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1 Enfoque Juridico O Recurso Extraordinário 612.707/SP, interposto pelo Estado de São Paulo e que teve repercussão geral reconhecida perante o Supremo Tribunal Federal, tem por objeto a discussão acerca da preferência dos precatórios alimentares, conforme artigo 100, §§ 1º e 2º, da Constituição Federal. No recurso, o Estado de São Paulo alega que o pagamento de precatórios comuns, por terem lista autônoma, não implicaria quebra de ordem nem preterição dos créditos alimentícios, o que, se for aceito, acabará com a preferência hoje prevista na Súmula 655 do STF. O Conselho Federal da OAB, acolhendo pedido formulado pela sua Comissão Especial de Defesa dos Credores Públicos, ingressou como amicus curiae nos autos do mencionado recurso, em defesa do pagamento prioritário dos precatórios alimentares, sob pena na garantia consagrada na Constituição Federal ser reduzida a pó. A Ordem dos Advogados do Brasil defende a preferência dos créditos alimentares desde a promulgação da Lei nº 8.197/91 que determinou a necessidade de expedição de precatórios também para os créditos de natureza alimentícia, ainda que lhes fosse dada prioridade sobre os demais, oportunidade em que o Conselho Federal apresentou a ADI 571, impugnando essa imposição, como também tomou a mesma posição em relação à ADI 47/ SP, ambas ajuizadas em face da legislação dos Estado de São Paulo. “Pela nova redação do artigo 100 da Constituição Federal, ao qual se refere a Súmula 655 do STF, havendo precatório de natureza alimentar (ordem especial), seu pagamento deve ocorrer antes daqueles de caráter meramente comum (ordem geral), tendo em vista a sua preferência absoluta perante os demais débitos, independentemente do ano de requisição” afirma o advogado Marco Antonio Innocenti, especialista em direito administrativo e constitucional, que é presidente da Comissão Especial de Defesa dos Credores Públicos do Conselho Federal da OAB, presidente da Comissão de Estudos de Precatórios do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), vice-presidente da Comissão Especial de Assuntos Relativos aos Precatórios Judiciais da OAB-SP, membro do Comitê Nacional Fórum Nacional de Precatórios do Conselho Nacional de Justiça (FONAPREC), membro do Conselho Superior de Assuntos Jurídicos e Legislativos da FIESP (CONJURFIESP) e sócio gestor do escritório Innocenti Advogados Associados. Prioridade no pagamento dos precatórios alimentares é discutida no STF EDITORIAL EDIÇÃO 27, setembro 2014

EDITORIAL Prioridade no pagamento dos precatórios ... · Enfoque Juridico 3 Em abril de 2014 quem tinha certificado digital (e--cpf) encontrava no site da Receita Federal sua de-claração

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1 Enfoque Juridico

O Recurso Extraordinário 612.707/SP, interposto pelo Estado de São Paulo e que teve repercussão geral reconhecida perante o Supremo Tribunal Federal, tem por objeto a discussão acerca da preferência dos precatórios alimentares, conforme artigo 100, §§ 1º e 2º, da Constituição Federal. No recurso, o Estado de São Paulo alega que o pagamento de precatórios comuns, por terem lista autônoma, não implicaria quebra de ordem nem preterição dos créditos alimentícios, o que, se for aceito, acabará com a preferência hoje prevista na Súmula 655 do STF.

O Conselho Federal da OAB, acolhendo pedido formulado pela sua Comissão Especial de Defesa dos Credores Públicos, ingressou como amicus curiae nos autos do mencionado recurso, em defesa do pagamento prioritário dos precatórios alimentares, sob pena na garantia consagrada na Constituição Federal ser reduzida a pó.

A Ordem dos Advogados do Brasil defende a preferência dos créditos alimentares desde a promulgação da Lei nº 8.197/91 que determinou a necessidade de expedição de precatórios também para os créditos de natureza alimentícia, ainda que lhes fosse dada prioridade sobre os demais, oportunidade em

que o Conselho Federal apresentou a ADI 571, impugnando essa imposição, como também tomou a mesma posição em relação à ADI 47/SP, ambas ajuizadas em face da legislação dos Estado de São Paulo.

“Pela nova redação do artigo 100 da Constituição Federal, ao qual se refere a Súmula 655 do STF, havendo precatório de natureza alimentar (ordem especial), seu pagamento deve ocorrer antes daqueles de caráter meramente comum (ordem geral), tendo em vista a sua preferência absoluta perante os demais débitos, independentemente do ano de requisição” afirma o advogado Marco Antonio Innocenti, especialista em direito administrativo e constitucional, que é presidente da Comissão Especial de Defesa dos Credores Públicos do Conselho Federal da OAB, presidente da Comissão de Estudos de Precatórios do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), vice-presidente da Comissão Especial de Assuntos Relativos aos Precatórios Judiciais da OAB-SP, membro do Comitê Nacional Fórum Nacional de Precatórios do Conselho Nacional de Justiça (FONAPREC), membro do Conselho Superior de Assuntos Jurídicos e Legislativos da FIESP (CONJURFIESP) e sócio gestor do escritório Innocenti Advogados Associados.

Prioridade no pagamento dos precatórios alimentares é discutida no STF

EDITOR I A L

EDIÇÃO 27, setembro 2014

2 Enfoque Juridico

A Justiça paulista vem reconhe-cendo que são indevidos os des-

contos mensais feitos nos vencimentos dos beneficiários de complementação de aposentadoria (Plano 4819) dos ex-empregados da CESP. As novas decisões abrangem centenas de apo-sentados da CESP, que se encontram nesta situação. O escritório Innocen-ti Advogados Associados atuou em muitas ações judiciais com sentenças favoráveis ao direito dos aposentados.

Segundo a advogada Karina Pen-na Neves, sócia responsável por esses processos no escritório, as decisões judiciais determinam que a CTEEP restitua com juros e correção mone-tária e também a imediata cessação dos descontos incidentes sobre os pro-ventos dos aposentados vitoriosos.

Importante alertar que o período

alcançado pela prescrição poderá ser de até 20 anos de contribuição, desde que a ação de restituição das contri-buições seja ajuizada na Justiça Cível.

“Além de conseguir a devolução corrigida da restituição indevida, o reclamante pode obter com a de-terminação judicial um aumento do benefício da complementação de apo-sentadoria, já que não haverá mais o desconto”, explica.

Karina Penna Neves afirma, ain-da, que a tendência do Judiciário de reconhecer e garantir o direito dos apo-sentados já se consolida como jurispru-dência sobre o tema. “Isso abre cami-nho para outras ações semelhantes de aposentados na mesma situação”, diz a advogada, lembrando que a situação também se aplica às pensões pagas aos dependentes dos beneficiários falecidos.

O escritório Innocenti Advoga-dos Associados está propondo

ações de aposentados egressos do Banco Nossa Caixa (BNC) plei-teando o direito de optarem pelo plano de saúde da CASSI (Plano de Associados), patrocinado pelo Banco do Brasil (BB). O Banco do Banco do Brasil incorporou o Ban-co Nossa Caixa, no entanto, tem restringido seu plano de saúde ofe-recido pela CASSI a seus aposenta-dos. Assim, há discriminação em relação aos egressos do BNC. “O Banco do Brasil não pode conceder tratamento e benefícios distintos aos seus funcionários (ativos e ina-tivos) e aos aposentados egressos de bancos que incorporou, como é o caso dos funcionários da Nossa Caixa”, afirma a advogada Vivian Cavalcanti de Camilis, sócia do In-nocenti Advogados Associados.

A advogada esclarece que o Banco do Brasil incorporou várias instituições, de diversos Estados e regiões, cada uma com suas pe-culiaridades e regimes funcionais diferenciados. Segundo ela, podem ser propostas ações individuais diretamente contra o banco, pois compete ao Banco do Brasil asse-gurar aos aposentados egressos os direitos outorgados aos seus apo-sentados. “Os aposentados têm que se cercar de todas as possibilidades de direito. Até porque hoje a Jus-tiça é muito dinâmica”, comenta. Ela explica, ainda, que em ações individuais se reivindica a conces-são de tutela antecipada, a fim de garantir que a sentença favorável seja cumprida imediatamente.

O Banco do Brasil e Economus devem restabelecer o índice de

reajuste salarial de 7,5% concedi-do em 2010 sobre os benefícios dos funcionários aposentados do Banco Nossa Caixa (BNC). A determinação é da juíza Maria Tereza Cava Rodri-gues, da 47ª Vara do Trabalho de São Paulo, que julgou parcialmente pro-cedente a ação coletiva movida pela AFACEESP (Associação dos Funcio-nários Aposentados e Pensionistas do Banco Nossa Caixa) contra o Banco do Brasil e Economus – Instituto de Seguridade Social.

Segundo Vivian Cavalcanti de Ca-milis, a advogada da AFACEESP, que é sócia da área trabalhista do Inno-centi Advogados Associados, o Banco do Brasil e o Economus concederam em 2010 reajuste de 7,5% aos aposen-tados do BNC (reajuste concedido aos ativos do BB). No entanto, em julho de 2011 informaram que o reajuste estava equivocado e reduziram para 4,29% ou a concessão de aumento no impor-te de R$ 393,75. “Essa prática pelas empresas comprova a discriminação realizada pelo Banco do Brasil aos apo-sentados do BNC”, destaca a advogada.

Justiça condena CTEEP a restituir 2% a aposentados

Assistência médica

Aposentados obtêm reajuste igual dos ativos

3 Enfoque Juridico

Em abril de 2014 quem tinha certificado digital (e--cpf) encontrava no site da Receita Federal sua de-

claração de Imposto de Renda praticamente preenchida. Bastava só completar os campos com os valores a serem declarados. Entre 2015 e 2016, a Receita enviará para o contribuinte a declaração praticamente preenchida. Isso porque cada vez mais a Receita vem se utilizando de cruzamento de informações, como dados bancários, compra de bens e declaração de IR retido na fonte, entre outros. Assim, cada vez mais, é necessário controlar e planejar todas as atividades financeiras durante o ano para que não haja divergência de informações. Somente assim é reduzido o risco de cair na malha fina.

O primeiro passo é declarar todos os tipos de rendi-mentos recebidos: salário, pagamentos feitos de pessoas físicas e jurídicas, aplicações financeiras, investimento, poupança e aluguéis, entre outros. O contribuinte deve estar sempre atento ao declarar os valores dos rendimen-tos recebidos durante o ano, seja de pessoas físicas ou jurídicas. É preciso declarar corretamente nos campos indicados o Imposto de Renda recolhido ou o imposto retido na fonte. Deve-se tomar cuidado de declarar os valores em seus devidos campos e distinguir os que po-dem ser considerados isentos ou não tributáveis.

O planejamento, controle dos rendimentos e gastos/despesas devem ocorrer durante todo o ano-calendário. Estratégias devem ser traçadas na aquisição ou venda de bens como imóveis e veículos, entre outros. No caso de compra, é importante que o contribuinte tenha lastro para a aquisição desses bens, pois é preciso haver uma equivalência entre o patrimônio declarado e os rendi-mentos recebidos que estão sendo declarados ou que já foram declarados anteriormente. No caso da venda de bens, existem alguns dispositivos legislativos que per-mitem a redução do imposto a pagar sobre o ganho de capital ou até mesmo a isenção.

O segundo passo, com relação às despesas/gastos de-dutíveis, deve-se guardar toda documentação que com-prove as despesas que dão direito ao abatimento desses gastos na apuração do IRPF a recolher ou a restituir tais como: recibos de pagamento para planos de saúde, médicos particulares, dentistas, psicólogos, fisioterapeu-

tas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, hospitais, exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias ou qual-quer outro gasto relacionado com tratamentos médicos, mesmo que realizado no exterior, recibos de gastos com educação, seja do titular ou dos dependentes (creche, educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, curso superior, cursos de especialização e profissionali-zantes), contribuição a previdência social e a previdên-cia privada (no caso PGBL e FAPI), e mais alguns itens conforme o caso.

Com relação à inclusão de dependentes e alimentan-dos, deve-se tomar cuidado. Existem regras como a ida-de dos filhos. Quem recebe pensão alimentícia não deve constar no rol de dependentes, pois o contribuinte esta-ria se beneficiando duas vezes. Os rendimentos devem ser declarados. Portanto, é necessário avaliar se vale a pena incluir um dependente que já recebe rendimentos ou não.

Em determinados casos a Receita Federal impõe um limite de dedução, como no de gastos com educação. Caso o contribuinte se sinta lesado por essa restrição, é possível entrar com uma medida judicial pleiteando a dedução integral da despesa ocorrida.

No terceiro passo, o contribuinte deve avaliar qual tipo de declaração é mais vantajosa para ele: a completa ou a simplificada. E ainda pode optar por realizar doa-ções para entidades que tragam algum benefício social.

Apontamos apenas alguns dos itens que devem ser considerados no planejamento anual para o correto preenchimento da DIPF em 2015. Dessa forma, o con-tribuinte certamente evitará cair na malha fina. De-pendendo da situação, poderá recolher menos imposto do que vinha recolhendo ou, em caso de restituição, conseguirá um valor mais significativo em comparação com anos anteriores. Uma vez que o fisco vem inovan-do tecnologicamente com os cruzamentos de informa-ções entre os entes federativos e instituições financeiras, o contribuinte deve estar sempre atento e planejando constantemente seus rendimentos e gastos, principal-mente aqueles que possuem vários tipos de bens e rendi-mentos, como empresários, produtor rural e detentor de imóveis de aluguel, entre outros.

Contribuinte deve sempre planejar e evitar malha fina

LEONEL DIAS ESPÍRITO SANTO, contabilista e advogado, integra a equipe de direito tributário do Innocenti Advogados Associados ([email protected])

4 Enfoque Juridico

É regra no Direito que os contratos fazem lei en-tre as partes contratantes. No caso dos con-

tratos de compra e venda de imóveis na planta, as obrigações das partes são recíprocas e se traduzem de forma simplificada na obrigação do comprador de pagar o preço e do vendedor de realizar a obra no prazo pactuado.

Recentemente, é possível perceber uma enxur-rada de ações judiciais contra construtoras objeti-vando principalmente o cumprimento do contrato, com a entrega do imóvel, e também uma reparação econômica aos adquirentes. A motivação de tais ações é o descumprimento dos contratos pela não entrega dos imóveis no prazo pactuado, descum-primento este que na maioria das vezes se mostra injustificado à luz da lei e do contrato.

Em linhas gerais, quando uma das partes con-tratantes descumpre o pactuado no contrato nasce para a outra parte (prejudicada) a possibilidade de suspender o cumprimento de sua obrigação e também de exigir uma reparação pelos danos sofri-dos. Nesse ponto, ressalte-se que a não entrega do imóvel dentro do prazo acordado reflete um enor-me problema para o adquirente, muitas vezes sem solução imediata. Afinal, são casos de pessoas que confiaram numa relação obrigacional para exercer o direito a moradia e demais direitos atrelados ao domínio do imóvel, mas com o inadimplemento da obrigação (não entrega do imóvel) se encontram sem saída, e buscam na Justiça o equilíbrio perdi-do da relação contratual.

Contudo, a existência do processo está longe de ser uma garantia do efetivo exercício do direito do adquirente prejudicado. Muito embora o Judi-ciário tenha se mostrado contra justificativas de construtoras para a não entrega da obra dentro do prazo pactuado, desconsiderando alegações

como ausência de mão de obra, excesso de chu-vas e morosidade do Poder Público na liberação de licenças dos empreendimentos, na maioria dos casos as decisões de primeira instância favoráveis aos adquirentes são objeto de recurso. As constru-toras demonstram grande irresignação contra as decisões que, por exemplo, concedem aos adqui-rentes o direito de receber indenização pelo atra-so da obra e pela impossibilidade de utilização do imóvel adquirido.

Questões que refletem o posicionamento majori-tário adotado pelo Poder Judiciário, como os direi-tos dos adquirentes ao recebimento de multa pelo atraso na entrega da obra e também da nulidade de cláusulas contratuais de tolerância para o atraso na entrega do imóvel, já estão sendo definidas no Congresso. A proposta, que depende da votação em plenário do Senado para virar lei, obriga a empre-sa incorporadora a pagar multa se atrasar mais de seis meses para entregar os imóveis comprados na planta. O substitutivo do projeto de lei aprovado (PL 178/11) prevê ao construtor uma multa de 1% do valor do imóvel até então pago pelo comprador a partir de 180 dias de atraso na entrega das chaves, e mais a multa de 0,5% a cada mês de atraso.

Entretanto, ficou de fora a previsão de medidas judiciais mais contundentes contra as construto-ras e que objetivem o real cumprimento do con-trato com a entrega do imóvel. Poderia haver, por exemplo, a aplicação de multa diária à construtora quando restar comprovada sua inadimplência con-tratual. O projeto de lei representa um avanço no trato dos direitos dos adquirentes de imóveis na planta, porém, um tanto comedido na previsão de medidas legais que poderiam se mostrar verdadei-ramente eficazes para atingir o seu real objetivo: a entrega do imóvel.

Comprador de imóvel deve ser indenizado em caso de atraso na entrega

PLINIO RICARDO MERLO HYPÓLITO, advogado da área cível do Innocenti Advogados Associados, especialista em direito condominial e imobiliário ([email protected])

5 Enfoque Juridico

No Brasil, no passado, os trabalhadores de um modo em geral não tinham a cultura de in-

vestimento em fundos ou ações. Popularmente, as pessoas costumavam acumular suas economias em cadernetas de poupança. Na década de 1960, o Go-verno através de diversas normas (Leis, Decretos--Leis e Leis em geral) começou a incentivar os tra-balhadores devidamente registrados a investirem parte do seu FGTS, bem como através do Fundo 157 criado pelo Decreto-Lei 157/67 a converter parte do Im-posto de Renda devido à época em aquisição de ações e investi-mento em fundos de aplicações.

Os fundos foram criados com a finalidade de estimular os contribuintes a destinarem parte do IR devido à compra de ações de empresas que aten-dessem a certos requisitos, como forma de fomentar o mer-cado de capitais brasileiro.

Esses fundos foram adminis-trados por instituições financei-ras que usavam os recursos dos contribuintes para investir em ações, que foram incorporados por Fun-dos Mútuos de Investimento em Ações. Portanto, embora não existam mais, os recursos que não fo-ram resgatados permanecem aplicados e podem ser reclamados por seus donos. Em muitos casos, esses valores não foram recuperados pelos investidores originais. Dessa forma, ainda hoje muitos investi-dores podem ter valores acumulados em algum des-ses ativos financeiros criados no passado.

Assim, a pessoa que à época investiu na com-pra de ações e ou em algum fundo de investimen-to entre as décadas de 1960 a 1990 pode ainda ter

quantias a receber das quais nem se deu conta, por esquecimento ou pensando estar perdido pelo tempo já decorrido. Os investidores originais, ou mesmo no caso de falecimento do trabalhador investidor, os herdeiros dos bens, podem ainda exercer o direito de requerer esses valores que nem imaginam que podem existir.

Por meio de pesquisas e consultas nos devidos órgãos, é possível recuperar os valores investidos

à época. O procedimento de consulta e até mesmo de re-cuperação desses valores pode ocorrer por meio de processo administrativo na maioria dos casos, e em alguns casos extre-mos, via medida judicial.

Os contribuintes investi-dores devidamente registra-dos e formalizados, sejam em empresas privadas e ou em empresas públicas ou de eco-nomia mista, podem e devem, por meio de especialistas, rea-lizar uma consulta junto aos

devidos órgãos e obter maiores informações sobre a possibilidade e quais os meios de recuperação dos referidos valores.

É preciso prestar atenção na correta apresen-tação das informações dos valores a serem recu-perados nas Declarações de Imposto de Renda, bem como, no caso de herança, tomar os devidos cuidados nas informações a serem incluídos em inventário. E, por fim, lembrar que mesmo aque-les que já conseguiram resgatar esses valores, me-diante análise do período de resgate e dos valores resgatados, podem contestar a forma e os índices utilizados na atualização dos valores resgatados.

Investidores em fundos de ações dos anos 60 a 90 podem recuperar valores investidos

LEONEL DIAS ESPÍRITO SANTO, contabilista e advogado, integra a equipe de direito tributário do Innocenti Advogados Associados ([email protected])

Investidores ouherdeiros dos bens

ainda podemrequerer os valores que nem imaginam

existir

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