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SEXTA-FEIRA, 7 SETEMBRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N. o 1585 (II Série) | Preço: 0,90 Menos mas melhores tintos e brancos Começaram esta semana as vindimas na Vidigueira. Até ao final do mês, a Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito está a receber o fruto de uma produção bas- tante afetada, em quantidade, pela seca. Mas cuja qualidade promete ser das melhores dos últimos anos. Quer nos tintos, quer nos brancos. págs. 16/17 Vale do Poço, terra de fronteiras Encaixada entre dois concelhos e ad- ministrada por duas freguesias, Vale do Poço não se rende ao desaparecimento do mundo rural. Continua a fazer da sua con- dição de terra de passagem, e de fronteira, um precioso trunfo e, hoje mesmo, abre portas à 10.ª edição da Feira Agropecuária Transfronteiriça. págs. 4/5 Fogo no Mendro sob suspeita Judiciária investiga incêndio que deflagrou por volta das duas da madrugada PUB Luís Filipe Vieira com os benfiquistas de Serpa O presidente do Sport Lisboa e Benfica inaugu- rou no passado domingo, em Serpa, a mais re- cente casa do clube encarnado. Uma instituição modelo, segundo Luís Filipe Vieira, que servirá de exemplo a futuros núcleos benfiquistas a inaugurar pelo País. A instituição é presidida pelo autarca João Rocha e conta com Nicolau Breyner na assembleia-geral. pág. 21 João Carlos Pronto O chefe moçambicano que aprendeu em Beja o cheiro dos coentros pág. 12 É o maior incêndio florestal deste verão no Baixo Alentejo. Na madrugada de domingo deflagrou na freguesia de Selmes, Vidigueira, um fogo de proporções gigantescas que consumiu mais de 700 hectares de floresta. A Polícia Judiciária suspeita de fogo posto e continua a investigar a ocorrência. pág. 9 AGRADECIMENTO ESPECIAL A JOÃO OLIVEIRA VIA FACEBOOK

Ediçao N.º 1585

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Diario do Alentejo

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SEXTA-FEIRA, 7 SETEMBRO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXXI, N.o 1585 (II Série) | Preço: € 0,90

Menos mas melhores tintos e brancos

Começaram esta semana as vindimas na Vidigueira. Até ao fi nal do mês, a Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito está a receber o fruto de uma produção bas-tante afetada, em quantidade, pela seca. Mas cuja qualidade promete ser das melhores dos últimos anos. Quer nos tintos, quer nos brancos. págs. 16/17

Vale do Poço,terra de fronteiras

Encaixada entre dois concelhos e ad-ministrada por duas freguesias, Vale do Poço não se rende ao desaparecimento do mundo rural. Continua a fazer da sua con-dição de terra de passagem, e de fronteira, um precioso trunfo e, hoje mesmo, abre portas à 10.ª edição da Feira Agropecuária Transfronteiriça. págs. 4/5

Fogo no Mendro sob suspeitaJudiciária investiga incêndio que defl agrou por volta das duas da madrugada

PUB

Luís Filipe Vieira comos benfi quistas de Serpa

O presidente do Sport Lisboa e Benfi ca inaugu-rou no passado domingo, em Serpa, a mais re-cente casa do clube encarnado. Uma instituição modelo, segundo Luís Filipe Vieira, que servirá de exemplo a futuros núcleos benfi quistas a inaugurar pelo País. A instituição é presidida pelo autarca João Rocha e conta com Nicolau Breyner na assembleia-geral. pág. 21

João Carlos ProntoO chefe moçambicano que aprendeuem Beja o cheiro dos coentros

pág. 12

É o maior incêndio florestal

deste verão no Baixo Alentejo.

Na madrugada de domingo

deflagrou na freguesia de

Selmes, Vidigueira, um fogo

de proporções gigantescas

que consumiu mais de 700

hectares de floresta. A Polícia

Judiciária suspeita de fogo

posto e continua a investigar a

ocorrência. pág. 9

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2012 Editorial

AcontecerPaulo Barriga

Mais de um milhão de eu-

ros depois do que se-

ria lógico e aceitável, a

Empresa de Desenvolvimento do

Aeroporto de Beja (EDAB) vai ser

extinta. Por fim e ao fim de um

sem-fim de adiamentos. A EDAB

surgiu para implementar na perife-

ria da Base Aérea de Beja um aero-

porto. Uma das mais tresloucadas

ideias de que há memória na inau-

dita história do Baixo Alentejo. Um

aeroporto novinho em folha, cons-

truído a tempo e horas, sem gran-

des derrapagens orçamentais e sem

qualquer tipo de planificação fu-

tura, rumo, rota ou seja lá o que for.

A EDAB construiu um aeroporto e

pronto. Está feito o dito. Enquanto

empresa de obras públicas, e ape-

nas nesse patamar, o trabalho de-

senvolvido pela EDAB foi notório.

Entre recuos e avanços, mas sem-

pre debaixo de grande demagogia

e de muito ilusionismo por parte do

acionista Estado, concluiu-se o ae-

roporto que, na verdade, ninguém

queria. A não ser o bom povo. Que,

mais uma vez embusteado, acre-

ditou que desta é que seria de vez.

Desta é que as asas do desenvol-

vimento sobrevoariam a região.

Enquanto isso, os grandes investi-

mentos aeronáuticos financiados

pelo Governo estavam a ser maro-

tamente aninhados em Évora. Bom,

mas agora chegou ao fim o folhe-

tim da EDAB. Dentro de um mês a

empresa desaparece, o Estado de-

volve o valor do investimento inicial

aos pequenos acionistas (Ambaal

e Nerbe) e trata das rescisões com

os trabalhadores que ainda sub-

sistem na empresa. Entretanto, es-

gota-se por estes dias o prazo dado

pelo Governo a um grupo de tra-

balho que se propôs estudar a via-

bilidade do aeroporto de Beja. Não

é necessário fazer grande futurolo-

gia para adiantar as grandes linhas

de ação que sairão de tal relatório.

É necessário que indústrias ligadas

à aeronáutica se instalem em Beja,

que haja formação no setor nas di-

ferentes escolas profissionais e po-

litécnicas da região, que se conven-

çam companhias de aviação a voar

para Beja. Carregando pessoas ou

mercadorias lá dentro. Afinal, es-

tamos a falar de um aeroporto. E é

isso mesmo que se faz num aero-

porto: amanhar aviões, estacionar

aviões, receber mercadorias e gente

que vem dentro dos aviões. A ques-

tão é saber que gente e que carga es-

tará disponível para ser despejada

numa região economicamente mo-

ribunda, desprovida de parque ho-

teleiro, sem estratégia turística, des-

pojada de vias de transporte, viárias

ou ferroviárias, rápidas e seguras

e condignas. O aeroporto foi a me-

lhor coisa que aconteceu à região de

Beja nos últimos anos. Falta apenas

que a própria região de Beja acon-

teça nos próximos anos. Falta quase

tudo, portanto. Só não nos falta um

aeroporto. O que já não é nada mau.

Os representantes do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia defenderam “que a correção dos desequilíbrios macroeconómicos ao longo dos vários anos é o único caminho para fazer regressar o crescimento económico sustentado e reduzir o flagelo do desemprego”.

Miguel Frasquilho, deputado do PSD

Odete Fabela

65 anos, professora aposentadaSem querer ser maldosa, penso que muitos dos fogos têm ori-gem criminosa. Pessoas com menos boas intenções. Portugal está a ficar despido de flo-resta. É importante a forma-ção escolar e familiar. Para incutir nas crianças procedi-mentos que contrariem situa-ções de risco. Deveríamos in-vestir mais na prevenção.

Francisco Pacheco

57 anos, empresárioPenso que as modificações cli-máticas contribuem para que haja mais incêndios. As tempe-raturas são cada vez mais altas. Mas muitos outros serão fo-gos postos. Muitos negócios es-tarão por detrás dessas mãos criminosas. Seria importante limpar as matas, existirem me-lhores caminhos, haver mais vigilantes. Se não arde tudo.

Catarina Carvalho

21 anos, estudante de BiologiaHá falta de cuidado nalguns comportamentos. E as ins-tituições que tutelam a flo-resta deviam assumir um pa-pel mais ativo na prevenção. As matas não são limpas e a agricultura está ao abandono. Deviam existir penalizações para quem tem terrenos agrí-colas e não cuida deles correta-mente. A melhor prevenção é a formação cívica da sociedade.

Francisco Carvalho

32 anos, porteiroAcho que a maioria dos incên-dios tem proveniência crimi-nosa. Julgo que haja interesses económicos por detrás destes fogos. Para este tipo de crime as penas deveriam ser mais pesadas. Existir uma justiça mais rápida e eficaz. Os nos-sos bombeiros dão tudo por tudo, mas faltam-lhes meios mais eficientes e modernos para o combate às chamas.

Voz do povo Porque é que Portugal arde todos os anos? Inquérito de José Serrano

Vice-versa“Pela primeira vez a troika acabou por colocar alguma enfâse no crescimento como forma de ultrapassar os problemas do País (…). Mas falou de crescimento à custa da concretização deste plano, que gera precisamente o contrário: desemprego e recessão”.

Miguel Tiago, deputado do PCP

Fotonotícia Morrer na praça. Decorreram durante a passada semana as festas de Barrancos. Outrora centro de todas as

atenções devido à polémica em torno dos touros de morte, hoje, depois de legalizadas as lides à espanhola, estes são dos festejos mais pacífi-

cos, entusiasmantes e bem-sucedidos do distrito de Beja. E muito se engana quem pensar que ali apenas se lida com as lides. Muito pelo con-

trário. Sem o foco mediático a pender sobre os festeiros, Barrancos tornou ao elementar das suas festas: à boa disposição, à fraternidade, à

alegria. Durante quatro dias. Que parece durarem uma vida toda. PB Foto de estadodebarrancos.blogspot.pt

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2012Rede social

Como e porque surgiu a Comissão de

Utentes de Saúde e Outros Serviços

Públicos do Concelho de Serpa?

Se os serviços de saúde funcionas-sem bem no concelho, como de-viam e a população tem direito, esta Comissão de Utentes de Saúde e Outros Serviços Públicos não te-ria razão para existir. Surge por-que um grupo de cidadãos sentiu a necessidade de dar continuidade à luta da população do concelho de Serpa pelo direito à saúde, após a realização de várias iniciativas. A primeira aconteceu o ano pas-sado, organizada pelos presidentes da câmara municipal, assembleia municipal e juntas de freguesia. Seguiram-se outras promovidas pela Plataforma Saúde.

Neste momento, quais são as reais

necessidades do concelho no que

à saúde diz respeito?

É necessária a instalação em Serpa do Serviço de Urgência Básica (SUB).O não encerramento das urgências do Hospital de Serpa. A reposição dos serviços de trans-porte de doentes não urgentes. A continuação do Hospital de São Paulo com todas as suas valências: serviço de RX, análises, ortope-dia, cardiologia, pediatria, fisiote-rapia, entre outras.

Na passada sexta-feira aconteceu

uma concentração na praça da

República. Qual o balanço desta

iniciativa? O que se segue?

O balanço é positivo. Juntaram-se na praça da República, em Serpa, cerca de mil pessoas para apoiar esta Comissão de Utentes da Saúde e outros Serviços Públicos. Disseram estar disponíveis para apoiar todas as iniciativas que fos-sem necessárias na defesa do SNS e, em especial, na defesa do Hospital de Serpa e do seu concelho. Vamos continuar a lutar para que o ser-viço de Urgência em Serpa conti-nue a funcionar 24 horas por dia, e não apenas durante o dia, como defende o deputado do PSD por Beja, Mário Simões, e para que seja instalado o Serviço de Urgência Básico prometido. Vamos também lutar para que continue a existir o Hospital de São Paulo em Serpa, sendo para isso necessário que os serviços retirados nos últimos anos regressem ao hospital. A de-fesa da existência do transporte de doentes não urgentes e a continu-ação do funcionamento regular das extensões do Centro de Saúde de Serpa irão merecer também a nossa atenção.

Bruna Soares

3 perguntasa Palmira Guerreiro

Representante da Comissão de Utentes de Saúde e outros Serviços

Públicos do Concelho de Serpa

Semana passada

QUINTA-FEIRA, DIA 30

ALJUSTREL TENTATIVA DE AGRESSÃO A MILITARES DA GNR

A GNR anunciou a detenção de dois homens, em Aljustrel, distrito de Beja, por tentativa de agressão a militares daquela força de segurança. Fonte da GNR adiantou à agência Lusa que os dois homens foram detidos ao fim da tarde de terça-feira, “por resistência e coação a agentes da autoridade”, sendo que um deles se encontrava a conduzir sem habilitação legal e em estado de embriaguez. Segundo a mesma fonte, os incidentes ocorreram na sequência de uma alteração da ordem, tendo os homens reagido mal à presença da patrulha da GNR, cujo veículo chegou a estar cercado por uma dezena de pessoas, o que obrigou os militares a pedir reforços. Os dois detidos foram presentes a tribunal para primeiro interrogatório judicial e aplicação de eventuais medidas de coação.

VIDIGUEIRA MOTARDS SOLIDÁRIOS

A Câmara de Vidigueira, através do Núcleo de Voluntariado, durante a 14.ª Concentração Motard de Vidigueira, promoveu uma campanha alimentar para “ajudar quem mais precisa”. A intenção foi que os participantes na concentração motard pudessem contribuir através da compra de vales, sendo que cada vale estava associado a um produto alimentar. A campanha foi dinamizada por vários voluntários.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 3

ALMODÔVAR GNR IDENTIFICA DUAS PESSOAS POR FURTO DE COBRE

A GNR de Almodôvar identificou duas pessoas, com idades compreendidas entre os 29 e os 50 anos, suspeitas de furto de cobre e apreendeu cerca de 800 quilos daquele metal, revelou a força de segurança. Segundo a GNR, o cobre terá sido furtado de postes telefónicos e estava escondido junto a Monte Bentes, no concelho de Almodôvar.

BEJA “SEMANA ABERTA” EM BERINGEL

A Câmara de Beja iniciou a 8.ª edição da “Semana Aberta” nas freguesias rurais do concelho, que, desta feita, decorre na freguesia de Beringel, com várias iniciativas lúdicas, culturais e sociais. A iniciativa visa “uma aproximação cada vez mais efetiva” entre o executivo e os serviços da autarquia e os munícipes, explica a câmara. A exposição “Património Natural do Concelho de Beja”, na sede da Junta de Freguesia de Beringel, visitas do executivo a empresas e atendimento a munícipes, conferências, uma sessão sobre os valores naturais da freguesia e uma visita guiada ao património religioso da vila foram as opções da autarquia.

ODEMIRA SEMANA GASTRONÓMICA COM PRATOS À BASE DE CAVALA

Pratos de cavala alimada, em molho escabeche, de cebolada ou cozida com orégãos enriquecem as ementas de sete restaurantes do concelho de Odemira, durante a Semana Gastronómica da Cavala. O evento, promovido pela Câmara de Odemira, começou na segunda-feira passada e envolve restaurantes de Boavista dos Pinheiros, Cavaleiro, Odemira, Vila Nova de Milfontes e Zambujeira do Mar. O município pretende “incentivar a utilização gastronómica da cavala, um produto com enormes potencialidades no concelho”.

TERÇA-FEIRA, DIA 4

CASTRO VERDE COLISÃO ENTRE COMBOIO E TRATOR

A colisão de um comboio de carga com um trator agrícola, que atravessava a linha ferroviária, provocou um morto no ramal de Neves Corvo, concelho de Castro Verde, disseram fontes dos bombeiros e da GNR. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja adiantou à Lusa, que a vítima mortal é um homem de 75 anos que conduzia o trator, tendo o corpo sido encaminhado para a morgue do hospital de Beja, para ser efetuada a autópsia. Segundo a mesma fonte, o comboio de carga transportava minério. O alerta foi recebido no CDOS de Beja e foram mobilizados para prestar socorro ao acidente quatro bombeiros da corporação de Castro Verde, apoiados por duas ambulâncias, e uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER), de Beja.

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Estas palmas não são para o ministro da SaúdeNa passada sexta-feira, juntaram-se na praça da república de Serpa algumas centenas de pessoas em protesto contra o encerramento do serviço de urgência do Hospital de São Paulo. Uma luta que, segundo a organização, promete continuar.

Uma noite nas mais improváveis Palavras AndarilhasPela primeira vez na sua história, as Palavras Andarilhas decorreram este fim de semana no Jardim Público de Beja. Sem dinheiro, mas com muita imaginação e muito empenho dos trabalhadores da biblioteca, Beja voltou a ter Palavras.

Os rapazes lá do fundo tocam bem que se fartamE chamam-se King Mokadi. E mostraram as suas misturadas de música folclórica com influências nas sete partidas do mundo ao público que, religiosamente, gosta e costuma frequentar o espaço cultural Oficinas, em Aljustrel.

Tragam um casaquinho para o Moniz que hoje está frescoSob um sol tórrido e temperaturas a condizer com a época, trintas e muitos, decorreu nas Piscinas Municipais de Beja mais uma etapa do programa televisivo Verão Total. A coisa até esteve animada, não fosse a confusão que se arranjou com os convites.

E esta aqui é dedicada ao Ricardo Landum que é de CubaFoi uma verdadeira chuva de estrelas a última edição da feira de Cuba. A autarquia resolveu homenagear o cubense Ricardo Landum, verdadeira vedeta na composição de letras para cantores populares. E os seus amigos não quiseram faltar à festa.

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Vale do PoçoAldeia recebe Feira Agropecuária Transfronteiriça entre hoje e domingo

Com um pé em Serpae outro em Mértola

São pouco mais de uma centena aque-les que habitam o “coração” da serra de Serpa e Mértola. Vale do Poço é

como se chama este aglomerado encaixado entre dois concelhos vizinhos, cujas ruas dispensam nomes e o recreio das crianças é o próprio empedrado público. Em pleno Parque Natural do Vale do Guadiana, Vale do Poço ainda é terra de pastores, produ-tores f lorestais, apicultores e agriculto-res mas esse mundo rural é uma realidade muito frágil que os eleitos querem prote-ger da extinção. Por isso, vai para 10 anos criaram um evento, a Feira Agropecuária Transfronteiriça, cuja próxima edição ar-ranca hoje, sexta-feira, tentando reproduzir um pouco das vivências serranas e dar visi-bilidade aos recursos locais.

Sendo o momento mais alto da vida da povoação, a sua preparação é feita a pre-ceito. A uma semana da inauguração, Maria do Rosário Fernandes, de 63 anos, alinda a fachada da sua casa ornamentada com flo-res viçosas, estranhamente alheias aos rigo-res do verão. Varre com vigor, apanha esta e aquela folha, até que o pequeno pátio dian-teiro mais pareça uma imaculada sala de visitas. “Moro num monte aqui perto, no concelho de Mértola, mas não resido aqui. Comprámos aqui esta casinha para um dia quando não pudermos trabalhar. Estava a dar aqui uma limpeza, porque vem aí a feira e tem de ser”, informa, comentando algu-mas das desvantagens de viver com um pé em Serpa e outro em Mértola. A distribui-ção do correio, por exemplo. “Ainda agora fui tirar o cartão de cidadão e pus a caixa postal pertencendo a Serpa mas o computa-dor não aceitou. Tiveram que pôr lá Corte de Sines mas eu não pertenço à Corte de Sines”. De resto, nada a assinalar: “O concelho de Serpa será como o de Mértola”. O mesmo definhamento da agricultura, o mesmo en-velhecimento da população, a mesma fuga dos novos. Para a sexagenária, nos dias que correm dedicam-se à lavoura “aqueles que não têm mais rumo nenhum”, salvando-se a criação de gado, alternativa que tem de-monstrado alguma viabilidade.

Fala-se em juventude e desperta-se a iro-nia dos mais velhos, oito representantes da terceira idade que se alinham em dois ban-cos junto à fachada de uma casa onde se lê, numa das portas, “aluga-se para feira”. Um deles trauteia “Grândola, Vila Morena”, indiferente aos visitantes, e Francisco Guerreiro Santos, de 71 anos, aponta para os companheiros matinais indicando que “é esta a juventude que temos aqui com

Encaixada entre dois concelhos e administrada por duas freguesias (São

Salvador e Santana de Cambas) Vale do Poço não se rende ao desapareci-

mento do mundo rural, tal como o conhecemos. Continua a fazer da sua

condição de terra de passagem, e de fronteira, um precioso trunfo e, hoje

mesmo, abre portas à 10.ª edição da Feira Agropecuária Transfronteiriça,

que se prolonga até domingo.

Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano

três casais novos” que ainda se mantêm no coração da serra, e posto de trabalho de, pelo menos, quatro pessoas. Tocando à campainha, roubamos Fátima por instan-tes à sua rotina diária, entre a sala de fa-brico, a câmara de cura e o balcão de aten-dimento. Tudo branco, impecável. Dez dos seus 29 anos têm sido passados ali, o tempo suficiente para entender qual o grande trunfo da terra. “Não nos podemos esque-cer que estamos à beira de uma estrada, num local de passagem. Aquela estrada ali dá muita vida. É um sítio muito procurado pelo queijo, pela fábrica de enchidos aqui em baixo (SerpoCarnes), pelo pão de Vales Mortos. Ou seja, a pessoa quando passa não é só pelo queijo, é por isto tudo”.

Entre os visitantes, gente das redonde-zas ou visitantes a caminho da praia fluvial da Mina de São Domingos ou do Pulo do Lobo, estão também os vizinhos espanhóis, cujo acesso está agora facilitado com a nova ponte até Paymogo. Mas antes disso, já os havia. E fiéis, garante a empresária. “Tenho clientes certos espanhóis, mesmo desde o tempo em que chegavam por aquela passa-gem aqui pela Corte do Pinto”.

Com uma área de distribuição que vai de Beja até às serranias de Almodôvar, a quei-jaria Sota não vê na feira transfronteiriça uma oportunidade significativa de negó-cio, até porque esta é uma altura de “pouco stock”, confessa Fátima. O mesmo já não acontece com os cafés e o restaurante da terra que, mal começa o processo de monta-gem dos expositores, “e eles já têm trabalho, a vender almoços aos trabalhadores”.

Manuel, de 42 anos, filho dos proprie-tários do café Ribeiro, que leva o apelido da família, confirma o reforço da afluência no verão e a melhoria do negócio nos dias de feira: “Entre julho e agosto, estão de fé-rias os que trabalham fora, em Lisboa, no Seixal, e também fora do País, na França, Espanha, Suíça”. Quanto aos vizinhos do outro lado da fronteira, cúmplices dos tempos do contrabando, é notória a maior frequência de visitas “desde que o acesso é mais fácil e melhor. Passam sempre a be-ber qualquer coisa, a comer um petisco. É gente de Paymogo, Puebla [de Guzmán], Santa Bárbara [de Casa]”. As atrações tu-rísticas são, sem dúvida, a praia f lu-vial próxima e aquela que é tida como a mais alta queda de água f luvial do sul de Portugal, conhecida por Pulo do Lobo. E que, por isso, lamenta Manuel, “deveria es-tar em melhores condições de visita, mais arranjado; teria outro movimento”.

mais produção”. Os outros riem-se e lem-bram “a falta que faz um lar” na povoação, mas Francisco nem quer ouvir falar no as-sunto. “Deus queira que quando os meus fi-lhos pensarem em levar-me para um lar eu morra na véspera”, sentencia, sem perder o bom humor. Prefere antes falar na feira que há de chegar dentro de dias, dos familia-res que regressam, do reencontro, do con-vívio, dos visitantes que chegam “de mui-tos lados”. “Vem tudo à feira. Para mim é uma coisa boa. Toda a vida conheci feiras, e esta parece-se com as feiras antigas. É por isso que eu gosto dela. As feiras de Serpa e de Mértola também eram assim. Agora, a gente vai à feira de Serpa e só o que vê é gente junta; não dá ares a nada”. Para trás, Francisco leva 35 anos de trabalho na her-dade de Vale Formoso, campo experimental

estatal inaugurado em 1930, que ainda se mantém em funções a escassos dois quiló-metros da povoação, centrando agora o seu estudo na problemática da erosão dos so-los. Reformado desde há um ano, mudou--se para “umas casinhas” que recuperou na aldeia onde quer “passar o resto da vida”. “Quando abro a porta e ponho os pés no al-catrão, já estou no concelho de Serpa, mas a minha casa está no concelho de Mértola”, conta, fazendo notar que “não há diferença nenhuma” entre as duas administrações. O que aliás se nota na organização da pró-pria feira agropecuária: “Um ano organiza Mértola, outro ano faz Serpa e não temos tido razões de queixa”.

Paredes meias com os bancos onde se senta a “juventude” pelas manhãs está a queijaria Sota, gerida por um dos “dois ou

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Em termos demográficos, verificam-se alte-

rações significativas entre os dois últimos

Censos, o de 2001 e o de 2011? Atualmente, Vale do Poço tem pouco mais de 100 pessoas. Embora não de forma muito acentuada, verificou-se um decréscimo popu-lacional desde 2001.

O que significa esta circunstância de estar en-

tre dois concelhos? É vantajoso? Para os residentes da localidade existem as-petos positivos e menos positivos relaciona-dos com a distribuição de correio, acessibili-dades e alguns serviços que, estando a cobrir a mesma localidade, são prestados e cobrados de maneira diferente pelos dois concelhos. No que respeita à intervenção desta junta na loca-lidade, é uma intervenção idêntica à que existe nas outras localidades de Santana de Cambas e, nalguns aspetos, partilhada com a Junta de Salvador, com a qual temos as melhores rela-ções pessoais e institucionais. No geral, penso que há uma dinâmica diferente, uma vez que a informação e alguns apoios chegam à popu-lação por mais vias.

E a proximidade com Espanha, agora que

existe uma nova ponte entre o concelho de

Serpa e Paymogo, é relevante?

É evidente que é sempre uma mais-va-lia para a região e para a população em ge-ral, pelo que penso que a Feira Agropecuária Transfronteiriça terá este ano mais visitan-tes do que as edições anteriores, tal como tem acontecido com o Festival do Peixe do Rio, desde a construção da Ponte Internacional do Baixo Guadiana.

Como subsiste aqui a atividade agrícola nos

dias que correm e através de que setores? Tem sido a principal fonte de rendimento deste território. Nos dias que correm, mesmo com o gigantesco esforço dos agricultores e com todas as dificuldades que o setor atra-vessa, é evidente que a população teve tam-bém que se virar para outras atividades. Nomeadamente a pastorícia e a pecuária, que são neste momento as atividades económicas com maior relevo.

A Feira Agropecuária Transfronteiriça tem

como objetivo não deixar morrer o mundo ru-

ral e as atividades que lhe são próprias. Isso

tem sido conseguido? É uma feira que já está no roteiro cultural da freguesia. Além de ponto de encontro de ge-rações e culturas, dá também a conhecer aos visitantes algumas atividades e produtos do mundo rural produzidos na região. As gen-tes de Vale do Poço e aglomerados circundan-tes merecem a realização deste evento porque, para além de valorizar o seu esforço diário, dá a conhecer os sabores e costumes desta terra. O pão, o mel, o queijo, os enchidos, o vinho, o artesanato, as iguarias tradicionais, a música regional, etc.

Há feira na serra

Por três dias, entre hoje e domingo, 9, Vale do Poço volta a ser palco da Feira Agropecuária Transfronteiriça, um evento que já vai na décima edição e que, segundo a organização, este ano a cargo do município de Mértola, tentará “reproduzir um pouco da ambiência que se vive naquele território”, onde ainda se re-únem pastores, produtores florestais, apicultores e agricultores. Além das mostras gastronómicas, dos jogos tradicionais e das exposições de gado, a programação aposta fortemente na ani-mação musical, reservando para as 18 e 30 horas de hoje, hora da inauguração oficial, uma “animação circulante” com os Trigo Roxo, grupo que atuará mais tarde em palco, pelas 21 e 30 horas,

antecedendo o baile popular que terá como timoneiro Silvino Campos. Amanhã, logo pelas 10 e 30 horas, debate-se “A influ-ência da troika na nova política agrícola”, tema com especial per-tinência para esta povoação que ainda se mantém fortemente ligada ao trabalho da terra. À tarde, há nova animação de rua pe-los Carambolas (14 horas), uma vacada (19 horas), um espetáculo musical com Tucha (22 horas) e um baile para finalizar o serão, ao som da Banda M@is. A programação de domingo começa com um passeio de BTT, logo pelas 8 horas, cabendo ao grupo Pilha Galinhas a animação circulante, a partir das 14 horas. Pelas 19 ho-ras é dado o apito da partida para os Jogos Transfronteiriços, se-guindo-se um concerto pelo grupo Nova Aurora e, para encerrar, um baile com Tiago Catarino.

Luís ReisPresidente da Junta de Freguesia de Santana de Cambas

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Fez-se fumo branco em torno do rela-tório do grupo de trabalho para o aero-porto de Beja. Mas só na próxima se-gunda-feira, 10 de setembro, é que as entidades envolvidas na redação do do-cumento tornarão públicos os resulta-dos obtidos nos três meses de trabalho em busca de soluções de viabilidade para a aerogare bejense. João Paulo Ramôa, sem levantar o véu sobre as propostas que ontem foram apresenta-das ao secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, refere apenas que “houve convergên-cia entre as entidades representadas no grupo”.

O coordenador do grupo de trabalho não esconde, no entanto, “a grande satisfação” pelo facto de “pela pri-

meira vez, e de forma surpreendente, as di-ferentes entidades que estiveram ligadas ao processo conseguirem sentar-se à mesma mesa e chegar a um consenso”. À partida, prossegue o empresário bejense, “cada qual tinha as suas ideias, aparentemente incon-ciliáveis, mas que afinal apontavam todas para o mesmo lado”.

Uma coisa é certa, refere Ramôa, “conse-guimos o que até aqui nunca se tinha con-cretizado, um relatório que aponta estraté-gias de desenvolvimento para o aeroporto, um consenso alargado entre as entidades da região e essa unidade traz, com certeza, um maior envolvimento da ANA em todo este processo”. “Depois de tantas frustrações”, reconhece João Paulo Ramôa, “podemos agora afirmar que o futuro será por certo melhor do que o passado”.

O grupo de trabalho para o aeroporto de Beja reuniu representantes da ANA, da Força Aérea Portuguesa, da Ambaal, do Nerbe/Aebal, da Entidade Regional de Turismo e da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Alentejo. Algumas autarquias e entidades locais ma-nifestaram publicamente o seu desacordo em relação à constituição do grupo. Como foi o caso da Câmara Municipal de Beja que, na última semana, avançou com um comu-nicado em que expunha os seus objetivos para o aeroporto. No curto prazo, segundo Jorge Pulido Valente, a autarquia pensa que a infraestrutura bejense deve receber indús-trias aeronáuticas e que, no futuro, a aposta deverá recair nos voos comerciais de passa-geiros e mercadorias. E os resultados de re-latório não andarão, por certo, muito longe destes objetivos.

O fim da EDAB Entretanto, os acionistas da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja decidiram-se finalmente pela extin-ção da entidade construtora do aeroporto. Por fim, segundo o autarca Jorge Pulido Valente, “o Estado, enquanto principal acionista, apre-sentou uma proposta que, não sendo a ideal, foi aceite pelos restantes membros”.

Esta proposta prevê a devolução do in-vestimento inicial aos acionista Nerbe/Aebal e Ambaal. E dá carta-branca ao administra-dor liquidatário para, durante o próximo mês, pagar todas as dívidas aos credores, rescindir os contratos com os trabalhadores e preparar o relatório e orçamento de extin-ção da EDAB, empresa que só nos últimos 10 meses teve um prejuízo que ascende ao milhão de euros. PB

Grupo de trabalho apresenta ao Governo soluções para o aeroporto

Voar sobre um ninho de ideias

Consenso O documento, a apresentar no dia 10, concilia pela primeira vez as várias vontades

PS reuniu secretariado da Federação de Beja

Privatização da ANA preocupa socialistas

O Secretariado da Federação do Baixo Alentejo do PS decidiu na passada terça-feira, em Beja, pedir uma reu-

nião “com caráter de urgência” ao Grupo de Trabalho do Aeroporto de Beja. Os socialis-tas dizem temer que a privatização da ANA – Aeroportos de Portugal possa ter “implicações diretas no desenvolvimento do projeto de di-namização e promoção” da estrutura aeropor-tuária.

As “incertezas e indefinições” que resul-tam do processo de privatização, bem como a interrupção das obras na A26 e IP2, “cons-tituem uma afronta à dinâmica de desenvol-vimento regional”, causando “prejuízos enor-mes para o Estado Português”, agravam as “condições de segurança rodoviária”, e “geram mais desemprego”, afirmam em comunicado.

A direção socialista do Baixo Alentejo de-bruçou-se, ainda, sobre aquilo que conside-ram ser “ataques do Governo à escola pública”. O PS acusa a coligação PSD/CDS-PP de fazer “opções ideológicas e economicistas” com pre-juízo para “a formação dos jovens” e com uma marca hostil para os professores.

No dia em que se soube que, na Assembleia da República, os partidos da maioria não ti-nham chegado a acordo para apresentarem a proposta de Lei Autárquica, deixando, as-sim, cair uma das reformas mais contestadas por autarcas dos vários quadrantes políticos, Paulo Arsénio, porta-voz dos socialistas alen-tejanos, reafirmou a intenção de apresentarem os nomes dos candidatos a presidente de câ-mara dos 14 concelhos do distrito de Beja até ao fim do ano em curso.

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“Prevenção do suicídio no mundo: promover os

fatores protetores e a esperança” é o tema de um

debate que vai ter lugar no Auditório Municipal

de Santiago do Cacém, no próximo dia 10, a partir

das 14 e 30 horas. A iniciativa é organizada pela

Sociedade Portuguesa de Suicidologia, no âmbito

das comemorações da Organização Mundial

de Saúde e da Associação Internacional para a

Prevenção do Suicídio, que escolheram esta temática

para 2012. Um debate que pretende “contribuir

para um melhor esclarecimento e prevenção dos

comportamentos suicidários em Portugal”.

Promover a esperança

contra o suicídio

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A época de caça abriu no passado dia 19 de agosto, mas os caçadores são cada vez menos e queixam-se de se-rem vítimas de perseguição pelo Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (Sepna) da Guarda Nacional Republicana.

A Federação Nacional de Caçadores considera “inútil, abusivo e sem base legal” o levantamento de autos de

contraordenação aos caçadores que não se façam acompanhar de guias de transporte da caça abatida.

Em causa está a alteração, por parte do Sepna e do Instituto de Conservação da Natureza e Floresta (ICNF), da “interpreta-ção” do art.º 108 do decreto regulamentar da caça, sem prévia informação às estruturas representativas dos caçadores.

No protesto apresentado a Daniel Campelo, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, a Fencaça la-menta que esta força militarizada tenha op-tado pela “repressão”, descurando a “infor-mação” dos caçadores, acusando ainda os militares de substituírem a “fiscalização que deveriam efetuar juntos dos locais de caça” por ações que “facilmente efetuam numa qualquer estrada nacional do País, onde sem esforço conseguem aumentar o número de autos”.

Caçadores ficam reduzidos a metade numa década

Abriu a caça à multa

O “Diário do Alentejo” apurou junto de uma fonte da GNR que, até agora, aquela disposição legal era apenas utilizada em ações de fiscalização fora da época de caça, por exemplo, em soltas de perdizes ou fai-sões, ou batidas aos javalis, devidamente

autorizadas, de forma a evitar a caça furtiva.A mesma fonte justificava esta prática

com o facto de os caçadores serem portado-res de um cartão de identificação da reserva a que pertencem, o que seria suficiente para provar a origem da caça morta.

Entretanto, num comunicado enviado à agência Lusa, no passado dia 28 de agosto, o Sepna/GNR refere que, “no âmbito das suas competências e na qualidade de entidade fis-calizadora, faz a sua interpretação da aplica-ção das normas referentes às infrações para as quais tem competência para atuar, con-sultando, em caso de dúvida, a entidade ad-ministrativa com competência para decidir sobre as contraordenações verificadas”.

Metade dos caçadores em dez anos A época cinegética, que está agora no início, conta com 137 mil indivíduos autorizados a ca-çar, cerca de metade do efetivo que existia há uma década atrás. A causa para este recuo no número de caçadores, pode ser encon-trada, segundo a Fencaça, nos “custos ele-vados” e nos “exames obrigatórios” a que os novos candidatos têm de se submeter.

Como consequência do desapareci-mento de caçadores a Federação Portuguesa de Caça aponta o risco de, “a breve prazo, o abandono dos campos conduzir a novo de-sordenamento do território”. Também os elevados custos com as licenças e a carta de caçador, os critérios e a calendarização dos exames, e o reduzido número de locais onde é possível prestar provas, são aponta-dos por António Jacinto Amaro, presidente da Fencaça, como fatores que levam à redu-ção do número de praticantes. AF

Guias de transporte Caçadores estão sob a mira do Sepna

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Comunistas contra “golpe” no setor do tu-rismo A Direção Regional do Alentejo (DRA) do PCP ma-nifesta, em comunicado, “a sua mais viva preocupação pe-rante as intenções do atual Governo, expressas na proposta

de lei de Alteração do Regime Jurídico das Áreas Regionais de Turismo e das Entidades Regionais de Turismo”, afirmando que se trata de “mais um golpe” no setor. Os comunistas alentejanos, que defendem a existência de uma única região

de turismo “polinucleada para o Alentejo”, consideram que tal proposta tem como objetivo fundamental “a centraliza-ção das políticas, das decisões e dos meios do Governo cen-tral, em detrimento das estruturas e dos agentes locais”.

O conselho executivo da Comunidade

Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal)

reuniu-se recentemente com o secretário de Estado

das Obras Públicas, a quem fez saber as suas

preocupações a propósito da suspensão das obras

do IP2 e do IP8, que considera “prejudicial para a

região”. Em comunicado assinado pelo presidente,

José Maria Pós-de-Mina, o organismo sublinha

a necessidade do “prosseguimento urgente das

obras, entendendo ao mesmo tempo que qualquer

alteração a efetuar no âmbito do traçado deve ter

em conta a opinião das autarquias respetivas”.

Cimbal preocupada

com suspensão

de IP2 e IP8

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Setembro chegou amargo para muitos docentes. Saíram os resultados do con-curso de colocação de professores nas escolas para o ano letivo 2012/2013 e muitos dos que concorreram ficaram sem colocação.

O concurso, a nível nacional, dei-xou de fora mais professores face ao anterior ano letivo e na região o

Sindicato de Professores da Zona Sul (SPZS) está a avaliar a situação, de modo a perce-ber quantos docentes não ficaram coloca-dos. No entanto, de acordo com Mária da Fé Carvalho, do SPZS, “numa ação realizada pela Fenprof na segunda-feira, junto ao Centro de Emprego, em Beja, pôde-se cons-tar que, em relação ao ano letivo anterior, há muitos mais professores no desemprego”.

Para a sindicalista, “milhares de profes-sores que são necessários às escolas ficaram este ano sem emprego”. “Há, inclusive, do-centes com muitos anos de serviço que fica-ram nesta situação”, docentes que contam com “15 anos de serviço (15 contratos) e que este ano não ficaram colocados”.

Situação, esta, que, segundo o SPZS, “afeta a qualidade do ensino” e “cria maio-res dificuldades à organização e ao funciona-mento das escolas”. “Estas são as consequên-cias das várias medidas implementadas pelo Governo”, considera Maria da Fé, lembrando que “Beja é um distrito que por tradição sem-pre teve muitos professores contratados”.

Os docentes apontam o dedo ao Governo e dizem que “está à vista o resultado das po-líticas economicistas”. “Esta reforma deixou milhares sem emprego”, garantem.

“A diminuição de professores, a criação de mega agrupamentos, o aumento de alu-nos por turma, entre outras medidas, ine-vitavelmente contribuem para a degrada-ção do ensino. Os professores não estavam a mais nas escolas e são, efetivamente, neces-sários. Estamos perante uma situação pre-ocupante que põe em causa a qualidade do ensino em Portugal”, afirma a sindicalista.

A juntar a toda esta situação são ainda de destacar “os professores que ficaram com ho-rários reduzidos” e os que “ficaram com ho-rários zero”. E, neste sentido, para Maria da Fé, “é preciso continuar a lutar” para que vin-guem “os direitos dos profissionais e dos cida-dãos” e para que se prossiga com uma “escola pública” e “de qualidade”.

Na segunda-feira foram muitos os pro-fessores que se deslocaram ao Centro de Emprego de Beja para “meter os papéis” para o subsídio de desemprego. Os contra-tos acabaram no dia 31, com a saída dos re-sultados do concurso.

O SPZS garante que “está a acompanhar toda esta situação” e que “têm sido muitos os pedidos de informação, bem como de ajuda que têm sido solicitados”, porque há “muita gente com anos de serviço que nunca se viu nesta situação”.

Bruna Soares

Sindicato diz que situação afeta “qualidade do ensino”

Mais professores no desemprego

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Beja Dezenas de professores deslocaram-se ao IEFP

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Suspeita-se que o incêndio que deflagrou na freguesia de Selmes, Vidigueira, na ma-drugada de domingo para se-gunda-feira, pelas 2 horas e 39 minutos, tenha tido origem cri-minosa. A Polícia Judiciária de Faro confirmou ao “Diário do Alentejo” que está a investigar a ocorrência.

O combate ao incêndio que teve início no lugar da Cabeça de Miguel, no

concelho de Vidigueira, consu-miu mais de 700 hectares de f lo-resta, na sua grande maioria eu-caliptal e mato.

À hora do fecho desta edição, na quarta feira, os Bombeiros Voluntários da Vidigueira ainda

se encontravam no local em ação de vigilância, com uma viatura. No entanto, para dar luta ao in-cêndio foram necessários mais de 150 voluntários dos distri-tos de Beja e Évora, um pelotão do Regimento de Infantaria 3, de Beja, meia centena de veículos, e duas aeronaves ligeiras e uma pesada.

O incêndio de Vidigueira, que chegou a ter três frentes ativas, foi dado como extinto às 23 ho-ras de segunda-feira, por Carlos Pica, 2.º comandante distrital do CDOS.

A comandante dos Bombeiros da Vidigueira, Noémia Ramos, disse ao “DA” que do incêndio não há a lamentar quaisquer

danos, quer pessoais, quer em pat r i món io e d i f ic ado. Questionada acerca da possi-bilidade do incêndio ter tido início através de mão crimi-nosa, a comandante recusou -se a comentar, mas o “Diário do Alentejo” confirmou junto da Polícia Judiciária de Faro que o caso está a ser investigado. AF

Arderam 711 hectares na freguesia de Selmes em Vidigueira

Fogo sob suspeita

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Fogos florestais Muitos dos incêndios têm origem criminosa

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Foram detetados 22 casos nos últimos dois meses

Pneumonia em Vila Nova de São BentoVinte e dois casos de pneumonia foram diagnosticados nos últimos dois meses na freguesia de Vila Nova de São Bento, em Serpa, a maioria em julho, um número considerado “anormal” pela autoridade local de saúde.

“O pico maior deu-se em julho”, quando foram diagnosticadas 16 pneumonias, disse terça-feira

à Agência Lusa a delegada de Saúde de Beja, Felicidade Ortega.

Segundo a também coordenadora da Unidade de Saúde Pública de Beja, “houve uma diminuição clara do número de casos em agosto”, quando foram diagnosticadas seis pneumonias, as duas últimas na passada sexta--feira.

Não se trata de “um surto de pneumonia”,

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Encontro de Teatro Amador anima Odemira Seis grupos de teatro do concelho de Odemira participam no Encontro de Teatro Amador, que vai decorrer entre os dias 15 e 30 deste mês, no Cineteatro Camacho Costa e no jardim Sousa Prado, naquela vila do litoral alen-tejano. O encontro, no âmbito da iniciativa ‘Odemira Cultural’, arranca com a ‘Comédia à La Fontes’ (dia 15), pelo Teatro Rústico, de Vila Nova de Milfontes.

A Câmara de Vidigueira entrega até hoje, dia 7, manuais

escolares a todos os alunos das escolas dos 1.º, 2.º e 3.º

ciclos do ensino básico do concelho. Hoje, sexta-feira,

pelas 18 horas, no Centro Multifacetado de Vidigueira

são entregues manuais a alunos do 2.º e 3.º ciclos.

Vidigueira entrega

manuais escolares

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mas “pode-se falar de um número exagerado e anormal de casos e maior do que o esperado para uma população tão pequena e em pleno verão”, explicou.

“Não existe uma característica própria” en-tre os doentes - de várias idades e de ambos os sexos, a maioria tratada sem internamento - e “é natural” que os casos diagnosticados te-nham tido origem em “vários micro-organis-mos”, disse.

Segundo a médica, “dificilmente” se ficará a saber qual o agente na origem da maioria dos casos, já que, na altura dos diagnósticos, não fo-ram feitas as análises necessárias, porque “não é habitual” serem feitas.

“A pessoa tem uma infeção respiratória, é tratada e, muitas vezes, não sabemos o agente” que provoca a doença e, para obter essa infor-mação, “é preciso pesquisar”, explicou.

A Unidade de Saúde Pública de Beja foi aler-tada para o número “exagerado” de casos no início de agosto e, desde então, começou “a pro-curar vários agentes” causadores.

“A partir de agora, vai haver uma aten-ção redobrada com todos os casos que vie-rem a ser diagnosticados” e “irão ser pesqui-sados os micro-organismos”, disse, rejeitando “alarmismos”.

Questionada sobre a hipótese de os casos po-derem ter tido origem na água da rede pública, Felicidade Ortega disse que foram feitas análi-ses e os resultados indicam que “está em condi-ções perfeitas de se consumir”.

No entanto, explicou, “como é normal, nas redes de água existem bactérias, que se multipli-cam quando se registam temperaturas entre 20 e 40 graus, as adequadas ao seu crescimento”.

“Para quem não tem problemas de saúde,

não haverá grandes problemas”, mas as bacté-rias podem provocar pneumonia se forem ina-ladas por um imunodeprimido ou um doente crónico, explicou.

Em comunicado, a Câmara de Serpa confir-mou que os resultados das análises à água “não comprometem o consumo” e aconselha à po-pulação três medidas preventivas, recomenda-das pela autoridade de Saúde.

Fazer a purga semanal da rede de água de casa e de equipamentos, como o esquentador e depósitos, abrindo válvulas e torneiras por 10 minutos para garantir a circulação da água e evitar a sua estagnação é uma das medidas.

As outras são rejeitar diariamente ou em cada utilização a primeira água dos chuveiros, por um período não inferior a dois minutos, e proceder, mensalmente, à submersão dos chu-veiros em lixívia, pelo menos por 24 horas.

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68 mil toneladas de concentrado de cobre

Quase 80 milhõesem Aljustrel

Postos de trabalho 688 pessoas trabalham na mina

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Gala equestre em Serpa Música, batismo a cavalo, atividades equestres, circuitos de charrete, romaria ao campo, stands e tasquinhas vão animar a segunda Gala Ibérica Equestre, que vai decorrer entre os próximos dias 14 e 16 no centro histórico de Serpa. O evento, promovido pela Câmara de Serpa, inclui também, no dia 15, o lançamento do 1.º Concurso Ibérico de Modelo e Andamentos da Raça Lusitana, com desfile e apresentação de criadores de Puro--sangue Lusitano do distrito de Beja. As atuações dos fadistas Fernanda Oliveira e Manuel Martins (dia 14) e do grupo “Sonido Andaluz” (dia 15) vão marcar a banda sonora do evento, que inclui ainda a Gala Ibérica, na noite de dia 15.

A Beteca de Beja anunciou na sua página de Facebook que a

fanzine “Venham + 5” n.º 8 da Bedeteca de Beja foi premiada na

categoria de Melhor Publicação Independente pelos X Troféus

Central Comics. É caso para dizer: a BD em Beja soma e segue.

“Venham + 5”da Bedeteca

de Bejapremiada

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O grupo I’M Minning já investiu 78,7 milhões de euros e produziu quase 68 mil toneladas de concentrado de

cobre desde 2010 nas minas alentejanas de Aljustrel, onde trabalham 688 pessoas.

O anunciou foi feito por Humberto Costa Leite, presidente da concessionária das mi-nas de Aljustrel, a Almina, detida a 100 por cento pelo grupo I’M Minning, durante uma visita do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, ao complexo mineiro.

Segundo Humberto Costa Leite, desde 2010 e até final de julho, o grupo I’M Minning já investiu 78 milhões e 778 mil euros nas minas de Aljustrel, dos quais 74 milhões e 513 mil euros foram investidos através de um projeto cofinanciado pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

Do investimento total de 129 milhões e 783 mil euros contratado no âmbito do pro-jeto, o I’M Minning já investiu 59 milhões e 544 mil euros através da Almina e 14 mi-lhões e 969 mil euros através da Empresa de Perfuração e Desenvolvimento Mineiro (EPDM), também detida a 100 por cento pelo grupo.

Do total de 39 milhões e 70 mil euros de incentivos previstos no âmbito do investi-mento total do projeto, o grupo já recebeu 26 milhões e 971 mil euros relativos ao in-vestimento já executado.

Fora do projeto financiado pelo QREN, o grupo investiu mais 4 milhões e 265 mil euros, tendo sido 3 milhões e 865 mil euros através da Almina e 400 mil euros através da EPDM.

De acordo com Humberto Costa Leite, desde 2010 e até final de julho foram extra-ídas 1.334.776 toneladas de minério e pro-duzidas 67.940 toneladas de concentrado de cobre, num volume de vendas de 82 milhões e 915 mil euros.

No âmbito do projeto apoiado pelo QREN, precisou, o grupo tinha contratado a criação de 295 postos de trabalho nas minas de Aljustrel, 150 na Almina e 145 na EPDM, mas já criou 470 postos de trabalho, 284 na Almina e 186 na EPDM.

Além dos 470 postos de trabalho cria-dos, nas minas de Aljustrel trabalham mais 218 pessoas, entre prestadores de serviços e subcontratados, num total de 688 trabalha-dores, disse.

Desde o início deste ano e até final de ju-lho, já foram criados 76 postos de trabalho nas minas de Aljustrel, número que poderá ultrapassar os 100 até ao final deste ano, com a entrada em funcionamento em pleno do jazigo do Moinho, disse Humberto Costa Leite.

Na concessão do complexo mineiro de Aljustrel, já estão em exploração os jazigos de Feitais e do Moinho, dos quais a Almina prevê extrair cobre, zinco, chumbo e prata.

Também no âmbito da concessão de Aljustrel, a Almina, num consórcio com a EPDM, pretende arrancar com os trabalhos de prospeção do depósito de Gavião entre o fim de setembro e o início de outubro e fa-zer um estudo de viabilidade económica do jazigo, com o objetivo de vir a explorar, em princípio, cobre e zinco, estimou Humberto Costa Leite.

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Perfil

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Cozinheiro do mundo, nasceu em Moçambique mas aprendeu o cheiro dos coentros em Beja

O petisco está Pronto!João Pronto é um promissor chefe de cozinha, nascido em Moçambique,

mas criado em Beja. Já trabalhou com chefes de grandes hotéis e restau-

rantes, ao lado dos quais adquiriu o saber e a maturidade imprescindí-

veis na arte de seduzir os paladares. Nas ervas aromáticas com que per-

fuma os seus pratos está um pouco do Alentejo onde cresceu.

Texto Alberto Franco

A sua primeira fineza culinária foi a meias com a avó. “Julgo que te-ria uns 10 anos. Estava a ver

a minha avó preparar um cozido de grão, um prato que ela fazia especialmente bem. Preparou os ingredientes, pôs o grão na panela de pressão, mas a certa altura teve que sair. Então disse-me: ‘ficas aqui e quando a panela apitar desli-gas’. Assim fiz. No fim do al-moço, estava todo contente porque o cozido tinha saído bem.”

sua primeira fineza culinária foi ameias com a avó. “Julgo que te-ria uns 10 anos. Estava a ver

a minha avó preparar um cozido de grão, um prato que ela fazia especialmente bem. Preparouos ingredientes, pôs o grão na panela de pressão, mas a certa altura teve que sair. Então disse-me: ‘ficas aqui e quando a panela apitar desli-gas’. Assim fiz. No fim do al-moço, estava todo contente porque o cozido tinha saídobem.”

À data deste ingénuo “cozinhado”, João Pronto estava longe de imaginar que o seu futuro passaria pelo mundo dos tachos. “Sempre gostei de rondar pela cozinha lá de casa, para ver o que se fazia. A minha avó tinha imenso jeito, foi cozinheira em casas particulares, e a minha mãe chegou a trabalhar num restaurante. Mas con-fesso que não me passava pela cabeça vir a ser cozinheiro”.

João Pronto, 42 anos, nasceu em Moçambique. Após a descolonização, a família regressou a Portugal, tendo-se fi-xado em Beja, em 1979. “Os meus bisavôs, pelo lado paterno, eram de Ourique. Além disso, tinha um tio que vivia em Beja”, explica. Estudou, trabalhou na constru-ção e numa oficina de móveis, até que de-cidiu apostar numa área diferente. “Em 2000, inscrevi-me num curso de cozi-nha na delegação do Centro de Formação Prof issional do Setor Alimentar, em Loulé”. O curso abriu-lhe novas perspeti-vas. Foram nove meses de aulas e três de estágio, no Hotel Le Méridien Penina, du-rante os quais apreendeu os conhecimen-tos básicos da profissão de cozinheiro. Por fora, procurava saber mais sobre gastro-nomia e alta cozinha, lendo muito ou as-sistindo a programas televisivos.

“Após o estágio, trabalhei mais dois meses no Méridien, com o chefe Bernard Lussiana. Depois, juntamente com um co-lega, fui abrir o restaurante do Aparthotel Bay Side, na Galé. Estive lá sete meses, mas a minha mulher estava a estudar em Lisboa e eu sentia-me um pouco cansado

de andar para cima e para baixo. Por isso decidi mudar-me para Lisboa.

Tive sorte, pois ao f im de dois dias comecei a tra-

balhar no Hotel Lisboa Plaza, onde estive al-

gum tempo.” A alta cozinha

espanhola, do céle-bre Ferran Adrià,

d e A n d o n i Aduriz e ou-tros, é a pre-f e r i d a d e João Pronto. C o mo t a l , quando lhe s u r g i u a oportuni-dade de es-t a g i a r e m Barcelona não pensou duas vezes.

“Lançaram-me o desafio de abrir em Cascais uma casa de tapas do grupo espa-nhol Lizarran e para isso fiz um estágio em Barcelona.” Na cidade catalã especia-lizou-se na confeção de saborosas tapas e continuou a aprofundar os seus conheci-mentos. “Regressei a Portugal e chefiei a cozinha do Lizarran de Cascais durante oito meses.” Um internamento de dois meses, por doença, levou-o sair e a expe-rimentar novos locais de trabalho.

Passou pelos restaurantes Eleven, Terreiro do Paço e pela Tasca da Esquina, pelo Hotel Tivoli e pelo Hotel da Estrela, nos quais trabalhou com os conhecidos chefes Joachim Koerper, Vítor Sobral e Luís Baena. “Com os chefes aprendi não apenas a técnica, mas também a estar numa cozinha. O chefe Joachim Koerper ensinou-me a precisão, o tempo das coi-sas, que é muito importante na cozinha. O Vítor Sobral mostrou-me como se tra-balham e combinam sabores de diferen-tes origens. Com o Luís Baena aprendi, entre outras coisas, algumas noções sobre a cozinha molecular em que ele é espe-cialista. Por fim, com todos eles, aprendi a ser paciente, eu que era extremamente nervoso.”

O Alentejo está presente na cozinha de João Pronto, através das ervas aromáti-cas. “Coentros, poejos, hortelã da ribeira, procuro utilizar tudo nisso nos meus co-zinhados”, diz.

Quanto a inf luências, elege os nomes de Vítor Sobral e do espanhol Andoni Aduriz. Na sua opinião, “o futuro da co-zinha passa pela simplicidade, embora as técnicas possam ser complicadas. Vão aparecer mais casas de petiscos e bares que oferecem petiscos de qualidade a pre-ços acessíveis, os chamados gastrobares.”

Desde abril que João Pronto é chefe de cozinha do restaurante 2 à Esquina. “Foi outro desafio que me lançaram, desta vez para fazer cozinha tradicional por-tuguesa. O 2 à Esquina serve refeições e petiscos como ovos de tomatada, passa-rinhos fritos, fígados de cebolada, cara-coletas assadas, burras de porco estufa-das, pataniscas, secretos de coentrada.” Porém, o cozinheiro só se sentirá reali-zado no dia em que abrir o seu próprio restaurante, para realizar os pratos que idealiza. “É o meu grande sonho, que es-pero concretizar um dia. E de preferência no Alentejo, embora tenha consciência das dificuldades que se colocam.” Até lá, João Pronto vai dando o seu melhor nou-tros fogões, homenageando o Alentejo através das ervas com que perfuma cada prato.

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OpiniãoO envelhecimentoda sociedade portuguesaBeja Santos Defesa do consumidor

O Envelhecimento da Sociedade Portuguesa, por Maria João Valente Rosa (Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2012), é um ensaio em que esta conhecida de-mógrafa se questiona acerca das razões que conduziram à singula-ridade em que nos encontramos, em que nos explica a incapacidade da sociedade, até ao presente, em

adaptar com rapidez as suas estruturas sociais e mentais à evolu-ção dos factos; e, por último, propõe um rumo alternativo de orga-nização social em perfeita sintonia com as realidades sociodemo-gráficas da sociedade portuguesa.

A autora parte de uma constatação que muita gente pretende iludir: “Em 1980 Portugal apresentava uma população menos en-velhecida do que a maioria dos atuais países da UE 27. Hoje, é um dos países mais envelhecidos do espaço europeu, e como tal, do mundo”. O que lança desafios terríveis ao sistema educativo, às po-líticas sociais, à solidariedade entre as gerações.

No tocante aos conceitos do envelhecimento, explica o que dis-tingue o envelhecimento individual do coletivo. No primeiro, as situações de envelhecimento cronológico e envelhecimento biop-sicológico e, no segundo, trata as noções de envelhecimento demo-gráfico e envelhecimento da sociedade.

Enquanto o envelhecimento cronológico se reporta exclusiva-mente à idade, o envelhecimento biopsicológico, sendo um reflexo do envelhecimento cronológico, é menos linear do que este, é vivido por cada um de nós de modo diferente. É nesta dimensão do enve-lhecimento biopsicológico que se pode apurar o nível do desalento ou de frustração daqueles que enfileiram na visão negativa da falta de préstimo de que são alvo os seniores e há igualmente uma po-sição mais positiva onde se enquadra o chamado envelhecimento ativo. O envelhecimento demográfico obedece a fronteiras impos-tas pelas principais fases do ciclo de vida, os indivíduos com 65 ou mais anos aparecem como os idosos, os reformados, a terceira idade, assim se chega à percentagem de idosos, atualmente perto dos 20 por cento em Portugal. O envelhecimento da sociedade apa-rece em articulação com o envelhecimento demográfico mas tem a ver com as atitudes mentais e culturais em que uma faixa da socie-dade pode dar sinais de depressão ou sentir-se ameaçada.

Para enquadrar este envelhecimento demográfico é preciso en-carar a verdade dos números. Entre 1960 e a atualidade, o número de jovens diminuiu um milhão e o número de idosos aumentou 1,3 milhões. No momento presente, o grupo “65 e mais anos” contém mais pessoas que o grupo dos jovens, situação que aconteceu pela primeira vez, na história de Portugal, no ano de 2000. Como expli-car este fenómeno do envelhecimento demográfico? Por duas cau-sas: a redução da mortalidade e a redução da fecundidade. O enve-lhecimento demográfico é acompanhado de receios: de perda de saúde, do aumento das doenças crónicas ou degenerativas, acrés-cimo das dificuldades de mobilidade, de visão e audição, como se espalha a solidão e o isolamento familiar, há o medo da pobreza, de que a pensão ou rendimento não cubram as necessidades básicas e os cuidados de saúde. Este envelhecimento demográfico carate-riza-se pela estagnação da população, pela não renovação das gera-ções, pela diminuição da produtividade e pela permanente ameaça à sustentabilidade financeira da Segurança Social. A Segurança Social está confrontada com o constante agravamento devido às despesas com as pensões de velhice ou reforma, e a autora recorda dados incómodos, que mostram a impressionante evolução do nú-mero de pensionistas: “De cerca de 56 mil, em 1960 (e de 187 mil, em 1970), passa-se para um milhão, em 1976, e para dois milhões,

em 1987. Atualmente, o número de pensionistas já está muito pró-ximo dos três milhões de indivíduos, valor que atinge os três mi-lhões e meio se acrescentarmos os pensionistas da Caixa Geral de Aposentações. Em contrapartida, o número de ativos (empregados e desempregados) não está a aumentar na mesma proporção: pas-sou de quatro milhões, 1976, para pouco mais de cinco milhões e meio, em 2010”.

Depois, a autora espraia-se em considerações sobre o seu en-tendimento de uma sociedade mais inteligente que entronca numa proposta de modelo de vida que abrange as três fases do ciclo de vida (formação, produção e lazer/descanso). Trata-se de uma pro-posta com uma revisão mais radical do ciclo de vida em que a au-tora avança com quatro grandes períodos: a fase de formação de base; a fase de carreira principal, a fase de transição para a segunda carreira; e a fase de segunda carreira. Isto significaria que a pro-dução poderia envolver várias carreiras, atividades, profissões ou vários tipos de trabalho ou tarefas. Teríamos então várias fases se-quenciais: produção em estágio profissional; produção numa car-reira principal; produção numa segunda carreira; uma fase com atividades de utilidade social. Levar à prática a construção desta sociedade mais inteligente seria também derrubar vários tabus e criar novas mentalidades. Por exemplo, observa a autora, Portugal é um país de trabalhadores por conta de outrem, o grau de empre-endedorismo é muitíssimo baixo.

Em termos de conclusão, o envelhecimento está a ganhar visi-bilidade e nunca a população em idade ativa apresentou sinais tão visíveis de envelhecimento. Há uma história de sucesso deste en-velhecimento populacional mas as apreensões são enormes: o que será no futuro a nossa identidade cultural; estamos presos a mo-delos disfuncionais e não sabemos sair deles, há como que uma impotência coletiva para obstar ao desperdício real que se verifica em termos de capital humano, por exemplo. Para a autora é pre-ciso avançar para novos conceitos em que a multiplicação de car-reiras obrigue a um reforço da formação ao longo da vida, requisito fulcral para que o futuro da sociedade garanta pessoas de todas as idades mais felizes e produtivas.

Homens do lixoLuís Covas Lima Bancário

Sempre admirei os homens do lixo. O trabalho árduo que nem todos que-rem é feito por homens e mulheres que existem. Não abdicam de uma pos-tura e comportamento que os digni-fica. Sempre que o seu turno começa, não desistem, e lutam por uma causa maior. Andam a pé, correm, transpi-ram e fazem como ninguém a despa-rasitação daquilo que nos “empesta”.

Estes homens, os homens do lixo, são abnegados e persistentes na sua função. O sacrifício não os demove. É a sua obra. Trabalham habitualmente quando todos os outros dormem.

À margem, os tais que dormem, já não dormem, usufruem do descanso possível. Têm cada vez menos sonhos, cada vez mais pesadelos e muitas insónias. As preocupações são o novo para-digma desta sociedade, incomodam, chateiam e são persistentes. Uma (in)consciência que se revolta, e que insiste em nos pertur-bar, seja acordado ou a dormir. Na brisa da noite, seja por cansaço físico ou mental, as horas do descanso são violadas por flashs ou episódios que não queremos recordar. Custa agora adormecer mais do que nunca.

Voltando ao tema desta crónica, os homens do lixo, aque-les que são gente como nós, têm família, dificuldades e também choram. Valorizam as pequenas coisas como ninguém, porque aprenderam à sua própria custa que aquilo que muitos conside-ram pequeno, também pode ser generoso. De pequenas coisas e

de pequenos gestos se faz a diferença. É esse hiato que a todos nos distingue.

Os homens do lixo limpam, reciclam e encaminham para quem precisa tudo aquilo que os outros deitam fora. Aquilo que uns acham supérfluo, para outros serve para suprir carências de uma vida cada vez mais adversa e ingrata, nem sempre enten-dida e muitas vezes humilhada e até devastada.

Na minha terra, em qualquer bairro, rua ou lugar, a sua assi-natura é firme. O compromisso não engana.

São os homens do lixo!

O pessoal de BejaLuís Godinho Jornalista

Bem sei que o pessoal de Beja diz que em Évora é que é, que a cidade é le-vada nas “palminhas” por sucessi-vos governos do PS e do PSD e que por mérito de uma gestão autárquica empreendedora por aqui não fal-tam equipamentos, infraestruturas, enfim, o que de melhor se pode ter numa cidade do interior. Lamento desiludi-los. As nossas piscinas mu-

nicipais, por exemplo, foram inauguradas por um ministro de Salazar, Arantes de Oliveira. Completaram 48 anos no passado dia 5 de setembro e acusam os problemas da idade.

Estádio municipal não temos nenhum. Foi-nos prometido pela atual gestão socialista um estádio grandioso com meios de TV e tudo para animar a malta aos fins de semana. Já passaram 13 anos e outros 13 poderão passar sem relvado, nem pista de atletismo e, pelos vistos, até sem clubes de futebol (o histórico Lusitano encos-tou as chuteiras).

Bom, argumentará o pessoal de Beja, mas é uma cidade de cul-tura! Olhem que já foi mais, não pensem que temos por aqui um Pax Julia ao virar de cada esquina. Aliás, não temos nenhum. Na véspera das últimas eleições autárquicas foi criada uma empresa municipal para recuperar o Salão Central Eborense, majestoso edi-fício do centro histórico. A empresa já fechou e o edifício lá se en-contra entregue à ruína e ao abandono.

No Teatro Garcia de Resende, o Centro Dramático de Évora continua a mexer, com dificuldades cada vez maiores, mas por es-tas bandas não há uma única sala de cinema. As duas que existiam acabaram em 2009 quando o Centro Comercial Eborim fechou à pressa para ali ser instalado o comando da PSP. Resultado: nem ci-nema, nem novo edifício de polícia.

Nem piscinas, nem estádio, nem sala de espetáculos, nem cinema, nem edifício de polícia. Falemos então de urbanismo. Pensará o pessoal de Beja que por aqui haverá um parque de feiras e exposições assim à semelhança daquele onde se realiza a Ovibeja ou, talvez, um pouco maior? Estão enganados, como é obvio. A promessa de o construir já tem barbas e a autarquia chegou a anunciar negociações com proprietários para aquisição dos terrenos onde seria construída a nova infraestrutura. Foi em 2003.

Não existindo maior calamidade do que o descontentamento – como se aprende num dos mais antigos livros chineses, Tao Te Ching (O Livro do Caminho e da Sua Virtude) – evito a calami-dade de aumentar a lista de promessas não cumpridas neste canti-nho da Terra.

O que nos vale é a situação geográfica – com uma autoestrada à porta por estarmos no caminho entre Lisboa e Madrid – a clas-sificação como Património Mundial (com a devida vénia ao en-tão presidente Abílio Fernandes), o património propriamente dito, embora cada vez mais desprezado, e a reabertura da Universidade em 1973 por decreto de Veiga Simão. É o que nos tem valido. Por muito que o pessoal de Beja pense o contrário.

13É muito boa a iniciativa da Câmara Municipal de Beja de descentralizar, por uma semana, o executivo e os serviços

para as freguesias rurais. Esta semana andam por BERINGEL. E é lá que a vereação despacha, é lá que os eleitos tomam conhecimento da realidade local, é lá que os técnicos tentam resolver os pequenos (grandes) problemas de todos os dias. O ofício da política é esse mesmo: estar por perto daqueles a quem a política é dirigida. PB

Hoje o programa da RTP, Canal 1, foi direto de Évora. Foi bonita a en-trevista que, durante a manhã, o Sr. Presidente da Câmara deu. Foi só vender banha-da-cobra, pois ele só fala na Embraer, aquela fábrica que está em pleno funcionamento e farta de enviar asas de aviões para o Brasil. (…)Tenham vergonha com aquilo que dizem que até en-vergonham alguns Cidadãos. Manoelinho, http://maisevora.blogspot.pt/, 4 de setembro de 2012

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Muito se tem falado em consensos entre os partidos da chamada troika, PS, PSD e CDS, dois no governo e o outro que nego-ciou, aprovou e assinou o memorando que arrasta o país para a desgraça. Ouvindo esta insistência, recordei-me de uma frase de Tony Judt, no seu «Um tratado sobre os nossos atuais descontentamentos», publicado em 2010, uma análise à crise que co-meçou em 2008: «Uma democracia de consensos permanentes, não continuará a ser democracia por muito tempo». Rafael Rodrigues, http://rentearelva.blogspot.pt/, 4 de setembro de 2012

14 Esta semana, mais de um milão de euros para lá do que era necessário, foi decidida a extinção da EMPRESA

DO AEROPORTO DE BEJA. E as respetivas compensações aos acionistas minoritários e aos trabalhadores da empresa que construiu o aeroporto. Na segunda-feira terá voz o grupo de trabalho que, nos últimos três meses, andou a pensar sobre o aeroporto. Vamos a ver se desta é que é mesmo de vez. PB

O apoio e investimento ao turismo por parte do poder local da ci-dade de Beja é tão pouco (não digo nenhum porque a Câmara in-vestiu na vinda do programa Verão Total da RTP 1, nas piscinas mu-nicipais), que nestes 3 programas de turismo: Escapadela a dois, Férias em Família e Seniores Ativos, do Turismo do Alentejo, apare-cem 17, 21 e 19 localidades, respetivamente, e nenhuma é a cidade de Beja. http://maisbeja.blogs.sapo.pt/, 3 de setembro de 2012

Há 50 anosSão devidosa culpa própriaos males da Lavoura

Excertos do artigo “O êxodo dos ru-rais”, de Caetano Mestre, na primeira página do “Diário do Alentejo” de 7

de Setembro de 1962, sobre os problemas da agricultura dessa época:

“De uma maneira geral não somos muito atreitos a auscultar os problemas na altura própria e com sentido de oportunidade. Preferimos deixar correr o marfim e quando vemos o caso perdido levamos as mãos á ca-beça como um macaco, gritando ‘aqui d’el rei’!

A maior parte das vezes é tarde de mais!Há quantos anos vem a verificar-se o

êxodo de trabalhadores rurais para os gran-des centros, especialmente para Lisboa e ar-redores, onde a construção civil tem ab-sorvido todos os braços que a procuram, assegurando-lhes trabalho certo e melhor remunerado?

Que se tem feito para evitar esse êxodo?Alguém mexeu uma palha até agora, no

sentido de evitar um mal que num futuro próximo poderá trazer sérias apreensões?

Verificamos o facto e encolhemos os om-bros, fingindo ignorar as consequências que daí possam advir. (...)

O retorno desses trabalhadores, quando se tornar necessário, não constituirá grande óbice, pois estes não poderão sentir-se felizes nas condições em que vivem. Bastará que lhes possam garantir condições de trabalho seme-lhantes e o seu regresso estará assegurado.

Perguntar-se-á, assim, como poderão ga-rantir essas melhores condições de trabalho, se a Lavoura vive praticamente em regime deficitário!

Esse é outro aspecto do problema.Eu pelo menos tenho a convicção que os

males da Lavoura são mais devidos a culpa própria que a factores estranhos. No dia em que ela se resolva a organizar e tomar consci-ência do seu valor e força muitos dos proble-mas com que se debate resolver-se-ão por si. (...)

Em todos os países pequenos que dis-põem duma agricultura evoluída, a razão da sua prosperidade reside, essencialmente, no poder associativo das suas empresas co-operativas, que actuando com o maior sen-tido de unidade e coordenação, não raro se ultrapassam e excedem, criando activida-des secundárias, puramente industriais, para transformação dos seus produtos, pondo-se assim a coberto de interveniências estranhas e atingindo uma posição de auto-indepen-dência que, doutro processo, não lograriam alcançar.

Entre nós, atenta a mesma necessidade as-sociativa, deram á Lavoura uma organização quase oficial – que só não é perfeita por culpa da classe! – e há mais de uma dezena de anos que lhe vêm mostrando a conveniência das Cooperativas Agrícolas, mas a Lavoura ves-tiu-se de mártir, preferindo carpir mágoas a servir-se dos instrumentos de associação que, obstinadamente, prefere sustentar a utilizar!”.

Carlos Lopes Pereira

O ventoFeliciana

O vento a zumbir na palmeira do quintalA chuva a bater na vidraça da janelaParecia uma melodiaOs pardais a chilrearem à procura de guaridaFaziam com que a músicaFosse mais bonita aindaEstava triste e cinzento o diaMas o vento, com a sua teimosiaFazia bailar tudo ao som da melodia

Poemário

Um paíspara ter farturaManel Martins Nobre

Um país para ter culturaE o seu povo não viver mal Tem que ter agriculturaE um bom setor industrial

IO país que aproveitar Os seus recursos naturaisPode sempre crescer maisSem o país se endividarA nossa vida pode melhorarCom economia sã e puraSem cair na aventuraDe um dia andar para trás É com um governo capazUm país para ter fartura

IIOs países que têm marAs pescas são uma riquezaPara ter comida na mesaE não ter que a importarOs pescadores vão pescarGanham a sua vida normalCom o seu esforço naturalLevam o barco para a frenteDão trabalho a muita gente E o seu povo não vive mal IIINão temos que ser doutoresPara ter-mos esta visãoSó pode haver produçãoOnde há bons produtoresSó com bons agricultoresTemos economia seguraNuma sociedade futuraSermos nós a produzirO que vamos consumirTem que ter agricultura

IVNós sabemos que é riquezaA terra o mar e a sabedoriaA inteligência e que cria Um mundo de amor e belezaTodos temos a certezaOnde não há forças do malTemos o que é essencialPara um país desenvolvidoCom o seu povo instruídoE um bom setor industrial

Deixaram a minha terra(Anos 50, 60)

Francisco José Parreira

IPartiram primeiro os aventureirosPorque a miséria não domina doresSaindo depois destes cativeirosOutras famílias levando rancores.

IIEsquecendo rostos de tristes coveirosDas almas que foram de lindos amoresNo gérmen da terra deixaram canteirosBrotando craveiros tão rubros nas cores.

IIICalados no cais antes da partidaEmigrantes nomes de muitos casaisPassaram no Tejo mudanças de vida.

IVChegando por grupos como nos coraisPerante aquela terra prometidaSaudades de gentes que foram rurais.

Sob a Luz da LuaRita Nascimento

Sob a luz da Lua,Caminho sem querer…Seguindo as pegadasDo meu renascer.Caminhos estreitos, Escuros? Talvez.Retiros escondidos Sublime timidez.

Procurando cada passo deixadoPara trás, mergulho inconscienteNo íntimo da paz.

Parada no tempo, caminho sem chãoOlho o futuro e o passado em vão.Estrelas que brilham, luar desigual;Na noite esquecida, na noite animal.

Quebro o silêncio, Gritando sem voz,Pelo rio da vida,Pelo tempo atroz.

Agarro as pegadas,Guardo-as para mim.Recordações magoadas,Neste rio que não tem fim.

Parada no tempo e olhando o céu,Procuro o caminho, oculto num véu.Estrelas que brilham, luar desigual,Renasço das cinzas; renasci igual!

(Igual a ti, igual a todos;Nadando no rioDe uma vida de lodos!)

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O medo é a forma de controlo social e individual mais instalada, disseminada, usada no planeta. Tolhe-nos os movimentos, quebra-nos o pensamento, limita-nos a liberdade. Medo de quê? Pode ser da CRISE, da DOENÇA, do TERRORISMO, ou de outra coisa qualquer. Se houver medo, as pessoas estarão controladas. Um centro de sondagens tentou apurar, a pedido do National Geographic Channel, de que é que as pessoas têm mais medo. Os resultados confirmam que “está tudo sob controlo”. As pessoas têm de facto medo daquilo com que big brothers de hoje as assustam. (Como big brothers leia-se os sistemas de domínio e controlo vigentes). Aqui no Alentejo deve poder escrever-se num qualquer paredão “libertemo-nos porra”! Dores Correia, http://acincotons.blogspot.pt/, 4 de setembro de 2012

15Esta semana tem sido um verdadeiro corrupio às portas do Centro de Emprego de Beja. Centenas de PROFESSORES

CONTRATADOS que não tiveram colocação no concurso nacional foram obrigados a dobrar-se perante a infâmia do desemprego. Muitos deles estão na profissão há mais de 20 anos. Resta saber quanto custará este despedimento coletivo aos cofres do Estado. E quais as ondas de choque que daqui advirão. PB

Não, não aumentou nem se prevê que aumente o tráfego aéreo no nosso querido aeroporto. Porém, este mês será recheado de boas notí-cias ali para as bandas de S. Brissos. A EDAB extingue-se até final do mês. Também nas próximas horas serão conhecidas as recomendações do Grupo de Trabalho criado pelo Governo . Podemos, portanto, dizer que o futuro do aeroporto de Beja começa agora mesmo. Urra! João Espinho, http://www.pracadarepublicaembeja.net/, 4 de setembro de 2012

Esta cidade que eu amoJosé Dias Horta Beja

Conheci um comandante militar que ao iniciar uma revista ao quartel preveniu o oficial de dia que não lhe interessava ver as coisas que estavam bem, mas apenas as que estavam mal. Dizia ele que, o que es-tava bem, estava bem e o que estava mal podia remediar-se.

Se o leitor achar que só falo do que está mal, responder-lhe-ei com a sabedo-ria do velho comandante militar.

Quem do polémico aeroporto des-colasse e subindo, subindo, sob as nu-vens parasse, avistaria a planície imensa, agora em setembro, forrada pelos resto-lhos amarelecidos, pelo acastanhado dos pousios nus, ou ainda pelo prateado dos olivais No meio a cidade, de cambiantes grenats e brancos onde vão desembocar vários traços negros que não são, senão, os caminhos vindos da periferia. No seu interior recortada por ruas, becos e tra-vessas, sobram estranhas figuras geomé-tricas que a objetiva do João Espinho ex-celentemente captou.

Mas a cidade que eu amo é uma cidade de contradições. Aquilo que lá do alto pa-rece, cá em baixo adormecido e em pro-funda letargia, é tão só a f luidez dum trânsito intenso, e a alta velocidade a que se desenrola nas ruas largas e de bom pa-vimento dos Falcões e Mira Serra. Locais não aconselhados a pessoas com dificul-dades de locomoção, pois aqui o excelen-tíssimo automobilista, ou atropela ou des-compõe o desprotegido peão.

Caminhamos, agora, no pedonal e numa rua que tem o nome dum frade de má fama. Mais meia dúzia de passos e eis-nos de frente para o Mercado Municipal,

local que já foi ponto nobre da cidade, onde o dia começava mesmo que não hou-vesse sol, familiares e amigos marcavam encontro, bifanas se consumiam, junípe-ras e ginjas se bebiam e negócios se fecha-vam. Empurraram-nos para as abundân-cias do sr. Belmiro, e outros que disputam o primeiro lugar dos homens mais ricos do país., com a promessa da recuperação do espaço. E tudo o vento levou!

Parámos mais adiante, junto ao edifí-cio mais rico e mais belo que, porventura a cidade tem. Fortaleza inexpugnável pe-dra, cimento e ferro. Para pombal não se-ria necessário tanto.

Uma pequena pausa e um pequeno desvio para percorrer a rua mais fria da cidade, para trás ficou o Luís da Rocha, onde médicos e engenheiros espreitam para fora. Um bom dia aos resistentes barbeiros e na nossa frente o jardim do Bacalhau com a mesma poça de há anos e os mesmos vergonhosos sanitários

Retornamos à esquina do Banco de Portugal e caminhamos para norte, sem-pre subindo e pelo pedonal, à nossa di-reita, a precisar urgentemente de obras o convento da Conceição, que já alber-gou 200 almas e agora é Museu Regional, onde para Borrela e a quem Mariana deve muitos obrigados, pelo rigor e pela ver-dade da vida da freira apaixonada.

Ao fim da rua dos carros de praça, o Pax Julia limita o largo d e S. João, que mais parece uma picada armadilhada.

Duas ruas velhinhas conduzem-nos à mais bela e mais bonita praça da cidade e onde foi permitido que o mau gosto do Pólis desse azo à sua imaginação.

Por detrás da praça, a parte velha da cidade – ruas estreitinhas, becos e vie-las – um vaso de manjericos uma barra caiada – a travessa da Condessa, a rua da Mouraria, da Guia e dos Pintores.

Na minha cidade não gostam de mo-numentos, nem de estátuas, já devem

estar esquecidos, que durante 14 anos a juventude deste país participou numa guerra onde perderam a vida milhares de jovens entre os quais alguns desta cidade. E do monumento prometido? Nada! Que ingratidão!

Contaram-me que há uma comissão de nomes sonantes para obviar tamanha lacuna, mas ao tempo que isto aconte-ceu, tal comissão deve ser fantasma ou de fantasia.

É curto mas vai longo este roteiro, va-mos terminá-lo na torre de menagem do altivo castelo, da qual Miguel Torga disse, que se avista meio Portugal.

A criseno desportoJosé A. Ramos Monte da Caparica

Há que reconhecer que a crise que se vive, não só afeta a vida social em todos os seto-res, como também tem prejudicado o des-porto, principalmente o futebol. No des-porto rei temos visto que, através dos anos, muitos clubes têm desistido da competi-ção, e, pior ainda, outros têm acabado fe-chando suas portas.

E isto em todo o País e certamente em toda a Europa porque a crise vai alas-trando. Por exemplo, nos distritais de Setúbal e Beja (mais perto de nós) esta si-tuação que altera o curso ordinário das coisas (nas nossas vidas) não pode deixar de se notar também no futebol. E não só no futebol profissional, como pasmemo--nos, no futebol amador onde tudo devia ser muito mais barato. O caso mais recente passou-se na Trafaria. Na última assem-bleia do clube desta localidade (clube his-tórico, porque há dezenas de anos dispu-tava a I Divisão da Associação de Setúbal) os associados saíram de lá desgostosos e

chorosos porque o clube não tinha 25 mil euros para disputar mais um campeo-nato! Tanto dinheiro para um clube ama-dor! Num campeonato de clubes pobres e amadores! Mas, hoje em dia, onde está o amadorismo? Vejamos, e desde há pou-cos anos, o número de clubes que eram, e quantos são presentemente, só nestes dois distritos e filiados nas associações: nos distritais da AFS (I e II divisões) desde a época de 1990/91, participaram até hoje nos campeonatos, 50 clubes. No próximo campeonato, 2011/12, jogarão na I divisão 16 clubes, como anteriormente, mas so-mente dez clubes na II Divisão, obrigando a maiores viagens, visto tão pequeno nú-mero participar numa só zona. Vemos, as-sim, que cerca de metade dos clubes desis-tiram, ou acabaram, ou foram outros para o Inatel (com tudo mais barato).

Panorama semelhante, vemos nos dis-tritais da Associação de Futebol de Beja: desde a época 1995/96 (quando as vitórias passaram a valer três pontos) já estiveram na I divisão, 34 clubes. Na II divisão, na época passada, eram 17 os clubes em duas zonas A e B (9+8).

Na próxima época serão apenas 13 clubes numa só zona, obrigando os clu-bes desta divisão, tal como os de Setúbal, a maiores viagens, mais demoras e mais gastos.

Ora se vão participar apenas 27 clubes (14+13), o que terá acontecido aos outros clubes?

Realmente cada ano que passa não só temos menos cabelo, como cada vez exis-tem menos clubes, principalmente nos dis-tritais da II divisão de Setúbal e Beja.

Que estas duas associações possam re-ver o que não está bem, e facilitem mais os clubes com mais problemas financeiros.

Não deixem acabar as II divisões distritais!

Nota: Amador quer dizer apreciador, práticas por gosto. Não profissional.

Haja saúde ambiental Desta água não beberei

Coordenação Raquel Santos e Rogério Nunes Texto Ana Machado e Stephanie Gouveia Desenho Patrícia Correia

Projeto de educação para a saúde no âmbito do curso de Saúde Ambiental do IPBeja

EU VOU BEBER ALI

À FONTE. SABE

MESMO BEM!

ESTOU CHEIO DE SEDE,

VOU PEDIR UMA ÁGUA.

À FONTE?

MAS ESTÁ LÁ UM SINAL

QUE DIZ IMPRÓPRIA

PARA CONSUMO!

MAS QUAL É O PROBLEMA?

TODA A GENTE VAI LÁ BEBER!

NÃO SABIA

QUE PODIA FAZER

ASSIM TANTO MAL

À SAÚDE!

É VERDADE JOÃO!

POR ISSO É

PREFERÍVEL

BEBER ÁGUA

DA TORNEIRA

QUE É MAIS

SEGURA.

Cartas ao diretor

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Reportagem

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O dia quente não impede que homens e mulheres, apetrechados de roupa, chapéus e lenços, porque, como diz

o ditado, “o que tapa o frio, tapa o calor”, saiam para o campo. Em solo alentejano já se vindima e os cachos são retirados maio-ritariamente pelas mãos de quem tem a tra-dição vincada no corpo. Por quem avança entre as entrelinhas à procura do fruto, que dará o melhor líquido, que é o mesmo que dizer o melhor vinho.

Por momentos esquece-se a seca, causa-dora de estragos na vinha. As uvas atingi-ram o grau de amadurecimento indicado e é preciso levá-las para a Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, que conta com mais de 300 sócios. Obra que nasceu do so-nho de vários viticultores da região. O iní-cio da atividade produtiva remonta ao ano de 1963. Viticultores que têm mantido nos seus efetivos vitícolas as melhores castas au-tóctones. Destaque para “Antão Vaz”, pro-dutora de um vinho branco ímpar, e para “Alfrocheiro”, produtora de um vinho tinto muito aromático.

A época de vindima está enraizada nas gentes da região e há famílias inteiras que saem para o campo. O trabalho durante a colheita aumenta e as pessoas, embora tem-porariamente, ganham um rendimento ex-tra. Apesar das máquinas, que já auxiliam e substituem muitos vindimadores, nos campos ouve-se a voz de homens e mulhe-res, porque a tradição e o gosto, neste caso, é quem mais ordena.

Seca diminui produção na região de Vidigueira, Cuba e Alvito

Era o vinho, meu bem, era o vinho...Já se vindima no Alentejo e a festa da colheita deverá ficar nos campos até

ao fim do mês. A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito já está a

receber uva e, este ano, espera-se uma quebra na produção, que deverá os-

cilar entre os 10 e os 20 por cento. A culpa é da seca. O entusiasmo, porém,

é grande. Esperam-se vinhos de grande qualidade. As uvas analiticamente

estão muito corretas e os bagos estão cheios. Um bom ano para os brancos

e para os tintos.

Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

O sol queima. Na serra, no concelho de Vidigueira, o fogo que deflagrou não dá tré-guas aos bombeiros e o fumo propaga-se. À porta da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito os homens, que trouxeram os tratores carregados de uva, aguardam pela sua vez. À entrada um letreiro avisa: “Fila única”. Os tratores avançam um a um. Por vezes o tempo de espera é grande e os ho-mens matam a sede encostados a uma rou-lotte, propriedade de quem perspetivou a necessidade e se instalou para o efeito à porta da adega.

A azáfama, mal se entra, percebe-se que é grande. É preciso pesar, atestar a qualidade da uva, ver a acidez, a cor, entre tantas ou-tras coisas. Até ao fim da vindima, segundo Luís Leão, enólogo da Adega Cooperativa de Vidigueira Cuba e Alvito, deverão ser rece-bidos “oito milhões de quilos de uva”. “Três

milhões e meio de tinto e quatro milhões e meio de branco”, adianta.

Mas este ano espera-se uma quebra na produção. “Estamos à espera de uma dimi-nuição entre os 10 e os 20 por cento. No que à qualidade diz respeito, contudo, temos uma enorme expetativa. Apesar de ter sido um ano muito seco, muitas das vinhas estão em regadio e os viticultores têm melhorado qualitativamente as uvas”.

A quebra na produção deve-se, como já se pode adivinhar, sobretudo à seca. Luís Leão, enquanto aprecia a qualidade da uva que está a entrar na adega, explica como a falta de água afetou a produção. “As vinhas precisam de uma média de 500 milímetros de água para viverem bem. Tivemos cerca de 320 milímetros. O que significa que tive-mos menos 30/40 por cento de água do que num ano normal”. Em vinhas de sequeiro

as consequências foram inevitáveis. Menos produção e bagos mais pequenos.

O calor insiste em não dar tréguas. O dia na adega começou às 8 horas. A recolha da uva só deverá terminar às 20 e depois há que preparar tudo para o novo dia. A coo-perativa está empenhada em continuar a fa-zer vinho de qualidade e todos os cuidados são poucos, até porque o costume manda que nesta casa se concluam vinhos que fa-çam jus à fama da região.

“Há já alguns viticultores que vindimam à máquina. Essas uvas têm de chegar à adega até às 10 horas. Estes viticultores fazem a co-lheita de noite. A uva tem de chegar fresca. A colheita que é feita manualmente tem de ser feita no dia e entra durante todo o dia. Temos depois, claro, muitos outros parâme-tros. Tem de se ter em atenção o grau alcoó-lico, a maturação da uva, os reboques têm de ser isolados, entre tantas outras coisas”.

Mas o segredo para que a uva chegue em condições à adega muito se deve ao trabalho que é desenvolvido durante todo o ano no campo. “Com o grande acompanhamento da Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo (Ateva) as vinhas são bem contro-ladas. Os viticultores entregam toda a pro-dução. Não há assim desperdícios e as uvas estão em excelentes condições. Se um viti-cultor chegar à adega, por exemplo, com uvas podres, o que não acontece, a própria sonda (primeira fase da entrada da uva na adega) indica-o”. É nesta fase que a quanti-dade de fruto é pesada, que se analisa o teor

Adega Cooperativa Uvas são entregues todos os dias até ao final do mês. Os bagos estão cheios e esperam-se vinhos de grande qualidade

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alcoólico e que se estabelece o pagamento, diferenciando-se as uvas.

As doenças, nomeadamente o míldio, não afetaram as vinhas e a uva está cheia. Desperdícios? “Não os há”, garante Luís Leão. “O trabalho é feito durante todo o ano, para que nesta altura tal não se verifique”.

As uvas são descarregadas no tegões, de-pois de devidamente diferenciadas. É pre-ciso que fermentem à temperatura ideal e que passem por controlos muito rigoro-sos, sempre debaixo de olho de técnicos especializados.

“Em termos de vinhos brancos, nas ga-mas mais baixas, esperamos lançar a co-lheita deste ano no princípio de 2013. No que diz respeito aos tintos, também nas ga-mas mais baixas, em meados de 2013. Os

casos dos vinhos de reserva, de colheitas se-lecionadas e garrafeiras exigem outro tra-balho. Há a parte das barricas, do estágio em garrafa e isso leva muito mais tempo”, conta o enólogo.

A aceitação dos vinhos, de acordo com Luís Leão, “é muito boa”, até porque os vi-nhos da zona de Vidigueira têm fama. “Sempre teve uma tradição muito grande em vinhos brancos. Vidigueira pode con-siderar-se a mãe dos vinhos brancos no Alentejo. Houve, no entanto, uma grande diminuição no consumo de vinho branco. Os viticultores e a adega foram obriga-dos a adaptar-se. A adega há 15 anos ti-nha 90 por cento de branco e 10 por cento de tinto. Começou a vender-se muito tinto e pouco branco. Teve de acontecer, natu-ralmente, uma mudança. Equilibraram-se as produções”, lembra o enólogo. No en-tanto, defende: “Não há dúvidas de que a zona de Vidigueira em vinhos brancos, es-pecialmente da casta ‘Antão Vaz’, é rainha. Não há igual. São vinhos muito suaves e muito frescos. Nos tintos a grande casta é a ‘Trincadeira’, se bem que existe uma mu-dança e já se plantam outras castas. A quali-dade distingue os vinhos da zona”.

Este será, na opinião do enólogo, um “bom ano” para os vinhos da adega. “As uvas têm muito bom aspeto e analitica-mente estão muito corretas”, avança. E por onde passa o futuro dos vinhos desta re-gião? “O grande desafio da adega é colocar, especialmente o vinho branco, como um dos melhores do País. Esta tem de ser uma zona de referência. É aqui que a casta ‘Antão Vaz’ se dá em excelentes condições”. E por isso não restam dúvidas. A intenção é co-locar o branco de Vidigueira nas bocas do mundo, porque embora já se aposte na in-ternacionalização, há muito mercado para explorar. Lá fora, mas também cá dentro.

Esta é a segunda semana de vindima. A festa da colheita deverá estar nos campos do Alentejo até ao final de setembro.

Crescer, aumentar a notariedade e pagar melhor as uvas

A nova direção da Adega Cooperativa

de Vidigueira, Cuba e Alvito foi eleita re-

centemente. Quais são as suas principais

apostas?

Para além de ser uma direção recente, to-mámos posse em janeiro, também é uma direção jovem, na idade e no posto. É cons-tituída por pessoas que nunca tinham es-tado ligadas aos órgãos sociais da adega e por pessoas cuja faixa etária ronda os 30 e poucos anos. Queremos que esta casa ganhe notoriedade. Queremos que comercialize cada vez mais vinhos de qualidade e quere-mos remunerar melhor as uvas dos nossos associados.

Tendo em conta a conjuntura atual acha

que é possível?

Sim. Quando tomámos posse pensámos: “Vamos entrar em 2012. Um ano terrí-vel, com a retração do consumo nacional e a nossa cota de exportação é só de dois por cento”. Prevíamos um ano muito mau e complicado. Na análise dos resultados do primeiro semestre crescemos 4, 8 por cento. Temos indícios de que é possível, apesar destas condições e desta envolvente micro e macro económica, crescer. Agora é preciso saber para onde queremos crescer. E a adega quer crescer cá dentro e não só pela via da internacionalização. É claro que qualquer coisa que façamos para o exterior significa muito. Recordo que só temos dois por cento. Queremos, assim, crescer no mercado na-cional e no exterior.

A “Vidigueira” é uma marca já bastante co-

nhecida a nível nacional…

A sub-região vitivinícola de Vidigueira tem mais de uma dezena de produtores de grande renome. O único cooperativo so-mos nós. Esta marca é mais reconhecida quanto mais e melhor cada agente fizer o seu trabalho.

A zona é tradicionalmente conhecida pela

qualidade dos vinhos brancos, embora os

tintos sejam também uma grande aposta…

A nível nacional Vidigueira é entendida como uma região tradicionalmente produ-tora de vinhos brancos. As castas produto-ras de vinho branco, nomeadamente “Antão Vaz”, têm uma belíssima adaptação nesta re-gião. Nas últimas duas décadas, com a mu-dança dos hábitos de consumo para o vinho tinto, a região adaptou-se. Esta casa teve de reestruturar-se. Uma das nossas apostas de marketing, em termos de direcionamento do produto, vai precisamente para os vi-nhos brancos. Queremos efetivamente que esta casa se afirme como uma casa de exce-lência de produção de vinhos brancos para aproveitar toda a energia que já existe. Por que não voltar a dizer que vinhos brancos são os de Vidigueira? O que não quer dizer que não tenhamos os tintos.

E novos investimentos?

Uma nova linha de engarrafamento e uma nova zona de armazenamento.

Por onde passa o futuro desta casa?

Passa por apostas acertadas no que diz res-peito ao incremento da notoriedade dos seus vinhos. A região já tem fama e, neste sentido, a Vidigueira tem que reaparecer ainda mais e ganhar mais cota de mercado e mais dina-mismo. Penso que este é o único caminho. Crescer, aumentar a notoriedade e valorizar e pagar melhor as uvas aos seus associados.

Bruna Soares

José Miguel Almeida

Presidente da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito

“Não há dúvidas de que a zona de Vidigueira em vinhos brancos, especialmente da casta ‘Antão Vaz’, é rainha. Não há igual. São vinhos muito suaves e muito frescos. Nos tintos a grande casta é a ‘Trincadeira’, se bem que existe uma mudança e já se plantam outras castas. A qualidade distingue os vinhos da zona”.

Vindima Deverão ser recebidos oito milhões de quilos de uva

Queremos efetivamente que esta casa se afirme como uma casa de excelência

de produção de vinhos brancos para aproveitar toda a energia que já existe.

Porque não voltar a dizer que vinhos brancos são os de Vidigueira?

José Miguel Almeida❝

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Vasco da Gama de Vidigueira deu a volta ao marcador no final do jogo

Os jogos têm noventa minutos...

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Desporto

Um bom arranque de campeonato para o Aljustrelense, Vasco da Gama e Moura. Os dois primeiros triunfaram em terreno alheio, os mourenses ganharam em casa. O Castrense foi surpreendido no seu próprio reduto.

Texto e foto Firmino Paixão

Quando se quer explicar o inexplicá-vel é frequente ouvir-se a expressão “é o futebol...”. Pois é! O futebol é

um jogo com três resultados possíveis, mas como jogo que é começa e acaba quando o árbitro determina. As equipas não podem sair, virtual e mentalmente, do terreno an-tes do apito final, deixando os adversários a jogar sozinhos. Parece ficção? Mas é a re-alidade. No primeiro derby desta histórica época desportiva, o Castrense recebeu a for-mação do Vasco da Gama de Vidigueira, es-treante neste patamar competitivo. O facto de jogar em casa e de ter um plantel com

montar a estratégia que o avançado Semedo (23 anos, ex-Algés) coroou de sucesso, com o golo solitário que garantiu a vitória da equipa sul alentejana no campo D. Manuel II, último rei de Portugal e duque de Beja, por isso, um bom talismã para os mineiros.

O relvado do Moura Atlético Clube emana um perfume a futebol de segunda divisão, mas Joaquim Mendes, tem algum trabalho ainda pela frente para consolidar a qualidade do seu plantel. A equipa começou o campeo-nato em casa, com a formação do Sesimbra, e quando o médio brasileiro André Tonon (20 anos) abriu o marcador com um golo de supe-rior qualidade, criou-se a expectativa de uma partida de crescente interesse e maior espe-táculo. A expulsão do guineense Ibraíme, quase em cima do intervalo, deu algum fô-lego ao Sesimbra e a estratégia dos locais foi, necessariamente, diferente, retirando quali-dade ao futebol praticado no período com-plementar. Ainda assim, o Moura Atlético Clube, mesmo em inferioridade numérica,

ainda elevou para os 2-0. Quanto aos restantes alentejanos, re-

corde-se que a Série F tem, este ano, oito equipas da região, o Atlético de Reguengos venceu o derby no terreno do Juventude e a União de Montemor conseguiu uma vitória tangencial no seu campo, ante o Lusitano de Vila Real.

O Nacional da 3.ª Divisão vai parar du-rante duas semanas, a próxima devido a compromissos da Seleção Nacional, a se-gunda para introdução de mais uma eli-minatória da Taça de Portugal, da qual três das quatro equipas representantes da Associação de Futebol de Beja já estão afas-tadas, mantendo-se apenas o Vasco da Gama de Vidigueira. Fica, no entanto, a nota para os compromissos da próxima ronda, com o Aljustrelense a receber o Lagoa e o Vasco da Gama a jogar em casa com o Monte Trigo, enquanto o Moura viaja para o sotavento algarvio (Vila Real de Santo António) e o Castrense para Sesimbra.

3.ª Divisão O Moura Atlético Clube, mesmo em inferioridade numérica durante 45 minutos, conseguiu vencer o Sesimbra (2-0)

maior solidez abonava ao favoritismo da equipa de Castro Verde, que confirmou essa ideia até aos 85 minutos de jogo, altura em que ganhava à formação de Vidigueira por 2-0. Nos cinco minutos finais da partida, e nos três de crédito para compensações, o Castrense excluiu-se da partida e permi-tiu uma já inesperada reação do adversá-rio, com três golos que lhe deram a vitória. Inexplicável? “É o futebol”, terá dito quem assistiu a este eclipse da equipa local que nos dois primeiros jogos oficiais da tempo-rada averbou duas derrotas, com o afasta-mento da Taça de Portugal e a entrada no campeonato com uma derrota perante um adversário direto.

Mais feliz, pelo menos mais eficaz, foi o Mineiro Aljustrelense que viajou até Monte Trigo e ali ceifou os três pontos em disputa. Era um terreno que oferecia algumas difi-culdades, com uma equipa que vinha de um trajeto bem-sucedido. Carlos Piteira, téc-nico dos tricolores, estava prevenido e soube

3.ª Divisão – Série F

1.ª jornada

Juventude Évora-At. Reguengos ................................... 0-2 Lagoa-Esp. Lagos ................................................................1-3 Monte Trigo-Aljustrelense ................................................0-1 Castrense-Vasco da Gama ................................................2-3 Moura-Sesimbra ................................................................. 2-0 U. Montemor-Lusitano VRSA ...........................................2-1 J V E D G P

Esp. Lagos 1 1 0 0 3-1 3

At. Reguengos 1 1 0 0 2-0 3

Moura 1 1 0 0 2-0 3

Vasco da Gama 1 1 0 0 3-2 3

U. Montemor 1 1 0 0 2-1 3

Aljustrelense 1 1 0 0 1-0 3

Castrense 1 0 0 1 2-3 0

Lusitano VRSA 1 0 0 1 1-2 0

Monte Trigo 1 0 0 1 0-1 0

Lagoa 1 0 0 1 1-3 0

Juventude Évora 1 0 0 1 0-2 0

Sesimbra 1 0 0 1 0-2 0

Próxima jornada (23/9/2012): At. Reguengos-U. Montemor,

Esp. Lagos-Juventude Évora, Aljustrelense-Lagoa, Vasco da

Gama-Monte Trigo, Sesimbra-Castrense, Lusitano VRSA-

Moura.

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A Associação de Futebol de Beja já reali-zou os sorteios de alguns dos campeona-tos que organizará na época 2012/2013, mas o planeamento competitivo ainda está longe de ficar definitivamente fechado.

Texto e foto Firmino Paixão

A desistência de algumas equipas que disputavam os campeonatos distritais de futebol organizados pela AF Beja

provocou sérias dificuldades no planeamento normal da época desportiva. Ao nível da divi-são principal, como se sabe, desistiram as for-mações do Ferreirense, Panóias e Despertar,

e o Vasco da Gama ocupou uma vaga na 3.ª Divisão.

Em face destas deserções, o Sporting de Cuba e o Guadiana de Mértola, que tinham sido despromovidos, voltaram ao escalão principal, bem como o Bairro da Conceição e o Amarelejense, estes a convite do organismo associativo, por terem terminado o Distrital da 2.ª Divisão nos lugares imediatos ao Cabeça Gorda e Piense, as duas equipas que consegui-ram o mérito da promoção (o Renascente de São Teotónio, também convidado, declinou, deixando a vaga em aberto ao Amarelejense). Só assim foi possível completar o quadro de 14 equipas que o regulamento prevê para disputa da prova principal, esvaziando o já

exíguo leque que se propunha competir na 2.ª Divisão. Assim, a prova secundária ficou li-mitada a cinco clubes, pelo que o executivo da AF Beja tem vindo, ao longo dos últimos dias, a promover contactos com clubes que são po-tenciais concorrentes naquele escalão, para completar o número mínimo legal para rea-lização da prova (oito). Por esse motivo não se realizaram ainda os sorteios da Taça Distrito de Beja em Seniores e 2.ª Divisão.

Este quadro de constrangimentos surge num ano em que estão quatro equipas do dis-trito a competir na 3.ª Divisão Nacional, sendo que, pelo menos, duas delas regressam na pró-xima época aos regionais. O quadro de jogos já sorteados é o que a seguir se apresenta.

AF Beja – Taça Distrito de Beja e 2.ª Divisão com sorteios adiados

Os campeonatos da transição

AF Beja Direção empenhada na realização dos sorteios dos diversos campeonatos

Taça de PortugalVasco da Gama recebe o Santa Clara O Clube de Futebol Vasco da

Gama, de Vidigueira, única

equipa do distrito de Beja que se

qualificou para a 2.ª eliminatória

da Taça de Portugal (afastando os

Caçadores de Taipas), vai receber

a formação do Santa Clara,

equipa de Ponta Delgada/Açores,

que disputa a 2.ª Liga do futebol

português, onde ocupa o 12.º

lugar, com cinco pontos. O jogo

realiza-se no Estádio Municipal

da Vidigueira no próximo dia 16

de setembro, pelas 16 horas. As

outras equipas alentejanas que

permanecem em prova também

já conhecem os seus adversários:

Atlético de Reguengos-Grijó;

Monção-Elétrico Ponte Sôr e

Ribeirão-União de Montemor.

Nacional de Juniores Moura estreia-se com derrota A equipa de juniores do Moura

Atlético Clube, que na época

passada venceu em todas as

frentes (campeonato, Taça

Distrito e Supertaça), não teve

estreia feliz no Campeonato

Nacional de Juniores da 2.ª

Divisão, perdendo em casa

com a equipa do Beira Mar de

Almada. Na jornada de amanhã

cabe-lhe uma deslocação a

Vila Real de Santo António.

Ginástica na Zona Azul A Associação Cultural e

Recreativa Zona Azul, de Beja,

abriu inscrições para as suas

modalidades gímnicas na época

2012/2013, atividades que

incluem ginástica geral, rítmica,

acrobática, trampolins, dança,

hip-hop e fitness. Na última

temporada o clube teve em

atividade cerca de 130 ginastas.

Campeonato Distrital da 1.ª Divisão 1.ª jornada (30/9)

Desportivo de Beja-AmarelejenseAlmodôvar-AldenovenseSporting de Cuba-Serpa

Piense-MilfontesCabeça Gorda-Rosairense

Guadiana-São MarcosOdemirense-Bairro da Conceição

Campeonato Distrital de Juniores

1.ª jornada (27/10)Vasco da Gama-Despertar

Cabeça Gorda-AldenovenseSobral da Adiça-Castrense

Desportivo de Beja-Odemirense

Taça Distrito de Beja em Juniores

1.ª eliminatória (1/12)Sobral da Adiça-Desportivo de Beja

Cabeça Gorda-Aldenovense Vasco da Gama-Castrense

Odemirense-Despertar

Campeonato Distrital de Juvenis

1.ª jornada (23/12) Desportivo de Beja-Despertar

Boavista-Aljustrelense Castrense-Moura Serpa-Almodôvar

Taça Armando Nascimento em Juvenis

1.ª eliminatória (4/11) Desportivo de Beja-Despertar

Boavista-Aljustrelense Castrense-Moura Serpa-Almodôvar

Campeonato Distrital de Iniciados

1.ª jornada (21/10): Odemirense-Amarelejense

Bairro da Conceição-Ourique Despertar-Vasco da Gama

Operário Rio Moinhos-Serpa Sporting de Cuba-Milfontes

Guadiana-Moura Folga o Aljustrelense

Campeonato Nacional de Juniores – Série E

1.ª jornada Louletano-Oeiras, 1-2

Olímpico de Montijo-Farense, 3-2 Lusitano de Évora-Barreirense, 1-1 Moura-Beira Mar de Almada, 0-1

Atlético-Lusitano VRSA, 4-0

Próxima jornada (8/9) Oeiras-Atlético

Farense-Louletano Barreirense-Olímpico de Montijo

BM Almada-Lusitano de Évora Lusitano VRSA-Moura

Campeonato nacional de juvenis – Série E

3.ª jornada (9/9) Beira Mar de Almada-Imortal

V. Setúbal-Odemirense Louletano-Lusitano de Évora

Estoril Praia-Oeiras Despertar-Cova da Piedade

Campeonato nacional de iniciados – Série G

1.ª jornada (9/9) Olhanense-Desportivo de Beja

Lusitano VRSA-São Luís Imortal-Louletano

Despertar-Esperança de Lagos Odiáxere-V.Setúbal

Campeonato de Futsal 1.ª jornada (12/10)

N. Sp. de Moura- Vasco da Gama Vila Ruiva-Politécnico de Beja AD V.N. São Bento-Desp. Beja

Alcoforado-Ferreirense Baronia-Associação Luzerna

Almodovarense-Safara Folga o Barrancos Futsal

Taça de Beja em Futsal 1.ª Eliminatória (23/11)

Polit. de Beja-AD V. N. São Bento Baronia-Alcoforado

Vasco da Gama-Desp. de Beja Ferreirense-Vila Ruiva

N. Sp. de Moura-Ass. Luzerna Isentos: Safara, Almodovarense

e Barrancos Futsal

Título Nacional para o pescador Ivo Figueira O jovem pescador bejense Ivo Figueira, do Clube de Amadores de Pesca do Baixo Alentejo, sagrou-se Campeão Nacional de Pesca Desportiva de Água Doce, na categoria de juvenis, após a realização da 3.ª e 4.ª provas do campeonato, que decorreram no último fim de semana, na Ribeira do Sorraia, em Coruche. O júnior Luís Fernandes, do mesmo clube, classificou-se na terceira posição do respetivo es-calão. O campeonato disputou-se num conjunto de quatro provas, em que as duas primeiras se realizaram no Rio Mondego, Penacova, concluindo-se agora com as duas etapas disputadas na Pista de Santa Justa, em Coruche.

agenda, resultados e classificações

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As virtualidades do

futebol juvenil sempre

me extasiaram. Os

putos, qual “bando de

pardais à solta”, têm hoje

uma escola enriquecida

pelos anos que levam de

aprendizagem. Sabemos

que mal a criança começa

a traçar os primeiros

passos da vida, logo a sua

indumentária desportiva

ocasional estabelece uma

aproximação ao emblema

que o progenitor partilha.

Segue-se uma filiação no

clube da terra – escolinhas

– e, depois, uma lógica

evolução nos escalões

de formação. Os putos,

aqueles mais dotados,

começam a engendrar

sonhos. Sonham com um

futuro risonho. Recusam

a complexidade dos

escombros do futebol que,

para eles, parece não ter

cabimento. E lá seguem

os putos enrolados em

mistérios até ao dia em

que se deparam que o

pecúlio do sonho da

sua tenra idade não

os encaminhou para

o mundo do sucesso.

Todavia, este futebol dos

mais novos sempre me

encaminhou para outras

temáticas onde prezo pela

entrega dos técnicos que

se dedicam à descoberta

de novos talentos.

Conheço inquestionáveis

verdades que elevaram

ao púlpito jovens

treinadores que beberam

no futebol dos putos

ensinamentos relevantes

e que os transportaram

à nata da bola nacional

e internacional. Pedro

Caixinha é um dos

exemplos sobejamente

conhecido. Recordo que

a sua estreia foi a liderar

uma equipa jovem no

Desportivo de Beja.

Atualmente é treinador

principal do Nacional da

Madeira – Liga Zon Sagres

-, sendo que o seu passado

regista um auspicioso

caminho. Recentemente,

Paulo Paixão, também

licenciado em Educação

Física e com o mestrado

em Treino Desportivo,

treinador da equipa de

juvenis do Desportivo de

Beja, esteve a integrar

um estágio no FC Porto,

acompanhando os

trabalhos técnicos dos

sub-17, orientados pelo

professor José Guilherme.

Uma aprendizagem

que levou o jovem

técnico bejense a tomar

conhecimento real com

a verdade do futebol de

formação portuense. Bem-

haja a vossa dedicação!

Os putos

José Saúde

Seleção nacional de canoagem da Rússia pondera estagiar em Mértola

Canoagem mundial prepara olimpíadas no Alentejo

O selecionador nacional de canoagem da Rússia esteve em Mértola a avaliar as condições oferecidas pelo Rio Guadiana para a equipa daquele país ali preparar o próximo ciclo olímpico.

Texto e foto Firmino Paixão

Vladimir Parfenovich, detentor de três me-dalhas de ouro olímpicas, responsável pela canoagem no seu país, dedicou as

suas primeiras palavras, de uma entrevista exclu-siva ao “Diário do Alentejo”, para mostrar apreço pela nossa região: “O Alentejo é muito bonito, tem muita água, durante os dois dias que aqui passá-mos fomos muito bem recebidos e as pessoas fo-ram muito simpáticas”.

Parfenovich revelou que “a Rússia é um grande país, mas no inverno é muito frio, por isso, esta-mos em Portugal à procura de um lugar onde a nossa equipa consiga fazer uma boa preparação durante o próximo ciclo olímpico. A temperatura aqui é muito boa, tem bons planos de água, tam-bém gostámos muito da qualidade da alimentação e dos alojamentos que visitámos”. O facto de a re-gião ter um clima ameno e muitas horas de sol, le-vou o técnico a dizer que “isso é muito importante para os atletas, claro que o clima que encontramos aqui no Alentejo, mesmo em fevereiro ou março, não se encontra nem sequer no norte de Portugal, muito menos noutros países da Europa”.

Acompanhado pelo presidente do Clube Náutico de Mértola, Carlos Viegas, e pelo trei-nador polaco Zdzislaw Szubski (atual seleciona-dor do Chile), pormenorizou a avalização das in-fraestruturas que visitou: “Fomos à Mina de São Domingos e gostámos muito da qualidade dos alo-jamentos, no entanto, o plano de água é pequeno

para as nossas necessidades. Para colocarmos si-multaneamente 30 atletas na água a fazerem 25 a 35 km por dia é difícil, mas o Rio Guadiana, esse sim, tem belíssimas condições, oferece tranquili-dade, a água é limpa e tem pouca corrente”.

Quanto ao Centro de Estágio do Náutico de Mértola, Parfenovich comentou da seguinte forma: “Gostámos, são instalações muito boas, com bons equipamentos, um bom ginásio, salas de musculação, temos condições para preparação de atletas de alto nível”. A conclusão final, confes-sou o técnico russo, é que “Mértola cumpre com aquilo que são as necessidades para preparação da nossa equipa, contudo ainda temos algum traba-lho pela frente, precisamos falar de outros deta-lhes, acertar condições financeiras, há pormeno-res que ainda temos que conversar com o Carlos Viegas”.

A decisão final “será tomada ainda durante este mês. Não deve ser um processo demorado porque precisamos de tempo para que os nossos planos se-jam superiormente aprovados, e para que a prepa-ração possa ser feita durante os meses de fevereiro, março e abril”. Parfenovich aproveitou a nossa presença para deixar “um grande abraço para to-dos os atletas portugueses e desejo de felicidades, porque na canoagem somos todos uma grande fa-mília”. Perspetivando os Jogos Olímpicos de 2016, referiu que “a minha mensagem tem sido a de que precisamos de ganhar sete medalhas de ouro, em Munique/72 ganhámos seis, porque não podemos agora lutar por esse objetivo, eu próprio, sozinho, ganhei três”, ironizou.

Carlos Viegas, líder do Náutico de Mértola, mostrou-se entusiasmado com a ideia de con-seguir fixar ali a equipa nacional da Rússia, di-zendo: “Mostrámos todas as condições que dispo-mos no concelho, quer em São Domingos, quer em

Mértola”. Adiantou depois que “o projeto da Pista de Velocidade na Mina ainda não é uma realidade, o tipo de preparação requer outras condições que a Mina dificilmente conseguirá responder em ter-mos de plano de água, em contrapartida, Mértola acaba por ter esses requisitos, apesar das condi-ções de alojamento serem menores, na perspetiva de quantidade”.

Viegas especificou ainda que “estamos a falar de um grupo de 50 a 60 pessoas, requer um con-junto de detalhes que são fundamentais, nomea-damente a existência de plataformas para os atle-tas entrarem na água, precisamos de alguns barcos a motor, vamos ainda reunir e listar quais as neces-sidades fundamentais e se nós conseguirmos res-ponder positivamente dentro de uma ou duas se-manas, cumpriremos aquilo que é a nossa parte”.

Concordando que estando a começar um novo ciclo olímpico se abrem novas janelas de oportu-nidade para o Clube Náutico ali receber equipas estrangeiras, Viegas considerou que “esta é a pri-meira, mas podem surgir outras e há um facto im-portante, a canoagem em Portugal ganhou uma dinâmica muito importante com a medalha olím-pica que conseguiu em Londres, a única ganha pe-los atletas portugueses”.

O dirigente entende que “ficámos numa situ-ação diferente de há quatro anos atrás, estamos já em condições de exigir dos poderes alguma aten-ção para esta modalidade e estamos a fazer o nosso papel que é trazer algumas mais-valias”. Concluiu, lembrando que “muitas das medalhas olímpicas que a canoagem mundial ganhou em Londres fo-ram para atletas que treinaram em Portugal, são mais-valias financeiras que a modalidade traz para o País, potenciando o turismo e a economia local. Portugal é o país da canoagem, toda a gente quer vir para cá, temos que aproveitar”.

Canoagem Da esquerda para a direita, Vladimir Parfenovich (da Russia), Carlos Viegas (de Mértola) e Zdzislaw Szubski (do Chile)

A Associação de Atletismo de Beja vai atribuir diplomas de

Sócios de Mérito aos seguintes técnicos e dirigentes: Carlos

Gradiz, Luciano Conceição, João Parente, José Silveira, Carlos

André, Joaquim Patrício e Amílcar Pereira. A cerimónia

está inserida na Gala dos Campeões que amanhã decorre no

Clube dos Sargentos da Força Aérea, em Beja (15 horas).

Gala do atletismo

amanhã em Beja

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Um símbolo com a dimen-são universal que tem o Sport Lisboa e Benfica, numa cidade com um movimento associa-tivo tão qualificado como o de Serpa, só pode justificar o epí-teto de uma “Terra Forte”.

Texto e foto Firmino Paixão

O presidente do Spor t Lisboa e Benfica, Luís Filipe Vieira, veio ao

Alentejo presidir à inauguração da Casa do Benfica de Serpa, uma nova representação do clube en-carnado, dirigida por dois notá-veis, o ator Nicolau Breyner (pre-sidente da Assembleia Geral) e o autarca João Rocha da Silva (pre-sidente da Direção). A comitiva encarnada incluía também os vice-presidentes Alcino António e Domingos Almeida Lima (res-ponsável pelas casas do Benfica), o antigo internacional Fernando

Chalana e a equipa feminina de Futsal. Cerca de duas centenas e meia de benfiquistas alentejanos exultaram o seu fervor clubista ouvindo o líder encarnado dizer que “podemos cair na tentação de dizer que a força do Benfica está no seu património físico ou até na sua história. É claro que tudo isso é, seguramente, muito im-portante, mas a verdadeira força do SLB são os seus adeptos e os seus sócios”.

Luís Filipe Vieira assegurou que “as casas do Benfica con-tinuam a ter uma importância fundamental na estratégia que traçámos para o Benfica. Queria por isso expressar, na pessoa do presidente João Rocha, uma pa-lavra de reconhecimento a todos quantos em Serpa trabalharam para levar por diante o projeto que acabámos de inaugurar”. E sublinhou: “Permitam-me que destaque a figura do presidente

João Rocha que, apesar de to-das as responsabilidades que tem pela frente na Câmara Municipal de Serpa, foi também o grande dinamizador desta Casa do Benfica. É justo destacar esta sua vontade de liderar a embai-xada do Benfica em Serpa”. O lí-der encarnado lembrou também que “esta casa representa aquilo que queremos para o futuro das mesmas, a uniformização da sua imagem, a prestação de novos serviços e dinamização de no-vas parcerias comerciais, essa é a nossa aposta, é por aqui que va-mos seguir”.

Em nome da Casa do Benfica de Serpa, falou um filho da terra, Nicolau Breyner, para dizer que “Serpa ficará hoje no mapa dos concelhos portugueses onde fi-guram oficialmente as casas do Benfica”, e salientou que “este mo-mento não ocorre por mero acaso, é o nosso imenso benfiquismo,

Luís Filipe Vieira inaugurou oficialmente a Casa do Benfica

Serpa tem o coração vermelho

Grande Prémio de Alvito O 1.º Grande Prémio de Pesca Desportiva Vila de Alvito realiza-se no próximo domingo, pelas 9 e 30 horas, na Barragem Trigo Morais, com organização do Clube de Amadores de Pesca Desportiva do Baixo Alentejo. A concentração está marcada para as 6 e 30 horas, no paredão da barragem e as inscrições devem ser endereçadas para a sede do clube organizador.

O Grupo BTT Geração Radical, do Penedo Gordo,

realiza amanhã a 7.ª Maratona de BTT, prova com três

percursos com a extensão de 35 (familiar), 50 (meia

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9 horas, em simultâneo para todos os percursos.

Geração Radical

do Penedo Gordo

esta chamada de quando o Benfica diz – vamos unir-nos – nós estamos sempre juntos”. O ator e realizador, que propôs ao lí-der encarnado a realização de um filme sobre o Benfica, referiu “O nosso concelho, em termos des-portivos, tem o coração vermelho, quando há jogos do Benfica real-mente tudo para, nenhuma ins-tituição nacional tem esta força, nenhum dos nossos rivais conse-gue nada que se aproxime”. E foi mais longe: “o Benfica é conhe-cido em todo o mundo porque é, indiscutivelmente, o maior clube do mundo e, provavelmente, será a marca portuguesa mais conhe-cida do planeta, talvez com al-guma exagero ou imodéstia, eu acho que rivaliza mesmo com a palavra Portugal”.

Uma mais valia para o concelho

João Rocha da Silva, intervindo na qualidade de presidente do Município de Serpa, lembrou à plateia que “tem sido política da Câmara Municipal de Serpa pro-mover e apoiar a cultura e o des-porto, enquanto pilares do de-senvolvimento equilibrado do concelho”, pelo que “a existência de uma rede qualificada de equi-pamentos em todas as freguesias tem permitido a prática de ações de dinamização desportiva e de lazer com as populações, cabendo aqui um papel preponderante ao movimento associativo forte e di-nâmico que sempre caracterizou este concelho e que tem conse-guido manter uma atividade re-gular e eficaz nas várias vertentes de atuação”. João Rocha acentuou que o movimento associativo lo-cal “tem sido sempre exemplar, conseguindo níveis de participa-ção elevados e mantendo uma ati-vidade regular e equilibrada com resultados visíveis também a nível nacional e internacional”. A con-cluir, e aludindo à estrutura a que também preside, disse que “a cria-ção da Casa do Benfica em Serpa é, sem dúvida, uma mais-valia para o concelho, porque estamos a falar de um grande clube, cuja im-portância se manifesta na enorme capacidade de mobilização e ca-pacidade territorial de represen-tar Portugal e os portugueses por todo o mundo”.

As casas do Benfica continuam a ter uma importância fundamental na estratégia que traçámos para o Benfica. Queria por isso expressar uma palavra de reconhecimento a todos quantos em Serpa trabalharam para levar por diante o projeto que acabámos de inaugurar.

Luís Filipe Vieira

Casa do Benfica Luís Filie Vieira inaugura a Casa do Benfica em Serpa

Page 22: Ediçao N.º 1585

Diário do Alentejo7 setembro 2012

22

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Page 23: Ediçao N.º 1585

Diário do Alentejo7 setembro 2012

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Page 24: Ediçao N.º 1585

Diário do Alentejo7 setembro 2012

institucional diversos24

EXPLICAÇÕES– Dou explicações de Espanhol

– Faço traduções com o par Português/ Espanhol

Contacto: 934047165

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Diário do Alentejo n.º 1585 de 07/09/2012 2.ª Publicação

PEDRO BRANDÃO

Agente de Execução

C.P. 3877

ANÚNCIOTribunal Judicial de Cuba – Secção ÚnicaAcção ExecutivaProcesso n.° 22/09.6TBCUBExequente: Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Guadiana Interior, CRLExecutados: Maria Catarina Calhau Carraça Santos e outros.

FAZEM-SE SABER que nos autos acima identifi cados se encontra designado o dia 19 de Setembro de 2012, pelas 14:30 horas, no Tribunal acima identifi cado, para abertura de propostas que sejam entregues até esse momento na Secretaria do mesmo, pelos interessados na compra do seguinte bem:

Prédio Urbano, propriedade total, sito na Praça da República, em Vila Alva, em cuja matriz se acha inscrito sob o artigo 453, descrito na Conser-vatória do Registo Predial de Cuba sob a fi cha 1163/20030530, Vila Alva.

O bem pertence aos Executados:JOAQUIM ANTÓNIO ESTEVENS DOS SANTOS, NIF: 120899921 e

MARIA CATARINA CALHAU CARRAÇA DOS SANTOS, NIF: 184243491VALOR BASE: 67.500,00 €Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 47.250,00€,

correspondente a 70% do Valor Base.Nos termos do artigo 897° n.° 1 do CPC, os proponentes devem

juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do agente de execução, no montante correspondente a 20% do valor base do bem, ou garantia bancária, no mesmo valor.

É Fiel Depositário que o mostrará a pedido o executado Joaquim António Estevens dos Santos, residente na Rua Afonso Costa, n.° 7, em Vila Alva.

O Agente de Execução, Céd Prof. 3877 Pedro Brandão

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Diário do Alentejo n.º 1585 de 07/09/2012 Única Publicação

JUSTIFICAÇÃO

Cartório Notarial de Beja, Rua Conde da Boavista, n° 20

Notária: Lic. Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

Certifi co narrativamente, para efeito de publicação que,

neste cartório e no livro de notas para escrituras diversas

número 94-A, de folhas 88 a folhas 90, se encontra exarada

uma escritura de justifi cação notarial, outorgada hoje, na qual

José Marujo Colaço Malveiro, NIF 133777286 devidamente

autorizado por sua mulher Maria Custódia Rosa da Palma

Malveiro, NIF 114427704, naturais da freguesia de Cabeça

Gorda, concelho de Beja, casados sob o regime da comunhão

de adquiridos, residentes na Rua António José de Almeida, nº

1, em Cabeça Gorda, concelho de Beja, titulares dos Cartões

de Cidadão, respetivamente números 05403415 9ZZ5, válido

até 21 de Junho de 2016 e 06216558 5ZZ5, válido até 17 de

Novembro de 2015, emitidos pela República Portuguesa, se

declarara com exclusão de outrem, dono e legítimo possuidor

do seguinte imóvel:

Prédio rústico denominado “Bom Dia”, na freguesia de

Cabeça Gorda, concelho de Beja, cultura arvense e oliveiras,

com a área total de oito mil e oitocentos centiares, inscrito na

matriz sob parte do artigo 175 da Seção A, conforme reque-

rimento solicitando a discriminação cadastral na Repartição

de Finanças de Beja, em 3 de março de 1994, e certidão de

pendência do respetivo Processo nº 25/94, emitida pelo Serviço

de Finanças de Beja em 23 de abril de 2012, descrito na Con-

servatória do Registo Predial de Beja sob o número quinhentos

e vinte e cinco de treze de outubro de mil novecentos e noventa

e cinco, com a aquisição de:

treze dezoito avos registado a favor do justifi cante; e a

aquisição de cinco dezoito avos aí registada a favor de Maria

Francisca de Matos, viúva, com última residência conhecida

na aldeia e freguesia referida de Cabeça Gorda;

Que cinco dezoito avos do identifi cado prédio vieram à

posse do justifi cante, José Marujo Colaço Malveiro, por doação

verbal, em dia e mês que não sabe precisar no ano de mil

novecentos e oitenta e sete, feita por sua tia Emília Mâncios

Colaço e marido José de Matos Cercas, entretanto falecidos,

que em data desconhecida, adquiriram a fração, por contrato

igualmente verbal, à titular inscrita;

Que a partir do ano de mil novecentos e oitenta e sete o

outorgante varão entrou na posse da referida fração, tendo

usufruído do aludido prédio rústico, livre de quaisquer ónus ou

encargos, no pleno gozo das utilidades por ele proporcionadas,

pagando os respetivos impostos, considerando-se e sendo

considerado como seu único dono, na convicção que não

lesava quaisquer direitos de outrem, tendo a sua atuação e

posse sido de boa fé, sem violência e oposição de quem quer

que seja e com conhecimento de toda a gente, sem oposição

de ninguém, há mais de vinte anos;

Está conforme o original na parte a que me reporto.

Beja, vinte e oito de Agosto de dois mil e doze.

A Notária

Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

Diário do Alentejo n.º 1585 de 07/09/2012 Única Publicação

JUSTIFICAÇÃOCartório Notarial de Beja, Rua Conde da Boavista, nº 20

Notária: Lic Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

Certifi co narrativamente, para efeito de publicação que,

neste cartório e no livro de notas para escrituras diversas nú-

mero 94-A, de folhas 72 a folhas 73 verso, se encontra exarada

uma escritura de justifi cação notarial, outorgada hoje, na qual a

sociedade comercial por quotas “Sociedade Agrícola do Canal,

Lda”, com sede em Beja, na Avenida Fialho de Almeida, nº 29,

freguesia de S. João Batista, concelho de Beja, matriculada na

Conservatória do Registo Comercial de Beja com o número

único de matrícula e de identifi cação fi scal quinhentos e um

milhões oitocentos e noventa mil quinhentos e cinco, com o

capital social de cinco mil euros, se declara com exclusão de

outrem, dona e legítima possuidora do seguinte imóvel:

Prédio rústico denominado “São Lourenço”, sito na fregue-

sia de Ervidel, concelho de Aljustrel, cultura arvense, com a

área de setecentos e cinquenta centiares, inscrito na respetiva

matriz sob o artigo 67 da Secção D;

Que o referido prédio está descrito na Conservatória do

Registo Predial de Aljustrel sob o número seiscentos e sessenta

e um, de vinte e dois de dezembro de mil novecentos e noventa

e cinco, com a aquisição aí registada a favor de José Ramires

Saraiva, pela inscrição resultante da apresentação quatro de

vinte e cinco de março de mil novecentos e oitenta e um;

Mais certifi co, que a justifi cante alega na referida escritura

ter adquirido o dito prédio por usucapião, por compra que dele

fi zeram, há mais de vinte anos a José Ramires Saraiva, e

de que não existe título, sendo porém certo que tem sempre

exercido no prédio os poderes de facto correspondentes ao

direito de propriedade, sem interrupção, fruindo como donos

as utilidades possíveis à vista de todos e sem discussão nem

oposição de ninguém.

Está conforme o original na parte a que me reporto.

Beja, vinte e sete de Agosto de dois mil e doze.

A Notária

Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

Diário do Alentejo n.º 1585 de 07/09/2012 Única Publicação

JUSTIFICAÇÃO

Cartório Notarial de Beja, Rua Conde da Boavista, nº 20

Notária: Lic Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

Certifi co narrativamente, para efeito de publicação que,

neste cartório e no livro de notas para escrituras diversas

número 94-A, de folhas 82 a folhas 84, se encontra exarada

uma escritura de justifi cação notarial, outorgada hoje, na qual

José Marujo Colaço Malveiro, NIF 133777286 devidamente

autorizado por sua mulher Maria Custódia Rosa da Palma

Malveiro, NIF 114427704, naturais da freguesia de Cabeça

Gorda, concelho de Beja, casados sob o regime da comunhão

de adquiridos, residentes na Rua António José de Almeida, nº

1, na aldeia e freguesia de Cabeça Gorda, concelho de Beja,

titulares dos Cartões de Cidadão, respetivamente números

05403415 9ZZ5, válido até 21 de Junho de 2016 e 06216558

5ZZ5, válido até 17 de Novembro de 2015, ambos emitidos pela

República Portuguesa, se declarara com exclusão de outrem,

donos e legítimos possuidores do seguinte imóvel:

Prédio rústico denominado “Às Assarias”, sito na freguesia

de Cabeça Gorda, concelho de Beja, cultura arvense, com a

área de oito mil centiares, inscrito na respetiva matriz sob o

artigo 8 da Secção C;

Que o referido prédio está descrito na Conservatória do

Registo Predial de Beja sob o número vinte e um mil seiscentos

e sessenta, a folhas catorze do Livro B-cinquenta e nove, com

a aquisição aí registada nas seguintes proporções:

Um sexto a favor de Mariana Custódia Palha, divorciada,

residente em Beja; e

Cinco sextos a favor de Manuel Maria Lampreia, casado,

residente em Beja, sobre o qual impendem:

Um arrendamento a longo prazo constituído em dois de

abril de mil oitocentos e noventa e quatro a favor de Deodato

Guerreiro, com última residência conhecida na aldeia e fre-

guesia de Salvada; e

Uma sublocação de arrendamento a longo prazo, consti-

tuída em oito de Setembro de mil novecentos e treze a favor

de Maria Ana Colaço, viúva, atualmente registada em comum

e sem determinação de parte ou direito, a favor do justifi cante

e de sua mãe Custódia Jerónima Colaço, viúva, residente na

aldeia e freguesia de Cabeça Gorda;

Que o identifi cado prédio veio à posse do justifi cante, José

Marujo Colaço Malveiro, por adjudicação em partilha verbal

com sua identifi cada mãe, por óbito de seu pai, João Marujo

Malveiro, no ano de dois mil, tendo o casal adquirido o direito

ao arrendamento assim como a sublocação, respetivamente,

por partilha verbal e por partilha formal efetuadas em mil

novecentos e cinquenta e oito, por óbito do avô materno do

justifi cante, José Colaço Silvério ou José Colaço, e por doação

subsequente de sua avó materna Mariana Antónia ou Maria-

na Antónia Mâncios, lavrada em quatro de Fevereiro de mil

novecentos e sessenta e cinco a folhas trinta e quatro verso

do livro dezassete-B do Primeiro Cartório Notarial da extinta

Secretaria Notarial de Beja, entretanto já falecidos, e com úl-

tima residência habitual na mencionada aldeia e freguesia de

Cabeça Gorda, sendo que o direito ao arrendamento foi adqui-

rido inicialmente, por contrato verbal por José Colaço Silvério

e mulher Mariana Antónia Mâncios aos herdeiros do referido

Deodato Guerreiro em mil novecentos e quarenta e dois;

Que a partir da data da realização das mencionadas

partilhas o requerente, na convicção de que era único titular

do direito de propriedade do referido imóvel, não pagou qual-

quer renda referente à sublocação, tal como os anteriores

possuidores, tendo usufruído o aludido prédio rústico, livre

de quaisquer ónus ou encargos, no pleno gozo das utilidades

por ele proporcionadas, pagando os respetivos impostos,

considerando-se e sendo considerado como seu único dono,

certo de que não lesava quaisquer direitos de outrem, tendo a

sua atuação e posse sido de boa fé, sem violência e oposição

de quem quer que seja e com conhecimento de toda a gente,

há mais de vinte anos;

Está conforme o original na parte a que me reporto.

Beja, vinte e oito de Agosto de dois mil e doze.

A Notária

Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

Diário do Alentejo n.º 1585 de 07/09/2012 Única Publicação

JUSTIFICAÇÃO

Cartório Notarial de Beja, Rua Conde da Boavista, n° 20

Notária: Lic Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

Certifi co narrativamente, para efeito de publicação que,

neste cartório e no livro de notas para escrituras diversas

número 94-A. de folhas 85 a folhas 87, se encontra exarada

uma escritura de justifi cação notarial, outorgada hoje, na qual

José Marujo Colaço Malveiro, NIF 133777286 devidamente

autorizado por sua mulher Maria Custódia Rosa da Palma

Malveiro, NIF 114427704, naturais da freguesia de Cabeça

Gorda, concelho de Beja, casados sob o regime da comunhão

de adquiridos, residentes na Rua António José de Almeida, nº

1, em Cabeça Gorda, concelho de Beja, titulares dos Cartões

de Cidadão, respetivamente números 05403415 9ZZ5, válido

até 21 de Junho de 2016 e 06216558 5ZZ5, válido até 17 de

Novembro de 2015, ambos emitidos pela República Portu-

guesa, se declarara com exclusão de outrem, dono e legítimo

possuidor do seguinte imóvel:

Prédio rústico sito “Ao Tojal”, na freguesia de Cabeça Gor-

da, concelho de Beja, cultura arvense e Oliveiras, com a área

de um hectare quatro mil e quinhentos centiares, inscrito na

respetiva matriz sob o artigo 16 da Secção C;

Que o referido prédio está descrito na Conservatória do

Registo Predial de Beja sob o número mil duzentos e cinquenta

e cinco de um de junho de dois mil e nove, com a aquisição aí

registada a favor de Maria Manuela Félix da Lança Cordeiro,

solteira, maior, com a última residência conhecida na Rua

Barata Salgueiro, 1, 2º direito em Lisboa, sobre o qual impende

um arrendamento de trezentos anos, com início em dezoito

de janeiro de mil novecentos e sessenta e cinco, constituído

a favor de António Mâncios ou António Mansos e esposa

Maria Jerónima Narciso, falecidos, com última residência na

aldeia e freguesia de Cabeça Gorda, e atualmente registado

o subarrendamento em comum e sem determinação de parte

ou direito, a favor do justifi cante e de sua mãe, Custódia Je-

rónima Colaço;

Que o identifi cado prédio veio à posse do justifi cante, José

Marujo Colaço Malveiro, por doação verbal feita por seus pais

José Marujo Malveiro e Custódia Jerónima Colaço no ano de

mil novecentos e oitenta e dois;

Que a partir desta data o requerente entrou na posse,

tendo usufruído do aludido prédio rústico, livre de quaisquer

ónus ou encargos, no pleno gozo das utilidades por ele propor-

cionadas, pagando os respetivos impostos, considerando-se

e sendo considerado como seu único dono, na convicção que

não lesava quaisquer direitos de outrem, tendo a sua atuação e

posse sido de boa fé, sem violência e oposição de quem quer

que seja e com conhecimento de toda a gente, sem oposição

de ninguém, há mais de vinte anos;

Está conforme o original na parte a que me reporto.

Beja, vinte e oito de Agosto de dois mil e doze.

A Notária

Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

Page 25: Ediçao N.º 1585

Diário do Alentejo7 setembro 2012

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Diário do Alentejo n.º 1585 de 07/09/2012 Única Publicação

JUSTIFICAÇÃO

Cartório Notarial de Beja, Rua Conde da Boavista, nº 20

Notária: Lic Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

Certifi co narrativamente, para efeito de publicação que,

neste cartório e no livro de notas para escrituras diversas

número 94-A, de folhas 76 a folhas 78, se encontra exarada

uma escritura de justifi cação notarial, outorgada hoje, na

qual Maria Cecília Marques Pinhão, NIF 142226114 e marido

António Mestre Franco Costa, NIF 110036620, naturais da

freguesia de Salvada, concelho de Beja, casados sob o re-

gime da comunhão geral, residentes na Rua Manuel Martins

Lourenço, nº 31, na aldeia e freguesia de Salvada, concelho

de Beja, titulares dos Bilhetes de Identidade, respetivamente

números 6101530 de 14 de Junho de 2000 e 1046888 de 11

de Dezembro de 1997, ambos emitidos em Beja pelos SIC,

se declararam com exclusão de outrem, donos e legítimos

possuidores do seguinte imóvel:

Prédio rústico sito “Ao Tojal”, na freguesia de Cabeça Gorda,

concelho de Beja, cultura arvense em Olival, com a área de

sete mil duzentos e cinquenta centiares, inscrito na respetiva

matriz em nome de Maria Manuela Félix da Lança Cordeiro,

sob o artigo 14 da Secção C;

Que o referido prédio está descrito na Conservatória do

Registo Predial de Beja sob o número mil duzentos e cinquenta

e quatro de um de Junho de dois mil e nove, com a aquisição

aí registada a favor de Maria Manuela Félix da Lança Cordeiro,

solteira, com a última residência conhecida na Rua Barata

Salgueiro, 1, 2º direito em Lisboa, pela inscrição resultante da

apresentação seis de vinte e quatro de Junho de mil novecen-

tos e setenta e um, anteriormente descrito na Conservatória

do Registo Predial de Beja sob o número dezoito mil e trinta

e sete, a folhas cem verso, do Livro B-quarenta e oito, com

a aquisição aí registada a favor de Maria Manuela Félix da

Lança Cordeiro, pela inscrição trinta e cinco mil quinhentos e

três, a folhas nove verso do Livro G-quarenta e oito, sobre o

qual impende um arrendamento de trezentos anos, a fi ndar em

quinze de agosto de vinte e dois mil e vinte, feito por Manuel

Sant’Ana da Lança Cordeiro e esposa Amália Teotónio de

Sant’Ana da Lança Cordeiro, entretanto falecidos, desconhe-

cendo-se se com herdeiros legítimos ou legitimários, e com

última residência conhecida em Beja, a favor de João Amaro

Brissos, casado, igualmente falecido, através da inscrição três

mil setecentos e sessenta e cinco, a folhas cento e quarenta

e nove do Livro F-nove;

Mais certifi co, que os justifi cantes alegam na referida

escritura que o referido prédio veio à posse dos pais da jus-

tifi cante senhora, António Maria Pinhão e esposa Maria José

Marques, residentes que foram na aldeia de Salvada, quando

em mil novecentos e trinta e oito, o tomaram de sublocação,

por contrato verbal com João Amaro Brissos e esposa Luísa

Cadeireira, o direito ao arrendamento do identifi cado prédio,

a quem por óbito daqueles, respetivamente nos anos de mil

novecentos e quarenta e nove e mil novecentos e noventa

e três, a justifi cante lhes sucedeu na posse, como única e

universal herdeira;

Que a partir do ano de mil novecentos e setenta e seis os

requerentes não pagaram qualquer renda referente à subloca-

ção, tendo usufruído o aludido prédio rústico, livre de quaisquer

ónus ou encargos, no pleno gozo das utilidades por ele propor-

cionadas, pagando os respetivos impostos, considerando-se

e sendo considerados como seus únicos donos, na convicção

que não lesavam quaisquer direitos de outrem, tendo a sua

atuação e posse sido de boa fé, sem violência e oposição de

quem quer que seja e com conhecimento de toda a gente, sem

oposição de ninguém, há mais de trinta anos.

Está conforme o original na parte a que me reporto.

Beja, vinte e sete de Agosto de dois mil e doze.

A Notária

Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

ORAÇÃO

INFALÍVELAo Divino Espírito Santo, ao Me-nino Jesus e à Sua Santíssima Mãe e a Santo António.Oh! Jesus que disseste: pede e receberás, procura e acharás, bate e a porta se abrirá.Por intermédio de Maria Vossa Mãe Santíssima eu bato, procuro e Vos rogo que a minha prece seja atendida – Menciona-se o pedido.Oh! Jesus que disseste: tudo o que pedires ao Pai, em meu nome, ele atenderá, com Maria Vossa Santa Mãe, humildemente rogo ao Pai em Vosso Nome que a minha prece seja ouvida.Jesus que disseste o Céu e a Terra passarão, mas a minha pa-lavra não passará. Com Mãe Vos-sa Mãe Bendita, eu confi o que a minha oração seja ouvida.Rezar 3 Avés Marias e 1 Salvé Rainha durante 9 dias.Publicar a oração assim que receber as graças.

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BEJA – ALENTEJO

Diário do Alentejo n.º 1585 de 07/09/2012 1.ª Publicação

Tribunal Judicial de MouraSecção Única

ANÚNCIO

Processo: 79/11.0TBMRA

Ação de Processo Sumário

Autor: Manuel Coelho Calisto e outro(s)...

Réu: Francisco Baleizão Coelho

Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação deste anúncio, citando:

Réu: Francisco Baleizão Coelho, fi lho(a) de José Coelho Mi-guel e de Maria Jorge Baleizão Coelho, nascido(a) em 11-10-1944, freguesia de São Sebastião da Pedreira [Lisboa], NIF 118920189, domicílio: Rua da República, Nº 17, 7885-039 Amareleja com última residência conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a cominação de que a falta de contestação importa a confi ssão dos factos articulados pelo(s) autor(es) e que em substância o pedido consiste tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.

O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais.

Fica advertido de que Não é obrigatória a constituição de mandatário judicial.

N/Referência: 655335Data: 17-02-2012

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Page 26: Ediçao N.º 1585

Diário do Alentejo7 setembro 2012

diversos26

Diário do Alentejo n.º 1585 de 07/09/2012 Única Publicação

MUNICÍPIO DE ALJUSTREL

CÂMARA MUNICIPAL

AVISOPara efeitos do disposto no n.º5 do artigo 6º do Decreto-lei n.º212/2009, de 3 de

Setembro, conjugado com a Lei n.º12-A/2008, de 27 de Fevereiro, torna-se público que, por deliberação tomada em reunião de Câmara de 05/09/2012 e a ratifi car na próxima sessão da Assembleia Municipal, se encontra aberto, pelo prazo de 3 dias úteis, procedimento concursal comum para constituição de relação jurídica de emprego público por tempo determinado – contrato a termo resolutivo certo, a tempo parcial, ao abrigo do disposto no Decreto-lei n.º212/2009, de 3 de Setembro, para os seguintes postos de trabalho:

- 1 Professor de Inglês, com horário de trabalho de 17 horas semanais e remu-neração mensal de 816 €;

- 1 Professor de Ensino de Inglês, com horário de trabalho de 13 horas semanais e remuneração mensal de 624 €;

- 1 Professor de Expressão Musical, com horário de trabalho de 12 horas se-manais e remuneração mensal de 576 €;

- 2 Professores de Expressão Musical, com horário de trabalho de 10 horas semanais cada e remuneração mensal de 480 €;

- 1 Professor de Expressão Plástica e Visual, com horário de trabalho de 10 horas semanais e remuneração mensal de 480 €;

- 1 Professor de Expressão Plástica e Visual, com horário de trabalho de 9 horas semanais e remuneração mensal de 432 €.

1 - Data da divulgação da oferta de trabalho: a presente oferta de trabalho de-correrá nos dias 10, 11 e 12 de Setembro, e será publicitada na página da Internet da Câmara Municipal de Aljustrel em www.mun-aljustrel.pt.

2 - Caracterização dos Postos de Trabalho e Local de trabalho: Ensino de Inglês, Expressão Musical e Expressão Plástica e Visual, nas escolas básicas do 1º ciclo do concelho de Aljustrel, no âmbito das atividades de enriquecimento curricular.

3 - Requisitos de admissão: os determinados no artigo 9º do Regulamento de acesso ao fi nanciamento do programa das atividades de enriquecimento curricular no 1º ciclo do ensino básico aprovado pelo Despacho n.º 14460/2008, da Ministra da Educação, alterado e republicado pelo Despacho n.º8683/2011, do Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Educação, publicado no Diário da República, 2ª Série, N.º122, de 28 de Junho de 2011, no caso dos Professores de Inglês e os determinados no artigo 18º-B no caso dos Professores de Expressão Musical e Expressão Plástica e Visual.

4 - Duração dos contratos: os presentes contratos terão início após a conclusão do presente procedimento concursal e até ao termo do ano escolar 2012/2013.

5 - Critérios e procedimentos de seleção: avaliação curricular. Em caso de empate serão realizadas entrevistas profi ssionais de seleção.

6 - Formalização das candidaturas: as candidaturas deverão ser formalizadas até ao termo do prazo acima fi xado, mediante preenchimento do formulário eletró-nico, disponível na página eletrónica da Direção Geral de Recursos Humanos da Educação, em https://sigrhe.dgae.min-edu.pt/.

7 - É constituída reserva de recrutamento até ao fi nal do ano letivo 2012/2013, nos termos do disposto no n.º3 do artigo 7º do Decreto-lei n.º212/2009, de 3 de Setembro.

Aljustrel, 5 de Setembro de 2012,

A Vereadora,

M.ª da Conceição Parreira

Concurso para Exploração do Restaurante

Encontra-se aberto o período para a apresentação de proposta para exploração

do restaurante do NERBE/AEBAL:

• Localização: Restaurante do NERBE/AEBAL, sito na Rua Cidade S.Paulo em Beja,

• Espaço completamente remodelado, mobilado e equipado

• Composto por: sala de refeições, bar, cozinha, sanitários e arrecadações

• Facilidade de estacionamento

• Data prevista de entrada em funcionamento: 15 Outubro 2012

Os interessados deverão até ao dia 30 de Setembro, entregar a sua proposta

fi nanceira, em carta fechada dirigida à Direção.

Par além da proposta fi nanceira, será considerado o melhor projeto de exploração

e dinamização do espaço.

NERBE/AEBAL-Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral Rua Cidade

de S.Paulo Apartado 274 7801-904 Beja Telef: 284311350 Fax: 284311351

http://www.nerbe.pt e-mail: [email protected]

Diário do Alentejo n.º 1585 de 07/09/2012 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO, ACÇÃO SOCIAL E DEFESA DO AMBIENTE

CONVOCATÓRIAJosé Sebastião Fonte Santa Roque , Presidente da Assembleia Geral da ADA

- Associação de Desenvolvimento, Acção Social e Defesa do Ambiente, ao abrigo

do artigo 19º dos Estatutos da Associação, convoca os sócios para uma Reunião

Extraordinária da Assembleia Geral que se realizará no dia 19 de Setembro do

corrente ano pelas 17:00 horas nas instalações do Centro Comunitário de Portel,

e que terá a seguinte ordem de trabalhos:

- Ponto Único - Aprovação de Empréstimo Bancário

Não comparecendo o número de sócios sufi cientes à 1ª Convocatória, a Assem-

bleia Geral reunirá em 2ª Convocatória passados 30 minutos da 1ª com o número

de sócios presentes.

Portel, 05 de Setembro de 2012

O Presidente da Assembleia

Eng.º José Sebastião Fonte Santa Roque

Page 27: Ediçao N.º 1585

Diário do Alentejo7 setembro 2012

necrologia 27

AGRADECIMENTO

E MISSA DE 30º DIA

Esposa e fi lhos de Joaquim

Custódio Marques Alexandre,

agradecem reconhecidamente

a todos os que se dignaram

acompanhar o funeral do seu

familiar, bem como a todas as

pessoas que demonstraram o

seu carinho e amizade.

Participam que será celebrada

uma missa em sua homena-

gem no dia 12 de Setembro,

quarta-feira, pelas 19.00 horas,

na Igreja do Salvador, agra-

decendo antecipadamente

a todas as pessoas que se

dignarem assistir a esta ce-

lebração.

Vidigueira

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

Maria Joaquina

Palula Alhinha

Filhos, nora, genros, netos e

restante família cumprem o

doloroso dever de participar o

falecimento da sua ente queri-

da ocorrido no dia 31/08/2012,

e na impossibilidade de o fazer

individualmente vêm por este

meio agradecer a todas as

pessoas que a acompanharam

à sua última morada ou que de

qualquer forma manifestaram

o seu pesar.

Vale de Açor

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

D. Angelina Bárbara

N: 17/05/1932 - F: 23/08/2012

Seu marido, filhas, genros,

netos, irmãs, cunhados e so-

brinhos na impossibilidade de

o fazer individualmente vêm

por este meio agradecer a to-

das as pessoas que acompa-

nharam a sua ente querida à

sua última morada ou que de

qualquer forma manifestaram

o seu pesar.

Serpa

PARTICIPAÇÃO

Josefa do Carmo

Amarelinho

Faleceu a 29.08.2012

É com pesar que participamos

o falecimento da Sra. D. Josefa

do Carmo Amarelinho, de 98

anos, viúva, natural da fregue-

sia de Salvador em Serpa. O

funeral a cargo desta Agência

realizou-se no dia 30/08/2012

pelas 16.00 horas, da Casa

Mortuária de Serpa para o ce-

mitério local.

Apresentamos à família as cor-

diais condolências.

PARTICIPAÇÃO

Vimos participar o falecimento

do Exmo. Sr. José de Jesus

Palma, de 79 anos de idade,

casado com a Exma. Sra. D.

Maria Baião Evangelista Palma,

natural de Sobral da Adiça,

Moura. O funeral realizou-se

no passado dia 04.09.2012 da

casa mortuária do Sobral da

Adiça para o cemitério local.

Vila De Frades

AGRADECIMENTO

Jacinta das Dores Vidinha

Nasceu 24.08.1916

Faleceu 31.08.2012

Sua família na impossibilidade

de o fazer pessoalmente agra-

decem por este meio a todas

as pessoas que a acompanha-

ram á sua última morada ou

de outro modo manifestaram

o seu pesar.

Cabeça Gorda

MISSA

Gualdino Manuel

da Silva1º Ano de Eterna Saudade

Lembrar-te é fácil

Esquecer-te nunca

Há 1 ano que já não estás

entre nós

Mas permanecerás sempre

nos nossos corações.

Esposa, fi lhos, netos e restante

família, participam a todas as

pessoas de suas relações e

amizade que será celebrada

missa pelo eterno descan-

so do seu ente querido, no

dia 13/09/2012, quinta-feira,

às 18.00 horas na Igreja de

Cabeça Gorda, agradecendo

desde já a todos os que se

dignarem comparecer ao acto

religioso.

MISSA

Carlos da Silva Sousa

6º Mês de Eterna Saudade

Pai,

Faz 6 meses que partiste, a

dor não passa e a saudade

aumenta.

Será celebrada missa pelo teu

eterno descanso no dia 10-

09-2012, pelas 18.30 horas na

Igreja do Salvador, em Beja.

Da tua esposa, fi lhas, genros,

netos e restante família.

Francisco Manuel

Farinho do Rosário1º Ano de Eterna Saudade

Sua mulher e irmãos recordam

com muito amor e profunda

saudade o seu ente querido,

falecido em 4 de Setembro

de 2011.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA

Gerência: António Coelho

Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315

Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344

SERPA

AGÊNCIA FUNERÁRIA POPULAR BEJENSE, LDA

Rua António Sardinha, nº 12

7800-447 Beja

Tm. 965217456 – Tel. 284 323555

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA.

Tm.963044570 – Tel. 284441108

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28 Este workshop de Escrita Criativa pretende mostrar aos mais novos como é fácil construir

frases, rimas, contos, textos, de uma forma divertida. Recorrendo a um variado número de

ferramentas é possível dar asas à imaginação. Criar novos mundos, histórias, personagens,

brincar e jogar com as palavras, são uma forma de estimular a capacidade criativa das

crianças e jovens, incutindo-lhes de uma forma divertida o prazer pela leitura e pela escrita.

Inscrições até 20 de setembro para jovens entre os 10 e os 18 anos.

Workshop de Escrita Criativa

na Biblioteca Municipal de

Odemira

Dica da semanaA Dica desta semana baseia-se no blog “Michele made me” onde vais encontrar fantásticas ideias para grandes projetos. Na secção de tutoriais ou mesmo na sua loja tens passo a passo como materializar algumas das ideias apresentadas. Perde-te no mundo de Michele e já agora envia --nos imagens de alguns desses trabalhos. http://www.michelemademe.com/

Pais

Pela tua mão

A páginas tantas ...Num tempo de recomeço “Migrando”, embora te-nha sido editado em 2010 pela editora Orfeu, adapta-se bem a esta al-tura. Duas capas, dois pontos de partida, mas é indiferente por onde se começa a viagem.

Neste livro, aves e pes-soas cruzam os céus. Fazem as malas, abrem as asas e lançam-se à aventura… Dedicada aos que deixaram a sua terra para recomeça-rem noutro lugar. Um li-vro que nos mostra como a palavra migrante pode ser sinónimo de sofri-mento e fragilidade, mas também de coragem e futuro. As ilustrações de Mariana Chiesa dão es-paço às tuas vivências.

Vê mais em http://maria-nachiesa.blogspot.pt/

Com o regresso à es-cola a preocupação so-bre o que os filhos co-mem redobra, por isso é tempo de repensar no que se coloca nas lan-cheiras deles. Um lan-che variado e ao mesmo tempo divertido ajuda mesmo quando a brinca-deira fala mais alto.

Uma ideia para aprovei-tares os lápis que sobra-ram da escola.

À solta

Se a imagem acima ainda não te despertou interesse (pouco provável), dou -te duas palavras: One Direc-tion. Pois é! A boysband mais falada do momento.Desde que libertaram o seu primeiro single ‘What Makes You Beautiful’, estes cinco rapazes, Liam Payne, Louis Tomlinson, Zayn Ma-lik, Niall Horan e Harry sty-les, nunca abandonaram as luzes da ribalta nem por um segundo, tornando-se assim das celebridades mais cobi-çadas particularmente pe-las raparigas adolescentes.Nos últimos meses, os me-ninos têm-nos comunicado via Twitter que estão a tra-balhar arduamente num novo álbum e desde então a curiosidade só tem aper-tado. Quando as directio-ners (fãs dos One Direction) já não suportavam a longa espera, a banda fez um ví-deo (disponível no You-tube), no qual anunciava o nome do seu novo single ‘Live While We’re young’.Na passada quinta-feira, um dos membros, Louis Tomlinson, publicou na sua página no Twitter: ‘Estou tão contente por vos contar que o nosso novo álbum chama-se ‘Take Me Home’ Mal posso esperar para que vocês o oi-çam! Mais noticias breve-mente! ‘Take Me Home’. O lan-çamento do álbum está pre-visto para Novembro nos EUA e na Europa.As novidades ra-pidamente se dispersaram pe-las redes sociais e desde en-tão os fãs não se têm abstido de demonstrar o seu contenta-mento face às divulgações.

Mafalda, 15 anos

Fácil esta ideia para decorares uma pa-rede do teu quarto e se te arrependeres basta descolar.

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Boa vidaComer Línguas de bacalhau com molho verdeIngredientes para 4 pessoas:500 gr de línguas de baca-lhau salgadas,120 gr de farinha de trigo,3 ovos,q.b. de óleo,3 dl de azeite,1 dl de vinagre,1 cebola média,2 dentes de alho,1 molho de salsa médio,1 ovo cozido,q.b. de sal fino,q.b. de pimenta branca moída.

Confeção:Comece por demolhar as línguas durante 24 horas mudando a água várias ve-zes ao dia, para retirar o ex-cesso de sal.Leve um tacho ao lume com água e coza-as.Retire-as para um passador de rede e escorra-as.Passam-se por farinha, ovo batido e fritam-se em óleo bem quente.Coloque-as sobre papel absorvente.Entretanto faça um molho com azeite, vinagre, sal, pi-menta, ovo picado, cebola picada, alho picado e salsa picada.Coloque o molho sobre as línguas e bom apetite…

Nota:As línguas de bacalhau nor-malmente encontram-se à venda em salmoura.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

LetrasOs manuscritos de Aspern

Publicado originalmente em fascículos na revista Atlantic Monthly, em 1888,

este conto é de uma delicada perfei-ção. O suspense que Henry James cria é complementado e potenciado pelo retrato psicológico do anti-he-rói. Este é um editor corrompido pelo desejo de possuir os manus-critos que o seu poeta de eleição, Jeffrey Aspern, escreveu e que es-tão na posse de Juliana, senhora de idade muito avançada que foi uma das amadas de Aspern.

Se é pela descrição da sucessão de acontecimentos – o aluguer, sob falso pretexto, de aposentos no ve-lho palácio onde vivem as senho-ras Bordereau; o reflorescimento do jardim decrépito (promessa de vida nova para Miss Tita?); a sedução da sobrinha, ingénua, da depositária das cartas; entre outros –, feita pelo editor, que o leitor é enredado na in-triga, este “fio de Ariadne” acaba por desvendar , iluminando-a ora em função da ingenuidade ora da impecabilidade ética, e impôr Tita como a verdadeira heroína dos “manuscritos”.

Depois há Veneza. A descrição das luzes da cidade ao longo dos dias e da sucessão de estações, a compo-sição sobre a vida que flui nos canais e que converge para a praça de São Marcos ou se espraia até ao Lido, fa-zem de Veneza mais do que um ce-nário mas “circunstância” com im-plicações profundas na intriga.

Este conto foi escrito por Henry James devido à confluência de dois factores – o dilema moral vivido enquanto biografava Nathaniel Hawthorne e uma “anedota” que lhe foi contada durante a sua per-manência em Florença. Foi aí que soube que uma senhora mantinha guardadas várias cartas de Byron. Soube ainda que uma das amantes deste tinha vivido na cidade acom-panhada por uma sobrinha e teve conhecimento das manobras de um tal Capitão Silsbee para apossar-se de cartas de Percy Shelley e Byron que a amante deste teria mantido em seu poder.

A obra de Henry James é apre-sentada e traduzida por Aníbal Fernandes nesta edição da Sistema Solar, editora nova que herdou os mesmos responsáveis e o pro-jecto que enformou a actividade da Assírio & Alvim. Longa vida.

Maria do Carmo Piçarra

FilateliaNª Srª d’Aires em selo, carimbo e postal

O município de Viana do Alentejo, com a colaboração do Clube Nacional de Maximafilia (CNM) e os CTT –

Correios de Portugal, vai levar a efeito, hoje, dia 7, a primeira Mostra Filatélica na sede deste concelho e que é simultaneamente comemora-tiva do 3.º aniversário do CNM.

O evento é inaugurado às 15 horas e pode ser visi-tado até ao fim do dia do próximo domingo, na igreja da Misericórdia, sediada no interior do castelo de Viana do Alentejo.

Para assinalar a efeméride, a organização põe hoje em circulação um selo personalizado, um pos-tal ilustrado e um carimbo comemorativo. Todos estes produtos são ilustrados com a igreja de Nossa Senhora d’Aires, monumento que remonta ao século XVI e que é sobejamente conhecido pelas festivida-des em honra de Nossa Senhora d’Aires. O atual mo-numento, inaugurado em 1760, apresenta-se num estilo barroco-rococó.

Sendo a primeira vez que Viana do Alentejo é ce-nário de uma manifestação filatélica, entendeu o município que devia mostrar aos forasteiros em ge-ral e aos munícipes em particular os vários tipos de colecionismo derivados do selo postal. Assim, irão estar patentes ao público coleções de filatelia, mar-cofilia, temática e maximafilia, de onde podem ser recolhidos muitos conhecimentos culturais e peda-gógicos, sendo esta uma razão acrescida para o mu-nicípio de Viana do Alentejo se congratular com esta exposição.

O CNM foi fundado em 2009 e das suas ativi-dades destaca-se a emissão de selos personalizados para a confeção de Postais Máximos. Os 34 selos já editados são dos mais variados temas.

Veja-se a riqueza temática da listagem que se segue:

Outubro de 2009 – Monumentos – Câmara Municipal Sintra/Ruínas do Carmo; dezem-bro de 2009 – Natal – Presépios – Sesimbra/Monsaraz; março 2010 – Azulejos – Porto/Paço de Arcos; maio de 2010 – Trajes Regionais – Vilão dos Açores/Leiteira do Algarve; julho 2010 – Jogos de Mesa – Bilhar/Xadrez; setembro de 2010 – Frutos Silvestres – Amora/Medronho; outubro de 2010 – Boletineiros – Lisboa/Alentejo; dezem-bro de 2010 – Natal – Vitrais - Belém/Montemor-o-Novo; março 2011 – Invertebrados – Escorpião/Louva-a-Deus; maio de 2011 – Cruzeiros – Silves/S. Marta de Portuzelo; julho de 2011 – Pontes Romanas – Marvão/Seda; outubro de 2011 – Charretes Típicas – Vila Real de Santo António/Cascais; dezembro de 2011 – Natal – Fuga para o Egito; Fevereiro de 2012 – Calçada Portuguesa – Angra do Heroísmo/Santarém; abril de 2012 – Paisagens – Casas de Pedra; julho de 2012 – Aves – Pintassilgo/Verdilhão; setembro de 2012 – Monumentos Religiosos – Basílica da Estrela/Igreja Nossa Senhora d Aires Viana do Alentejo.

Geada de Sousa

BeberPrémios para o vinho

Na próxima semana começo a contagem decres-cente para os prémios W de 2012 que serão reve-lados em janeiro, comemorando o terceiro ano de

contacto com os meus W-amigos, através de www.w-ani-bal.com. O formato da newsletter semanal dedicada ao vi-nho e a outros líquidos alimentares com história, emoção, procura e interesse social, foi muito bem acolhido pelos in-ternautas, a quem envio o meu sincero agradecimento. O trabalho de um jornalista especializado neste setor com-bina duas áreas fundamentais: a crítica sobre os eventos que vão ocorrendo e, ainda mais importante, sobre a organiza-ção, as tendências e a estratégia das instituições e dos agen-tes económicos. A segunda área é a proposta de produtos de consumo, com valor seguro, e de ações ou eventos que con-tribuam para a elevação do nível formativo e técnico dos lei-tores. Optei por propor todas as semanas uma seleção das

10 melhores referências relati-vas a um determinado tema re-lacionado com o mundo do vi-nho. Como resumo do trabalho anual de intensa relação diária com este setor enraizado na so-ciedade e na geografia portu-guesas, começo hoje a nomea-ção dos melhores representantes que, em 19 categorias (com a no-vidade do Melhor Blog do Ano) se destacaram pela qualidade dos seus produtos e atos durante o ano de 2012. A toda a fileira do vinho nacional presto a minha homenagem: à dedicação, à sa-gacidade e inteligência dos seus milhares de representantes, ho-mens e mulheres que amam os seus vinhos e vinhedos, hon-rando os antepassados e a nossa história coletiva.

Melhor Indicação Geográfica Protegida (Vinho Regional) – 10 de setembro. Melhor Denominação de Origem Protegida – 17 de se-tembro. Melhor Enoturismo sem Estadia – 24 de setembro.Melhor Enoturismo com Estadia – 1 de ou-tubro. Melhor Serviço de Vinhos em Restaurante de Rua – 8 de ou-tubro. Melhor Serviço de Vinhos em Restaurante Integrado – 15 de outubro. Melhor Produtor de Vinhos Tranquilos (vinho diário) – 22 de outubro. Melhor Produtor de Vinhos Tranquilos (vinho de ca-lendário) – 29 de outubro. Melhor Produtor de Vinhos Fortificados – 5 de novembro. Melhor Produtor de Vinhos Efervescentes – 12 de no-vembro. Melhor Vinho Tranquilo Branco – 19 de novembro. Melhor Vinho Tranquilo Rosé – 26 de no-vembro. Melhor Vinho Tranquilo Tinto – 3 de dezembro. Melhor Vinho Fortificado –10 de dezem-bro. Melhor Jovem Enólogo – 17 de dezembro. Melhor Enólogo – 24 de dezembro. Blog do Ano – 31 de de-zembro. Acontecimento do Ano – 7 de janeiro. Personalidade do Ano – 14 de janeiro. Gala Live on Internet – janeiro (data a anunciar).

Aníbal Coutinho

Henry JamesSistema Solar13 euros158 págs

29Ferreira do Alentejo acolhe, na quinta-feira, 13, o Encontro Nacional do Setor do

Azeite – Da produção aos mercados. A iniciativa é promovida pela Câmara Municipal

de Ferreira do Alentejo em colaboração com diversas empresas e cooperativas.

O encontro decorre no Centro Cultural Manuel da Fonseca e a cerimónia de

encerramento será presidida pela ministra da Agricultura, Assunção Cristas.

Vinho de CalendárioJá se encontra on line

e de acesso gratuito

o novo guia Copo &

Alma, 319 Melhores

Vinhos para 2012.

Só tem de entrar em

www.w-anibal.com e

conferir. No Alentejo

tem sempre brilhado o

produtor do vinho tinto

IG Alentejano, Monte

do Pintor, de 2009.

Vinho DiárioUm dos vinhos que

mais me impressionou

na recente prova cega

que irá dar origem ao

meu Guia Popular de

Vinhos, edição 2013,

disponível em setembro

nas livrarias e nos

supermercados, foi o

branco IG Alentejano

Paulo Laureano,

Clássico de 2011.

Compra segura em

qualquer prateleira.

Vi h d

Encontro Nacional do Azeite

em Ferreira

Page 30: Ediçao N.º 1585

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Fim de semana

Algures num território entre o jazz e o pop, “The cherry on my cake” é o primeiro álbum em

nome próprio da cantora e compositora Luísa Sobral, que vai estar amanhã em Beja, para

um concerto no Teatro Municipal Pax Julia, a partir das 21 e 30 horas. Em palco, esta jovem

admiradora de Billie Holliday, Ella Fitzgerald ou Regina Spektor, vai apresentar 13 temas,

10 deles cantados em inglês, além de “O Engraxador”, “Xico” e “Saiu para a rua”, versão de

um clássico de Rui Veloso. João Hasselberg (contrabaixo), Carlos Miguel (bateria) e Filipe

Melo (piano) acompanham a cantora, que também interpreta a guitarra e a harpa.

O pop/jazz de Luísa

Sobral no Pax Julia

Romaria da Senhora da Cola arranca hoje Tradicionalmente um dos

lugares de peregrinação mais

importantes do Baixo Alentejo,

a ermida de Nossa Senhora

da Cola vai receber mais uma

romaria entre hoje e amanhã,

sábado, numa organização da

Santa Casa da Misericórdia

de Ourique, com o apoio do

município local. A festa é

animada pelo acordeonista

Ricardo Laginha e pela cantora

Karmo Leal (hoje, a partir das

21 horas), seguindo-se amanhã,

partir das 11 horas, uma missa

solene e uma procissão que

conta com as participações

do Grupo Coral de Ourique

e da Banda Filarmónica Lira

Cercalense. A tarde prossegue

com uma matiné musical

animada por Ricardo Laginha e

a romaria culmina com baile, a

cargo da dupla Borges e Nelson.

Odemira celebra Dia do Município e Senhora da Piedade Odemira celebra amanhã,

sábado, a I Cerimónia do Dia

do Município. A partir das 9

e 30 horas, no jardim Sousa

Prado, estão previstas a atuação

da Orquestra Sopro do Litoral

Alentejano, da Escola de Artes

de Sines, e uma sessão de entrega

de diplomas de mérito a 42

entidades e/ou individualidades

que se destacaram no último ano

em diversas setores. Também por

estes dias, entre hoje e amanhã,

celebram-se as Festas de Nossa

Senhora da Piedade, uma

tradição antiga de homenagem

à santa padroeira de Odemira

de cujo programa fazem parte

cerimónias religiosas, fogo de

artifício e espetáculos musicais,

entre eles o de Sebastião Nunes

e os Quadrilha, agendado

para o serão de amanhã.

Cante alentejano desfila na Festa do “Avante!”O cante alentejano vai ser a

grande temática deste ano do

Espaço/Palco Alentejo na Festa do

“Avante!”, cuja 36.ª edição arranca

hoje, sexta-feira, na Quinta da

Atalaia, Seixal. Além de um desfile

de grupos corais, agendado para

as 18 horas de amanhã, sábado,

prevê-se, de seguida, uma sessão

evocativa da candidatura a

Património Cultural Imaterial

da Humanidade, que culminará

com a atuação de vários corais

da região, entre eles Os Ganhões

de Castro Verde, Os Ceifeiros de

Serpa, o Grupo Coral de Ourique

e as Estrelas do Alentejo, de Santa

Vitória. O grupo Cruzeiro, de Vila

Nova de São Bento, o contador

de histórias Jorge Serafim, o

Trio Cant’Alentejo, de Panoias,

e o Teatro Fórum de Moura

são outros dos convidados.

Festa da Juventude na barragem do Roxo, Aljustrel

Música e voluntariado

no Roxo Summer FestC

om o verão ainda em pleno, a barragem do Roxo, no con-celho de Aljustrel, vai ser palco amanhã, sábado, de um dia de festa dedicado à juventude. Acampamento, ativi-

dades radicais, música e uma noite non stop são os ingredientes desta primeira Roxo Summer Fest, integrada no novo programa municipal “Aljustrel Jovem”. A partir das 18 horas, inaugura-se o Espaço Música, que promete 12 horas ininterruptas de música à beira da albufeira, a cargo dos DJ Christian F, Peter Lewis, Holly, Bruno Lopez, Tape, Paulo Vaz, Rui Miguel, Jesus del Souza, Philip Deepe e Escravo.

O evento conta ainda com a participação da JuveBombeiro, que trará à barragem do Roxo cerca de 150 jovens bombeiros de todo o País, para acampar durante todo o fim de semana. Esta visita em massa surge na sequência de uma parceria estabele-cida entre o município local e a Liga dos Bombeiros Portugueses, “procurando-se, por esta via, estimular os jovens do concelho de Aljustrel para o voluntariado e para o envolvimento em cau-sas humanitárias”, esclarece a autarquia, informando que ga-rantirá o transporte para o evento a partir de todas as freguesias do concelho. Assim, ao longo de todo o dia de amanhã todos os jovens participantes serão desafiados para atividades de desco-berta da natureza (canoagem, tiro ao arco, ponte de cordas, pro-vas de orientação e paintball), workshops nas áreas do combate a incêndios com extintores e do suporte básico de vida, e ainda para várias tipos de demonstrações. De busca e salvamento de pessoas pelo binómio homem/cão; de grande ângulo (resgate de vítimas em zonas de difícil acesso); e de mergulho com simula-ção de procura e resgate de vítimas.

Ao longo do ano, o programa “Aljustrel Jovem” prevê apre-sentar várias iniciativas para ocupação dos tempos livres da ju-ventude, em áreas como ambiente, empreendedorismo, cultura, desporto e turismo, no sentido de “poder atrair e fixar os jovens no concelho de Aljustrel, contribuindo para o seu desenvolvi-mento social, económico e cultural”.

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/jazzuísal noulia

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facebook.com/naoconfirmonemdesminto

31casting

nÃo confirmo,

nem desminto/

igreja da cientologia:

queres ser

a prÓxima esposa

de tom cruise?

Segundo o jornal “i”, a Igreja da Cientologia realizou audições a atrizes para casarem com Tom Cruise. Como as mesmas não tiveram sucesso nos EUA, a Igreja decidiu ir para outras paragens... Nesse sentido, a “Não confirmo, nem desminto”, em parceria com a Igreja da Cientologia, decidiu lançar um pas-satempo exclusivo na região do Alentejo: Queres ser a próxima esposa de Tom Cruise, o ator mais famoso do mundo que, na realidade, é muito baixinho, mas no ecrã parece um latagão? Queres aninhar-te nos braços do homem mais alienado e, vá lá, ligeiramente chalupa de Hollywood? Então esta é a tua oportunidade! Comparece ao casting, a realizar nas casas de banho públicas junto ao Castelo de Beja entre as 22 e as 23 horas de amanhã, com o teu C.V., uma foto em lingerie, análises à urina, um litro de sangue, o teu NIB, cartão do Continente e uma marmita com carapaus fritos. Atenção: Cada candidata deve pagar 5000€. (Só a admitir a Vera Pereira.)

Luis Filipe Vieira em Serpa: Presidente do Benfica desejava conhecer o Lebrinha pois “todos os bons jogadores interessam ao Benfica”

No passado fim de semana, Luis Filipe Vieira esteve em Serpa para

inaugurar a Casa do Benfica naquela cidade da margem esquerda: o

presidente do clube encarnado foi recebido nos Paços do Concelho e,

depois, deslocou-se para um almoço de convívio, onde, aproveitando

o ambiente de descontração, o nosso correspondente em Brinches co-

locou algumas perguntas ao líder encarnado, nomeadamente se de-

sejaria conhecer o Lebrinha. A resposta de Vieira não podia ser mais

perentória: “Sim, claro, hhmmm. Todos os bons jogadores interessam

ao Benfica, hhmmm. Estamos atentos ao mercado – se esse Lebrinha

for canhoto, vai logo para lateral esquerdo. E com esse nome, deve ser

rápido como uma lebre, não? O Benfica, hhmmm, oferece um milhão

de euros pelo jogador, e empresta o Djaló, o Jardel, um dos 15 late-

rais esquerdos que o Jesus não quer e dois dos 345 extremos que es-

tão a ganhar pó no banco e não se fala mais nisso…”. Mas os interes-

ses do clube de Lisboa, na cidade, poderão não ficar por aqui... Ao que

apurámos, os olheiros benfiquistas acreditam que a estátua de Abade

Correia da Serra terá potencial para entradas a pés juntos ao nível de

um Javi Garcia ou mesmo de um Fernando Seara, pelo que a sua con-

tratação seria sempre uma mais-valia.

Governo quer concessionar a A26 aos condutores idosos para que possam andar em contramão à vontade

A polémica em torno da suspensão das obras na A26 (também conhecida

pelos especialistas em transportes como a auto-estrada-que-era-para-ser-

até-Ficalho-e-já-não-é-e-depois-ia-ser-até-Beja-e-agora-não-se-sabe)

parece não ter um fim anunciado. Uma investigação Nâo confirmo, nem

desminto/Pedro Lamy/Cândida Almeida descobriu agora que o Governo

pretende concessionar a estrada aos idosos de todo o país para que possam

viver a experiência única e libertadora de conduzir em contramão durante

mais de três quilómetros sem embater contra um camião TIR ou um poste

de alta tensão. “É uma grande medida deste Governo!”, afirmou Gregório

Fangio de 94 anos. “Já andava cansado de entrar em contramão na A2 com

o meu Microcar, a abrir a mais de 53 km/h… Aí aparecem logo aqueles

desmancha-prazeres da GNR. Um tipo nem pode atropelar um caracol ou

chocar com uma área de serviço como antigamente… Assim já vou poder

andar à maluca, como numa autobahn! Ali, ao despique com as carroças, os

Ford Modelo T ou as Famel Zundapp!”, acrescentou o idoso, enquanto tro-

cava as suas jantes de 12 polegadas por umas jantes ultra desportivas de

13 polegadas. Acrescente-se, todavia, que esta não será uma SCUT e que os

idosos terão de pagar portagens cujo custo deverá rondar 50 por cento do

subsídio de Natal.

Inquérito entusiasmado com o regresso às aulas?

ANTÓNIO QUADRO DE ZONA PEDAGÓGICA,

42 ANOS

Pessoa que trabalha como cobaia das farmacêuticas

Tenho sentimentos mistos: por um lado estou contente com o facto do meu

moço já não estar de férias, pois assim não passa o dia na piscina com uma irri-

tação provocada pelo cloro; por outro, tive de vender a minha coleção de mo-

edas de ouro só para comprar os cadernos! Quanto aos livros, o ano passado

vendi um rim para os comprar. Este ano acho que vou vender outro órgão…

Pelos meus filhos faço tudo. Afinal, para que é que preciso de um pâncreas?

TATIANA CONTRATADA, 48 ANOS

Professora de Matemática

e candidata a empregada de limpeza na Alemanha

Não estou nada contente, fui uma dos milhares de docentes que não

ficou colocada. Vida de professor não é fácil. Depois de ter sido colo-

cada em Barrancos, Chaves, Ponta Delgada, Maputo e Vilnius, estou

sem trabalho. É uma injustiça! Investi muitos anos da minha vida

para seguir a minha vocação! E agora, onde é que posso preencher

burocracia sem fim, ministrar programas extensíssimos, ou fugir de

pais com caçadeiras de canos cerrados? A sério, quem é que paga o

colete de kevlar recomendado pelo Ministério da Educação para evi-

tar facadas ou rajadas de Uzi dos alunos do 1º ciclo?

GUSTAVO ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA, 15 ANOS

Jovem

Ya, tou contente. Já tava uma beca cansado de estar em casa a jogar

Playstation durante 76 horas consecutivas. Até curto a escola, tipo, os

meus colegas, e os meus profs, nomeadamente a boazona da prof. de

Educação Física, a boazona da prof. de Filosofia e a boazona da prof. de

Inglês. Acho que vou seguir, tipo, letras, porque, tipo, curto bué línguas.

Acho que é importante saber falar estrangeiro para poder trabalhar no

estangeiro fora do país. O meu pai também insiste para eu seguir letras,

para aprender tudo sobre letras… Diz que é melhor assim porque me

vai deixar uma data delas para pagar! LOL

Vários autarcas da região

manifestaram junto do

Governo e da Anacom o seu

desagrado pelo mau serviço

prestado pelo serviço de TDT

(Televisão Digital Terrestre),

nomeadamente no que se

refere ao fraco sinal de TV.

Contudo, com o início das

emissões da ARTV (Canal do

Parlamento) as reclamações

têm subido de tom: “Já

temos queixas de idosos cuja

única ligação ao mundo é

a televisão. Como o único

canal que apanham bem

é a ARTV, há utilizadores

do serviço que evidenciam

claros sinais de distúrbios

psicológicos, como stress

pós-traumático, delírios

persecutórios e tiques no

olho como o José Rodrigues

dos Santos tem no final do

Telejornal”. A nossa página

esteve a avaliar o canal

e pode confirmar que a

ARTV tem programação que

deveria ter bolinha vermelha

no canto do ecrã. Destaque

para o programa de culinária

de Pita Ameixa (na foto),

com o título Top Pita, em que

o deputado ensina a fazer

pão pita e pudim de ameixa,

entre outras iguarias, e para

o programa em direto, com a

duração de 8 horas, Homem

Vs Serviços de Urgência, em

que o deputado Mário Simões

passa horas de emoção em

serviços de urgência de

todo o país para concluir,

em todos os episódios, que,

provavelmente, “o melhor é

fechá-los à noite desde que

se reforce o efetivo durante o

dia.”

Alentejo: Utilizadores da TDT queixam-se de danos psicológicos por só se conseguir ver o Canal Parlamento

Page 32: Ediçao N.º 1585

Nº 1585 (II Série) | 7 setembro 2012

RIbanho POR LUCA

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO

ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e

assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 E-mail [email protected] | Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 E-mail jornal@diariodoalentejo.

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Hoje, sexta-feira, o sol deverá brilhar em todaa região e a temperatura oscilará entre os 21e os 30 graus. Amanhã, sábado, o céu deverá estar limpo e no domingopouco nublado.

José António Falcãomedalhado no Brasil

José António Falcão, que dirige desde 1984 o

Departamento do Património Histórico e Artístico

(DPHA) da Diocese de Beja, foi recentemente

condecorado com a Medalha Barão de Studart, a mais

alta distinção científica e cultural do Ceará, Brasil.

O galardão premeia o historiador de arte pelos seus

“contributos para o conhecimento do fundador deste

Estado brasileiro, o capitão-mor Martim Soares

Moreno”, através dos estudos que o investigador

português realiza, desde há uma década, sobre as

origens deste natural do Alentejo que é também uma

das figuras primordiais da história do Brasil. Aliado

dos índios pitiguaras, que habitavam no litoral,

sabe-se que estabeleceu laços matrimoniais com a

célebre princesa Iracema, “a virgem dos lábios de mel”,

heroína do romance homónimo, publicado por José de

Alencar em 1865, e um clássico da literatura brasileira.

Investigações que, explica o DPHA da Diocese de Beja

em comunicado, têm permitido olhar, “sob uma ótica

diferente, informada pelas novas metodologias das

ciências humanas e sociais, a personalidade de Martim

Soares Moreno, dentro do seu quadro histórico”. O

mesmo organismo sublinha ainda “um fenómeno

ainda pouco estudado” e que diz respeito à “presença

de alentejanos no período da expansão territorial

do Brasil, onde desempenharam, nos séculos XVII e

XVIII, as mais diversas atividades, como funcionários

da Coroa, militares, arquitetos, comerciantes,

missionários ou simples lavradores”. Poucos, no

entanto, terão atingido o destaque do capitão-mor

do Ceará. José António Falcão é conservador-chefe

de museus e professor universitário. Enquanto

responsável pela arte sacra do Alentejo meridional,

tem levado a cabo um trabalho de inventariação,

restauro e dinamização das igrejas deste território.

E foi ao fazer o levantamento dos arquivos locais,

na busca de pistas para esclarecer a existência de

monumentos de “torna-viagem”, realizados em

Portugal por artistas do Brasil (como o santuário

de Nossa Senhora da Assunção, em Messejana) que

se pôs no encalço de Martim. “Soares e Moreno são

apelidos frequentes na região; quando se ajustam as

peças do puzzle, tendo por fundo o Alentejo anterior

ao liberalismo, tornam-se percetíveis as intensas

ligações com o Brasil, destino privilegiado para muitos

alentejanos de então”, explica o investigador.

Esteve recentemente na Tanzânia onde, por duas semanas, integrou uma equipa de voluntários na área dos cui-

dados de saúde oral. Um trabalho cuja “du-reza e cansaço” se esquecem, diz, quando se percebe o muito que se pode fazer por quem, por falta de ajuda médica, teve que resignar--se à dor. Filho de um lisboeta que veio pa-rar a Beja para exercer medicina, Pedro, tam-bém médico, regressa à cidade pelo menos uma vez por ano para visitar “velhos amigos” e a família. Vive e trabalha no Reino Unido e tem na calha novas missões em África.

O que é que o levou ao trabalho voluntário e

quais foram as suas primeiras experiências

neste campo?

O trabalho voluntário surge quando gosta-mos de ajudar os outros e temos prazer em prescindir do nosso tempo livre para apoiar quem mais precisa. Os primeiros passos nesta área surgiram quando ainda estu-dava Medicina Dentária em Lisboa. Comecei com a “Ronda da Caridade” (apoio aos sem--abrigo) e mais tarde aderi ao programa “Sorriso Feliz”, ambos através da Legião da Boa Vontade.

Já no Reino Unido, integrou a equipa da

ONG Bridge2Aid, que presta cuidados mé-

dicos dentários em países como a Tanzânia

nomeadamente. Que impressões guarda

desta experiência?

As melhores impressões possíveis de imagi-nar! É um trabalho duro e muito cansativo, visto as limitadas condições de trabalho, a barreira da língua e o desconhecimento quase completo da população quanto a cui-dados de saúde oral/tratamento dentário. No entanto, é uma experiência muito gra-tificante e só isso faz com que todos os obs-táculos possam ser facilmente ultrapassa-dos. Encontrei uma equipa fantástica da

Pedro Fonseca 30 anos, natural de Lisboa

Filho de um médico que acabava de ser colocado em Beja, chegou à cidade com apenas quatro anos, para só regressar a Lisboa, terra da família, quando decidiu frequentar Medicina Dentária. Por esta altura, teve as suas primeiras experiências como voluntário, apoiando sem-abrigo e crianças de bairros desfavorecidos. Já no Reino Unido, onde exerce há quatro anos e meio, voltou a pensar em doar o seu tempo livre e fê-lo por duas semanas na Tanzânia, prestando cuidados de saúde oral através da ONG Bridge2Aid. Da experiência guarda “as melhores impressões possíveis de imaginar” e já pensa na próxima missão: Ruanda.

qual fizeram parte mais dois portugueses. Ninguém se conhecia antes mas foi como se fôssemos melhores amigos desde infân-cia. Se as responsabilidades nesta sociedade materialista não fossem tantas facilmente fa-ria deste programa o meu emprego diário. Contudo, se me conseguir manter um volun-tário ativo já fico feliz. Com o know how da Bridge2Aid, a minha próxima missão será no Ruanda mas também gostava de passar pelos Palop.

Que diferença podem fazer apenas duas

semanas da vida de um profissional do

mundo desenvolvido no quotidiano destas

populações?

Estas duas semanas que iria de férias para qualquer lado fazem toda a diferença numa população necessitada. Vi pessoas que vi-viam com dor há sete anos, simplesmente porque ninguém as podia ajudar. Depois de anunciada a nossa presença há pessoas que andam a pé durante dias até nos encontra-rem. Estes são os verdadeiros heróis e fi-cam-nos gratos para a vida. Também damos formação e fornecemos um kit básico de ma-terial dentário a profissionais de saúde locais (com formação teórica prévia) para que a po-pulação continue a ter apoio no futuro.

Que características deve reunir um candi-

dato a voluntário?

Um voluntário deve ter espírito solidário e empatia, agir de livre e espontânea vontade e ser responsável. Psicologicamente, deve ser forte para saber lidar com a diferença. Quanto a países subdesenvolvidos, condi-ções de vida extremas podem ser um desa-fio para os mais sensíveis. Água quente é um luxo, eletricidade nem sempre há e rede para telemóvel muito menos. Quanto à falta de te-lemóvel e Internet, para mim, foi uma vanta-gem... Carla Ferreira

Depois da Tanzânia, o Ruanda

O sonho de ser voluntário todos os dias

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