As cancelas estão abertas. O comboio só voltará a passar às 13 e 30 horas e os carros atravessam a linha. Os miúdos aceleram nas suas bicicletas, rua abaixo. Uma artéria, outra, mais outra e o largo da igreja, imponente, em honra de Nossa Senhora de Assunção.

As mulheres de bata envergada e luvas de borracha limpam o átrio. As vassouras re-tiram as poeiras do chão e em seguida as es-fregonas ensopam-no de água. Esfregam uma e outra vez. As vezes necessárias para que a igreja, a sua igreja, fique ainda mais apresen-tável aos olhos dos filhos da terra e, sobretudo, aos olhos dos turistas. As zeladoras do templo são, porém, de poucas palavras. Não se dis-traem nas tarefas e a conversa, essa, fica para outra hora. Que é o mesmo que dizer para ou-tro dia.

No mesmo largo, no largo Manuel Francisco Fialho, passam atarefados os que procuram o correio, a junta de freguesia, a far-mácia. Mas o corrupio não é grande. Pela ma-nhã são muitos os que estão a trabalhar na terra, mas também fora das suas fronteiras. “Cada vez mais é preciso sair daqui para tra-balhar. Não há empregos”, conta José Mira, enquanto admira quem entra e sai do correio. O tempo e a idade levaram-lhe a boa audição. As palavras já as custa a ouvir e o “diabo do

Vila Nova da Baronia já não tem barões, mas tem gentes que se orgu-

lham da sua terra. A agricultura já teve outra pujança e a indústria aqui

não chegou, mas mantém-se a linha férrea que marca o ritmo da terra, a

cada passagem do comboio. Em Baronia há uma boa mão cheia de crian-

ças e os jovens que podem ficam na terra, mas tantos outros há que têm

de procurar outras paragens para morar.

Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

de almoço. Da parte da tarde logo se verá. “Estamos aqui em assembleia. Conversamos e fazemos vida assim. Não é nada mau. Em algum lado temos de passar o tempo”, conta Manuel Carvalheira. No banco à frente es-tão Manuel Camilo e Leonardo Carracha em amena cavaqueira. Manuel foi tratorista. Leonardo pastor.

“Vila Nova da Baronia é uma rica ma-drasta. Acareia toda a gente”, começa por di-zer Manuel Camilo. Leonardo Carracha con-corda e conta: “Assim me aconteceu a mim. Todos os que vêm de fora já não abalam. É uma bela madrasta que já me perfilhou”.

São poucas as crianças que se avistam, mas os homens garantem: “Há aí uma boa mão cheia delas”. “Os jovens, uns vão-se em-bora e outros ficam”, completam. Até por-que, Manuel Camilo lembra: “Antes ainda se guardava ovelhas, porcos, vacas. Agora já não há nada disso. Apenas se plantam er-vas para os animais”. As ervas trazem à con-versa o famoso ciclo gastronómico “As Ervas da Baronia”. “Carrasquinhas, catacuzes, bel-droegas. Os restaurantes fazem essas açor-das e vem muita gente provar, mas a família de fora é que vem fazer esse trabalho, por-que nós cá estamos fartos delas [ervas]. Nós vamos ao campo e apanhamos”, diz Manuel Camilo, enquanto Leonardo Carracha la-menta que o campo esteja todo vedado.

Rua acima vai Maria Genoveva que resume numa só frase a sua vila. “É uma terra de fazer inveja a muitas outras”. O horário avança e o comboio está quase a passar.

vento”, como lhe chama, parece levá-las ainda para mais longe. Prefere, então, ficar a ver quem passa e termina a conversa.

Francisco Santos é um dos que já está des-pachado das cartas. Tem 59 anos, mas viveu 30 fora do seu torrão natal. “Esta é a minha terra. Sinto-me cá bem. Vivi em Lisboa, mas gosto de estar cá e regressei”, explica. O ho-mem, de bigode aprumado, continua a prosa e fala dos progressos da sua vila, mas reconhece que até ela não chegou a indústria e que a agri-cultura, por estas paragens, já teve melhores dias. E tudo se resume afinal a poucas pala-vras: aqui pouco trabalho já há.

“É difícil fixar os jovens”, diz. Mas de-pressa acrescenta: “Futuramente pode ser um dormitório periférico de Beja e Évora. Temos boas acessibilidades e as pessoas deslocam--se com facilidade. Não me importo nada que seja um dormitório, porque se as pessoas tra-balham em Lisboa e moram em Loures, aqui

ainda mais rapidamente se chega a Beja e a Évora. Ao fim de semana as pessoas acabam por cá estar, por conviver e acabam por gastar e evoluir a terra”.

A vila fica a escassos quilómetros de Alvito. Um concelho pequeno, mas com duas vilas. Alvito e Vila Nova da Baronia. “Alvito também tem pouca indústria e não consegue acolher muita gente em termos de emprega-bilidade”, adianta Joaquim Aires, que se en-costa à parede de cal branca, junto ao alca-trão que escondeu em tempos já idos a terra da rua.

Os sinos anunciam a chegada de uma nova hora. E o som espalha-se pela vila. “Este é um viver pacato. É muito sossegado. Muito sau-dável. Vive-se bem em Vila Nova da Baronia”, garante Joaquim Aires.

Na praça da República os bancos ro-deiam o pelourinho e neles sentam-se vá-rios homens que matam o tempo até à hora

“Futuramente pode ser um dormitório periférico

de Beja e Évora. Temos boas acessibilidades

e as pessoas deslocam-se com facilidade”.Francisco Santos, habitante de Vila Nova da Baronia

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A população de Vila Nova de Baronia tem-se

mantido?

Tem diminuído. Habitam em Vila Nova da Baronia cerca de 1 245 pessoas. Vila Nova da Baronia não foge ao que acontece no resto do País, nomeadamente em meio ru-ral. Debatemo-nos com o problema de tan-tas outras freguesias: a desertificação. Temos uma taxa muito elevada de envelhecimento e não existem empregos suficientes na fregue-sia para fixar os jovens. No entanto, consi-dero que não somos das piores freguesias, no que a esta matéria diz respeito, uma vez que muita gente, depois de se reformar, regressa à sua terra natal.

Mas tem esperança de mesmo assim conse-

guir fixar os jovens?

Tenho alguma. Temos de ter esperança. Pode ser que existam postos de trabalho para eles, nomeadamente na agricultura. A construção civil acolhia muitos jovens, mas também está em decadência.

A linha férrea continua a marcar a vida desta

terra. Está em risco de sofrer cortes, designa-

damente no que aos comboios diz respeito?

Para já não temos qualquer informação nesse sentido. Mas há algum tempo tivemos de rei-vindicar. Estamos a lutar, todos os autarcas da zona, para a eletrificação da linha, de modo a que esta se torne mais viável e moderna. A re-tirada do intercidades afetou-nos e estamos a tentar retomá-lo para toda esta zona. O com-boio é um meio de transporte muito forte e está ligado à vida desta freguesia.

Quais são as principais dificuldades da

freguesia?

Neste momento sentimos algumas dificulda-des. Até há um ano tínhamos uma taxa muito grande de apoios e agora todos os meses te-mos de cortar apoios e revogar pedidos que nos são feitos. Não conseguimos e com muita tristeza nossa não podemos ajudar. A parte social também nos preocupa. Temos casais já com alguma carência económica nesta fre-guesia. Esta era uma das coisas que nunca queria dizer, mas tenho, infelizmente, de o dizer.

E a agricultura?

Muito pouca gente trabalha na parte da agri-cultura. Tínhamos propriedades que em-pregavam alguns casais e isso representava muito para a freguesia. Agora apenas empre-gam uma ou outra pessoa.

Está a decorrer o ciclo gastronómico “Ervas

da Baronia”…

Esta iniciativa consegue atrair pessoas, no-meadamente aos restaurantes. A Câmara de Alvito está a fazer estas iniciativas e está a fazê-lo muito bem. Muita gente vem provar as ervas [pratos confecionados à base de er-vas] que são nossa tradição.

Feira Anual em julho

Vila Nova da Baronia, no concelho de Alvito, todos os anos cele-bra a sua feira anual, que se realiza no terceiro fim de semana de julho. Esta é uma oportunidade para juntar os filhos da terra, mas também os muitos forasteiros que chegam à freguesia por ocasião das festas. A tradição ainda é o que era e, para além das bancas de venda, há muita animação.

“As Ervas da Baronia”

O ciclo gastronómico “As Ervas da Baronia” já começou e pro-longar-se-á até ao dia 17, domingo. Todos os anos o concelho de Alvito dá a conhecer a gastronomia da terra e as ervas são quem mais ordena. Com o mote “À mesa com a natureza” poderão ser apreciados, pelo sexto ano consecutivo, nos restaurantes partici-pantes do concelho, sabores únicos, nomeadamente costeletas de borrego na grelha com migas de beldroegas, açorda de bel-droegas com queijo de cabra ou feijão de azeite com beldroegas.

Património

Vila Nova da Baronia conta, no seu centro histórico, com um património edificado significativo. Para além de um con-junto de igrejas erguidas nos séculos XVI e XVII, onde se des-taca a igreja Matriz, pode ainda apreciar-se o policromado dos azulejos seiscentistas da igreja de Nossa Senhora da Conceição e os restos do revestimento fresquista da igreja da Misericórdia. No entanto, muitos outros apontamentos arquitetónicos podem ser apreciados ao percorrerem-se as ruas da terra. Destaque ainda para as ermidas que circun-dam o povoado: Sant’Águeda, São Pedro e Santo António. Em Vila Nova da Baronia podem também ser vistos vários portais manuelinos, bem como três passos, onde se apre-sentam as estações da via sacra. O pelourinho mantém-se imponente na praça da República.

Joaquim Santos Presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova da Baronia

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Atual

Suspensão das obras no IP2 e IP8 suscitam críticas de autarcas

“Todos os dias morre gente entre Évora e Ourique”

Desde que as obras começaram há a assinalar “entre oito e 10 acidentes com vítimas mortais”, no percurso

Vidigueira-Portel, revela o presidente da Câmara de Vidigueira, relembrando que este troço era seguro antes do início dos trabalhos.

Segundo o autarca, “a falta de finan-ciamento junto da banca” por parte dos

06 A Comissão de Festas da Paróquia de S.Vicente de Cuba apresenta

hoje, sexta-feira, pelas 22 horas, uma atuação da marcha da

Junta de Freguesia de Cuba – marcha de S. Vicente e promove um

arraial que será abrilhantado pelo cantor Pedro Santo. Amanhã,

sábado, pelas 21 e 30 horas, a marcha popular do Fidalgo fará a

sua apresentação no largo do Fidalgo. Como convidada desfilará

também a marcha da Junta de Freguesia de Vila de Frades. No

final do desfile haverá arraial com a banda Aliança. No âmbito das

comemorações dos santos populares, a Junta de Freguesia de Cuba

organiza no próximo dia 30 um desfile de marchas populares, que

deverá contar com a participação, entre outras, das marchas de

S.Vicente de Cuba, do Fidalgo de Cuba e de S.Vicente de Lisboa.

Cuba comemora

santos populares

Escola Secundária D. Manuel I promove Festa da Saúde

A Escola Secundária c/ 3.º ciclo celebrou

esta semana “os dias da saúde”, com um

conjunto de atividades que envolveram

toda a comunidade escolar. Do vasto

programa destaque para a apresentação

dos trabalhos que os alunos desenvolveram

no âmbito das sessões de prevenção do

consumo de substâncias psicoativas,

ministradas nas aulas de formação cívica

pelas docentes Dores Sardinha e Teresa

Tavares; a representação pelo 10.º A da

peça de teatro “Pisar o risco… é um risco”,

ensaiada nas aulas de formação cívica;

a apresentação pelo Clube e Oficina de

Música de algumas músicas, entre elas “Diz

não às drogas”, com letra da docente Ana

Castro; e a atuação dos alunos do 10.º B e

C que cantaram uma canção e um rap com

letras da sua autoria. Ana Rolim, do 8.º

B, foi ainda anunciada como a vencedora

do concurso do logotipo do Projeto de

Promoção e Educação para a Saúde (PES),

desenvolvido nas aulas de educação visual.

As comemorações terminaram com a

realização do 1.º Peddypaper da Saúde, que

contou com a participação de 15 equipas de

alunos.

Faceco regressa a 20 de julho

A 22.ª edição da Faceco – Feira das

Atividades Culturais e Económicas do

Concelho de Odemira está agendada

para os dias 20, 21 e 22 de julho, em São

Teotónio, com forte aposta na mostra dos

setores económico e cultural. O certame

é organizado pela Câmara Municipal de

Odemira e pela Junta de Freguesia de São

Teotónio. No programa cultural destaque

para os espetáculos com José Cid (dia 21),

bandas rock locais (dia 20) e banda Uxu

Kalhus (dia 22). Pelo recinto passarão os

grupos corais e de cantares do concelho,

grupos de teatro amador locais, Banda

Filarmónica de Odemira e animação de rua.

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A suspensão das obras da futura A23 – no atual traçado do IP8 – e no IP2, denun-ciada na última edição do “Diário do Alentejo” pela voz dos deputados Luís Pita Ameixa (PS) e João Ramos (PCP), tem levantado uma onda de críticas na região. Manuel Narra alerta que por razões de segurança praticamente “todos os dias morre gente na estrada entre Évora e Ourique”, considerando tal “inadmissível” e exigindo que “alguém seja responsabilizado”.

Texto Anibal Fernandes

empreiteiros é o motivo invocado pelo Governo para a suspensão dos trabalhos. Manuel Narra lembra que os sucessivos atrasos “estão a pôr em causa o desenvol-vimento económico dos concelhos da re-gião”, mas, mais importante do que isso, é “a perda de vidas” de pessoas que “podiam contribuir para o crescimento da sua terra”.

Também o presidente da Câmara de

Ferreira do Alentejo acusa o Governo de “falta de liderança” e desafia-o a decidir, “de uma vez por todas” se as obras são ou não fundamentais para “potenciar outros investimentos na região”.

Para Aníbal Costa, “tem de haver um sinal claro de que a obra é para concluir”. Segundo o autarca, “não faz sentido pa-rar as obras, quando já estão no terreno muitos milhões de euros pagos pelos con-tribuintes”, e a infraestrutura é essencial para, por exemplo, viabilizar o aeroporto de Beja, cujo grupo de trabalho foi recen-temente constituído.

O que não se pode é voltar “10 anos atrás” e começar a discutir tudo de novo, incluindo o “perfil” da via, diz Aníbal Costa, que exige “coerência” ao Executivo.

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Grupo de trabalho tem três meses para viabilizar aeroporto

Ramôa contra projetos megalómanos

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“Prudência” e “ponderação” são as palavras de ordem do grupo de trabalho sobre o ae-roporto de Beja que foi criado no passado dia 5, por despa-cho do secretário de Estado das Obras Públicas. João Paulo Ramôa, empresário be-jense com ligações ao par-tido do Governo, coordena uma equipa que tem três meses para procurar ideias no sen-tido de “dinamizar com susten-tabilidade” a estrutura aero-portuária bejense.

Texto Paulo Barriga

Hércules teve 12 trabalhos, mas o grupo que agora está incumbido de “revisitar os

pressupostos de procura que esti-veram na base do investimento” no aeroporto de Beja, segundo o des-pacho governamental, tem apenas três. Numa primeira fase, segundo João Paulo Ramôa, “vamos recolher toda a informação e estudos disper-sos que existam”. Depois, prossegue, “iremos escutar, à porta fechada, as pessoas que ao longo deste tempo têm refletido sobre o tema”. Por fim, “nas últimas duas semanas iremos redigir um documento breve, com cinco ou seis páginas, do qual serei eu próprio o relator, com as conclu-sões a que chegarmos”.

Este grupo de trabalho, para o qual ainda não foram nomeados os representantes do Força Aérea

Portuguesa, da ANA e da Ccdra, co-meçará a trabalhar nos próximos dias. Mas Ramôa não tem dúvidas que esta é “uma tarefa que deveria ter sido implementada há 10 anos”: “A questão da viabilidade do aero-porto de Beja nunca esteve na ordem do dia. Andámos uma década a dis-cutir coisas menores e pontuais. Ou seja: primeiro construíram a ponte e só depois é que andaram à procura da água para lhe passar por baixo”.

Para evitar erros do passado, Ramôa exige “prudência” a todos os envolvidos no processo. “No início”, revela o antigo governador civil de Beja, “foi incrementada a ideia que o

aeroporto iria desde logo trazer con-sigo o desenvolvimento da região. As expetativas estavam muito altas, mas, como não foi feito o trabalho de casa, o projeto começou a ser ri-dicularizado a nível nacional”.

E por isso mesmo pede recato e contenção. Para já, acredita o em-presário, “estão neste grupo as en-tidades que devem estar”. Numa clara alusão aos “excluídos”, nomea-damente os municípios de Beja e de Ferreira do Alentejo, que já mani-festaram publicamente o seu desa-pontamento. “É muito importante que agora não tornemos a dar tiros nos próprios pés. O projeto nunca

irá avançar grandiosamente, como muitos pensam ou sugerem, não entraremos em ideias megalóma-nas, mas sim na construção de um projeto muito objetivo e pragmá-tico”. Pelo que, concluí, “a discussão não pode ser emocional do ponto de vista político”.

Apesar de ainda não estarem definidos todos os membros do grupo de trabalho – sabe-se que José Maria Pós-de-Mina represen-tará os municípios, Ceia da Silva o turismo e Filipe Pombeiro os empresários locais –, João Paulo Ramôa não deixa de sublinhar al-gumas linhas do que poderão vir a ser as conclusões finais do relató-rio. Nomeadamente a “constituição de uma estrutura que leve à concre-tização plena do projeto, uma enti-dade promotora do aeroporto, ta-refa que foi atribuída à ANA, mas para a qual não tem vocação”. E “a definitiva certificação total da pista de aterragem que ainda hoje não existe”.

Quanto ao passado, Ramôa re-conhece que foram desperdiçadas “oportunidades muito importan-tes, como é o caso da instalação em Évora da construtora aero-náutica brasileira Embraer, mas outros investimentos do género aparecerão no futuro. Temos é que assentar os pés no chão e vender o nosso aeroporto com coerência. Porque até agora, o aeroporto de Beja tem vivido de fogachos”.

“Temos é que assentar os pés no chão e vender o nosso aeroporto com coerência. Porque até agora, o aeroporto de Beja tem vivido de fogachos”.

Deputados comentam grupo de traba-lho Os deputados eleitos por Beja, citados pela rádio Voz da Planície, têm diferentes perspetivas em rela-ção à composição do grupo de trabalho para o estudo da viabilidade do aeroporto de Beja. Mário Simões, do PSD, saúda a inclusão de um representante da Força

Aérea Portuguesa (FAP), tendo em conta as negocia-ções a decorrer com o governo sul-coreano para a uti-lização da base aérea como centro de instrução para pilotos militares. Já os deputados do PS e PCP, respe-tivamente, Luís Pita Ameixa e João Ramos criticam a demora na formalização do grupo de trabalho (seis

meses). O deputado comunista congratula-se com o facto de os autarcas da região estarem representados e aguarda pelo relatório. Já Luís Pita Ameixa vê “pen-dor político” na escolha do coordenador e afirma ser um erro a ausência da Câmara de Beja, no que vê um “certo revanchismo”.

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PCP apresentou ontem na AR projeto de resolução

“Correto aproveitamento”de Alqueva

Estava prevista para ontem, quinta-feira, a apresentação no Parlamento, por parte do PCP, de um projeto de resolução que recomenda ao Governo medidas para o “correto aproveitamento” do Alqueva, como a elaboração de um plano estraté-gico para a zona de influência do empreendimento.

O projeto do grupo parlamen-tar do PCP foi apresentado na quarta-feira pelo deputado co-

munista eleito pelo círculo de Beja, João Ramos, numa conferência de imprensa realizada na cidade.

Segundo o deputado, o projeto reco-menda 13 medidas com vista ao “cor-reto aproveitamento” do Alqueva e que o Governo poderá tomar para que, “de uma vez por todas, ponha o projeto e a região a dar o contributo que podem dar para o País”.

Uma das principais medidas reco-mendadas pelo PCP é a elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento para a zona de influência do Alqueva e

“em estreita colaboração com as institui-ções representativas da região”.

“Estratégia é o que tem faltado ao projeto” e “é bem patente a falta de um rumo definido” para Alqueva, disse João Ramos, referindo que o projeto reco-menda também a criação de um conse-lho de avaliação e acompanhamento do plano “com poderes deliberativos” e no qual “tenham assento as principais insti-tuições da representativas da região”.

O projeto recomenda também ao Governo a criação de um banco de ter-ras do Estado, que permita sobretudo a jovens agricultores, trabalhadores e pe-quenos agricultores terem acesso à terra.

“É imperiosa uma rápida interven-ção do Estado” para pôr fim “à especu-lação que se continua a verificar com a venda das terras beneficiadas pelo in-vestimento público e se avance com a criação de um banco de terras”, lê-se no projeto.

O PCP recomenda ao Governo para simplificar, desburocratizar e agilizar a aprovação de projetos agrícolas no âm-bito do empreendimento do Alqueva,

através da criação de uma comissão multidisciplinar de avaliação e acom-panhamento dos projetos e com poder deliberativo.

A criação de um fundo especial de apoio à diversificação de culturas e à implementação de indústrias agroa-limentares na região e assegurar um preço da água adequado à atividade agrícola são outras das recomendações do projeto.

O PCP recomenda também ao Governo que avalie a possibilidade de li-gar o sistema do Alqueva às barragens do Monte da Rocha (Ourique) e de Lucefecit (Alandroal) para viabilizar os respeti-vos perímetros de rega e, no caso da pri-meira, para reforçar o abastecimento pú-blico para consumo humano.

O projeto recomenda ainda várias medidas sobre mecanismos de apoio e proteção de culturas, questões ambien-tais e de organização dos agricultores, como criar e atribuir a competência de promoção do uso da terra e de acompa-nhamento da transformação da explora-ção de sequeiro para regadio.

08

Odemira preside associação de municípios para a gestão da água pública do Alentejo O pre-sidente da Câmara Municipal de Odemira, José Alberto Guerreiro, preside desde o dia 31 de maio à Amgap – Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública do Alentejo, Empresa Intermunicipal, que reúne 21 municípios alentejanos para a

gestão e exploração do sistema integrado de abastecimento de água em alta e de saneamento de águas residuais, numa parce-ria pública com o Estado. A Amgap e o Estado, através da holding Águas de Portugal (AdP), criaram a sociedade anónima Águas Públicas do Alentejo (AgdA, SA), com sede em Beja, “para gerir a parceria e o sistema”. A Amgap detém 49 por cento do capital

social e a AdP 51 por cento. Até ao final de 2015, “serão investi-dos 227 milhões de euros, com 70 por cento de comparticipação de fundos comunitários, num sistema integrado para melhorar e gerir o abastecimento de água em alta e o saneamento de águas residuais, que beneficiará cerca de 250 mil habitantes”, esclare-cem os responsáveis.

A Assembleia Municipal de Mértola aprovou, por unanimidade,

a tomada de posição sobre a reorganização administrativa

apresentada pelo presidente do município. Em causa está a nova

proposta da lei da reorganização administrativa autárquica,

“que prevê a extinção de duas freguesias no concelho, sendo

que esta medida ainda é mais gravosa do que o previsto no

Documento Verde, que propunha a extinção de uma freguesia”,

refere a câmara. Na tomada de posição o edil mertolense realça

que esta nova medida “é um ataque ao poder democrático,

que vai aprofundar as assimetrias territoriais, com uma clara

perda para as populações, que perdem a proximidade com os

órgãos, perdem identidade territorial, perdem um apoio social

muito importante e determinante para a sua qualidade de vida,

potenciando a desertificação e o abandono das populações”.

Assembleia Municipal

de Mértola contra a extinção

de duas freguesias

CDU acusa executivo PS de utilizar indevidamente cartões de crédito

Os vereadores da CDU acusam o Executivo PS de “utilização

indevida dos cartões de crédito do município de Beja”. Em

comunicado de imprensa, os vereadores da oposição afirmam

que “os números de 2011 [respeitantes aos cartões de crédito],

ainda que com alguma contenção, comparativamente a

2010, continuam caprichosamente elevados, dando razão

ao que defendemos desde o início deste processo de que os

montantes disponíveis eram um incentivo ao despesismo”.

Por outro lado, “depois de uma análise detalhada efetuada aos

documentos comprovativos de despesa (faturas), referentes

aos anos de 2010, 2011 e 2012, foi possível identificar algumas

situações que indiciam a utilização indevida dos mesmos

por parte de alguns membros do executivo”, adiantam os

vereadores, dando como exemplo o facto de, das inúmeras

viagens efetuadas pelo presidente da câmara pagas com o

cartão do município, o valor de “duas viagens a Londres e

Estrasburgo, respetivamente”, ter sido reposto por Pulido

Valente, “em ambos os casos, com um cheque pessoal”.

“Confrontado com esta situação Pulido Valente afirmou

em reunião de câmara que estas viagens foram efetuadas

no âmbito da Associação Nacional de Municípios e que esta

entidade por não poder pagar diretamente à câmara pagava-

-lhe a ele e ele repunha a verba à câmara. Se eram viagens

efetuadas em representação de outra entidade nunca a

Câmara de Beja deveria ter financiado essas despesas. Acresce

a isto o facto de a reposição com cheque pessoal não cobrir

a totalidade das despesas no que à primeira situação diz

respeito”, concluem.

João Magalhães dá nome ao pavilhão municipal de Beja

A Câmara de Beja decidiu atribuir ao pavilhão municipal

da cidade o nome de João Serra Magalhães, um desportista

que dedicou a sua vida à promoção da prática desportiva.

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Socialistas querem Alqueva concluída em 2015

PS pede cronograma das obras ao Governo

O PS vai pedir ao Governo o crono-grama com indicação concreta das fontes de financiamento das

obras do Alqueva para “verificar a exe-quibilidade” da conclusão do projeto em 2015 como anunciado pelo Executivo.

Em comunicado, o deputado socia-lista eleito por Beja, Luís Pita Ameixa, justifica o pedido, que será feito no Parlamento, alegando que, após o anúncio do Governo, “é preciso concre-tizar o quando’ e o como’ das obras que falta realizar”.

A conclusão do projeto Alqueva, ini-cialmente prevista para 2025, foi revista pelo anterior governo PS para 2015 e, de-pois, antecipada para 2013, o que o atual Executivo PSD-CDS/PP já disse que “não é possível”.

No passado dia 30 de abril, em Beja, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho,

assumiu o compromisso do Governo de concluir as obras em 2015.

Segundo Luís Pita Ameixa, 2015 “já constituirá um atraso de dois anos em relação ao previsto” pelo anterior go-verno PS para a conclusão do projeto Alqueva.

Por outro lado, refere o deputado, “desde que o atual Governo PSD-CDS/PP tomou posse, nada foi feito em termos de continuidade do lançamento de obras”, o que “fica a marcar um ano perdido de-vido à manifesta impreparação e inca-pacidade da ministra da Agricultura”, Assunção Cristas.

Luís Pita Ameixa lembra que o atual Governo, através de Assunção Cristas, “começou a anunciar que não havia dinheiro para a conclusão do re-gadio de Alqueva e, com desfaçatez, foi retirando as verbas que existiam

adjudicadas ao projeto”.Agora, continua o deputado, a mi-

nistra “veio afirmar que o Alqueva é um dos fortes pilares que sustentam

um processo de desenvolvimento in-tegrado’ para a região e o projeto será concluído até 2015”.

“Isso é positivo, pois está a vir ao ca-minho certo, mas tal só foi possível de-vido ao protesto e aos argumentos da razão do PS e de outras entidades regio-nais, designadamente das associações representativas da agricultura”, refere o parlamentar.

O deputado mostra, contudo, “preo-cupação” por o bloco de rega Roxo-Sado “estar a ser abandonado” do projeto, o que inviabilizará os regadios de Rio de Moinho e de Vale de Zebro e a ligação de Alqueva ao sistema de Campilhas e a Morgavel, em Sines.

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Município bejense “repudia totalmente o acordo”

Beja considera “ilegítima” posição da ANMP e pede congresso extraordinário

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Arecba e freguesias de Beja promovem ações de sensibilização sobre eficácia energética A Agência Regional de Energia do Centro e Baixo Alentejo (Arecba) e a Associação de Freguesias da Cidade de Beja estão a promo-ver desde terça-feira, dia 12, nos bairros residenciais da cidade, “atividades de sensibilização em torno da eficiência energética”.

Esta ação surge na sequência de uma outra, realizada no dia 29 de maio, nas portas de Mértola em Beja, “na qual foi possível con-tactar com mais de 300 cidadãos, oferecendo informação sobre eficiência energética e lâmpadas economizadoras, em número de 900”, esclarecem os responsáveis, que lembram que “a efi-ciência energética constitui um dos grandes pilares de redução

de custos para famílias e instituições”. As próximas ações terão lugar no bairro da Conceição (hoje, sexta-feira, 17 horas), praça Fernando Lopes Graça (hoje, sexta-feira,18 horas), largo de Santo Amaro (sábado, 9 horas), largo dos Duques de Beja (sábado, 10 horas), Jardim do Bacalhau (sábado, 11 horas) e bairro Social Beja I (dia 18, 18 horas).

Representantes de 12 organismos nacionais e estrangeiros da

área da energia vão participar num workshop sobre os desafios

energéticos das infraestruturas de megaciência, como o telescópio

radioastronómico SKA, nos próximos dias 20 e 21 em Moura.

O workshop “Os desafios energéticos das infraestruturas de

megaciência: o exemplo do projeto SKA”, organizado pela

empresa municipal Lógica, de Moura, em parceria com o

Instituto de Telecomunicações de Aveiro, inclui debates de

temas como os desafios energéticos do projeto SKA e visitas,

nomeadamente à Central Solar Fotovoltaica de Amareleja

(Moura). O projeto SKA visa a instalação de um telescópio radio-

astronómico na África do Sul (dois terços das infraestruturas)

e na Austrália (um terço), sendo que alguns protótipos vão ser

instalados e testados na Herdade da Contenda, em Moura.

Workshop em Moura debate

desafios de infraestruturas

de megaciência

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A Câmara de Beja considerou esta se-mana “ilegítima” a posição do pre-sidente da Associação Nacional dos

Municípios Portugueses no acordo com o Governo para pagamento de dívidas e exigiu um congresso extraordinário para as autar-quias tomarem uma posição coletiva.

Numa tomada de posição aprovada na terça-feira em reunião de câmara, o município de Beja “repudia totalmente o acordo” e “ma-nifesta o seu descontentamento pela posição assumida ilegitimamente pelo presidente da ANMP”.

No documento, o município “exige a convocatória urgente de um congresso

extraordinário” da ANMP para que “todos os municípios” possam pronunciar-se e “tomar uma posição coletiva” sobre o acordo.

Segundo a posição da Câmara de Beja, o Governo, “a coberto da crise” e “com a cum-plicidade irresponsável e não legitimada da ANMP”, “desferiu mais um profundo golpe no poder local democrático” e “na sua autonomia”.

O Governo “desferiu” também “mais um pro-fundo golpe” na “capacidade das autarquias con-tinuarem a assegurar o exercício pleno das suas competências e responsabilidades na satisfação das necessidades das suas populações e no desen-volvimento local e regional”, refere a posição.

No passado dia 28 de maio, o Governo e a ANMP acordaram uma linha de crédito de mil milhões de euros para permitir o pagamento de dívidas a curto prazo das autarquias venci-das num prazo de 90 dias.

Três dias depois, a 31 de maio, o conselho geral da ANMP aprovou o acordo, resultante das conversações entre a direção e o Governo, e a convocação de um congresso extraordiná-rio, ainda sem data, mas para fazer “uma ava-liação extraordinária do que é o poder local”.

Entre outras matérias, o acordo prevê, como condição prévia de candidatura ao Programa de Apoio à Economia Local, que disponibiliza a linha de crédito, que as autarquias têm que

desistir de qualquer processo judicial contra o Estado ou de providências cautelares que te-nha interposto em áreas ou matérias tuteladas pelo memorando, como o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

O acordo prevê também que os municí-pios, sobretudo os que apresentavam dese-quilíbrio estrutural a 31 de dezembro de 2011, estão obrigados, no período abrangido pelo programa, a reduzir a despesa e a aumentar a receita, fixando as taxas máximas do IMI e da derrama e da participação no IRS.

Por outro lado, os municípios devem maximi-zar os preços cobrados, “através da reapreciação dos tarifários”, e otimizar a racionalizar taxas.

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Eleições para a Federação Distrital do PS são hoje

Pedro do Carmo e Hélder Guerreiro vão a votos

Pedro do Carmo, presidente da Câmara de Ourique, e Hélder Guerreiro, vereador na Câmara de

Odemira, são os dois candidatos à subs-tituição de Luís Pita Ameixa no cargo de presidente da Federação Distrital do PS, cujas eleições estão marcadas para hoje, sexta-feira.

As eleições para a distrital vão decor-rer em todas as secções do PS, em paralelo com a eleição dos delegados ao congresso federativo distrital marcado para dia 1 de julho, em Mértola.

Depois de Pita Ameixa ter conduzido

durante uma década os destinos do PS no distrito de Beja, a campanha decor-reu de forma intensa e participada, com ambos os candidatos a considerarem que o eleitorado socialista “saberá julgar” o trabalho realizado por cada uma das candidaturas.

Numa mensagem aos cerca de 900 filia-dos no PS no distrito de Beja com capaci-dade eleitoral, Pedro do Carmo – que é o primeiro subscritor da moção “Força PS! Somos o Baixo Alentejo!” – afirma pre-tender “um novo ciclo na liderança do Partido Socialista na região, onde todos

os militantes participarão e farão parte das soluções do futuro, a favor das pes-soas e do Baixo Alentejo” e diz que é pre-ciso gerar “novas ideias para que o Partido Socialista lidere a agenda política”.

Hélder Guerreiro, por seu turno, subs-creve a moção “Afirmar o Baixo Alentejo” e diz esperar uma “grande afluência” às urnas.

Em comunicado, o vereador da Câmara de Odemira escreve que “vamos vencer porque a nossa candidatura conseguiu ci-mentar, junto dos militantes, uma mobili-zação e uma energia positiva de vitória que ninguém vai conseguir parar”. CJ

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Seminário “Olivicultura: Fertilidade e Rega” No âmbito do Proder – Redes Temáticas, a Confederação Nacional de Jovens Agricultores e do Desenvolvimento Rural (CNJ), em parceria com a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa (Epdrs), promove no próximo dia 19, a partir das 14 e 30 horas, o seminário “Olivicultura – Fertilidade e Rega”, que

terá lugar na sala de conferências da escola. Com esta inicia-tiva, os parceiros pretendem “divulgar junto dos alunos e de to-dos os interessados localmente o conhecimento produzido que se refira às mudanças introduzidas pelas disponibilidades de água na região, mas também a melhor maneira de aproveitar esses recursos”. A organização lembra que “notícias recentes

parecem indicar que é na cultura do olival que essa transfor-mação está a acontecer de forma mais pronunciada do que noutros tipos de culturas. Isso acontece não só na conversão de sequeiro para regadio como também em número de novas plantações”. O seminário contará com as participações de José Manuel Nunes, Jorge Maia e Pepe Gonzalez Ocaña.

A Junta de Freguesia de Santo Agostinho, em Moura, entregou

esta semana os prémios de mérito escolar referentes ao ano letivo

2011/2012. Gheorghe Alexandru Olariu, da EB1 do Fojo, e Rita Marques

Lavadinho e José Guilherme Fabela Rodrigues Telo, da EB1 da Porta-

-Nova, foram eleitos os melhores alunos do presente ano letivo. O

melhor aluno da EB1 do Fojo recebeu 200 euros em material escolar e

os dois melhores alunos da EB1 da Porta-Nova 100 euros cada um.

Freguesia de Santo Agostinho

entregou prémios de mérito escolar

Iscte promove conferência sobre empreendedorismo no Baixo Alentejo“Empreendedorismo – Que Desafios para

o Desenvolvimento do (Baixo) Alentejo?” é

o título de uma conferência que terá lugar

hoje, sexta-feira, a partir das 9 e 30 horas, no

auditório da Biblioteca Municipal de Beja.

O evento é promovido pelo Iscte – Instituto

Universitário de Lisboa no âmbito das

comemorações do seu 40.º aniversário. A

conferência contará com as intervenções do

presidente da Câmara Municipal de Beja,

Jorge Pulido Valente; Cristina Almeida, do

Iscte – IUL; Filipe Pombeiro, presidente do

Nerbe; Luís Luz, coordenador do projeto

Myfarm.com do Instituto Politécnico de Beja;

Jorge Salvador, técnico superior da Câmara

Municipal de Vidigueira; Célia Dias, sócia-

-gerente da empresa Mestre Cacau; António

Silvestre Ferreira, proprietário da herdade

Vale da Rosa; e Jorge Benvinda, empresário e

vocalista da banda Virgem Suta.

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2012

Mais 350 beneficiários de RSI em três meses, só em Beja

Desemprego sobe 29,1 por cento

O desemprego registado em maio nos centros de emprego da região do Alentejo subiu acima dos 29 por

cento, comparativamente ao mesmo mês de 2011.

Os dados revelados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) dão conta de 27 917 inscritos, mais 6 287 do que há um ano. No entanto, face ao mês de abril, assistiu-se a uma redução de 4,1 por cento no número de inscrições, um cenário habitual devido ao trabalho sazonal.

As ofertas de emprego subiram 12,4 por cento em relação ao mês anterior, mas

desceram 4,2 por cento quando compara-das com o mês homólogo.

Quanto aos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), entre dezembro de 2011 e março de 2012, assistiu-se, em todo o Alentejo, a um aumento de 576 casos, atin-gindo o total de 16 211 indivíduos, informou a Secretaria de Estado da Segurança Social.

Em Beja passou-se de 6 013 benefici-ários para 6 364, um aumento de 4,9 por cento; em Évora a subida foi de 5,8 por cento (4 459/4 718); e em Portalegre assis-tiu-se a um recuo de 0,7 por cento, de 5 163 pra 5 129.

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Piscina de Aljustrel reabre hoje A Piscina Municipal de Aljustrel reabre hoje, sexta-feira, ao pú-blico. Para amanhã, sábado, está agendado um fes-tival aquático, a partir das 10 horas. Trata-se, de acordo com a câmara municipal local, “de uma grande festa aquática com insufláveis gigantes e animação

musical”. Durante a restante época balnear, lembra a autarquia, os utilizadores podem usufruir “de uma piscina com cerca de 1 000m2, de um tanque de apren-dizagem e de outro para bebés”. A piscina “dispõe ainda de um posto médico, biblioteca com jornais di-ários e livros de vários géneros literários”, para além

“de áreas específicas para deficientes, uma área de es-pectadores com bancada descoberta para 200 lugares sentados, bar, restaurante e centenas de metros qua-drados de relva e sombras”. A piscina funciona de terça a domingo, das 10 às 20 horas. O festival aquático tem entradas livres.

As Piscinas Municipais de Vidigueira

reabrem no próximo domingo, dia 17, para

mais uma época balnear. O equipamento

estará aberto de terça-feira a domingo, entre

as 10 e as 20 horas, encerrando à segunda-

-feira para limpeza. No primeiro dia de

abertura as entradas são gratuitas.

Piscinas Municipais

de Vidigueira reabrem no

domingo

Câmara de Odemira está mais simplificada

A Câmara Municipal de Odemira lançou

em 2010 o Programa de Simplificação

Administrativa Municipal, Odemira

Simplifica, cujo balanço de primeiro ano de

implementação “superou as expetativas”,

adianta. Em 2011 “foram concretizados

cinco projetos e 23 medidas, com o objetivo

de melhorar a satisfação dos munícipes,

empresas, associações ou coletividades”.

Para 2012 foram desenhadas 20 medidas e

dois projetos, “com destaque para a intranet

municipal, já implementada, a certificação

de qualidade e a desmaterialização dos

processos de gestão de várias áreas de ação

municipal (apoio escolar, atendimento,

cartão social, gestão de coletividades,

protocolos e reclamações) ”. No final do

primeiro semestre deste ano, “o programa

conhece bom nível de execução”, refere a

câmara. O programa prevê a implementação

de projetos transversais à organização

e de medidas sectoriais em três áreas de

intervenção.

Jovens cientistas na Escola Secundária de Odemira

Seis jovens alunos da Escola Secundária Dr.

Manuel Candeias Gonçalves, de Odemira,

conquistaram o 2.º prémio e uma menção

honrosa no 20.º Concurso de Jovens

Cientistas, que decorreu no âmbito da

Mostra Nacional de Ciência, no Museu da

Eletricidade, em Lisboa. O 2.º prémio, no

valor de 1 200 euros, foi atribuído ao projeto

“Impacto da flora invasora nos ecossistemas

ribeirinhos em Odemira”, da autoria dos

alunos Lúcia Martins, Daniel Silva e Marlieke

Pronk e que, juntamente com o 1.º prémio (de

Arouca, distrito de Aveiro), irão representar

Portugal na final europeia, no 24.º

Concurso Europeu para Jovens Cientistas,

que decorrerá entre 21 e 26 de setembro,

em Bratislava, Eslováquia. O projeto

“Recuperação de áreas invadidas por acacia

longifolia em Odemira”, da autoria de Ana

Correia, Milene Ramires e Mónica Raposo,

recebeu uma menção honrosa. Os dois

projetos distinguidos vão ainda representar

Portugal na Genius Olympiad 2012.

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2012

“No silêncio das casas” já teve dois concertos de apresentação

Paulo Ribeiro em versão caseira e intimista

O segundo álbum de originais do cantautor bejense surge de-pois de uma década de es-pera deliberada pelos “cúmpli-ces certos”. Nomes como Sara Côrte-Real, nos coros, Celina da Piedade, no acordeão, Viviane ou Zeca Medeiros, com quem in-terpreta dois duetos. Mais con-tido no plano instrumental e de temperamento “outonal”, “No silêncio das casas” revela um Paulo Ribeiro também letrista, produtor e arranjador.

Texto Carla Ferreira

Foto José Ferrolho

Uma década depois de “Aqui tão perto do sol”, Paulo Ribeiro deixa a largueza da

planície alentejana e o apelo dos ele-mentos da natureza para se refugiar na intimidade do lar, em silêncio. Talvez repousado naquela “salinha

de jantar” que era a da avó Mariana e que poderia bem ser a sala de outra qualquer matriarca. Estão lá as “loi-ças antigas”, as “duas velas sempre acesas”, “Nossa Senhora das Dores” e uma fé que se reacende sempre que a esperança se perde.

Cantautor bejense, que todos re-cordam como vocalista dos já ex-tintos Anonimato, Paulo Ribeiro es-perou uma década por um segundo álbum de originais, que leva o selo da Heaven Sound. Esperou mas não desesperou. Limitou-se a respeitar o tempo certo das coisas. Integrou pro-jetos paralelos – Mosto, Baile Popular, o espetáculo “Aldeia Nova”, uma ho-menagem a Manuel da Fonseca de que foi autor e diretor artístico – e foi ao encontro ou deixou-se encon-trar pelos “cúmplices certos”, ou-tros músicos que entendessem este “silêncio das casas” que dá nome ao disco. Foi assim que chegou a Sara Côrte-Real, voz residente de Os

Assessores, banda que acompanha Sérgio Godinho; a Celina da Piedade, acordeonista do Cinema Ensemble, de Rodrigo Leão; à cantora Viviane, com quem partilha o tema “O teu nome” com poema de Alexandre O’Neil; ou a Zeca Medeiros, o músico açoriano que empresta a voz áspera à faixa “Noite Luarenta”, um segundo dueto em torno das palavas do poeta António Gancho. Na banda deste tra-balho “mais contido” em termos ins-trumentais estão nomes como Mário Delgado (guitarras), Valter Rolo (piano), José Canha (contrabaixo) e Jorge Moniz (bateria e percussões).

“Levei algum tempo a encon-trar as pessoas certas mas preferi es-perar até encontrá-las”, confessa o músico, cujas “urgências” de cria-ção se têm sucedido num ritmo au-tónomo do mercado discográfico. “Devemos lançar um disco quando temos alguma coisa para dizer”, de-fende. E viver, já agora. Assimilar

aprendizagens, assumir talentos, aventurar-se. “É um disco que reflete uma série de vivências resultantes de uma certa maturidade. Não con-seguiria de certeza fazer este disco quando tinha 20 anos”, comenta, su-blinhando que esta é a primeira vez em que assume também, em parce-ria, a componente da produção e ar-ranjos musicais. Além da poética. Em 12 temas, apenas os dois já refe-ridos não têm a assinatura de Paulo Ribeiro.

Por comparação com o seu pri-meiro trabalho a solo, “um disco de ex-teriores”, “No silêncio das casas” é um projeto que vai beber de uma fonte cria-tiva mais íntima, onde moram as refle-xões e os balanços pessoais, numa al-ternância entre uma evidente “carga melancólica” e os laivos “de esperança e luminosidade” que nos são oferecidos em algumas canções. Está lá o amor – como contorná-lo? –, estão lá as rutu-ras, as memórias de infância, e questões

tão universais como o que é isto da vida e que papel nos cabe aqui, afinal. No fundo, concretiza, “eu não falo de coi-sas desconhecidas e nesse sentido é um disco que se aproxima das pessoas, que se liga profundamente aos outros. É um disco humanista, se quisermos”.

Depois de uma primeira apresen-tação na Fábrica do Braço de Prata, em Lisboa, ainda em maio, e de uma outra, há dias, no Be Jazz Café, Barreiro, “No silêncio das casas” tem já concerto confirmado em Beja, no próximo dia 22 de setembro, no âm-bito da programação do Pax Julia Teatro Municipal. A natureza “ou-tonal” do álbum determinará de-pois uma digressão por várias salas da região, uma vez terminado o ve-rão. Para já, fica uma dica do autor em jeito de “modo de usar”: “É um disco para se ir ouvindo, não é para se ouvir. Tem uma unidade, não são peças desirmanadas que se possam separar”.

12 Mostras de gado, máquinas agrícolas, produtos locais e artesanato,

workshops e espetáculos de música vão marcar a tradicional Feira

de São João da vila de Colos (Odemira), que vai decorrer entre os

próximos dias 22 e 24. A feira, que “aposta na dinamização do

setor pecuário” e em mostrar os produtos locais, é promovida

pela junta de freguesia e pela associação para o desenvolvimento

da freguesia de Colos, com o apoio de outras entidades.

Feirade São João

na vilade Colos

de 22 e 24

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“A conservação é ainda vista como um entrave ao desenvolvimento e produtividade”

Preservação da biodiversidade alentejana com um longo caminho a percorrer

Se a palavra abetarda não lhe é familiar, aflija-se. Sendo a mais pesada das aves euro-peias, mas também uma das mais difíceis de observar, as abetardas contam atualmente em Portugal com uma popu-lação de apenas 1 400 indiví-duos, pelo que se tem obser-vado um crescente no que toca à preservação desta espécie em vias de extinção.

Texto Ema Pimenta

As alterações às práticas agrí-colas, a caça furtiva e os ca-bos de alta tensão são apon-

tados como os principais fatores para a quebra exponencial da po-pulação de abetardas que se tem observado desde o século XIX, che-gando aos dias de hoje com apenas 40 mil aves em todo o mundo.

A educação para a prática de

uma atividade agrícola sustentá-vel e de coabitação com as espé-cies residentes torna-se essencial quando se observa por parte dos agricultores um abandono das áreas de pousio e o aumento dos regadios, o aumento da densi-dade do gado, ou a aposta na me-canização agrícola e utilização de pesticida, práticas que têm diretas e severas repercussões nas populações de abetardas.

Invertendo a tendência, os agricultores incluídos na Zona de Proteção Especial (ZPE) de Cuba adotaram, desde 2009, um conjunto de medidas para compatibilizar a produção agrí-cola com a conservação de aves estepárias, como a abertarda e o sisão, ao abrigo do acordo assinado com o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e Ordenamento do Território (GPP, ICNB, DRAP

Alentejo), EDIA e duas organi-zações não governamentais de ambiente (SPEA e LPN).

Com vista a monitorizar os progressos, o ICNB e a LPN abra-çaram o mote do, então a decor-rer, Festival Terras Sem Sombra, e promoveram no dia 10 de ju-nho uma ação de sensibilização na herdade da Apariça, uma das mais significativas áreas agríco-las da região de Beja, estendida ao longo de 2 000 hectares.

A sinalização de cercas para que se tornem mais visíveis para as aves em voo (potenciando desta forma uma redução da mortalidade por colisão), a cons-trução de passagens para as abe-tardas nas vedações de gado e a colocação de ninhos artificiais para o francelho (pequeno fal-cão migrador) foram gestos sim-bólicos de sensibilização para um comportamento mais sustentável

e consciente por parte dos agri-cultores face a esta causa.

Encimado pelo Conde de Ripalda, D. Amalio de Marichalarb, presidente do Fórum Mundial para a Sustentabilidade, e com ao presença alegórica do ator Luís Miguel Cintra – recém-nomeado “Melhor ator de teatro” pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), – estas “pequenas medidas” visam provar que é ver-dadeiramente possível desenvolver práticas de regadio ou de sequeiro com altos níveis de rentabilidade, em compatibilização com a conser-vação de aves estepárias.

Há ainda um longo caminho a percorrer mas tem sido evi-dente um esforço positivo no sentido de reverter a situação até então observada, numa al-tura em que a conservação, infe-lizmente, é ainda vista como um entrave ao desenvolvimento e produtividade.

13O Cineteatro Marques Duque, em Mértola, recebe amanhã, sábado, mais um

seminário dedicado à caça, cujos destaques são a perdiz vermelha, o coelho bravo

e o lince ibérico no concelho. O seminário está organizado em cinco painéis

que “irão abordar o futuro destas espécies, as doenças que as afetam e a caça

em campo”. Em debate estão também “a rola turca e o impacto da introdução

do lince ibérico no Parque Natural do Vale do Guadiana”. A organização do

seminário é da responsabilidade da Câmara Municipal de Mértola e da Fencaça.

Seminário em Mértola debate

perdiz vermelha, coelho bravo e

lince ibérico

Reportagem

As alterações às práticas agrícolas, a caça furtiva e os cabos de alta tensão são apontados como os principais fatores para a quebra exponencial da população de abetardas que se tem observado desde o século XIX

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Se hoje os Jogos Concelhios de Castro Verde têm como mascote uma abe-tarda desportista, sinal de que a

“rainha da estepe” continua bem viva e de saúde, é porque uma rara conjugação de es-forços teve lugar há perto de duas décadas, impedindo a f lorestação com eucalipto de uma vasta área agrícola, então nas mãos da indústria do papel. Desencadeada por uma organização não-governamental, a Liga para a Proteção da Natureza (LPN), a inter-venção teve a adesão dos decisores políticos, locais e nacionais, o apoio financeiro da Europa comunitária e mais tarde também o aval dos agricultores do Campo Branco, hoje mais de 150 envolvidos.

LPN protege aves ameaçadas combatendo desertificação

Não há abetardas sem Campo BrancoNo domingo, 17, assinala-se o Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação.

Uma data que diz muito à região alentejana, duplamente fustigada pela in-

clemência do clima e por recentes más práticas agrícolas que culminaram na

famosa Campanha do Trigo. E também um pretexto para uma visita ao Centro

de Educação Ambiental do Vale Gonçalinho, quartel-general da Liga para a

Proteção da Natureza em Castro Verde, a partir do qual zela pela manutenção

de espécies tão vulneráveis como a abetarda, o sisão ou o peneireiro-das-tor-

res, e do habitat que partilham. A provar que conservação da natureza e com-

bate à desertificação são duas faces da mesma moeda.

Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho

g ç g , gpara a Proteção da Natureza (LPN), a inter-venção teve a adesão dos decisores políticos,locais e nacionais, o apoio financeiro daEuropa comunitária e mais tarde tambémo aval dos agricultores do Campo Branco,hoje mais de 150 envolvidos.

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res, e do habitat que partilham. A provar que conservação da natureza e com-t

bate à desertificação são duas faces da mesma moeda.

Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho

Uma tão “invulgar” concertação de inte-resses que já por várias vezes o Plano Zonal de Castro Verde, medida agroambiental ela-borada especificamente para aquela região e em vigor desde 1995, “foi levado a Bruxelas como exemplo de uma muito boa ligação entre a conservação da natureza e a agricul-tura”, lembra a bióloga Rita Alcazar, coor-denadora do Centro de Educação Ambiental do Vale Gonçalinho (Ceavg), a funcionar há 12 anos numa herdade a poucos quilóme-tros da vila de Castro Verde. É importante não esquecer que praticar uma agricul-tura compatível com a conservação do pa-trimónio natural implica assumir compro-missos que trazem custos adicionais aos

Sisão(Tetrax tetrax)

Vulnerável Em Portugal, a quase totalidade da população está concentrada na região do Alentejo, com uma estimativa de aproximadamente 17 500 machos reprodutores.

A região do Campo Branco oscila entre a produção de

cereais e o pastoreio de gado em regime extensivo, o

que “garante que estas aves aqui continuem a existir”

Rita Alcazar❝

Cria de peneireiro-das-torres

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15Abetarda(Otis tarda)

Em perigoÉ a maior ave voadora da Europa, podendo os machos adultos che-gar aos 14 quilogramas. No Campo Branco, a população de abetardas tem vindo a aumentar e, em 2011, registaram-se cerca de 1 300 aves que correspondem a cerca de 85 por cento da população nacional.

agricultores, além de alguma perda de ren-dimento, que o Plano Zonal, enquanto ins-trumento financeiro, se propôs cobrir.

É no Ceavg, um monte “ecológico” im-plantado bem no coração da estepe cerealí-fera alentejana, que a LPN tem montado o seu quartel-general a partir do qual zela pela manutenção de aves estepárias, espécies tão vulneráveis como a emblemática abetarda e os não menos carismáticos sisão e penei-reiro-das-torres, assim como do habitat que partilham. Um trabalho já por diversas ve-zes premiado (projeto LIFE Estepárias), mas cujo reconhecimento maior é sentido na evolução, para o dobro e em alguns ca-sos para o triplo, das populações ameaça-das. “Em 1997 tínhamos à volta de 400 abe-tardas na região e neste momento andamos nas 1 300, o que corresponde a cerca de 85 por cento da população nacional”, conta-biliza a bióloga, orgulhosa, descrevendo as particularidades desta que está registada como a maior ave voadora da Europa: “Têm um comportamento social bastante mar-cado. São muito interessantes as paradas nupciais exuberantes que os machos execu-tam para cativar as fémeas, logo no princí-pio da primavera”.

Num contínuo de quase 60 mil hectares de planície, uma extensão ímpar em territó-rio português e, muito provavelmente, tam-bém a nível do continente europeu, a região do Campo Branco oscila entre a produção de cereais e o pastoreio de gado em regime ex-tensivo, o que “garante que estas aves aqui continuem a existir”, assegura Rita Alcazar. E, diríamos nós, quase com o estatuto de san-tuário nacional. É que, acrescenta a cientista, “esta é a comunidade de aves terrestres com maior proporção de espécies ameaçadas que nós temos em Portugal, e resulta justamente deste equilíbrio entre pastagens e cereal”.

Está então justificada a segunda frente de trabalho da LPN em Castro Verde. Além da proteção das aves, com medidas de que é exemplo a construção de torres para os peneireiros nidificarem (na foto), os “con-domínios de luxo” como se lhes refere a brincar, há que pensar também na “con-servação do solo”. Tanto mais por se tratar de uma zona de elevada suscetibilidade à seca e desertificação, cujos solos empobre-ceram significativamente, ficando ainda mais vulneráveis à erosão, depois da famosa Campanha do Trigo, a partir dos anos 30 do século XX. Daí que a própria LPN tenha optado por engrossar o número de agricul-tores que operam na região. Adquiriu seis propriedades agrícolas e, numa espécie de “campo experimental” com 1 800 hectares,

tem proposto aos “colegas” soluções para promover a reversão de processos como a desertificação e a perda de biodiversidade, visando em última instância o desenvolvi-mento sustentável.

Rita Alcazar exalta uma técnica inova-dora no combate à desertificação, que con-sistiu na “injeção” de lamas provenientes da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Castro Verde em profundidade no solo, como forma de acelerar a forma-ção do solo “em cerca de 10 vezes” e melho-rar as suas características físicas e quími-cas. Medidas para reduzir a erosão do solo, como a sementeira direta, ou para minimi-zar o risco de seca, como o desenvolvimento de charcas e bebedouros ou uma maior pre-servação das linhas de água, têm sido igual-mente testadas e sugeridas.

Outro aspeto que não pode ser esque-cido, dada a sua crescente expressão, é o ecoturismo enquanto alternativa de desen-volvimento local sustentável. “Há uma pro-cura bastante elevada de turistas para ob-servar estas aves no seu habitat natural e é um número que tem vindo a crescer, so-bretudo de visitantes estrangeiros e na sua maioria oriundos do Reino Unido”, informa Rita Alcazar. O Ceavg funciona assim como polo de acolhimento destes “turistas alta-mente especializados, que sabem muito bem o que querem ver”. E que depois se es-palham pelas unidades hoteleiras da região, usufruindo de outras ofertas patrimoniais e provando, como conclui a bióloga, que as “aves também podem trazer algum retorno financeiro”, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das populações locais.

Se a desertificação é, como ficou declarado na convenção das Nações Unidas de combate ao fenómeno, “a degradação da terra nas re-giões áridas, semiáridas e sub-húmidas se-cas, resultante de vários fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades huma-nas”, então há pelo menos uma variável que pode ser controlada. Projeções assentes em dados climáticos (Atlas Climático das Aves Nidificantes na Europa, de 2007), indicam que o Baixo Alentejo poderá tornar-se “inade-quado” para espécies como a abetarda e o si-são, que tenderão a migrar para norte. A co-ordenadora do Ceavg, pela parte que lhe toca, não arrisca cenários futuros. Prefere antes fa-lar do que sabe e ser otimista: “Se nós conse-guirmos continuar a trabalhar positivamente em termos de sustentabilidade, preservando o solo e minimizando o despovoamento, ou seja, na parte que nós conseguimos controlar, eu creio que conseguiremos manter este tipo de ecossistema e de habitat aqui na região”.

Peneireiro-das-torres(Falco naumanni)

Vulnerável Em Portugal, o peneireiro-das-torres nidifica maioritaria-mente no Baixo Alentejo. A Zona de Proteção Especial (ZPE) de Castro Verde alberga 80 por cento da população portuguesa.

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OpiniãoTroika– Um ano depois… Filipe Fialho Pombeiro Economista

O tempo passa, de facto, muito depressa mas neste caso não se pode dizer que não demos pelo tempo passar. A intervenção deste triunvirato e as medidas governamentais seguidas de acordo com o memorando fize-ram-se notar, e de que maneira, na vida das pessoas.

E o qual é o balanço que se pode fazer?

Do meu ponto de vista, e quase como em tudo na vida, exis-tem fatores de sucesso e outros com consequências trágicas para as empresas e para as pessoas.

É certo, inevitável e até bastante importante que se controle o défice e que se fizesse um esforço de consolidação orçamen-tal, na senda do previsto no acordo, não só para garantir a sus-tentabilidade do País, mas também para dar um imagem de responsabilidade para com os mercados. E aí, de uma forma geral, os objetivos foram cumpridos, alguns deles até acima das expetativas, o que é de louvar.

Também a melhoria da nossa balança comercial, dando es-pecial enfoque no aumento significativo das nossas exporta-ções, é um aspeto muito positivo e que se deve realçar.

Por outro lado, quando todo o País reclama pelo cresci-mento económico e pelo combate ao desemprego eis que surge um pacote de medidas para promover o empreendedorismo e a contratação de trabalhadores, tentando contrariar principal-mente o desemprego jovem.

Então e o que é que correu mal? A convergência foi feita à custa de medidas de austeridade, subidas de impostos e di-minuição do rendimento disponível das famílias. Tinha de ser assim? Tinha, mas deveria ter sido de forma mais suave e gradual.

Quando se avança com um pacote destes tem de se ter a no-ção de que vai existir uma contração enorme do consumo in-terno (que também explica parte do equilíbrio da balança co-mercial). Esta contração tem um efeito nefasto na economia, nas empresas que não são exportadoras e muitas acabam mesmo por não resistir e fechar.

É o chamado ajustamento. Mas este ajustamento, que se pensava que iria apenas afetar as empresas não viáveis, sem estrutura, que fazem concorrência às demais, foi muito mais longe do que se pensava e hoje afeta milhares de empresas que eram viáveis e que mantinham muitos postos de trabalho.

É aqui que, na minha opinião, reside o cerne da questão, o problema do desemprego não se resolve dando incentivos à contratação porque não existe nas empresas trabalho nem li-quidez para contratar, tem de se resolver a montante acabando com os fatores que levam a que diariamente fechem dezenas de empresas, aquelas que eram responsáveis pela maioria do em-prego em Portugal.

O crescimento do País não se resolve unicamente por via da exportação. Apenas 18 000 empresas em Portugal são exporta-doras e por muito que outras sigam o seu exemplo muitas não o poderão fazer, e é também necessário que a economia interna seja forte.

E aqui é importantíssimo resolver o problema do financia-mento das empresas. Não é admissível que enquanto a banca fecha a porta às empresas aumente exponencialmente o finan-ciamento às empresas, em especial ao setor dos transportes.

Chega-se ao ridículo de existir procura, encomendas feitas sem hipótese de serem satisfeitas porque as empresas não têm liquidez para comprar as matérias-primas necessárias.

Uma nota final para o aumento do IVA na restauração: foi um erro crasso e urge ser corrigido. É a estocada final a um se-tor em quebra e um convite à evasão fiscal. As únicas conse-quências que terá serão a falência das empresas, o aumento abismal do desemprego e a diminuição de receita fiscal.

6 de junho de 1944,o dia mais longopara o derrube de HitlerBeja Santos Defesa do consumidor

O Dia Mais Longo por Cornelius Ryan, Casa das Letras, 2012, con-tinua a ser um relato fresco, vibrante e como-vente de tudo o que se passou no Dia D.

Este livro é inegavel-mente um clássico, lê-se com o mesmo empolga-

mento como há 60 anos atrás. Cornelius Ryan especializou-se no relato suportado pela história oral dos protagonistas e por minu-ciosa investigação nos arquivos especializados. Ryan foi buscar o título do livro a uma observação do marechal Rommel ao seu ajudante de campo: “Acredite-me, as primeiras 24 horas da inva-são serão decisivas… Delas dependerá o destino da Alemanha… Tanto para os Aliados como para nós esse será o dia mais longo”.

Com efeito, a Operação Overlord começou 15 minutos depois da meia-noite desse dia 6 de junho, homens cuidadosamente es-colhidos e pertencentes a divisões aerotransportadas partiram para que um conjunto de batedores fosse balizar as zonas onde desceriam os para-quedistas e onde aterrariam os planadores que transportavam a infantaria. A batalha da Normandia es-tava em curso, estendeu-se por cinco praias com os nomes Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword.

Competia ao marechal Rommel o comando da mais terrível batalha da sua carreira, mais de meio milhão de homens man-tinham a Muralha do Atlântico, defendendo cerca de 1 500 km de costa, desde os diques da holanda até às praias meridionais da Bretanha.

As condições atmosféricas sobre a Mancha eram péssimas, os exércitos alemães andavam azafamados a colocar obstáculos pe-las praias, seria um trabalho insano até 20 de julho. Rommel pre-parou-se para viajar com dois objetivos: celebrar o aniversário de casamento em casa e partir ao encontro de Hitler.

Como num romance, embrincam-se factos do lado dos Aliados e do lado dos alemães: as escutas; a espionagem dos sub-marinos de algibeira junto à costa normanda; um criador de pa-lavras cruzadas inglês é interrogado porque em maio usara a palavra Overlord; o ambiente no quartel-general aliado; a apre-sentação do dispositivo invasor; o ambiente dentro das manchas, milhares e milhares de soldados encharcados a aguardar o início da missão; a estupefação dos civis franceses quando, depois dos bombardeamentos veem chegar os planadores; a deteção da se-gunda mensagem que anunciava o princípio da invasão, a con-tinuação do poema de Verlaine: “Blessent mon coeur d’une lan-gueur monotone”. Os alemães desconfiam, pensam de tratar-se de uma manobra de diversão, o mesmo se passará com Hitler.

O ponto fulcral da obra é o desembarque, com peripécias es-pantosas, praias cheias de sangue, contingentes militares per-didos, os exércitos alemães vacilantes nuns casos, outros co-rajosamente nas praias, atrás de canhões e metralhadoras. Na generalidade dos casos, a resistência alemã irá ser batida ao longo do dia. O 7.º Exército alemão irá intervir tardiamente, em muitos

casos não poderá resistir à avalanche demolidora da artilharia norte-americana e britânica. Rommel está de volta.

O dia fora muito longo, não se podia suster a invasão, mês e meio depois os Aliados estarão em Paris, a ofensiva é imparável.

Impressiona muito ler este livro, repito, resistiu às ru-gas do tempo, é grandioso na sua simplicidade. Alguém escreveu que se tratava de “Um memorial vivo para os homens que morreram nesse dia numa narrativa emocio-nante e aterrorizadora”. É verdade que outros vieram repor com mais cuidado a parte alemã, mas a saga contada por Cornelius Ryan é portentosa pelos cuidados expostos numa gesta gloriosa onde os sobreviventes puderam depor e con-firmar as vicissitudes desse dia muito longo que contribuiu, a prazo, para o fim do Terceiro Reich.

Jovens e velhosAna Paula Figueira Docente do ensino superior

O Parlamento Europeu con-siderou 2012 como o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações. Parece-me pois, muito oportuno, falar de juventude e de velhice… e de saudade e de esperança, os dois marcos que delimi-tam o presente de cada vida,

com enfases normalmente distintos, trate-se de um jovem ou de um velho.

Os jovens são, naturalmente, egoístas e egocêntricos, centram os pensamentos e desafios em si próprios, pensam que são eternos e, por isso, falam da morte mas não pen-sam nela; esta é a altura mais propícia para se aprender… a ser sábio, de preferência! Pelo contrário, os velhos são altru-ístas, já passaram por inúmeras experiências que lhes de-verão ter conferido a tal sabedoria que, a seguir, deve ser posta em prática… a busca incessante da verdade perde im-portância e é substituída pelo encontro com o Amor, como princípio; pensam na morte sem necessidade de falar dela: já perceberam que o fim vai chegar e necessitam, pois, de procurar uma outra eternidade, que ofereça um sentido ao seu dia a dia e a tudo aquilo que, de bom e mau, os rodeia.

Envelhecer é, pois, um processo incontornável e natural, cuja consciência começa quando se percebe que tudo é efé-mero! Os anos passam e o corpo envelhece: surgem as ru-gas, as dores e as maleitas… e a consciência que se é um ser mortal! O envelhecimento da alma pode, ou não, acompa-nhar este processo, e é neste ponto exactamente que quero chamar a atenção dos meus leitores: só se envelhece, verda-deiramente, quando a alma perde a memória e não busca o desejo e o prazer! Contenta-se com as recordações e, eventu-almente, com a vaidade! Cada dia é, tão-somente, mais um dia, sem inesperados, surpresas ou imprevistos… bons ou maus!

Por tudo isto, no ano que agora se comemora, e que pre-tende significar “para as pessoas mais velhas a oportuni-dade de continuarem a trabalhar e partilharem as suas ex-periências, de continuarem a desempenhar um papel activo na sociedade e de viverem as suas vidas de maneira saudá-vel, independente e preenchida”, apelo a que encarem o en-velhecimento, aprendendo sempre muitas coisas, tal como Sólon insistentemente repetia; se a saudade aumenta, a es-perança (seja no que for) não pode diminuir! É isso que faz a diferença entre estar vivo ou morto… em vida!

Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

16 Foi ontem que se celebrou o Dia Mundial do DADOR DE SANGUE. Foi ontem, é hoje, deveria de ser todos os dias, o Dia

do Dador de Sangue. Esse ser altruísta, abnegado, anónimo que, por impulso próprio, se dedica a salvar vidas. Qualquer vida. Pena é que nem aqui o Governo tenha tido um pingo de bom-senso, ao retirar a isenção das taxas moderadoras na saúde a quem tanto dá. PB

[Contra a Alemanha] dá-me ideia que perdemos (é na pri-meira pessoa do plural, não é?). Depois ouvi o Paulo Bento a explicar que sucede sempre jogarmos bem e perdermos. Não percebi, mas eu não percebo nada de futebol. Fernanda Câncio, “Diário de Notícias”, 12 de junho de 2012

Sou sensível ao argumento de que os portugueses precisam de uma alegria, mas temo que um bom desempenho possa “alienar” ainda mais os “tugas” dos problemas do País e das trapalhadas e omissões do Governo. E se há alguém que seguramente não merece que Portugal vá longe, é Miguel Relvas. João d’Espiney, “Público”, 12 de junho de 2012

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17Há municípios, Beja e Ferreira, para já, que, com alguma razão, se sentem excluídos do grupo de trabalho que o

Governo, na passada semana, criou para repensar o AEROPORTO de Beja. Embora estas e todas as demais autarquias do Baixo Alentejo estejam representadas pela sua associação, a Ambaal. E neste assunto, como noutros de igual importância para a região, o que é necessário é menos conversa e mais ação. PB

E no domingo assinala-se o Dia Mundial Contra a Seca e a Desertificação. Nesta edição do “DA”, em vez de

politizarmos a questão, decidimos ver com os nossos próprios olhos o trabalho minucioso que, nesta matéria, está a ser feito no VALE GONÇALINHO e também fomos em busca das abetardas com a família do Terras Sem Sombra. PB

Há 50 anosA “Brasília Portuguesa”em Milfontes

“Um comunicado da P.I.D.E. so-bre os recentes acontecimen-tos com estudantes” era o tí-

tulo de uma lacónica notícia que o “Diário do Alentejo” publicava ao alto da primeira pá-gina da edição de 13 de junho de 1962. Seis linhas a uma coluna completavam a infor-mação: “Segundo tornou público a Polícia Internacional e de Defesa do Estado, nos re-centes tumultos e greves da massa estudan-til houve participação activa de elementos do Partido Comunista Português.” Mais nada.

Por esses dias, o jornal incluía pequenas in-formações locais e regionais (“Incêndio numa seara da freguesia de Ervidel”, “Descarrilou ontem à saída de Vendas Novas o ‘rápido’ Beja-Lisboa”, “Foi pescado no rio Guadiana um barbo com 14 quilos”), do País (“O aniver-sário da eleição presidencial do Sr. Almirante Américo Tomás”, “[O engenheiro Jorge Jardim] Agraciado com o Grande Oficialato da Ordem do Império”, “A memória de Júlio Dantas evocada na Academia das Ciências”) e do estrangeiro (“O Iraque e os Estados Unidos cortaram relações diplomáticas”, “Kennedy dá explicações sobre a sua administração”, “O ‘Exército secreto’ [na Argélia] chegou ao paro-xismo do crime: envenenar crianças”).

E havia, com honras de “Nota do Dia”, uma notícia com “muito de imprevisto, mesmo de sensacional”, que “não peca por fantasista” e que o jornal garantia ser “exacta, assentando em informações absolutamente seguras”: “Perto de Vila Nova de Milfontes vai ser cons-truída a ‘Brasília Portuguesa’”. Ora leiam:

“(...) Uma iniciativa, que marca pela origi-nalidade, que visa certamente a objectivo co-merciais mas que nem por isso deixa de inte-ressar grandemente ao futuro, á valorização do Baixo Alentejo, vai dotar a nossa província com uma pequena cidade cem por cento mo-derna, uma cidade que será uma autêntica ré-plica da nova capital do Brasil – Brasília.

Esclareçamos: um grupo de capitalistas brasileiros, inspirado na ideia da edificação, no seu país, da ‘Nova Goa’, decidiu-se a cons-truir em Portugal uma ‘Nova Brasília’. A esco-lha, ao cabo de vários estudos, incidiu numa área a cerca de 4 quilómetros da praia de Vila Nova de Milfontes. Imediatamente se inicia-ram as negociações para a compra dos terre-nos, que já foram concretizadas, estando ga-rantida a aquisição de 140 hectares. Vai agora ser levantada a planta topográfica, para a ela-boração do respectivo projecto, que incluirá a construção de bairros residenciais, hotéis, piscinas e até, ao que consta, um Palácio de Imprensa. Por outro lado, será construída uma auto-estrada de acesso á ‘cidadezinha’, que terá duas pistas. (...)”

Um brevíssimo comentário, meio século depois: as vigarices em torno da especula-ção imobiliária, mascaradas de “projectos de desenvolvimento” e amplamente publicita-das pela imprensa, já são antigas também no Alentejo...

Carlos Lopes Pereira

Cartas ao diretor

A histórianão se apagaManuel Dias Horta Beja

É universalmente aceite que quanto maior for a distância temporal do observador ao facto histórico, maior será a niti-dez interpretativa desse facto e maior será, também, a vero-similhança com o que teria acontecido.

Assim, estaremos já, em condições de avaliar o desempe-nho das Forças Armadas Portuguesas (expurgadas dos que fugiram, de SUVs, de outras bandalheiras e até de vendilhões do templo e da alma), numa guerra que mantiveram durante 13 anos. Lá fora o serviço está feito, basta constatar o elogio de outras congéneres à maneira como os portugueses conduzi-ram o conflito, como utilizaram a tática e a estratégia numa guerra onde se mata e se foge. Cá dentro, a honra e o respeito pelas suas Forças Armadas é testemunhado na proliferação de lápides, obeliscos, estátuas e monumentos que se levantam por esse país fora e onde se respeita a memória dos que pere-ceram ao serviço da sua Pátria.

Inexplicavelmente, nesta cidade onde coabitam alegre-mente cristãos novos e velhos paroquianos esta temática pa-rece ter sido bloqueada.

Louvo e saúdo a meia dúzia de cidadãos que em seu nome ou das instituições que representam romperam com um descabido e assaloiado “orgulhosamente sós” e patroci-nam o levantamento dum monumento ao valoroso soldado português.

Desejo que o barco onde navegam estes cidadãos de Beja não encalhe nem pare e que o monumento seja em breve uma realidade, colocado num jardim, numa avenida, ou, por ventura, numa rotunda.

Vi-os desfilar no dia de Portugal, com garbo, como sem-pre. Eram os moços do meu tempo, a geração da guerra. Fizemos o que devíamos ter feito, fomos os soldados de Portugal. Que dignidade! Bendita Pátria!...

Por cada Conde Andeiro, por cada Miguel de Vasconcelos, houve sempre um Mestre de Avis ou um Duque de Bragança e assim será.

Sem complexos, honremos, pois, os nossos antepassados.

“Diário do Alentejo” 1Francisco Raimundo Beja

Pela homenagem do 80.º aniversário do jornal “Diário do Alentejo” tenho o prazer de vir por este meio felicitá-lo por esta gloriosa data, desejando que o “Diário do Alentejo” te-nha uma longa vida.

Com os meus melhores cumprimentos, desejando boa saúde.

“Diário do Alentejo” 2Francisco Amaro Massamá

Estou inibido, por motivos técnicos que escapam à minha ignorância, de mandar telegramas e por isso lhe escrevo estas linhas de felicitações pelos 80 anos do seu “Diário

do Alentejo”. Em 1932, quando o jornal nasceu, teria eu nove ou 10 anos, mas lembro-me perfeitamente de na far-mácia Moura, da nossa terra, ouvir o dr. António Lopes Guerra (que provavelmente não seria ainda médico) co-mentar o aparecimento do “Diário do Alentejo”. Depois… como esquecer os artigos do Julião Quintinha, que foi o colaborador mais assíduo e mais literário – no melhor sen-tido! – do seu diário? Como esquecer M. de Melo Garrido, ao lado de quem me iniciei – pobre repórter-criança! – no “jornalismo”?...

Enfim, apresso-me a mandar-lhe um comovido abraço amigo e desejo que continue à frente do “Diário do Alentejo”, a realizar números magníficos como o que re-cebi agora.

Abraço e muitos parabéns.

O seloLuís Dinis Beja

Beja está de parabéns! Herdou do antigo executivo a in-tenção de se transformar em cidade moderna, cidade limpa, cidade de avenidas, jardins e arruamentos do mais fino mármore. Está de parabéns, ainda que, por aqui e ali, sejam visíveis fortes danos nesta caríssima pedra de Trigaches; ainda que, aqui e ali, se encontre um ou outro dejeto no chão. Está de parabéns porque se tornou muito moderna, esqueceu o seu passado mais glorioso e tem o seu museu regional completamente lançado a um destino incerto. Uma cidade inteiramente de parabéns, que se volta hoje em dia para festivais mo-dernos, onde se prova muito e bebe pouco vinho.

Se esta era a cidade que um dia o povo pretendeu? Aí a têm, orgulhosamente moderna, capital de distrito, que se importa pouco com necrópoles, com silos árabes, com museus, com castelos, porque tudo isto são trapos velhos, trapos gastos, trapos sem interesse.

Beja e os seus ilustres habitantes estão realmente de parabéns, conseguiram criar uma capital de distrito sem comboio, sem futuro e sem passado.

Estarão alguns a pensar, então e o selo? Comprar um selo é e sempre foi um gesto simples e ainda necessá-rio, mesmo em cidades modernas, mas estamos mesmo de parabéns porque em Beja comprar um selo é tarefa quase impossível, sinal inequívoco da mais requintada modernidade.

OlivençaManuel Jesus Sánchez Fernández (ou Fernandes) Catalunha

Os meus parabéns pela reportagem sobre Olivença.Sou catalão de origens oliventinas e membro fun-

dador do “Além Guadiana” (cujo blogue giro). Estudei os subdialetos oliventinos (o espanhol estremenho oliventino e o português alentejano oliventino).

Quanto ao que escreve no jornal, só uma coisa: os oliventinos em geral (e, deles, quase todos os oli-ventinos lusófonos) não são “espanhóis de gema” nem “de cepa”. Os oliventinos são espanhóis de ori-gem portuguesa ou portugueses espanholizados (ou portugueses espanhóis ou espanhóis portugueses). Repare só nos apelidos: apelidos portugueses espa-nholizados. Quer dizer, os nossos avós eram portu-gueses quase todos. O que mudou não foi a popula-ção: mudou a raia.

Quem tem juízo, sabe muito bem que o circo em que a Seleção é passeada antes das competições, a diarreia pa-triótica de que é alvo e o exibicionismo ridículo em que os jogadores se deleitam, não sei se prejudica ou não a concentração, mas que vai irritando cada vez mais, isso vai. Miguel Sousa tavares, “A Bola”, 12 de junho de 2012

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Desporto

O Campeonato Nacional de Kayak Mar, prova organizada pelo Clube Náutico de Milfontes e pela Federação Portuguesa de Canoagem, decorreu en-tre a praia da Franquia, em Vila Nova de Milfontes, e a praia da Zambujeira (Entrada da Barca).

Texto e foto Firmino Paixão

Uma competição de 23 qui-lómetros em linha de costa com influência da corrente

marítima e do vento, disputada em 15 regatas para as categorias de K1 e K2 nos escalões de juniores, senio-res e veteranos (123 embarcações). O Clube Naval de Sesimbra ven-ceu coletivamente. O Clube Fluvial Odemirense e o Clube Naval de Milfontes foram as duas coletivida-des alentejanas em competição, des-tacando-se o terceiro lugar obtido pela tripulação Sérgio Jesus/Nuno Silva (Milfontes) em K2 sénior.

O vice-presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, Vítor Félix, revelou que a competição foi muito bem-sucedida relativamente àquilo que eram as expectativas: “O balanço final é bastante positivo, no ano passado já tínhamos feito aqui a Taça de Portugal, numa versão mais

curta, com K1 e K2 no mesmo dia. O campeonato nacional já no ano pas-sado teve este formato, um dia os K1, embarcações monolugares, e no se-gundo dia o K2, embarcações biluga-res. Tivemos dois dias excelentes, se bem que com condições diferentes. No sábado tivemos o mar com bas-tante ondulação mas havia sol, na se-gunda jornada havia nevoeiro mas o mar tinha melhores condições”.

Não tendo as condições de visi-bilidade sido as ideais, o dirigente revelou, contudo, que a segurança nunca esteve em causa: “Tivemos alguns receios na hora da partida, face às condições meteorológicas, que não permitiam muita visibili-dade, mas tivemos o aval na Polícia Marítima que nos permitiu fazer a prova em excelentes condições de segurança, essas eram as principais preocupações da federação e tam-bém do clube organizador, o Clube Náutico de Milfontes, que também está de parabéns e também o muni-cípio de Odemira que deu um exce-lente apoio à organização”.

Porque a prova se inseriu tam-bém nas Brisas do Atlântico, Vítor Félix sustentou que esta modalidade voltará à costa alentejana nos pró-ximos anos: “É uma excelente par-ceria porque esta prova foi inserida

numa organização mais vasta, mul-tidisciplinar que consegue trazer aqui milhares de pessoas num fim de semana”.

O presidente do Clube Náutico de Milfontes, Francisco Aires, partilhou da mesma opinião, comentando po-sitivamente a organização que o seu clube liderou: “Acho que as coisas correm todas muito bem”. E disse: “É uma prova em que os atletas têm que contar com as adversidades do mar, que às vezes dá mais competitividade às regatas, mas entendemos que foi uma boa promoção da nossa região e das excelentes condições naturais que dispomos para estas realizações. A prova está a crescer, quer em nú-mero de atletas quer em qualidade, e isso deixa-nos felizes”.

O objetivo do Náutico de Milfontes é manter estas organiza-ções: “Queremos manter uma liga-ção que nos permita ir aqui reali-zando provas e tentarmos crescer, para podermos aqui receber provas de nível internacional. A ideia que temos é essa, vamos ver como é que esses processos se desenvolvem no futuro”, diz o presidente.

Na hora de contabilizar os apoios, Francisco Aires confes-sou: “São organizações pesadas ao nível logístico, mas a Câmara

Municipal de Odemira tem-se em-penhado muito em que tudo corra bem. Tivemos ainda o apoio da fe-deração, das equipas de resgate do Instituto de Socorros a Náufragos, da Polícia Marítima e dos corpos de Bombeiros de Odemira e Milfontes. O nosso clube também esteve no ativo, todos fizemos o melhor que sabíamos e podíamos, daí as coi-sas terem corrido bem”. Avaliando a prestação dos seus atletas, o diri-gente disse: “O Náutico de Milfontes tem cerca de 80 atletas, não só nesta disciplina, e neste campeonato na-cional tivemos nas regatas de K1 um atleta em 5.º lugar, no K2 fizemos 3.º lugar e um 6.º no K2 misto”. E con-cluiu: “Vamos tentando melhorar a nossa qualidade, quer ao nível do Clube Náutico de Milfontes (6.º lu-gar no campeonato), quer no Fluvial de Odemira (15.º lugar), que são os dois clubes que praticam estas mo-dalidades no nosso concelho”.

Resultados K1 sénior: 5.º Nuno Brandão (Milfontes); 12.º Sérgio Jesus (Milfontes); 13.º Nuno Silva (Milfontes); 22.º Filipe Correia (Odemirense). K2 sénior: 3.º Sérgio Jesus/Nuno Silva (Milfontes); K2 misto: 7.º Maria Luís/Miguel Amador (Milfontes).

K2 de Milfontes no pódio do nacional de kayak mar

O sonho da internacionalização

Campeonato Nacional de Kayak Mar K2 do Naútico de Milfontes (Sérgio JesusNuno Silva) ficou em terceiro lugar na regata

Atletismo Paulo Gomes venceu no Mendro

Paulo Gomes (individual) ganhou a 26.ª Escalada do Mendro, cumprindo o percurso de 10 quilómetros com o registo de 36,56’, menos 7’’ que o portalegrense Bruno Paixão e menos 1,06’ que Carlos Silva, do Sporting Clube de Portugal. Foi o terceiro triunfo de Paulo Gomes nesta competição, em que estavam inscritos cerca de 350 atletas (só 333 concluíram a prova) em representação de 26 equipas. Paralelamente realizaram-se provas para os escalões jovens e uma caminhada de sete quilómetros, elevando os níveis de adesão a cerca de 800 participantes. No final da prova, pontuável para o Circuito Nacional de Montanha 2012, Paulo Gomes referiu: “É uma prova muito bonita, é pena não conseguirmos apreciar a paisagem como devíamos, mas temos que ir concentrados na competição. Já venci esta prova por três vezes, mas só duas é que valeram, porque na terceira houve um erro da organização, por causa de um engano de percurso, e foi-me retirada a vitória, por isso vinha com muita vontade de ganhar a terceira e esta foi limpa”. O atleta achou a prova “muito dura, muito competitiva”: “Os adversários que aqui estiveram são muito fortes e especialistas neste tipo de terreno, mas acabei por impor a minha superioridade na parte final e ganhei”. Destaque ainda para o segundo lugar do portalegrense Bruno Paixão, que superou o credenciado sportinguista Carlos Silva. O melhor atleta do distrito de Beja foi João “Mega” Figueiredo, do Clube Natureza de Alvito, que entrou no 9.º lugar, três lugares acima do seu colega de equipa Carlos Papacinza,

campeão distrital de montanha.

Andebol Zona Azul venceu na despedidaA Zona Azul concluiu o Nacional da

3.ª Divisão de Seniores Masculinos

com um triunfo sobre a formação

do Módicus de Sandim (26/24).

Chegou ao fim uma temporada em

que a equipa bejense foi muito bem -

-sucedida na primeira fase da prova,

terminando no primeiro lugar,

e menos feliz na fase final, já em

confronto com um calendário que

obrigou a equipa a deslocações muito

difíceis para jogar contra adversários

de outros recursos. A classificação

final foi a seguinte: 1.º Boa Hora, 28

pontos; 2.º Módicus, 21; 3.º Ílhavo, 19;

4.º Samora Correia, 19; 5.º Zona Azul,

18; e 6.º Monte, 15.

O gabinete de apoio às atividades desportivas do Instituto Politécnico

de Beja organiza amanhã, sábado, uma ação de formação de futsal,

denominada “Organização de jogo: ofensiva/defensiva”, que será

ministrada por Jorge Braz, selecionador nacional da modalidade. O

evento decorrerá no Pavilhão da Escola de Santa Maria, entre as 9 e 30

e as 12 e 30 horas, e tem o apoio da Associação de Futebol de Beja.

Ação de formação em futsal no

IPBeja

Sub/14 em Olhão A seleção sub/14 da Associação de Futebol de Beja participou com as seleções do Algarve e de Setúbal, e ainda com o Olhanense, no torneio Olhão da Restauração – 2012. A equipa bejense per-deu com a seleção algarvia (1/0) e empatou a uma bola com o Olhanense (4/6 gp), classificando-se no quarto lugar. A AF Algarve venceu o torneio.

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O desporto, o convívio e o espírito de missão

Brisas de solidariedade nas ondas do Atlântico

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Mais de um milhar de pes-soas participaram nas Brisas do Atlântico 2012, evento mul-tidisciplinar organizado pela Câmara Municipal de Odemira sob o lema “Um percurso, uma corrida, um convívio, uma pre-ocupação, uma missão”.

Texto e fotos Firmino Paixão

Um mar de gente a cami-nhar, a correr, a pedalar, a patinar e a remar entre

Almograve e Zambujeira do Mar. É este o retrato fiel de mais uma edição das Brisas do Atlântico, que terminaram com um ani-mado convívio entre todos os par-

ticipantes. Uma verdadeira festa do desporto no litoral alentejano.

Hélder Guerreiro, vice-presi-dente do município de Odemira, comungou dessa ideia: “Claro que este é um evento organizado muito mais numa lógica de festa, porque acaba por ter um elevado número de participantes que vêm pelo pas-seio, pelo convívio e pela prática de hábitos saudáveis de vida, muito mais forte do que propriamente a vertente competitiva”. E subli-nhando a elevada participação, re-velou: “Este ano, do ponto de vista do número de inscritos nas Brisas do Atlântico, tivemos mais do que no ano passado, ultrapassámos os 1 100 concorrentes”.

O menu desportivo do evento foi variado – patinagem de velo-cidade, cicloturismo, BTT, atle-tismo, desporto adaptado, pedes-trianismo e kayak mar –, tendo o autarca frisado: “Temos a par-ticipação das federações, o que é ótimo. É uma área onde queremos continuar a melhorar e as Brisas do Atlântico são claramente uma prova desportiva em que nós mais queremos apostar no futuro, pe-las condições que tem, pela natu-reza que tem, pluridisciplinar, por ser uma festa, no dia 10 de junho, que é importante para celebramos Portugal e os portugueses”.

As Brisas do Atlântico têm, desde o seu início, um espírito de

ajuda a causas sociais e o verea-dor do pelouro afirmou: “A grande adesão das pessoas a esta festa é porque as Brisas têm uma compo-nente de missão na área social. A verba das inscrições nunca foi para os cofres da câmara municipal, foi sempre para uma causa e, na lógica de termos também a participação das pessoas, dos cinco euros de ins-crição um reverte para a Associação 1 Euro para causas a nível nacional e os outros quatro revertem para cau-sas locais”. E revelou: “Neste caso re-verteu para o projeto de construção do lar da Associação de Paralisia Cerebral de Odemira. Toda a verba apurada será para eles. Esperemos que para o ano apareçam mais

projetos, porque é nesta senda de missão e de boas práticas que nós queremos continuar com o des-porto em Odemira”. “No futuro queremos que este evento conti-nue a crescer e com isso aumentar-mos também a qualidade daquilo que temos para oferecer às pessoas que nos visitam só porque existem as Brisas do Atlântico”, concluiu Hélder Guerreiro.

Uma prova que alia o lazer à competição, e o convívio à soli-dariedade, com exemplos de boas práticas desportivas. São elos muito bem-sucedidos, perfuma-dos pela maresia da magnífica orla atlântica, entre Almograve e Zambujeira.

Atletismo Caminhada

Patinagem de velocidade Desporto adaptado

Atletismo Luís Feiteira venceu Brisas O atleta Luís Feiteira (indivi-dual) venceu a edição 2012 das Brisas do Atlântico percorrendo os 20 quilóme-tros entre Almograve e Zambujeira no tempo de 1.01.17h. João Cruz (11.º) e Rui Fontes (14.º), ambos do Beja Atlético Clube, foram os melhores atletas do dis-trito. No setor feminino a vitória sorriu à atleta Anabela Tavares (Águias Unidas), com o registo de 1.16.49h. Concluíram a prova cerca de uma centena de atletas. Resultados de outros escalões: veteranos 1 – 1.º Luís Lima (Oeiras). Veteranos

2: 1.º José Inácio (Reboleira). Veteranos 3: 1.º Alexandre Soares (Porto Salvo). Veteranos 4: 1.º Silvestre Gomes (Odimarq). Veteranos 5: 1.º José Inocêncio (indi-vidual). Veteranos femininos: 1.º Alice Basílio (Mafra). Desporto adaptado – ce-gos: 1.º Nuno Alves (Alto do Moinho); amblíopes: 1.º Jorge Pina (Carmanal); sur-dos: 1.º Messias Dias (individual); mentais: 1.º Paulo Pinheiro (Maratona): cadeira de rodas: 1.º Eduardo Bacalhau (individual). Estafetas mistas: 1.º NDC Odemira (Pedro Poeira, Fábio Batista, Raul Lourenço e Ana Catarina).

Os Campeonatos Distritais de Infantis e Juvenis (a realizar amanhã) e os Campeonatos

Distritais Absolutos e Veteranos (no domingo) encerram o calendário competitivo

2012 da Associação de Atletismo de Beja, ainda que alguns atletas prossigam a

sua preparação tendo em vista os Nacionais de Juniores, Sub/23 e Campeonatos de

Portugal. As duas reuniões terão lugar na pista de atletismo Fernando Mamede.

Atletismo Distritais

de infantis e juvenis

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Aldeia Nova de São Bento, hoje vila, é uma urbe onde o futebol ditou parâmetros sempre inimagináveis. Na década de 1920, do século passado, um grupo de rapazes, todos estudantes, levaram para a localidade alentejana o chamado jogo da bola. Reza a história que o grupo terá fundado o Aldenovense Foot-Ball Clube, sendo a sua iniciativa extensiva a jovens que exerciam funções laborais em áreas distintas. Proliferaram então grupos populares enquadrados com as respetivas profissões: sapateiros, trabalhadores rurais, caixeiros, barbeiros, entre outros. Nesta fase áurea, conta o fenómeno futebolístico regional de Beja que no mês de fevereiro de 1924 o Aldenovense foi de abalada até à vizinha Paimogo, povoação fronteiriça espanhola, e brindou a turma anfitriã com a volumosa marca de 8-0. Um estrondo na altura. Todavia, a novidade não se ficava por aí já que o derby assumiu, também, um carácter especial, ficando o registo que o Aldenovense foi o primeiro clube do distrito a disputar um jogo “internacional”. O feito, aliás, mereceu honras de Espanha, sendo os jogadores aldenovenses conduzidos ao rubro. A comitiva foi presenteada com uma semana de festa, o que levou os familiares dos atletas portugueses a recorrerem às autoridades para saberem alvíssaras dos seus entes queridos. Comentava-se, à época, que o apronto foi depois obsequiado com uma banda de música, bailes, beberetes e uma festa de arromba. O regresso à aldeia francamente ovacionado, não obstante as silhuetas dos jovens jogadores evidenciarem um cansaço determinantemente percetível. Ainda assim os seus corpos joviais adaptaram-se ao rigor das noitadas e às vicissitudes de um tempo sem tempo. Da proeza ficou o batismo internacional do Aldenovense no palco do futebol além-fronteiras. Resumindo: direi com plena convicção que o atual Atlético Aldenovense, fundado pelo capitão Alcino Pires, é um clube com tradições e com um historial já longo.

Aldenovense, estreia internacional

José Saúde

O árbitro Bruno Vieira, do con-selho regional de arbitragem da AF Beja, ficou “apto” nos exames de acesso ao quadro nacional da 3.ª categoria, su-cesso que partilhou com o ou-tro candidato bejense, André Baltazar.

Texto e foto Firmino Paixão

Bruno Vieira nasceu em Beja há cerca de 23 anos e desde muito novo teve o

exemplo do pai na dedicação à causa da arbitragem. Começou a dirigir jo-gos de futebol apenas com 15 anos. Na época 2011/2012 foi o melhor classifi-cado do escalão principal da AF Beja, o “Árbitro do ano”. Esta semana con-seguiu, na cidade de Tomar, o apura-mento para a 3.ª categoria nacional. Um jovem licenciado em Gestão de Empresas, com um futuro muito pro-missor na arbitragem nacional, que perfilha a ideia de profissionalização.

Tudo começou por influência do seu

pai?

Sim, a minha opção pela arbitragem foi mais por influência do meu pai e do meu tio do que por qualquer ou-tra razão. Gostava de jogar futebol, como todos os rapazes, ainda hoje gosto, cheguei a jogar no Despertar, no Desportivo e no Bairro da Conceição, mas o bichinho da arbitragem falou mais alto.

Como foi o seu percurso até aqui?

Foi um percurso difícil, principal-mente nos primeiros anos. Iniciei-me aos 15 anos, era um árbitro jovem, só apitava jogos de formação e era árbi-tro assistente. O bichinho pedia-me para ir lá para dentro apitar os jogos, até que aos 18 anos recebi o convite do Dinis Gorjão para ser seu assistente no nacional. Aceitei com muito agrado e a partir daí assumi o meu percurso.

Houve muitos obstáculos pelo

caminho?

Alguns. Ser filho do Jaime Vieira não ajudou, os observadores exigiam mais de mim, eu tinha que ser melhor que os outros, porque era filho de um árbi-tro, que agora é observador e interna-cional de hóquei em patins. Eu tinha que me superar, sentia que exigiam mais de mim do que dos outros, mas nunca deixei de trabalhar e de me es-forçar por ser filho de um árbitro.

Perseguia a distinção “Árbitro do

ano”?

Era um objetivo que eu perseguia há cerca de três anos. No ano em que subi com o Dinis Gorjão, fui ao acesso e fi-quei em 2.º lugar, mas ainda bem que não fiquei no nacional. Na altura fi-quei triste, mas com o tempo fui per-cebendo que ainda era cedo e teria que trabalhar mais. No ano passado tentei ficar em primeiro, não fui capaz, tive algumas dificuldades pelo caminho, até por causa do curso académico.

Ficou a 82 centésimas do pleno (19,08

valores). Enganou-se a colocar algu-

mas vírgulas?

Não (risos), foram mesmo as bonifi-cações nos testes. É muito impor-tante o trabalho dos observadores, às vezes pensamos que por termos melhores notas somos nós a subir, mas isso passa também pelas bo-nificações nos testes e nas provas físicas.

Com se revê como árbitro? Tolerante,

disciplinador?

O ponto forte que me caracteriza é a maneira como me relaciono e a empa-tia que crio com os jogadores. Isso na 3.ª Divisão Nacional será complicado, sou um juiz que tenho muito contacto físico com os jogadores, face à grande empatia que existe, mas no patamar na-cional não

posso fazer isso, vou ter que corrigir esse aspeto, não será difícil porque não se conhecem os jogadores.

A internacionalização é uma meta

distante?

Isso é o sonho de qualquer árbitro. Mas até lá há outras metas para ir ul-trapassando. Agora pensamos na ter-ceira divisão, que sabemos que tem os dias contados. Descem cerca de dois terços dos árbitros, só sobem 50 à 2.ª categoria. Será uma época difícil, mas não limitará a minha ambição. Se vol-tar cá abaixo hei de arranjar forças para subir novamente.

Mário Alves, Rosa Santos, Veiga Trigo,

Bruno Vieira. Como lhe soa esta

sequência?

(Risos) Soa-me bem. Mas é compli-cado pedirmos tanto tendo tão pouco no sítio onde estamos. É muito difícil chegar a estes patamares. Eu confio nas minhas capacidades, mas isto não depende só de nós, há muito fatores a influenciar estas coisas.

O Bruno tem também o curso de árbi-

tro de hóquei em patins…

É verdade, e tenho também o curso de árbitro de futsal. Mas agora só exerço no futebol. O hóquei em patins foi mais um bichinho do meu pai, não é uma modalidade que me motive muito.

O que vai mudar no Bruno Vieira que

conhecemos?

Naturalmente que algumas coisas te-rão que mudar, mas continuarei a ser a pessoa humilde que sempre fui, com um bom relacionamento com toda a gente. Levarei um sorriso comigo para dentro do campo, farei o que mais gosto e sairei de consciência tranquila.

“Árbitro do ano” da AF Beja já está na 3.ª Divisão Nacional

Um sorriso para dentro do campo

as d cu dades pe o ca o,or causa do curso académico.

a 82 centésimas do pleno (19,08

es). Enganou-se a colocar algu-

vírgulas?

risos), foram mesmo as bonifi-s nos testes. É muito impor-o trabalho dos observadores,

zes pensamos que por termosores notas somos nós a subir,sso passa também pelas bo-

ações nos testes e nas provas s.

se revê como árbitro? Tolerante,

plinador?

nto forte que me caracteriza é a ira como me relaciono e a empa-

ue crio com os jogadores. Isso na visão Nacional será complicado, m juiz que tenho muito contacto com os jogadores, face à

de empatia que existe, no patamar na-l não

terços dos á b t os, só sobe 50 à .categoria. Será uma época difícil, masnão limitará a minha ambição. Se vol-tar cá abaixo hei de arranjar forçaspara subir novamente.

OB u ote ta bé ocu sodeá b

tro de hóquei em patins…

É verdade, e tenho também o curso deárbitro de futsal. Mas agora só exerçono futebol. O hóquei em patins foimais um bichinho do meu pai, nãoé uma modalidade que me motivemuito.

O que vai mudar no Bruno Vieira que

conhecemos?

Naturalmente que algumas coisas te-rão que mudar, mas continuarei a sera pessoa humilde que sempre fui, comum bom relacionamento com toda agente. Levarei um sorriso comigo paradentro do campo, farei o que maisgosto e sairei de consciência tranquila.

Arbitragem - Os árbitros Bruno Vieira e André Baltazar, representan-tes do conselho regional de arbitragem da AF Beja, ficaram aptos nos exa-mes de promoção aos quadros nacionais. As provas de acesso tiveram lugar na cidade de Tomar.

O V Raid BTT Cidade de Beja, organizado pelo Despertar

Sporting Clube, realiza-se no próximo dia 24, com quatro versões

competitivas: mini raid (partida 8 e 30 horas, na junto da sede

do clube), percurso familiar 25 quilómetros (9 horas), percurso

2 – 50 quilómetros (9 horas) e percurso 1 – 80 quilómetros (9

horas). As inscrições são limitadas a 300 participantes.

Raid BTT Cidade

de Beja no dia 24

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O Clube de Futebol de Santo Aleixo da Restauração surpre-endeu-nos nesta época com a conquista da Taça Dr. Covas Lima, na categoria de infantis.

Texto e foto Firmino Paixão

Fundado em 1975, o Clube de Futebol de Santo Aleixo da Restauração tem, nos últi-

mos anos, privilegiado a melho-ria das suas infraestruturas e de-dicado a atividade à formação de jovens desportistas. Sem atividade ao nível do futebol sénior, por op-ção, o clube está sedeado numa freguesia com pouco mais de 800 habitantes e a poucos quilóme-tros da fronteira com o país vizi-nho. A equipa de iniciados con-quistou este ano a Taça Dr. Covas Lima, dando repentina visibili-dade ao clube. Uma história es-crita por uma dúzia de miúdos, com idades entre os 12 e 13 anos, que o patrono da prova, se esti-

vesse entre nós, teria orgulho em conhecer. Jorge Machado, presi-dente do Clube de Santo Aleixo da Restauração, mostra um pouco do que é a realidade de um pequeno clube de uma freguesia no interior da região alentejana.

O Santo Aleixo tem andado um

pouco afastado das grandes com-

petições do futebol distrital…

Talvez. Em 2007 formámos esta direção que está em exercício e te-mos vindo a trabalhar em prol do desenvolvimento do clube. Temos um projeto a médio/longo prazo para dotar o clube de melhores meios. Já adquirimos uma car-rinha para transporte dos atle-tas, já fizemos obras de beneficia-ção e alargamento dos balneários do campo de futebol, enfim, va-mos fazendo algumas coisas para melhorar as infraestruturas. Tem sido essa a opção.

E no plano desportivo?

Neste período já participámos por duas épocas no Campeonato Distrital de Juniores, sempre com boas classificações, entre o quarto e o sexto lugares, entre clubes de vilas e cidades. É muito bom, por-que nós somos uma aldeia, mas ti-vemos sempre boas classificações. E nesta época os nossos infan-tis brilharam na Taça Dr. Covas Lima.

O futebol sénior não é uma

prioridade?

Não, por agora não pensamos nisso, essencialmente por ques-tões financeiras. As coisas não es-tão bem e nós não temos dinheiro para suportar as despesas com um campeonato da segunda divisão distrital.

E teriam jogadores para isso?

Na freguesia não, mas no concelho talvez conseguíssemos. Mas não temos condições financeiras. Tem que se pagar a árbitros, tem que se

pagar o policiamento, e nós não te-mos suporte financeiro para isso.

Entretanto os infantis fizeram um

brilharete…

Esta equipa já vem trabalhando junta há três anos, juntaram-se ainda em benjamins, depois nos infantis e por aí fora. Este ano foi o segundo ano de infantis, na pró-xima época vamos inscrevê-los em iniciados.

Estes miúdos serão o futuro do

Santo Aleixo?

Talvez, nós vamos tentar levá-los até ao escalão de juniores, depois logo se vê. Na próxima época fare-mos mais uma equipa de infantis, manteremos os iniciados, vamos dar continuidade a este traba-lho. Temos uma sede, um campo de futebol com boas condições, mas isto dá tudo muito trabalho e as pessoas são cada vez menos. As dificuldades são enormes, as pessoas não têm emprego, vão-se

embora. Temos cerca de 120 só-cios, mas é muito complicado fa-zer uma equipa de futebol, só apostando nestes escalões de fute-bol de 7.

As dificuldades são maiores que

os apoios?

Nem por isso. Temos que agra-decer muito à Câmara Municipal de Moura, que nos tem ajudado, a junta de freguesia também contribui e os adeptos, quando vão ao futebol, sempre deixam um “eurinho” para as despesas. Financeiramente não estamos mal, apesar dos investimentos re-centes que fizemos.

O que me pediria se eu lhe pu-

desse dar uma boa ajuda?

Assim de repente é difícil dar --lhe a melhor resposta, mas, olhe, um campo sintético, por exem-plo. Ajudava-nos muito e dava mais qualidade ao futebol destes miúdos.

O Centro de Cultura e Desporto do Bairro

da Conceição reúne-se no próximo dia 22,

pelas 18 e 30 horas, na sua sede social, em

assembleia-geral, para eleição de novos

órgãos sociais para o biénio 2012/2014.

A realidade dos clubes do interior alentejano

“As pessoas são cada vez menos”

XII Maratona de Futsal O Núcleo de Árbitros Armando Nascimento, de Beja, promove nos próximos dias 23 e 24 a décima segunda edição da sua já tradicional maratona de futsal. A prova é aberta a todos os escalões, entre petizes e veteranos. As inscrições decorrem até ao dia 22.

1.º Torneio de Futebol de 8

disputado por 16 equipas

O Centro de Cultura de Desporto do

Bairro da Conceição organiza entre hoje,

sexta-feira, e 7 de julho o 1.º Torneio de

Futebol de 8, competição a disputar por

16 equipas divididas em quatro grupos.

Eleições no Bairro

da Conceição no dia 22

Diário do Alentejo15 junho 2012

saúde22

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Diário do Alentejo15 junho 2012

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Dr.ª Dulce Rocha Nunespsiquiatria e saúde mentalDr. Daniel Barrocaspsicologia clínicaDr.ª Maria João Póvoaspsicologia educacionalDr.ª Silvia Reisterapia da falaTerapeuta Vera Baião

Terapeuta Fábio Apolináriocirurgia vascularDr.ª Helena Manso

Dr.ª Nídia AbreupodologiaDr. Joaquim Godinho

medicina dentária Dr. Jaime Capela (implantologia)

Dr. António Albuquerqueprótese dentáriaTéc. Ana João Godinho cirurgia maxilo-facialDr. Luís Loureiro

pediatria do desenvolvimento

psicomotricidade|apoio pedagógicoTerapeuta Helena Louro

exames audiológicosAudiograma|Timpanograma

Manutenção de todas as marcas

Rua António Sardinha 23, 7800-447 BejaTelefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331

[email protected]| www.facebook.com/clinibejawww.clinibeja.com

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/Desabituação tabágica – H. Pulido ValenteDr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de LisboaDr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de BejaDr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de BejaDr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumarDr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina FamiliarDr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (difi culdades específi cas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de BejaDrª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de LisboaDr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. BejaDr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de ÉvoraDr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de BejaDr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo AlentejoDr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/ObstetríciaDr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de BejaDr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta.Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação VocacionalDr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específi ca e não específi ca. Voz/Fluência.Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade.Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja

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Diário do Alentejo15 junho 2012

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Diário do Alentejo n.º 1573 de 15/06/2012 Única Publicação

COOPERATIVA DE CONSUMO

DE MONTES VELHOS,C.R.L

CONVOCATÓRIANos termos do disposto no artigo 25° dos estatutos, convoco

a Assembleia Geral desta Cooperativa a reunir em sessão ordi-nária, a realizar no próximo dia 18 de Junho de 2012, pelas 19.30 horas na sede desta Cooperativa, sita na Estrada Municipal em Montes Velhos, com a seguinte ordem de trabalhos:

– Apresentação, discussão e aprovação das Contas e Balanço do ano de 2011.

– Apreciação Geral do Exercício.NOTA: Se, à hora marcada para a reunião, não estiverem

presentes mais de metade dos cooperadores com direito a voto, ou seus representantes devidamente credenciados, a Assem-bleia Geral reunirá, com qualquer número de cooperadores uma hora depois.

(art.27° 1 e 2 dos estatutos).Montes Velhos, 12 de Junho de 2012.

O Presidente da Mesa da Assembleia GeralValdemiro Da Silva Sales

AGRADECIMENTOOs avós paternos de Sofia Isabel Costa Dias vêm agra-decer publicamente a todo o pessoal da Associação Caminho Suave, em especial à drª Idalina e à drª Cláudia Pereira, que muito amavelmente contribuiram com a oferta de uma cadeira de rodas, que irá proporcionar melhor qualidade de vida à Sofia.

Diário do Alentejo15 junho 2012

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sua ente querida no dia

18/06/2012, segunda-feira,

às 18.00 horas na Igreja

Matriz de Beringel, agrade-

cendo desde já a todos os

que comparecerem ao acto

religioso.

ALUGA-SET2 novo para férias em

Monte Gordo no mês de

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TRIGACHES

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA ANTÓNIA TAVARES TORRÃO, de 81 anos, natural de Beringel - Beja, casada com o Exmo. Sr. José Francisco Faias. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 07, da Casa Mortuária de Trigaches, para o cemitério local.

BEJA / SANTA VITÓRIA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ARCEOLINDA DA CONCEIÇÃO LUZIA DOS SANTOS MARTINS, de 76 anos, natural de Santa Vitória - Beja, casada com o Exmo. Sr. Tito de Oliveira Martins. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 9, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Santa Vitória.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ MANUEL CORREIA DE BRITO, de 54 anos, natural de São Sebastião da Pedreira - Lisboa, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 10, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA DA CONCEIÇÃO ROSA, de 79 anos, natural de Alcântara - Lisboa, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 12, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIANA GOMES COELHO GUERREIRO, de 78 anos, natural de Castro Verde. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 13, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ ANTÓNIO DAS NEVES GALHOZ, de 91 anos, natural de Mértola, casado com a Exma. Sra. D. Maria Aliete Farinho das Dores. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 13, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309

www.funerariapaxjulia.pt E-mail: [email protected]

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

AGRADECIMENTO

E MISSA 30º DIA

Jacinto Manuel

Penacho

Sua esposa e fi lhos agrade-

cem por este meio a familia-

res e amigos a solidariedade

demonstrada neste momento

de dor e partida, bem como a

todos que o acompanharam

à sua última morada ou que

de outra forma manifestaram

o seu pesar.

Mais expressam o seu espe-

cial reconhecimento aos seus

amigos Sra. D. São Honrado

e Sr. Serafi m e Bombeiros de

Beja por todo o apoio pres-

tado. Também à Sra. Dra.

Cristina Galvão dos cuida-

dos paliativos, à enfermeira

Catarina e às estagiarias a

sua profunda gratidão por

toda a ajuda que lhe deram

nos cuidados fi nais.

Informam que será celebrada

missa no dia 21 de Junho,

às 19.00 horas na igreja do

Carmo em Beja.

MISSA

Joaquim António

das Dores Chiado1º Ano de Eterna Saudade

Sua mulher, fi lha e genro par-

ticipam a todas as pessoas

de suas relações e amizade

que será celebrada missa pelo

eterno descanso do seu ente

querido no dia 17/06/2012,

domingo, pelas 18.30 horas

na Igreja da Sé em Beja, agra-

decendo desde já a todos os

que comparecerem ao pie-

doso acto.

Cuba

AGRADECIMENTO

E MISSA 30º DIA

Idália Manuela

Janeiro Carriço

Gonçalves

Faleceu em 14/05/2012

Sua família, na impossi-

bil idade de o fazer pes-

soalmente, agradece por

este meio a todos os que

acompanharam a sua ente

querida até à sua última

morada. Vem, ainda por

este meio, informar a cele-

bração de missa de 1º mês

no dia 20/06/2012 pelas

19.00 horas na Igreja Matriz

de Cuba.

Vidigueira

MISSA

Mário Rui

Vieira Guerreiro16/06/2006

Partiste cedo demais

Jamais te esqueceremos

O amor é mais forte

que a morte

E o nosso amor por ti

será eterno

Descansa em

paz

A família informa que será

celebrada missa pelo eterno

descanso do seu ente que-

rido, no dia 16/06/2012, sá-

bado, pelas 18.00 horas na

Igreja de São Francisco em

Vidigueira, agradecendo des-

de já a todos que se dignarem

assistir ao piedoso acto.

ASSINATURA

Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail [email protected]

Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail [email protected]

Desejo assinar o Diário do Alentejo, com início em _______________, na modalidade que abaixo assinalo:

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Morada ______________________________________________________________________________

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Código Postal ________________________________________________________________________

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Data de Nascimento __________________________________ Profissão _________________________

*A assinatura será renovada automaticamente, salvo vontade expressa em contrário* Cheques ou Vales Postais deverão ser emitidos a:

AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral

Diário do Alentejo15 junho 2012

26

28 000É o número de leitores que todas as semanas lê o “Diário do Alentejo” na sua versão papel.

No facebook, todos os dias, mais de 4 000 leitores seguem a atualidade

regional na página do “DA”

www.diariodoalentejo.pt facebook.com/diariodoalentejo

Diár

io d

o Al

ente

jo

Corr

eio

do A

lent

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A Pl

aníc

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Notíc

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Fonte: Marktest. Relatório de resultados da imprensa regional no período compreendido entre abril de 2010 e março de 2011

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2012

27Para o público jovem, a Biblioteca Municipal de Odemira convida os interessados a efetuar a sua

inscrição para participar no workshop de iniciação à guitarra. Destinado a jovens entre os 10 e

os 18 anos e orientado por Guilherme Campos e Pedro Marques. Dia 30, pelas 15 horas.

Workshop de guitarra

em Odemira

A páginas tantas...

O tigre na rua é o mais recente livro publicado pela Bruáa e conta com textos de vários autores e com ilustrações de Serge Bloch.É com este livro que a Bruáa se lança no campo da poesia, considerando que é sem dúvida uma porta aberta para este estilo literário, visto que as antologias de poesia portuguesa para a infância são raras e as traduções de poesia estrangeira são quase inexistentes. Uma recolha de poemas oriundos de vários países como Cuba, Argentina, Venezuela, entre outros, onde o humor e riso subs-tituem uma época de caras sisudas.

Num exercício de perguntas e não de respostas, leva pequenos e graúdos a deleitarem-se com este livro e a porem de lado o pre-conceito em relação à poesia.

É difícil encontrar um pequenote que não goste de salsichas, mas mesmo assim podem chegar à mesa de uma forma bem mais divertida.

Pais...

Dica da semanaAchámos que devias dar uma vista de olhos no site do ilustrador Serge Bloch, porque vais poder ver uma infinidade de suportes diferentes onde a ilustração se pode aplicar, nomeadamente em pequenas animações.

http://www.sergebloch.net/

ww

w.c

utef

oodf

orki

ds.c

om

O jogo que te trazemos hoje além de fácil execução pode tornar-se uma peça para grandes aventuras. Basta alguns jornais, fita adesiva e um agrafador. Segue as imagens e diverte-te. Retirado no site http://www.moder-nparentsmessykids.com

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Boa vida

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Comer Frango no churrascoIngredientes para 1 frango:

1 frango,60 gr. de banha de porco,3 colheres de sopa com azeite,1 colher de sopa com vinagre,4 dentes de alho,q.b. de sal,q.b. de piripiri,q.b. de salada a seu gosto.

Confeção:

Comece por abrir o frango pe-las costas. Lave em água cor-rente e dê uns golpes com a faca na parte da pele.

Tempere com sal, alhos picados, vinagre, azeite, piri-piri e por fim barre com a ba-nha derretida.

Reserve no frigorífico de um dia para o outro.

Leve a grelhar se possível no carvão e acompanhe com uma salada a seu gosto.

Bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

O Huguinho é um cão jovem de porte pequeno recém-chegado ao canil. É

muito bonito, tem pelo comprido, mas foi tosquiado para evitar infestações

e suportar melhor o calor. Procura-se uma família que o queira adotar

ou acolher provisoriamente até encontrarmos um lar definitivo.

Venham conhecer este doce e simpático amigo de quatro patas ao Cantinho dos

Animais de Beja. Contactos: 962432844; [email protected]

O mundo do vinho em 10 artigos

Doces e vinhos

9São vários os motivos para que as maridagens de sobreme-sas doces com vinho resultem em fracasso. O primeiro tem a ver com a ordem de serviço que, sabiamente, coloca os pra-

tos doces no final da refeição. É evidente que este último elo da dieta alimentar encontra menos disponibilidade física por parte

do consumidor. Por outro lado, a presença ao longo de séculos das ordens religiosas deixou um espólio de doçaria conventual altamente calórica e proteica, com a lide-rança de açúcar e ovos. O açúcar pertence à família dos hidratos de carbono simples, fornecedor de “calorias vazias”, isto é, com poucos nutrientes mas muitas calorias. Os ovos são importantes fornecedores de pro-teínas. No final da refeição, a combinação destes compostos com outros “pesos-pesa-dos” como farinha, óleos e outros lípidos ou cacau pode ser encarada como uma pro-vocação de um dos sete pecados mortais: a gula.

Outro motivo de reflexão é que após uma refeição contendo gorduras, proteínas e hi-dratos de carbono a velocidade de absorção do álcool diminui três vezes quando compa-rado a uma situação de consumo com o estô-mago vazio. Para fazer os cálculos, saiba que a taxa de eliminação do etanol (álcool etílico) num homem de 70 kg. é, aproximadamente, 15 gr. (cerca de 20 ml.) de etanol por hora, o que corresponde, aproximadamente, a 170 ml. de vinho tranquilo.

Ainda está em forma? Então não há me-lhor proposta para confeções doces do que vinhos doces. Um vinho seco tem liderança gustativa do sabor amargo que se amplifica ao contactar com a sobremesa doce e esta, por seu lado, parece mais doce ainda. Para diluir a capa alimentar que cobre as papilas gustativas depois de uma refeição e, sobre-tudo, durante a fruição de sobremesas com ovos, o elemento natural do vinho que re-move e limpa as proteínas filamentosas é, tal como em nossa casa, o álcool, logo se-cundado pela acidez que atua mais ao ní-vel das gorduras. Estamos no domínio dos vinhos fortificados, onde Portugal brilha mais alto do que o resto do mundo. Se a so-bremesa doce tiver algum tanino, por exem-plo, do chocolate (cacau) ou de fruta fresca, então a opção é clara: vinho do Porto Ruby (ou frutado), se possível das categorias es-peciais L.B.V. ou Vintage. A fruta verme-lha e de caroço normalmente não domina uma sobremesa doce, mas se assim for, a eleição de vinhos escuros (como alguns li-corosos alentejanos) continua a levar a me-lhor. Para o domínio do ovo conventual e da fruta branca e tropical, o melhor namoro é oxidativo. Entramos no mundo, do vinho Madeira, do Porto Tawny (ou alourado) e do Moscatel.

Aníbal Coutinho

Vinho de Calendário

Já se encontra on line

e de acesso gratuito

o novo guia “Copo &

Alma, 319 Melhores

Vinhos para 2012”.

Só tem de entrar em

www.w-anibal.com e

conferir. No Alentejo

um vinho que tem

sempre brilhado nesta

seleção é o branco

IG Alentejano Quinta

do Carmo, de 2011.

Vinho Diário

Um dos vinhos que

mais me impressionou

na recente prova cega

que irá dar origem ao

meu “Guia Popular de

Vinhos”, edição 2013,

disponível em setembro

nas livrarias e nos

supermercados, foi

o rosé IG Alentejano

Ravessa de 2011.

Compra segura em

qualquer prateleira.

LetrasTeoria geral do esquecimento

Ludovica tem medo do céu desde sempre. Reclusa em casa por opção, vive

com a irmã e com a irmã parte, de Aveiro para Angola, quando esta aceita casar-se com um co-lono. Em Luanda, Ludovica vive perto do céu, num prédio de muitos andares, e aí se em-pareda quando a família desa-parece em vésperas da inde-pendência e os ajustes de contas tomam conta das ruas. Assim vive, 30 anos, inscrevendo, a carvão, o seu diário íntimo nas paredes da casa enquanto vai queimando livros para cozi-nhar. Um cão, Fantasma, faz--lhe companhia e assombra o prédio. Até que há um menino que sobe por um andaime e derruba a parede com que Ludo se encerrou. Lê-lhe os livros que ela salvou do fogo mas que a perda de visão não a deixa ler.

Há outras personagens [al-gumas já conhecidas dos leitores de Agualusa] cujas histórias o escritor vai entrosando, de ma-neira encantatória, limpída, flu-ída, nesta Teoria geral do es-quecimento, livro com nome de ensaio mas que é um romance mágico. A ironia alivia a fixação do racismo, da intolerância ideo-lógica, nesta obra que, a pretexto de revelar as histórias extraor-dinárias que tem para contar, faz uma panorâmica da exis-tência de um país ainda recente, Angola, em que há muitas pare-des por derrubar. Amor e reden-ção numa belíssima história do escritor angolano José Eduardo Agualusa. Particularmente no-tável, o diário de Ludovica.

Maria do Carmo Piçarra

FilateliaOs Galitos realizam exposição multilateral

A secção f ilatélica e nu-mismática do Clube dos Galitos (de Aveiro) vai rea-

lizar a XXII exposição filatélica na-cional, que é também, em simultâ-neo, uma exposição multilateral, pois, para além dos filatelistas por-tugueses, está aberta aos filatelistas da Croácia e da Grécia.

A exposição, que é a mais im-portante deste ano em Portugal, terá lugar no Museu Marítimo de Ílhavo de 2 a 7 de outubro.

São admitidas na exposição co-leções de todas as classes filatélicas. Para além das habituais classes, fo-ram criadas três sub-classes espe-ciais destinadas a coleções de filate-lia temática, de maximafilia, classe aberta e classe um quadro que ver-sem temas marítimos.

No boletim de divulgação pode ler-se um interessante artigo sobre José Maria Fialho Macedo, comer-ciante filatélico que esteve na ori-gem da criação desta secção cultural dos Galitos de Aveiro.

As inscrições terminam a 16 de julho e devem ser enviadas à co-missão organizadora da exposição filatélica Ílhavo – 2012, praça Dr. Joaquim Melo Freitas,3; 3800-158 Aveiro. Quaisquer esclarecimentos podem ser pedidos a: [email protected]

Clube filatélico realiza leilão Amanhã, a partir das 10 horas, no Hotel Roma, o Clube Filatélico de Portugal realiza o seu 29.º leilão.

Dos 3 230 lotes do catálogo, des-tacamos os primeiros 142, todos eles pertencentes à coleção do dr. Pedro Gonçalves Grade, coleção que con-quistou as mais altas classificações nas exposições onde competiu.

Deste conjunto realçamos o lote n.º 100. Trata-se de de um bloco de nove selos de 1$00, Lusíadas, li-lás vermelho, (Afinsa 525), que é o maior múltiplo conhecido deste selo.

O catálogo pode ser consultado em www.cfportugal.pt

Geada de Sousa

José Eduardo AgualusaD. QuixotePVP: 15,90 euros248 págs.

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Petiscos

Oliveira Salazar e uns senhores que trabalhavam com ele

Ainda hoje se discute como se vai chamar e fi-car na História o regime que Portugal teve durante quatro décadas e mais uns trocos.

Fascismo é curto dum lado e sobra do outro. Estado Novo é insuficiente.

Foi, independentemente da classificação que se lhe atribua, um regime ditatorial, nacionalista e fortemente musculado pelo domínio do governo sobre as forças ar-madas e militarizadas. E, seria indispensável, pela exis-tência duma polícia política.

Esta polícia política condicionou a vivência quoti-diana dos milhares de cidadãos destoantes dos dita-mes superiores. Junto dos opositores militantes, por sua causa reinou o medo, a aflição de estar, o incómodo per-manente, a fome e o estorvo das vidas clandestinas, as fa-mílias separadas, as insónias delirantes na espectativa do iminente “Estás preso!”.

Nem sempre se chamou PIDE mas foi por PIDE que ficou conhecida. Agora, quase quarenta anos depois – quarenta anos é uma vida – há cada vez menos pessoas que dela se lembrem. Morreram entretanto essas pessoas que foram cruamente espancadas, assustadas, condicio-nadas por inimagináveis processos que se aprendiam com os profissionais experientes da Alemanha nacional-socialista e da União soviética de Estaline.

Só me lembro dos de Beja. Por educação, eu detestava tais homenzinhos mas nunca me passaria pela cabeça meter-me com um ou ser apanhado, mais do que em conversas de café – na parte final já dava para conversas

semipúblicas – a dizer mal do regime. Tinha medo. Era gente sinistra. Mal enfarpelados de cinzento, fa-

tos comprados a metro, a escolher em dois tamanhos, grande e pequeno, gravatas pretas, estreitas, fumadores mal-encarados, cabelo penteado com brilhantina barata, ex-militares de baixa graduação, era gente insolente no olhar e petulante na fala.

Já nos anos setenta, um dia levantei a voz a um. Mas era no chamado Ultramar, província de Timor, eu era oficial do exército e ainda por cima estava cheio de razão. Todas as vantagens estavam do meu lado. Mesmo assim não foi simples, essa troca palavras, tal o pavor que aquele “Sou inspetor da DGS” provocava.

“Mas o bom do Doutor Salazar – tão bonzinho que ele era – não sabia, coitadinho!”, ouve-se de vez em quando dizer, por vezes, com um indisfarçável sotaque “achim”. Sabia, mandava e todas as ordens, instruções e diretivas eram dele. Desde o conhecido “par de tabefes a tempo” às rigorosas normas de execução permanente no trata-mento do dossier Humberto Delgado.

Foi por isso, Excelentíssimo Senhor Major-General Dom Januário Torgal Ferreira, que quando me dei conta que Vossa Excelência Reverendíssima comparou o moço que leva agora o cargo de primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ao ditador Salazar, fiquei preocupado.

Tratar-se-ia duma questão de má informação? Aquilo que Salazar foi, era-lhe tão estranho e longínquo que se permitia fazer esta disparatada comparação? Ou foi so-mente a manifestação de mal-estar que escapou num curto impulso?

Em qualquer dos casos proponho-lhe uma revi-são do texto. Talvez com desculpas. Sobretudo por respeito às Forças Armadas. Para as pessoas não pensarem que à frente do Ordinariato Castrense está um tontinho senil ou, ainda pior, alguém que se sen-tiu quando lhe foram mexer na pensão – pela qual tem muito estima – e respondeu alarvemente com um coice desmedido.

António Almodôvar

Era gente sinistra. Mal enfarpelados de cinzento, fatos comprados a metro, a escolher em dois tamanhos, grande e pequeno, gravatas pretas, estreitas, fumadores mal-encarados, cabelo penteado com brilhantina barata, ex-militares de baixa graduação, era gente insolente no olhar e petulante na fala.

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Encontros de Cultura terminam no domingo

Camané, Luz Casal

e Alborán dão música a SerpaE

ncerra, em Serpa, este fim de semana, a IX edição dos Encontros de Cultura. O evento juntou vários artistas na Cidade Branca e hoje, sexta-feira, é a vez de Camané mostrar o seu fado.

Aquele que foi eleito pela crítica especializada, após a edição de “Uma Noite de Fados”, como a voz mais representativa da nova gera-ção do fado sobe ao palco da praça da República pelas 21 e 30 horas.

Amanhã, sábado, é a vez de Luz Casal trazer os sons latinos e rock da vizinha Espanha. Luz Casal tem 13 álbuns editados e duas compilações de sucesso. Recorde-se que, em 1992, a cantora foi con-vidada por Pedro Almodóvar para fazer parte da banda sonora do filme “Saltos Altos”, com o tema “Piensa em Mi”, oportunidade que a catapultou para a ribalta internacional. Seguiram-se espetáculos com Peter Gabriel, Sting e Jackson Browne, entre outros, tendo ainda feito parcerias com artistas como Rui Veloso, Paco de Lucía, Chris Barron e Javier Limón. Luz Casal dá ritmo à praça da República pe-las 21 e 30 horas.

A maior enchente, porém, espera-se com a chegada de Pablo Alborán, no domingo, dia de encerramento dos Encontros de Cultura. O menino bonito da música espanhola faz sucesso em terras lusas e do outro lado da fronteira e, este ano, promete trazer ainda mais espanhóis a Serpa.

Passou apenas um ano, após a edição do seu primeiro álbum, e, neste breve espaço de tempo, Pablo Alborán converteu-se em muito mais do que uma revelação. Com sete discos de platina, é o artista que mais discos vendeu em Espanha em 2011.

A fadista Carminho, portuguesa, também contribuiu para o seu sucesso, nomeadamente com a sua participação no tema “Perdóname”. O famoso dueto é conhecido de portugueses e espa-nhóis e Pablo Alborán está na linha da frente da tabela de discos por-tuguesa, tendo vendido mais de 40 mil unidades.

Espera-se assim um encerramento com muita gente a brindar às diferentes culturas em Serpa.

História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é mi-nistrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

A cidade de Pax Julia recebe, amanhã, sábado,

no auditório da biblioteca municipal, pelas

17 e 30 horas, mais uma iniciativa “Conversas

com B de Beja”. Desta vez os oradores vão estar

à conversa sobre Gonçalves Correia, caixeiro-

-viajante. A conversa, sobre este concidadão

bejense do século XX, que seguiu como mote o

pacifismo, o respeito ao próximo, o amor pela

liberdade e os ideias anarcossindicalistas, vai

juntar Constantino Piçarra, Daniel Nobre Mendes,

Francisca Bicho e João Honrado em palestra. A

organização da conferência “À conversa sobre

Gonçalves Correia” encontra-se a cargo da

Biblioteca Municipal de Beja José Saramago.

À conversa sobre

Gonçalves Correia

em Beja

30

Fim de semana

Espetáculo de dança pelos alunos do ConservatórioOs alunos de Dança do Conservatório Regional do Baixo Alentejo

apresentam amanhã, sábado, 16, o espetáculo final do ano. O espetáculo

“A minha escola é um passo de dança” começa pelas 21 e 30 horas, no Pax

Julia Teatro Municipal. As entradas têm o preço simbólico de dois euros.

Esculturas dedicadas a Amália RodriguesEstá patente na sala polivalente da Fundação Odemira a

exposição de esculturas “O mês das cerejas”, da autoria da

artista Xica Efigénio, artista residente em São Teotónio, no

concelho de Odemira. Esta exposição surge como uma forma

de homenagear Amália Rodrigues, celebrando a forte amizade

que a escultora tinha com a fadista. São oito as esculturas em

pedra que estão em exposição e que podem ser apreciadas.

Teatro Fórum de Moura inicia digressão de verãoO Teatro Fórum de Moura – Associação inicia a sua digressão de

verão já hoje, sexta-feira, em Santo Aleixo da Restauração, no

concelho de Moura. A produção “Alto e Para o Trabalho!” tem

início pelas 22 horas e promete revelar verdades inquestionáveis.

Segundo a associação, “este é o primeiro espetáculo ao contrário do

Teatro Fórum de Moura”. O espetáculo será ao ar livre e, este ano,

“terá algumas diferenças ao nível cenográfico e dramatúrgico”.

Amanhã, sábado, a produção muda-se para Safara.

Teatro Meridional apresenta peça em Santo André Acontece hoje, sexta-feira, em Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, a ante--estreia da peça do Teatro Meridional “O Senhor Ibrahim e as Flores do Corão”. A ante-estreia encontra-se agendada para as 22 horas e insere-se na 13.ª Mostra Internacional de Teatro de Santo André.

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facebook.com/naoconfirmonemdesminto

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alentejo

metade dos desempregados nÃo

recebe subsÍdio, outra metade recebe

bilhete de aviÃo para sair do paÍs

Na última edição do “Diário do Alentejo”, o novo delegado do IEFP revelou que metade dos desempregados não recebe qualquer subsídio. Uma in-vestigação conjunta Não confirmo, nem desminto/Prós e Contras/Nutella descobriu que a outra metade dos desempregados não só não recebe qualquer subsídio, como começou a receber um bilhete de avião para sair do País. O desempregado pode escolher qualquer país do mundo que te-nha um crescimento económico superior ao de Portugal, o que inclui alguns países da África Subsariana e duas ruas em Sines onde a coisa ainda mexe. Segundo dados do INE, no topo dos países escolhidos pelos desempregados portugueses estão o Brasil – pela proximidade linguística e do Chimarrão; Angola – pela proximidade linguística e do Mantorras; e a China – pela proximidade de porco agridoce e dos turnos de 72 horas.

Câmara de Beja ganha medalha de prata pelo Simplex Autárquico e promete lutar pela de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres

A Câmara Municipal de Beja foi distinguida pela Agência

para a Modernização Administrativa com a medalha de

prata pela implementação de 94 por cento das medidas

do programa Simplex Autárquico. Todavia, a autarquia

não pretende ficar por aqui e já planeia voos mais altos: a

câmara pretende obter mais medalhas, sendo que, para

o efeito, enviará uma delegação aos Jogos Olímpicos de

Londres – para os mais distraídos, Londres é aquela terra

um pouco maior que Entradas que já teve uma ligação se-

manal com o aeroporto de Beja. “Estamos muito esperan-

çados com a nossa participação nos Jogos Olímpicos”, afir-

mou fonte da autarquia. “Sempre é uma maneira de o

vereador Góis praticar o inglês, sem ser na Beja Wine Night,

se bem que, aqui para nós, quando se bebe um copinho de

vinho deixa de haver barreiras linguísticas...”. E acrescen-

tou: “Temos boas hipóteses de trazer mais medalhas para

a cidade… Um funcionário nosso é grande candidato à

medalha de ouro em Minesweeper e uma das estagiárias é

a nossa esperança na categoria fotocópias: consegue fazer

cópias de balancetes ao mesmo tempo que manda SMS ao

namorado. Nos 100 metros barreiras da categoria fotocó-

pias em A4 será imbatível!”.

Aeroporto de Beja: Grupo de trabalho tem 90 dias para demonstrar que é possível rentabilizar aeroporto e descobrir a cura para o cancro

Foi criado um grupo de trabalho que terá a respon-

sabilidade de demonstrar ao Executivo, no prazo de

90 dias, formas de rentabilizar o aeroporto de Beja.

Todavia, ao que apurámos, o mesmo grupo terá, para

além disso, de descobrir uma nova cura para o cancro e

uma receita infalível para remover nódoas de polpa de

tomate de vestidos de seda. O grupo será liderado por

João Paulo Ramôa, e será constituído por outras figu-

ras/instituições como a ANA, a FAP, a Ambaal, a Liga de

Dadores de Sangue de Selmes, o Núcleo de Estudos do

Mar de Santo Aleixo da Restauração, Maria de Lurdes

Modesto, Luís Piçarra, Pedro Granger, a Teresa, a Luísa,

o Pedro, o Chico, o João, o Caracol, o Faial, Prokofiev,

Cláudio Ramos, Brites de Almeida e um dos miúdos do

“Verão Azul” que não acabou na droga. Aliás, foi este

último que nos garantiu que algumas das ideias avan-

çadas para a rentabilização daquele espaço incluem

a “utilização da pista como ringue de hóquei no gelo,

aproveitando a geada que nela cai de manhã” ou o

“aluguer do terminal para a realização de convenções

da Igreja Maná”.

Inquérito Vai à XVI Feira Anualdo Idosoem Albernoa?

UMBELINO GERIATRIA,

93 ANOS

Pessoa que diz “salchicha”

em vez de salsicha

Já sou um participante habitual. Há uma data de

tempo que sou idoso e se tudo correr bem vou con-

tinuar assim por muitos anos, apesar das cata-

ratas, verrugas e calos do tamanho de bombons

Mon Chéri. Vou a estas coisas porque é importante

manter o espírito jovem… Quanto melhor tiver-

mos a cabeça, melhor tratamos do nosso corpo. Se

as duas coisas não funcionam em conjunto, fica-

mos mal! Veja o José Hermano Saraiva: ele ainda

apresenta televisão, mesmo estando morto por

dentro há mais de 15 anos...

JORGE AMOR DE MÃE,

81 ANOS

Malabarista

com sacas de cimento

Claro, tenho de ir. Sou organizador do jogo da

malha. Contudo, este ano vamos apimentar as

coisas. Vamos jogar à malha com arrastadeiras

do lar. Em termos de aerodinâmica é um espetá-

culo digno de se ver. Estou certo que vai correr

melhor do que no ano passado, quando jogámos

à malha com gatinhos. Raio dos bichos, pá...!

Fiquei com o braço todo arranhado e quando

aterravam faziam muito barulho, não sei por-

quê... Isto para não falar das minhas ceroulas

que ficaram cheias de pelos.

DUQUESA DE ALBA,

86 ANOS

Pessoa que tomava chá

com a rainha Santa Isabel

Hombre, fui convidada e vou com todo o gosto.

Será uma boa oportunidade para contar a minha

história e apresentar a minha autobiografia em

60 volumes. Participarei nas inúmeras atividades,

desde que o meu marido vá comigo. Ele sabe como

me há de fazer reanimação cardíaca, está habitu-

ado. De resto, estou para aqui rebiteza, graças à

minha anca em pladur.

Oferta de emprego: Ruínas de Pisões procuram nova funcionária

que tenha vivido na época romanaA Não confirmo, nem desminto, em mais uma das suas demandas de serviço público, decidiu divulgar um anúncio de emprego que lhe foi enviado por uma empresa de trabalho temporário, a Pre-cário XXI, em que é pedido um novo funcionário para trabalhar nas ruínas de Pisões – recorde-se que o local se encontra encerrado porque a funcionária se reformou e agora vai depauperar ainda mais os cofres da Segurança Social, a não ser que tenha feito um PPR, demonstrando, assim, tratar-se de uma pessoa que pensa no futuro. Fonte ligada ao processo confidenciou-nos que está espe-rançada na contratação de um novo funcionário, mas, caso tal não seja possível, já se estão a equacionar alternativas, como rebocar as ruínas ou alugar o espaço a estudantes da Escola Superior Agrária.

Nº 1573 (II Série) | 15 junho 2012

RIbanho POR LUCA

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Hoje, sexta-feira, 15, o céu deverá estar limpo. A temperatura oscilará entre os 13 e os 30 graus. Amanhã, sábado, o sol deverá brilhar em toda a região e no domingo também não são esperadas nuvens.

Grupos corais debatem candidatura do cante

No quadro da candidatura do cante

alentejano a Património Cultural Imaterial

da Humanidade/Unesco, a comissão executiva

promove amanhã, sábado, pelas 15 horas, no

Instituto Politécnico de Beja, com as direções

dos grupos, um encontro/debate denominado

“Grupos corais debatem candidatura do

cante”. A iniciativa visa “contribuir para um

maior aprofundamento da candidatura junto

dos grupos corais e para apresentar e debater

a caracterização desta manifestação cultural

tal como será apresentada à Unesco, bem

como o plano de salvaguarda”. Participam no

encontro, por parte da comissão executiva,

João Rocha, presidente da Câmara Municipal

de Serpa; João Proença, presidente da

direção da Casa do Alentejo; Joaquim Soares,

presidente da direção da MODA; Francisco

Torrão, presidente da direção da Confraria

do Cante; Paulo Lima, antropólogo; e Vito

Carioca, presidente do Instituto Politécnico

de Beja.

Abertas inscrições para Bienalde Artes Plásticas de Vidigueira

Os artistas nacionais e estrangeiros interessados

em participar na 8.ª Bienal de Artes Plásticas

– Salão das Artes, promovida pela Câmara

Municipal de Vidigueira, podem inscrever-se e

enviar as obras de pintura ou escultura a concurso

até ao dia 31 de agosto. Segundo o regulamento,

os temas e as técnicas de execução são livres e

cada artista pode apresentar até dois trabalhos

originais nas modalidades de pintura ou escultura,

datados a partir de 2010 e não premiados noutros

concursos. A exposição dos trabalhos e a entrega

dos quatro prémios irão decorrer durante o mês

de setembro. Este ano, além de um prémio de

aquisição da obra no valor de mil euros para os

vencedores de cada uma das duas modalidades,

serão entregues outros dois prémios para pintura

e/ou escultura, ou seja, o prémio “Salão das Artes”,

de mil euros, e o prémio especial para o trabalho

mais arrojado e inovador, de 500 euros.

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Andaste pelo teatro, és músico e agora

aventuras-te pela escrita. Foi um im-

pulso ou algo mais pensado e mais an-

tigo em ti?

Corria o ano de 1977, frequentava o curso de Teatro no Centro Cultural de Évora (Cendrev). Um dia desa-tei a escrever num caderno de papel quadriculado uma estória… de ra-jada três ou quatro capítulos… mas era o tempo em que, num inebriante desatino, pulsava o coração das ruas deste país, os peixes voadores dan-çavam na linha de todos os horizon-tes… o caderno… foi esquecido… e o primeiro ímpeto de gizar um livro, esboroou-se… permaneceu a convic-ção: um dia, como dizia a minha avó, quando for… soará!

Este “jogo de janelas” tem várias cente-

nas de páginas. Que estória ou que es-

tórias estão aqui presentes?

O Jogo de Janelas, percorre mais de 400 páginas, mas são muitas mais as que se abrem e fecham…se aqui escrevesse a estória, ou todas as estórias como sugere a pergunta, teria de reescrever o que es-crevi, bom… nem o espaço reservado à entrevista o permitia, e pior…as pessoas já não me compravam o livro…o que se-ria uma pena, e uma lamentável perda para ambas as partes!

A poesia há muito que se libertou da

rima. Mas este é um livro, em princípio

em prosa, mas com rima paralela. Afinal

Francisco Ceia natural de Portalegre

Francisco Ceia iniciou–se como ator de teatro em 1976, em Évora, e fundou três anos depois em Portalegre, a sua terra natal, o grupo de teatro profissional “O Semeador”. Por essa altura editou o primeiro disco, numa carreira de cantor que se estende por uma dezena de álbuns. No ano passado começou a escrever um livro, recentemente publicado pela Colibri. São mais de 400 palavras num “jogo de janelas”, rimado e ritmado, entre a poesia e a prosa. Entretanto, na gaveta continuam mais de duas dezenas de cantigas “prontas a gravar”, mas sem editor.

estamos a falar de um livro cheio de mu-

sicalidade. É poesia ou é prosa?

A poesia é liberdade…rimas são cores sonoras, possíveis jogos, de quem pinta frases…como voa uma andorinha… ou trina um rouxinol…iguais na dife-rença…mas livres! Pergunta um: Onde vamos engavetar este livro? Qual o gé-nero…estilo…o tema, é imprescindível uma sinopse, um esclarecedor e apela-tivo subtítulo; será poesia… prosa… ou, digo eu: Poesiprosa!? Quantas vezes na pergunta, encontra cada um, a sua resposta… “Afinal, estamos a falar de um livro cheio de musicalidade”.

Este é um livro com um búzio (?) na capa.

Reconhece-se nele algo do Alentejo?

Viste um búzio!? Um disse montanha…outro rio…outro ainda vórtice…alguém falou: luz e sombra…! O Alentejo tam-bém anda por lá… o Alentejo pode ser o mundo…o Alentejo é um mundo!

Tu és um músico com um trabalho reco-

nhecido. Este livro é uma pausa na ati-

vidade musical ou o início de um novo

modo de expressão?

O livro Jogo de Janelas foi…, e está a ser, um estímulo… amanhã, ou daqui a umas semanas ou meses, sento-me de novo frente a uma folha branca, pego no lápis… Entretanto, gostava muito de editar as duas dezenas de canções origi-nais que espreitam de outra janela...

Carlos Júlio

Francisco Ceia, homem do teatro,das canções e, agora, da escrita

Janelas que se abrem

PU

B