16
Publicidade Publicidade Publicidade Semanário Sexta-feira | 23 de outubro 2020 | Ano XIII | N.º 419 Preço: 0,01 Diretora: Joana Rosa ELISABETE "POETA CANTOR"

ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

Publicidade

PublicidadePublicidade

SemanárioSexta-feira | 23 de outubro 2020 | Ano XIII | N.º 419

Preço: 0,01

Diretora: Joana Rosa

ELISABETE

"POETACANTOR"

Page 2: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

ADMINISTRAÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADERua Bernardim Ribeiro, nº 392840-270 SeixalTelm. 969 856 802 Telf. 210 991 683 [email protected] Estatuto Editorial em:http://jornalcomerciodoseixalesesimbra.wordpress.comFacebook: Comércio do Seixal e Sesimbra

Diretora Comercial: Ângela RosaPaginação: Sofia RosaRepórter: Fernando Soares Reis 4164 AColaboradores: Agostinho António Cunha, Carmen Ezequiel, Dário Codinha, Fernando Fitas 1843A, Ivo Lebre, João Araújo, José Carvalho, José Geraldes Ramos CO-943A, José Mantas, José Sarmento, Manuel Matias, Margarida Vale, Maria Vitória Afonso, Mário Barradas, Miguel Boieiro, Paulo António CO-924A, Paulo Nascimento, Pinhal Dias, Rui Hélder Feio, Vitor Sarmento.

Impressão: Funchalense – Empresa Gráfica, S.A.Rua da Capela N. S.ª da Conceição, 50 – Morelena – Pero PinheiroTiragem: 15.000 exemplaresO «Comércio» não se responsabiliza nem pode ser responsa-bilizado pelos artigos assinados pelos colaboradores. Todo o conteúdo dos mesmos é da inteira responsabilidade dos res-petivos autores.

Diretora: Joana Rosa TE-544ARegisto do título: 125282 Depósito Legal: N.º 267646/07Contribuinte N.º 514 867 060Propriedade: Ângela RosaEditor: Cruzada de Letras, Lda.

2 | ENTREVISTA

músicas estrangeiras e até portuguesas e fazer letras novas. Algumas vezes até fazia coreografias porque também sem-pre gostei de dançar…quando come-cei a participar em festivais paroquiais comecei a perceber que expressar-me através das minhas próprias composi-ções musicais fazia sentido para mim.

Como é que perspetiva, tendo em conta a situação atual do país e do mundo, o futuro dos artistas, em início de carreira?

É difícil, mas não impossível. De fac-to, um artista, em início de carreira ou mesmo já consagrado, tem de ser rein-ventar, essa é uma das caraterísticas do artista, em qualquer arte. Por isso, ape-sar da toda a conjuntura desfavorável, as

Comecemos pelo início, quem é a Elisabete?

Sou a Elisabete, tenho 43 anos, vivo no Seixal e sou licenciada em Relações Internacionais. Gosto de me exprimir através da música e da escrita e daí nas-cem canções que eu interpreto e que tenho a sorte de poder partilhar.

Começa a sua carreira na música, como Cantora ou Compositora? Ou no seu caso, é impossível separar as duas?

Na verdade acho que foram as duas, embora eu sempre me lembro de gostar de cantar. Era algo natural, porque lá em casa toda a gente gostava de cantar. Depois, na escola, era eu que fazia as letras das claques e gostava de pegar em

fraquezas podem converter-se em opor-tunidades. A pandemia trouxe novos formatos de concertos. Qualquer músico pode mesmo organizar o seu próprio concerto a partir da sua casa e chegar a um público muito mais vasto. O retor-no pode não ser imediato, mas, no iní-cio, é importante aparecer, não cair no esquecimento e ser ainda mais criativo. Ao mesmo tempo, penso que mais do que nunca, a arte é necessária, é um bem essencial nestes tempos correm, seja para alimentar o nosso espírito e dar sentido à nossa vida, inspirar e dar esperança, seja para denunciar e intervir.

De que forma a pandemia de Covid-19 afetou a sua carreira crescente?

Ia entrar numa fase importante por-

que acabava de gravar o meu segun-do disco, “Poeta cantor”, com temas compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista tive de alterar para o primeiro trimestre deste ano e infelizmente já não pude fazer nada por causa da Covid-19. Mas aconteceu algo bom, porque na onda dos diretos me atrevi a realizar um ou outro pequeno concerto apresentan-do os meus temas, acompanhando-me a mim própria à guitarra, o que não costumo fazer e deixou-me o bichi-nho. Além disso, deu-me espaço e tem-po para começar a criar os temas do próximo disco e já está quase tudo. O tempo nunca é perdido se é bem apro-veitado.

ElisabeteElisabete vê a música e as outras formas de arte como uma necessidade, seja para“inspirar e dar esperança, seja para denunciar e intervir”. Foi assim que mostrou ao"Comércio", que numa altura onde a cultura, podia ficar um pouco esquecida, é nelaque o ser humano se refugiou. Com resiliência, acreditando na transformação dasfraquezas em oportunidades e na adaptação aos novos palcos digitais, a cantautoraapresenta-nos agora o seu novo álbum Poeta Cantor.

Page 3: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

Publicidade

| 23 de outubro de 2020 | 3

A Elisabete tem uma carreira onde cruza vários estilos musicais, essa diversidade também se reflete nas diferentes línguas que canta, ou há outra explicação?

Eu gosto de cantar canções bonitas, independentemente do idioma. Mas a verdade é que quando canto em fran-cês ou castelhano há qualquer coisa com que me identifico. No meu proje-to Tributo a Edith Piaf sinto-me como “peixe na água” e cantar em castelha-no deixa-me bastante confortável como quando, por exemplo, canto um bolero. E, embora goste muito de cantar em castelhano e francês, não resisto a um standard de jazz em inglês…Como can-tautora, eu componho em português e gosto muito de incluir diferentes estilos como a bossa-nova, o reggae, o jazz e até a música tradicional. Quando estive a residir em Espanha tive a oportuni-dade de estar em contacto com outras músicos de diferentes origens e estilos, o que foi também bastante enriquece-dor.

De que forma o projecto Masterclass Antena 1/SPA e o trabalho com João

Gil, mudou a sua carreira?

A possibilidade de estar no Master-class Antena1/SPA foi uma forma de reconhecer que, se calhar, as minhas canções, têm valor e que não devo desis-tir. Ajudou-me a perceber que, em ter-mos musicais cada cantautor tem a sua personalidade, a sua mensagem, a sua originalidade, que cada um tem uma forma única de se expressar através da música e essa é uma riqueza extraordi-nária. Foi um incentivo para continuar neste caminho da produção de temas originais. E claro, poder trabalhar com o João Gil e ouvir os seus conselhos foi muito inspirador, além de que tive oportunidade de cantar com ele no pro-grama ao vivo.

Sabemos que existe um EP prepara-do, à espera do momento certo para ser apresentado, para quando essa apre-sentação? Onde é que o podemos ouvir?

A apresentação estava prevista para o primeiro trimestre do ano nas lojas FNAC, o que não aconteceu devido à pandemia. Logo que haja oportunidade farei a apresentação do disco e aproveito para incluir novas canções. O disco “Poe-ta Cantor” pode ser ouvido e adquirido em todas as plataformas digitais como Spotify; Bandcamp, Youtube, Amazon, iTunes. Podem comprar este disco em formato físico com a ilustração de capa do artista plástico Carlos Pé-Leve, atra-vés da minha página do facebook e do meu site oficial: www.elisabete.pt.

Ivo Lebre

Page 4: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

4 | CULTURA | 23 de outubro de 2020

INSOLVÊNCIA E A HERANÇA

Quando alguém (pessoa singular) foi declarado insolvente e recebe uma herança, esta pode ser penhorada?Pois bem, se a situação ocorrer antes de iniciar o período de cessão e o devedor não informa da existência da herança/quinhão hereditário, não existem dúvidas que viola, com culpa grave, os deveres de informação e colaboração.Mas, se após o encerramento do processo de insolvência, já durante o período de exoneração do passivo receber essa herança?Diz-nos o código de insolvência que, mesmo após o encerramento e durante o período da cessão, o devedor obriga-se a “…Não ocultar ou dissimular quaisquer rendimentos que aufira, por qualquer título, e a informar o tribunal e o fiduciário sobre os seus rendimentos e património na forma e no prazo em que isso lhe seja requisitado…” Se o fizer, tal pode ser entendido como intencional de forma a ocultar o património aos demais credores. Não existe dúvida que se impõe a entregar do “património” recebido ao fidúciário.Só com a efetivação da partilha e divisão do acervo hereditário é que cada um dos herdeiros fica a conhecer os concretos bens que lhe foram atribuídos –os quais passam a ser “património” individualizado pertencente ao herdeiro, ou seja, enquanto a herança não estiver partilhada estamos perante uma herança indivisa constituída por um património autónomo. Nenhum dos herdeiros tem direitos sobre bens certos e determinados, nem um direito real sobre os bens em concreto, têm apenas um “direito” que incide sobre a totalidade daqueles bens e nunca sobre cada um dos bens individualizados que a compõem.Todavia, face à leitura sistemática do código, fins do processo e, em especial, aos objetivos do incidente de exoneração do passivo restante (o perdão das dívidas passados 5 anos) não se conclui que o “direito à herança” não deve ser considerado “rendimento” ou “património” para efeitos dos referidos artigos.A cessão do rendimento disponível abrange todos os “rendimentos”, logo, assumindo a qualidade de herdeiro durante a fidúcia, o insolvente deve entregar o seus “direito a herdar” ao fiduciário. Igualmente, é admitida a penhora do direito a uma herança por partilhar – a lei permite a penhora do direito que o devedor tenha sobre os bens indeterminados

Escolha os serviços de um profissional, contacte o Solicitador.Envie a sua questão para: [email protected]

Rostos do SeixalJOSÉ LOURENÇO DA SILVA GOMES (1829 - 1910)

truir a primeira Fábrica de Vidro Preto em Portugal, que era o único País Viní-cola que não produzia as garrafas para acondicionar os seus vinhos. Fundador da Sociedade Filarmónica dos Operá-rios Vidreiros de Amora com os seus trabalhadores, José Lourenco da Silva Gomes era um apreciador de música e procedeu à compra de instrumentos, distribuindo-os por alguns dos traba-lhadores na condição de os pagarem de volta. A Filarmónica dos Vidreiros viria a ser muito apreciada pelo povo de Amora.

A uma das principais avenidas da cidade foi-lhe atribuída o seu nome, sendo que na própria Avenida Mar-

Mário Barradas

Dedicado e prestigiado amorense, nasceu em Amora o mentor e pioneiro a quem se deve a iniciativa do estabeleci-mento da Fábrica de Vidros de Amora.

Proprietário da Quinta das Lobatas, fundou a primeira Fábrica de Vidros de Amora, em 1888, com outros empresá-rios, Justino Guedes e os irmãos James e William Gilman, no mesmo local devi-do à facilidade de embarque e descarga de materiais, que este espaço da quinta proporciona junto ao rio. Foi a 28 de novembro que se realizaram as escritu-ras da fábrica começando a laborar no dia 11 de Setembro de 1889.

Foi ainda Silva Gomes que encabeçou um grupo de empresários para se cons-

Os CARPINTEIROS de MACHADO, os homens que construíam, em madeira, os antigos barcos tradicionais do Tejo, nomeadamente varinos, fragatas, botes, canoas e catraios.

Para além de serras e martelos, as principais ferramentas destes carpintei-ros navais, que lhes permitiam executar as diferentes peças das embarcações, eram o machado e a enxó

Em meados do séc. XX ainda existiam no Município do Seixal algumas dezenas de carpinteiros de machado em cerca de seis ancestrais estaleiros navais.

Esta profissão foi tão importante por aqui, que ainda hoje no núcleo histórico da cidade do Seixal podemos encontrar a «Rua dos Carpinteiros de Machado» e nas armas do brasão municipal estão representados o machado e a enxó.

Nesses tempos recuados, os principais seis estaleiros navais que por aqui cons-truíam embarcações em madeira eram os seguintes: Alfredo dos Reis Silveira, José Maria dos Anjos, António Policar-po, Sociedade Reunida Alves de Carva-

DR

DR

DR

CARPINTEIROSRui Hélder FeioSolicitador

O VOZEIRO

DR

lho, Construções e Reparações Navais de Arrentela, Álvaro Lopes Venâncio e Mestre Joaquim da Fonseca.

Com o avançar dos tempos a constru-ção naval em ferro, alumínio ou fibra foi suplantando a construção tradicional em madeira, que quase desapareceu.

Embarcações como o varino «Amoro-so» ou o bote de fragata «Baía do Seixal» recuperadas pela autarquia do Seixal são cada vez mais raras, assim como é cada

vez mais difícil encontrar quem lhes faça manutenção.

Na fotografia de cima podemos ver o carpinteiro de machado Jaime Soeiro a construir um barco para a arte de xáve-ga da Caparica e na de baixo à direita o restauro que foi feito (anos oitenta) no bote de fragata «Gaivotas», estaleiro da família Venâncio.

Manuel Lima

ginal Silva Gomes circulou inúmeras vezes e é nesta artéria que se situa hoje o monumento ao vidreiro.

Page 5: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

| 23 de outubro de 2020 PUBLICIDADE | 5

Page 6: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

6 | OPINIÃO | 23 de outubro de 2020

Os nossos saberes

O nosso cantinho plantado à beira mar é um retalho de diversidade. Esta-mos todos arrumadinhos, aconchega-dos, em territórios que reclamamos como nossos. De norte a sul, apesar de sermos todos da mesma nacionalidade, abismamo-nos com tantas diferenças e maneiras de estar.

Talvez a geologia possa ter algu-ma responsabilidade nestas andanças ou até mesmo o tipo de clima. Quem sabe? Continua o mistério que fica bem melhor assim. O nosso legado histórico, o que recebemos dos nossos antepassa-dos, incutiu-nos tanto que agora, pas-sados estes anos todos, não o podemos ignorar. Está-nos no sangue.

Só assim se entende que o mesmo objecto consiga ter nomes tão estranhos

e tão engraçados como se fosse um outro qualquer. É esta riqueza que ale-gra e faz com que as descobertas sejam sempre uma delícia espantosa. Feliz-mente que não se perdem pois os mais maduros fazem questão de preservar.

Vejamos um exemplo tão simples como o café que também toma o nome de bica. As primeiras máquinas auto-máticas das ditas bicas, que passavam o café para as chávenas, eram da marca Cimbali. E assim nasceu o cimbalino na zona do norte. Um regionalismo que se tem perpetuado.

No entanto não são só as distâncias que marcam com novos nomes em nada semelhantes. No mesmo distri-to podemos encontrar nomes sortidos para o mesmo objecto ou doce. Uma

trufa é o mesmo que uma azevia e estes nomes só são usados em certos locais do Algarve. Assim como o folar de Olhão que em nada se assemelha ao vulgar do país em geral.

E que dizer de certos falares que são apenas conhecidos de alguns apesar de serem típicos da zona onde sempre viveram? Um pincho pla riba do pena-rouco por mor d' arremar um pechego? Na Beira Baixa é mato entre os mais velhos. Entendem-se como se fosse um código secreto ou uma forma peculiar de comunicar. Soneta é sempre uma palavra deliciosa, sendo que não se sabe o que significa.

Os sotaques, aquelas maravilhas que soam a açúcar melado, encantam os sentidos como sendo pequenos anjos a

saltitar de nuvem em nuvem. Que belo é sentir este retalho de cultura, estas heranças grandiosas que temos e deve-mos preservar.

Podemos falar de gastronomia? O mesmo prato tem tantas variantes como os falares do nosso povo. Ou talvez ainda mais. O chamado Cozido à Por-tuguesa tem produtos diferentes con-forme as regiões. Se numas usam feijão, nas outras é o grão que domina. As cou-ves podem ter cores variadas e as car-nes, todas unidas, podem passar a ser separadas.

É esta variedade de cor, de sons, de quereres de ser, de alegria que nos unem, nos dão sentido e fazem com que a nossa existência seja grandiosa. A História, aquilo que jamais poderá ser alterado, escreve-se com sangue e guer-ras mas também com vozes que, mesmo sem saberem escrever, tiveram o con-dão de a contar aos seus descendentes.

Desde o falazar, que ainda não era língua, até ao galaico-português, a dis-tância foi abismal mas necessária. Os primeiros documentos escritos em lín-gua portuguesa datam do reinado de D. Afonso II sendo que estavam reple-tos de incertezas na grafia. Só com D. Dinis se torna a língua nacional mas apenas nos documentos oficiais.

É certo e sabido que cada terra tem o seu uso e começa a falar como lhe foram transmitindo. Mesmo que exista uma língua oficial, cada região continua a manter as linhas mestras da origem, as heranças dos que por lá viveram e que, sem terem essa noção, deixaram mar-cas profundas e fecundas.

A BITOLA DO NOSSO CONTENTAMENTO…

Neste jornal, mais precisamente no número 395 de 18 de julho de 2019, escrevi uma frase acerca da bitola utilizada nos nossos caminhos-de-ferro. Eis essa curta frase.

“A actual Infraestruturas de Portugal, SA tem pela frente um problema bem delicado que se designa BITOLA. Os nossos comboios têm uma distância ente carris que nos vão dar água pela barba para uniformizarmos com a rede europeia.”

Volto agora a esse assunto para que a promessa feita na altura, a um nosso leitor, não caia em saco roto.

A bitola usada em Portugal e em parte da ferrovia de Espanha tem a dimensão de 1668 mm. No resto da Europa a distância entre carris é de 1435 mm. Essa bitola é também usada nas redes de Metropolitano e nas de Metro de superfície. A diferença entre estes dois veículos de transporte é que o primeiro circula pela esquerda e o segundo pela

direita. Em Espanha já tem ferrovia com a bitola Europeia. É claro que há outras bitolas como a métrica, aquelas designadas por vias reduzidas que são utilizadas no Distrito de Aveiro, ou aquela utilizada no comboio que liga (ou ligava) a Costa da Caparica (estação Nova Praia) à Fonte da Telha (estação Términos).

Há quem diga, com alguns laivos de curiosidade, que a nossa bitola foi diferente para que os Franceses não voltassem a armar-se em Napoleão e nos invadirem outra vez. Isso não corresponde à verdade, mas não deixa de ser um factor que dificultaria a logística, em caso de nova invasão.

A opção assentou numa ideia dos especialistas (isto em 1844) de que sendo mais larga a bitola mais equilíbrio e mais velocidade nas curvas isso permitiria. Infelizmente, sendo de certo modo verdade, também não temos mais velocidade por via dessa opção.

Vejamos todas:

E temos mais… as tensões eléctricas não são iguais em Portugal. Um comboio da CP não pode ir de Lisboa (Campolide) para Lisboa (Alcântara Mar) pelo facto de parte da linha não estar electrificada (entre Alcântara Terra e Alcântara Mar) e por as tensões usadas entre Lisboa (Cais do Sodré) e Cascais e o resto das vias ser de tensão diferente.

Em conclusão, temos mais um caso bicudo para resolver. Os fundos

nacionais e comunitários são esgotáveis e temos de ir fazendo alguma coisa, depois de várias dezenas de anos com pouco investimento na nossa ferrovia. Enquanto isto ia acontecendo o lobby dos camiões a esfregar as mãos de contentamento.

Se fosse o ilustre jornalista Fernando Luís de Oliveira Pessa (15-4-1902 – 29-4-2002) ele diria: - “ E esta Hei!? ”.

Lá no meu (nosso) Alentejo diz-se: - “Isto é que vai aqui uma açorda!?”

Manuel Matias

DR Margarida Vale

Page 7: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

| 23 de outubro de 2020 ATUALIDADE | 7

Publicidade

Na madrugada de Sábado para Domingo, atrasamos todos o relógio! Preparados para os efeitos que este atraso no tempo, pode trazer para as nossas vidas?

Em Portugal - excetuando a Região Autónoma dos Açores, onde a mudança será feita à 01h00 - esta mudança acon-tece às 02h00, passando a ser 01h00 outra vez! Para os notívagos parece que ganhámos uma hora de diversão nocturna e para quem acorda cedo ao Domingo aparentemente ganhou uma hora de sono, mas pode na realidade ter perdido mais do que aquilo que ganhou.

O nosso ciclo biológico baseia-se no ritmo circadiano, um sistema de 24 horas afetado principalmente pelas diferenças de luz e temperatura, entre o dia e a noite. Assim, quando esse rit-mo sofre uma mudança, o nosso corpo ressente-se, provocando algumas alte-rações no organismo e nos ciclos do sono. Como a luz que o Sol imite pela manhã, é de um espectro Azul que nos desperta e no final do dia um espectro mais alaranjado, com tendência a tra-

zer-nos sono e calma, devemos seguir essa tendência biológica, com todos os aparelhos eletrónicos que imitem luz de espetro azul, nas nossas casas. Desta forma, estamos a dizer ao nosso cére-bro que está na hora de dormir. Há já vários telemóveis e computadores que têm a opção de mudar a luz para tons alaranjados. Não tendo essa opção podemos reduzir a luz dos nossos ecrãs, seja dos computadores e telemóveis ou das televisões. Esta rotina deve ser pra-ticada diariamente, mas uns dias antes da mudança de hora, devemos começar a fazê-la 10 a 15 minutos mais cedo do que o normal, de forma a não sofrermos grandes alterações. Acordar e deitar mais cedo 10 minutos, progressivamen-te, também é um aspeto a adotar perto do dia. Se não pode evitar trabalhar até tarde ou precisa de uns momentos jun-to ao ecrã antes de dormir, não o faça no quarto. Reduza as luzes brilhantes, evite refeições pesadas, café ou outro estimulante, tabaco ou bebidas alcoóli-cas. Durma bem!

Ivo Lebre

Não se deixe afetar pela mudança da Hora!

Page 8: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

8 | ENTREVISTA | 23 de outubro de 2020

“Motivação Máxima”

Como é que começou este interesse pela saúde e bem-estar?

O meu interesse por saúde e bem-estar começou desde muito cedo ainda antes de entrar na adolescência.

Não me sentia bem com o meu corpo primeiro era muito gordinho depois com a adolescência, emagreci bastante mas fiquei o que se chama de “falso magro”.

Ou seja, tinha uns braços muito fininhos mas tinha alguma barriga.

Perto dos 18 anos decidi começar a treinar num ginásio, depois de ter visto os resultados que alguns amigos meus tiveram com o treino iniciado à pouco tempo. Depois disso, nunca mais parei.

Quais foram as maiores dificuldades que sentiste ao longo do teu desenvolvimento neste mundo do fitness?

O meu problema e acho que o da maioria é encontrar demasiada informação e muita dela completamente errada seguindo modas que são apenas criadas com o intuito de vender mais sem se preocuparem realmente com os resultados das pessoas.

Torna-se um pouco complicado para os menos experientes saberem filtrar a informação e descobrir as fontes mais fiáveis.

O melhor conselho que posso dar é que encontrem um bom profissional com quem se identifiquem para vos guiar. É um investimento que vos vai fazer poupar bastante dinheiro e acima

de tudo vos vai poupar bastante tempo.

Já te iniciaste nas competições de culturismo, qual foi o motivo que te levou a querer competir?

Quando comecei no ginásio procurava bastante informação na internet e um dia descobri os vídeos do Arnold Schwarzenegger.

Já o conhecia bastante bem dos filmes mas não conhecia bem a sua carreira no bodybuilding, assim que comecei a conhecer o seu trabalho e de outros culturistas foi algo que me fascinou imenso.

A constante "fome" por querer ser melhor e o querer superar-me diariamente foi o que me fez criar uma meta maior com o objetivo de competir para testar-me tanto a nível físico como psicológico.

Há relativamente pouco tempo iniciaste um projeto de coaching online, em que é que consiste?

O meu projeto acima de tudo consiste em poder ajudar as pessoas a atingirem os seus objetivos.

Seja ele perder peso, ganhar massa muscular ou simplesmente ganhar qualidade de vida através de treino e de melhorar os hábitos alimentares.

É tudo feito online através de uma anamnese em que recolho os dados do cliente com o objetivo de perceber ao máximo qual o seu objetivo e como irei traçar todo o processo.

O meu programa de coaching inclui:

plano de treino; plano alimentar; suporte diário para esclarecer todas as dúvidas; e claro motivação máxima!

Qual foi o motivo que te levou a avançar com este projeto?

O objetivo do meu projeto é poder ajudar o máximo de pessoas possível.

Sou personal trainer mas nem todas as pessoas têm a possibilidade de recorrer aos meus serviços presencialmente.

Com o coaching online conseguem ter um guia de qualidade e profissional adaptado e personalizado aos seus objetivos por um valor muito mais em conta e à distância de um click.

Quem é que poderá recorrer aos teus serviços e como?

Qualquer pessoa pode recorrer aos meus serviços, desde um adolescente a uma pessoa de mais idade. Desde a pessoa que procura perder peso ou ganhar massa muscular à pessoa que apenas quer sentir-se mais ativa. Desde a pessoa que é completamente inexperiente com exercício físico ao atleta que já tem experiência mas quer passar ao próximo nível.

Podem encontrar-me através das redes sociais MiguelCaldasFitness.

Miguel Caldas tem 28 anos é Personal Trainer, Coach Online e atleta de body building. Escolheu a sua profissão com o objetivo de poder chegar aos outros, ajudando-os a mudar as suas vidas.

A EDP Distribuição foi chamada a intervir num projeto de ampliação da Escola Básica nº. 2 da Quinta do Conde, que vai contar com um novo edifício, na Rua António Sérgio, próximo do Par-que da Vila – uma obra lançada pela Câmara Municipal de Sesimbra e que implica, entre outras, algumas altera-ções na rede elétrica local.

Os trabalhos a cargo da empresa resultaram num investimento de cerca de 12 mil euros e consistiram no des-vio de um cabo de Média Tensão, numa alteração do ramal de alimentação ao novo edifício, de modo a comportar as novas necessidades em termos de ener-gia elétrica, no rearranjo da Rede de Baixa Tensão nas imediações e na subs-

AMPLIAÇÃO DE ESCOLA DESVIA LINHA E AUMENTA POTÊNCIA

tituição de luminárias na envolvente por novas com tecnologia LED.

A potência instalada sofreu, também, uma alteração de 50 para 75 kVA.

DR

DR

Page 9: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

| 23 de outubro de 2020 CULTURA | 9

Publicidade

Num mês marcado pelos sons dos saxo-fones, trompetes, contrabaixos, pianos e outros instrumentos que dão vida ao Jazz do festival de música da cidade, arrancou dia 15 de outubro, uma exposição de arte sobre este género musical. Esta exibição pode ser vista na Galeria de Exposições Augusto Cabrita, no Seixal. Jazz à Vista, da autoria de Francisco Fernandes, que assina as suas telas como XicoFran, estará aberto ao público até dia 5 de dezembro.

Francisco Fernandes, o pintor do Jazz, como é conhecido, é um artista plástico que nos oferece uma experiência visual capaz de transmitir o som do Jazz. Nas telas do artista podem ver-se rostos de grandes músicos do género, como Ray

Charles, Miles Davis ou Louis Armstrong, bem como silhuetas de músicos de Jazz e os seus mais variadíssimos instrumentos, representados em cenas que nos transpor-tam para um concerto ao vivo. O artista já foi reconhecido com vários prémios nacio-nais e internacionais, fazendo algumas das suas obras, parte do espólio de aman-tes de arte, em Portugal e além-fronteiras.

Durante os dias do festival SeixalJazz, a 21ª edição que termina a 25 de outu-bro e onde esta exposição está integra-da, a obra de XicoFran pode ser vista até à 00h00. Nos dias que se seguem e até dezembro, a exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h00 às 20h00 e aos sábados, das 14h30 às 20h00.

Arrancou, esta quarta-feira, mais uma temporada de concertos do SeixalJazz 2020. Numa semana que se iniciou com o trio de músicos Eduardo Raon, Luís Figueiredo e João Hasselberg em palco, esperam-se mais 4 noites íntimas dos melhores do Jazz em Portugal. O festival que termina este domingo no Auditório Municipal do

Fórum Cultural do Seixal, ainda tem alguns bilhetes disponíveis na bilhetei-ra do Auditório e na rede Ticketline.

O trio que abriu a segunda semana do festival, apresentou-nos o seu mais recente álbum, This Was What Will Be, lançado em abril deste ano, já disponível nas dife-rentes plataformas digitais. Sendo a música uma forma de arte que desperta diferentes sentidos, o concerto de Eduardo Raon, Luís Figueiredo e João Hasselberg foi a definição de um espetáculo sensorial, com a presença de instrumentos menos comuns no género Jazz, como a harpa, ou a mesa de mistura que fez a ligação perfeita entre

os instrumentos. Sendo o público trans-portado para um ambiente fantasioso, este trio abriu as portas à audiência, para uma semana de festival que se avizinha mágica.

Esta edição do SeixalJazz conta com a especial característica, de todos os con-certos poderem ser seguidos em live streaming, no canal oficial do festival, no Youtube. Uma forma que a organização encontrou de poder chegar àqueles que, nesta situação pandémica que o país e o mundo atravessam, não conseguem mar-car presença nesta edição.

Até domingo, Ricardo Pinheiro e Miguel Amado apresentam o projeto

LAB. Os dois, músicos de referência no Jazz nacional. Isabel Rato Quinteto sobe ao palco sexta-feira, a pianista que dá nome ao quinteto será acompanhada por João David Almeida na voz, João Capinha no saxofone alto, soprano e tenor, João Custódio no contrabaixo e pelo baterista Alexandre Alves. O fim-de-semana ofe-rece-nos a música de Eduardo Cardinho Quarteto no sábado, com instrumentos como o acordeão, a serem introduzidos pela primeira vez esta semana em palco e André Rosinha Trio que encerra esta edi-ção do festival no domingo, com a apre-sentação do seu novo álbum, Árvore.

Exposição Jazz à Vista

A segunda semana de Jazz no Seixal

Page 10: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

| 23 de outubro de 202010 | SAÚDE

FitoterapiaMiguel Boieiro

por relacionar. Comecei a cronique-ta abordando jardins botânicos e ago-ra detenho-me numa espécie que não enxerguei nesses locais especializados, mas que não deixa de vir a propósito. Com efeito, no citado regresso, verifiquei que os quintais das vivendas ostentavam formosas pitangueiras e à medida que caminhava fui colhendo e saboreando os pequenos frutos (pitangas) que pendiam para o domínio público. Na minha men-te nasceu assim mais uma planta amiga!

Mais tarde tornei a deliciar-me em Teresina (Piauí–Brasil) no jardim do meu estimado amigo esperantista João Batista.

Mas vamos à descrição!A pitangueira, cujo nome científico é

Tenho estado a ler com inusitada curiosidade “O Messias das Plantas” de Carlos Magdalena, cientista dos Kew Gardens, o qual esforçadamente tem procurado defender e preservar plantas em risco de extinção. Kew Gardens, sito nas imediações da urbe londrina, é tal-vez o mais importante espaço científico de diversidade botânica à escala mun-dial e vale a pena despender uma sema-na a visitá-lo. Infelizmente só lá estive escassas cinco horas. No entanto, muitos outros jardins botânicos, todos diferen-tes, em várias partes do globo terrestre, beneficiando de especiais amenidades climáticas, despertam igualmente a curiosidade de quem os visita, encantam pela sua beleza e estimulam a busca de conhecimentos sobre o mundo quase infindável dos seres vegetais.

Numa das últimas viagens que efetuei ao Funchal tive finalmente a possibilida-de de permanecer um revigorante dia no Jardim Botânico da Madeira, fantás-tico espaço de 8 hectares, artisticamente disposto em socalcos onde se pode apre-ciar mais de 2.500 plantas oriundas de todos os continentes, entre as quais, cer-ca de 100 endémicas indígenas da Flora Laurissilva, própria da “Pérola do Atlân-tico”. O Jardim fica a 300 metros de alti-tude e a 3 km da cidade. Efetuei parte da íngreme subida por teleférico, desfru-tando das belas paisagens sobre o Fun-chal e da sua orla marítima. Depois de deambular por dragoeiros, palmeiras, estrelícias e orquídeas, resolvi regres-sar a pé, descendo a abrupta encosta do monte e foi nesse sinuoso percurso que descobri a pitangueira.

Ora vejam lá como tudo se acaba

DR

OPINIÃO

Drª. Céu RochaCoordenadora da Equipa de Cuidados Paliativos da Unidade Local de Saúde de Matosinhos

Eugenia uniflora, faz parte da família das Myrtaceae e é um arbusto de casca fina e densa ramificação, nativo do Brasil onde medra espontaneamente em quase todo o país. De crescimento lento, tem em média 4 metros de altura e prefere climas tropicais e subtropicais. É dotado de folhas perenes, opostas, elípticas de verde brilhante. As flores são brancas, hermafroditas, de quatro pétalas com muitos estames como acontece em pra-ticamente todas as mirtáceas. Os frutos formam drupas redondas, achatadas com sulcos angulares longitudinais, que começam por ser verdes, mas ao ama-durecerem ficam de vermelho intenso (acrescente-se que o termo pitanga pro-vém do idioma guarani e significa ver-

melho). Cada fruto possui, em regra, uma

semente branca e esférica.As pitangas são frutos sumarentos

deliciosamente agridoces, mas sem valor comercial por serem muito frágeis e se danificarem facilmente. Com elas se podem preparar agradáveis sumos, compotas e geleias.

Tanto as folhas como os frutos das pitangueiras apresentam notáveis qua-lidades medicinais, usadas no Brasil e paulatinamente em Portugal, uma vez que, com as crescentes alterações climá-ticas, já há quem as plante não só na ilha da Madeira, mas também no Continente.

As pitangas possuem óleo essencial (eugenol), flavonoides, taninos, sapo-ninas, pectina, glucose, licopeno, ácido cítrico e gálico, vitaminas B1, B 2 e C, provitamina A, potássio, fósforo, cálcio e ferro.

Propriedades: Diuréticas, antirreumá-ticas, antidiarreicas, febrífugas, eupépti-cas (facilitam a digestão), carminativas e sialagogas (provocam a salivação).

As folhas, que podem ser colhidas em qualquer época do ano, são utiliza-das em infusão para a gota, diarreias e outros males intestinais.

A decocção das cascas do tronco serve para efetuar gargarismos destinados a aliviar faringites e amigdalites.

Os frutos devem ser colhidos bem maduros e ingeridos frescos, sendo exce-lentes tónicos.

No Brasil, os artesãos aproveitam a madeira escura da pitangueira para fazer cabos de ferramentas e pequenos utensílios agrícolas.

Pitangueira

psicológicos, sociais e espirituais".A pandemia que estamos a viver tem

atingido de forma mais gravosa os mais vulneráveis. A taxa de mortalidade nos idosos está entre 14,8% a 21,9%, sen-do a taxa de mortalidade global de 2% a 5%. São estes os doentes para quem uma escalada de cuidados poderá não ter indicação, por não terem capacida-de de sobreviver a um ambiente agres-sivo de cuidados intensivos. E são estes, maioritariamente, os doentes alvo dos cuidados paliativos.

A necessidade de aplicar os princípios dos cuidados paliativos para atender às necessidades globais do doente e apoiar a família/cuidador, é crucial em contex-to de crise humanitária e é transversal a todos os níveis de cuidados, desde a enfermaria geral às unidades mais dife-renciadas. É particularmente importan-te nos contextos epidemiológicos, em que o afastamento físico dos doentes e famílias pelo risco de contágio, leva a uma disrupção do ambiente sócio fami-liar. O envolvimento de psicólogos e

O mês de Outubro tem sido nos últimos anos dedicado aos cuidados paliativos. Neste ano excêntrico, pelo contexto de pandemia, o foco sobre os cuidados paliativos é mais do que nun-ca necessário. E também o é a exigên-cia da sua inclusão no sistema de saúde.

É por muitos tido que a presença dos cuidados paliativos reflete o grau de civilização de uma sociedade. Essa civilidade é hoje testada globalmente. É-o particularmente neste lado ociden-tal do mundo, do qual fazemos parte, e que acreditamos como mais evoluído.

O que são cuidados paliativos? Segundo a definição da Organiza-ção Mundial de Saúde são cuidados que " visam melhorar a qualidade de vida dos doentes e suas famílias, que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e alívio do sofrimento, com a identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, nomeadamente a dor, mas também

assistentes sociais, assim como o apoio de líderes religiosos e voluntários, é de extrema importância nestas situações.

Contudo, em contexto de crise huma-nitária, os cuidados paliativos são muitas vezes deixados para um segundo plano. Frequentemente, e porque a prioridade é salvar vidas, as acções paliativas ape-nas são incluídas quando o tratamento curativo não se revela eficaz.

Mas o objectivo mandatório de sal-var vidas não pode criar uma dicoto-mia entre cuidados curativos e cuidados paliativos. Doentes em tratamento inten-sivo necessitam paralelamente de uma abordagem holística em que estão ine-rentes os princípios paliativistas, e para os doentes para os quais é evidente que a cura não é possível, aliviar o sofrimento e/ou acompanhar o processo de morte é a prioridade.

É também muito importante que o contexto epidemiológico não deixe sem cuidados todos os outros doentes que continuam a sofrer de outras doenças que não Covid-19. A priorização do tra-

tamento de agudos deve também ser pensada em função do tratamento das agudizações de doentes crónicos, através das equipas de proximidade já existen-tes.

A otimização dos cuidados ao doen-te em fim de vida deve incluir a pre-paração da morte no domicílio, desejo expresso por muitos doentes e cuida-dores, ainda mais neste contexto em que o internamento leva quase sempre a uma separação total. A preparação da morte em domicílio é uma competência de excelência das Equipas de Cuidados Paliativos, que podem prevenir e tratar situações urgentes de fim de vida e dimi-nuir o uso dos recursos hospitalares. O sofrimento numa situação terminal é uma urgência que pode muitas vezes ser tratada no domicílio.

Céu Rocha /Coordenadora da Equi-pa de Cuidados Paliativos da Unidade Local de Saúde de Matosinhos

Nota: Este artigo foi escrito segundo a antiga ortografia

A presença dos cuidados paliativos reflete o grau de civilização de uma sociedade

Page 11: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

PUBLICIDADE | 11 | 23 de outubro de 2020

Page 12: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

| 23 de outubro de 202012 | SOCIEDADE

SUL em 2004. Esta infraestrutura ser-ve atualmente uma população estimada de 11 414 habitantes equivalentes, para um caudal médio de 2 061 m³/dia.

A Empreitada de Execução da Etapa de Gradagem da ETAR da Lagoínha foi adjudicada à empresa Metalcário - Cons-truções, Lda., e representa um investi-mento no valor global de 264.875,24 euros, com prazo de execução de 270 dias. Esta empreitada visa a execução da Etapa de Gradagem a montante da Estação Elevatória inicial daquela infraestrutura, por forma a melhorar as condições de funcionamento e de segurança na sua operação. A ETAR da Lagoínha pertencente ao Subsistema de saneamento da Lagoínha, no concelho de Palmela, e entrou em funcionamen-to em 2008. Esta infraestrutura serve atualmente uma população estimada de 30 600 habitantes equivalentes, para um caudal médio de 7 650 m³/dia.

A Empreitada de Substituição do Sis-tema de Gradagem da EE4, EE Vinha das Pedras e EE Fonte da Prata foi adju-dicada à empresa Ambiágua-Gestão de equipamentos de Água, S.A., e repre-senta um investimento no valor global de 399.445,90 euros, com prazo de exe-cução de 190 dias. Esta empreitada visa a reabilitação das etapas de gradagem, dos sistemas de ventilação e desodori-zação e de alguns elementos de cons-trução civil daquelas infraestruturas, por forma a melhorar as condições de funcionamento e de segurança nas suas operações. As referidas Estações Eleva-tórias - EE4 (Baixa da Banheira), Vinha das Pedras e Fonte da Prata - perten-cem ao Subsistema do Barreiro/Moita, no concelho da Moita, e entraram em funcionamento em 2011. Estas infraes-truturas servem atualmente uma popu-lação estimada de 126 845 habitantes equivalentes, para um caudal médio de

13.541 m³/dia.Apesar dos desafios resultantes do

período de contingência, a SIMARSUL tem dado continuidade a um conjunto de outros investimentos na região, quer ao nível de reabilitações de infraestru-turas em curso ou em fase de conclusão, assim como a preparação e lançamento de novos concursos e efetuar a sua adju-dicações para a beneficiação de infraes-truturas e aquisição de serviços e bens que visam recuperar diversas restrições operacionais. Destas, destacam-se as afluências indevidas ao sistema que têm afetado o normal funcionamento das infraestruturas, nomeadamente as plu-viais e de água da maré e a colocação indevida, por parte dos utilizadores, de resíduos nas redes de saneamento, quer a nível doméstico como agroindustrial, comprometendo o funcionamento dos equipamentos e causando o seu desgas-te adicional.

à freguesia para abordar dois temas sempre atuais e estratégicos na vida da comunidade.

No período da manhã teve lugar uma reunião no Centro de Saúde com

O Presidente da Junta de Fregue-sia da Quinta do Conde, Vitor Antu-nes, acompanhou a visita da deputada Paula Santos, do Grupo Parlamentar do PCP, do passado dia 19 de outubro,

o coordenador da USF Conde Saúde, Prof. Armando Brito Sá, e o Coorde-nador do Agrupamento de Centros de Saúde Arrábida, Dr. Luís Pombo. Para além de Paula Santos e Vítor Antunes, marcaram presença a Vice-presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Dra. Felícia Costa, e o coordenador da Comissão de Utentes da Saúde da Quinta do Conde, o Sr. Sebastião Lameiras.

O tema da reunião foi o momen-to conturbado que o país atravessa, nomeadamente os obstáculos e difi-culdades que os profissionais de saúde enfrentam no contexto pandémico que vivemos atualmente, mas também o arrastar destas situações no tempo.

Durante a tarde, o tema central foi a educação, a abertura do ano letivo e as perspetivas futuras quanto à resolução do défice de equipamentos sobretudo em matéria de ensino secundário.

Uma reunião na Escola Básica Inte-grada da Quinta do Conde, com o

respetivo Diretor, Prof. Luís Pacheco, serviu para um ponto de situação bas-tante exaustivo quanto às dificuldades que a escola tem vindo a enfrentar, sobretudo no domínio dos recursos humanos e na comunicação e as solu-ções que para cada caso foram adota-das, tendo sido destacado o papel das autarquias na minimização dos cons-trangimentos.

Seguiu-se uma reunião na Escola Michel Giacometti, com o Diretor, Prof. Eduardo Cruz e o acento tónico das dificuldades incidiu no número de alu-nos por turma, complicado em situa-ção normal, inconcebível em tempo de COVID 19. A somar ao duplo problema das instalações (insuficientes e degra-dadas), está o dos recursos humanos.

Terminou tarde esta jornada de intenso trabalho que começou manhã cedo em Sesimbra e não suspendeu o trabalho durante o almoço que decor-reu no Grupo Desportivo e Cultural do Casal do Sapo.

Saúde e Educação na Quinta do Conde

Execução de investimentos programados de reabilitação de infraestruturas de saneamento

No decorrer de 2020 a SIMARSUL prepara-se para atingir em trabalhos de reparação e conservação de infraes-truturas um milhão e meio de euros, prosseguindo, a um ritmo normal face ao planeado, as ações em curso pro-gramadas no plano de investimentos em empreitadas da empresa, a realizar até 2021, para garantir a qualidade do serviço prestado. Destas constam as adjudicações realizadas no dia 25 de setembro, das empreitadas de “Reabi-litação da Estação Elevatória de Santa Marta de Corroios” e de “Execução da Etapa de Gradagem da Estação de Tra-tamento de Águas Residuais (ETAR) da Lagoínha” e no dia 8 de outubro, da empreitada de “Substituição do Sistema de Gradagem das Estações Elevatórias (EE) EE4, Vinha das Pedras e Fonte da Prata”.

A Empreitada de Reabilitação da Estação Elevatória de Santa Mar-ta de Corroios foi adjudicada à empresa Nunes Brás Santos Sousa – Soluções de Engenharia, Lda., e repre-senta um investimento no valor global de 489.855,03 euros, com prazo de execução de 240 dias. Esta empreitada visa a reabilitação profunda dos equi-pamentos, instalações elétricas e dos elementos de construção civil daquela infraestrutura, gravemente degrada-da devido à tipologia diferenciada dos efluentes recebidos da Amarsul – lixi-viados - nesta infraestrutura. A Estação Elevatória de Santa Marta de Corroios pertence ao Subsistema de saneamento da Quinta da Bomba, no concelho do Seixal, que entrou em funcionamento em 2001 e foi integrada na SIMAR-

Page 13: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

SOCIEDADE | 13 | 23 de outubro de 2020

Publicidade

O município de Sesimbra, no feriado de 1 de novembro, vai ter aberto todos os cemitérios no período da manhã. No dia 2 de novembro o horário será alargado. A Câmara Municipal reforça a ideia de que as medidas impostas, no âmbito do contágio por COVID- 19, devem ser cumpridas.

Cada visitante poderá estar no interior do cemitério 30 minutos, no máximo e o número de visitantes por sepultura está limitado a três pessoas.

O uso de máscara é obrigatório durante toda a visita, assim como a higienização de mãos à entrada e saída. Haverá pon-tos de higienização para o efeito, devida-mente identificados. O distanciamento social de dois metros e a etiqueta respi-ratória devem ser sempre respeitados.

No Dia de Todos os Santos, os cemi-térios estarão abertos entre as 8h30 e as 13h00 e no dia seguinte, com horário alargado, das 8h30 às 12h30 reabrindo da parte da tarde das 14h00 às 16h00.

Entre os dias 26 de outubro e 2 de novembro, o Cemitério Paroquial da Amora vai estar aberto em horário contínuo, das 8h30 às 17h30, de modo a evitar aglomerados de pessoas nas visitas às campas dos seus entes queri-dos.

A Junta de Freguesia de Amora ape-la a todas as famílias que queiram lim-

par e visitar as sepulturas o façam na semana que antecede o dia de finados de modo a evitar grandes aglomerados no cemitério.

Em comunicado, o Presidente de Junta, Manuel Araújo indica que “Sabemos a importância que esta data tem no seio das famílias e não quere-mos fazer proibições, por isso, deci-

dimos tomar algumas medidas que, acreditamos, serem eficazes no evitar de aglomerações. Por isso, apelamos a que, quem queira limpar, arranjar e visitar as sepulturas, o possa fazer com tempo e no decorrer da semana anterior à data de 1 de Novembro, por isso alargámos o horário do Cemitério Paroquial e mantivemos algumas res-trições de acesso nos dias 31 de Outu-

bro, 1 e 2 de Novembro”.

Vão manter-se as restrições quanto ao número de pessoas com acesso ao espaço e em cada sepultura; o uso obri-gatório de máscara e a manutenção do distanciamento social mínimo obriga-tório de 2 metros.

Cemitério Paroquial de Amora com horário contínuo

Cemitérios municipais abertos no período da manhã no Dia de Todos os Santos

Page 14: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

14 | LAZER

SU DO KU

21-03 a 20-04

21-06 a 23-07

21-04 a 21-05

21-04 a 21-05

24-07 a 23-08

24-09 a 23-10

24-08 a 23-09

24-10 a 22-11

23-11 a 21-12

22-12 a 20-01

21-01 a 19-02

20-02 a 20-03

SOLUÇÃO

COVID-19

teatro

Carneiro

Touro

Gémeos

Caranguejo

Leão

Virgem

Balança

Escorpião

Sagitário

Capricórnio

Aquário

Peixes

23 a 29 de outubro

| 23 de outubro de 2020

Lisboa, 1973Um rapaz de dezassete anos, filho de um pai con-

servador e de uma mãe liberal, enamora-se por Feli-cidade, colega de escola e uma de três gémeas idênti-cas. As irmãs Kopejka são as mais populares do liceu: bonitas, seguras e determinadas. Suspiram por elas e são alvos de fantasias inalcançáveis.

Respira-se a mudança. A Europa está a libertar-se das suas ditaduras e Portugal começa a despedir-se da velha ordem. Há uma promessa de liberdade, com todos os seus riscos e encantos. É neste tempo, indeci-so entre tradição e modernidade, que o narrador cai num abismo pessoal.

A primeira noite de amor com Felicidade acaba de forma bem diferente do que desejava. À semelhança da tragédia grega, o herói encontra-se subjugado por forças indomáveis, preso entre dois mundos.

livro

AJUNTAMENTOS – APP – CASOS – DGS – DISTÂNCIA

ISOLAMENTO – MÁSCARA – PANDEMIA – PREVENÇÃO

REGRAS – SINTOMAS – SURTO – TESTES

TRANSMISSÃO – VACINA – VÍRUS – ZARAGATOAAmor: Pense bem e não tenha medo de mostrar o que sente a quem ama.Saúde: Cuide melhor do seu visual.Dinheiro: Não se distraia.Números da Sorte: 08, 09, 22, 31, 44, 49

Amor: A sua sensualidade partirá corações. Viva o presente com confiança!Saúde: Não abuse nos doces!Dinheiro: Seja comedido nas despesas.Números da Sorte: 02, 08, 11, 25, 29, 33

Amor: A teimosia pode irritar os seus familiares. Proteja as suas emoções tornando-se cada dia que passa num ser hu-mano mais forte e então sim, será feliz! Saúde: Estará em boa forma física.Dinheiro: Tudo decorrerá dentro da normalidade. Números da Sorte: 04, 11, 17, 19, 25, 29

Amor: Poderá sofrer uma desilusão amorosa. Aprenda a es-crever novas páginas no livro da sua vida!Saúde: Cuide de si. Dinheiro: Não pense que o dinheiro estica, reduza as des-pesas!Números da Sorte: 03, 24, 29, 33, 38, 40

Amor: Pode surgir um novo relacionamento caso esteja livre. Aprenda a trazer para a luz o melhor do seu ser! Saúde: Possíveis problemas digestivos.Dinheiro: Planeie investimentos.Números da Sorte: 07, 19, 23, 42, 43, 48

Amor: É provável que atravesse um período conturbado. Olhe em frente e verá que existe uma luz ao fundo do túnel!Saúde: A sua saúde manter-se-á estável. Dinheiro: Agarre as oportunidades no seu meio laboral.Números da Sorte: 02, 08, 11, 28, 40, 42

Amor: Não desespere se a sua relação não está a correr como desejava, seja otimista e converse com o seu par sobre o que cada um de vós espera da relação. Saúde: Autoestima em baixo, anime-se!Dinheiro: Boa fase.Números da Sorte: 05, 09, 17, 33, 42, 47

Amor: Controle melhor as suas emoções. Use a imensa força e coragem que traz dentro de si! Saúde: Beba mais água. Dinheiro: O seu esforço profissional será reconhecido.Números da Sorte: 02, 04, 22, 36, 47, 48

Amor: Felicidade e paixão. A Vida espera por si. Viva-a! Saúde: Possíveis dores musculares. Dinheiro: Gastos extra, esteja preparado.Números da Sorte: 05, 17, 22, 33, 45, 49

Amor: Partilhe a sua boa-disposição com quem o rodeia. Que o seu sorriso ilumine todos em seu redor! Saúde: Cuide dos rins, beba muita água.Dinheiro: É possível que tenha uma boa notícia. Números da Sorte: 01, 18, 22, 40, 44, 49

Amor: Nunca desista dos seus sonhos! Saúde: Evite esforços físicos.Dinheiro: Está a ir por um ótimo caminho. Continue! Números da Sorte: 03, 11, 19, 25, 29, 30

Amor: Não seja tão impulsivo. Não se deixe dominar por maus presságios!Saúde: Faça exercícios de relaxamento. Dinheiro: Preste atenção ao seu saldo bancário. Números da Sorte: 19, 26, 30, 32, 36, 39

MONÓLOGOS DA VAGINA

FELICIDADE

sopa de letras

dr

Já imaginou um órgão a falar e a queixar-se de vida que tem? Será dramático ou cómico? Será que se consegue ouvir ou fica apenas na imaginação?

Os Monólogos da Vagina são compostos por vários pequenos textos. Cada um deles lida com a experiên-cia feminina, abordando assuntos variados como sexo, prostituição, imagem, amor, violação, menstruação, mutilação genital feminina, masturbação, nascimen-to, orgasmo.

O que se ouve são os vários nomes comuns para a vagina ou simplesmente uma parte física do corpo feminino. Um tema recorrente em toda a peça é a va-gina que é uma ferramenta de capacitação feminina e a personificação máxima da individualidade.

Elenco: Carla AndrinoTeresa GuilhermeVera Kolodzig

dr

Page 15: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

PUBLICIDADE | 15 | 23 de outubro de 2020

Page 16: ELISABETE POETA CANTOR...2020/10/24  · compostos por mim e tive de parar tudo. O lançamento estava previsto para novembro do ano passado, mas devido a uma situação imprevista

16 | ATUALIDADE | 23 de outubro de 2020

Publicidade

apurar junto a duas utentes desta liga-ção fluvial, presentes junto ao terminal, a situação gerida desta forma torna-se incomportável. Margarida Alves, uma utilizadora regular do transporte afir-ma com descontentamento que a situa-ção é desumana, que “é uma questão de saúde pública”, que está a pôr em risco a saúde de todos os utentes, referindo--se aos riscos que comporta uma viagem “num autocarro cheio de gente e num barco cheio de gente, que é o barco de

Cacilhas”. Num discurso visivelmente emocionado também, Emília Gonçal-ves, outra utente, afirma que não pode parar de trabalhar e que não irá uti-lizar a ligação fluvial entre Cacilhas e Lisboa, pelos riscos que pode vir a cor-rer, pelo excesso de pessoas que fazem esta ligação diariamente, referindo-se ao aumento que se irá suceder com o a interrupção da ligação Seixal – Lisboa

A Transtejo afirma que será assegu-rado transporte rodoviário até ao ter-

minal fluvial de Cacilhas, de forma à ligação ser feita com a outra margem, também por via marítima. No site da Transtejo pode ler-se que o transporte rodoviário estará disponível das 06h00 às 23h30 com uma frequência de 20 a 30 minutos. A ligação acontece também aos fins de semana. Ao sábado entre as 07h00 e as 22h00, com uma frequência de 60 minutos, e aos domingos e feria-dos entre as 08h00 e 22h00, também com uma frequência de 60 minutos.

A ligação fluvial entre o Seixal e Lisboa estará suspensa a partir de segunda-feira, a decisão foi avançada na quinta-feira pela Transtejo que se defende com a carência de obras. Esta decisão foi tomada com base na neces-sidade da substituição do pontão de embarque/desembarque no terminal fluvial, que estabelece a ligação entre as duas margens.

Numa tribuna aberta, esta sexta-fei-ra, junto ao terminal, o Presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, exigiu que "sejam suspensas as obras de substituição do pontão”. O autarca acrescentou ainda que "não é admissível que se suspenda este serviço de transporte público essencial à popu-lação, ainda mais numa altura em que devido à pandemia é imprescindível que a segurança das populações esteja assegurada”. Segundo este, é funda-mental que as obras só sejam iniciadas após o encontro de uma solução viável à população.

Esta situação chegou a todos os uti-lizadores deste transporte sem aviso prévio. Ao que o Comércio conseguiu

Ligação fluvial entre o Seixal e Lisboa encerra esta segunda-feira