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www.atualpa.org.br [email protected] ANO XLI - N° 186 Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima Janeiro/ Fevereiro 2014 Encarte Espírita pág. 4 pág. 3 pág. 2 Palestras Públicas Datas Espíritas Evangelho no Lar ESDE e DIJ Melhores Momentos A Doutrina Explica: Ação Fantasmagórica Comportamento e Espiritualidade Dr. Vitor Ronaldo RETROSPECTIVA 2013 Paulo de Tarso P. Viana CASOS & “CAUSOS” do Atualpa: A Intuição e as Ferramentas OS ATUAIS DESAFIOS DO TRABALHO EM DEFESA DA VIDA Jaime Ferreira Lopes(*) (*) Fundador e atualmente Vice- Presidente Nacional Executivo do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida (Brasil Sem Aborto) e fundador e Presidente do VIDA – Instituto Espírita Bezerra de Menezes/Brasília-DF E m 2011, após a derrota do Projeto de Lei 1.135/1991 que tramitou por quase 20 anos na Câmara dos Deputados, as li- deranças pró-vida puderam respirar por pouco tempo, depois das intensas ma- nifestações realizadas em todo o país, mobilizando a população a pressionar os seus representantes políticos, os deputa- dos federais, para votar contra o referido projeto de lei. SURGE UM NOVO DESAFIO. No mesmo ano foi a vez de o Senado Federal retomar a questão da le- galização do aborto. Foi instituída uma comissão de trabalho composta por juris- tas escolhidos pela Presidência daquela importante casa legislativa do Congresso Nacional para elaborar um anteprojeto de lei de Reforma do Código Penal Brasilei- ro. Em 2012, o anteprojeto passou a tra- mitar oficialmente como Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 236/2012. Trata-se de uma proposta ampla de reforma do Có- digo Penal e no a respeito do aborto se propõe o seguinte: Exclusão do crime (de aborto) Art. 128. Não há crime se: I – se houver risco à vida ou à saúde da gestante. II – a gravidez resulta de violação da dignidade sexual, ou do emprego não consentido de técnica de reprodução as- sistida; III – comprovada a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incu- ráveis anomalias que inviabilizem a vida independente, em ambos os casos ates- tado por dois médicos. IV – por vontade da gestante até a 12ª semana da gestação, quando o médico constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a maternidade. § 1º Nos casos dos incisos II e III, e da segunda parte do inciso I, o aborto deve ser precedido de consentimento da gestante, ou quando menor, incapaz ou impossibilitada de consentir, de seu re- presentante legal, do cônjuge ou de seu companheiro. A proposta, se aprovada, am- pliará, por demais, as possibilidades de legalmente realizar aborto no Brasil. Não se tratará mais de “excludente de pu- nibilidade” como está previsto no atual Código Penal, o que se pretende é des- criminalizar o aborto. Mesmo que o atual relator da matéria na Subcomissão de Segurança da Comissão de Constituição e Justiça do Senado retire essa propos- ta, a qualquer momento ela poderá ser reinserida durante a tramitação. Em con- sonância com senadores pró-vida, várias emendas foram apresentadas buscando excluir estas propostas pró-aborto. No entanto, precisamos estar atentos e mo- bilizados para impedir que o Novo Có- digo Penal seja aprovado legalizando o aborto em nosso País. AVANÇAR NA APROVAÇÃO DO ESTATUTO DO NASCITURO. Outro grande desafio é a aprova- ção do Projeto de Lei 478/2007, conheci- do como “Estatuto do Nascituro”, por se tratar de uma proposição que, se aprova- da, regulamentará o artigo 5º da Consti- tuição Brasileira que determina a invio- labilidade do direito à vida. Alcançamos vitória na tramitação deste projeto de lei em duas comissões permanentes da Câ- mara dos Deputados. Temos que vencer a etapa seguinte, que é sua aprovação pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados. Se aprovado nesta comissão, o próximo e último passo no âmbito da Câmara é a apreciação dessa proposição pró-vida pelo Plenário, composto de 513 deputa- dos federais. Os grupos feministas abor- tistas, entidades sindicais no âmbito da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Conselhos Profissionais e outros gru- pos estão se mobilizando para impedir a aprovação do Estatuto do Nascituro. O que nos cabe é intensificar a mobilização da sociedade através da conscientização da importância de um Estatuto que defenda a vida “intrauteri- na”, empreender todos os esforços para angariar apoios institucionais a este Pro- jeto de Lei pró-vida. No mesmo sentido, precisamos aumentar as adesões de apoio da população através do abaixo- -assinado impresso e online. Nossa meta é chegar a meio milhão de assinaturas. Até o momento, depois de muito esforço ao longo dos últimos 5 anos, alcançamos a cifra de 100 mil assinaturas impressas e quase 20 mil online. É pouco, conside- rando que a maioria da população brasi- leira é contra a mudança da atual legisla- ção que trata do aborto. SALVAR VIDAS DO ABORTO. Além do trabalho para impedir mudanças na legislação brasileira que tenham como foco facilitar a prática do aborto, ampliando o espectro do chama- do “aborto legal” ou mesmo a sua legali- zação total, outra frente de trabalho tem sido implementada por grupos católicos, evangélicos e, no meio espírita, existe um Centro Espírita em Maringá-PR. Eles vão ao encontro de mulheres que, frente a uma gravidez indesejada, buscam rea- lizar o aborto na clandestinidade. Quase sempre essas mulheres são localizadas através da internet, em sites que vendem ilegalmente um remédio abortivo ou em busca de clínicas clandestinas. O traba- lho consiste em encontrar a gestante antes que ela efetive o aborto. A prática do aborto acontece ao arrepio da lei, sem que o Estado busque interromper esta prática criminosa. Será que alguém imagina que os órgãos de segurança não tem conhecimento das ilegalidades praticadas pela internet? Claro que eles conhecem mas são omissos. Só agem sob pressão quando algum veículo de comunicação denuncia a existência de clínicas clandestinas realizando milhares de abortos por ano. Pois bem, salvar vidas dessa prática criminosa tem sido o alvo desses grupos pró-vida, ainda minoritários, mas que já alcançaram resultados muito po- sitivos. O número de bebês que foram salvos do aborto clandestino já ultrapas- sa a casa dos milhares. É ainda pouco quando milhões de abortos são feitos anualmente no país. Não nos referimos a mortes maternas que vez ou outra acon- tecem em razão dessa prática clandesti- na. Nos referimos a ceifa de milhões de bebês que deveriam ter nascido mas que os abortos ceifaram suas vidas. REDE RENASCER – ESPÍRITAS PELA VIDA. Os espíritas também se prepa- ram para colaborar para salvar vidas do aborto. Já existe uma experiência bem sucedida em Maringá-PR, desde 2007, em um trabalho permanente de acolhi- mento de mulheres que desejam abortar. Como resultado do trabalhode interven- ção dos trabalhadores da Casa Espírita, 167 crianças nasceram. O Vida – Instituto Espírita Be- zerra de Menezes, criado em 2011, com foco na defesa da vida, atendeu três de- zenas de mulheres nestes dois anos e meio de existência e 12 bebês nasceram para a alegria de suas mamães e familia- res. O Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira aprovou o apoio a a um trabalho que será coor- denado por mim e por Marcos Leite, as- sessor da FEB. Pretendemos realizar um trabalho de capacitação de trabalhado- res espíritas que queiram integrar essa rede de apoio para a preservação da vida, no acolhimento fraterno a mulheres que pensam em abortar e que, muitas vezes, precisam apenas de alguém que as ouçam e as ajude a superar as difi- culdades momentâneas que as levam a pensar na prática delituosa. Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” disse o poeta Fernando Pes- soa. E só quem tem uma grande alma (iluminada) é capaz de se despojar para salvar uma vida. Vale a pena empreen- der todos os esforços, no limite de nos- sas forças, pela reencarnação dos espí- ritos. HTTPS://FBCDN-SPHOTOS-B-A.AKAMAIHD.NET/COM/

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www.atualpa.org.br [email protected] XLI - N° 186 Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima Janeiro/ Fevereiro 2014

Encarte Espíritapág. 4pág. 3pág. 2

Palestras PúblicasDatas Espíritas

Evangelho no LarESDE e DIJ

Melhores Momentos

A Doutrina Explica:Ação Fantasmagórica

Comportamento e Espiritualidade

Dr. Vitor Ronaldo

RETROSPECTIVA 2013Paulo de Tarso P. Viana

CASOS & “CAUSOS” do Atualpa:

A Intuição e as Ferramentas

OS ATUAIS DESAFIOS DO TRABALHO EM DEFESA DA VIDA

Jaime Ferreira Lopes(*)

(*) Fundador e atualmente Vice-Presidente Nacional Executivo do

Movimento Nacional da Cidadania pela Vida (Brasil Sem Aborto) e fundador e Presidente do VIDA – Instituto Espírita

Bezerra de Menezes/Brasília-DF

Em 2011, após a derrota do Projeto de Lei 1.135/1991 que tramitou por quase 20

anos na Câmara dos Deputados, as li-deranças pró-vida puderam respirar por pouco tempo, depois das intensas ma-nifestações realizadas em todo o país, mobilizando a população a pressionar os seus representantes políticos, os deputa-dos federais, para votar contra o referido projeto de lei.

SURGE UM NOVO DESAFIO.

No mesmo ano foi a vez de o Senado Federal retomar a questão da le-galização do aborto. Foi instituída uma comissão de trabalho composta por juris-tas escolhidos pela Presidência daquela importante casa legislativa do Congresso Nacional para elaborar um anteprojeto de lei de Reforma do Código Penal Brasilei-ro. Em 2012, o anteprojeto passou a tra-mitar oficialmente como Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 236/2012. Trata-se de uma proposta ampla de reforma do Có-digo Penal e no a respeito do aborto se propõe o seguinte:

Exclusão do crime (de aborto)

Art. 128. Não há crime se:I – se houver risco à vida ou à saúde

da gestante.II – a gravidez resulta de violação da

dignidade sexual, ou do emprego não consentido de técnica de reprodução as-sistida;

III – comprovada a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incu-ráveis anomalias que inviabilizem a vida independente, em ambos os casos ates-tado por dois médicos.

IV – por vontade da gestante até a 12ª semana da gestação, quando o médico constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a maternidade.

§ 1º Nos casos dos incisos II e III, e da segunda parte do inciso I, o aborto deve ser precedido de consentimento da gestante, ou quando menor, incapaz ou impossibilitada de consentir, de seu re-presentante legal, do cônjuge ou de seu companheiro.

A proposta, se aprovada, am-pliará, por demais, as possibilidades de legalmente realizar aborto no Brasil. Não se tratará mais de “excludente de pu-

nibilidade” como está previsto no atual Código Penal, o que se pretende é des-criminalizar o aborto. Mesmo que o atual relator da matéria na Subcomissão de Segurança da Comissão de Constituição e Justiça do Senado retire essa propos-ta, a qualquer momento ela poderá ser reinserida durante a tramitação. Em con-

sonância com senadores pró-vida, várias emendas foram apresentadas buscando excluir estas propostas pró-aborto. No entanto, precisamos estar atentos e mo-bilizados para impedir que o Novo Có-digo Penal seja aprovado legalizando o aborto em nosso País.

AVANÇAR NA APROVAÇÃO DO ESTATUTO DO NASCITURO.

Outro grande desafio é a aprova-ção do Projeto de Lei 478/2007, conheci-do como “Estatuto do Nascituro”, por se tratar de uma proposição que, se aprova-da, regulamentará o artigo 5º da Consti-tuição Brasileira que determina a invio-labilidade do direito à vida. Alcançamos vitória na tramitação deste projeto de lei em duas comissões permanentes da Câ-mara dos Deputados. Temos que vencer a etapa seguinte, que é sua aprovação pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados. Se aprovado nesta comissão, o próximo e último passo no âmbito da Câmara é a apreciação dessa proposição pró-vida pelo Plenário, composto de 513 deputa-dos federais. Os grupos feministas abor-tistas, entidades sindicais no âmbito da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Conselhos Profissionais e outros gru-

pos estão se mobilizando para impedir a aprovação do Estatuto do Nascituro.

O que nos cabe é intensificar a mobilização da sociedade através da conscientização da importância de um Estatuto que defenda a vida “intrauteri-na”, empreender todos os esforços para angariar apoios institucionais a este Pro-jeto de Lei pró-vida. No mesmo sentido, precisamos aumentar as adesões de apoio da população através do abaixo--assinado impresso e online. Nossa meta é chegar a meio milhão de assinaturas. Até o momento, depois de muito esforço ao longo dos últimos 5 anos, alcançamos

a cifra de 100 mil assinaturas impressas e quase 20 mil online. É pouco, conside-rando que a maioria da população brasi-leira é contra a mudança da atual legisla-ção que trata do aborto.

SALVAR VIDAS DO ABORTO.

Além do trabalho para impedir mudanças na legislação brasileira que tenham como foco facilitar a prática do aborto, ampliando o espectro do chama-do “aborto legal” ou mesmo a sua legali-zação total, outra frente de trabalho tem sido implementada por grupos católicos, evangélicos e, no meio espírita, existe um Centro Espírita em Maringá-PR. Eles vão ao encontro de mulheres que, frente a uma gravidez indesejada, buscam rea-lizar o aborto na clandestinidade. Quase sempre essas mulheres são localizadas através da internet, em sites que vendem ilegalmente um remédio abortivo ou em busca de clínicas clandestinas. O traba-lho consiste em encontrar a gestante antes que ela efetive o aborto. A prática do aborto acontece ao arrepio da lei, sem que o Estado busque interromper esta prática criminosa. Será que alguém imagina que os órgãos de segurança não tem conhecimento das ilegalidades praticadas pela internet? Claro que eles

conhecem mas são omissos. Só agem sob pressão quando algum veículo de comunicação denuncia a existência de clínicas clandestinas realizando milhares de abortos por ano.

Pois bem, salvar vidas dessa prática criminosa tem sido o alvo desses grupos pró-vida, ainda minoritários, mas que já alcançaram resultados muito po-sitivos. O número de bebês que foram salvos do aborto clandestino já ultrapas-sa a casa dos milhares. É ainda pouco quando milhões de abortos são feitos anualmente no país. Não nos referimos a mortes maternas que vez ou outra acon-tecem em razão dessa prática clandesti-na. Nos referimos a ceifa de milhões de bebês que deveriam ter nascido mas que os abortos ceifaram suas vidas.

REDE RENASCER – ESPÍRITAS PELA VIDA.

Os espíritas também se prepa-ram para colaborar para salvar vidas do aborto. Já existe uma experiência bem sucedida em Maringá-PR, desde 2007, em um trabalho permanente de acolhi-mento de mulheres que desejam abortar. Como resultado do trabalhode interven-ção dos trabalhadores da Casa Espírita, 167 crianças nasceram.

O Vida – Instituto Espírita Be-zerra de Menezes, criado em 2011, com foco na defesa da vida, atendeu três de-zenas de mulheres nestes dois anos e meio de existência e 12 bebês nasceram para a alegria de suas mamães e familia-res.

O Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira aprovou o apoio a a um trabalho que será coor-denado por mim e por Marcos Leite, as-sessor da FEB. Pretendemos realizar um trabalho de capacitação de trabalhado-res espíritas que queiram integrar essa rede de apoio para a preservação da vida, no acolhimento fraterno a mulheres que pensam em abortar e que, muitas vezes, precisam apenas de alguém que as ouçam e as ajude a superar as difi-culdades momentâneas que as levam a pensar na prática delituosa.

“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” disse o poeta Fernando Pes-soa. E só quem tem uma grande alma (iluminada) é capaz de se despojar para salvar uma vida. Vale a pena empreen-der todos os esforços, no limite de nos-sas forças, pela reencarnação dos espí-ritos.

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Janeiro/ Fevereiro 20142CASOS & “CAUSOS”

no AtualpaA INTUIÇÃO E AS FERRAMENTAS

Em 1982, estávamos respondendo interinamente pela secretaria do Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima, quando ficou acertado que a mesma passaria a cuidar do acervo de ferramentas pertencentes à agremiação pois na época ainda não havia sido criado o setor de patrimônio.

Todas as peças ficavam guardadas em pequeno ambiente, trancado com porta de madeira pesada, com fechadura de boa qualidade e cadeado da melhor marca. Talvez fosse o lugar mais seguro da nossa casa, mas...

Em fatídica manhã, recebemos o aviso de que houvera um saque completo do material. Porta arrebentada, fechadura desconjuntada e o cadeado de marca jogado ao chão! Da furadeira elétrica às enxadas; das caixas de lâmpadas aos serrotes; do conjunto de chaves de boca ao rastelo, tudo subtraído impiedosamente! Deixaram só as paredes!

Hilpert Viana, o então presidente do Grêmio, que acabara de chegar do Rio, lamentou o acontecido, mantendo-se tranquilo e bem humorado, como era do seu feitio.

No decorrer da conversa, lembramo-nos de mencionar que antes do lamentável acontecimento tivéramos, por duas ou três vezes, a intuição para providenciar mais algum reforço no quartinho das ferramentas. Porém, para dizer a verdade, não nos preocupamos muito com isso, porque não dava para vislumbrar qualquer lógica nessa ideia, já que toda a cautela havia sido tomada, segundo o nosso próprio entendimento. E mal terminamos o raciocínio, o Viana foi logo dizendo: “Devia ter atendido o apelo, desde a primeira vez!”.

Interessante é que não havia nas expressões do companheiro o ar de superioridade presunçosa, nem atitude de aspereza. Pelo contrário, suas palavras se sustentavam num átimo de sabedoria de quem desejava passar ensinamentos elevados.

Decorrido aquele momento, ambos associamos ligeiramente o caso com as orientações de Allan Kardec, em que o mesmo comenta sobre a questão 534 de O Livro dos Espíritos:

“Os espíritos protetores nos ajudam com seus conselhos por meio da voz da consciência, que fazem ressoar em nosso íntimo”. Mais adiante propõe o Codificador do Espiritismo: “Examine cada um as diversas circunstâncias felizes ou infelizes de sua vida e verá que em muitas ocasiões recebeu conselhos, que nem sempre aproveitou, e que lhe teriam poupado muitos desgostos, se os tivesse escutado.”

Alguém poderá dizer que o “amigo do alheio” teria feito de tudo ao seu alcance para se apossar dos objetos que não lhe pertenciam ainda que o controvertido reforço tivesse sido feito. Até que concordamos com o argumento, mas isso é outra coisa que não cabe no momento, devido à escassez de espaço de uma curta narração.

Quanto ao fato em si, consideramo-lo como sendo proposta de cunho moral apreciável, apesar da simplicidade de que está revestida. Temos em mente que uma questão desta natureza pode muito bem proporcionar experiência positiva, desde que haja receptividade, entendimento e assimilação, a fim de não deixar uma oportunidade semelhante na indiferença ou no esquecimento.

Passado o tempo, nunca nos faltou o mínimo de interesse por educar e aprimorar, tanto os processos da intuição como os da inspiração, ambas voltadas ao interesse do bem.

Enfim, podemos dizer, confiantes, que deste episódio coube-nos o dever de tirar da letra o espírito.

Em síntese, eis o aprendizado que obtivemos!

Ah! E sobre o destino final da pequena fortaleza onde ficavam as ferramentas, temos a informação de que foi demolida por completo, anos após esta história, para dar lugar a instalações maiores.

Gilberto SilvaPermitida a divulgação, na íntegra ou em parte desde que citada a fonte

ATIVIDADES ASSISTENCIAIS E PROMOCIONAISOficina de Costura: Terça-feira às 14hBazar Beneficente Irmã Virgínia: Domingo às 10hGabinete Odontológico: Sábado às 08h e Domingo às 10hGabinete Médico e Farmácia: Domingo às 10hAlbergue Noturno: Aberto todo anoCampanha Auta de Souza: Domingo às 10hDistribuição da Sopa: Domingo às 10hCaravana Chico Xavier (apoio aos desvalidos):1ª sexta-feira de cada mês às 19h

ATIVIDADES DOUTRINÁRIASReunião Pública e Passe: Segunda-feira: 20h Quinta-feira: 20h Domingo: 09hEvangelização da Juventude: Domingo às 10h30Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita: Sábado às 16h45Evangelização da Infância: Domingo às 09h

DIRETORIAPresidência: LENIRA PEREIRA VIANAVice-Presidência: PAULO DE TARSO P. VIANASecretaria:SOLANGE VAZ DOS SANTOSTesouraria:MARIO RINALDO ARRUDA DE AGUIAR

DEPARTAMENTOSAssistência Espiritual: WILSON JOSÉ RODRIGUES ABREUFormação Doutrinária: CARLA VIEIRA GONÇALVES ABREUInfência e Juventude: MARGARIDA CARDOSO LEITEDivulgação Doutrinária:ANDRÉ RIBEIRO PEREIRAAssistência e Promoção Social Espírita: GILDA GOMES RODRIGUESArte e Cultura Espírita: CONCEIÇÃO DE MORAES CAVALCANTE

Registro no Cartório do 2º Ofício de Registro Civil do Distrito Federal.

Bimestral. Editado pelo Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima

Endereço: SGAS, Qd. 610 - Cj. D Brasília - DF CEP 70200-700

CNPJ 00.116.301/0001-85Responsável: Lenira Pereira Viana -

Presidente do GEABLEditor: André R. Ferreira

e-mail: [email protected]ão: Paulo de Tarso Pereira Viana, Lenira Viana, Ruy de Oliveira Barbosa,

Soraia Ofugi, Lenise Amaral e Cesar VianaJornalista: Paulo de Tarso dos Reis Lyra

DRT/MTB 760-95Diagramação/Editoração Eletrônica:

Alexandre Bittencourt de Oliveira e Davi Ribeiro Boaventura

Gráfica: Editora OtimismoTiragem: 2 mil exemplares impressos

A Equipe do Jornal Brasília Espírita agradece a todos os irmãos que direta e indiretamente têm oferecido valioso apoio na divulgação dos ensinamentos do Consolador Prometido, seja no fornecimento de artigos, seja na revisão dos textos ou no serviço de distribuição.

Fundado em 28 de outubro de 1960 - Reconhecido de utilidade pública federal SGAS Quadra 610 Conjunto D - CEP 70200-700 - Brasília/DF - Telefone: (61) 3443-20001960 - 2013

O ano de 2013 acabou há pouco tempo e deixou para trás a sensação do dever cumprido. Ele trouxe muitas oportunidades para conhecermos

os ensinos de Jesus e a Doutrina dos Espíritos e, principalmen-te, trouxe crescimento moral por meio da ação individual e co-letiva nos trabalhos desenvolvidos pelos diversos setores do Grêmio Espírita ATUALPA. Para os que não aproveitaram 2013, lembramos que 2014 chegará cheio de energias renovadas e de boas perspectivas e novas oportunidades para todos. Mês a mês, a programação regular da Casa foi cumpri-da integralmente. Os eventos envolveram a todos em verdadei-ra harmonia, evidenciando turmas preparadas para o trabalho com o Cristo e conscientes das responsabilidades na Causa Es-pírita. Novos irmãos chegaram para dar aquela força e se incor-poraram às novas equipes ou mesmo às já existentes - parece que sempre estiveram ali, contribuindo! Todas as atividades nos fizeram ver além de nós mesmos.

O Departamento de Infância e Juventude - DIJ cuidou das crian-ças e dos jovens, na promoção do Homem de Bem; o Depar-tamento Formação Doutrinária - DFD, por sua vez, deu-nos a oportunidade de conhecimentos e muita reflexão com os cursos do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita - ESDE, Estudos Aprofundados – EADE e do Evangelho - ESE. Oferecer o estu-do para todos é uma das principais missões da Casa Espírita. Novas consciências, novas atitudes e novo modo de ver e viver a vida, sob a égide de uma base doutrinária esclarecedora e edificadora. E a boa convivência? É tudo, não? No ATUALPA faze-mos valer o conceito de que somos aprendizes de uma mesma “sala de aula” e precisamos uns dos outros para aprender mais e melhor. O aprendizado é permanente! Reportamo-nos agora ao Departamento de Assistência e Promoção Social Espírita - DAPSE. Ali as oportunidades do trabalho voluntário são variadas e para todos os gostos e pen-dores, desde trabalhos especializados àqueles que exigem ape-nas boa-vontade. O albergue masculino e feminino, carro-chefe da Assistência Social no ATUALPA, mereceu todas as atenções e cuidados. Há muitos outros trabalhos como a farmácia, os consultórios médico, dentário e psicológico, Bazar Irmã Virginia, Campanha Auta de Souza, distribuição da sopa e dos alimen-tos, Oficina de Costura, Caravana Chico Xavier, estudo com os assistidos, cursos de artesanatos e pintura, ... Ufa! As muitas

oportunidades de trabalho passaram ao nosso lado e nos convi-daram o tempo todo ao bom trabalho. Isso é bom, não? Como todos os anos, fizemos acontecer o XIX Lanche Beneficente em 05 de maio e o Bazar Natalino entre os dias 6 e 9 de dezembro, eventos que divulgam a nossa Casa e o Espiritismo, ajudam no sustento financeiro frente às despesas correntes e, principalmente, exercitam o trabalho em equipe. No Departamento de Assistência Espiritual – DAE, duas boas novidades foram implantadas com sucesso: a Reunião de Irradiação e a reformulação do Estudo e Prática da Mediuni-dade. A primeira inicialmente com foco na saúde espiritual da instituição Família e a segunda possibilitou aos Grupos Medi-únicos o estudo de temas que trazem à reflexão a atuação dos médiuns e compartilham conhecimentos com os demais grupos. São novas oportunidades de estudo e trabalho com a participa-ção de todos. A prática mediúnica, seja no equacionamento do processo obsessivo ou no tratamento físico-espiritual, deve bus-car permanentemente a conformidade com a pureza doutrinária espírita. A visibilidade das ações do ATUALPA coube ao Depar-tamento de Divulgação Doutrinária – DDD. E olha que tem coi-sa: Livraria Letras e Luzes, Biblioteca Chico Xavier, palestras públicas, sítio eletrônico “www.atualpa.org.br”, murais e outras atividades. Comemoramos 40 anos do Jornal Brasília Espírita e tudo com movimentos de alegria pelo dever cumprido. E teve uma atividade extra: a coordenação do Encontro de Trabalhado-res e Frequentadores em 30 de maio. Com o tema Divulgadores Somos Todos Nós, o encontro aconteceu com a participação de quatro amigos da Casa de Atualpa: Carlos Campetti, Ricardo Pimentel, Samuel Magalhães e Tereza Cristina Leite. O aprendi-zado fluiu naturalmente e nos confraternizamos com muita ale-gria. É preciso ainda falar da Arte Espírita! O Departamento de Arte e Cultura Espírita – DACE - trabalhou muito em 2013. Além das reapresentações da peça teatral Que queres que eu faça?, aconteceram os famosos festivais de músicas inéditas, de músicas infantis - parceria com o DIJ, de músicas já consa-gradas, lançamentos de novos grupos musicais e lançamentos de CD de gente nova ou experiente. Cabe destacar o Sarau Espírita em julho, o Sarau João Cabete em setembro e a par-ticipação artística e musical programada para as preparações de ambientes nas palestras públicas, bem como nos diversos eventos do ATUALPA. Comemoramos o aniversário de 10 anos de existência da nossa Banda Nova Juventude e ganhamos um presentão: um show de “encher a alma” e nos fez comovidos com o traba-lho de seus componentes. E o que dizer da equipe de manutenção da Casa que esteve atenta às necessidades de reparo e conservação das nossas instalações? Tudo de bom, não? Renovamos o auditório do bloco “A” com 300 novas cadeiras confortáveis e modernas. A estrutura física do ATUALPA está sempreà disposição do Mo-vimento Espírita em geral, o que contribuiu para que recebês-semos da Federação Espírita do Distrito Federal – FeDF em 20 de outubro, a organização do seminário Em Defesa da Vida do palestrante paraense Alberto Almeida. Há ainda o harmonioso trabalho das Assembleias, dos Conselhos Deliberativo e Fiscal, da Diretoria, dos Departamen-tos, do contador externo, dos colaboradores anônimos, TODOS que fizeram do nosso Grêmio Espírita ATUALPA Barbosa Lima soldado na linha de frente no compromisso maior de propiciar permanente acolhimento, atendimento, estudo, trabalho e divul-gação da Boa Mensagem. Agradecemos à ambiência espiritual dos companheiros do mundo invisível, incansáveis no dia-a-dia e a coordenação do nosso dirigente espiritual Atualpa, a Jesus e a Deus nosso Pai, pelas benditas oportunidades disponibilizadas. Que venha 2014 ... ! Senhor, conte conosco!

RETROSPECTIVA 2013:

OPORTUNIDADES DE ESTUDO E TRABALHO PARA TODOS

Paulo de Tarso Pereira Viana(*)

(*) Articulista Espírita / Integrante da equide do ESDE e Vice-Presidente do Grêmio Espírita Atualpa

Barbosa Lima

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Janeiro/ Fevereiro 2014 3

Texto contemplado no concurso A Doutrina Explica, ocorrido no período de março a setembro de 2012, com o objetivo de sensibilizar os participantes para o potencial de racionalização e explicação da

realidade social e espiritual pela Doutrina Espírita, incentivar a leitura, o uso da biblioteca espírita e levar a conhecer alguma metodologia de pesquisa para apoiar o estudo doutrinário.

Apresentamos, abaixo, “Ação Fantasmagórica à distância”, trabalho de pesquisa recomendado para publicação.

AÇÃO FANTASMAGÓRICA À DISTÂNCIA

Gabriela Batista Kimus Frizzo (*)

A física quântica pode assus-tar, em princípio, sobretudo aos materialistas de plan-

tão, porém, será através dela que, finalmente, a mensagem crística será reconhecida pela ciência. O espiritismo vem contribuir a este movimento excepcional de despertamento das consciências para a compreensão de di-mensões infinitas no Universo. São chegados os tempos da união, no mundo ocidental, da Ciência e da Religião, ambas aceitando uma realidade que sempre negaram: a imortalidade e a vida espiritual. A ciência tradicional, até o presente momento, tem negado o estudo da realidade espiritual e a Religião Ocidental1 até proclama a Imortalidade, mas não a aceita, tamanha dificuldade de compreensão dessa verdade. Jesus sabia desta nossa dificuldade e registrou numa significativa passagem bíblica:

“Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pe-dro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a sós para um monte alto e afastado. E transfigurou--se diante deles. Seu rosto brilhou como o sol e as roupas se tornaram brancas como a luz. Nisso apareceram Moisés e Elias conversan-do com Ele. Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: ‘Senhor, como é bom estarmos aqui! Se quiseres, levantarei aqui três tendas: uma para Ti, uma para Moisés e uma para Elias’. Ele estava ainda falando quando uma nuvem brilhante os envolveu e da nuvem se fez ouvir uma voz que dizia: ‘Este é o meu filho amado, de quem eu me agrado, escutai-o’. Ao ouvir a voz, os discípulos caíram com o rosto no chão e ficaram com muito medo. Jesus se aproximou, tocou-os e disse: ‘Levantai-vos e não tenhais medo’. Então, eles ergueram os olhos, mas não viram mais ninguém, a não ser Jesus. ” 2

O que tememos tanto? Até quando ficaremos com o rosto virado para o chão? O Cristo sabia de nosso medo e prometeu o con-solador, que no tempo certo, a tudo explicaria. Chega ao mundo uma doutrina que unindo re-ligião com a ciência, proclama a realidade do Espírito. O aspecto lógico, o substrato filosófi-co, já o temos. Mas e o ponto de arquimedes exigido pela ciência? É a ela que caberá a pro-va do Espírito. É a física quântica que coube esta prova.

Não temos espaço para desbravar toda evolução da Física Quântica, porém po-demos dizer que o estudo das partículas suba-tômicas tem desmistificado a compreensão de mundo até aqui edificada pela ciência cartesia-na, pois retira as barreiras da matéria e avança

rumo ao mundo energético. Tudo estava bem enquadradoe, derepente, o quadrado some e nos vemos nús - um pequeno paralelo com Adão e Eva e a perda do Paraíso! É isso mes-mo, a física mecânica e a visão materialista de mundo, quando vista sob a ótica da verdade exclusiva, mantém o homem no paraíso ilusó-rio da ignorância. Mas não tememos, pois foi o próprio Cristo quem disse: ‘Saiba a Verdade

e ela vos libertará’. Então, este saber só pode nos conduzir à liberdade! É o rompimento das algemas que nos aprisionam nesta terra, para a conquista do Universo infinito. A física quân-tica não nega a mecânica, pois esta retrata o mundo material em que vivemos; mas ela agre-ga em conhecimento, expandido a compreen-são para o aspecto energético e imaterial, uma realidade que ronda o homem e que faz parte de seu Ser, porém que ainda lhe é um mistério.

Queremos abordar, apenas, umbraço da física quântica, que já está sendo estudada nos templos da Ciência3, o chamado Entrelaça-mento de Partículas ou, na expressão do pró-prio Einstein, o fenômeno da Ação Fantasma-górica à Distância, buscando uma correlação com a doutrina dos espíritos e com o Cristia-nismo em si.Como a natureza não dá saltos, os cientistas estão aplicando o conhecimento das partículas entrelaçadas ao manejo do te-letransporte ou na tecnologia de computação. Ainda não perceberam a grandeza do fenôme-no que estudam. Este o nosso objetivo: unir ciência e religião numa única voz. Emmanuel nos fala que a eletricidade e o magnetismo, o movimento e atração palpitam em tudo e que o estudo do átomo confiará ao homem a solu-

ção de inumeráveis segredos4. O entrelaçamento de partículas5

ocorre no mundo subatômico e traduz a simbio-se de informações que ocorre entre partículas afins (ou entrelaçadas), mesmo que separadas por distâncias absurdas, pois, pasmem, a co-municação entre elas não percorre o tempo/espaço conhecido!O que observamos é que o fenômeno das partículas entrelaçadas é um fato, mas como ocorre o tal entrelaçamento? E sua dissociação6? Qual o mecanismo que envolve o fenômeno, afinal? Acredito que a resposta esteja na Conexão Vibratória ou o termo mais conhecido: Sintonia.André Luiz nos relata uma orientação de Clarêncio, nes-tes termos: “Aguardemos. Numa equipe, qua-se sempre a melhora de um companheiro pode auxiliar a melhora do outro.”7 Ou seja, em um ambiente de unidade vibratória, a melhora de um elemento influi no outro. Ele retrata o entre-laçamento de partículas. Outra afirmativa en-

contramos em Missionários da Luz, in verbis: “Quando a criatura, todavia, roga a assistência-de Jesus com os lábios, sem abrir o coração à influência divina, não deve aguardar milagres de nossa colaboração.”8 Nesta passagem, o mentor já explica que a qualidade desta comu-nicação, desta simbiose com o bem, está nos sentimentos. Ou seja, o entrelaçamento depen-de da escolha e vontade do espírito, que sofre influências diretas e invisíveis daqueles com quem conecta as vibrações. Jesus dizia: ‘Eu e o pai somos um!’ Ora, ele estava afirmando, na verdade, que sua mente estava entrelaçada a de Deus, de forma que Jesus refletia sua gran-deza, era seu espelho9. Nisto consiste a verda-deira sintonia.

Façamos a sintonia com o bem, com o amor sublime, o resgate das leis divinas em nossos corações, a depender única e exclu-sivamente de nossa vontade firme, vencendo as tentações do mundo. Vontade firme, que podemos traduzir por Fé. Vamos ao Evangelho e verificar as várias passagens em que Jesus nos exorta à fé: a Fé que cura; a Fé que salva, como o casoda Mulher com fluxo de sangue, que vencendo todos os preconceitos de sua época, considerada impura pelos seus, em um

ato de fé sublime, toca o Mestre e cria nesse momento, o vínculo para permuta de energias, para simbiose sublime. A Fé sincera é o elo com as forças do bem que tornam entrelaça-das as partículas que envolvem todo o nosso ser, de tal forma, que as vibrações são capazes de modificar a estrutura física/atômica daque-les que estão entrelaçados. A cura de doênças incuráveis, os milagres, toda beleza e grande-za da atividade do Cristo em nosso orbe sen-do esclarecida pelo homem de ciência. Jesus também nos disse que tudo o que Ele fez nós também faríamos e muito mais. Bastar-nos-á conectar com as forças da luz, nos permitir en-volver por forças que estão à nossa disposição aguardando o despertar. Sim, somos Deuses!

Interessantenotar que o que Einstein cha-mou de Ação Fantasmagórica à distância, Je-sus chamou de Fé! Questão de nomenclatu-ra... a ciência terá que se render a grandeza de Jesus e reafirmar os princípios divinos, que são imutáveis e representam a verdade: Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida!

(*) Articuladora Espírita do Rio de Janeiro/RJ e uma das participantes do

Concurso “A Doutrina Explica” de 2012

Bibliografia

1 As religiões do Oriente são espiritualizadas. Nestes povos, a busca

é outra, exatamente, pela matéria e o seu equilíbrio com a visão espi-

ritual. No texto, o nosso foco é a visão tipicamente Ocidental e cristã,

que teve sua mensagem distorcida pelo homem no tempo e no espaço.

O Ocidente já aceita a matéria e a valoriza, mas ainda precisa desco-

brir e entender a relação com o campo Espiritual. Há muita ignorância

neste campo.2 Mateus 17:1-83 Expressão empregada por Emmanuel, na Introdução do Livro Nos

Domínios da Mediunidade, de André Luiz, in verbis:

“Químicos e físicos, geomatras e matemáticos, erguidos à condição

de investigadores da verdade, são hoje, sem o desejarem, sacerdotes

do Espírito, porque como consequência de seus porfiados estudos, o

materialismo e o ateísmo serão compelidos a desaparecer, por falta de

matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas. Os

laboratórios são templos em que a inteligênciaé concitada ao serviço

de Deus.”4 Idem.5 Duas ou mais partículas estão entrelaçadas quando se encontram

de tal modo conectadas que ao “mexer” em uma, a outra se altera,

instantaneamente.6 Interessante notar que esta dissociação tem sido chamada pelos

físicos brasileiros de Morte Súbita ouDecoerência – perda da afinidade.7 Entre a Terra e o Céu. Pelo Espírito de André Luiz, psicografia de

Francisco Cândido Xavier. 23 ed – Rio de Janeiro: FEB, 2005, p.2938 Pelo Espírito de André Luis, psicografia de Francisco Cândido Xa-

vier. 43 ed. – Rio de Janeiro: FEB, 2009, p.4009 Emmanuel, no livro Pensamento e Vida, na primeira frase do ca-

pítulo 1, nos fala que a mente é o espelho da vida, em toda parte. E diz

mais: “Em todos os domínios do Universo vibra, pois, a influência recí-

proca. Tudo se desloca e renova sob os princípios de interdependência

e repercussão. (...) Ninguém pode ultrapassar de improviso os recursos

da própria mente, muito além do círculo de trabalho em que estagia;

contudo, assinalamos, todos nós, os reflexos uns dos outros, dentro de

nossa relativa capacidade de assimilação. Ninguém permanece fora do

movimento de permuta incessante. Respiramos no mundo das imagens

que projetamos e recebemos.”

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“Jesus disse: Quem foi que me tocou? Como todos negassem, Pedro disse: ‘Mestre, a mul-tidão te cerca e te aperta’. Jesus, porém, disse: ‘Alguém me tocou! Senti que saiu de mim uma força’. Vendo que tinha sido descoberta, a mulher aproximou-se trêmula; prostada dian-te de Jesus, ela contou na presença de todo o povo o motivo por que o tinha tocado e como logo tinha ficado curada. Jesus lhe disse: Filha, a tua fé te curou. Vai em paz!” (Lucas 8:45-48)

O OrganismO cOstuma rejeitar aquilO que lhe seja prejudicial. se um alimentO prOvOca uma alergia alimentar, naturalmente ele O eliminará sOb a fOrma de vômitOs, diarréias etc. O mesmO acOntece cOm O nOssO psiquismO. se algO desagradável O atOrmenta, ele, a bem dizer, adOece e assim permanece enquantO nãO hOuver prOvidências nO sentidO de sOluciOnar

a pendência. se O cOnflitO íntimO resulta de uma atitude infeliz, rejeitada pelO superegO, certamente Os psicOtrópicOs nãO resOlverãO O prOblema, quandO muitO irãO mascarar Os sintOmas mais gritantes. a terapêutica essencial e de valOr curativO inquestiOnável é a que visa um alvO bem mais internO e sutil: a própria cOnsciência individual.

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Janeiro/ Fevereiro 20144FE

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EIRO

02 Jorge Hessen CONTINUAÇÃO DO ESTUDO DO LIVRO “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec.

05 Luiz Augusto “PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO” Livro: O Evangelho S.o Espiritismo,Allan Kardec,capítulo XV.

06 Vítor Ronaldo

Quin

“PROPOSTAS DO ESPIRITISMO PARA O MUNDO EM TRANSIÇÃO”

09 Flávio Bastos

Dom

“A LIBERDADE ESPIRITUAL E AS CONTENÇÕES CORPORAIS”, Análises Espíritas, Deolindo Amorim.

12 Adauto Santos

Seg

“PARÁBOLA DOS TALENTOS” Livro: O Evangelho S.o Espiritismo,Allan Kardec,capítulo XVI.

13 Adauto Santos

Quin

“AFLIÇÕES DA POSSE E DA NÃO POSSE” Triunfo Pessoal, Joanna de Ângelis, psicografia Divaldo

16 Paulo Afonso “GESTOS DE TOLERÂNCIA”, Crônicas Evangélicas, Paulo Alves.

19 Maurício Curi

Seg

“OS DISCÍPULOS” Livro: Boa Nova, Francisco C. Xavier e Irmão X.

20 Cassius Vantuil

Quin

ETERNOS APRENDIZES”, Revista Internacional de Espiritismo, Geraldo Esteves agosto de 2013.

23 Costa Júnior

Dom

“NECESSÁRIO E SUPÉRFLUO”. “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec.

26 Wilson Abreu

Seg

“FIDELIDADE A DEUS” Livro: Boa Nova, Francisco C. Xavier e Irmão X.

27 Carlos Sá

Quin

“JESUS E NICODEMOS”, Na Escola do Mestre, Vinícius.

Carla Fraga “REINTEGRAÇÃO NA RELIGIOSIDADE” Triunfo Pessoal, Joanna de Ângelis, psicografia Divaldo

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TEMA DAS PALESTRAS Segundas e Quintas às 20hDomingo às 9h DATAS ESPÍRITAS

01/01/1848 É Fundada a Revista Espírita por Allan Kardec 01/01/1846 Nasce León Denis - Filósofo do Espiritismo01/01/1875 Publicada a Primeira Folha Espírita do Rio de Janeiro 02/01/1884 Eleita e empossada a primeira diretoria da FEB (Federa-ção Espírita Brasileira)02/01/1984 É instalada em Brasília a sede central da FEB03/01/1412 Nasce Joana D’Arc na França06/01/1868 Primeira Edição de A Gênese de Kardec é colocada à venda09/01/1862 Nasce em Gênova, Itália, o doutor Ernesto Bozzano. 10/01/1969 Desencarnação da médium Zilda Gama com 91 anos de idade10/01/1868 Nasce em Paris, Hubert Forestier - Diretor da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas11/01/1971 Desencarnação do médium José Pedro de Freitas, o Zé Arigó, em acidente automobilístico12/01/1746 Nasce em Zurique, Suíça, João Henrique Pestalozzi, educador de Allan Kardec.14/01/1942 Desencarnação de Antônio José Trindade, um dos funda-dores da Fed. Espírita de SP15/01/1861 Lançada a primeira edição de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec16/01/1916 Fundada a Federação Espírita Paraibana17/01/1901 Nasce no Maranhão, Luiz Olímpio Guillon Ribeiro, foi presidente da FEB20/01/1919 Desencarnação em São Paulo, Anália Emília Franco 21/01/1883 Fundada a revista “O Reformador”22/01/1909 Desencarnação de Antônio Gonçalves da Silva Batuíra, médium de cura Bahia27/01/1995 Divaldo Pereira Franco é incluído no quadro de vultos artísticos e históricos da Bahia30/01/1938 Desencarnação, em Matão, São Paulo, Cairbar de Souza Schutel 01/02/1905 Nasce em Pacatuba, Ceará, Francisco Peixoto Lins, o Peixotinho, médium de efeitos físicos.01/02/1856 Nasce em Resende, Rio de Janeiro, Anália Emília Fran-co, professora humanitária06/02/1915 Desencarnação, no Rio de Janeiro, de Joaquim Carlos Travassos, tradutor do pentateuco kardequiano. 06/02/1832 Casamento de Allan Kardec com Amélie Boudet.07/02/1901 Desencarnação, em Natal, Rio Grande do Norte, a poetisa Auta de Souza.12/02/1809 Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos, realiza reuniões mediúnicas na Casa Branca. 15/02/1926 Desencarnação de Gabriel Delanne. 20/02/1822 Desencarnação, em Salvador, de Madre Joana Angélica de Jesus (Joanna de Ângelis).

EDITORA OTIMISMO www.editoraotimismo.com.br / http://editoraotimismo.blogspot.com.brSIBS - Qd. 03 Cj. C lt. 26 - Brasília/DF - cep.: 71736-303(61) 3386-0459 (seg à sex das 8h às 12h e de 13h às 18h)

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André Ferreira “O PODER DA FÉ” Livro: Jesus e o Evangelho - À luz da Psicologia Profunda, Joanna de Ângelis.

Vítor Ronaldo “FANTASIAS MEDIÚNICAS” Otimismo, Joanna de Ângelis, psicografia Divaldo Franco.

Jorge Hessen CONTINUAÇÃO DO ESTUDO DO LIVRO “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec.

Paulo de Tarso Viana “REZAR E ORAR” Livro: Nas Pegadas do Mestre, Vinícius

Carmelita Indiano “Injúrias e Violências”. O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec.

Fabiano Augusto “MADALENA”, Crônicas Evangélicas, Paulo Alves, cap. 03, página 117.

DIJ “APRESENTAÇÃO DA ESCOLA DE EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA IRMÃ ZÉLIA”

Saulo César “A SUBLIME SENTENÇA”Crônicas Evangélicas, Paulo Alves.

Carlos Campetti “PRUDÊNCIA, BOM-SENSO E DISCERNIMENTO”, Revista Internacional de Espiritismo, Orson Peter.

Flávio Bastos “ORAÇÃO NO LAR” Leis Morais da Vida, Joanna de Ângelis/ psicografia Divaldo P. Franco.

Cassius Vantuil “JESUS E O CENTURIÃO”, “Parábolas e Ensinos de Jesus”, Caibar Schutel.

Maurício Curi “CARIDADE E AMOR AO PRÓXIMO”. “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec.

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RETORNO À PÁTRIA ESPIRITUAL“Seu” Clarindo(foto), como carinhosamente chamamos o esposo de nossa querida irmã Vera Cruz de Souza Flauzina, retornou à Pátria Espiritual no dia 03 de dezembro de 2013. Dedicado tra-balhador do Grêmio Espírita Atualpa nas décadas de 70, 80 e início de 90, participou ativamente da administração da Casa, colaborando em diversos setores: grupos mediúnicos, direção de palestras públicas, manutenção predial, albergue, trabalhos assistenciais, entre outros. Rogamos à Deus, nosso Pai, o amparo da espiritualidade amiga ao nosso irmão em Cristo e a toda a sua família.

Momentos do BAZAR NATALINO 2014realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães/DF - 06,07,08 e 09/12

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Recém lançada pela Editora Virtual “O Consolador”, de Londrina-PR, o E-BOOK “Você sabe quem viu Jesus nascer” propicia, por meio de 25 historietas, uma reflexão sobre a vivência do nascimento de Jesus nas festas natalinas, bem como as suas contradições no con-texto atual.A obra, com 56 páginas, foi escrita por Marcus Vinicius de Azevedo Braga, evangelizador e articulador espírita residindo atualmente no Rio de Janeiro, e pode ser acessada gratuitamente no link:

http://www.oconsolador.com.br/editora/evoc.htmConvidamos a todos para conhecer essa peculiar produção literária, que promete reflexões com consequências diretas na nossa vida co-tidiana.

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COMO ESCREVER

ARTIGOS ESPÍRITAS Marcus Vinicius de Azevedo Braga(*)

Paulo de Tarso Lyra(**)

U m tanto presunçoso o referido artigo, mas o tí-tulo é o mesmo de uma

oficina ministrada pelos autores no segundo semestre de 2012, na Sede da Federação Espírita do Distrito Fe-deral (FEDF). A oficina, disponível na íntegra em http://www.youtube.com/watch?v=d3xJvNts95g, buscou, de for-ma singela, proporcionar uma reflexão sobre o ato de se escrever artigos es-píritas, pretensão também comungada por essas breves linhas.

De toda sorte, a primeira questão é entender o que é um artigo e seu papel na divulgação espírita. Os periódicos espíritas, que publicam tais textos, de modo geral se detém no noticiário de fatos afetos ao Espiritismo e na análi-se de questões ou situações, algumas atuais, pelos chamados articulistas, produzindo conhecimento espírita so-bre fatos novos ou segmentados.

Assim, produzimos e lemos artigos como pílulas de reflexão sobre assun-tos diversos, que de forma breve nos apresentam a temática e nos possibi-litam agir, pensar ou produzir outras opiniões.

Sob a ótica do articulista, este se defronta com o desafio de encontrar a temática, o mote que permita desen-volver o seu artigo. Assim, o cotidiano, uma música, um filme, uma frase, uma miríade de situações podem motivá-lo a transformar aquela visão em um tex-to.

Por vezes, o articulista age sob de-manda, o que exige jogo de cintura para encontrar nesse pedido o ponto

certo para construir o eixo de sustenta-ção de seu artigo.

A construção do artigo deve zelar também pelo uso formal da língua, sem excessos, pela ponderação e pelo bom senso. Deve ainda se ter em mente que a polêmica e a crítica possibilitam ana-

lisar a realidade, mas devem ser acom-panhadas da indulgência e da urbani-dade necessários ao convívio humano.

Escrever é um ato de provocar, de instigar o leitor à reflexão na introdu-ção de um tema diante de uma aborda-gem. É preciso concluir, se posicionar, mas também é necessário mostrar que existem outras vozes e olhares sobre a questão.

O processo de revisão conta sem-pre com o apoio de outras pessoas, que permitem a visão de alteridade que identifica erros e situações que podem não ser tão compreensíveis assim para o leitor.

Quanto à estrutura do artigo, é im-portante frisar que ele não segue as mesmas regras de uma matéria jorna-lística. As reportagens que comumente vemos nos jornais respeitam, normal-mente, as regras da chamada pirâmide invertida, onde, no primeiro parágrafo, são inseridas as principais perguntas a serem respondidas ao leitor: que, quem, quando, como, onde e por que.

Experimente pergunta-las quan-

do estiver lendo uma reportagem. As respostas estarão lá. Senão todas, a maioria. Por quê? Para que o leitor, ra-pidamente – e tempo, nos dias de hoje, é fundamental – entenda o que está acontecendo, sem a necessidade de ler o texto todo.

No caso dos artigos, a estrutura é diferente e assemelha-se a uma tese. Tem-se a introdução, onde a ideia cen-

tral é apresentada. Dali em diante, se tem as argumentações para comprovar ou refutar a tese e a conclusão.

Além disso, há uma regra de ouro que deve ser seguida por todos aque-les que escrevem, seja produzindo tex-tos espíritas ou não. O material será lido por outra pessoa, não por você. Por isso, escreva como se estivesse contando uma história para alguém, de maneira clara, sem palavras rebusca-das demais. Não está se exigindo po-breza no uso do vernáculo (viu?!) – das palavras. Mas ser claro e conciso fa-cilita a aprendizagem e a transmissão final da mensagem, o que é, em última instância, nosso principal objetivo.

Além disso, é fundamental, ainda mais em se tratando de um artigo espí-rita, a pesquisa e o cuidado com as in-formações a serem colocadas. Apure, pesquise, pergunte, consulte. Quanto mais preciso o texto estiver, mais efei-tos ele produzirá. Artigos mal redigidos acabam por gerar discussões secundá-rias que escapam ao cerne da questão.

No caso do artigo espírita, essa im-portância se faz ainda maior, por ser um tipo de conhecimento que nos foi transmitido pela espiritualidade e traz, em seu bojo, o condão de consolar. Não sejamos nós os empecilhos para essa missão tão linda do Espiritismo.

Espíritas, amai-vos, eis o primeiro mandamento. Instruí-vos, eis o segun-do! Para escrever bons artigos, é fun-damental ler sobre o tema. Para ser um bom espírita, é necessário amar e estudar. Lembremo-nos disso não como um fardo que nos impeça de es-crever artigos espíritas, mas como um passaporte essencial para que essa ferramenta cumpra com exatidão o seu objetivo.

(*) Articulista Espírita / Escritor e Palestrante

(**)Jornalista Espírita/ Escritor e Participante do DIJ /Atualpa

Encarte do Jornal Brasília Espírita - Janeiro/ Fevereiro - 2014 Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima

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Não são apenas os bons que conseguirão ver a Deus. Essas palavras mais não são do que uma má interpre-tação do Sermão do Monte, onde Cristo nos renovou as esperanças. Todos nós podemos ver e alcançar a Deus, mas é certo que quando estamos imersos em profundos devaneios pes-soais, em busca de prazeres, satisfações de natureza in-ternas, diminuímos o volume das “ondas de Deus” que re-verberam em nossa consciên-cia. Muitos séculos podem perdurar nossos desatinos, a sucessão de infrutíferas vitó-rias pessoais, em que nos ocu-pamos de encher a cabeça de

estímulos sufocando o calor uníssono da verdade que não se cala nunca. Somos filhos do Pai e Ele nos ama. Em meio ao caos da desilusão a voz do Pai sempre abre caminho, fazendo ouvir até os que se fazem de surdos. Chega o dia em que é essa a voz que cala fundo à nossa alma e não mais pode-mos avançar sem considera--la em todas as ações. Essa é a retomada do nosso caminho de construção no Reino de Deus, o dia em que retorna-mos à casa do Pai, ceosos de nos melhorarmos e aprumar-mos o rumo. Dia bendito esses meus irmãos. Então comemoremos a cada pequena boa ação, que faz brilhar o clamor de Deus em nossa consciência. Somos todos filhos no mesmo cami-

nho de redenção. Que nos es-forcemos em conjunto para buscarmos nosso assento jun-to ao Pai. Bendita é a casa de trabalho em que vos encon-trais, pois ela amplia a nossa percepção sobre as verdades da vida, à luz do evangelho. Que essa pequena refle-xão, que muito tenho medi-tado, possa de alguma ma-neira contribuir para a vossa reflexão;

B. Alves

Mensagem psicografada recebida no dia 23/10/2013 pela médium

Carolina Gonçalves Abreu, na reunião de tratamento espiritual de

quarta-feira, 20h. Grupo João Pinto de Farias/

Brasília-DF.

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Janeiro/ Fevereiro 20142 Encarte do Jornal Brasília Espírita2

Brasília Espírita - Qual a importância da arte na doutrina?

Felipe Vaz - A arte pura é a mais eleva-da contemplação espiritual por parte das criaturas. Ela significa a mais profunda exteriorização do ideal, a Divina mani-festação desse mais além que polariza as esperanças da alma.” (O Consolador – Emmanuel / F.C. Xavier - Questão 161)A arte é um meio cultural acessível, de fácil introjecção, utilizada pelo Espiritismo para divulgação, esclarecimento, conso-lo e também auxilio à espiritualidade. No momento em que estamos trabalhando a arte na Casa Espírita, a espiritualidade utiliza as boas vibrações para tratamento e acolhimento de irmãos desencarnados.Melodias entoadas com mensagens de amor, paz, perseverança, auxiliam no res-gate de irmãos que vagam sem rumo no plano dos encarnados que, atraídos pelascanções, se aproximam e permitem o res-gate. “Maria Santíssima após a ruptura dos derradeiros laços que ainda a prendiam, antes de se afastar do mundo, desejou ver a Galiléia. Logo depois, lembrou-se dos discípulos seguidores do Cristo que foram perseguidos e encarcerados. Ro-gou ao Céu que lhe desse a possibilidade de deixar entre os cristãos oprimidos a força da alegria. Foi quando, aproximando-se de uma jo-vem encarcerada, lhe disse ao ouvido: - “Canta, minha filha! Tenhamos bom âni-mo!... Convertamos as nossas dores da Terra

em alegrias para o Céu!...” A triste prisioneira cantou um hino de profundo e enternecido amor a Jesus, em que traduzia sua gratidão pelas dores que lhe eram enviadas, transformando to-das as suas amarguras em consoladoras rimas de júbilo e esperança. Daí a instan-tes, seu canto melodioso era acompanha-do pelas centenas de vozes dos que cho-ravam no cárcere, aguardando o glorioso testemunho. ...” (Boa Nova - Humberto de Campos - 11ª edição, págs. 207/208)

BE - Vemos muitos sucessos por aí com um toque comercial. A musica espirita tem uma inspiração especial?FV- A inspiração especial, para mim, é a mensagem espírita. Nosso foco, enquan-to compositores espíritas, é a divulgação, a disseminação do evangelho do Cristo pelo mundo.Cada artista imprime na composição seu estilo, suas referências musicais e literá-rias, mas a inspiração é a Doutrina Espí-rita.

BE - Existem hits espiritas?FV - Existem sempre aquelas músicas que ficam na boca do povo e no Movi-mento Espírita não é diferente. Temos a “Canção da Alegria Cristã”, composta por Leopoldo Machado, que para onde você for, ela é conhecida.“Somos companheiros, amigos irmãos que vivem alegres pensando no bem...”Tem a música “Ele”, Alexandre Paredes (Brasília), também bastante conhecida, inclusive no exterior.“Ele é o Pai te todos nós, uns chamam de Deus, de Criador”

BE - Qualquer ritmo pode ser aproveita-do? FV - Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém. Não existe o ritmo bom e o ruim para se fazer música espírita. Existe sim, ritmo adequado a cada ocasião. Qual é

a ocasião? Palestra? Confraternização de jovens? Não vou colocar uma canção agitada, ritmada para preparar o ambien-te de palestra pública... Assim como não vou colocar canções reflexivas lentas em um momento de confraternização em que meu objetivo é agitar os jovens, deixa-los alegres, para cima. Portanto, cada coisa no seu devido lugar.

BE - Existem tabus sobre musicas na casa espirita?FV- Esses tabus, na verdade, são pre-conceitos contra determinados ritmos. Vou dar um exemplo: Quando se ouve re-ggae, pensa-se logo em maconha. Quan-do se ouve rap, periferia, marginalidade.. Isso é puro preconceito, são barreiras a serem quebradas. Não podemos confun-dir o estilo musical com os artistas/ públi-co. São coisas diferentes.

BE-Qual o peso de atuar no Dace em uma casa com tanta tradição cultural como o Atualpa?FV-Grande. Me sinto primeiramente hon-rado de ter sido convidado para o posto de coordenador de artes musicais. Sem-pre olhei o DACE com admiração pelos grandes trabalhos realizados, pelo nome que construiu, através de muito trabalho. Foi inclusive o DACE que me incentivou a estudar música. Nem sempre consegui-mos realizar tudo o que planejamos, pois o trabalho do dia-a-dia toma muito tempo, mas aquilo que nos predispomos a fazer, fazemos bem feito, com amor, qualidade e preocupação extrema com a mensa-gem da Doutrina Espírita.

BE-O teatro espirita é algo lúdico, cultural ou doutrinário?FV-Eu diria que os três. Lúdico para quem trabalha e muita das vezes para quem as-siste; cultural por se tratar de um evento que visa enriquecer o conhecimento do público, passar uma mensagem e não

simplesmente entreter; e doutrinário por ser um teatro espírita. Temos um compro-misso com a espiritualidade. Em todas asnossas peças você vai encontrar Doutrina Espírita, muita informação, alento e se for o caráter da obra, diversão.

BE-Musica e teatro espirita precisam, ne-cessariamente, ter um fundo moral? Ou podem apenas ser poesia ou contar uma história? FV-Acredito que o que diferencia a mú-sica e o teatro do mundo, da música e teatro espírita é o objetivo a que foi feito. Uma música ou teatro espírita deve con-ter em sua mensagem algo de positivo, esclarecedor, visando divulgar o Espiritis-mo. Pode falar de Doutrina Espírita direta ou indiretamente... Implicita ou explicita-mente. Tratar de assuntos como mediu-nidade, entre outros contemplados em O Livro dos Espíritos, por exemplo (explí-cito) ou falar sobre passagens do Evan-gelho, ensinamentos do Cristo, criações de Deus (implícito), mas sempre haverá dentro de uma obra espírita, mensagem e não a falta dela, entretenimento por si só.

BE-Vimos, nos últimos tempos, uma pro-fusão de filmes espiritas. O excesso trou-xe queda de qualidade?FV-Com a temática espírita na moda é natural que as grandes empresas cine-matográficas cresçam o olho e queiram também produzir filmes espíritas. Tivemos Joelma 23º andar (1979)... De-pois tivemos Bezerra de Menezes (2008), Chico Xavier, Nosso Lar, O livro dos Espí-ritos, As mães de Chico, E a vida continua (2012)...Um espaço de tempo entre eles muito curto. Acredito que a mensagem desses filmes tenha sido passada, que eles te-nham despertado interesse e consolado muita gente. Acho que houve perda de qualidade téc-nica pela velocidade em que eles foram e estão sendo feitos, mas não na mensa-gem. Em 120 min de duração, é impos-sível aprofundar a Doutrina. Se o que se busca é aprofundamento, melhor ler li-vros espíritas. O papel desses filmes é di-vulgar, despertar, gerar essa curiosidade acerca do Espiritismo, do que ele fala...quebrar tabus. Posteriormente os inte-ressados que devem procurar as Casas Espíritas para maiores esclarecimentos.

“A arte pura é a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas”

Impossível não encontrar Felipe Vaz (foto) envolvido com algo no Atualpa. Seja com o microfone, seja com a câmera de vídeo, seja com o violão. Bloco A, Bloco C, área assistencial. Infância, juventude, banda, Fimumiz, teatro, ufa! Cansou? Ele não. E Felipe ainda encontrou um tempinho para conversar com o Brasília Espírita sobre arte, musica, teatro e doutrina, tudo junto. Aproveitem.

Paulo de Tarso Lyra (*)

(*)Jornalista EspíritaJornal Brasília Espírita/Atualpa

H á cerca de quinze anos fui procurada por uma companheira de ideal da lide espírita, solici-

tando-me textos na linguagem teatral, baseados na literatura espírita, que pu-dessem auxiliá-la a divulgar artisticamen-te o Espiritismo. Por orientação espiritual, orientei-lhe a trabalhar em forma de mo-nólogo um texto ímpar contido na obra “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: Uma realeza terrestre. Após um ano, ela me escreveu, informando-me da repercus-são e do êxito que obtivera na Europa ao apresentar o monólogo “Uma realeza ter-restre”1, acrescentando: “Adivinha quem fez a rainha?” Desde então, passei a perceber a arte contida nas mensagens da referida obra. Arte essa cujo conceito remete ao que nos afirma o espírito Emmanuel: “A arte pura é a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas. Ela sig-nifica a mais profunda exteriorização do ideal, a divina manifestação desse “mais

além” que polariza as esperanças da alma.”2 (grifo nosso) Todavia, não poderia ser diferen-te, pois, Kardec concentrou nessa obra os versículos que expressam “as máxi-mas morais do Cristo”, elucidando-as “em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida.”3 Tais máximas, explícitas em for-ma de versículos extraídos do Novo Tes-tamento, representam um lindo cântico de louvor à sabedoria Divina, resgatando a esperança da criatura humana. Esses versículos, esclarecidos à luz do Espiritis-mo, foram organizados em 27 capítulos pelo querido codificador, o mestre lionês Allan Kardec, e publicadas por primeira vez em abril de 1864. O valor e perenidade destas má-ximas morais se revelam nesta afirmativa contida no frontispício da obra: “Fé ina-balável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.”4 Daí, não ser por acaso que o Espírito de Verdade, no prefácio da

obra, declara: “As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei unís-sonas vossas vozes, e que, num hino sa-grado, elas se estendam e repercutam de um extremo a outro do Universo.”5 Leitor amigo, se você quer desco-brir conosco a Arte contida em “O Evan-gelho Segundo o Espiritismo” e beber do néctar da esperança que nos faculta a Vida Eterna, convido-lhe a ler e destacar desta obra a mensagem que mais lhe fala ao coração, enviando-nos a referência de sua seleção para [email protected]. A sua valiosa contribuição faz parte dos preparativos para um encontro com Jesus que já tem data, hora e local marcados: 01 MAI 2014 6, 8h 30min. às 13h, no salão do BL A do Grêmio Espírita Atualpa. Sobre este encontro, fique atento às notícias da próxima edição do Jornal Brasília Espírita e ao site www.atualpa.org.br.

Participe! Contamos com você! Forte abraço e até breve.

A Arte do EvangelhoConceição Cavalcante (*)

(*)Articuladora Espírita do GEABL , Coordenadora do Departamento de Arte e

Cultura Espírita - DACEBIBLIOGRAFIA1 In“O Evangelho segundo o Espiritismo” de

Allan Kardec, cap. II, item 8. Tradução de Guillon Ribeiro, Ed. FEB, edição histórica.

2In “O Consolador”, resp. à perg. 161.3In “O Evangelho segundo o Espiritismo” de

Allan Kardec, tradução de Guillon Ribeiro, Ed. FEB, edição histórica.

4Idem à referência supracitada.5Idem à referência supracitada.6Quinta-feira; feriado em homenagem ao dia do

trabalhador.