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206 Revista de Ciências Agrárias, 2013, 36(2): 206-219 RESUMO O presente estudo caracteriza os efeitos de uma condução típica de rega em olival superintensivo (1,35 x 3,75 m) na região de Évora (Alentejo) e em solo Cambissolo Êutrico. Analisa-se o regime hídrico praticado em dois tratamentos ǰ ǻǼ ę¤ ǻǼǰ ³¨ ³¨ ³ ³¨ǰ Çǰ ¦ ęà hídrico da cultura. Analisam-se os resultados de transpiração potencial do olival obtidos com o modelo de condutância estomática global da copa de Orgaz et al. ǻŘŖŖŝǼ ȃ Ȅ ǻǰ ŗşşŘǼǯ Ȭ se também a possibilidade de prever a transpiração do olival com os valores do índice de vegetação NDVI estimados de assinaturas espectrais do olival, obtidos por detecção remota através dos sensores instalados nos satélites Landsat Thematic Mapper e Terra. ³¨ Ç ǻǼǰ Ç ę¤ ǻǼ ·ę Ç ǰ ³¨ ³¨ ³¨ Ç ǯ · ·ę Ç ǰ ę¤ǯ modelos de Orgaz et al. ǻŘŖŖŝǼ ȃ Ȅ Ȭ £ ¨ prever a transpiração potencial do olival super-intensivo no Alentejo. A baixa correlação entre a transpiração e os valores do índice de vegetação NDVI durante o período de rega inviabiliza a possibilidade de se prever a transpiração do olival · ³¨ ̦ ǯ Palavras-chaveDZ ǰ Olea europaea Rega, Regime hídrico, relações hídricas Efeitos da rega e do regime hídrico em olival super intensivo no Alentejo Effects of irrigation and water regime in super-intensive olive orchard in Alentejo Francisco Lúcio Santos 1, Maria Manuela Correia 1 , Renato Ruas Coelho 1, Adélia Sousa 1, Teresa Afonso do Paço 2 e Luís Santos Pereira 2 1 Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas [ICAAM], Universidade de Évora, Portugal, E-mail: îV#XHYRUDSW DXWKRU IRU correspondence 2 &HQWUR GH (QJHQKDULD GRV %LRVVLVWHPDV %LRV\VWHPV (QJLQHHULQJ >&((5@ 8QLYHUVLGDGH 7«FQLFD GH /LVERD ,QVWLWXWR 6XSHULRU GH $JURQRPLD Lisboa, Portugal Recebido/Received: 2011.09.08 Aceitação/Accepted: 2013.02.01 ABSTRACT ¢ £ ě ¢ ę hedgerow olive orchard (1, 35 x 3,75 m) in the region of Évora, Southern Portugal on a Eutric Cambisol soil (FAO, 1998).   ě ǰ     ǰ a physiological parameter indicator of plant water stress, are analysed. ę ǰ   tree transpiration, stem and leaf water potential and soil water content predominantly towards the end August and September. For the normal irrigation treatment (FI) transpiration values slightly declined for the months of July and ǰ ǯ   ȃ Ȅ Ȭ (Jones, 1992) and bulk canopy conductance model of Orgaz et al. (2007) indicate that once validated they can be used to predict the transpiration of non-stressed hedgerow olive orchards in Alentejo. Predicting transpiration with the remotely ¡ Ĝ     ǯ KeywordsDZ ǰ ǰ Olea europaea, Water Regime, Water Relations

Efeitos da rega e do regime hídrico em olival super ... et al... · Analisa-se o regime hídrico praticado em dois tratamentos ... calcular a evapotranspiração (ou transpiração,

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206 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

R E S U M O

O presente estudo caracteriza os efeitos de uma conduccedilatildeo tiacutepica de rega em olival superintensivo (135 x 375 m) na

regiatildeo de Eacutevora (Alentejo) e em solo Cambissolo Ecircutrico Analisa-se o regime hiacutedrico praticado em dois tratamentos

ȱǰȱȱǻǼȱȱęcurrenȱǻǼǰȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱȱȱȱsup3umlǰȱȱȱȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱbrvbarȱęagraveȱȱȱȱhiacutedrico da cultura Analisam-se os resultados de transpiraccedilatildeo potencial do olival obtidos com o modelo de condutacircncia

estomaacutetica global da copa de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱȱȱȱǻǰȱŗşşŘǼǯȱȬse tambeacutem a possibilidade de prever a transpiraccedilatildeo do olival com os valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI estimados

de assinaturas espectrais do olival obtidos por detecccedilatildeo remota atraveacutes dos sensores instalados nos sateacutelites Landsat

Thematic Mapper e Terra

ȱsup3umlȱȱ ȱCcedilȱȱ ȱȱ ǻǼǰȱ ȱ ȱCcedilȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ ȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱǯȱȱȱȱȱmiddotȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱȱȱȱȱȱȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ȱȱmodelos de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȃȱȄȱȱȬȱȱȱȱpoundȱȱumlȱȱȱȱprever a transpiraccedilatildeo potencial do olival super-intensivo no Alentejo A baixa correlaccedilatildeo entre a transpiraccedilatildeo e os valores

do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI durante o periacuteodo de rega inviabiliza a possibilidade de se prever a transpiraccedilatildeo do olival

middotȱȱsup3umlȱȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱǯȱ

Palavras-chaveDZȱǰȱOlea europaea Rega Regime hiacutedrico relaccedilotildees hiacutedricas

Efeitos da rega e do regime hiacutedrico em olival super intensivo no AlentejoEffects of irrigation and water regime in super-intensive olive orchard in Alentejo

Francisco Luacutecio Santos1 Maria Manuela Correia1 Renato Ruas Coelho1 Adeacutelia Sousa1 Teresa Afonso do Paccedilo2 e Luiacutes Santos Pereira2

1 Instituto de Ciecircncias Agraacuterias e Ambientais Mediterracircnicas [ICAAM] Universidade de Eacutevora Portugal E-mail icircVXHYRUDSWDXWKRUIRUcorrespondence

2 ampHQWURGH(QJHQKDULDGRVLRVVLVWHPDVLRVVWHPV(QJLQHHULQJgtamp((58QLYHUVLGDGH7laquoFQLFDGHLVERDQVWLWXWR6XSHULRUGH$JURQRPLDLisboa Portugal

RecebidoReceived 20110908AceitaccedilatildeoAccepted 20130201

A B S T R A C T

ȱcentȱpoundȱȱěȱȱȱcentȱȱȱȱȱȱȱęȱȱȱȱȱhedgerow olive orchard (1 35 x 375 m) in the region of Eacutevora Southern Portugal on a Eutric Cambisol soil (FAO 1998)

ȱ ȱȱȱȱȱěȱȱȱǰȱȱ ȱȱȱȱȱȱ ȱǰȱa physiological parameter indicator of plant water stress are analysed

ȱęȱȱȱȱȱȱȱǰȱȱ ȱȱȱȱȱȱȱȱȱtree transpiration stem and leaf water potential and soil water content predominantly towards the end August and

September For the normal irrigation treatment (FI) transpiration values slightly declined for the months of July and

ǰȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱ ȱȱȃȱȄȱȱȱȬȱ(Jones 1992) and bulk canopy conductance model of Orgaz et al (2007) indicate that once validated they can be used to

predict the transpiration of non-stressed hedgerow olive orchards in Alentejo Predicting transpiration with the remotely

ȱȱiexclȱȱȱĜȱȱȱȱȱȱȱ ȱȱ ȱǯȱ

KeywordsDZȱǰȱǰȱOlea europaea Water Regime Water Relations

207Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

Introduccedilatildeo

A importacircncia e modernizaccedilatildeo da olivicultura no ȱCcedilȱsup1ȱȱȱȱȱȱlongo dos uacuteltimos anos sendo cada vez maiores as

aacutereas de olival intensivo e super-intensivo plantadas

sobretudo no Alentejo A modernizaccedilatildeo tem-se prin-

cipalmente traduzido na plantaccedilatildeo de novos olivais em sebe regime super-intensivo com espaccedilamentos

muito apertados e na introduccedilatildeo da rega localizada e

mecanizaccedilatildeo das diferentes operaccedilotildees culturais so-

bretudo na poda e na apanha Devido a economias

de escala os custos por unidade de produccedilatildeo satildeo ȱ iexclȱ ȱ ȱ Ȭǰȱ ȱ ȱ iexcl-ȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3ȱȱem regime intensivo e com rega em detrimento do

modo de conduccedilatildeo tradicional com compassos mais

ȱ ȱ ȱ currenȱ ȱ ȱ ȱ ǻȱet al 2007) A oliveira eacute uma cultura estrateacutegica da bacia do mediterracircneo bem adaptada agrave seca e com

sup3aumlȱcurrenȱȱȱumlȱǯȱȱentanto a rega tem provado ser um importante fa-

ȱȱsup3umlǰȱȱȱȱȱȱȱdos frutos (Fernaacutendez 2006 Ramos e Santos 2010) Daiacute ser necessaacuterio mais conhecimento e melhorias na

gestatildeo da rega do olival principalmente no Alentejo regiatildeo de Portugal com escassos recursos hiacutedricos e

com clima acentuadamente mediterracircnico onde os

aumlȱȱȱǰȱȱȱsup3umlȱ Ccedilȱȱmiddotęȱȱumlȱȱȱȱǰȱaumlȱȱ-sidade da rega Face aos aumentos consideraacuteveis de aacuterea regada essencialmente de olival e vinha (INE

2009) uma gestatildeo cuidada das dotaccedilotildees aplicadas

e dos tempos de rega eacute tambeacutem importante para a maximizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos disponiacuteveis Essa

gestatildeo cautelosa eacute tambeacutem necessaacuteria para (Lavee et al 2007) garantir a sustentabilidade do regadio na re-

umlǰȱȱȱęsup1ȱȱȱȱȱaacutegua (Santos et alǰȱŘŖŖŝǼǯȱcurrenȱȱȱęcurrenȱe a sua otimizaccedilatildeo podem ajudar a maximizar essa ęsup1ȱȱȱȱȱȱȱ-

tos e benefiacutecios econoacutemicos das exploraccedilotildees agriacutecolas

(Goldhamer et al 1994 Fereres e Soriano 2007) Sabe-ȱǻȱȱĴǰȱŗşŝŝDzȱȱet alǯǰȱŗşşŞǼȱȱȱsup3umlȱȱȱȱumlȱȱǰȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱconhecimento das necessidades hiacutedricas da cultura

traduzindo-se no conhecimento da evapotranspira-sup3umlȱȱǻǼȱȱȱsup1ȱǻǼȱȱȱȱȱȱ ęagraveȱ ǯȱ ȱ ȱȱ ȱ iexclȱ brvbarȱ ȱ ȱ ȱȱ ǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ yenȱmodelaccedilatildeo com modelos fiacutesicos ou empiacutericos para calcular a evapotranspiraccedilatildeo (ou transpiraccedilatildeo T) das

plantas (Jones 1992 Testi et al 2006 Allen et al 1998 Hamdy 2007) ou para a prever a partir de detecccedilatildeo

remota de assinaturas espectrais das culturas ava-liadas ao longo do ciclo produtivo e convertidas em

iacutendices de vegetaccedilatildeo (Glenn et al 2008 Huete 2004)

ȱȱȬȱȱȱȃȱȄȱȱȬMonteith (Jones 1992) para caracterizar a transpi-

raccedilatildeo potencial do olival em situaccedilatildeo de conforto CcedilǯȱȱȱȱȱȱĚiexclȱȱȱlatente relacionado com a transpiraccedilatildeo e incorpora

currenȱȬagraveȱȱęagraveȱǻǰȱ1992) O coberto vegetal eacute representado por uma ęȱȱȱǻȱȱȱȱȱȃȱȄǼǰȱ poundȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱȱȱȱ ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱcurrenȱ ȱ yenȱ sup3umlǯȱ Ȭȱ ȱo conjunto das condutacircncias estomaacuteticas e aerodi-

brvbarȱ middotȱ ȱ ȱ ȱ ȱuacutenica condutacircncia do coberto g

c determinada neste

estudo com o modelo de Orgaz et al (2007) em vez

da tradicional praacutetica de considerar uma condutacircn-

cia meacutedia das folhas e o iacutendice de aacuterea foliar (Jones 1992 Anderson et al 2000) O modelo proposto por

Orgaz et alǯȱ ǻŘŖŖŝǼǰȱęȱȱȱ-lidado para o olival regado (Testi et al 2006) ba-

Ȭȱȱsup3umlȱȱȱȱȱęsup1ȱȱuso da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa incidente ȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱ-de de plantaccedilatildeo do olival sugerindo o seu uso para o olival super-intensivo Caracterizam-se tambeacutem

os efeitos de uma conduccedilatildeo tiacutepica de rega pratica-

da pelo agricultor em olival super-intensivo (135 x 375 m) na regiatildeo de Eacutevora (Alentejo) e em solo

Cambissolo Ecircutrico (FAO 1998) referida como rega normal (FI) e compara-se com uma conduccedilatildeo de

ȱęcurrenȱǻǼȱǰȱȱȱȱdo caroccedilo das azeitonas apenas se reduz o caudal dos gotejadores de 23 lh para 16 lh mantendo-se

ȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱcom a rega normal FI Analisam-se os efeitos destes

dois tratamentos de rega sobre a transpiraccedilatildeo a hu-

midade do solo e o potencial hiacutedrico um paracircmetro ęagraveȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱcultura Avaliam-se tambeacutem os resultados poten-ciais de transpiraccedilatildeo a obter com regas em regime

de conforto hiacutedrico valores esses resultantes do mo-

delo de condutacircncia estomaacutetica global da copa de Orgaz et alǯȱ ǻŘŖŖŝǼȱ ȱ ȱȱ ȃȱ Ȅȱde Penman Monteith (Monteith 1973 Jones 1992)

O mais usado iacutendice de vegetaccedilatildeo (VI) baseado na

detecccedilatildeo remota das assinaturas espectrais de cul-

turas herbaacuteceas e lenhosas tem sido o Normalized

ěȱ ȱ iexclȱ ǻǼǰȱ ȱ ȱ ȱvez eacute largamente usado na previsatildeo da transpira-

208 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ccedilatildeo das culturas herbaacuteceas e lenhosas (Nagler et al 2005a) Os meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo

ȱȱCcedilȱȱsup3umlȱǻǼȱumlȱęsup3aumlȱȱmiddotȱȱęȱȱǻȱȱĴǰȱ ŗşŝŝDzȱȱ et al 1998) para estimar as ne-

cessidades hiacutedricas e o uso da aacutegua pelas culturas regadas Baseiam-se na correlaccedilatildeo de seacuteries tempo-

rais de mediccedilotildees de VI com seacuteries de mediccedilotildees in loco de ETc ou T para desenvolver uma curva VI-

ETc (VI-Kc) Uma vez calibradas e validadas para

o local essas curvas podem produzir estimativas ȱęȱȱsup3umlȱǻȱ-raccedilatildeo) das culturas (Nagler et al 2005a b Huete 2004 Glenn et al 2008) Neste estudo analisa-se

tambeacutem a possibilidade de prever a transpiraccedilatildeo

do olival super-intensivo com valores do iacutendice de

vegetaccedilatildeo NDVI estimados atraveacutes de assinaturas

espectrais do olival obtidos por detecccedilatildeo remota a partir dos sensores Landsat e MODIS instalados nos sateacutelites Landsat Thematic Mapper e EOS-1 Terra

Finalmente avalia-se o efeito dos dois tratamentos

de rega na produccedilatildeo de azeitonas

Material e Meacutetodos

Local do ensaio

O presente estudo foi realizado na regiatildeo de Eacutevora (Alentejo Portugal) e na Herdade da Zambujeira

num olival super-intensivo de 1976 aacutervores (Olea eu-ropaeaȱǯȱǯȱȁȂǼȱȱȱŘŖŖŜȱȱȱȱaacutervores dispostas no sentido Norte-Sul e num com-

passo de 135 m na linha por 375 m na entrelinha Pertencente agrave empresa Olivais do Sul (38ordm24rsquo4703rsquorsquo

N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) o olival foi submetido de 1 de

maio a 14 de outubro de 2011 a dois regimes de rega ȱȱǻǼǰȱȱȱȱȱcurrenȱȱȱao olival atraveacutes de gotejadores de 23 l h-1 e espaccedila-dos de 075 metros com dotaccedilotildees (calendarizaccedilatildeo e

tempos de rega) sob a responsabilidade da empresa

ǻǼȱȱȱǰȱęcurrenȱǻǼǰȱȱǰȱa partir do endurecimento do caroccedilo dos frutos a

ŗŚȱȱȱȱȱřȱęȱȱcurrenǰȱȱCcedilȱas rampas de rega com gotejadores de 23 l h-1 por

rampas debitando 16 l h-1 mantendo-se os tempos

ȱsup1ȱȱȱȱȱȱȱȱregando-se deste modo ateacute agrave colheita em outubro

Transpiraccedilatildeo e variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas

Para avaliar a transpiraccedilatildeo do olival em cada trata-

mento de rega selecionaram-se 4 aacutervores representa-tivas do olival em cujos troncos foi instalado um sen-

ȱȱĚiexclȱȱȱȱcurrenǯȱȱȱȱĚiexclȱde seiva foram obtidos em intervalos consecutivos de

30 min durante todo o periacuteodo das regas Para o caacutel-culo da transpiraccedilatildeo diaacuteria T do olival em l d-1 usou-

-se o meacutetodo de impulso de calor (CHP) descrito em

Fernaacutendez et al (1996) e Green et alǯȱǻŘŖŖřǼǰȱȱȱȱȱmiddotȱȱĚiexclȱȱȱumlȱȱȱtempo num total de 48 mediccedilotildees por dia A evapo-sup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱȱȱȱȱcalculada com o meacutetodo da FAO-Penman-Monteith

com os procedimentos descritos em Allen et al (1998) Os dados micro-meteoroloacutegicos bem como a preci-pitaccedilatildeo foram obtidos por uma estaccedilatildeo meteoroloacute-gica automaacutetica situada nas proximidades do local

do ensaio Valores meacutedios horaacuterios dos paracircmetros

meteoroloacutegicos velocidade do vento temperatura

do ar radiaccedilatildeo solar precipitaccedilatildeo e humidade rela-

tiva foram medidos e avaliados Valores meacutedios de sup3umlȱCcedilȱȱȱȱřŖȱȱȱum sensor colocado no topo das aacutervores (NrLite net

radiometer Kipp amp Konen Holland) e ligado a um

ȱȱsup3umlȱȱȱǻȱȱȱŗŖǰȱȱęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱ

Humidade e caracteriacutesticas do solo

Para avaliar a humidade do solo na zona molhada dos gotejadores e ao longo da linha e na entrelinha das

aacutervores nos dois tratamentos instalou-se perpendi-cularmente agrave linha das aacutervores dois conjuntos de 4 tu-

bos de acesso agrave sonda TDR (TDR-Trime Imko GmbH

Germany) ateacute 07 m de profundidade e espaccedilados de 020 m 050 m 10 m e 19 m da linha dos gotejadores

O Quadro 1 apresenta as principais caracteriacutesticas fiacute-ǰȱCcedilȱȱbrvbarȱȱȱǰȱagraveȱumlȱoslashǰȱȱǰȱȱĵȱȱȱęȱǻǰȱŗşŝŚǼȱȱǰȱȱsup1-trico (FAO 1998) do local do ensaio obtidas de amos-

ȱȱȱȱȱȱŘȱęȱȱȱlocal (P186 e P187 respectivamente) Mediccedilotildees labora-

ȱȱȱȱȱmiddotȱmiddotȱȱcurrenȱȱȱǻΌǼǰȱȱȱȱȱȱǰȱ

m de 001 MPa (capacidade de campo) era de

0390 m3 m-3 entre 0 e 1820 cm de profundidade e de 0332 m3 m-3 entre 1820 e 3035 cm de profundidade

ȱȱȱȱΌȱȱm

igual a -15 MPa (ponto

de emurchecimento permanente) de 0122 e 0114 m3 m-3 respectivamente

Radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa (PAR) e potencial hiacutedrico da folha e ramo

Para avaliar a intercepccedilatildeo da luz fotossinteticamen-te ativa (PAR) paracircmetro indispensaacutevel para a mo-

209Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

delaccedilatildeo da transpiraccedilatildeo pelo meacutetodo de Orgaz et al (2007) usou-se um conjunto de 8 sensores (Quantum ȬŖŘǰȱpoundĚǰȱǰȱǼȱCcedilȱyenȱpoundȱna banda do visiacutevel (400 ndash 700 nm) Para avaliar a luz incidente colocou-se um sensor QPAR-02 a 4 0 m de altura acima do topo das aacutervores Os restantes des-

ȱȱȱȱȱȱ poundȱ ȱ-sorvida pela copa foram colocados ao niacutevel do solo e

assim distribuiacutedos dois sensores na linha dos goteja-dores a 020 e 0675 m do tronco e 2 conjuntos de ou-tros 3 sensores perpendiculares agrave linha das aacutervores

respectivamente nas direccedilotildees este e oeste e espaccedilados de 020 10 e 188 m do sensor mais proacuteximo do tron-

co Os valores de PAR (μmol m-2 s-1) obtidos foram ȱȱpoundȱȱȱȱsup3umlȱde dados (data logger Campbell CR1000 Campbell

ęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱcurrenȱȱȱȱȱ ȱȱrega mediu-se o potencial hiacutedrico do ramo (Y MPa) ȱȱȱȱȱȱȱpoundȱȱenvolvidos nas duas horas anteriores agraves leituras por

saco de plaacutestico revestido com papel de alumiacutenio (Goldhamer et al 2001) Foram tambeacutem efectuadas

mediccedilotildees de potencial hiacutedrico da folha em folhas de ramos terminais expostos ao sol e agrave sombra As leitu-ras foram ao meio dia solar com o auxiacutelio de uma cacirc-

mara de pressatildeo (PMS Instruments Corvallis USA)

Assinaturas espectrais

Obteve-se as assinaturas espectrais da superfiacute-

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ Ěbrvbarȱ ȱ -

reccedilatildeo atmosfeacuterica atraveacutes dos produtos MODIS

MOD09GQ e MYD09GQ fornecidos pelos senso-ȱ ȱ ȱ middotȱ ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦlpdaacusgsgovaboutciting_lp_daac_and_data) e ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦǯǯȦǛȦFind_DataProducts_and_Data_AvailableTM) res-

pectivamente As bandas MODIS 1 (620-670 nm) e MODIS 2 (841-876 nm) bem como as bandas 3 e 4

do Landsat TM foram posteriormente usadas para avaliar o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI (Normalized ěȱȱ iexclǼǰȱȱ ȱ ȱȱ -ȱsup3umlDZ

(1)

ȱȱȱmiddotȱȱȱȱȱagraveiexclȱȱȱmiddotȱȱȱȱǯȱȱȱȱȬȱȱǯȱŗȱȱvalores das bandas do vermelho e infravermelho

proacuteximos produzindo valores de NDVI pertencen-tes ao intervalo [ndash1 1] com os mais proacuteximos de 1 a indicarem maior absorccedilatildeo na regiatildeo do vermelho

ȱȱęȱȱȱȱȱȱ-ȱĚȱȱumlȱȱȱagraveiexclǰȱdevido agrave estrutura celular e agrave distribuiccedilatildeo angular ȱǰȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱĚbrvbarȱȱǻȱet al 2008)

sup3umlȱęȱȱ

Para avaliar o efeito dos dois regimes hiacutedricos a

25 de outubro de 2011 escolheram-se oito aacutervores

em cada um dos tratamentos incluindo as providas

Quadro 1 ndash Df]bW]dU]gWUfUWhYfgh]WUgZg]WUgYeia]WUgXcgc`cdYfAtilde`D

210 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȬȱȱ-lheita manual dos frutos pelo meacutetodo tradicional de

varejamento Posteriormente avaliou-se a produccedilatildeo ęȱȱȱoslashȱȱagraveȱȱpoundȱǯ

Modelo de Orgaz et al (2007)

O modelo permite o caacutelculo da condutacircncia esto-maacutetica da copa g

c com base na assimilaccedilatildeo de car-

ȱȱȱȱęȱȱsup3umlȱ-

mente ativa e aplica os valores de gc na obtenccedilatildeo

da transpiraccedilatildeo potencial do olival em conforto hiacutedrico (Testi et al 2006 Orgaz et al 2007) atraveacutes ȱȱȃȱȄȱȱȬȱǻǰȱ1992 Monteith 1981)

Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a

temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-

sinteticamente ativa (PAR) bem como a radiaccedilatildeo liacute-ȱȱȱCcedilȱȱȱǰȱȬȱȱvalores horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica da copa

gc e a transpiraccedilatildeo potencial do olival T usando a

seguinte expressatildeo de Penman-Monteith com a con-dutacircncia estomaacutetica g

s a representar a condutivida-

de estomaacutetica das folhas

(2)

ȱȱęȱȱȱǻǰȱ1992 Allen et al 1998) para modelar a transpira-

ccedilatildeo global da copa por substituiccedilatildeo de gs por g

c sem

contudo o modelar para o olival

(3)

ȱȱȱǻȱ-2 d-1Ǽȱmiddotȱȱsup3umlȱCcedilȱȱ-umlȱǰȱȱǻȦŘȦǼȱȱĚiexclȱȱȱȱǰȱC

p ǻȦȦķǼȱȱȱCcedilęȱȱumlȱȱ

ǻŗǰŖŗřiexclŗŖDŽȬřǼǰȱΕa (kgm3) a massa voluacutemica do ar a

pressatildeo constante b (kPaordmC) a constante psicro-

middotȱ ǻŖǰŖŜŝǼǰȱΏȱ ǻȦǼȱȱ ȱ ȱȱ-poundsup3umlǰȱ ȱ ǻȦķǼȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱumlȱȱǰȱ

a

(md) a condutacircncia aerodinacircmica do ar gs (md) a

condutacircncia estomaacutetica das folhas e gc (md) a con-

dutacircncia global da copa

Para o caacutelculo de gc para o olival super-intensivo

usou-se o modelo de caacutelculo da condutacircncia esto-

maacutetica global da copa proposto para o olival inten-

sivo por Orgaz et al (2007) Sendo a taxa de assimi-laccedilatildeo de carbono a incoacutegnita principal do modelo

ȱȱȱȱcurrenȱȱȱę-dos e do conhecimento da atividade fotossinteacutetica

das oliveiras Orgaz et al (2007) utilizam com suces-so um modelo de assimilaccedilatildeo de carbono baseado

ȱęsup1ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱǰȱȱȱȱȱiexclsup3umlȱȱfolhas para a copa e ainda ter em conta a densidade

de plantaccedilatildeo do olival Calcularam-se entatildeo os valo-res de g

cȱȱȱȱȱȱȱȱsup3umlǰ

(4)

ȱȱȱmiddotȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱativa incidente (PAR) interceptada pela copa T

d (ordmC)

a temperatura meacutedia durante o dia solar (Rngt0) Rsp

(W m-2Ǽȱȱsup3umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor durante o dia solar parameteri-zada e validada experimentalmente por Orgaz et al (2007) e (Testi et al 2006) com a formulaccedilatildeo seguinte

ȱȱȱȱΕǰȱǰȱȱpȱȱCcedilȱȱę-

ǰȱȱȱȱsup3umlǯ

(5)

Resultados

brvbarȱcurrenǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor do ar

ȱsup3umlȱmiddotȱȱȱsup1ȱȱǰȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱsup1ǰȱȱȱŜřǰŘȱmm diminuindo progressivamente ateacute setembro

ȱ sup3umlȱ ȱ sup1ȱ ȱ ǰȱ ȱ sup3umlȱem junho foi de 144 mm sendo de 318 e 432 mm em setembro e outubro respectivamente O total

ȱsup3umlȱ ȱ ȱȱȱ sup1ȱ-ȱȱȱsup1ǰȱȱřŖǰŜȱȱȱȱȱe os restantes 12 mm nos seguintes A temperatura

curreniexclȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱȱŘŚȱķǰȱȱas de junho julho e agosto superiores a 30ordmC com

as miacutenimas entre 11 e 16 ordmC A evapotranspiraccedilatildeo ȱsup1ȱmiddotȱcurrenȱȱȱȱŚǰŘȱȱ-1 em

maio e de respectivamente 62 70 55 e 38 mm d-1

nos seguintes meses A Figura 1 apresenta os valo-

ȱcurrenȱȱsup3umlȱ Ccedilȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor de ar (D) para o local do ensaio

ȱ sup3umlȱ CcedilȱȬȱ ǰȱ ȱ-

res sempre proacuteximos de 400 W m-2 durante todo o

T = D ( R n -G ) + r a c p (D ) g aD + g (1 + g a g s

)

T = (R n G ) + a c p ( D )g a + $ (1 + g a g c

)

g c = C p

QR s p D

f (T d )

211Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

periacuteodo de rega de maio a agosto e com ligeiro

Ccedilȱ ȱȱȱsup1ȱȱ ǯȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor manteve-se abaixo de 10 kPa ateacute

ȱsup1ȱȱǰȱȱȱmiddotȱjulho e agosto com valores proacuteximos de 3 kPa A

combinaccedilatildeo de baixa precipitaccedilatildeo e elevados valo-

ȱȱȱȱǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor explicam os elevados valores

ȱsup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱpara os meses de veratildeo tornando a rega indispen-

currenȱȱȱȱȱȱǯ

Evoluccedilatildeo da humidade do solo e do potencial hiacutedrico

A Figura 2 apresenta a evoluccedilatildeo da humidade do

solo no tratamento de rega normal (FI) e ao longo do periacuteodo de rega A humidade eacute elevada (07 a 08 da

aacutegua disponiacutevel total) durante os meses de marccedilo a maio resultante do armazenamento de aacutegua no solo

ocasionado pelas chuvas de inverno e outono dimi-nuindo para os meses de junho a setembro com va-

lores entre 05 e 06 Como previsiacutevel os valores mais

elevados de aacutegua disponiacutevel observam-se para os

tubos 1 e 2 mais proacuteximos da linha de gotejadores

ȱȱȱȱ ȱ yenȱȱȱ ȱafasta dessa linha Os valores de humidade do solo

disponiacuteveis em setembro acompanham a evoluccedilatildeo

ȱȱȱȱumlǰȱĚiexclȱȱȱsup1-

ȱȱȱȱsup1ȱȱȱbrvbarȱȱȱǰȱȱȱȱȱęagraveȱ-ȱȱȱȱǰȱȱȱȱmiddotȱiexclȱȱatividade e cuja precipitaccedilatildeo eacute importante para o

enchimento e preparaccedilatildeo dos frutos para a colhei-

ǯȱȱsup1ȱȱȱsup3umlȱdo armazenamento de aacutegua no solo registou-se um ȱmiddotęȱ ȱ ȱ Ccedilȱȱ ǰȱ -sentado na Figura 3 pelos valores de potencial hiacute-

drico do ramo e folha com os valores do potencial a

acompanharem essa diminuiccedilatildeo caindo para valo-

res proacuteximos de 3 MPa nos meses de julho a setem-

ǰȱȱȱȱȱȱęcurren-ȱǻǼǯȱȱȱȱȱȱpoundȱȱȱvalores mais negativos de potencial hiacutedrico (Sofo et al 2008 Fernandez et al 1997) e recuperar com

os primeiros meses de chuva (Moriana et al 2007) valores abaixo de 3 MPa satildeo considerados como de

stress hiacutedrico (Fernandez et al 1997) com possiacuteveis sup1ȱȱȱsup3umlȱȱ ǯȱȱFigura 4 apresenta a relaccedilatildeo entre a aacutegua utilizaacutevel

e o potencial hiacutedrico da cultura para o tratamento ȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱȱǰȱiexclȱde 05 da aacutegua disponiacutevel total o potencial hiacutedrico ȱ ǰȱ ȱȱȱȱa aacutegua no solo sempre acima de 06 para evitar o

stress hiacutedrico das plantas

Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo transpiraccedilatildeo potencial e rega aplicada

ȱȱ Ccedilȱȱęȱȱȱȱŗȱȱȱȱŝȱde outubro de 2011 e tendo-se iniciado o regime de

ȱęcurrenȱǻǼȱȱŗŚȱȱǰȱȬȱȱCcedil-odo um total de 305 mm de aacutegua no regime de rega

ȱǻǼȱȱŘśśȱȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱtranspiraccedilatildeo das aacutervores durante o periacuteodo foi de

362 mm para o regime de rega normal (FI) 57 mm

ȱȱȱȱ ȱȱ ȱǰȱȱȱȱȱȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱŘśşȱǰȱcom menos 103 mm em relaccedilatildeo agrave transpiraccedilatildeo do regime FI mas com apenas 4 mm de diferenccedila em

relaccedilatildeo agrave aacutegua aplicada com as regas Globalmente

a transpiraccedilatildeo total observada entre 23 de marccedilo

e 7 de outubro foi de 437 mm para a rega FI e 440

mm para a rega DI fruto da mobilizaccedilatildeo de aacutegua das chuvas armazenada no solo para a transpiraccedilatildeo

das aacutervores nos meses de abril e de maio e da maior

capacidade de uso dessa aacutegua pelas aacutervores sob o

Figura 1 ndash 8AtildeWYXYdfYgg~cXYjUdcfhfUWY^UXcYfUX]U~c`ei]XUWY]cbc`cWU`XcYbgU]cXifUbhYcgaYgYgXYaUfcUoutubro de 2011 na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) Monte do Trigo Alentejo

212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no

regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de

aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua

aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das

currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta

a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de

22 de julho a 15 de Setembro

Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a

temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -

Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores

horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa

gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ

os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o

olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como

maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-

ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada

na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm

de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega

normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no

ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-

Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega

Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=

213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T

ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-

ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de

0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI

ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No

Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-

piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no

Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-

ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-

las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo

temporal muito semelhante ao dos valores de TETo

observados com a aplicaccedilatildeo do modelo

Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo

Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de

vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a

outubro os valores permanecem relativamente cons-

tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem

ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo

e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-

mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-

luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime

de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices

NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees

nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca

correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros

Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c

Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$

214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

sup3umlȱę

Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito

aacutervores nos dois tratamento de rega indicando

sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976

currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de

rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime

ęcurrenȱǯȱ

Discussatildeo

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -

ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ

Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado

Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-

ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-

tica global da copa gc controlada principalmente

pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa

incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela

ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos

valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado

Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-

ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada

ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006

Dias-Espejo et al 2007)

Olival Tratamento de rega

Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)

Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()

Super-intensivo (Arbequina)

Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411

Normal FI 947 plusmn 128 a 420

Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua

Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio

Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)

216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados

A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob

condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-

ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-

citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-

res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo

e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da

sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico

inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-

lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no

ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-

ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de

produccedilatildeo observados

Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI

As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-

res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim

os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)

indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de

sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-

ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no

balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-

ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie

obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)

ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)

entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-

piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os

ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo

ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva

de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-

ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto

ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma

curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se

Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-

piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)

ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-

tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a

transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional

e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese

de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo

com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota

Conclusotildees

Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel

217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto

nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-

to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-

-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o

ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e

de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-

-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa

de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo

potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma

vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-

gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-

da com o regime de rega normal FI recomenda-se

ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-

niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-

ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-

ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-

ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo

Agradecimentos

Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de

sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela

Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e

Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-

ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137

refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa

Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios

FYZYfbW]Ug6]V`]c[fzAtildeWUg

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ǰȱ ǯǯȱ ǻŗşŝŚǼȱ Ȭȱ ȱ ęsup3umlȱ ȱ ȱ ȱPortugal - nova versatildeo Boletim de Solos Lisboa

Serviccedilo de Reconhecimento e de Ordenamento

Agraacuterio 17 14-46Diaz-Espejo A Nicolaacutes E e Fernaacutendez JE (2007) -

ȱȱȱěȱȱȱphotosynthetic capacity in olive under drought

Plant Cell and Environment 30 922-933

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207Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

Introduccedilatildeo

A importacircncia e modernizaccedilatildeo da olivicultura no ȱCcedilȱsup1ȱȱȱȱȱȱlongo dos uacuteltimos anos sendo cada vez maiores as

aacutereas de olival intensivo e super-intensivo plantadas

sobretudo no Alentejo A modernizaccedilatildeo tem-se prin-

cipalmente traduzido na plantaccedilatildeo de novos olivais em sebe regime super-intensivo com espaccedilamentos

muito apertados e na introduccedilatildeo da rega localizada e

mecanizaccedilatildeo das diferentes operaccedilotildees culturais so-

bretudo na poda e na apanha Devido a economias

de escala os custos por unidade de produccedilatildeo satildeo ȱ iexclȱ ȱ ȱ Ȭǰȱ ȱ ȱ iexcl-ȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3ȱȱem regime intensivo e com rega em detrimento do

modo de conduccedilatildeo tradicional com compassos mais

ȱ ȱ ȱ currenȱ ȱ ȱ ȱ ǻȱet al 2007) A oliveira eacute uma cultura estrateacutegica da bacia do mediterracircneo bem adaptada agrave seca e com

sup3aumlȱcurrenȱȱȱumlȱǯȱȱentanto a rega tem provado ser um importante fa-

ȱȱsup3umlǰȱȱȱȱȱȱȱdos frutos (Fernaacutendez 2006 Ramos e Santos 2010) Daiacute ser necessaacuterio mais conhecimento e melhorias na

gestatildeo da rega do olival principalmente no Alentejo regiatildeo de Portugal com escassos recursos hiacutedricos e

com clima acentuadamente mediterracircnico onde os

aumlȱȱȱǰȱȱȱsup3umlȱ Ccedilȱȱmiddotęȱȱumlȱȱȱȱǰȱaumlȱȱ-sidade da rega Face aos aumentos consideraacuteveis de aacuterea regada essencialmente de olival e vinha (INE

2009) uma gestatildeo cuidada das dotaccedilotildees aplicadas

e dos tempos de rega eacute tambeacutem importante para a maximizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos disponiacuteveis Essa

gestatildeo cautelosa eacute tambeacutem necessaacuteria para (Lavee et al 2007) garantir a sustentabilidade do regadio na re-

umlǰȱȱȱęsup1ȱȱȱȱȱaacutegua (Santos et alǰȱŘŖŖŝǼǯȱcurrenȱȱȱęcurrenȱe a sua otimizaccedilatildeo podem ajudar a maximizar essa ęsup1ȱȱȱȱȱȱȱ-

tos e benefiacutecios econoacutemicos das exploraccedilotildees agriacutecolas

(Goldhamer et al 1994 Fereres e Soriano 2007) Sabe-ȱǻȱȱĴǰȱŗşŝŝDzȱȱet alǯǰȱŗşşŞǼȱȱȱsup3umlȱȱȱȱumlȱȱǰȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱconhecimento das necessidades hiacutedricas da cultura

traduzindo-se no conhecimento da evapotranspira-sup3umlȱȱǻǼȱȱȱsup1ȱǻǼȱȱȱȱȱȱ ęagraveȱ ǯȱ ȱ ȱȱ ȱ iexclȱ brvbarȱ ȱ ȱ ȱȱ ǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ yenȱmodelaccedilatildeo com modelos fiacutesicos ou empiacutericos para calcular a evapotranspiraccedilatildeo (ou transpiraccedilatildeo T) das

plantas (Jones 1992 Testi et al 2006 Allen et al 1998 Hamdy 2007) ou para a prever a partir de detecccedilatildeo

remota de assinaturas espectrais das culturas ava-liadas ao longo do ciclo produtivo e convertidas em

iacutendices de vegetaccedilatildeo (Glenn et al 2008 Huete 2004)

ȱȱȬȱȱȱȃȱȄȱȱȬMonteith (Jones 1992) para caracterizar a transpi-

raccedilatildeo potencial do olival em situaccedilatildeo de conforto CcedilǯȱȱȱȱȱȱĚiexclȱȱȱlatente relacionado com a transpiraccedilatildeo e incorpora

currenȱȬagraveȱȱęagraveȱǻǰȱ1992) O coberto vegetal eacute representado por uma ęȱȱȱǻȱȱȱȱȱȃȱȄǼǰȱ poundȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱȱȱȱ ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱcurrenȱ ȱ yenȱ sup3umlǯȱ Ȭȱ ȱo conjunto das condutacircncias estomaacuteticas e aerodi-

brvbarȱ middotȱ ȱ ȱ ȱ ȱuacutenica condutacircncia do coberto g

c determinada neste

estudo com o modelo de Orgaz et al (2007) em vez

da tradicional praacutetica de considerar uma condutacircn-

cia meacutedia das folhas e o iacutendice de aacuterea foliar (Jones 1992 Anderson et al 2000) O modelo proposto por

Orgaz et alǯȱ ǻŘŖŖŝǼǰȱęȱȱȱ-lidado para o olival regado (Testi et al 2006) ba-

Ȭȱȱsup3umlȱȱȱȱȱęsup1ȱȱuso da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa incidente ȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱ-de de plantaccedilatildeo do olival sugerindo o seu uso para o olival super-intensivo Caracterizam-se tambeacutem

os efeitos de uma conduccedilatildeo tiacutepica de rega pratica-

da pelo agricultor em olival super-intensivo (135 x 375 m) na regiatildeo de Eacutevora (Alentejo) e em solo

Cambissolo Ecircutrico (FAO 1998) referida como rega normal (FI) e compara-se com uma conduccedilatildeo de

ȱęcurrenȱǻǼȱǰȱȱȱȱdo caroccedilo das azeitonas apenas se reduz o caudal dos gotejadores de 23 lh para 16 lh mantendo-se

ȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱcom a rega normal FI Analisam-se os efeitos destes

dois tratamentos de rega sobre a transpiraccedilatildeo a hu-

midade do solo e o potencial hiacutedrico um paracircmetro ęagraveȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱcultura Avaliam-se tambeacutem os resultados poten-ciais de transpiraccedilatildeo a obter com regas em regime

de conforto hiacutedrico valores esses resultantes do mo-

delo de condutacircncia estomaacutetica global da copa de Orgaz et alǯȱ ǻŘŖŖŝǼȱ ȱ ȱȱ ȃȱ Ȅȱde Penman Monteith (Monteith 1973 Jones 1992)

O mais usado iacutendice de vegetaccedilatildeo (VI) baseado na

detecccedilatildeo remota das assinaturas espectrais de cul-

turas herbaacuteceas e lenhosas tem sido o Normalized

ěȱ ȱ iexclȱ ǻǼǰȱ ȱ ȱ ȱvez eacute largamente usado na previsatildeo da transpira-

208 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ccedilatildeo das culturas herbaacuteceas e lenhosas (Nagler et al 2005a) Os meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo

ȱȱCcedilȱȱsup3umlȱǻǼȱumlȱęsup3aumlȱȱmiddotȱȱęȱȱǻȱȱĴǰȱ ŗşŝŝDzȱȱ et al 1998) para estimar as ne-

cessidades hiacutedricas e o uso da aacutegua pelas culturas regadas Baseiam-se na correlaccedilatildeo de seacuteries tempo-

rais de mediccedilotildees de VI com seacuteries de mediccedilotildees in loco de ETc ou T para desenvolver uma curva VI-

ETc (VI-Kc) Uma vez calibradas e validadas para

o local essas curvas podem produzir estimativas ȱęȱȱsup3umlȱǻȱ-raccedilatildeo) das culturas (Nagler et al 2005a b Huete 2004 Glenn et al 2008) Neste estudo analisa-se

tambeacutem a possibilidade de prever a transpiraccedilatildeo

do olival super-intensivo com valores do iacutendice de

vegetaccedilatildeo NDVI estimados atraveacutes de assinaturas

espectrais do olival obtidos por detecccedilatildeo remota a partir dos sensores Landsat e MODIS instalados nos sateacutelites Landsat Thematic Mapper e EOS-1 Terra

Finalmente avalia-se o efeito dos dois tratamentos

de rega na produccedilatildeo de azeitonas

Material e Meacutetodos

Local do ensaio

O presente estudo foi realizado na regiatildeo de Eacutevora (Alentejo Portugal) e na Herdade da Zambujeira

num olival super-intensivo de 1976 aacutervores (Olea eu-ropaeaȱǯȱǯȱȁȂǼȱȱȱŘŖŖŜȱȱȱȱaacutervores dispostas no sentido Norte-Sul e num com-

passo de 135 m na linha por 375 m na entrelinha Pertencente agrave empresa Olivais do Sul (38ordm24rsquo4703rsquorsquo

N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) o olival foi submetido de 1 de

maio a 14 de outubro de 2011 a dois regimes de rega ȱȱǻǼǰȱȱȱȱȱcurrenȱȱȱao olival atraveacutes de gotejadores de 23 l h-1 e espaccedila-dos de 075 metros com dotaccedilotildees (calendarizaccedilatildeo e

tempos de rega) sob a responsabilidade da empresa

ǻǼȱȱȱǰȱęcurrenȱǻǼǰȱȱǰȱa partir do endurecimento do caroccedilo dos frutos a

ŗŚȱȱȱȱȱřȱęȱȱcurrenǰȱȱCcedilȱas rampas de rega com gotejadores de 23 l h-1 por

rampas debitando 16 l h-1 mantendo-se os tempos

ȱsup1ȱȱȱȱȱȱȱȱregando-se deste modo ateacute agrave colheita em outubro

Transpiraccedilatildeo e variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas

Para avaliar a transpiraccedilatildeo do olival em cada trata-

mento de rega selecionaram-se 4 aacutervores representa-tivas do olival em cujos troncos foi instalado um sen-

ȱȱĚiexclȱȱȱȱcurrenǯȱȱȱȱĚiexclȱde seiva foram obtidos em intervalos consecutivos de

30 min durante todo o periacuteodo das regas Para o caacutel-culo da transpiraccedilatildeo diaacuteria T do olival em l d-1 usou-

-se o meacutetodo de impulso de calor (CHP) descrito em

Fernaacutendez et al (1996) e Green et alǯȱǻŘŖŖřǼǰȱȱȱȱȱmiddotȱȱĚiexclȱȱȱumlȱȱȱtempo num total de 48 mediccedilotildees por dia A evapo-sup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱȱȱȱȱcalculada com o meacutetodo da FAO-Penman-Monteith

com os procedimentos descritos em Allen et al (1998) Os dados micro-meteoroloacutegicos bem como a preci-pitaccedilatildeo foram obtidos por uma estaccedilatildeo meteoroloacute-gica automaacutetica situada nas proximidades do local

do ensaio Valores meacutedios horaacuterios dos paracircmetros

meteoroloacutegicos velocidade do vento temperatura

do ar radiaccedilatildeo solar precipitaccedilatildeo e humidade rela-

tiva foram medidos e avaliados Valores meacutedios de sup3umlȱCcedilȱȱȱȱřŖȱȱȱum sensor colocado no topo das aacutervores (NrLite net

radiometer Kipp amp Konen Holland) e ligado a um

ȱȱsup3umlȱȱȱǻȱȱȱŗŖǰȱȱęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱ

Humidade e caracteriacutesticas do solo

Para avaliar a humidade do solo na zona molhada dos gotejadores e ao longo da linha e na entrelinha das

aacutervores nos dois tratamentos instalou-se perpendi-cularmente agrave linha das aacutervores dois conjuntos de 4 tu-

bos de acesso agrave sonda TDR (TDR-Trime Imko GmbH

Germany) ateacute 07 m de profundidade e espaccedilados de 020 m 050 m 10 m e 19 m da linha dos gotejadores

O Quadro 1 apresenta as principais caracteriacutesticas fiacute-ǰȱCcedilȱȱbrvbarȱȱȱǰȱagraveȱumlȱoslashǰȱȱǰȱȱĵȱȱȱęȱǻǰȱŗşŝŚǼȱȱǰȱȱsup1-trico (FAO 1998) do local do ensaio obtidas de amos-

ȱȱȱȱȱȱŘȱęȱȱȱlocal (P186 e P187 respectivamente) Mediccedilotildees labora-

ȱȱȱȱȱmiddotȱmiddotȱȱcurrenȱȱȱǻΌǼǰȱȱȱȱȱȱǰȱ

m de 001 MPa (capacidade de campo) era de

0390 m3 m-3 entre 0 e 1820 cm de profundidade e de 0332 m3 m-3 entre 1820 e 3035 cm de profundidade

ȱȱȱȱΌȱȱm

igual a -15 MPa (ponto

de emurchecimento permanente) de 0122 e 0114 m3 m-3 respectivamente

Radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa (PAR) e potencial hiacutedrico da folha e ramo

Para avaliar a intercepccedilatildeo da luz fotossinteticamen-te ativa (PAR) paracircmetro indispensaacutevel para a mo-

209Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

delaccedilatildeo da transpiraccedilatildeo pelo meacutetodo de Orgaz et al (2007) usou-se um conjunto de 8 sensores (Quantum ȬŖŘǰȱpoundĚǰȱǰȱǼȱCcedilȱyenȱpoundȱna banda do visiacutevel (400 ndash 700 nm) Para avaliar a luz incidente colocou-se um sensor QPAR-02 a 4 0 m de altura acima do topo das aacutervores Os restantes des-

ȱȱȱȱȱȱ poundȱ ȱ-sorvida pela copa foram colocados ao niacutevel do solo e

assim distribuiacutedos dois sensores na linha dos goteja-dores a 020 e 0675 m do tronco e 2 conjuntos de ou-tros 3 sensores perpendiculares agrave linha das aacutervores

respectivamente nas direccedilotildees este e oeste e espaccedilados de 020 10 e 188 m do sensor mais proacuteximo do tron-

co Os valores de PAR (μmol m-2 s-1) obtidos foram ȱȱpoundȱȱȱȱsup3umlȱde dados (data logger Campbell CR1000 Campbell

ęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱcurrenȱȱȱȱȱ ȱȱrega mediu-se o potencial hiacutedrico do ramo (Y MPa) ȱȱȱȱȱȱȱpoundȱȱenvolvidos nas duas horas anteriores agraves leituras por

saco de plaacutestico revestido com papel de alumiacutenio (Goldhamer et al 2001) Foram tambeacutem efectuadas

mediccedilotildees de potencial hiacutedrico da folha em folhas de ramos terminais expostos ao sol e agrave sombra As leitu-ras foram ao meio dia solar com o auxiacutelio de uma cacirc-

mara de pressatildeo (PMS Instruments Corvallis USA)

Assinaturas espectrais

Obteve-se as assinaturas espectrais da superfiacute-

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ Ěbrvbarȱ ȱ -

reccedilatildeo atmosfeacuterica atraveacutes dos produtos MODIS

MOD09GQ e MYD09GQ fornecidos pelos senso-ȱ ȱ ȱ middotȱ ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦlpdaacusgsgovaboutciting_lp_daac_and_data) e ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦǯǯȦǛȦFind_DataProducts_and_Data_AvailableTM) res-

pectivamente As bandas MODIS 1 (620-670 nm) e MODIS 2 (841-876 nm) bem como as bandas 3 e 4

do Landsat TM foram posteriormente usadas para avaliar o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI (Normalized ěȱȱ iexclǼǰȱȱ ȱ ȱȱ -ȱsup3umlDZ

(1)

ȱȱȱmiddotȱȱȱȱȱagraveiexclȱȱȱmiddotȱȱȱȱǯȱȱȱȱȬȱȱǯȱŗȱȱvalores das bandas do vermelho e infravermelho

proacuteximos produzindo valores de NDVI pertencen-tes ao intervalo [ndash1 1] com os mais proacuteximos de 1 a indicarem maior absorccedilatildeo na regiatildeo do vermelho

ȱȱęȱȱȱȱȱȱ-ȱĚȱȱumlȱȱȱagraveiexclǰȱdevido agrave estrutura celular e agrave distribuiccedilatildeo angular ȱǰȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱĚbrvbarȱȱǻȱet al 2008)

sup3umlȱęȱȱ

Para avaliar o efeito dos dois regimes hiacutedricos a

25 de outubro de 2011 escolheram-se oito aacutervores

em cada um dos tratamentos incluindo as providas

Quadro 1 ndash Df]bW]dU]gWUfUWhYfgh]WUgZg]WUgYeia]WUgXcgc`cdYfAtilde`D

210 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȬȱȱ-lheita manual dos frutos pelo meacutetodo tradicional de

varejamento Posteriormente avaliou-se a produccedilatildeo ęȱȱȱoslashȱȱagraveȱȱpoundȱǯ

Modelo de Orgaz et al (2007)

O modelo permite o caacutelculo da condutacircncia esto-maacutetica da copa g

c com base na assimilaccedilatildeo de car-

ȱȱȱȱęȱȱsup3umlȱ-

mente ativa e aplica os valores de gc na obtenccedilatildeo

da transpiraccedilatildeo potencial do olival em conforto hiacutedrico (Testi et al 2006 Orgaz et al 2007) atraveacutes ȱȱȃȱȄȱȱȬȱǻǰȱ1992 Monteith 1981)

Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a

temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-

sinteticamente ativa (PAR) bem como a radiaccedilatildeo liacute-ȱȱȱCcedilȱȱȱǰȱȬȱȱvalores horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica da copa

gc e a transpiraccedilatildeo potencial do olival T usando a

seguinte expressatildeo de Penman-Monteith com a con-dutacircncia estomaacutetica g

s a representar a condutivida-

de estomaacutetica das folhas

(2)

ȱȱęȱȱȱǻǰȱ1992 Allen et al 1998) para modelar a transpira-

ccedilatildeo global da copa por substituiccedilatildeo de gs por g

c sem

contudo o modelar para o olival

(3)

ȱȱȱǻȱ-2 d-1Ǽȱmiddotȱȱsup3umlȱCcedilȱȱ-umlȱǰȱȱǻȦŘȦǼȱȱĚiexclȱȱȱȱǰȱC

p ǻȦȦķǼȱȱȱCcedilęȱȱumlȱȱ

ǻŗǰŖŗřiexclŗŖDŽȬřǼǰȱΕa (kgm3) a massa voluacutemica do ar a

pressatildeo constante b (kPaordmC) a constante psicro-

middotȱ ǻŖǰŖŜŝǼǰȱΏȱ ǻȦǼȱȱ ȱ ȱȱ-poundsup3umlǰȱ ȱ ǻȦķǼȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱumlȱȱǰȱ

a

(md) a condutacircncia aerodinacircmica do ar gs (md) a

condutacircncia estomaacutetica das folhas e gc (md) a con-

dutacircncia global da copa

Para o caacutelculo de gc para o olival super-intensivo

usou-se o modelo de caacutelculo da condutacircncia esto-

maacutetica global da copa proposto para o olival inten-

sivo por Orgaz et al (2007) Sendo a taxa de assimi-laccedilatildeo de carbono a incoacutegnita principal do modelo

ȱȱȱȱcurrenȱȱȱę-dos e do conhecimento da atividade fotossinteacutetica

das oliveiras Orgaz et al (2007) utilizam com suces-so um modelo de assimilaccedilatildeo de carbono baseado

ȱęsup1ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱǰȱȱȱȱȱiexclsup3umlȱȱfolhas para a copa e ainda ter em conta a densidade

de plantaccedilatildeo do olival Calcularam-se entatildeo os valo-res de g

cȱȱȱȱȱȱȱȱsup3umlǰ

(4)

ȱȱȱmiddotȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱativa incidente (PAR) interceptada pela copa T

d (ordmC)

a temperatura meacutedia durante o dia solar (Rngt0) Rsp

(W m-2Ǽȱȱsup3umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor durante o dia solar parameteri-zada e validada experimentalmente por Orgaz et al (2007) e (Testi et al 2006) com a formulaccedilatildeo seguinte

ȱȱȱȱΕǰȱǰȱȱpȱȱCcedilȱȱę-

ǰȱȱȱȱsup3umlǯ

(5)

Resultados

brvbarȱcurrenǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor do ar

ȱsup3umlȱmiddotȱȱȱsup1ȱȱǰȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱsup1ǰȱȱȱŜřǰŘȱmm diminuindo progressivamente ateacute setembro

ȱ sup3umlȱ ȱ sup1ȱ ȱ ǰȱ ȱ sup3umlȱem junho foi de 144 mm sendo de 318 e 432 mm em setembro e outubro respectivamente O total

ȱsup3umlȱ ȱ ȱȱȱ sup1ȱ-ȱȱȱsup1ǰȱȱřŖǰŜȱȱȱȱȱe os restantes 12 mm nos seguintes A temperatura

curreniexclȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱȱŘŚȱķǰȱȱas de junho julho e agosto superiores a 30ordmC com

as miacutenimas entre 11 e 16 ordmC A evapotranspiraccedilatildeo ȱsup1ȱmiddotȱcurrenȱȱȱȱŚǰŘȱȱ-1 em

maio e de respectivamente 62 70 55 e 38 mm d-1

nos seguintes meses A Figura 1 apresenta os valo-

ȱcurrenȱȱsup3umlȱ Ccedilȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor de ar (D) para o local do ensaio

ȱ sup3umlȱ CcedilȱȬȱ ǰȱ ȱ-

res sempre proacuteximos de 400 W m-2 durante todo o

T = D ( R n -G ) + r a c p (D ) g aD + g (1 + g a g s

)

T = (R n G ) + a c p ( D )g a + $ (1 + g a g c

)

g c = C p

QR s p D

f (T d )

211Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

periacuteodo de rega de maio a agosto e com ligeiro

Ccedilȱ ȱȱȱsup1ȱȱ ǯȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor manteve-se abaixo de 10 kPa ateacute

ȱsup1ȱȱǰȱȱȱmiddotȱjulho e agosto com valores proacuteximos de 3 kPa A

combinaccedilatildeo de baixa precipitaccedilatildeo e elevados valo-

ȱȱȱȱǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor explicam os elevados valores

ȱsup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱpara os meses de veratildeo tornando a rega indispen-

currenȱȱȱȱȱȱǯ

Evoluccedilatildeo da humidade do solo e do potencial hiacutedrico

A Figura 2 apresenta a evoluccedilatildeo da humidade do

solo no tratamento de rega normal (FI) e ao longo do periacuteodo de rega A humidade eacute elevada (07 a 08 da

aacutegua disponiacutevel total) durante os meses de marccedilo a maio resultante do armazenamento de aacutegua no solo

ocasionado pelas chuvas de inverno e outono dimi-nuindo para os meses de junho a setembro com va-

lores entre 05 e 06 Como previsiacutevel os valores mais

elevados de aacutegua disponiacutevel observam-se para os

tubos 1 e 2 mais proacuteximos da linha de gotejadores

ȱȱȱȱ ȱ yenȱȱȱ ȱafasta dessa linha Os valores de humidade do solo

disponiacuteveis em setembro acompanham a evoluccedilatildeo

ȱȱȱȱumlǰȱĚiexclȱȱȱsup1-

ȱȱȱȱsup1ȱȱȱbrvbarȱȱȱǰȱȱȱȱȱęagraveȱ-ȱȱȱȱǰȱȱȱȱmiddotȱiexclȱȱatividade e cuja precipitaccedilatildeo eacute importante para o

enchimento e preparaccedilatildeo dos frutos para a colhei-

ǯȱȱsup1ȱȱȱsup3umlȱdo armazenamento de aacutegua no solo registou-se um ȱmiddotęȱ ȱ ȱ Ccedilȱȱ ǰȱ -sentado na Figura 3 pelos valores de potencial hiacute-

drico do ramo e folha com os valores do potencial a

acompanharem essa diminuiccedilatildeo caindo para valo-

res proacuteximos de 3 MPa nos meses de julho a setem-

ǰȱȱȱȱȱȱęcurren-ȱǻǼǯȱȱȱȱȱȱpoundȱȱȱvalores mais negativos de potencial hiacutedrico (Sofo et al 2008 Fernandez et al 1997) e recuperar com

os primeiros meses de chuva (Moriana et al 2007) valores abaixo de 3 MPa satildeo considerados como de

stress hiacutedrico (Fernandez et al 1997) com possiacuteveis sup1ȱȱȱsup3umlȱȱ ǯȱȱFigura 4 apresenta a relaccedilatildeo entre a aacutegua utilizaacutevel

e o potencial hiacutedrico da cultura para o tratamento ȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱȱǰȱiexclȱde 05 da aacutegua disponiacutevel total o potencial hiacutedrico ȱ ǰȱ ȱȱȱȱa aacutegua no solo sempre acima de 06 para evitar o

stress hiacutedrico das plantas

Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo transpiraccedilatildeo potencial e rega aplicada

ȱȱ Ccedilȱȱęȱȱȱȱŗȱȱȱȱŝȱde outubro de 2011 e tendo-se iniciado o regime de

ȱęcurrenȱǻǼȱȱŗŚȱȱǰȱȬȱȱCcedil-odo um total de 305 mm de aacutegua no regime de rega

ȱǻǼȱȱŘśśȱȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱtranspiraccedilatildeo das aacutervores durante o periacuteodo foi de

362 mm para o regime de rega normal (FI) 57 mm

ȱȱȱȱ ȱȱ ȱǰȱȱȱȱȱȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱŘśşȱǰȱcom menos 103 mm em relaccedilatildeo agrave transpiraccedilatildeo do regime FI mas com apenas 4 mm de diferenccedila em

relaccedilatildeo agrave aacutegua aplicada com as regas Globalmente

a transpiraccedilatildeo total observada entre 23 de marccedilo

e 7 de outubro foi de 437 mm para a rega FI e 440

mm para a rega DI fruto da mobilizaccedilatildeo de aacutegua das chuvas armazenada no solo para a transpiraccedilatildeo

das aacutervores nos meses de abril e de maio e da maior

capacidade de uso dessa aacutegua pelas aacutervores sob o

Figura 1 ndash 8AtildeWYXYdfYgg~cXYjUdcfhfUWY^UXcYfUX]U~c`ei]XUWY]cbc`cWU`XcYbgU]cXifUbhYcgaYgYgXYaUfcUoutubro de 2011 na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) Monte do Trigo Alentejo

212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no

regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de

aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua

aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das

currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta

a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de

22 de julho a 15 de Setembro

Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a

temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -

Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores

horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa

gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ

os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o

olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como

maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-

ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada

na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm

de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega

normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no

ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-

Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega

Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=

213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T

ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-

ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de

0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI

ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No

Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-

piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no

Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-

ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-

las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo

temporal muito semelhante ao dos valores de TETo

observados com a aplicaccedilatildeo do modelo

Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo

Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de

vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a

outubro os valores permanecem relativamente cons-

tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem

ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo

e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-

mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-

luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime

de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices

NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees

nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca

correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros

Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c

Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$

214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

sup3umlȱę

Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito

aacutervores nos dois tratamento de rega indicando

sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976

currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de

rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime

ęcurrenȱǯȱ

Discussatildeo

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -

ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ

Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado

Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-

ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-

tica global da copa gc controlada principalmente

pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa

incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela

ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos

valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado

Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-

ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada

ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006

Dias-Espejo et al 2007)

Olival Tratamento de rega

Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)

Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()

Super-intensivo (Arbequina)

Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411

Normal FI 947 plusmn 128 a 420

Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua

Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio

Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)

216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados

A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob

condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-

ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-

citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-

res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo

e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da

sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico

inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-

lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no

ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-

ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de

produccedilatildeo observados

Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI

As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-

res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim

os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)

indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de

sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-

ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no

balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-

ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie

obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)

ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)

entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-

piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os

ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo

ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva

de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-

ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto

ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma

curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se

Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-

piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)

ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-

tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a

transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional

e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese

de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo

com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota

Conclusotildees

Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel

217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto

nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-

to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-

-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o

ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e

de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-

-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa

de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo

potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma

vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-

gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-

da com o regime de rega normal FI recomenda-se

ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-

niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-

ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-

ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-

ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo

Agradecimentos

Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de

sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela

Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e

Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-

ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137

refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa

Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios

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219Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

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ȱǰȱǯǯȱǻŗşŞŖǼȱȬȱȱȱȱ-tion for predicting the hydraulic conductivity of

unsaturated soils Soil Science Society of America Journal 44 892-898

208 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ccedilatildeo das culturas herbaacuteceas e lenhosas (Nagler et al 2005a) Os meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo

ȱȱCcedilȱȱsup3umlȱǻǼȱumlȱęsup3aumlȱȱmiddotȱȱęȱȱǻȱȱĴǰȱ ŗşŝŝDzȱȱ et al 1998) para estimar as ne-

cessidades hiacutedricas e o uso da aacutegua pelas culturas regadas Baseiam-se na correlaccedilatildeo de seacuteries tempo-

rais de mediccedilotildees de VI com seacuteries de mediccedilotildees in loco de ETc ou T para desenvolver uma curva VI-

ETc (VI-Kc) Uma vez calibradas e validadas para

o local essas curvas podem produzir estimativas ȱęȱȱsup3umlȱǻȱ-raccedilatildeo) das culturas (Nagler et al 2005a b Huete 2004 Glenn et al 2008) Neste estudo analisa-se

tambeacutem a possibilidade de prever a transpiraccedilatildeo

do olival super-intensivo com valores do iacutendice de

vegetaccedilatildeo NDVI estimados atraveacutes de assinaturas

espectrais do olival obtidos por detecccedilatildeo remota a partir dos sensores Landsat e MODIS instalados nos sateacutelites Landsat Thematic Mapper e EOS-1 Terra

Finalmente avalia-se o efeito dos dois tratamentos

de rega na produccedilatildeo de azeitonas

Material e Meacutetodos

Local do ensaio

O presente estudo foi realizado na regiatildeo de Eacutevora (Alentejo Portugal) e na Herdade da Zambujeira

num olival super-intensivo de 1976 aacutervores (Olea eu-ropaeaȱǯȱǯȱȁȂǼȱȱȱŘŖŖŜȱȱȱȱaacutervores dispostas no sentido Norte-Sul e num com-

passo de 135 m na linha por 375 m na entrelinha Pertencente agrave empresa Olivais do Sul (38ordm24rsquo4703rsquorsquo

N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) o olival foi submetido de 1 de

maio a 14 de outubro de 2011 a dois regimes de rega ȱȱǻǼǰȱȱȱȱȱcurrenȱȱȱao olival atraveacutes de gotejadores de 23 l h-1 e espaccedila-dos de 075 metros com dotaccedilotildees (calendarizaccedilatildeo e

tempos de rega) sob a responsabilidade da empresa

ǻǼȱȱȱǰȱęcurrenȱǻǼǰȱȱǰȱa partir do endurecimento do caroccedilo dos frutos a

ŗŚȱȱȱȱȱřȱęȱȱcurrenǰȱȱCcedilȱas rampas de rega com gotejadores de 23 l h-1 por

rampas debitando 16 l h-1 mantendo-se os tempos

ȱsup1ȱȱȱȱȱȱȱȱregando-se deste modo ateacute agrave colheita em outubro

Transpiraccedilatildeo e variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas

Para avaliar a transpiraccedilatildeo do olival em cada trata-

mento de rega selecionaram-se 4 aacutervores representa-tivas do olival em cujos troncos foi instalado um sen-

ȱȱĚiexclȱȱȱȱcurrenǯȱȱȱȱĚiexclȱde seiva foram obtidos em intervalos consecutivos de

30 min durante todo o periacuteodo das regas Para o caacutel-culo da transpiraccedilatildeo diaacuteria T do olival em l d-1 usou-

-se o meacutetodo de impulso de calor (CHP) descrito em

Fernaacutendez et al (1996) e Green et alǯȱǻŘŖŖřǼǰȱȱȱȱȱmiddotȱȱĚiexclȱȱȱumlȱȱȱtempo num total de 48 mediccedilotildees por dia A evapo-sup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱȱȱȱȱcalculada com o meacutetodo da FAO-Penman-Monteith

com os procedimentos descritos em Allen et al (1998) Os dados micro-meteoroloacutegicos bem como a preci-pitaccedilatildeo foram obtidos por uma estaccedilatildeo meteoroloacute-gica automaacutetica situada nas proximidades do local

do ensaio Valores meacutedios horaacuterios dos paracircmetros

meteoroloacutegicos velocidade do vento temperatura

do ar radiaccedilatildeo solar precipitaccedilatildeo e humidade rela-

tiva foram medidos e avaliados Valores meacutedios de sup3umlȱCcedilȱȱȱȱřŖȱȱȱum sensor colocado no topo das aacutervores (NrLite net

radiometer Kipp amp Konen Holland) e ligado a um

ȱȱsup3umlȱȱȱǻȱȱȱŗŖǰȱȱęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱ

Humidade e caracteriacutesticas do solo

Para avaliar a humidade do solo na zona molhada dos gotejadores e ao longo da linha e na entrelinha das

aacutervores nos dois tratamentos instalou-se perpendi-cularmente agrave linha das aacutervores dois conjuntos de 4 tu-

bos de acesso agrave sonda TDR (TDR-Trime Imko GmbH

Germany) ateacute 07 m de profundidade e espaccedilados de 020 m 050 m 10 m e 19 m da linha dos gotejadores

O Quadro 1 apresenta as principais caracteriacutesticas fiacute-ǰȱCcedilȱȱbrvbarȱȱȱǰȱagraveȱumlȱoslashǰȱȱǰȱȱĵȱȱȱęȱǻǰȱŗşŝŚǼȱȱǰȱȱsup1-trico (FAO 1998) do local do ensaio obtidas de amos-

ȱȱȱȱȱȱŘȱęȱȱȱlocal (P186 e P187 respectivamente) Mediccedilotildees labora-

ȱȱȱȱȱmiddotȱmiddotȱȱcurrenȱȱȱǻΌǼǰȱȱȱȱȱȱǰȱ

m de 001 MPa (capacidade de campo) era de

0390 m3 m-3 entre 0 e 1820 cm de profundidade e de 0332 m3 m-3 entre 1820 e 3035 cm de profundidade

ȱȱȱȱΌȱȱm

igual a -15 MPa (ponto

de emurchecimento permanente) de 0122 e 0114 m3 m-3 respectivamente

Radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa (PAR) e potencial hiacutedrico da folha e ramo

Para avaliar a intercepccedilatildeo da luz fotossinteticamen-te ativa (PAR) paracircmetro indispensaacutevel para a mo-

209Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

delaccedilatildeo da transpiraccedilatildeo pelo meacutetodo de Orgaz et al (2007) usou-se um conjunto de 8 sensores (Quantum ȬŖŘǰȱpoundĚǰȱǰȱǼȱCcedilȱyenȱpoundȱna banda do visiacutevel (400 ndash 700 nm) Para avaliar a luz incidente colocou-se um sensor QPAR-02 a 4 0 m de altura acima do topo das aacutervores Os restantes des-

ȱȱȱȱȱȱ poundȱ ȱ-sorvida pela copa foram colocados ao niacutevel do solo e

assim distribuiacutedos dois sensores na linha dos goteja-dores a 020 e 0675 m do tronco e 2 conjuntos de ou-tros 3 sensores perpendiculares agrave linha das aacutervores

respectivamente nas direccedilotildees este e oeste e espaccedilados de 020 10 e 188 m do sensor mais proacuteximo do tron-

co Os valores de PAR (μmol m-2 s-1) obtidos foram ȱȱpoundȱȱȱȱsup3umlȱde dados (data logger Campbell CR1000 Campbell

ęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱcurrenȱȱȱȱȱ ȱȱrega mediu-se o potencial hiacutedrico do ramo (Y MPa) ȱȱȱȱȱȱȱpoundȱȱenvolvidos nas duas horas anteriores agraves leituras por

saco de plaacutestico revestido com papel de alumiacutenio (Goldhamer et al 2001) Foram tambeacutem efectuadas

mediccedilotildees de potencial hiacutedrico da folha em folhas de ramos terminais expostos ao sol e agrave sombra As leitu-ras foram ao meio dia solar com o auxiacutelio de uma cacirc-

mara de pressatildeo (PMS Instruments Corvallis USA)

Assinaturas espectrais

Obteve-se as assinaturas espectrais da superfiacute-

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ Ěbrvbarȱ ȱ -

reccedilatildeo atmosfeacuterica atraveacutes dos produtos MODIS

MOD09GQ e MYD09GQ fornecidos pelos senso-ȱ ȱ ȱ middotȱ ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦlpdaacusgsgovaboutciting_lp_daac_and_data) e ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦǯǯȦǛȦFind_DataProducts_and_Data_AvailableTM) res-

pectivamente As bandas MODIS 1 (620-670 nm) e MODIS 2 (841-876 nm) bem como as bandas 3 e 4

do Landsat TM foram posteriormente usadas para avaliar o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI (Normalized ěȱȱ iexclǼǰȱȱ ȱ ȱȱ -ȱsup3umlDZ

(1)

ȱȱȱmiddotȱȱȱȱȱagraveiexclȱȱȱmiddotȱȱȱȱǯȱȱȱȱȬȱȱǯȱŗȱȱvalores das bandas do vermelho e infravermelho

proacuteximos produzindo valores de NDVI pertencen-tes ao intervalo [ndash1 1] com os mais proacuteximos de 1 a indicarem maior absorccedilatildeo na regiatildeo do vermelho

ȱȱęȱȱȱȱȱȱ-ȱĚȱȱumlȱȱȱagraveiexclǰȱdevido agrave estrutura celular e agrave distribuiccedilatildeo angular ȱǰȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱĚbrvbarȱȱǻȱet al 2008)

sup3umlȱęȱȱ

Para avaliar o efeito dos dois regimes hiacutedricos a

25 de outubro de 2011 escolheram-se oito aacutervores

em cada um dos tratamentos incluindo as providas

Quadro 1 ndash Df]bW]dU]gWUfUWhYfgh]WUgZg]WUgYeia]WUgXcgc`cdYfAtilde`D

210 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȬȱȱ-lheita manual dos frutos pelo meacutetodo tradicional de

varejamento Posteriormente avaliou-se a produccedilatildeo ęȱȱȱoslashȱȱagraveȱȱpoundȱǯ

Modelo de Orgaz et al (2007)

O modelo permite o caacutelculo da condutacircncia esto-maacutetica da copa g

c com base na assimilaccedilatildeo de car-

ȱȱȱȱęȱȱsup3umlȱ-

mente ativa e aplica os valores de gc na obtenccedilatildeo

da transpiraccedilatildeo potencial do olival em conforto hiacutedrico (Testi et al 2006 Orgaz et al 2007) atraveacutes ȱȱȃȱȄȱȱȬȱǻǰȱ1992 Monteith 1981)

Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a

temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-

sinteticamente ativa (PAR) bem como a radiaccedilatildeo liacute-ȱȱȱCcedilȱȱȱǰȱȬȱȱvalores horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica da copa

gc e a transpiraccedilatildeo potencial do olival T usando a

seguinte expressatildeo de Penman-Monteith com a con-dutacircncia estomaacutetica g

s a representar a condutivida-

de estomaacutetica das folhas

(2)

ȱȱęȱȱȱǻǰȱ1992 Allen et al 1998) para modelar a transpira-

ccedilatildeo global da copa por substituiccedilatildeo de gs por g

c sem

contudo o modelar para o olival

(3)

ȱȱȱǻȱ-2 d-1Ǽȱmiddotȱȱsup3umlȱCcedilȱȱ-umlȱǰȱȱǻȦŘȦǼȱȱĚiexclȱȱȱȱǰȱC

p ǻȦȦķǼȱȱȱCcedilęȱȱumlȱȱ

ǻŗǰŖŗřiexclŗŖDŽȬřǼǰȱΕa (kgm3) a massa voluacutemica do ar a

pressatildeo constante b (kPaordmC) a constante psicro-

middotȱ ǻŖǰŖŜŝǼǰȱΏȱ ǻȦǼȱȱ ȱ ȱȱ-poundsup3umlǰȱ ȱ ǻȦķǼȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱumlȱȱǰȱ

a

(md) a condutacircncia aerodinacircmica do ar gs (md) a

condutacircncia estomaacutetica das folhas e gc (md) a con-

dutacircncia global da copa

Para o caacutelculo de gc para o olival super-intensivo

usou-se o modelo de caacutelculo da condutacircncia esto-

maacutetica global da copa proposto para o olival inten-

sivo por Orgaz et al (2007) Sendo a taxa de assimi-laccedilatildeo de carbono a incoacutegnita principal do modelo

ȱȱȱȱcurrenȱȱȱę-dos e do conhecimento da atividade fotossinteacutetica

das oliveiras Orgaz et al (2007) utilizam com suces-so um modelo de assimilaccedilatildeo de carbono baseado

ȱęsup1ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱǰȱȱȱȱȱiexclsup3umlȱȱfolhas para a copa e ainda ter em conta a densidade

de plantaccedilatildeo do olival Calcularam-se entatildeo os valo-res de g

cȱȱȱȱȱȱȱȱsup3umlǰ

(4)

ȱȱȱmiddotȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱativa incidente (PAR) interceptada pela copa T

d (ordmC)

a temperatura meacutedia durante o dia solar (Rngt0) Rsp

(W m-2Ǽȱȱsup3umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor durante o dia solar parameteri-zada e validada experimentalmente por Orgaz et al (2007) e (Testi et al 2006) com a formulaccedilatildeo seguinte

ȱȱȱȱΕǰȱǰȱȱpȱȱCcedilȱȱę-

ǰȱȱȱȱsup3umlǯ

(5)

Resultados

brvbarȱcurrenǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor do ar

ȱsup3umlȱmiddotȱȱȱsup1ȱȱǰȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱsup1ǰȱȱȱŜřǰŘȱmm diminuindo progressivamente ateacute setembro

ȱ sup3umlȱ ȱ sup1ȱ ȱ ǰȱ ȱ sup3umlȱem junho foi de 144 mm sendo de 318 e 432 mm em setembro e outubro respectivamente O total

ȱsup3umlȱ ȱ ȱȱȱ sup1ȱ-ȱȱȱsup1ǰȱȱřŖǰŜȱȱȱȱȱe os restantes 12 mm nos seguintes A temperatura

curreniexclȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱȱŘŚȱķǰȱȱas de junho julho e agosto superiores a 30ordmC com

as miacutenimas entre 11 e 16 ordmC A evapotranspiraccedilatildeo ȱsup1ȱmiddotȱcurrenȱȱȱȱŚǰŘȱȱ-1 em

maio e de respectivamente 62 70 55 e 38 mm d-1

nos seguintes meses A Figura 1 apresenta os valo-

ȱcurrenȱȱsup3umlȱ Ccedilȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor de ar (D) para o local do ensaio

ȱ sup3umlȱ CcedilȱȬȱ ǰȱ ȱ-

res sempre proacuteximos de 400 W m-2 durante todo o

T = D ( R n -G ) + r a c p (D ) g aD + g (1 + g a g s

)

T = (R n G ) + a c p ( D )g a + $ (1 + g a g c

)

g c = C p

QR s p D

f (T d )

211Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

periacuteodo de rega de maio a agosto e com ligeiro

Ccedilȱ ȱȱȱsup1ȱȱ ǯȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor manteve-se abaixo de 10 kPa ateacute

ȱsup1ȱȱǰȱȱȱmiddotȱjulho e agosto com valores proacuteximos de 3 kPa A

combinaccedilatildeo de baixa precipitaccedilatildeo e elevados valo-

ȱȱȱȱǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor explicam os elevados valores

ȱsup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱpara os meses de veratildeo tornando a rega indispen-

currenȱȱȱȱȱȱǯ

Evoluccedilatildeo da humidade do solo e do potencial hiacutedrico

A Figura 2 apresenta a evoluccedilatildeo da humidade do

solo no tratamento de rega normal (FI) e ao longo do periacuteodo de rega A humidade eacute elevada (07 a 08 da

aacutegua disponiacutevel total) durante os meses de marccedilo a maio resultante do armazenamento de aacutegua no solo

ocasionado pelas chuvas de inverno e outono dimi-nuindo para os meses de junho a setembro com va-

lores entre 05 e 06 Como previsiacutevel os valores mais

elevados de aacutegua disponiacutevel observam-se para os

tubos 1 e 2 mais proacuteximos da linha de gotejadores

ȱȱȱȱ ȱ yenȱȱȱ ȱafasta dessa linha Os valores de humidade do solo

disponiacuteveis em setembro acompanham a evoluccedilatildeo

ȱȱȱȱumlǰȱĚiexclȱȱȱsup1-

ȱȱȱȱsup1ȱȱȱbrvbarȱȱȱǰȱȱȱȱȱęagraveȱ-ȱȱȱȱǰȱȱȱȱmiddotȱiexclȱȱatividade e cuja precipitaccedilatildeo eacute importante para o

enchimento e preparaccedilatildeo dos frutos para a colhei-

ǯȱȱsup1ȱȱȱsup3umlȱdo armazenamento de aacutegua no solo registou-se um ȱmiddotęȱ ȱ ȱ Ccedilȱȱ ǰȱ -sentado na Figura 3 pelos valores de potencial hiacute-

drico do ramo e folha com os valores do potencial a

acompanharem essa diminuiccedilatildeo caindo para valo-

res proacuteximos de 3 MPa nos meses de julho a setem-

ǰȱȱȱȱȱȱęcurren-ȱǻǼǯȱȱȱȱȱȱpoundȱȱȱvalores mais negativos de potencial hiacutedrico (Sofo et al 2008 Fernandez et al 1997) e recuperar com

os primeiros meses de chuva (Moriana et al 2007) valores abaixo de 3 MPa satildeo considerados como de

stress hiacutedrico (Fernandez et al 1997) com possiacuteveis sup1ȱȱȱsup3umlȱȱ ǯȱȱFigura 4 apresenta a relaccedilatildeo entre a aacutegua utilizaacutevel

e o potencial hiacutedrico da cultura para o tratamento ȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱȱǰȱiexclȱde 05 da aacutegua disponiacutevel total o potencial hiacutedrico ȱ ǰȱ ȱȱȱȱa aacutegua no solo sempre acima de 06 para evitar o

stress hiacutedrico das plantas

Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo transpiraccedilatildeo potencial e rega aplicada

ȱȱ Ccedilȱȱęȱȱȱȱŗȱȱȱȱŝȱde outubro de 2011 e tendo-se iniciado o regime de

ȱęcurrenȱǻǼȱȱŗŚȱȱǰȱȬȱȱCcedil-odo um total de 305 mm de aacutegua no regime de rega

ȱǻǼȱȱŘśśȱȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱtranspiraccedilatildeo das aacutervores durante o periacuteodo foi de

362 mm para o regime de rega normal (FI) 57 mm

ȱȱȱȱ ȱȱ ȱǰȱȱȱȱȱȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱŘśşȱǰȱcom menos 103 mm em relaccedilatildeo agrave transpiraccedilatildeo do regime FI mas com apenas 4 mm de diferenccedila em

relaccedilatildeo agrave aacutegua aplicada com as regas Globalmente

a transpiraccedilatildeo total observada entre 23 de marccedilo

e 7 de outubro foi de 437 mm para a rega FI e 440

mm para a rega DI fruto da mobilizaccedilatildeo de aacutegua das chuvas armazenada no solo para a transpiraccedilatildeo

das aacutervores nos meses de abril e de maio e da maior

capacidade de uso dessa aacutegua pelas aacutervores sob o

Figura 1 ndash 8AtildeWYXYdfYgg~cXYjUdcfhfUWY^UXcYfUX]U~c`ei]XUWY]cbc`cWU`XcYbgU]cXifUbhYcgaYgYgXYaUfcUoutubro de 2011 na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) Monte do Trigo Alentejo

212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no

regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de

aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua

aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das

currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta

a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de

22 de julho a 15 de Setembro

Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a

temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -

Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores

horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa

gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ

os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o

olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como

maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-

ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada

na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm

de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega

normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no

ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-

Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega

Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=

213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T

ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-

ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de

0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI

ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No

Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-

piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no

Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-

ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-

las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo

temporal muito semelhante ao dos valores de TETo

observados com a aplicaccedilatildeo do modelo

Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo

Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de

vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a

outubro os valores permanecem relativamente cons-

tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem

ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo

e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-

mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-

luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime

de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices

NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees

nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca

correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros

Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c

Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$

214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

sup3umlȱę

Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito

aacutervores nos dois tratamento de rega indicando

sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976

currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de

rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime

ęcurrenȱǯȱ

Discussatildeo

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -

ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ

Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado

Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-

ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-

tica global da copa gc controlada principalmente

pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa

incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela

ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos

valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado

Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-

ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada

ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006

Dias-Espejo et al 2007)

Olival Tratamento de rega

Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)

Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()

Super-intensivo (Arbequina)

Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411

Normal FI 947 plusmn 128 a 420

Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua

Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio

Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)

216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados

A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob

condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-

ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-

citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-

res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo

e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da

sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico

inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-

lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no

ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-

ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de

produccedilatildeo observados

Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI

As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-

res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim

os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)

indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de

sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-

ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no

balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-

ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie

obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)

ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)

entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-

piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os

ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo

ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva

de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-

ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto

ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma

curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se

Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-

piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)

ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-

tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a

transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional

e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese

de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo

com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota

Conclusotildees

Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel

217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto

nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-

to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-

-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o

ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e

de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-

-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa

de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo

potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma

vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-

gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-

da com o regime de rega normal FI recomenda-se

ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-

niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-

ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-

ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-

ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo

Agradecimentos

Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de

sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela

Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e

Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-

ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137

refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa

Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios

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ȱǰȱǯǯȱǻŗşŞŖǼȱȬȱȱȱȱ-tion for predicting the hydraulic conductivity of

unsaturated soils Soil Science Society of America Journal 44 892-898

209Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

delaccedilatildeo da transpiraccedilatildeo pelo meacutetodo de Orgaz et al (2007) usou-se um conjunto de 8 sensores (Quantum ȬŖŘǰȱpoundĚǰȱǰȱǼȱCcedilȱyenȱpoundȱna banda do visiacutevel (400 ndash 700 nm) Para avaliar a luz incidente colocou-se um sensor QPAR-02 a 4 0 m de altura acima do topo das aacutervores Os restantes des-

ȱȱȱȱȱȱ poundȱ ȱ-sorvida pela copa foram colocados ao niacutevel do solo e

assim distribuiacutedos dois sensores na linha dos goteja-dores a 020 e 0675 m do tronco e 2 conjuntos de ou-tros 3 sensores perpendiculares agrave linha das aacutervores

respectivamente nas direccedilotildees este e oeste e espaccedilados de 020 10 e 188 m do sensor mais proacuteximo do tron-

co Os valores de PAR (μmol m-2 s-1) obtidos foram ȱȱpoundȱȱȱȱsup3umlȱde dados (data logger Campbell CR1000 Campbell

ęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱcurrenȱȱȱȱȱ ȱȱrega mediu-se o potencial hiacutedrico do ramo (Y MPa) ȱȱȱȱȱȱȱpoundȱȱenvolvidos nas duas horas anteriores agraves leituras por

saco de plaacutestico revestido com papel de alumiacutenio (Goldhamer et al 2001) Foram tambeacutem efectuadas

mediccedilotildees de potencial hiacutedrico da folha em folhas de ramos terminais expostos ao sol e agrave sombra As leitu-ras foram ao meio dia solar com o auxiacutelio de uma cacirc-

mara de pressatildeo (PMS Instruments Corvallis USA)

Assinaturas espectrais

Obteve-se as assinaturas espectrais da superfiacute-

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ Ěbrvbarȱ ȱ -

reccedilatildeo atmosfeacuterica atraveacutes dos produtos MODIS

MOD09GQ e MYD09GQ fornecidos pelos senso-ȱ ȱ ȱ middotȱ ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦlpdaacusgsgovaboutciting_lp_daac_and_data) e ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦǯǯȦǛȦFind_DataProducts_and_Data_AvailableTM) res-

pectivamente As bandas MODIS 1 (620-670 nm) e MODIS 2 (841-876 nm) bem como as bandas 3 e 4

do Landsat TM foram posteriormente usadas para avaliar o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI (Normalized ěȱȱ iexclǼǰȱȱ ȱ ȱȱ -ȱsup3umlDZ

(1)

ȱȱȱmiddotȱȱȱȱȱagraveiexclȱȱȱmiddotȱȱȱȱǯȱȱȱȱȬȱȱǯȱŗȱȱvalores das bandas do vermelho e infravermelho

proacuteximos produzindo valores de NDVI pertencen-tes ao intervalo [ndash1 1] com os mais proacuteximos de 1 a indicarem maior absorccedilatildeo na regiatildeo do vermelho

ȱȱęȱȱȱȱȱȱ-ȱĚȱȱumlȱȱȱagraveiexclǰȱdevido agrave estrutura celular e agrave distribuiccedilatildeo angular ȱǰȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱĚbrvbarȱȱǻȱet al 2008)

sup3umlȱęȱȱ

Para avaliar o efeito dos dois regimes hiacutedricos a

25 de outubro de 2011 escolheram-se oito aacutervores

em cada um dos tratamentos incluindo as providas

Quadro 1 ndash Df]bW]dU]gWUfUWhYfgh]WUgZg]WUgYeia]WUgXcgc`cdYfAtilde`D

210 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȬȱȱ-lheita manual dos frutos pelo meacutetodo tradicional de

varejamento Posteriormente avaliou-se a produccedilatildeo ęȱȱȱoslashȱȱagraveȱȱpoundȱǯ

Modelo de Orgaz et al (2007)

O modelo permite o caacutelculo da condutacircncia esto-maacutetica da copa g

c com base na assimilaccedilatildeo de car-

ȱȱȱȱęȱȱsup3umlȱ-

mente ativa e aplica os valores de gc na obtenccedilatildeo

da transpiraccedilatildeo potencial do olival em conforto hiacutedrico (Testi et al 2006 Orgaz et al 2007) atraveacutes ȱȱȃȱȄȱȱȬȱǻǰȱ1992 Monteith 1981)

Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a

temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-

sinteticamente ativa (PAR) bem como a radiaccedilatildeo liacute-ȱȱȱCcedilȱȱȱǰȱȬȱȱvalores horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica da copa

gc e a transpiraccedilatildeo potencial do olival T usando a

seguinte expressatildeo de Penman-Monteith com a con-dutacircncia estomaacutetica g

s a representar a condutivida-

de estomaacutetica das folhas

(2)

ȱȱęȱȱȱǻǰȱ1992 Allen et al 1998) para modelar a transpira-

ccedilatildeo global da copa por substituiccedilatildeo de gs por g

c sem

contudo o modelar para o olival

(3)

ȱȱȱǻȱ-2 d-1Ǽȱmiddotȱȱsup3umlȱCcedilȱȱ-umlȱǰȱȱǻȦŘȦǼȱȱĚiexclȱȱȱȱǰȱC

p ǻȦȦķǼȱȱȱCcedilęȱȱumlȱȱ

ǻŗǰŖŗřiexclŗŖDŽȬřǼǰȱΕa (kgm3) a massa voluacutemica do ar a

pressatildeo constante b (kPaordmC) a constante psicro-

middotȱ ǻŖǰŖŜŝǼǰȱΏȱ ǻȦǼȱȱ ȱ ȱȱ-poundsup3umlǰȱ ȱ ǻȦķǼȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱumlȱȱǰȱ

a

(md) a condutacircncia aerodinacircmica do ar gs (md) a

condutacircncia estomaacutetica das folhas e gc (md) a con-

dutacircncia global da copa

Para o caacutelculo de gc para o olival super-intensivo

usou-se o modelo de caacutelculo da condutacircncia esto-

maacutetica global da copa proposto para o olival inten-

sivo por Orgaz et al (2007) Sendo a taxa de assimi-laccedilatildeo de carbono a incoacutegnita principal do modelo

ȱȱȱȱcurrenȱȱȱę-dos e do conhecimento da atividade fotossinteacutetica

das oliveiras Orgaz et al (2007) utilizam com suces-so um modelo de assimilaccedilatildeo de carbono baseado

ȱęsup1ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱǰȱȱȱȱȱiexclsup3umlȱȱfolhas para a copa e ainda ter em conta a densidade

de plantaccedilatildeo do olival Calcularam-se entatildeo os valo-res de g

cȱȱȱȱȱȱȱȱsup3umlǰ

(4)

ȱȱȱmiddotȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱativa incidente (PAR) interceptada pela copa T

d (ordmC)

a temperatura meacutedia durante o dia solar (Rngt0) Rsp

(W m-2Ǽȱȱsup3umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor durante o dia solar parameteri-zada e validada experimentalmente por Orgaz et al (2007) e (Testi et al 2006) com a formulaccedilatildeo seguinte

ȱȱȱȱΕǰȱǰȱȱpȱȱCcedilȱȱę-

ǰȱȱȱȱsup3umlǯ

(5)

Resultados

brvbarȱcurrenǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor do ar

ȱsup3umlȱmiddotȱȱȱsup1ȱȱǰȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱsup1ǰȱȱȱŜřǰŘȱmm diminuindo progressivamente ateacute setembro

ȱ sup3umlȱ ȱ sup1ȱ ȱ ǰȱ ȱ sup3umlȱem junho foi de 144 mm sendo de 318 e 432 mm em setembro e outubro respectivamente O total

ȱsup3umlȱ ȱ ȱȱȱ sup1ȱ-ȱȱȱsup1ǰȱȱřŖǰŜȱȱȱȱȱe os restantes 12 mm nos seguintes A temperatura

curreniexclȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱȱŘŚȱķǰȱȱas de junho julho e agosto superiores a 30ordmC com

as miacutenimas entre 11 e 16 ordmC A evapotranspiraccedilatildeo ȱsup1ȱmiddotȱcurrenȱȱȱȱŚǰŘȱȱ-1 em

maio e de respectivamente 62 70 55 e 38 mm d-1

nos seguintes meses A Figura 1 apresenta os valo-

ȱcurrenȱȱsup3umlȱ Ccedilȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor de ar (D) para o local do ensaio

ȱ sup3umlȱ CcedilȱȬȱ ǰȱ ȱ-

res sempre proacuteximos de 400 W m-2 durante todo o

T = D ( R n -G ) + r a c p (D ) g aD + g (1 + g a g s

)

T = (R n G ) + a c p ( D )g a + $ (1 + g a g c

)

g c = C p

QR s p D

f (T d )

211Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

periacuteodo de rega de maio a agosto e com ligeiro

Ccedilȱ ȱȱȱsup1ȱȱ ǯȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor manteve-se abaixo de 10 kPa ateacute

ȱsup1ȱȱǰȱȱȱmiddotȱjulho e agosto com valores proacuteximos de 3 kPa A

combinaccedilatildeo de baixa precipitaccedilatildeo e elevados valo-

ȱȱȱȱǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor explicam os elevados valores

ȱsup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱpara os meses de veratildeo tornando a rega indispen-

currenȱȱȱȱȱȱǯ

Evoluccedilatildeo da humidade do solo e do potencial hiacutedrico

A Figura 2 apresenta a evoluccedilatildeo da humidade do

solo no tratamento de rega normal (FI) e ao longo do periacuteodo de rega A humidade eacute elevada (07 a 08 da

aacutegua disponiacutevel total) durante os meses de marccedilo a maio resultante do armazenamento de aacutegua no solo

ocasionado pelas chuvas de inverno e outono dimi-nuindo para os meses de junho a setembro com va-

lores entre 05 e 06 Como previsiacutevel os valores mais

elevados de aacutegua disponiacutevel observam-se para os

tubos 1 e 2 mais proacuteximos da linha de gotejadores

ȱȱȱȱ ȱ yenȱȱȱ ȱafasta dessa linha Os valores de humidade do solo

disponiacuteveis em setembro acompanham a evoluccedilatildeo

ȱȱȱȱumlǰȱĚiexclȱȱȱsup1-

ȱȱȱȱsup1ȱȱȱbrvbarȱȱȱǰȱȱȱȱȱęagraveȱ-ȱȱȱȱǰȱȱȱȱmiddotȱiexclȱȱatividade e cuja precipitaccedilatildeo eacute importante para o

enchimento e preparaccedilatildeo dos frutos para a colhei-

ǯȱȱsup1ȱȱȱsup3umlȱdo armazenamento de aacutegua no solo registou-se um ȱmiddotęȱ ȱ ȱ Ccedilȱȱ ǰȱ -sentado na Figura 3 pelos valores de potencial hiacute-

drico do ramo e folha com os valores do potencial a

acompanharem essa diminuiccedilatildeo caindo para valo-

res proacuteximos de 3 MPa nos meses de julho a setem-

ǰȱȱȱȱȱȱęcurren-ȱǻǼǯȱȱȱȱȱȱpoundȱȱȱvalores mais negativos de potencial hiacutedrico (Sofo et al 2008 Fernandez et al 1997) e recuperar com

os primeiros meses de chuva (Moriana et al 2007) valores abaixo de 3 MPa satildeo considerados como de

stress hiacutedrico (Fernandez et al 1997) com possiacuteveis sup1ȱȱȱsup3umlȱȱ ǯȱȱFigura 4 apresenta a relaccedilatildeo entre a aacutegua utilizaacutevel

e o potencial hiacutedrico da cultura para o tratamento ȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱȱǰȱiexclȱde 05 da aacutegua disponiacutevel total o potencial hiacutedrico ȱ ǰȱ ȱȱȱȱa aacutegua no solo sempre acima de 06 para evitar o

stress hiacutedrico das plantas

Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo transpiraccedilatildeo potencial e rega aplicada

ȱȱ Ccedilȱȱęȱȱȱȱŗȱȱȱȱŝȱde outubro de 2011 e tendo-se iniciado o regime de

ȱęcurrenȱǻǼȱȱŗŚȱȱǰȱȬȱȱCcedil-odo um total de 305 mm de aacutegua no regime de rega

ȱǻǼȱȱŘśśȱȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱtranspiraccedilatildeo das aacutervores durante o periacuteodo foi de

362 mm para o regime de rega normal (FI) 57 mm

ȱȱȱȱ ȱȱ ȱǰȱȱȱȱȱȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱŘśşȱǰȱcom menos 103 mm em relaccedilatildeo agrave transpiraccedilatildeo do regime FI mas com apenas 4 mm de diferenccedila em

relaccedilatildeo agrave aacutegua aplicada com as regas Globalmente

a transpiraccedilatildeo total observada entre 23 de marccedilo

e 7 de outubro foi de 437 mm para a rega FI e 440

mm para a rega DI fruto da mobilizaccedilatildeo de aacutegua das chuvas armazenada no solo para a transpiraccedilatildeo

das aacutervores nos meses de abril e de maio e da maior

capacidade de uso dessa aacutegua pelas aacutervores sob o

Figura 1 ndash 8AtildeWYXYdfYgg~cXYjUdcfhfUWY^UXcYfUX]U~c`ei]XUWY]cbc`cWU`XcYbgU]cXifUbhYcgaYgYgXYaUfcUoutubro de 2011 na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) Monte do Trigo Alentejo

212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no

regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de

aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua

aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das

currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta

a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de

22 de julho a 15 de Setembro

Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a

temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -

Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores

horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa

gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ

os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o

olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como

maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-

ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada

na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm

de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega

normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no

ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-

Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega

Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=

213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T

ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-

ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de

0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI

ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No

Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-

piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no

Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-

ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-

las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo

temporal muito semelhante ao dos valores de TETo

observados com a aplicaccedilatildeo do modelo

Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo

Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de

vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a

outubro os valores permanecem relativamente cons-

tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem

ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo

e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-

mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-

luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime

de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices

NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees

nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca

correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros

Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c

Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$

214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

sup3umlȱę

Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito

aacutervores nos dois tratamento de rega indicando

sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976

currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de

rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime

ęcurrenȱǯȱ

Discussatildeo

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -

ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ

Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado

Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-

ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-

tica global da copa gc controlada principalmente

pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa

incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela

ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos

valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado

Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-

ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada

ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006

Dias-Espejo et al 2007)

Olival Tratamento de rega

Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)

Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()

Super-intensivo (Arbequina)

Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411

Normal FI 947 plusmn 128 a 420

Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua

Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio

Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)

216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados

A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob

condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-

ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-

citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-

res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo

e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da

sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico

inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-

lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no

ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-

ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de

produccedilatildeo observados

Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI

As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-

res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim

os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)

indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de

sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-

ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no

balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-

ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie

obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)

ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)

entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-

piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os

ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo

ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva

de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-

ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto

ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma

curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se

Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-

piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)

ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-

tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a

transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional

e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese

de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo

com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota

Conclusotildees

Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel

217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto

nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-

to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-

-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o

ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e

de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-

-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa

de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo

potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma

vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-

gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-

da com o regime de rega normal FI recomenda-se

ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-

niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-

ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-

ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-

ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo

Agradecimentos

Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de

sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela

Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e

Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-

ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137

refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa

Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios

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210 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȬȱȱ-lheita manual dos frutos pelo meacutetodo tradicional de

varejamento Posteriormente avaliou-se a produccedilatildeo ęȱȱȱoslashȱȱagraveȱȱpoundȱǯ

Modelo de Orgaz et al (2007)

O modelo permite o caacutelculo da condutacircncia esto-maacutetica da copa g

c com base na assimilaccedilatildeo de car-

ȱȱȱȱęȱȱsup3umlȱ-

mente ativa e aplica os valores de gc na obtenccedilatildeo

da transpiraccedilatildeo potencial do olival em conforto hiacutedrico (Testi et al 2006 Orgaz et al 2007) atraveacutes ȱȱȃȱȄȱȱȬȱǻǰȱ1992 Monteith 1981)

Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a

temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-

sinteticamente ativa (PAR) bem como a radiaccedilatildeo liacute-ȱȱȱCcedilȱȱȱǰȱȬȱȱvalores horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica da copa

gc e a transpiraccedilatildeo potencial do olival T usando a

seguinte expressatildeo de Penman-Monteith com a con-dutacircncia estomaacutetica g

s a representar a condutivida-

de estomaacutetica das folhas

(2)

ȱȱęȱȱȱǻǰȱ1992 Allen et al 1998) para modelar a transpira-

ccedilatildeo global da copa por substituiccedilatildeo de gs por g

c sem

contudo o modelar para o olival

(3)

ȱȱȱǻȱ-2 d-1Ǽȱmiddotȱȱsup3umlȱCcedilȱȱ-umlȱǰȱȱǻȦŘȦǼȱȱĚiexclȱȱȱȱǰȱC

p ǻȦȦķǼȱȱȱCcedilęȱȱumlȱȱ

ǻŗǰŖŗřiexclŗŖDŽȬřǼǰȱΕa (kgm3) a massa voluacutemica do ar a

pressatildeo constante b (kPaordmC) a constante psicro-

middotȱ ǻŖǰŖŜŝǼǰȱΏȱ ǻȦǼȱȱ ȱ ȱȱ-poundsup3umlǰȱ ȱ ǻȦķǼȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱumlȱȱǰȱ

a

(md) a condutacircncia aerodinacircmica do ar gs (md) a

condutacircncia estomaacutetica das folhas e gc (md) a con-

dutacircncia global da copa

Para o caacutelculo de gc para o olival super-intensivo

usou-se o modelo de caacutelculo da condutacircncia esto-

maacutetica global da copa proposto para o olival inten-

sivo por Orgaz et al (2007) Sendo a taxa de assimi-laccedilatildeo de carbono a incoacutegnita principal do modelo

ȱȱȱȱcurrenȱȱȱę-dos e do conhecimento da atividade fotossinteacutetica

das oliveiras Orgaz et al (2007) utilizam com suces-so um modelo de assimilaccedilatildeo de carbono baseado

ȱęsup1ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱǰȱȱȱȱȱiexclsup3umlȱȱfolhas para a copa e ainda ter em conta a densidade

de plantaccedilatildeo do olival Calcularam-se entatildeo os valo-res de g

cȱȱȱȱȱȱȱȱsup3umlǰ

(4)

ȱȱȱmiddotȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱativa incidente (PAR) interceptada pela copa T

d (ordmC)

a temperatura meacutedia durante o dia solar (Rngt0) Rsp

(W m-2Ǽȱȱsup3umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor durante o dia solar parameteri-zada e validada experimentalmente por Orgaz et al (2007) e (Testi et al 2006) com a formulaccedilatildeo seguinte

ȱȱȱȱΕǰȱǰȱȱpȱȱCcedilȱȱę-

ǰȱȱȱȱsup3umlǯ

(5)

Resultados

brvbarȱcurrenǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor do ar

ȱsup3umlȱmiddotȱȱȱsup1ȱȱǰȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱsup1ǰȱȱȱŜřǰŘȱmm diminuindo progressivamente ateacute setembro

ȱ sup3umlȱ ȱ sup1ȱ ȱ ǰȱ ȱ sup3umlȱem junho foi de 144 mm sendo de 318 e 432 mm em setembro e outubro respectivamente O total

ȱsup3umlȱ ȱ ȱȱȱ sup1ȱ-ȱȱȱsup1ǰȱȱřŖǰŜȱȱȱȱȱe os restantes 12 mm nos seguintes A temperatura

curreniexclȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱȱŘŚȱķǰȱȱas de junho julho e agosto superiores a 30ordmC com

as miacutenimas entre 11 e 16 ordmC A evapotranspiraccedilatildeo ȱsup1ȱmiddotȱcurrenȱȱȱȱŚǰŘȱȱ-1 em

maio e de respectivamente 62 70 55 e 38 mm d-1

nos seguintes meses A Figura 1 apresenta os valo-

ȱcurrenȱȱsup3umlȱ Ccedilȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor de ar (D) para o local do ensaio

ȱ sup3umlȱ CcedilȱȬȱ ǰȱ ȱ-

res sempre proacuteximos de 400 W m-2 durante todo o

T = D ( R n -G ) + r a c p (D ) g aD + g (1 + g a g s

)

T = (R n G ) + a c p ( D )g a + $ (1 + g a g c

)

g c = C p

QR s p D

f (T d )

211Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

periacuteodo de rega de maio a agosto e com ligeiro

Ccedilȱ ȱȱȱsup1ȱȱ ǯȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor manteve-se abaixo de 10 kPa ateacute

ȱsup1ȱȱǰȱȱȱmiddotȱjulho e agosto com valores proacuteximos de 3 kPa A

combinaccedilatildeo de baixa precipitaccedilatildeo e elevados valo-

ȱȱȱȱǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor explicam os elevados valores

ȱsup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱpara os meses de veratildeo tornando a rega indispen-

currenȱȱȱȱȱȱǯ

Evoluccedilatildeo da humidade do solo e do potencial hiacutedrico

A Figura 2 apresenta a evoluccedilatildeo da humidade do

solo no tratamento de rega normal (FI) e ao longo do periacuteodo de rega A humidade eacute elevada (07 a 08 da

aacutegua disponiacutevel total) durante os meses de marccedilo a maio resultante do armazenamento de aacutegua no solo

ocasionado pelas chuvas de inverno e outono dimi-nuindo para os meses de junho a setembro com va-

lores entre 05 e 06 Como previsiacutevel os valores mais

elevados de aacutegua disponiacutevel observam-se para os

tubos 1 e 2 mais proacuteximos da linha de gotejadores

ȱȱȱȱ ȱ yenȱȱȱ ȱafasta dessa linha Os valores de humidade do solo

disponiacuteveis em setembro acompanham a evoluccedilatildeo

ȱȱȱȱumlǰȱĚiexclȱȱȱsup1-

ȱȱȱȱsup1ȱȱȱbrvbarȱȱȱǰȱȱȱȱȱęagraveȱ-ȱȱȱȱǰȱȱȱȱmiddotȱiexclȱȱatividade e cuja precipitaccedilatildeo eacute importante para o

enchimento e preparaccedilatildeo dos frutos para a colhei-

ǯȱȱsup1ȱȱȱsup3umlȱdo armazenamento de aacutegua no solo registou-se um ȱmiddotęȱ ȱ ȱ Ccedilȱȱ ǰȱ -sentado na Figura 3 pelos valores de potencial hiacute-

drico do ramo e folha com os valores do potencial a

acompanharem essa diminuiccedilatildeo caindo para valo-

res proacuteximos de 3 MPa nos meses de julho a setem-

ǰȱȱȱȱȱȱęcurren-ȱǻǼǯȱȱȱȱȱȱpoundȱȱȱvalores mais negativos de potencial hiacutedrico (Sofo et al 2008 Fernandez et al 1997) e recuperar com

os primeiros meses de chuva (Moriana et al 2007) valores abaixo de 3 MPa satildeo considerados como de

stress hiacutedrico (Fernandez et al 1997) com possiacuteveis sup1ȱȱȱsup3umlȱȱ ǯȱȱFigura 4 apresenta a relaccedilatildeo entre a aacutegua utilizaacutevel

e o potencial hiacutedrico da cultura para o tratamento ȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱȱǰȱiexclȱde 05 da aacutegua disponiacutevel total o potencial hiacutedrico ȱ ǰȱ ȱȱȱȱa aacutegua no solo sempre acima de 06 para evitar o

stress hiacutedrico das plantas

Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo transpiraccedilatildeo potencial e rega aplicada

ȱȱ Ccedilȱȱęȱȱȱȱŗȱȱȱȱŝȱde outubro de 2011 e tendo-se iniciado o regime de

ȱęcurrenȱǻǼȱȱŗŚȱȱǰȱȬȱȱCcedil-odo um total de 305 mm de aacutegua no regime de rega

ȱǻǼȱȱŘśśȱȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱtranspiraccedilatildeo das aacutervores durante o periacuteodo foi de

362 mm para o regime de rega normal (FI) 57 mm

ȱȱȱȱ ȱȱ ȱǰȱȱȱȱȱȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱŘśşȱǰȱcom menos 103 mm em relaccedilatildeo agrave transpiraccedilatildeo do regime FI mas com apenas 4 mm de diferenccedila em

relaccedilatildeo agrave aacutegua aplicada com as regas Globalmente

a transpiraccedilatildeo total observada entre 23 de marccedilo

e 7 de outubro foi de 437 mm para a rega FI e 440

mm para a rega DI fruto da mobilizaccedilatildeo de aacutegua das chuvas armazenada no solo para a transpiraccedilatildeo

das aacutervores nos meses de abril e de maio e da maior

capacidade de uso dessa aacutegua pelas aacutervores sob o

Figura 1 ndash 8AtildeWYXYdfYgg~cXYjUdcfhfUWY^UXcYfUX]U~c`ei]XUWY]cbc`cWU`XcYbgU]cXifUbhYcgaYgYgXYaUfcUoutubro de 2011 na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) Monte do Trigo Alentejo

212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no

regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de

aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua

aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das

currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta

a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de

22 de julho a 15 de Setembro

Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a

temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -

Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores

horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa

gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ

os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o

olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como

maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-

ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada

na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm

de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega

normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no

ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-

Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega

Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=

213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T

ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-

ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de

0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI

ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No

Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-

piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no

Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-

ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-

las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo

temporal muito semelhante ao dos valores de TETo

observados com a aplicaccedilatildeo do modelo

Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo

Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de

vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a

outubro os valores permanecem relativamente cons-

tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem

ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo

e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-

mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-

luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime

de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices

NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees

nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca

correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros

Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c

Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$

214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

sup3umlȱę

Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito

aacutervores nos dois tratamento de rega indicando

sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976

currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de

rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime

ęcurrenȱǯȱ

Discussatildeo

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -

ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ

Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado

Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-

ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-

tica global da copa gc controlada principalmente

pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa

incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela

ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos

valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado

Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-

ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada

ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006

Dias-Espejo et al 2007)

Olival Tratamento de rega

Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)

Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()

Super-intensivo (Arbequina)

Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411

Normal FI 947 plusmn 128 a 420

Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua

Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio

Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)

216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados

A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob

condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-

ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-

citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-

res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo

e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da

sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico

inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-

lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no

ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-

ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de

produccedilatildeo observados

Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI

As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-

res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim

os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)

indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de

sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-

ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no

balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-

ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie

obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)

ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)

entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-

piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os

ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo

ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva

de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-

ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto

ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma

curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se

Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-

piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)

ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-

tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a

transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional

e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese

de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo

com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota

Conclusotildees

Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel

217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto

nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-

to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-

-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o

ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e

de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-

-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa

de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo

potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma

vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-

gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-

da com o regime de rega normal FI recomenda-se

ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-

niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-

ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-

ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-

ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo

Agradecimentos

Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de

sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela

Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e

Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-

ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137

refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa

Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios

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211Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

periacuteodo de rega de maio a agosto e com ligeiro

Ccedilȱ ȱȱȱsup1ȱȱ ǯȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor manteve-se abaixo de 10 kPa ateacute

ȱsup1ȱȱǰȱȱȱmiddotȱjulho e agosto com valores proacuteximos de 3 kPa A

combinaccedilatildeo de baixa precipitaccedilatildeo e elevados valo-

ȱȱȱȱǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor explicam os elevados valores

ȱsup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱpara os meses de veratildeo tornando a rega indispen-

currenȱȱȱȱȱȱǯ

Evoluccedilatildeo da humidade do solo e do potencial hiacutedrico

A Figura 2 apresenta a evoluccedilatildeo da humidade do

solo no tratamento de rega normal (FI) e ao longo do periacuteodo de rega A humidade eacute elevada (07 a 08 da

aacutegua disponiacutevel total) durante os meses de marccedilo a maio resultante do armazenamento de aacutegua no solo

ocasionado pelas chuvas de inverno e outono dimi-nuindo para os meses de junho a setembro com va-

lores entre 05 e 06 Como previsiacutevel os valores mais

elevados de aacutegua disponiacutevel observam-se para os

tubos 1 e 2 mais proacuteximos da linha de gotejadores

ȱȱȱȱ ȱ yenȱȱȱ ȱafasta dessa linha Os valores de humidade do solo

disponiacuteveis em setembro acompanham a evoluccedilatildeo

ȱȱȱȱumlǰȱĚiexclȱȱȱsup1-

ȱȱȱȱsup1ȱȱȱbrvbarȱȱȱǰȱȱȱȱȱęagraveȱ-ȱȱȱȱǰȱȱȱȱmiddotȱiexclȱȱatividade e cuja precipitaccedilatildeo eacute importante para o

enchimento e preparaccedilatildeo dos frutos para a colhei-

ǯȱȱsup1ȱȱȱsup3umlȱdo armazenamento de aacutegua no solo registou-se um ȱmiddotęȱ ȱ ȱ Ccedilȱȱ ǰȱ -sentado na Figura 3 pelos valores de potencial hiacute-

drico do ramo e folha com os valores do potencial a

acompanharem essa diminuiccedilatildeo caindo para valo-

res proacuteximos de 3 MPa nos meses de julho a setem-

ǰȱȱȱȱȱȱęcurren-ȱǻǼǯȱȱȱȱȱȱpoundȱȱȱvalores mais negativos de potencial hiacutedrico (Sofo et al 2008 Fernandez et al 1997) e recuperar com

os primeiros meses de chuva (Moriana et al 2007) valores abaixo de 3 MPa satildeo considerados como de

stress hiacutedrico (Fernandez et al 1997) com possiacuteveis sup1ȱȱȱsup3umlȱȱ ǯȱȱFigura 4 apresenta a relaccedilatildeo entre a aacutegua utilizaacutevel

e o potencial hiacutedrico da cultura para o tratamento ȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱȱǰȱiexclȱde 05 da aacutegua disponiacutevel total o potencial hiacutedrico ȱ ǰȱ ȱȱȱȱa aacutegua no solo sempre acima de 06 para evitar o

stress hiacutedrico das plantas

Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo transpiraccedilatildeo potencial e rega aplicada

ȱȱ Ccedilȱȱęȱȱȱȱŗȱȱȱȱŝȱde outubro de 2011 e tendo-se iniciado o regime de

ȱęcurrenȱǻǼȱȱŗŚȱȱǰȱȬȱȱCcedil-odo um total de 305 mm de aacutegua no regime de rega

ȱǻǼȱȱŘśśȱȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱtranspiraccedilatildeo das aacutervores durante o periacuteodo foi de

362 mm para o regime de rega normal (FI) 57 mm

ȱȱȱȱ ȱȱ ȱǰȱȱȱȱȱȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱŘśşȱǰȱcom menos 103 mm em relaccedilatildeo agrave transpiraccedilatildeo do regime FI mas com apenas 4 mm de diferenccedila em

relaccedilatildeo agrave aacutegua aplicada com as regas Globalmente

a transpiraccedilatildeo total observada entre 23 de marccedilo

e 7 de outubro foi de 437 mm para a rega FI e 440

mm para a rega DI fruto da mobilizaccedilatildeo de aacutegua das chuvas armazenada no solo para a transpiraccedilatildeo

das aacutervores nos meses de abril e de maio e da maior

capacidade de uso dessa aacutegua pelas aacutervores sob o

Figura 1 ndash 8AtildeWYXYdfYgg~cXYjUdcfhfUWY^UXcYfUX]U~c`ei]XUWY]cbc`cWU`XcYbgU]cXifUbhYcgaYgYgXYaUfcUoutubro de 2011 na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) Monte do Trigo Alentejo

212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no

regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de

aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua

aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das

currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta

a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de

22 de julho a 15 de Setembro

Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a

temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -

Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores

horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa

gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ

os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o

olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como

maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-

ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada

na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm

de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega

normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no

ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-

Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega

Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=

213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T

ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-

ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de

0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI

ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No

Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-

piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no

Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-

ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-

las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo

temporal muito semelhante ao dos valores de TETo

observados com a aplicaccedilatildeo do modelo

Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo

Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de

vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a

outubro os valores permanecem relativamente cons-

tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem

ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo

e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-

mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-

luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime

de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices

NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees

nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca

correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros

Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c

Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$

214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

sup3umlȱę

Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito

aacutervores nos dois tratamento de rega indicando

sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976

currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de

rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime

ęcurrenȱǯȱ

Discussatildeo

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -

ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ

Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado

Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-

ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-

tica global da copa gc controlada principalmente

pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa

incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela

ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos

valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado

Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-

ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada

ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006

Dias-Espejo et al 2007)

Olival Tratamento de rega

Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)

Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()

Super-intensivo (Arbequina)

Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411

Normal FI 947 plusmn 128 a 420

Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua

Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio

Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)

216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados

A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob

condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-

ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-

citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-

res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo

e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da

sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico

inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-

lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no

ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-

ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de

produccedilatildeo observados

Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI

As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-

res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim

os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)

indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de

sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-

ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no

balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-

ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie

obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)

ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)

entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-

piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os

ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo

ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva

de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-

ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto

ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma

curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se

Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-

piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)

ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-

tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a

transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional

e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese

de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo

com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota

Conclusotildees

Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel

217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto

nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-

to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-

-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o

ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e

de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-

-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa

de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo

potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma

vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-

gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-

da com o regime de rega normal FI recomenda-se

ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-

niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-

ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-

ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-

ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo

Agradecimentos

Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de

sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela

Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e

Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-

ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137

refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa

Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios

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ĴǰȱǯǰȱȂǰȱǯǰȱǰȱǯȱ ȱȱǰȱǯȱǻŘŖŖśǼȱȬȱȱěȱȱęȱȱȱȱ

variations of plant water use in Olea europaea L Plant Soil 273 139ndash155

ȱǰȱǯǯȱǻŗşŞŖǼȱȬȱȱȱȱ-tion for predicting the hydraulic conductivity of

unsaturated soils Soil Science Society of America Journal 44 892-898

212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no

regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de

aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua

aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das

currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta

a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de

22 de julho a 15 de Setembro

Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a

temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -

Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores

horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa

gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ

os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o

olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como

maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-

ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada

na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm

de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega

normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no

ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-

Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega

Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=

213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T

ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-

ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de

0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI

ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No

Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-

piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no

Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-

ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-

las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo

temporal muito semelhante ao dos valores de TETo

observados com a aplicaccedilatildeo do modelo

Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo

Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de

vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a

outubro os valores permanecem relativamente cons-

tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem

ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo

e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-

mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-

luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime

de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices

NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees

nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca

correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros

Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c

Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$

214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

sup3umlȱę

Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito

aacutervores nos dois tratamento de rega indicando

sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976

currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de

rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime

ęcurrenȱǯȱ

Discussatildeo

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -

ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ

Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado

Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-

ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-

tica global da copa gc controlada principalmente

pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa

incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela

ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos

valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado

Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-

ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada

ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006

Dias-Espejo et al 2007)

Olival Tratamento de rega

Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)

Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()

Super-intensivo (Arbequina)

Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411

Normal FI 947 plusmn 128 a 420

Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua

Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio

Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)

216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados

A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob

condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-

ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-

citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-

res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo

e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da

sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico

inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-

lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no

ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-

ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de

produccedilatildeo observados

Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI

As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-

res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim

os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)

indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de

sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-

ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no

balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-

ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie

obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)

ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)

entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-

piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os

ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo

ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva

de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-

ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto

ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma

curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se

Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-

piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)

ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-

tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a

transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional

e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese

de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo

com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota

Conclusotildees

Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel

217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto

nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-

to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-

-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o

ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e

de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-

-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa

de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo

potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma

vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-

gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-

da com o regime de rega normal FI recomenda-se

ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-

niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-

ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-

ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-

ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo

Agradecimentos

Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de

sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela

Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e

Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-

ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137

refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa

Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios

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Santos FL e AF Ramos AF (2011) - Transpiration ȱȱĜȱȱȱȱȱȱ-motely sensed vegetation indices and ground-based temperature dataǯȱ ŘŖŗŗǰȱ ȱConference for Olive Tree and Olive Products

Crete ChaniaSantos FL Valverde PC Ramos AF Reis JL

e Castanheira NL (2007) - Water use and res-

ponse of a dry-farmed olive orchard recently converted to irrigation Biosystems Engineering 98 102ndash114

Sofo A Manfreda S Fiorentino M Dichio B e

Xiloyannis C (2008) - The olive tree a para-

digm for drought tolerance in Mediterranean

climates Hydrology and Earth System Sciences 12 293ndash301

219Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

Testi L Villalobos FJ Orgaz F e Fereres E (2006) ȬȱȱȱȱȱDZȱ ȱ-

lation of daily evapotranspiration for scenario analysis Irrigation Science 24 69-76

ĴǰȱǯǰȱȂǰȱǯǰȱǰȱǯȱ ȱȱǰȱǯȱǻŘŖŖśǼȱȬȱȱěȱȱęȱȱȱȱ

variations of plant water use in Olea europaea L Plant Soil 273 139ndash155

ȱǰȱǯǯȱǻŗşŞŖǼȱȬȱȱȱȱ-tion for predicting the hydraulic conductivity of

unsaturated soils Soil Science Society of America Journal 44 892-898

213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T

ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-

ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de

0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI

ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No

Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-

piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no

Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-

ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-

las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo

temporal muito semelhante ao dos valores de TETo

observados com a aplicaccedilatildeo do modelo

Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo

Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de

vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a

outubro os valores permanecem relativamente cons-

tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem

ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo

e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-

mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-

luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime

de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices

NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees

nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca

correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros

Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c

Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$

214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

sup3umlȱę

Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito

aacutervores nos dois tratamento de rega indicando

sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976

currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de

rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime

ęcurrenȱǯȱ

Discussatildeo

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -

ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ

Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado

Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-

ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-

tica global da copa gc controlada principalmente

pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa

incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela

ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos

valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado

Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-

ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada

ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006

Dias-Espejo et al 2007)

Olival Tratamento de rega

Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)

Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()

Super-intensivo (Arbequina)

Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411

Normal FI 947 plusmn 128 a 420

Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua

Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio

Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)

216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados

A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob

condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-

ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-

citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-

res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo

e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da

sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico

inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-

lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no

ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-

ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de

produccedilatildeo observados

Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI

As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-

res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim

os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)

indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de

sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-

ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no

balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-

ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie

obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)

ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)

entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-

piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os

ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo

ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva

de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-

ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto

ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma

curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se

Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-

piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)

ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-

tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a

transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional

e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese

de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo

com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota

Conclusotildees

Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel

217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto

nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-

to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-

-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o

ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e

de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-

-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa

de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo

potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma

vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-

gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-

da com o regime de rega normal FI recomenda-se

ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-

niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-

ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-

ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-

ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo

Agradecimentos

Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de

sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela

Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e

Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-

ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137

refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa

Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios

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sup3umlȱę

Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito

aacutervores nos dois tratamento de rega indicando

sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976

currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de

rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime

ęcurrenȱǯȱ

Discussatildeo

ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -

ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ

Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado

Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)

215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-

ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-

tica global da copa gc controlada principalmente

pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa

incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela

ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos

valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado

Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-

ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada

ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006

Dias-Espejo et al 2007)

Olival Tratamento de rega

Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)

Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()

Super-intensivo (Arbequina)

Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411

Normal FI 947 plusmn 128 a 420

Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua

Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio

Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)

216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados

A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob

condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-

ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-

citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-

res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo

e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da

sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico

inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-

lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no

ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-

ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de

produccedilatildeo observados

Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI

As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-

res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim

os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)

indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de

sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-

ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no

balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-

ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie

obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)

ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)

entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-

piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os

ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo

ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva

de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-

ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto

ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma

curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se

Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-

piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)

ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-

tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a

transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional

e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese

de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo

com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota

Conclusotildees

Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel

217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto

nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-

to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-

-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o

ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e

de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-

-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa

de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo

potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma

vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-

gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-

da com o regime de rega normal FI recomenda-se

ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-

niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-

ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-

ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-

ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo

Agradecimentos

Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de

sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela

Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e

Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-

ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137

refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa

Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios

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215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-

ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-

tica global da copa gc controlada principalmente

pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa

incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela

ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos

valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado

Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-

ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada

ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006

Dias-Espejo et al 2007)

Olival Tratamento de rega

Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)

Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()

Super-intensivo (Arbequina)

Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411

Normal FI 947 plusmn 128 a 420

Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua

Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio

Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)

216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados

A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob

condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-

ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-

citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-

res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo

e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da

sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico

inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-

lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no

ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-

ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de

produccedilatildeo observados

Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI

As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-

res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim

os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)

indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de

sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-

ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no

balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-

ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie

obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)

ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)

entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-

piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os

ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo

ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva

de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-

ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto

ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma

curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se

Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-

piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)

ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-

tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a

transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional

e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese

de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo

com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota

Conclusotildees

Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel

217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto

nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-

to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-

-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o

ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e

de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-

-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa

de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo

potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma

vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-

gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-

da com o regime de rega normal FI recomenda-se

ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-

niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-

ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-

ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-

ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo

Agradecimentos

Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de

sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela

Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e

Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-

ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137

refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa

Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios

FYZYfbW]Ug6]V`]c[fzAtildeWUg

Allen RG Pereira LS Raes D e Smith M (1998) - Crop Evapotranspiration Guide- lines for Computing Crop Water Requirements Rome FAO (Irrigation

and Drainage Paper 56)Anderson MC Norman JM Meyers TP e Diak

GR (2000) - An analytical model for estimating canopy transpiration and carbon assimilation

Ěiexclȱ ȱ ȱ centȱ Ȭȱ ĜcentǯȱAgricultural and Forest Meteorology 101 265ndash289

Bacelar EA Santos DL Moutinho-Pereira JM

Lopes JI Gonccedilalves BC Ferreira TC e Correia CM (2007) - Physiological behaviour

oxidative damage and antioxidative protection

of olive trees grown under diferent irrigation re-gimes Plant and Soil 292 1-12

ǰȱ ǯǯȱ ǻŗşŝŚǼȱ Ȭȱ ȱ ęsup3umlȱ ȱ ȱ ȱPortugal - nova versatildeo Boletim de Solos Lisboa

Serviccedilo de Reconhecimento e de Ordenamento

Agraacuterio 17 14-46Diaz-Espejo A Nicolaacutes E e Fernaacutendez JE (2007) -

ȱȱȱěȱȱȱphotosynthetic capacity in olive under drought

Plant Cell and Environment 30 922-933

ǰȱ ǯȱ ȱ Ĵǰȱ ǯȱ ǻŗşŝŝǼȱ Ȭȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ In

Irrigation and Drainage Paper 24 Rev Rome FAO FAO [Food And Agriculture Organization of The

United Nations] (1998) - World Reference Base for Soil Resources Rome FAO (World Soil Resources Report 84)

ǰȱǯȱȱǰȱǯǯȱǻŘŖŖŝǼȱȬȱęȱȱfor reducing agricultural water use Journal of Experimental Botany 58 2 147-159

Fernaacutendez JE (2006) - Irrigation management

in olive In Caruso T Motisi A Sebastiani L (Eds) - Biotechnology and Quality in Olive Recent

218 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

Advances in Olive Industry Marsala Italy p 295-272

Fernaacutendez JE Moreno F Clothier BE e Green SR (1996) - Aplicacioacuten de la teacutecnica de com-

agraveȱȱȱȱȱȱȱȱȱĚ-

jo de savia en olivo In ȱȱȱȱNacional de Riegos Aguadulce Almeria 11ndash13

Junio p 1ndash7currenpoundǰȱ ǯǯDzȱDzȱǯǰȱagraveǰȱ ǯǯȱȱcurrenpoundǰȱ

OM (1997) - Stomatal control of water use in oli-

ve tree leaves Plant Soil 190 179ndash192Glenn EP Huete AR Nagler PL e Nelson SG

(2008) ndash Relationship between remotely-sensed ȱ ǰȱ centȱ Ĵȱ ȱȱphysiological processes what vegetation indi-

ces can and cannot tell us about the landscape Sensors 8 4 2136-2160

Goldhamer DA Dunai J e Ferguson L (1994)

Ȭȱ ȱȱȱȱ ȱȱ-ȱȱȱęȱǯȱȱǯȱ356 172ndash175

Goldhamer DA Salinas e Fereres E (2001) -

ęȱ ȱ ȱ ȱȱ ȱaid almond irrigation Calif Agric 55 (3) 32ndash37

Ĵǰȱ ǯǯDzȱ ǰȱǯǯDzȱ ǰȱ ǯǯDzȱ ǰȱVS e Vossen PM (2006) - Olive oil production

ȱ Ěȱ centȱ ěȱ ȱ ȱ ȱwater Agricultural Water Management 85 133ndash140

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ȱȱĚ ǯȱAgronomy Journal 95 1371-1379

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Evapotranspiration of western US rivers es-

timated using the Enhanced Vegetation Index from MODIS and data from eddy covariance ȱ ȱ ȱĚiexclȱ ǯȱRemote Sensing of the Environment 97 337-351

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Ramos AF e Santos FL (2009) - Water use

ǰȱ ȱ ȱ Ĝȱ ȱ ȱ(cv Cordovil) grown in orchards in Southern

Portugal Biosystems Engineering 102 321-333Ramos AF e Santos FL (2010) - Yield and olive

oil characteristics of a low-density orchard (cv

Ǽȱ ȱ ȱ ěȱ ȱ -mes Agricultural Water Management 97 363-373

Santos FL e AF Ramos AF (2011) - Transpiration ȱȱĜȱȱȱȱȱȱ-motely sensed vegetation indices and ground-based temperature dataǯȱ ŘŖŗŗǰȱ ȱConference for Olive Tree and Olive Products

Crete ChaniaSantos FL Valverde PC Ramos AF Reis JL

e Castanheira NL (2007) - Water use and res-

ponse of a dry-farmed olive orchard recently converted to irrigation Biosystems Engineering 98 102ndash114

Sofo A Manfreda S Fiorentino M Dichio B e

Xiloyannis C (2008) - The olive tree a para-

digm for drought tolerance in Mediterranean

climates Hydrology and Earth System Sciences 12 293ndash301

219Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

Testi L Villalobos FJ Orgaz F e Fereres E (2006) ȬȱȱȱȱȱDZȱ ȱ-

lation of daily evapotranspiration for scenario analysis Irrigation Science 24 69-76

ĴǰȱǯǰȱȂǰȱǯǰȱǰȱǯȱ ȱȱǰȱǯȱǻŘŖŖśǼȱȬȱȱěȱȱęȱȱȱȱ

variations of plant water use in Olea europaea L Plant Soil 273 139ndash155

ȱǰȱǯǯȱǻŗşŞŖǼȱȬȱȱȱȱ-tion for predicting the hydraulic conductivity of

unsaturated soils Soil Science Society of America Journal 44 892-898

216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219

Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados

A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob

condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-

ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-

citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-

res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo

e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da

sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico

inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-

lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no

ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-

ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de

produccedilatildeo observados

Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI

As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-

res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim

os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)

indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de

sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-

ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no

balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-

ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie

obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)

ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)

entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-

piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os

ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo

ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva

de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-

ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto

ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma

curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se

Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-

piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)

ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-

tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a

transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional

e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese

de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo

com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota

Conclusotildees

Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel

217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto

nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-

to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-

-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o

ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e

de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-

-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa

de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo

potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma

vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-

gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-

da com o regime de rega normal FI recomenda-se

ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-

niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-

ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-

ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-

ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo

Agradecimentos

Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de

sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela

Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e

Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-

ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137

refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa

Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios

FYZYfbW]Ug6]V`]c[fzAtildeWUg

Allen RG Pereira LS Raes D e Smith M (1998) - Crop Evapotranspiration Guide- lines for Computing Crop Water Requirements Rome FAO (Irrigation

and Drainage Paper 56)Anderson MC Norman JM Meyers TP e Diak

GR (2000) - An analytical model for estimating canopy transpiration and carbon assimilation

Ěiexclȱ ȱ ȱ centȱ Ȭȱ ĜcentǯȱAgricultural and Forest Meteorology 101 265ndash289

Bacelar EA Santos DL Moutinho-Pereira JM

Lopes JI Gonccedilalves BC Ferreira TC e Correia CM (2007) - Physiological behaviour

oxidative damage and antioxidative protection

of olive trees grown under diferent irrigation re-gimes Plant and Soil 292 1-12

ǰȱ ǯǯȱ ǻŗşŝŚǼȱ Ȭȱ ȱ ęsup3umlȱ ȱ ȱ ȱPortugal - nova versatildeo Boletim de Solos Lisboa

Serviccedilo de Reconhecimento e de Ordenamento

Agraacuterio 17 14-46Diaz-Espejo A Nicolaacutes E e Fernaacutendez JE (2007) -

ȱȱȱěȱȱȱphotosynthetic capacity in olive under drought

Plant Cell and Environment 30 922-933

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United Nations] (1998) - World Reference Base for Soil Resources Rome FAO (World Soil Resources Report 84)

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Advances in Olive Industry Marsala Italy p 295-272

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agraveȱȱȱȱȱȱȱȱȱĚ-

jo de savia en olivo In ȱȱȱȱNacional de Riegos Aguadulce Almeria 11ndash13

Junio p 1ndash7currenpoundǰȱ ǯǯDzȱDzȱǯǰȱagraveǰȱ ǯǯȱȱcurrenpoundǰȱ

OM (1997) - Stomatal control of water use in oli-

ve tree leaves Plant Soil 190 179ndash192Glenn EP Huete AR Nagler PL e Nelson SG

(2008) ndash Relationship between remotely-sensed ȱ ǰȱ centȱ Ĵȱ ȱȱphysiological processes what vegetation indi-

ces can and cannot tell us about the landscape Sensors 8 4 2136-2160

Goldhamer DA Dunai J e Ferguson L (1994)

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ęȱ ȱ ȱ ȱȱ ȱaid almond irrigation Calif Agric 55 (3) 32ndash37

Ĵǰȱ ǯǯDzȱ ǰȱǯǯDzȱ ǰȱ ǯǯDzȱ ǰȱVS e Vossen PM (2006) - Olive oil production

ȱ Ěȱ centȱ ěȱ ȱ ȱ ȱwater Agricultural Water Management 85 133ndash140

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ȱȱĚ ǯȱAgronomy Journal 95 1371-1379

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Lavee S Hanoch E Wodner M e Abramowich ǯȱǻŘŖŖŝǼȱȬȱȱěȱȱȱęȱ-rigation on the performance of cv lsquoMuhasanrsquo oli-

ves (Olea europaea L) in the eastern coastal plain of Israel Scientia Horticulturae112 156ndash163

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Moriana A Peacuterez-Loacutepez D Goacutemez-Rico A

Salvador MD Olmedilla N Ribas F e

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ȱ ȱ Ěȱ ȱ ȱ ǯȱAgricultural Water Management 87 171-179

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Evapotranspiration of western US rivers es-

timated using the Enhanced Vegetation Index from MODIS and data from eddy covariance ȱ ȱ ȱĚiexclȱ ǯȱRemote Sensing of the Environment 97 337-351

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Paccedilo TA Ferreira MI e Conceiccedilatildeo N (2006) -

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asurements and estimates by the FAO 56 appro-ach Agricultural Water Management 85 305ndash313

Ramos AF e Santos FL (2009) - Water use

ǰȱ ȱ ȱ Ĝȱ ȱ ȱ(cv Cordovil) grown in orchards in Southern

Portugal Biosystems Engineering 102 321-333Ramos AF e Santos FL (2010) - Yield and olive

oil characteristics of a low-density orchard (cv

Ǽȱ ȱ ȱ ěȱ ȱ -mes Agricultural Water Management 97 363-373

Santos FL e AF Ramos AF (2011) - Transpiration ȱȱĜȱȱȱȱȱȱ-motely sensed vegetation indices and ground-based temperature dataǯȱ ŘŖŗŗǰȱ ȱConference for Olive Tree and Olive Products

Crete ChaniaSantos FL Valverde PC Ramos AF Reis JL

e Castanheira NL (2007) - Water use and res-

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Sofo A Manfreda S Fiorentino M Dichio B e

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digm for drought tolerance in Mediterranean

climates Hydrology and Earth System Sciences 12 293ndash301

219Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

Testi L Villalobos FJ Orgaz F e Fereres E (2006) ȬȱȱȱȱȱDZȱ ȱ-

lation of daily evapotranspiration for scenario analysis Irrigation Science 24 69-76

ĴǰȱǯǰȱȂǰȱǯǰȱǰȱǯȱ ȱȱǰȱǯȱǻŘŖŖśǼȱȬȱȱěȱȱęȱȱȱȱ

variations of plant water use in Olea europaea L Plant Soil 273 139ndash155

ȱǰȱǯǯȱǻŗşŞŖǼȱȬȱȱȱȱ-tion for predicting the hydraulic conductivity of

unsaturated soils Soil Science Society of America Journal 44 892-898

217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo

no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto

nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-

to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-

-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o

ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e

de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-

-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa

de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo

potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma

vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-

gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-

da com o regime de rega normal FI recomenda-se

ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-

niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-

ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-

ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-

ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo

Agradecimentos

Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de

sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela

Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e

Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-

ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137

refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa

Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios

FYZYfbW]Ug6]V`]c[fzAtildeWUg

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and Drainage Paper 56)Anderson MC Norman JM Meyers TP e Diak

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of olive trees grown under diferent irrigation re-gimes Plant and Soil 292 1-12

ǰȱ ǯǯȱ ǻŗşŝŚǼȱ Ȭȱ ȱ ęsup3umlȱ ȱ ȱ ȱPortugal - nova versatildeo Boletim de Solos Lisboa

Serviccedilo de Reconhecimento e de Ordenamento

Agraacuterio 17 14-46Diaz-Espejo A Nicolaacutes E e Fernaacutendez JE (2007) -

ȱȱȱěȱȱȱphotosynthetic capacity in olive under drought

Plant Cell and Environment 30 922-933

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timated using the Enhanced Vegetation Index from MODIS and data from eddy covariance ȱ ȱ ȱĚiexclȱ ǯȱRemote Sensing of the Environment 97 337-351

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Portugal Biosystems Engineering 102 321-333Ramos AF e Santos FL (2010) - Yield and olive

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Santos FL e AF Ramos AF (2011) - Transpiration ȱȱĜȱȱȱȱȱȱ-motely sensed vegetation indices and ground-based temperature dataǯȱ ŘŖŗŗǰȱ ȱConference for Olive Tree and Olive Products

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ȱǰȱǯǯȱǻŗşŞŖǼȱȬȱȱȱȱ-tion for predicting the hydraulic conductivity of

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