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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM
EDUCAÇÃO FÍSICA
Efeito do Treinamento Neuromuscular Integrativo no
Desempenho Neuromuscular em Jovens Praticantes de
Voleibol
ANA CAMILA CAMPELO DE ALBUQUERQUE
NATAL - RN
2016
ii
Efeito do Treinamento Neuromuscular Integrativo no
Desempenho Neuromuscular em Jovens Praticantes de
Voleibol
ANA CAMILA CAMPELO DE ALBUQUERQUE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Educação Física da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como requisito
parcial para obtenção do grau de Mestre em
Educação Física.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti
iii
Dedico este trabalho aos meus pais Advaldo e Denise, à minha irmã Carolina, ao meu avô Djalma (in memoriam) e avó Laurinete, à minha madrinha Dilma, a toda minha família e meu querido cunhado Luiz Felipe, pois são as grandes pérolas de minha vida, a maior expressão do amor incondicional de Deus por mim aqui na terra.
iv
ANA CAMILA CAMPELO DE ALBUQUERQUE
Efeito do Treinamento Neuromuscular Integrativo no
Desempenho Neuromuscular em Jovens Praticantes de
Voleibol
COMISSÃO EXAMINADORA:
___________________________________________________
Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
___________________________________________________
Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
___________________________________________________
Profa. Dr. Maria Teresa Cattuzzo
Universidade de Pernambuco
___________________________________________________
Prof. Dr. Herbert Ugrinowitsch
Universidade Federal de Minas Gerais
v
Catalogação da Publicação na Fonte
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Sistema de Bibliotecas Biblioteca Central Zila Mamede / Setor de
Informação e Referência
Albuquerque, Ana Camila Campelo de.
Efeito do treinamento neuromuscular integrativo no desempenho neuromuscular em jovens praticantes de
voleibol/ Ana Camila Campelo de Albuquerque. - 2016.
82 f. : il.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde,
Programa de Pós-Graduação em Educação Física. Natal, RN, 2016.
Orientador: Prof. Dr. Arnaldo Luís Mortatti.
1. Educação física - Dissertação. 2. Treinamento - Dissertação. 3. Adolescente - Dissertação. 4. Força muscular
– Dissertação. I. Mortatti, Arnaldo Luís. II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 613.71
vi
AGRADECIMENTOS
Precisamos da sabedoria de Deus e de fé para suportar todas as provações e
dificuldades da vida. Devemos estar dispostos a confiar em Deus, humilhando-nos
debaixo de sua poderosa mão, para que ele nos erga e nos leve à maturidade. "A
cada vitória o reconhecimento devido ao meu Deus, pois só ele é digno de toda honra,
glória e louvor”. Senhor, obrigada pelo fim de mais essa etapa.
Agradeço singularmente ao meu pai Advaldo e minha mãe Denise, por todo
amor e dedicação que sempre tiveram comigo, homem e mulher pelo qual tenho muito
orgulho, meus eternos agradecimentos pelos momentos em que estiveram ao meu lado,
me apoiando e me fazendo acreditar que nada é impossível, pessoas que sigo como
exemplo em minha vida. Pais dedicados, que abriram mão de muitas coisas para me
proporcionar a realização deste trabalho. A minha irmã Carolina, por ser tão dedicada e
amiga, por ser a pessoa que acredita na minha capacidade, sempre me apoiando em
todos os momentos, enfim, por todos os conselhos e pela confiança em mim
depositada, meu imenso agradecimento.
A todos os meus familiares avôs, tias, primos que sempre me apoiaram e me
ajudaram, em especial a minha Tia-madrinha Dilma, prima-irmã Dannyela, minha avó
Laurinete e ao meu querido avô Djalma (in memorian) que não estar mais entre nós,
porém lembro-me claramente ele dizendo “essa camilinha é fogo”, uma pessoa que
mostrou que muitas vezes um gesto marca mais que muitas palavras, coração bondoso
que dedicou toda sua vida a família. Ao meu cunhado Luiz Felipe por toda força, apoio,
conselhos e por ser minha força em Recife nos momentos que estava distante em
corpo.
Aos amigos que fiz durante esses anos de mestrado em Natal, por todos os
momentos que passamos juntos e pela verdadeira amizade que construímos, meu
especial agradecimento a vocês Thaysis Blanc, Marília Rodrigues, Kaio Nunes, Lorena
Gabrielly que não mediram conversas e esforços para me ajudar nesta caminhada.
Agradeço aos amigos conquistados no GEPEFIC e na AFISA, por sempre estar ao
vii
meu lado, por todo apoio e cumplicidade manifestado diariamente, tornando essa
trajetória muito mais prazerosa. A Racquel um agradecimento especial por toda ajuda e
transposição de conhecimento. Agradeço profundamente aos meus amigos de Recife-
PE, em especial Elizabete, Vitória, Roberta, ministério Athar e Jacque que
compreenderam minhas ausências e, mais que isso se fez presença constante
intercedendo, de perto ou de longe, para que eu concluísse bem mais essa etapa de
minha vida. Obrigada por tudo!
Agradeço ao estimado professor Arnaldo Mortatti pela confiança e paciência
demonstradas durante esses anos de orientação, mesmo não me conhecendo
apostou em mim e no meu trabalho. Como você Arnaldo Mortatti me falou no nosso
primeiro encontro: “você é um tiro no escuro”, espero que o tiro tenha dado certo.
Deus lhe pague por tudo e pela sua compreensão em todo esse percurso. Também
agradeço ao professor Paulo Dantas pela solicitude desde o primeiro encontro de
dúvidas até a concretização deste trabalho. Imensa gratidão, professor Paulo! E ainda,
agradecer à professora Maria Teresa Cattuzzo por além de professora, mostrou-se
uma amiga e incentivadora nesta etapa da minha vida e juntamente com o professor
Herbert Ugrinowitsch aceitou gentilmente contribuir com sua valiosa participação na
banca.
Finalmente, agradeço a todos os professores e funcionários do Departamento
de Educação Física que contribuíram para a minha formação e para o andamento
desse trabalho, até a sua conclusão. Por fim, gostaria de agradecer a todos, pelo
carinho e pela compreensão, que contribuíram direta ou indiretamente para que esse
trabalho fosse realizado, meu eterno AGRADECIMENTO.
viii
O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui socorrido; assim o meu coração salta de prazer, e com o meu canto o louvarei. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. (Salmos 28:7/Colossenses 3:15-17).
ix
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 18
2. OBJETIVOS ........................................................................................................... 21
2.1 GERAL .............................................................................................................. 21
2.2 ESPECÍFICOS .................................................................................................. 21
3. HIPÓTESE ............................................................................................................. 21
4. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 22
4.1 CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO ............................... 22
4.2 DESENVOLVIMENTO E DESEMPENHO MOTOR.. ........................................ 24
4.2.1 Desenvolvimento motor .............................................................................. 24
4.2.2 Desempenho motor e atividade física em crianças .................................... 27
4.3 EFEITOS DA INTERVENÇÃO MOTORA E TREINAMENTO
NEUROMUSCULAR INTEGRATIVO ...................................................................... 28
4.3.1 Intervenções com habilidades motoras ...................................................... 28
4.3.2 Treinamento neuromuscular integrativo (INT) ............................................ 29
4.4 DESEMPENHOS NEUROMUSCULARES NO SALTO VERTICAL .................. 39
5. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 42
5.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................ 42
5.2 AMOSTRA ........................................................................................................ 42
5.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ..................................................... 43
5.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS ......................................................... 44
5.4.1 Estatura, altura tronco-cefálica, comprimento de membro inferior e massa
corporal ................................................................................................................ 44
5.4.2 Avaliação da maturação antropométrica .................................................... 45
5.4.3 Avaliação da Atividade Física ..................................................................... 45
5.4.4 Avaliação da Força de Membros inferiores ................................................ 45
5.5.5 Intervenção com o Treinamento neuromuscular integrativo (INT) .............. 46
5.5.6 Delineamento do INT .................................................................................. 47
5.5.7 Exercícios do INT ....................................................................................... 48
5.5.8 Delineamento da Pesquisa ......................................................................... 50
5.6 ANÁLISES ESTATÍSTICAS .............................................................................. 50
x
6. RESULTADOS....................................................................................................... 52
7. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 55
8. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 60
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 61
ANEXOS .................................................................................................................... 74
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Conteúdos necessários e componentes pedagógicos de programas de aptidão de
jovens bem-sucedidos. Traduzido de: Faigenbaum24... ........................................................ 29
Figura 2. Modelo interativo para a integração de fatores relacionados ao potencial de
adaptações de força muscular e desempenho induzida por treinamento ganhos durante a pré-
adolescência, adolescência e início da idade adulta. Adaptado de Kraemer114 e Myer18.
Traduzido de Faigenbaum19 ... ............................................................................................. 30
Figura 3. Modelo de treinamento integrativo indicando um foco na integração de treinamento
físico e cognitivo que é consistente com a programação para os jovens. Traduzido de Myer865
.................................................................................................................................................33
Figura 4. Feedback ativo e instrução aos jovens para poder maximizar a integração sensório-
motora, visual e entradas verbais que podem apoiar o desenvolvimento das vias motoras
musculares com o Treinamento Neuromuscular Integrativo durante a juventude. Traduzido de
Myer86 .... .............................................................................................................................. 33
Figura 5. Educação de qualidade e instrução dão suporte para componentes de programação
complexas para a implementação eficaz de Treinamento Neuromuscular Integrativa.
Traduzido de Myer86 ............................................................................................................. 34
Figura 6. Fluxograma amostragem.. .................................................................................... 39
Figura 7.Salto Vertical com contramovimento. ...................................................................... 43
Figura 8. Local de intervenção .............................................................................................. 44
Figura 9. Lista de exercícios INT aplicados na intervenção. ................................................. 46
Figura 10. Delineamento: Linha do tempo para as 16 semanas de intervenção e
acompanhamento. ................................................................................................................ 50
Figura 11. Valores do Salto Vertical com contramovimento nos 4 momentos de análises....53
Figura 12. Alteração percentual dos valores do Salto Vertical em relação ao momento Pré..
53
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Estratificação da amostra por sexo.. .......................................................... 52
Tabela 2. Caracterização da amostra. ...................................................................... 52
Tabela 3. Níveis maturacionais e os resultados do teste de Salto Vertical nos
momentos pré-treino e destreino.. ............................................................................. 54
xiii
LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS
INT – Treinamento Neuromuscular Integrativo
PVC – Pico de Velocidade de Crescimento
aPVC – Anos do Pico de Velocidade de Crescimento
CAE – Ciclo de Alongamento-Encurtamento
VL – Músculos Vasto Lateral
VM – Músculos Vasto Medial
RF – Músculos Reto Femoral
VI – Músculos Vasto Intermédio
HMF – Habilidades Motoras Fundamentais
AFMV – Atividade Física Moderada a Vigorosa
RM – Máximo de uma repetição
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
GINT – Grupo de Intervenção com Treinamento Neuromuscular Integrativo
GC – Grupo Controle
EF – Educação Física
SVCCM – Salto Vertical com Contramovimento
xiv
RESUMO
Efeito do Treinamento Neuromuscular Integrativo no Desempenho Neuromuscular em Jovens Praticantes de
Voleibol
Autor: Ana Camila Campelo de Albuquerque
Orientador: Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti
Introdução: O treinamento neuromuscular integrativo (INT), que inclui atividades físicas gerais e específicas que são intencionalmente concebidas para melhorar a saúde, a aptidão física e a competência motora, parece ser uma abordagem inovadora para o treinamento de jovens-crianças e que precisa ser mais bem investigada. Objetivo: Analisar o efeito do INT no desempenho neuromuscular em jovens praticantes de voleibol. Métodos: 32 indivíduos, 19 do sexo masculino (idade:13,1±0,5 anos; massa: 54,3±12,8kg; Índice de Massa Corporal: 20,5±4,5kg/m2) e 13 do sexo feminino (idade:13,3±0,6 anos; massa:52,6±12,3kg, Índice de Massa Corporal: 20,4±3,9 kg/m2), foram divididos em 2 grupos (GINT) – grupo submetido ao INT e grupo controle (GC) e avaliados quanto à maturação somática de acordo com Mirwald et al., (2002), e potência anaeróbia de membros inferiores, com o teste de salto à vertical com contramovimento. Esses procedimentos ocorreram em 4 momentos distintos: antes de iniciar o INT (Pré), após 6 e 12 semanas de INT e após um período de 8 semanas (Destreino). Utilizou-se a ANOVA de medidas repetidas e o teste de Bonferroni como post-hoc . Para verificar possíveis diferenças dos
percentuais de alteração (%) dos valores Pré no GC e no GINT foi utilizado o Mann-Whitney U Test. Foi realizada a correlação de Sperman para verificar a associação entre os valores dos testes do salto vertical e os níveis maturacionais encontrados. Resultados: no GINT houve diferença significativa do momento Pré para os momentos 12 semanas e Destreino. Porém, não houve diferença significativa entre os grupos (F=1,80; p=0,19) e entre os valores do salto (F=1,99; p=0,12). Foi verificado a
diferença percentual (%) entre os momentos analisados e houve diferença
significativa do momento Pré para os momentos 6 semanas (2=-2.77; p<0.005), 12
semanas (2=-4.36; p<0.001) e destreino (2=-3.20; p<0.001). Entre os níveis maturacionais e os valores do salto vertical, em todos os momentos analisados, não houve correlação significativa em qualquer dos grupos (GC, Pré: p=0,11 e r= 0,45, Destreino: p=0,54 e r=0,19; GINT, Pré: p=0,09 e r=0,41, Destreino: p= 0,05 e r= 0,53).
xv
Conclusão: Os achados do presente estudo apontam que a intervenção com INT realizado duas vezes por semana em adolescentes praticantes de voleibol geraram um aumento nos valores da potência anaeróbia de membros inferiores. Assim, esses dados indicam que o INT pode contribuir com o desempenho neuromuscular em jovens (com idades mais avançadas – 12 a 14 anos) praticantes de atividades esportivas. Palavras-chave: Educação Física; Treinamento; Adolescente; Força Muscular.
xvi
ABSTRACT
Effect of Neuromuscular Integrative Training on
Neuromuscular Performance in Young Practitioners
Volleyball
Author: Ana Camila Campelo Albuquerque
Advisor: Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti
Introduction: The integrative neuromuscular training (INT), which includes general and specific physical activities that are intentionally designed to improve health, physical fitness and motor skills, it seems to be an innovative approach to training young-children and needs to be further investigated. Objective: To analyze the effect of INT in neuromuscular performance in young volleyball players. Methods: 32 subjects, 19 males (age: 13.1 ± 0.5 years; weight: 54.3 ± 12,8kg; body mass index: 20.5 ± 4.5 kg / m2) and 13 sex female (age: 13.3 ± 0,6anos; mass: 52.6 ± 12,3kg, body mass index: 20.4 ± 3.9 kg / m2), were divided into 2 groups (GINT) - group submitted INT and control group (CG) and evaluated for somatic maturation according to Mirwald et al., (2002), and anaerobic power of the lower limbs, with the heel test the vertical with countermovement. These procedures took place in 4 different times: before starting INT (Pre), after 6 and 12 weeks of INT and after an 8-week period (detraining). We used a repeated measures ANOVA and Bonferroni post-hoc test as. To verify possible differences of change in percentage (% D) of Pre values in GC and GINT the Mann-Whitney U test. the correlation of Spearman was performed to verify the association between the values of the vertical jump tests and maturational levels found. Results: in GINT was no differencesignificantly the time for Pre times 12 weeks and detraining. However, there was no significant difference between groups (F = 1.80; p = 0.19) and jumping between values (F = 1.99; p = 0.12). the percentage difference was found (%) between the analyzed moments and significant differences Pre time for 6 weeks time (c2 = -2.77, p <0.005), 12 weeks (c2 = -4.36, p <0.001) and detraining (c2 = -3.20, p <0.001). Among the maturational levels and values of vertical jump, in all analyzed
xvii
times, there was no significant correlation in either group (CG, Pre: p = 0.11 and r = 0.45, detraining: p = 0.54 and r = 0.19; GINT, Pre: p = 0.09 and r = 0.41, detraining: p = 0.05 and r = 0.53). Conclusion: The findings of this study show significant results in volleyball players adolescents have generated an increase in anaerobic power values of the lower limbs, but it was not different from the control group. Thus, these data indicate that the INT can contribute to the neuromuscular performance in young people (older ages - 12 to 14 years) of sports practitioners. Keywords: Physical Education; Training; Adolescents; Muscle strength.
18
1. INTRODUÇÃO
A participação regular em atividade física no cotidiano e em programas
escolares é reconhecida como um importante marcador para a saúde de crianças e
adolescentes1. Além da melhora cardiorrespiratória e musculoesquelética, a atividade
física apropriada para a idade de uma criança tem o potencial de melhorar o perfil
emocional, cognitivo e o bem-estar social2,3. Além disso, os jovens que desenvolvem
as habilidades motoras e capacidades físicas no início da vida tendem a ser mais
ativo em anos posteriores4,5. Alguns estudos têm demonstrado que este
desenvolvimento depende das aquisições e/ou modificações na competência para o
movimento, pois ocorre por meio da inter-relação entre os sistemas
musculoesquelético, neuromuscular, cardiovascular, pulmonar e cognitivo6,7.
Durante os movimentos humanos, os diversos graus de liberdade de um
indivíduo são realizados através da coordenação das sinergias musculares em uma
ou várias articulações8 e esta composição é sucessivamente provocada e moldada
gradativamente pelo processo maturacional e pela aprendizagem de habilidades9. As
configurações de componentes biomecânicos que formam os movimentos (diferentes
tipos de habilidades) e as alterações no número de configurações desses
componentes, pode ser causada por alterações nas restrições biomecânicas
relacionadas com a maturação, o envelhecimento, o treinamento físico e ainda, por
distúrbios ou mudanças relacionadas com a tarefa e o ambiente9,10.
No plano da participação em esportes e jogos (atividades físicas organizadas),
pesquisas realizadas com adolescentes jogadores de futebol, comparando os
resultados de indivíduos de diferentes níveis maturacionais, têm mostrado diferenças
estatisticamente significativas em tarefas indicadoras de desempenho motores gerais
e específicos12. Também, de acordo com Clark13, a capacidade em realizar
habilidades motoras não se desenvolve apenas com o processo maturacional. Essas
habilidades necessitam de experiências e instruções específicas; e precisam ser
aprendidas, praticadas e reforçadas14,15. Assim, além da maturação biológica, o
treinamento (intervenção) parece ser decisivo tanto para a evolução da habilidade,
quanto para o desempenho motor16. Portanto, com o intuito de proporcionar
19
oportunidades de práticas capazes de tornar as crianças motoramente habilidosas e
competentes, surgem programas de intervenção, que requerem o planejamento de
atividades com características desenvolvimental e instrucionalmente apropriadas
para cada faixa-etária.
Entre esses programas de intervenção, uma abordagem contemporânea, que
vem sendo estudada nos últimos anos17,18 é o Treinamento Neuromuscular
Integrativo (Integrative Neuromuscular Training - INT), que é um programa que
incorpora atividades gerais (como as habilidades motoras fundamentais), atividades
específicas (exercícios prescritos para déficits motores), atividades de força e
condicionamento, treinamento de resistência, exercícios de estabilidade dinâmica
focados na região central do tronco (centro-core), exercícios pliométricos e de
agilidade, projetados especificamente para melhorar os componentes de saúde e
relacionados com o condicionamento físico. O INT tem sido apontado como uma
abordagem inovadora para jovens em idade escolar19.
Considerando o potencial para aprendizagem de habilidades motoras,
juntamente com fatores que contribuem para um melhor desempenho de habilidades
motoras durante a pré-adolescência, a intervenção regular com INT deve começar na
infância e continuar até a adolescência. Estudos investigando o INT em crianças e
adolescentes demonstraram melhorias consistentes em medidas de desempenho
20,21,22. Essa melhora se dá devido ao elevado grau de plasticidade neuromuscular
durante a juventude (infância e adolescência), pois estudos têm indicado que o
desenvolvimento da força deva ser orientado durante a infância a fim de definir o
cenário para o desenvolvimento físico reforçado durante a adolescência19,23.
Dessa forma pode-se esperar que o INT promova o aumento da força
muscular, do desempenho motor de jovens em idade escolar e que as melhorias na
força muscular e desempenho de habilidades motoras com intervenções
relacionadas com a idade durante os anos de crescimento possa facilitar o
estabelecimento de comportamentos desejados e fornecer mecanismos ideais para a
promoção da atividade física como uma opção ao longo da vida24. Enfim, ambientes
enriquecidos com INT podem ajudar a alcançar um nível de capacidade motora que
está além de seu potencial esperado sem treinamento25.
20
Uma vez que o Treinamento Neuromuscular Integrativo pode ser considerado
uma intervenção que deve influenciar positivamente o desempenho motor e que seu
efeito pode vir a ser duradouro, o presente estudo teve como problema a seguinte
questão: A realização de um programa de treinamento que envolve o INT juntamente
com o treinamento específico da modalidade esportiva tem potencial para contribuir
com a melhora do desempenho neuromuscular em adolescentes praticantes de
voleibol?
21
2. OBJETIVOS
2.1 GERAL
Analisar o efeito do treinamento neuromuscular integrativo (INT) e do destreino
no desempenho neuromuscular em jovens adolescentes praticantes de voleibol.
2.2 ESPECÍFICOS
Comparar o desempenho da potência anaeróbia entre jovens praticantes de
voleibol e não praticantes do INT;
Verificar os valores da potência anaeróbia após o período de treino e destreino
da modalidade e da intervenção do INT;
Verificar se os valores da potência anaeróbia se relacionam com o nível
maturacional apresentado.
3. HIPÓTESE
De acordo com a literatura, a hipótese substancial da pesquisa é que, em
jovens pré-púberes e púberes, praticantes de uma modalidade esportiva específica
(voleibol), que ainda estão em pleno desenvolvimento motor, o treinamento
neuromuscular integrativo tenha potencial para influenciar diretamente o
desempenho da potência anaeróbia, e que essa influência poderá ser modulada pelo
tempo de realização desse tipo treinamento e pela maturação.
22
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1 CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO
O crescimento, desenvolvimento e maturação são processos complexos que
levam ao completo estado funcional do ser humano. O primeiro diz respeito às
mudanças no tamanho do indivíduo, considerando o corpo como um todo ou partes
dele; o segundo, ás alterações nas funções orgânicas; e o terceiro, às variações na
velocidade e no tempo em que o indivíduo atinge a maturidade biológica,
considerarmos o desenvolvimento como conceito biológico26.
O crescimento e a maturação biológica de uma criança não ocorrem,
necessariamente, em sincronia com a idade cronológica. Assim, dentre um grupo de
crianças do mesmo sexo e da mesma idade cronológica, haverá variações na idade
biológica, ou no nível de maturação biológica atingido27. Segundo Guedes e
Guedes28, nas duas primeiras décadas de vida, a principal atividade do organismo
humano é “crescer” e se “desenvolver”, sendo que esses dois fenômenos ocorrem
simultaneamente, tendo sua maior ou menor velocidade dependendo do nível
maturacional, em alguns momentos, das vivências e experiências da criança ou
adolescentes.
O processo de crescimento somático apresenta dois momentos de grandes
aumentos, ou surto de crescimento. O primeiro ocorre durante a primeira infância e
início da segunda infância, e em seguida ocorre na adolescência, no qual ocorre um
grande aumento, também conhecido como estirão de crescimento,podendo ser
verificado por meio de medidas que expressam a aceleração na estatura, o chamado
pico de velocidade de crescimento (PVC), considerado um importante marcador do
início da puberdade; o cálculo do PVC geralmente é empregado para marcar o
período da maturação na adolescência, em estudos longitudinais29. Com a chegada
da puberdade, além do rápido aumento em estatura, massa corporal e uma série de
outras mudanças físicas e motoras ocorrem em meninos e meninas. Estas alterações
são devido aos inúmeros fatores, mas com especial destaque para a maturação dos
sistemas nervoso e endócrino27.
23
A puberdade é uma fase de crescimento somático acelerado, esta fase ocorre
depois da fase intra-uterina e após um pequeno crescimento acelerado na infância
(entre 6 e 8 anos de idade), também chamado de crescimento intermediário30,31. Na
puberdade, a velocidade do crescimento em estatura pode apresentar de 12 a 14
cm/ano em meninas e meninos, respectivamente32.
O surto de crescimento pubertário coincide com um conjunto de eventos, entre
os quais, se destaca o PVC. O momento (idade) em que ocorre o PVC é igualmente
considerado como indicador maturacional33,34,35. O surto em estatura nos meninos
tem início por volta dos 12 anos, atinge o pico da taxa de crescimento aos 14 anos e
termina por volta dos 18 anos de idade. Nas meninas estas ocorrências tendem a
acontecer mais cedo, cerca de dois anos relativamente ao que acontece nos
rapazes, registrando uma magnitude do PVC superior no sexo masculino36.
Philippaerts37 alerta que todas estas considerações devem ser interpretadas à luz de
uma grande variabilidade interindividual. A identificação do nível maturacional, por
sua vez, pode ser realizada por vários métodos, tais como, a maturação óssea, a
maturação dental, a maturação das características sexuais secundárias e a
maturação somática33.
Uma alternativa que tem sido proposta e investigada na literatura
especializada28,38,39 é a utilização de dados antropométricos para a determinação dos
anos para o Pico de Velocidade de Crescimento (APVC), através de uma equação de
regressão proposta por Mirwald29. Esse método, além de ser uma alternativa para a
avaliação da maturação biológica, com o benefício adicional de ser um instrumento
de baixo custo, de fácil aplicabilidade e não invasivo, tem sido aceito pela
comunidade científica como um indicador útil e confiável para a análise do nível de
maturação40, 41. De acordo com Malina, Bouchard e Bar-Or33, este método estima a
distância, em anos, que o sujeito se encontra do PVC para a estatura, podendo este
valor ser negativo (caso o sujeito não tenha ainda atingido o PVC) ou positivo (caso
já tenha ultrapassado o PVC).
A idade do PVC é o indicador mais comumente utilizado em estudos
longitudinais, considerando a maturidade somática do adolescente42 e podendo ser
uma alternativa útil de classificação biológica. Mediante o acompanhamento das
variáveis de crescimento, pode-se detectar o momento em que o indivíduo atinge o
24
PVC. Embora seja possível determinar os picos de velocidade em estatura, peso
corporal e somatório de dobras cutâneas, o marco somático mais utilizado em
estudos da velocidade do crescimento é a idade do PVC 43.
Dessa forma, os resultados antropométricos e funcionais observados em
função da maturação somática vêm demonstrar a necessidade de se identificar e
classificar os indivíduos dentro da faixa etária correspondente à sua categoria, na
tentativa de individualizar as cargas de treinamento, respeitando o momento
morfofisiológico, no qual, o jovem se encontra e o desenvolvimento das suas
capacidades físicas12.
4.2 DESENVOLVIMENTO E DESEMPENHO MOTOR
4.2.1 Desenvolvimento motor
O desenvolvimento motor caracteriza-se por mudanças contínuas no
comportamento motor ao longo da vida e é influenciado pelas condições do
ambiente, pela biologia do indivíduo e pelas necessidades da tarefa51. Nos anos
iniciais da infância, a criança começa a desempenhar certas habilidades motoras
conhecidas como habilidades motoras fundamentais (HMF)44 que de acordo com
Clark13 são padrões coordenativos fundamentais que formarão a base para o
surgimento de futuras habilidades. Assim, após a infância, os padrões são
modificados para atender demandas ambientais específicas, denominado de período
das habilidades “específicas ao contexto”13 ou de “movimentos especializados”45. O
desenvolvimento motor pode ser estudado qualitativamente ou quantitativamente, a
partir das influências que a ocupação, o ambiente e a biologia do próprio indivíduo
podem gerar no comportamento motor.
O desenvolvimento motor está associado ao processo de maturação dos
sistemas, e deve-se levar em conta outros elementos que venham intervir na
aquisição de habilidades motoras no transcorrer do processo de desenvolvimento.
Entre os elementos, podemos apontar as alterações massa corpórea, a resistência e
a força muscular, o amoldamento anatômico das articulações, as conjunturas
25
musculoesqueléticas para a base postural, as situações do ambiente, o coeficiente
de atenção e motivação, entre outros46. Cada criança, com seus atributos pessoais
(físicos e psíquicos), convivendo com os mais distintos estímulos ambientais, obterá
modificações de forma singular e individual. Por isso o processo é contínuo e
dinâmico, exposto a alterações do equilíbrio, sujeitando o indivíduo a descobrir uma
forma de transpor uma nova condição47.
No corpo humano as estruturas e funções complexas surgem devido à
complexidade existente no organismo, de acordo com um código neuronal ou
genético. O desenvolvimento incide em aguardar até que estes códigos
armazenados informem ao organismo o que deve ser realizado, por outro lado os
ganhos de novas formas do organismo são adquiridos por meio de interações com o
ambiente físico e social. Esses processos contribuem para tornar o organismo mais
multifacetado através desta combinação48. O desenvolvimento é assim o produto do
dia-a-dia da criança e empenhos contínuos em vista de fazer com que os eventos
aconteçam. Um exemplo a ser apontado durante o período da infância é o
desenvolvimento do caminhar (uma fase de progressão do engatinhar-estabilizar-
caminhar), este, vem sendo associado a estáveis estados comportamentais com a
baixa variabilidade de movimento e diferentes estados de maturação, que, por outro
lado, uma maior variabilidade de movimento tem sido associada com a transição
entre a caminhada não linear entre os níveis de especialidade observada em
diferentes estágios de maturação49.
Para o desenvolvimento motor da criança é básico o domínio de habilidades
motoras fundamentais, uma vez que estas fornecem uma base de informações
necessárias para a criança perceber a si mesma e ao ambiente que a cerca. Por
volta dos seis ou sete anos a criança começa a desempenhar ações mecanicamente
mais eficazes, coordenados e controlados52. Esse padrão maduro de movimentos
será combinado e refinado em habilidades motoras especializadas e em contextos
específicos futuros56. A infância é responsável pela construção de um repertorio
motor que servirá de suporte para um aprendizado posterior de ações adaptativas e
habilidosas. As habilidades motoras fundamentais constituídas por movimentos como
correr, saltar, arremessar, chutar, rolar, receber etc., são consideradas
26
indispensáveis para a especialização de habilidades motoras especificas, assim
como, para o desenvolvimento de uma vida ativa e saudável 53,54.
Entender como conquistamos o controle motor e a coordenação dos
movimentos é fundamental para entendermos como somos. Quando
compreendemos o processo de desenvolvimento de um indivíduo, ganhamos
orientação fundamental para eficácia da aprendizagem. O desenvolvimento envolve
experiências de aprendizado adequadas às idades e ajustadas em termos de
desenvolvimento. Enfim, o desenvolvimento motor emerge a partir das exigências da
tarefa motora, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente50.
4.2.2 Desempenho motor e atividade física em crianças
Na fase de movimentos especializados, que se inicia aproximadamente aos 7
anos de idade, o movimento torna-se uma ferramenta que se aplica a muitas
atividades motoras complexas presentes na vida diária, na recreação e nos objetivos
esportivos. O aparecimento e a extensão do desenvolvimento de habilidades nessa
fase dependem dos fatores da tarefa, individuais e ambientais45.
Nessa perspectiva, Rabinovich e Carvalho56 e Silva57 evidenciam que as
crianças que são expostas a circunstâncias encorajadoras e ricas em possibilidades
de movimentos, tendem a desenvolver suas habilidades motoras de forma mais
eficiente, sendo a prática um elemento de fundamental importância.
Estudos têm mostrado a associação entre a aptidão física, a atividade física e
o desempenho em habilidades motoras. O estudo de Cantell, Crawford e Doyle-
Baker58 indicou que 110 sujeitos divididos em três faixas, (1) 29 crianças (13 do sexo
masculino e 16 feminino), (2) 36 adolescentes (20 masculino e 16 femininos) e 45
adultos (21 masculino e 24 feminino) com baixa competência motora tinham aptidão
relacionada à saúde comprometida. Em um estudo longitudinal, Barnett et al59,
avaliaram crianças de 7 a 11 anos, e seis anos depois, na adolescência; eles
identificaram que o melhor desempenho nas habilidades de controle de objetos na
infância esteve associado com o maior nível de atividade física na adolescência. Em
estudo com crianças de 3 e 4 anos de idade, Williams et al60 encontraram que as
27
crianças que tiveram os maiores escores em habilidades locomotoras gastavam
menos tempo em atividades sedentárias.
4.3 EFEITOS DA INTERVENÇÃO MOTORA E TREINAMENTO
NEUROMUSCULAR INTEGRATIVO
4.3.1 Intervenções com habilidades motoras
Como já foi dito anteriormente, a competência motora necessita de
experiências e instruções específicas para sua mais completa expressão. Assim,
crianças devem estar envolvida com a aprendizagem de habilidades motoras, em
ambientes estruturados e com instrução de qualidade.13,14,15. A partir disso, com o
intuito de proporcionar oportunidades de práticas capazes de tornar as crianças
motoramente habilidosas e competentes, surgem os programas de intervenção para
essas habilidades, que requerem o planejamento de atividades que deveriam ser
desenvolvimental e instrucionalmente apropriadas para cada faixa-etária.
A literatura torna-se enfática quando indica que as intervenções com
habilidades motoras têm efeitos significativos e positivos na competência motora de
crianças63. Um programa de intervenção com técnica de motivação orientada para a
maestria motora e para a percepção de competência física de crianças com idades
entre 6 e 10 anos, resultou em mudanças significantes em relação à percepção de
competência física 53., assim, intervenções que influenciam a competência motora,
aumentam a possibilidade de se desenvolver um estilo de vida mais
saudável63,44,53,94. Ao analisar estudos relacionados à influência da instrução em
habilidades motoras, especificamente em habilidades de controle de objeto em pré-
escolares, Goodway e Amui64 e Robinson e Goodway65 concluíram que os grupos
que receberam intervenção melhoraram significativamente do momento pré para o
pós-intervenção em contraste ao grupo controle. Assim, em termos de
desenvolvimento, os programas de clima instrucionalmente apropriado foram
vantajosos para aprendizagem de habilidades, juntamente com a necessidade de
experiências "planejadas" de movimento em ambientes de aprendizagem motora.
28
4.3.2 Treinamento neuromuscular integrativo (INT)
A atividade física está associada a inúmeros benefícios fisiológicos e
psicossociais e possui um amplo potencial de melhorar a qualidade de vida de
crianças e adolescentes1,66. No entanto, apesar desses potenciais benefícios para a
saúde, os estudos mais recentes têm demonstrado uma diminuição na atividade
física regular na primeira infância67,68. No âmbito de participação em atividades
físicas diárias e intervenções significativamente positivas para criança é necessário
um maior cuidado em relação ao nível da habilidade motora e cognitiva e também da
relação com o nível socioeconômico, pois esses pontos serão sua base para a
prática adequada. A atividade física apropriada para a idade promove melhora seja
no contexto emocional, do bem-estar social e do cognitivo da criança2,3. As crianças
devem estar expostas a um ambiente com oportunidades ricas para envolver-se
regularmente numa variedade de atividades físicas que melhorem suas HMFs e sua
aptidão física, sendo propensas a se tornarem indivíduos ativos durante a
adolescência59,69. Assim, em consequência da causa dos benefícios da atividade
física regular, as recomendações da saúde global (Global Health, 2010), sugerem
que os jovens em idade escolar armazenem pelo menos 60 minutos de atividade
física moderada à vigorosa (AFMV) ao dia como: jogos, esportes individuais,
exercícios físicos ou exercícios esquematizados70. O programa ideal para crianças e
adolescentes inclui instrução e ensino adequado por um profissional capacitado, que
deve ser bem versado no ensino de habilidades motoras em um ambiente
diversificado que deverá ser divertido e mentalmente envolvente para a criança
(Figura 1). As atividades devem exigir dos participantes o uso da sua mente bem
como do seu corpo, a fim de melhorar seu desempenho motor, aptidão muscular e
engajamento mental. Por exemplo, exercícios com medicine ball e movimentos de
levantamento com peso podem ser cognitivamente estimulantes para crianças e
adolescentes, pois requer dos participantes o pensamento sobre o que estão
executando e como estão se movendo23,71. Enfim, uma sequência combinando o
engajamento mental e AFMV, pode redundar na competência técnica e no prazer72.
29
Figura 1. Conteúdos necessários e componentes pedagógicos de programas de aptidão de jovens
bem-sucedidos. Traduzido de: Faigenbaum24
.
Atualmente, as recomendações globais de saúde visam dois pontos
importantes para saúde e bem-estar nessa faixa de vida: (1) o aumento do número
de indivíduos que participam de atividades de fortalecimento muscular e (2) o
aumento do número de escolas e centros desportivos que ofereçam programas para
a juventude projetados para aumentar a força muscular, melhorar o desempenho
motor e a aptidão física, a fim de reduzir o risco de lesões relacionadas ao
esporte19,75. O objetivo é fornecer uma atualização sobre o papel do treinamento de
resistência na juventude nos dias de hoje e oferecer novas perspectivas para a
promoção do exercício de resistência como parte de uma abordagem de longo prazo
para o desenvolvimento físico. Esta questão é particularmente importante para
jovens atletas em períodos iniciais, que deveriam estar sendo preparados para as
exigências físicas da prática esportiva e da competição no futuro. Muitos fatores
podem contribuir para lesões relacionadas com esportes na juventude (por exemplo,
lesão anterior, desequilíbrios musculares, deficiências nutricionais, calçado
30
impróprio), mas o condicionamento físico-motor parece desempenhar um papel
básico quando se trata de lesões73,74.
Devido ao elevado grau de plasticidade neuromuscular durante a
adolescência, tem sido sugerido que o desenvolvimento da força deva ser orientado
durante a infância para definir o cenário para o desenvolvimento físico reforçado
durante a adolescência19,23. De fato, os dados de meta-análises recentes indicam
que o treinamento de resistência pode aumentar a força muscular e desempenho
motor de jovens em idade escolar, e os efeitos do treinamento resistido sobre
habilidades do desempenho motor parece ser mais pronunciado em crianças do que
em adolescentes75,81. Diferentes combinações de séries e repetições podem ser
eficazes, mas uma meta-análise sugeriu que, em média, ocorre o uso de um
programa básico e genérico em treinamentos de resistência na juventude, que
consistiu em 2-3 séries de 8-15 repetições com cargas entre 60% e 80% do máximo
de uma repetição (RM) em 6-8 exercícios75 (Figura 2).
Figura 2. Modelo interativo de fatores relacionados ao potencial de adaptações de força muscular e
desempenho induzida por treinamento durante a pré-adolescência, adolescência e início da idade
adulta. Adaptado de Kraemer77
e Myer18
. Traduzido de Faigenbaum19
.
Em relação ao tempo de desenvolvimento do cérebro e da neuroplasticidade
associados à aprendizagem de HMF, a pré-adolescência e o início da adolescência
pode proporcionar uma oportunidade única para aumentar a força muscular e
31
desenvolver habilidades fundamentais para preparar os jovens a uma vida de
atividades físicas benéficas para a saúde e cognição19, 23, 78,79.
Pesquisas mais recentes sobre o desenvolvimento mediado pelo controle
motor e suas implicações para o planejamento de atividades baseadas em exercício
apontam em primeiro lugar, um modelo conceitual para maximizar os benefícios
potenciais relacionados com a saúde e relacionados com a habilidade para crianças
e adolescentes, capitalizando sobre a "plasticidade" da pré-adolescência para
melhorar o desenvolvimento de HMF, mielinização e desenvolvimento do cérebro
que inclui a gestão de poda neuronal (mudanças na estrutura neural pela redução do
número total de neurônios e sinapses, permitindo configurações sinápticas mais
eficientes) durante a maturação corticomotora na juventude. A literatura4,19,127,80,81
então, descreve uma nova abordagem para programas que trabalhem as habilidades
motoras em uma intervenção adequada ao desenvolvimento arquitetado para
melhorar os componentes relacionados com a saúde, a habilidade e aptidão física.
Propõe-se que, um paradigma de treinamento baseado em HMFs que tire proveito da
plasticidade corticomotora durante a pré-adolescência e seja mais eficaz para
fornecer uma base de estilo de vida fisicamente ativo para os jovens em idade
escolar.
Atividades focadas em desenvolver o ambiente de aprendizado motor são
necessárias no início da vida e na pré-adolescência. Ambientes enriquecidos com
este tipo de formação multidisciplinar podem não só ajudar as crianças a superar
deficiências genéticas, mas também pode ajudar a atingir um nível de competência
motora que é igual ou excede seu potencial adulto esperado19. Os programas mais
eficazes de desenvolvimento da juventude devem incorporar modalidades de
treinamento multifacetado que se caracterizam por uma amostragem de diferentes
jogos, esportes e atividades físicas implementadas no início da vida19,127,82,83.
Salienta-se que, existem limites do sistema nervoso que contribuem para a
diferenciação entre a capacidade de cada criança para explorar as fases de
maturação para o desenvolvimento. Especificamente, estes limites são abordados
quando o cérebro e o sistema nervoso escolhem enfatizar/manter/ampliar vias
neurais inatas de ações interceptativas dinâmicas (ações para as quais o corpo, ou
32
um implemento, deve ser movido para o lugar certo na hora certa, a fim de realizar
uma tarefa)84,85. A formação especializada baseada em habilidades durante a pré-
adolescência também pode influenciar o desenvolvimento neurocognitivo e evolução
motora que podem aumentar a atividade física espontânea. O alto grau de
plasticidade no desenvolvimento neuromuscular que ocorre durante a pré-
adolescência, após a maturação essa plasticidade cortico-motor do jovem adulto e o
potencial para aprender ações dinâmicas podem ser fortemente diminuídas86.
Ao longo da última década, o treinamento resistido tem provado ser seguro,
eficaz e útil para as crianças desde que a educação e a instrução de profissionais
qualificados sejam adequadas21. Mais recentemente, o INT, que inclui atividades
físicas gerais e específicas intencionalmente concebidas para melhorar a saúde (p.
ex., força muscular e aptidão cardiorrespiratória) e a relação da especialidade (por
ex., agilidade e equilíbrio) com os componentes da aptidão física, tem sido
reconhecida como uma abordagem inovadora para jovens em idade escolar4,
O INT é um modelo de treinamento físico definido como um programa de
condicionamento adequado ao desenvolvimento geral (por exemplo, habilidades de
motoras fundamentais) e específico (por exemplo, exercícios direcionados para
déficits de controle motor) que incluem treinamento de resistência, estabilidade
dinâmica, exercícios específicos para o desenvolvimento da força, da pliometria e
dos exercícios de agilidade para aumentar a força muscular e o desenvolvimento de
HMF na juventude ( Figura 3 e 4).
33
Figura 3. Modelo de treinamento integrativo indicando um foco na integração de treinamento físico e cognitivo para os jovens. Traduzido de Myer
86.
Figura 4. Integração sensório-motora, visual e entradas verbais que podem apoiar o desenvolvimento das vias motoras musculares com o Treinamento Neuromuscular Integrativo durante a juventude. Traduzido de Myer
86.
Este é um programa projetado para ajudar os jovens a melhorar a
competência com as HMFs, a mecânica de movimento, o aumento da força muscular
e o ganho de confiança nas suas capacidades físicas. Sua base está na instrução
adequada à idade e na qualificação dos profissionais que devem estar capacitados
34
nos princípios fundamentais da ciência e do exercício, da singularidade física e
psicossocial dos jovens (Figura 5). O INT não requer alto custo, alta tecnologia de
equipamentos e são propositadamente concebidos para oferecer uma oportunidade
para jovens inativos melhorarem a aptidão muscular (por exemplo, a força muscular,
a resistência muscular localizada) e a maestria em HMF, que formam a base para
futura participação específica no contexto dos esportes e jogos.
Figura 5. Educação de qualidade e a instrução oferecem suporte para componentes de programação complexas para a implementação eficaz de Treinamento Neuromuscular Integrativa. Traduzido de Myer
86.
A aptidão muscular é um componente essencial do desempenho motor na
juventude33, lembrando-se da importância da força, da potência e da resistência
muscular neste programa. Atualmente, o treinamento de força é reconhecido como
um método seguro e eficaz para aumentar a aptidão muscular em crianças e
adolescentes25,76,87. Este tipo de condicionamento de preparação pode ajudar a
maximizar o potencial relacionado com a saúde e os benefícios com a aptidão para
os jovens, reduzindo o risco de lesões19. É provável que os jovens que participam do
INT que inclui treinamento de força podem ganhar competência e confiança nas suas
35
habilidades para se envolver em AFMV, podendo aumentar a probabilidade de
participação regularmente de atividades de aptidão, de exercício programado e de
esporte como uma opção de vida44.
A infância é um momento oportuno para desenvolver habilidades motoras e
aumentar a força muscular76,81. Jovens que aumentam a sua força muscular e
habilidade motora serão mais bem preparados para se envolver em atividades de
aptidão e esportes com energia e vigor. Neste contexto, estes jovens serão mais
propensos a continuar participando de atividades físicas que melhorem saúde e a
aptidão física ao mesmo tempo e ainda melhorarem a sua destreza física. A carga
dos exercícios e a complexidade das ações deve respeitar a experiência de
formação, a idade e as habilidades técnicas da criança24.
O treinamento de alta intensidade só deve ser realizado de duas a três vezes
por semana em dias não consecutivos, para que o tempo de recuperação seja
suficiente25. Quando os jovens atletas participam de atividades de força e
condicionamento mais de três dias por semana, fatores como o volume global de
treinamento, intensidade, seleção de exercício e ingestão nutricional devem ser
cuidadosamente considerados, uma vez que, estes fatores influenciam diretamente
na capacidade de recuperação na forma adequada e adaptação ao programa de
treinamento. Além disso, treinadores/professores devem estar cientes dos sinais e
sintomas de overtraining (por exemplo, dor muscular que dura por vários dias,
diminuição no desempenho, aumento da percepção do esforço durante o exercício,
infecções do trato respiratório, distúrbios do sono, perda de apetite, distúrbios do
humor, falta de temperamento, diminuição do interesse no treinamento e competição,
diminuição da autoconfiança e incapacidade de concentração) devem perceber que
algumas crianças com sistemas músculo esqueléticas relativamente imaturas podem
não aceitar a mesma quantidade de exercício que muitos de seus colegas de
trabalho podem suportar88,89.
Os esforços para aumentar a confiança e a competência de uma criança para
executar várias habilidades motoras no início da vida, pode também ser uma
estratégia eficaz em termos de evitar o eventual declínio e desinteresse em atividade
física. Propõe-se que o programa de exercícios de desenvolvimento seja agradável,
desafiador e estimulante para a mente e o corpo da criança podendo influenciar
36
positivamente o cumprimento do exercício, bem como as suas atitudes em relação
ao jogo, esportes e atividades durante a adolescência. Além disso, a variedade de
exercícios e natureza progressiva do INT podem, teoricamente, influenciar o 'circuito'
de habilidades motoras que irá transitar em idade adulta 24.
Enquanto a idade cronológica pode ser usada para a participação inicial e
agrupamento de equipes no esporte, é claro que as diferenças relacionadas com a
maturidade no tamanho do corpo existem em torno de 6-7 anos da idade90. As
avaliações de maturação somáticas são, tradicionalmente, a melhor maneira de
identificar o crescimento na adolescência42. Porcentagens individualmente
determinada da altura adulta também podem ser usadas como um indicador
relativamente rápido e não-invasivo do estado de maturidade. Mesmo que a
maturação somática ajude a definir os períodos ideais para ganhar competência
motora com a INT, em última análise, é o status psicossocial da criança que ajudará
na decisão de sua participação em um programa estruturado do INT4.
Embora não haja uma idade mínima para a participação nos programas do
INT, todos os participantes devem ser capazes de seguir as instruções e ter a
capacidade de lidar com demandas de atenção. Em geral, uma criança que está
pronta para ser considerada estruturada para a participação esportiva (cerca de 7 a 8
anos de idade) normalmente estaria apta para algum tipo de treinamento de
resistência e outros tipos de formação integrativa25,91. No entanto,
independentemente da idade, todos os jovens devem receber instrução adequadas,
incluindo pesos, repetições, e alturas de salto, por exemplo.
Embora os benefícios do treinamento aeróbio não devam ser negligenciados,
o INT pode oferecer vantagens sobre a programação de exercício geral no aumento
da competência motora e melhora da aptidão física em jovens em idade escolar, pois
trabalha sobre a plasticidade corticomotora durante a pré-adolescência. O INT
incorpora uma variedade de construção da força e aumento do repertório de
habilidades em uma intervenção desenvolvida de forma apropriada podendo também
fornece um método ideal para a promoção da atividade física como um estilo de vida
ativo e saudável ao longo da vida25.
37
4.4 DESEMPENHOS NEUROMUSCULARES NO SALTO VERTICAL
As adaptações neuromusculares que ocorrem de forma imediata e em longo
prazo no músculo esquelético se concretizam como uma das principais respostas
orgânicas promovidas pelo exercício ou treinamento físico. Hood et al.92 ressaltam
que o músculo humano é um tecido orgânico maleável que apresenta como principal
característica, uma exímia capacidade adaptativa. Nesta perspectiva, McArdle et al.93
afirmam que a estimulação das alterações estruturais e funcionais que aprimoram o
desempenho dos músculos em determinadas tarefas constitui-se como o principal
objetivo do treinamento com exercícios.
As respostas adaptativas neurofisiológicas caracterizam-se, principalmente,
pelo aprimoramento da relação entre os estímulos provenientes no sistema nervoso
central e o recrutamento de unidades funcionais de movimento. Além de se
aperfeiçoarem por meio de uma maior frequência de descargas elétrico-neurais que
ocorrem para promover a contração muscular93.
Ao se compreender que o músculo esquelético humano responde aos
estímulos advindos do treinamento físico tanto no âmbito metabólico e morfológico
como no neurofisiológico, torna-se relevante ressaltar que as características
apresentadas por estas respostas, entendidas também como adaptações, se
estabelecem de maneira intimamente relacionada a dois fatores de potencial
interferência, que são: o tipo de exercício executado e as características pessoais do
indivíduo que o realiza. Esses fatores, inevitavelmente, se inserem nos princípios do
condicionamento físico que são comumente utilizados para o aprimoramento do
desempenho muscular94.
Na ausência de adaptação correspondente ao sistema neuromuscular, o
crescimento músculo esquelético antes e durante a puberdade pode facilitar o
desenvolvimento de mecanismos motores em certas atividades95,96. Se essas
adaptações não forem tomadas no momento adequado, fatores de risco intrínsecos
podem persistir até a adolescência e na maturidade do indivíduo e ainda, pode
predispor jovens atletas ao aumento do risco de uma variedade de lesões97,98.
38
O saltar é uma habilidade locomotora fundamental, presente em diversas
modalidades esportivas, e seu desempenho pode ser determinante no rendimento do
atleta, especialmente nos esportes coletivos como o basquetebol ou o voleibol99. O
salto vertical é um movimento que necessita de rapidez e força, que se enquadra na
denominação de um esforço explosivo, potente, com a ação do chamado Ciclo de
Alongamento-Encurtamento (CAE), o qual proporciona um aumento do rendimento
motor em movimentos que utilizam ações musculares excêntricas seguidas
imediatamente de concêntricas100.
No caso do salto vertical com contramovimento, a transição rápida da fase
descendente para a ascendente permite que os músculos utilizem a energia elástica
armazenada na fase excêntrica e liberada sob a forma de energia cinética na fase
concêntrica de forma mais eficiente, o que possibilita uma maior produção de força,
elevação do centro de gravidade, maior eficiência mecânica e menor gasto
energético101. Por meio de análise cinesiológica, saltar verticalmente envolve a ação
de diversos músculos, sobretudo o quadríceps102, constituído pelos músculos Vasto
Lateral (VL), Vasto Medial (VM), Reto Femoral (RF) e Vasto Intermédio (VI), que
apresentam determinadas singularidades quanto à arquitetura muscular, tipo de
fibras e biomecânica103.
Enfim, as tarefas de saltos verticais, como um salto contramovimento, por
exemplo, é uma tarefa discreta com um início e final distinto. Em semelhança com a
caminhada e a corrida, saltos com contramovimento, envolvem uma coordenação
bilateral dos membros inferiores e o posicionamento preciso da parte superior do
corpo para manter o equilíbrio tanto durante a descolagem quanto na fase de
aterrisagem do vôo. A não ser envolvido em saltos em atividade desportiva como o
voleibol, poucas crianças e adultos vão treinar a execução de um salto de
contramovimento na sua vida quotidiana, e o desempenho de salto de tais indivíduos
serão de forma grosseira reflexo de um nível de desenvolvimento da coordenação do
organismo como um todo104,105.
39
5. MATERIAL E MÉTODOS
5.1 TIPO DE PESQUISA
O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de caráter quase-
experimental, analítico, prospectivo, do tipo longitudinal106.
5.2 AMOSTRA
Foram avaliados 32 indivíduos com idade de 12 à 14 anos praticantes da
modalidade voleibol, escolhidos de forma não probabilística e intencional, divididos
em dois grupos (1) GINT – Grupo de Atletas com Treinamento Neuromuscular
Integrativo e (2) GC – Grupo Controle (Figura 6). Todos os sujeitos treinavam voleibol
2 vezes por semana com 1 hora de duração cada treino.
Figura 6. Fluxograma amostragem do Grupo de Atletas com Treinamento Neuromuscular Integrativo
(GINT) e Grupo Controle (GC).
40
Todos os indivíduos e pais concordaram em participar do estudo assinando o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO 1). A pesquisa adotou
todas as normas, aprovada em comitê de ética em Pesquisa da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (parecer nº 104525/2014), em consonância com a
Declaração de Helsinki (2013) e Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de
Saúde do Brasil.
No primeiro momento, com uma antecedência de 30 dias do início da pesquisa
os jovens atletas foram convidados a participarem da pesquisa quando explicou-se
como seria realizada a pesquisa, os procedimentos de coleta, de intervenção e quais
os testes que seriam aplicados nos participantes durante a pesquisa. Para os jovens
que se interessaram em participar foi entregue uma via TCLE, foi encaminhado aos
responsáveis legais que assinaram e encaminharam de volta para o responsável da
pesquisa em um prazo máximo de 15 dias. Foi disponibilizado para o responsável
tempo para todo e qualquer esclarecimento a respeito dos procedimentos da
pesquisa seja pessoalmente ou por telefone. A partir desse momento a pesquisa se
iniciou com todos aqueles que retornarem com o TCLE devidamente assinado pelo
responsável legal.
5.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
Seleção dos sujeitos. Os sujeitos foram incluídos a partir de critérios
previamente estabelecidos:
Critérios para inclusão nos grupos 1 e 2:
Ter entre 12 e 14 anos;
Ser voluntário para participação na pesquisa;
Ter o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE assinado
pelos pais ou responsáveis;
Não ter problemas de saúde físico e/ou mental que impeça a realização
dos testes;
Participar do programa de treinamento em equipes do clube avaliado e
estar treinando a pelo menos 6 meses a modalidade.
41
Foram excluídos da amostra, os sujeitos que:
Não concluíram todas as etapas;
Não compareceram ao local nos dias dos testes.
5.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS
Variáveis antropométricas
As variáveis antropométricas foram mensuradas segundo a padronização da
International Society for Advancement in Kinanthropometry – ISAK107.
5.4.1 Estatura, altura tronco-cefálica, comprimento de membro inferior e massa
corporal
Para a aferição da estatura e altura tronco-cefálica foi empregado um
estadiômetro vertical, com 210 cm de comprimento e precisão de 0,1 cm. O
comprimento de membro inferior foi dado pela diferença entre a altura tronco-cefálica
e estatura. Em segundo momento foi realizada a avaliação da massa corporal
através de uma balança de plataforma, digital, da marca WELMY®, calibrada,
graduada de zero a 150 kg e com precisão de 0,1 kg.
5.4.2 Avaliação da maturação antropométrica
A avaliação da maturação antropométrica foi realizada a partir dos
procedimentos escritos por Mirwald34 que identifica o nível maturacional a partir de
dados antropométricos tais como, idade, estatura, altura tronco-encefálica e
comprimento de membros inferiores.
5.4.3 Avaliação da Atividade Física
42
Foi utilizado o Questionário de Atividade Física para Adolescentes - QAFA
validado por Junior et al.108 (ANEXO III). Para determinar o nível de atividade física
dos adolescentes, considerou-se o somatório do produto do tempo despendido em
cada uma das atividades físicas pelas respectivas frequências de prática. Foram
considerados suficientemente ativos os adolescentes com prática de atividade física
igual ou superior a 300min/sem e os demais como insuficientemente ativos108.
5.4.4 Avaliação da Força de Membros inferiores
Os indivíduos foram instruído a realizar 3 saltos verticais com intervalos de 10s
entre a execução dos saltos, utilizando o salto com contramovimento
(countermovement jump - CMJ) que consiste na execução de flexões das
articulações do tornozelo, joelho e quadril e consequente deslocamento vertical do
centro de gravidade (CG), para baixo, seguido de imediata extensão destas
articulações e geração de força propulsiva responsável pela saída do corpo do solo e
elevação do CG (Figura 7). Os saltos verticais foram realizados com a técnica de
contramovimento em uma situação específica na qual o atleta executou o ciclo
alonga-encurta como descrito por Komi e Bosco137. Foi realizado o feedback
motivacional para os indivíduos, porém nenhuma instrução ou feedback sobre o
desempenho foi dada durante o experimento.
O desempenho no salto vertical foi medida com o uso do Jump System Pro
(Tapete de contato) medindo 1000 x 600 x 8 mm, Peso 3,0 kg e comprimento do
cabo: 3,0 m. Este equipamento tem como objetivo medir tempo de contato e tempo
de voo em saltos individuais ou contínuos. A partir destes dados a distância vertical e
a potência são estimadas. Foi considerado o maior salto realizado nas três tentativas
realizadas pelo indivíduo.
43
Figura 7. Condições de teste 14A: Execução do salto com contramovimento; 14B: Tapete de contato
e equipamentos.
5.5.5 Intervenção com o Treinamento neuromuscular integrativo (INT)
Para a intervenção, foi subdividido em dois grupos, sendo um grupo
experimental e um grupo controle:
a) O grupo 1 (GINT) participou do treinamento neuromuscular integrativo, que
trabalhou atividades gerais e atividades físicas específicas intencionalmente
concebidas para melhorar a saúde. O INT incluem exercícios de força, resistência,
exercícios de estabilidade dinâmica, treinamento com foco no CORE (conjunto de
músculos responsável pelo nosso equilíbrio e pela adequação postural do tronco em
qualquer movimento), exercícios pliométricos e treinamento de agilidade, que são
feitos especificamente para aumentar a saúde e a habilidade dos componentes da
aptidão física18.
b) O grupo 2 (GC) participou do treinamento específico de acordo com o
planejamento do preparador físico, sem nenhuma intervenção experimental da
equipe pesquisadora.
5.5.6 Delineamento do INT
A intervenção ocorreu num período de três meses, com 12 sessões mensais.
Foi composta de 2 sessões semanais, totalizando 24 intervenções. Cada dia de
intervenção teve a duração de 60 minutos, distribuídos em: a) 7 minutos de
aquecimento/explicação dos objetivos da aula; 15 minutos de INT; 35 minutos de
44
atividades específicas da modalidade treinada; 3 minutos de volta à calma. Todas as
intervenções foram realizadas por professores de Educação Física previamente
treinados. As aulas específicas da modalidade foram efetivadas pelo treinador dos
próprios indivíduos, estas aulas foram registradas em um diário de campo com
objetivo de verificar o tipo das atividades e o incentivo a participação de todos os
indivíduos. Todas as intervenções foram realizadas no próprio centro de treinamento
dos indivíduos (Figura 8).
Após a avaliação do pós-teste foi realizado um intervalo num período de 8
semanas e foi realizado um nova avaliação afim de analisar o processo de destreino
e a influência do tipo de treino (INT+vôlei ou somente vôlei) no nível de
aprendizagem dos jovens. No que tange a análise longitudinal, tem-se a avaliação
dos praticantes em quatro momentos distintos. Antes do início do período de
treinamento (PRÉ); após 6 e 12 semanas de intervenção e após 8 semanas de
destreino.
Figura 8. Local de intervenção.
5.5.7 Exercícios do INT
A seleção dos exercícios e a progressividade dos mesmos foram construídos
baseados no artigo “Effects of Integrative Neuromuscular Training on Fitness
Performance in Children”126 e do livro Progressive Plyometrics for Kids109. Essas
literaturas visam o treinamento de pliometria para o atleta, incluindo salto, força
explosiva e potência. Ambos trabalham com atletas em todos os níveis em uma
grande variedade de esportes, incluindo atletas olímpicos, atletas em níveis iniciais e
praticantes de atividade física.
45
Os exercícios foram selecionados de acordo com a especificidade da
modalidade, sendo abordado o agachamento, o equilíbrio, o salto e a agilidade.
Foram divididos em dois blocos, os primários e os secundários, os primários
consistiram em exercícios dinâmicos (por exemplo, caminhadas, corridas). Os
exercícios secundários evoluíram desde os mais simples aos mais complexos no
período de 12 semanas. Os indivíduos estavam ativos durante todo o INT e
alternavam entre um conjunto com uma intensidade mais baixa que são os exercícios
primários e um conjunto com uma intensidade mais elevada, os exercícios
secundários. Os indivíduos durante as 12 semanas do período treinamento evoluíram
de 6 a 10 repetições nos exercícios dinâmicos e de 5 a 30 segundos nos exercícios
semi-estáticos (Figura 9).
49
Figura 9. Lista de exercícios INT aplicados na intervenção.
1-12 semanas 1-2 semana 3-4 semana 5-6 semana 7-8 semana 9-10 semana 11-12 semana
*1 série de 10
(repetições)/*3 séries
de 5 segundos(por
tempo)
*2 série de 10
(repetições)/*3 séries
de 10 segundos(por
tempo)
*2 série de 10
(repetições)/*3 séries
de 10 segundos(por
tempo)
*2 série de 8
(repetições)/*2 séries
de 20 segundos(por
tempo)
*1 série de 6
(repetições)/*1
séries de 25
segundos(por
tempo)
*2 série de 6
(repetições)/*1
séries de 30
segundos(por
tempo)
Caminhada com
elevação do
joelho em 90
Agachamento
sentado no banco
Agachamento
Avanço com perna
direita
Avanço com perna
esquerda
Avanço alternado
zig-zag com
cones
Tronco estendido
oscilando e
alternando pernas
estendidas
Equilíbrio de ponta
do pé
Equilíbrio sobre um
joelho
Equilíbrio com apenas
um pé
Equilíbrio com o
tronco flexionado
Equilíbrio de
cócoras
Equilíbrio em
forma de avião
Tronco estendido
oscilando e
alternando pernas
estendidas
Salto por cima de um
obstáculo pequeno
Salto seguido de
agachamento
Skipping com a
mesma perna
Skipping alternando
as pernas
Hops verticais
Saltos alternando
as pernas-
simulando ataque
de vôlei
Corrida normal Corridas entre cones Saltar em um quadrado
com os dois pés
(escada de agilidade)
Triplo x (corrida em 8)
Salto em quadrantes
alternados
zig-zag com
cones
Corrida de
agilidade em T
Corrida lateral _____ _____ _____ _____ _____ _____
50
5.8 Delineamento da Pesquisa
Antes do início do período de treinamento (Pré); após 6; 12 semanas de
intervenção e Destreino (20ª. semana).
Figura 10. Delineamento: Linha do tempo para as 16 semanas de intervenção e acompanhamento.
5.6 Análises Estatísticas
Todos os dados foram examinados usando média (M) e desvio padrão (DP).
Para testar o pressuposto da distribuição normal dos dados foi utilizado o
teste de Shapiro-Wilk. O teste exato de Fisher (χ2) foi utilizado para verificar possíveis
diferenças em relação ao gênero entre os grupos avaliados.
O teste de esfericidade de Mauchly foi realizado para testar a hipótese nula
de que a matriz de covariância dos erros das variáveis dependentes transformadas e
ortonormalizadas sendo proporcional a uma matriz de identidade. No caso de
violação da pressuposição de esfericidade, a significância foi estabelecida utilizando
a correção Greenhouse-Geisser para ajustar a probabilidade de F.
Para a verificação das possíveis modificações dos valores do salto vertical em
função dos 4 momentos analisados (Pré; 6 e 12 semanas e Destreino) utilizou-se a
ANOVA de medidas repetidas. Quando encontradas diferenças significativas entre
as medidas foi realizado o teste post-hoc de Bonferroni para identificação das
51
possíveis diferenças entre as médias. Foi verificado as diferenças percentuais (%)
dos valores Pré no GC e no GINT para os valores 6 e 12 semanas e Destreino. Para
verificar possíveis diferenças dos percentuais de alteração entre os grupos foi
utilizado o teste U de Mann-Whitney.
Foi calculado o tamanho do efeito110 para determinar a significância das
diferenças entre as médias dos grupos analisados pela ANOVA. A magnitude das
mudanças foi estabelecida como trivial (<0.2), pequena (>0.2), moderada (>0.6),
grande (>1.2), muito grande (>2.0) e extremamente grande (>4.0)111.
Foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman entre os níveis
maturacionais encontrados e os valores do teste do Salto Vertical nos momentos Pré
e Destreino. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05).
52
6. RESULTADOS
Dentre os 32 indivíduos da amostra total, 19 eram do sexo masculino e 13 do
sexo feminino (Tabela 1). Entre as meninas, 23,1% relataram que ainda não havia
ocorrido a menarca, assim, na maioria delas (76,9%) a menarca já tinha ocorrido.
Tabela 1. Divisão da Amostra por sexo
Masculino Feminino Total
GINT 12 (37,5%) 5 (37,5%) 17 (59,37%)
GC 7 (15,6%) 8 (25%) 15 (40,63%)
Total 19 (53,1%) 13 (46,9%) 32 (100%)
Teste exato de Fisher (χ2= 1,89; p= 0,169).
Na tabela 2 estão os dados da caracterização da amostra analisada com os
valores de média, desvios padrões, valores da estatística t, nível de significância p e
tamanho do efeito (d Cohen's) para as variáveis, idade, massa corporal, estatura e
aPVC por grupo.
Tabela 2. Caracterização da amostra.
GC
Média (±DP)
GINT
Média (±DP) t p
d
Cohen's
Idade (anos) 12,8 (±0,7) 13,1 (±0,4) 1,62 0,10 -0,56
aPVC (anos) -1,5 (±0,7) -1,2 (±0,5) 1,54 0,13 -0,54
Massa corporal (Kg) 51,8 (±13,6) 55,3 (±12,1) 0,77 0,44 -0,27
Estatura (cm) 160,1 (±10,7) 161,1 (±6,4) 0,32 0,74 -0,11
Em relação à análise do nível de atividade física semanal, os grupos foram
considerados suficientemente ativos com prática de atividade física igual ou superior
a 300min/semana.
53
Na Figura 11 é apresentado os valores da altura do Salto Vertical com
contramovimento nos 4 momentos de análise. Encontrou-se diferença significativa
(F= 12,15, p= 0,00) na interação salto x grupo e o teste de Bonferroni identificou as
diferenças no GINT nos momentos, 12 semanas e Destreino (p>0,001e d=-0,62,
p>0,001 e d=-0,55, respectivamente para 12 semanas e Destreino). Porém, não
houve diferença significativa entre os grupos (F= 1,80; p=0,19) e entre os valores do
salto (F=1,99; p=0,12).
Figura 11. Valores do Salto Vertical com contramovimento nos 4 momentos de análises. * = Diferença do Pré do GINT para as 12 e Destreino do GINT.
A Figura 12 ilustra os percentuais de alteração (%) dos valores do Salto
Vertical em relação ao momento Pré para os momentos 6 semanas (Z=-2.77; p<
0.005), 12 semanas (Z= -4.36; p< 0.001) e Destreino (Z= -3.20; p< 0.001).
54
Figura 12. Alteração percentual dos valores do Salto Vertical em relação ao momento Pré. * Diferença significativa para o GC (p<0,05)
Na análise da maturação somática (aPVC) foi verificado valores similares
entre os grupos (F(2,25)= 0,52; p= 0,595 e 2= 0,04) nos 2 momentos de análise (Pré e
Destreino), porém, os valores diferiram significativamente no tempo em ambos GC e
GINT (F(2,25)= 75,98; p < 0,00 e 2= 0,85).
A correlação de Spearman foi utilizada para identificar a associação entre
os níveis maturacionais encontrados e os valores do salto vertical no momento pré e
destreino. Os resultados são encontrados na Tabela 3.
Tabela 3. Correlação entre os níveis maturacionais e os resultados do teste de Salto Vertical nos momentos Pré e Destreino.
SVCCM (Pré) SVCCM (Destreino)
r p r p
GC
aPVC (Pré) 0,45 0,11 - -
aPVC (Destreino) - - 0,19 0,54
GINT
aPVC (Pré) 0,41 0,09 - -
aPVC (Destreino) - - 0,53 0,05
*SVCCM: salto vertical com contra movimento; aPVC : anos para atingir o pico
de velocidade de crescimento.
6 semanas 12 semanas Destreino-8
-4
0
4
8
12
16
20
GC
GINT
%
*
*
*
55
7. DISCUSSÃO
O objetivo deste estudo foi analisar o efeito do treinamento neuromuscular
integrativo (INT) no desempenho neuromuscular em jovens adolescentes
participantes de um programa de iniciação esportiva em voleibol. Os principais
achados desta pesquisa foram os aumentos dos valores absolutos da potência
anaeróbia após 12 semanas e após o período de destreinamento em comparação
com o momento Pré no GINT, além da variação percentual significativa dos valores
do salto vertical com contramovimento (SVCCM) em relação ao momento Pré para
os momentos 6 e 12 semanas e destreino do GINT em comparação aos valores
encontrados no GC. O maior resultado encontrado no SVCCM no GINT sugere que
esta capacidade funcional foi modulada pelo tempo de realização do treinamento
neuromuscular integrativo, porém não foi suficiente para ser melhor quando
comparado ao GC.
Em relação aos estudos de intervenção que avaliaram o desempenho da força
muscular nesta população, os resultados mostram que jovens atletas ou crianças
envolvidas em uma atividade física sistematizada, têm maior massa muscular, força
e resistência112,113,114. Porém, estudos como os de Stenevi-Lundgren et al.115 e
Stenevi-Lundgren et al.116, mostram que em uma intervenção prospectiva controlada
em um período de 12 meses, não foi suficiente para acarretar diferenças
significativas no teste de impulsão vertical após o programa de intervenção realizado
por meio de jogos de basquetebol, handebol, futebol, corridas, escalada e exercícios
de ginástica realizados em um total de 200 minutos por semana em crianças de 7 a 9
anos de idade. Assim, é possível especular que atividades físicas, mesmo as
esportivas, realizadas com um volume pequeno e sem atividades motoras
estruturadas, não oferece o estímulo necessário para levar às adaptações funcionais
e alcançar seu potencial genético, para o aumento dos valores da impulsão vertical,
maiores do que o esperado em populações não esportistas86.
Nossos resultados mostram que os jovens avaliados ultrapassavam os valores
mínimos preconizados para a prática regular de atividade física semanal de acordo
com Junior et al.108, atingindo valores maiores que 300 minutos por semana,
56
incluindo aqui a prática do voleibol, porém, os valores iniciais do teste de SVCCM
não foram superiores àqueles apresentados em jovens de mesma faixa etária, mas
sem a prática formal e sistematizada de uma modalidade esportiva. Em relação ao
procedimento utilizado, há uma grande diversidade de métodos e técnicas para
mensurar a AF. Em estudos de base populacional o uso de questionários do tipo “self
report” apresenta-se como a opção mais viável pela praticidade e o baixo custo
apresentado pelo instrumento55. No entanto, é essencial dispor de instrumentos de
medida de AF que apresentem propriedades psicométricas adequadas61.Neste
trabalho utilizado a adaptação do “Self-Administered Physical Activity Checklist”, que
apresenta apresentou níveis elevados de reprodutibilidade e moderados níveis de
validade, podendo ser utilizado para mensurar o nível de atividade física em
adolescentes. Porém as respostas dos questionários quando aplicados em
populações distintas podem ser afetados por fatores culturais da região onde se
realiza a pesquisa bem como pela diferente capacidade cognitiva apresentada em
indivíduos de diferentes faixas etárias. Assim, surge a necessidade de se testar
instrumentos em diferentes regiões e faixas etárias para minimizar possíveis erros de
mensuração62.
A maioria dos estudos envolvendo crianças pré-púberes sugerem que
quaisquer ganhos de força muscular em resposta ao treinamento são devidos
principalmente às adaptações neurais117,118,119. Estudos têm sugerido que os ganhos
na força muscular durante o crescimento devem-se às alterações em certo número
de fatores neurais, incluindo o aumento da ativação da unidade motora, a
coordenação neuromuscular e o recrutamento e/ou frequência de disparos da
unidade motora120,121,124. Desta forma, a realização de estratégias específicas de
treinamento que possam estimular os mecanismos neuromotores acima daqueles
vistos em praticantes de atividade físicas ou esportivas devem ser estimuladas, tais
estratégias podem ser o mecanismo chave que dispara a melhora no desempenho e
que leva a alterações permanentes na competência para o movimento.
Em relação a intervenções, programas de treinamento de resistência
progressiva de curto prazo, em meninos e meninas, realizados 2-3 vezes por
semana, têm mostrado uma melhora na força muscular e no desempenho físico,
57
além de aumento da massa muscular120,118,119. Em estudos como o de Faigenbaum
et al.127 , Faigenbaum et al.17 e Sugimoto et al.124 que utilizaram 15 min de INT em
uma média de 8 a 10 semanas, encontraram-se diferenças significativas nas
variáveis motoras analisadas. No trabalho realizado por Faigenbaum et al.127, seu
principal achado foi que mostrar os efeitos do INT nas meninas em relação ao grupo
controle nos testes de resistência abdominal, salto em distância, e corrida de meia
milha. Ainda, em outro trabalho, Faigenbaum et al.17 encontraram melhoria
significativa de acordo com tempo de intervenção do iNT no grupo experimental,
melhorias esta constatadas nos testes de flexão de braço, resistência abdominal,
salto em distância, salto unilateral e corrida de meia milha. Sugimoto et al.124, em um
estudo de laboratório controlado com mulheres atletas de voleibol, os participantes
no grupo de alta aderência ao treinamento demonstraram significativo aumento no
teste de força isocinética de abdutores do quadril no pré e pós-intervenção em
comparação com o grupo com menor frequência de prática.
As diferenças significativas encontradas durante e após os 15 min de
intervenção com o INT aplicado com intensidade moderada e movimentos dinâmicos
indicam que, para os indivíduos do Grupo Treinado, o tipo de estímulo parece ser
mais eficiente do que o volume do treino 17. Estudos que apoiam esses resultados
demonstram que os níveis de aptidão aeróbica das crianças podem melhorar de
forma relativamente rápida após intervenções que incluem atividades envolventes e
agradáveis que aumentam a força muscular e competência em habilidades25, 123,125.
Trabalhos como o de Oliver e Blair126 aponta que quase todos os movimentos
funcionais ocorrem em mais de um plano e que normalmente os atletas treinam os
músculos para a sua ação primária e negligenciam os movimentos dinâmicos do
exercício executado. Se os atletas treinarem o movimento em si e não apenas
músculos individualizados, eles irão começar a envolver os movimentos dinâmicos
ao longo de toda atividade de formação. Portanto, os profissionais/treinadores
precisam pensar "fora da caixa", quando relacionado ao condicionamento dos atletas
e também refletir em função da cadeia cinética total126.
Quando analisados os resultados percentuais os ganhos relativos maiores no
GINT no teste de salto vertical em relação ao GC são consistentes com outros
58
achados que demostraram notáveis ganhos significativos na força e desempenho
motor em crianças depois de treinamentos estruturados de resistência127,128. Por
exemplo, crianças do ensino fundamental que participaram de um programa de
pliometria de 8 semanas durante as aulas de Educação Física obtiveram melhorias
significativas no desempenho da potência e da força após a intervenção24. Estes
resultados positivos indicam que a aptidão neuromuscular pode ser melhorada
quando o INT é incorporado em rotinas de treinamento ou nas aulas de Educação
Física127.
Em contrapartida períodos de suspensão de treinamento ou mesmo
diminuição da frequência de execução (destreinamento), são fatores comuns para
praticantes de atividade física, seja de caráter delineado ou não e, pode, dependendo
da dimensão, levar a diminuição de grande parte do trabalho realizado e afetar uma
futura recuperação dos ganhos adiquiridos129.
Em relação aos resultados de destreinamento, os valores encontrados no
momento Destreino mostram que o GINT manteve os ganhos vistos no momento 12
semanas, mesmo após as 8 semanas de supressão dos treinos de INT e do voleibol.
Além disso, houve diferença significativa na diferença percentual (%) entre os
grupos analisados. Esses achados corroboram com Kraemer et al.130, que, entre
seus resultados, não verificaram perdas significativas na força de membros inferiores
e superiores para praticantes de treinamento de força submetidos a seis semanas de
destreino, havendo somente diferenças para potência.
O procedimento de destreinamento é como um processo de
descondicionamento que afeta o desempenho, pois diminui a capacidade fisiológica.
Este processo pode ocorrer de diversas situações como: completa interrupção do
treinamento (de força ou esportivo específico), diminuição do volume de treinamento,
longos períodos sem treinamento de força ou esportivo específico131. Gentil132 expõe
a base do início da adaptação, como um teste de “ajustamento” do organismo a uma
excitação externa que o afasta da estabilização. Como “ajustamentos” que levam ao
ganho da potência, pode-se citar as adaptações neurais, tais como, coordenação
intramuscular e intermuscular, distorções na execução bilateral, co-ativação,
excitabilidade de neurônios entre outros133,134,135 assim como alterações
59
morfológicas, como o ganho de massa muscular, que contribuíram com o acréscimo
na força muscular nas fases mais adiantadas de treinos136.
Embora haja uma quantidade limitada de trabalhos que verificaram períodos
de destreinamento principalmente nesta faixa etária, os valores encontrados mostram
uma nítida influência do INT na manutenção da potência anaeróbia, demonstrando
assim, uma eficiência desta metodologia em comparação com os métodos mais
tradicionais de treinamento de uma modalidade esportiva.
Com o propósito de demonstrar que o aumento da potência anaeróbia e a sua
posterior manutenção no período de destreinamento teve influência mais diretamente
do INT, foi realizada a avaliação do nível maturacional (aPVC) em dois momentos
(momento Pré e Destreino) a fim de verificar a variação maturacional neste período e
correlacioná-la com o desempenho do salto vertical. Os achados mostram que,
embora tenha havido modificações do status maturacional durante os 5 meses de
investigação em ambos grupos, os valores de correlação linear indicaram que não
houve associação suficiente para influenciar os valores do SVCCM, uma vez que, os
valores encontrados no GC permaneceram os mesmos em todos os momentos de
análise, ou seja, houve aumento do SVCCM e posterior estabilização após o
destreinamento no GINT e manutenção dos valores do GC.
Em estudos como Jones et al.11 que analisou a associação entre maturação
sexual e desempenho motor, verificaram coeficientes de determinação não elevados
em jovens meninos (0,31 a 0,53) e mais baixo em meninas (0,06 a 0,21). Porém, os
autores indicam que em trabalhos relacionado a desempenho motor, necessita
realizar a análise da maturidade biológica. Baxter-Jones et al.43 aconselham que é
necessário analisar o processo do crescimento e da maturação anteriormente a uma
conclusão definitiva completa, pois qualquer um deles (crescimento ou maturação)
podem solitariamente identificar as implicações independentes da atividade ou do
treinamento físico.
O presente estudo avança em relação a outros em alguns pontos: (1) ao
utilizar idades púberes (12 a 14 anos) para a intervenção do INT, nosso estudo
preenche uma limitação apontada nos estudos que abordam o INT (Faigenbaum et
al.2011 , Faigenbaum et al.2014 e Sugimoto et al. 2014) que se dirigiram os
programas com INT somente à fase pré-puberal (2ª infância) , ou seja, em crianças
60
pequenas entre 7 e 10 anos de idade; (2) a aplicação da intervenção em um período
de tempo maior e (3) a análise do período de destreinamento.
Relativo às limitações, pode-se apontar que o presente estudo não incluiu
medidas neurais, tais como uma medida da ativação das unidades motoras, bem
como, análise de co-contração, que poderiam contribuir para uma maior precisão nas
conclusões relativas à aquisição de força dos jovens avaliados. Além disso, com uma
amostra maior e estratificada por sexo, a análise poderia ser ampliada para a
discussão sobre possíveis diferenças de acordo com sexo.
61
8. CONCLUSÃO
Os principais achados do presente estudo indicam que a intervenção com INT
realizado duas vezes por semana em adolescentes praticantes de voleibol geraram
um aumento nos valores da potência anaeróbia de membros inferiores, mas isso não
foi diferente do grupo controle. No entanto, o GINT mostrou melhora percentual do
desempenho (%) em relação ao momento Pré para os momentos 6 semanas, 12
semanas e Destreino, onde os valores não correlacionaram com o nível maturacional
dos jovens praticantes de voleibol. Assim, Intervenções multifacetadas, tais como
INT, podem ser um componente importante nessa faixa etária, pois a promoção da
atividade física durante os anos de crescimento deve ser realizada sobre o reforço da
força muscular e melhoria da competência motor e confiança na capacidade das
crianças e adolescentes a se envolver em uma variedade de jogos, esportes e
atividades de aptidão.
62
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74
ANEXOS
ANEXO I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Esclarecimentos
Estamos solicitando a você a autorização para que o menor pelo qual você é responsável
participe da pesquisa: “Efeito do Treinamento Neuromuscular Integrativo no Equilíbrio e na
Eficiência Motora em Função do Nível Maturacional em Jovens Atletas.”, que tem como
pesquisador responsável o Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti.
Esta pesquisa pretende analisar o efeito do treinamento neuromuscular integrativo – INT (Um
treinamento físico especifíco para a melhora da coordenação motora, força muscular e equilíbrio) na
competência motora em função do nível maturacional e do tempo de treinamento em jovens atletas.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é identificar o provável benefício desse tipo de
treinamento, que visa uma melhora da atividade muscular do jovem, com o objetivo de aprimorar o
condicionamento físico para o esporte praticado e para diminuir o risco de lesão esportiva. Por ser um
método de treino que ainda é pouco utilizado no Brasil, mas com resultados muito promissores em
75
outros países é importante haver estudos que mostrem esses resultados nos jovens atletas
brasileiros, principalmente no que diz respeito à como essa metodologia pode influenciar os jovens
atletas, que estão experimentando modificações diferentes idades de treinamento.
Caso você decida autorizar, ele deverá inicialmente ser submetido a testes motores (avaliação
física e realização de exercícios físicos) e a 4 (quatro) meses de treinamento (15 minutos 2x por
semana durante as suas aulas esportivas). Os testes motores (salto vertical e teste de equilíbrio)
serão realizados em uma quadra, abrigada do sol e os jovens serão instruídos por avaliadores
treinados para ministrar o teste. Juntamente com a execução dos testes motores serão realizados a
avaliação neuromuscular, utilizando um eletromiográfo (aparelho que mede a atividade elétrica
muscular). As atividades práticas (treinamento do INT) serão apropriadas para a idade dos jovens.
Todas as aulas serão supervisionadas pelos pesquisadores. Por fim, os testes motores serão
reaplicados após o término dos 4 meses de treinamento, para verificar se houve alteração no
desempenho físico com a intervenção. A previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que ele(a) corre
é semelhante àquele sentido num exame físico ou psicológico de rotina. Ainda, imediatamente antes à
realização dos testes motores (antes e depois dos 4 meses de treinamento) será coletada uma
amostra de saliva do jovem (captação de saliva em um tubo esterilizado).
Para a realização das tarefas acima citadas, não é esperado qualquer tipo de desconforto.
Apesar disso, caso o jovem sinta-se desconfortável com alguma situação, poderá comunicar
imediatamente ao pesquisador para que sejam tomadas as devidas providências. Com o treinamento
do INT espera-se que ele(a) terá como benefício a melhora do desempenho motor (competência
motora), contribuindo para uma maior autonomia motora, prevenção da obesidade, participação em
esportes e jogos que requerem movimentos mais avançados e maior possibilidade de desenvolver um
estilo de vida saudável, além da redução do risco de lesão esportiva.
Em caso de algum problema que ele(a) possa ter, relacionado com a pesquisa, ele(a) terá
direito a assistência gratuita que será prestada de esclarecimento e resposta a qualquer pergunta; a
liberdade de abandonar a pesquisa a qualquer momento sem prejuízo para si; a garantia de
privacidade à sua identidade e do sigilo de suas informações; a garantia de que caso haja algum dano
à criança os prejuízos serão assumidos pelos pesquisadores ou pela instituição responsável, inclusive
acompanhamento médico e hospitalar. Os responsáveis por essa assistência total será a professora
Ana Camila Campelo de Albuquerque e o professor responsável Arnaldo Luis Mortatte e
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas procurando os
pesquisadores através do endereço ou pelos telefones: Ana Camila Campelo de Albuquerque –: Av
Cel Norton Chaves, 805, Lagoa Nova, Natal, Rn.Telefones de contato: (081) 98734402 . E-mail de
contato: [email protected]; Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti – E-mail:
[email protected] – Fone: (084) 96068885.
Você tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum
prejuízo para você e para ele(a).
76
Os dados que ele(a) irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa identificá-
lo(a).
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local
seguro e por um período de 5 anos.
Se você tiver algum gasto pela participação dele(a) nessa pesquisa, ele será assumido pelo
pesquisador e reembolsado para você.
Se ele(a) sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, ele(a) será
indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador
responsável Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti.
Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, ____________________________________________, representante legal do menor
____________________________________________, autorizo sua participação na pesquisa:
“Efeito do Treinamento Neuromuscular Integrativo no Equilíbrio e na Eficiência Motora em
Função do Nível Maturacional em Jovens Atletas.”.
Esta autorização foi concedida após os esclarecimentos que recebi sobre os objetivos,
importância e o modo como os dados serão coletados, por ter entendido os riscos, desconfortos e
benefícios que essa pesquisa pode trazer para ele(a) e também por ter compreendido todos os
direitos que ele(a) terá como participante e eu como seu representante legal.
Autorizo, ainda, a publicação das informações fornecidas por ele(a) em congressos e/ou
publicações científicas, desde que os dados apresentados não possam identificá-lo(a).
Natal, _____ de _______________de_____.
____________________________________________
Assinatura do representante legal
Impressão datiloscópica do
representante legal
77
ANEXO II
TERMO DE ASSENTIMENTO
Através deste termo esclareço que aceito participar da pesquisa EFEITO DO TREINAMENTO
NEUROMUSCULAR INTEGRATIVO NO EQUILÍBRIO E NA EFICIÊNCIA MOTORA EM FUNÇÃO DO NÍVEL
MATURACIONAL EM JOVENS ATLETAS, coordenada pelo Professor Dr. ARNALDO LUIS MORTATTI.
Como sou menor de idade (ou legalmente incapaz), meu responsável legal assinou um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido onde o pesquisador responsável explica a maneira como a pesquisa será
realizada, todos os meus direitos, riscos e benefícios que terei ao participar dessa pesquisa.
Nesse mesmo um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido o pesquisador responsável declarou que
cumprirá tudo que ele esclareceu e prometeu.
78
Juntamente com o meu representante legal (pai, mãe ou outro), recebi, de forma que entendi,
explicações sobre essa pesquisa e os endereços onde devo tirar minhas dúvidas sobre a pesquisa e se a mesma
é eticamente aceitável.
Depois de conversar com meu representante legal, resolvi voluntariamente:
Natal, ____ de _____________de______
Meu nome é = ________________________________________________
___________________________________________
Assinatura do participante
___________________________________________
Assinatura de uma testemunha
___________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
ANEXO III
Impressão datiloscópica do
participante
( ) Participar = Eu aceito!
( ) Não participar = Eu não
quero!
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