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Educação Laica

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Page 1: Educação Laica

Educação Laica.

A priori, se o Estado é laico, este tem por dever oferecer uma educação

leiga. A religião exige submissão, e nem o Estado nem a educação,

irrefutavelmente, podem ser limitados por dogmas religiosos e um provável

etnocentrismo. Não importa qual prática pedagógica religiosa seja aplicada,

verifica-se no contexto histórico que quase sempre fora uma educação

mantenedora, querendo ostentar as próprias ideologias, sendo elas, justas

ou não.

No Brasil e como em tantos outros países contemporâneos, prevalece o

laicismo estatal, dessa forma, obrigatoriamente a educação tem que ser

laica, pois não pode haver favorecimento de qualquer que seja a religião. De

fato, não seria promissora uma educação religiosa, até hoje, os métodos

empregados sempre tiveram alguma forma de limitação, de exclusão social,

e principalmente, de atraso e aversão às novas idéias, como percebe-se na

trágica ação religiosa contra Galileu Galilei.

Além do mais, não houve na história nenhuma educação religiosa que

procurasse a universalidade dos saberes, mas sim a imposição de verdades

reveladas, a busca constante por evangelização, tratando a educação como

uma guerra a ser vencida pela persuasão. O progresso na educação

religiosa é a adestração, não a libertação, é o monopólio de praticantes e da

própria ideologia que é supostamente a correta que deve ser seguida por

todos, assim: mantenedora, submissa, etnocentrista é a educação religiosa.

Pontofinalizando, se a educação tivesse algo a relacionar com a religião

seria o poder, a educação tem o poder de transformar, e a religião busca

obter e sustentar poder. De fato, não combinam, se fosse pela educação

religiosa, com certeza a Idade Média ainda estaria em vigor, sem avanços

tecnológicos, científicos, racionais, ou seja, sem progresso.Smadson Lima

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Quais as características da educação laica?

Laicismo é uma doutrina filosófica que defende e promove a separação do Estado das igrejas e comunidades religiosas, assim como a neutralidade do Estado em matéria religiosa. Não deve ser confundida com o ateísmo de Estado.

Esta corrente surge a partir dos abusos que foram cometidos pela intromissão de correntes religiosas na política das nações. O laicismo teve seu auge no fim do século XIX e no início do século XX.

Laicismo e Laicidade são palavras/conceitos que derivam da expressão grega clássica «laos» (adj: «laikos»), expressão que designava o povo em sentido lato, tão abrangente ou tão universal quanto possível. O termo «laos» referia-se, portanto, à entidade população, ao povo todo, a toda a gente, sem excepção alguma.

Da mesma expressão grega «laos»/«laikos» derivou igualmente, mas passando pelo latim, a palavra portuguesa leigo com o significado de não-clérigo, termo que gera frequentemente problemas, ao ser, acidental ou deliberadamente, confundido com a actual expressão laico, que tanto pode servir para designar um adepto ou um militante do laicismo como para adjectivar essa sua postura ou uma sua acção.

Os mesmos gregos do período clássico utilizavam também a palavra «ethnos» (adj: «ethnikos») com semelhante significado de povo mas entendido em sentido estrito, identitário e comunitarista, implicando a relevância de um qualquer atributo partilhado. O termo «ethnos» servia, então, para designar, por exemplo, os atenienses, os espartanos, os gregos, etc. e deu origem à palavra portuguesa etnia (adj: étnico) que hoje serve para designar conjuntos humanos social e culturamente marcados por uma qualquer identidade comum e marcante, por exemplo: os portugueses, os ciganos, os europeus e, por uma extensão moderna do conceito, quaisquer agrupamentos sociais identitários – grupos de pertença, comunidades confessionais, etc. – dentro de uma dada sociedade, por exemplo: os benfiquistas, os católicos, os alentejanos, os fumadores, os lisboetas, ..., etc.

Laicismo designa, pois, um princípio, uma ideologia de matriz claramente humanista que, ao valorizar as dimensões mais universais do ser humano, entendido na sua individualidade plural, tem um sentido contrário ao etnicismo ou, melhor, aos etnicismos – regionalismos, nacionalismos, etc. – que, acima de tudo, valorizam as diferenças e os particularismos por que se podem afirmar os diferentes grupos humanos.

Laicidade designa os diferentes modos concretos de esse princípio ser levado à prática e opõe-se à etnicidade que releva muito especialmente as diferenças e as identidades de grupo.

O laicismo e a laicidade almejam, portanto – ou seja, por definição etimológica e histórica dos termos –, a construção de uma sociedade em que um qualquer grupo social de aspiração dominante, tenha ele a matriz étnica, que tiver (histórica, rácica, religiosa, linguística, estética, económica, etc.), se não possa impôr, autoritaria e totalitariamente,

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autocraticamente, aos demais elementos que a integram; uma sociedade onde se constitua um espaço público que seja efectivamente pertença de todos os indivíduos que nela convivem, quer os que nela nasceram, quer os que a ela entretanto se arrimaram, sem excepção, todos eles isentos de constrangimentos autoritários de tipo identitário; uma sociedade livre, aberta e inclusiva, portanto.

Numa tal sociedade, o Estado, enquanto entidade política que assume e gere o contrato social estabelecido pelos indivíduos que a constituem, tem um papel fundamental na garantia de que esse espaço público permanece neutro, ou seja, isento de marcas identitárias particulares, e que se mantém disponível para o uso de todos os elementos que a integram, sem excepção, assegurando, designadamente, que nenhum grupo social, tenha ele a matriz étnica que tiver (histórica, rácica, religiosa, linguística, estética, económica, etc.), dele se possa apropriar, em moldes exclusivos e permanentes.

Para cumprir esse objectivo, o Estado laico tem que se assumir neutro, equidistante das diversas opções social e culturalmente possíveis e, designadamente, incompetente em todas a matérias que relevam da crença e/ou da convicção – sempre individual e particular – dos indivíduos que compõem a sociedade que o estabelece e legitima, reconhecendo-lhes e assegurando-lhes, contudo e em toda a sua extensão, o direito de livre e autonomamente se organizarem e afirmarem associativamente pelas diferentes afinidades identitárias que entre si entendam fazer relevar social e culturalmente.

O sentido muito alargado que os conceitos de laicismo e laicidade hoje detêm faz deles instrumentos conceptuais muito poderosos no desenho das sociedades modernas [1], actuais e futuras, num mundo em rápida processo de globalização. Desse modo, os laicistas, os militantes da laicidade, enquanto tal, deixam-se interpelar e motivar por temáticas tão diferentes como sejam a da diferença de estatuto social entre homens e mulheres, a da inclusão social de diferentes grupos minoritários (comunidades imigrantes, homossexuais, etc.), a da liberdade da praticar a eutanásia ou a IVG (interrupção voluntária da gravidez), a da interdição da prática de mutilações sexuais rituais identitárias em crianças (excisão e circuncisão), a da interdição de fumar tabaco em espaço público, a da liberalização das drogas leves, etc., etc., etc.; temáticas essas que, indo muito além das questões que mais tradicionalmente interessavam aos laicistas – e que são as decorrentes das práticas religiosas clericais e totalitárias –, efectivamente relevam no processo de construção de uma qualquer sociedade laica, ou seja, de uma sociedade de todos neste nosso mundo actual em rápida mutação.

O que é laico?

Laico significa “Leigo” em latim(Laicu), e em grego significa aquele que não é “crente ou religioso” (laïkos).

Laico significa a separação do Divino do não Divino. Na Idade Média, era comum os julgamentos serem baseados no que Deus supostamente falava, isso abria “brechas” para julgamentos parciais, em que um réu era condenado sem nenhuma prova contra ele, apenas pela suposta “palavra” de Deus, que era ouvida “apenas” por sacerdotes. Após o Iluminismo, os Estados Religiosos, foram perdendo a força, abrindo espaço para os Estados Laicos, que baseam suas decisões de acordo com a Razão.

Atualmente, o Brasil é um estado Laico, ou seja, julga seus habitantes apenas pela lei e

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pela razão, tentando assim alcançar o máximo de justiça.

Resumindo, Um País laico é aquele que não sofre influência de entidades religiosas, e torna o Estado neutro em assuntos religiosos.

Exemplos de países não laicos, são os países muçulmanos, como o Irã dentre outros, em que existe uma grande interferência de entidades religiosas dentro dos governos.

LDBEN 9394/96

TÍTULO IIDOS PRINCÍPIOS E FINS DA EDUCAÇÃO NACIONAL

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

1.igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 2.liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; 3.pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; 4.respeito à liberdade e apreço à tolerância; 5.coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 6.gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 7.valorização do profissional da educação escolar; 8.gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; 9.garantia de padrão de qualidade;10.valorização da experiência extra-escolar; 11.vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988

Princípios da Educação na Constituição Federal 1988

• Universalização

• Equidade

• Qualidade

1. Descentralização

2. Valorização do magistério e do professor

3. Gestão democrática do ensino público

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Constituição da República Federativa do Brasil (Somente os Artigos referentes à Educação)

  MARQUEI DE AMARELO O QUE ACHEI MAIS ADEQUADO

TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

         Art. 1o A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

         I - a soberania;          II - a cidadania;          III - a dignidade da pessoa humana (sic);          IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;          V - o pluralismo político.

         Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

         Art. 2o São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

         Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

         I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;          II - garantir o desenvolvimento nacional;          III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;          IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

         Art. 4o A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

         (...)

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         Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

         Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

         I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;          II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;          III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;          IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;          V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;          VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

         (...)

         VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;          IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;          X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;          XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

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         (...)

         XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;          XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

         (...)

         XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;           XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:                   a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;                   b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;          XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País:

         (...)

         XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

         (...)

         XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei:

         (...)

         LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

         (...)

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CAPÍTULO II DOS DIREITOS SOCIAIS

         (...)

         Art. 7o São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

         (...)

         XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e pré-escolas;

         (...)  

TÍTULO III DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

         (...)

CAPÍTULO II DA UNIÃO

         Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

         (...)

         V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência.

         (...)  

CAPÍTULO VI DOS MUNICÍPIOS

         Art. 30. Compete aos Municípios:

         (...)

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         VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;

         (...)  

CAPÍTULO VI DA INTERVENÇÃO

         Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

         (...)

         V – aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. (Acrescentado pela Emenda Constitucional n. 14/96)  

TÍTULO VI DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO

CAPÍTULO I DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

         (...)

Seção II DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR

         Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

         (...)

         VI - instituir impostos sobre:

         (...)

         c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de

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educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

         (...)

         § 4o As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.  

TÍTULO VIII DA ORDEM SOCIAL

         (...)

CAPÍTULO III DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO

Seção I DA EDUCAÇÃO

         Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

         Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

         I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;          II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;          III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;          IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;          V - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;          VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;          VII - garantia de padrão de qualidade.

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         Art. 207. As universidades gozam de autonomia dídático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

         § 1o É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (Acrescentado pela Emenda Constitucional n. 11/96)          § 2o O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica. (Acrescentado pela Emenda Constitucional n. 11/96)

         Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

         I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; (Alterado pela Emenda Constitucional n. 14/96)          II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Alterado pela Emenda Constitucional n. 14/96)          III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;          IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;          V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;          VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;          VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

         § 1o O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

         § 2o O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.          § 3o Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

         Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:

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         I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;          II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.

         Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.

         § 1o O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.          § 2o O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

         Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

         § 1o A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino, mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. (Alterado pela Emenda Constitucional n. 14/96)          § 2o Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. (Alterado pela Emenda Constitucional n. 14/96)          § 3o Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. (Acrescentado pela Emenda Constitucional n. 14/96)          § 4o Na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. (Acrescentado pela Emenda Constitucional n. 14/96)

         Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

         § 1o A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.          § 2o Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos

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aplicados na forma do art. 213.          § 3o A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do plano nacional de educação.          § 4o Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.          § 5o O ensino fundamental público tenha como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas, na forma da lei. (Alterado pela Emenda Constitucional n. 14/96)

         Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:

         I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;          II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.

         § 1o Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.          § 2o As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do Poder Público.

         Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do Poder Público que conduzam à:          I - erradicação do analfabetismo;          II - universalização do atendimento escolar;          III - melhoria da qualidade do ensino;          IV - formação para o trabalho;          V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.

         (...)

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CAPÍTULO IV DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

         Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas.

         § 1o A pesquisa científica básica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o progresso das ciências.          § 2o A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.          § 3o O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa e tecnologia, e concederá aos que delas se ocupem meios e condições especiais de trabalho.          § 4o A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho.          § 5o É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.

         Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.

         (...)

CAPÍTULO VI DO MEIO AMBIENTE

         Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

         § 1o Para assegurar a efetividade deste direito, incumbe ao Poder Público:

         (...)

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         VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.

         (...)  

CAPÍTULO VII DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO IDOSO

         (...)

         Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

         (...)

         § 3o O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:

         (...)

         III - garantia de acesso do trabalhador adolescente à escola;

         (...)  

TÍTULO IX DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS

         (...)

         Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições educacionais oficiais criadas por lei estadual ou municipal e existentes na data da promulgação desta Constituição, que não sejam total ou preponderantemente mantidas com recursos públicos.

         § 1o O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro.          § 2o O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.

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         (...)

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

Capítulo II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

II - opinião e expressão;

III - crença e culto religioso;

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IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

VI - participar da vida política, na forma da lei;

VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor