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1 Gustavo Roehrs Arrial EFEITO DO PESO AO ABATE SOBRE O RENDIMENTO DE FILÉS DE TRÊS ESPÉCIES DE CARPAS (Ctenopharyngodon idella, Hypophthalmichthys molitrix, Cyprinus carpio) Trabalho de Curso em Engenharia Agrícola II apresentado ao Curso de Engenharia Agrícola da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Orientadora: Profª. Débora Chapon Galli

Efeito Do Peso Ao Abate Sobre o Rendimento de Filés de Três Espécies de Carpas

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Trabalho realizado para conclusão de Curso de Eng Agrícola, referente ao Efeito Do Peso Ao Abate Sobre o Rendimento de Filés de Três Espécies de Carpas

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Gustavo Roehrs Arrial

EFEITO DO PESO AO ABATE SOBRE O RENDIMENTO DE FILS DE TRS ESPCIES DE CARPAS (Ctenopharyngodon idella, Hypophthalmichthys molitrix, Cyprinus carpio)

Trabalho de Curso em Engenharia Agrcola II apresentado ao Curso de Engenharia Agrcola da Universidade de Santa Cruz do Sul UNISC.

Orientadora: Prof. Dbora Chapon Galli

Santa Cruz do Sul2013AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeo aos meus pais Luiz Maral e Nelcinda, irmos Cristiano e Mnique e a minha namorada Mnica e a toda minha famlia que, com muito carinho e apoio, no mediram esforos para que eu chegasse at esta etapa de minha vida.A Prof. Dbora Chapon Galli, pela amizade, confiana, oportunidade, orientao e auxlio para o desenvolvimento desse trabalho, suas intervenes e sugestes foram muito importantes.Ao Prof. Marcelino Hoppe, pelo auxlio nas anlises estatsticas e sugestes valiosas para a avaliao dos resultados alcanados.Ao Sr. Renato Porto, proprietrio da Agroindstria, Peixaria Porto Ltda., por abrir as portas da indstria para mim, contribuindo desde o incio das atividades e por disponibilizar sua estrutura fsica para o desenvolvimento do experimento.A todos que de alguma forma contriburam para a realizao desse trabalho.

RESUMO

Este trabalho foi realizado na Agroindstria, Peixaria Porto Ltda. de Candelria-RS, no perodo de agosto a dezembro de 2013. Foram coletados 120 exemplares de carpas, divididos em trs grupos com 40 exemplares, distinguidos por suas espcies: Grupo 1 Carpa capim; Grupo 2 Carpa prateada; Grupo 3 Carpa hngara. Aps foram subdivididos e classificados em quatro classes devido ao seu peso corporal vivo: C1 = 1.301 1.600 g; C2 = 1.601 1.900 g; C3 = 1.901 2.200 g; C4 = 2.201 2.500 g. O processo de filetagem foi realizado manualmente por uma nica pessoa e em srie resultando em um fil com pele. Com base nos dados obtidos foi possvel observar que houve diferenas significativas tanto referentes aos grupos quanto s classes de peso. Conclui-se que o Grupo 3 apresentou melhor rendimento, seguido do Grupo 1 e o menor rendimento foi o do Grupo 2. Em relao classe de peso pode-se verificar que o rendimento mdio elevou-se medida que aumentaram as classes de pesos dos peixes. Considerando-se os dados especficos de rendimento de fil recomenda-se para o processamento de filetagem o Grupo 3 carpa hngara com a classe de peso C4 = 2.201 2.500 g.

Palavras-chave: Carpas, peso, filetagem, rendimento.

ABSTRACT

This work was performed in Agri, Fishery Port Ltda. Candelria - RS, in the period from August to December 2013. We collected 120 specimens of carp, divided into three groups of 40 specimens, distinguished by their species: Group 1 - Grass carp; Group 2 - Silver carp; Group 3 - Hungarian carp. Following were subdivided and classified into four classes due to their live body weight: C1 = 1.301 to 1.600 g; C2 = 1.601 to 1.900 g; C3 = 1.901 to 2.200 g; C4 = 2.201 to 2,500 g. The filleting process was performed manually by one person and in series resulting in a fillet with skin. With bases in the data, which showed significant differences related to both groups regarding weight classes. It was concluded that the Group 3 showed the best performance, followed by Group 1 and the worst performance was in Group 2. Regarding weight class can be seen that the average yield rose as increased weight classes of fish. So it is recommended for processing filleting Group 3 - hungarian carp with the weight class C4 = 2.201 to 2.500 g.

Keywords: Carp, weight, filleting, efficiency.

LISTA DE ILUSTRAES

Figura 1 - Carpa capim (Ctenopharyngodon idella)12Figura 2 - Carpa prateada (Hypophthalmichthys molitrix)13Figura 3 - Carpa hngara (Cyprinus carpio)14Figura 4 - Fluxograma do abate e processamento do peixe17Figura 5 - Realizao do processo de despesca18Figura 6 - Seleo de peixes capturados18Figura 7 - Tanque de depurao19Figura 8 - Insensibilizao por termonarcose19Figura 9 - Eviscerao e lavagem do peixe20Figura 10 - Fil de tilpia21Figura 11 - Peixes inteiros esviscerados armazenados no gelo21Figura 12 Localizao da Agroindstria, Peixaria Porto Ltda.23Figura 13 - Localizao da propriedade da Agroindstria Porto24Figura 14 Despesca parcial, coleta das amostras26Figura 15 Pesagem dos peixes27Figura 16 Caixas de gua onde os animais foram separados por classe28Figura 17 Sistema de oxigenao para as caixas29Figura 18 Procedimento de filetagem30Figura 19 Rendimentos mdios do Grupo 1 em relao s classes de peso31Figura 20 Rendimentos mdios do Grupo 2 em relao s classes de peso32Figura 21 - Rendimentos mdios do Grupo 3 em relao s classes de peso33Figura 22 Rendimento mdio das classes de peso34Figura 23 Mdia de rendimento geral para os Grupos G1, G2 e G335

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Classificao de grupos e classes de peso25

SUMRIO

1 INTRODUO92FUNDAMENTAO TERICA112.1 Produo de peixes112.2Caractersticas das carpas122.2.1Carpa capim (Ctenopharyngodon idella)122.2.2 Carpa prateada (Hypophthalmichthys molitrix)132.2.3 Carpa hngara (Cyprinus carpio)142.3Processamento de peixes cultivados152.3.1 O abate do peixe162.3.2 Despesca172.3.3 Seleo182.3.4Depurao182.3.5Insensibilizao192.3.6Eviscerao, decapitao e lavagem202.3.7Filetagem202.3.8Armazenamento e estocagem212.4Relao rendimento x filetagem213MATERIAL E MTODOS233.1rea experimental233.2Delimitao do trabalho243.2.1Coleta das amostras253.2.2Procedimento de filetagem293.2.3Anlise de rendimento303.2.4Anlise estatstica304RESULTADOS E DISCUSSES314.1Carpa capim314.2Carpa prateada324.3Carpa hngara334.4Classes x Rendimentos344.5Grupos x Rendimentos355CONCLUSO37REFERNCIAS38ANEXO A - Coleta de dados para levantamento estatstico44ANEXO B - Anlise de varincia50

1 INTRODUO

A piscicultura uma das formas mais econmicas de produzir alimento nobre e de alto valor nutritivo, constituindo-se uma excelente alternativa de produo no Brasil, tendo em vista a abrangncia de recursos hdricos aliado ao grande territrio com topografia e clima adequados (PATRICIO, 2001). A aquicultura, de acordo com Souza (2002), uma opo para incrementar os ndices de consumo de protenas de origem animal e um importante fator de desenvolvimento socioeconmico para o pas. Porm, ainda apresenta deficincias em relao falta de padronizao do produto para o consumidor, o que acarreta dificuldades quanto s caractersticas de sabor, presena ou no de espinhas, forma de preparo e valor nutricional. Entretanto, se o produto tiver boa apresentao (postas ou fil) e embalagem (com especificao do produto), torna-se mais fcil o trabalho de marketing e, consequentemente, a colocao do pescado no mercado.Das espcies de peixes cultivadas em gua doce, segundo Kubitza (2000), as carpas ocupam o primeiro lugar, seguidas das tilpias. No entanto, o consumo de peixes ainda baixo no Brasil, e uma das maneiras de se reverter este quadro seria o uso de mecanismos que estimulem as diferentes formas de apresentao dos pescados, uma vez que o consumidor busca alimentos de fcil e rpido preparo.Dentro da atividade pisccola de gua doce a carpa vem se destacando pelas suas caractersticas favorveis ao cultivo. Um dos aspectos positivos na sua produo o fato dela ter-se mostrado como boa fonte de renda para muitos produtores rurais em varias regies do Brasil e, em especial, no Rio Grande do Sul, alm da fcil adaptabilidade em climas mais frios, o que no ocorre com a tilpia e o bagre africano (FERREIRA, 1987 citado por PEREIRA et al., 2003).A fragilidade apresentada pela carne de peixes quanto conservao e preparo exige a busca de mtodos que sejam rpidos e seguros para se trabalhar com esta matria-prima e tambm dispor de um produto que possa chegar ao consumidor com aspecto e sabor agradveis.O processamento da matria-prima um dos principais gargalos da cadeia produtiva da piscicultura. A tcnica de filetagem a alternativa mais empregada nas agroindstrias, gerando cortes nobres que promovem uma agregao de valor.O rendimento de fil, alm da eficincia das mquinas filetadoras ou da destreza manual do operrio, depende de algumas caractersticas intrnsecas matria-prima, ou seja, da forma anatmica do corpo, do tamanho da cabea e do peso dos resduos, podendo variar entre espcies, dentro da mesma espcie e, ainda, de acordo com o peso de abate.A determinao dos rendimentos de uma espcie e de suas relaes com o peso de abate permite caracterizar o produto final, avaliar o seu potencial para a industrializao, estabelecer o peso ideal de abate e as equaes de predio dos rendimentos de carcaa e fil.Contudo, raros so os estudos referentes ao processamento de carpas, principalmente quanto aos rendimentos de fils.Fundamentado nisto, o presente trabalho teve como objetivo geral avaliar o efeito do peso ao abate sobre o rendimento de fils de carpas. Especificamente, objetivou-se a analisar o rendimento de fils de carpa capim (Ctenopharyngodon idella), carpa prateada (Hypophthalmichthys molitrix) e carpa hngara (Cyprinus carpio); determinar o rendimento de fils em quatro classes de peso vivo; recomendar uma espcie e a classe de peso ao abate que proporcione o maior rendimento no processo de filetagem manual em srie.

2 FUNDAMENTAO TERICA

2.1 Produo de peixes

A produo mundial de peixes, crustceos e moluscos alcanou 145,1 milhes de toneladas em 2009, um aumento de 2% em relao a 2008. A pesca martima representou 62% deste total, ou seja, 90 milhes de toneladas, enquanto a produo da aquicultura cresceu de 52,5 para 55,1 milhes de toneladas. O Brasil conta com uma produo de 1,2 milhes de toneladas, ou seja, 0,83 % da produo mundial, sendo que o consumo de peixes no pas baixo e deve-se principalmente aos hbitos alimentares e a pequena oferta do produto (FAO, 2010).A produo mundial da aquicultura (marinha, estuarina e continental), segundo dados da FAO (2010), apresentou aumento de 81,07% nos ltimos 10 anos, onde metade desta produo da China (67,32% em 2009), seguida pela ndia (5,89%). Conforme S (2003) citado por Coelho et al. (2010), a piscicultura, alm de ser uma atividade produtiva, permite o equilbrio entre o interesse econmico e a explorao racional dos recursos naturais, porque apresenta elevada produtividade utilizando menos superfcie de terra em comparao com outras atividades.Pode-se afirmar que esta a dcada da aquicultura e no apenas no Brasil, uma vez que em todo o mundo a nica atividade relacionada com a produo de alimentos que tem crescido a um ritmo superior a 10% ao ano e o nico segmento da pesca que tem proporcionado maiores incrementos, principalmente nas zonas costeiras (OETTERER, 2002).A piscicultura comercial no Brasil teve incio na dcada de 80, sendo que hoje as espcies exticas dominam a produo, variando conforme sua localizao geogrfica: a tilpia do Nilo (Oreochromis niloticus), introduzida em 1981, hoje popularmente cultivada no Nordeste onde so capturadas cerca de 4.500 t, nos audes, anualmente, e em cultivos semi-intensivos e intensivos estimada em 20.000t; as carpas so mais comuns nos estados do Sul e em 1996, tiveram produo estimada em 1.900 t. J as trutas (Oncorhynchus mykiss) so criadas em guas frias de regies mais elevadas, limitando-se a produo no eixo Rio-So Paulo, porm existe um amplo mercado, principalmente nas capitais estaduais e nas maiores cidades do interior, onde a criao feita em cativeiro com alimentao exclusiva de raes, reproduo artificial e nos sistemas aquticos montanhosos (OETTERER, 2002).

2.2 Caractersticas das carpas

De origem asitica, a carpa criada na China h mais de 3.000 anos. Em 1258, j se faziam referncias a essa espcie na Frana. Ela marcou o incio da piscicultura na Europa, a partir da Idade Mdia, em criaes desenvolvidas nos conventos, pelos monges, que necessitavam de peixes frescos nos dias de abstinncia. Em 1877, veio para a Amrica, sendo aclimatada nos Estados Unidos. No Brasil, onde se adaptou com grande facilidade, foi introduzida no estado de So Paulo, em 1904. As criaes intensivas, contudo, s tiveram inicio na dcada de 30 (GALLI e TORLONI, 1986 citados por ECHEVENGU, 2006).A carpa a primeira espcie de peixe mais cultivada no mundo (FAO, 2010). No Brasil a maior concentrao de produtores localiza-se na regio Sul, onde o estado do Rio Grande do Sul lidera, seguido do Paran (SAMPAIO, 2012).

2.2.1 Carpa capim (Ctenopharyngodon idella)

A carpa capim (Figura 1) uma espcie extica, originria dos grandes rios da sia Central, sendo utilizada na piscicultura h cerca de 3.000 anos. As carpas chinesas, como so conhecidas as carpas capim, foram introduzidas no Brasil no incio dos anos 80 pelo convnio existente entre a Companhia para o Desenvolvimento do Vale do So Francisco (CODEVASF) e a empresa hngara AGROBER (ZANIBONI FILHO, 1990 citado por CERVA, 2003).

Figura 1 - Carpa capim (Ctenopharyngodon idella)

Fonte: http://www.tpwd.state.tx.us/fishboat/fish/images/inland_species/grasscarp.jpgO conforto trmico desta espcie obtido em temperaturas entre 25 e 30C, apresentando reduzido consumo alimentar abaixo de 15C. Em temperaturas entre 8 e 10C h uma paralisao da alimentao e a 5C, a morte. Embora seja uma espcie tropical, tem grande capacidade de adaptao s variaes climticas. No ambiente natural pode chegar a 50 kg de peso. Em condies de cultivo, alcana de 1 a 2 kg no primeiro ano, 4 a 5 kg no segundo e pode chegar a 10 kg no terceiro. Esses valores podem ser esperados para criaes em policultivo com outras carpas, realizados em condies climticas semelhantes as do Sul do Brasil. A carpa capim uma espcie bastante agitada, assustando-se facilmente com barulho e movimentao (REGERT, 1995). A carpa capim herbvora, consumindo plantas aquticas e outros vegetais superiores, alm de aceitar a dieta comercial. Quando cultivada de forma semi-intensiva e alimentada exclusivamente com vegetais, a taxa de alimentao oscila entre 30 e 50% do peso vivo, podendo chegar a 100% ficando a converso alimentar em torno de 30:1. Em sistemas de cultivo em que se oferece dieta comercial, a taxa alimentar torna-se a mesma dos peixes tropicais de gua doce que, dependendo da idade e temperatura da gua, pode variar de 0,5 a 20% do peso vivo diariamente (ZANIBONI FILHO, 1990 citado por CERVA, 2003).

2.2.2 Carpa prateada (Hypophthalmichthys molitrix)

Dentre as espcies de peixes produzidas no Brasil, destaca-se a carpa prateada (Ceccarelli et al., 2000) (Figura 2), espcie extica, originria do leste asitico, que foi introduzida no Brasil em 1922, por sua rusticidade e facilidade de cultivo (CASTAGNOLLI, 1992a).

Figura 2 - Carpa prateada (Hypophthalmichthys molitrix)

Fonte:http://ds-lands.com/photo/animals/silver-carp/10/O conforto trmico desta espcie obtido em temperaturas entre 16 e 28C, apresentando reduzido consumo alimentar abaixo de 10 C. Em temperaturas entre 8 e 10C h uma paralisao da alimentao e a 5C, a morte. Apresenta crescimento rpido, sendo uma boa espcie tambm para o policultivo, juntamente com a carpa cabea-grande e a capim. Trata-se de uma espcie que no se reproduz naturalmente em viveiros. uma espcie fitoplanctfaga, que possui uma importante propriedade que a alimentao (aparelho especial de filtragem nos arcos branquiais), portanto bastante requisitada para os policultivos, pois melhora a qualidade da gua para outras espcies. Sua principal alimentao so as algas pequenas (microalgas). Por apresentar este tipo de aparelho de filtragem, no come alimentos artificiais inteiros, devendo os mesmos ser reduzidos a p, apresentando um bom desenvolvimento e atingindo em torno de 1 a 1,5 kg no primeiro ano de vida, tendo como peso mximo da espcie 25 kg. Embora sua carne possua um sabor inspido e alcance baixos preos de mercado, seu custo de produo praticamente nulo uma vez que no se encontra qualquer outra espcie, nativa ou extica, que aproveite to bem o fito plncton disponvel no viveiro (SAMPAIO, 2012).

2.2.3 Carpa hngara (Cyprinus carpio)

A carpa hngara Figura 3 uma espcie extica no Brasil. Originria da China sofreu melhoramento gentico na Hungria, tendo como base a carpa comum (Sampaio, 2012), sendo introduzida nos estados do Sul do Brasil nos anos 30 por imigrantes asiticos (CASTAGNOLLI, 1992b).

Figura 3 - Carpa hngara (Cyprinus carpio)

Fonte:http://www.peixariarainhadestoamaro.com.br/peixesh2odoce.htmlO conforto trmico desta espcie obtido em temperaturas entre 12 e 30C. Apresenta crescimento rpido, sendo uma boa espcie, tambm para o poli cultivo, juntamente com a carpa cabea-grande e a capim. Reproduz-se naturalmente em viveiros, tendo sua maturidade reprodutiva entre o 6 e o 8 ms. Seu hbito alimentar em cultivo onvoro, tendo preferncia a alimentos pr-cozidos, raes e subprodutos da propriedade. Apresenta um bom desenvolvimento e atinge em torno de 2 a 5 kg no primeiro ano de vida, tendo como peso mximo da espcie 20 kg. Tem como hbito, engolir o lodo do fundo do tanque e regurgitar aproveitando o alimento encontrado (bentos, insetos, sementes de plantas). Deste hbito surgem dois problemas, a turbidez da gua com argilas suspensas, dificultando a formao de plncton, e a destruio dos taludes das taipas (SAMPAIO, 2012).

2.3 Processamento de peixes cultivados

O pescado por apresentar algumas caractersticas peculiares inerentes ao modo de captura, sua biologia e tipos de processamento, torna-se diferente de outros alimentos de origem animal, requerendo para isto, um processamento apropriado (DAMS, BEIRO e TEIXEIRA, 1994).A indstria do pescado possuidora de vasta gama de espcies utilizadas para elaborao de produtos comestveis, variando desde peixes, moluscos, crustceos at anfbios e quelnios (BRASIL, 1984).Sabendo-se desta grande variedade de espcies subentende-se que existem inmeras formas de elaborao de produtos, tendo tecnologias diferenciadas aplicadas para cada espcie, bem como para uma mesma espcie. Ao fazer o processamento, est agregando-se valor ao pescado, que de matria-prima perecvel passa a ser um produto com maior vida til e com novas opes de consumo (MACEDO-VIEGAS et al., 2000). importante destacar que, em tecnologia de alimentos, no se pode obter um produto final de alta qualidade a partir de matria-prima inferior ou mesmo razovel (FERREIRA, 1987 citado por PEREIRA et al., 2003).Agregar valor ao produto da piscicultura vem sendo uma preocupao constante dos piscicultores, iniciada com os truticultores, que defumam a truta como prtica imprescindvel para destinar estes peixes venda em restaurantes, seguindo a tradio europeia de utilizao de salmo defumado como prato fino e de grande procura por parte do consumidor, evidentemente, uma necessidade maior para produtos de convenincia, fceis de preparar motivada pelo novo estilo de vida e ainda, a invaso das prateleiras de supermercados por produtos estrangeiros de alta qualidade e diversificao, modificaram o tradicional consumidor de alimentos (OETTERER, 2002).Entretanto, no Brasil, a explorao e uso do pescado no alcanam os benefcios nutricionais e econmicos que deles se espera (GONALVES e CEZARINI, 2008). Sendo o pescado um dos alimentos de origem animal mais suscetvel ao processo de deteriorao, reduzindo a vida til do produto, uma alternativa para oferecer melhores nveis nutricionais de pescado populao o uso de tecnologias como a filetagem. Bispo et al. (2004) relataram que tecnologias disponveis podero eliminar as perdas e riscos destas matrias-primas to perecveis, de modo a lev-las ao mercado consumidor de forma aceitvel, segura e com produo economicamente compatvel com a realidade do local de captura.O uso de tcnicas de filetagem da carne de peixe tem sido uma das alternativas na indstria pesqueira para a diversificao de seus produtos, sendo um alimento de fcil digesto e fonte de protenas, minerais, principalmente clcio e fsforo, vitaminas A, D e complexo B. Alm disso, um produto que no possui muitas espinhas, caracterstica que atrai muitos consumidores (KIRSCHNIK, 2007).Segundo Souza (2002), a parte til do pescado, tambm denominada corpo limpo ou tronco limpo, a parte do corpo pronta para o consumo e/ou a industrializao, sendo que a partir desta pode-se ainda obter o fil. Para as unidades de processamento, por exemplo, da tilpia do Nilo, a forma mais comercializada a de fil e, em menor proporo, o peixe inteiro eviscerado ou na forma de tronco limpo (sem cabea, nadadeiras, pele e vsceras).

2.3.1 O abate do peixe

No Brasil, de forma geral, o abate e o processamento para obteno de fils na indstria de peixes cultivados tm seguido as seguintes etapas, conforme a Figura 4.

Figura 4 - Fluxograma do abate e processamento do peixeMatria - Prima

Despesca

Seleo

Depurao

Insensibilizao

Eviscerao, decapitao e lavagem

Filetagem

Armazenamento e Estocagem

Fonte: OETTERER, 2002.

2.3.2 Despesca

Quando o pescado atinge o peso considerado ideal para o abate, o mesmo capturado e transportado para tanques de depurao (CYRINO et al., 2004 citados por SARMIENTO, 2006).O processo de captura (Figura 5) deve ser rpido, de maneira a minimizar o estresse (Padua, 2000), um dos principais responsveis pela instalao rpida do rigor mortis, o qual interfere na qualidade final do produto. recomendvel que a captura dos peixes ocorra em horrios de temperaturas mais amenas, como nas primeiras horas da manh ou no final da tarde (CYRINO et al., 2004 citados por SARMIENTO, 2006).

Figura 5 - Realizao do processo de despesca

Fonte: http://www.jornalista292.com.br/noticia_imprime.php?id=3455

2.3.3 Seleo

Para a indstria de processamento, os peixes capturados so selecionados (Figura 6) baseando-se em caractersticas quanto ao seu estado de sade, avaliado pela ausncia de manchas, nadadeiras intactas, ausncias de feridas no corpo do animal e peso (CYRINO et al., 2004 apud SARMIENTO, 2006).

Figura 6 - Seleo de peixes capturados

Fonte: https://www.ecomar.com.br

2.3.4 Depurao

Aps a captura e a seleo, os peixes permanecem em jejum, em tanques de depurao, conforme a Figura 7, com a finalidade de esvaziar completamente o trato digestivo, podendo este procedimento ser considerado como tcnica preparatria para o abate, pois com a eliminao dos restos de alimentos, eliminam-se tambm substncias responsveis pela alterao do sabor da carne (OSTRENSKY e BOEGER, 1998). O esvaziamento do trato intestinal permite minimizar a contaminao microbiana durante a eviscerao, a qual acelera o processo de deteriorao do peixe (CYRINO et al., 2004 apud SARMIENTO, 2006).

Figura 7 - Tanque de depurao

Fonte:http://blogdojornalcidade.blogspot.com.br/2010/05/cidisem-define-area-para-unidade.html

2.3.5 Insensibilizao

De acordo com Padua (2000), a insensibilizao dos peixes por eletronarcose ou termonarcose (Figura 8) permite menor dano fsico e maior perodo de rigor mortis, favorecendo a qualidade da carne. O procedimento mais comum para a insensibilizao tem sido o choque trmico, que consiste em colocar os peixes em recipientes contendo gua e gelo (1:1), por um tempo varivel em funo da espcie tamanho.

Figura 8 - Insensibilizao por termonarcose

Fonte: http://criapeixe.blogspot.com.br/2012/11/frigorifico-de-peixes-roladia-pr.html2.3.6 Eviscerao, decapitao e lavagem

A eviscerao a retirada dos rgos internos dos peixes e tem como finalidade eliminar bactrias e enzimas digestivas que poderiam contaminar a musculatura dos mesmos. A eviscerao (Figura 9) deve ser rpida e ocorrer na primeira ou, no mximo, at a segunda hora aps a morte do peixe (OETERRER, 2002). A decapitao tem como objetivo a remoo das brnquias, consideradas um dos principais focos de microrganismos. Aps a eviscerao e decapitao, promove-se a lavagem do corpo do pescado, com gua clorada, para a eliminao de restos de sangue e muco, os quais so excelentes substratos para os microrganismos (CYRINO et al., 2004 citados por SARMIENTO, 2006).

Figura 9 - Eviscerao e lavagem do peixe

Fonte: blogs.ruralbr.com.br

2.3.7 Filetagem

O fil (Figura 10) constitudo pelos msculos dorsais e abdominais do pescado e a filetagem pode ser feita de diferentes maneiras (SOUZA e MACEDO-VIEGAS, 2004). A filetagem s deve ser feita se o tamanho do fil for razovel, permitindo utilizar o tipo de corte padro e um bom rendimento em carne, evitando presena de pequenas espinhas. necessrio controle sanitrio adequado devido vulnerabilidade de contaminao do ambiente de processamento (OETERRER, 2002).

Figura 10 - Fil de tilpia

Fonte: http://www.nutrimaispescado.com.br

2.3.8 Armazenamento e estocagem

Os fils podero ser acondicionados em sacos plsticos, bandejas expandidas e filmes plsticos de poliamida ou polietileno e caixas de carto, sendo, em seguida, armazenadas sob refrigerao. O Regulamento de Inspeo Industrial e Sanitria de Produtos de Origem Animal - RIISPOA (BRASIL, 2001) no pargrafo 2, artigo 414, indica que os pescados refrigerados devem ser devidamente acondicionados em gelo (Figura 11) ou mantidos a uma temperatura entre 0,5 C e -2,0 C. Entretanto as normas no especificam produtos refrigerados processados como fils.

Figura 11 - Peixes inteiros esviscerados armazenados no gelo

Fonte: http://www.sabetudo.net

2.4 Relao rendimento x filetagem

Existem poucos estudos, no Brasil, relativos aos rendimentos de carcaas ou de fils de peixes. Em geral, no h padronizao no mtodo de filetagem e na categoria de peso, em funo das espcies. A definio do peso de abate, os diferentes mtodos de processamento, o conhecimento sobre o rendimento do peixe, bem como os seus subprodutos, so de fundamental importncia para a indstria de processamento como para o produtor (GONALVES, 2011).Diferentes porcentagens de perdas podem ocorrer durante o processo de beneficiamento do peixe, dependendo do produto que se deseja obter, da eficincia das mquinas ou destreza manual dos operadores. Os desperdcios incluem vsceras, cabea, cauda e esqueleto com espinhas (CONTRERAS-GUZMN, 1994). Segundo Souza et al. (1999), o rendimento de fil varia de acordo com a espcie, entre 20 e 40 %, porm segundo Gonalves (2011) o pescado filetado com pele das espcies de gua doce encontra-se entre 32,8 % e 59,8%, com uma mdia geral de 50,5%. A retirada da pele para preparo de produtos mais elaborados reduz o rendimento mdio para 43%.Rendimentos observados em estudos prvios demonstram 21% em fil de cascudo (Santos, Melo e Lopes, 1995), 38,9 a 46,7% em fil de bagre africano (Hoffman, Casey e Prinsloo, 1993) e 44% em fil de peixe-rei (Pouey e Stingelin, 1996). Souza et al. (1999) encontraram rendimentos de 37,34% em fil e 56,49% em carcaa de tilpias do Nilo. Melo et al. (2001), obtiveram um rendimento mdio de fil de trara (Hoplias malabaricus) sem pele de 44,33%, no entanto Cavalheiro et al. (2011), realizaram experimento com o peixe rei (Odontesthes bonariensis) e alcanaram para fils com pele um rendimento de 50,82 % e para fils sem pele de 40,51%. J Graeff Tomazelli (2007) citados por Cavalheiro (2011), obtiveram rendimentos para carpa (Cyprinus carpio) de 34,5 % a 35,1% e conforme Carneiro et al. (2004) apud Cavalheiro (2011) observaram o jundi (Rhamdia quelen) apresentando 34,75% de rendimento referente ao fil com pele. O rendimento do peixe tambm depende da estrutura anatmica, ou seja, peixes de cabea grande em relao sua musculatura apresentam menor rendimento de fils comparados com aqueles que possuem cabea pequena (SOUZA e MARANHO, 2001).

MATERIAL E MTODOS

3.1 rea experimental

O presente trabalho foi realizado na Agroindstria, Peixaria Porto Ltda., situada rua Honrio Porto, 1955 Bairro Rinco Comprido, na cidade de Candelria na regio central do Estado do Rio Grande do Sul (Figura 12).

Figura 12 Localizao da Agroindstria, Peixaria Porto Ltda.

Fonte: Registro fotogrfico do autor, 2013.

A agroindstria Porto possui uma propriedade de 31 hectares de rea localizada na latitude 294652.66S, longitude 525105.50O, e a 52 metros de altitude (Figura 13), onde em 23 hectares possui tanques para o policultivo de carpas em seu sistema de produo semi-intensivo.

Figura 13 - Localizao da propriedade da Agroindstria Porto

Fonte: Google Earth, 2012.

A empresa possui um total de 16 tanques de reservatrio de gua, sendo todos destinados para a engorda dos peixes, j que no produz seus alevinos, optando pela compra dos mesmos, assim no destinando nenhum tanque para criao de larvas e juvenis. A alimentao obtida atravs de pasto capim elefante e gramafante, plantados em uma rea anexa a esta, totalizando mais 8 hectares.A empresa est em seu primeiro ano de funcionamento e conta com um quadro de 4 funcionrios, possuindo poucos equipamentos, j que suas vendas predominantes ainda so peixes inteiros esviscerados. Segundo os proprietrios, esto sendo feitos investimentos para que a agroindstria possa incrementar sua produo e comercializao de fils, que hoje so processados 400 kg por semana, sendo toda a produo oriunda da carpa hngara.

3.2 Delimitao do trabalho

Para o referido trabalho foram definidos trs grupos de carpas, distinguidos por suas espcies (Grupo 1 carpas capim; Grupo 2 carpas prateadas; Grupo 3 carpas hngaras). Aps foram subdivididos e classificados em quatro classes de acordo com seu peso corporal vivo: C1 = 1.301 1.600 g; C2 = 1.601 1.900 g; C3 = 1.901 2.200; C4 = 2.201 2.500 (Quadro 1).

Quadro 1 Classificao de grupos e classes de pesoGrupo 1 Carpa capimGrupo 2 Carpa prateadaGrupo 3 Carpa hngara

C1 = 1.301 1.600 gC1 = 1.301 1.600 gC1 = 1.301 1.600 g

C2 = 1.601 1.900 gC2 = 1.601 1.900 gC2 = 1.601 1.900 g

C3 = 1.901 2.200 gC3 = 1.901 2.200 gC3 = 1.901 2.200 g

C4 = 2.201 2.500 gC4 = 2.201 2.500 gC4 = 2.201 2.500 g

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

No Brasil so poucos os estudos relativos ao rendimento de fils de peixes. Em geral, no existe padronizao no mtodo de filetagem e na categoria de peso, em funo das espcies sobre os seus rendimentos. Assim, os peixes foram capturados e classificados nas quatro classes de peso, em funo do que se mais se utiliza em indstrias filetadoras e conforme solicitao da Agroindstria, Peixaria Porto Ltda.

3.2.1 Coleta das amostras

Foram coletados no total 120 animais (ANEXO A), divididos em 40 animais para cada grupo e subdivididos em 10 animais para cada classe de peso. A coleta das amostras foi realizada no perodo de agosto outubro de 2013, atravs de uma despesca parcial, sendo utilizada uma rede de arrasto com malha de 25 mm, com altura de 2 m e comprimento de 30 m, como pode ser observada na Figura 14.

Figura 14 Despesca parcial, coleta das amostras

Fonte: Registro fotogrfico do autor, 2013.

Aps a coleta das amostras foi realizada uma triagem dos animais pela sua espcie para formar os grupos de trabalho. Os mesmos foram pesados (Figura 15), com a finalidade de separ-los por sua classe de peso.

Figura 15 Pesagem dos peixes

Fonte: Registro fotogrfico do autor, 2013.

Passado este processo os animais foram acondicionados por classe em quatro caixas de gua de fibra de vidro A1,84 x B1,50 x H1,22 m com volume de 2.000 litros (Figura 16), com capacidade para 30 animais cada, onde receberam oxigenao constante atravs de sistema de cilindros de oxignio.

Figura 16 Caixas de gua onde os animais foram separados por classe

Fonte: Registro fotogrfico do autor, 2013.

As caixas tambm serviram como tanques de depurao, onde os peixes ficaram em repouso por 24 horas e com oxigenao (Figura 17), para o esvaziamento do trato digestivo (SAMPAIO, 2012).

Figura 17 Sistema de oxigenao para as caixas

Fonte: Registro fotogrfico do autor, 2013.

Passado o perodo de 24 horas de repouso, para que os peixes realizassem a depurao, foi adicionado s caixas de gua, gelo na proporo de 1 kg para cada litro de gua, e assim permaneceram imersos por um perodo de 10 a 15 minutos. Este processo foi realizado com a finalidade de insensibilizar os peixes para o procedimento de filetagem.

3.3 Procedimento de filetagem

De acordo com a metodologia adotada pela empresa, o procedimento utilizado baseou-se na no retirada da cabea e nadadeiras do peixe, e na forma de no remover a pele antes do processo de filetagem. Aps o sacrifcio, cada exemplar foi eviscerado e filetado, sendo submetido pesagem em balana de preciso, considerando-se como peso do peixe eviscerado, a carcaa eviscerada com cabea e pele. O processo de filetagem foi realizado manualmente e por um nico operador, aplicando o mtodo de filetagem em serie, com auxlio de faca, tesoura e bisturi. O processo foi realizado atravs da retirada da musculatura dorso-lateral (hipaxial e epaxial) do peixe, no sentido longitudinal, ao longo de toda a extenso da coluna vertebral (Figura 18).

Figura 18 Procedimento de filetagem

Fonte: Registro fotogrfico do autor, 2013.

3.4 Anlise de rendimento

Para anlise de rendimento de fils, foi aplicada a seguinte equao 1.

Rendimento de fil (%) = (1)

Onde, peso do fil foi considerado o fil em si, e o peso eviscerado o peso do peixe aps o abate, ou seja, o peixe depurado e eviscerado.

3.5 Anlise estatstica

A fim de se avaliar o efeito do peso ao abate sobre o rendimento de fils, os dados foram submetidos Anlise de Varincia. Aps, as mdias foram analisadas pelo Teste de Comparaes Mltiplas de Tukey, com nvel de significncia de 5%, para se obter as diferenas significativas entre os rendimentos.

RESULTADOS E DISCUSSES

4.1 Carpa capim

O efeito das diferentes classes de peso ao abate sobre o rendimento mdio de fils de carpas do Grupo 1 (carpa capim) esto apresentados na Figura 19.

Figura 19 Rendimentos mdios do Grupo 1 em relao s classes de pesocabb

Mdias seguidas de letras distintas diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de significncia. Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

Os resultados do teste de comparaes mltiplas de Tukey revelaram que houve efeito da classe de peso ao abate sobre o rendimento dos fils de carpa capim (Figura 19). Peixes da classe 4 (2.001 2.500 g) geraram rendimentos significativamente superiores (P0,05).

4.2 Carpa prateada

Os dados obtidos atravs de anlise estatstica para o Grupo 2 esto apresentados na Figura 20.

Figura 20 Rendimentos mdios do Grupo 2 em relao s classes de peso

dabc

Mdias seguidas de letras distintas diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de significncia. Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

Para o Grupo 2 (carpa prateada) todos os valores de rendimentos mdios de fils apresentaram variao significativa em relao s classes de peso (Figura 20). A maior variao ficou entre a classe C1 (1.301 1.600 g) e a classe C4 (2.001 2.500 g), resultando em uma diferena de 1,88% no rendimento entre a classe de menor para a de maior peso.

4.3 Carpa hngara

Na Figura 21 podem-se analisar os rendimentos mdios em comparao s classes de peso para as carpas hngaras.

Figura 21 - Rendimentos mdios do Grupo 3 em relao s classes de peso

ccba

Mdias seguidas de letras distintas diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de significncia.Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

Atravs do teste de comparaes mltiplas de Tukey observa-se que o rendimento mdio de fils de carpa hngara tambm foi influenciado pela classe de peso ao abate, com valores superiores (P0,05), observa-se uma tendncia crescente em funo do peso ao abate.

4.4 Classes x Rendimentos

Na Figura 22 podem-se verificar os valores mdios de rendimento das classes de peso dos Grupos.

Figura 22 Rendimento mdio das classes de peso

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

Na anlise dos dados (Figura 22) observa-se que os indivduos, de todos os grupos, da classe de peso C4 (2.201 2.500 g) apresentaram rendimento de fil superior s demais classes inferiores a este peso, mostrando que peixes maiores possuem maior rendimento. Esses valores de rendimento de fil podem ser observados em estudos dirigidos por Hoffman et al. (1993) para a espcie Clarias gariepinus, que variaram o rendimento entre 38,9% 46,7% de acordo com a classe de peso. Este resultado tambm foi observado em outras espcies como, por exemplo, a tilpia do nilo (RIBEIRO et al., 1998).Esta hiptese reforada ainda mais quando comparado o rendimento dos fils, estudos de Graeff e Tomazelli (2007) citados por Cavalheiro (2011), realizados com peixes de 500 900 g, os quais obtiveram ndices de 34,5 % 35,1% em carpa da espcie Cyprinus carpio.Para peso de fil, verificou-se que os valores mdios elevaram-se medida que se aumentaram os pesos dos peixes nas classes de peso.4.5 Grupos x Rendimentos

A Figura 23 apresenta o rendimento mdio obtido em fils para as carpas capim = G1; carpas prateada = G2; carpas hngaras = G3 considerando-se todas as classes de peso.

Figura 23 Mdia de rendimento geral para os Grupos G1, G2 e G3

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

Segundo Carneiro et al. (2004), a obteno de valores referentes ao rendimento dos diversos produtos gerados a partir do processamento das diferentes espcies de peixe de grande relevncia para as empresas. Em um processo de filetagem, o rendimento de fil um dos aspectos mais importantes.A partir da anlise dos dados (Figura 23), pode-se verificar que o rendimento mdio de fils foi influenciado pela espcie de carpa, sendo de 45,19% para carpa capim, 44,77% para carpa prateada e 47,63% para carpa hngara. O melhor rendimento apresentado pelo grupo G3 pode ser atribudo pelo formato do corpo da carpa, sendo esta uma carpa com cabea pequena e um corpo ovalado.O rendimento do peixe tambm depende da estrutura anatmica, ou seja, peixes de cabea grande em relao sua musculatura apresentam menor rendimento de fils comparados com aqueles que possuem cabea pequena, como no caso das carpas prateadas que apresentaram rendimento menor por possurem uma relao cabea x corpo maior que as demais. Como foi observado por Souza e Maranho (2001), que relataram que o rendimento de fil da tilpia do Nilo foi de 38,54%, enquanto para o bagre africano foi de 32,83%, a diferena est relacionada com o formato do peixe em relao ao tamanho da cabea.Resultados de rendimentos de fils semelhantes aos encontrados neste trabalho foram determinados por Gonalves (2011), o qual trabalhando com 13 espcies de gua doce alcanou resultados entre 32,8% 59, 8%, com uma mdia geral de 50,5%.Melo et al. (2001), investigando a trara (Hoplias malabaricus) para avaliar o rendimento mdio percentual de fil obtiveram 44,33%, j em estudos realizados por Santos et al. (1995), demostraram um rendimento mdio de 21% em fil de cascudo, porm pode atribuir o baixo rendimento a retirada do couro para realizar o processo de filetagem.Contudo, esses valores esto relacionados a fatores ligados matria-prima, como a idade ou peso do peixe, estao do ano, sexo, desenvolvimento gonodal, espcie, formato anatmico do corpo, tamanho da cabea, e a fatores ligados execuo do processamento, ou seja, eficincia de mquinas filetadoras ou destreza manual do operrio, mtodo de filetagem e definio do fil, isto , o tipo de corte.

CONCLUSO

A piscicultura uma atividade que est crescendo, saindo de uma posio complementar e se tornando a principal atividade em algumas propriedades agrcolas.Dentre os peixes a carpa vem se destacando, pois se enquadra em um sistema de policultivo, utilizando-se espcies como a carpa capim, carpa prateada e a hngara, que tm sido cultivadas no Estado do Rio Grande do Sul. Os produtores vm comercializando o seu produto em forma de postas ou mesmo peixes inteiros, mas devido competitividade e a safra sazonal, semana santa, vem buscando definir uma forma de apresentao de seu produto mais adequada ao mercado consumidor e assim agregar valor.Deste modo o fil de pescado a forma escolhida para tal, porm poucos so os estudos relacionados ao rendimento de fils de pescado de gua doce no Brasil, havendo poucos dados que permitam comparar as espcies, avaliar fatores crticos e visualizar o potencial de industrializao. Atravs da pesquisa realizada pode-se concluir que o Grupo 3 (carpa hngara) foi o que apresentou melhor rendimento (47,63%), seguido do Grupo 1 (carpa capim) que apresentou um rendimento em fil de 45,19%. O pior desempenho em relao aos 3 grupos foi o Grupo 2 que obteve um rendimento em fils de pescado de 44,77%. Houve efeito da classe de peso ao abate sobre o rendimento dos fils, sendo que o rendimento mdio elevou-se a medida que aumentaram as classes de pesos dos peixes.Considerando-se os dados especficos de rendimento de fil estudados recomenda-se para o processamento de filetagem na Agroindstria Porto a carpa hngara, que foi a que se destacou, evidenciando o melhor rendimento com a classe de peso de 2.201 2.500 g, porm recomenda-se a realizao de testes sensoriais para verificar a aceitao deste fil pelo mercado consumidor.No sentido de aprimorar o referido estudo tambm recomendam-se mais pesquisas que simulem a relao do tempo x manejo e custo de produo com a proporo do peso ao abate x rendimento, assim tornando possvel saber se mais econmico produzir um pescado com menor tempo e menor rendimento ou maior tempo e maior rendimento.

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ANEXO A - Coleta de dados para levantamento estatstico

GrupoClassePeso Vivo(g)Peso ps depurao (g)Peso Eviscerado (g)Peso do fil (g)Rendimento do Fil

G1 = Carpa CapimC1 = 1.301 g 1.600 g14801370121552543,18%

14851375122053043,44%

15001395123053543,50%

15101410125054543,60%

15201415125054043,19%

15201405125054543,58%

15351410127055543,70%

15801470131057043,51%

15901475131557543,73%

15901475130056543,46%

Mdia de Rendimento em fil do Grupo G1 classe C143,49%

GrupoClassePeso Vivo(g)Peso ps depurao (9)Peso Eviscerado (g)Peso do fil (g)Rendimento do Fil

G1 = Carpa CapimC2 = 1.601 g 1.900 g1.6301515136061545,22%

16951575137061044,53%

16951560139063545,67%

17001590141063545,04%

17601640145065545,15%

18001660147566044,75%

18351685152069545,72%

18401715152068545,07%

18551720153069045,09%

18601730153569545,28%

Mdia de Rendimento em fil do Grupo G1 classe C245,15%

GrupoClassePeso Vivo(g)Peso ps depurao (g)Peso Eviscerado (g)Peso do fil (g)Rendimento do Fil

G1 = Carpa CapimC3 = 1.901 g 2.200 g2.0201835170077545,61%

20251850170577545,44%

20251870169578046,02%

20301905168077045,82%

20301890168076545,51%

21001950170577545,46%

21351945177081546,02%

21401930178082046,07%

21801990179077043,02%

21851995179584046,80%

Mdia de Rendimento em fil do Grupo G1 classe C345,58%

GrupoClassePeso Vivo(g)Peso ps depurao (g)Peso Eviscerado (g)Peso do fil (g)Rendimento do Fil

G1 = Carpa CapimC4 = 2.201 g 2.500 g2.2201980188087546,54%

22802030190088046,32%

23002030189588546,70%

23002065190588046,18%

23102060191089046,60%

23102040192089546,61%

23502070193590046,51%

23552075194090546,65%

24002090196092046,94%

24102100198092046,48%

Mdia de Rendimento em fil do Grupo G1 classe C446,55%

GRUPO 1 CARPA CAPIMMDIA GERAL DE RENDIMENTO45,19%EM RELAO AO PESO EVISCERADO

GrupoClassePeso Vivo(g)Peso ps depurao (g)Peso Eviscerado (g)Peso do fil (g)Rendimento do Fil

G2 = Carpa prateadaC1 = 1.301 g 1.600 g1.3201230109548043,80%

13451260112049043,74%

14301320119052043,67%

14551330119552043,51%

14701350122053543,89%

14751375121553043,62%

14801365122553543,67%

15001385123054043,86%

15301395128056043,75%

15701435132058043,96%

Mdia de Rendimento em fil do Grupo G2 classe C143,75%

GrupoClassePeso Vivo(g)Peso ps depurao (g)Peso Eviscerado (g)Peso do fil (g)Rendimento do Fil

G2 = Carpa prateadaC2 = 1.601 g 1.900 g1.7101545141563044,51%

17151565141062544,33%

17151575142063544,72%

17301590143564044,60%

18001640149565043,48%

18801710157570544,76%

18851725155569544,69%

18951710154569044,65%

19001730156570545,05%

19001715158571044,79%

Mdia de Rendimento em fil do Grupo G2 classe C244,56%

GrupoClassePeso Vivo(g)Peso ps depurao (g)Peso Eviscerado (g)Peso do fil (g)Rendimento do Fil

G2 = Carpa prateadaC3 = 1.900 g 2.200 g1.9251715158571545,11%

19301720159071544,97%

19801765161072545,01%

20101790167075044,91%

20451795173078045,09%

21101855174579045,27%

21101875173078045,09%

21101850172578045,23%

21751925177580545,35%

22001935179581545,40%

Mdia de Rendimento em fil do Grupo G2 classe C345,14%

GrupoClassePeso Vivo(g)Peso ps depurao (g)Peso Eviscerado (g)Peso do fil (g)Rendimento do Fil

G2 = Carpa prateadaC4 = 2.201 g 2.500 g2.3502120192087545,57%

23802140195089045,64%

23902130194588545,50%

24002140196089545,66%

24102145195589545,78%

24502205198590545,59%

24702215202092545,79%

24802250204593045,48%

24952250206094045,63%

25002220208595045,56%

Mdia de Rendimento em fil do Grupo G2 classe C445,62%

GRUPO 2 CARPA PRATEADAMDIA GERAL DE RENDIMENTO44,77%EM RELAO AO PESO EVISCERADO

GrupoClassePeso Vivo(g)Peso ps depurao (g)Peso Eviscerado (g)Peso do fil (g)Rendimento do Fil

G3 = Carpa hngaraC1 = 1.301 g 1.600 g1.4801340122056045,88%

14901360122556546,12%

15001365123057046,37%

15001365124558046,59%

15101375124557045,78%

15201385124056545,56%

15901435128058545,70%

16001440129059546,12%

16001450129058545,35%

16001450128559045,91%

Mdia de Rendimento em fil do Grupo G3 classe C145,94%

GrupoClassePeso Vivo(g)Peso ps depurao (g)Peso Eviscerado (g)Peso do fil (g)Rendimento do Fil

G3 = Carpa hngaraC2 = 1.601 g 1.900 g1.7401580141065546,45%

17801615145567546,39%

17951620147065544,57%

18001630148571047,81%

18301630150072548,35%

18601640152571046,56%

19001655159571044,51%

19001690158073546,52%

19001690157575047,62%

19001670159075547,48%

Mdia de Rendimento em fil do Grupo G3 classe C246,63%

GrupoClassePeso Vivo(g)Peso ps depurao (g)Peso Eviscerado (g)Peso do fil (g)Rendimento do Fil

G3 = Carpa hngaraC3 = 1.901 g 2.200 g2.0001860162576547,06%

20301865165578547,43%

20351880166079047,59%

20501875168080547,92%

21001890171083048,54%

21101925173084548,85%

21501955178086548,60%

21801957179587548,75%

22001980182589549,04%

22002030181587548,21%

Mdia de Rendimento em fil do Grupo G3 classe C348,20%

GrupoClassePeso Vivo(g)Peso ps depurao (g)Peso Eviscerado (g)Peso do fil (g)Rendimento do Fil

G3 = Carpa hngaraC4 = 2.201 g 2.500 g2.3002085187093049,73%

23002075188092048,94%

23002045188592549,07%

24002110200099049,50%

240021352005101050,37%

24002110199599549,86%

250022452050101549,51%

250022202075105050,60%

250021952065100048,43%

250022152070106551,45%

Mdia de Rendimento em fil do Grupo G3 classe C449,75%

GRUPO 3 CARPA HNGARAMDIA GERAL DE RENDIMENTO47,63%EM RELAO AO PESO EVISCERADO

ANEXO B - Anlise de varincia Peixe Carpa capimAnalise de varincia CausaGLSQQMFF.05F.01Tratamento30,0049020,00163455,242,884,41Resduo360,0010650,000030Total390,005967

Mdia0,4519CV%1,20F**Tukey.050,0066

TRAT4Soma18,0771REP10SQTotal8,17550,005967N40SQTrat81,74448,17440,004902FC8,1695

C1C2C3C4Soma

R10,43180,45220,45610,4554

R20,43440,44530,45440,4632

R30,43500,45670,46020,4670

R40,43600,45040,45820,4618

R50,43190,45150,45510,4660

R60,43580,44750,45460,4661

R70,43700,45720,46020,4651

R80,43510,45070,46070,4665

R90,43730,45090,43020,4694

R100,43460,45280,46800,4648

SOMA4,34894,51524,55774,655318,0771

MDIA0,434890,451520,455770,465530,451928

AgrupamentoCbba

Peixe Carpa prateadaAnalise de varincia CausaGLSQQMFF.05F.01Tratamento30,0019530,000651111,002,884,41Resduo360,0002110,000006Total390,002164

Mdia0,4477CV%0,54F**Tukey.050,0029

TRAT4Soma17,9068REP10SQTotal8,01850,002164N40SQTrat80,18298,01830,001953FC8,0163

C1C2C3C4Soma

R10,43800,44510,45110,4557

R20,43740,44330,44970,4564

R30,43670,44720,45010,4550

R40,43510,44600,44910,4566

R50,43890,43480,45090,4578

R60,43620,44760,45270,4559

R70,43670,44690,45090,4579

R80,43860,44650,45230,4548

R90,43750,45050,45350,4563

R100,43960,44790,45400,4556

SOMA4,37474,45584,51434,56217,9068

MDIA0,437470,445580,451430,456200,44767

AgrupamentoDcba

Peixe Carpa hngaraAnalise de varincia CausaGLSQQMFF.05F.01Tratamento30,0086720,00289138,272,884,41Resduo360,0002110,000076Total390,011391

Mdia0,4763CV%1,82F**Tukey.050,0105

TRAT4Soma19,0509REP10SQTotal9,08480,011391N40SQTrat90,82099,08210,008672FC9,0734

C1C2C3C4Soma

R10,45880,46450,47060,4973

R20,46120,46390,47430,4894

R30,46370,44570,47590,4907

R40,46590,47810,47920,4950

R50,45780,48350,48540,5037

R60,45560,46560,48850,4986

R70,45700,44510,48600,4951

R80,46120,46520,48750,5060

R90,45350,47620,49040,4843

R100,45910,47480,48210,5145

SOMA4,59384,66264,81994,974619,0509

MDIA0,459380,466260,481990,497460,47627

AgrupamentoCcba