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educação contemporanea

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AS NOVAS METODOLOGIAS DE EDUCAÇÃO

Antonio Carlos Aguera Alcova

Florilda Portilho Fernandes

Resumo: O presente artigo coloca em discussão o verdadeiro papel da escola e da

família na educação; analisa as diferenças dos docentes e discentes das décadas

passadas com a geração atual, deixando implícita a pergunta que hoje muitos

gostariam de fazer ao nosso sistema educacional: Onde iremos chegar?

Palavras-chave: Papel da escola e da família. Sistema educacional. Docentes e

discentes. Décadas passadas. Geração atual.

Abstract: The present article places in discussion the true paper of school and of the

family in the education; it analyzes the differences of the prelecters and students last

decades with the current generation, letting implicit the question that today many

would like to do our educational system: Where we are going to arrive?

Words-key: Paper of the school and of the family. Educational system. Educational

and students. Last decades. Current generation.

Introdução

Um novo século se abre para a profissão docente, repleto de novos desafios,

inquietações e soluções, como tudo em nossas vidas sempre comparamos o

presente com os fatos passados para tomarmos decisões.

Vivenciamos a passagem do século “XX” para o “XXI”, os métodos de ensino

até então utilizados já não atendem mais as demandas da educação. Como cita

Gadotti (2000) “Um novo mundo globalizado e informatizado se apresenta e com ele

muitas áreas como a educação tem de rever conceitos, métodos e quebrar

paradigmas para suprir as demandas do ensino”.

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O objetivo desta pesquisa é comparar os perfis do docente e discente atual

com os das décadas passadas, para identificar algumas características e diferenças

com relação aos docentes desta geração, que nos forneçam elementos que possam

contribuir para pesquisas na área de ensino no Brasil.

Ao compararmos o perfil das gerações, notamos transformações de forma

muito clara, algumas positivas e outras negativas.

Concordamos com “o processo político entre as gerações como um dos

elementos que mais contribuíram para a mudança do perfil do docente” (PÉREZ

GOMES 2001), . O advento da era da informação aonde um público mais informado

e critico passou a freqüentar as salas de aulas, a massificação do ensino, aonde as

classe “B” e “C” tiveram mais acesso a escola.

Esta oferta maior do ensino sempre foi uma das bandeiras dos docentes e foi

atingido em parte, mas as estruturas e os docentes não estavam, e ainda não estão

preparados para atender esta demanda, além disso, novos elementos passaram a

fazer parte da rotina escolar.

Elementos como cidadania, sustentabilidade, virtualidade “ou o uso das

tecnologias nas escolas”, globalização e transdisciplinariedade passaram a fazer

parte de um novo contexto.

Identificar diferenças nos perfis dos docentes das gerações, pode fornecer

elementos que ajudem a se ter uma melhor compreensão do que está acontecendo

neste momento, no sistema de ensino no Brasil, segundo Ladislau Dowbor (2000,

pg.10) “O docente deixará de ser “lecionador” para ser gestor do conhecimento”.

Perfil do docente na década de 1970

A lembrança da elegância dos trajes dos docentes dos anos 70 e sua imagem

pública bastante respeitável tornaram-se uma referência para analisarmos as

transformações que ocorreram entre as gerações, podemos citar algumas

características destes professores:

- Formação conservadora, idéia do bem comum, e da pátria;

- Trajes elegantes e imagem respeitável;

- Ideologia de ser o agente de modernização da sociedade;

- Proveniente de classe média e alta da sociedade;

- Modelo de subjetividade e comportamento para alunos e amigos;

- Salários razoáveis para a época;

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- Atravessou a etapa em que a escola passou de instrumento de ascensão

social para a fase reprodutivista, que a escola era um aparelho ideológico do estado;

-Escolarizados num contexto social, capitalista e comunista;

Métodos de ensino

As metodologias de ensino usadas na década de 70, nos remetem de forma

surpreendente ao passado, onde os docentes foram conduzidos a utilizar métodos

ditatoriais para formar um discente repetitivo, que aceita a subordinação como regra

a ser seguida. Metodologias estas que:

-Desvinculavam a tecnologia do contexto, a utilizando de forma esporádica só pa-

ra tornar o assunto mais agradável;

-Muitos professores apenas liam a matéria, podiam discorrer sobre o assunto ,

mais sempre evitavam polêmicas sobre o tema;

-Mantinham o foco do aluno no que o docente pensa ou escreve;

-Transforma a sala de aula num ambiente de escuta e recepção aonde o ideal é

que ninguém converse, todos fiquem atentos para saber repetir posteriormente

o que professor explicou;

-A experiência deve passar do professor para o aluno, o aluno aprende o que o

professor já sabe, já pesquisou e somente aquilo;

-Estimula os alunos a estudar na forma de pressão, aonde o aluno aprende por

obrigação e por medo de notas baixas;

-Trabalha com a visão de que as tecnologias são uma ameaça ao homem;

-Os recursos tecnológicos são manipulados só pelo professor;

-Utiliza estruturas curriculares rígidas sem brechas nem modificações;

A era da informação e a educação

Ao longo dos anos o processo educacional tem sofrido grandes mudanças, ou

seja, os anos passaram e com isso passamos por vários períodos em nossa história.

Através das transformações tecnológicas, chegamos a era do conhecimento, um

momento novo e rico de possibilidades.

Muitos de nós nos perguntamos: Como será ou o que acontecerá no ano

2000? Já estamos em 2009 e vemos o avanço que a ciência tem alcançado. Diante

de tantas mudanças para o nosso bem estar físico e social, a educação enfrenta

sérios problemas e muitos discutem a necessidade de uma reestruturação na

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educação, mas não existe uma “receita eficaz” a ser seguida. O desenvolvimento é

acelerado e as informações são atualizadas a todo instante. Nosso aluno vem para a

sala de aula com a informação e cabe a nós educadores, fazer com que essa

informação se torne conhecimento para que a escola não seja vista como uma

simples obrigação e sim como uma fonte de conhecimento intelectual, uma

perspectiva de futuro, na formação de cidadãos que tenham a ética e a moral como

princípio.

Se refletirmos sobre o passado e o presente, veremos que as grandes

descobertas, trouxeram mais comodidade ao ser humano, mas não agimos com

devida responsabilidade para com o meio ambiente. É só olharmos para o

Aquecimento Global e teremos a confirmação.

Uma das perguntas que as escolas precisam responder é: Será que a

metodologia atual ainda é viável para essa geração? Ou realmente precisamos

repensar sobre o processo educacional?

Sobre o assunto Dowbor (1998, pg.259) afirma que:

“É perceptível que o saber científico e a busca pelo conhecimento, tem fugido do interesse da sociedade em geral, pois as atualizações das informações tem ocorrido de forma acessível a todos os segmentos satisfazendo de uma forma geral aos interesses daqueles que a buscam. A escola nesse contexto tem por opção repensar suas ações e o seu papel no aprimoramento do saber, e para isso, uma reflexão sobre seus conceitos didático-metodológicos precisa ser feita, de forma a adequar-se ao momento atual e principalmente colocar-se na postura de organização principal e mais importante na evolução dos princípios fundamentais de uma sociedade”.

Na verdade a escola precisa mais do que nunca, buscar a transformação das

práticas pedagógicas, motivando o aluno a aprender através dela, considerando-a

um ambiente relevante, necessário ao desenvolvimento de cidadãos críticos e que

pensam no bem comum social.

Educação tradicional ou moderna?

Devido aos sérios problemas que atualmente o professor enfrenta dentro da

sala de aula, muitos têm questionado e até analisado os pontos positivos e

negativos da educação tradicional e moderna. Porém esquecem que não podemos

voltar nem parar no tempo.

A educação tradicional tem grande participação no desenvolvimento

intelectual, pois ajuda na preservação dos valores morais. Mas não devemos

esquecer que os tempos mudaram. Na educação tradicional recebíamos a educação

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de valores diretamente de nossas mães, onde aprendíamos a ter respeito, dignidade

e lealdade. Nessa época o papel da mulher era procriar e cuidar da casa.

Na educação moderna, ocorreu outras mudanças. Aqui a mulher já

conquistou seus direitos. Agora ela sai do lar e ajuda no sustento da família. Com

todas essas modificações a sociedade cultiva um modo de pensar menos autoritário

e menos regrado. Esses são os alunos que a escola recebe: educados por “qualquer

um” e pela mídia.

Devemos responder a duas perguntas básicas: Qual é o dever da família e

qual é o dever da escola? O dever da família deveria ser a transmissão de valores

que os seus filhos seguirão pelo percurso de vida. Depois da primeira etapa

cumprida, é o momento de falarmos do verdadeiro papel da escola, que é a

transmissão de conhecimentos na formação de seres pensantes, críticos e acima de

tudo, pessoas responsáveis, que pensam no bem comum.

De acordo com Gadotti (2000): “Seja qual for a perspectiva que a educação

contemporânea tomar, uma educação voltada para o futuro será sempre uma

educação contestadora, superadora dos limites impostos pelo Estado e pelo

mercado, portanto, uma educação muito mais voltada para a transformação social

do que para a transmissão cultural”.

Discussão

O que se discute é como os fatos constatados vão de alguma forma contribuir

no fortalecimento das políticas educacionais brasileiras proporcionando alguns

elementos novos no processo ensino-aprendizagem.

Os temas abordados no decorrer do assunto, nos direcionam a ter uma visão

da educação para o futuro, visto que na era da informação não nos enquadraríamos

em nenhum modelo do passado, porém os mesmos poderão ter grande participação

na educação dessa nova era.

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Como afirma Gadotti(2000):

”A virada do milênio é razão oportuna para um balanço sobre práticas e

teorias que atravessaram os tempos. Falar de “perspectivas atuais da

educação” é também falar, discutir, identificar o “espírito” presente no

campo das idéias, dos valores e das práticas educacionais que as

perpassa, marcando o passado, caracterizando o presente e abrindo

possibilidades para o futuro. Algumas perspectivas teóricas que orientaram

muitas práticas poderão desaparecer, e outras permanecerão em sua

essência”.

Considerações finais

Depois de tantos assuntos em análise é possível chegarmos a uma conclusão

do principal assunto em questão que é a educação do futuro. É preciso despertar em

nosso educando o interesse pela educação, para que ele seja capaz de filtrar as

informações e agir com responsabilidade perante si e a sociedade.

Somos conscientes da necessidade de uma nova reflexão no processo

educativo, pois o sistema seguido já está ultrapassado e acredito não ser viável para

nossa geração. Mas tudo deve ter começo, meio e fim, porém com a educação não

está sendo assim, parece que queremos inverter a ordem e por isso estamos nos

deparando com a situação atual, onde impera o desrespeito, a falta de dignidade e

lealdade.

Muitos são a favor da educação tradicional, outros da educação moderna. Na

verdade os dois sistemas têm seus pontos positivos e negativos, mas não se pode

justificar o presente olhando apenas por esta esfera. Poderemos falar na educação

para o futuro quando a sociedade se unir em prol da educação para os valores, que

forma verdadeiros cidadãos com princípios de moral, ética, honestidade, dignidade,

espiritualidade, respeito e lealdade; um ser humano completo, não “Máquinas do

saber”.

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REFERÊNCIAS

GADOTTI,M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre, Ed. Artes Médicas,2000.DOWBOR,L. A reprodução social. São Paulo, Vozes, 1998.PÉREZ GÓMEZ, A.I. A cultura escolar na sociedade neoliberal. 1. Ed. Porto Alegre, 2000.DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo, Cortez, 1998.DOWBOR, L. A reprodução social. São Paulo, Vozes,1998.SNYDERS, G. A alegria na escola. São Paulo, Ed. Manole, 1988.