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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 1 EDUCOMUNICAÇÃO: TECENDO NOVAS REDES DE CONHECIMENTO E ROMPENDO PARADIGMAS NA ESCOLA MUNICIPAL VEREADOR JOSÉ GRIMAUDO TAVARES Saulo José Veloso de Andrade Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB Edmery Tavares Barbosa Professora do Departamento de Finanças e Contabilidade - UFPB Luis Emmanuel Rodrigues Monteiro (Co-orientador) Departamento de Economia -UFPB RESUMO A Educomunicação tem incitado debates desde a década de 70 quando o Professor e Jornalista Argentino Mario Kaplun, percorreu a America Latina para difundir as praticas da interação entre educação e comunicação, cunhando para tal junção o termo mencionado anteriormente. Desde então as escolas passaram a percebê-la como uma forte aliada. Neste sentido buscamos aqui apresentar um estudo acerca das praticas educomunicativas vivenciadas na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Vereador José Grimaudo Tavares em Juripiranga/PB. Além da pesquisa aplicada o presente artigo tem uma base conceitual aportada por autores como: SOARES, SHAUN, GONNET entre outros. Em suma o trabalho busca apresentar os avanços que a educação tem vivenciado através da inserção de novas praticas ou até mesmo da ressignificação de praticas já existentes. Palavras-chave: Educomunicação, conhecimento e tecnologia.

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EDUCOMUNICAÇÃO: TECENDO NOVAS REDES DE

CONHECIMENTO E ROMPENDO PARADIGMAS NA ESCOLA

MUNICIPAL VEREADOR JOSÉ GRIMAUDO TAVARES

Saulo José Veloso de Andrade

Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB

Edmery Tavares Barbosa

Professora do Departamento de Finanças e Contabilidade - UFPB

Luis Emmanuel Rodrigues Monteiro (Co-orientador)

Departamento de Economia -UFPB

RESUMO

A Educomunicação tem incitado debates desde a década de 70 quando o Professor e

Jornalista Argentino Mario Kaplun, percorreu a America Latina para difundir as praticas

da interação entre educação e comunicação, cunhando para tal junção o termo

mencionado anteriormente. Desde então as escolas passaram a percebê-la como uma

forte aliada. Neste sentido buscamos aqui apresentar um estudo acerca das praticas

educomunicativas vivenciadas na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental

Vereador José Grimaudo Tavares em Juripiranga/PB. Além da pesquisa aplicada o

presente artigo tem uma base conceitual aportada por autores como: SOARES,

SHAUN, GONNET entre outros. Em suma o trabalho busca apresentar os avanços que

a educação tem vivenciado através da inserção de novas praticas ou até mesmo da

ressignificação de praticas já existentes.

Palavras-chave: Educomunicação, conhecimento e tecnologia.

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1. INTRODUÇÃO

A política de formação docente no Brasil, tem sido fortalecida nos últimos anos,

com Programas de Formação Continuada formatados pelo Ministério da Educação

(MEC) e ofertados pelas Instituições de Ensino Superior –IES.

As formações versam sobre as mais variadas temáticas, como forma de suprir as

demandas apresentadas pelas redes de ensino através do Plano de Ações Articuladas –

PAR.

A maioria dos programas acima citados está alinhada a prática da

educomunicação. O termo Educomunicação é considerado por Schaun (2002), como

sendo “as práticas que ocorrem por meio da inter-relação de dois elementos

comunicação e educação, surgindo assim, um novo campo de intervenção social”. Essa

prática deu origem a um novo profissional “o educomunicador”, termo esse em que a

autora traz na mesma obra com destaque para o Argentino radicado no Uruguai, o

filosofo de educação Mário Kaplún, que difundiu essa prática pelo mundo desde 1970.

Diante dos grandes investimentos financeiros, no processo de formação docente

no Brasil, buscaremos respostas sobre as mudanças observadas na prática docente

partindo da premissa de que os docentes integram às sua práticas aspectos

educomunicativos por conta própria e em muitos casos sem perceber.

Nesse contexto, o presente trabalho propõe responder a seguinte questão

problema: De que maneira um projeto de Educomunicação contribui para o

desenvolvimento das práticas educacionais em uma escola municipal da cidade de

Juripiranga/PB?

Não podemos nos reportar ao processo de inclusão, sem que para isso faça uma

reflexão acerca da exclusão, pois a existência de uma está diretamente ligada a outra. O

processo de exclusão notadamente tem seus aspectos ancorados na cultura, onde a

principio os menos favorecidos eram excluídos da vida social. No contexto educacional

a inclusão tem sido uma das bandeiras levantadas por docentes e especialistas, na busca

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por consolidar um dos marcos da tríade defendida pela Revolução Francesa, a

igualdade.

No momento contemporâneo, a problemática da inclusão digital é bastante

discutida nas unidades educacionais, em reuniões, encontros pedagógicos e no dia a dia,

sobre a égide da formação do educador, uma vez que hoje a grande dificuldade do

educador é se adequar às Novas Tecnologias de Informação e Comunicação – NTICs.

Durante anos os professores foram surpreendidos pelos avanços tecnológicos e

muito mais que isso, pela preocupação de como utilizá-los adequadamente atribuindo ao

seu uso um valor didático-pedagógico. Nessa perspectiva de inclusão digital, surgiu em

1970 o conceito de educomunicação, e que aos poucos vem se inserindo no contexto

das práticas pedagógicas, mesmo sem o conhecimento sistêmico dos docentes acerca da

temática.

Diante da incorporação das praticas educomunicativas como forma de inclusão

digital, é que nasceu a necessidade de se estudar as suas contribuições, junto aos

docentes da Escola Municipal Vereador José Grimaudo Tavares em Juripiranga/PB.

Para responder a questão-problema, o presente estudo propõe: Analisar as

contribuições que o uso da educomunicação desencadeia na Escola Municipal de

Educação Infantil e Ensino Fundamental Vereador José Grimaudo Tavares em

Juripiranga/PB.

Como objetivos específicos, temos:

Identificar o perfil dos docentes;

Analisar as mudanças na concepção dos docentes acerca dos conceitos de mídias

e suas interfaces;

Destacar os pontos mais importantes do uso das mais variadas interfaces da

educomunicação feita pelos docentes;

Caracterizar as mudanças no processo de ensino aprendizagem a partir do uso

adequado das mídias.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Educação e comunicação: Reflexões e avanços

Falar de educação é sem sombra de dúvidas perpassar pelas teorias da

comunicação, rompendo antigos paradigmas e consolidando novas percepções sobre seu

uso em sala de aula. Nesse trabalho, a comunicação não será reduzida ao simples ato de

“comunicar”, onde são levados em consideração seus elementos principais: emissor,

mensagem e receptor. Aqui ela será analisada sobre as técnicas utilizadas para atingir a

comunicação de forma eficaz

Para melhor entender a relação de educação e comunicação, apresentamos

inicialmente a definição de educação nas palavras de OLINTO ( 2001). Esse autor

define a educação como sendo, uma espécie de rede de normas e leis que contribui para

o desenvolvimento.

Nesse sentido, verifica-se que o ato de educar está relacionado a uma evolução,

um “desenvolvimento” que procura melhorias para este processo, através da inserção

dos recursos tecnológicos que em muitos casos é o elo de ligação entre a própria

educação e a comunicação.

A escola contemporânea não só transmite conhecimentos, mas produz um novo

sentido para esse conhecimento, ou seja, busca ressignificar através de um novo olhar,

de novas percepções.

Em meio às mudanças vivenciadas no mundo contemporâneo, não podemos

esquecer que ainda hoje vivemos grandes dilemas no campo educacional em virtude da

inserção das NTICs, como destaca BARBERO (1996) apud MORAN (2007) destaca

que a inserção sem um planejamento das tecnologias na escola servem apenas para

camuflar os problemas existentes na mesma, pois ao vislumbrar aspectos modernos tais

como a tecnologia ela canaliza as atenções para outro campo pormenorizando assim

seus problemas tão evidentes. A escola para ele tem grandes “desafios” de consolidar

uma educação aliada aos recursos em meio a diversidade que temos hoje.

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Pois a escola passa a ser um espaço que dá suporte e que direciona o uso

eficiente desses recursos, uma vez que a família a grosso modo já transferiu tal

responsabilidade para a escola contemporânea. Hoje a escola não só transmite

conteúdos, mas instiga novas concepções, o professor não só ensina, ele articula,

colocando-se no papel de mediador deste processo continuo.

Para que possamos compreender melhor a inserção das tecnologias no contexto

educacional, é necessário nos apropriarmos de conceitos como a comunicação, que é

apontado por OLINTO (2001, p. 121), como sendo o simples “ato de comunicar-se”,

neste sentido tanto nos quanto as escolas precisamos de fato, dos meios pelos quais nos

colocamos dentro do processo comunicativo, ai onde surgem as tão faladas tecnologias

da comunicação, e que hoje vislumbram-se como um novo caminho para a consolidação

de uma educação de qualidade.

Como toda mudança, a inserção das NTICs no processo educacional, também

instiga um debate sobre seu uso e mais que isso suas possibilidades de melhoria. Porém,

o entrave maior se dá em virtude dos profissionais que ainda embora, estejam inseridos

no mundo onde a tecnologia está presente em todos os lugares, ainda não se

apropriaram dos conceitos e principalmente do manuseio dos recursos existentes.

Diante deste paradigma entre a educação do passado onde saber transmitir

conteúdos já dava ao professor um espaço de destaque e a educação em tempos

contemporâneos, onde ser e fazer educação é se colocar no processo como um mediador

capaz de instigar nos educandos a busca, e a ressignificação de sentidos, surge a

necessidade da alfabetização tecnológica do professor.

Falamos de alfabetização por entendermos que os docentes ainda necessitam se

encantarem com as NTICs que emergiram rapidamente em nossa sociedade, neste

sentido SAMPAIO e LEITE ( 2008, p. 73), destaca que a intenção da alfabetização

tecnológica do professor “deve ser a de tornar este cidadão um profissional atuante na

sociedade, que contribui com um trabalho educativo significativo, mais próximo da

realidade do aluno, conferindo-lhe, assim, sentido aos seus olhos e aos olhos da

população”, modificando sua pratica ampliando novos horizontes para seus educandos.

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Posto este desafio, cabe a cada docente apropriar-se das tecnologias sobre a

égide da transformação social, a mesma pode ser estabelecida através de praticas

inovadoras.Tal mudança é uma busca incessante de acompanhar os educandos que há

muito fazem uso dos recursos tecnológicos, mesmo sem dar-lhes sentido, eis que

surgem a necessidade de formação dos docentes numa perspectiva tecnológica.

Com relação ao uso das tecnologias no cotidiano dos alunos SAMPAIO e

LEITE ( 2008, p. 73) destacam,

“Se as tecnologias fazem parte da vida do aluno fora da escola (e isto

acontece cada vez mais e das mais diversas formas), elas devem fazer parte

também da sua vida dentro da escola. Um dos motivos para que assim seja está na constatação de que o sucesso do aluno na escola, no trabalho e na

vida depende, entre outras coisas, da capacidade do professor de incorporar

as experiências e conhecimentos dos alunos, utilizando-os como ponto de

partida e como referência para a sistematização dos conteúdos, para o

desenvolvimento de uma visão critica sobre a realidade, enfim, para a

superação da visão empírica trazida pelo aluno e para a aquisição de uma

visão mais elaborada sobre o mundo de um modo geral, visando permitir-

lhe uma participação social mais efetiva”.

Dentro da visão apresentada por SAMPAIO e LEITE, verifica-se a grande

necessidade não só da formação dos docentes no campo tecnológico, mais sobretudo,

saber integrar esse uso ao contexto educacional, ou seja, fazer o uso das tecnologias de

forma apropriada com a educação favorecendo a melhorias no processo de ensino

aprendizagem.

É preciso ainda saber e fazer uso de tantas outras tecnologias que embora não

sejam tão evidentes, existem e podem trazer efeitos positivos através de seu uso no

contexto educacional. De acordo com MORAN (2007) com a chegada do computador

aos poucos deixamos para trás recursos como a TV e o vídeo que tem grande

importância no processo de ensino aprendizagem”.Isso pode acontecer porque na

verdade as NTICs é uma extensão das antigas tecnologias que para muitos estão

ultrapassadas, mesmo que nem os dominássemos ainda já os deixamos para trás, sobre a

óptica da inovação.

Tantas mudanças têm ocasionado discussões, sobre os avanços da apropriação

das mídias através da utilização dos recursos tecnológicos no ambiente escolar. De

acordo com FONSECA ( 2004, p. 21), “ o impacto da presença cada vez maior da mídia

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sobre a formação das novas gerações suscita indagações de toda a natureza sobre sua

apropriação no meio escolar”.

Pois a escola ainda busca incessantemente maneiras de colocar-se dentro dessa

discussão uma vez que um dos grandes obstáculos tem sido o próprio corpo docente

que em muitos casos resiste ao novo.

O espaço que consolida-se com o uso das NTICs sobretudo, das mídias é,

segundo o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH, 2009), um

espaço de discussões políticas, que corrobora para a construção de uma opinião pública

formando novas concepções acerca das crenças, valores e atitudes. Ou seja, é um campo

repleto de visões que contribuem para a difusão dos ideais democráticos.

Desta forma o educador contemporâneo, deve desenvolver nos educandos uma

visão critica acerca do uso das tecnologias em sala de aula, mais que isso buscar que

cada um se posicione sobre os meios.

São muitas as discussões que permeiam o processo de inserção das tecnologias

no contexto educacional, um fato ainda é bastante evidente, a ausência de uma formação

docente que contribua para a melhoria da educação. Neste sentido GONNET (2004, p.

51) destaca que “o professor não está bem colocado, bem formado, para abordar estas

áreas novas, num espírito construtivo”.

Na verdade os docentes tem uma árdua missão de pensar educação numa

perspectiva integralizadora, onde as tecnologias tenham evidente participação neste

processo, colocando-se num panorama de mudança, onde o ser e fazer educação sejam

comungados em uma só ação.

Quando nos permitimos fazer um debate sobre o uso da comunicação como

parceira da educação e vice versa, estamos refletindo sobre a nossa própria realidade, e

que todo esse processo requer um pensar diferenciado, um novo planejar. Na verdade

estamos o tempo todo buscando educar os educandos, e sobretudo os docentes numa

perspectiva tecnológica.

As mudanças da inserção das tecnologias da comunicação no campo educacional

perpassam por três níveis conforme destaca MORAN ( 2007 ), Nível organizacional

onde a escola é mais aberta e menos autoritária, pautada em ideais democráticos, nível

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de conteúdo, uma escola que tenha como base a realidade e suas interfaces, nível

comunicacional, uma escola voltada para a inserção de todos os mecanismos da

comunicação e tecnologias.

Nesse sentido devemos perceber a importância dessa tríade para que os docentes

consigam de fato fazer um uso adequado das tecnologias em sala de aula. Assim

estaremos de fato consolidando uma educação de qualidade.

2.2 Novas mídias: Convergindo para uma educação de qualidade

Durante muito tempo o espaço de aprendizagem resumia-se apenas ao espaço

físico da sala de aula, com o tempo as mudanças foram sendo perceptíveis dada a

inserção de tecnologias que contribuíram para uma nova metodologia na dinâmica do

processo de ensino-aprendizagem.

Essa mudança criou um novo espaço, onde os recursos não são mais o quadro

negro e o giz, mas a TV, o vídeo entre outros. Neste sentido o MEC lança para todo o

país a TV Escola e os cursos de formação para que os docentes possam utilizar de

maneira adequada tais equipamentos. Sendo que diante da fragmentação de tal política

pública os resultados não foram os esperados caindo em declínio.

Em suma isso aconteceu por estarmos vivendo um momento onde as tecnologias

que não trazem em seu arcabouço a interatividade, não encantam. Isto tem sido o que a

escola contemporânea, independente de ser da rede pública ou privada, tem enfrentado

nos últimos tempos. Mas em meio a essa descoberta, a mesma tem buscado novas

formas de dar sentido a recursos que não instigam tanto quanto aos digitais, sobretudo,

o computador.

Desta forma a escola procura se reinventar, para traçar um novo caminho usando

recursos que estão a sua disposição, sem grandes ônus e sem perda de tempo,

contribuindo até mesmo para a sustentabilidade do país. Um forte exemplo disto são os

jornais escolares que despontam como uma nova oportunidade que a escola desenvolve

para que seu aluno se insira dentro das novas perspectivas tecnológicas. Pois não

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falamos de um jornal com métodos ultrapassados como os desenvolvido por Freinet1

décadas atrás.

Estamos mencionando um instrumento como sugere GONNET ( 2004, p. 76 ), é

um instrumento que,

“valoriza o grupo bem como os talentos individuais, ele traz informações

sobre a vida da aula, mas também sobre a vida fora da escola, sobre as

alegrias e os sofrimentos de uns e outros. Porém escrever se aprende”.

Diante das colocações acima verifica-se nitidamente que a proposta é que os

alunos aprendam além do simples conteúdo, ou da técnica de produzir jornais,

aprendem a arte de exprimir sentimentos através das palavras, valorizando assim,

aspectos de sua vivencia.

O espaço que se consolida com a criação de jornais escolares é bem mais amplo

do que imaginamos, pois a aprendizagem se dá na produção e posterior a ela com a

utilização dos jornais em sala de aula como ferramenta pedagógica.

Para que seja consolidada uma educação de qualidade é preciso a integração de

tantos fatores. Ou seja, as mudanças perpassam por uma gama de aspectos que muitas

vezes nem podemos nomeá-las por serem infinitas, aqui apresentamos apenas as

principais, e que na contemporaneidade tem instigado um debate.

A mudança que a tecnologia tem imposto leva a sociedade a acompanhar seus

avanços, sem que para isso se tenha o mínimo de tempo para aprender a manusear e

fazer uso das tecnologias evidentes. Neste sentido, MORAN (2000), destaca que as

mudanças aconteceram de forma repentina, sem que para isso pudéssemos aprender a

usar os recursos. E aos poucos vamos redescobrindo tais possibilidades criando e

recriando novos espaços dentro de um espaço que por si só já não chama tanta atenção,

a sala de aula com seu quadro e o giz.

O fascínio pelos recursos que até então é tido como um instrumento do passado

é vislumbrado pelo professor através de um planejamento minucioso com objetivos

claros e coerentes. Pois, sozinhas as mesmas não trarão o encantamento que esperamos

1 Criou a Imprensa escolar: os textos escritos pelos alunos tinham uma função social real, já que

não serviam meramente como forma avaliativa, já que eram publicados e lidos pelos colegas

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incitar em nossos educandos. Lembramos que os meios de comunicação associado ao

campo educacional vem oportunizando novas possibilidades de mudança na interface de

aprender e ensinar, ou mais que isso, aprender ensinando.

Criar espaços é buscar caminhos de melhorias no contexto educacional, vale

ressaltar que as novas tecnologias que surgem a cada instante não trazem receitas

prontas de usabilidade, exaurir tais formas, é um desafio que o docente precisa enxergar

e fazer uso. A educação contemporânea não é algo estável, do presencial ao virtual, do

ver ao ouvir estamos dando uma nova roupa a um ato bem antigo o de educar.

Corroborando, MORAN (2000), em suas palavras conceitua o termo educar

como sendo a construção de uma identidade própria, desbravando um novo caminho

pessoal e profissional ampliando as habilidades inserindo-se no rol produtivo da

sociedade.

Essa ajuda hoje nada mais é do que indicar os caminhos a serem percorridos,

onde cada educando tem a missão de descobrir-se em cada novo desafio, interagindo

consigo mesmo e com o mundo ao seu redor através das nuances oferecidas pelas

tecnologias que se evidenciam a cada instante.

2.3 O papel do professor e as novas possibilidades de ensinar

Em tempos onde as tecnologias tornaram-se algo indispensável para a

desenvolvimento da nossa sociedade, o professor começa a deixar de ser o centro das

atenções e passou a figurar como um ator que orienta mais, articula mais e ensina cada

vez mais aos alunos serem autônomos, proativos e disciplinados em suas obrigações.

Eis um grande desafio para o docente de hoje, o de acompanhar essa evolução

em ritmo acelerado sem perder o foco na aprendizagem dos educandos. Para se fazer

uso das mais variadas tecnologias existentes o professor necessita apropriar-se das

mesmas. Além disso de acordo com SAMPAIO e LEITE ( 2008, p. 74 ), “o professor

deve ter clareza delas enquanto instrumentos que ajudam a construir a forma de o aluno

pensar, encarar o mundo e aprender a lidar com elas como ferramentas de trabalho”.

Para colaborar com a pratica docente o Estado brasileiro em suas instâncias tem

encontrado nas formações continuada, uma das formas de suprir o déficit no que tange

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principalmente ao uso das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação – NTICs,

haja vista que nem sempre as possibilidades ofertadas pela tecnologia figura-se como

uma grande oportunidade, isso em virtude de paradigmas que permeiam a vida docente

desde o inicio da carreira.

Integrar as mídias ao processo de ensino aprendizagem é sem duvida instigante,

neste sentido MORAN ( 2000 ) destaca que, o professor tem uma gama de

oportunidades de cunho metodológico, possibilitando uma melhor organização dos

trabalhos docente seja no campo presencial ou virtual.

As tecnologias em suma transformaram a vida docente, pois o ensinar hoje nem de

longe parece com o ensinar de anos atrás. Pois, os espaços de ensinar e aprender são

modificados constantemente, valorizando a criatividade deste docente em se manter

neste processo em meio a toda essa mudança de paradigma. Neste sentido é necessário

perceber a importância da identidade do professor. Corroborando com essa idéia LIRA

(2007, p.48), declara:

“a identidade profissional do professor está em constante transformação, pois

se constrói a partir de uns re-significação social da profissão e das varias

revisões das tradições. Cada professor, na sua realidade docente também se

constrói enquanto ator e autor de sua atividade cotidiana: na sua maneira de

portar-se diante de seu mundo, da história como um todo; em suas

representações; em seus saberes; em suas esperanças e alegrias; em suas

angustias e anseios; e no sentido que atribui á sua própria vida, como

profissional de educação”.

Isso torna-se perceptível em virtude das mudanças no ser e fazer educação permeado

pelas novas tecnologias, onde a identidade do professor deve ser refletido sempre, sob pena de

uma unificação desta identidade que é própria de cada um.

2.4 Educomunicação: Evolução e conceitos

A escola tem sido o campo de maior influência destas mudanças, uma vez que a

mesma vivia um processo quase estático, sem grandes novidades. Desde a década de 70

que percussores da idéia de comunhão entre dois campos distintos (educação e

comunicação), porém indissociáveis, percorreram sobretudo, a America Latina com o

objetivo de difundir a Educomunicação.

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Um dos mais conhecidos nomes desta nova vertente destes dois campos foi o

Jornalista e Professor Argentino Mário Kaplún. Com o avanço das novas tecnologias as

idéias educomunicativas tomaram conta do mundo, e foi se tornando imprescindíveis

para um bom trabalho por parte dos docentes, que também como estabelece SCHAUN

(2002) são chamados “educomunicadores”, conquistando um novo campo profissional.

É bastante perceptível o crescimento desta área profissional nas ultimas décadas,

uma das grandes provas desta afirmação é a criação de cursos superiores numa

perspectiva educomunicativa, como temos atualmente na USP e na UFCG entre outras

instituições. Vale ressaltar que em ambos os mesmos são da área de comunicação social

com habilitação em educomunicação

Mesmo sabendo que a efervescência das praticas educomunicativas tiveram

como aporte a partir da década de 70, devemos ressaltar que bem antes disto Freinet já

difundia na França e por toda Europa, os primeiros vestígios da educomunicação,

através dos jornais escolares, mesmo que de forma bem rudimentar.

Pensando numa perspectiva de inclusão digital o Estado brasileiro lança o Plano

Nacional de Educação em Direitos Humanos – (PNEDH 2009), onde um dos capítulos

aborda as concepções e os princípios do uso das mídias no contexto educacional,

diminuindo as barreiras existentes.

Durante anos as escolas buscaram mecanismos para diminuir as barreiras

impostas pela manutenção dos métodos excludentes tradicionais, onde o professor é o

centro das atenções, hoje já vislumbramos uma pequena mudança, onde o docente é o

intermediador do processo de ensino aprendizagem, e neste processo o aluno é a peça

fundamental.

Educar no contexto contemporâneo é abrir novos caminhos para que o próprio

aluno faça seu trajeto e se aproprie dos conceitos e teorias necessária para o amplo

desenvolvimento.

Quando nos referimos a educomunicação muitas pessoas se remetem as praticas

desencadeadas a partir da escola, no entanto AZEVÊDO (2005) trata o rádio como um

espaço educativo. Neste contexto podemos perceber o quanto as praticas

educomunicativas é extensiva.

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Mas na verdade tivemos durante muito tempo certa resistência por parte da

escola. Nesse sentido, FONSECA (2004, p. 9) declara, “de um lado, o mundo mediático

invade e transforma as mentalidades, gerando um tipo de conhecimento pratico da vida

e, de outro, a escola resistindo a reconhecer a mudança e a incorporá-la na sua oferta do

conhecimento”.

Nas palavras de Fonseca, verifica-se a dificuldade de mudança de paradigma,

mesmo que o uso dos recursos midiáticos no contexto educacional na

contemporaneidade possa ser grande valia.

Com o passar dos anos até mesmo as ONGs tomaram para si a responsabilidade

de inserir no contexto educacional as ações que integrem a educação e a comunicação,

nesta vertente merece destaque o trabalho desenvolvido pela Comunicação e Cultura2 de

Fortaleza/CE, que trabalha com a disseminação de Jornais Escolares.

Praticas como esta são multiplicadas por todo o país, em lugares como

Juripiranga/PB, onde teremos a Escola Municipal Vereador José Grimaudo Tavares

como corpus para o nosso trabalho, e que se insere no rol de instituições que mesmo de

forma sutil fazem apropriação das praticas educomunicativas.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

De acordo com Galliano (1989, p.5), a palavra método significa caminho para

chegar a um fim. Diante dessa colocação, necessita-se identificar que caminhos a

percorrer até obter os resultados desejados. Ao pesquisar bibliografias diversificadas

estaremos informados sobre a real situação acerca do tema escolhido, dentro dessas

visões diferentes.

Considerando SILVA e SILVA (2005) nossa pesquisa é de natureza básica pois

tem por objetivo criar novos conhecimentos acerca do tema em estudo e sem aplicação

pratica. A pesquisa é de base descritiva, pois de acordo com SILVA e SILVA (2005

p.20) “tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e

informações para classificá-las e analisá-las”. Configurando-se como um estudo de

caso, uma vez que busca vislumbrar sobre dado objeto em um dado tempo.

2 ONG criada em 1987 em Fortaleza e trabalha com jornais escolares desde 1991

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Além disso a pesquisa realizada é do ponto de vista descritiva, pois visa

descrever as característica e interfaces do objeto em estudo. Como procedimentos

técnicos usamos o levantamento bibliográfico para nos dar aporte teórico para posterior

levantamento de dados.

Para chegarmos as repostas utilizamos como instrumento de pesquisa o

questionário que de acordo com SILVA e SILVA (2005, p. 33),

“é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito

pelo informante. O questionário deve ser objetivo, limitado em extensão e

estar acompanhado de instruções As instruções devem esclarecer o propósito

de sua aplicação, ressaltar a importância da colaboração do informante e

facilitar o preenchimento”.

Nesse sentido usamos o questionário de múltiplas escolha dando uma maior

abertura aos docentes face as suas escolhas. Além disso dividimos o questionário em

duas partes: A primeira buscou perfilizar os docentes que participaram da pesquisa, e o

segundo versou sobre a percepção dos docentes acerca dos conhecimentos dos conceitos

da educomunicação.

A pesquisa foi realizada na cidade de Juripiranga/PB, a mesma fica situada no

Baixo Paraíba e ocupa uma área de 122 Km². Distante 64 km de João Pessoa. Limita-se

com Itabaiana (12 km), Pilar (18 km) São Miguel de Taipu (21 km)e Pedras de Fogo

(15 km).

Encravada entre o Vale do Paraíba e a Zona da Mata Pernambucana, a cidade de

Juripiranga de acordo com o IBGE (2010) tem 10.237 habitantes, tem no corte da cana

a principal fonte de renda além da produção de vassouras e chapéu de palha.

Atualmente a área do município é de 78,845Km², e com uma densidade de 129,84

(hab/Km²).

A rede municipal de ensino de Juripiranga conta com seis escolas que atendem

alunos da educação infantil ao ensino fundamental segunda fase.Para realização da

presente pesquisa utilizamos uma amostra de 20 docentes de um universo de 40

docentes da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Vereador José

Grimaudo Tavares em Juripiranga/PB.

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4. ANÁLISE DE RESULTADOS

Uma vez coletados os dados, devemos organizá-los de tal forma que por si só

ofereça subsídios para entendimento sem que para isso necessite de auxilio para explicá-

los. Diante disso buscamos fazer um trabalho gráfico para dissolver as respostas

apresentadas nos questionários.

Para que possamos perceber melhor as respostas atribuídas as distribuímos em

dois grandes eixos: Um que pretende apontar o perfil dos entrevistados e outro que nos

possibilita destacar a percepção dos mesmos face aos conceitos da educomunicação.

Como corpus da pesquisa utilizamos 20 docentes de turnos alternados da Escola

Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Vereador José Grimaudo Tavares, situada

na cidade de Juripiranga/PB. Fundada em 1990, com apenas cinco salas de aulas. A

escola hoje é composta de treze salas sendo: doze salas de aula e um laboratório,

oferecendo cursos de informática para os alunos e para a comunidade em geral, através

do CDI-Comunidade, além de uma mini gráfica com serviços de xérox e encadernação.

Atualmente a escola conta com cinqüenta e oito funcionários, sendo quarenta

docentes divididos nos três turnos atendendo 634 alunos da educação infantil ao 8º ano

do ensino fundamental como também turmas de Educação de Jovens e Adultos – EJA.

4.1 Perfil do respondentes

Gráfico 1 – Sexo

95%

5%

FEMININO MASCULINO

Fonte: Pesquisa de Dados (2011)

Quanto ao sexo dos docentes que responderam aos questionários visualizamos

que 95% são do sexo feminino e apenas 5% do sexo masculino, o que na verdade

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corrobora para a afirmação que a carreira docente ainda é mais acentuada para o público

feminino. Principalmente nas series iniciais onde, a imagem feminina ainda é muito

forte.

Gráfico 2 – Idade

20%

45%

20%

15%

De 18 a 30 anos De 31 a 40 anos

De 41 a 50 anos Acima de 50 anos

Fonte: Pesquisa de Dados (2011)

Para conhecer a idade dos docentes entrevistados usamos como parâmetros

quatro grandes grupos. Destacando-se de o grupo de 31 a 40 anos com 45% , onde

percebemos um grupo de docentes relativamente jovem do ponto de vista da idade.

Neste sentido destacamos também que apenas 15% estão acima dos 50 anos de

idade, um fato que demonstra que cada dia as pessoas estão entrando mais cedo no

campo profissional. Além disso, temos a reforma administrativa e da previdência social

da década 1990, que causaram grande temor com relação a possíveis perdas de direitos

previdenciários gerando um grande número de aposentadorias no setor público,

reduzindo o quadro de funcionários a partir dos 50 anos de idade.

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Gráfico 3 – Formação

Fonte: Pesquisa de Dados (2011)

Uma vez indagados sobre a formação, os docentes tiveram a oportunidade de

apresentarem sua formação para que pudéssemos destacar a melhoria no contexto

educacional face a formação docente. Um dos fatos que destacamos é a porcentagem

igual de 40%, para os docentes apenas com graduação e os com especialização.

Também em meio a tantas mudanças no campo educacional ainda temos 20% de

docentes na unidade educacional apenas com o ensino médio ( pedagógico ), muito

embora a própria LDB, determine que para a formação inicial docente seja necessário a

graduação. É bastante preocupante em meio a contemporaneidade a demanda presente

no espaço educacional ainda sem uma formação inicial, uma vez que a formação

continuada que é ofertada pelo próprio município vem acontecendo com bastante

freqüência. Outro fator que melhorou os aspectos ligados a formação docente foram os

incentivos feitos pelo Estado através criação de cursos e facilidade do acesso as IES

como os cursos ofertados via Plataforma Freire.3

3 Programa do Ministério da Educação que visa qualificar os docentes em efetivo exercício na

rede pública de ensino com cursos de graduação, especialização e aperfeiçoamento.

20%

40%

40%

Ensino Médio Graduação Especialização

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Gráfico 4 – Tempo de atuação

20%

35%

40%

5%

De 1 a 10 anos De 11 a 20 anos De 21 a 30 anos Acima de 31 anos

Fonte: Pesquisa de Dados (2011)

Em relação ao tempo de atuação em sala de aula as respostas mostraram uma

diversificação, onde a maior parcela está na casa entre 21 e 30 anos de serviço com 40%

dos entrevistados e a menor parcela está na casa acima dos 31 anos com um percentual

de apenas 5%.

Dessa forma podemos perceber que a escola tem um grupo bastante experiente

uma vez que apenas 20% está na casa dos 10 anos de serviço. Diante disso podemos

perceber uma variação de tempo de atuação entre os docentes entrevistados. O fato de

alguns se manterem no serviço público mesmo ultrapassando o tempo mínimo para a

aposentadoria são os PCCRs4 que implantados nos últimos anos valorizam os docentes

da ativa.

4 Plano de Cargos, Carreira e Remuneração

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Gráfico 5 – Turno de trabalho

65%

35%

Um Turno Dois Turnos

Fonte: Pesquisa de Dados (2011)

Indagados sobre a quantidade de turnos de trabalho 65% dos entrevistados

informaram trabalhar apenas um horário, o que em suma representa mais tempo para

preparar-se e também para produzir material para as aulas. Por outro lado 35% dos

docentes disseram trabalhar dois turnos.

Diante das colocações percebemos que uma grande parcela dos entrevistados em

linhas gerais dispõem de tempo para planejarem suas ações.

Pois como destaca MORAN (2000) é preciso se ter mais tempo para planejar as

ações em sala de aula com uso dos recursos tecnológicos, muitas vezes é preciso se

fazer o mesmo percurso feito pelos alunos antes mesmo de indicar a atividade para o

mesmo.

4.2 Percepção de conceitos e praticas educomunicativas

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Gráfico 6 – Percepção acerca da Educomunicação

50%50%

Conhecem a Educomunicação Desconhecem a Educomunicação

Fonte: Pesquisa de Dados (2011)

Uma vez questionados sobre se já conheciam a educomunicação, destacamos

que os docentes se dividiram, onde 50% afirmaram desconhecer a educomunicação e os

outros 50% disseram conhecer a teoria. Nessa perspectiva muitos docentes ainda

percebem a educomunicação como algo desconhecido, muito embora mesma a grosso

modo faça parte da vida de todos.

Dessa maneira a educomunicação mesmo cunhada na década de 70, como já

destacamos anteriormente ainda é algo bastante novo para uma grande parcela dos

docentes entrevistados.

Isso coaduna com a idéia da difusão da educomunicação pelo país a fora uma

vez que mesmo sendo uma teoria com mais de 40 anos a mesma passou a ser difundida

mais fortemente na ultima década por ocasião da criação dos cursos de educomunicação

em instituições como a Universidade de São Paulo - USP e a Universidade Federal de

Campina Grande - UFCG entre outras. Além de ganhar espaços em congressos,

simpósios também em ambientes como o próprio radio como aborda AZEVEDO

(2005), onde mulheres dos movimentos do campo se revezam na produção e

apresentação de programa radiofônico de cunho educomunicativo, apresentando assim,

outros ambientes de pratica além da escola.

Como SCHAUN (2002, p. 15) o uso da educomunicação “busca ressignificar os

movimentos comunicativos inspirados na linguagem do mercado da produção de bens

culturais, mas que vão resolver no âmbito da educação como uma das formas de

reprodução de organização de poder da comunidade, como um lugar de cidadania”.

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Diante destacamos a presença da educomunicação como um amplo fator de

contribuição para a educação esteja dentro da escola ou não.

Gráfico 7 – Conceitos de Educomunicação

65%25%

10%

Integração entre a educação e a comunicação abrindo possibilidades através de suas

interfaces

Integração entre a educação e os meios de comunicação

Integração entre a educação e os recursos midiaticos

Fonte: Pesquisa de Dados (2011)

Mesmo sem conhecerem a teoria da educomunicação, convidamos os docentes

para indicarem qual conceito eles acreditam ser o mais coerente para o termo,

educomunicação.

Para tanto descrevemos três possíveis conceitos, baseados em nossas leituras ao

longo de nosso estudo, os quais os docentes ficaram a vontade para fazer suas escolhas.

Nesse sentido 65% destacaram que o conceito que melhor apresenta a educomunicação

é a integração entre a educação e a comunicação abrindo possibilidades através de suas

interfaces. Outros 25% destacaram a integração entre a educação e os meios de

comunicação como sendo o conceito que melhor apresenta a educomunicação. Já 10%

indicaram a educomunicação como sendo a integração entre a educação e os recursos

midiáticos.

Considerando FREIRE (1983) destacou em seu trabalho a importância do

dialogo em sala de aula o que em suma é comunicação e traduz-se em educação, que

hoje é conceituada como educomunicação. Interface de relação que faz uso de todas as

possibilidades existentes em sala de aula.

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Gráfico 8 – Praticas educomunicativas

14%

33%26%

24%3%

Jornal Escolar

Uso de videos ou filmes

Uso da Televisão

Produção e apresentação de material no computador

Fonte: Pesquisa de Dados (2011)

Mesmo sem um conhecimento formal acerca da educomunicação, buscamos

junto aos docentes perceber as praticas e ações de cunho educomunicativo que os

mesmos fazem uso.

Nesse sentido apresentamos algumas atividades ate certo ponto comum nas

unidades educacionais e que figuram como praticas educomunicativas.

Ao analisar as respostas podemos perceber que embora não sejam conhecedores

das teorias da educomunicação todos os docentes fazem uso de atividades

educomunicativas. Nessa perspectiva destacamos as atividades que utilizam o vídeo ou

filme como recurso pedagógico, apontado 33% dos entrevistados como uma das

atividades trabalhadas em sala de aula. Outro aspecto bastante interessante diz respeito

ao uso do computador, onde figura com apenas 3% apresentando a distancia que ainda

existe entre este recurso e os docentes.

Alguns aspectos indicados pelos docentes já são usados de forma bastante

acentuada por outras escolas como os jornais escolares, com um trabalho bastante forte

nas escolas públicas vislumbrados pela ONG Comunicação e Cultura fazendo uso das

teorias arraigadas por FREINET.

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Gráfico 9 – Aspectos importantes nas praticas educomunicativas

80%

10%10%

Melhoria das relações interpessoais

Desenvolvimento de habilidades tecnologicas

Melhor articulação entre a teoria e a pratica

Fonte: Pesquisa de Dados (2011)

Assim como tantas outras atividades, as praticas educomunicativas também

amplia o desenvolvimento dos educandos. Diante disso os docentes apontaram qual o

aspecto mais importante partindo das praticas educomunicativas.

Diante do exposto 80% dos entrevistados destacaram como principal aspecto das

praticas educomunicativas, a melhoria das relações interpessoais. Já 10% apontaram

como sendo o ponto máximo o desenvolvimento de habilidades tecnológicas, enquanto

que 10% também destacaram como ponto positivo a melhor articulação entre a teoria e

a pratica.

5. CONCLUSÕES

Ao concluirmos esse trabalho percebemos a grandiosidade dos avanços

ocasionados pelos avanços tecnológicos, principalmente quando o mesmo está

associado ao campo educacional.

Todavia é preciso estar preparado para acompanhar as mudanças e suas

interfaces. Entretanto isso tem sido um dos grandes entraves do processo educacional,

conforme verificamos através do posicionamento dos entrevistados nos questionários,

face as mudanças oriundas do campo tecnológico.

Tal resistência tem gerado alguns conflitos, os quais tem tirado o sentido

democrático da escola, e que foi conquistado em meio a lutas. Na verdade os docentes

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são obrigados a se colocarem em um mundo adverso ao seu, pelos próprios alunos que

cobram esta mudança a cada instante.

Para que possamos compreender melhor o corpus da nossa pesquisa vamos

destacar o perfil dos entrevistados. Em linhas gerais são mulheres, com graduação,

atuando em sua maioria apenas em um local, e com idade media de 30 anos.

Guiamos nosso estudo sobre a óptica da percepção das praticas

educomunicativas, a qual destacamos que mesmo encravadas em um mundo que gira

em torno da tecnologia, os docentes da Escola Vereador José Grimaudo não conhecem

de fato o conceito de educomunicação, atribuindo dessa forma sentidos que não

comungam da verdadeira identidade da educomunicação, muito embora de forma

inocente já utilizem instrumentos que são frutos da educomunicação.

Contudo existe um grande envolvimento do corpo docente nas ações o que

corrobora para as mudanças necessárias no sentido de inserir-se no rol das tecnologias.

Percebemos que em síntese os docentes ainda não incorporaram as suas praticas teorias

como a cunhada desde a década de 70 por Kaplun ou tantas outras que contribuem para

o desenvolvimento dos educandos.

Tais mudanças originam novas visões de mundo, onde cada um se percebe como

um ator na consolidação de ações que melhoram a vivencia em coletividade. O uso

correto dos instrumentos midiáticos traz a sociedade um novo olhar, onde a mídia não é

só motivo de critica mas de parceira na consolidação de um novo saber, sistematizado e

coerente com o cotidiano.

Em suma o que falta para os docentes entrevistados é uma percepção acerca das

teorias que permeiam a educomunicação, uma vez que na pratica já vislumbram boas

ações, nesse sentido é necessário um estudo apurado dos conceitos e sua aplicabilidade.

Mini currículo

Saulo José Veloso de Andrade, graduado em Comunicação Social pela Universidade

Estadual da Paraíba (2005), graduando em Pedagogia pela Universidade Federal da

Paraíba, Professor das series iniciais da Prefeitura Municipal de São José dos Ramos e

Juripiranga/PB.

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REFERENCIAS:

AZEVÊDO, Sandra Raquew dos Santos. Gênero, rádio e Educomunicação:

Caminhos entrelaçados. João Pessoa: Ed. Universitária/UFPB, 2005

BRASIL, Secretaria Especial de Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação em

Direitos Humanos – PNEDH. Brasília; 2009.

BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB.

Brasília;1996.

FREIRE, Paulo. Extensão e Comunicação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

FONSECA, Cláudia Chaves. Os meios de comunicação vão à escola?. Belo

Horizonte: Ed. Autentica, 2004.

GALLIANO, A. Guilherme. Método Cientifico. São Paulo: Ed. Harba, 1989.

GONNET, Jacques. Educação e Midias.São Paulo: Edições Loyola, 2004.

BARBERO Jesús Martin . Heredando el Futuro.Pensar la Educación desde la

Comunicación, in Nómadas, Boggotá, septiembre de 1996, n. 5, p. 10-22

MORAN, José Manuel, Desafios na Comunicação Pessoal. 3ª Ed. São Paulo: Paulinas,

2007, p. 162-166.

OLINTO, Antonio. Mini dicionário Antonio Olinto da Língua Portuguesa. São

Paulo. Editora Moderna;2001.

RUDIO, Franz Victor. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. Petrópolis: Ed

Vozes, 1998.

SAMPAIO, Maria Narcizo, LEITE, Ligia Silva. Alfabetização Tecnológica do

Professor. 6ªEd. Petropolis,RJ; Ed. Vozes, 2008.

SCHAUN, Angela. Educomunicação:Reflexões e Principios. Rio de Janeiro: Ed.

Mauad, 2002.

SILVA e SILVA, Edna Lúcia da, Metodologia da pesquisa e elaboração de

dissertação/Edna Lúcia da Silva, Estera Muszkat Menezes. – 4. ed. rev. atual. –

Florianópolis: UFSC, 2005.

Sites e revistas Consultadas

http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lestin_Freinet Com acesso em 10/11/11 ás

12:23

http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1 Com acesso em 23/10/11 ás 16:54

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http://www.eca.usp.br/prof/moran/textos.htm Com acesso em 21/10/11 ás 10:11

APENDICE:

Questionário Sobre as Praticas Educomunicativas

Universidade Federal da Paraíba

Departamento de Economia

Curso de Especialização em Gestão Pública Municipal

Aplicador: Saulo José Veloso de Andrade

Questionário

PARTE I – PERFIL DOS RESPONDENTES

1- Nome:

2 – Sexo

Masculino ( ) Feminino ( )

3 – Idade

( )De 18 a 30 anos

( ) De 31 a 40 anos

( )De 41 a 50 anos

( ) Acima de 50 anos

4 – Formação:

( ) Ensino Médio ( ) Superior ( ) Especialização

( ) Mestrado ( ) Doutorado

5- Há quantos anos leciona? __________________________

6 - Em quantos turnos você trabalha? 1 ( ) 2 ( ) 3 ( )

7- Trabalha apenas nessa escola? SIM ( ) NÃO ( )

PARTE II – CONCEITOS SOBRE A EDUCOMUNICAÇÃO

8 – Você já ouviu falar sobre a educomunicação?

( ) Sim ( ) Não

9 – De acordo seus conhecimentos que opção melhor apresenta um conceito de

educomunicação?

( ) Integração entre a educação e a comunicação abrindo possibilidades através

de suas interfaces.

( ) Integração entre a educação e os meios de comunicação.

( ) Integração entre a educação e os recursos midiáticos.

10 – Quais atividades você enquanto docente desenvolve ou desenvolveu na

escola em que você está inserido.

( ) Jornal escolar ( ) Uso de vídeos ou filmes

( ) Uso de programas radiofônicos ( ) Recortes de jornais

( ) Uso da televisão

( ) Produção e apresentação de material no computador

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11 – Aponte entre os pontos abaixo aquele que você julga de suma importância

baseado nas praticas educomunicativas.

( ) Melhoria das relações interpessoais

( ) Desenvolvimento de habilidades tecnológicas

( ) Ampliação do vocabulário

( ) Melhor articulação entre a teoria e a pratica

( ) Possibilidades de práticas coletivas

.