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ELABORANDO O CONHECIMENTO SOBRE O SOLO:
ATIVIDADES PRÁTICAS PARA O ALUNO RESOLVER
GUIMARÃES, L. C.1
LORENCINI JUNIOR, A.2
RESUMO
O presente trabalho visou relatar os resultados obtidos durante o decorrer do projeto de implementação pedagógica, como requisito para a conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE, do Estado do Paraná, no ano de 2011. As atividades foram desenvolvidas com a turma da 5a série do ensino fundamental do Colégio Estadual Nilo Peçanha, Núcleo Regional de Ivaiporã. Devido ao colégio estar localizado em uma área rural, onde a principal fonte de renda é a atividade agropecuária, diversos questionamentos relacionados ao solo são levantados. Neste sentido, o principal objetivo do projeto, através da disciplina de Ciências, foi desenvolver o conhecimento dos alunos em relação aos processos envolvidos na dinâmica do solo. Os ensinamentos transmitidos em sala foram aplicados de forma prática através de aula expositiva dialogada, palestra com especialista, atividades experimentais e pesquisa de campo visando estimular o trabalho em equipe, a comunicação, expressão e socialização do educando em um espaço multidisciplinar. Na maioria dos casos foram utilizados materiais simples, em parte trazidos pelos alunos. Os trabalhos foram confeccionados em sala de aula com a supervisão do educador, objetivando o entendimento dos processos, conceitos e fenômenos que ocorrem na dinâmica do solo sempre motivando o envolvimento do aluno nas atividades desenvolvidas. Através dos resultados obtidos conclui-se que esta metodologia de ensino foi muito importante na aprendizagem do educando.
Palavras Chave: aula prática, experimentos sobre o solo, metodologia de ensino, manejo e conservação do solo.
ABSTRACT
This study aims to report the results obtained during the course of the teaching implementation project as a requirement for conclusion of the Educational Development Program-PDE, the State of Paraná, in 2011. The activities were developed with the class of fifth grade Nilo Peçanha State College, Regional Center of Ivaiporã. Due to school being located in a rural area, where the main source of income is from farming activities, several questions are raised related to the soil. In this sense, the main objective of the project, through the discipline of science, was to develop students' knowledge about the processes involved in the dynamics of the soil. The teachings transmitted in the classroom were applied in a practical way through dialogued lecture, lecture with specialist, experimental activities and field research to stimulate teamwork, communication, expression and socialization of the student in a multidisciplinary space. In most cases feed materials were used, in part introduced by the students. The works were made in the classroom under the supervision of the educator, aiming at the understanding of the processes, concepts and phenomena that occur in the soil dynamics,
1Professora de Ciências da Rede Estadual de Ensino do Paraná[email protected] Professor Orientador do Projeto, Departamento de Biologia Geral – [email protected]
encouraging student involvement in activities. The results obtain concludes the importance of this teaching methodology on learning of the student.Keywords: Practical class, soil experiments, teaching methodology, soil management and conservation.
1 INTRODUÇÃO
A escola é um lugar de mediação cultural, e a pedagogia, ao viabilizar a
educação, constitui-se como prática intencional de produção de significados para, de
certa forma, promover o desenvolvimento cognitivo, afetivo e moral dos indivíduos
(LIBÂNEO, 2004). De acordo com Libâneo (2004), a didática tem o compromisso
com a busca da qualidade cognitiva da aprendizagem, cabe-lhe investigar como
ajudar os alunos a se constituírem como sujeitos pensantes e críticos, capazes de
pensar e lidar com conceitos, argumentar e resolver problemas diante de dilemas da
vida prática.
O modelo de ensino atual tem se caracterizado muitas vezes por atividades
pedagógicas compartimentadas, desarticuladas da prática e distanciadas da
realidade dos alunos. Assim, os professores têm muita dificuldade em transformar a
sala de aula e criar oportunidades de aprendizagem interessantes e motivadoras
para o estudo de Ciências. Na escola brasileira, o ensino de Ciências tem sido
tradicionalmente baseado na memorização das informações, levando o aluno a
apresentar dificuldades em relacionar a teoria com a prática. Assim, as Ciências
experimentais são desenvolvidas sem relação com as experiências e, como
resultado, poucos alunos se sentem atraídos por elas (MODESTO, 2011)
O educador em Ciências tem sido historicamente exposto a uma série de
desafios, os quais incluem acompanhar as descobertas científicas e tecnológicas
constantemente manipuladas e inseridas no cotidiano, tornando os avanços e
teorias científicas palatáveis aos alunos do ensino fundamental, disponibilizando-as
de forma acessível (LIMA; VASCONSELOS, 2006).
A inserção de atividades experimentais propicia ao aluno correlacionar a
teoria com a prática inclusive em questões que ocorrem no cotidiano. Ao levantar um
problema o educando é estimulado a buscar soluções, raciocinando para chegar a
uma conclusão.
Em localidades rurais, os alunos das escolas constituem-se em maior parte
de filhos de agricultores que têm na atividade agropecuária sua principal fonte de
renda, sendo comum para o professor em sala de aula ser questionado pelos alunos
sobre situações que ocorrem rotineiramente. Neste momento, no ensino das
ciências, é de fundamental importância a diferenciação do saber popular do
conhecimento técnico científico.
O manejo correto do solo e a conservação dos recursos naturais nas
propriedades rurais necessitam da conscientização tanto dos produtores como da
sociedade em geral. A escola e os professores, como formadores de opinião,
desempenham um importante papel nesse processo de preservação atuando como
mediadores culturais.
Diante deste contexto, e com base nesses preceitos desenvolveram-se
atividades de forma prática, com base nas Diretrizes Curriculares Estaduais DCE
(2008). O objetivo do presente trabalho foi de desenvolver em sala de aula os
questionamentos sobre os conhecimentos que os alunos possuem do solo,
abordando de forma prática os conteúdos relacionados e vivenciados rotineiramente.
As atividades foram desenvolvidas no 2° semestre de 2011 cujo conteúdo
relacionou-se ao tema: “Elaborando o conhecimento sobre solos’’ onde destacou-se,
em razão dos diferentes tipos de solos encontrados na região, a aptidão
agropecuária de cada solo em função da topografia e de práticas como o manejo e
conservação dos mesmos.
2 METODOLOGIA
As atividades foram desenvolvidas no 2° semestre do ano de 2011, com 22
alunos da 5a Série do Ensino Fundamental do período da manhã no Colégio
Estadual Nilo Peçanha, situado no distrito de Jacutinga no município de Ivaiporã.
Foram realizadas nove atividades, as quais envolveram uma aula expositiva
dialogada, uma palestra, cinco atividades experimentais e uma pesquisa de campo.
2.1 Atividade expositiva dialogada
2.1.1 Investigando o conhecimento que os alunos possuem sobre o solo por
meio da Aula Expositiva Dialogada.
Previamente à aula aplicou-se aos alunos um questionário individual sobre o
conhecimento em relação à formação do solo. Posteriormente através do recurso TV
multimídia apresentou-se aos alunos uma história em quadrinhos. Os trabalhos
foram finalizados com a leitura do texto “Formação e Constituição dos Solos” e do
texto complementar “Uso e Conservação do Solo”.
2.1.2 Palestra com a Eng. Agra Dra. Ellen Rúbia Diniz
Foram abordados os seguintes assuntos: constituição e formação dos solos,
importância econômica, uso e manejo correto, preservação e degradação dos solos.
Para fins de avaliação, além do processo de observação direta, foram aplicadas
provas e coletadas as opiniões pessoais de cada aluno com relação às atividades
desenvolvidas.
2.2 Atividades experimentais
2.2.1 Vulcão Ativo
Com argila os alunos moldaram um vulcão sobre um papelão onde, no
centro, manteve-se uma cavidade. Em um copo descartável encaixado nesta
cavidade, despejou-se uma colher de bicarbonato de sódio e uma colher de pó
xadrez e em seguida completou-se o volume do copo com vinagre. Após a
realização do experimento, através de um texto complementar e um questionário foi
possível relacionar o que ocorreu na aula prática com a formação dos solos de
origem vulcânica.
Questões:
A- Após despejar vinagre sobre o bicarbonato de sódio ocorreu uma reação
química com liberação de gás carbônico (efervescência). Qual é a relação deste fato
com o vulcão?
B- Baseado nas informações que recebeu do texto anterior e com o
experimento realizado o que acontecerá com o material do vulcão (lava vulcânica)
com o passar do tempo? Explique sua resposta.
C- No Brasil, há um lençol de rocha escura que se estende do Rio Grande
do Sul até o Estado de São Paulo originado do resfriamento da lava vulcânica que
foi derramada há milhares de anos nestes locais. Como se chama essa rocha? Que
tipo de solo é formado pela decomposição dessa rocha?
2.2.2 Conhecendo a composição dos solos e suas diferentes texturas
Solicitou-se aos alunos que trouxessem de suas casas solos de diferentes
cores e texturas. Durante a aula experimental foi possível identificar as
características presentes em cada tipo de solo como a presença de água, areia e
argila, as quais variam em proporção na constituição de cada solo. Após esse
procedimento aplicou-se um questionário englobando o conteúdo trabalhado em
sala de aula e aplicado de forma prática.
2.2.3 Retenção de água no solo
Através deste experimento demonstrou-se a capacidade de infiltração e
retenção da água em diferentes tipos de solo enfatizando a importância da matéria
orgânica na retenção da água. Para a realização do experimento três garrafas pet
foram cortadas ao meio e a parte da boca da garrafa foi utilizada como um funil.
Foram adicionados dois copos de um tipo de solo em cada garrafa. A garrafa de
número 01 foi composta do tipo arenoso, a 02 do tipo argiloso e a 03 de humífero.
Após esse procedimento adicionou-se em cada garrafa dois copos de água e
cronometrou-se o período desde o início até o termino do escorrimento da água. Ao
final do experimento trabalhou-se um questionário com os alunos relacionando o
conteúdo da aula teórica com a aula prática.
2.2.4 Porosidade do solo
Para a realização deste experimento forma utilizados torrões de solo seco,
pedra porosa e uma esponja. Primeiramente adicionou-se água aos materiais com o
auxílio de um frasco pissete. Para a imersão foram utilizados recipientes com
metade do volume de água. Após esse procedimento experimental aplicou-se aos
alunos um questionário e discutiu-se o conteúdo abordado.
2.2.5 Consistência do solo
Através da avaliação de diferentes tipos de solos foi possível verificar a
consistência (dureza, friabilidade, pegajosidade e plasticidade) dos mesmos quando
secos ou úmidos. Após a atividade desenvolveu-se com os alunos um questionário
do conteúdo abordado, seguido de um texto complementar sobre a consistência dos
diferentes tipos de solos e uma avaliação individual sobre os resultados alcançados.
2.3 Pesquisa de campo
2.3.1 Identificando uma erosão
Esta atividade foi realizada em uma área próxima ao Colégio, sendo que a
permissão foi concedida pelo proprietário e a saída dos alunos autorizada pelos
responsáveis. Neste local foi possível identificar a presença de erosão no solo. Com
base num roteiro estabelecido pelo professor, os alunos responderam um
questionário que visou identificar as possíveis causas e soluções da erosão. A
atividade foi complementada com a leitura de um texto sobre a “Erosão do Solo” e
encerrada com a realização de uma avaliação com questões correspondentes ao
conteúdo abordado.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Aula expositiva dialogada
3.1.1 Analisando o conhecimento prévio dos alunos sobre o solo.
Conforme descrito na metodologia aplicou-se um pré-teste, onde os alunos
responderam questões sobre o solo com base no conhecimento que eles já
possuíam. No qual se destacaram as seguintes questões:
1. Que diferenças há entre solo, terra e chão?
2. Com base em seus conhecimentos, como você acha que o solo surgiu?
3. Há solo de diferentes cores? Justifique sua resposta.
4. Porque a água penetra mais facilmente em certos tipos de solo e em outros
não?
5. Como podemos identificar um solo fértil?
Após análise, as respostas foram organizadas de forma que possibilitassem
identificar se o aluno possuía ou não conhecimento da formação do solo.
• O aluno demonstrou ter conhecimento básico do assunto:
― Terra é fértil e chão não;
― Solo é aonde crescem as plantas;
― Solo e terra são férteis e chão não;
― No solo as plantas crescem mais rápido;
― Solo e terra servem para plantar e chão não;
― Surgiu das erupções dos vulcões;
― Do desgaste das rochas, quando a chuva bate;
― Surgiu da chuva e do sol;
― Rochas decompostas;
― Decomposição das montanhas;
― Há vermelho, preto e marrom;
― Sim, existem solos de diferentes cores devidos a diferentes cores
das montanhas;
― Roxo, marrom e amarelo;
― Porque existem solos secos e outros úmidos;
― Porque deve estar seco;
― Porque tem solo mole e outro mais duro;
― Depende da origem do solo;
― Existe solo mais cuidado e outro menos cuidado;
― Se plantar e produzir são férteis;
― O solo fértil produz plantações boas;
― Produz plantas boas e frutíferas;
― O solo fértil tem muitas plantas, árvores e animais;
― É um solo bom;
― É um solo vivo e deixa todas as plantas viverem;
― Quando se planta uma árvore e ela da frutos.
• O aluno demonstrou não ter conhecimento básico do assunto:
― Tudo é a mesma coisa;
― De fogo e poeira;
― Surgiu da crosta terrestre;
― Sim, cada cidade tem um solo de cor diferente;
― Sim, cada região tem o solo de uma cor;
― Porque uns são bons e outro não;
― Uns tem mais pedra e outros não;
― Pelo lençol freático dependendo do lugar;
― O solo fértil mata todas as plantas;
― Quando ele esta úmido;
― Quando está fofo e macio.
Ao analisar os resultados obtidos no questionário foi possível verificar que a
maioria dos alunos possuía um entendimento básico sobre o assunto, devidamente
adquirido em anos anteriores na escola e no convívio com a sociedade e com a
família, meios de comunicação entre outros. Porém em algumas situações os alunos
relacionaram o solo com sol, fogo e poeira. Esta correlação pode estar ligada à
proximidade gráfica e a similaridade de significados, devido a outros conteúdos
trabalhados com os alunos no ensino de ciências. Turatti e Moreira (2009)
verificaram que alunos da 5a Série associaram a palavra “solo” com conceitos
astronômicos, como por exemplo, o Sol e outros com nuvem de gás e poeira.
3.1.2 Texto 2: Constituição e formação dos solos
Este texto abordou os fatores de formação do solo: Material de Origem,
Tempo, Clima, Organismos e Topografia. Após a leitura os alunos se reuniram em
cinco grupos e destacaram as palavras que não entenderam para serem discutidas
com o professor. Posteriormente cada grupo apresentou em uma cartolina um fator
de formação do solo, o que promoveu discussão entre os grupos e estimulou a
comunicação em público. Através dessa atividade os educandos puderam entender
como ocorre a formação dos solos devido a ação dos fatores. Verificou-se, apesar
das dificuldades como timidez dos alunos, que a inserção do trabalho em equipe e
da expressão em público, é de total importância para a formação deste, pois com o
passar do tempo essas atividades se tornarão rotineiras. Segundo Moreira (1999)
uma implicação imediata da teoria de Piaget, é o fato de que o ensino deve ser
acompanhado de ações e demonstrações e, sempre que possível, deve dar aos
alunos a oportunidade de agir.
3.1.3 Texto 3: Uso e conservação do Solo
Neste texto foi abordada a exploração agropecuária, adoção de práticas
conservacionistas e uso correto de insumos agrícolas. Após a leitura do texto, o
professor realizou uma explicação detalhada relacionando as práticas utilizadas
pelos pais dos alunos na agricultura, com as técnicas de manejo e conservação. Ao
final, os alunos desenvolveram uma breve síntese da discussão. Notou-se que
grande parte dos alunos conhecia superficialmente as técnicas utilizadas nas
propriedades dos seus pais, confirmando a importância do tema no contexto do
educando. De acordo com Fracalanza et al. (1986), para que o processo de ensino
seja efetivado, é de total importância a existência de problematizações prévias do
conteúdo como pontos de partida, a vinculação dos ensinamentos ao cotidiano dos
alunos estabelece relações interdisciplinares que estimulem o raciocínio exigido para
a obtenção de soluções para os questionamentos, fato que efetiva o aprendizado.
3.2 Palestra com a Profa. Dra. Eng. Agra Ellen Rúbia Diniz
Esta atividade teve por objetivo proporcionar aos educandos o contato com
um profissional que atua diretamente na área. A Profa. Dra. Eng. Agra Ellen Rúbia
Diniz docente do Instituto Federal de Educação de Ivaiporã-PR, abordou diversos
conteúdos relacionados à constituição, manejo e conservação dos solos, interagindo
com os alunos e estimulando a sua participação.
A palestrante iniciou a atividade questionando a importância dos solos, os
alunos responderam que “os solos são importantes para a produção de alimentos,
para a biodiversidade e para a sobrevivência de plantas e animais’’, como
complemento a palestrante enfatizou que o solo e a água são o suporte de toda vida
existente, e que para a preservação do planeta esses recursos devem ser bem
cuidados.
Outro ponto abordado foi a erosão dos solos, destacando as causas, efeitos
e a solução do problema. Nesse momento os alunos foram estimulados a opinar
sobre o que significa erosão: “erosão são os buracos por onde a água corre e
estraga a terra, se forma onde ocorre o desmatamento formando buracos grandes,
vem chuva e leva toda a terra”. A palestrante complementou que a erosão é formada
pelo escorrimento de água e arraste das partículas sólidas, degradando o solo.
Posteriormente foram apresentadas fotos de erosões em lavouras e pastagens,
discutindo-se as formas de prevenir e controlar esse processo, como por exemplo,
através de estruturas conservacionistas, entre outras.
A palestrante questionou aos alunos quanto à composição de um
determinado tipo de solo contido em um balde. Através de seus conhecimentos em
relação à composição dos solos, os alunos responderam: “água, microrganismos,
plantas, matéria orgânica...”. Apesar de estarem corretos, ainda faltava nesta
composição o ar, elemento considerado de grande importância.
Como resultado dessa atividade os alunos puderam expressar seu ponto de
vista, estimulando a apresentação em público, a interação com outras pessoas e
colegas de turma, demonstrando ser uma importante ferramenta no ensino. A
palestrante ressaltou que foi uma ótima experiência trabalhar com crianças, pois
havia trabalhado, até então, somente com adultos. Também destacou que trabalhar
com as crianças o tema solo é de extrema importância, em função da localidade
essencialmente rural, e por poder estar ajudando a desenvolver futuros talentos que
irão seguir carreira nas ciências agrárias.
Assim, várias propostas elaboradas, apresentadas e desenvolvidas durante
a década de 90 (BRASIL, 1997; CARVALHO et al., 1998; CHARPAK, 1996;
GONÇALVES, 1997; KAMII; DEVRIES, 1986) citadas por Silva (2006), defendem o
ensino de Ciências nas séries iniciais para uma educação, que ofereça, a todas as
crianças, situações problemáticas que possibilitem o desenvolvimento intelectual e
afetivo. Devem ser criadas atividades que possam explorar os materiais, fatos e
fenômenos à sua volta, testar idéias, observar e registrar propriedades, pensar e
refletir a partir dos resultados alcançados, discutir com seus pares, havendo uma
conceituação que lhes permita ampliar a compreensão dos fenômenos que
encontram ao seu redor, ou seja, uma nova cultura experimental. Conforme Rangel
(2002) ser ativo não representa estar sempre envolvendo os sentidos na busca pelo
conhecimento, mas estar ativamente em contato com esse conhecimento seja na
forma de pensamento, de hipóteses ou mesmo revendo certezas.
3.3 Atividades experimentais
3.3.1 Vulcão ativo
A atividade experimental consistiu em relacionar as erupções vulcânicas
com a origem dos solos, tendo por finalidade demonstrar a formação das rochas de
origens vulcânicas.
Através do questionário foi possível levantar discussão em sala de aula com
os educandos, nos pontos onde havia conflitos de idéias o educador foi responsável
pela mediação e estabelecimento das respostas corretas. Através de uma síntese da
discussão os alunos estabeleceram que:
― O que ocorreu no vulcão de mentira é o que ocorre na natureza;
― Fez fumaça e escorreu tipo larva de vulcão;
― Ocorreu com o vinagre igual quando acontecem erupções de vulcões;
― A lava em contato com o ar endurece formando as rochas, com a ação das
mudanças climáticas como: ar, vento, calor e frio foram se desgastando e
formando o solo;
― A lava que escorreu vai virar pedra, e com a ação do sol, do vento e da
chuva essa vai virar solo, bom para plantar;
― Com o tempo as pedras formadas pelas erupções vai se degradar e
formar a terra;
― Rocha magmática, solos argilosos;
― Rocha magmática, solos roxos;
― Rochas magmáticas, solos vermelhos;
Esta atividade serviu de base para a compreensão da formação dos solos
de origem vulcânica característicos da região de Ivaiporã, local de instalação do
projeto. Foi possível ao educando correlacionar o conteúdo abordado em sala de
aula com a atividade experimental, proporcionando um maior aprendizado e fixação
do conhecimento adquirido. Foram observadas diferentes reações dos alunos
durante a condução do experimento. Alguns ficaram assustados com a liberação de
gás carbônico, outros ficaram excitados e queriam repetir a atividade, porém, todos
os alunos participaram efetivamente acompanhando e ajudando.
As aulas práticas funcionam como um contraponto das aulas teóricas, como
um poderoso catalisador no processo de aquisição de novos conhecimentos. A
elaboração de uma experiência que correlaciona o conteúdo teórico com o prático
facilita a fixação do conteúdo, descartando-se a idéia de que as atividades
experimentais devem servir somente para a ilustração da teoria (CAPELETTO,
1992).
3.3.2 Conhecendo a composição dos solos e suas diferentes texturas
A atividade abordou os diferentes tipos de solo existentes na natureza e
suas características como: presença de água, areia, argila as quais variam em
proporção na constituição de cada solo.
Para esta aula foi requisitado aos alunos que trouxessem diferentes tipos de
solos: de mata, de área agrícola, de pastagem e de área degradada. Os alunos
foram divididos em grupos e estimulados a fazerem uma analise visual e sensorial
através do tato de cada solo, identificando suas características. Nesta etapa os
estudantes identificaram e registraram as características de cada material.
Enquanto os alunos manuseavam os materiais puderam perceber que o solo
de mata apresentava coloração escura, era úmido, com cheiro agradável e
apresentava grande quantidade e diversidade de material orgânico como galhos,
folhas e insetos. Observaram que o solo era pegajoso e moldável indicando boa
textura. Estas características foram bastante semelhantes ao observado na área
agrícola, porém a coloração nesta área um pouco mais clara que na mata, devido a
menor quantidade de matéria orgânica. Na área de pastagem observou-se uma
grande quantidade de raízes em função da cobertura vegetal permanente ao longo
do ano. Por outro lado, na área degradada, verificou-se que o solo possui coloração
clara, baixa umidade, ausência de matéria orgânica, é desestruturado e pouco
moldável.
Após a discussão foi possível relacionar métodos de manejo e conservação
abordados na aula teórica com o que ocorre rotineiramente nas propriedades. Dessa
forma, os alunos puderam diferenciar as características presentes em um solo fértil
quando comparadas a um solo degradado, dando suporte ao desenvolvimento do
senso crítico do educando.
Segundo Lima et al. (1999), a experimentação inter-relaciona o aluno e os
objetos de seu conhecimento, ou seja, une a interpretação do sujeito aos fenômenos
e processos naturais observados, pautados não apenas pelo conhecimento científico
já estabelecido, mas pelos saberes e hipóteses levantadas pelos estudantes, diante
de situações desafiadoras.
3.3.3 Retenção de água no solo
Através desta atividade os alunos puderam visualizar as diferenças na
retenção de água nos solos relacionando às características conferidas a cada tipo
de solo. Os alunos trouxeram de casa amostras de solos arenosos, argilosos e
humíferos, conforme descrito na metodologia.
Questão problematizadora: Após uma chuva o que ocorre nos diferentes
tipos de solo em relação a infiltração e escorrimento?
Para a formulação de hipóteses e estimular o raciocínio do educando, antes
a após a atividade foram aplicados testes, sendo estes passados no quadro negro, e
discutidos em sala. Através de uma síntese das repostas os alunos concluíram que:
1- Pré-teste
― Quando se jogar a água sobre as amostras, ela infiltrará no solo;
― No solo arenoso a água vai começar a pingar antes;
― No solo argiloso a água vai pingar por mais tempo;
― No solo arenoso pingará mais água;
― No solo humoso demorará mais tempo para começar a pingar a água;
― A água que sair das amostras não será cristalina terá outra coloração;
― Os solos humosos e argilosos armazenarão mais água;
― Os solos humosos e argilosos serão melhor para as plantas devido maior
absorção de água para seu desenvolvimento e sobrevivência;
― O solo argiloso inundará com uma chuva forte.
Analisando o conhecimento prévio dos alunos verificou-se um entendimento
superficial da questão, decorrente das atividades desenvolvidas anteriormente. Com
base nesse questionário procedeu-se o experimento e após a execução do mesmo
os alunos responderam um novo teste:
2- Pós-teste
― A água primeiramente se infiltrou nos solos humoso e arenoso, e
posteriormente no argiloso;
― A água começou a pingar antes no solo humoso, por causa da porosidade,
grãozinhos;
― A água pingou por mais tempo no solo argiloso, devido os poros destes serem
mais unidos;
― No solo humoso a água pingou mais intensamente por causa dos grãos;
― No solo argiloso a água demorou mais para pingar, devido a maior retenção
em função de estruturação desses solos;
― A partir dessa experiência pode-se assegurar que os melhores solos para as
plantas são o argiloso e o humoso, devido apresentarem maior retenção de
água.
O conteúdo de água retido no solo em determinada tensão é característica
específica de cada solo e é resultado da ação conjunta e complexa de vários fatores.
Este depende do teor e mineralogia da fração argila, do teor de matéria orgânica,
das diferenças da microestrutura com elas relacionadas (Grohmann& Medina, 1962;
Reichardt, 1987) e da compactação do solo (Silva et al., 1986).
Para finalizar, os alunos retornaram à questão problematizada e concluíram
que em solos arenosos a infiltração ocorre mais rapidamente retendo a água por
menos tempo. Relacionando com a realidade do aluno, pode-se estabelecer que
após uma chuva o solo arenoso seca mais rapidamente. Este tipo de solo é
considerado menos apto à agricultura. Em relação ao solo argiloso os alunos
observaram que este reteve a água por mais tempo e também apresenta maior
quantidade de poros. No solo humífero devido à grande presença de material
orgânico em sua composição, a água escoou mais rapidamente quando comparado
ao solo argiloso, porém, apresentou uma coloração mais clara, resultante do não
arraste de partículas. Com esta atividade os alunos puderam identificar a aptidão
dos solos agrícolas, constatando que os melhores tipos de solos para a atividade
são os de origem argilosa e humífera.
Grohmann & Medina (1962), estudando vários solos, verificaram que a
retenção de água foi positivamente influenciada pelo teor de argila em solos
cultivados e que, em solo sob mata, a retenção e água, em diferentes
profundidades, mostrou-se dependente do teor de matéria orgânica, diminuindo,
assim, a retenção de água com o aumento da profundidade. Neste sentido,
Reichardt (1987) afirma que a textura é o principal determinante da retenção de
água, por atuar diretamente na área de contato entre as partículas sólidas e a água.
Além da manipulação de equipamentos e vivenciar métodos científicos o
laboratório é um local de aprendizagem e desenvolvimento do aluno como um todo.
Existindo uma fundamentação psicológica e pedagógica que sustenta a necessidade
de proporcionar à criança e ao adolescente a oportunidade de, por um lado,
exercitar habilidades como cooperação, concentração, organização, entendendo
como tal a observação de fenômenos, o registro sistematizado de dados, a
formulação e o teste de hipóteses e a inferência de conclusões (CAPELETTO,1992),
3.3.4 Porosidade do solo
Durante esta atividade os alunos observaram os níveis de infiltração da água
nos diferentes materiais propostos (pedra porosa, torrão de solo e esponja). Devido
às diferentes composições dos materiais os alunos puderam concluir que a
quantidade de poros existentes em cada um influencia no nível de infiltração.
Através de uma síntese dos questionários respondidos pelos educandos, foi possível
observar que: na pedra parte da água infiltrou e parte escorreu. Por outro lado, na
esponja, houve grande absorção de água. O torrão de solo apresentou
comportamento mediano, pois o nível de infiltração foi superior à pedra e inferior à
esponja.
Quando se questionou o comportamento do torrão de solo tentando
assemelhar o que foi observado em relação à pedra ou à esponja, a maioria dos
alunos concluiu que o torrão mais se assemelhou com a esponja. Quando o torrão
de solo foi imerso em água os alunos observaram bolhas de ar, isso em função dos
poros existentes e ocupados com água.
De acordo com Rosa et al. (2007) a participação dos estudantes é um
momento significativo, tanto em aspectos cognitivos, associados à aprendizagem do
conteúdo especifico, quanto no que diz respeito ao envolvimento e a motivação para
a aprendizagem. A atividade desenvolvida em grupo revela o envolvimento dos
alunos com a busca do conhecimento, se sentem mais atraídos por ele, acabando
por despertar mais interesse e motivação para a aprendizagem.
Após a conclusão do experimento os alunos verificaram os diferentes níveis
de infiltração e escorrimento superficial que ocorrem nos materiais. Estes níveis
podem ser relacionados com fenômenos que ocorrem na natureza como as chuvas,
comprovando a importância do aprendizado nessa modalidade de ensino. Os alunos
concluíram a atividade de forma eficiente e não demonstraram dificuldades quanto
às questões propostas. Em discussões durante a realização das atividades o
professor estimulava a exposição do conhecimento transmitido em aula teórica,
dando suporte às perguntas e questionamentos realizados pelos educandos. Foram
obtidos resultados satisfatórios na resolução das atividades propostas e na
argumentação dos alunos durante o decorrer da atividade.
Nesse sentido, é destacada importância das atividades experimentais, que,
segundo diversos estudos, é a oportunidade de avançar sobre o plano da lógica e
aproximar os estudantes de situações reais e do desenvolvimento de habilidades
manuais e técnicas (ROSA et al., 2007).
3.3.5 Consistência do solo
Através de solos de diferentes tipos, os alunos observaram características
como consistência, friabilidade, dureza, enquanto os mesmos permaneciam secos
ou úmidos. Em solos argilosos verificou-se que sua consistência quando seco era
mais rígido e mais resistente ao quebrar. Quando úmidos tornavam-se pegajosos e
consistentes, sendo possível moldá-los em diferentes formas.
Os solos mais arenosos eram mais desestruturados, apresentavam pouca
resistência quando submetidos à força e quando umedecidos eram menos
pegajosos e não se moldavam.
Foi trabalhado um texto complementar com os alunos, o qual especificava os
conceitos de consistência do solo seco (dureza), consistência do solo úmido
(friabilidade) e consistência do solo molhado (plasticidade). Através da explanação
do educador os alunos puderam definir os conceitos, relacionando-os com a
atividade experimental desenvolvida, discutindo as características de cada solo e
podendo incorporar estes conhecimentos em suas atividades do dia-a-dia.
3.4Pesquisa de campo
3.4.1 Identificando uma erosão de solo
A atividade de campo é utilizada como uma importante ferramenta de
ensino, pois o educando entra em contato diretamente com o problema. Falcão &
Pereira (2009) sugerem desenvolver e socializar reflexões e possibilidades de
práticas docentes com utilização da aula de campo na relação ensino aprendizagem.
Estas possibilidades contribuem para a melhoria da qualidade do processo,
propiciando ao aluno uma visão crítica/cidadã do mundo onde vive, correlacionando
teoria e prática.
Com esta atividade foi possível proporcionar questões que envolvem a
formação da erosão nos solos. Discutiu-se com os alunos a importância do manejo a
ser utilizado no solo, os problemas gerados pela erosão, suas possíveis causas, os
tipos de erosão, as formas de controle e como o problema pode ser evitado. De
acordo com Sato (1995), o processo de sensibilização e reflexão das pessoas
ocorre, sobretudo, pela observação e contato com a natureza. As aulas de campo
favorecem uma abordagem mais detalhada e complexa do assunto, possibilitando
ao educando um maior entendimento do fenômeno estudado e os fatores que
aceleram esse processo.
A aula de campo foi realizada em uma propriedade próxima ao colégio,
sendo que o professor fez um reconhecimento prévio da área. Através da questão
problematizadora, “O que ocorreu no local para a formação da erosão?”, enquanto
caminhavam pela erosão com a supervisão do docente, os alunos faziam
observações e anotações com base no roteiro estabelecido:
a- Observe a topografia do terreno e defina de que local a água escorre.
b- Caracterize a cobertura vegetal da área.
c- Anote se houver na área alguma estrutura conservacionista como curvas
em nível e terraços.
d- Aponte as possíveis causas da erosão nesta área.
e- Observe a erosão quanto ao comprimento e profundidade. Utilize como
instrumento de medida um barbante com pedaço de madeira preso nas
suas extremidades. Anote a profundidade estimada da erosão, pelo
comprimento do barbante.
f- Existe alguma forma de controle desta erosão sendo executada?
g- Como este problema poderia ser resolvido e evitado?
Para a compreensão de um fenômeno é necessário uma observação e o
estudo detalhado do ambiente, procurando detalhes importantes que possam servir
de base para a reversão do caso de degradação. Com base nesse questionário os
alunos levantaram os pontos chaves do processo erosivo:
― A água escorria da estrada para o local da erosão;
― Não possuía cobertura vegetal que a protegesse;
― Não possuía nenhuma estrutura conservacionista;
― Manejo do solo na área através do plantio convencional favorecia o processo
erosivo;
― A erosão tinha um comprimento aproximando de cinco metros de largura e
uma profundidade média de um metro e meio;
― Não havia nenhuma forma de controle de erosão sendo executada;
― Primeiramente deveria ser desviada a água que corre na beira da estrada
para alguma estrutura de retenção, dentre outras práticas citam-se a
utilização de estruturas conservacionistas, manejo do solo através do plantio
direto entre outras medidas.
Além destas questões, enquanto caminhavam pelo local, os alunos
observaram que a área era inclinada, o solo estava muito solto e havia a presença
de cristais de sílica. Também foi possível verificar que com o passar do tempo sem
nenhuma providência, esta ação poderá comprometer a estrada devido à
proximidade da mesma com o local de erosão, em função do arraste de partículas
da estrutura de sustentação.
Segundo Zoccal (2007) em cerca de 90% do solo removido pela erosão
existe a necessidade de presença de água. Estando desprotegido de vegetação ou
mesmo das práticas conservacionistas, o solo sofre uma ação de desagregação com
o impacto da gota de chuva, que depois o arrasta, principalmente nos primeiros
minutos da chuva. Dependendo do seu diâmetro, as gotas das chuvas desagregam
as partículas do solo e a velocidade do escoamento das águas arrasta grande
quantidade de solo. A quantidade de solo arrastado depende muito do seu tipo,
declividade do terreno e da intensidade da chuva.
Ao retornarem em sala de aula, os alunos trabalharam em um texto que
demonstra como ocorre o processo erosivo na natureza, como o homem torna esse
processo mais intenso, seus impactos diretos e indiretos e suas formas de correção.
Formaram-se cinco grupos, e com base no texto e nos conhecimentos da pesquisa
de campo, os grupos deveriam estabelecer medidas de controle dessa erosão.
Com base no texto discutido com os alunos eles puderam observar que os
processos erosivos ocorrem naturalmente de forma lenta e gradual, causando, no
decorrer da evolução, mudanças no relevo e na vegetação. Com relação da ação do
homem nesse processo os alunos concluíram que: “O homem derrubando a
vegetação e não cuidando da terra promove a erosão, a erosão vista foi causada
pela ação do homem que derrubou a mata e plantou sem nenhum cuidado, a erosão
foi causada pela água que escorre da estrada e entra na propriedade que não
possui vegetação e o solo está descoberto”.
Através desses questionamentos os educandos puderam verificar a ação
direta do homem no processo erosivo e com base nessa conclusão estabeleceram
medidas de controle dessa erosão: “Deve-se desviar a água que escorre da estrada
para uma estrutura de retenção. Plantar árvores no local da erosão, tampar o buraco
com terra, fazer um terraço na erosão para a água desviar”. Através da discussão
pode-se verificar o entusiasmo dos alunos em estabelecer medidas de controle para
o problema em questão. Ao debater as questões que ocorrem rotineiramente no dia-
a-dia dos alunos, observou-se uma maior participação e expressão de suas idéias,
acarretando em uma aprendizagem mais dinâmica.
A pesquisa de campo possibilitou aos alunos a observação dos fenômenos,
podendo visualizá-los como ocorrem na natureza e, portanto, como são tratados na
realidade. Além de permitir a elaboração de conhecimentos mais complexos,
proporcionou o confronto entre a teoria e a prática (SENICIATO, 2002).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos resultados obtidos neste trabalho pode-se concluir que as
atividades expositivas dialogadas, a palestra com especialista e as atividades
experimentais proporcionaram aos educandos um ambiente de aprendizagem
multidisciplinar, demonstrando ser esta uma eficiente estratégia no ensino de
ciências. Houve a criação, reflexão e resolução de diversas questões vivenciadas
pelos alunos, promovendo o raciocínio, o trabalho em equipe e a expressão em
público. Essas atividades deram suporte para o conteúdo teórico trabalhado em
sala. As práticas foram realizadas com a utilização de materiais simples e de fácil
acesso, os quais foram confeccionados com a participação dos alunos, criando um
ambiente favorável ao aprendizado, deixando o educando à vontade e confortável
para realizar questionamentos e expressar o seu ponto de vista.
Em todas as etapas do projeto houve a supervisão do professor, sendo este
o mediador de questionamentos levantados, auxiliando e supervisionando a
execução dos experimentos, promovendo a expressão dos resultados pelos
educandos.
Dentre as dificuldades apresentadas por alguns alunos, destacaram-se a
não participação dos trabalhos em grupo e a não entrega de relatórios. Nas aulas
laboratoriais alguns excessos cometidos pelos alunos não interferiram no
andamento da atividade bem como na discussão dos resultados. O tempo
programado para as atividades comumente era excedido, porém verificou-se que o
entusiasmo dos alunos possibilitou que eles ficassem até o termino, evidenciando a
importância desta modalidade de ensino.
Todas as atividades apresentaram resultados satisfatórios. De maneira
geral, foi possível estabelecer as relações dos fenômenos que ocorrem naturalmente
com os fenômenos que são causados pela ação do homem.
5 REFERÊNCIAS
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