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Ascensores com história «O Elevador do Bom Jesus do Monte, o Mais Antigo de Portugal» Qualidade, segurança e ambiente «A Preocupação Ambiental na Produção, Instalação e Manutenção de Elevadores» Notas técnicas «Integração do Projeto de Elevadores em Edifícios» Figuras «Resumo Biográfico de Joaquim Pinto» DOSSIER QUALIDADE elevare Suplemento técnico sobre elevadores e movimentação de cargas

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  • Ascensores com histria O Elevador do Bom Jesus do Monte, o Mais Antigo de Portugal

    Qualidade, segurana e ambiente A Preocupao Ambiental na Produo, Instalao e Manuteno de Elevadores

    Notas tcnicas Integrao do Projeto de Elevadores em Edifcios

    Figuras Resumo Biogrco de Joaquim Pinto

    DOSSIER QUALIDADE

    elevareSuplemento tcnico sobre elevadores e movimentao de cargas

  • PUB

  • 1elevare

    DIRETOR

    Fernando Maurcio Dias

    [email protected]

    COLABORAO REDATORIAL

    Fernando Maurcio Dias, Jos Aidos Rocha, Miguel Tato,

    Modesto Ribeiro, Ricardo Arajo, Jos Pirralha,

    Nuno Carneiro, Joo Paulo Rocha,

    Fernando J. T. Estvo Ferreira, Leopoldo Cortez,

    Rogrio Marques, Antnio de Vasconcelos Loureno,

    Antnio Vasconcelos, Ricardo S e Silva e Helena Paulino

    COORDENADOR EDITORIAL

    Ricardo S e Silva, Tel.: +351 225 899 628

    [email protected]

    DIRETOR COMERCIAL

    Jlio Almeida, Tel.: +351 225 899 626

    [email protected]

    CHEFE DE REDAO

    Helena Paulino

    [email protected]

    ASSESSORIA

    Joo Miranda

    [email protected]

    DESIGN

    Luciano Carvalho

    [email protected]

    WEBDESIGN

    Martino Magalhes

    [email protected]

    PROPRIEDADE, REDAO, EDIO E ADMINISTRAO

    CIE - Comunicao e Imprensa Especializada, Lda.

    Grupo Publindstria

    Tel.: +351 225 899 626/8 Fax: +351 225 899 629

    [email protected] www.cie-comunicacao.pt

    Os trabalhos assinados so da

    exclusiva responsabilidade dos seus autores.

    Imagem da capa gentilmente cedida

    por Antnio Vasconcelos

    2 EDITORIAL

    Objetivo: Qualidade

    3 LEGISLAO

    Regulamento Tcnico de Segurana contra Incndio em Edifcios

    6 ARTIGO TCNICO

    Aplicao em Elevadores de um Sistema de Poupana de Energia LESS

    8 NORMALIZAO

    Caminhos da Normalizao Europeia

    10 QUALIDADE, SEGURANA E AMBIENTE

    A Preocupao Ambiental na Produo, Instalao e Manuteno de Elevadores

    12 NOTAS TCNICAS

    Integrao do Projeto de Elevadores em Edifcios

    16 INVESTIGAO E DESENVOLVIMENTO

    Impacto dos Variadores Eletrnicos de Velocidade nos Motores e na Rede Eltrica

    20 DOSSIER: QUALIDADE

    [20] A Soluo do Conceito de Qualidade e a sua Aplicao

    no Setor dos Elevadores

    [24] Acreditao de Entidades

    [26] Certicao

    [28] O Sistema de Gesto da Qualidade e a Relevncia da sua Implementao

    [32] a segurana uma preocupao crescente da sociedade

    35 FIGURAS

    Resumo Biogrco de Joaquim Pinto

    36 ASCENSORES COM HISTRIA

    O Elevador do Bom Jesus do Monte, o Mais Antigo de Portugal

    38 NOTCIAS E PRODUTOS

    40 CONSULTRIO TCNICO

    Sumrio

    elevareSuplemento tcnico sobre elevadores e movimentao de cargas

    Ficha tcnica

  • Editorial

    2 elevare

    Objetivo: Qualidade

    No passado dia 15 de junho foi divulgado o 1.o nmero da ELEVARE que, dados os coment-

    rios que recebemos, foi muito bem acolhido pela generalidade do pblico ao qual a revista

    se destina. No fcil colocar em p um projeto desta natureza. Da nossa parte, e enquanto

    houver interesse do mercado, estaremos disponveis para manter e melhorar a publicao.

    Gostaria, mais uma vez, de frisar a importncia de fazerem chegar os vossos comentrios,

    sugestes e crticas na certeza de que sero sempre analisados e considerados em futuros

    nmeros.

    Neste nmero damos destaque ao tema da Qualidade, um tema controverso no nosso se-

    tor, principalmente quando a reviso do Decreto-Lei n.o 320/2002 prev a introduo de

    alteraes signicativas quer ao nvel das empresas de manuteno quer ao nvel das en-

    tidades inspetoras. nosso objetivo desvendar um pouco do que a Qualidade e o seu en-

    quadramento a nvel nacional relativamente aos formalismos de acreditao e certicao.

    Para tal, convidamos a participar, entre outros, as entidades nacionais que tutelam o setor,

    nomeadamente o IPQ Instituto Portugus da Qualidade e o IPAC Instituto Portugus de

    Acreditao.

    Gostaria de deixar uma palavra relativamente s 2.as Jornadas Tcnicas de Elevadores que

    decorreram no Centro de Congressos do ISEP Instituto Superior de Engenharia do Porto

    e que tiveram organizao conjunto da FIPP Fundao Politcnico do Porto, OE Ordem

    dos Engenheiros e ISEP. Mais uma vez as Jornadas pautaram-se pelo elevado nvel de co-

    municaes apresentadas e tambm pela elevada adeso de participantes no evento (mais

    de 300). , certamente, com encontros desta ndole que se consegue uma maior partilha

    de experincias e de preocupaes entre todos os interessados, direta ou indiretamente,

    nesta atividade.

    Para nalizar desejo que tenham um bom ano de 2013 quer a nvel pessoal quer a nvel

    empresarial.

    Boa leitura.

    Fernando Maurcio Dias

    Diretor

  • Legislao

    3elevare

    Regulamento Tcnico de Segurana contra Incndio em Edifcios

    1. INTRODUO

    A construo de edifcios com mltiplos

    pisos levou criao, desenvolvimento e

    instalao de dispositivos de transporte uti-

    lizados para mover bens ou pessoas verti-

    calmente. Deste modo, passou a ser poss-

    vel um acesso rpido e cmodo a qualquer

    andar de uma edicao, independente-

    mente da sua altura.

    No entanto, a resoluo de um problema

    acarretou, como reverso, o aparecimento

    de riscos associados utilizao de ele-

    vadores pelo que a nvel internacional os

    regulamentos de segurana, designada-

    mente os de segurana contra incndio,

    passaram a conter exigncias para garantir

    a segurana dos ocupantes dos edifcios.

    Em Portugal, estas questes esto conti-

    das no Regulamento Tcnico de Segurana

    contra Incndio em Edifcios (RT-SCIE) - Por-

    taria n. 1532/2008, de 29 de dezembro que

    dene as condies, entre outras, a cumprir

    pelas instalaes tcnicas.

    2. DEFINIES/CONCEITOS

    Para melhor entendimento das disposies

    contidas na legislao em vigor, apresen-

    tam-se as denies subjacentes presen-

    te temtica:

    Plano de referncia (PR)

    Plano de nvel, cota de pavimento do

    acesso destinado s viaturas de socor-

    ro, medida na perpendicular a um vo de

    sada direta para o exterior do edifcio;

    Resistncia ao fogo

    Propriedade de um elemento de cons-

    truo, ou de outros componentes de

    um edifcio, de conservar durante um

    perodo de tempo determinado estabi-

    lidade e ou estanquidade, isolamento

    trmico, resistncia mecnica, ou qual-

    quer outra funo especca, quando

    sujeito ao processo de aquecimento re-

    sultante de um incndio.

    As classicaes de desempenho mais

    utilizadas na atribuio de resistncia

    ao fogo aos produtos de construo

    so as seguintes:

    R - capacidade de suporte de carga;

    E - estanquidade a chamas e gases

    quentes;

    I - isolamento trmico.

    A estes critrios est associado um es-

    calo de tempo (em minutos, variando

    entre 15 e 240, passando por 20, 30, 45,

    60, 90 ...), durante o qual um determi-

    nado elemento de construo mantm,

    em condies de fogo normalizado, as

    exigncias que lhe so solicitadas. Por

    exemplo: porta E [escalo de tempo] ou

    parede EI [escalo de tempo];

    Cmara corta-fogo

    Compartimento corta-fogo indepen-

    dente, com um grau de resistncia e os

    meios de controlo de fumo, que esta-

    belece, em regra, a comunicao entre

    dois espaos com o objetivo de garantir

    a proteo temporria de um deles ou

    evitar a propagao do incndio entre

    ambos;

    Ascensor prioritrio para bombeiros

    Elevador situado na fachada de um

    edifcio ou no seu interior, dispondo

    neste caso de caixa prpria protegi-

    da, equipado com maquinaria, fonte

    de energia permanente e comandos

    especialmente protegidos, com dispo-

    sitivo de comando para utilizao ex-

    clusiva pelos bombeiros, em caso de

    emergncia;

    Jos Aidos Rocha

  • Legislao

    4 elevare

    Posto de segurana

    Local, permanentemente vigiado, de um edifcio onde possvel controlar todos os sis-

    temas de vigilncia e de segurana, os meios de alerta e de comunicao interna, bem

    como os comandos a acionar em situao de emergncia.

    3. SEGURANA PASSIVA

    3.1 Caixas dos elevadores

    A segurana passiva dos edifcios passa, entre outros requisitos, pelo estabelecimento de

    compartimentos corta-fogo (setores de fogo). Esta compartimentao garantida por pa-

    redes guarda-fogo e pavimentos com resistncia ao fogo adequada para fracionar a carga

    de incndio do seu contedo ou impedir a propagao de um eventual incndio entre espa-

    os denidos por essa setorizao.

    A compartimentao anteriormente referida pode ser colocada em causa pela instalao

    de elevadores que atravessam todos os pisos pelo que h que adotar algumas medidas de

    segurana que a seguir se caraterizam.

    O isolamento e proteo das caixas de elevadores ou de baterias de elevadores so assegu-

    rados pela atribuio de resistncia ao fogo s paredes e s portas de patamar, de acordo

    com o apresentado na Tabela 1:

    Tabela 1. Isolamentos e proteo das caixas de elevadores.

    Altura do edifcio N. pisos abaixo do PR Paredes Portas de patamar *

    H 28 metrosAt um piso EI 30 ou REI 30 E 15

    Mais do que um piso EI 60 ou REI 60 E 30

    H > 28 metros Qualquer EI 60 ou REI 60 E 30

    * Estas portas so obrigatoriamente de funcionamento automtico.

    Nos pisos abaixo do plano de referncia, os acessos aos elevadores que sirvam espaos

    afetos a estacionamentos, para alm do discriminado, devem ainda ser protegidos por c-

    maras corta-fogo, que podem ser comuns s das caixas de escadas.

    Nos edifcios com altura superior a 28 metros, os elevadores podem comunicar diretamen-

    te com as circulaes horizontais comuns desde que satisfeitas as condies expressas na

    Tabela 1, com exceo dos prioritrios de bombeiros que devem ser servidos, por um trio

    com acesso direto cmara corta-fogo que protege a escada.

    Salienta-se que nos edifcios com altura superior a 28 metros, a ligao entre circulaes

    horizontais comuns interiores e as vias verticais protegidas interior obrigatoriamente as-

    segurada por cmaras corta-fogo, desde que sejam ambas interiores.

    3.2 Isolamentos das casas das mquinas

    As casas de mquinas de elevadores com carga nominal superior a 100 kg, quando existam,

    devem ser instaladas em locais prprios isolados dos restantes espaos do edifcio, com

    exceo da caixa do elevador ou da bateria de elevadores, por elementos de construo

    que garantam pelo menos as classe de resistncia ao fogo discriminadas na Tabela 2:

    Tabela 2. Isolamentos das casas das mquinas.

    Elementos de construo Resistncia ao fogoParedes no resistentes EI 60

    Paredes e pavimentos resistentes REI 60

    Portas E 30 C*

    * Portas dotadas de dispositivo de fecho automtico (C).

    3.3 Reao ao fogo

    Os materiais util izados na construo

    ou no revestimento de caixas de eleva-

    dores devem ter uma reao ao fogo da

    Classe A1 (grosso modo, podem dizer-se

    que os materiais util izados devem ser

    incombustveis).

    4. EXIGNCIAS DE EXPLORAO

    4.1 Dispositivo de chamada em caso de

    incndio

    Os ascensores devem ser equipados com

    dispositivos de chamada em caso de in-

    cndio, acionveis por operao de uma

    fechadura localizada junto das portas de

    patamar do piso do plano de referncia,

    mediante uso de chave especial, e auto-

    maticamente, a partir de sinal proveniente

    da central de deteo de incndio, quando

    exista.

    A chave referida no pargrafo anterior deve

    estar localizada junto porta de patamar

    do piso do plano de referncia, alojada em

    caixa protegida contra o uso abusivo e sina-

    lizada com a frase Chave de manobra de

    emergncia do elevador, devendo o posto

    de segurana, caso exista, dispor de uma

    cpia dessa chave.

    O acionamento do dispositivo de chamada

    deve desencadear as seguintes aes:

    Enviar as cabinas para o piso do plano

    de referncia, onde devem car esta-

    cionadas com as portas abertas;

    Anular todas as ordens de envio ou de

    chamada eventualmente registadas;

    Neutralizar os botes de chamada dos

    patamares, os botes de envio e de pa-

    ragem das cabinas e os dispositivos de

    comando de abertura das portas.

    Se, no momento do acionamento do dispo-

    sitivo, qualquer das cabinas se encontrar

    em marcha, afastando-se do piso do plano

    de referncia, deve parar, sem abertura das

    portas e, em seguida, ser enviada para o

    piso referido.

    Se, no momento do acionamento do dis-

    positivo, um ascensor estiver eventual-

    mente bloqueado pela atuao de um

    dispositivo de segurana, deve manter-se

    imobilizado.

  • Legislao

    5elevare

    4.2 Sinaltica

    Em todos os pisos dos edifcios, junto dos

    acessos aos ascensores, devem ser axa-

    dos sinais com a seguinte inscrio: No

    utilizar o ascensor em caso de incndio ou

    com pictograma equivalente.

    5. ASCENSOR PRIORITRIO PARA

    BOMBEIROS

    5.1 Critrios de exigncia

    obrigatria a instalao de, pelo menos,

    um ascensor destinado a uso prioritrio dos

    bombeiros em caso de incndio os edifcios

    que possuam as seguintes caratersticas:

    Altura superior a 28 m;

    Mais de dois pisos abaixo do plano de

    referncia (isto , um edifcio possuindo

    trs ou mais pisos abaixo do plano de

    referncia deve ser dotado de elevador

    prioritrio).

    De realar que deve ser estabelecido pelo

    menos, um elevador por cada comparti-

    mento de fogo, servindo todos os pisos,

    bem como devem ser servidas por estes

    todas as zonas de refgio quando exigidas

    pelo pelo RT-SCIE.

    5.2 Dispositivo de chamada em caso de

    incndio exigncias complementares

    Cada ascensor deve ser equipado com

    um dispositivo complementar ao de cha-

    mada anteriormente descrito, constitudo

    por um interruptor acionado por chave

    prpria, colocado no piso do nvel de re-

    ferncia, que desencadeia uma segunda

    atuao e o coloca ao servio exclusivo

    dos bombeiros, restabelecendo a opera-

    cionalidade dos botes de envio da cabina

    e dos dispositivos de comando de abertu-

    ra das portas.

    Esta chave de manobra da fechadura e a

    respetiva cpia devem estar posicionadas

    nos locais e nas condies elencados no

    ponto 4.1 do presente artigo.

    5.3 Principais caratersticas

    O ascensor destinado a uso prioritrio dos

    bombeiros em caso de incndio deve ainda

    possuir as seguintes caratersticas:

    Ter capacidade de carga nominal no

    inferior a 630 kg;

    Ter dimenses mnimas de 1,1 m 1,4 m;

    Ter portas de patamar e de cabina, des-

    lizantes de funcionamento automtico,

    com largura no inferior a 0,8 m;

    Ter um alapo de socorro instala-

    do no teto da cabina, com pontos de

    abertura ou fecho claramente identi-

    ficados e cujo acesso no esteja obs-

    trudo por qualquer elemento ou dis-

    positivo, com as dimenses mnimas

    de 0,4 m 0,5 m;

    Ter na cabina meios de acesso que per-

    mitam a abertura completa do ala-

    po de socorro a partir do interior, por

    exemplo com a ajuda de um ou vrios

    degraus escamoteveis com um passo

    mximo de 0,4 m e capazes de suportar

    uma carga de 1.200 N;

    Ter no interior ou no exterior da ca-

    bina escada que permita ao bombei-

    ro eventualmente encarcerado o seu

    auto-socorro at ao patamar mais

    prximo;

    Efetuar o percurso entre o piso do pla-

    no de referncia e o piso mais afastado

    deste, num tempo no superior a ses-

    senta segundos aps o fecho das por-

    tas;

    Ser dotado de um sistema de interco-

    municao entre a cabina e o piso do

    plano de referncia e o posto de segu-

    rana;

    Ser apoiado por fontes de energia de

    emergncia (por exemplo: grupo gera-

    dor).

    A caixa de cada ascensor para uso dos

    bombeiros deve ser independente, pos-

    suindo as condies de isolamento e pro-

    teo denidas no ponto 3.1 do presente

    artigo.

    Caso o elevador se destine a apoiar a eva-

    cuao de pessoas em macas ou camas, as

    exigncias so maiores no que concerne

    capacidade e s dimenses.

    6. CONCLUSES

    As instalaes tcnicas dos edifcios, com

    destaque neste caso para os elevadores,

    devem ser concebidas, instaladas e explo-

    radas, de modo que no constituam causa

    de incndio, nem contribuam para a sua

    propagao, devendo satisfazer as exign-

    cias tcnicas exaradas no Regulamento

    Tcnico (RT-SCIE).

    Os edifcios de grande ou de muito grande

    altura, bem como os que possuem trs ou

    mais pisos abaixo do plano de referncia,

    devem ser dotados de elevadores com ca-

    ratersticas especiais para serem utilizados

    pelos bombeiros em caso de incndio.

    BIBLIOGRAFIA

    Decreto.-Lei n. 220/2008, de 12 de novem-

    bro - Regime Jurdico da Segurana contra

    Incndio em Edifcios;

    Portaria n. 1532/2008, de 29 de dezembro

    - Regulamento Tcnico de Segurana contra

    Incndio em Edifcios;

    Norma NP EN 81-72 Regras de segurana

    para o fabrico e a instalao de ascensores

    - Aplicaes particulares para ascensores de

    pessoas e ascensores de cargas Parte 72:

    Ascensores prioritrios de bombeiros;

    Norma NP EN 81-73 Regras de segurana

    para o fabrico e a instalao de ascensores

    - Aplicaes particulares para ascensores de

    pessoas e ascensores de cargas Parte 73:

    Comportamento de ascensores em caso de

    incndio.

    RESENHA CURRICULAR

    Licenciado em Engenharia Civil pela Acade-

    mia Militar. detentor de uma Ps-gradua-

    o em Proteo Contra Incndios de Edif-

    cios promovida pela Faculdade de Cincias e

    Tecnologia da Universidade de Coimbra e La-

    boratrio Nacional de Engenharia Civil;

    Atualmente Diretor-Geral da Exactusensu,

    empresa que desenvolve atividades de con-

    sultoria e de projeto nas reas da segurana

    contra incndio, segurana no trabalho e or-

    ganizao da emergncia (medidas de auto-

    proteo);

    Desempenhou, em comisso de servio, as

    funes de Adjunto Tcnico e de 2 Coman-

    dante, entre 2002 e 2006, no Batalho de Sa-

    padores Bombeiros (BSB) do Porto;

    Foi-lhe outorgado o ttulo de Especialista em

    Engenharia de Segurana, em maio de 1999,

    sendo presentemente vogal da Comisso de

    Especializao em Engenharia de Segurana

    da Ordem dos Engenheiros;

    Foi agraciado com a Medalha de Servios Dis-

    tintos - Grau Ouro, pela Liga dos Bombeiros

    Portugueses, em maro de 1994 e com a Meda-

    lha de Bons Servios - Grau Prata, pela Cmara

    Municipal do Porto, em setembro de 2005.

  • Artigo tcnico

    6 elevare

    Aplicao em Elevadores de um Sistema de Poupana de Energia LESSMiguel Tato, Modesto Ribeiro, Ricardo Arajo

    Efalift Sistemas e Tecnologias para Elevadores, Lda.

    INTRODUO

    semelhana de todos os equipamentos

    eltricos, tambm os elevadores tem um

    elevado consumo de energia em standby

    (modo de espera), que quando comparada

    com a de um televisor (4 W) a do elevador

    (80 W a 800 W) pode chegar a 200 vezes

    mais. Segundo os estudos levados a cabo

    pelo "E4 Ecincia Energtica em Eleva-

    dores e Escadas Rolantes", o consumo de

    energia do elevador em standby, pode che-

    gar a mais de 70% do total da energia por

    ele consumida, caso se trate de um edifcio

    residencial (Figura 1). Esta energia com-

    pletamente desaproveitada, no produzindo

    qualquer trabalho til e contribuindo desta

    forma para uma reduo drstica do rendi-

    mento energtico do elevador.

    POTENCIAR A EFICINCIA ENERGTICA DOS

    ELEVADORES INSTALADOS

    Tendo em vista tornar o parque dos eleva-

    dores instalados em Portugal mais ecien-

    te, contribuindo assim para uma reduo

    no consumo de energia eltrica, que de

    acordo com o estudo E4-D2.2-Country Re-

    port-Portugal o consumo em standby dos

    elevadores em Portugal corresponder a

    305.272 Gwh por ano e que ao ser elimina-

    do proporcionaria uma reduo de cerca de

    112.950 toneladas de CO2eq por ano gastas

    para a produo da mesma. Posto isto, urge

    serem adotadas medidas que permitam re-

    duzir o consumo de energia em standby.

    Para tal pode ser seletivamente desligada

    a energia a alguns equipamentos (motor

    de portas, displays, sensor de carga, entre

    outros), quando o elevador est parado, ou

    seja, em modo standby, no entanto tal situ-

    ao nem sempre possvel e por vezes

    muito dispendiosa.

    Dada a grande variedade de marcas de

    quadros de comando instalados nos eleva-

    dores existentes, o desao foi desenvolver

    um sistema econmico, universal, de fcil

    instalao em qualquer tipo de modelo de

    elevador e capaz de desligar total ou par-

    cialmente elevadores que no estejam a

    ser utilizados, de modo a economizar a

    energia em standby. Este sistema tem em

    considerao os seguintes pontos:

    A atividade dos botes de chamada de

    piso;

    Atividade/utilizao tpica dos elevado-

    res para cada edifcio (perl de necessi-

    dade de utilizao).

    Com base na informao anterior, poss-

    vel inferir uma parametrizao (perodo de

    adormecimento, por exemplo) que permite

    anar o sistema para otimizar a utilizao

    energtica dos elevadores do edifcio em

    questo, ligando ou desligando os eleva-

    dores conforme sejam ou no necessrios

    (aplicvel a elevadores residenciais de uso

    espordico).

    Outra funcionalidade fazer essa para-

    metrizao dependente de um calendrio

    semanal, de maneira a se poder anar

    de forma mais precisa o sistema (por dia

    da semana e por hora com resoluo de

    30 minutos, por exemplo). A soluo ideal

    atinge-se permitindo ao sistema guardar o

    histrico das chamadas realizadas nos ele-

    vadores do edifcio e com base nesse his-

    trico, aplicar uma heurstica capaz de esti-

    mar as necessidades imediatas do elevador

    e, com isso, gerir a sua energia de modo a

    otimizar o seu desempenho. Este mtodo

    adaptativo no s o mais indicado para

    encontrar o perl de necessidades de utili-

    zao de cada edifcio, mas tambm para se

    ajustar s respetivas variaes que so de

    esperar ao longo do tempo.

    Figura 1.

    Figura 2.

    Figura 3.

    Consumo anual de eletricidadepara cada tipo de edifcio (%)

    Potencial poupana de energia Sistema less

    Energia consumida em funcionamento normal

    Residencial

    Fonte: E4 - Ecincia energtica em elevadores e escadas rolantes | D2.2 - Relatrio Nacional

    Escritrio Hospital Hotel Comercial Outros

    72% 29% 18% 17% 37% 52%

    Chamadas de piso

    SISTEMA LESS

    Chamadas de piso

    Atividade dos elevadores

    Energia para os elevadores do grupo

    Parametrizao

    Elev. 2Elev. 1

    6h 7h 8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h 23h 0h 1h 2h 3h 4h 5h

  • Artigo tcnico

    QUANTO SE PODE POUPAR

    Com este sistema toda a energia poupada advm da energia

    de standby consumida pelos elevadores quando esto para-

    dos espera de aceitar chamadas. Para saber quanto os ele-

    vadores vo poupar necessrio saber:

    A potncia consumida em standby;

    O perl de necessidades de utilizao.

    Para se determinar a energia consumida em standby, o mto-

    do mais correto o recurso a um wattmetro trifsico monta-

    do entrada do quadro de comando.

    A no existir o processo adaptativo j referido, o perl de

    necessidades de utilizao para os elevadores de um edif-

    cio mais complicado de denir, podendo ser conseguido,

    por exemplo, aplicando um registador durante um perodo

    de tempo razovel (no inferior a 2 semanas), que armazene

    os perodos (data e hora) em que o elevador est em modo

    standby (modo de espera). Recolhida esta informao deter-

    mina-se o perl de necessidades de utilizao do elevador e

    calcula-se a potencial energia a poupar.

    CASOS PRTICOS

    Caso 1.

    Num edifcio residencial com apenas um elevador, mediu-se

    a potncia que consome em standby e obteve-se um valor

    de 183 W. Com base na informao recolhida junto do admi-

    nistrador do condomnio estimou-se que o elevador pode ser

    desligado durante 11.5 horas por dia, noite das 23 horas s

    6.30 horas, durante o dia das 9.30 s 11 e das 14.30 s 17 ho-

    ras. Com base neste perl de necessidades de utilizao, com

    a aplicao do sistema LESS o potencial de poupana ser de

    768,14 kWh/ano.

    Caso 2.

    Edifcio tambm residencial, com dois elevadores a trabalhar

    em grupo e com uma potncia consumida em standby de 237 W

    por elevador, obteve-se o perl de utilizao da Figura 3, ou

    seja, o potencial de tempo para desligar os elevadores de:

    10 horas/dia para o elevador 1;

    18 horas/dia para o elevador 2.

    o que se traduz num potencial de poupana de consumo de

    energia em standby de 1.557 kWh/ano para o elevador 2 e

    865 kWh/ano para o elevador 1, ou seja 2.422 kWh/ano no

    conjunto dos dois elevadores.

    Conforme se pode vericar em ambos os casos, h uma pou-

    pana signicativa de energia, o que torna o sistema econo-

    micamente vivel.

    De notar que estes valores de poupana de energia podero

    ser inferiores, pois o sistema monitoriza em permanncia a

    atividade dos botes de piso por forma a se for necessrio

    usar um elevador que esteja desligado baste para isso pres-

    sionar um boto de patamar, atingindo-se um compromisso

    entre poupana de energia e disponibilidade do elevador.

    Ao utilizar o mtodo adaptativo para a gesto dos grupos de

    elevadores face ao histrico de chamadas, o grau de pou pan-

    a/otimizao ener g ti ca pode ainda atingir patamares mais

    elevados e, portanto, mais apelativos ao investimento dos

    utilizadores.

    H ainda poupanas mais difceis de contabilizar ao utilizar

    este mtodo de otimizao energtica por poupana na ener-

    gia de standby, como por exemplo a maior durao do equi-

    pamento pelo menor tempo de utilizao, ou o aumento do

    tempo de vida dos componentes eltricos e eletrnicos por

    atenuao da fadiga. Quaisquer destes pontos so vantagens

    adicionais do sistema, no se traduzindo diretamente na pou-

    pana energtica mas na rentabilizao do investimento.

    CONCLUSO

    Ao contribuirmos de forma a diminuir ao mximo o enorme

    desperdcio de energia quando os elevadores se encontram

    parados, em modo standby, todos, utilizadores ou no, direta

    ou indiretamente, ganharamos com tal facto.

    Elevis uma empresa especialista no ramo dos elevadores, apresentamos solues, com a instalao de todos os tipos de elevadores e plataformas elevatrias, assim como, solues em mobilidade reduzida.

    Sentimos a modernizao de elevadores como uma imagem de marca

    Elevis ElevadoresRua Professor Egas Moniz, Lote 5, R/C Drt8005-272 MontenegroFaro

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  • Normalizao

    8 elevare

    Caminhos da Normalizao Europeia

    Falar hoje de Normalizao em Portugal,

    mais no , salvo honrosas excepes, do

    que falar em Normalizao Europeia.

    Num tempo de globalizao e de interna-

    cionalizao das economias, as Normas

    assumem-se cada vez mais como instru-

    mentos fundamentais para a competitivi-

    dade, ao mesmo tempo que exercem uma

    grande inuncia na sociedade, em es-

    pecial em matrias de segurana e bem-

    estar dos cidados, eccia das redes,

    interoperabilidade, ambiente, segurana

    e condies de trabalho, acessibilidades,

    entre outros.

    A crescente difuso do comrcio inter-

    nacional, deu s Normas Europeias uma

    relevncia cada vez maior, alargando-se

    escala global.

    Para tal, muito tem contribudo o chamado

    "Vienna Agreeement" acordo pelo qual o

    CEN e o ISO se comprometem a estabelecer

    formas de cooperao tcnica e institucio-

    nal de tal forma que as Normas produzidas

    adquiram cada vez mais o estatuto global.

    com base neste acordo, que deu os pri-

    meiros passos h mais de 20 anos e que ao

    longo do tempo tem vindo a ser melhorado,

    que hoje uma parte signicativa das Nor-

    mas se apresentam como EN ISO.

    Nesta linha e com o objectivo de melhorar

    a produo de Normas foi recentemente

    publicado e entrar em vigor em janeiro de

    2013 o novo regulamento europeu para a

    Normalizao (n.o 1025/2 de 25.10.2012),

    o qual estabelece regras para a coope-

    rao entre Organizaes Europeias de

    Normalizao (CEN, CENELEC e EPSI), os

    Organismos Nacionais de Normalizao, os

    Estados-Membros e a Comisso para a ela-

    borao de Normas Europeias.

    A elaborao das Normas Europeias assen-

    ta num conjunto de princpios basilares, tais

    como:

    coerncia;

    transparncia;

    abertura;

    consenso;

    aplicao voluntria;

    independncia;

    ecincia.

    Embora considerando a importncia destes

    princpios como um todo, permitimo-nos

    destacar dois deles, justamente a transpa-

    rncia (o processo de elaborao/aprova-

    o requer a participao dos organismos

    nacionais) e o facto das Normas serem de

    aplicao voluntria.

    Nesta abordagem, e procurando agora uma

    maior aproximao s Normas que esto

    mais prximas do setor de elevao, va-

    mos deter-nos sobre a famlia de Normas

    EN 81-xx.

    Antes de olharmos com algum detalhe

    para esta famlia de Normas, que como to-

    das as famlias tem uma estrutura e de cer-

    ta forma uma hierarquia, necessrio que

    reavivemos alguns conceitos.

    Entendida a Norma como uma especica-

    o tcnica, aprovada por um Organismo de

    Normalizao reconhecido, para aplicao

    repetida ou continuada, cuja observncia

    no obrigatria, importante que relem-

    bremos o conceito de Norma Harmonizada,

    desde logo por se tratar de uma Norma

    Europeia aprovada com base num pedido

    apresentado pela Comisso, tendo em vista

    a aplicao de legislao da Unio em ma-

    tria de harmonizao.

    este o mecanismo que vertido para a

    Directiva 95/16/CE, conduz aos mecanis-

    mos de colocao no mercado, no caso

    chamada presuno de conformidade, isto

    , para que um ascensor seja colocado no

    mercado, condio suciente que se-

    jam cumpridas as Normas Harmonizadas

    aplicveis.

    A FAMLIA DE NORMA EN 81-XX

    nesta famlia de Normas que podemos

    encontrar as Normas especficas de ele-

    vadores. Tal, como hoje se nos apresen-

    tam as Normas EN 81-xx, esto estru-

    turadas em 8 grupos, verificando-se ao

    longo dos ltimos anos uma atualizao

    de designaes das Normas existen-

    tes com vista a enquadr-las de forma

    coerente.

    De forma simplicada podemos apresentar

    os 8 grupos do seguinte modo:

    EN 81-1x: bases da organizao do sistema

    e as interpretaes;

    EN 81-2x: ascensores para transporte de

    pessoas e pessoas e mercadorias;

    EN 81-3x: elevadores destinados a trans-

    porte de mercadorias (exclusivamente);

    Jos Pirralha

    Presidente da CT 63 Elevadores, escadas mecnicas e

    tapetes rolantes

    Interpretations

    Standardization GuidesISO GESR's & GSP's

    EN81-20

    EN81-50

    Users' Requirements, Comments & Input

    Legal Requirements

    Revision Process

    New Technologies & State-of-the-art

    EN81-2

    EN81-1

    EN81-2/A1

    EN81-1/A1

    EN81-2/A2

    EN81-1/A2

    EN81-2/A3

    EN81-1/A3

  • Normalizao

    9elevare

    EN 81-4x: elevadores especiais para o

    transporte de pessoas e mercadorias;

    EN 81-5x: vericaes, clculos e testes;

    EN 81-6x: documentao;

    EN 81-7x: aplicaes particulares:

    EN 81-8x: ascensores existentes.

    No quadro de Normas da famlia EN 81-xx,

    existem Normas publicadas ( 16 em 31),

    Normas em reviso (4), Normas em desen-

    volvimento ( 5) e Normas em previso (6).

    Uma nota de destaque para duas das

    Normas em desenvolvimento, exatamente a

    EN 81-20 e a EN 81-50, sobre as quais falare-

    mos mais adiante e a previso de que est em

    agenda a preparao de uma Norma para a

    modernizao de ascensores (N 81-81).

    A REVISO DA EN 81-1/2:1998+A3:2009

    A reviso da EN 81-1/2:1998+A3:2009 est

    em curso e , sem dvida, a mais impor-

    tante alterao normativa no setor nos l-

    timos 25 anos, quer pelo alcance quer pelo

    forte impacto para a indstria.

    Na base da deciso do CEN de por ombros a

    tal tarefa esto as seguintes razes:

    a existncia de um nmero signicativo

    de interpretaes (mais de 80);

    o facto de desde 1998, se terem j reali-

    zado trs emendas Norma, A1 ,A2 e A3;

    o Input de diversos organismos na Eu-

    ropa, tais como ELA - European Lift

    Association, ELCA - European Lifts Com-

    ponents Association, EFESME - European

    Federation Elevator Smal and Medium

    Enterprise, NBL - Notied Bodies Lifts e

    Comisso Europeia;

    os trabalhos da ISO/TC 178 e a harmo-

    nizao internacional de Normas (Viena

    agreement);

    a resposta s novas tecnologias e a atu-

    alizao do estado da arte.

    Este , no essencial, o conjunto de razes

    que determina a necessidade de to profun-

    da mudana.

    Para l das alteraes do contedo pro-

    priamente dito, a primeira alterao digna

    de registo de estrutura, estrutura das

    Normas EN 81-1/2:1998+A3:2009, separan-

    do o que matria normativa propriamente

    dita e o conjunto de vericaes, exames e

    ensaios.

    Surgem assim, duas novas designaes a

    que nos vamos ter que habituar, EN 81-20-

    incluindo os ascensores eltricos e hidru-

    licos e a EN 81-50- referente aos exames

    e ensaios, tambm vlida para ascensores

    eltricos e hidrulicos.

    Para quando podemos esperar a publicao

    e entrada em vigor da EN 81-20 e EN 81-50?

    Os projetos foram submetidos a inqurito

    em abril de 2012 e esto neste momento em

    apreciao os comentrios apresentados.

    A comprovar o interesse dos diferentes

    interessados est o gigantesco nme-

    ro de comentrios apresentados quer

    no que refere ao pr EN 81-20 3268 co-

    mentrios, quer no que diz respeito ao

    pr EN 81-50 620 comentrios.

    Todo este material est a ser consolidado

    e analisado pelos diferentes grupos Ad Hoc

    criados para o efeito.

    Esta avalanche de comentrios ir atrasar

    certamente o calendrio previsto, o qual

    previa o lanamento do voto formal em

    maro de 2013 com publicao pelo CEN

    em setembro de 2013 e entrada em vigor

    em 2016.

    Todavia, face dimenso da tarefa est a

    ser considerada a sua nova calendarizao,

    estimando-se o lanamento do voto formal

    para janeiro de 2014 e a publicao em ju-

    nho do mesmo ano.

    Como tal a entrada em vigor aponta agora

    para junho 2017.

    Pese embora possa parecer um prazo lar-

    go, a verdade que a natureza das altera-

    es introduzidas recomenda que se come-

    ce a trabalhar o quanto antes.

    EN 81

    Family of Standards

    EN 81-1x Basics &

    Interpretations

    EN 81-2x Lifts for Transport of

    Persons & Goods

    EN 81-3x Lifts for Transport of

    Goods only

    EN 81-4x Special Lifts for

    Transport of Persons & Goods

    EN 81-5x

    Evaluations

    EN 81-6x Documentation for

    Lifts

    EN 81-7x Particular Applications

    Persons & Goods

    EN 81-8x

    Existing Lifts

    (TR) 10:2008 System of EN81

    Series of Standards

    (TS) 11:2011 Interpretations

    12 Procedures for

    risk Assessment

    1:2009 Passenger &

    Goods/Passenger Lifts-Electric

    2:2009 Passenger &

    Goods/Passenger Lifts-Hydraulic

    21:2009 Passenger Lifts

    in Existing Buildings

    7 Rack and Pinion

    Lifts

    20 Passenger &

    Goods/Passenger Lifts

    22 Passenger Lifts,

    Inclined

    28:2003 Remote Alarms

    for Lifts

    3(0):2008 Service Lifts

    31:2010 Accessible

    Goods-only Lifts

    40:2008 Stairlifts & Inclined Lifting Platforms

    41:2010 Vertical Lifting

    Platforms

    43:2009 Lifts for Access to

    Workplaces

    Legend:

    Published (year of the latest)

    Under revision

    In development

    Possible future development

    50 Calculations & Tests of Lift Components

    51 Type Examination

    of Lifts

    58:2000 Landing Door Fire

    Test

    60 Technical File & Instruction for passenger lifts

    61 Technical File & Instruction for

    goods lifts

    68 Remote

    Monitoring

    70:2003 Accessibility for

    Persons with Impaired Mobility

    71:2005 Vandal Resistant

    Lifts

    (TS) 76:2011 Use of Lifts for

    the Evacuation of Disabled

    72:2003 Fireghters Lifts

    73:2005 Behavior of Lifts in the

    event of Fire

    77 Lifts Subject to

    Seismic Conditions

    80:2003 Improvement of

    Safety of Existing Lifts

    81 Modernization of

    Lifts

    (TS) 82:2008 Accessibility

    Improvement of Existing Lifts

    (TS) 83:2009 Vandal resistance Improvement of

    Existing Lifts

  • Qualidade, segurana e ambiente

    10 elevare

    A Preocupao Ambiental na Produo, Instalao e Manuteno de ElevadoresEng. Nuno Carneiro

    Responsvel do Departamento de Qualidade, Ambiente

    e Segurana, Schmitt Elevadores, Lda.

    Os impactes ambientais nos processos de produo, instalao e manuteno

    de elevadores so hoje uma preocupao de todas as empresas

    ligadas a este setor de atividade. por isso, do maior interesse das

    organizaes, que sejam denidas e implementadas estratgias ambientais

    que permitam um crescimento sustentado e a melhoria da qualidade

    de vida.

    1. DESENVOLVIMENTO

    Os impactes ambientais resultantes das

    atividades industriais so atualmente reco-

    nhecidos, por todos, como problemas gra-

    ves e com importantes implicaes para a

    sade pblica e para a gesto dos recursos

    naturais e energticos.

    Uma vez que no existem processos de

    fabrico isentos de impactes ambientais, as

    atividades industriais esto inteiramente li-

    gadas a uma maior ou menor degradao

    do meio ambiente, assim como da qualida-

    de de vida das pessoas.

    O impacte ambiental varia mediante o tipo

    de indstria, pelo que devemos ter em con-

    siderao a zona de implantao (como por

    exemplo, cursos de gua, solo, envolvente

    natural e humana), as diversas matrias-

    primas utilizadas, os processos e os pro-

    dutos fabricados, os resduos produzidos

    e o prprio ciclo de vida do produto, assim

    como a reutilizao dos materiais aps o

    seu nal de vida, entre outros.

    A implementao de legislao e de nor-

    mas ambientais, cada vez mais restritivas,

    e a criao de mercados mais competitivos

    exige que as empresas sejam mais ecien-

    tes, quer do ponto de vista produtivo quer

    do ponto de vista ambiental, assim como

    das condies de segurana e qualidade no

    trabalho.

    Assim, e de forma sustentvel, o aumento

    da produo industrial deve estar aliado a

    uma reduo de gastos (otimizao de cus-

    tos) e a uma menor produo de poluentes.

    por isso muito importante que as empre-

    sas industriais denam estratgias de elimi-

    nao e reduo de poluentes diretamente

    nas fontes emissoras. Esta atuao pode

    consistir no desenvolvimento de atividades

    que promovam a reduo de desperdcios,

    a conservao dos recursos naturais, a

    eliminao ou reduo de substncias qu-

    micas que prejudiquem o ambiente, a dimi-

    nuio da quantidade de resduos produzi-

    dos, e como consequncia, a diminuio dos

    impactes com poluentes que so lanados

    para o ar, solo e guas.

    A indstria de fabrico, instalao e de ma-

    nuteno de elevadores est assim en-

    globada nas atividades que apresentam

  • Qualidade, segurana e ambiente

    11elevare

    impacto no meio ambiente e na qualidade

    de vida.

    Para evitar as consequncias dos impactes

    ambientais gerados por este tipo de empre-

    sas industriais, tornou-se prioritrio denir

    e implementar medidas que permitam re-

    duzir e, se possvel, eliminar as fontes po-

    luentes de forma preventiva.

    2. A PREOCUPAO AMBIENTAL

    NA INDSTRIA DE PRODUO, INSTALAO

    E MANUTENO DE ELEVADORES

    A reduo dos impactes ambientais nos

    processos de produo, instalao e de

    manuteno dos elevadores dever ser

    desenvolvida atravs de uma estratgia

    ambiental, que tem sido considerada como

    um fator essencial para o desenvolvimen-

    to das empresas deste setor de atividade,

    na medida em que permite atingir melho-

    rias ambientais e ao mesmo tempo refor-

    ar a sua competitividade no mercado dos

    elevadores.

    A preocupao e a estratgia ambiental en-

    contram-se normalmente denidas na Po-

    ltica de Ambiente e signicam a aplicao

    contnua de melhorias a produtos e proces-

    sos industriais de forma preventiva e inte-

    grada, para reduzir ou minimizar os impac-

    tes para a sade humana e para o ambiente,

    bem como os custos de produo, atravs

    da utilizao mais eciente das matrias-

    -primas, energia e gua, permitindo pou-

    panas nos custos de gesto das emisses

    e nos resduos gerados.

    As opes da adoo de uma Poltica Am-

    biental, passam nomeadamente por:

    Alterao do processo para a pre-

    veno e minimizao de resduos e

    emisses.

    Boas prticas de gesto:

    Controlo de inventrios;

    Formao dos trabalhadores;

    Gesto racional dos materiais e pro-

    dutos, gua e energia;

    Preveno de fugas e derrames.

    Reciclagem externa:

    Redues de emisso e resduos;

    Reduo do consumo de gua e

    energia;

    Melhor utilizao de matrias-pri-

    mas (eco-ecincia).

    Reformulao dos produtos e a sua

    substituio:

    Substituio de produtos mais ade-

    quados, ambientalmente, ao ciclo

    de vida do produto;

    Equipamentos de elevada poupana

    de energia e devidamente certica-

    dos como equipamentos com eci-

    ncia energtica Classe A.

    A estratgia ambiental que as empresas

    possam denir, no se prende apenas na

    questo de mudana de tecnologias, mas

    sobretudo nas atitudes e comportamentos

    que vo permitir s empresas deste setor

    tornarem-se mais eco-ecientes, contri-

    buindo assim para um Desenvolvimento

    Industrial Sustentvel.

    3. CONCLUSO

    A forma como as empresas convivem com

    a questo do Desenvolvimento Sustentvel,

    passa a ter uma resposta na Eco-ecincia.

    Entende-se como Eco-ecincia, as ativida-

    des e esforos que uma organizao de-

    senvolve para otimizar (reduo na fonte)

    a utilizao dos recursos naturais (gua,

    energia, matria-prima, entre outros), com

    a nalidade de reduzir o impacte ambiental

    e com o objetivo de ter resultados ben-

    cos a nvel ecolgico e econmico.

    A estratgia ambiental das empresas de

    Produo, Instalao e Manuteno de Ele-

    vadores passa por:

    Eco-design alteraes ao nvel do de-

    sign dos produtos promovem uma re-

    duo do impacte ambiental associado

    (reciclagem e a reutilizao);

    Boas prticas Certicao Ambiental

    das empresas pela Norma ISO 14001 ou

    EMAS;

    Melhoria de processos adoo de me-

    didas de ecincia energtica (poupar

    gua, eliminar/minimizar a produo de

    resduos, otimizar os ciclos de consumo

    de energia, alterar a logstica interna e

    externa, entre outros);

    Restruturao de processos a modi-

    cao parcial ou geral das tecnologias

    utilizadas para fabrico dos produtos,

    assim como dos processos de fabrico

    (substituindo tecnologias antiquadas

    por outras ambientalmente mais res-

    ponsveis, como por exemplo, a elimi-

    nao de linhas de pintura manual com

    tintas de base solvente por linhas auto-

    mticas de pintura electroesttica que

    permitem melhorias considerveis em

    termos de impactes ambientais;

    Melhores tcnicas disponveis so

    as bases tcnicas para a denio dos

    limites de emisses permitidos para

    cada tipo de atividade e que permi-

    tem diminuir os consumos de energia,

    de matrias-primas e de produo de

    resduos;

    Tratamento e valorizao internas o

    tratamento e valorizao de resdu-

    os e emisses produzidas pelas em-

    presas permitem incrementar a sua

    eco-ecincia;

    Valorizao externa de resduos o

    tratamento e a valorizao dos resdu-

    os devem ser efetuados por empresas

    devidamente licenciadas para a gesto

    de resduos.

  • Notas tcnicas

    12 elevare

    Integrao do Projeto de Elevadores em Edifcios

    1. INTRODUO

    O conceito geral do projeto de elevador em

    edifcio adequar uma instalao, neste

    caso um elevador, a um edifcio com uma

    determinada utilizao, tendo em conta as

    necessidades na data da sua conceo e fu-

    turamente, com o objetivo de na data de en-

    trada em explorao este ainda esteja atual

    e capaz de se adaptar a necessidades futu-

    ras. Para alm da funo do edifcio, outra

    preocupao a levar em considerao,

    adequar as instalaes legislao e nor-

    malizao aplicvel, mas tambm legis-

    lao futura. Assim na conceo do projeto

    do elevador este no deve ser dimensiona-

    do como um equipamento autnomo, mas

    como um equipamento a ser incorporado

    numa construo e, por consequncia, de-

    vidamente adaptado.

    Na especialidade dos elevadores h que ca-

    tegorizar os equipamentos na sua funo

    de transporte:

    Pessoas;

    Mercadorias.

    Nestas categorias ainda podemos subcate-

    gorizar o transporte de pessoas da seguin-

    te forma:

    Ascensores;

    Monta-camas;

    Monta-carros.

    A categoria de equipamentos de transporte

    de mercadorias tambm se pode subdividir

    nas seguintes subcategorias:

    Plataformas;

    Monta-Cargas;

    Monta-pratos.

    Neste artigo, dada a extenso do tema,

    abordaremos apenas o projeto de ascen-

    sores, uma vez ser o tipo de elevador de

    uso mais corrente sendo responsvel por

    cerca 92% das instalaes em explorao

    em Portugal.

    2. ENQUADRAMENTO

    necessrio deixar bem claro que no se

    deve confundir projeto do ascensor em edi-

    fcios, com o projeto do ascensor enquan-

    to equipamento. Teoricamente, o segundo

    seria a consequncia do primeiro. Porm

    na prtica o projetista do ascensor em edi-

    fcios dene as condies que se adequa

    utilizao e ao edifcio. O segundo passo ca

    reservado aos fabricantes dos elevadores

    que desenvolvero um projeto de porme-

    nor do equipamento e nalmente o proje-

    tista enquanto representante do propriet-

    rio dever validar a soluo desenvolvida

    pelo fabricante. No desenvolvimento do

    projeto do ascensor o primeiro passo ser

    conhecer a utilizao do edifcio, efetuar o

    estudo de trfego e a qualidade de servio

    pretendida.

    O estudo de trfego denir os seguintes

    aspetos do projeto de ascensores:

    Quantidade de ascensores;

    Lotao/carga nominal;

    Velocidade de transporte.

    Como resultado do estudo de trfego deve-

    ro ser apresentadas vrias solues que

    sero aplicadas na fase seguinte. A etapa

    seguinte ser integrar os resultados do es-

    tudo de trfego ao projeto do edifcio.

    Para concluir, o documento tcnico do pro-

    jeto necessrio conrmar a adequao

    regulamentar da integrao do elevador no

    edifcio.

    2.1. Estudo de Trfego

    Para o desenvolvimento do estudo de trfe-

    go necessrio obter as seguintes informa-

    es sobre o edifcio:

    Tipo de Utilizao;

    Curso do transporte vertical;

    Populao a transportar.

    Tendo como base as frmulas de probabili-

    dade de operao do transporte vertical de

    pessoas, determinamos o ciclo de rotao

    tendo em conta as caratersticas principais

    do ascensor (sistema de trao, capacida-

    de de transporte das cabinas tipo de porta,

    largura da porta, velocidade da cabina, n-

    mero de paragens e curso).

    A partir do ciclo de rotao possvel de-

    terminar os parmetros que avaliam o de-

    sempenho dos ascensores, a saber:

    Intervalo Mximo do Piso Principal

    IMP;

    Capacidade de Transporte T5;

    Qualidade de Trfego QT;

    Joo Paulo Rocha

    Eng.o Tcnico de Eletrotecnia

    Tcnico Responsvel de Projetos de Instalaes Especiais

    Figura 1. Elevador do Peneco Albufeira.

    Arq.o Joo Castro Ferreira.

  • Notas tcnicas

    13elevare

    2.1.1. Intervalo Mximo do Piso Principal IMP

    Intervalo Mximo do Piso Principal (IMP) o

    tempo mdio entre as partidas sucessivas

    das cabinas do piso principal. Este parme-

    tro determinante para se denir o nmero

    de ascensores a instalar.

    A avaliao do IMP ser efetuada de acordo

    com estes limites:

    25 segundos no mximo para uma qua-

    lidade de servio excelente;

    32 segundos no mximo para uma qua-

    lidade de servio bom;

    40 segundos no mximo para uma qua-

    lidade de servio satisfatrio;

    50 segundos no mximo para uma qua-

    lidade de servio sofrvel;

    2.1.2. Capacidade de Transporte T5

    A capacidade de transporte o nmero de

    pessoas a transportar pela soluo em es-

    tudo, em 5 minutos.

    2.1.3. Qualidade de Trafego QT

    A Qualidade de Trafego QT a percen-

    tagem de populao do edifcio acima do

    piso principal, que pode ser transportada

    em 5 minutos pela bateria de ascensores.

    Recomenda-se:

    1 a 15% para um edifcio sem trfego

    importante;

    15 a 25% para um edifcio com trfego

    importante.

    A partir dos parmetros de IMP, T5 e QT, o

    clculo deve ainda levar em conta as se-

    guintes consideraes:

    Tipo de edifcio;

    Fator de ocupao da cabina;

    Curso mdio;

    Paragens provveis.

    Para o tipo de edifcios h quatro categorias:

    Habitao Utilizao mediana;

    Servios (escritrios e comrcio) Utili-

    zao Elevada;

    Hoteleiro Utilizao acima da mdia;

    Hospital Utilizao muito elevada.

    O fator de carga a percentagem da car-

    ga nominal que, em mdia transportada

    numa viagem, que para efeito de calculo

    considerado 80% da carga nominal.

    O curso mdio um dado utilizado na deni-

    o do tempo de espera no piso de refern-

    cia (IMP). Em funo do tipo de edifcio, este

    curso mdio um valor ponderado do cur-

    so total percorrido pelos ascensores. Nor-

    malmente os valores considerados para o

    curso mdio so os seguintes:

    Habitao: 50% do curso total;

    Escritrio: 75% do curso total;

    Hotel: 55% do curso total;

    Hospital: 75% do curso total.

    As paragens provveis um fator determi-

    nante para a denio do tempo de espera

    e na capacidade de transporte (T5). As pa-

    ragens provveis so calculadas em funo

    do tipo de utilizao do edifcio e o nmero

    de pisos existentes. Normalmente os valo-

    res considerados para o curso mdio so

    os seguintes:

    Habitao: 2 x CME (Capacidade mdia

    de utilizadores por ascensor);

    Escritrio: 75% do curso total;

    Hotel: 55% do curso total;

    Hospital: 100% do curso total;

    2.2. Integrao do ascensor no edifcio

    O aspeto determinante para a melhor inte-

    grao do ascensor ao edifcio, ser em que

    fase do projeto se efetua esta integrao,

    isto , quanto mais cedo, mais fcil ser e

    por consequncia, melhor ser a soluo

    encontrada. Com os resultados do estudo

    de trfego, o mais certo termos mais do

    que uma soluo de possvel aplicao. Em

    conjunto com a restante equipa de projeto,

    sero avaliadas as vrias solues, pon-

    deradas as vantagens versus as desvanta-

    gens. Na maioria das situaes os aspetos

    mandatrios sero o espao disponvel, o

    grau de qualidade de servio pretendido e

    o custo.

    Como resultado da integrao, ser a de-

    nio das caratersticas do ascensor a ins-

    talar nomeadamente as seguintes:

    Sistema de trao;

    Estrutura;

    Caixa;

    Cabine.

    A integrao do ascensor leva com que

    o respetivo projeto interra com as res-

    tantes especialidades, nomeadamente as

    seguintes:

    Arquitetura;

    Estruturas;

    Eletricidade;

    Mecnica;

    Segurana;

    Acstica;

    Gesto Tcnica Centralizada.

    Destas especialidades, a arquitetura a de

    maior exigncia no processo de integrao,

    porque a arte de maior relevncia que es-

    tuda o edifcio, de forma a desempenhar a

    sua funo. As restantes especialidades,

    na sua essncia, devem tentar adaptar-se

    s condicionantes denidas pela arquitetu-

    ra. Recordo que o objetivo construir um

    edifcio.

    2.2.1. Arquitetura

    A integrao do ascensor na arquitetura re-

    leva-se importante nos seguintes aspetos:

    Dimenses;

    Acessibilidade;

    2.2.1.1. Dimenses

    Na conceo do ascensor as dimenses

    so normalmente o aspeto que origina uma

    maior preocupao, pois o que mais inter-

    fere com o prprio programa do edifcio. Na

    maioria das situaes, os programas so

    to exigentes que uma pequena rea pode-

    r obrigar a refazer um projeto por com-

    pleto. As dimenses so determinadas pela

    capacidade de transporte, sistema de tra-

    o, sistema de abertura das portas (cen-

    tral ou lateral). Neste aspeto, o que suscita

    sempre discusso a dimenso da caixa do

    elevador nos trs eixos, incluindo tambm

    a dimenso do poo e do extra curso supe-

    rior. Com o aparecimento dos ascensores

    sem casa das mquinas a problemtica da

    integrao destes espaos tm vindo a des-

    parecer, porm, quando existem devem-se

    ter em considerao nomeadamente o p-

    direito e o sentido de abertura da porta.

    2.2.1.2. Acessibilidade

    Nos dias de hoje, revela-se de alguma im-

    portncia a garantia das acessibilidades a

    pessoas de mobilidade reduzida. Com o au-

    mento da esperana de vida e a queda da

    natalidade origina o aumento da percenta-

    gem de populao idosa, com diculdade

    de locomoo e sem apoio parental/fami-

    liar. Dai a necessidade, na fase de projeto, de

    precaver estas situaes e alertar os pro-

    motores para esta realidade. Ressalve-se

    que, ultimamente, no segmento dos promo-

    tores de individuais, moradias unifamiliares,

  • Notas tcnicas

    14 elevare

    tem crescido a procura da instalao de as-

    censores destinados para esse m.

    No entanto, temos vericado algumas fa-

    lhas ao nvel do projeto, mais uma vez na

    restrio ao mnimo das dimenses da

    cabine, levando que no permitam ser uti-

    lizados por aqueles que mais necessitam.

    O exemplo da falha mais frequente a ca-

    bine no ter as dimenses que permitam o

    transporte de uma pessoa em cadeira de

    rodas.

    Recentemente, deparei-me com um projeto

    de remodelao de uma moradia, em que

    uma das preocupaes do promotor era

    a instalao de um ascensor. Quando foi

    apresentado o projeto arquitetura, a conce-

    o do elevador foi dado como facto consu-

    mado e estava de acordo com a legislao.

    Dado que era uma remodelao, a cabine

    possua portas a 90 e com as dimenses

    mnimas regulamentares de 1,1 x 1,4 m (Fi-

    gura 2). Porm, continha uma falha grave,

    que iria comprometer a utilizao do eleva-

    dor por pessoas em cadeira de rodas: numa

    situao de portas a 90, a dimenso de 1,1

    metros de largura no permite a rotao da

    cadeira de rodas no seu interior.

    Ao nvel de acessibilidades deve-se

    considerar:

    Botes que tenham indicao luminosa

    e inscries de alto-relevo em braille;

    Registo do piso de destino;

    Indicao numrica luminosa e sonora

    do piso de paragem;

    Sadas desobstrudas.

    2.2.2. Estruturas

    Nas estruturas, a preocupao que tere-

    mos de ter sero basicamente o seu dimen-

    sionamento para suportar os esforos que

    os ascensores iro transmitir ao edifcio

    e que o poo no coincida com elementos

    estruturais, como por exemplo lintis. Nas

    situaes em que h utilizao dos espaos

    abaixo do ltimo piso de paragem do ascen-

    sor, necessrio que a estrutura do poo

    seja sobredimensionada para suportar os

    esforos em queda do contra peso.

    2.2.3. Eletricidade

    Sendo o ascensor uma mquina eletrome-

    cnica teremos de garantir a disponibilidade

    de energia eltrica suciente para alimen-

    tar estes equipamentos. No passado recen-

    te, era habitual existir na data de arranque

    da instalao problemas com disponibili-

    dade de potncia eltrica para alimentar o

    ascensor, por um lado motivado por falta

    de coordenao e por outro pelas potncias

    elevadas dos motores. Nos dias de hoje,

    j so pouco frequentes estes problemas,

    porque h uma maior coordenao na fase

    de projeto e pelo desenvolvimento tecnol-

    gico as potncias destes equipamentos tm

    diminuindo.

    Tambm necessrio garantir nveis m-

    nimos de iluminao para os acessos aos

    elevadores, casa de mquinas e caixa do

    elevador.

    Nas situaes onde seja necessrio prever

    um ascensor de uso de bombeiros, deve-se

    ainda prever a alimentao de emergncia

    e as respetivas canalizaes resistentes ao

    fogo.

    2.2.4. Hidrulica

    Na hidrulica, os aspetos a considerar na in-

    tegrao esto relacionados com as redes

    de gua, nas seguintes situaes:

    Drenagem de gua no poo do ascen-

    sor, quando os nveis freticos esto

    muito prximos;

    Drenagem das guas pluviais nos pata-

    mares, quando no exterior;

    Garantir que no h passagem de con-

    dutas ao atravessar no interior da casa

    das mquinas;

    2.2.5. Mecnica

    Nas instalaes mecnicas, as interfern-

    cias so inexistentes, exceto na necessidade

    de ventilao da casa das mquinas e caixa

    do elevador. Em casos mais particulares,

    como por exemplo ascensores panormi-

    cos com exposio ao exterior, ser neces-

    srio vericar a necessidade de climatiza-

    o da cabine e em alguns casos a casa das

    mquinas.

    2.2.6. Segurana Contra incndios

    A integrao da segurana contra incn-

    dio incide essencialmente dos seguintes

    aspetos:

    Isolamento ao fogo;

    Sinaltica;

    Equipamento de uso dos bombeiros.

    O isolamento ao fogo aplica-se na casa das

    mquinas e na caixa do elevador. luz da

    legislao de segurana contra incndio, as

    casas das mquinas devem ser isoladas ao

    fogo com uma classe resistncia ao fogo de

    60 minutos e portas pra-chamas 30 minu-

    tos com sistema de fecho automtico.

    A caixa do elevador dever ser isolada ao

    fogo com classe de resistncia ao fogo

    30 minutos e portas pra-chamas 15 minu-

    tos, nos casos dos edifcios de altura at 28

    minutos. Para os restantes casos, o isola-

    mento ao fogo dever ser 60 minutos e as

    portas pra-chamas 30 minutos. As portas

    devem ser sempre dotadas de sistema de

    fecho automtico. O isolamento ao fogo,

    pode ser dispensado sempre que os eleva-

    dores apenas sirvam o mesmo comparti-

    mento corta-fogo.

    Junto ao acesso dos elevadores, deve ser

    axado uma sinaltica com a indicao de

    no utilizao em caso de incndio.

    Os edifcios com altura superior a 28 me-

    tros ou com mais de dois pisos abaixo do

    plano de referncia, devem ser dotados de

    um ascensor para uso dos bombeiros. Nes-

    tas situaes, que ter a preocupao para

    as seguintes condies:

    sistema de chamada para uso exclusivo

    dos bombeiros em caso de incndio;

    capacidade e dimenso adequada quan-

    do utilizado para apoio da evacuao de

    acamados;

    resgate dos ocupantes;

    velocidade de transporte;

    sistema de intercomunicao com o

    posto de segurana;

    caixa do elevador independente;

    ndice de proteo penetrao de lqui-

    dos do equipamento eltrico;

    sistema de drenagem de gua no poo

    do elevador.

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    2.2.7. Acstica

    Na integrao do ascensor necessrio conhecer o nvel de

    rudo produzido pelo ascensor de forma que o estudo do com-

    portamento acstico esteja considerado. Normalmente, esta

    preocupao relevante nos casos em que a casa das m-

    quinas est prxima de quartos. Nas situaes dos edifcios

    de habitao esta problemtica reduzida quando a casa das

    mquinas est instalada no piso inferior.

    2.2.8. Gesto Tcnica Centralizada

    Atualmente, comum os edifcios serem dotados de sistemas

    de Gesto Tcnica Centralizada - GTC. Neste caso faz todo o

    sentido que os ascensores comuniquem com a GTC, transmi-

    tindo vrias informaes como:

    Posio;

    Carga;

    Consumo de energia;

    Estado;

    Alarmes.

    Para que esta interligao seja possvel necessrio que o as-

    censor esteja concebido com um protocolo de comunicao,

    congurado para transmitir a informao respetiva. Mesmo

    num ascensor sem sistema de comunicao por protocolo

    sempre possvel transmitir alguma informao atravs de

    replicao de contactos dos vrios estados do ascensor.

    Os objetivos da interligao dos ascensores GTC passa por

    melhorar a ecincia energtica e aumentar a disponibilidade

    de explorao, reduzindo as intervenes de manuteno.

    3. CONCLUSO

    O projeto do ascensor, como qualquer outro, deve ser uma

    anteviso das necessidades pelo que se deve estar preocu-

    pado por utilizar mais tecnologias, mas sempre devidamente

    fundamentadas. O documento tcnico que compe o projeto

    deve ser incorporado com uma maior informao e detalhe

    de forma a caraterizar devidamente o ascensor.

    De maneira geral o projeto um elemento chave para suces-

    so da construo de um edifcio e o do ascensor no foge a

    esta regra, porm requer que sejam tomadas medidas na ela-

    borao do projeto na fase em que se faz a integrao com as

    restantes especialidades. Esta integrao dever ser iniciada

    o mais cedo possvel.

    importante o acompanhamento da obra pelo autor do pro-

    jeto e mesmo aps o edifcio entrar em explorao. Este ser

    um processo de onde se podem retirar muitos ensinamentos.

    Os cuidados com a segurana so os mais importantes, mas

    atualmente, cada vez mais faz sentido ter em considerao

    outros aspetos como a ecincia energtica e as intervenes

    para manuteno, pois so pilares para se obterem edifcios

    mais sustentveis e assim contribuir para um desenvolvimen-

    to sustentvel.

  • Investigao e Desenvolvimento

    16 elevare

    Impacto dos Variadores Eletrnicos de Velocidade nos Motores e na Rede Eltrica

    Resumo Os Variadores Eletrnicos de Velocidade, devido s suas

    vantagens tcnico-econmicas, so cada vez mais utilizados para

    controlar a velocidade e o binrio dos motores de induo trif-

    sicos. Porm, tm tambm associados alguns aspetos negativos.

    Neste artigo, de uma forma breve, discute-se o seu impacto nos

    motores de induo trifsicos e na rede eltrica.

    I. INTRODUO

    Os motores de induo trifsicos com rotor em gaiola de esquilo1

    (MIs, Figura 1) so o tipo de motor eltrico de Corrente Alternada

    (Alternate Current, AC) mais utilizado em acionamentos eletromec-

    nicos industriais com potncia nominal superior a 0,75 kW, integran-

    do mais de 85% dos mesmos.

    Figura 1. Motores de induo trifsicos com rotor em gaiola de esquilo.

    At setembro de 2012, os MIs s estavam comercialmente dispo-

    nveis para as classes de rendimento IE1, IE2 e IE3, denidas na 1.

    edio da Norma IEC 60034-30 (2008). Porm, foram recentemen-

    te lanados no mercado europeu MIs de classe IE42. Os motores AC

    sncronos de manes permanentes (Permanent Magnet Synchronous

    Motors) e de relutncia varivel (Synchronous/Variable Reluctance

    1 Em portugus, so tambm denominados de motores assncronos tri-

    fsicos com rotor em curto-circuito. Em ingls, so denominados de

    three-phase squirrel-cage induction motors.2 O lanamento foi feito pela empresa WEG que, at data, o nico fa-

    bricante a comercializar MIs de classe IE4 na gama de 3 a 355 kW (2, 4 e

    6 plos). Rera-se que a WEG um dos maiores fabricantes de motores

    elctricos a nvel mundial.

    Motors) so tecnologias mais ecientes, estando comercialmente

    disponveis para a classe IE43, mas ainda assim com uma quota de

    mercado muito inferior dos MIs. Os motores AC sncronos no po-

    dem ser alimentados diretamente da rede, necessitando por isso de

    um controlador eletrnico, exceto se incorporarem uma gaiola de

    esquilo auxiliar, como o caso do motor de manes permanentes de

    arranque direto4 (Line-Start Permanent Magnet Synchronous Motor).

    Com uma quota de mercado cada vez mais reduzida, os motores de

    Corrente Contnua (Direct Current, DC) com escovas (commutated

    DC motors) so ainda utilizados em algumas aplicaes industriais.

    Na ltima dcada, a utilizao de Variadores Eletrnicos de Velo-

    cidade5 (VEVs, Figura 2) tem vindo a aumentar signicativamente

    para o controlo da velocidade e do binrio em motores AC sncro-

    nos e assncronos. Atualmente, na Unio Europeia, vendem-se mais

    de 2 milhes de VEVs por ano, dos quais cerca de 95% com potn-

    cia inferior ou igual a 37 kW. Na sua grande maioria, estes VEVs so

    constitudos por um reticador de dodos e um inversor de fonte de

    tenso (Voltage-Source Inverter VSI) com modulao por largura

    de impulso (Pulse-Width Modulation PWM), e vendem-se separa-

    damente dos motores. Todavia, o mercado das unidades integradas

    (VEV integrado na estrutura do motor) est a crescer na gama de

    potncia de 0,75 a 22 kW.

    O controlo eletrnico dos MIs atravs de VEVs permitiu que estes

    substitussem os motores DC com escovas em muitas aplicaes

    com necessidade de controlo de velocidade e binrio, razo pela

    qual estes ltimos esto a desaparecer do mercado, uma vez que

    os primeiros apresentam vantagens ao nvel do rendimento e da

    abilidade.

    3 A classe IE4 est denida no documento de especicaes tcnicas IEC/

    TS 60034-31 e ser includa na 2. edio da Norma IEC 60034-30.4 Atualmente, a WEG o nico grande fabricante a comercializar este tipo

    de motores (modelo WQuattro, disponvel de 0,37 a 7,5 kW). 5 No meio industrial, so muitas vezes denominados de inversores ou

    conversores de frequncia. Em ingls, so tipicamente denominados

    de Variable Speed Drives VSDs, Adjustable Speed Drives ASDs ou Va-

    riable Frequency Drives VFDs.

    Fernando J. T. E. Ferreira

    Departamento de Engenharia Eletrotcnica, Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), Coimbra, Portugal

    Instituto de Sistemas e Robtica, Universidade de Coimbra (ISR-UC), Coimbra, Portugal , [email protected]

  • Investigao e Desenvolvimento

    17elevare

    Devido s suas vantagens tcnico-econmicas, os VEVs substitu-

    ram praticamente todas as outras solues para controlo de velo-

    cidade (por exemplo, mecnicas e hidrulicas) em processos indus-

    triais acionados por MIs.

    Os VEVs foram identicados como uma das tecnologias com maior

    potencial de poupana energtica, particularmente em aplicaes

    de movimentao de uidos com necessidade de variao de cau-

    dal/uxo, nomeadamente, bombas, ventiladores e compressores.

    Porm, mesmo nestas aplicaes, os VEVs tm tido uma difuso

    lenta.

    Em aplicaes com operao nos quatro quadrantes (por exemplo,

    elevadores e guindastes), os VEVs com regenerao energtica (ca-

    pacidade de injeo de energia na rede) tm um potencial de pou-

    pana de energia ainda maior.

    Figura 2. Variadores eletrnicos de velocidade comerciais.

    Neste artigo, de uma forma breve, discute-se o impacto dos VEVs

    na rede eltrica e nos MIs, excluindo-se as j bem conhecidas van-

    tagens tcnico-econmicas associadas ao controlo de velocidade

    e binrio.

    II. ACIONAMENTOS ELETROMECNICOS

    De uma forma geral, os acionamentos eletromecnicos (ACEs, Fi-

    gura 3), tambm denominados de sistemas eltricos de fora mo-

    triz, para alm do motor eltrico, integram dispositivos de coman-

    do e proteo, um sistema de transmisso mecnica (acoplamento

    direto, engrenagens, correias, entre outros) e, opcionalmente, um

    controlador/regulador eltrico/eletrnico do motor (VEV, arranca-

    dor suave, entre outros). Os VEVs podem ser utilizados em ACEs de

    velocidade constante ou varivel, desde que haja necessidade de

    variar a frequncia e amplitude da tenso aplicada ao motor.

    Figura 3. Componentes de um acionamento eletromecnico industrial.

    A operao dos ACEs pode ser num ou mais quadrantes, conso-

    ante o motor opera em modo de motorizao, frenagem/gerao

    e/ou num ou ambos os sentidos de rotao (Figura 4). A possibi-

    lidade de operao nos segundo e quarto quadrantes (modo de

    frenagem/gerao) depende da bidirecionalidade da transmisso

    mecnica (por exemplo, uma engrenagens com sem-m no , na

    prtica, bidirecional) e do tipo de controlador eletrnico. Os moto-

    res podem ainda estar sujeitos a uma carga xa ou varivel. Por

    exemplo, em elevadores e guindastes de trao, os ACEs podem

    operar em modo de motorizao e de frenagem, em ambos os

    sentidos de rotao, e o nvel de carga pode ser muito varivel.

    J num sistema de bombagem, a operao tipicamente num

    nico sentido de rotao e em modo de motorizao, podendo a

    velocidade e, consequentemente, o binrio (ou carga) ser xos ou

    variveis.

    Figura 4. Os quatro quadrantes de operao dos motores.

    III. Variao de Velocidade e Binrio em MIs

    De uma forma muito simplicada, nos MIs a variao do binrio

    conseguido atravs da regulao da amplitude da tenso (da qual

    depender o uxo magnetizante) e a variao da velocidade angu-

    lar atravs da regulao da frequncia da tenso. Assim, podem-

    se ter controladores/reguladores de tenso varivel e frequncia

    xa ou de tenso e frequncia variveis. Rera-se ainda que, em

    regime permanente, se pode ajustar o binrio (ou o uxo magneti-

    zante) dos MIs carga com o objetivo de aumentar o seu rendimen-

    to e fator de potncia.

    Existem vrias tcnicas para variar a velocidade em MIs, podendo

    ser divididas em dois grupos: 1) tcnicas baseadas na variao do

    deslizamento6; 2) tcnicas baseadas na variao da velocidade de

    sincronismo.

    6 O deslizamento num MI corresponde diferena entre a velocidade de

    sincronismo e a velocidade do rotor. Tipicamente, expresso em per-

    centagem da velocidade de sincronismo. A velocidade de sincronismo

    diretamente proporcional frequncia da tenso e inversamente pro-

    porcional ao nmero de plos.

  • Investigao e Desenvolvimento

    18 elevare

    Nas Figuras 5-7, apresentam-se trs tcnicas para regular a ve-

    locidade em MIs com base na variao do deslizamento, nomea-

    damente, variao da resistncia rotrica (s aplicvel aos moto-

    res de rotor bobinado), variao da amplitude da tenso aplicada

    aos terminais do motor e alterao do modo de ligao (estrela/

    tringulo).

    Nas Figuras 8 e 9 apresentam-se duas tcnicas para variar a velo-

    cidade em MIs com base na alterao da velocidade de sincronismo,

    nomeadamente, alterao do nmero de plos (possvel em moto-

    res de duas velocidades com enrolamentos do tipo Dahlander ou

    enrolamentos separados/independentes) e variao simultnea da

    frequncia e da amplitude da tenso aplicada aos terminais do mo-

    tor (denominado de controlo escalar ou V/f; possvel em motores

    alimentados/controlados por VEVs7).

    Figura 5. Regulao de velocidade em MIs atravs da variao do valor da resis-

    tncia rotrica (s aplicvel aos motores de rotor bobinado).

    Figura 6. Regulao de velocidade em MIs atravs da variao da amplitude da

    tenso.

    7 Relativamente s tcnicas de controlo eletrnico de MIs implementadas

    nos VEVs com inversores de fonte de tenso (VSI) e modulao por lar-

    gura de impulso (PWM), para alm do controlo escalar (Scalar Control),

    existe tambm o controlo vetorial (Flux Vector Control ou Field-Orien-

    ted Control) e o controlo direto de binrio (Direct Torque Control), nos

    quais se utiliza a posio/velocidade angular (medida ou estimada) para

    o controlo do motor em malha fechada.

    Figura 7. Regulao de velocidade em MIs atravs da alterao do modo de liga-

    o dos enrolamentos estatricos (estrela ou tringulo).

    Figura 8. Regulao de velocidade em MIs atravs da alterao do nmero de

    plos em enrolamentos do tipo Dahlander (4/8 plos, binrio varivel).

    Figura 9. Regulao de velocidade em MIs atravs da variao da amplitude e

    frequncia da tenso aplicada ao motor (controlo V/f).

    IV. TCNICAS DE ARRANQUE DE MIS

    Existem vrias tcnicas de arranque de MIs. Os benefcios associa-

    dos ao arranque/paragem suave dos MIs so vrios, sendo os mais

    relevantes: a) reduo da corrente mxima absorvida pelos moto-

    res no perodo de arranque das plataformas industriais, conduzindo

    a menores quedas de tenso e a uma menor potncia tomada nes-

    se perodo, o que, eventualmente, pode permitir reduzir a potncia

    contratada; b) reduo do desgaste mecnico dos motores e dos

    equipamentos a ele acoplados8, prolongando o seu tempo de vida e

    8 Por exemplo, um arranque suave permite estender signicativamente o

    tempo de vida das correias, particularmente se a carga tiver uma inrcia

    relativamente elevada.

  • Investigao e Desenvolvimento

    19elevare

    reduzindo as necessidades de manuteno e/ou reparao; c) pos-

    sibilidade de se poupar energia durante o processo de arranque dos

    motores, particularmente se forem utilizados VEVs; d) possibilida-

    de de se aumentar a frequncia de paragens/arranques do motor

    nalgumas aplicaes, permitindo poupar energia.

    A. Motores de uma velocidade

    Os MIs de uma velocidade (Single-Speed Motors) podem arrancar

    diretamente da rede (arranque direto; D.O.L. starting), sendo a cor-

    rente de arranque e os esforos eletrodinmicos e mecnicos no

    motor muito elevados, razes pelas quais este tipo de arranque s

    se utiliza tipicamente para motores de potncia nominal inferior a

    4 kW. No instante inicial do processo de arranque direto, o desliza-

    mento de 100%, decrescendo at ao valor nal em regime perma-

    nente, que depende do nvel de carga e do modelo do motor (nor-

    malmente inferior a 10%). Durante este tipo de arranque, apesar de

    ser relativamente rpido, as perdas por efeito de Joule no rotor e no

    estator so muito signicativas.

    O arranque estrela-tringulo (com um sistema de 3 contactores)

    permite reduzir a corrente e o binrio em cerca de 3 vezes, sendo

    esta tcnica largamente utilizada. O deslizamento varia da mesma

    forma que no arranque direto, mas em duas etapas distintas. Na

    primeira e segunda etapas, o deslizamento estabiliza nos pontos de

    funcionamento em estrela e tringulo, respetivamente (Figura 7).

    Os arrancadores suaves (Soft Starters, Figura 10) so reguladores

    eletrnicos (conversores AC/AC) que permitem variar a amplitude

    da componente fundamental da tenso (mantendo a sua frequncia

    igual da rede eltrica) e, dessa forma, controlar o binrio do mo-

    tor durante o arranque (Figura 6). Na Figura 11 apresenta-se a topo-

    logia tpica de um arrancador suave. O arranque com este tipo de

    dispositivo bastante mais suave e prolongado, do que o feito atra-

    vs dos arranques direto e estrela-tringulo. Ao longo do arranque,

    o deslizamento varia da mesma forma que o do arranque direto.

    Figura 10. Arrancadores suaves comerciais.

    Todavia, devido elevada distoro harmnica da tenso e da

    corrente produzida pela grande maioria dos arrancadores suaves

    comerciais, tanto para o motor como para a rede, no devem ser

    utilizados para variar a tenso aplicada ao motor em regime per-

    manente, exceto se os benefcios energticos e/ou tcnicos decor-

    rentes da reduo da amplitude da componente fundamental da

    tenso excederem largamente os aspetos negativos associados s

    perdas do prprio dispositivo e s perdas harmnicas adicionais no

    motor, bem como elevada distoro harmnica da corrente ab-

    sorvida. Estes dois ltimos aspetos constituem a razo pela qual o

    arrancador suave shuntado (bypass) aps o arranque. No arran-

    que dos MIs podem-se tambm utilizar reguladores de tenso de

    tecnologia sinusoidal (por exemplo, os dispositivos SinuMEC).

    Figura 11. Topologia tpica dos arrancadores suaves com dois tirstores em an-

    tiparalelo (ou um TRIAC) por fase e respetivas formas de onda da tenso e da

    corrente sada, para um determinado ngulo de disparo dos tirstores.

    O arranque dos MIs com VEV o mais suave e eciente, permitindo

    manter o deslizamento num valor muito prximo do nominal ao

    longo de todo o processo, garantindo simultaneamente um bin-

    rio elevado e uma corrente relativamente baixa (Figura 9). Assim,

    as perdas no motor durante o processo de arranque com VEV so

    muito menores do que as que nele ocorrem com outros mtodos.

    No entanto, os VEVs so demasiado dispendiosos para serem uti-

    lizados apenas para efetuar o arranque/paragem do motor, reco-

    mendando-se a sua utilizao s em aplicaes que, ao longo do

    seu ciclo de funcionamento, possam beneciar tcnica e/ou econo-

    micamente com a variao de velocidade.

    Rera-se ainda que o binrio produzido pelos arrancadores sua-

    ves muito inferior ao do produzido pelos VEVs no incio do ar-

    ranque, podendo os mesmos no ser adequados para alguns tipos

    de cargas (compare-se as Figs. 6 e 9). Com efeito, nos VEVs, sem

    aumentar demasiado a corrente de arranque possvel aumentar

    signicativamente o binrio, uma vez que se consegue controlar o

    deslizamento.

    B. Motores de duas velocidades

    O arranque tambm pode ser feito de forma relativamente suave

    se o MI tiver dois modos de funcionamento distintos com diferentes

    velocidades de sincronismo. As solues comercialmente dispo-

    nveis (mais comuns) so os MIs de duas velocidades (two-speed

    motors) com dois enrolamentos independentes/separados ou com

    enrolamentos Dahlander. Os enrolamentos separados permitem

    qualquer combinao de pares de plos (por exemplo, 2/4, 4/8, 2/6

    e 4/6) enquanto os enrolamentos Dahlander s permitem relaes

    de dobro (por exemplo, 2/4 e 4/8). Os motores de enrolamentos

    separados ainda so muito utilizados em elevadores residenciais,

    embora sejam mais volumosos e pesados do que os de uma veloci-

    dade ou mesmo que os com enrolamentos Dahlander. Nos motores

    de duas velocidades, o binrio pode ser aproximadamente cons-

    tante ou varivel para os dois modos de funcionamento, devendo

    escolher-se a relao de binrio em funo da caracterstica mec-

    nica da carga a acionar. Nos arranques com este tipo de soluo, as

    perdas no motor at se atingir a velocidade nal resultam menores

    que as associadas ao arranque direto, mas maiores que as associa-

    das ao arranque com VEV.

    (Continua na prxima edio)

  • Dossier: qualidade

    20 elevare

    A Soluo do Conceito de Qualidade e a sua Aplicao no Setor dos ElevadoresFernando Maurcio Dias

    Departamento de Engenharia Eletrotcnica do Instituto Superior

    de Engenharia do Porto. Fundao Politcnico do Porto.

    SUMRIO

    O conceito de Qualidade tem evoludo ao

    longo dos tempos. Atualmente a Qualida-

    de desempenha um papel fundamental na

    sociedade em geral e nas organizaes em

    particular.

    A nvel da Unio Europeia a Qualidade tem-

    se tornado uma ferramenta de valorizao

    das organizaes que, as polticas comuni-

    trias pretendem promover e reconhecer

    de forma a dotar as empresas, atravs de

    um processo de forte responsabilizao, de

    novas competncias que promovem a des-

    burocratizao e a autonomia em diversos

    processos.

    PALAVRAS CHAVE

    Qualidade, Sistema de Gesto da Qualidade,

    Diretivas Comunitrias, Diretiva Ascenso-

    res, Nova Abordagem, Abordagem Global,

    Requisitos Essenciais de Segurana.

    1. INTRODUO

    Qualidade uma palavra que todos estamos

    habituados a utilizar, no entanto, uma ques-

    to se coloca: qual o seu signicado, o que

    representa, como se mede, qual o seu custo.

    Efetivamente, a palavra Qualidade tem um

    signicado muito amplo, logo, permite va-

    riadssimas interpretaes e adaptaes

    a diferentes contextos, por exemplo, fala-

    mos em qualidade de atendimento, qualida-

    de do ar, qualidade de vida, qualidade de um

    produto, qualidade de um servio prestado,

    entre outros.

    Na prtica uma das formas de "vermos" a

    qualidade a satisfao de uma ou mais

    necessidades implcitas ou explcitas por

    parte do cliente. importante ter ateno

    ao facto que a Qualidade depende de fato-

    res que, se forem alterados, podem modi-

    car a perceo de qualidade. Considerando

    o exemplo da compra de um ascensor e,

    por exemplo, o preo o fator limitativo, a

    exigncia por parte do cliente relativamen-

    te ao desempenho do produto no ser a

    mesma se no houver limites relativamen-

    te ao preo.

    No entanto, tambm existem denies

    mais formais para o termo Qualidade. Nessa

    perspetiva, nada melhor que a terminologia

    dada pela Norma NP EN ISO 9000:2005 que

    dene qualidade como: Grau de satisfao

    de requisitos dados por um conjunto de ca-

    ratersticas intrnsecas.

    esta particularidade de "grau de satisfa-

    o de requisitos" que faz com que a Quali-

    dade tenha sido a "ferramenta" adotada pela

    Unio Europeia como fator determinante

    para a aplicao das Diretivas que respei-

    tam os princpios da Nova Abordagem e

    Abordagem Global. A Diretiva Ascensores

    (95/16/CE) um exemplo claro da incluso

    da Qualidade na aplicao da Diretiva.

    2. BREVE ANLISE EVOLUO HISTRICA

    DA QUALIDADE

    Tendo por base o conceito da Qualidade,

    podemos armar que o incio da "Qualida-

    de" remonta existncia do Homem dado

    que este sempre procurou o que mais se

    adequasse s suas necessidades nas mais

    variadas vertentes, fossem essas de ordem

    material, intelectual, social ou espiritual.

    No entanto, a qualidade mais prximo da

    que conhecemos hoje, pode-se dizer que

    teve o seu incio na revoluo industrial em

    Inglaterra atravs do aparecimento das "f-

    bricas" que comportavam ferramentas de

  • Dossier: qualidade

    21elevare

    trabalho e os primeiros equipamentos de

    medio.

    Podemos identicar 4 etapas distintas ao

    nvel da evoluo da Qualidade:

    Etapa 1 Inspeo Qualidade com foco

    no produto;

    Etapa 2 Controlo Estatstico da

    Qualidade Qualidade com foco no

    processo;

    Etapa 3 Garantia da Qualidade Quali-

    dade com foco no sistema;

    Etapa 4 Gesto da Qualidade Total

    (Total Quality Management TQM).

    2.1. Etapa 1 Inspeo Qualidade com foco

    no produto

    No nal do sculo XVIII e incio do sculo XIX

    a Qualidade era obtida de uma forma mui-

    to diferente da utilizada nos dias de hoje. A

    produo era totalmente artesanal e em

    pequena escala. Os artesos e artces

    eram os responsveis pelo fabrico do pro-

    duto e pela sua Qualidade nal.

    Com o desenvolvimento da industrializa-

    o, e consequentemente a produo em

    massa, implementou-se um sistema que

    tinha por base inspees, onde um ou mais

    atributos de um produto eram examinados,

    medidos ou testados, de forma a assegurar

    a sua Qualidade.

    No incio do sculo XX, Frederick W. Taylor

    estabeleceu os Princpios da Administra-

    o Cientca. Atravs desses princpios

    criou-se a funo de inspetor cuja atribui-

    o era zelar pela Qualidade dos produtos

    fabricados.

    Nas primeiras dcadas do sculo XX no

    era habitual as empresas possurem um

    departamento afeto qualidade. Apenas

    algumas organizaes de grande dimen-

    so possuam departamento de inspeo

    nal dos produtos. Hierarquicamente, esse

    departamento, dependia do responsvel

    pela produo o que, logo partida, levan-

    tava problemas quanto independncia do

    inspetor em desempenhar corretamente e

    com eccia as suas funes.

    A metodologia denida por Taylor foi exce-

    lente quanto ao aumento da produtividade

    das organizaes uma vez que era esse o

    seu grande objetivo, ou seja: produo em

    srie com vista a obter grande produtivi-

    dade. No entanto, esta viso revelou-se

    contraproducente, os operrios estavam

    focalizados na produo e a qualidade

    era relegada para um plano secundrio

    e centrada exclusivamente no produto.

    A atividade dos inspetores limitava-se

    identicao e q