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UNILAVRAS CONCURSOS
Concurso Pblico da
Prefeitura Municipal de Bom Despacho - MG
Edital n. 01/2018
CADERNO DE PROVAS
TCNICO EM GESTO PBLICA MUNICIPAL ENSINO TCNICO
EM ENFERMAGEM
LEIA COM ATENO AS INSTRUES ABAIXO.
1. Aguarde a autorizao do fiscal de sala para iniciar a prova.
2. Este Caderno de Provas contm 100 (cem) questes objetivas de mltipla escolha e uma proposta de redao.
3. Para cada questo, dentre 4 (quatro) alternativas de resposta, haver apenas 1 (uma) adequada ao enunciado.
4. Aps a autorizao para o incio da prova, confira este Caderno de Provas e o cargo ao qual voc concorre especificado
no canto superior direito deste. Caso verifique incorreo, inconsistncia ou defeito, solicite ao fiscal de sala a substitui-
o. No cabero reclamaes posteriores nesse sentido.
5. Observe as instrues especficas contidas no Carto de Respostas e utilize SOMENTE caneta esferogrfica de tinta azul
ou preta fabricada em material transparente para assinalar as respostas.
6. A durao mxima da prova ser de 5 (cinco) horas, j includo o tempo para preenchimento do Carto de Respostas e a
transcrio de seu texto na Folha de Redao.
7. Voc SOMENTE poder se retirar definitivamente da sala de prova aps transcorrido o tempo de 2h30min (duas horas e
trinta minutos) do incio dessa.
8. Ao terminar a prova, entregue ao fiscal de sala este Caderno de Provas, o Carto de Respostas DEVIDAMENTE PRE-
ENCHIDO E ASSINADO e a Folha de Redao com a transcrio do texto elaborado por voc.
9. Voc poder levar a folha de rascunho do Caderno de Respostas que se encontra ao final deste Caderno de Provas.
Utilize-a EXCLUSIVAMENTE para a marcao de suas respostas. Qualquer anotao que ultrapasse essa finalidade im-
plicar a reteno da folha de rascunho pelo fiscal de sala.
10. Voc no poder ingressar ou permanecer na sala de provas caso esteja portando um dos seguintes objetos fora da em-
balagem fornecida pelo Unilavras Concursos: bon, culos escuros, bolsas, material de consulta, protetor auricular, lpis,
lapiseira, rgua, marca-texto, borracha, corretivo, recipiente ou embalagem que no sejam fabricados com material trans-
parente, e ainda equipamentos como bip, telefone celular, walkman, agenda eletrnica, notebook, pager, palmtop, ipod,
ipad, tablet, smartphone, mp3, mp4, receptor, gravador, mquina de calcular, mquina fotogrfica, controle de alarme de
carro, relgio de qualquer modelo ou quaisquer outros equipamentos eletrnicos.
11. Durante as provas, no se levante sem permisso, no se ausente da sala de prova sem o acompanhamento do fiscal,
nem se comunique com outros candidatos ou terceiros.
12. Devero permanecer na sala os trs ltimos candidatos at que o ltimo termine a prova. Todos devero sair de uma s
vez aps atestarem o acondicionamento dos Cartes de Respostas e das Folhas de Redao em envelope prprio e la-
crado e assinarem o Termo de Encerramento.
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RASCUNHO - REDAO
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Redao
Humores ofendidos
Luiz Felipe Pond
A literatura especializada em poltica tem fala-
do de recesso democrtica (o filsofo nipo-
americano Francis Fukuyama, por exemplo), no
sentido de que estaramos vivendo um perodo de
retrao das democracias, depois de um cresci-
mento do nmero de democracias ps-queda do
muro de Berlim, em 1989.
Atribui-se essa retrao ao desmantelamento
dos sistemas de pesos e contrapesos da democra-
cia, como na Venezuela, Turquia e Rssia, ou ao
retorno do populismo no seio da maior democra-
cia da histria, os EUA; ou por causa da incapa-
cidade da democracia de resolver questes bsi-
cas como crime endmico, desigualdade social
crescente ou corrupo sistmica como na quase
totalidade da Amrica Latina e na ndia.
Um outro detalhe importante a crescente po-
larizao das posies (o que no significa apenas
duas posies em conflito), levando violncia
do debate. Nesse caso, a grande vil seriam as
mdias sociais.
sempre importante lembrar que a democra-
cia um regime que aconteceu na histria, e, por-
tanto, submetido s contingncias. Como surgiu,
pode desaparecer, pelo menos na forma que co-
nhecemos.
Mas no quero discutir poltica propriamente
dita. Quero pensar um pouco nos humores, como
se dizia nos sculos 17, 18 e 19 na Frana. Hu-
mores aqui significam comportamentos, tempe-
ramentos, costumes, e humores mesmo, no senti-
do de bom ou mau humor.
Vivemos na era dos humores ofendidos. E
aqui, tambm, h quem ponha a culpa nas mdias
sociais, que trouxeram para perto da superfcie da
comunicao toda uma gama de pessoas que vivi-
am no silncio, na irrelevncia e na invisibilidade.
Na hora em que esse contrato de excluso so-
cial da invisibilidade foi rompido, o ressenti-
mento, o rancor e o dio mostraram sua face an-
tes escondida. E a democracia pode no sobrevi-
ver a essa participao popular aguerrida, cozida
no ressentimento, no rancor e no dio.
O que so os humores ofendidos? Voc sabe
bem do que falo. Trata-se da destruio crescente
da capacidade de discusso de ideias sem que
algum ache que algum faltou com o respeito
com algum. Tem algum demais nessa frase?
Sim, tem. A presena demasiada de algum
aqui a representao da saturao de sentimen-
tos narcsicos que assola o mundo hoje.
Os humores ofendidos podem destruir a demo-
cracia porque esta exige pessoas que no se ofen-
dam com tudo que os outros dizem. A democracia
um regime argumentativo, inclusive na dimen-
so social do debate. E retrico.
possvel sobreviver aos humores ofendidos?
Para alm de um fato evidente (uma cultura dos
ofendidos um mundo de chatos ressentidos),
seria possvel voltarmos aos tempos de uma de-
mocracia sem ofendidinhos? Por ora, parece que
no.
Alguns especialistas, como Steven Levitsky e
Daniel Ziblatt, entendem que voc s pode discu-
tir ideias de forma educada e distanciada se elas,
as ideias, no significam, de fato, um risco para
as formas de vida dos agentes envolvidos no de-
bate de ideias. Se houver risco concreto, h risco
de violncia destrutiva da democracia.
Logo, podemos manter um debate elegante se
nenhum de ns, de fato, colocar em risco as for-
mas de vida do outro. Exemplo dessas formas de
vida seriam patrimnio, cotidiano, futuro, autoes-
tima, crenas religiosas ou quem de fato chega
condio de representantes do povo, com poder
poltico de fato.
Dito de outra forma: s h tolerncia quando
no h razo de fato para no ser tolerante. Nesse
sentido, toda a tica de respeito ao outro seria
uma noite de queijos e vinhos entre outros que
no so outros de fato.
Humores ofendidos ocorrem como decorrncia
da interao entre agentes na qual um dos lados
sente que o outro melhor do que ele. Se no
achasse isso, no se ofendia. Ria, respondia, ia
jantar fora, transava com sua mulher, enfim, to-
cava suas formas de vida.
Humores ofendidos so uma confisso enver-
gonhada de sentimento de inferioridade.
A ofensa hoje nada tem a ver com a noo an-
tiga. Na antiguidade, a ofensa era uma virtude
pblica. Hoje uma misria privada, um senti-
mento de inferioridade vivido no isolamento de
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um apartamento de dois quartos, diante da tela do
computador ou do celular.
Na antiguidade, a ofensa era signo de fora
(nietzscheanamente falando), hoje de ressenti-
mento. Um ofendido se sente humilhado pelo que
entende como superioridade do outro. Sensao
que destri sua autoestima, construda no silncio
de sua invisibilidade.
Disponvel em: . Acesso em jul. 2018.
PROPOSTA DE REDAO
No artigo de Luiz Felipe Pond, possvel
perceber a opo pelo debate democrtico de
ideias em detrimento do cuidado para no ofender
o outro. No ambiente de trabalho, a discusso
voltada para o ofcio que se desempenha tambm
tem seu espao. Diante disso, elabore um artigo
de opinio que discuta a questo que se segue:
Prejuzo ou melhoria? Os efeitos do debate
democratico no ambiente de trabalho e na
prestao do servio.
Instrues:
1. O texto dever ter entre 20 e 30 linhas. 2. A fuga total ao tema e ao tipo e gnero textu-
ais solicitados ensejar aplicao de nota ze-
ro prova. A fuga parcial determinar dimi-
nuio proporcional da nota. 3. Ensejaro tambm a atribuio de nota zero
prova dis
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