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A humanidade dá grandes saltos em momentos marcantes, como guerras e epidemias. Este caderno traz um seleto time de empreendedores que possui este olhar visionário, que tem potencial para fugir do imobilismo e fazer acontecer, que anseia construir um mundo melhor, que sonha, que planeja, que edifica. Apesar do momento de incertezas. Apesar dos inúmeros desafios. @ofarroupilha também estamos nas mídias sociais SEXTA-FEIRA, 26 DE JUNHO DE 2020 Caderno especial que destaca empreendedores da Serra Gaúcha Este material faz parte da edição 2214 do Jornal O Farroupilha e não pode ser vendido separadamente #1 Eles & Elas

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A humanidade dá grandes saltos em momentos marcantes, como guerras e epidemias. Este caderno traz um seleto time de empreendedores que possui este olhar visionário,

que tem potencial para fugir do imobilismo e fazer acontecer, que anseia construir um mundo melhor, que sonha, que planeja, que edifi ca.

Apesar do momento de incertezas. Apesar dos inúmeros desafi os.

@ofarroupilha

também estamosnas mídias sociais

SEXTA-FEIRA, 26 DE JUNHO DE 2020Caderno especial que destaca empreendedores da Serra Gaúcha

Este material faz parte da edição 2214 do Jornal O Farroupilha e não pode ser vendido separadamente #1

Eles & Elas

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Chamamos de cadernos especiais estes materiais que são encartados nos jornais, com conteúdos diferenciados. Mas o 1º Eles & Elas é especial no sentido literal. Pri-meiramente, porque é inédito neste formato. Há oito anos produzo os cadernos Elas e Benditos Ventres, voltado a mulheres, sempre em março e maio, respectivamente. Neste ano, com a pandemia, me vi praticamente obrigada a inovar, me reinventar. E assim surgiu, em junho, o primeiro caderno que inclui homens em suas páginas. Para mim, um desafi o dobrado, devido à novidade de estar trabalhando com o gênero masculino e também pelo momento o qual estamos enfrentando. Foi uma experiência muito agregadora e pude sentir uma ótima aceitação e interesse para trabalhos futuros.

Em meio de uma pandemia, muitos recuam. A insegurança bate, não sabemos como será o dia de amanhã, se estaremos trabalhando ou em casa tentando conter a dissemi-nação do vírus, se os nossos clientes estão aptos a investir conosco. É compreensível! Mas quem nunca ouviu o ditado “É na crise que se cresce”? Há quem tenha, mesmo nesses tempos difíceis, prosperado. Tudo depende do seu olhar e da sua atitude. Talvez este seja um dos melhores momentos para se investir. Incerteza há, mas o investimento está sempre atrelado ao olhar a longo prazo. A maioria das pessoas está com mais tem-po e pode planejar, pensar estrategicamente, dar um passo de cada vez.

É um momento de acelerar o novo, de repensar conceitos, de avaliar como nos posi-cionamos, como pessoas e como profi ssionais. Como a gente conduz a vida, como nos relacionamos com os clientes? São tempos de novas oportunidades e de buscar fazer diferente no dia a dia. Aprenda a fazer o melhor com menos e entregar uma experiên-cia positiva para o cliente. Ajuste tudo. O mais importante é se adaptar sem perder a qualidade e muito menos a confi ança dos clientes.

Os participantes desta edição do caderno Eles & Elas apresentam este perfi l, de questionadores, de inquietos, de ativos. E uma característica que os representa é que eles têm um quê a mais de coragem. São do perfi l de não se deixar abater e ir em busca, fazer acontecer, independentemente do quão delicada é a situação que se apresenta. São pessoas empreendedoras, que se reinventaram, que se abriram ao aprendizado e, por mais desastroso que seja o momento, conseguem ter a sensibilidade de enxergar lá no fundo uma oportunidade, um lado positivo, uma motivação.

Lhes apresento estas pessoas nas páginas a seguir.

Boa leitura!

Um quê a mais de coragem

REALIZAÇÃO

FUNDADO EM 20 DE SETEMBRO DE 1981

DIREÇÃO

[email protected]

COMERCIALIZAÇÃO, EDIÇÃO E COORDENAÇÃO

[email protected]

FOTO DE CAPA

PARA PARTICIPAR DOSNOSSOS PROJETOS, CONTATE

MODELOANÚNCIOS

anú[email protected]

DIAGRAMAÇÃO

[email protected]

Rua Luíz Ornaghi, 141- Farroupilha/RS

Telefones: (54) (54) 99237-4733 | 99183-4975 E-mail: [email protected]

Site: www.ofarroupilha.com.br Facebook: � .com/ofarroupilha

Instagram: @ofarroupilha

02 Editorial CADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020

Editora

Studio Dal Monte

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>>> Qual é a tua formação e há quanto tempo atuas?Sou médica pela UCS, pediatra pela UFRGS com es-

pecialização em UTI pediátrica e mestrado em Saúde da Criança pela PUC-RS. Muito orgulho da minha for-mação bairrista, na mão de muita gente boa. Debutei esse ano como pediatra, completando 15 anos na área. Muita vida e muita história.

>>> Como é a tua rotina? Principalmente agora, na pandemia, é trabalho e

casa, grata todo dia por ter os dois. Atuo exclusivamen-te em UTI, em Caxias do Sul. Pego estrada todo dia, me divido entre os plantões na UTI pediátrica do Hospital do Círculo e plantões, internações, salas de parto e funções administrativas na UTI neonatal do Hospital Pompéia.

>>> Quais as razões da tua escolha por UTI ao invés de consultório?

UTI sempre foi onde meu coração bateu mais forte, mas consultório estava nos planos. Até que meu ilho, quando tinha uns quatro anos, trocou o pedido de pre-sente de aniversário, uma calopsita, por um ano sem eu trabalhar. Naquela época eu recém tinha terminado o mestrado, dava aula na universidade, tinha quatro esca-las de plantão. Puxei o freio. Meu pequeno queria a mim de presente. Amo meu trabalho, mas tive que priorizar o que era prioridade.

>>> Como concilias tua vida entre plantões e dois ilhos, o Gabriel, de 14 anos, e a Clara, de pouco mais de dois anos?

Acho que nascer mulher nos capacita naturalmente a múltiplas funções. Tudo é questão de hábito, amor e

propósito. Porque não é só conciliar trabalho e ilhos, mas também arranjar tempo para amizades, relação de casal e momentos para dar conta de mim. Sou huma-na antes de ser mulher, logo, reconhecidamente falível. Então, não concilio sempre, mas, se dou o melhor de mim a cada dia, estou satisfeita.

>>> Depois de um dia intenso na UTI, como é voltar pra casa e ver teus ilhos bem e saudáveis?

A lição mais profunda que o trabalho me trouxe: seja grato. Sempre! Estarmos vivos é precioso. Estarmos com saúde é uma dádiva e sermos amados por alguém é o pa-cote completo. Todo o resto é disfarce, todo o resto se bus-ca, tudo o que parece preencher fora disso é ilusão. Digo sempre que não tenho problemas na vida, só desafios. Lu-tar para estar vivo é problema. Para todo o resto, dá-se jeito.

>>> O que é felicidade pra ti? Barriga cheia, abraços quentinhos, um lugar pra

onde voltar, poder estar viva e com saúde. Acho que a gente romantiza demais felicidade. “Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo”, frase do Guimarães Rosa que pontua meus dias. Felicidade é a soma de pequenos milagres que enxergamos.

>>> Falando em milagres, acreditas que a fé interfere no tratamento?

Não é só a minha opinião, a ciência já abasteceu nosso entendimento disso também. Fé não contribui só para o tratamento. Traz saúde, bem-estar, é alicer-ce de vida longa. Estar espiritualizado, orar, ter fé muda desfechos. Não é determinante, mas pode contribuir positivamente.

Tatuagensna alma

Tamila Alquati é médica pediatra e atua em UTI,

cenário do qual ela carrega lembranças eternas,

algumas positivas, outras que lhe trouxeram

aprendizados, e todas que moldaram

a pessoa que hoje ela é

Luciana Martins

>>> Como médica e mãe, se pudesses dar um conselho aos pais, o que dirias?

Desconfortável pra mim, não sou boa nisso. Sinto que não existe conselho universal, simples-mente porque somos únicos. Mas diria: permitam--se ser o seu melhor. Antes disso, cuidem-se bem e perdoem-se. Recebam bem seus ilhos no mun-do. Deem boas-vindas, acolham, olhem nos olhos dos pequeninos. Aceitem os ilhos como são, não como gostariam que eles fossem. Eles também nos aceitam como somos, com falhas e virtudes. Transmitam afeto, é a melhor herança. Filhos preci-sam de presença, amor e verdade. Tão simples e tão difícil. Porque precisamos ser isso tudo conosco, antes de sermos com eles.

>>> Como tu te sentes enquanto estás exercendo teu ofício?

Realizada. Sinto que é mais do que um ofício. É a minha contribuição para o mundo. É o meu propósito

>>> De tudo o que tu já viste, o que mais te marcou e por quê?

Tenho ininitas tatuagens na alma. Das histórias que já vi e vivi, algumas lindas, de desaios supera-dos para além das nossas expectativas iniciais. Al-gumas grandes tragédias, onde quase falta o fôlego para seguir adiante. Vidas recém iniciadas mobili-zam da gente o mais puro extrato de humanidade. Não há como sair igual e ileso dessa trajetória que partilho com tantas famílias. Todas no seu particu-lar são especiais, toda vida conta. Sou marcada por muitas histórias.

Tamila AlquatiCADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020 03

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Carinho em forma de sabor

04 Lisiane Pertile CADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020

A bento-gonçalvense Lisiane Pertile empreendeu na área que mais gosta e

sente-se realizada por poder proporcionar experiências aos seus clientes

>>> Tu és natural de onde? Sou natural de Bento Gon-

çalves, vim para Farroupilha a trabalho em março de 2005 e estabeleci residência em agosto do mesmo ano.

>>> Com o que tu trabalhavas anteriormente?

Entrei no mundo contábil aos 17 anos de idade e encon-trei uma paixão que eu não sabia na área de RH, ou me-lhor, pelo velho Departamento Pessoal, em Farroupilha tive a felicidade em trabalhar em es-critórios de contabilidade de muito respeito e no RH das Lojas Colombo.

>>> Como surgiu a ideia de abrir um espaço como o Alper?

Sempre tive a vontade de empreender, foram muitas ideias antes de tirar o Alper dos meus sonhos. Sempre fui apaixonada pela gastronomia e não poderia fazer algo que me desse mais prazer do que trabalhar com comida.

>>> Há quanto tempo existe o Alper?

O Alper foi inaugurado no dia 04 de julho de 2019, esta-mos prestes a completar nos-so primeiro ano de empresa.

>>> Qual tu consideras o maior diferencial do local?

Mais do que oferecer pro-dutos de boa qualidade pen-samos em um espaço que pro-porcionasse aconchego aos

nossos clientes, aonde pudes-sem fazer suas compras, mas também encontrar um espaço para apreciar um café com um lanche ou apenas sentar para uma boa conversa.

>>> Como foi a escolha do nome Alper?

A missão de escolher o nome para um negócio é tão difícil quanto a de escolher o nome de um ilho. Mesmo ten-do feito muitas pesquisas de nomes que pudessem trazer uma identidade para o nosso negócio, por um acaso, acaba-mos juntando as letras dos so-brenomes dos dois sócios, eu, Pertile, e meu marido, Alberti, aí nasceu Al + Per = Alper.

>>> Qual o principal sentimento que tu gostarias de alorar nas pessoas que conhecem o Alper?

Encantamento, surpresa e satisfação. Tudo o que faze-mos são voltados para esses três sentimentos. Queremos que nossos clientes sintam o prazer em adquirir nossos produtos e satisfação pelo serviço que oferecemos.

>>> De que forma é possível inovar neste segmento?

Inovar é estar em constan-te evolução, precisamos estar sempre atentos em novidades de produtos e serviço que se encaixem com a nossa pro-posta e que possamos ofere-cer como diferencial aos nos-sos clientes.

>>> Dos produtos que vocês oferecem, o que faz mais su-cesso?

Muitos, mas um dos produtos que oferecemos que são motivo de muita felicidade são nossas tábuas de café da manhã. É mui-to prazeroso levar como presen-te carinho em forma de sabor. Temos prazer em fazer parte da história das pessoas.

>>> Algum fato que tiveste di-iculdade de administrar e com isto, tiraste alguma lição?

Tivemos uma demanda de tábuas que não imaginávamos no Dia das Mães. Tivemos su-cesso, mas também vimos que o detalhe que é feito por mim no dia a dia acabou escapando pontualmente, o que me causou aborrecimento, pois sou chata e detalhista e quero que os clien-tes iquem sempre encantados, queremos a felicidade em for-ma de sabor. Não quero mudar os detalhes que, junto com a qualidade dos produtos são o diferencial que entregamos aos nossos clientes. Esses pequenos percalços nos levaram a rever o processo nas datas comemora-tivas para manter a qualidade que queremos e que todos os clientes merecem.

>>> O que é felicidade para ti?Felicidade para mim é

aprender a ter a satisfação com pequenos momentos que vivemos. Não encontra-mos felicidade, nós a cria-mos!

>>> Como é trabalhar lado a lado com marido e ilho?

É muito bom saber que podemos contar com al-guém a qualquer momento, ter meu marido e meu ilho ao meu lado é isso. Somos três personalidades comple-tamente diferentes que têm um mesmo propósito e que não medem esforços para fa-zer do Alper um lugar aonde as pessoas entram e sentem

vontade de voltar.

>>> Quais teus planos a curto prazo?

Quem me conhece sabe que minha cabeça não para nunca, sonho, penso, planejo e proje-to o tempo todo. O Alper ainda não está pronto e terá mais no-vidades. Nosso próximo projeto é montarmos uma cozinha para oferecer ainda mais sabor para nossos clientes.

Michele Heinen Fotograia

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Sucesso construído Para chegar aonde está, Rudimar Dall’Onder, presidente de uma das maiores produtoras mundiais de calçados,

desenvolveu habilidades e mostrou competência e seriedade em cada etapa de sua trajetória

>>> Em que ano iniciaste na empresa? Imaginavas chegar aonde chegaste?

Iniciei em 1978 e não imaginava, pois o futuro é incerto. Sempre é muito di-fícil prevê-lo.

>>> Como foi a tua trajetória até chegar à presidência da Grendene?

Eu iniciei na empresa como Analista de Custos. Após a minha formação aca-dêmica, em 1982, assumi a Área de Processamento de Dados. Três anos depois, a Diretoria Industrial da em-presa. Na sequência, em 2004, incorporei a área co-mercial e, em 2014, fui no-meado Diretor Presidente.

>>> A que tu atribuis tal sucesso?

Em primeiro lugar, as pessoas têm que ter opor-tunidades na vida. Felizmen-te eu as tive, pude estudar e fui convidado a participar em um projeto novo com pessoas visionárias. A partir daí, depende de cada um, é preciso muita dedicação.

>>> Como te sentes sendo presidente de umadas maiores produtorasmundiais de calçados, com mais de 20 mil colaboradores?

A responsabilidade é enorme, mas a medida em que tu tens consciência de estar fazendo o correto, tudo se torna mais fácil.

>>> Quais os maiores desafios do teu dia a dia?

Conduzir uma empresa deste porte é um grande desafio por si só. Somos uma empresa global, in-tegrada por pessoas com diversidade de ideias bus-cando atingir múltiplas culturas. Isto faz com que tenhamos que nos renovar constantemente.

>>> Como te vês daqui a cinco anos?

Profissionalmente, hoje não me vejo trabalhando em outro local. Atualmente

nós estamos preparando o futuro da empresa, com a sucessão de alguns profis-sionais que executaram, ao longo de muitos anos, um excelente trabalho. Em al-gum momento vai chegar a minha vez.

>>> Qual a lembrança mais doce que tens da infância?

Ajudar o meu pai no mer-cadinho. Eu gostava de fa-zer as contas.

>>> Ao lado de quem gostaria de ter sentado na época da escola? E por quê?

Sócrates, gosto do seu método de estimular as pessoas a chegar às suas próprias respostas por meio de perguntas.

>>> Quais os traços da tua personalidade que consideras mais marcante?

Responsabilidade e pru-dência.

>>> Ao teu ver, qual a melhor invenção da humanidade?

Óculos.

>>> Com que mensagem encaras o mundo?

Sejamos mais humanos com todos.

>>> Do que precisas para ser feliz?

Da minha família a meu lado.

>>> O que gostas de fazer nas horas vagas?

Gosto de assistir ao meu Inter.

>>> O que gostaria de ter sabido antes?

As coisas acontecem no seu devido tempo. Não de-vemos querer apressá-las.

>>> Como vês este momento de pandemia?

Economicamente é um desastre, mas a humanidade já provou em diversas ocasi-ões que ela é resiliente. Esta também é uma excelente oportunidade para conhe-cermos melhor as pessoas.

Duda Mangoni

Rudimar Dall’OnderCADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020 05

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06 Cassiane Frozi CADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020

Há dois anos Cassiane Frozi deixou de lado seu trabalho

ixo para ser feliz em tempo integral com o que realmente fazia seu coração bater mais forte >>> Como e quando a fotograia entrou na tua vida?

A fotograia sempre esteve presen-te em minha vida, desde criança amava fotografar e ser fotografada. Quan-do adolescente, nas horas vagas, eu e minha irmã caprichávamos nas produ-ções, eu a fotografava e depois “brin-cava” editando as fotos. Sou formada em Administração de Empresas e Pós--Graduada em Gestão Empresarial e, até então, trabalhava somente nessa área, mas parecia que faltava algo. O desejo no coração pela fotograia era muito forte, mas não tinha nem ideia por onde começar, até que conversei com alguns fotógrafos e em 2015 com-prei minha primeira câmera proissio-nal. Iniciei fotografando por hobby, uti-lizava família e amigos como cobaias. Os meus ailhados gêmeos, que tinham meses de vida, foram meus primeiros modelos e foi então que eu percebi meu amor por fotografar crianças. A partir disso, decidi seguir na prois-são, iz vários cursos e workshops es-pecíicos para esse tipo de fotograia, a qual realmente me completava. Por dois anos fui conciliando com meu ou-tro trabalho ixo. A partir de 2018, por falta de tempo, não consegui mais se-guir com os dois e tive que optar por um deles. Decidi então que era hora de transformar a minha paixão em felici-dade constante e me dedicar somente à fotograia, a minha proissão, a qual exerço com muito amor. Não foi uma decisão fácil porque muitas vezes pen-sava estar deixando o certo pelo duvi-doso, mas sempre ouvia que quando a gente faz o que ama e com amor, dá certo. E graças a Deus, assim tem sido! Hoje, vejo que foi uma das melhores e mais lindas escolhas que eu poderia ter feito. O meu trabalho não só me permite registrar imagens, mas tam-bém conhecer pessoas e participar um pouco de suas histórias de forma úni-ca. Sou muito grata ao que a fotograia me proporciona.

>>> Trabalhas com que tipo de ensaio?Meu foco é em fotograia infan-

til, família, gestantes, newborn, ani-versários e retratos. Eu amo poder acompanhar a doce espera dos pais e o brilho nos seus olhos com a che-gada de um ilho, os primeiros dias de vida da criança, o crescimento mês a mês ou ano a ano, os primeiros sor-risos, os primeiros dentinhos, os pri-meiros passos, cada nova fase e des-coberta, a comemoração da vida. Me sinto parte da vida dessas famílias e isso me traz muita alegria.

>>> E destes ensaios, qual mais te fascina?

O que mais me fascina e faz meus olhos realmente brilharem, é o ensaio de recém-nascido, o newborn. São momentos os quais eu me sinto mui-to feliz e grata por saber lidar e por ter tanta paciência com essas criaturinhas maravilhosas. Enquanto posiciono, cui-do, dou carinho para esses seres tão pequeninhos, ico observando e só consigo ver o quanto Deus é perfeito. É Ele quem dá a vida e nos traz seres tão plenos, cheios de luz e paz, e que nos dão a esperança de um mundo melhor.

>>> Ao teu ver, por que as pessoasbuscam o teu trabalho?

Porque de alguma forma elas se identiicam com o que veem no meu trabalho. Em todas as minhas foto-graias tem um pouco de mim, é uma mistura do meu amor colocado em cada registro, em cada ensaio realiza-do, com a essência do cliente. É sem-pre muito mais do que fotos, é amor, é sentimento.

>>> Como deines teu estilo de foto?Me preocupo muito com a atempo-

ralidade dos registros, para que daqui a alguns anos, permaneçam atuais. Pro-curo seguir um estilo mais leve, suave e delicado. Gosto de fotografar o mo-mento de forma única e real, que re-

>>> Quais são teus hobbies? Estar com as pessoas que eu gosto,

escutar músicas, assistir séries e ilmes e praticar exercícios.

>>> Uma lição de aprendeste em um momento de diiculdade?

Que em muitos momentos vai ser somente você e Deus e isso é o sui-ciente. Ninguém pode fazer por você o que só você pode fazer. A nossa vida é uma batalha diária, precisamos saber olhar o lado bom de tudo. Eu jamais se-ria quem sou hoje se não tivesse pas-sado por tudo o que passei.

presenta as pessoas naquele momen-to de vida, a família como ela é, com as suas brincadeiras e particularidades. Para que os ilhos possam mostrar es-tas fotograias aos ilhos e netos deles, eternizando uma geração.

>>> Qual tua maior meta da vida como fotógrafa?

Tocar vidas e fornecer aos meus clientes as melhores imagens que eu poderia oferecer. Eu acredito muito em propósitos e que ninguém passa nas nossas vidas por acaso, os clientes que chegam até mim não são em vão.

Fábio Campos

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Aperfeiçoando seu próprio modeloJuliano Grandi trabalha com vendas de consórcios e constrói, dia

a dia, baseado em um modelo de sucesso, a sua melhor versão

>>> Quando iniciou o gosto pelas vendas? Com 20 anos fui à Inglaterra aprender

inglês, estudar e adquirir autonomia. Fui convidado para trabalhar com vendas em uma das principais rede de lojas de bici-cleta do país. Foi difícil, eu não tinha ex-pertise, achava que vender era um dom e não era intrínseco meu. Fui adquirindo experiência e no terceiro mês fui reco-nhecido como o melhor vendedor da loja. Me surpreendi comigo mesmo e entendi que poderia ser um bom vendedor.

>>> Como se sucedeu tua trajetória proissional?

Conquistei tudo o que me propus e até além, assumi como encerrada a mi-nha empreitada e voltei ao Brasil. Me formei em Comércio Internacional e entrei em uma das empresas do Grupo Randon. Fui convidado para trabalhar na operação da empresa em Dubai. Foi um dos melhores períodos da minha vida, tive uma excelente experiência interna-cional, visão de mundo dos grandes ne-gócios, iz networking e me desenvolvi proissionalmente. Mergulhei na cultura local, iz aulas até de árabe. Deixei bons legados nas empresas as quais tive opor-tunidade de trabalhar. Fui convidado para trabalhar com vendas de móveis na África, Oriente Médio e Américas Cen-tral e do Sul. Por ser um aventureiro e gostar de desaios, aceitei. Foi exaustivo, houve muita dedicação e entrega, não ti-nha tempo para mim e acabei saturando.

>>> Então decidiste empreender? Sim, e quando decidi que enfrentaria

meu maior medo, trabalhar com meu pai, Juarez Grandi. Foi um período de rele-xão e dúvidas, pois apesar de ele ser uma forte referência pra mim, temos peris diferentes. Mas entendi que ele poderia ser um grande mestre. Ele abriu a em-

presa em 2015 e em 2017 convidou-me a participar da sociedade. Hoje somos uma franquia referência da Racon Consórcios.

>>> Quais os diferenciais da JJG? Atendimento, atenção, credibilidade

e segurança. Entregamos muito mais do que o cliente contrata. Não buscamos apenas uma venda, mas diversas para o mesmo cliente e isso muitas vezes se concretiza quando o cliente conhece melhor nossa forma de trabalho e os benefícios do consórcio. A Racon é uma empresa sólida, pelo 6ª ano consecutivo foi a marca mais lembrada em consór-cios no estado inteiro.

>>> E hoje, de que forma o teu pai inluencia tua carreira?

Meu pai tem inúmeros troféus, inclusi-ve nacionais, de desempenho como ven-dedor conquistados pela Randon, empre-sa a qual ele se dedicou por 43 anos. É um excelente proissional, tem empatia, é sé-rio, justo, comprometido e determinado. Vou aperfeiçoando estas características em mim baseado no modelo dele.

>>> Algum fato marcante que tem rela-ção com o passado, presente e futuro?

Quando tinha 18 anos, meu pai prati-camente me obrigou a fazer um consór-cio e comprometer 80% do meu salário. Depois, iz outros consórcios e continu-arei fazendo, pois acredito muito neste tipo de investimento.

>>> Qual é a tua missão?Poder proporcionar às pessoas, por

meio do meu trabalho, uma vida mais feliz e equilibrada inanceiramente. Ao entender os benefícios do consórcio é possível concretizar muitos sonhos. Acreditar e coniar é um grande passo. Depois, basta construir as pontes.

>>> Alguma conquista que te orgulha? Em 2010 decidi que queria ir à China

em até cinco anos. Escrevi, sonhei e no ano seguinte fui selecionado entre mais de 500 pessoas para estudar sustentabilidade, meio ambiente e urbanismo na China. En-tre turismo e trabalho, conheci 55 países. Cultura e conhecimento ninguém nos tira.

>>> Como está sendo este momento de pandemia para vocês?

O consórcio continua se mostran-do um investimento seguro e estável. Ainda estamos aprendendo com a si-tuação, nos reinventando, mas esta-mos sabendo conduzir, contornar as diiculdades.

Arquivo Pessoal

Juliano GrandiCADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020 07

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>>> Como te sentes atuando no ramo da advocacia?

Me sinto completamente realizada. Desde que iniciei os estudos, não sabia qual área escolher, de tanto que gostava. Trabalhei em um dos mais con-ceituados escritórios de advoca-cia da cidade, onde cresci muito proissionalmente. Hoje, atuan-do exclusivamente na área, con-sigo prestar amparo às pessoas nas mais diversas áreas de suas vidas e isso é muito gratiicante.

>>> Em que área atuas? Minha carreira se estruturou

no Direito Empresarial, trabalho nessa área há quase 10 anos, especiicamente nas relações cí-veis e contratuais. No último ano, com o aumento da demanda e a minha experiência pessoal, tenho me dedicado também ao Direito de Família, uma área proissional que está me apaixonando.

>>> Quais teus principais an-seios proissionais?

Mostrar para o mundo que, juridicamente, prevenir é melhor e mais barato do que remediar. Em todas as relações, sejam elas familiares ou empresariais, a pre-venção, ao meu ver, é o caminho mais fácil e menos tortuoso. Nas relações familiares, por exem-plo, a forma de constituição do casamento e o planejamento sucessório previnem uma série de problemas futuros. Nas rela-ções comerciais, bons contratos previnem ações judiciais exten-sas e caras. Quero, também, auxiliar o máximo de pessoas na resolução de seus problemas de forma leve e segura.

>>> Ao lado de quem gostarias de ter sentado, na época de escola? Por quê?

Gostaria de ter sentado ao lado do meu irmão, Gabriel. Te-mos um ano de diferença ape-nas, mas vemos o mundo de formas que se completam: ele é mais analítico, eu sou mais sinté-tica. Ele é mais lógico e eu, mais prolixa. Ele é dos números, eu das letras. Se tivéssemos sen-tado lado a lado na escola, con-tribuiríamos ainda mais um pela vitória do outro, como fazemos até hoje.

>>> Qual a passagem mais im-portante da tua biograia?

A maternidade. Ela é muito recente na minha vida. Minha ilha, Maria Victorya revolucio-nou a minha forma de ver e me relacionar com o mundo. Há três meses, ela tem sido a minha maior mestre.

>>> Como está sendo este momento, em que vives inten-samente a maternidade?

Algumas pessoas veem a maternidade como um trabalho. Eu, a vejo como uma missão divi-na. Estou tendo a graça de estar vivendo-a intensamente, parale-lamente à pandemia. Como eu já estou trabalhando, se não fosse nesse momento, não consegui-ria dar toda a atenção que ela merece e que estou conseguin-do dar. É um aprendizado diário, mais sobre mim do que sobre ela. Confesso que, até ser mãe, eu não me conhecia realmen-te. Posso dizer, com convicção, que está sendo uma bênção, até porque tenho o apoio da minha

Certo por linhas tortas Juliane Lazzari é advogada, altruísta e vive um momento

sublime de sua vida, com a realização em sua carreira e a maternidade.

Mas o caminho para chegar até onde ela está hoje foi tortuoso,

com inúmeros percalços, os quais ela conseguiu administrar e hoje é grata por isto

mãe e de meu esposo, que é um excelente pai e me dá todo o su-porte necessário.

>>> Tivestes alguns momen-tos difíceis na tua vida, como a perda do teu pai. Que lição tirastes?

Que tudo passa. Os momen-tos bons passam e os ruins, tam-bém. Temos que estar prepa-rados para isso. “Surfar a onda” nos momentos bons e esperar passar os momentos ruins. A ansiedade normalmente é nos-sa inimiga nessa tarefa, por isso, o apoio de familiares, amigos e terapias, sejam elas quais forem, são indispensáveis, pois é muito difícil nos mantermos na presen-ça e não conseguimos enxergar a totalidade da situação quando estamos dentro do furacão.

>>> De que forma a espiritua-lidade e o trabalho voluntário inluenciam no bem-estar e enfrentamento das situações desaiadoras?

A espiritualidade está pre-sente na minha vida desde a infância. Sempre tive uma co-nexão muito forte com Deus. Estudei bastante, participei de inúmeros cursos e palestras e percebi que não podia guar-dar esse conhecimento só para mim. O voluntariado ajuda mais a mim do que as pessoas que atendo. É extremamente gra-tiicante ajudar outras pessoas e isso foi fundamental para eu continuar caminhando nos dias difíceis. Não sei o nome das pessoas que atendo, elas não sabem o meu. Sou mais uma no meio de uma multidão de pes-

Eder Tondello

soas vestidas com roupas iguais. Juntos, somos força. E a cada pessoa que passa por mim, des-conhecida ou não, muitas vezes sem trocar uma palavra, meu

coração se enche mais de amor e gratidão, o que é fundamental para eu me reconhecer e sentir que estou fazendo a minha par-te nesse mundo.

08 Juliane Lazzari CADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020

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Maternidade empreendedoraDepois do nascimento de sua ilha, Gabriela da Silva de Sá Mourão criou uma loja de aluguel de roupas e acessórios de festas infantil, é consultora do sono e está tirando do papel um grupo de apoio às mães empreendedoras

>>> Como tu descreverias um dia típico da tua vida?

Passo a manhã com minha ilha, Ca-tarina, à tarde trabalho na empresa do meu marido, cuidamos da nossa ilha e atendo a demanda da minha loja, a Mini by Nina. À noite sigo trabalhando em casa, gerenciando minhas contas do Instagram, a da loja e do meu per-il de consultora do sono do pediatra Odilo Queiroz, @gabrielabissinha. Te-nho um projeto em fase inicial com uma amiga, um instagram e grupo de WhatsApp, que se chama Mammãe Empreende, uma rede de apoio para mães empreendedoras.

>>> Como concilias teus papeis prois-sionais e pessoais?

Não consigo icar parada, sempre estou arranjando o que fazer. E claro,

ainda tem as tarefas domésticas, a bebê e o marido. Gosto dessa correria, de fazer várias coisas simultâneas.

>>> Qual teu conceito de dia perfeito?Trabalhar e curtir a família.

>>> Qual é o teu maior medo?Perder as pessoas que amo. Sei

que todos vamos passar por isso, mas não me sinto preparada.

>>> Qual é o teu maior propósito?

Descobri meu propósito há pouco tempo, e é ajudar o próximo.

>>> O que de mais belo tu já viste na tua vida?

A minha ilha, Catarina e o amor que ela traz a toda família. É algo inex-plicável.

CADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020

Gabriela da Silva de Sá Mourão

09

Gabriele Backendorf

Coincidências da vidaSeu nome foi decorrente de uma promessa. A santa homônima icava na capela do hospital que, anos mais tarde, ela se formou médica oncologista >>> Fale da tua trajetória proissional.

Medicina foi uma das minhas prois-sões quando criança. Aos 18 anos pas-sei na Universidade Federal de Pelotas, conheci um colega que se tornou meu esposo, Gustavo Zambrano Torre. Fiz estágio e residência de clínica médica no Hospital Conceição em Porto Alegre e me apaixonei por oncologia. Fiz outra residência em Oncologia Clínica no Hos-pital Santa Rita em Porto Alegre. Acredi-to que o destino me levou para lá. Meu nome foi decorrente de uma promessa que minha mãe havia feito durante a ges-tação que me esperava, naquela época minha irmã teve diagnóstico de leucemia na infância e foi levada para tratar em Porto Alegre, há 42 anos. Meus pais ize-ram uma promessa na capela do Hospi-tal Santa Rita. Me formei oncologista no mesmo hospital, anos mais tarde.

>>> Ao teu ver, a ciência pode contar com uma boa postura mental do pa-ciente como auxílio no tratamento?

Sou muito questionada como pos-so fazer uma especialidade tão difícil, mas quando se ama o que faz e se ajuda tanto as pessoas, seja pelo apoio emo-cional, pelo abraço, aperto de mão ou simplesmente estando ao lado de quem precisa, o sofrimento é transformado em missão cumprida. Atualmente a ci-ência, com o melhor entendimento do desenvolvimento do câncer, permitiu que, com novas drogas, taxas de cura e sobrevida aumentassem, mantendo a qualidade de vida.

>>> Com uma carreira na qual tu se de-paras com casos tão doloridos, que arti-fícios utilizas para relaxar a mente?

O diagnóstico de um câncer deve-ria vir junto com a preparação para a vida, mas muitas pessoas se preparam para morte. Pensar positivo impulsiona

Rita de Cássia Costamilan

para o sucesso. O equilíbrio emocional é fundamental, com ele os problemas tornam-se mais fáceis de serem resol-vidos. Costumo relaxar ouvindo música, praticando uma atividade física, mas o melhor para meu relax é ir no sítio que meu pai deixou, brincar com meus ca-chorros e plantar lores.

>>> O que é viver, no teu conceito?

É aproveitar o hoje e as oportunida-des que a vida nos oferece, a felicidade se torna natural, é ver o essencial nos pequenos detalhes, um dia de sol, uma lor desabrochando, realizar solidarie-dade, oferecer uma gentileza, receber e dar um bom dia...Viver é parar de recla-mar por questões não importantes.

>>> Quais os principais aprendizados que a vida lhe presenteou?

Esse momento da pandemia está permitindo rever a forma que se quer seguir a vida. Até mesmo os grandes problemas nos oferecem lições para mudar.

Tainara Neis

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>>> Como e quando tu decidiste se tornar maquiadora?

Em um jantar entre amigos, a Pame-la Zamboni, cabeleireira e dona de salão de beleza, comentou que estava sem maquiadora no salão. Eu, que sempre fui apaixonada por maquiagem, me dispus a fazer cursos e, desde então, iniciei no salão. Depois vieram mais duas paixões, design de sobrancelhas e extensão de cílios. Sempre tive muito apoio dela, de toda a minha família e amigos.

>>> Qual é o teu estilo de maquiagem preferido?

Amo maquiagem, mas sempre prezo por aquela make para aumentar a auto-estima, destacar a beleza e não a trans-formar em algo padrão, sempre priori-zando o gosto da cliente.

>>> Por que as pessoas te procuram? Tanto pelo meu trabalho como pela for-ma a qual costumo tratar minhas clien-tes. Prezo pela pontualidade, por um atendimento de qualidade, pelo confor-to e por ofertar uma experiência posi-tiva. Penso também que, independente de tendência, a cliente precisa se sentir linda assim que sair da minha cadeira.

>>> Que características te diferenciam dos demais proissionais da área?

Acredito que pelo estilo do meu trabalho. Sou perfeccionista, amo uma make mais clean e sempre prezo por enaltecer os pontos positivos na pessoa. Sou apaixonada por tudo o que faço.

>>> Atualmente, como tu analisas o mercado da beleza?

Repleto de proissionais qualii-cados e espaço para todos, especial-mente quem está em constante busca de conhecimento. Nessa quarentena, iz vários cursos. Trago coisas para casa e treino diariamente. Não consi-dero que o mercado esteja saturado, pois cada proissional tem uma forma de trabalho.

Conselho valiosíssimo 10 Natália Chieli CADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020

>>> Com tanta oferta de cirurgias e pro-cedimentos em busca de beleza e auto-estima, o que é belo em tua opinião?

Em minha opinião, todas pessoas têm algo de bonito e a maquiagem, para mim, vem para evidenciar esses pontos. Expressa o que a cliente é e como ela se sente. Trabalho com colorimetria e visa-gismo, que são bem legais de serem apli-cados em uma maquiagem.

>>> E o que consideras “over”?O exagero e a padronização.

>>> E dentre estas opções que tu ofere-ces, o que tua clientela mais busca?

Nesse momento de pandemia, como os eventos estão suspensos, a procura por maquiagem está menor. Acredito que a extensão de cílios é algo viciante,

Natália Chieli segue o conselho da avó e divide o seu amor por duas proissões de cuidado ao próximo. Como maquiadora, ela cuida da autoestima das pessoas, realçando o que cada um tem de mais belo, e como enfermeira, cuida da saúde de seus pacientes

quem começa não consegue parar. É algo que deixa o olhar lindo e a pessoa muito mais bonita, principalmente ago-ra com o uso de máscaras, onde o olhar ica em evidência, além das sobrance-lhas, que são a moldura do olhar. Traba-lho também com técnicas novas, como a laminação de cílios e sobrancelhas. En-tão, nas três áreas, tenho clientes ixas e assíduas e isso me deixa com o coração transbordando.

>>> Falando em pandemia, quais os cuidados que tu estás tomando?

O básico eu já fazia, como higieniza-ção para cada cliente, lavagem das mãos, uso de luvas, máscara, álcool gel, higieni-zar lápis e pincéis com álcool isopropílico, usar plaquinha para aplicar batom, nunca o próprio aplicador. Assim como a este-

rilização de alguns materiais. Adicionei o uso de propés, avental descartável e touca. Nos produtos em pó, borrifo álco-ol 70%. Higienizamos o ambiente a todo momento, entre outros cuidados impor-tantes. Todas minhas clientes sabem o quanto prezo por biossegurança no aten-dimento, assim como quando estou na unidade de saúde. Sempre fui muito cau-telosa e agora redobrei alguns cuidados.

>>> Além de maquiadora, também és enfermeira. Como é lidar em frentes tão diferentes?

Às vezes me pergunto como posso amar proissões tão diferentes. Mas, in-ternamente, uma complementa a outra. Na unidade de saúde, lido com pessoas doentes e tristes. Já no salão, enalteço a beleza, aumentando a autoestima. Am-bas as proissões são de cuidado com o ser humano. Um sentimento de carinho, amor e respeito ao próximo.

>>> Pretendes continuar em ambas as áreas?

Nessa pandemia, percebo que a área da saúde precisa muito de mim. Então, no momento, pretendo seguir nas duas áreas. Mas sei que em minha jornada precisarei optar pela área que o coração bate um pouquinho mais forte. Será de forma consciente e segura.

>>> Como concilias duas proissões com vida pessoal?

Sempre fui muito ligada à minha famí-lia. Às vezes até acho que não vou conse-guir conciliar e, às vezes, acontece de fato. Mas meu marido, o João, é muito compre-ensivo e parceiro, me ajuda em tudo, na casa, no cuidado com a nossa cachorrinha Jolie. Tanto ele como minha mãe, Anabel, me ajudam, me incentivam e me apoiam muito. Se não fosse minha família e ami-gos eu não conseguiria ser quem sou hoje. E principalmente não conseguiria me de-dicar tanto à saúde e à beleza. Minha avó sempre disse: “Coloque amor no que faz e tudo dará certo”. Hoje percebo que foi um conselho valiosíssimo.

Arquivo Pessoal

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Sentindo na peleO Sul mato-grossense Diego Dorneles Kuligowski é médico clínico geral e foca

seu olhar para a área dermatológica em Farroupilha, onde ixou residência e constrói sua família. Ele vive um momento especial, ao lado de sua família

>>> Tu és médico clínico geral. A esta área que pretendes focar teus esforços?

Quando voltei a morar aqui no Rio Grande do Sul, comecei a trabalhar em posto de saú-de, como todo recém formado, posteriormente em UPA. Vi que a categoria médica era muito ocupada, vivia sempre em hospi-tais, não tinha uma qualidade de vida condizente com minha ex-pectativa. Sempre fui aicionado pela área dermatológica, tenho pós-graduação pelo ISBRAE em medicina estética, estou fazendo pós em dermatologia e minha inclinação se dedica a área de pa-tologias dermatológicas. É uma área que tem carência, especial-mente no foco que tentarei me projetar, que é dermatolologia oncológica. Temos uma deici-ência enorme de proissionais nesta área e altos índices de do-enças dermatológicas focadas em câncer de pele.

>>> Tu és natural de que cidade?

Nasci em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul e morei lá até um ano e meio. Meu pai é militar e vivíamos sempre em função de transferências de estado. Fomos transferidos para o RS, onde residi até 12 anos, e depois fui novamente morar em outros estados. Fiz vários traje-tos no transcurso da minha vida.

>>> Como deinirias teu peril? Eu sou muito ativo, energéti-

co, gosto de trabalhar na emer-gência porque tem bastante atividade. Sou alegre, agitado, atípico para uma categoria na qual as pessoas colocam em um

Felipe Pavan

Diego Dorneles KuligowskiCADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020 11

pedestal. Estou sempre feliz, alegre durante plantões e sou assim porque amo o que faço, ajudar as pessoas, salvar vidas. Gosto de ser médico e não me veria fazendo outra coisa.

>>> Qual é a maior busca de teus pacientes no teu consultório?

Atualmente, são pacientes que vem por doenças em geral. Hipertensão arterial não con-trolada ou que não fazem bom uso de medicação, além de do-enças ligadas à osteoporose.

>>> Qual o peril da maioria dos seus pacientes?

Eles não têm um peril dei-nido. Gosto de tratar pacientes em contexto geral, mas futu-ramente quero focar em ava-liações, coletas para biópsia, tratamentos estéticos, tudo voltado à pele.

>>> Dentro da tua área, como tu gostarias de ser reconhecido?

Como um proissional que possa curar, ajudar e que meus pacientes possam se sentir bem com o tratamento por mim pro-posto. Gosto de dar pequenos conselhos para evitar doenças que possam comprometer a vida do paciente.

Por exemplo, ao avistar uma manchinha no corpo, é pruden-te que o paciente logo a revise com um médico, pois quanto mais tempo ela permanece no corpo, mais demorado será o seu tratamento.

>>> Quem são tuas inspirações?

Muitas, como professores da

minha pós-graduação que são ótimos. Me inspiro no tipo de proissional que aprende e sabe repassar as informações. Con-sidero um bom médico e exce-lente docente o Dr. Marcel Valle Pereira, o pitanga, de São Paulo.

>>> Como é a tua rotina para estar sempre atualizado?

Tenho feito muitos plan-tões, até concluir o meu curso de dermatologia. Os cursos que estou fazendo atualmen-te são focados à emergência. Faço cursos EAD e presenciais e participo de congressos.

>>> Como te vês daqui a cinco anos?

Primeiramente, feliz com minha esposa e aguardan-do se será Lucca ou a Maria Flor, para assim ser um ótimo pai. Proissionalmente, gos-taria de ser um ícone da área dermatológica para todos os meus colegas.

>>> Como tu vieste parar em Farroupilha?

Eu morava em São Leo-poldo e icava sempre viajan-do. Comecei a fazer plantões em Farroupilha e sempre via uma menina linda indo para academia. Em um jantar en-tre colegas, nos encontramos. Passamos quase um ano de relacionamento à distância e eu decidi vir para cá. Há três anos estou aqui em Farroupi-lha e tenho na Katrine, além de esposa, uma excelente amiga, minha inspiração, inclusive na área dermatológica, porque ela é uma mulher que se cui-da muito, dela, dos outros, da

pele, é inteligente, guerreira, muito estudiosa.

>>> Em breves serás pai. Como estás te sentindo neste novo momento da tua vida?

Sempre fui muito enérgico, brincalhão, bagunceiro, como qualquer criança. Estou com quase 40 anos e sempre quis ser pai. Minha esposa, Katrine, sem-pre falava que queria, mas mais adiante. Aí veio esta surpresa que mudou muita coisa, a cabeça, os

horizontes, os planos. Foi uma bênção, o maior presente de to-dos. Estou muito feliz por isto, e assim iremos cultivar mais nosso amor, vou me inspirar mais para progredir no ramo proissional, bem como pai e esposo. Tenho que pensar no que eu vou fa-zer em prol do meu ilho. Que-ro dar estudos, uma garantia, casa, todo conforto. Tudo que eu tive e mais um pouco, além do principal, que é educação, a prioridade de todo o pai.

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Amor aos pequenos12 Fernanda Passos Lima CADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020

Fernanda Passos Lima é psicóloga e tem seu foco de atuação voltado às crianças. Sua paixão pela área

foi despertada pela mãe, proprietária de uma escola infantil, e posteriormente reforçada por uma professora,

a qual muito admirava. Hoje ela atua em várias frentes, sempre com um olhar especial às crianças

>>> Aonde atuas? Em Farroupilha atuo como

psicóloga na Clínica Althaia, de-senvolvo um trabalho na Escola Estadual Padre Rui Lorenzi, no Projeto Construindo Cidadania, que tem como objetivo prestar atendimento psicossocial a to-dos alunos matriculados, forta-lecendo a função protetiva da família, prevenindo a ruptura de vínculos, contribuindo com a

superação de situações de fra-gilidade vivenciadas e promo-vendo o acesso das famílias aos programas e serviços disponíveis na rede municipal. O projeto pro-move escuta, relexão e orien-tação sobre temas educativos e preventivos. Sou uma das funda-doras do projeto Emoções – Oi-cinas Terapêuticas para Crian-ças, que tem como principal objetivo desenvolver habilidades

Gane Coloda

socioemocionais de forma lúdica e divertida, acolhendo e traba-lhando as emoções dos peque-nos. Participo do Projeto Baby Afeto como palestrante no curso para gestantes e casais grávidos. Em Caxias do Sul trabalho como educadora na rede municipal de ensino, sou alfabetizadora e me encanta trabalhar com a aquisi-ção da leitura e escrita.

>>> Hoje, quais tem sido os grandes desaios das famílias?

O conceito de família sofreu grandes transformações na con-temporaneidade, mais ainda nas últimas décadas. Tais mudanças reletem nos seus arranjos, inte-rações e crenças com os sujeitos que as compõem. Também é possível observar mudanças cul-turais nos valores, nas práticas sociais, nos comportamentos e nos signiicados atribuídos às suas ações. O desaio, a partir dessa realidade, está nas famílias em lidarem com comportamen-tos sociais regidos pelo indivi-dualismo e pelo consumismo, marcados sobretudo pela busca do prazer instantâneo, da fragi-lização dos vínculos por causa do imediatismo, fazendo surgir problemas éticos e morais. A ta-refa, dentro deste contexto, é de permear de amor, responsabili-dade, compreensão, criatividade e ética a complexidade que são as relações familiares, realçando a importância de assumir atitu-des não autoritárias e pautadas no diálogo.

>>> Do que as crianças mais precisam do ponto de vista psi-cológico?

Sentir-se amada pelos pais

e adultos próximos, recebendo atenção, carinho e sentindo-se querida. Pais e cuidadores que tenham tempo e disposição para brincadeiras e interação. A criança precisa de segurança e de limites e amar também supõe impor regras. A clareza dos limi-tes auxilia a criança a compreen-der o que é esperado dela, ajuda na sua formação e estimula os pequenos na busca de soluções para seus problemas. Elas tam-bém precisam estar cercadas de bons estímulos, para que se sintam seguras para desenvol-verem suas potencialidades. É preciso, por parte dos adultos, disponibilidade para a escuta da mesma, valorizando sua fala.

>>> Qual o maior ganho dos pacientes com o teu trabalho?

O que busco no meu traba-lho é que o paciente consiga criar estratégias para aliviar seu sofrimento e perceber novas possibilidades, melhorar a in-teligência emocional e a forma como expressa suas emoções. Auxiliar as pessoas a sair da sua zona de conforto e se reconec-tar com suas prioridades e de-sejos. O maior ganho está no autoconhecimento, no fortale-cimento da saúde mental e da autoestima.

>>> Um relatório da ReadyNa-tion demonstra a importância de assegurar que bons progra-mas para a primeira infância estejam disponíveis para aju-dar as crianças no estágio mais fundamental de seu desenvolvi-mento cerebral, do nascimento até os cinco anos, para estabe-lecer uma base para o sucesso

na escola, nas carreiras e além. Ao teu ver, quais seriam os cui-dados essenciais que formam um adulto forte e produtivo?

Um desenvolvimento sau-dável na primeira infância é pri-mordial para o futuro das crian-ças, inclusive para a vida adulta. Resumidamente alguns cuida-dos que considero essenciais para uma criança desta idade são: estar numa família capaz de lhe dar amor, estímulo e limite, assim como, acesso à educação, saúde e uma boa nutrição.

>>> Tens algum projeto para o futuro?

Estou sempre pensando em fazer algo novo. Dentre o turbi-lhão de coisas que quero fazer, o que logo estará saindo do forno é o Projeto Ali Mente, em par-ceria com a nutricionista infantil Marieli Tretto.

>>> Qual é o momento mais feliz dos teus dias?

O retorno para casa, no es-paço amoroso e acolhedor da família. Aprecio estar com o meu marido e nossos três ilhos: Gabriel, Vinicius e Joaquim, que são prioridades na minha vida e minha inspiração.

>>> Como está o mundo hoje, aos teus olhos?

Sou muito otimista. Acredito que o mundo com o momento que estamos vivendo, de pan-demia, possa estar mais rele-xivo e torço para que tudo isso possa ser um agente de mudan-ça positiva. O mundo precisa e merece que sejamos cada vez melhores uns com os outros e com o próprio planeta.

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Educação e prevenção Simone Baguinski é uma visionária advogada e professora. Seu escritório é em Caxias do Sul, mas ela empreende no Brasil todo,

com seu qualiicado e constante conhecimento.

>>> Podes contar um pouco so-bre a tua trajetória proissional?

Sou formada pela Universida-de de Caxias do Sul, em 2001, e tenho especialização em Direito Tributário pelo IBET-RS e MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. Sempre quis advogar e durante muitos anos trabalhei em escritórios de renome aqui do Sul, dos quais tive a honra de ser sócia. Estruturei o Departa-mento Jurídico da Forjas Tau-rus S/A, uma companhia aberta listada no nível II de Governança Corporativa, com subsidiária nos Estados Unidos. De 2012 a 2016 o desaio de me tornar uma exe-cutiva jurídica e gerenciar uma demanda signiicativa de con-tencioso no país e no exterior, além do complexo sistema de governança de uma S/A aberta, foi muito enriquecedor. Éramos apenas duas gestoras e sinto um orgulho imenso de avaliar que o papel das mulheres executivas é cada vez mais ratiicado na sua importância. Em 2016, grávida do meu segundo ilho, optei por “gestar” também um sonho an-tigo, o de montar meu escritó-rio de advocacia. Em 2017, nos mudamos de Porto Alegre para nossa cidade natal, Caxias do Sul, onde ixei endereço proissional. Recebi o convite do Grupo Portal de Auditoria para ministrar aulas sobre Holdings, Planejamento Patrimonial e Sucessório, de for-ma presencial, por todo o Brasil e na modalidade online. Cerca de 2000 alunos por ano são im-pactados com essa circulação de conhecimento e isso é muito gratiicante. Atualmente, além do escritório, que atua muito no sistema de parcerias, conjugo a paixão de ser professora.

>>> Por qual área tu tens mais ainidade e por quê?

Trabalhar com planejamento patrimonial sucessório empre-sarial e familiar é a grande pai-xão. Essa área é multidisciplinar, envolve direito tributário, suces-sões, civil, contratual, família e societário. É uma área que não tem “modelo”, cada caso precisa ser detalhadamente estudado, conciliando objetivos e as dispo-sições legais. Além de tudo, re-presenta, na minha visão, a nova advocacia, focada no olhar pre-ventivo, de planejamento cons-tante e permite trabalhar em parceria com vários outros pro-

issionais fundamentais: colegas, contadores, administradores de empresas, economistas, audi-tores, psicólogos, empresários, dentre outras expertises.

>>> Qual tu consideras teu diferencial?

Não ter medo de mudanças proissionais, de reinvenção, de pedir ajuda e de saber que nunca saberemos o bastante. Estudar é fundamental.

>>>Teu escritório foi premiado com algumas distinções. O que elas representam para ti?

O reconhecimento de que nunca estamos sós, de que tra-balho árduo, sério e em equipe é fundamental para os objetivos. Tenho muito orgulho do reco-nhecimento dessa caminhada, que iniciou como referência na-cional, passou para a referência na América Latina e, mais re-centemente, pertencer à Con-federação Mundial de Negócios – WorldCob, que nos permite trocar ideias com pessoas e or-ganizações das mais variadas

linhas de pensamento mundial, o que enriquece as aulas que ministro e o atendimento da de-manda do escritório.

>>> Como organizas teu tempo de forma que consigas adminis-trar rotina proissional e pessoal?

Nunca estou só. Conciliar rotina familiar com proissio-nal é um trabalho que divido com meu superparceiro, o meu esposo Fábio, que também é advogado e tem uma rotina alucinante. Temos conseguido dividir nosso tempo priorizan-do o que de fato é importante, nossa família, nossos ilhos Cla-ra e Caio com as nossas rotinas proissionais. Tem semanas que embarco em seis voos para diminuir o tempo de ausência, viajo de madrugada para che-gar a tempo do café da manhã, “janto” com a família por What-sApp para amenizar a saudade.

>>> Ao lado de duas prois-sionais, tu criaste o primeiro coworking feminino de Ca-xias do Sul. Como enxergas o

Fábio Grison

mundo exige a necessidade de adaptação imediata. Estou conci-liando o trabalho com as tarefas domésticas e as aulas dos meus ilhos, a maior em alfabetização, e não é algo fácil. Manter a fé e a esperança é o que dá sentido a esses novos tempos.

>>> Qual legado tu gostarias de deixar?

A educação é libertadora. Al-mejo que as sementes plantadas nas salas de aula loresçam um mundo menos árido e que meu trabalho como advogada seja sempre força motriz da preven-ção. Boas execuções de plane-jamentos para dias sempre me-lhores do que ontem. Trabalho fortemente com transmissão ou consolidação de legados familia-res empresariais ou patrimoniais e minha maior satisfação é pre-senciar as “passagens de bastão” efetivamente perenes e sólidas. Para tanto, formar boas parce-rias e crescimento conectado, altruísta, com menos protago-nistas e mais equipes é o que eu acredito ser o novo mundo.

empreendedorismo feminino atualmente?

As mulheres têm uma força extraordinária. As minhas par-cerias de coworking são belos exemplos de fé e eiciência, cada uma em sua área e com a visão de que dividir espaço é também uma forma de seguirmos nossas proissões pautadas na solidarie-dade e na sustentabilidade. Cons-tato diariamente que não há o que não possa ser feito, indepen-dentemente de gênero. Estamos em todas as áreas, trabalhando, liderando, conciliando os papéis, movendo o mundo. Seja nos ser-viços, na indústria, no comércio, no agro, no ensino, em casa, nós podemos. Simples assim.

>>> Como está trabalhando em tempos de pandemia?

Desde o início de março as viagens foram suspensas, o con-tato com os alunos está restrito às lives, aulas online e transmis-sões ao vivo. Sinto falta do con-tato da sala de aula, de ouvir meu cliente presencialmente. A rein-venção foi mandatória e o novo

Simone BaguinskiCADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020 13

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Massageando a intuição 14 Thais Camargo CADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020

Thais Camargo abandonou um emprego ixo, iniciativa ousada e arriscada aos olhos alheios, e seguiu seu coração, atitude segura em seu pressentimento

>>> Quando surgiu teu interes-se pela área de massoterapia?

Eu sempre gostei da área da saúde, mas não tinha escolhido o que realmente seguiria. Traba-lhava em Farroupilha e escutava muito meus colegas se queixan-do de dor e cansaço, inclusive eu. Até que eu recebi uma massa-gem pela primeira vez e simples-mente me apaixonei com a for-ma que fui tratada e o excelente resultado que obtive. Comecei a pesquisar e percebi que a corre-ria do dia a dia, o trabalho, trânsi-to e a sobrecarga emocional são fatores que aumentam a tensão. Trabalhar pensando na possibi-lidade de perder seu emprego também faz com que o nervosis-mo aumente. É nessa hora que entra o trabalho do massotera-peuta, um proissional da área da saúde com conhecimentos em várias técnicas que contribuem para o relaxamento, o alívio de tensões e o bem-estar.

>>> Como foi o início da sua carreira e quais as diiculdades que encontraste na trajetória?

Minha trajetória iniciou no ano de 2013, com atendimentos a domicílio. Comecei atendendo colegas de trabalho e elas indi-cavam meu serviço para outras pessoas. Foi bem complicado, pois trabalhava o dia todo em Farroupilha e morava em Car-los Barbosa, não sou natural da cidade, não conhecia ninguém além delas e do meu namorado, hoje esposo. Eles sempre me incentivaram, algumas inclusive são minhas clientes até hoje. Tive diiculdade até as pesso-as me conhecerem, saberem quem sou. Além do que, aban-donar um emprego ixo para me arriscar ao empreendedorismo ou atuação como autônoma, causou certa insegurança em minha família, sofri uma pressão muito grande, mas mesmo as-sim não desisti, segui correndo atrás do que eu queria.

>>> Persistência é imprescin-dível. E dentre tantas opções que o mercado oferece, por que achas que teus clientes te esco-lhem?

Assim como em outros em-pregos, na proissão de masso-terapeuta, é necessário garantir que seus clientes saiam satisfei-tos para recomendar o seu tra-balho. Para isso, é imprescindível manter a sua agenda organiza-da, cumprir todos os compro-missos com pontualidade, ofe-recer um ambiente acolhedor, dar dicas sobre como se cuidar. Existem detalhes simples que fazem toda a diferença entre a relação do massoterapeuta com seu cliente. O proissional mais valorizado é aquele que conse-gue se relacionar bem com ou-tras pessoas, que mostra simpa-tia e que gosta de interagir. São pontos simples, mas essenciais para garantir o bom atendimen-to. Também é essencial apre-sentar habilidade com as mãos e buscar cursos que proporcio-nem conhecimento especializa-do. Quanto mais qualiicado for, mais valorizado será.

>>> Tu trabalhas com várias técnicas. Tu que indicas a me-lhor para a cliente ou geralmen-te a cliente te procura sabendo o que quer?

Geralmente eu indico, pois ainda existem várias dúvidas sobre as técnicas. Menciono as características e detalhes das massagens de forma mais des-critiva possível os benefícios que a massagem pode trazer para a vida do cliente. Falar so-bre os benefícios costuma ser muito mais interessante e ten-tador do que mencionar as téc-nicas e procedimentos.

>>> É preciso um certo feeling e sensibilidade. Consideras carac-terísticas tuas?

Sim, inclusive minha principal qualidade penso que seja a sen-

sibilidade. No dia a dia de traba-lho, o massoterapeuta encontra pessoas que buscam melhorar a qualidade de vida por meio de uma massagem que ajuda a re-laxar o corpo e a aliviar tensões. O massoterapeuta que tem a responsabilidade de identiicar a melhor técnica a ser usada em cada caso e, para isso, é preciso ter sensibilidade e, é claro, muito estudo e dedicação para execu-tar um serviço de qualidade.

>>> Para isso, como te manténs atualizada na proissão?

Procuro todos os anos fazer cursos para me especializar e atender melhor meus clientes, sempre temos o que aprender. Gosto de trocar ideias com cada um para ver o que está faltando, onde preciso evoluir, seja me atualizando em alguma técnica ou melhorando até mesmo o lo-cal de trabalho. Faz toda diferen-ça essa interação com eles, eles se sentem especiais e com cer-teza são, fazem parte da minha trajetória proissional. Procuro sempre estar proporcionando um atendimento de qualidade. A cada curso ou novidade gosto de deixar eles por dentro e, as-sim, criamos um vínculo muito grande.

>>> Como tu te imaginas daqui a 10 anos?

Realizada proissionalmen-te e acredito muito que, até lá, a massoterapia será mais va-lorizada e reconhecida. Que as pessoas entendam que massa-gem é qualidade de vida, saú-de e bem-estar. Que outros proissionais irão indicar nós, massoterapeutas, para atender pessoas que precisam de rela-xamento, ajuda para melhorar o sono, controlar o estresse e an-siedade. Que massagem não é luxo, vai muito além. E eu tenho ainda um grande sonho prois-sional e não tenho dúvidas que até lá irei realizá-lo.

Rachel Meet

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>>> Qual o maior desaio das tuas proissões?

Um dos maiores desaios da odonto-logia é estar sempre atualizada. A odon-topediatria, assim como toda a prois-são, é preciso ter dom, vocação e ter um carinho especial pelas crianças. Além dos conhecimentos odontológicos, é preciso estar preparado para entrar no mundinho delas nas músicas infantis, desenhos animados e seus persona-gens. E meu novo desaio, a Realizare, uma empresa de locação e montagem de eventos, é uma área fascinante, po-der criar, fazer parte de momentos de grande alegria e realizações.

>>> Desde quando existe a Realizare e como surgiu a vontade de ter uma em-presa de um segmento totalmente di-ferente da tua atual área de atuação?

A Realizare existe há quase um ano. Com os preparativos do aniversários minha ilha do ano passado, surgiu a vontade de participar desse mundo fascinante das festa. Posso disser que esse aniversário foi deinitivamente o ponto de partida da Realizare.

>>> Como estão tuas expectativas pós-pandemia para a tua empresa de eventos?

Esse segmento é muito promissor, infelizmente esse ano os eventos fo-ram muito prejudicados. Mas nós, da Realizare, estamos aproveitando esse período para colocar a casa em ordem.

>>> Como é conciliar a vida proissional, ser mãe de três ilhos, odontopediatra e administrar uma empresa de eventos?

Manter o equilíbrio entre a vida proissional e pessoal não é fácil, mas as duas tem que andar juntas e uma não deve anular a outra. É preciso or-ganizar o tempo para conciliar tudo. Acredito que mais importante que a quantidade é a qualidade do tempo que passamos com a família.

Presente desaiador

>>> Qual deinição de um dia perfeito para você?

Estar na companhia de quem amo, minha família.

>>> O que a maternidade trouxe, no sentido de evolução?

A maternidade me fez conhecer um amor incondicional e a possibilida-de de ressigniicar valores e sentimen-tos. Ser mãe também inluenciou a minha vida proissional de forma posi-tiva, consegui entender com mais com mais facilidade e por experiência pró-

Daniela Moroni é odontopediatra, mãe de três ilhos e em pouco antes da pandemia assumiu um novo desaio em sua vida, o de administrar uma empresa de locação e montagem de eventos

pria as diiculdades que as mães pas-sam. Como às vezes é difícil a remoção da chupeta, da mamadeira, a introdu-ção tardia do açúcar. Cada criança, cada ilho, é único.

>>> Qual tu consideras um traço marcante da tua personalidade?

Persistência.

>>> Do que gostaria de ter sabido antes?

Acredito que tudo acontece no tempo certo, que a maturidade vem

com a vida, com as experiências, com nossos tropeços e principalmente quando levantamos deles.

>>> Tens algum hábito do qual não abres mão?

Comer bem, adoro uma boa comida.

>>> Um plano para o futuro?

Que eu possa ser cada dia melhor, espero ter sabedoria, persistência e viver com maior satisfação. E poder passar isso para meus ilhos.

Dai Ricci Fotograia

Daniela MoroniCADERNO ELES & ELAS

JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020 15

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JORNAL O FARROUPILHA, 26 DE JUNHO DE 2020