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Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão Região Sul 1 Educação ambiental e desenvolvimento comunitário: perspectiva interdisciplinar Luciane Vanessa Mendes Horst Universidade Estadual do Centro-Oeste [email protected] Cristina Ide Fujinaga Universidade Estadual do Centro-Oeste [email protected] Alcir Humberto Rodrigues Sesi/Irati e Instituto Federal do Paraná IFPR [email protected] RESUMO O presente artigo é resultado de um debate teórico a cerca da relação entre a Educação Ambiental e o desenvolvimento comunitário, baseado nos pressupostos da interdisciplinaridade. Os problemas decorrentes do atual modelo de globalização hegemônica são inúmeros, afetando diretamente a qualidade de vida social e ambiental das comunidades. Neste sentido, propomos a reflexão de que, a Educação Ambiental, a partir de estímulos de organização e participação comunitária, pode contribuir para o seu desenvolvimento. Consideramos a Educação Ambiental e o desenvolvimento comunitário passíveis de serem discutidos no âmbito de diferentes áreas do conhecimento, haja vista a complexidade dos mesmos. Sua abordagem interdisciplinar permite a apropriação de novas formas de relacionamento entre a comunidade e o meio ambiente. PALAVRAS-CHAVE: desenvolvimento comunitário, interdisciplinaridade, Educação Ambiental ABSTRACT This article is the result of a theoretical debate about the relationship between environmental education and community development, based on the assumptions of interdisciplinary. The problems arising from the current model of hegemonic globalization are many, directly affecting the quality of social life and environmental communities. In this sense, we propose that reflexed, the Environmental Education from stimuli community organization and participation, can contribute to its development. Consider environmental education and community development that can be discussed within different areas of knowledge, considering the complexity of the same. His interdisciplinary approach allows the appropriation of new forms of relationships between the community and the environment. 1. INTRODUÇÃO O mundo passa por uma crise social e ambiental. A racionalidade cientifica, a lógica produtivista e o consumo exacerbado aos quais estamos condicionados (SANTOS, 1988) têm contribuído de modo significativo à degradação do meio ambiente. Também preocupantes são os resultados apresentados pelos Relatórios de Desenvolvimento Humano, os quais apontam a enorme desigualdade social presente entre nações ou no interior destas.

Educação ambiental e desenvolvimento comunitário ... · do atual modelo de globalização hegemônica são inúmeros, afetando diretamente a qualidade de vida social e ambiental

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na Pesquisa e na Extensão – Região Sul

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Educação ambiental e desenvolvimento comunitário: perspectiva interdisciplinar

Luciane Vanessa Mendes Horst Universidade Estadual do Centro-Oeste – [email protected]

Cristina Ide Fujinaga Universidade Estadual do Centro-Oeste – [email protected]

Alcir Humberto Rodrigues Sesi/Irati e Instituto Federal do Paraná – IFPR – [email protected]

RESUMO

O presente artigo é resultado de um debate teórico a cerca da relação entre a Educação Ambiental e o

desenvolvimento comunitário, baseado nos pressupostos da interdisciplinaridade. Os problemas decorrentes

do atual modelo de globalização hegemônica são inúmeros, afetando diretamente a qualidade de vida social

e ambiental das comunidades. Neste sentido, propomos a reflexão de que, a Educação Ambiental, a partir de

estímulos de organização e participação comunitária, pode contribuir para o seu desenvolvimento.

Consideramos a Educação Ambiental e o desenvolvimento comunitário passíveis de serem discutidos no

âmbito de diferentes áreas do conhecimento, haja vista a complexidade dos mesmos. Sua abordagem

interdisciplinar permite a apropriação de novas formas de relacionamento entre a comunidade e o meio

ambiente.

PALAVRAS-CHAVE: desenvolvimento comunitário, interdisciplinaridade, Educação Ambiental

ABSTRACT

This article is the result of a theoretical debate about the relationship between environmental education and

community development, based on the assumptions of interdisciplinary. The problems arising from the

current model of hegemonic globalization are many, directly affecting the quality of social life and

environmental communities. In this sense, we propose that reflexed, the Environmental Education from

stimuli community organization and participation, can contribute to its development. Consider

environmental education and community development that can be discussed within different areas of

knowledge, considering the complexity of the same. His interdisciplinary approach allows the appropriation

of new forms of relationships between the community and the environment.

1. INTRODUÇÃO

O mundo passa por uma crise social e ambiental. A racionalidade cientifica, a lógica

produtivista e o consumo exacerbado aos quais estamos condicionados (SANTOS, 1988) têm contribuído de

modo significativo à degradação do meio ambiente. Também preocupantes são os resultados apresentados

pelos Relatórios de Desenvolvimento Humano, os quais apontam a enorme desigualdade social presente

entre nações ou no interior destas.

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Esses fatos, abrangendo ainda outras dimensões, são temas de debate da Educação Ambiental,

sendo que, o Índice de Desenvolvimento Humano de alguns países, principalmente daqueles considerados

mais pobres, tendem a piorar caso não sejam tomadas medidas rápidas e eficazes perante a situação

ambiental do Planeta (PNUD, 2011)

Os meios de produção, principalmente, sofreram transformações, modificando as relações entre

a sociedade e a natureza, passando de técnicas produtivas simples e naturais para artificiais. Isto representa

a lógica global, sendo que a natureza e o trabalho humano perdem sua importância, são inferiorizados pela

tecnicização (SANTOS, 1996). A humanidade, nesta perspectiva, utiliza seu espaço numa intensa dinâmica

produtiva, transformando e sendo transformado por seu meio ao longo de um processo histórico, na medida

em que adquire técnicas, as quais aceleram essas mudanças.

A consequência é que a relação sociedade/meio passa por transformações, muita delas

resultando em prejuízos. Resultados negativos consequentes da ação antrópica sobre o meio são facilmente

observados em diversas comunidades. Problemas como o lixo, destruição da fauna e flora, violência,

depredação do patrimônio, fome e miséria, dentre outros aspectos tornam visíveis a desarmonia. E estas são

situações que concernem ao trabalho da Educação Ambiental, apesar de, ainda muitas pessoas associarem o

meio ambiente apenas aos aspectos naturais, excluindo os homens, as mulheres, as cidades, o campo, a

pobreza desse conceito.

Diante da necessidade de que, se não promovermos a sensibilização da humanidade quanto a

importância de valorizar o meio em que vivemos - a partir de ações que conduzam a um desenvolvimento

sustentável, de indivíduos com uma perspectiva política, compreendendo a sua realidade e lutando por

melhores espaços, percebendo-se como parte do meio - corremos o risco da própria destruição humana.

Reconhecemos a Educação Ambiental como prática a ser amplamente discutida e concretizada,

principalmente em comunidades que são afetadas por perturbações ambientais.

Contudo, o meio é complexo e seu entendimento deve fugir do reducionismo a que fomos

moldados. Fomentar uma visão ampla e integradora entre seres humanos e ambiente, aliando as dimensões

sociais, culturais, naturais, políticas e econômicas é relevante para que possamos refletir criticamente e

compreender as relações que formam a vida, instigando a construção de uma consciência ambiental e,

consequentemente, a mudança de atitudes e comportamentos. Isto pode, inclusive, levar ao desenvolvimento

comunitário, o que igualmente implica em intricadas reflexões e ações, uma vez que este deve ser pensado a

partir de uma concepção ampla e não apenas sob o viés do crescimento econômico.

Como acreditamos que problemas complexos exigem a percepção do fenômeno a partir de

distintas visões, a fim de (re)organizar o problema de estudo e propor saídas, indicamos a perspectiva

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interdisciplinar, relacionando-a à Educação Ambiental e às práticas comunitárias. Pretendemos discutir

teoricamente a importância da contribuição de pressupostos interdisciplinares na solução de problemas

ambientais e para o desenvolvimento comunitário, incentivando a população a buscar práticas que

transformem sua realidade, a partir do local, atingindo uma dimensão global.

2. DISCUSSÃO

2.1- Reflexões a cerca da Educação Ambiental: totalidade e interdisciplinaridade

O estado atual do mundo, marcado pela globalização hegemônica que visa cada vez mais a

produção e o lucro, caracterizado pela desigualdade social e degradação do meio ambiente é inaceitável. A

ciência, muitas vezes, acaba corroborando com este modelo dominante, a partir de uma racionalidade

ocidental, de compreensão limitada de mundo. A Revolução Industrial, o crescimento da população e

divisão do trabalho exigem técnicas que levam à maior produtividade e rapidez na transformação da

matéria-prima. É a lógica produtivista, a qual determina o trabalho humano e da natureza em benefício ao

crescimento econômico (SANTOS, 2002).

Maturana (2002) muito sabiamente explana a necessidade de aceitação e respeito por si e pelos

outros, aprendendo a valorizar o mundo onde vivemos e não negá-lo ou destruí-lo. Precisamos fomentar,

seja pela educação formal ou informal, uma relação de convivência harmônica e solidária com o meio, sem

negação e sem dominação. “Quero um mundo em que respeitemos o mundo natural que nos sustenta, um

mundo no qual se devolva o que se toma emprestado da natureza para viver” (MATURANA, 2002, p.34).

Neste sentido, a Educação Ambiental tem o intuito de fazer com que as comunidades percebam

os problemas ambientais que os cercam, sensibilizando-os e incentivando-os a buscar mudanças, de modo a

conciliar crescimento econômico e qualidade desse crescimento.

Há várias conceituações de EA, as quais passaram por reformulações. Uma delas, e que

julgamos bastante apropriada a este trabalho, foi preparada para a Conferência das Nações Unidas sobre

Meio Ambiente e Desenvolvimento, versão julho de 1991, que assim define:

A educação ambiental se caracteriza por incorporar as dimensões socioeconômica, política,

cultural e histórica, não podendo basear-se em pautas rígidas e de aplicação universal,

devendo considerar as condições e estágio de cada país região e comunidade sob uma

perspectiva histórica. Assim sendo, a educação ambiental deve permitir a compreensão da

natureza complexa do meio ambiente e interpretar a interdependência entre os diversos

elementos que conformam o ambiente, com vistas a utilizar racionalmente os recursos do

meio na satisfação material e espiritual da sociedade no presente e no futuro (...) O desafio

da educação ambiental, neste particular, é o de criar bases para a compreensão holística da

realidade. (DIAS, 1994, p. 27)

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No Capítulo 36 da Agenda 21 a Educação Ambiental é definida como o processo que busca:

“(...) desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas que lhes são associados. Uma população que tenha conhecimentos,

habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, individual e coletivamente,

na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos (...)” (BRASIL, 1996)

Para que essas atividades sejam efetivadas de modo transformador e busquem alternativas de

melhor qualidade de vida - sustentável - aos habitantes do planeta, e com a maior harmonia possível entre as

outras espécies, é indispensável que promovamos práticas constantes de sensibilização ambiental, no intuito

de pensar e compreender o meio ambiente em sua totalidade.

Não podemos correr o risco de reduzi-lo a um simples caráter naturalista, ligado exclusivamente

a árvores, plantas, rios ou animais. Ao adotarmos essa caracterização, caímos nas premissas do

reducionismo e fragmentação. As crises ambientais não absolutizam apenas a dimensão ecológica, mas abre-

se a um amplo aspecto de debates, dentre eles as práticas sociais.

Deste modo, refletir e compreender o conceito de meio ambiente se torna uma das primeiras

abordagens no trato às questões ambientais.

(...) O meio não é apenas o conjunto de elementos naturais, que interferindo continuamente uns nos outros, configuram as paisagens geográficas. O meio é algo mais do que isso. As

formas das estruturas econômicas e das estruturas sociais dos grupos humanos que habitam

os diferentes espaços geográficos também são partes dele. Considerando globalmente, o meio tanto compreende fatores de ordem física ou material, quanto fatores de ordem

econômica e social. (RUA et.al., 1993, p. 286)

Essa apreensão de ambiente nos permite vê-lo com um novo olhar, uma nova dimensão

interacionista entre sociedade/meio. Há complexidade e dinâmica neste processo, a partir da qual se

compreende que nem natureza, nem a humanidade assumem o papel de dominador ou dominado.

CARVALHO (2004) também explana a respeito da leitura estritamente naturalista que se faz de

meio ambiente, defendendo que suas outras dimensões também sejam abordadas. Segundo ela, esse

reducionismo é bastante influenciado pela mídia, uma vez que apenas os problemas de ordem ecológica são

abordados como ambientais. Assim, defende que estas questões sejam tratadas a partir da perspectiva

socioambiental, valorizando o ser humano como parte do ambiente, influenciador e influenciado por ele.

As relações ambientais, portanto, devem ser consideradas e analisadas nas atividades de

Educação Ambiental, de modo a promover um novo pensar e um novo olhar, entendendo que fatores

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econômicos, políticos, sociais, culturais, históricos ou naturais podem interferir no meio como um todo. É

uma teia de relações, onde um desequilíbrio qualquer em parte do sistema reflete em outros componentes.

O meio ambiente, portanto, representa muito mais que a plantação de árvores num jardim, ele é

complexo, dinâmico, envolvendo questões de escala local, regional, nacional e global, carecendo de uma

melhor apreensão de seu significado para que então possamos discutí-lo com mais clareza, elaborando ações

transformadoras.

Consideramos que as ações voltadas à Educação Ambiental são responsabilidade de todas as

áreas do conhecimento. Para que esta unicidade de saberes torne-se possível, precisamos romper

epistemologicamente com o conhecimento racionalista, mecânico e positivista geralmente, arraigado em

nossa prática. Tais pressupostos, desenvolvidos principalmente por atores como Dèscartes, Newton e Comte

(LUCK, 1994) levam-nos à fragmentação e “fechamento do saber”, sendo importante, pois, que enfrentemos

o desafio de superarmos a atomização das fronteiras entre o conhecimento e o racionalismo extremado,

assumindo uma postura interdisciplinar.

As especializações disciplinares, ou a separação das ciências em disciplinas, tornam-nas

fechadas, impedindo o aprender do global e constituindo um verdadeiro quebra-cabeça do saber (MORIN,

2002). Nesses casos, as interações entre as disciplinas, são invisíveis, correspondendo a resquícios do

fordismo, que buscava a especialização e a setorização do trabalho.

Destacamos, contudo, que a efetivação de práticas interdisciplinares não se resume somente à

integração de ciências e conteúdos. Esta concepção compreende a ação de troca e de diálogo entre as

diferentes áreas do conhecimento, mas não significa apenas isto. Sua postura é muito mais ampla e

complexa do que esta simples junção das ciências. Implica em transformações, no resgate de autenticidade,

de confiança, numa atitude educacional humanística e de cooperação, convergindo em esforços para uma

concepção mais abrangente de educação, conhecimento e indivíduo, que se caracteriza pela:

ousadia da busca, da pesquisa, é a transformação da insegurança num exercício do

pensamento, num construir. A solidão dessa insegurança individual que vinca o pensar

interdisciplinar pode transmutar-se na troca, no diálogo, no aceitar o pensamento do outro. Exige a passagem da subjetividade para a intersubjetividade. (FAZENDA, 1991, p. 18)

Reiteramos, no entanto, que há muita confusão a respeito do significado da interdisciplinaridade

(SANTOMÉ, 1998). Esta não pode ser adotada sem reflexão, sem se compreender o que realmente se está

fazendo. Pois, muitas vezes, corre-se o risco de fazer algo que se denomina de interdisciplinaridade, mas que

não passam de ações multi ou pluridisciplinares.

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A compreensão superficial da prática interdisciplinar, quando não instrumentalizada a partir de

princípios de unidade e intensa reciprocidade, nos propõe ações que dificilmente rompem com as

concepções positivistas e decarto-newtonianas. O sentido, mais uma vez, constitui no estabelecimento de

um plano que possibilite a reflexão e superação destes, pois, se assim não se proceder, tal prática

possivelmente se limite a uma mera “justaposição arbitrária de disciplinas e conteúdos” (FRIGOTTO, 1993,

p. 71).

Dentre as terminologias sugeridas e comentadas por alguns autores (SANTOMÉ, 1998;

JAPIASSU, 1976), destacamos a mais divulgada, proposta por Erich Jantsch que, referindo-se às várias

formas de relações disciplinares, deste modo as assinalam:

Disciplina – Refere-se à ordem conveniente a um funcionamento regular. Significa também

matéria ou campo de conhecimento que se destaca para fins de estudo e aquisição de conhecimentos

específicos.

Multidisciplinaridade – promove-se o contato entre disciplinas - as quais não demonstram ter

relações visíveis entre si - mas somente numa perspectiva de justaposição. Neste caso não se promove a

condução nem promoção de vínculos e comunicação entre as mesmas. Ex.: Química + Literatura.

Pluridisciplinaridade – da mesma forma como descrevemos no enfoque anterior, há somente a

justaposição de disciplinas, mas desta vez elas são próximas, situadas num mesmo domínio do

conhecimento. Isto permite a troca de informações com as mesmas, facilitando a discussão de situações

semelhantes. Contudo, este tipo de relação ainda não é a desejável, apesar de hierarquicamente falando, estar

mais avançada que a multidisciplinaridade. Ex.: Biologia + Química.

Interdisciplinaridade propriamente dita - para Jantsh, implica uma inter-relação intrínseca entre

um grupo de disciplinas estabelecidas a partir da cooperação entre elas. Considera-se o caráter global como

influenciador da proposta, sendo que conceitos e metodologias são compartilhados. Ex.: Matemática +

História + Geografia...

Transdisciplinaridade - Nível mais elevado de relações, no qual a coordenação entre disciplinas

e interdisciplinas acontece de tal maneira que há a inovação de uma nova macrodisciplina, situada num nível

em que as limitações desaparecem. Ex.: Biofísica.

Ao estabelecermos a interdisciplinaridade perante um bom entendimento de seus pressupostos,

estaremos favorecendo o exercício da cidadania, a partir da interpretação e intervenção nos complexos

problemas sociais, “de modo a permitir ao mesmo tempo uma melhor compreensão da realidade e do

homem como ser determinante e determinado” (LUCK, 1994, p. 60).

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A maioria das questões de nosso cotidiano são interdisciplinares, exigem sua análise a partir de

diferentes perspectivas, direcionando a explicações conjuntas de diferentes áreas do conhecimento,

instigando um pensamento político e atuante do indivíduo. Assim, em 1972, durante a Conferência das

Nações Unidas Sobreo meio Ambiente, realizada em Estocolmo, foi indicado que a prática da Educação

Ambiental deve focar uma visão holística da realidade, buscando a prática interdisciplinar.

É proeminente, pois, que pensemos mais atentamente nas questões interdisciplinares,

principalmente as relacionadas à esfera ambiental, pois esta exige reflexão a partir de vários olhares, tendo

estes de serem, polivalentes na constatação e busca por problemas detectados. A filosofia, a História, A

Geografia, a Biologia, entre tantas outras disciplinas, podem se unir na construção de respostas e soluções

aos desafios ambientais. Afirma Dias ( 1994, pág. 83), que “O fator mais importante que contribui para a

especificidade da EA é, sem dúvida, sua ênfase na resolução de problemas práticos que afetam o meio

ambiente humano.” E ainda acrescenta: “disso deriva outra característica fundamental da EA, a abordagem

interdisciplinar, que considera a complexidade dos problemas ambientais e a multiplicidade dos fatores

ligados a eles”.

CARVALHO (2004) também defende sistematicamente a adoção de uma postura

interdisciplinar no trabalho de Educação Ambiental. Os resultados de desarranjos de processos ambientais

provenientes de impactos causados pela má interação sociedade/meio, não se resumem em conhecimentos

isolados. Ao contrário, eles podem e devem ilustrar o fato de que a vida humana depende de processos

complexos, interconectados, de larga escala, que não podem absorver uma quantidade ilimitada de abusos.

A interdisciplinaridade, nesse sentido e enquanto pressuposto da Educação Ambiental, não é

um princípio epistemológico para legitimar determinados saberes e relações de poder hierarquizadas entre ciências (...). É uma prática intersubjetiva que associa conhecimentos

científicos e não científicos o racional com o intuitivo, o cognitivo com o sensorial,

buscando a construção de objetos de conhecimento que se abram para novas concepções e compressões do mundo (natural estrito senso e histórico) e para construção do sujeito

integral. (LOUREIRO, 2004, p. 76)

Neste sentido direcionamos os estudos ambientais de forma interdisciplinar, trabalhando com a

concepção aglutinadora de realidade, conexa, na qual as situações estão interligadas, não sendo composta

apenas por partes isoladas.

Trabalhando interdisciplinarmente, os indivíduos podem compreender essa interligação, pois

percebem que o meio não constitui objeto de estudo de apenas uma área do conhecimento. Toda a

comunidade deve ter esse comprometimento.

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Não adianta apontar um meio ambiente dinâmico, complexo e conexo, quando não o refletimos a

partir da interação entre as ciências, pois, assim, acabamos caindo novamente num reducionismo

epistemológico.

2.2-Considerações sobre o Desenvolvimento e Desenvolvimento Comunitário

O desenvolvimento constitui um dos eixos de ação da Organização das Nações Unidas, junto a

assuntos como a manutenção da paz e dos direitos humanos. Este é medido a partir do Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH), o qual considera as dimensões do bem-estar humano como centro desse

processo, analisando três indicadores: renda, educação e longevidade. O objetivo da criação do IDH foi o de

oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB), que considera

apenas a dimensão econômica do desenvolvimento.

O conceito de desenvolvimento tem passado ao longo dos últimos cinquenta anos, por algumas

reformulações. Isto porque, durante muito tempo, havia um direcionamento deste apenas ao crescimento

econômico. O crescimento econômico é uma das dimensões necessárias para se chegar ao

desenvolvimento, mas não a única.

A idéia simplista de que o crescimento econômico por si só bastaria para assegurar o

desenvolvimento foi rapidamente abandonada em proveito de uma caracterização mais

complexa do conceito, expressa pelas adições sucessivas de epítetos: econômico, social, cultural, naturalmente político, depois viável [sustainable] , enfim, último e recente

acréscimo, humano, significando ter como objetivo o desenvolvimento dos homens e das

mulheres em lugar da multiplicação das coisas. (SACHS, I., 1998, p. 150)

Percebemos o quão complexo é o conceito de desenvolvimento, aliando uma série de dimensões

na sua efetivação. Refletindo sobre a situação atual do Planeta, é possível assegurar que ainda falta muito,

para que atinjamos o desenvolvimento pretendido. É nítido um rápido crescimento econômico, mas que não

assegura a prosperidade humana. Ao contrário, esta tem-se tornado geradora de problemas sociais e

ambientais.

Relatórios de Desenvolvimento humano produzidos pelo Programa de Desenvolvimento das

Nações Unidas (PNUD) deixam claro que, nem todos os países têm conseguido avanços a nível de

desenvolvimento. Ao contrário, em muitas nações a pobreza e a desigualdade na distribuição de renda

aumentam, mesmo em locais onde houve crescimento econômico. Isto comprova que, este último não

proporciona, muitas vezes, a melhora das condições humanas. Acaba beneficiando apenas os mais

abastados.

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Ao longo dos anos 90, um número sem precedente de países andou para trás em vários

aspectos do desenvolvimento humano: em 46 países as pessoas estão mais pobres hoje do que estavam em 1990, em 25 países há mais pessoas passando fome atualmente do que há

uma década. (PNUD, 2004, p. 02)

Concordamos com Sachs (2008), quando explana que a igualdade, a equidade e a solidariedade

devem estar inclusas no conceito de desenvolvimento. Desta forma, poderíamos ter uma sociedade menos

egoísta e menos competitiva, menos visante do lucro buscado a todo custo, o que tem implicado na

exploração humana e ambiental.

Cada vez mais as pessoas tem-se tornado altruístas, isoladas, desconsideram os sentimentos

perante seus semelhantes e o meio. Enquanto muitos são desprovidos de oportunidades de vida descente,

com o mínimo necessário, há aqueles que se beneficiam dessas condições, concentrando a riqueza em suas

mãos. Como descreve Maturana (2002), o caminho para uma transformação, para uma nova relação de

respeito entre os seres humanos e entre eles e o ambiente é o amor. Pois, enquanto estivermos atrelados ao

poder e à dominação, à competição com o meio que nos cerca, este entendimento será utópico. Seremos

pessoas mecânicas, frias, alienadas ao consumo.

Tomando por base as considerações de Hammarskjöld (1975), o desenvolvimento deve partir de

cada sociedade, de acordo com suas aspirações e anseios. A comunidade internacional tem a

responsabilidade de garantir condições para esta auto-suficiência. Contudo, através da cooperação e atuação

conjunta, cada comunidade deve buscar garantir os direitos básicos necessários ao desenvolvimento.

Historicamente, os seres humanos sempre fizeram parte de uma comunidade, englobando

práticas de interdependência e colaboração. É na comunidade que as pessoas se organizam e criam

mecanismos de cooperação, a fim de atingirem objetivos comuns. Contudo, a partir da própria crise da

modernidade, o individualismo fez com que muitos se isolassem deste lugar confortável e aconchegante

(BAUMAN, 2003).

A partir destes pressupostos, inserimos a discussão de desenvolvimento comunitário, cuja

efetivação teve inicio após a Segunda Guerra Mundial (FRAGOSO, 2005) e sofreu influência de várias

correntes ideológicas. Inicialmente este partia de soluções prontas para os problemas em questão, sendo até

1970 fortemente influenciado pela iniciativa estatal. Mais tarde, ganha uma nova roupagem, com a atuação

da própria comunidade na resolução de conflitos, instigando o autodesenvolvimento.

Baseados na conceituação de desenvolvimento anteriormente descrita, pressupomos que o

desenvolvimento comunitário deve instigar não apenas o crescimento econômico da comunidade, mas de

várias dimensões, sejam elas sociais, políticas, ambientais, culturais.

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Na execução de projetos deste tipo pode haver a cooperação de diferentes agentes, tais como a

sociedade, o Poder Público, e empresariado, organizações diversas. Contudo, todos devem levar à

comunidade a consciência de que o desenvolvimento é possível pelo esforço conjunto da comunidade e que

este deve acontecer como um todo, não apenas a partir de alguns de seus membros (SINGER, 2004),

beneficiando a todos.

Parece nítido que a adoção de um projeto de desenvolvimento comunitário já estabelecido,

pronto, dificilmente teria resultados satisfatórios. Isto porque cada comunidade apresenta relações

socioculturais diferenciadas, as quais devem ser reconhecidas e incorporadas ao projeto. Assim, é importante

que seja feito um estudo prévio da comunidade instigando a compreensão dos seus anseios, que recursos

humanos, culturais e materiais eles possuem e que podem auxiliar na melhoria da qualidade de vida, dentre

outras investigações. Deste modo é possível que se atinja o desenvolvimento pretendido, fortalecendo o

senso de identidade local e a qualificação para o exercício de novas práticas de gestão.

A enorme diversidade das configurações socioeconômicas e culturais, bem como das

dotações de recursos que prevalecem em diferentes micro e mesorregiões, excluem a

aplicação generalizada de estratégias uniformes de desenvolvimento. Para serem eficazes,

estas estratégias devem dar respostas aos problemas maus pungentes e às aspirações de cada comunidade(...) para tanto, deve-se garantir a participação de todos os atores envolvidos

(trabalhadores, empregadores, o Estado e a sociedade civil organizada) no processo de

desenvolvimento. Daí a importância do planejamento territorial nos níveis municipal, microrregional e mesorregional, de forma a reagrupar vários distritos unidos pela identidade

cultural e por interesses comuns. (SACHS, 2008, p. 61)

Reconhecemos, desta forma, a necessidade de incorporar os saberes locais e do senso comum na

construção de conhecimentos e práticas da comunidade no seu desenvolvimento, mais especificamente no

desenvolvimento da Educação Ambiental. Cabe a nós, captarmos e interagirmos com os fenômenos, numa

relação recíproca e contínua.

2.3- Relacionando Educação Ambiental e Desenvolvimento comunitário numa perspectiva

interdisciplinar

Pressupomos que nem a Educação Ambiental nem o desenvolvimento comunitário são assuntos

que tangem à responsabilidade de uma única área do conhecimento.

Não são, por exemplo, apenas os geógrafos ou os biólogos responsáveis pela degradação

ambiental, nem tão pouco apenas os economistas os culpados pela desigualdade social ou pela má

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distribuição de riquezas mundiais. Desta forma, parece-nos evidente que tais assuntos sejam abordados a

partir da perspectiva da interdisciplinaridade.

O desenvolvimento comunitário envolve uma grande quantidade de atores no seu planejamento

e execução, o que pode ser beneficiado a partir da adoção de uma postura interdisciplinar. Isto é amplamente

verificado, a partir da bibliografia consultada, na área da saúde, na qual segundo MATOS, PIRES E

SOUZA (2009) a interdisciplinaridade pode proporcionar um trabalho mais integrado, favorecendo a

qualidade do trabalho, do usuário e dos próprios trabalhadores.

Acreditamos ser possível direcionar essas colocações ao trabalho interdisciplinar no campo da

Educação Ambiental voltada ao desenvolvimento comunitário. Isto porque a interdisciplinaridade pode

abordar diferentes situações, articulando saberes e gerando uma ação comum, valorizando o conhecimento e

as atribuições de cada categoria profissional. Neste sentido, como defende), a interdisciplinaridade torna-se

uma filosofia de trabalho que entra em ação na hora de encarar problemas e questões que preocupam a

sociedade (SANTOMÉ, 1998)

Como fora explanado no decorrer deste trabalho, há inúmeras preocupações relacionadas à

degradação ambiental presentes nas comunidades locais. O esforço de diferentes profissionais, atuando na

organização comunitária, pode constituir a diferença para um trabalho efetivo, de promoção da cidadania e

luta pelos direitos ambientais, garantindo um desenvolvimento mais justo. Pode-se propor novas formas de

relacionamento entre comunidade e meio ambiente.

Não apenas a comunidade envolvida, mas os próprios profissionais engajados nesta prática

podem sentir a necessidade de buscar novos conhecimentos, além de sentirem mais segurança, pois na

execução de uma tarefa têm o respaldo de outros profissionais, buscando coletivamente os mesmos

objetivos.

Consideramos que a dinâmica de uma comunidade é fortemente influenciada por fatores

ambientais, haja vista a intensa relação entre eles. A comunidade precisa se perceber como parte integrante

do meio, sendo este decisivo no seu desenvolvimento. Em ações de desenvolvimento comunitário, neste

caso especificamente envolvendo ações de ordem ambiental, a interação interdisciplinar de seus atores pode

beneficiar desde a análise de uma situação, até a execução de um projeto que busca solucionar os

problemas, garantindo uma visão do todo, da complexidade e das potencialidades envolvidas na

comunidade.

A criticidade envolvida no processo de Educação Ambiental, abrangendo as dimensões sociais,

políticas, econômicas, naturais e culturais pode, inclusive, favorecer o aspecto democrático e participativo

da comunidade, o qual se percebe integrante do meio, tendo o dever e o direito de propor soluções,

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transformando sua realidade. Comunidade e meio ambiente podem ter um relacionamento mais justo, sem

precisar se destruir mutuamente. Pressupõe-se que, desta forma, há a busca por uma comunidade ética

(BAUMAN, 2003), a qual garante direitos, segurança, proteção.

Trata-se de valorizar o poder da comunidade local, a incorporação dos saberes locais e do sendo

comum (SANTOS, 2002), para que a comunidade perceba que a transformação está em suas próprias mãos,

onde o meio seja respeitado e utilizado com responsabilidade.

3.Considerações Finais

Nas últimas décadas a população mundial tem-se preocupado cada vez mais com o modelo atual

de desenvolvimento econômico, principalmente a partir dos impactos negativos que este tem causado na

qualidade de vida. A Educação Ambiental, neste processo, tem de modo ativo buscado estimular a

sensibilização da sociedade quanto aos problemas ambientais, estimulando a cooperação e a participação

popular na detecção, prevenção e superação destes fatos.

Destacamos, no entanto, a importância de uma ampla compreensão tanto de meio ambiente

como de Educação Ambiental, de modo que não caiamos no reducionismo e na fragmentação de saberes.

Muitas vezes a Educação Ambiental é tratada exclusivamente no âmbito natural, excluindo outras dimensões

relevantes e impedindo uma visão holística da realidade.

As comunidades são locais propícios para o desenvolvimento de ações em Educação Ambiental,

uma vez que estas são parte integrante do meio. Além disso, nesses locais são facilmente identificáveis

perturbações ambientais. Assim, seus atores podem se organizar cooperativamente, buscando de forma

crítica-transformadora a melhoria das condições de vida.

A partir dos referenciais estudados, percebemos que, tanto a Educação Ambiental como o

desenvolvimento comunitário são temas complexos e, por isso, melhor refletidos a partir dos pressupostos

da interdisciplinaridade. A interação entre diferentes áreas do conhecimento pode ser uma aliada à promoção

do desenvolvimento comunitário, principalmente quando este está atrelado a práticas de Educação

Ambiental.

O dialogo entre os saberes pode promover uma melhor analise dos problemas ambientais

detectados, buscando soluções mais eficientes e integradoras. De forma participativa e solidária, sociedade e

meio passam a se respeitar, despertando a população para a adoção de praticas mais justas e equitativas. A

população local em todas as fases do processo, da discussão do problema, do diagnóstico da situação local,

na identificação de possíveis soluções, até a implementação das alternativas e avaliação dos resultados.

Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino,

na Pesquisa e na Extensão – Região Sul

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Consideramos que a participação comunitária e práticas de Educação Ambiental, dentro de uma

metodologia interdisciplinar, possam contribuir na construção de uma práxis que promova um repensar da

interação sociedade/ meio, para o desenvolvimento de relações mais harmoniosas entre esses atores,

favorecendo o desenvolvimento comunitário, com uma sociedade justa e ambientalmente saudável.

Consideramos, finalmente, que a resolução de conflitos ambientais emerge de maneira

participativa, integrando a população, valorizando os saberes locais e culturais e aproveitando os recursos

naturais disponíveis para base do desenvolvimento comunitário

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O presente trabalho contou com o apoio financeiro da Fundação Araucária e SESI-PR.