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Efeito agudo da ordem dos modos de exercício aeróbio e resistido em indicadores de rigidez arterial Wagner Jorge Ribeiro Domingues Porto, Setembro de 2013

Efeito agudo da ordem dos modos de exercício aeróbio e ... · E, finalmente, à minha namorada Caroline Ferraz, por todo o apoio, compreensão e paciência (acima de tudo!!), por

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Efeito agudo da ordem dos modos de exercício aeróbio e

resistido em indicadores de rigidez arterial

Wagner Jorge Ribeiro Domingues

Porto, Setembro de 2013

Efeito agudo da ordem dos modos de exercício aeróbio e

resistido em indicadores de rigidez arterial

Dissertação apresentada com vista a obtenção de 2° ciclo em Atividade Física

e Saúde, ao abrigo do Decreto-Lei n° 74/2006 de 24 de Março sob orientação

do Professor Doutor José Manuel Fernandes Oliveira.

Master Thesis presented for the conclusion of 2and Cycle Studies in Physical

Activity and Health, according to Decret-law n°74/2006 of 24 March, under the

supervision of the teacher Dr. José Manuel Fernandes Oliveira.

Wagner Jorge Ribeiro Domingues

Porto, 2013

IV

Domingues, W.J.R (2013). Efeito agudo da ordem dos modos de exercício

aeróbio e resistido em indicadores de rigidez arterial. Porto: dissertação de

mestrado apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: RIGIDEZ ARTERIAL, EXERCÍCIO AGUDO, EXERCÍCIO

AERÓBIO, EXERCÍCIO RESISTIDO

V

“Seja você quem for, seja qual for a posição social

que você tenha na vida, a mais alta ou mais baixa,

tenha sempre como meta muita força, muita

determinação e sempre faça tudo com muito amor e

com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De

alguma maneira você chega lá”

Ayrton Senna

VII

À minha família, minha namorada e meus

amigos.

IX

Agradecimentos

Durante esses dois anos de percurso, com toda a dificuldade de se estar

longe da família e de meu país, gostaria de agradecer algumas pessoas, que

se mostraram muito importantes durante esta caminhada e que, sem elas, não

conseguiria atingir os meus objetivos.

Ao professor Doutor José Oliveira, pela sua orientação no trabalho, pela

confiança em mim depositada, pelo exemplo de profissional, por toda a

disponibilidade que sempre mostrou, pela educação e gentileza que sempre

me tratou, e pelas experiências que pude obter através das conversas no

Gabinete de treino desportivo.

Ao meu amigo Nórton Oliveira, pela sua ajuda no presente trabalho, pela

confiança, pelos “puxões de orelha”, pela paciência que sempre teve perante

as minhas dúvidas e erros que cometi durante o percurso, por toda a ajuda que

sempre me disponibilizou e, sobretudo, pela amizade. Sinto que saio de

Portugal com um amigo que conquistei nesse tempo e que espero ainda poder

realizar muitos trabalhos juntos.

Ao professor Doutor Gustavo Silva, pela sua ajuda no tratamento e

análise estatística dos dados, e por ter feito com que eu me interessasse um

pouco mais pela da estatística.

Ao meus amigos Antônio Soares, Bruno Remígio e Rinaldo Ramos

(Ítalo), por todo o empenho durante e após a realização deste trabalho, por

terem se disponibilizado em dias de frio, calor, sol, chuva, noite e dia, e por

terem feito eu ter curiosidade em aprender estatística. Garanto que sem a

ajuda de vocês, seria muito mais difícil.

Ao colega Eduardo Teixeira, pela disponibilidade nas avaliações

ergoespirométricas.

X

A todos os Professores da FADEUP, por todas as maravilhosas aulas,

por todo o conhecimento que pude adquirir ao longo deste longo percurso e por

toda a simpatia que sempre demonstraram.

Aos amigos da turma: Antônio Bovolini, Cesar Agostinis, Cristine

Schmidt, Morgana Hoffmann e Renata Willig. Toda a dificuldade que passamos

quando estamos longe de casa fez com que nos aproximássemos muito e com

que construíssemos uma amizade muito forte. Sem a ajuda e amizade de

vocês não teria conseguido conquistar esse meu objetivo. Saio do Porto com

amigos de verdade.

A Rose Autran. Muito obrigado por toda a ajuda que me disponibilizou

quando eu ainda estava no Brasil e aqui em Portugal.

Aos grandes amigos e frequentadores da República do Covelo, no qual

tive a oportunidade de conhecer no Porto: Mariana dos Reis, Maria Ligia, Tárik

Nina, Taivan Muller, Ricardo Arantes, Patrick Oliveira, Felipe Seixas, Gabriel

Loureiro, Guilherme Cangussú, Luna Leão, Letícia Morais, Adolfo Moraes e

outros tantos. Uma das coisas que mais admirei durante a minha estadia no

Porto foi ver a grande amizade entre os “brasucas“, pois com toda a dificuldade

que enfrentamos quando se está longe de sua casa, essas amizades são

fundamentais!

Ao meu amigo João Claudio Machado, pela ajuda ainda quando eu

estava no Brasil e por ter me mostrado o caminho da ciência ainda quando

estávamos na graduação, fazendo com que em desse continuidade para a

realização deste objetivo.

Aos funcionários (as) da FADEUP, Coimbra Pereira, Rui Oliveira

(Portista), Antônio Sambade e André Duque (Benfiquista), Maria Domingues,

Sara Henriques, Patrícia, Pedro, D. Manuela Santos, Marta Campos e a todos

os funcionários por sempre terem me tratado da melhor maneira possível.

Aos amigos do Brasil, que apesar da distância, sempre me apoiaram

nessa caminhada.

XI

Ao meu grande amigo e irmão Haldo Jayron, pela ajuda. Você foi muito

importante para que eu conseguisse este objetivo.

A minha querida amiga Nayara Dias, pela visita durante este período

que residi na cidade do Porto.

Ao meu amigo e companheiro apartamento Vitor Silva, pela ajuda,

disponibilidade e contribuição indireta para realização deste objetivo.

Ao Prof. Sidney Netto, da Universidade Federal do Amazonas, por

durante toda a minha graduação ter me ajudado, por sempre me receber da

melhor maneira passível em sua sala, por ter me ajudado quando bati a sua

porta dizendo que gostaria de fazer mestrado. Por sempre ter sido um

professor fantástico.

Ao Prof. Ewertton Bezerra, da Universidade Federal do Amazonas, por

toda a ajuda que sempre me disponibilizou, foi durante a orientação do trabalho

de conclusão de curso, ao ver o seu trabalho, que tive certeza do que queria

para a minha vida profissional, e, sobretudo, pela amizade.

Aos meus pais Jorge Domingues e Flávia Gomes, e minha irmã, Soraya

Domingues, por todo o apoio que sempre me deram, por toda a ajuda nesses

anos “fora de casa”.

A minha tia Maria Alzira por sempre ter me ajudado ao longo desse

período.

E, finalmente, à minha namorada Caroline Ferraz, por todo o apoio,

compreensão e paciência (acima de tudo!!), por sempre ter me incentivado a

trabalhar, estudar e a continuar o meu percurso. Só nós sabemos o quanto foi

difícil esse período e que conseguimos passar por esse obstáculo juntos. Você

é a grande responsável pela pessoa que me tornei. Te amo!!

A todos que neste período de mestrado me apoiaram e proporcionaram

momentos memoráveis. Muito obrigado.

XIII

Índice Geral

Índice de figuras .............................................................................................. XV

Índice de tabelas ........................................................................................... XVII

Índice de Anexos ............................................................................................ XIX

Resumo .......................................................................................................... XXI

Abstract ........................................................................................................ XXIII

Lista de abreviaturas e símbolos ................................................................... XXV

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 3

2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 9

2.1 Coração .................................................................................................... 9

2.2 Vasos sanguíneos ................................................................................... 11

2.3 Propriedades físicas das artérias: distensibilidade, complacência e

elasticidade. .................................................................................................. 12

2.4 O que é rigidez arterial ............................................................................ 13

2.5. Consequências do aumento da rigidez arterial ...................................... 13

2.6 Causas e mecanismos do aumento da rigidez arterial ............................ 14

2.7 Rigidez arterial nas artérias proximais e distais ...................................... 15

2.8 Métodos de avaliação da rigidez arterial ................................................. 16

2.9 Indicadores de rigidez arterial ................................................................. 17

2.10 Efeito agudo dos diferentes modos de exercícios em indicadores de

rigidez arterial ............................................................................................... 18

3. OBJETIVOS E HIPÓTESES ........................................................................ 23

4. MÉTODOS ................................................................................................... 27

4.1 Delineamento do estudo ......................................................................... 27

4.2 Desenho do estudo ................................................................................. 27

4.3 Amostra ................................................................................................... 28

4.4 Critérios de inclusão ................................................................................ 30

4.5 Critérios de exclusão ............................................................................... 30

4.6 Aferição da pressão arterial e frequência cardíaca em repouso ............. 30

4.7 Medidas antropométricas e composição corporal ................................... 31

XIV

4.8 Potência aeróbia máxima ........................................................................ 32

4.9 Avaliação da força muscular máxima ...................................................... 33

4.10 Sessões experimentais ......................................................................... 36

4.11 Sessões de exercícios .......................................................................... 36

4.12 Medida da rigidez arterial ...................................................................... 37

4.12.1 Velocidade de onda de pulso carótida-femoral (VOP-cf) ................ 37

4.12.2 Análise da onda de pulso (AOP) ..................................................... 39

4.13 Análise estatística ................................................................................. 40

5. RESULTADOS ............................................................................................. 43

5.1 Efeito agudo do exercício ........................................................................ 43

5.2 Recuperação ........................................................................................... 49

6. DISCUSSÃO ................................................................................................ 55

6.1 Efeito agudo do exercício ........................................................................ 55

6.2 Recuperação ........................................................................................... 56

7. CONCLUSÕES ............................................................................................ 61

8. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................ 65

9. ANEXOS ................................................................................................... XXV

XV

Índice de figuras

Figura 1. Estrutura do coração e circulação pulmonar e sistêmica. ................. 10

Figura 2. Desenho do estudo. .......................................................................... 27

Figura 3. Supino plano; a) posição inicial e b) posição final do exercício. ........ 34

Figura 4. Agachamento com barra livre; a) posição inicial e b) posição final do

exercício. .......................................................................................................... 34

Figura 5. Remada curvada com barra; a) posição inicial e b) posição final do

exercício. .......................................................................................................... 34

Figura 6. Levantamento terra; a) posição inicial e b) posição final do exercício.

......................................................................................................................... 35

Figura 7. Desenvolvimento com halteres; a) posição inicial e b) posição final. 35

Figura 8. Mensuração velocidade de onda de pulso – carótida. ...................... 38

Figura 9. Mensuração velocidade de onda de pulso – femoral. ....................... 39

Figura 10. Mensuração da análise da onda de pulso. ...................................... 40

Figura 11. Valores de média e desvio padrão (dp) da variável velocidade de

onda de pulso carótida-radial (VOP-cf) ............................................................ 49

XVII

Índice de tabelas

Tabela 1 – Caracterização da amostra (n=15), valores de média ± desvio

padrão (dp). ...................................................................................................... 29

Tabela 2. Valores de média e desvio padrão (dp) das variáveis, pressão arterial

sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM),

duplo produto (DP) e frequência cardíaca (FC). ............................................... 45

Tabela 3. Valores de média e desvio padrão (dp) das variáveis, pressão

sistólica aórtica (PSA), pressão diastólica aórtica (PDA), pressão média aórtica

(PMA), pressão de pulso aórtica (PPA), pressão sistólica radial (PSR), pressão

diastólica radial (PDR), pressão média radial (PMR) e pressão de pulso radial

(PPR). .............................................................................................................. 46

Tabela 4. Valores de média e desvio padrão (dp) das variáveis, índice de

aumentação (AIx) e índice de aumentação ajustado para frequência cardíaca

de 75 batimentos por minuto (AIx@75). ........................................................... 48

XIX

Índice de Anexos

9. ANEXO ...................................................................................................... XXV

XXI

Resumo

O aumento da rigidez arterial nos vasos tem sido considerado um importante

preditor independente de morbidade e mortalidade vascular. O objetivo do

presente estudo foi avaliar o efeito agudo de dois diferentes modos de

exercício, resistido e aeróbio, nos indicadores de rigidez arterial em indivíduos

jovens normotensos. Participaram voluntariamente neste estudo 15 indivíduos

(média de idade = 23,5 ± 2,7 anos), todos do sexo masculino, os quais foram

submetidos a duas sessões de exercício aeróbio seguido de exercício resistido

(A-R) e vice-versa (R-A), realizados de forma aleatória com duração

aproximadamente de 1 hora. O exercício aeróbio foi realizado em um tapete

rolante a uma intensidade correspondente a 75–80% da frequência cardíaca de

reserva com duração de 35 minutos, enquanto o exercício resistido constituiu

na realização de 3 séries de 8 a 10 repetições máximas com 5 exercícios

distintos. Antes das sessões de exercício, os indivíduos foram submetidos a

avaliação dos indicadores de rigidez arterial em repouso, nomeadamente, a

velocidade de onda de pulso (VOP), índice de aumentação (AIx) e índice de

aumentação ajustada para frequência cardíaca de 75 batimentos (AIx@75)

durante 15 minutos. Os mesmos procedimentos e indicadores foram avaliados

após as sessões de exercício aos minutos 2º, 10º, 20º e 30º. O presente

estudo não revelou uma interação sessão x tempo significativa no efeito agudo

(2º min) na VOP, AIx e AIx@75, porém o AIx registrou interação sessão x

tempo significativa durante todo o período de recuperação (10, 20 e 30 min).

Em conclusão, O efeito agudo nos indicadores de rigidez VOP, AIx e AIx@75,

é independente da ordem dos modos de exercício; apenas no indicador

AIx@75 observou-se uma variação significativa do repouso para o 2º minuto; o

AIx foi significativamente diferente em A-R e R-A durante o período de

recuperação; nas sessões A-R e R-A, 30` de recuperação são insuficientes

para que o AIx@75 retorne aos valores de repouso; A VOP aos 10 minutos

retorna aos valores de repouso em ambas as sessões.

PALAVRAS-CHAVE: RIGIDEZ ARTERIAL, EXERCÍCIO AGUDO, EXERCÍCIO

AERÓBIO E EXERCÍCIO RESISTIDO

XXIII

Abstract

The increase in arterial stiffness in the vascular system has been considered an

important independent predictor of vascular morbidity and mortality. The aim of

this study was to evaluate the acute effect of two modes for exercise, resistance

and aerobic, on indicators of arterial stiffness in normotensive subjects.

This study was conducted with 15 individuals volunteer (mean age= 23.5± 2.7

years), all male, which were submitted two sessions of aerobic exercise

followed by resistance exercise (A-R) and vice versa (R-A), conducted

randomly and lasting approximately one hour. The aerobic exercise was

performed on a treadmill at an intensity corresponding to 75-80% of heart rate

reserve with duration of 35 minutes and resistance exercise consisted in

performing 3 sets of 8-10 maximum repetitions in 5 distinct exercises.

Before the exercise sessions, subjects were submitted to an assessment of

indicators of arterial stiffness at rest, namely, the pulse wave velocity (PWV),

augmentation index (AIx) and augmentation index adjusted for heart rate of 75

beats (AIx@75) for 15 minutes. The same procedures and indicators were

evaluated after the exercise sessions in the minute 2, 10, 20 and 30. The

present study didn´t found significant interaction in session vs time in acute

effect (2 min) in VOP, AIx and AIx@75, but AIx registered significant interaction

in session vs time throughout the recovery period (10, 20 and 30 min). In

conclusion, the acute effect on indicators of stiffness VOP, AIx and AIx@75, is

independent of the order of exercise modes; Only the indicator AIx@75 had a

significant change from rest to 2 minutes; The AIx was significantly different in

R-A and R-A during the recovery period; During A-R and R-A sessions, 30

minutes are insufficient to the AIx@75 returns to resting values; The VOP at

minute 10 returns to resting values in both sessions.

KEY WORDS: ARTERIAL STIFFNESS, ACUTE EXERCISE, AEROBIC

EXERCISE AND EXERCISE RESISTANCE

XXV

Lista de abreviaturas e símbolos

% - Percentagem

AIx – Índice de aumentação

AIx@75 – Índice de aumentação ajustado para frequência cardíaca de 75

batimentos por minuto.

bpm – Batimentos por minuto

cm – centímetros

CO2 – Dióxido de carbono

DP – Duplo produto

mmHg – milímetros de mercúrio

PAD – pressão arterial diastólica

PAM – pressão arterial média

PAS- pressão arterial sistólica

PP - pressão de pulso

PDA - pressão diastólica aórtica

PDR - pressão diastólica radial

PMA - pressão média aórtica

PMR - pressão média radial

PPA - pressão de pulso aórtica

PPR - pressão de pulso radial

PSA – pressão sistólica aórtica

PSR - pressão sistólica radial

s - segundos

VOP – velocidade de onda de pulso

VOP-cf – velocidade de onda de pulso carótida-femoral

INTRODUÇÃO GERAL

3

1. INTRODUÇÃO

As doenças cardiovasculares (DCV) são uma das principais causas de

mortalidade, sendo estimada em 30% das mortes no mundo (World Health

Organization, 2010)

Na última década o aumento da rigidez arterial tem sido apontado como

um dos principais determinantes da pressão arterial sistólica (PAS) e pressão

de pulso (PP) e tem-se mostrado como um importante preditor independente

de morbidade e mortalidade cardiovascular (Adji et al., 2011; Cecelja &

Chowienczyk, 2013). Segundo Collier et al. (2010) a rigidez arterial pode ser

definida como a diminuição da capacidade de elasticidade das artérias.

Amplas evidências demonstram que as artérias centrais (elásticas)

apresentam um enrijecimento progressivo com a idade, enquanto as artérias

periféricas (musculares) sofrem menor influencia do envelhecimento (Lee & Oh,

2010). Entretanto a rigidez arterial arterial pode ser ampliada por fatores

relacionados com o estilo de vida e por exemplo, determinadas patologias que

conduzem à manifestação clínica de doenças cardiovasculares.

De acordo Chue et al. (2010); Stoner et al. (2012) o aumento da rigidez

arterial, predominantemente da artéria aorta, comumente está associado a

complicações cardiovasculares, tais como hipertensão arterial, aterosclerose e

insuficiência renal e tabagismo, demonstrando um envelhecimento arterial

acelerado nessas condições. Muitas dessas circunstâncias determinam o

aumento da rigidez arterial, independentemente da constatação clínica do

aumento da pressão arterial.

A onda do pulso arterial, foi descrita de forma precisa no século XIX

através de esfigmografia, incluindo uma detalhada descrição dos efeitos do

nitrato sobre os diversos componentes da onda de pulso (Cunha, 2006). No

entanto, aproximadamente na mesma época, médicos utilizaram métodos

indirectos baseados nas leis da física para determinar a velocidade de onda de

pulso (VOP) em animais (Adji et al., 2011). Portanto, a verificação das

4

propriedades mecânicas das artérias são temas antigos, porém de grande

importância na determinação do risco de doenças cardiovasculares.

A velocidade de onda de pulso carótida-femoral (VOP-cf), um indicador

de rigidez arterial, tem sido referido na literatura como o “padrão ouro” para a

avaliação da rigidez, sendo geralmente mensurada na artéria aorta (Adji et al.,

2011). Contudo, índice de aumentação (AIx), avaliado através da reflexão de

ondas, tem sido amplamente demonstrado por diversos investigadores como

outro importante indicador de rigidez arterial (Figueroa & Vicil, 2011; Sharman

et al., 2005).

Segundo Cheung (2010) diferentes equipamentos, parâmetros e

metodologias tem sido utilizados para a avaliação da rigidez arterial, porém um

método não-invasivo de alta fidelidade conhecido como tonometria de

aplanação permite avaliar a rigidez arterial em vários seguimentos como por

exemplo, na região das artérias carótida-femoral e na artéria radial.

Vários estudos tem reportado que o exercício físico é um importante

meio para a prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares (Collier et

al., 2008; Farpour-Lambert et al., 2009; Fujimoto et al., 2010).

De acordo com Brum et al. (2004) a magnitude das respostas

cardiovasculares ao exercício físico dependem da característica do exercício

executado, ou seja, do tipo de exercício, intensidade, duração, além da

quantidade de massa muscular envolvida.

O exercício aeróbio e o exercício resistido são recomendados para a

prevenção e tratamento dos factores de risco das doenças cardiovasculares,

incluindo a rigidez arterial (Miyachi et al., 2004; Sasaki & Santos, 2006).

Estudos observacionais e de intervenção tem demonstrado que o exercício

aeróbio regular parece atenuar rigidez arterial, enquanto o efeito crónico do

exercício resistido tende para uma elevação dos valores em indicadores de

rigidez (Pal et al., 2013; Umpierre & Stein, 2007).

5

Porém, diversos investigadores tem demonstrado que uma única sessão

de exercício físico aeróbio ou resistido parece promover as mesmas respostas

aos exercícios realizados de maneira regular sobre indicadores de rigidez

arterial (Collier et al., 2010; Yoon et al., 2010).

A nível das artérias centrais (aorta), o exercício aeróbio promove

alterações estruturais na parede dos vasos elevando a produção de potentes

vasodilatadores, aumentado a elasticidade das artérias e consequentemente

reduzindo a rigidez arterial (Pal et al., 2013). Já, com a realização do exercício

resistido, o aumento da rigidez parece estar associado a uma elevação da

atividade nervosa simpática, que é desencadeado pela ativação do comando

central, mecanoreceptores musculares, proporcionando uma elevada produção

de vasoconstritores e assim, promovendo o aumento da rigidez da parede dos

vasos (Miyachi, 2013).

Contudo, por razões que se prendem com a optimização do tempo

disponível para realizar exercício, em muitos casos a prescrição do treino faz-

se pela combinação dentro de cada sessão dos dois modos de exercício.

Adicionalmente, a sua ordem dentro das sessões é frequentemente realizada

de forma aleatória. Porém, até à data, não existem estudos procurando

determinar se o efeito agudo da ordem do exercício aeróbio e resistido dentro

das sessões tem repercussões nos valores dos indicadores de rigidez arterial

imediatamente após a cessação do exercício. Adicionalmente, também não se

conhecem quais as diferenças da repercussão da ordem dos modos de

exercícios dentro das sessões, na diminuição dos valores dos indicadores de

rigidez arterial no período de recuperação pós exercício. Assim sendo, a

melhor compreensão do efeito agudo da ordem dos modos de exercício físico

sobre os indicadores de rigidez arterial poderão ajudar a estabelecer

estratégias de prescrição em indivíduos saudáveis ou que possuam algum tipo

de doença cardiovascular.

Por tudo o que anteriormente foi reportado, o estudo incluído na

presente dissertação tem como objetivo geral avaliar e comparar, em

6

indivíduos jovens e saudáveis o efeito agudo da ordem dos modos de exercício

aeróbio e resistido nos indicadores de rigidez arterial.

A presente dissertação, está organizada e estruturada nas seguintes

capítulos:

1. Uma introdução procurando situar o leitor no problema do estudo,

apresentar o seu objetivo geral e descrever a estrutura da dissertação;

2. Um capítulo de revisão da literatura, onde se reporta o conhecimento

e estado da arte relativo ao tema da dissertação

3. Um capítulo onde se apresenta o desenho do estudo, os métodos,

procedimentos e instrumentos utilizados

4. Um capítulo conde se apresentam de forma objectiva os resultados do

estudo

5. O capítulo da discussão com a interpretação dos resultados

6. Um capítulo para apresentação das conclusões do estudo e da

dissertação

7. Um capítulo com a lista de referencias bibliográficas utilizadas em

todos os capítulos anteriormente descritos

REVISÃO DE LITERATURA

9

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Coração

De acordo com Powers & Howley (2000), o sistema circulatório ou

cardiovascular, é um circuito fechado responsável por bombear e conduzir o

sangue através dos vasos sanguíneos tendo como principal objetivo o

transporte oxigênio (O2) e nutrientes a todos os tecidos do organismo.

Formado por duas “bombas” em uma, o coração é dividido em “coração

direito” e “coração esquerdo” através do septo interventricular (impede a

mistura do sangue entre os dois lados). O “coração direito” é responsável por

bombear o sangue para os pulmões, circulação pulmonar, já o “coração

esquerdo” bombeia o sangue para os órgãos periféricos, circulação sistêmica

(Guyton & Hall, 2006). O lado direito do coração recebe o sangue pouco

oxigenado (venoso), proveniente do corpo através das veias cava superior e

inferior, e o bombeia através do tronco pulmonar para os pulmões para que

seja oxigenado; já o lado esquerdo recebe sangue saturado de oxigênio

(arterial), proveniente dos pulmões através das veias pulmonares, e o bombeia

para a aorta e a partir daí, é redistribuído para todo o corpo (Moore & Dalley,

1999).

O coração tem como estrutura quatro câmaras denominadas, aurículas

direita e esquerda e ventrículos direito e esquerdo. As aurículas são

responsáveis por propelir o sangue para os ventrículos que, por sua vez,

bombeiam o sangue para a para as artérias (Guyton & Hall, 2006) (Figura 1).

10

Figura 1. Estrutura do coração e circulação pulmonar e sistêmica.

Para impedir que o sangue reflua dos ventrículos para as aurículas, o

coração possui válvulas denominadas como válvulas auriculoventriculares; a

válvula tricúspide (válvula auriculoventricular direita) e válvula mitral (válvula

auriculoventricular esquerda) (Powers, 2009).

A função bomba do coração ocorre através da contração do músculo

cardíaco conhecido como miocárdio, sendo este o responsável pelo aumento

da pressão nas câmaras cardíacas da qual resulta a ejecção do sangue nelas

contidas (Guyton & Hall, 2006).

As ações de bombeamento simultâneos das aurículas e ventrículos são

chamadas de ciclo cardíaco. O ciclo cardíaco possui uma fase de contração

chamada de sístole e uma fase relaxamento chamado diástole. Isoladamente,

esses termos referem-se à contração e relaxamento dos ventrículos, porém

consequentemente ocorre uma contração e relaxamento das aurículas, ou

seja, uma sístole e diástole auricular (Guyton & Hall, 2006; Tortora, 2000). Em

outras palavras, a contração das aurículas ocorre durante a diástole ventricular

e o relaxamento das aurículas durante a sístole ventricular (Powers, 2009).

Durante o ciclo cardíaco o sangue exerce uma pressão na parede das

artérias, sendo esta utilizada como um indicador de saúde. Essa pressão,

conhecida como pressão arterial, é determinada pela quantidade de sangue

bombeado e pela resistência ao fluxo sanguíneo, sendo essa resistência

determinada pelo raio do vaso sanguíneo, ou seja, quanto menor o calibre do

vaso, maior será a resistência (Powers & Howley, 2000).

11

2.2 Vasos sanguíneos

De acordo Moore & Dalley (1999), os vasos sanguíneos são órgãos que

formam uma rede de tubos permitindo a circulação de sangue do coração para

os tecidos corporais e são divididos em três tipos: artérias, capilares e veias.

Segundo os mesmos autores, o sangue arterial ejetado pelo coração, sobre

pressão, é conduzido para os tecidos através de um sistema de vasos

ramificado, as artérias e as arteríolas (vasos de distribuição final) e destes,

fluindo para vasos de menor calibre, os capilares, os quais em contacto com

os tecidos possibilitam a difusão de oxigênio para eles e a captação de CO2 e a

remoção de metabolitos.

As artérias são vasos de grande calibre ligados ao coração que se

ramificam em artérias de médio calibre em direção a várias regiões do corpo,

sendo constituídas por três camadas chamadas de túnicas (intima, média e

externa ou adventícia) que circundam um espaço oco, conhecido como lúmen

ou luz (Guyton & Hall, 2006; Moore & Dalley, 1999). A túnica intima é composta

por um epitélio simples pavimentoso chamado de endotélio e tecido elástico,

bem como a túnica média sendo formada por músculo liso e fibras elásticas e a

túnica externa sendo composta por fibras elásticas e colágenas (Tortora, 2000).

As artérias possuem características elásticas e contrácteis. A

elasticidade manifesta-se quando os ventrículos se contraem ejetando sangue

para o interior das artérias e as paredes das artérias se distendem para

acomodar esse sangue; porém, a elasticidade manifesta-se, também, quando

há um relaxamento dos ventrículos e as fibras elásticas das artérias recolhem,

ajudando as forças geradas a que o sangue se movimente avançando para

jusante do local de onde foi expelido (Tortora, 2000). De acordo com Tortora

(2000) a contratilidade é assegurada através da ação das células musculares

lisas existentes na túnica média, sendo que a regulação do tónus é

determinada, parcialmente, pela atividade simpática do sistema nervoso

autônomo. De facto, a estimulação simpática faz diminuir o estado de

relaxamento das fibras conduzindo ao estreitamento do lúmen por

vasoconstrição. Porém, o mecanismo inverso do qual resulta a vasodilatação é

resultado da maior estimulação vagal.

12

As arteríolas são ramos finais do sistema arterial com fortes paredes

musculares e alta capacidade de vasodilatação e vasoconstrição e tem como

função a regulação do fluxo sanguíneo para os capilares, onde ocorre a troca

de nutrientes entre o sangue e as células dos tecidos, como já foi

anteriormente mencionado (Guyton & Hall, 2006).

De acordo com Guyton & Hall (2006); Tortora (2000) as veias são

responsáveis por conduzir o sangue de volta ao coração tendo uma estrutura

semelhante à das artérias, mas com as túnicas média e íntima mais fina, sendo

a cama externa mais espessa.

2.3 Propriedades físicas das artérias: distensibilidade, complacência e

elasticidade.

Os vasos sanguíneos são distensíveis, heterogêneos e possuem grande

capacidade de adaptação. De acordo com Izzo & Shykoff (2001) a

distensibilidade pode ser definida como a fração de aumento do volume por

cada milímetro de mercúrio de aumento da pressão.

A distensibilidade possui outras funções na circulação, no qual a

característica elástica da artéria permite que uma adaptação ao débito pulsátil

do coração fazendo com que o fluxo sanguíneo para os pequenos vasos seja

lento e continuo Guyton & Hall (2006) .Portanto, a distensibilidade não pode ser

confundida com a elasticidade, pois esta é a capacidade do vaso modificar o

seu diâmetro inicial após se distender.

Segundo Cunha (2006), a melhor maneira de descrever o

comportamento elástico de uma artéria é através da complacência arterial. A

complacência ou capacitância arterial pode ser definida como a quantidade

total de sangue que pode ser armazenada em um vaso para cada milímetro de

mercúrio de aumento de pressão (Guyton & Hall, 2006). Entretanto,

distensibilidade e complacência são termos completamente diferentes. Um

vaso muito distensível, mas de pequeno volume, tem a capacidade de

armazenar uma menor quantidade de sangue do que um vaso menos

distensível, mas com maior volume. Contudo, nnbac ( ), define que a

perda de elasticidade de uma artéria é o resultado de uma complacência e

13

distensibilidade reduzida. A elasticidade da artéria aorta permite ao vaso

distender-se para acomodar o volume de sangue ejetado pelo coração durante

a sístole, e essa capacidade deve-se à sua estrutura, nomeadamente ser

composta por múltiplas camadas elásticas; porém nas artérias mais periféricas

(por exemplo, as artérias braquial e as coronárias) os componentes elásticos a

capacidade elástica é conferida pela fibras elásticas confinadas em dois anéis,

as lâminas elásticas interna (túnica intima) e externa (túnica média).

2.4 O que é rigidez arterial

A rigidez arterial é conhecida como um preditor independente de futuros

eventos cardiovasculares (Malachias, 2004; Yoon et al., 2010). Existem vários

métodos de definir as propriedades biomecânicas da parede de uma artéria,

uma delas é através das propriedades visco elástica expressa pela rigidez

arterial, que pode ser definida como inverso da distensibilidade ou diminuição

da relação pressão-volume (ΔP/ΔV) (Collier et al., 2010; Quinn et al., 2012).

2.5. Consequências do aumento da rigidez arterial

Uma das principais funções das grandes artérias é tamponar as

alterações da pressão arterial resultantes da ejeção ventricular, sendo que um

sistema arterial muito distensível faz com que o fluxo sanguíneo chegue a

todos os tecidos do organismo (Chue et al., 2010).

De acordo com Laurent et al. (2006) uma maior rigidez dos vasos

elásticos, provoca um retorno precoce das ondas retrógradas com origem na

periferia. Essa perda de distensibilidade das artérias, principalmente da artéria

aorta, promove um aumento da pressão de pulso (PP) (PAS-PAD), devido um

aumento da pressão sistólica e redução da pressão diastólica, causando um

aumento da pós-carga cardíaca podendo levar a hipertrofia dos miócitos e

redução da perfusão coronariana resultando na disfunção sistólica e diastólica

e por fim, insuficiência cardíaca congestiva (Cecelja & Chowienczyk, 2013;

Chue et al., 2010). De facto, a redução da distensibilidade arterial pode ter

como consequência a manifestação de hipertensão sistólica isolada (pressão

14

sistólica >140 e pressão diastólica >90), o que ocorre com maior incidência em

indivíduos mais velhos e em indivíduos negroides. Indivíduos mais idosos que

possuem hipertensão sistólica isolada, pressão de pulso aumentada e

velocidades de onda de pulso elevadas, possuem riscos significativos de vir a

ter acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e insuficiência

cardíaca (Laurent et al., 2006; Zieman et al., 2005).

O enrijecimento das artérias provoca alterações das forças mecânicas

(shear stress) que o sangue em circulação exerce nas paredes dos vasos

sanguíneos. De facto, as tortuosidades ou nas zonas de bifurcação das artérias

o fluxo pulsátil laminar passa a fluxo oscilatório turbulento e esse alteração do

estímulo mecânico tem como consequência a redução da síntese de óxido

nítrico pelo endotélio e o aumento da probabilidade de formação de placas de

ateromatosas, que eventualmente amplifica a rigidez vascular (Quinn et al.,

2012; Zieman et al., 2005).

2.6 Causas e mecanismos do aumento da rigidez arterial

De acordo com Lydakis et al. (2008); Chue et al. (2010), o aumento da

rigidez arterial tem sido associado a alterações estruturais e funcionais

decorrentes do envelhecimento primário e por isso e pode servir como um

parâmetro para caracterizar a idade biológica vascular. As explicações para o

aumento da rigidez com o envelhecimento são a diminuição de elastina e

aumento de colágeno na túnica média e adventícia, a disfunção de células

endoteliais, a formação de ateroma na túnica íntima e fatores extrínsecos como

a hipertensão, a síndrome metabólica e a diabetes (Lee & Oh, 2010; Zieman et

al., 2005).

Segundo Shirwany & Zou (2010), as duas principais proteínas da matriz

extracelular que regulam as propriedades mecânicas de uma artéria são a

elastina e o colágeno. Modificações no equilíbrio entre a síntese e a

degradação dessas duas proteínas, através da ativação das metaloproteases,

provocam alterações estruturais na parede do vaso aumentando o número de

ligações cruzadas de colágeno e degradação enzimática de elastina, causando

15

enfraquecimento da matriz extracelular e consequentemente contribuindo para

o aumento da rigidez arterial (Chue et al., 2010; uimarães et al., ; Silva &

Saldanha, 2006).

O endotélio desempenha um papel importante na regulação do tônus

vascular modulada por alterações hemodinâmicas e hormonais ou estímulos

químicos da corrente sanguínea transmitindo sinais para as células do músculo

liso vascular (Batlouni, 2001). Alterações dessas propriedades podem resultar,

como anteriormente já descrito, de factores locais como por exemplo as

alterações do shear stress que é um dos mecanismos associados à disfunção

endotelial (Marti et al., 2012). Outros fatores que explicam a disfunção

endotelial são as alterações na síntese e secreção de dois potentes

vasodilatadores denominados óxido nítrico (NO) e prostaciclina (PGI2), e de

uma substância vasoconstritora, a endotelina-1 (ET-1) (Ribeiro et al., 2009). O

NO, também designado como fator de relaxamento derivado do endotélio, é

sintetizado a partir da L-arginina pela acção da enzima óxido nítrico sintase

(NOS) (Marti et al., 2012). A PGI2, é sintetizada pela enzima prostaglandina-

sintase a partir da prostaglandina H2, originada da hidrólise do ácido

aracdônico pela acção da enzima Ciclo-oxigenase-2 (Batlouni, 2001). A

endotelina -1 possui duas isoformas cada uma delas com receptores com

afinidade especifica. A activação da endotelina A (ET-A) desencadeia a

vasoconstrição e endotelina B (ET-B) que atua na vasodilatação, sendo o

equilíbrio desses dois receptores importante para a funcionalidade endotelial

(Ribeiro et al., 2009).

De acordo com Quinn et al. (2012), o aumento do íon de cálcio (Ca2+)

nas paredes dos vasos sanguíneos, principalmente na túnica íntima média, é

um dos principais fatores para o aumento da rigidez arterial, sendo causada

pela ativação de osteoblastos nas células do musculo liso.

2.7 Rigidez arterial nas artérias proximais e distais

De acordo com Stoner et al. (2012) ao longo da árvore arterial, as artérias

centrais (como por exemplo, a artéria aorta) possuem uma estrutura mais

16

elástica do que as artérias e as artérias periféricas (de que é exemplo a artéria

radial). Essa heterogeneidade é devido a diferenças da estrutura molecular,

celular e histológica da parede arterial e possui uma importante consequência

patológica e fisiológica, pois a artéria central complacente, faz com que a

pressão que se propaga ao longo do vaso, seja atenuada ocorrendo um

declínio dessa pressão nas artérias periféricas (Laurent et al., 2006).

2.8 Métodos de avaliação da rigidez arterial

De acordo com Stoner et al. (2012), a rigidez arterial pode ser medida de

forma sistémica, regional ou local. Porém, as medições locais fornecem

importantes informações fisiológicas. Para medir a rigidez arterial podemos

utilizar métodos não invasivos, através de equipamentos de ultrassonografia,

ressonância magnética e tonometria de aplanação (Laurent et al., 2006).

A ultrassonografia é utilizada para medir a distensibilidade e

complacência arterial nas grandes artérias (braquial, femoral, carótida e

abdominal) utilizando a técnica de echo-tracking, no qual é utilizado um cálculo

através de uma fórmula, que inclui a pressão arterial. Porém, a desvantagem

da ultrassonografia resulta do elevado custo financeiro do equipamento e de

requer um elevado conhecimento e domínio da técnica para sua utilização

(Laurent et al., 2006).

Outro método não invasivo que permite a avaliação da rigidez arterial,

com elevada precisão é a ressonância magnética, porém apresenta a

desvantagem de ter um elevado custo financeiro ( nnbac , ).

O método de tonometria de aplanação foi desenvolvido em meados dos

anos 80 e possui uma elevada fidelidade na medição do pulso arterial,

podendo ser utilizado para avaliar a rigidez nas artérias de grande e médio

calibre. Contudo, uma limitação deste método resulta do fato de que para

reprodução da pressão intra-arterial, o leito arterial superficial necessita ser

achatado contra uma resistência, o que torna a mensuração difícil em sujeitos

obesos (Cunha, 2006).

17

2.9 Indicadores de rigidez arterial

A artéria aorta é importante na determinação da rigidez arterial devido

um maior tamponamento arterial (Laurent et al., 2006). A velocidade de onda

de pulso carótida-femoral (VOP-cf) é uma medida direta e um preditor

independente de risco cardiovascular, sendo considerado padrão ouro para a

avaliação da rigidez arterial (Adji et al., 2011). A VOP-cf é calculada pela

distância (m) percorrida pelo fluxo sanguíneo divida pelo tempo (s). Assim

sendo, quanto menores forem os valores da VOP-cf, isso significa que as

artérias são mais distensíveis e elásticas (Quinn et al., 2012). A gravação da

VOP-cf geralmente está relacionada com a onda R do eletrocardiograma, no

qual os sinais são gravados simultaneamente (Stoner et al., 2012).

Devido à sístole ventricular uma onda de sangue é criada e propagada

para frente viajando ao longo lúmem arterial com consequente aumento da

pressão de pulso nas artérias (Shirwany & Zou, 2010). Quando a onda atinge

os pontos de ramificação que possuem menor elasticidade corre um retrocesso

de uma parte dessa onda para as artérias centrais com um aumento da

pressão sistólica ( nnbac , ). Este fenômeno pode ser avaliado através

da análise da onda de pulso (AOP), medida na artéria radial, através do Índice

de Aumentação (AIx), que é definido pela diferença de pressão entre o primeiro

e segundo pico sistólico.

A pressão de pulso (PP), diferença entre a pressão sistólica e diastólica,

é derivada da contração cardíaca e fortemente influenciada pelas propriedades

da arvore arterial ( nnbac , 7). Fisiologicamente a pressão de pulso

central, normalmente é menor que a pressão de pulso braquial para os mesmo

valores da pressão arterial média e diastólica (Benetos et al., 2010). Essa

diferença de pressão pode ser denominada amplificação da pressão de pulso

( nnbac , ) e ocorre devido ao facto de as artérias centrais serem mais

elásticas que as artérias periféricas (Shirwany & Zou, 2010). A amplificação da

PP diminui com o envelhecimento, sendo maior em sujeitos jovens. Assim, a

sua utilidade enquanto indicador de rigidez arterial em sujeitos com pouca

idade é relativamente fraca. Contudo, vários estudos tem relacionado a PP

18

como um poderoso preditor de morbidade e mortalidade em doenças

cardiovasculares (Malachias, 2004; nnbac , ; Shirwany & Zou, 2010).

2.10 Efeito agudo dos diferentes modos de exercícios em indicadores de

rigidez arterial

De acordo com Collier et al. (2010), os exercícios aeróbios são

atualmente recomendados na prevenção e diminuição de factores de risco

cardiovasculares. Segundo Williams et al. (2007), a partir da primeira década

do século XXI o treinamento resistido tornou-se ainda mais aceito em

programas de treinamento físico para pessoas com ou sem doenças

cardiovasculares. A realização dos exercícios resistidos geralmente são

aconselhados por promover aumento de força musculo esquelético e

desempenhar um papel fundamental na preservação muscular associada ao

envelhecimento, além de atuar na prevenção e tratamento de doenças

cardiovasculares (Braith & Stewart, 2006; Haskell et al., 2007).

O aumento da rigidez arterial é um importante fator de risco da saúde

cardiovascular (Adji et al., 2011). Diversos investigadores tem-se devotado ao

estudo dos efeitos agudos e crónicos do exercício em indicadores da rigidez

arterial e dos seus determinantes. Por razões relacionadas com os objetivos da

presente dissertação reportar-nos-emos apenas aos efeitos agudos.

Segundo (Yoon et al., 2010), o exercício aeróbio reduz a rigidez arterial

enquanto o exercício resistido pode aumentar a rigidez arterial quando, porém

essas evidências não são encontradas de forma universal.

A investigação dos principais determinantes ou factores correlatos do

efeito agudo do exercício em indicadores de rigidez arterial, mostrou que em

indivíduos jovens que realizaram uma única sessão isolada de exercício

aeróbico ou resistido ocorreu um aumento da complacência arterial e a

diminuição de valores nos indicadores de rigidez arterial (DeVan et al., 2005;

Kingwell et al., 1997; Yoon et al., 2010). Contudo, em outros estudos com

indivíduos de idade semelhante aos estudos anteriormente citados, esses

indicadores permaneceram sem alterações após a realização de uma sessão

19

de exercício resistido ou aeróbico contínuo (Figueroa & Vicil, 2011; Tordi et al.,

2010).

Uma explicação possível para os resultados contraditórios que

reportamos, poderá residir na intensidade do exercício realizado. De facto, nos

estudos em que o exercício é de elevada intensidade ocorreu sempre um

aumento nos indicadores de rigidez arterial imediatamente após a cessação do

exercício (Cortez-Cooper et al., 2005; Rakobowchuk et al., 2009). Assim sendo,

sugere-se que a intensidade do exercício é um fator de influência na variação

dos indicadores de rigidez arterial em resposta ao exercício agudo aeróbio.

Um outro fator que parece ter influência na modificação aguda de

indicadores de rigidez arterial parece ser a quantidade de massa muscular

envolvida no exercício. Estudos que avaliam a VOP, tem demonstrado que a

exercitação dos membros superiores provocam maiores alterações nesses

indicadores quando comparadas às registadas após exercício dos membros

inferiores (Naka et al., 2003; Ranadive et al., 2012)

Para além do anteriormente reportado, também o nível de aptidão ou de

treino dos indivíduos pode influenciar as medidas de rigidez em resposta ao

exercício agudo. Em dois estudos, observou-se que Indivíduos aerobiamente

treinados possuem valores de rigidez mais baixos após exercício do que

indivíduos sedentários (Edwards & Lang, 2005; Vlachopoulos et al., 2010).

Já em indivíduos jovens saudáveis com histórico de tabagismo, os

indicadores da rigidez tem apresentado um comportamento elevado após uma

única sessão de exercício, o que demonstra uma deficiência na capacidade

das artérias em resposta ao exercício físico (Doonan et al., 2011).

Por fim, no que concerne as alterações dos indicadores de rigidez

arterial após uma sessão de exercício físico, Doonan et al. (2013) revelou que

homens e mulheres apresentam diferenças nesses indicadores, tanto em

repouso quanto após a realização do exercício, assim sendo, o autor revela

que homens apresentaram valores mais elevados em relação as mulheres.

OBJETIVOS E HIPÓTESES

23

3. OBJETIVOS E HIPÓTESES

O presente estudo teve por objetivos:

Avaliar o efeito agudo da ordem dos modos de exercício aeróbio e

resistido, combinados numa sessão de treino, nos indicadores de rigidez

arterial, em indivíduos jovens aparentemente saudáveis e fisicamente activos.

Adicionalmente constituiu-se como outro objetivo de estudo a

comparação da recuperação dos valores pós exercício dos indicadores de

rigidez arterial aos 10, 20 e 30 minutos após a cessação das sessões de

exercício com sequência diferente dos modos de exercício aeróbio e resistido.

Definidos os objetivos, foram formuladas as seguinte hipóteses:

1. Os valores dos indicadores de rigidez arterial após o final do

exercício são significativamente mais elevados quando comparados com os

valores medidos em repouso.

2. A modificação aguda na sessão com a ordem do modo de exercício

aeróbio a preceder o modo de exercício resistido apresenta valores mais

elevados nos indicadores de rigidez arterial quando comparada à ordem

inversa.

MÉTODOS

27

4. MÉTODOS

4.1 Delineamento do estudo

O estudo que suporta a presente dissertação é de natureza quase

experimental com delineamento cruzado.

4.2 Desenho do estudo

O desenho do estudo está apresentado na figura 2.

Figura 2. Desenho do estudo.

Para a realização do estudo foram recrutados indivíduos na Faculdade

de Desporto da Universidade do Porto e em academias de fitness e através de

mídia eletrônica. Para inclusão no presente estudo, os indivíduos que se

voluntariassem para nele participar deveriam apresentar as seguintes

características: a) terem idade compreendida entre os 18 e 28 anos, b) serem

do sexo masculino, c) serem fisicamente ativos há pelo menos 6 meses

(praticantes de actividade física, no mínimo duas vezes por semana em

academias de fitness), d) não apresentarem diagnóstico de doenças

cardiovasculares e metabólicas, e) serem não fumadores, f) não apresentarem

algum comprometimento osteoarticular que comprometesse a realização de

exercício e, g) possuírem valores em repouso de pressão arterial sistólica

(PAS) ≤ 140 mmHg ou pressão arterial diastólica (PAD) ≤ 90 mmHg. Todos os

indivíduos que se voluntariaram para participar no estudo foram esclarecidos

acerca dos objetivos e procedimentos do mesmo e, posteriormente, assinaram

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em acordo com a Declaração

de Helsinkia (anexo1).

28

Previamente ao início das sessões experimentais, os indivíduos foram

submetidos a procedimentos de triagem pré-participação para identificação do

risco cardiovascular, avaliações antropométricas, da composição corporal, da

potência aeróbia máxima em prova ergoespirométrica, e por último, para

avaliação da força muscular máxima em 5 exercícios diferentes.

Posteriormente, os participantes do estudo realizaram duas sessões

experimentais de exercício no mesmo período horário (8:00h e 11:00h da

manhã) e com intervalo mínimo de 72 horas entre sessões. Cada uma das

sessões de exercício, com duração aproximada de 60 minutos, era composta

por um período de 35 minutos de corrida e a realização de 5 exercícios

resistidos. A ordem do exercício aeróbio de corrida e do exercício resistido nas

sessões foi determinada previamente para cada participante de forma

aleatória. Antes do início de cada uma das sessões de exercício foram

realizadas avaliações em repouso da pressão arterial e da rigidez arterial.

Essas avaliações foram repetidas em cada sessão aos 2, 10, 20, e 30 minutos

após a cessação do exercício. As recolhas de dados foram sempre realizadas

pelo mesmo investigador.

4.3 Amostra

Voluntariaram-se para o estudo 24 indivíduos. Porém, forem excluídos 9

indivíduos, 4 por apresentarem lesões comprometendo a realização dos

exercícios, 2 por não comparecimento aos testes de potência muscular e 3 por

não comparecimento a 2ª sessão experimental. A análise final dos dados

incidiu sobre quinze indivíduos. Na Tabela 1 são apresentadas as

características dos participantes relativas à idade, medidas antropométricas e

composição corporal. Os indivíduos eram jovens (23,5 ± 2,7 anos),

normoponderais (IMC: 23,6 ± 2,3 kg/m2; percentual de gordura: 16,1 ± 4,0) e

tinham experiência prévia de prática de exercício resistido (37,07 ± 24,5

meses).

29

Tabela 1 – Caracterização da amostra (n=15), valores de média ± desvio

padrão (dp).

Variáveis Média ± dp

Idade (anos) 23,5 ± 2,7

Peso corporal (Kg) 72,3 ± 7,6

Estatura (cm) 174,8 ± 0,06

IMC (Kg/m2) 23,6 ± 2,3

RCQ (Relação cintura/quadril - cm) 0,83 ± 0,03

Percentual de gordura (%) 16,1 ± 4,0

Consumo máximo de oxigênio (Vo2

máx. ml/kg/min) 54,23 ± 4,4

Quociente respiratório (RER) 1,07 ± 0,06

Frequência cardíaca máxima (FCmáx –

batimentos por minuto) 187,06 ± 8,29

Frequência cardíaca de repouso

(FCrepouso – batimentos por minuto) 59,90 ± 6,4

Experiência em exercício (meses) 37,07 ± 24,5

30

4.4 Critérios de inclusão

Para inclusão no presente estudo, os indivíduos deveriam apresentar as

seguintes características: a) terem idade compreendida entre os 18 e 28 anos,

b) serem do sexo masculino, c) serem fisicamente ativos há pelo menos 6

meses, d) terem experiência na realização de exercícios resistidos de força há

pelo menos 6 meses, e) não apresentarem diagnóstico de doenças

cardiovasculares e metabólicas, f) não serem fumadores, g) não apresentarem

algum comprometimento osteoarticular que comprometesse a realização de

exercício e, h) possuírem valores em repouso de pressão arterial sistólica

(PAS) ≤ 140 mmHg ou pressão arterial diastólica (PAD) ≤ 90 mmHg.

4.5 Critérios de exclusão

Após o início do estudo, foram excluídos a) os voluntários que não

compareceram a pelo menos uma das sessões experimentais, b) que

declarassem ter ingerido cafeína, derivados ou qualquer substância ergogênica

nas 24 horas que antecederam as sessões experimentais, c) realizaram

programas de exercício físico 48 horas antes das sessões experimentais, e)

apresentaram risco cardiovascular moderado ou alto.

4.6 Aferição da pressão arterial e frequência cardíaca em repouso

A avaliação da pressão arterial foi realizada de acordo com as

recomendações da American Heart Association (Pickering et al., 2005).

Utilizando esfigmomanômetro eletrônico (Colin, modelo BP-8800) devidamente

calibrado. As medidas foram realizadas em repouso em duas ocasiões

distintas. Previamente na triagem pré-participação a mensuração foi realizada

com os indivíduos sentados após 10 minutos de repouso, com o braço

esquerdo relaxado, apoiado em uma superfície plana à altura do ombro. A

fixação da braçadeira no braço ocorreu em aproximadamente 2,5 cm de

distância entre sua extremidade inferior e a fossa antecubital. Foram realizadas

três medições com intervalo de, pelo menos, um minuto entre cada uma delas.

Se houvesse uma diferença de mais de 5 mmHg entre as medidas das

pressões arteriais sistólica e/ou diastólica, seria realizada mais uma medição.

31

O valor considerado foi a média das medidas efectuadas. Na segunda ocasião,

a mensuração da PA foi realizada previamente as sessões de exercícios com

os mesmos procedimentos supracitados, porém com os indivíduos em decúbito

dorsal.

A mensuração da frequência foi realizada com os sujeitos em decúbito

dorsal, após 10 minutos em repouso, através de um monitor de frequência

cardíaca (Polar RS800cx®) colocado ao nível do processo xifoide do sujeito

(Dalleck & Kravitz, 2006).

4.7 Medidas antropométricas e composição corporal

Foram mensuradas as seguintes variáveis em todos os indivíduos:

massa corporal (Kg), estatura (cm) e percentual de gordura. Todos os

procedimentos foram realizados de acordo com as padronizações propostas

por Karvonen & Vuorimaa (1988).

A estatura foi avaliada por um estadiômetro acoplado a balança

eletrônica (Seca 708, Hamburgo, Alemanha®), graduado de zero a 210 cm, a

medida foi registrada em centímetros. O sujeito posicionou-se em pé, ereto,

com os pés unidos e descalços, e com o olhar direcionado para o horizonte,

considerando o plano de Frankfurt.

A massa corporal foi mensurada com o sujeito utilizando pouca

vestimenta. O sujeito foi colocado na posição ortostática, descalço sobre uma

balança eletrônica (Seca 708, Hamburgo, Alemanha®), com precisão de 0,10

kg, onde a leitura final foi feita em quilograma com o centigrama mais próximo.

A cada dez medidas houve nova aferição do instrumento.

As medidas de perímetro da cintura e quadril foram realizadas através

de uma fita antropométrica flexível (Tanita, China®) com precisão de 0,1 cm.

Com base nessas medidas foram calculados o índice de massa corporal e a

relação cintura-quadril.

O percentual de gordura foi verificado através da técnica de

bioimpedância elétrica, com a utilização da balança Tanita (modelo BC – 532,

32

Japan). Nessa avaliação foram inseridas informações da idade (anos), estatura

(cm), e sexo dos sujeitos e se eram ou não atletas. Após isto, os participantes

permaneciam em posição de pé, durante alguns segundos com a planta do pé

em contato com a região metálica da balança.

4.8 Potência aeróbia máxima

A potência aeróbia máxima individual foi determinada através de um

teste ergospirométrico de intensidade progressiva em sala com temperatura

controlada (22 a 25°C) por um aparelho de ar condicionado.

Esse teste foi realizado para determinar o consumo máximo de oxigênio

(Vo2 máx.) e a frequência cardíaca máxima (FC máx.), utilizando um teste de

esforço máximo progressivo em esteira (H/P/Cosmos Quasar 4.0 Nussdorf,

Germany®). O protocolo consistiu em um aquecimento de 5 minutos com

velocidade a (6km/h), seguidos pelo aumento desta velocidade (1km/h) a cada

minuto completado até a exaustão do sujeito (Noakes et al., 1990). Para que

fosse considerado um teste máximo os sujeitos teriam que apresentar três dos

quatro critérios apresentados a seguir: 1) platô de consumo de oxigênio

(variação < 2.0 ml.kg-¹.min-¹) mesmo que após um aumento da intensidade do

exercício; 2) quociente respiratório (Q ) ≥ . ; 3) atingir uma frequência

cardíaca dentro de ± 10 batimentos min-¹ da frequência cardíaca máxima

estimada para a idade e 4) exaustão (Howley et al., 1995).

Durante o teste, para mensuração respiração a respiração (breath-by-

breath) do consumo de oxigênio absoluto (VO2) e relativo (VO2 relativo), volume

de gás carbônico produzido (VCO2), ventilação (Ve) e quociente respiratório

(QR) foi utilizado o analisador de gases de circuito aberto Oxycon Pro

(CareFusion – San Diego, CA, USA®) (Meyer et al., 2001). Esse analisador era

ligado, aproximadamente, 45 minutos antes do início dos testes para

aquecimento do sistema. Posteriormente, eram executadas várias etapas de

calibração: 1) - calibração do sistema com os gases do ar ambiente; 2) -

calibração do sistema com uma mistura de gases de concentração conhecida

(16 % de O2 e 5 % de CO2, balanceados com nitrogênio); 3) calibração delay

33

(mensura o tempo requerido para a amostra de gás passar através do tubo

antes de ser analisado; 4) calibração da turbina que envolve 5 bombeamentos

de ar através de uma seringa de 3 L, a qual foi acoplada a turbina, para

atualizar o fluxômetro. Durante todo o decorrer do teste a frequência cardíaca

foi verificada através do monitor de frequência cardíaca portátil (Polar

RS800cx®), no qual a fita era colocada ao nível do processo xifoide do sujeito.

Após o teste, os resultados dos valores da frequência cardíaca e de todas as

variáveis metabólicas foram sintetizados em médias de 10 segundos, para

obter os valores de VO2 pico e FC máx. No entanto, foram observados os

critérios acima citados para a consideração de que o teste foi máximo, sendo

que os valores mais elevados foram registrados em um período contínuo de 30

segundos para a determinação do VO2 máx e FC máx (Howley et al., 1995).

4.9 Avaliação da força muscular máxima

Para avaliação da força muscular, foi realizado um teste de 10

repetições máximas (10 RM) para cada um dos exercícios prescritos (American

College of Sports Medicine, 2010). Este teste foi realizado pelo mesmo

avaliador em todas as etapas da sua aplicação.

Os testes foram realizados em dois dias distintos com intervalo de 48

horas, sendo realizado um reteste para verificação da reprodutibilidade das

medidas das cargas (Simao et al., 2007). Considerou-se como 10 RM a maior

carga obtida em ambos os dias. Previamente à realização do teste, cada

sujeito foi submetido a um aquecimento específico (1 série de 15 a 20

repetições com 40% da carga inicial estimada, utilizada nos treinamentos dos

participantes).

Os exercícios foram realizados pela seguinte ordem: supino plano,

agachamento com barra livre, remada curvada com barra, levantamento terra e

desenvolvimento com halteres. Os exercícios foram selecionados por

envolverem diferentes agrupamentos musculares e regiões corporais. Nas

figuras 3 a 7 ilustram-se as posições iniciais e finais dos exercícios resistidos.

34

Figura 3. Supino plano; a) posição inicial e b) posição final do exercício.

Figura 4. Agachamento com barra livre; a) posição inicial e b) posição final do

exercício.

Figura 5. Remada curvada com barra; a) posição inicial e b) posição final do

exercício.

35

Figura 6. Levantamento terra; a) posição inicial e b) posição final do exercício.

Figura 7. Desenvolvimento com halteres; a) posição inicial e b) posição final.

Com o objetivo de maximizar a precisão da medida individual nos testes

de 10 RM algumas estratégias foram adotadas (Monteiro et al., 2005): (a)

foram fornecidas instruções padronizadas antes do teste, de modo que o

participante conhecesse e compreendesse todos os procedimentos do teste;

(b) as técnicas dos exercícios foram controladas e corrigidas quando

necessário; (c) Todos os participantes foram encorajados verbalmente durante

a execução do teste.

Durante o teste, cada sujeito realizou no máximo três tentativas em cada

exercício com intervalos de 5 minutos entre as tentativas, sendo que após a

obtenção da carga final, um intervalo de 20 minutos foi dado entre os

exercícios (Lemos et al., 2009). O teste foi interrompido no momento em que os

36

avaliados ficaram impossibilitados de realizarem o movimento completo ou

quando ocorreram falhas concêntricas voluntárias.

4.10 Sessões experimentais

Previamente ao início do protocolo experimental, todos os sujeitos

receberam orientações que deveriam ser seguidas criteriosamente. Estas

recomendações incluíram os seguintes procedimentos:

Evitar qualquer tipo de atividade física estruturada, nas 48 horas

anteriores de qualquer uma das fases de coleta de dados;

Dormir pelo menos 8 horas antes de cada sessão de treinamento;

Evitar ingestão de álcool, cafeína e derivados, 24 horas antes de cada

sessão;

Não ingerir alimentos nas 3 horas anteriores à realização do protocolo

experimental.

Ao chegarem ao laboratório os participantes no estudo eram encaminhados

para uma sala tranquila com temperatura controlada (22 a 25°C), no qual

permaneciam em repouso e em decúbito dorsal durante 10 minutos. Após este

período eram mensuradas as medidas pré-exercício. Em seguida iniciava-se a

sessão de exercícios com duração de aproximadamente 60 minutos de forma

aleatória conforme a randomização (AR ou RA). Após o término do exercício,

os participantes permaneciam em repouso na posição de decúbito dorsal

durante 30 minutos, sendo submetidos às mesmas avaliações realizadas no

período pré-exercício, nomeadamente aos minutos 2, 10, 20 e 30.

4.11 Sessões de exercícios

A ordem da realização do exercício aeróbio e resistido nas sessões foi

determinada aleatoriamente, conforme anteriormente citado.

Exercício aeróbio: os participantes do estudo realizaram 35 minutos de

corrida em tapete rolante (HP Cosmos Quasar – Nussdorf, Germany) divididos

pela seguintes fases: 5 minutos de aquecimento, 25 minutos à intensidade alvo

e 5 minutos de recuperação activa). O exercício de corrida foi realizado a uma

37

intensidade correspondente a 75 a 80% da frequência cardíaca de reserva

(FCreserva = FCmáx. – FCrepouso) de acordo com as recomendações do American

College of Sports Medicine (2010). No presente estudo a FCmáx. obtida foi a

mesma atingida no teste ergoespirométrico máximo e a FCrepouso. foi

determinada em decúbito dorsal. O calculo da intensidade do exercício de

corrida para cada um dos participantes foi feita pelo método de Karvonen

(Karvonen & Vuorimaa, 1988):

FCalvo = [(FCmáx. – FCrepouso) x %] + FCrepouso.

A intensidade de trabalho foi monitorada em toda a sessão de

treinamento por um monitor de frequência cardíaca (Polar RS800cx®).

Exercício resistido: Os participantes realizaram 5 exercícios que

consistiram de 3 séries de 8 a 10 repetições máximas (obtidas no teste de 10

RM) para os principais grupos musculares na seguinte ordem: supino plano,

agachamento livre com barra, remada curvada com barra, levantamento terra e

desenvolvimento com halteres (American College of Sports Medicine, 2010). O

intervalo de recuperação foi de 90 segundos entre as séries e 3 minutos entre

os exercícios (Lemos et al., 2009).

Todos os indivíduos foram instruídos a realizar os exercícios com

velocidade de movimentos controlado, a evitar a manobra de Valsava

procurando realizar a expiração na fase concêntrica e inspiração na fase

excêntrica. Durante a realização dos exercícios foi permitido mensagens

sonoros de encorajamento para motivar os participantes.

4.12 Medida da rigidez arterial

4.12.1 Velocidade de onda de pulso carótida-femoral (VOP-cf)

Todos os procedimentos foram realizados de acordo com os descritos

no estudo de van Leeuwen-Segarceanu et al. (2010). A VOP-cf foi determinada

por tonometria de aplanação, através de equipamento previamente validado

(SphygmoCor, AtCor Medical, Sydney, Australia®). A avaliação decorreu com

os sujeitos na posição de decúbito dorsal, por período de tempo de

38

aproximadamente 10 minutos, em sala com ambiente tranquila e temperatura

controlada (22 a 25°C). Para a determinação da velocidade da onde de pulso

(m/s) foi previamente medida a distância do ponto de maior pulso da artéria

carotídea e a fúrcula esternal (distância proximal), e a distância do ponto de

maior pulso da artéria femoral e a fúrcula esternal (distância distal). Estas

medidas foram obtidas utilizando uma fita métrica graduada em centímetros.

Além disso, eram inseridos no software os valores de pressão arterial sistólica

e diastólica para calibração da medida de pressão central aórtica. As ondas de

pressão foram obtidas e registadas de forma sequencial e consecutiva em

paralelo com os sinais de ECG de 3 derivações [eléctrodos colocados na

fúrcula esternal, processo xifoide, e 11° espaço intercostal (lado esquerdo)].

Para o registo das ondas de pressão o transdutor de pressão (sonda) era

colocado primeiramente sobre a região da artéria carótida e logo a seguir na

artéria femoral (lado direito) durante 10 segundos. A VOP é calculada pela

divisão da distância entre os dois pontos, e o tempo que a onda de pulso leva

para percorrer este segmento, VOP = Distância (m)/ tempo (s) (figuras 8 e 9).

Figura 8. Mensuração velocidade de onda de pulso – carótida.

39

Figura 9. Mensuração velocidade de onda de pulso – femoral.

4.12.2 Análise da onda de pulso (AOP)

Esta variável foi mensurada de acordo com o protocolo estabelecido por

Lydakis et al. (2008). Com os sujeitos ainda deitados, através do método não

invasivo, tonometria de aplanação (SphygmoCor, AtCor Medical, Sydney,

Australia®). Os valores de PAS e PAD eram inseridos no software para

calibração do aparelho. O transdutor de pressão era colocado sobre artéria

radial (do braço direito) registando-se o pulso durante 10 segundos. Para a

qualidade de onda o software estabeleceu os seguintes critérios: a) amplitude

média de pulso ≥ 8 m/v; b) variabilidade da pressão de pulso e pressão

diastólica inferior a 5%. Os parâmetros analisados foram: pressões centrais,

índice de aumentação (AIx) e índice de aumentação ajustada para frequência

cardíaca de 75 batimentos por minuto (AIx@75) (figura 10).

40

Figura 10. Mensuração da análise da onda de pulso.

4.13 Análise estatística

A análise dos dados foi realizada através do programa estatístico SPSS

versão 20.0. Foi realizada uma análise exploratória dos dados para verificação

da normalidade das distribuições utilizando o teste de Shapiro-Wilk. Para

determinar os principais efeitos do tempo e da interação sessão x tempo foi

realizada ANOVA de medidas repetidas. Para identificar a diferença dos pares

de média foram realizados os testes de comparações múltiplas à posteriori de

Bonferroni. O nível de significância adotado foi p< 0.05.

RESULTADOS

43

5. RESULTADOS

5.1 Efeito agudo do exercício

Na Tabela 2 apresentam-se os valores médios das variáveis mesuradas

antes (repouso) e após a cessação das sessões de exercício (2 minutos após)

nomeadamente os valores da pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial

diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM), duplo produto (DP) e da

frequência cardíaca (FC).

Em repouso não se registraram diferenças significativas entre as

sessões em todas as variáveis do estudo.

Pela leitura da Tabela 2, observam-se interações sessão x tempo

significativas para as variáveis DP [η2 = (0,511), p= 0,002] e FC [η2 = (0,467),

p= 0,004].

Para as restantes variáveis não se registraram interações sessão x

tempo com significado estatístico. Porém observou-se um efeito significativo do

tempo (p<0.05), entre o repouso e o 2º minuto após a cessação do exercício

para as variáveis PAS, PAD e PAM. Adicionalmente os valores de PAS e PAM,

na sessão A-R ao 2º minuto eram significativamente mais baixos (p< 0.05)

quando comparados aos registrados na sessão R-A.

Na Tabela 3, estão apresentados os valores médios registados em

repouso e após a cessação do exercício (2 minutos após) para o conjunto de

variáveis das pressões centrais, em particular da pressão sistólica aórtica

(PSA), pressão diastólica aórtica (PDA), pressão média aórtica (PMA), pressão

de pulso aórtica (PPA), pressão sistólica radial (PSR), pressão diastólica radial

(PDR), pressão média radial (PMR) e pressão de pulso radial (PPR).

Como se pode observar na Tabela 3, foi registrada uma interação

sessão x tempo significativa na para a variável PSA [η2 = (0,278), p= 0,036].

44

Para as restantes variáveis não se registraram interações sessão x

tempo com significado estatístico. Porém, observou-se um efeito significativo

do tempo (p<0.05) entre o repouso e o 2º minuto para as variáveis PDA, PMA,

PSR, PDR e PMR, mas não para PPA e PPR. Contudo, os valores médios no

2º minuto da PMA, PDR e MPR, na sessão A-R eram significativamente mais

baixos (p< 0.05) quando comparados aos valores de R-A.

A Tabela 4, apresenta os valores médios registados em repouso e após

a cessação do exercício (2 minutos após) para o conjunto de variáveis dos

indicadores de rigidez arterial, nomeadamente o índice de aumentação (AIx) e

índice de aumentação ajustada para frequência cardíaca de 75 batimentos por

minuto (AIx@75).

Analisando os valores médios da tabela 4, não foram encontradas

observadas diferenças significativas entre sessões para nenhuma das duas

variáveis, AIx e AIx@75. Porém, apesar de não existirem interações sessão x

tempo significativas, observou-se um efeito significativas do tempo (repouso

versus 2º minuto; p< 0.05) para a variável AIx@75, mas não para AIx.

Adicionalmente os valores médios do AIx@75, na sessão A-R eram

significativamente mais baixos no 2º minuto (p< 0.05) quando comparados aos

valores de R-A.

Na figura 11, estão ilustrados os valores médios pré e pós-exercício (2

minutos) da variável velocidade de onda de pulso carótida-femoral (VOP-cf).

Pela leitura da figura 11, verifica-se a ausência de interação sessão x

tempo significativa, bem como entre os valores da média em repouso e do 2º,

minuto, para a referida variável. Porém os valores da VOP-cf, na sessão A-R

ao 2º minuto eram significativamente mais baixos (p< 0.05) quando

comparados aos registrados na sessão R-A.

45

Tabela 2. Valores de média e desvio padrão (dp) das variáveis, pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica

(PAD), pressão arterial média (PAM), duplo produto (DP) e frequência cardíaca (FC).

* interação sessão x tempo significativa, repouso vs 2`, R-A > A-R, p<0.05; Ɨ Diferença significativa repouso vs 2`, p<0.05; *** Diferença significativa A-

R vs R-A, p<0.05; ** interação sessão x tempo significativa, 2 ´vs 10`, R-A > A-R, p<0.05; ƗƗ Diferença significativa 2` vs 10`, p<0.05; ҂ interação sessão

x tempo significativa, repouso vs 10`, 20`, 30`, R-A > A-R, p<0.05.

Variáveis Sessão Repouso 2’ 10’ 20’ 30’

PAS (mmHg) **

A-R 120,0 ± 11,73 128,7 ± 10,01 Ɨ *** 116,2 ± 10,46 117,8 ± 11,79 115,8 ± 9,63

R-A 120,3 ± 7,04 134,9 ± 12,65 Ɨ 116,2 ± 13,25 117,9 ± 9,91 117,6 ± 10,65

PAD (mmHg)

A-R 64,8 ± 12,28 68,4 ± 6,83 59,8 ± 6,09 ƗƗ 62,1 ± 6,88 60,8 ± 6,06

R-A 62,7 ± 3,45 70,6 ± 7,20 Ɨ 62,0 ± 12,20 ƗƗ 60,53 ± 6,89 59,6 ± 7,71

PAM (mmHg)

A-R 79,2 ± 8,10 91,1 ± 8,28 Ɨ *** 84,5 ± 7,66 ƗƗ 85,8 ± 9,35 84,3 ± 7,65

R-A 83,0 ± 7,80 96,4 ± 8,98 Ɨ 85,4 ± 8,66 ƗƗ 85,1 ± 7,65 86,2 ± 7,25

DP * ҂ A-R 7285,7 ± 1520,3 11740,1 ± 1174,78 9432,4 ± 1257,35 ƗƗ *** 9165,4 ± 1134,00 8345,4 ± 1048,45

R-A 7172,9 ± 1051,4 13779,0 ± 2173,96 10842,8 ± 1493,67 ƗƗ 10398,4 ± 1300,97 9708,4 ± 1475,05

FC (bpm) * ҂

A-R 60,3 ± 7,97 91,6 ± 10,52 81,4 ± 10,44 ƗƗ *** 78,07 ± 8,82 72,4 ± 10,55

R-A 59,4 ± 6,64 102,2 ± 13,87 93,6 ± 10,43 ƗƗ 88,4 ± 10,59 82,7 ± 10,75

46

Tabela 3. Valores de média e desvio padrão (dp) das variáveis, pressão sistólica aórtica (PSA), pressão diastólica aórtica

(PDA), pressão média aórtica (PMA), pressão de pulso aórtica (PPA), pressão sistólica radial (PSR), pressão diastólica radial

(PDR), pressão média radial (PMR) e pressão de pulso radial (PPR).

Variáveis Sessão Repouso 2’ 10’ 20’ 30’

PSA (mmHg) * ҂

A-R 98,5 ± 9,84 107,3 ± 8,14 100,3 ± 10,22 99,3 ± 8,79 98,05 ± 9,61

R-A 99,4 ± 7,97 115,2 ± 8,11 100,1 ± 10,63 98,5 ± 5,85 98,2 ± 6,84

PDA (mmHg)

A-R 62,8 ± 7,03 71,1 ± 6,42 Ɨ 64,01 ± 8,35 ƗƗ 64,5 ± 7,25 63,1 ± 7,40

R-A 63,06 ± 3,97 75,4 ± 6,71 Ɨ 66,7 ± 8,02 ƗƗ 64,1 ± 5,21 63,6 ± 6,18

PMA (mmHg) ҂

A-R 78,6 ± 8,07 87,7 ± 7,11 Ɨ ** 80,6 ± 9,56 80,9 ± 7,64 79,3 ± 9,21

R-A 79,5 ± 5,57 93,2 ± 7,45 Ɨ 81,1 ± 8,78 78,8 ± 5,30 78,3 ± 6,43

PPA (mmHg) ҂

A-R 35,6 ± 7,65 36,7 ± 3,14 35,8 ± 3,50 35,3 ± 3,97 35,2 ± 4,54

R-A 36,4 ± 5,75 39,09 ± 4,83 33,1 ± 4,86 34,6 ± 3,87 34,9 ± 4,09

47

* Interação sessão x tempo significativa, repouso vs 2`, R-A > A-R, p<0.05; Ɨ Diferença significativa repouso vs 2`, p<0.05; ** Diferença significativa A-R

vs R-A, p<0.05. ҂ Interação sessão x tempo significativa, 2 ´vs 10` R-A > A-R, p<0.05; ƗƗ Diferença significativa 2` vs 10`, p<0.05.

PSR (mmHg)

A-R 119,3 ± 10,56 128,4 ± 9,56 Ɨ 119,3 ± 13,22 ƗƗ 118,4 ± 11,85 117,3 ± 12,03

R-A 121,7 ± 9,82 134,5 ± 10,89 Ɨ 120,2 ± 13,33 ƗƗ 120,3 ± 6,73 119,6 ± 7,61

PDR (mmHg)

A-R 62,0 ± 7,23 68,7 ± 6,32 Ɨ ** 62,5 ± 7,93 ƗƗ 62,2 ± 6,88 61,4 ± 6,91

R-A 62,2 ± 3,59 72,7 ± 6,28 Ɨ 64,1 ± 8,31 ƗƗ 61,7 ± 5,26 60,5 ± 5,85

PMR (mmHg) ҂

A-R 78,6 ± 8,07 87,7 ± 7,11 Ɨ ** 80,5 ± 9,56 80,6 ± 8,67 79,2 ± 9,18

R-A 79,5 ± 5,57 93,1 ± 7,46 Ɨ 80,5 ± 8,67 79,1 ± 5,24 78,2 ± 6,57

PPR (mmHg)

A-R 57,3 ± 8,22 59,9 ± 4,95 56,9 ± 6,93 55,9 ± 6,61 56,2 ± 6,89

R-A 57,8 ± 10,50 61,6 ± 9,89 55,6 ± 10,68 ƗƗ 58,9 ± 5,42 58,9 ± 7,12

48

Tabela 4. Valores de média e desvio padrão (dp) das variáveis, índice de aumentação (AIx) e índice de aumentação ajustado

para frequência cardíaca de 75 batimentos por minuto (AIx@75).

Ɨ Diferença significativa repouso vs 2`, p<0.05; *** Diferença significativa A-R vs R-A, p<0.05; **Interação sessão x tempo significativa, 2 ´vs 10`, A-R >

R-A, p<0.05; ҂ Interação sessão x tempo significativa, repouso vs 10`, 20`, 30`, A-R > R-A, p<0.05. ҂҂ Diferença significativa repouso vs 10`, 20`e 30`

p<0.05.

Variáveis Sessão Repouso 2’ 10’ 20’ 30’

Alx (%) ** ҂

A-R 1,13 ± 11,18 1,96 ± 5,98 4,16 ± 7,74 4,22 ± 13,30 3,54 ± 6,98

R-A 0,40 ± 8,22 0,54 ± 6,11 -4,08 ± 5,42 -3,30 ± 5,51 -3,32 ± 5,73

AIx@75 (%)

A-R -8,09 ± 10,5 6,06 ± 4,58 Ɨ ***

5,15 ± 9,65 ҂҂

3,58 ± 14,60 ҂҂

1,55 ± 8,22 ҂҂

R-A -7,40 ± 8,94 10,29 ± 6,98 Ɨ 3,66 ± 4,96

҂҂ 2,63 ± 3,41

҂҂ -0,78 ± 4,02

҂҂

49

Figura 11. Valores de média e desvio padrão (dp) da variável velocidade de

onda de pulso carótida-radial (VOP-cf)

* Diferença significativa A-R vs R-A, p<0.05; ** Diferença significativa (R-A) 2` vs 10`, p<0.05.

5.2 Recuperação

Na Tabela 2, estão apresentados os valores médios pré e pós-exercício

(2, 10, 20, 30 minutos) para o conjunto de varáveis hemodinâmicas, pressão

arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), pressão arterial média

(PAM), duplo produto (DP) e da frequência cardíaca (FC).

Pela leitura da Tabela 2, observou-se interação sessão x tempo

significativa (2º e 10º minuto) somente para a variável PAS [η2 = (0,292), p=

0,031].

Para as variáveis, PAD PAM, DP e FC -se observaram-se diferenças

significativas (p<0.05) entre o 2º e 10º minuto. Adicionalmente, os valores

médios de DP e FC na sessão A-R ao 10º minuto foram significativamente

mais baixos (p<0.05) quando comparados aos registrados na sessão R-A.

Interações sessão x tempo significativas (repouso, 10º, 20º e 30º minuto)

também foram observadas para as variáveis DP [η2 = (0,471), p= 0,048] e FC

Repouso 2` 10` 20` 30`4

5

6

7

8

Tempo (min.)

VO

P (m

/s)

A-R

R-A* * *

50

[η2 = (0,630), p= 0,006]. Para as demais variáveis (PAS, PAD e PAM) não

foram registradas interação sessão x tempo nem diferenças significativas entre

os diversos momentos de avaliação (repouso, 10º, 20º e 30º minuto) e entre as

sessões A-R e R-A em cada um dos momentos.

Na Tabela 3, estão apresentados os valores médios pré e pós-exercício

(2, 10, 20, 30 minutos) das variáveis PSA, PDA, PMA, PPA, PSR, PDR, PMR e

PPR.

Ao analisarmos a Tabela 3, observam-se interações sessão x tempo

significativas (2º e 10º minuto) para as variáveis PSA [η2 = (0,465), p= 0,004],

PMA [η2 = (0,373), p= 0,012], PPA [η2 = (0,702), p= 0,000] e PMR [η2 = (0,396),

p= 0,009].

Para as ariáveis PDA, PSR, PDR e PPR, observam-se diferenças

significativas (p<0.05) entre o 2º e o 10º minuto. Contudo não foram registradas

diferenças significativas entre as sessões A-R e R-A no 10º minuto.

Adicionalmente, não foram registradas Interações sessão x tempo

significativas (repouso, 10º, 20º e 30º minuto) em nenhuma das variáveis,

assim como qualquer efeito do tempo dentro de cada uma das sessões e entre

sessões para qualquer um dos momentos de avaliação.

A Tabela 4, apresenta os valores médios de repouso e após-exercício

(2, 10, 20, 30 minutos) para o conjunto de variáveis dos indicadores de rigidez

arterial, índice de aumentação (AIx) e índice de aumentação ajustada para

frequência cardíaca de 75 batimentos por minuto (AIx@75).

Ao observar a Tabela 4, podemos verificar registros de interação sessão

x tempo significativa (2º e 10º minuto) somente para a variável AIx [η2 = (0,272),

p= 0,038]. Para a variável AIx@75, não foram observadas diferenças entre o 2º

e 10º minutos de cada uma das sessões e entre sessões para qualquer um dos

desses momentos de avaliação.

Entre o repouso, 10º, 20º e 30º minuto, foi registrada uma interação

sessão x tempo significativa somente para a variável AIx [η2 = (0,638), p=

51

0,005]. Porém, para a variável AIx@75 observou-se diferenças significativas

(p<0.05) entre o repouso e o 10º, o 20º e o 30º minuto, em ambas as sessões.

Contudo, para esta mesma variável não foram registradas diferenças

significativas entre as sessões em qualquer um dos momentos da recuperação.

Na figura 11, estão apresentados os valores médios pré e pós-exercício

(2, 10, 20, 30 minutos) da variável velocidade de onda de pulso carótida-

femoral (VOP-cf).

Pela leitura da figura 11, verifica-se a ausência de interação sessão x

tempo com significado estatístico. Entretanto, observou-se diferença

significativa (p<0.05) entre o 2º e 10º minuto na sessão R-A. Adicionalmente,

não foram observadas diferenças significativas entre as sessões ao 10º

minuto.

Para os momentos de avaliação repouso, 10, 20, 30 minutos, não foram

registradas interação sessão x tempo significativas, nem qualquer efeito do

tempo em cada uma delas.

DISCUSSÃO

55

6. DISCUSSÃO

6.1 Efeito agudo do exercício

Devido a inexistência de estudos que forneçam informações sobre o

efeito agudo da combinação dos modos de exercício aeróbio e resistido e da

sua ordem dentro de sessões de exercício nos indicadores de rigidez arterial,

este estudo foi fundamentado na tentativa de esclarecer este efeito. Com base

nesse pressuposto, o objetivo do estudo foi avaliar o efeito da ordem de

realização do modos de exercício aeróbio seguido do exercício resistido e vice

versa, nos indicadores de rigidez arterial em indivíduos jovens, aparentemente

saudáveis e normotensos.

Com base em dados reportados em estudos anteriores Kingwell et al.

(1997) e Cortez-Cooper et al. (2005), que avaliaram a repercussão aguda de

cada um dos modos de exercício realizados isoladamente em indicadores de

rigidez arterial, hipotetizamos que a sessão de exercício com a ordem A-R

promoveria um maior aumento desses indicadores em comparação com a

sessão na ordem R-A. Entretanto, esta não foi a principal descoberta do nosso

estudo, no qual verificamos que os indicadores de rigidez arterial apresentaram

alterações similares em ambas as sessões de treino após a cessação do

exercício. Nos estudos publicados em sessões de exercício resistido e aeróbio

realizados de modo isolado, os resultados evidenciam que os exercícios

resistidos promovem um aumento dos indicadores de rigidez arterial superiores

aos registados em sessões de exercício aeróbio (Collier et al., 2010; Heffernan

et al., 2007).

Embora os mecanismos que explicam as alterações agudas dos

indicadores de rigidez arterial em resposta ao exercício não sejam

completamente conhecidos, existem algumas explicações plausíveis

resultantes de observações registradas em estudos anteriores. Uma possível

explicação para o incremento nos indicadores de rigidez durante e

imediatamente após a cessação do exercício pode estar relacionada com o

56

aumento da pressão arterial (PA) braquial ou aórtica, que será ainda mais

elevado durante a realização do exercício resistido comparativamente ao

exercício aeróbio (DeVan et al., 2005; Yoon et al., 2010). O aumento da

pressão arterial aórtica durante a realização do exercício resistido pode chegar

a 310 mmHg para a pressão arterial sistólica (PAS) e 250 mmHg para a

pressão arterial diastólica (PAD) (Umpierre & Stein, 2007). Outra provável

explicação para as alterações nos indicadores de rigidez arterial durante e

imediatamente após o exercício, pode estar relacionada com a respostas

adaptativas do sistema cardiovascular, nomeadamente o aumento da atividade

do sistema nervoso simpático durante o exercício, em resultado do aumento

das concentrações de catecolaminas circulantes, que consequentemente eleva

a tensão desenvolvida pelas células do músculo liso vascular, podendo assim

provocar um aumento da rigidez arterial por aumento da resistência ao fluxo

sanguíneo e consequentemente uma maior velocidade da onda retrógrada

(Yoon et al., 2010), que uma vez mais ocorrerá de forma mais acentuada no

exercício resistido em comparação com o aeróbio. Contudo, no nosso estudo,

apenas registamos uma interação significativa para a PSA, mas com valores de

modificação mais elevados na sessão com a ordem R-A. A luz do

conhecimento resultante dos estudos com modos de exercício isolado, este

resultado é inesperado e não temos uma justificação para este fato. Para as

restantes variáveis hemodinâmicas não se registaram interações sessão x

tempo significativas. Portanto, considerando o conjunto das variáveis

hemodinâmicas, pode sugerir-se que a resposta terá sido globalmente similar

entre sessões, o que de certa forma é coerente com a ausência de diferenças

entre sessões nos indicadores de rigidez arterial. Contudo, será necessário a

realização de outros estudos com amostras semelhantes mas de maior

dimensão para confirmar ou infirmar os nossos resultados.

6.2 Recuperação

Os resultados do presente estudo mostraram ao longo de todos os

momentos de avaliação no período de recuperação que os valores médios do

AIx após a sessão A-R permaneceram significativamente mais elevados

57

quando comparados aos registados na recuperação da sessão R-A. A

explicação para este fato, poderá dever-se ao valor médio final mais elevada

registrado imediatamente após o exercício e à menor taxa de recuperação em

alguns momentos das variáveis hemodinâmicas como por exemplo a PAS,

PSA, PMA, PPA e PMR. No entanto, DeVan et al. (2005) reportou em seu

estudo, que após uma sessão de exercício resistido realizado de forma isolada,

os valores médios dos indicadores de rigidez arterial retornaram aos seus

níveis basais após 1 hora do término do exercício. Contudo, muito

provavelmente, os valores médios dos indicadores de rigidez poderiam retornar

aos níveis iniciais caso avaliássemos os indivíduos do nosso estudo por um

tempo maior durante o período de recuperação. Assim sendo, os resultados do

presente estudo carecem de confirmação até porque, que seja do nosso

conhecimento, não existem estudos com desenho semelhante ao nosso.

LIMITAÇÕES DO ESTUDO

O presente estudo apresenta algumas limitações, tais como:

Em primeiro lugar, o reduzido tamanho amostral, o que provavelmente

limitou a possibilidade de detectar diferenças significativas entre as

sessões, para os indicadores de rigidez arterial VOP e AIx@75.

Outra limitação foi o tempo de avaliação dos indicadores de rigidez após

a cessação do exercício. No nosso estudo avaliamos somente durante

30 minutos após a cessação do exercício, assim sendo, estes valores

não retornaram aos níveis de repouso na variável AIx durante este

tempo de mensuração.

CONCLUSÕES

61

7. CONCLUSÕES

Considerando os resultados globais do presente estudo, as principais

conclusões a ser destacadas são:

O efeito agudo do exercício nos indicadores de rigidez arterial VOP, AIx

e AIx@75 é independente da ordem dos modos de exercício nas

sessões de treino.

Apenas no indicador AIx@75 se observou uma variação significativa do

repouso para o final do exercício em cada uma das sessões com ordens

diferentes do modo de exercício na sessão.

O comportamento da variável AIx foi significativamente diferente após as

sessões A-R e R-A, do final do exercício para os primeiros dez minutos

da recuperação e em todos os momentos subsequentes em relação aos

valores de repouso, sugerindo que a realização do exercício resistido na

parte final das sessões resulta na manutenção prolongada dos valores

obtidos após o exercício durante, pelo menos, 30 minutos.

Na sessão com a ordem A-R, 30 minutos de recuperação parecem ser

insuficientes para que o AIx@75 retorne aos valores do repouso. O

mesmo se verificou para a sessão R-A.

A VOP dez minutos após o exercício, independentemente da ordem dos

modos nas sessões alcança valores idênticos aos do repouso.

62

BIBLIOGRAFIA

65

8. BIBLIOGRAFIA

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ANEXO

XXV

9. ANEXO

Anexo 1 – Consentimento Informado

Consentimento Informado

u………………………………………………………………………………………

declare que participo voluntariamente do trabalho de dissertação de mestrado,

do aluno Wagner Jorge Ribeiro Domingues, orientado pelo Professor Doutor

José Oliveira da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Tomei conhecimento que de acordo com as recomendações da Declaração de

Helsínquia, a informação ou explicação que me foi prestada pelo responsável

desta investigação incidiu sobre os objectivos, procedimentos e implicações do

referido estudo e que tais não acarretam riscos evidentes para minha saúde,

podendo eu, em qualquer momento, abandonar a pesquisa caso não me sinta

satisfeito.

Porto, _____ de __________________ de ______.

____________________________________________

Assinatura do Voluntário