ELEMENTOS VISUAIS DA LINGUAGEM FOTOGRÁFICA

Elementos visuais ou informações visuais daquilo que se vê, é a forma como vemos a realidade. Vemos as coisas através de texturas, formas, contornos e cores. Todas as fotografias devem conter alguns desses elementos visuais independente de qual seja o assunto fotografado e, quando as condições de iluminação forem favoráveis, Em algumas situações você poderá escolher um desses elementos para dar mais ênfase do que outros. O resultado dessa ênfase serão fotos que expressarão sua individualidade como um fotógrafo, sua forma pessoal de ver as coisas.

TEXTURAS: Em fotografia a textura evoca uma variedade de sensações e sentimentos associados ao relevo e toque. É através dela que muitas vezes podemos reconhecer o material com o qual foi feito um objeto que aparece em nossa fotografia. Troncos, paredes, paralelepípedos, tijolos, ferrovia, fabricas abandonadas, maçanetas há uma infinidade de interessantes tipos de texturas que, com um bom contraste, pode criar uma temática, de grande impacto visual. É importante valorizar todos os detalhes, sabendo se posicionar em relação ao objeto a ser fotografado. A qualidade da luz é importante para fotografar textura, pois é ela que vai dar relevo e nitidez.

Textura de um tronco em close formando um grafismo

A luz dura é mais recomendável para se trabalhar com texturas, incidindo de uma forma rasante (baixa) sobre o objeto fotografado, é mais bem aceita do que uma luz direcionada de uma forma frontal que tira da superfície as nuances os meios tons – que no caso da textura são muito importantes.

Normalmente a textura é mais acentuada quando nos aproximamos com a câmera do assunto, destacando-o mais do que seu tamanho natural, com isso pode-se ampliar e registrar texturas, embora familiar para nós, estará Irreconhecível, fornecendo ao assunto uma característica abstrata.

Stanley Greene – Fronteira entre Chad e Sudão - 2007 Nesta foto, ganhadora de prêmio do World Press Award de 2008, demonstra bem a importância da textura na linguagem do fotojornalismo e em informar um fato ocorrido. O fotógrafo captou, com forte relevo, o desenho de um plano de ataque militar na areia, a um vilarejo próximo a fronteira entre o Chad e Sudão. A imagem sem uma legenda demonstra apenas uns rabiscos sem sentido, mas com uma explicação, ela se transforma em algo realmente ameaçador. É uma representação da baixa tecnologia a favor do genocídio em uma época onde as guerras fazem uso de uma parafernália tecnológica como GPS, laptops, palm, etc.

FORMAS

Outro elemento visual de uma cena é a forma dos objetos destacada pelas condições e direção da luz. Aqui também a luz dura e lateral, produz rápida passagem entre áreas de altas luzes e sombras densas destacando o volume das formas.

Formas fotografadas com luz lateral

A identificação da forma dos objetos está em nossa memória e a maneira de mostrá-la com eficiência, além da qualidade da luz, a escolha do ângulo de tomada correto, cor e tonalidade do fundo (claro sobre escuro ou escuro sobre claro).

CONTORNOS DAS FORMAS

São as linhas que formam os objetos e nos ajudam a identificá-los. Os mais puros contornos são as silhuetas onde são eliminadas as formas, texturas e cores. O que forma uma silhueta é algum objeto ou cena posicionado em contra luz. As fotos mais comuns são aquelas feitas ao nascer e por do sol, mas pode-se conseguir a silhueta em qualquer outra situação desde que haja um fundo bem iluminado e o assunto em uma área sombreada. Ao enquadrar um assunto, a medição da luz deve ser pela luz do fundo para que o primeiro plano fique preto.

Silhueta ao por do sol

A silhueta pode conter uma riqueza de informação sem revelar qualquer detalhe do volume. O perfil ou silhueta de uma pessoa pode mostrar características do modelo de uma forma mais reveladora do que um retrato convencional. O desenho da cabeça, o contorno do nariz e boca, ajudam a criar uma imagem de impacto visual.

COR

Não há regras rígidas em fotografia para o uso e combinação de cor. Sabemos que certas cores se contrastam mais do que outras e, que o vermelho, amarelo e azul são cores dominantes (primárias), enquanto o verde, violeta e laranja são menos dominantes por serem secundárias. Tudo depende da sensibilidade e gosto pessoal de quem estiver fotografando.

Esta imagem representa bem uma combinação de cores e contrastes ideais. Temos no primeiro plano o amarelo contrastando com o vermelho que por sua vez se destaca sobre um fundo branco.

Na fotografia usamos as denominações de cores quentes quando na cena fotografada existem tons de vermelho e amarelo e, cores frias quando existem cores com predominância de azul e verde. As cores têm influência nas emoções das pessoas, por exemplo, o vermelho está associado a paixão, desejo, perigo, sangue, energia, etc. O azul frequentemente associado ao céu, tranquilidade, estabilidade, fé, inteligência, etc. O preto é associado a poder, morte, elegância, medo, etc. Ao fotografar ao ar livre não há como alterar as posições e cores relativas dos diversos elementos que fazem parte da composição. No entanto, muitas vezes se consegue, ao compor a imagem, descobrir alguma mancha de cor que contraste com o tom geral da cena, que tenha força para atrair o olhar e assegurar o sucesso da imagem. Cores como o amarelo, laranja e em especial, o vermelho, são as que mais se prestam para produzir pontos de interesse.

O centro de interesse com cores saturadas destaca-se em paisagens monocromáticas.

PERSPECTIVA

É a ilusão de profundidade espacial. Ela se determina a partir de um ponto de convergência que centraliza a linha, ou as linhas principais da fotografia.A presença deste elemento visual é mais notória em cenas mais amplas, com linhas paralelas que se juntam no horizonte. O exemplo mais comum é uma estrada de ferro, outro exemplo, um prédio fotografado de sua base.

Perspectiva: Linhas que convergem para um ponto

A LUZ CORRETADireção da luz: Os fotógrafos profissionais preferem, em sua maioria, fotografar no período da manhã e a tarde, pois a posição do sol nesses períodos está mais favorável para se obter uma iluminação ideal. Há uma grande variação na direção da luz do sol em sua trajetória pelo céu. Com essa mudança que vai do nascer ao por do sol, a direção da luz vai determinar as sombras projetadas pelos objetos e a área que é iluminada, o que, por exemplo, afeta a percepção da textura e do volume. Dentre as várias direções que a luz pode vir vamos analisar dois tipos:

1 - luz lateral: com o sol baixo é, em princípio, aquela que melhor traduz a idéia de profundidade e o relevo dos objetos, devido ao jogo de sombras (claro-escuro) que causam no assunto fotografado.

India - Steve Mccurry – 1999 (iluminação lateral)

2 - contra-luz (iluminação por trás): valoriza-se a forma em detrimento do conteúdo, perdendo-se informação ou detalhes quanto a relevo e textura do objeto que se está fotografando mas, se obtem melhor estética na imagem. Este é o caso de um contra luz total, quando o assunto fica completamente escuro, em silhueta.

Contra luz com assunto em completa silhueta

No caso em que se pretenda ter o assunto rodeado por um contorno de luz, mas também poderem observar-se os traços do motivo, deve usar-se, quando possível, um rebatedor com superfície clara, que reenvie alguma luz para frente do assunto. Uma alternativa ao uso do rebatedor é a utilização de um flash.

Contra luz em um assunto com luz rebatida

Qualidade da Luz: Basicamente há dois tipos de luz:

a) Luz dura: forma sombras duras mais intensas e realçam as formas, texturas e satura as cores.

Luz dura: mais contraste e sombras mais marcantes b) Luz difusa ou suave: ocorre em dias encobertos pelas nuvens, produz sombras suaves e baixo contraste. Muitos fotógrafos preferem fotografar com este tipo de luz.

Luz difusa: contraste e cores suaves