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EDITORIAL - frotacia.com.br · Por esse motivo, a planilha de custos do trans- porte não pode comportar mais erros. É preciso ser eficiente na hora de projetar o tempo de viagem,

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FROTA&Cia - Agosto 2013 - 3

DIRETORIADiretoresJosé Augusto Ferraz Solange Sebrian

REDAÇÃODiretor de Redação e Jornalista ResponsávelJosé Augusto Ferraz – (MTB 12.035)[email protected]

EditoraSônia [email protected]

RedatoraValeria [email protected]

ARTEEditorFábio Bortoloto (MTB 31.295)[email protected]

COMERCIALDiretoraSolange [email protected]

CIRCULAÇÃOGerenteJosé Carlos da [email protected]

ADMINISTRAÇÃOGerenteEdna [email protected]

Assinaturas e Alterações de Dados CadastraisServiço de Atendimento ao AssinanteFone/Fax (0**11) 3871-1313E-mail: [email protected] ANUAL - R$ 150,00 (12 edições)Preço do Exemplar Avulso: R$ 12,50REDAÇÃO, PUBLICIDADE,CIRCULAÇÃO E ADMINISTRAÇÃORua Ministro Godói, 507 (Água Branca)05015-000 – São Paulo – SP – BrasilFone/Fax (0**11) 3871-1313Home page: www.frotacia.com.brFROTA&Cia é uma publicação mensal da Editora Frota Ltda,de circulação nacional e controlada, enviada a empresários eexe cutivos em cargos de direção, de empresas de transportesde cargas e passageiros. Circula também junto a embarcado-res de cargas, compradores de serviços de transportes, frotis-tas em geral e fornecedores de produtos e serviços de trans-portes. Direitos autorais reservados. É proibida a reproduçãototal ou parcial de textos e ilustrações integrantes da ediçãoimpressa ou virtual, sem a prévia autorização dos editores. Ma-térias editoriais pagas não são aceitas e textos editoriais nãotem qualquer vinculação com material publicitário. Conceitosexpressos em artigos assinados e opiniões de entrevistadosnão são necessariamente os mesmos de FROTA&Cia.

Editoração eletrônica - Editora FrotaTratamento de imagens e Arquivos digitais - FênixImpressão - PROL Gráfica e EditoraLaboratório fotográfico - PH ColorTiragem - 13.000 exemplaresCirculação - Agosto 2013Filiada ao Instituto Verificador de Circulação Dispensada de emissão de documentos fiscais conforme Regime Especial Processo SF-04-908092/2002

Foto de capa: Montagem sobre fotos: Divulgação/Marcelo Vigneron

FROTA SERVIÇOS

✆ Fone/Fax: 11 3871-1313Internetwww.frotacia.com.brE-mail: [email protected]

Linha diretaAssinaturas/Alteração de CadastroJosé Carlos da Silva - [email protected]

Redação/Sugestões de PautaSônia Crespo - [email protected]

Publicidade/Reprintes de matériasSolange Sebrian - [email protected]

Diretoria/ReclamaçõesJosé Augusto Ferraz- Diretor de Redaçã[email protected]

EDITORIAL

Dias atrás, ao ouvir um depoimento em vídeo de umgrande empresário de transportes, por ocasião dolançamento de uma nova linha de caminhões, ficou

patente a grande evolução das empresas dedicadas ao trans-porte rodoviário de cargas, de anos para cá. Depois de re latarque, até o início dos anos 70, bastava lotar de carga ocaminhão para a empresa ganhar dinheiro, o transportadoradmitiu que, nos dias de hoje, é preciso fazer muitas contaspara isso acontecer.

Na visão do empresário, vivemos uma economia globali-zada onde o nível de exigência é muito grande, tanto daparte do cliente quanto dos colaboradores. Por esse motivo, a planilha de custos do trans-porte não pode comportar mais erros. É preciso ser eficiente na hora de projetar o tempode viagem, de escolher o veículo e a carreta mais ajustadas a cada tipo de operação, dereduzir as despesas com combustíveis e outros insumos e, até, na seleção de profissionaismais preparados para a rota, entre outras preocupações.

A constatação conta com o aval técnico da NTC&Logistica, com base em um estudofeito pela entidade. Segundo ele, os gastos com combustível representam 38,4% doscustos operacionais do transporte. Seguido das despesas com manutenção, que consomem12%, com motorista, em torno de 11% e pneus que respondem por outros 7%, totalizadoquase 70% apenas com esses quatro itens.

Não sem motivo, se tornaram exigências desses tempos modernos investir firmemente notreinamento profissional dos motoristas, aliado à compra de veículos com base em escolhasracionais. E, ainda, contar com equipes preparadas e suporte técnico de ponta, para lidar acontento com as complexas questões que cercam o dia-a-dia das empresas de transportes.

Mormente nos dias atuais, onde a economia brasileira teima em ficar à reboque atémesmo de nossos conterrâneos latinos, todo cuidado é pouco. Se quisermos passar aolargo de um novo vendaval que se avizinha, sem riscos de sermos tragados pelos ventosbravios que o acompanham.

José Augusto FerrazDiretor de Redação

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revista

Tempos modernos

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4 - FROTA&Cia - Agosto 2013

SUMÁRIO

Edição nº 169 - Agosto - 2013

03

Div

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ção

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ção

Seções

Editorial

08Transporte On-line

66Panorama

33pag.

28pag.

Mesmo conscientes da necessidade de incorporar novaspráticas ambientais nas operações, os transportadorestêm hoje inúmeras outras prioridades a cumprir

Sustentabilidade

Panorama ambiental do transporte rodoviário de cargas

16

Coopercarga inicia operações de transporte com caminhõesScania a etanol para atender a exigência ambiental de baixas emissões de CO2 determinada pela Natura

Empresas

22

Mais acessíveis do que se imagina, serviços como o Ecofreteda Via Green e o controle de consumo de combustível da Ecofrotas mudam a postura ambiental das empresas

Serviços

26

A Iveco começa a produzir no Brasil o Hi-Way,eleito o Caminhão do Ano 2013 na Europa, parabrigar na faixa premium do segmento extrapesado

Caminhões pesados I

28

A Ford mostra em detalhes o novo Cargo extrapesado,formalizando a entrada da marca na mais concorrida fatia do mercado brasileiro de veículos comerciais

Caminhões pesados II

30

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8 - FROTA&Cia - Agosto 2013

TRANSPORTE ON LINE

■ FABET e o meio ambiente

Já há alguns anos, a FABET incorpo-

rou ao seu programa matérias sobre

práticas sustentáveis. “Sustentabili-

dade em uma empresa de transporte

diz respeito à redução de custos ope-

racionais, em especial combustível e

destino adequado de peças, pneus,

óleos, resíduos, e também à como se

consolidar no mercado como uma

empresa com pro missada com as ge-

rações presente e futura”, destaca a

gerente da filial Fabet SP, Salete Ma-

risa Argenton.

Durão no pódioPela nona vez seguida, o “parrudo” Mercedes-Benz Unimog foi

eleito "Veículo Off-road do Ano de 2013” pela revista Off Road. Apremiação abrangeu 13 categorias, com envolvimento de

53 fabricantes. O Unimog ocupou o topo do ranking, com 31% dos votos dos leitores. Depois de um

período de dez anos de produção, as séries do Unimogforam apresentadas em 2013 remodeladas.

Foto

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MWM INTERNATIONAL, fabricante inde-pendente de motores diesel líder no Merco-sul, ultrapassou a marca de 1 milhão delitros vendidos no Brasil de Master Arla 32 -agente redutor líquido automotivo. A distri-buição do produto pela empresa teve inícioem janeiro de 2012 quando os caminhõesEuro V com a tecnologia SCR passaram ausar o aditivo. Para manter o ritmo de ven-das, a companhia conta com uma rede dedistribuição com mais de 375 pontos emtodo o território nacional.

Master em vendas

Apesar de contar atualmente com apenastrês modelos voltados para o mercado depassageiros – o Daily Vetrato, Minibus e oCity Class – a Iveco não esconde sua inten-ção de ampliar a linha de produtos para osegmento. “No prazo de cinco anos vamosnos tornar uma montadora fullliner, com uma gama com-pleta de veículos paraaplicações rodoviárias,urbanas e de freta-mento”, garante Alci-des Cavalcanti, diretorComercial da empresa.

Montadora full liner

Inspirada na tecnologia e no design utilizadospela NASA, a Librelato acaba de lançar a linhade implementos Horizon 2014, composta deequipamentos leves e pesados nas versõesgraneleiro, basculantes e tanque, entre ou-tros, que começaram a ser produzidos em

julho. Alguns desses modelos serão entre-gues a clientes já em outubro. Com a novalinha no mercado, a Librelato quer aumentaras vendas entre 10% e 15%, revelou JoséCarlos Sprícigo, diretor superintendente daempresa.

Inspiração espacial

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TRANSPORTE ON LINE

❚ Eternamente jovem

A fabricante de pneus Dunlop pretende

ampliar sua linha de produtos no mercado nacional e,

neste ano, terá uma unidade fabril no Paraná, seguida de

uma rede de lojas oficiais no país. Para o segmento de veí-

culos comerciais pesados (caminhões e ônibus), a empresa

vem destacando o uso do pneu SP391, para aplicação em

estradas asfaltadas e pavimentadas. O pneumático possui

um excelente índice de recapabilidade, ou seja, pode rece-

ber um maior número de restaurações, segundo o gerente

de vendas e marketing da Dunlop do Brasil, Renato Baroli.

Frete fácilEmbarcadores e transportadores agora podem acessar o portal "TePego na Volta" (www.tepegonavolta.com.br), novo site que dispo-nibiliza uma relação de cargas à espera de transporte e motoristasaguardando fretes, em diversas localidades do país. Anderson Zam-beli, diretor comercial do portal, esclarece que os serviços ofertadossão gratuitos e para utilizá-los basta apenas se cadastrar.

Sem efeito BorboletaA empresa de logísticaDHL divulgou recente-mente o estudo "Leanand Resilient" (Opera-ções Enxutas e Resi-lientes). De sen volvidopor Lisa Harrington,presidente do GrupoLharrington LLC, o tra-balho revelou a neces-sidade de reavaliar o foco com que a indústria automotiva operasuas cadeias de suprimentos e processos logísticos. O estudo indi-cou que as cadeias de suprimentos precisam ser cada vez mais re-silientes e ágeis para sobreviver ao "efeito borboleta" - quandouma pequena mudança em algum ponto da cadeia de suprimentosgera consequências impactantes no negócio como um todo.

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A Volkswagen Camiones y Buses Argentina, importadora doscaminhões e ônibus Volkswagen e dos cavalos mecânicosMAN fabricados no Brasil, optou por cuidar mais da sua re-lação com os frotistas locais e, para tanto, realiza duas gran-des ações: "La ruta del cliente" (a rota do cliente) e "Mi flotaVolkswagen" (minha frota Volkswagen) que tem por obje-tivo saber mais sobre a operação e as necessidades de trans-porte de cada cliente. Entre os frotistas que participarão doprograma na Argentina estão Coca-Cola, YPF, TransportesMolinari, Soda Jautegui, Transpreb e Masterbus.

Prospecção

10 - FROTA&Cia - Agosto 2013

Passou a vigorar desde o dia 30 de junho a resolução 441 do Con-selho Nacional de Trânsito (Contran), que torna obrigatório o uso delonas ou telas no transporte de produtos e materiais sólidos a granel.De olho no segmento, a Sansuy, fabricante de lonas para caminhões,destacou do seu portfólio o encerado Cotonlona, indicado para veí-culos urbanos de carga e caminhões do tipo truck ou toco, sendoaplicável no transporte de frutas e verduras e cargas não uniformes,pois pode ser amarrado com corda.

Na lona

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■ Share da Vipal

No Guia de Pneus e Bandas 2013,

que circulou em junho, foi publi-

cado equivocadamente que a refor-

madora e fabricante de bandas de

rodagem Vipal teria 25% de share

no mercado brasileiro. A informa-

ção correta é que a empresa detém

40% das vendas de pneus reforma-

dos. Segundo porta-vozes da Vipal,

dos pneus que hoje circulam pelo

país (considerando pneus novos e

pneus reformados), 1 em cada 4

pneus que estão montados em ca-

minhões e ônibus são pneus refor-

mados com Vipal.

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A International® Caminhões inaugurousua primeira concessionária no EspíritoSanto, na cidade de Cariacica. A IntervivaCaminhões, que oferecerá à região os doismodelos produzidos e comercializados nopaís, o pesado International 9800i e o se-mipesado International DuraStar, em suasdiferentes versões. A montadora estimaque nos próximos cinco anos outras cincoconcessionárias sejam inauguradas no es-tado capixaba, priorizando municípios es-tratégicos como Colatina, Linhares eCachoeira do Itapemirim.

Internationalcapixaba

Para expandir o atendimento ao setor calça-dista e reforçar sua atuação nos demais seg-mentos onde atua a TNT Mercúrio acaba deinaugurar um novo terminal de cargas emUberaba (MG), onde mantém filial há mais de15 anos. Com a mudança de endereço, a áreatotal disponível aumentou de 450m² para1.000m², com seis novas docas, sendo 856m²

destinados à armazenagem. A movimentaçãomensal da filial é de 2,3 mil volumes e 3,8 milentregas em 39 municípios. “Com a nova ins-talação crescemos 49% do volume de cargase conseguimos agilizar o processo logístico,gerando uma economia de tempo significa-tivo nos transportes”, comenta CristianoKoga, diretor corporativo da TNT.

Novo CD mineiro

A Mercedes-Benz comercializou no primeirosemestre de 2013 um total de 80 caminhõespara a empresa paranaense Ouro Verde, queatua no segmento de locação de máquinas eequipamentos pesados e terceirização de veí-culos leves. Do lote adquirido, cerca de 40

unidades são do extrapesado Axor 3344 6x4,versões cavalo-mecânico e plataforma, utili-zados na prestação de serviços para empresasdo segmento de etanol. O negócio incluitambém o caminhão pesado Atron 2729 6x4e o semipesado Atego 1719 4x2.

Frota de ouro

Depois de ter alcançado a marca de 41 mil veículos emplacados em2012, o mercado de caminhões pesados tem tudo para encerrar o anocom 47/48 mil licenciamentos no mercado interno. Com chances desuperar as 50 mil unidades já em 2014, segundo os fabricantes.

Vendas melhoram

TRANSPORTE ON LINE

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16 - FROTA&Cia - Agosto 2013

sustentabilidade

com o Registro Nacional de Transpor-tadoras Rodoviárias de Carga daAgência Nacional de Transportes Ter-restres (ANTT), hoje atuam no Brasilperto de 134 mil transportadoras, quemovimentam mais de um milhão decaminhões pelo país. Para GiselaMangabeira de Souza, Consultora doInstituto ILOS, mesmo que exista nopaís esse volume de companhias nosetor, a representatividade no quetange a ações ambientais se restringea pouco mais de 30% dessas compa-nhias. “Perto de 70% dessas transpor-tadoras são pequenas empresas comfrota de menos de cinco caminhões”,explica, destacando que esse perfilimpacta bastante no conceito de sus-tentabilidade.

Dentro desse universo de grandestransportadoras, as práticas voltadas

Consolidar a conduta susten-tável nas operações de trans-porte rodoviário de cargas

ainda está longe de se tornar reali-dade no Brasil. Logística reversa,uso de energias renováveis, mu-dança de embalagens e explo-ração de rotas mais favorá-veis se resumem nas açõespontuais adotadas porpoucas empresas do setorque desejam reduzir o im-pacto ambiental causadopela atividade. De acordo

Considerando a economia apertada,

preços, prazos, custos edemais prioridades, os

transportadoresrodoviários de cargas têm consciência e até

desejam ser mais ambien-tamente corretos nas

operações, mas está cadavez mais difícil

Por Sonia Crespo

A REALIDADE TEMOUTRA COR

para o meio-ambiente surgem commaior frequência e, eventualmen-te, influenciam as menores, quemuitas vezes operam em regi-me de sub-contratação e sãoobrigadas a praticar determi-nadas ações. “Mas de maneirageral, o país ainda está engati-nhando nesse sentido”, esclarecea executiva do ILOS. Ela diz queem qualquer empresa a prática deações de sustentabilidade se susten-ta em três pilares: econômico,ambiental e social. “Todas asanálises de viabilidade de-vem considerar, de forma

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FROTA&Cia - Agosto 2013 - 17

acredita que a melhoria na produtivi-dade, medida que define a direção ereforça a competitividade da empre-sa, acaba trazendo ganhos ambien-tais. “A Melhoria na produtividadeexige algumas condutas operacionaisque se revertem em benefícios para omeio-ambiente”, diz. Como práticassustentáveis eficientes, que terão re-sultados ambientais favoráveis, cus-tam caro e exigem investimentos amédio e longo prazo, diz a executiva.“Infelizmente isso acaba afastando oempresariado brasileiro de uma con-duta ambiental correta, porque temosuma cultura de investimentos a curtoprazo. Orçamentos para prazos lon-gos raramente têm aprovação inter-na”, constata.

O crescente aumento das opera-ções de logística reversa, acredita, aju-da muito dentro do contexto ambien-tal. “Tanto nas operações reversascom aproveitamento de espaço decarga, que diminui o fluxo de viagense de emissões, como na oficializaçãode programas para a movimentaçãode resíduos tóxicos, ainda que este úl-

timo assunto ainda esteja no nívelde discurso de políticas go-

vernamentais de opera-ção”, comenta.

No que concerneao governo, aindanão existem benefí-cios para quem im-plementa ações sus-

tentáveis. “Acreditoque o governo federal

ainda tenha um longotrabalho de incentivo para

desenvolver nesse sentido”, observa.

DESPOLUINDO MAIS – Forte in-centivador do controle apurado deemissões, o Programa Despoluir, cria-do em 2007 pela Confederação Nacio-nal dos Transportes – CNT, começoutímido entre as transportadoras de

carga e de passageiros mas foi ga-nhando a confiança dos empresários enovos adeptos a cada ano, em funçãodos resultados obtidos com as medi-ções. Bruno Batista, diretor-executivoda CNT, diz que mesmo que a grandemassa de caminhões de carga se con-centre no segmento autônomo, astransportadoras e as empresas de ôni-bus acabaram aderindo com mais faci-lidade à proposta de aferição, pela fa-cilidade de realizar os testes propos-tos na garagem das empresas, em ho-rários de repouso ou de paradas dosveículos. “De princípio havia granderesistência, ninguém queria técnicosmedindo graus de emissões nas gara-gens. Mas quando o trabalho foi ge-rando números positivos para as em-presas, a coisa mudou”, recorda, sa-lientando que o laudo de emissõestambém tem valor comercial para aempresa, na hora de fechar novos ne-gócios.

Para Batista, a frota de uma únicatransportadora é um potencial multi-plicador, para divulgar o projeto. “Emseis anos, já realizamos 935 mil aferi-ções dentro do Despoluir, e 95% des-sas vistorias correspondem à empre-sas de transporte de carga e de passa-geiros. “O percentual de empresas deônibus é um pouco maior, pela facili-dade em aferir a frota nas garagens.Migramos de 88,2% de aprovação em2007 para 91,4% em junho deste ano”,comemora. O ciclo do processo, diz, seinverteu: “Antes a CNT e os federa-ções procuravam as empresas. Agoraesse caminho se inverteu, e o Progra-

Bruno Batista: 95% das vistorias doDespoluir correspondem à empresasde transporte de carga e depassageiros

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balanceada, esses três fatores”, diz. Mesmo andando a passos lentos,

como diz a analista do ILOS, a susten-tabilidade cresce constantemente no

setor, alavancada pelas exigên-cias do consumidor fi-

nal, que quer um pro-duto limpo, que

chegue à sua ca-sa por viaslimpas. Mes-mo que mui-tas empresaslancem mãodo recurso

da cosmética, Gisela

Gisela Mangabeira: práticas voltadas

para o meio-ambientesurgem com maior

frequência nas grandestransportadoras

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sustentabilidade

ma recebe várias solicitações de visi-tas, mensalmente”, diz.

Hoje o Despoluir tem 68 unidadesmóveis, que atendem 27 estados. Emmédia, são feitas duas aferições porano, diz o dirigente. Cada unidade écomposta pelo veículo que irá até o lo-cal, um técnico apto para o trabalho,um opacímetro e o equipamento quegerará o laudo pericial.

“A questão é que até hoje existeum grau bastante elevado de desco-nhecimento de práticas sustentáveis.Grandes empresas de transporte decargas acabam fazendo ações isola-das”, reflete. Batista acredita que ocusto de outras ações sustentáveis,que exigem contratações de novosprofissionais – no mínimo – podefrear o entusiasmo do transportador,principalmente no cenário econômicopós 2008. “Mas, a grosso modo, ve-mos que há maior preocupação das

empresas em adotar, na medida dopossível, práticas ambientais mais fa-voráveis”, avalia.

O programa Despoluir tem aindaoutras iniciativas voltadas para o con-trole de emissões, como o incentivo aouso de emergia limpa e o aprimora-mento de gestões ambientais dentrode empresas do setor, por exemplo.Batista diz que a CNT desenvolveconstantemente ações nesse sentido.O último foi o Programa Renovar,projeto de renovação da frota, que porenquanto conseguiu adeptos na cida-de de Santos (SP) e no Rio de Janeiro(RJ). A CNT também está estudando aimplentação de um Programa de efi-ciência energética no país, ainda emfase de estudos.

BOA INFLUÊNCIA – Com a entradade novos motores equipados com tec-nologia Euro V e combustíveis fósseismenos poluentes (Diesel S50), desdejaneiro do ano passado, o país certa-mente se beneficiará ambientalmentemas o setor precisará fazer mais do

que isso para controlar o volume deemissões de CO2, considerando que afrota de caminhões do país preservauma idade média de 12 anos.

Segundo aponta o relatório divul-gado no início de 2012 pela FundaçãoBrasileira para o DesenvolvimentoSustentável (FBDS) “Logística no Bra-sil, Situação Atual e Transição parauma Economia Verde” (Coleção de Es-tudos sobre as Diretrizes para umaEconomia Verde no Brasil), elaboradopelo consultor de logística Paulo Fleu-ry, também professor do ILOS, algu-mas alternativas poderão amortizar asemissões de CO2 no setor – uma delasseria a cobrança de uma taxa por vo-lume de gás carbônico emitido em ca-da viagem de transporte, que levariaas empresas a se preocuparem com otipo de veículo que estão usando ecom as próprias rotas, já que muitasvezes se roda mais do que o necessá-rio. “Se o governo cobrar pela distân-cia percorrida, as empresas buscarãorotas mais eficientes e que, consequen-temente, provocarão menor emissão

18 - FROTA&Cia - Agosto 2013

PERCENTUAL DE TRANSPORTADORASCOM INICIATIVAS

AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEIS

Sim, implementadas antes de 2008

Sim, implementadas entre 2008 e 2009

Sim, implementadas em 2010

Não, mas pretendemos implementar até o final de 2011

Não, mas pretendemos implementar depois de 2011

Não, nem temos previsão de implementação

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Já realiza Pretende realizar

PRINCIPAIS INICIATIVAS AMBIENTAIS IMPLEMENTADAS PELAS TRANSPORTADORAS

Otimização das rotas

Redução do tempo ocioso dos caminhões

Renovação da frota nos últimos meses

Otimização da “cubagem” dos veículos paramelhor utilização da capacidade dos caminhões

Utilização de combustível menos poluente ou biocombustíveis

Adaptação nos veículos para redução de emissões

Contratação de transportadoras que já tem iniciativas de sutentabilidade ambiental

Implementação de fontes alternativas de energia para o transporte frigorificados

Já realiza Pretende realizar

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pois de 2011 (ver tabela, ILOS 2011).Mesmo com dificuldade de repas-

sar o aumento dos custos aos clientes,mais de 40% das transportadoras na-cionais já implementaram alguma ini-ciativa ambiental que tenha aumenta-do os seus custos logísticos totais. Em-bora ainda falte planejamento am-biental por boa parte das transporta-doras e prestadores de serviços logís-ticos, o estudo revela que essas em-presas já colocam em prática diversasiniciativas com foco na sustentabilida-de ambiental. Dentre as mais popula-res estão a otimização de rotas, a re-dução do tempo ocioso do caminhão,otimização da cubagem dos veículospara melhor utilização da capacidadedos caminhões e a renovação da frota.

FUTURO MADURO – Para os pró-ximos anos, a tendência apontada pe-lo relatório da FBDS é de que hajaainda um importante crescimento nouso de combustíveis menos poluen-tes ou biocombustíveis e nas adapta-ções de veículos para redução deemissões. Entre os fatores positivosque surgem com a consciência verde,

de gases”, pondera. A ideia pode serinteressante, mas a dúvida que ficapara as transportadoras rodoviárias ése esse dinheiro arrecadado pelo go-verno seria de fato aplicado em açõesambientais ou em melhorias dentrodo próprio setor.

O estudo do FBDS divulga o resul-tado de uma pesquisa feita pelo Insti-tuto ILOS com 61 das maiores empre-sas de transporte do Brasil, em 2011,onde 7 entre 10 entrevistadas admi-tem que a questão de sustentabilidadeambiental já influencia ou vai influen-ciar os seus negócios. E esse impacto émaior nas transportadoras que movi-mentam granel líquido, pela quanti-dade de exigências legais que já expe-rimentam hoje.

O levantamento revela que astransportadoras rodoviárias de cargavêm buscando se adequar às novasdemandas ambientais: 85% afirmaramter iniciativas sustentáveis para redu-zir o impacto ambiental do seu negó-cio, enquanto 10% delas ainda nãopossuem, mas esperam pô-las em prá-tica até em breve, e 3% prevendo a im-plantação desse tipo de atividade de-

está o de que 7 entre 10 transportado-ras já conseguiram retorno financeirocom alguma iniciativa ambiental, en-quanto 14% delas obtiveram algumganho com a maior parte dessasações (ver gráfico).

Ainda que a maioria das transpor-tadoras de carga do Brasil necessitemmelhorar seu planejamento ambien-tal, o cenário é promissor, avalia Pau-lo Fleury. A pesquisa aponta aindaque 2 em cada 3 transportadoras seconsideram pró-ativas ou líderes emimplantação de ações sustentáveis,mostrando que além de cumprirem alegislação, possuem políticas e açõesespecíficas para o meio ambiente.

A tendência analisada é de que es-sa situação se desenvolva a medidaem que as transportadoras passem aplanejar melhor suas ações ambien-tais. A expectativa é de que 2 entre 3transportadoras tenham uma área es-pecífica para tratar a sustentabilidadeem um futuro próximo, enquantomais da metade tenda a inventariar asemissões de poluentes e de GEE (GásEfeito Estufa). “A tendência é a ques-tão ambiental se desenvolver nas em-presas de transporte. Afinal, poucascompanhias reclamam da falta deapoio dos seus executivos às açõesambientais e já existe uma consciênciada importância dessas questões namaior parte das instituições”, ponderaFleury.

Por mais otimista que seja, Fleuryadmite que o caminho ainda é longopara se chegar a uma Economia Verdeno Brasil. E a razão para isso está di-retamente ligada ao fator econômico:segundo 84% dos executivos de logís-tica atuantes em empresas industriaisno país, o custo das ações ambientaisé a principal barreira para a expansãodos investimentos nessa área, porqueapenas 1 entre 4 clientes tem aceitadogastar mais com soluções ecologica-mente corretas.

20 - FROTA&Cia - Agosto 2013

sustentabilidade

MOTIVAÇÕES DAS EMPRESAS BRASILEIRAS PRIVADAS PARA IMPLEMENTAR AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

(% DE EXECUTIVOS QUE INDICOU ESSA MOTIVAÇÃO)

Aumentar a eficiência da cadeia desuprimentos e reduzir desperdícios

Atender as exigências dos consumidores

Estar em conformidade com os objetivos de sustentabilidade da empresa

Reduzir custos através do aumento da eficiênciada diminuição da pegada de carbono

Desenvolver a imagem da empresa, promovendo-acomo uma empresa verde

Reduzir custos através do aumento da eficiência dadiminuição da pegada do carbono

Motivar fornecedores a melhoraremo seu desempenho

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empresas

Carretas Scania movidas aetanol emitem cerca de 90% a

menos de CO2, em comparação com versões a diesel

Por Valeria Bursztein

Exemplo a seguirPara atender as exigências de emissões estabelecidaspela fabricante Natura para o transporte de cargas, aCoopercarga adota caminhões a etanol, da Scania

Ocompromisso com a sustentabili-dade se fortalece à medida quesurgem parcerias comerciais mais

conscientes. Nos últimos anos, embarcado-res e transportadoras passaram a definir có-digos de conduta operacional comuns, re-presentativos de suas políticas internas eexternas. Um caso emblemático é a parceriaentre a Coopercarga e a Natura, com oapoio da Scania, que uniram esforços e re-cursos para reduzir a emissão de gases po-luentes, otimizar ativos e promover a cons-cientização em torno de questões nevrálgi-cas ao bem estar da sociedade e do planeta.

A Scania disponibilizou a tecnologia, aCoopercarga sugeriu o modelo de operaçãoe a Natura encampou a ideia: empregar car-retas movidas a etanol na operação de dis-tribuição de produtos, que emitem cerca de90% a menos de CO2 em comparação comos veículos movidos a diesel.

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FROTA&Cia - Agosto 2013 - 23

REVOLUÇÃO – Com dois cavalosmecânicos modelo P 270 4x2, com mo-torização de nove litros com 270cv depotência, são realizadas operações detransferência de cargas no estado deSão Paulo, entre a fábrica da Natura emCajamar e os centros de distribuição. Autilização dos veículos está sob o co-mando da Coopercarga, um dos opera-dores logísticos a serviço da Natura,responsável pelo transporte de um vo-lume anual de cerca de 10 mil toneladasde produtos da fabricante de cosméti-cos, deslocadas pelo Brasil e Mercosul.

O diretor-presidente da Coopercar-ga, Osni Ramos, conta que a empresaestá passando por um verdadeira re-volução na sua cultura interna. “De al-guns anos para cá, as práticas orienta-das à sustentabilidade passaram a fa-zer parte do nosso planejamento estra-tégico. Os clientes, o mercado comoum todo, estão exigindo essa postura.Decidimos ser proativos. É o caso dosveículos da Scania a etanol. Percebe-mos uma grande oportunidade de uti-lizá-los nas operações da Natura, quetem uma visão muito consolidada dasustentabilidade associada à operação.Adotamos a mesma atitude com ou-tros clientes, como por exemplo, a Da-none, com quem temos sinergia nesseassunto”, explica Ramos.

Desde 2007, a Natura adotou o Pro-grama Carbono Neutro, projeto queneutraliza as emissões de gases deefeito estufa através da compra de cré-ditos de carbono ou da prática deações ambientais. Nos primeiros anos,uma das iniciativas foi abrir novoscentros de distribuição, que permiti-ram aprimorar a prestação de serviços,já que o tempo de entrega para os con-sultores foi reduzido, e também dimi-nuiu a emissão de gases poluentes namalha viária, pois otimizou-se a ope-ração de abastecimento dos centros dedistribuição. “Passamos a abastecer os

CDs com lotes inteiros de produtos eisto permitiu padronizar o tamanhodas caixas no interior dos caminhões,ganhando na cubagem e diminuindo onúmero de viagens. Também desen-volvemos modelos de caixas diferen-tes que otimizam o espaço na carreta”,diz o gerente de sustentabilidade daNatura, Keyvan Macedo.

“A utilização dos caminhões a eta-nol acontece na etapa de ‘abastecimen-to’ , entre a produção da fábrica de Ca-jamar até o hub de Jundiaí, onde faze-mos a estocagem de produtos acaba-dos. Temos a expectativa de reduzir ematé 90% as emissões nas nossas opera-ções, se comparadas ao resultado quetemos com os veículos à diesel”, diz.

VERSÃO VANTAJOSA – Em termosde eficiência, o dirigente da Cooper-carga admite que os caminhões a eta-nol tem um consumo mais elevado nacomparação com diesel. “Eles estãoem avaliação, mas a média que vemsendo atestada é de 1,5 km/l, enquan-to um similar a diesel chega a 2,5km/l. Mas em termos de emissão degases poluentes, a versão a etanol émuito mais vantajosa, chegando aemitir 30% a menos de CO2. O lucro,neste caso, é para o ambiente”. A atualfrota da Coopercarga está em 1,7 mil

Desde abril, a Natura utiliza um

ônibus Scania K 270 4X2, também

movido a etanol, para transporte

de seus funcionários entre os

bairros da Barra Funda e da La-

pa, em São Paulo, e a cidade de

Jundiaí. A empresa foi a primeira

no Brasil a adquirir um ônibus de fretamento mo-

vido ao combustível alternativo. Trata-se de um projeto piloto desenvolvido

em conjunto entre as empresas Orion, Marcopolo, Raizen e Scania.

Fretado adere ao esquema

veículos e a empresa planeja a aquisi-ção este ano de 250 caminhões pesa-dos e 150 caminhões leves, entre Sca-nia, Mercedes-Benz e Volkswagen. Navisão de Ramos, este ano a empresadeverá aumentar em 22% o fatura-mento. “Crescemos no ano passado42% e no anterior 32%. Apostamosmuito no nosso serviço, nos clientesque temos em carteira e no desenvol-vimento de novos negócios com eles”.

Macedo concorda com Osni Ramosquando o assunto é a relação custo xbenefício. “O custo do quilômetro ro-dado é mais elevado e estamos anali-sando o real impacto dessa variação.Nossa dúvida está em relação ao custode manutenção. Queremos fazer umaavaliação global e para isso precisa-mos analisar o caminhão mais tempoem operação, por volta de um ano. Es-peramos que nesse meio tempo as em-presas parceiras também tenham aper-feiçoado a tecnologia e com umaeventual demanda de mercado pos-sam chegar a custos mais acessíveis,seja em termos de combustível ou dopróprio veículo”, analisa. Outra ques-tão relevante para a evolução do proje-to é com relação ao abastecimento docombustível utilizado pelos cami-nhões, ainda limitado e que cerceia adefinição de rotas.

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Por Sonia Crespo

serviços

Em tempos de crise econômica nãohá empresário na face da terra quepense em expandir seus negócios.

Falar de investimentos em sustentabilida-de, então, nem pensar. Mas é aí que muitosexecutivos, do setor de transporte rodoviá-rio inclusive, se enganam: uma gestão sus-tentável pode ser a alternativa para se so-brepor à concorrência e conquistar novosnegócios. Implementar algumas açõesambientais nas operações de transpor-te rodoviário de cargas custa bem me-nos do que se imagina. Em alguns ca-sos, pode sair de graça.

A operadora logística santista ViaGreen, por exemplo, lançou há poucomais de quatro meses uma solução lo-gística sustentável cujo nome tem apeloinegável: o Programa Ecofreight, ouEcofrete, um serviço associado ao pro-jeto de neutralização de emissões, devi-damente certificado e avalizadopor órgãos mundiais. Conra-do Bertolluzzi, sócio-diretor,conta que a empresa prestaconsultoria para todos osatores da cadeia logística –desde o fabricanteaté o transporta-dor final.

Lucrando com a naturezaCombinando redução de custos e ganhos ambientais, Via Green e Ecofrotas disponibilizam práticassoluções e serviços para uma gestão de transporte mais sustentável

DIFERENCIAL COMPETITIVO – Ber-tolluzzi salienta que a consultoria ofe-recida pela Via Green para a implemen-tação do Programa Ecofrete nas trans-portadoras é gratuita. “Além de contri-buir para um futuro ambiental maislimpo, o transportador também teráum diferencial competitivo”, observa.A ferramenta ainda conscientiza otransportador de algumas medidasque ajudarão a reduzir, cada vez mais,

o volume de emissões: manutenção

“O transporte do produto é a etapada cadeia logística que mais produz ga-ses de efeito estufa (GEE) e nós oferece-mos a possibilidade de adotar esse fre-te ecológico”, explica, salientando queembora o modal rodoviário, em parti-cular, não disponha de tecnologias parazerar as emissões, por causa da fonte deenergia utilizada, pode adotar inúme-ras medidas que melhorarão todo oprocesso. “Desenvolvemos um softwa-re, com metodologia específica, que cal-cula o volume de gases que uma deter-minada operação de transporte ou aempresa, como um todo, está emitindoe calcula quantos créditos de carbonoserão necessários para neutralizar aoperação. Cada tonelada de gás carbô-nico corresponde a um crédito de car-bono. A aquisição desses créditos decarbono estará inserida no valor doecofrete, que supera, em média, 3% do

valor do frete comum. “O ecofretepassa a ser uma opção alternativa esustentável de transporte oferecidopela transportadora ao embarca-dor”, detalha.

26 - FROTA&Cia - Agosto 2013

Bertolluzzi e oecofrete: opçãosustentável de

transporte

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O Grupo Tombini, empresa ca-

tarinsense que atua no transporte

de refrigerados e carga seca em

todo o país há 42 anos, aderiu à

solução Expers da Ecofrotas em

busca de padrões ambientais nun-

ca antes alcançados para a frota

de caminhões. “O apelo ambien-

tal foi um fator decisivo para a

implantação do programa. Além

disso, as ferramentas que o pro-

grama Expers oferece, como o tra-

vamento das bombas e a facilida-

de na gestão das informações,

contribuem significativamente

para o sucesso do sistema”, diz o

sócio-diretor da empresa, Clecio

Tombini.

Apelo ambientalimbatível

da frota nova, treinamento de direçãoeconômica para os condutores, uso dobiocombustível no lugar do diesel, apli-cação de defletores nos veículos e ou-tros pequenos detalhes.

O maior apelo comercial do ecofre-te, diz Bertolluzzi, são as atuais exigên-

cias impostas pelo próprio embarcador.“O transportador trabalha para fabri-cantes de grande porte que já estão fa-zendo inventários de emissões”, adian-ta. Bertolluzzi admite que, nos últimosanos, a margem de lucro do transporta-dor rodoviário de cargas encolheu, masinsiste que a adesão a processos susten-táveis não inviabilizará as operações.“O empresário terá um diferencial am-bientalmente correto”, promove.

No segmento rodoviário de carga,

gestão sustentável já po-de ser considerada sinô-nimo de lucro. Algumasdas ferramentas decunho ambientaldisponíveis parao setor também minimizam custos eaumentam a produtividade das opera-ções.

A Ecofrotas, por exemplo, que nas-ceu Embratec há 15 anos e transformou-se nessa grande fornecedora de ferra-mentas apropriadas para a gestão sus-tentável em 2009, vê sua carteira declientes crescer em progressão geomé-trica a cada ano. Em 2012, fechou suascontas com 9,5 mil empresas clientes e640 mil veículos controlados. Em rela-ção a 2011, o índice de satisfação dosusuários melhorou de 76,47% para 85%.

CONTROLE TOTAL – Pelo volume deempresas, o segmento de transporte ro-doviário de carga ganhou uma divisãoespecial – a Ecofrotas Expers – em 2011.Sem desvendar os números de cresci-mento neste setor, Amanda Kardosh,Gerente de Sustentabilidade da Ecofro-tas, aponta a importância que o seg-mento vem ganhando no grupo: Até2016, a Ecofrotas estima chegar a um fa-turamento de R$ 10 bilhões, e 20% re-presentarão os negócios com transpor-tadoras rodoviárias de carga. “É umgrande mercado a ser explorado e o Ex-pers é um produto bastante diferencia-do para esse segmento. Com ele, o ges-tor tem total controle do abastecimentorealizado em cada veículo”, explica Aexecutiva, estimando que a ferramentachega a gerar, anualmente, uma econo-mia de 20% de diesel.

A grande sacada do Expers se con-centra na sólida rede de mais de 13,5mil postos de combustíveis credencia-dos – até o final de 2013 serão 15 mil,que conseguem atender 95% dos muni-cípios do país. Nessa ampla malha deatendimento, o transportador consegue

controlar cada abastecimento indi-vidual, através do sistema Pump

Link, que controla o consu-mo por veículo.

Amanda diz que a com-petitividade do setor tem

sido a fórmula para atrair novos clien-tes. “No mercado de transporte rodo-viário, os empresários se vêm pressio-nados pela própria cadeia logística, queexigem resultados precisos”, explica,destacando que em grande parte dastransportadoras tem frotas pequenas eque o próprio transportador é o gestor.

Com o sucesso do Expers, a Eco-frotas lançará, em outubro, um novoproduto para este segmento – um mo-delo de carta-frete eletrônica, comnuances sustentáveis. Amanda dizque é tudo que pode revelar no mo-mento, mas adianta que a ferramentaé uma aliada das demais soluções sus-tentáveis da empresa.

Em 2016, 20% do faturamento da Ecofrotas

representarão negócios comtransportadoras rodoviárias

Amanda Kardosh: 15 mil postos atendidosaté o final de 2013

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Eleito pela imprensa especiali-zada como International Truckof The Year 2013, o caminhão do

ano na Europa, o Iveco Hi-Way chegaao Brasil dez meses apenas depois desua apresentação na feira de transportede Hannover, na Alemanha (IAA). E, oque melhor: já com o rótulo de produtonacional, fabricado no Complexo In-dustrial da Iveco em Sete Lagoas (MG).

“A chegada do Iveco Hi-Way aomercado brasileiro reforça o compro-misso da Iveco de produzir no país oque temos de mais avançado nomundo”, comenta Marco Mazzu, pre-sidente da Fiat Industrial Latin Ame-rica. Produzido originalmente naEspanha, o lançamento do Iveco Hi-Way consumiu investimentos que bei-ram a R$ 1 bilhão. Sem contar os outrosR$ 100 milhões consumidos em testes eadequação do produto, para produçãono Brasil. Segundo a empresa, o pro-cesso envolveu mais de 150 mil horasde trabalho no Centro de Desenvolvi-mento do Produto, em Sete Lagoas, e arealização de mais de 2.100.000 km detestes rodoviários.

SEGMENTO PREMIUM - Lançadocom a intenção de disputar o segmentopremium do mercado de caminhões, oIveco Hi-Way reúne o topo da tecnolo-gia veicular voltada para o transportede cargas de longa distância. Equipadocom o motor Cursor 13, da FPT Indus-trial, ele oferece três faixas de potênciamáxima (@ 1.900rpm): 440, 480 e a novaversão de 560 cavalos. O torque alcança2.100 Nm, na primeira versão: 2.250Nm na segunda e 2.500 Nm, na opçãode 560 cv, todos em uma ampla faixa derotações, que vai de 1.000 a 1.550 girospor minuto. A versão topo de linha, de560 cv, utiliza materiais nobres como ca-beçotes de alumínio, que reduzem opeso do propulsor. A versão ainda contacom uma nova turbina VGT, de geome-tria variável e aftercooler.

O freio motor agregado garanteuma potência de 415cv e, quando combi-

nado com freio auxiliar Intarder, al-cança 1.000 cv de força, a mais alta emseu segmento. O Hi-Way vem equipadotambém com ajustador automático defreios, freios ABS e sensor do nível dedesgaste da lona, todos de série. Já ocâmbio automatizado de 16 velocida-des, Eurotronic, possibilita mudançasrápidas e precisas de marcha. O IvecoHi-Way oferece três versões de tração:4x2, 6x2 e 6x4; três entre-eixos: 3.500,3.200 e 3.000mm; e duas opções de sus-pensão: mecânica e pneumática.

“As novidades apresentadas nosmotores somadas ao design aerodinâ-mico da cabine entregaram o que cha-mamos de kits Hi-Efficiency eHi-Performance. Com eles, consegui-mos uma redução de até 10% em con-sumo de combustível em relação apropulsores Euro III”, explica MarcelloMotta, diretor de Plataforma e Desen-volvimento de Produto da Iveco

CAPITULO À PARTE – De fato, a ca-bine do HI-Way constitui um capítulo àparte. Desenvolvida no Centro de Enge-nharia de Turim para servir

Lançamento premiadoDepois de ser eleito o Caminhão do Ano na Europa em 2013, oIveco Hi-Way chega ao Brasil já com o selo “made in Sete Lagoas”

caminhões pesados I

Novo Iveco Hi-Way e o motorFPT Cursor 13: topo de gamada marca no Brasil

Por José Augusto Ferraz

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completo e mais três para o trem deforça – a maior do mercado”, come-mora Alcides Cavalcanti, diretor Co-mercial da Iveco. O executivo confia navenda de 900 unidades do modelo em2013 e 15% de participação no mercadode caminhões pesados até 2014.Mesmo sem precisar preços, o diretorantecipa que o Iveco Hi-Way vai se po-sicionar na faixa do Scania Highline eo Volvo Globetrotter, quando chegar aomercado em meados de setembro.

como segunda casa do motorista, o ha-bitáculo reúne os mais modernos con-ceitos de eficiência e ergonomia, quecolaboram para tornar mais confortáveltanto a viagem quanto o descanso docondutor (ver quadro). Disponível nasversões teto alto ou teto médio e pisosemiplano, ela oferece um amplo es-paço interno, com 2,5 m de largura e2,25 m de comprimento. Os comandosforam projetados para ficar ao alcancedas mãos e se ajustam a centenas deperfis de condutores. O volante tam-bém incorpora outras funções, como ocontrole de som e o menu do computa-dor de bordo.

Externamente, o novo caminhãotopo de linha da Iveco revela um de-sign arrojado e aerodinâmico, de con-cepção moderna e robusta, projetadona medida para reduzir a resistênciado ar e o nível de ruídos, com o obje-tivo de reduzir ganhos em consumode combustível. Para facilitar as ma-nobras, o Hi-Way traz dois retroviso-res auxiliares frontal e lateral. Por fim,a grade central combinada com os de-fletores e os para-choques foram umconjunto harmônico, de fácil identi-dade na estrada.

O lançamento do Iveco Hi-Way es-timulou o fabricante a agregar novasfuncionalidades no seu programa degerenciamento de frota, batizado deFrota Fácil e oferecer como item desérie. A ferramenta permite o acesso àdistância dos dados de telemetria doveiculo através da internet, via prove-dor do serviço. O Frota Fácil tambémpossibilita o rastreamento do veículo, afunção bloqueio e, até, o controle denível do tanque de Arla 32. “A funcio-nalidade resulta em vários ganhos, jáque traz mais segurança para o trans-portador e possibilita descontos em fre-tes e apólices de seguro”, afirmaCristiane Nunes, gerente de Marketingdo Produto da Iveco.

Outra novidade é o acesso a pro-

gramas exclusivos de pós-venda. Casodo VIP (Very Important Parts), que lista50 itens considerados primordiais parao funcionamento do caminhão e ofe-rece garantia de entrega em até 48horas. Ou, então, o seu fornecimentogratuito, se o prazo não for cumprido.“Com o VIP, garantimos um atendi-mento ainda mais rápido aos clientesdo Hi-Way. Uma vantagem que vem sesomar à garantia estendida exclusivade quatro anos – um para o veículo

FROTA&Cia - Agosto 2013 - 29

Para proporcionar uma direção se-

gura e econômica, a Iveco disponibili-

zou inúmeros recursos no Hi-Way. A

começar pelo computador de bordo,

que traz informações sobre a condu-

ção do veículo e o Econômetro, que

colabora para o gerenciamento da

frota. O mesmo se dá com o piloto

automático e o limitador de veloci-

dade, posicionados na alavanca de di-

reção.

O espaço interno permite abrigar

uma cama High-Confort, de 2,0m x

0,80m, além de um beliche opcional,

nas mesmas dimensões, dotado de acio-

namento hidráulico. Diversos pontos de

iluminação, inclusive para leitura, com-

binados com um sistema de quebra-sol

diferenciado, com cortina frontal elé-

trica, cortina lateral e blackout tornam

o ambiente mais acolhedor.

O conforto à bordo também é ga-

rantido pela oferta de 25 porta-objetos e, mais do que isso: uma geladeira e

um box térmico como item de série, além de ar-condicionado digital e um cli-

matizador de baixo ruído e baixo consumo, instalado no teto, que mantém o

ar refrigerado e umedecido, mesmo com o motor desligado. Os assentos, tanto

do motorista como do passageiro, ampliam a sensação de conforto ao conta-

rem com apoio de braços, regulagens pneumáticas de altura, com memória,

ajuste lombar, cinto de segurança integrado e revestimento de couro de série.

Conforto e economia

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30 - FROTA&Cia - Agosto 2013

Por José Augusto Ferraz

caminhões pesados II

O filho esperadoA Ford mostra seu mais importante lançamento, o Cargo

extrapesado, que marca a entrada da marca no mais disputadosegmento do mercado brasileiro de caminhões

Quase dois anos depois deanunciar a novidade na Fe-natran 2011, a Ford Cami-

nhões mostra em detalhes seu mais es-perado lançamento: o novo Cargo ex-trapesado, que formaliza a entrada damarca na mais concorrida e rentávelfatia do mercado brasileiro de veículoscomerciais de carga. A novidade chegapara brigar diretamente com o Volks-wagen Constellation, Volvo FM e oAxor, da Mercedes-Benz, entre outros,

que disputam o segmento de entradados caminhões acima de 49t de PBT(ver quadro).

Primeiro caminhão global da monta-dora norte-americana, o novo Cargo foidesenvolvido em parceria com os prin-cipais centros de engenharia da Ford nomundo. Em particular o Brasil, que en-trou com sua experiência em design edesenvolvimento de caminhões. E aTurquia, que dividiu sua expertise deengenharia em caminhões rodoviários.

“Até chegar à versão final, os no-vos Cargo extrapesado enfrentarammais de 1 milhão de quilômetros detestes dinâmicos no Campo de Pro-vas de Tatuí, no interior paulista.Sem contar os testes em pistas e labo-ratórios na Turquia, Alemanha, Espa-nha, Inglaterra, Suécia e Arábia Sau-dita”, comenta com orgulho o super-visor de Engenharia do Produto daFord Caminhões, Guilherme Teles.

EM BOA HORA - Em terras tupini-quins, o lançamento chega em boa hora.“O modelo pode se beneficiar bastantedos investimentos do PAC, a firme evo-lução do mercado de extrapesados em2012, as boas perspectivas para o anoem curso e a forte presença dos modeloscom tração 6x2, nas aplicações rodoviá-rias”, afirma Pedro de Aquino, gerentede marketing da Ford Caminhões.

De início, os novos extrapesadosda marca serão oferecidos apenas nasversões 4x2 e 6x2, batizadas de Cargo2042 e Cargo 2842, respectivamente.Por razões mercadológicas, a monta-dora optou por não apresentar a confi-guração 6x4, obrigatória para tracio-nar composições de 57 toneladas.

Estratégias à parte, os novos Cargocumprem o prometido, como veículosde entrada no segmento. Ambas asversões vêm equipadas com o motorFPT4x, de 10.3 litros e 6 cilindros, EuroV, com sistema de pós-tratamentoSCR, que oferece 420 cv de potência (@2.100 rpm) e torque de 1900Nm (@1050-1500 rpm). O engenho conta comrecursos inteligentes, que controlam ascondições de funcionamento em tem-po real. Caso do sistema de diagnósti-co eletrônico que avisa no painel sobreeventuais falhas. E, ainda, do sistemaFord Trac, oferecido como opcional,que possibilita o rastreamento e tele-metria à distância.

Os extrapesados da marca vemequipados com freio motor de alto

Novo Cargo 2842: reforço importante

no portfólio da Ford

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rendimento. Seu sistema patenteadogarante uma potência superior de até30% na frenagem, afirma o fabricante,e gera 282kw ou 370 hp.

CÂMBIO AUTOMATIZADO - No to-cante à transmissão, tanto o Cargo 2042quanto o Cargo 2842 incorporam a mo-derna caixa ZF AS-Tronic, batizada deZF 12AS1930TD, de 12 marchas à fren-te e 2 à ré, que oferece trocas automáti-cas ou manuais e um seletor inteligente(S). Pelo fato de não utilizar mecanis-mos de sincronização, que são os itensde maior desgaste, o componente al-cança maior vida útil e custos de ma-nutenção mais reduzidos. Para comple-tar o trem de força, o eixo traseiro desimples redução, modelo MSW 18X daMeritor, com relações de 3.08:1 e 3.40:1,oferece a menor relação peso-potênciada categoria, segundo o fabricante.

A cabine do novo Cargo segue o de-sign do restante da linha, com elemen-tos fortes e dinâmicos. “Mantivemos aampla grade frontal, que identifica oDNA da Ford, e agregamos elementosde design global, concebidos especial-

mente para caminhões pesados”, expli-ca João Marques Ramos, chefe do Cen-tro de Estudo de Design da Ford, Ca-maçari (BA). Apresentada em uma úni-ca versão teto alto, com para-sol aco-plado, a cabine conta com um conjuntoótico integrado e lanternas laterais bemposicionadas. Os degraus são protegi-dos por uma saia, para evitar roubos eassaltos e contam com iluminação pró-

pria e grade anti-sujeira. Oveículo vem equipado comdois tanques de combustível,de 325 litros cada, mais o tan-que de Arla32, de 80 litros decapacidade.

CAMA APERTADA – O interior dohabitáculo oferece um bom espaço,apesar do piso elevado no canteirocentral restringir a circulação interna.Os comandos são de fácil leitura eacesso e contam com iluminação iceblue. A coluna de direção ajustável(bi-articulada) dispõe de acionamentopneumático e computador de bordo émultifuncional. Os vidros, travas e re-trovisores são elétricos e o banco domotorista possui vários ajustes. Ape-nas a cama para o motorista deixamuito a desejar, sobretudo por contade sua largura diminuta. Inúmerosporta objetos completam o interior.

O preço base de lançamento é deR$ 260.900,00 para o Cargo 2042 e deR$ 294.900,00 para o modelo 2842. Agarantia total é de um ano, sem limi-te de quilometragem e de 2 anos pa-ra o trem de força. Para garantir oatendimento permanente aos clien-tes, a Ford Caminhões oferece o ser-viço Disk Ford, que funciona 24 ho-ras durante os 7 dias da semana,além do SOS Ford, um suporte parasituações de emergência e os novoscontratos de manutenção, com trêsopções de planos e preço calculadopor km rodado.

Disputa acirradaNo comparativo técnico com seus principais concorrentes,

o Novo Cargo só perde para o Axor, da Mercedes-Benz

VW Constellation Mercedes-Benz Axor Volvo FM Ford Cargo 4x2 / 6x2

MotorCummins ISL OM Volvo FPT

8.9 l 12.0 l 11.0 l s10.3 l

Potência390 cv @ 439 cv @ 370 cv @ 420 cv @

2.100 rpm 1.900 rpm 1.900 rpm 2.100 rpm

Torque1.700 Nm @ 2.150 Nm @ 1.770 Nm @ 1.900 Nm @

1100-1500rpm 1.100 rpm 950–1.400 rpm 1.050–1.500 rpm

TransmissãoZF 16S 1685 / MB G280 Manual/14x e ZF 12AS1930TD

Manual/16x Autom/16x Autom / 12x Autom / 12x

CMT 53.000 Kg 80.000 Kg 56.000 Kg 49.000 /56.000 Kg

Conforto a bordo: painelergonômico de fácil acesso eleitura, câmbio com seletorinteligente e porta-objetosequipam o novo Cargo

Page 32: EDITORIAL - frotacia.com.br · Por esse motivo, a planilha de custos do trans- porte não pode comportar mais erros. É preciso ser eficiente na hora de projetar o tempo de viagem,
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66 - FROTA&Cia - Julho 2013

PANORAMAPANORAMA

A International Cami-nhões abriu sua primeiraconcessionária no EspíritoSanto. É a Interviva Cami-nhões, localizada no km283 da BR 101/Rodovia doContorno, em Cariacica;

Aracaju já conta comuma concessionária Volvo. De propriedade do grupo Gotem-burgo, a revenda está situada no Km 94 da BR 101;

A rede Scania ganhou mais duas novas casas. A primeira éa Alpha Imperatriz, inaugurada em Imperatriz (MA), às mar-gens da BR 010, Rodovia Belém-Brasília, km 1553. A outra é aSupermac, estabelecida na Avenida Centenário nº 178, emBela Vista (RO)

Novas revendas

Mateus Ritzel (foto) é o novo diretorComercial da encarroçadora gaúcha Vo-lare. Na empresa desde 2005, foi res-ponsável pela estruturação da rede deconcessionárias, em 2010.

Sidney Aguilar é o novo gerente da di-visão de Aftermarket para a América doSul, da Borg Warner.

Vai e vem

CertificaçãoA Jamef Encomendas Urgentes recebeu a certificação ISO 9001

em mais duas filiais: de Goiânia (GO) e São José dos Campos (SP).A auditoria da foi Fundação Vanzolini.

Parceria ampliadaA Penske Logistics ampliou

sua parceria com a Natura. Aempresa passou a cuidar tam-bém da gestão integrada dearmazém dos produtos aca-bados e matérias-primas, jun -to ao CD de Cajamar (SP). Anova operação utiliza área de18,5 mil m² e 30 mil posições-palete.

FM compra McLaneDepois da compra de uma

empresa na Rússia, o grupofrancês FM Logistic anuncioua aquisição da subsidiária bra-sileira da McLane. O plano fazparte do plano Ambition2022, que busca o crescimentodo grupo fora da França.

Nova rota A TGA Logística iniciou a

rota 72Horas São Paulo-Mon-tevidéo. Com saídas às sextas-feiras, a operação leva cargasgerais e químicas nas modali-

dades Full Truck Load (FTL) eLess Than Truckload (LTL).

TA unifica aéreasA Transportadora Ameri-

cana unificou as operaçõesda Wind Express e TA Ex-press, dedicadas às cargas aé-reas. A nova empresa passa ase chamar TA Wind Trans-porte Aé reo e ficará sob o co-mando de Pedro Wilson eSérgio Favaron.

TPN amplia frotaA Transportadora Primeira

do Nordeste adquiriu 10 con-juntos carreta da Randon e440 caminhões Scania, gera-ção Euro V, que consumiraminvestimentos da ordem deR$ 5 milhões.

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O que nos une no transpor te

é a segurança.

P R O G R A M A V O L V O D Esegurança no trânsitoT R A N S P O R T A N D O R E S P E I T O

Há 26 anos o Programa Volvo de Segurança no Trânsito mobiliza a sociedade para um trânsito mais consciente e responsável. São muitos os avanços, mas ainda há muito por fazer. Acreditamos que a segurança é uma das pontes que nos une a um transporte comercial cada vez mais seguro e sustentável. Acesse o site e participe.

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