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O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

ANIVERSÁRIO DO SINDICATO, 4 DE FEVEREIRO

Edição Diária 7375| Salvador, de 19.01.2018 a 21.01.2018 Presidente Augusto Vasconcelos

DESMONTE

Governo coloca Google na jogada da Previdência

Carnaval dos bancários é na Lavagem do Beco

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manoel porto

A Caixa está de volta ao olho do furacão. O governo arma uma nova trama para privatizar o único banco federal 100% público. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o homem do sistema financeiro, usa a grande mídia aliada para dar o recado. Reação tem de ser imediata. Página 3

Caixa no olho do furacão

Não é de hoje que o Sindicato da Bahia se mobiliza em defesa da Caixa 100% pública. Com o banco de volta ao olho do furacão, reação deve aumentar e os empregados têm de colar no Sindicato

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 19.01.2018 a 21.01.20182 REFORMA DA PREVIDÊNCIA

O governo tenta enganar o povo. O jogo é sujo demaisRedAçãOimprensa@bancariosbahia.org.br

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Temer usa o Googlecontra o trabalhador

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CeP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - imprensa@bancariosbahia.org.brJornalista responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTe 879 dRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTe 4645 dRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTe 4590 dRT-BA e Renata Andrade- Reg. MTe 4409 SRTe-BA . Estagiária em jornalismo: Ilana Pepe e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

TEMAS &DEBATES

O dinheiro do povo está nas malas

Ilana Pepe*Já parou pra observar que

o governo sempre ressalta dé-ficits quando o assunto é al-guma medida social? Mas, recentemente, fechou um acordo bilionário com inves-tidores dos Estados Unidos, que será pego pela Petrobras. Em contrapartida, cortou milhares de benefícios como Bolsa Família, auxílio para deficientes e idosos, realizan-do recadastramento sem avi-so prévio e pegando a popula-ção de surpresa.

As famílias brasileiras mais pobres estão sofrendo ataques incessantes a direitos adqui-ridos que visam reparar a de-sigualdade secular do Brasil. Negros, pobres, periféricos, idosos, deficientes e crian-ças são os mais atingidos pela fome e pela pobreza. As políti-cas neoliberais do governo Te-mer aniquilam sorrateiramen-te o pobre.

A desigualdade gritante é reafirmada pela Síntese dos Indicadores Sociais do final de 2017, que revela que mais de 25 milhões de pessoas possuem renda familiar de R$ 387,00 por mês. O número equivale a um quarto da população. A in-justa e má distribuição de ren-da são os reais motivos para a fome, não o "déficit", resultado da gestão desastrosa de Temer, que, para beneficiar o grande capital, negligencia as deman-das sociais.

Os dados mostram. Nes-te ano, o salário mínimo teve um reajuste pífio, saindo de R$ 937,00 para R$ 954,00, re-baixando ainda mais o poder de compra do cidadão, que já sofre com a alta dos preços. O gás, por exemplo, teve aumen-to de mais de 10%, assim como a energia elétrica e o combus-tível. É por essas e outras que o Brasil ocupa o 79º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano, abaixo do Chile, do Uruguai, da Argentina.

* Ilana Pepe é estudante de jornalismoTexto com, no máximo, 1.900 caracteres

O jOGO sujo de Temer para aprovar a reforma da Previdên-cia continua. Como se não bas-tasse os bilhões desviados dos

cofres públicos para comprar votos dos parlamentares e fazer propaganda enganosa na televi-são em defesa da proposta, ago-ra o governo está fechando par-ceria com o Google.

É o vale tudo neoliberal para entregar um setor altamente lu-crativo ao sistema financeiro, mesmo às custas da aposenta-doria de milhões de brasileiros. Se a reforma for aprovada, se

aposentar será uma conquista para poucos. Bem poucos.

A intenção governista é usar o Google para fazer um tra-balho de convencimento con-forme as diferentes categorias trabalhadoras. Mais uma po-derosa ferramenta de manipu-lação da opinião pública nas mãos do governo para tentar aprovar a nefasta reforma pre-videnciária.

Mudança nas regras do reajuste do gásDEPOIS de aumentar 67,8% o preço do botijão de gás de co-zinha desde julho do ano pas-sado, a Petrobras anunciou que o produto será reajustado a cada três meses e não todo mês, como vinha acontecendo. A partir de sexta-feira, o preço do GLP (Gás Liquefeito de Pe-tróleo) será reduzido em 5% nas refinarias.

Agora, a pergunta que fica é se a queda será repassada ao consumidor. O botijão de gás foi um dos grandes vilões no orçamento dos brasileiros em 2017. Em algumas cidades, che-gou a custar R$ 100,00.

Por conta dos sucessivos au-mentos, milhares de famílias voltaram a usar fogões a lenha improvisados no lugar de fo-

gões convencionais e substituir o gás por etanol, aumentando o índice de acidentes e pacientes com queimaduras graves nos hospitais do país.

Realidade muito diferente de alguns anos atrás, quando, para conter a inflação, os governos Lula e Dilma, mantiveram o preço do gás de cozinha conge-lado por 13 anos.

Alta do botijão de gás, resultado da política neoliberal de Temer, faz a população mais pobre trocar o gás por lenha.

Realmente, está dureza viver no Brasil com o atual governo

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, de 19.01.2018 a 21.01.2018 3DESMONTE

Governo quer suspender socorro do FGTS para abrir capital do banco públicoROGACIANO MedeIROS imprensa@bancariosbahia.org.br

Armação para vender a Caixa

O GOVERNO Temer, em conluio com o mercado e a supervisão do ministro da Fa-zenda, Henrique Meirelles, porta-voz do sistema financeiro, está querendo aprovei-tar o caso do afastamento, por corrupção e

outras irregularidades, de quatro vice-pre-sidentes da Caixa, para privatizar a estatal, único banco federal 100% público.

O Ministério da Fazenda quer suspender o socorro de R$ 15 bilhões, oriundos do FGTS, o que coloca o banco em sérias dificuldades, inclusive para honrar regras internacionais de segurança bancária. A argumentação de Meirelles é que não pode liberar dinheiro do trabalhador para uma instituição com ges-tão temerária. Como se o governo se preo-cupasse com a moralidade pública ou com o bem estar do trabalhador.

Pois bem, a saída apontada pelos mesmos que negam a liberação dos R$ 15 bilhões é abrir o capital da Caixa na Bolsa de Valores. E não para por aí. Propõem cortes nas des-pesas com redução no quadro de pessoal e revisão no plano de saúde a fim de transfe-rir custos para os empregados.

Resumindo, é a radicalização do progra-ma de reestruturação, que tantos males tem provocado para os funcionários e a socieda-de. Sinal da necessidade urgente de intensi-ficar a mobilização e a resistência em defesa dos bancos públicos.

Falha na verba da incorporaçãoOS FuNCIONÁRIOS do Banco do Brasil de-vem ficar atentos. Por conta de uma falha no processamento da folha de pagamento de janeiro, a verba 480, que incorpora a mé-dia das comissões e gratificações de função, não apareceu nos contracheques.

Diretores dos sindicatos entraram em contato com o BB e a empresa informou que o problema será solucionado até sábado. Os bancários envolvidos receberão mensagem do banco quando a situação for resolvida.

Importante lembrar que o pagamento

dos valores referentes à incorporação acon-tece depois que o movimento sindical in-gressou com ação para garantir o recebi-mento. Graças ao trabalho das entidades, a Justiça concedeu liminar obrigando o BB a pagar o que deve aos bancários.

Uma vitória significativa que beneficiou os funcionários que perderam o cargo ou foram realocados em cargo inferior em de-corrência da reestruturação e têm mais de 10 anos seguidos de comissão ou gratifica-ção, mesmo que de caixa.

Ato no BB Itapuã contra desmonteA MOBILIzAçãO do Sindicato dos Ban-cários da Bahia contra o desmonte dos bancos públicos é intensa. Na luta contra a retirada de direitos dos funcionários com a nova reestruturação, a entidade realiza manifestação, hoje, às 10h, na agência Itapuã.

A unidade é essencial para enfraque-cer as políticas que visam o retrocesso. As consequências das mudanças impos-tas pelo governo neoliberal são sentidas pelo funcionalismo, como a retirada da comissão dos empregados.

Para se ter ideia, com a reestrutura-ção foram extintos 50 caixas na Bahia, 19 somente em Salvador. Com isso, fun-cionários serão encaminhados para o escritório digital. Resultado: o atendi-mento presencial nas agências será ain-da mais prejudicado e quem sente é a população mais carente.

Reunião com funcionários do BNB, hojeA AçãO de equiparação salarial dos fun-cionários do BNB ao pessoal do BB é pauta de reunião com os bancários do Banco do Nordeste, sexta-feira, às 18h, no auditório do Sindicato da Bahia.

A presença dos trabalhadores é impor-tante, pois a entidade vai esclarecer o anda-mento do processo, em tramitação na Justi-

ça há 30 anos. O SBBA tem atuado firme para que o

BNB pague o direito já reconhecido pela Justiça. Mas, o banco usa manobras para postergar. Uma audiência de conciliação está marcada para 5 de fevereiro, às 10h10, no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em Salvador, para tratar sobre o assunto.

Funcionários que perderam o cargo por causa da reestruturação têm a incorporação garantida

Sindicato faz ato hoje no Banco do Brasil Itapuã

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 19.01.2018 a 21.01.20184

SAQuE

SINDICATO

Quinta de Carnavalbloco dos bancáriosvai para a ruaILANA PePeimprensa@bancariosbahia.org.br

Lavagem do Beco em fevereiro

CONTAGEM regressiva para o Carnaval - a festa mais popular do planeta - e os bancários filia-

dos ao Sindicato da Bahia têm a folia garantida. Com nome e endereço certo, na quinta-feira, o destino para curtir e protestar é no Beco das Quebranças.

A tradicional lavagem com-pleta 22 anos e promete ser inesquecível. Não vai faltar agitação. A concentração está marcada para as 18h, na sede do Sindicato dos Bancários da

Bahia, nas Mercês. Os bancários associados à en-

tidade devem solicitar a camisa ao diretor de área. Depois, é só marcar no calendário e se pre-parar para a festa que tem ga-rantida a participação das baia-nas, banda de fanfarra, perna de pau e muito mais.

Sorteio de camisasQuem não é associado ao

Sindicato e quer participar da Lavagem do Beco deve baixar o app do SBBA e se inscrever na promoção para concorrer a ca-misas do evento. Mas atenção. O número será limitado. Por-tanto, é bom aproveitar logo.

Brasileiros querem puxar o freio de mão neste anoPREOCuPADOS com o reflexo da crise política e econômica no bolso, os brasileiros pretendem puxar o freio de mão e conter os gastos. Neste ano, 48% dos consumidores querem reduzir o consumo, de acordo com pes-

quisa do SPC Brasil. Do total de entrevistados,

24% apontam que o preço ele-vado dos produtos é o principal motivo para economizar. A jus-tificativa comprova que a situ-ação não está nada boa, como governo e mídia tentam fazer o cidadão acreditar. Pelo contrá-rio, o brasileiro sente o peso da política de arrocho.

Outra razão que desmascara Temer é o elevado índice de de-semprego, perto dos 13%. Para 18% dos entrevistados, é preci-so cortar os gastos, porque falta trabalho no Brasil. Outros 16% dizem que essa é a solução para pagar as dívidas e finalmente sair do vermelho.Cartão de crédito, vilão das dívidas

AVACALHAçãO O professor Afrânio Silva Jardim, um dos mais conceituados juristas do Brasil, diz que se o TRF4 confirmar a condenação de Lula, dia 24 próximo, será uma desmoralização para o Judiciário brasileiro. Uma avacalha-ção ao Código Civil. "Se o triplex é de propriedade do ex--presidente Lula, como poderia ser penhorado para paga-mento de dívida da OAS?". Ele diz que depois de Moro o país passou a ter dois tipos de proprietários de imóveis: o de direito e o de “fato”.

PARCIALIDADE Signatário do impeachment, quer dizer, apoiador do golpe jurídico-parlamentar-midiático de 2016, o presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia, não con-segue esconder a parcialidade. Em vez de criticar o absurdo de Lula ser condenado por um imóvel que a Justiça federal diz ser da OAS, prefere proteger os três desembargadores do TRF4 que vão julgá-lo, dizendo que eles não podem sofrer nenhum tipo de pressão ou constrangimento. Uma clara condenação aos protestos populares em defesa da democra-cia e do Estado de direito.

INCORRIGÍVEL Sinceramente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é o que se pode chamar de caso perdi-do. Golpista de primeira hora, cada vez mais assume a defesa da direita raivosa que tem ojeriza a tudo que venha do povo. Agora mesmo, chegou ao absurdo de comparar a perseguição política ao presidente Lula, condenado sem provas, com os casos de Aécio e Maluf, alvo de flagrantes desmoralizantes.

ESCRAVIDãO Filho de uma oligarquia responsável pela manutenção de uma lógica escravagista que nega a dezenas de milhões de brasileiros uma vida minimamente digna, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem o desplante de afirmar que o programa Bolsa Família “escraviza”. Mas, não diz nada sobre a pretensão da Petro-bras de pagar indenização de R$ 10 bilhões a investidores norte-americanos.

ESCuLHAMBAçãO O governo Temer, que já enfrenta uma rejeição nunca registrada na história brasileira, se des-gasta ainda mais com a insistência de emplacar a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) no Ministério do Trabalho. On-tem, o TRF2 negou mais um recurso. O argumento é sempre o mesmo: não dá para aceitar uma ministra que não respeita a legislação trabalhista. Drama do Brasil pós golpe.