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CARLOS EDUARDO SORGI DA COSTA EFEITOS DA APLICAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA AUTÓLOGA NA INTEGRAÇÃO DE ENXERTOS ÓSSEOS HOMÓLOGOS EM OSSO MAXILAR: AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA E HISTOMORFOMÉTRICA Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de Doutor em Ciências da Saúde Orientador: Prof. Dr. Murched Omar Taha Co-orientador: Prof. Dr. Djalma José Fagundes São Paulo 2010

EFEITOS DA APLICAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA AUTÓLOGA NA ... Carlos Eduardo Sorgi da... · Leopoldo Mandic. Professor Titular de Anestesiologia da Pontifícia Universidade Católica de

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CARLOS EDUARDO SORGI DA COSTA

EFEITOS DA APLICAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA AUTÓLOGA

NA INTEGRAÇÃO DE ENXERTOS ÓSSEOS HOMÓLOGOS EM

OSSO MAXILAR: AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA E

HISTOMORFOMÉTRICA

Tese apresentada à Universidade

Federal de São Paulo – Escola

Paulista de Medicina para obtenção

do título de Doutor em Ciências da

Saúde

Orientador: Prof. Dr. Murched Omar Taha

Co-orientador: Prof. Dr. Djalma José Fagundes

São Paulo

2010

Costa, Carlos Eduardo Sorgi Efeitos da aplicação de medula óssea autóloga na integração de enxertos ósseos homólogos em osso maxilar: avaliaçã o tomográfica e histomorfométrica . /Carlos Eduardo Sorgi da Costa. – São Paulo, 2010.

xvi, 54 f. Tese (Doutorado) – Escola Paulista de Medicina da Universidade

Federal de São Paulo. Programa de Pós-Graduação em Cirurgia e Experimentação.

Use of corticocancellous allogeneic bone blocks impregnated with

bone marrow aspirate: a clinical, tomographic and histomorphometric study.

. 1. Médula óssea. 2. Enxerto ósseo em bloco. 3. Regeneração óssea

alveolar.

iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

DEPARTAMENTO DE CIRURGIA

Chefe do Departamento: Profa. Dra. Lydia Masako Ferreira

Coordenador do Programa de Pós-Graduação : Prof. Dr. Ivan Hong Jun Koh

iv

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIRURGIA E EXPERIMENTA ÇÃO COORDENADOR: Prof. Dr. Ivan Hong Jun Koh

TESE DE DOUTORADO

AUTOR: Carlos Eduardo Sorgi da Costa

ORIENTADOR: Prof. Dr. Murched Omar Taha CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Djalma José Fagundes

TITULO: Efeitos da aplicação de medula óssea autóloga na integração de enxertos ósseos homólogos em osso maxilar: avaliação tomográfica e histomorfométrica.

BANCA EXAMINADORA

1 – Presidente: Prof. Dr. Murched Omar Taha Professor Afiliado e Livre Docente da Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM)

MEMBROS EFETIVOS

2 – Prof. Dr. Hélio Plapler Prof. Adjunto da Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM.

3 – Prof. Dr. Manuel de Jesus Simões Chefe da Disciplina de Histologia e Biologia Estrutural da UNIFESP-EPM Livre-Docente em Histologia e Biologia Estrutural pela Universidade Federal de São Paulo.

4 – Prof. Dr. Carlos Eduardo da Silveira Bueno Doutor em Clínica Odontológica - Opção Endodontia pela Universidade Estadual de Campinas. Professor Titular da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic e Professor Titular da Pontifícia Universidade Católica de Campinas

5 – Prof. Dr. Rodrigo Sanches Cunha Doutor em Clinica Odontológica pelo Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic. Professor Titular de Anestesiologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCC).

MEMBROS SUPLENTES 1 – Prof. Dr. José Luiz Martins

Prof. Adjunto, Chefe da Disciplina de Cirurgia Pediátrica e Livre-Docente do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM.

2 – Prof. Dr. José Gustavo Sproesser Doutor em Odontologia (Prótese Dentária) pela Universidade de São Paulo. Coordenador do Curso de Especialização em Prótese Dentária da Faculdade São Leopoldo Mandic de Campinas – SP e Belo Horizonte – MG

v

“Se um dia você tiver que escolher entre o mundo e o amor, lembre“Se um dia você tiver que escolher entre o mundo e o amor, lembre“Se um dia você tiver que escolher entre o mundo e o amor, lembre“Se um dia você tiver que escolher entre o mundo e o amor, lembre----se: Se escolher o se: Se escolher o se: Se escolher o se: Se escolher o

mundo ficará sem amor, mas se você escolher o amor, com ele conquistará o mundo”.mundo ficará sem amor, mas se você escolher o amor, com ele conquistará o mundo”.mundo ficará sem amor, mas se você escolher o amor, com ele conquistará o mundo”.mundo ficará sem amor, mas se você escolher o amor, com ele conquistará o mundo”.

Albert EinsteinAlbert EinsteinAlbert EinsteinAlbert Einstein

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar começo, qualquer um pode começar começo, qualquer um pode começar começo, qualquer um pode começar

agora e fazer um novo fim.agora e fazer um novo fim.agora e fazer um novo fim.agora e fazer um novo fim.

Chico XavierChico XavierChico XavierChico Xavier

vi

DEDICATÓRIA

À minha esposa Priscila Koike Sorgi e as minhas filhas Gabrielle e Eduarda, pelo

apoio, paciência e compreensão em todos os momentos de ausência para dedicação

aos meus sonhos profissionais e principalmente pelo carinho e amor demonstrados

durante todos os momentos da minha vida. Vocês são o brilho dos meus olhos e a

razão dos meus sorrisos. Sem vocês, nada para mim faz sentido.

Aos meus pais Fernando e Cidinha , pela oportunidade, apoio, confiança, suporte e

carinho durante a minha formação.

vii

AGRADECIMENTO ESPECIAL

Ao Prof. Dr. Murched Omar Taha , Professor Afiliado da Disciplina de Técnica

Operatória e Cirurgia Experimental do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM,

pela orientação criteriosa, pela aceitação ao tema da pesquisa, pela compreensão para

com minhas falhas, pela experiência científica e pelos valiosos ensinamentos

demonstrados durante todo o trabalho.

Ao Prof. Dr. Djalma José Fagundes , Professor Adjunto da Disciplina de Técnica

Operatória e Cirurgia Experimental do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM,

por todos os conselhos e pelas críticas construtivas que ajudaram a engrandecer o

trabalho.

viii

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista De Medicina – UNIFESP-EPM,

pela minha acolhida como aluno do Programa de Pós-Graduação em Cirurgia

Experimental, possibilitando minha capacitação como docente e pesquisador.

Ao Prof. Dr. Ivan Hong Jun Koh, Coordenador do Programa de Pós- Graduação em

Cirurgia Experimental da UNIFESP-EPM, pelo carinho e respeito durante todo o

programa de pós graduação.

Ao Prof. Dr. José Luiz Martins, Ex-Coordenador e atual vice Coordenador do Programa

de Pós-Graduação em Cirurgia Experimental da UNIFESP-EPM, por acreditar em

meus ideais, sempre me dar bons conselhos e me aceitar no Programa de Pós

Graduação em Cirurgia Experimental.

A Profª. Dra. Edna Frason de Souza Montero e Prof. Dr. Hélio Plapler Professores do

Departamento de Cirurgia Experimental da UNIFESP-EPM, pela consideração e

conselhos.

Aos demais professores e colegas do Programa de Pós-Graduação em Cirurgia e

Experimentação da UNIFESP, pela convivência e amizade.

As Sras. Elaine Maria Alves Bazzi Dantas e Valdelice Justiniano Soares, secretárias da

Disciplina de Cirurgia Experimental, pela paciência, amizade ajuda e disponibilidade

nos momentos em que precisei durante a execução deste trabalho.

Ao Prof. Dr. André Pelegrine por todos os seus conselhos como amigo pessoal durante

todos esses anos, pelo seu caráter indiscutível, por todo direcionamento tanto na

condução da parte clínica, como também, nos constantes conselhos durante o

desenvolvimento de toda pesquisa, pela confiança e amizade verdadeira. Você é um

espelho para minha vida profissional e um irmão mais velho em minha vida pessoal.

ix

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Profissional de Nível Superior “CAPES” pelo

financiamento.

Ao amigo Gino Kopp, presidente da Empresa de Sistemas de Implantes Friccional

KOPP®, pelo suporte e patrocínio referente à grande parte dos materiais utilizados

nesta pesquisa e pela amizade e carinho em todo contato durante a execução desse

trabalho.

Aos meus verdadeiros amigos que sei que posso sempre contar nos momentos mais

difíceis.

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Remoção do aspirado de medula óssea ........................................... 10

Figura 2 Incisão crestal e relaxantes ............................................................... 11

Figura 3 Decorticalização da região óssea receptora ..................................... 12

Figura 4 Escultura do bloco ósseo a ser enxertado ........................................ 13

Figura 5 Fixação dos blocos ósseos ao leito receptor .................................... 14

Figura 6 Bloco córtico medular impregnado com aspirado de medula ........... 15

Figura 7 Sutura realizada ................................................................................ 16

Figura 8 Tomografia Computadorizada antes da cirurgia de realização do

enxerto ósseo ....................................................................................

17

Figura 9 Tomografia Computadorizada 6 meses após a realização do

enxerto ósseo ....................................................................................

18

Figura 10 Remoção de biópsia óssea com auxílio de broca trefina .................. 19

Figura 11 Implantes osteointegrados instalados ............................................... 20

Figura 12 Lamina histológica com avaliação histomorfométrica. (Grupo

Experimental) ....................................................................................

21

Figura 13 Lamina histológica com avaliação histomorfométrica. (Grupo

Controle) ............................................................................................

22

Figura 14 Microscópio de luz (Carl Zeiss), adaptado a uma câmera de alta

resolução (Axio Cam MRC da Carl Zeiss) ........................................

23

xi

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

BTME – Banco de Tecidos Músculo Esqueléticos

CT – Células Tronco

EOA – Enxertos Ósseos Autogenos

EOH – Enxertos Ósseos Homólogos

GC – Grupo Controle

GE – Grupo Experimental

IO – Implantes Osteointegráveis

MO – Medula Óssea

MOA – Medula Óssea Autóloga

mL - Mililitro

µm2 – Micrômetro ao quadrado

mm – Milímetro

OHFC – Osso Humano Fresco Congelado

TO – Tecido Ósseo

UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas.

EPM-UNIFESP – Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Medidas de tomografia (mm), Grupo Experimental (GE) e Grupo

Controle (GC), antes e após 6 meses da cirurgia de instalação dos

blocos de enxerto ósseo na maxila dos pacientes ..............................

26

Tabela 2 Medidas de tomografia (mm) - comparação das médias antes e após

6 meses da cirurgia nos Grupos Experimental e no Grupo Controle.

Teste estatístico de Wilcoxon ..............................................................

28

Tabela 3 Medidas de tomografia (mm) - comparação das médias de diferença

absoluta e variação percentual entre o Grupo Experimental e

Controle. Teste estatístico de Mann-Whitney ......................................

29

Tabela 4 Medidas apresentadas pela histomorfometria (µm2) do tecido

mineralizado, Grupo Experimental (GE) e Grupo Controle (GC), após

6 meses da cirurgia de instalação dos blocos de enxerto ósseo na

maxila dos pacientes ...........................................................................

32

Tabela 5 Medidas apresentadas pela histomorfometria (µm2) do tecido NÃO

mineralizado, Grupo Experimental (GE) e Grupo Controle (GC), após

6 meses da cirurgia de instalação dos blocos de enxerto ósseo na

maxila dos pacientes ...........................................................................

33

Tabela 6 Medidas apresentadas pela histomorfometria (µm2) - comparação

das médias entre o Grupo Experimental e Grupo Controle. Teste

estatístico de Mann-Whitney ...............................................................

35

xiii

LISTA DE GRÁFICOS

Grafico 1 Diferença absoluta (mm) entre as regiões maxilares superior após

6 meses e antes do enxerto nos Grupos Experimental e Controle ...

27

Gráfico 2 Box-plot da diferença absoluta (mm) das medidas apresentadas

pelas tomografias computadorizadas após 6 meses e antes do

enxerto ósseo nos Grupos Experimental e Controle .........................

30

Gráfico 3 Box-plot da variação percentual das medidas apresentadas pelas

tomografias computadorizadas após 6 meses e antes do enxerto

nos Grupos Experimental e Controle ................................................

30

Gráfico 4 Medidas de histomorfometria (µm2) do tecido mineralizado após 6

meses da cirurgia de instalação dos blocos de enxerto ósseo na

maxila dos pacientes nos Grupos Experimental e Grupo Controle ...

34

Gráfico 5 Box-plot da área histomorfométrica (µm2) representada por tecido

mineralizado entre os Grupos Experimental e Grupo Controle

obtidas após 6 meses de realização do enxerto ósseo ....................

36

xiv

RESUMO

Objetivo: O objetivo deste estudo foi de avaliar a eficácia de enxertos homólogos em

blocos inpregnados com medula óssea autóloga na terapia de aumento alveolar em

espessura.

Métodos: Dez pacientes com deficiência alveolar severa em volume na região anterior

de maxila foram tratados com aumento ósseo horizontal. Eles foram randomizados em

dois grupos: 5 pacientes enxertados com dois blocos homólogos cada no grupo

controle e 5 pacientes enxertados com dois blocos homólogos impregnados com

medula óssea autóloga no grupo experimental. Hematologistas coletaram 4mL de

medula óssea da crista ilíaca dos pacientes do grupo experimental imediatamente

antes das cirurgias. Os blocos foram fixados com parafusos de titânio utilizados para

obtenção de uma fixação rígida e para se padronizar um ponto de referência com

objetivos de mensuração. A tomografia computadorizada foi obtida tanto no pré

operatório como 6 meses pós operatório, o que permitiu avaliação do ganho ósseo

horizontal. Apos o período cicatricial de 6 meses os sítios foram reabertos e os

parafusos removidos. Antes da instalação dos implantes, biópsias ósseas foram

removidas e preparadas para avaliação histológicas e histomorfométrica. As

mensurações tomográficas e histomorfométricas são apresentadas como media +

desvio padrão.

Resultados: O grupo experimental mostrou melhores resultados tomográficos (P<0,05)

em se aumentar a espessura alveolar, com 4,60 + 1,43 mm (118,23 + 56,93 %),

comparado com o grupo controle, que obteve 2,15 + 0,47 mm ( 49,91 + 20,24 %) de

ganho ósseo. A despeito dos diferentes resultados no ganho alveolar em espessura

entre os grupos, todos os sítios receberam implantes dentários. A análise

histomorfométrica também mostrou melhores resultados (P<0,05) na quantidade de

osso mineralizado vital no grupo experimental, com 60,7 + 16,18%, comparado ao

grupo controle, que teve 41,44 + 12,50%.

Conclusão: Os achados deste estudo sugerem que o aspirado de medula óssea

autóloga pode incrementar potencial regenerativo do enxerto com bloco córtico medular

de osso homôlogo.

xv

ABSTRACT

Aim: The aim of this study was to evaluate the efficacy of homologous block grafts

impregnated with autologous bone marrow in horizontal ridge augmentation therapy.

Methods: Ten patients with severe ridge volume deficiency in the anterior maxilla

were treated with horizontal ridge augmentation. They were randomized into two

groups: Five patients using two homologous blocks grafts in the control group and five

patients using two homologous blocks grafts impregnated with autologous bone

marrow in the experimental group. Hematologists collected 4 mL of bone marrow from

the iliac crest of the patients in the experimental group immediately before the

surgeries. The blocks were fixated with titanium screws which were employed to

obtain rigid fixation and to standartizate reference points for measurement purposes.

Computadorized tomography were obtained both preoperatively and 6 months

postoperatory which allowed to evaluate the horizontal bone gain. After the healing

period of 6 months, the sites were re-opened and the screws were removed. Before

implant placement, bone cores were harvested and prepared for histologic and

histomorphometric evaluation. Tomographic and histomorphometric measurements

are presented as mean + standard deviation.

Results: The experimental group showed better tomographic results (P<0.05) in

augmenting alveolar thickness, with 4.60 + 1.43 mm ( 118.23 + 56.93 %), compared

with the control group, which had 2.15 + 0.47 mm ( 49.91 + 20.24 %) of bone gain.

Despite the different results in alveolar thickeness gain between groups, all sites

received dental implants. The histomorphometric analysis also showed better results

(P<0.05) in the amount of vital mineralized bone in the test group, with 60.7 + 16.18%,

compared with the control group, which had 41.44 + 12.50%.

Conclusion: The findings of this study suggest that the autologous bone marrow

aspirate can increase the regenerative potential of corticocancellous homologous bone

graft.

xvi

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

2 OBJETIVOS ................................................................................................... 6

3 MÉTODOS ..................................................................................................... 7

4 RESULTADOS ............................................................................................... 25

5 DISCUSSÃO .................................................................................................. 37

6 CONCLUSÃO ................................................................................................. 43

7 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 44

NORMAS ADOTADAS

ANEXO 1

ANEXO 2

1. INTRODUÇÃO

O anseio por um sorriso perfeito baseado nos conceitos estéticos impostos pela

sociedade tem aumentado significativamente a procura pelos tratamentos de reabilitação

oral com utilização dos implantes osteointegráveis (IO). No entanto, a perda dos

elementos dentais acarreta inúmeras alterações em maxila e mandíbula que se refletem

no terço inferior da face e, consequentemente, alteram o perfil estético dos indivíduos, pois

o rebordo alveolar tende a se reabsorver gradativamente após a exodontia dos elementos

dentais1.

O fato de se almejar o sorriso perfeito faz com que os pacientes não busquem

somente a substituição dos dentes que foram perdidos, mas também a reconstrução dos

tecidos que foram perdidos em virtude da ausência dos dentes. Portanto, os

procedimentos de reconstrução dos tecidos gengivais e ósseos são realizados

frequentemente nos tratamentos reabilitadores onde os IO são indicados como

alternativa2,3.

Desde a descoberta da osteointegração, a terapia de reabilitação com a utilização

de IO tem demonstrado bons resultados. Contudo, para a correta instalação dos implantes

com o intuito da reconstituição estética e funcional do paciente, faz-se necessária a

presença de tecido ósseo (TO) em volume suficiente, permitindo a ancoragem ideal dos

implantes4.

Devido à ausência do estímulo mastigatório após a perda dental, estudos têm

demonstrado que o TO remanescente começa a ser reabsorvido o que proporciona a

formação de defeitos ósseos residuais que muitas vezes impossibilita a instalação dos

implantes. Além disso trauma local, patologias ósseas e doença periodontal podem

ocasionar não somente a perda do elemento dental, como também do tecido ósseo

remanescente4.

As técnicas de reconstrução do rebordo ósseo residual através dos procedimentos

de enxertos ósseos autógenos (EOA) descritas na literatura têm apresentado bons

resultados, possibilitando ganho ósseo adequado, permitindo a instalação dos implantes

de maneira adequada e promovendo a reabilitação funcional e estética dos pacientes5,6.

No entanto, os procedimentos de EOA requerem uma segunda área cirúrgica para

2

doação, que pode ser de fonte intra-oral, nos casos onde a necessidade de reconstrução é

pequena, ou extra-oral, nos casos de grandes reconstruções.7

Enxertos ósseos de fonte extra-orais, principalmente provenientes da crista ilíaca

anterior e posterior, têm sido muito utilizados nas grandes reconstruções com resultados

satisfatórios8,9. Outras áreas como a tíbia, a calota craniana e a crista ilíaca, também vêm

sendo utilizadas mas demandam ambiente hospitalar, equipe médica e realização do

procedimento sob anestesia geral, o que repercute em desconforto para grande parte dos

pacientes, além de acarretar geralmente um custo adicional elevado para o paciente7.

As desvantagens descritas na literatura em relação aos EOA, principalmente os

provenientes de fonte extra-oral, são as complicações trans e pós-operatórias relatadas,

como parestesias temporárias, disestesias, infecções, fratura de crista ilíaca, hemorragias,

dores e desconforto na locomoção10. Dessa maneira segue-se a busca para a utilização

de algum biomaterial que pudesse substituir o osso autógeno na técnica de reconstrução

do rebordo ósseo, possibilitando uma estrutura adequada para a instalação de implantes.

A utilização dos enxertos homólogos com uso de osso humano fresco congelado

(OHFC) tem sido descrita nos procedimentos ortopédicos para reconstrução de defeitos

em coluna vertebral, pseudoartroses, artroplastias, reconstruções articulares e na área da

oncologia para reconstruções extensas em pacientes portadores de osteomielites e

tumores ósseos7. Além disso, OHFC proveniente de banco de tecidos músculo

esqueléticos (BTME) vêm sendo utilizado em regenerações ósseas guiadas para

tratamento de tumores odontogênicos com excelentes resultados11.

No início da década de noventa, foi realizada a reconstrução óssea com OHFC

isoladamente e em combinação com osso autógeno para posterior reabilitação com IO,

com resultados semelhantes12.

Diversos outros estudos demonstraram a eficácia da enxertia óssea com utilização

de osso homólogo previamente à instalação de IO, mostrando ausência de processos

infecciosos, volume de tecido ósseo adequado e boa densidade permitindo estabilidade

inicial dos implantes e sucesso com implantes submetidos à carga funcional11,12,13.

3

O melhor entendimento da biologia da reparação óssea e o desempenho dos BTME

na melhoria da metodologia usada para aumentar a qualidade e segurança do OHFC têm

permitido o seu uso freqüente e seguro15,7.

Além disso, nos últimos anos vêm sendo observado um aumento da utilização de

células tronco (CT) medulares para regeneração óssea, sendo que alguns experimentos

“in vitro”16,17 e “in vivo”18,19 demonstraram excelentes resultados nesta linha de pesquisa.

Na década de 1970 Friedenstein foi o primeiro pesquisador a identificar uma

população celular com um forte potencial osteogênico em uma suspensão celular da

medula óssea (MO) adulta20.

Também já foi afirmado que as células da MO constituem uma população celular

heterogênea com potencial de se diferenciar em outras células que irão formar os

progenitores hematopoiéticos e mesenquimais. Portanto, além de poder originar células

sanguíneas, a MO pode ter o potencial de promover células indiferenciadas capazes de

originar outros tecidos, como o TO e a cartilagem20.

Os osteoblastos são células produtoras de osso e são originários das células

mesenquimais osteoprogenitoras, localizadas dentro do tecido esquelético21. Em estudo

por meio de marcadores celulares foi observado que na MO existe uma quantidade maior

de células tronco com potencial osteogênico do que no sangue periférico. Essa

porcentagem de células mesenquimais com características multipotentes mostra que

transplantes que utilizam MO é um fator muito promissor na formação de osteoblastos em

regenerações ósseas22.

A utilização dos enxertos ósseos homólogos (EOH) pode ser considerada uma

alternativa ao EOA nas reconstruções de defeitos ósseos, pois apresentam ausência de

processo infeccioso durante o processo de reparação, baixa reabsorção do enxerto,

volume ósseo adequado e boa densidade óssea que permite o travamento e a

estabilidade dos implantes instalados.13

As CT não hematopoiéticas contidas no estroma da MO adulta, chamadas de CT

estromais (mesenquimais), vêm sendo consideradas as células mais apropriadas para

transplante com o intuito de se incrementar o reparo ósseo. Dessa forma, as CT derivadas

da MO são aspiradas (juntamente com outras células) e diretamente introduzidas no sítio

4

da lesão óssea mostrando uma técnica simples, de baixo custo e pouca morbidade23.

Estudos morfológicos e imunohistoquímicos visam separar essas células in vitro e utilizá-

las in vivo buscando seu melhor potencial de diferenciação para cada situação específica

de regeneração24.

Os enxertos bio-usinados quando misturados com o aspirado de MO que contém

CT adultas, fornecem um suporte para sustentar a proliferação, diferenciação e maturação

das CT, bem como facilita a angiogênese25. Um estudo em animal avaliou a mistura de

plasma rico em plaquetas com CT mesenquimais associados à flurohidroxiapatita com

intuito de regeneração óssea em defeitos mandibulares. O resultado apresentado foi muito

satisfatório, mostrando um processo de remodelação com uma porcentagem significante

de osso vital, compatíivel com o alcançado com EOA (grupo controle). Além disso, esta

técnica mostrou uma boa formação óssea em apenas 3 meses de maturação da enxertia

óssea.26

A associação do aspirado de MO com bloco de biomaterial pode ativar a

capacidade do corpo de formar novo osso. A técnica de aspiração da MO é menos

invasiva do que a coleta de osso autógeno de um segundo local cirúrgico, oferecendo

resultados previsíveis e baixo custo.27

Além disso, o aspirado de medula óssea autóloga (MOA) associado com algum tipo

de matriz reabsorvível tem propriedades ideais para simular osteoindução, osteocondução

e osteogênese, pois as células-tronco adultas povoam o enxerto com osteoblasto28.

O osso autógeno há muito tempo é considerado o padrão ouro dos materiais de

enxerto ósseo. Contudo, complicações têm sido associadas a procedimentos de coleta de

osso autógeno, dessa forma, o aspirado de MOA pode ser considerado uma nova e boa

alternativa a enxertia óssea. Ele pode ser removido de alguns ossos do corpo e

proporciona uma rica fonte de CT adultas, bem como fatores de crescimento que facilitam

a osteogênese29.

5

Os EOH em bloco associados ao aspirado de MOA e ao plasma rico em plaquetas

originário de centrifugação sanguínea, mostraram linhas de boa formação óssea e a

presença de osteoblastos ao redor das trabéculas ósseas 30.

De acordo com a literatura, tanto em trabalhos clínicos quanto experimentais, pode-

se dizer que a utilização de OHFC, conservado em BTME, é uma alternativa viável para a

reconstrução dos rebordos atróficos, diminuindo a morbidade e riscos inerentes à

abordagem da região doadora dos EOA11,12,13,30. Além disso, apresenta capacidade de

remodelação, incorporação e qualidade que o permite resistir às cargas funcionais quando

da instalação de IO7.

A despeito disso ainda existe uma escassez muito grande na literatura odontológica

em relação a estudos que avaliem a quantidade e qualidade da reconstrução óssea e

osteointegração conquistadas em sítios previamente enxertados com OHFC associado

com MOA.

6

2. OBJETIVOS

Geral

Estudar os enxertos ósseos homólogos frescos congelados associados a medula

óssea autóloga na reconstrução óssea em Odontologia.

Específico

Avaliar o ganho ósseo em espessura e o grau de reabsorção de enxertos ósseos

homólogos frescos congelados, associados ou não à medula óssea autóloga em

humanos.

7

3. MÉTODOS

O projeto de pesquisa número 0579/08 foi apresentado ao Comitê de Ética em

Pesquisa Clínica da EPM-UNIFESP e foi aprovado em 30 de janeiro de 2009. Os

pacientes receberam Carta de Esclarecimento e assinaram Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido. O experimento obedeceu as Diretrizes Internacionais de Pesquisa com

Seres Humanos (CIOMS 2000), a Declaração de Helsinque (2001) e a Resolução do

Conselho Nacional de Saúde para pesquisa com seres humanos e a RDC 33 da ANVISA

para manuseio de descartes biológico humano.

Amostra

Foram selecionados 10 pacientes de ambos os sexos, com idade variando entre 40

e 55 anos, que necessitavam de cirurgia para aumento em espessura do rebordo ósseo

em região anterior de maxila. Cada paciente recebeu dois blocos de osso córtico medular

homólogo fresco congelado proveniente de BTME enxertados em cada um dos lados da

região anterior maxilar, sendo que em cinco pacientes os blocos tiveram a sua porção

medular embebida em medula óssea autóloga, aspirada do próprio paciente e nos outros

cinco pacientes os blocos foram fixados da mesma maneira e na mesma região, porém

sem a utilização de medula óssea autóloga, apresentando portanto, uma amostra de 20

regiões de enxertia a ser avaliada.

8

Critérios de Inclusão:

Pacientes submetidos à extração dos dentes anteriores superiores há pelo menos 2

anos e que necessitavam de cirurgia para aumento em espessura do rebordo ósseo em

região anterior de maxila. Apresentavam bom estado de saúde geral e medidas referentes

à espessura óssea da região anterior de maxila que indicavam a necessidade de cirurgia

para reconstrução óssea em espessura previamente à instalação dos IO.

Foram solicitados exames imaginológicos (tomografias computadorizadas), os

quais indicaram a necessidade do enxerto ósseo e a quantidade de osso a ser enxertada,

devido à pouca espessura óssea que impedia o travamento dos IO naquela região

específica.

Critérios de Exclusão:

1. Pacientes Fumantes;

2. Pacientes Gestantes;

9

3. Pacientes Imunocomprometidos;

4. Pacientes que fazem uso de medicamentos que possam promover uma interação

medicamentosa com os fármacos prescritos no protocolo cirúrgico;

5. Pacientes Diabéticos;

6. Pacientes que não tenham aceitado ler a carta de informação ou assinar o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido.

Procedimentos

Procedimento Pré-Operatório

Após a avaliação clínica e por imagem (Tomografia Computadorizada com cortes

sagitais no local desdentado para avaliação do volume e altura óssea residual por meio do

Programa Dental Scan), foram selecionados os pacientes que apresentaram uma área

desdentada com ausência de 4 dentes em região de maxila superior anterior implicando

na necessidade de reconstrução do rebordo ósseo em espessura. Além disto, foram

realizados exames laboratoriais (hemograma completo, glicemia em jejum e

coagulograma) e elaborados modelos de estudo das áreas desdentadas para avaliação

morfológica dos defeitos.

Para o procedimento cirúrgico de enxertia óssea foi realizado nos pacientes uma

anti-sepsia com Digluconato de Clorexidina a 2 % em região extra oral. Na sequência os

pacientes realizaram bochecho com uma solução de Digluconato de Clorexidina 0,12%.

Procedimento Anestésico

O procedimento de anestesia foi realizado por meio de anestesia local infiltrativa em

fundo de sulco e palatais com Cloridrato de Mepivacaina a 2%.

10

Procedimentos Operatórios

A MO utilizada nos pacientes que fizeram parte do Grupo Experimental foi coletada

por hematologista, imediatamente antes do procedimento operatório. Para esse

procedimento, foi realizada uma anestesia local com cloridrato de lidocaína 2% sem

vasoconstritor e, em seguida, foi feita uma punção no nível da crista ilíaca póstero superior

por meio de uma agulha 40 x 12mm com mandril (Fig. 1).

Figura 1 – Remoção do aspirado de medula óssea.

O volume de retirada do aspirado de MO foi em torno de 4ml, que foi prontamente

misturado em 1ml de heparina. O implante deste tecido medular foi feito em associação ao

bloco de osso homólogo fresco congelado em 10 regiões dos cinco pacientes que

representaram o Grupo Experimental (GE) da pesquisa.

11

Foi realizada uma incisão crestal levemente palatinizada e duas incisões verticais

“relaxantes” com o auxílio de uma lâmina de bisturi n°15C para posterior descolamento

total do retalho muco-perióstico e exposição da região óssea a ser enxertada (Fig. 2).

Figura 2 – Incisão crestal e relaxantes.

12

No local da região receptora do enxerto, foram realizadas pequenas

decorticalizações com o auxílio de uma broca diamantada esférica 1011, para

proporcionar uma maior nutrição ao enxerto ósseo. (Fig. 3).

Figura 3 – Decorticalização da região óssea receptora.

13

O Bloco de Osso Homólogo Fresco Congelado foi descongelado em uma cuba com

Soro Fisiológico Estéril por 30 minutos e esculpido com o auxílio de discos diamantados e

fresas de desgaste do tipo Maxicut (Fig. 4).

Figura 4 – Escultura do bloco ósseo a ser enxertado.

Após escultura desse material, cada bloco foi fixado ao tecido ósseo receptor com

parafusos de fixação de enxerto (Fig. 5).

14

Figura 5 – Fixação dos blocos ósseos ao leito receptor.

Nos pacientes do Grupo Controle (GC), em duas regiões de maxila anterior foram

fixados um total de 10 blocos ósseos córtico medulares e nos outros cinco pacientes do

Grupo Experimental (GE), 10 blocos ósseos córtico medulares foram embebidos em MOA

aspirada do próprio paciente e fixados da mesma forma e na mesma região de maxila

anterior.

15

Nas cirurgias do GE, o aspirado de MO penetrou na região medular do bloco ósseo

(Fig. 6) e também foi aplicado o mesmo material nas decorticalizações do tecido ósseo

receptor.

Figura 6 – Bloco córtico medular impregnado com aspirado de medula.

16

Em seguida foram realizadas incisões no periósteo com o auxílio de uma lâmina de

bisturi n°15C, o que possibilitou soltar-se todo re talho para que a região enxertada ficasse

completamente recoberta por tecido mole depois da sutura. Foi então realizada uma

sutura intercalando ponto simples com pontos do tipo colchoeiro horizontal com fios de

sutura de Nylon n°5.0 (Fig. 7), sendo esta sutura r emovida 10 dias após o procedimento

cirúrgico.

Figura 7 – Sutura realizada.

Procedimentos Pós-Operatório

Os pacientes fizeram uso de antibioticoterapia com Cefalexina 500mg de 8 em 8

horas por um período de 7 dias, Antiinflamatório - Diclofenaco Sódico 50mg de 8 em 8

horas por um período de 3 dias, Analgésico- Paracetamol 750 mg em comprimidos de 6

em 6 horas por 2 dias e uso tópico de Digluconato de Clorexidina 0,12% de 12 em 12

horas por 7 dias.

17

Após o sexto mês de pós–operatório foram realizadas tomografias

computadorizadas com cortes sagitais da região enxertada e anotadas as medidas em

espessura do local enxertado tanto do GC, como do GE. Dessa forma foi possível realizar

uma avaliação tanto do ganho ósseo em espessura após os procedimentos de enxertia

em cada caso, bem como, avaliar também qual dos grupos teve maior ou menor

reabsorção óssea após o período de maturação dos enxertos (Fig. 8 e 9).

Figura 8 – Tomografia Computadorizada antes da realização do enxerto ósseo.

18

Figura 9 – Tomografia Computadorizada 6 meses após a realização do enxerto ósseo.

Segundo Procedimento Operatório

Um modelo de gesso da arcada do paciente foi obtido para a confecção das guias

cirúrgicas para instalação dos implantes osteointegrados.

Os pacientes foram então submetidos a um segundo procedimento operatório onde

foram instalados 4 implantes.

19

Antes da instalação dos IO foi retirado uma amostra óssea com o auxílio de uma

broca trefina de 2mm das regiões onde foram realizados os enxertos ósseos (Fig. 10),

para que assim, fossem confeccionadas as lâminas que deram origem ao estudo

histológico e histomorfométrico da junção osso–enxerto ósseo de todos os 20 sítios.

Dessa forma, foi feita uma comparação histológica e histomorfométrica das regiões onde o

enxerto foi associado à medula óssea autóloga (GE), com as regiões de instalação dos

enxertos de blocos ósseos sem a associação da medula (GC).

Figura 10 – Remoção de biópsia óssea com auxílio de broca trefina.

20

Em seguida, foram fixados os implantes osteointegráveis na região enxertada (Fig.

11) e após 4 meses deste procedimento os pacientes foram reabilitados com próteses

cerâmicas.

Figura 11 – Implantes osteointegrados instalados.

Com as biópsias ósseas obtidas por meio da utilização da broca trefina, foram

confeccionadas no Laboratório de Patologia da EPM-UNIFESP uma lâmina em HE para

cada região enxertada com associação à medula (GE) (Fig. 12) e também para as regiões

de enxertia sem essa associação (GC) (Fig. 13). Essas lâminas foram encaminhadas para

o Departamento de Morfologia da EPM-UNIFESP para a realização da avaliação

histomorfométrica. A captura das imagens histológicas foi realizada com o auxílio de um

sistema computadorizado, constituído por microscópio de luz (Carl Zeiss), adaptado a uma

câmera de alta resolução (Axio Cam MRC da Carl Zeiss) e monitor de vídeo colorido

(Samsung). As medidas foram obtidas utilizando-se o programa de análise de imagens

Axio Vision REL 4.6 da Carl Zeiss (Fig. 14).

21

Figura 12 – Lâmina histológica com avaliação histomorfométrica. (GE)

22

Figura 13 - Lâmina histológica com avaliação histomorfométrica. (GC)

23

Figura 14 - Microscópio de luz (Carl Zeiss), adaptado a uma câmera de alta resolução (Axio Cam

MRC da Carl Zeiss).

Todos os materiais usados na pesquisa: (Kits para fixação dos enxertos ósseos,

parafusos para fixação dos enxertos, kit de implantes osteointegráveis e implantes

osteointegráveis), foram frutos do patrocínio da empresa Kopp Implantes Odontológicos®.

A obtenção do OHFC foi proveniente do Banco de Tecidos UniOss – BTME de

Marília que é devidamente reconhecido pela ANVISA e Ministério da Saúde, além de

seguir todo protocolo da AATB (American Association of Tissue Bank), sendo captado de

doadores vivos e cadáveres, manipulado em sala apropriada (fluxo laminar 100) e

congelado a - 80° C. Os tecidos foram submetidos a testes sorológicos para sífilis, chagas,

HIV (2 testes), Hepatite A, B,C, HTLV-1, cultura para fungos e cultura para bactérias

aeróbias.

Nos pacientes do GE, a coleta de uma pequena quantidade de medula óssea foi

realizada em uma Clínica Hematológica particular situada na Rua Sebastião de Souza,

24

205 - 6° andar, sala 63, na cidade de Campinas. O p rofissional responsável por tal

procedimento foi o Dr. Gustavo de Carvalho Duarte, médico, formado pela Universidade

Estadual de Campinas - UNICAMP e Especialista em Hematologia pela UNICAMP. Essa

clínica conta com total infra-estrutura para a realização de tal procedimento.

As cirurgias de enxertia óssea foram realizadas na clínica particular do Dr. Carlos

Eduardo Sorgi da Costa na cidade de Campinas, Rua Maria Monteiro, 1730 – Sala 5 –

Cambuí.

25

4. RESULTADOS

A análise estatística foi elaborada levando em consideração dois objetivos

principais. São eles:

PARTE I

Comprovar que a utilização de medula óssea autóloga na integração de enxertos

ósseos homólogos oferece um ganho ósseo em espessura maior aos pacientes se

comparado aos enxertos ósseos homólogos frescos congelados não associados à medula

óssea autóloga.

PARTE II

Comprovar que a utilização de medula óssea autóloga na integração de enxertos

ósseos homólogos oferece maior formação de tecido mineralizado (µm2) no período de 6

meses se comparado aos enxertos ósseos homólogos frescos congelados não associados

à medula óssea autóloga.

A primeira parte da análise estatística foi baseada nos dados apresentados na

Tabela 1, conforme apresentado a seguir. Além das medidas de tomografia (mm), são

apresentadas na Tabela 1 a diferença absoluta e a variação percentual observada em

cada um dos grupos, Grupo Experimental (GE) e Grupo Controle (GC), obtidas com as

tomografias computadorizadas realizadas em baseline e após 6 meses da enxertia, tanto

para a maxila do lado direito quanto esquerdo dos pacientes.

Ainda, a Tabela 1 apresenta ao final as estatísticas descritivas para ambos os

grupos estudados.

26

Tabela 1 – Medidas de tomografia (mm), Grupo Experimental (GE) e Grupo Controle (GC),

antes e após 6 meses da cirurgia de instalação dos blocos de enxerto ósseo

na maxila dos pacientes

AntesApós 6

meses

Diferença

absoluta

Variação

%Antes

Após 6

meses

Diferença

absoluta

Variação

%

a b b-a (b/a)-1 a b b-a (b/a)-1

1 3,5 7,0 3,5 100,0% 6 3,0 5,0 2,0 66,7%

2 4,0 8,0 4,0 100,0% 7 4,0 6,5 2,5 62,5%

3 6,5 10,5 4,0 61,5% 8 7,0 8,5 1,5 21,4%

4 3,5 10,0 6,5 185,7% 9 5,0 7,5 2,5 50,0%

5 3,0 9,5 6,5 216,7% 10 4,0 6,5 2,5 62,5%

1 4,0 7,0 3,0 75,0% 6 3,5 6,5 3,0 85,7%

2 5,0 8,0 3,0 60,0% 7 4,5 6,5 2,0 44,4%

3 6,0 11,0 5,0 83,3% 8 7,0 9,0 2,0 28,6%

4 3,5 7,5 4,0 114,3% 9 5,5 7,0 1,5 27,3%

5 3,5 10,0 6,5 185,7% 10 4,0 6,0 2,0 50,0%

Média 4,25 8,85 4,60 118,23% Média 4,75 6,90 2,15 49,91%

Desvio Padrão ± 1,18 ± 1,51 ± 1,43 ± 56,93% Desvio Padrão ± 1,38 ± 1,17 ± 0,47 ± 20,24%

Mediana 3,8 8,8 4,0 100,0% Mediana 4,3 6,5 2,0 50,0%

Mínimo 3,0 7,0 3,0 60,0% Mínimo 3,0 5,0 1,5 21,4%

Máximo 6,5 11,0 6,5 216,7% Máximo 7,0 9,0 3,0 85,7%

N 10 N 10

Paciente # Paciente #

Grupo Controle (GC)Grupo Experimental (GE)

Lad

o d

ire

ito

Lad

o e

squ

erd

o

Lad

o d

ire

ito

Lad

o e

squ

erd

o

Os dados apresentados na Tabela 1 sugerem um resultado a favor da hipótese

inicial. Observamos, por exemplo, que a variação média percentual observada no Grupo

Experimental (118,23%) é bastante elevada em relação à mesma medida observada no

Grupo Controle (49,91%). A análise de todas as demais médias estimadas para cada

grupo estudado nos leva à mesma conclusão preliminar.

O Gráfico 1 apresenta a distribuição dos dados para os grupos estudados nos

exames tomográficos, e reforça a hipótese inicial de que a utilização de medula óssea

autóloga na integração de enxertos ósseos homólogos oferece de fato um maior ganho

ósseo em espessura aos pacientes, indicando portanto menor reabsorção óssea no

período de 6 meses.

27

Grupo ControleGrupo Experimental

7

6

5

4

3

2

1

Medidas de tomografia (mm)

Gráfico 1 – Diferença absoluta (mm) entre as regiões maxilares superiores após 6 meses e antes do enxerto nos Grupos Experimental e Controle. 1

Vale mencionar que não foi observada nenhuma diferença estatisticamente

significante (p-valor > 0,05) entre as medidas de tomografia realizadas na maxila do lado

direito e esquerdo, tanto para o Grupo Experimental (GE) e Grupo Controle (GC),

considerando um nível de significância de 5%. Isso nos permite considerar o conjunto das

medidas independente da lateralidade da maxila, aumentando, assim, a amostra para 10

unidades, conforme apresentado na Tabela 1, e as quais foram utilizadas dessa forma nos

testes a seguir:

1 NOTA: Os pontos em vermelho no gráfico se referem aos dados brutos apresentados pelas tomografias e as barras azuis exibe o intervalo de confiança de 95% das respectivas médias observadas

28

Tabela 2 - Medidas de tomografia (mm) - comparação das médias antes e após 6 meses

da cirurgia nos Grupos Experimental e no Grupo Controle. Teste estatístico de

Wilcoxon

Grupo Experimental Grupo Controle

Antes 4,3 ± 1,2 4,8 ± 1,4

Após 6 meses 8,9 ± 1,5 6,9 ± 1,2

Valor do teste 'Z' -2,820 -2,831

p-valor 0,005 0,005

N 10 10

Conforme esperado, se considerarmos um nível de significância de 5% os valores

do Teste de Wilcoxon apresentados na Tabela 2 confirmam que há evidências suficientes

(estatisticamente significantes, p-valor = 0,005) de que a média em espessura do rebordo

ósseo na região anterior da maxila dos pacientes após 6 meses da cirurgia é diferente

daquela observada nos pacientes antes da cirurgia, tanto para o Grupo Experimental

quanto para o Grupo Controle. Os dados da tabela mostram, ainda, que em ambos os

grupos a média em espessura do rebordo ósseo na região anterior da maxila dos

pacientes é maior após os 6 meses de cirurgia (8,9 e 6,9 mm) se comparado com as

medidas iniciais (4,3 e 4,8 mm), para os Grupos Experimental e Controle,

respectivamente.

O teste a seguir apresenta o resultado final da primeira parte da análise estatística,

onde a hipótese inicial é comprovada (considerando um nível de significância de 5%),

conforme observamos na Tabela 3.

29

Tabela 3 - Medidas de tomografia (mm) - comparação das médias de diferença absoluta e

variação percentual entre o Grupo Experimental e Controle. Teste estatístico

de Mann-Whitney

Grupo Experimental Diferença absoluta Variação %

(b) - (a) [ (b) / (a) ] - 1

Grupo Experimental 4,6 ± 1,4 118,2 ± 56,9

Grupo Controle 2,2 ± 0,5 49,9 ± 20,2

Valor do teste 'Z' -3,742 -3,028

p-valor 0,000 0,002

N 10 10

Os valores do Teste de Mann-Whitney corroboram a hipótese inicial e indicam que,

em ambos os casos, seja na medida de diferença absoluta (p-valor = 0,000) ou de

variação percentual (p-valor = 0,002), existe diferença estatisticamente significante entre o

Grupo Experimental e Controle. Os dados da tabela mostram, ainda, que tanto a diferença

média absoluta de 4,6 mm quanto a variação média percentual de 118,2% observada no

Grupo Experimental é significativamente maior do que as medidas observadas no Grupo

Controle, de 2,2 mm e 49,9%, respectivamente. Estas diferenças podem ser observadas

visualmente no Gráfico 2 e 3 a seguir.

30

Grupo ControleGrupo Experimental

7

6

5

4

3

2

1

Medidas de tomografia (mm)

Gráfico 2 – Box-plot da diferença absoluta (mm) das medidas apresentadas pelas tomografias

computadorizadas após 6 meses e antes do enxerto ósseo nos Grupos

Experimental e Controle.

Grupo ControleGrupo Experimental

200

150

100

50

0

Vairação (em %

)

Gráfico 3 – Box-plot da variação percentual das medidas apresentadas pelas tomografias

computadorizadas após 6 meses e antes do enxerto nos Grupos Experimental e

Controle.

Quartil 3

Mediana

Quartil 1

p-valor = 0,000 Z = -3,742

N = 10

Quartil 3

Mediana

Quartil 1

p-valor = 0,002 Z = -3,028

N = 10

31

PARTE I

Do ponto de vista estatístico e considerando um nível de significância de 5%,

podemos afirmar que encontramos evidências suficientes neste experimento para

acreditar que a utilização de medula óssea autóloga na integração de enxertos ósseos

homólogos oferece realmente um ganho ósseo em espessura maior aos pacientes ou

seja, menor reabsorção se comparado aos enxertos ósseos homólogos frescos

congelados não associados à medula óssea autóloga em um período de avaliação de 6

meses.

A segunda parte da análise estatística foi baseada nos dados apresentados na

Tabela 4 e 5 para o Grupo Experimental (GE) e Grupo Controle (GC), respectivamente,

conforme apresentado a seguir. Além das medidas apresentadas pela histomorfometria

(µm2) de tecidos mineralizados e tecidos não mineralizados, são apresentadas na Tabela

4 e 5 a diferença absoluta e a variação percentual observada em cada um dos grupos

estudados, obtidas com a avaliação da formação óssea após 6 meses da realização do

enxerto, tanto para a maxila do lado direito quanto esquerdo dos pacientes. Ainda, as

tabelas apresentam ao final as estatísticas descritivas para ambos os grupos estudados.

Vale mencionar que os valores apresentados de histomorfometria (µm2) de tecidos

mineralizados e tecidos não mineralizados são complementares entre si, somando juntos

uma área de 100.181,38 µm2, área esta referente à demarcação utilizada na lâmina

histológica para este estudo. Sendo assim, as conclusões alcançadas para qualquer um

dos grupos são as mesmas obtidas para o outro (mantendo a lógica de

complementaridade). Ainda, por se tratar de amostras totalmente dependentes não faz

sentido a realização de testes de comparação entre os resultados obtidos para tecido

mineralizado e os obtidos para tecido não mineralizado.

32

Tabela 4 – Medidas apresentadas pela histomorfometria (µm2) do tecido mineralizado,

Grupo Experimental (GE) e Grupo Controle (GC), após 6 meses da cirurgia de

instalação dos blocos de enxerto ósseo na maxila dos pacientes

G. Controle

(GC)

G. Experimental

(GE)

Diferença

absolutaVariação %

a b b-a (b/a)-1

1 42.048,91 53.048,80 10.999,89 26,2%

2 19.687,10 41.556,76 21.869,66 111,1%

3 47.247,04 70.125,37 22.878,33 48,4%

4 31.149,59 56.174,88 25.025,29 80,3%

5 57.180,02 70.611,96 13.431,94 23,5%

6 34.656,14 65.611,57 30.955,43 89,3%

7 40.618,03 80.585,23 39.967,20 98,4%

8 35.851,21 83.875,02 48.023,81 134,0%

9 43.668,82 52.512,07 8.843,25 20,3%

10 63.064,44 34.071,48 -28.992,96 -46,0%

Média 41.517,13 60.817,31 19.300,18 58,54%

Desvio Padrão ± 12.522,77 ± 16.211,02 ± 21.042,56 ± 53,98%

Mediana 41.333,47 60.893,23 22.374,00 64,4%

Mínimo 19.687,10 34.071,48 -28.992,96 -46,0%

Máximo 63.064,44 83.875,02 48.023,81 134,0%

N 10

Amostra

Tecido mineralizado

Lad

o d

ire

ito

Lad

o e

squ

erd

o

33

Tabela 5 – Medidas apresentadas pela histomorfometria (µm2) do tecido NÃO

mineralizado, Grupo Experimental (GE) e Grupo Controle (GC), após 6 meses

da cirurgia de instalação dos blocos de enxerto ósseo na maxila dos

pacientes.

G. Controle

(GC)

G. Experimental

(GE)

Diferença

absolutaVariação %

a b b-a (b/a)-1

1 58.132,47 47.132,58 -10.999,89 -18,9%

2 80.494,28 58.624,62 -21.869,66 -27,2%

3 52.934,34 30.056,01 -22.878,33 -43,2%

4 69.031,79 44.006,50 -25.025,29 -36,3%

5 43.001,36 29.569,42 -13.431,94 -31,2%

6 65.525,24 34.569,81 -30.955,43 -47,2%

7 59.563,35 19.596,15 -39.967,20 -67,1%

8 64.330,17 16.306,36 -48.023,81 -74,7%

9 56.512,56 47.669,31 -8.843,25 -15,6%

10 37.116,94 66.109,90 28.992,96 78,1%

Média 58.664,25 39.364,07 -19.300,18 -28,33%

Desvio Padrão ± 12.522,77 ± 16.211,02 ± 21.042,56 ± 42,01%

Mediana 58.847,91 39.288,16 -22.374,00 -33,7%

Mínimo 37.116,94 16.306,36 -48.023,81 -74,7%

Máximo 80.494,28 66.109,90 28.992,96 78,1%

N 10

Tecido NÃO mineralizado

Amostra

Lad

o d

ire

ito

Lad

o e

squ

erd

o

Como o interesse principal deste estudo está voltado às medidas observadas de

tecido mineralizado, as análises a seguir são apresentadas considerando os dados da

Tabela 4.

Os dados apresentados na Tabela 4 sugerem também um resultado a favor da

hipótese inicial. Observamos, por exemplo, que a área média de tecido mineralizado

observada no Grupo Experimental (60.817,31 µm2) é maior se comparada com a mesma

medida observada no Grupo Controle (41.517,13). A análise de todas as demais médias

estimadas para cada grupo estudado nos leva também à mesma conclusão preliminar.

O Gráfico 4 apresenta visualmente a distribuição dos dados da avaliação

histomorfométrica coletados para os grupos estudados, e reforça a hipótese inicial de que

a utilização de medula óssea autóloga na integração de enxertos ósseos homólogos

34

oferece de fato uma maior formação de tecido mineralizado aos pacientes em um período

de 6 meses.

Grupo ControleGrupo Experimental

90000

80000

70000

60000

50000

40000

30000

20000

Medidas de histomorfometria (µm2)

Gráfico 4 – Medidas de histomorfometria (µm2) do tecido mineralizado após 6 meses da cirurgia

de instalação dos blocos de enxerto ósseo na maxila dos pacientes nos Grupos

Experimental e Grupo Controle.2

Vale mencionar que não foi observada nenhuma diferença estatisticamente

significante (p-valor > 0,05) entre as medidas de histomorfometria realizadas na maxila do

lado direito e esquerdo, tanto para o Grupo Experimental e Grupo Controle, considerando

um nível de significância de 5%. Isso nos permite considerar o conjunto das medidas

independente da lateralidade da maxila, aumentando, assim, a amostra para 10 unidades,

conforme apresentado na Tabela 4 e 5, e as quais foram utilizadas dessa forma nos testes

a seguir.

2 Os pontos em vermelho no gráfico se referem aos dados brutos apresentados pela histomorfometria e as barras azuis exibem o intervalo de confiança de 95% das respectivas médias observadas.

35

Os seguintes testes estatísticos foram realizados com os dados apresentados na

Tabela 4:

Tabela 6 - Medidas apresentadas pela histomorfometria (µm2) - comparação das médias

entre o Grupo Experimental e Grupo Controle. Teste estatístico de Mann-

Whitney

Grupo Experimental Tecido mineralizado Tecido NÃO mineralizado

Grupo Experimental 60.817,31 ± 16.211,02 39.364,07 ± 16.211,02

Grupo Controle 41.517,13 ± 12.522,77 58.664,25 ± 12.522,77

Valor do teste 'Z' -2,343 -2,343

p-valor 0,019 0,019

N 10 10

Os valores do Teste de Mann-Whitney corroboram a hipótese inicial e indicam que

existe diferença estatisticamente significante (p-valor = 0,019) entre a área média de

tecido mineralizado do Grupo Experimental (60.817,31 µm2) e do Grupo Controle

(41.517,13 µm2), considerando um nível de significância de 5%. Ou seja, podemos afirmar

que a formação de tecido mineralizado foi maior nos pacientes onde foi utilizada medula

óssea autóloga associado aos enxertos ósseos homólogos para reconstrução óssea.

Estas diferenças podem ser observadas visualmente no Gráfico 5 a seguir.

36

Grupo ControleGrupo Experimental

90000

80000

70000

60000

50000

40000

30000

20000

Medidas de histomorfometria (µm2)

Gráfico 5 – Box-plot da área histomorfométrica (µm2) representada por tecido mineralizado entre

os Grupos Experimental e Grupo Controle obtidas após 6 meses de realização do

enxerto ósseo.

PARTE II

Do ponto de vista estatístico e considerando um nível de significância de 5%,

podemos afirmar que encontramos evidências suficientes neste experimento para

acreditar que a utilização de medula óssea autóloga na integração de enxertos ósseos

homólogos oferece realmente maior formação de tecido ósseo mineralizado se comparado

aos enxertos ósseos homólogos frescos congelados não associados à medula óssea

autóloga em um período de 6 meses.

Analogamente, podemos afirmar também que a quantidade de tecido mineralizado

após 6 meses da cirurgia de instalação dos blocos de enxerto ósseo na maxila dos

pacientes é realmente maior nos pacientes em que foi utilizado medula óssea autóloga na

integração de enxertos ósseos homólogos se comparado com os pacientes onde não foi

utilizado medula óssea autóloga.

Quartil 3

Mediana

Quartil 1

p-valor = 0,019 Z = -2,343

N = 10

37

5. DISCUSSÃO

Para uma correta instalação dos IO com o intuito da reconstituição estética e

funcional do paciente, faz-se necessária a presença de TO em quantidade e qualidade

suficientes, permitindo a ancoragem ideal dos implantes2,3,4.

A literatura mostra que uma grande parte da perda óssea alveolar em região

anterior de maxila ocorre nos primeiros 6 meses da exodontia e que, posteriormente, o

processo de reabsorção continua de maneira constante mas lenta 31,32,33. Em trabalho

recente em humanos33, Pelegrine et al 2010, mostraram que o osso alveolar da região dos

dentes anteriores superiores apresenta, em média, 7,4mm em espessura e que, após 6

meses da exodontia, possui apenas 4,9mm. O presente trabalho parece corroborar estas

afirmações já que em todos os pacientes o tempo mínimo da perda dos dentes superiores

anteriores era de 2 anos e foi verificado, em média, uma espessura óssea remanescente

de 4,5mm. O presente estudo também confirmou a presença de maior perda óssea em

espessura às expensas de reabsorção da porção vestibular do rebordo quando

comparada à palatina, já que apenas blocos fixados por vestibular tiveram que ser

utilizados, como também verificado por Peleg et al 201034. Isso corrobora o trabalho de

Pelegrine et al 2010 que demonstraram que, após 6 meses da exodontia de dentes

anteriores superiores, a perda óssea por vestibular é cerca de 3 vezes maior do que a

palatina33.

A rápida perda óssea em espessura na região anterior de maxila pós exodontia

demanda, frequentemente, reconstruções ósseas previamente à instalação de implantes,

a menos que no ato da exodontia tenha-se lançado mão de alguma técnica para

prevenção da perda óssea fisiológica. Para tanto tem-se utilizado diversos tipos de

enxertos ósseos32,35,36. Todos os pacientes abordados no presente estudo demandavam

reconstrução óssea previamente à instalação dos implantes já que em nenhum deles

havia sido utilizada alguma técnica para preservação do rebordo no ato da exodontia.

Enxertos ósseos autógenos de fonte extra-oral ou intra-oral, têm sido muito

utilizados nas reconstruções ósseas com resultados satisfatórios, possibilitando aos

pacientes a reabilitação não somente funcional, mas também estética8,9. Tal enxerto é

38

considerado o padrão ouro para reconstrução óssea, principalmente pelas suas

propriedades osteocondutoras, osteoindutoras e osteogênicas. No entanto, a enxertia

autógena demanda normalmente a necessidade de internação hospitalar, equipe médica e

realização do procedimento sob anestesia geral, apresentando um grande desconforto

para os pacientes, além de acarretar geralmente um custo adicional elevado e maior

morbidade pós operatória7,37,38. Portanto, esse estudo visou propor uma nova alternativa

de regeneração óssea por meio de uma técnica que apresente eficácia em seus

resultados, mostrando um menor custo de procedimento, bem como, um procedimento

cirúrgico mais conservador e menos invasivo aos pacientes.

Nos procedimentos ortopédicos para reconstrução de defeitos em coluna vertebral,

pseudoartroses, artroplastias, reconstruções articulares e na área da oncologia para

reconstruções extensas em pacientes portadores de osteomielites e tumores ósseos, os

enxertos homólogos frescos congelados provenientes de BTME vêm sendo relatados há

muitos anos7 . Na última década, tal procedimento teve sua regulamentação e

padronização para utilização em cirúrgias odontológicas em nosso país, aumentando em

grande número a aplicação da técnica e as pesquisas científicas relacionadas a esse

assunto.

O presente trabalho lançou mão do uso de enxertos homólogos frescos congelados

provenientes de BTME credenciado pelo Ministério da Saúde da República Federativa do

Brasil. A seleção de doadores, captação, processamento, armazenamento e distribuição

dos tecidos seguem normas protocoladas pela Associação Americana de Banco de

Tecidos ( AATB, 1992). Esses biomateriais foram impregnados (GE) ou não (GC) à um

aspirado de MOA, sendo o resultado reconstrutivo avaliado por meio de tomografias

computadorizadas e também histológica/histomorfometricamente. Os escassos estudos

clínicos em humanos sobre o uso de enxerto ósseo homológo fresco congelado também

fizeram uso de material proveniente de BTME processados de acordo com normas

rígidas11,34,38.

No presente estudo a reconstrução óssea, avaliada tomograficamente, mostrou um

ganho significativamente maior no GE (118,23 + 56,93 %) quando comparado ao GC

(49,91 + 20,24 %). O trabalho clínico em humanos de Pelegrine et al 2010 onde também

foi utilizado aspirado MOA porém em alvéolos dentais - com intuito de se prevenir perda

39

óssea ao invés de reconstrução – também obteve melhores resultados no GE do que no

GC (onde nada foi enxertado), com aproximadamente 13% de perda óssea em espessura

no GE e 31 % no GC33.

No entanto, um estudo em coelhos sobre enxertia aposicional com o aspirado de

MOA utilizado sozinho demonstrou que o mesmo não funciona tão bem para esta

situação. Os autores afirmaram que, para isso, seria necessária a presença de paredes

ósseas remanescentes, como por exemplo a de alvéolos dentais39. Portanto, os autores

concluíram que em enxertia aposicional faz-se necessário o uso de biomaterial

mineralizado. Como no presente estudo existia necessidade de enxertia aposicional em

espessura optou-se pelo uso de um biomaterial mineralizado, o EOH, associado ou não ao

aspirado de MOA.

O maior nível de reconstrução óssea verificado tomograficamente no GE do

presente estudo nos leva a especular que a MO possua alguns fatores com potencial de

auxiliar o processo de cicatrização óssea, colaborando para rapidez de revascularização e

neoformação óssea, o que pode contribuir para um menor índice de reabsorção do

enxerto mineralizado. Provavelmente, o uso adjunto do aspirado de MOA resultou no

emprego de um material de enxertia com potencial osteogênico, possibilidade esta

também já evidenciada por Blokhuis et al 200040 em modelo animal, o que em humanos

só vem sendo verificado, até a presente data, com a enxertia óssea autógena na qual as

células formadoras de osso sobrevivem ao procedimento de coleta do osso da região

doadora41.

Existe uma escassez na literatura sobre avaliações histomorfométricas de sítios

submetidos à enxertia óssea associada à terapia celular. No estudo em humanos de

Pelegrine e colaboradores 2010, onde somente o aspirado de medula óssea foi utilizado

em alvéolos dentais (sem qualquer tipo de enxerto mineralizado associado), os autores

encontraram presença de 45% de tecido mineralizado e 55% de tecido não mineralizado.

No GC, onde não se usou a MO, foram encontrados resultados similares, sendo 43% de

tecido mineralizado e 57% de tecido não mineralizado33. Os autores especularam que a

ausência de uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos deveu-se ao fato

de que a técnica proposta, por se tratar de preservação e não de reconstrução óssea,

deveria de fato apresentar características histológicas de osso cicatrizado, não enxertado,

40

até porque nenhum enxerto mineralizado havia sido utilizado33. Entretanto, no presente

estudo, foram obtidas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. No GE

obteve-se 60,7 + 16,18%, de tecido mineralizado versus 41,44 + 12,50% no GC e, com

relação ao tecido não mineralizado, 39,29 + 16,18% no GE versus 58,55 + 12,50% no GC.

Com isso observa-se que o GC do presente estudo obteve resultados semelhantes aos do

GE e GC de Pelegrine et al 2010. Por outro lado, como já havia perda óssea em todos os

casos do presente estudo, fez-se necessário o uso de biomaterial mineralizado para servir

como arcabouço mecânico em enxertia aposicional, seguindo-se o principio da

osteocondução. Isso faz com que o padrão cicatricial seja muito diferente daquele

estudado por Pelegrine et al 2010 que não retratava enxertia aposicional, a despeito do

uso ou não do aspirado de MOA.

Alguns estudos sobre o uso de enxertia óssea autógena em bloco em regiões

maxilares mostraram diferentes percentuais de presença de tecido mineralizado avaliado

histomorfometricamente. Esses percentuais variaram de acordo com a região doadora do

enxerto, sendo de aproximadamente 58% para EOA removido de fonte intra-oral42, 46,6%

para EOA proveniente do ilíaco e 73,4% para EOA proveniente da calota craniana43. No

GC do presente estudo o percentual de presença de tecido mineralizado, que foi de

39,3%, ficou abaixo dos percentuais verificados pela enxertia óssea autógena dos estudos

acima relacionados. Entretanto, o GE, que obteve um percentual de tecido mineralizado

de 60,7%, demonstrou um potencial similar ao da enxertia autógena. Esses resultados nos

leva a especular que o aspirado de MOA promoveu um nível de formação óssea superior

ao de sítios do GC possivelmente devido à presença de CT mesenquimais com

capacidade de diferenciação em osteoblastos. Entretanto, existem outros fatores na MO

que poderiam contribuir para cicatrização óssea, como a presença de outras células e

vários fatores de crescimento44. Não foi observado histologicamente a formação de outro

tecido de origem mesenquimal que não o ósseo, provavelmente porque a diferenciação

das CT mesenquimais ocorre mediante as condições fisiológicas locais, como sugerido

por Gurevitch et al 200345.

Até a presente data não foi verificada a publicação de nenhum estudo clínico

controlado em humanos sobre o uso adjunto de enxertia óssea homóloga com aspirado de

MOA. Apenas um relato de 5 casos clínicos com análise histomorfométrica em enxertia

41

aposicional foi publicado por Soltan et al 2007 mostrando que 54% da região enxertada

estava preenchida por tecido mineralizado, o que é muito próximo dos 60,7% alcançados

no presente estudo27.

A quantidade de tecido não mineralizado avaliada histomorfometricamente foi

menor no GE que no GC. O tecido não mineralizado compreende tecido conjuntivo, vasos

sanguíneos e MO. O estudo em modelo animal de Pelegrine et al 2010 com avaliação dos

mesmos materiais utilizados no presente estudo indicou que, com o aumento do tempo de

espera para cicatrização óssea diminui-se o nível de tecido não mineralizado e aumenta-

se o de tecido mineralizado, possivelmente pela substituição de uma parte de tecido

conjuntivo por tecido ósseo mineralizado39. Com isso especula-se que o uso adjunto do

aspirado de MO acelere o processo cicatricial.

Alguns estudos em modelo animal sugerem que o uso de CT mesenquimais

poderiam também colaborar para um maior nível de osteointegração dos implantes em

titânio23,46,47. No entanto, isso não foi avaliado no presente estudo. Talvez o

acompanhamento clínico e radiográfico à longo prazo de todos os pacientes envolvidos

neste estudo possa nos trazer alguma informação sobre a evolução longitudinal da

osteintegração dos IO instalados nas regiões previamente enxertadas por meio das

técnicas propostas.

As CT contidas no estroma da MO adulta coletadas neste estudo, chamadas de CT

estromais (mesenquimais), vêm sendo consideradas as células mais apropriadas para

transplante com o intuito de se incrementar o reparo ósseo. Dessa forma, estas células

são aspiradas (juntamente com outras células) e diretamente introduzidas no sítio da lesão

óssea mostrando uma técnica simples, de baixo custo e pouca morbidade24,25,26,27. Alguns

estudos sugerem que se as células do aspirado de MOA forem isoladas e concentradas,

esse material poderia potencializar muito o fator indutor, desprezando as outras células

que não participam do processo de regeneração óssea também contidas na medula48.

Isso vem sendo estudado por meio de concentração celular23,49,50 ou por meio de cultura

celular26,30,47,51,52. No entanto, a utilização dessas técnicas ainda não foi testada em

humanos haja visto o custo agregado e a necessidade da espera de alguns dias ou até

mesmo semanas entre a aspiração e reimplantação das células quando optado pela

42

cultura celular, o que requer dois procedimentos cirúrgicos distintos23. Soma-se a isso o

fato de que quanto maior o nível de manipulação celular, maiores as chances de

contaminação e que a MO in natura contém uma série de outros elementos que criam um

ambiente favorável à regeneração o que possivelmente não existe quando do uso

exclusivo das CT mesenquimais. De qualquer forma, a efetividade do uso de terapia

celular mediante a concentração e/ou cultivo in vitro de CT mesenquimais em humanos

ainda não foi realizada.

43

6. CONCLUSÃO

A associação da medula óssea autóloga ao osso homólogo resultou na obtenção

de um maior volume ósseo e apresentou também maior quantidade de tecido mineralizado

quando comparado com enxerto sem associação do aspirado de medula.

44

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Rother ET, Braga MER. Como elaborar sua tese: estrutura e referências. 2ª ed. rev. e

ampl. São Paulo; 2005.

ANEXO 1 – Ficha de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa de Seres Humanos

ANEXO 2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecid o

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, _______________________________________________ , portador(a) do RG de número

_____________________, autorizo o Cirurgião Dentista Carlos Eduardo Sorgi da Costa, matriculado no Programa de

Pós Graduação em Cirurgia e Experimental da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo -

EPM-UNIFESP, a realizar em mim uma cirurgia de enxertia óssea com finalidade de reconstrução de tecido ósseo

atrófico ( reabsorvido ) através da utilização de osso proveniente de banco de tecidos ósseos frescos congelados

associados à aspiração de medula óssea autóloga (retirada do próprio paciente). Sei que essa cirurgia pode ter como risco

a não maturação óssea do enxerto e a possibilidade de uma nova intervenção cirúrgica para a realização de um novo

enxerto ósseo, além disso, ela têm como desconforto edema pós operatório e possível dor se não for seguido

corretamente o protocolo medicamentoso e de repouso. Estou ciente da remoção de uma pequena quantidade do

“tutano” (medula óssea) do osso da minha bacia (ilíaco) para que seja colocado associado ao enxerto ósseo.

Estou ciente também de que, para a remoção da medula óssea, será feito inicialmente uma anestesia local, com

auxílio de uma seringa descartável. Esse procedimento dura apenas alguns minutos e pode gerar um desconforto no local

durante o procedimento de aspiração de uma pequena quantidade da medula óssea.

Fui informado (a) de que, após um período aproximado de 06 meses, será instalado quatro “pinos de titânio”

(implante dental) dentro do osso, no local onde foi feito a cirurgia para reconstrução óssea (ganho ósseo) . Este implante

será instalado mediante a execução de uma anestesia local, semelhante a executada para a realização do enxerto e os

riscos e desconfortos são os mesmos apresentados na outra cirurgia para enxertia óssea.. Após a instalação dos implantes

serão confeccionadas próteses sobre o mesmo para repor a coroa do dente perdido. Sei da necessidade de meu retorno

quando necessário durante todo o período do tratamento proposto.

Todas as dúvidas relativas a esses procedimentos foram esclarecidas no momento da assinatura deste. Esses

procedimentos serão realizados sem qualquer ônus para mim. Serei informado sobre os resultados dos exames coletados,

sendo mantido sigilo e caráter confidencial sobre a minha identidade quando do momento da exposição das conclusões e

da publicação do projeto. Terei acesso, pelos meios abaixo, a contato com os pesquisadores quando assim o desejar.

Autorizo a execução de fotografias e filmagens da minha boca durante a execução dos procedimentos clínicos.

Fica facultada a minha desistência da participação desta pesquisa a qualquer momento que me convir.

Campinas, de de 2010.

_____________________________________

Assinatura/RG – Paciente ou responsável legal

Testemunhas: 1-_______________________ 2-_________________________

Nome do Cirurgião Dentista: Carlos Eduardo Sorgi da Costa – CROSP 79131 / FONE: (19)33852771

Comitê de Ética e Pesquisa – Rua Botucatu 1 Andar Conj. 14 CEP 04023 – 062 São Paulo – SP

Comitê de Ética e Pesquisa – (11) 55711062 – (11) 55397162