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Educação Infantil - Currículo

Educação Infantil - Currículo - Blackboard Learn · Proposta curricular na Educação Infantil ... podemos perceber que o “cuidar” é imprescindível e exige também ... atingir

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Proposta curricular na Educação Infantil

Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:Profª. Ms. Júlia de Cássia Pereira do Nascimento

Revisão Textual:Profª. Ms. Vera Lídia de Sá Cicaroni

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• Currículo na Educação Infantil

• Características evolutivas das crianças na Educação Infantil

• Como as crianças aprendem

Nesta unidade você vai adquirir mais alguns conhecimentos sobre a aprendizagem das crianças na Educação Infantil.

Vamos discutir algumas características do desenvolvimento das crianças nessa faixa etária e também a forma como elas aprendem, além de identificar as fontes de conhecimento que elas utilizam no processo de aprendizagem.

Proposta curricular na Educação Infantil

• Fontes de conhecimento das crianças

• Reflexões Finais

Atenção

Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar as ativi-dades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.

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Unidade: Proposta curricular na Educação Infantil

ContextualizaçãoVeja esta tirinha...

Fonte: http://ruimcomelas.com.br/tirinhas/050-brincadeiras/

Fonte: http://ruimcomelas.com.br/tirinhas/050-brincadeiras/

As crianças ainda brincam com bonecas? Quando éramos crianças, as meninas ainda brincavam com a Barbie, com o Ken e outros bonecos! Os meninos brincavam com carrinhos que viravam robôs ou bonecos de super-heróis.

Essas brincadeiras ajudam a criança a crescer e aprender?

Você já pensou nisto? O professor deve utilizar brinquedos e brincadeiras na construção de um currículo na Educação Infantil?

Reflita sobre isso nesta unidade de nossa disciplina.

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Currículo na Educação Infantil

Durante muito tempo a Educação Infantil foi direcionada ao atendimento de crianças que necessitavam de assistência enquanto suas mães trabalhavam fora. Esse caráter assistencialista da Educação Infantil privilegiava o cuidado com a criança como principal objetivo das instituições. Até hoje alguns professores entendem que seu papel junto às crianças é mantê-las limpas, alimentadas e saudáveis, com grande destaque para o “cuidar”.

Porém você já sabe que, a partir de 1996, com a LDB nº 9394, a Educação Infantil foi inserida no sistema educacional como a primeira etapa da educação básica. Portanto somente cuidar não mais atende aos objetivos legais propostos; é preciso educar. Torna-se necessário superar a concepção assistencialista que ainda predomina na Educação Infantil, atendendo aos aspectos legais, mas, principalmente, revendo a concepção que se tem de infância, a postura do professor que atua nesta faixa etária e até mesmo as responsabilidades da sociedade perante essas crianças.

Para Pensar

Estamos falando em cuidar e educar na Educação Infantil. Mas há diferença entre essas duas ações?

Segundo o dicionário1, cuidar significa “zelar pelo bem-estar ou pela saúde de; tratar da saúde de; sustentar; empregar a atenção; ter desvelo por”. De um modo geral, podemos entender cuidar como atenção e desvelo direcionado ao bem-estar e saúde de alguém. Na Educação Infantil, podemos perceber que o “cuidar” é imprescindível e exige também conhecimentos e estratégias que possam explorar a potencialidade pedagógica desse cuidar.

O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das crianças que quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo. Para se atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento das capacidades humanas, é necessário que as atitudes e procedimentos estejam baseados em conhecimentos específicos sobre desenvolvimento biológico, emocional, e intelectual das crianças, levando em conta diferentes realidades socioculturais (BRASIL, 1998, p.25).

O cuidar remete-nos, portanto, ao auxílio dado às crianças em seus primeiros passos e atividades, com referência tanto ao aspecto biológico quanto ao aspecto afetivo e emocional. Toda criança necessita de cuidados referentes à alimentação e asseio, mas precisa, também, sentir-se segura, encontrar apoio e incentivo na figura do professor. Além disso, cabe ao professor conhecer as necessidades que cada criança tem, observando, ouvindo e respeitando cada uma delas, para que a própria criança também possa identificá-las, auxiliando o atendimento.

1 Dicionário Michaellis disponível em http://michaelis.uol.com.br/

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Unidade: Proposta curricular na Educação Infantil

Já educar significa proporcionar às crianças momentos em que suas capacidades e habilidades possam ser desenvolvidas. Encontramos sua definição no RCNEI - Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil:

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal e de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito, confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (BRASIL,1998,p.24).

É claro que crianças pequenas necessitam de cuidados essenciais, como higiene, alimentação,

segurança, mas, em contrapartida, interagem com o mundo e as outras pessoas, participam de experiências que as levam a descobrimentos. Ao propiciar o desenvolvimento desses dois momentos importantes à criança, o professor estará trabalhando a educação.

Como você pode perceber, o professor de Educação Infantil deve ser capaz de entender que o cuidar e o educar não se separam e também de manter o equilíbrio entre esses dois processos no atendimento das crianças. Deve pensar apoiado em uma concepção integral da criança, visando ao desenvolvimento cognitivo, afetivo, emocional, físico e social.

Para tanto, é preciso saber como as crianças aprendem e o que pode auxiliá-las a crescer e evoluir.

Características evolutivas das crianças na Educação Infantil

O que uma criança sabe fazer em determinado momento de sua vida depende de variados fatores. Uma criança é capaz de começar a falar, por exemplo, por imitação de sons. Ou pode ter sido estimulada a estabelecer algumas relações com a pessoa que cuida dela, desenvolvendo o interesse em se comunicar, aguçando a vontade de entender e fazer-se entendida.

Você já deve ter observado que, de um modo geral, as crianças apresentam estágios de desenvolvimento que são determinados por conhecimentos e habilidades inerentes à sua faixa etária e, normalmente, comuns a todas as crianças da mesma idade. Esses estágios representam avanços na qualidade daquilo que as crianças têm possibilidade de realizar antes ou depois dessa mudança, representando a passagem para outra etapa de desenvolvimento.

Os estágios são universais, ou seja, todos os seres humanos passam pelos mesmos estágios, ainda que não necessariamente na mesma idade.

O biólogo Jean Piaget observou que as crianças passam por estágios de desenvolvimento que permitem que avancem no conhecimento e ação.

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Explore

Acesse o link para saber mais sobre a teoria de Jean Piaget e os estágios de desenvolvimento infantil. http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/jean-piaget-428139.shtml?page=0

Mesmo assim, as crianças não são iguais e os momentos em que ocorrem os saltos qualitativos podem ser diferentes, conforme as crianças e os grupos culturais aos quais pertencem. Daí a importância de percebermos e entendermos o contexto no qual as crianças se desenvolvem. Os meios ricos em estímulos e afeto proporcionam uma evolução mais rápida no desenvolvimento das capacidades do que contextos menos ricos em estímulos ou afetividade.

Existem, portanto, traços gerais da evolução da criança na etapa da educação infantil. Podemos dividir o desenvolvimento infantil em três grandes áreas:

Área motora: relaciona-se com o desenvolvimento dos movimentos do corpo humano, tanto em sua globalidade como dos segmentos corporais. Nas crianças, destacamos o equilíbrio, o andar, falar, correr, pular, a coordenação motora, etc.

Área cognitiva: refere-se à capacidade de compreender o mundo e de atuar nele, em diferentes idades, por meio da linguagem ou da resolução de situações-problema que são apresentadas às crianças. É preciso que você lembre que, na faixa etária da educação infantil, a criança tem grande capacidade de criação e comunicação, fazendo uso de diferentes linguagens: verbal, gestual, artística, do faz-de-conta, etc.

Área afetiva: engloba o desenvolvimento do equilíbrio pessoal, que faz com que a criança se sinta bem consigo mesma; da relação interpessoal, que auxilia no confronto com situações e pessoas novas; e da atuação e inserção social, que permite à criança estabelecer relações cada vez mais alheias, distanciadas, bem como atuar no mundo que a rodeia.

Apresentar etapas ou estágios de desenvolvimento divididos dessa forma é muito útil como um recurso de estudo e para que você entenda as diferentes áreas de desenvolvimento das crianças, porém sabemos que o desenvolvimento é global e existem constantes relações entre as capacidades desenvolvidas, inclusive entre as áreas. Além disso, as crianças diferem entre si, o que faz com que crianças de uma mesma idade estejam em diferentes graus de desenvolvimento.

Como as crianças aprendem

A forma como as crianças desenvolvem a aprendizagem, seja em relação a comportamentos, habilidades, hábitos seja quanto aos conhecimentos, pode ocorrer de diferentes maneiras. Depende também da forma como essa criança é apresentada ao objeto de aprendizagem ou estimulada a realizar esta ou aquela tarefa.

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Segundo Palácios (1991, In: Bassedas, 1999), existem diferentes caminhos ou maneiras de aprender que podem ser estudados para orientar nosso trabalho com as crianças na Educação Infantil: a aprendizagem através da experiência com os objetos; a aprendizagem através da experiência em determinadas situações; a aprendizagem através do prêmio e do castigo; a aprendizagem por imitação; e a aprendizagem pela formação de “andaimes” por parte da pessoa adulta ou outra pessoa mais capaz.

Vamos entender cada uma dessas formas de aprender da criança?

A experiência com os objetos

O conhecimento infantil processa-se e inicia-se com uma exploração dos objetos. É na ação direta sobre determinado objeto que a criança desenvolve o conhecimento.

Durante os dois primeiros anos de vida, a criança realiza exploração e experimentação constantes com objetos, o que lhe proporciona um conhecimento do mundo que a envolve: as características dos objetos (os que têm gosto, os que fazem ruído, os que são proibidos, pela mãe, de serem tocados, os que se movem, os que rolam...), as relações que podem ser estabelecidas entre os objetos e as situações (se movo isto, posso ver o que está em cima; se peço água, conseguirei que meu pai venha me ver; etc.).

A criança passa de simples esquemas de ação para condutas mais complexas, por meio de processos que, conforme você leu, Piaget denomina assimilação (aplicação do mesmo esquema a diferentes objetos e situações) e acomodação (pequenas mudanças que a criança introduz nos esquemas para adaptar-se a situações diferentes). A criança pequena, que se encontra na etapa sensório-motora, faz uma aprendizagem do mundo que a envolve e aprende a resolver as situações com as quais convive à medida que vai colocando em prática esquemas cada vez mais complexos para indagar e intervir na realidade.

A atividade com objetos é muito importante para a criança durante toda a infância. Mas você vai perceber que, a partir do momento em que a criança se torna capaz de se comunicar pela linguagem, haverá mudanças no tipo de atividade que a ela fará para conhecer o mundo: ela passará a fazer operações mentais não visíveis, utilizando a linguagem como instrumento de pensamento. De qualquer modo, o contato com os objetos e a experiência que a criança tem através do jogo individual, em grupo ou com uma pessoa adulta são situações de aprendizagem básicas durante todo o período que poderíamos considerar como etapa da educação infantil.

É por isso que precisamos pensar em atividades que proporcionem situações de jogo, experiência e manipulação de objetos diversos, bem como na realização de experiências adequadas ao nível de compreensão das crianças dessa faixa etária.

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A experiência com as situaçõesAlém das experiências com os objetos, as crianças da Educação

Infantil vivem experiências que se relacionam com as situações cotidianas. Com isso, elas já conseguem pensar e antecipar o que esperam que aconteça, o que é natural para determinada situação na qual ela está envolvida, imaginar a continuação de uma cena, etc. Todas as situações que envolvem a rotina de sua vida, como acordar, vestir-se, tomar café, brincar no parque, almoçar, passear, jantar, ou mesmo ações menos rotineiras, como ir ao cinema, ao restaurante, viajar, servem para que a criança estabeleça uma lógica em suas ações uma vez que as situações se apresentam sempre de forma parecida.

Através de tais situações, a criança aprende a identificar os objetos que são previsíveis de encontrarem-se em determinados lugares (é estranho encontrar uma escova de dentes na cozinha), a maneira como as coisas estão habitualmente situadas no espaço (as cadeiras encostadas ou abaixo da mesa, os quadros na parede) e também a sucessão temporal de determinadas situações (primeiro tira-se as fraldas sujas: depois, limpa-se o bumbum; depois se põe fraldas limpas e começa-se a vestir a criança; ou, para passear, primeiro se põe o casaco, em seguida o gorro/boné e, finalmente, pega-se o carrinho em que vai a criança, abre-se a porta, etc.) (BASSEDAS, 1999,p. 26-27).

Essas experiências também auxiliam a criança a perceber o que lhe é permitido fazer em uma situação ou em outra, quais são as expectativas em relação ao seu comportamento em determinadas situações, o que ela deve evitar. Para isso, é preciso que a criança se sinta segura, a fim de que sua participação nas situações habituais da vida leve à aprendizagem de coisas importantes e não sirva somente como exercício de hábitos, mas, sim, contribua para o desenvolvimento de conceitos que levarão ao crescimento e conhecimento de si mesmas e do mundo que as envolve.

Os prêmios e os castigos Você já deve ter presenciado crianças sendo premiadas (um sorriso, um abraço,

um presente, um comentário elogioso, etc.), ou castigadas (indiferença, uma cara brava, algumas palavras com tom de aborrecimento, etc.) por alguma conduta. Muitas vezes tais prêmios ou castigos são utilizados para mostrar à criança quando suas condutas são aceitas ou não, entendendo quais limites lhe são impostos ou cedidos. Na escola, é comum percebermos desentendimentos entre professores e alunos, entre pais e filhos, pois as crianças testam os limites dados pelos adultos, tentando fazer o que normalmente não é permitido.

Bassedas (1999) destaca que os prêmios e castigos são ferramentas úteis para trabalhar situações de aprendizagem das normas de conduta. Porém é preciso que haja coerência e bom senso no estabelecimento de normas pelo adulto,

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evitando também ser inflexível na negociação dos limites, uma vez que isso ensina a criança a não negociar e ser também inflexível, tornando-se incapaz de compreender que pode haver diferentes soluções para determinadas situações.

O mais importante é que se evitem os castigos que influem de maneira negativa na autoestima e na segurança da criança. Não se deve utilizar castigos que ridicularizem a criança perante os outros ou utilizar a retirada de afeto como castigo. Ambas as situações fazem a criança sentir-se insegura e causam-lhe sofrimento.

A imitaçãoVocê vai perceber, na etapa da educação infantil, que as

crianças aprendem imitando o que veem e vivem com as pessoas que estão ao seu lado. O pai, a mãe, os educadores, os professores, coleguinhas são importantes para a criança e servem de modelo para suas ações. Expressões, modo de agir, atitudes e comportamentos são imitados.

Isso não é de todo ruim, uma vez que as experiências vividas e a imitação de situações ou pessoas darão chance à criança de demonstrar o que está sentindo ou de representar situações vividas, tanto boas quanto ruins, mostrando ao adulto como se sente.

Assim, através da imitação, as crianças podem aprender com as pessoas que para elas são modelos a controlar e a representar situações vividas, bem como vivê-las (BASSEDAS, 1999, p.28).

A aprendizagem por meio da criação de andaimes Os andaimes podem ser entendidos como as influências que a criança

recebe das pessoas, sejam adultos ou crianças, com as quais vive e convive e que têm papel de destaque em seu processo de aprendizagem.

Bassedas (1999) mostra que a utilização do termo andaime vem de uma analogia com os andaimes utilizados em uma construção, ou seja, materiais utilizados como apoio nas estruturas já construídas e que permitem o acesso a determinados pontos, avançando na construção. Quando a obra está concluída, os andaimes são retirados, mas sem eles a obra não seria concluída.

Assim é a utilização de “andaimes” na construção do conhecimento da criança. Ao admitir a participação da criança em situações do dia a dia, estimulando seu desenvolvimento global e permitindo que ela faça algumas coisas sozinha, o adulto possibilitará à criança um avanço nas suas capacidades, a partir de conhecimentos que já possui e de capacidades e habilidades já adquiridas. A intervenção do adulto é suporte para a construção do conhecimento da criança e seu avanço, mas, quando alcança a aprendizagem, esse tipo de intervenção não é mais necessário. Partimos, então, para novas intervenções, com outros objetivos.

Fonte:http://www.unire.com.br/blog/?p=2946

Foto por Vera Kratochvil

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Convém levar em conta, além disso, que os diferentes caminhos que temos para aprender não se desenvolvem isoladamente; no transcorrer das atividades cotidianas, as crianças interagem com os adultos que lhes propõem diretrizes, as quais serão ajustadas por elas; mostram-lhes objetos concretos que exploram com diferentes instrumentos; conhecem pautas e normas de condutas e estudam seus limites. Em síntese, são situações globais que permitem pôr em prática e aprender estratégias diferentes para incrementar a aprendizagem e progredir no caminho para chegar a tornar-se um adulto (BASSEDAS, 1999, p.30).

Fontes de conhecimento das crianças

Saber como as crianças que estão na Educação Infantil aprendem é importante. Mas igualmente importante é você saber onde a criança encontra alimento para sua aprendizagem. Quais são as fontes do conhecimento infantil?

Várias são as fontes de conhecimento, mas a brincadeira tem papel de destaque na aprendizagem, pois, por meio dela, a criança vivencia papéis e situações, podendo desenvolver a imaginação, afetividade, competências cognitivas e interativas, dando significado à sua realidade.

Além disso, ao brincar, a criança constrói seu mundo, mostra acontecimentos de sua vida, trabalha conflitos e pode, inclusive, nos dar indícios de seus sentimentos, como alegria ou sofrimento.

Empregar a brincadeira nas propostas educativas na Educação Infantil , é um conceito bastante utilizado. Friedrich Froebel, idealizador do Jardim de Infância, já mostrava a importância do uso de jogos e brinquedos na organização pedagógica do trabalho com os pequenos, devidamente dirigidos pelo professor. Vários educadores alertaram e continuam alertando para a importância do lúdico na Educação.

Trocando Ideias

Os brinquedos mostram à criança um mundo de possibilidades para expandir sua criatividade e conhecimento. Porém é preciso que você tenha muita sensibilidade para acolher as iniciativas da criança, sem interferir demais nas brincadeiras, querendo determinar “como” a criança deve brincar.

A maioria das escolas de Educação Infantil conta com uma brinquedoteca. Esse espaço constitui-se em local de brincadeiras livres para que a criança faça descobertas, supere desafios, aprenda a fazer escolhas e tomar decisões, desenvolvendo suas capacidades cognitivas, motoras, emocionais e interativas. Por meio da exploração do lúdico, as brinquedotecas oferecem brinquedos que estimulam a criança a se expressar livremente, tornando o imaginário mais real, desenvolvendo sua linguagem e incentivando o relacionamento social.

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Para que a brinquedoteca cumpra o seu objetivo pedagógico é preciso que as crianças tenham livre acesso a ela e possam usufruir dos recursos desse espaço com tempo e liberdade para escolher com o que brincar.

Algumas escolas têm, em suas brinquedotecas, um local reservado para livros infantis; outras possuem espaço próprio para leitura. De qualquer forma, os livros infantis também são importante fonte de conhecimento para nossas crianças.

A literatura infantil é importante formador de cultura e as crianças, mesmo sem saber ler, observam, entendem e contam a história que acabaram de ouvir de um adulto.

As crianças que têm entre um e dois anos de idade prestam muito mais atenção aos gestos, expressões faciais e entonação dada à leitura pelo contador de histórias do que propriamente ao conteúdo. Por isso, se você for contar uma história para suas crianças nessa faixa etária, procure fazê-lo com animação, ritmo e entonação. Escolha histórias curtas e com gravuras. Se você puder utilizar livros de pano ou plástico é muito interessante, pois nessa faixa etária a tendência é a criança pegar o livro e levá-lo à boca.

Se as suas crianças estiverem entre três e seis anos, prepare-se para contar várias vezes a mesma história. É a fase do “conte outra vez”. Utilize livros muito ilustrados, com pequenos textos que serão lidos ou dramatizados, para que a criança perceba uma relação entre o mundo das palavras e o mundo real.

Reflexões Finais

Você já sabe a importância do currículo para a Educação Infantil; sabe como as crianças dessa faixa etária aprendem, quais são suas fontes de conhecimento. Seja qual for a fonte de conhecimento destacada na aprendizagem da criança, é preciso atenção aos materiais didáticos utilizados, aos objetos e brinquedos, às condições do ambiente físico e aos recursos humanos disponíveis, pois, juntos, esses elementos constituem-se componentes fundamentais para a elaboração de um currículo rico, com conteúdos, atividades, conceitos, habilidades e competências necessários à aprendizagem, e que levarão ao desenvolvimento de uma Educação Infantil de qualidade.

Em resumo, até aqui vimos que, quando escolhemos uma concepção de cuidado e educação integrada com a família, é necessário considerar várias dimensões do relacionamento e desenvolvimento humanos. Já discutimos, também, que a tarefa dos professo¬res de Educação Infantil e da equipe pedagógica é providenciar, prover bem-estar para a criança, evitando contágios de emoções negativas e promovendo ale¬gria, cooperação, curiosidade etc.

Vimos que, para educar em ambientes coletivos, é necessário planejar nossas ações para aproximar as famílias do ambiente escolar e organizar essas aproximações no cotidiano.

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A tarefa de planejar é complexa, não é mesmo? Precisamos organizar ambientes, discutir coletivamente os projetos, envolver as famílias, considerar a capacidade e as habilidades de cada faixa etária, considerar as estações do ano, entre outras providências.

Depois de tudo planejado e vendo que as crianças estão brincando, comendo, pulando, investigando, perguntando, aprendendo, cuidando, educando, ficamos muito satisfeitos. Isso, porque, quando a gente gosta, é claro que a gente cuida!

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Material Complementar

Para enriquecer seu conhecimento e aprendizagem, leia os materiais complementares indicados:

1) LIMA, Elvira Cristina de Azevedo Souza. A utilização do jogo na pré-escola. Série Ideias, n. 10. São Paulo: FDE, 1992. p. 24-29. Disponível em http://www.crmariocovas.sp.gov.br/inf_a.php?t=005

2) Leia, na Revista Nova Escola online, dois artigos que tratam de propostas curriculares no trabalho com a educação Infantil.

No primeiro deles, Fabiana Faria traz uma discussão sobre “O brinquedo certo para cada idade”. Está disponível em:

http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/brinquedo-certo-para-cada-idade-mobile-fantoches-carrinhos-caixas-mordedores-creche-535400.shtml

No segundo texto, Thais Gurgel nos traz a formação do pensamento infantil. Disponível em:

http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/tem-monstro-meio-historia-489258.shtml

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Referências

BASSEDAS, Eulália et al. Aprender e Ensinar na Educação Infantil. Artmed, 1999.

MASETTO, Marcos Tarciso. Didática: a aula como centro. São Paulo: FTD, 1997.

__________. Competência Pedagógica do professor universitário. São Paulo: Editora Summus, 2003.

MEC, SEB. Indagações sobre currículo.

MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa & CANDAU, Vera Maria - Caderno Currículo, Conhecimento e Cultura.

MOREIRA, Antonio Flavio B. Currículo: Questões atuais. Campinas, SP: Papirus, 1997

MOREIRA, Antonio F. e SILVA, Tomaz T. (orgs). Currículo, Cultura e Sociedade. 2000.

PILETTI, Claudino. Didática Geral. São Paulo: Ática, 2000.

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Unidade: Proposta curricular na Educação Infantil

Anotações

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