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Bartonella e outras pragas -Novas informações sobre pulgas

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Quando a Bayer HealthCare, Divisão de Saúde Animal, realizou o 1º SimpósioInternacional CVBD® em 2006, foi o primeiro passo para abordar a ameaçaglobal de doenças transmitidas por vetores (CVBD). O tema teve como base acrença de que as doenças transmitidas por vetores devem ser tratadas comoum tópico, em nível global e de forma interdisciplinar. Durante os últimosanos, CVBD tornou-se uma questão global e tem até despertado o interessepúblico. Muitas destas doenças afetam tanto animais como seres humanos.Entretanto o cão, na qualidade de melhor amigo do homem, tem um papel im-portante, já que é bastante afetado e funciona como hospedeiro para algunspatógenos zoonóticos.No primeiro simpósio, os participantes concordaram em formar o Fórum Mun-dial CVBD®. Além de reunir informações, a principal tarefa desse grupo de espe-cialistas internacionais tem sido aumentar o conhecimento sobre riscos regionaisespecíficos de CVBD e promover medidas preventivas. Por isso, o Fórum MundialCVBD® criou um website (www.cvbd.org) para fornecer aos médicos veterináriosas mais recentes informações científicas clinicamente relevantes sobre CVBD.No Boletim CVBD, achados relevantes dos simpósios de CVBD são apresentadosperiodicamente aos veterinários. As pulgas têm chamado a atenção desde quefoi identificado que novos patógenos emergentes, como a bactéria Bartonella,as usam como vetor. O conhecimento sobre Bartonella spp. ainda é escasso namedicina veterinária. Outro aspecto importante é a saúde pública, já que pulgasde cães e gatos podem ser compartilhadas entre os animais e seus donos. Mui-tos proprietários de animais não estão cientes do desenvolvimento rápido e si-multâneo de pulgas adultas pré-emergidas quando encontram um hospedeiroadequado, após um período de ausência de hospedeiros, por exemplo, durantea pausa de inverno. Além disso, as pulgas transmitem diversos patógenos zoo-nóticos, e cães e gatos funcionam como reservatórios.

Introdução

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Autor: Friederike KrämerInstituto de Parasitologia, Universidade de Medicina Veteri-nária de Hannover, Alemanha

As pulgas são ectoparasitas cosmopolitas com umagrande variedade de hospedeiros. Para animais deestimação e seres humanos, a pulga do gato (Cte-nocephalides felis) e a pulga do cão (C. canis) re-presentam as espécies mais importantesmun dialmente. Além do fato de causarem derma-tite alérgica por picada de pulga (DAPP), a capaci-dade das pulgas de serem vetores para patógenoscausadores de doenças, como a Bartonella spp.,vem ganhando mais importância.Além dos aspectos humanos bem conhecidos deirritação cutânea e higiene, algumas dessas doen-ças infecciosas também têm implicação de saúdepública.Consequentemente, o controle de pulgas com ec-toparasiticidas altamente eficazes suporta a pre-venção dos efeitos diretos da infestação porpulgas e reduz o risco de transmissão de doen-ças, tanto para animais de estimação quantopara humanos.

Biologia e morfologia da pulga

As pulgas possuem uma história de 60 milhões deanos e já eram encontradas em mamíferos pré-his-tóricos. Aproximadamente 95% das mais de 2.000espécies e subespécies descritas parasitam mamí-feros, enquanto os 5% restantes vivem em pássa-ros. O ciclo de desenvolvimento da pulga pode sercompleto em 14 dias ou pode durar até 140 dias,dependendo principalmente da temperatura e daumidade.1 Para a maioria das espécies de pulga,estes ciclos são caracterizados por três eventos: aeclosão dos ovos, o período desde larva até apupa, e o período desde a pupa até a idade adulta(veja Figura 1).2

O número de ovos postos pelas pulgas fêmeas de-pende de outros fatores, entre eles as atividadesde autolimpeza do hospedeiro, a fisiologia do hos-pedeiro e os hormônios presentes na circulaçãoperiférica. Existem relatos de 11 - 46 ovos por dia3–6

e de até mais de 2.000 ovos em 113 dias em gatosnão confinados, com pulgas e com higiene res-trita.5 Depois da eclosão dos ovos, as larvas daspulgas de cão ou gato passam por três instares lar-vais dentro de micro-habitats protegidos, dentroou fora de residências que combinem temperatu-ras moderadas, alta umidade relativa e uma fontede nutrição na forma de fezes da pulga adulta(que contém sangue).7

A larva vai para um lugar calmo e produz um ca-sulo de material parecido com seda, no qual setransforma em pupa, que com o tempo é revestidopor pó e fragmentos.8,9

O estágio final de pupa é o adulto pré-emergente,que completou sua muda, mas continua dentro docasulo por períodos de tempo variáveis.1 O adultopré-emergido parece ser ideal para a sobrevivênciaprolongada durante a ausência de hospedeiros oudurante condições ambientais desfavoráveis, comoinverno ou meados do verão.10 A pressão e a tem-peratura agem como indicadores de um possívelhospedeiro, e podem determinar a duração do es-tágio de pupa. Isso pode ocorrer depois de aproxi-

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Bartonella e outras pragas -Novas informações sobre pulgas

Fig. 1 Ciclo de vida da pulga de cão e gato: 1 - pulga fêmeaadulta, 2 - ovos, 3 - larva, 4 - pupa, 5 - adulto pré-emergido.

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madamente dez dias ou por até doze meses. Ochamado período pupal pode comprometer medi-das de controle e deve ser explicado aos donos deanimais de estimação.11

Neste estágio final, a pulga adulta começa a bus-car um hospedeiro quase que imediatamente apósemergir.12 O tempo de sobrevida de pulgas adul-tas não alimentadas varia de 20 a 62 dias, depen-dendo das condições climáticas dos arredores.13

Após a primeira ingestão de sangue, as pulgasdevem continuar se alimentando e se reprodu-zindo para manter o metabolismo equilibrado.14

A quantidade de sangue consumido por umapulga fêmea de gato é, em média, de 13,6 μL (±2,7 μL) por dia, o que equivale a ~15 vezes seupeso corporal.15

A sobrevivência e a longevidade de pulgas adultasem um hospedeiro é influenciada em grandeparte pelo comportamento de autolimpeza doanimal infestado pelas pulgas.3,16,17 A restrição daatividade de autolimpeza permitiu que as pulgasde gato sobrevivessem nos hospedeiros por até133 dias.5

Diversidade de espécies e distribuição

As mais de 2.000 espécies e subespécies de pulgasdescritas em todo o mundo pertencem, em suamaioria, às famílias Pulicidae e Ceratophyllidae. Pararepresentantes relevantes das duas famílias, in-cluindo os respectivos hospedeiros (cães e gatos)(veja a Tabela 1). Em geral, a espécie Ctenocephali-des, com seus representantes C. felis felis e C. canis,pode ocorrer em todo o mundo, e é a espécie depulga mais importante a parasitar cães e gatos. A pulga de gato C. felis (veja Figura 2) anterior-mente foi dividida em quatro subespécies: C. felisfelis (distribuição mundial, de áreas tropicaisquentes a zonas temperadas com temperaturascongelantes prolongadas18), C. felis orientis (Su-deste da Ásia e Índia Oriental), C. felis damaren-sis e C. felis strongylus (ambas restritas à África),as duas últimas tendo sido propostas recente-mente como espécies completas.19 C. felis felis ge-ralmente é chamada apenas de C. felis, e assim éusado neste artigo.

Sinais clínicos de infestação por pulgas

Apesar de diversos patógenos para os quais a pulgaé um possível vetor, ela mesma também pode causardoenças. Os distúrbios cutâneos em pequenos ani-mais, causados direta ou indiretamente pelas pul-gas, provavelmente ultrapassam todos os outrosdistúrbios dermatológicos de diferentes origensetiológicas.20 Em um levantamento realizado em2006 no Reino Unido, 21,4% das 3.707 consultas depequenos animais eram causadas por infestação porpulgas/problemas dermatológicos alérgicos, sendoo segundo diagnóstico mais comum em gatos e oquarto mais comum em cães.21

Com relação ao efeito patogênico da infestaçãopor pulgas, uma diferenciação deve ser feita entrea reação alérgica do hospedeiro e o efeito do con-sumo de sangue pelo parasita. A hipersensibili-dade à picada de pulga, também conhecida comodermatite alérgica à picada de pulga (DAPP), éuma doença na qual um estado de hipersensibili-dade contra o material antigênico das pulgas é in-duzido em um hospedeiro. Ocorre principalmenteem resposta à injeção desse material produzidopelas glândulas salivares das pulgas.As reações de hipersensibilidade tipo I são de cru-cial importância no desenvolvimento de sinais clí-nicos. Uma melhora clínica sustentada da DAPP sópode ser alcançada prevenindo-se que o animalseja picado por pulgas.22 Para diferenciar a DAPPde outras doenças semelhantes, testes diagnósti-cos úteis são apresentados na Tabela 2.

Fig. 2 Restrição da atividade de autolimpeza, por exemplo, per-mitiu a sobrevivência de pulgas de gato nos hospedeirospor no mínimo 133 dias (veja referência 5).

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Os sinais clínicos em cães e gatos são o resultadode prurido e lesões autoprovocadas e dependemda frequência da exposição às pulgas, da presençade doença cutânea secundária ou de outra doençacutânea concomitante, da duração da doença, dograu de hipersensibilidade e dos efeitos do trata-mento anterior ou atual (veja Figura 3).23 O graudas lesões dérmicas pode variar de relativamentepoucas áreas até grandes áreas, dependendo dosfatores listados acima.Além das alterações dérmicas, a hematofagia daspulgas adultas pode causar perda substancial desangue em animais muito jovens. Setenta e duaspulgas fêmeas podem consumir até 1 mL de sanguediariamente.12 Portanto, em uma infestação de 220pulgas fêmeas poderiam ser consumidos 10,0% (istoé, 3,0 mL) de um filhote de gato de 0,45 kg pordia.15 Em cães e gatos adultos ou animais de criaçãojovens com um volume de sangue comparativa-mente maior e reservas de ferro, níveis de infesta-

ção muito altos precisariam ser mantidos durantevárias semanas para produzir perda de sangue crô-nica e anemia.15

Fig. 3 Alopecia associada à pulga.

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Família Pulicidae Ceratophyllidae

Gênero (ex.) Archaeopsylla, Ceratophyllus, NosopsyllusCtenocephalides,Echidnophaga, Pulex,Spilopsyllus, Xenopsylla

Espécie (ex.) A. erinacei (pulga do porco-espinho)b Ce. Gallinae (pulga da galinha comum)a

C. canis (pulga de cão)a,b

C. felis (felis) (pulga de gato)a,b

E. gallinacea (pulga da galinha)a

P. irritans (pulga humana)a,b

S. cuniculi (pulga de coelho)X. cheopsis (pulga do rato oriental)

Tab. 1 Taxonomia das pulgas (veja referências 59 e 60).

a) Importante em cães e gatos nos EUA; b) Importante em cães e gatos na Europa e outras partes do mundo.

Doença Teste diagnósticoSarna sarcóptica Raspados cutâneos

Resposta ao tratamento sarnicidaAlergia alimentar Resposta à dieta de eliminação (2 a 3 semanas)Dermatite inalante alérgica Reações positivas no teste cutâneo intradérmico

Positivo nos níveis séricos de IgE específico do antígenoHipersensibilidade bacteriana Reações positivas a antígenos bacterianos intradérmicos

Resposta à antibioticoterapia Hipersensibilidade a parasita intestinal Positivo na flutuação fecal

Resposta à terapia anti-helmínticaErupção medicamentosa Biópsia cutânea e achados histológicos

Histórico de exposição medicamentosaDemodicose Positivo nos raspados cutâneosTab. 2 Diagnóstico diferencial para DAPP no cão e testes diagnósticos correspondentes (veja referência 59).

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Os seres humanos são particularmente afetadosquando grandes números de pulgas saem repentinae simultaneamente de seu estágio de pupa. Issopode acontecer quando retornam ou se mudampara residências que haviam sido anteriormente ha-bitadas por animais de estimação durante certo pe-ríodo de tempo. Os efeitos diretos das picadas depulga em humanos geralmente apresentam placase pápulas altamente pruríticas, frequentemente or-ganizadas de forma linear ou em grupos, com umahemorragia central (veja Figura 4).24

O prurido geralmente resulta em uma superinfec-ção bacteriana da lesão primária devido ao autotraumatismo. Em crianças com uma elevada reaçãoimunológica, grandes placas bacterianas, formaçãode bolhas ou diversas infecções têm sido frequente-mente registradas.24

Transmissão de patógenos caninos comhistórico em saúde pública

Nos últimos anos, um número crescente de relatos temapontado as chamadas doenças transmitidas por vetores(CVBD), como babesiose, leishmaniose, erliquiose ou di-rofilariose. Existem grandes preocupações com a intro-dução de patógenos em áreas não endêmicas, bem comonovas informações sobre doenças com patógenos emer-gentes, como a Dirofilaria repens ou a Rickettsia. Alémde carrapatos, mosquitos e moscas que são capazes detransmitir muitos dos patógenos caninos, as pulgas tam-bém devem ser consideradas. Uma seleção de patógenos,principalmente caninos, que também possuem implica-ções de saúde pública, é apresentada na Tabela 3.

Transmissão da Bartonella spp.

Durante os últimos 10 - 15 anos, infecções por Bartonella spp. temsido relatadas com uma frequência crescente (veja Figura 5), umatendência que inclui ainda o cão como um possível paciente.Além dos gatos, que têm um papel importante como reser-vatório confirmado do patógeno Bartonella henselae dadoença da arranhadura do gato (DAG), também têm sur-gido relatos de cães infectados por diferentes espécies deBartonella (B. vinsonii ssp., B. berghoffii,25,26 B. hense-lae,27–31 B. clarridgeiae,29,32 B. washoensis,33 B. elizabethae,34

e B. quintana35). Quatro espécies de Bartonella foram de-tectadas na saliva de cães.36

Ao contrário dos gatos, os cães frequentemente podem de-senvolver sinais clínicos que são parecidos com aqueles obser-vados em humanos.37

Todos os patógenos mencionados acima em cães foram asso-ciados a uma patologia e sinais clínicos variáveis no hospedeirocanino, incluindo endocardite, arritmias cardíacas, miocardite,rinite granulomatosa, uveíte anterior, coroidite, doença hepá-tica e morte súbita. Além disso, a B. henselae foi implicada napeliose hepática,30 granulomatose hepática29 e sialoadenitegranulomatosa.31 B. henselae e B. quintana também foram de-tectadas no sangue ou nos linfonodos de cães com linfoma.28

Há relatos de transmissão de B. henselae, B. clarridgeiae, B.quintana e B. koehlerae principalmente por pulgas de gato(veja ainda Tabela 3) ou por pulgas de gato juntamente comoutros ectoparasitas, como piolhos e carrapatos.

Fig. 4 Perna humana apresentando picadas de pulga e dermatiteassociada à pulga.

Categoria Patógeno

Helmintos Dipylidium caninum (tênia canina)Hymenolepis nanaH. diminutaH. citelliH. microstomaDipetalonema reconditum

Bactérias Rickettsia typhiRickettsia sp.R. felis (ex-agente ELB)Bartonella henselaeB. clarridgeiaeB. quintana (principalmente piolho

corporal como vetor)B. koehleraeYersinia pestisPasteurella sp.Brucella melitensisBr. abortusBr. suis

Vírus Feline calicivirus (FCV)Vírus da Leucemia de FriendCheyletiella parasitivoraxCheyletiella sp.

Tab. 3 Patógenos selecionados relatados em pulgas (A litera-tura pode ser obtida junto ao autor).

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Do ponto de vista da saúde pública, a bartonelosecom crescente frequência é considerada uma zoo-nose emergente. B. henselae e B. clarridgeiae sãodois agentes da DAG, tendo importância clínica emseres humanos. Entretanto, a transmissão direta équestionável e até agora foi relatada principalmenteem associação com arranhaduras de animais infec-tados (principalmente gatos, mas também relatadaem um cão).38 B. quintana, o agente da ‘febre dastrincheiras’, causa endocardite e angiomatose baci-lar em seres humanos, e B. koehlerae também podecausar endocardite. Recentemente, B. henselae e B.vinsonii ssp. berkhoffii foram detectadas no sangueperiférico de pacientes imunocomprometidos so-frendo de sintomas neurológicos crônicos, incluindoataxia, convulsões e tremores.39

De todas as espécies de Bartonella listadas, a B. hen-selae é a representante mais importante como prin-cipal agente causador da DAG. Com relação àcapacidade da pulga ser um vetor e considerandoque é sugerido que o cão representa um reservató-rio desse patógeno, além dos gatos, a possibilidadeda transmissão de B. henselae dos cães para huma-nos não pode ser descartada. Exemplos publicadosincluem osteomielite em uma pessoa após o cão tê-la arranhado38 e linfadenopatia em um dono de cão(sororreativo para B. henselae) no qual o DNA de B.henselae foi amplificado em esfregaços de gengivado cão.40 Assumiu-se que o controle do vetor (pulgae carrapato) reduz o risco de transmissão de Barto-nella para os cães e, portanto, diminui a possibili-dade de transmissão de cães para seres humanos.

Transmissão da pesteAcreditou-se desde sempre que a peste, a infesta-ção mais devastadora da história da humanidade,

era transmitida pela pulga do rato, Xenopsyllacheopsis, se é que foi realmente transmitida porvetores ectoparasitas. Pulgas de gato não eramconsideradas vetores competentes das bactérias dapeste. Nos casos em que os animais de estimaçãoinfectaram seus proprietários, a transferênciapneumônica direta ou picadas de pulgas de roedo-res infectados residindo temporariamente nos ani-mais de estimação foram consideradasresponsáveis.7 Mais recentemente, demonstrou-seque os cães são capazes de hospedarem o agenteetiológico da peste bubônica, Yersinia pestis.42 Emum estudo conduzido na Tanzânia, 5,5% de 201cães saudáveis em vilas infectadas pela peste apre-sentaram um número elevado de anticorpos espe-cíficos desta peste. Esses cães também estavamfortemente infestados por pulgas e, especialmentenos cães, pulgas de cão e de gato foram detectadas(93,8% C. felis e 6,2% C. canis).43 Além disso, tam-bém foi relatado recentemente que a C. felis é umvetor competente de bactérias da peste, mas combaixa eficiência em comparação com outras espé-cies de pulga. No entanto, poderia ter um papelsignificativo como vetor secundário e não deve serignorado em programas de controle de peste.

Transmissão de helmintosAs pulgas são o hospedeiro intermediário do ces-toide Dipylidium caninum, distribuído universal-mente. A infecção do cão envolve a ingestão depulgas infectadas. A incidência na população depulgas que apresentavam cisticercoides de D. cani-num foi registrada a cada 44 pulgas removidas degatos e a cada 61 pulgas removidas de cães. A pre-valência da infecção varia entre 2,3% para C. felisem gatos, 1,2% para C. felis em cães e 3,1% para C.canis em cães, com pulgas machos sendo infecta-das com menor intensidade que as pulgas fê-meas.45 A prevalência na população de cães variaentre 0,4% (Alemanha46) e 60% (Cidade do Mé-xico47), dependendo do tipo de cão (de rua, de es-timação ou de abrigo), do local, do tipo dematerial (necropsia ou amostra fecal) e do proto-colo do exame.Também foi relatado que seres humanos são espo-radicamente afetados pelo D. caninum. Crianças,especialmente, são afetadas, já que a infecçãodesse cestoide zoonótico ocorre pela ingestão depulgas infestadas.O nematoide filarídeo subcutâneo Dipetalonemareconditum, na qualidade de filarídeo não pato-

Bartonellae são bactérias gram-negativas cau-sadoras de várias doenças humanas e caninas.Podem ser transmitidas por diversos vetores ar-trópodes, bem como por transmissão direta pormeio de picadas e arranhaduras. Devido àtransmissão por pulgas e também por carrapa-tos em cães e gatos,58 a bartonelose é conside-rada uma doença canina transmitida por vetor(CVBD).

BOX DE INFORMAÇÃO 1 BARTONELLAE

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gênico transmitido principalmente pela pulga,precisa ser considerado como diagnóstico diferen-cial para microfilárias da dirofilariose em cães.48 Osseres humanos também podem ser afetados peloD. reconditum.

Infecção por Rickettsia felis

Primariamente a Rickettsia felis foi relatada comoum patógeno ricketsial emergente com uma dis-tribuição mundial em mamíferos, humanos e ec-toparasitas.49 As manifestações clínicas deinfecção por R. felis em humanos lembram as dotifo murino e da dengue, e até agora é questio-nável se a R. felis precisa apenas de pulgas parasua manutenção na natureza.49 Pulgas de gatocoletadas de cães demonstraram serem positivaspara R. felis,50 mas até agora não foram relatadossintomas clínicos em nenhum animal portador depulgas positivas. O conhecimento atual sugereque o único papel dos mamíferos/cães infectadospor R. felis é provavelmente ampliar o ciclo daspulgas em seu sangue infectado pela R. felis,50 oque faz com que os seres humanos tenham possí-veis contatos com esse patógeno por meio de seumelhor amigo, o cão.

Questões de suscetibilidade reduzida

A principal causa das falhas em erradicar as pulgasem um animal de estimação é uma combinação decontrole insuficiente com a educação do cliente,

embora a questão da resistência geralmente re-ceba a culpa. Há muito tempo vem acontecendouma discussão sobre a possível resistência das pul-gas aos inseticidas. As pulgas do gato demonstra-ram resistência a diversos princípios ativos (ex.:clordano, dieldrina e hexaclorociclohexano (HCH)).52

Todavia, a documentação e a comprovação de re-sistência são complicadas pela variação da susceti-bilidade, pelas condições de bioensaio e pelasdiferenças de cepas de C. felis. Para superar partedesses problemas e monitorar de perto a suscetibi-lidade contra um dos mais conhecidos ectoparasi-ticidas para pulgas, a “Equipe de Monitoramentode Suscetibilidade das Pulgas à Imidacloprida” foicriada em 1999 e tem testado isolados de pulga domundo todo desde então. Essa iniciativa de moni-toramento apoiada pela Saúde Animal da Bayerfoi criada para observar a suscetibilidade à imida-cloprida entre pulgas do gato coletadas em campoglobalmente. Um bioensaio larval foi estabelecidoe uma dose diagnóstica (DD) de 3 ppm de imida-cloprida em meios de cultura de larvas foi determi-nada, para detectar alterações na tolerância bemcomo uma possível redução de suscetibilidade àimidacloprida.53 O exame de 768 isolados de pulgarevelou 6 isolados no bioensaio com uma taxa desobrevivência superior a 5%. No entanto, em ou-tras avaliações de sua susceptibilidade à imidaclo-prida, esses isolados não diferiram das cepas dereferência. Coletas continuarão sendo realizadaspara se tentar detectar e documentar qualquer al-teração na suscetibilidade à imidacloprida das co-letas de pulga à campo,54 para beneficiar oconsumidor.

Controle de pulgas para alcançar re-dução da transmissão da doença emanimais de estimação

Quando se trata de controle de pulgas, é muitoimportante que o dono do animal de estimaçãoentenda que os animais e o ambiente devem sertratados ao mesmo tempo, e que o tratamentocontínuo em intervalos regulares será necessá-rio. Para um controle bem-sucedido da DAPP emanimais de estimação e da possível transmissãode doenças a outros animais domésticos e sereshumanos, recomenda-se um programa de con-trole de pulgas baseado em três pontos, queconsiste em:

Fig. 5 Imagem de microscópio eletrônico da Bartonella henselae,expressando adesina A da Bartonella (BadA) essencialmente paraaderência bacteriana. Com a permissão de V.Kempf, Heidelberg.

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• tratamento do animal de estimação• tratamento de todos os animais contactantes• tratamento do ambiente (interno e externo)O programa de controle deve ser individualizadocom base no número de animais no ambiente, ta-manho do ambiente interno, grau de exposição àspulgas no ambiente externo, tamanho da área ex-terna, período do ano e situação familiar, bemcomo a presença de crianças pequenas.55

O tratamento do ambiente deve ser feito comaplicação de inseticida, mas também por meio delimpeza. Isso inclui aspiração repetida de carpe-tes, móveis, pisos e rodapés, possível limpeza avapor de carpetes, lavagem de roupas de camafrequentemente utilizadas etc. O tratamento ex-terno pode incluir ainda a remoção de materialorgânico e limpeza das áreas favoritas dos animaispara dormir.O controle das pulgas e a redução da infestaçãopor elas podem ser alcançados e mantidos pelo usoregular de inseticidas aplicados nos animais. Umgrande número de princípios ativos está disponí-vel para controle de pulgas em animais de estima-ção, bem como para uso no ambiente. Em umestudo comparativo com quatro princípios ativostópicos contra pulgas adultas, a imidacloprida de-monstrou oferecer eliminação significativamentemaior das pulgas em vários momentos. Uma única

aplicação ofereceu alta eficácia na eliminação ini-cial de pulgas adultas, sugerindo uma grande ve-locidade de eliminação pela imidacloprida.56

O sucesso do programa de controle de pulgas tam-bém será determinado pela escolha do tipo deproduto, que seja eficiente e adequado à persona-lidade do animal, bem como à disponibilidade doproprietário.55 Recomenda-se o uso de um penteantipulgas se o animal de estimação for jovem de-mais ou doente demais para ser tratado com pro-dutos inseticidas.57

Dependendo da apresentação clínica, reações alér-gicas devem ser controladas por terapia médica desuporte, tais como glicocorticoides sistêmicos epossivelmente antibióticos em caso de piodermitesecundária.A melhor prevenção de doenças transmitidas porpulgas é alcançada evitando-se ou minimizando-se a exposição ao vetor, assim como qualqueroutra CVBD que é transmitida por carrapatos, mos-quitos e moscas. No caso de pulgas, isso é pratica-mente impossível em animais de circulação livre. Consequentemente, é recomendável a aplicaçãoregular de ectoparasiticidas altamente eficazes.Além disso, o uso de um ectoparasiticida de amploespectro com propriedades repelentes ajudaria acontrolar outras doenças transmitidas por outrosvetores além de pulgas.

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Referências

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