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A magia da leitura 1º SEMESTRE/2011

Em Família Santa Maria ed 07

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Edição de junho/2011 da revista Em Família - Santa Maria

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Page 1: Em Família Santa Maria ed 07

A magiada leitura

1º SEMESTRE/2011

Page 2: Em Família Santa Maria ed 07

ENRIQUE RODRIGUEZCOLEÇÃO 2011

www.oxfordporcelanas.com.br

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ENRIQUE RODRIGUEZCOLEÇÃO 2011

www.oxfordporcelanas.com.br

Page 4: Em Família Santa Maria ed 07

4 Expediente

A Província Marista Brasil Centro-Sul atua nas áreas de educação, solidariedade, saúde,

editorial e comunicação. A PMBCS está presente nos Estados do Paraná, Santa Catarina,

São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Sua forma de atuação busca, por

meio de processos educacionais, uma efetiva contribuição social e cultural, posicionan-

do-se na defesa e promoção dos direitos das infâncias e juventudes.

Desenvolver equilibradamente, afetividade e inteligência, dimensão comunitária e social,

valores humanos e cristãos é a proposta da instituição.

Rua Imaculada Conceição, 1155Prado Velho – Curitiba – PRPrédio Administrativo PUCPR – 8º andarCEP: 80215-901Tel.: (41)3271-6500

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PRESIDENTE DAS MANTENEDORAS: Ir. Dario Bortolini

VICE PRESIDENTE DA MANTENEDORA: Ir. Davide Pedri

SUPERINTENDENTE ABEC/UCE: Paulo Serino de Souza

REDE DE COLÉGIOS: Ir. Paulinho Vogel, André Garcia, Isabel Cristina

Michelan Azevedo

COMUNICAÇÃO E MARKETING (ABEC/UCE): William Strauss Fleming,

Patrícia Fatuch, Pollyana D. Nabarro, Alexandre L. Cardoso, Silvia S.

Tateiva, Kelen Y. Azuma, Patrícia L. Egashira, Fábio Egg Mais, Tiago

Ienkot

COMUNICAÇÃO E MARKETING (COLÉGIOS): Bruna Gonçalves,

Bruno Bonamigo, Caroline Damin Mertens, Cláudia Cristina Batistela

Francisco, Daliane Teston, Fábio Viviurka Correia, Katia Macedo Dias,

Kely C. de Souza, Luana Santos, Mayara Haudicho, Paula Kostiuk,

Raquel Bortoloso, Renato Campos, Samira Dutra, Tatiana Stoicov

A Revista Em Família é uma publicação da Editora Ruah para a Rede Marista de Colégios, com distribuição dirigida aos pais e colaboradores.

Visite o blog da revista e envie sua opinião: www.maristaemfamilia.com.br

CAPA:

Mateus Mera Barbosa

FOTO:

Caixa Mágica/Ribeirão Preto

(www.caixamagica.com.br)

PRODUÇÃO:

Mayara Amaral Haudicho

EDITOR: Luís Fernando Carneiro | DIAGRAMAÇÃO: Eduardo, Goretti Carlos | PUBLICIDADE: Ariane Rodrigues | R. Casemiro José Marques de

Abreu, 706 – Ahú – Curitiba/PR – CEP: 82200-130 – Fone: (41) 3018-8805 | www.editoraruah.com.br | Quer anunciar? Entre em contato

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Colégio Marista de Brasília - Educação Infantil e Ensino Fundamental - SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília - DF - 70200-690 - (61) 3442-9400

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CASCAVEL • Colégio Marista de Cascavel - Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel - PR - 85812-011 - (45) 3036-6000

CHAPECÓ • Colégio Marista São Francisco - Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó - SC - 89801-500 - (49) 3322-3332

CRICIÚMA • Colégio Marista de Criciúma - Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma - SC - 88811-503 - (48) 3437-9122

CURITIBA • Colégio Marista Paranaense - Rua Bispo Dom José, 2674 Seminário - Curiti-ba - PR - 80440-080 - (41) 3016-2552

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JARAGUÁ DO SUL • Colégio Marista São Luís - Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 Centro - Jaraguá do Sul - SC - 89251-700 - (47) 3371-0313

JOAÇABA • Colégio Marista Frei Rogério - Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba - SC - 89600-000 - (49) 3522-1144

LONDRINA • Colégio Marista de Londrina - Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina - PR - 86060-000 (43) 3374-3600

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RIBEIRÃO PRETO • Colégio Marista de Ribeirão Preto - Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis - Ribeirão Preto - SP - 14015-130 - Fone:(16) 3977-1400

SÃO PAULO • Colégio Marista Arquidiocesano - Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana - São Paulo - SP - 04035-000 - (11) 5081-8444

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A magiada leitura

1º semestre/2011

Em Família | 7ª Edição | 1º Semestre 2011

Page 5: Em Família Santa Maria ed 07

Nesta edição do primeiro semestre

da Revista Em Família, destaca-

mos o tema da literatura: a arte de criar

e recriar textos, o exercício da eloquên-

cia e da poesia.

A literatura é um fenômeno da lin-

guagem, fruto da experiência existen-

cial, social, política e cultural de quem a

vive. Assim, um texto literário é objeto

artístico e de linguagem variada que

questiona convenções e envolve o lei-

tor num jogo de descobertas e redes-

cobertas de sentido, ajudando-o a

compreender a si próprio, as culturas e

o mundo em que vive.

Para as escolas da Rede Marista, o

estudo de textos literários é potenciali-

zador das aprendizagens que geram as

condições necessárias para proporcio-

nar inúmeras situações de compreen-

A arte da leituraPrimeira impressão por Ir. Paulinho Vogel

Prazerosa e lúdica, de início, a leitura

não é um ato solitário, mas algo a ser

socializado, mediado pelo professor e

adquirido por meio dos gêneros diver-

sos a serem aprofundados em níveis de

maior exigência intelectual. Aprender a

ler é um processo que deve ser integra-

do à produção de textos.

Em suma, a leitura deve ser uma

prática constante e processual em

todas as fases da vida do estudante

criança, jovem e adulto, potencializan-

do-os a fim de estar e intervir solidaria-

mente na realidade. Assim, e somente

assim, faz sentido orgulharmo-nos de

nossos alunos.

Ir. Paulinho Vogel é Diretor Executivo da Rede

Marista de Colégios

são e produção de conhecimentos.

A leitura possibilita ampliar as infini-

tas possibilidades de conhecer e inter-

pretar o contexto em que se insere o

principiante leitor. Mediar essa experi-

ência do conhecimento é uma questão

crucial para a aprendizagem da leitura

e para a formação dos sujeitos, bem

como para a construção de um conhe-

cimento crítico de análise e interven-

ção da realidade. As bibliotecas esco-

lares da Rede Marista de Colégios pos-

suem ações culturais e educacionais,

bem como, espaços privilegiados para

a formação de leitores artífices do seu

conhecimento.

Para nós, a leitura é uma forma

exemplar de aprendizagem, pois o apri-

moramento dessa capacidade subsidia

todo processo ensino-aprendizagem.

Os alunos João Vitor, Marcela e Mateus divertem-se na sessão fotográfica para essa edição

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6 Entrevista

O (re)descobridor do Brasil

Div

ulg

ação

Page 7: Em Família Santa Maria ed 07

Em entrevista à revista Em Família, Laurentino Gomes conta como transformou a história do Brasil num delicioso sucesso de vendas

Luís Fernando Carneiro

O Brasil foi descoberto em 1500, mas, de verdade, só foi inventado como país

em 1808. Foi quando a família real portuguesa chegou ao Rio de Janeiro e

transformou uma colônia atrasada e ignorante em uma nação independente.

Nenhum outro período da história brasileira testemunhou mudanças tão pro-

fundas. Mas foi quase 200 anos anos depois que um jornalista resolveu contar

essa história direito. Em 2007, Laurentino Gomes lançou “1808”, vendeu mais de

meio milhão de livros e conquistou duas categorias do Prêmio Jabuti, Melhor Livro

Reportagem e Livro do Ano de Não-Ficção.

No ano passado foi a vez de “1822”, um relato detalhado sobre a Independên-

cia do Brasil, conquistar as prateleiras das livrarias e rapidamente os primeiros

lugares em vendas.

Mas como transformar a história do Brasil em um sucesso de público e crítica?

Você vai perceber nessa entrevista que Laurentino Gomes concedeu à Em Família

que a receita do seu sucesso gira em torno de uma grande história, um forte tra-

balho de pesquisa e uma sintonia verdadeira com o leitor.

“ESPERO, PELA

LEITURA, AJUDAR A

PROMOVER A VIDA DE

OUTRAS PESSOAS,

TANTO QUANTO

MEUS PAIS FIZERAM

POR MIM AO ME

ESTIMULAR A LER E

A ME INTERESSAR

PELA HISTÓRIA"Você sempre gostou de ler? Qual a

influência da sua família nesse seu inte-

resse por leitura?

Meus pais eram cafeicultores pobres

do interior do Paraná. Tinham pou-

cos anos de estudo. Apesar disso,

valorizavam muito a educação e,

em especial, a leitura. Meu pai, que

havia estudado só até o quinto ano

primário, era um leitor voraz. Lia

obras de História e Filosofia que

tomava emprestadas ao pároco

local, um homem bastante culto.

Mesmo vivendo em uma região dis-

tante e carente de tudo, meus pais

conseguiram criar condições para

que todos os quatro filhos comple-

tassem o curso superior. Tenho mui-

to orgulho das minhas origens, o que

também reforça em mim um gran-

de senso de missão como escritor.

Espero, pela leitura, ajudar a promo-

ver a vida de outras pessoas, tanto

quanto meus pais fizeram por mim

ao me estimular a ler e a me interes-

sar pela história.

Page 8: Em Família Santa Maria ed 07

8 Entrevista

"ESTAMOS EM UM NOVO

SÉCULO QUE PEDE

UMA NOVA LINGUAGEM

E NOVOS FORMATOS

CAPAZES DE ATINGIR

NOVAS AUDIÊNCIAS OU

NOVOS PÚBLICOS."

Algum dia nos seus sonhos você imagi-

nou ter um best-seller sobre história?

Nunca imaginei que livros de História

do Brasil pudessem ter uma repercus-

são tão grande. Ainda hoje me surpre-

endo com a reação dos leitores. Rece-

bo dezenas de e-mails todos os dias,

nos quais fazem elogios, sugerem

temas para futuras obras e pedem

que eu não pare de escrever. Um livro

tem grande poder de transformação.

E o primeiro alvo da mudança geral-

mente é o próprio autor. Minha vida

mudou bastante desde que lancei o

“1808”, em 2007. Hoje passo boa par-

te do meu tempo lendo, pesquisando

ou viajando pelo Brasil para dar aulas,

fazer palestras e participar de sessões

de autógrafos e bate-papos com os

leitores. E confesso que nunca estive

tão feliz. O reconhecimento e o con-

tato com os leitores tem funcionado

como um elixir da juventude para

mim. Sinto-me renovado e com muita

energia para me dedicar aos futuros

livros.

Conhecer a sua própria história pode

mudar o presente e o futuro de um país?

O estudo de História é fundamental para

a construção do Brasil do futuro. Uma

sociedade que não estuda História não

consegue entender a si própria, porque

desconhece as razões que a trouxeram

até aqui. E, se não consegue entender a

si mesma, provavelmente também não

estará preparada para construir o futu-

ro de forma organizada e estruturada. É

quase impossível compreender o Brasil

de hoje sem estudar a vinda da corte de

D. João para o Rio de Janeiro e a influ-

ência decisiva que esse acontecimento

teve na Independência, em 1822. Eu

diria que todas as nossas características

nacionais, todos os nossos defeitos e

virtudes, já estavam presentes lá.

Livros são também importantes para

quem já saiu da escola há bastante

tempo?

Ler é uma das formas mais agradáveis

e prazerosas de aprender. Quem lê

consegue ir além dos limites da pró-

pria vida, porque amplia seus horizon-

tes com a experiência dos outros. Ao

ler um romance de Machado de Assis,

por exemplo, nós somos transportados

para outro lugar e outro tempo, no Rio

de Janeiro do final do Século 19, distan-

te da nossa realidade de hoje. Consegui-

mos, portanto, ter uma experiência de

vida anterior à época em que nascemos.

No caso dos livros de História do Brasil,

pode haver também um benefício de

natureza psicológica relacionado à for-

ma como nos identificamos em relação

ao nosso país. Hoje os brasileiros convi-

vem com um sério problema de autoes-

tima. O estudo de História mostra que

o Brasil não é pior nem melhor do que

qualquer outro país. É apenas diferente,

porque as nossas raízes são diferentes.

O que significa que o nosso futuro pro-

vavelmente também será diferente.

Qual o segredo para tornar a história do

Brasil atrativa para o leitor comum?

Procuro sempre observar os persona-

gens e acontecimentos com os olhos

de um leitor adolescente ou um adulto

mais leigo, não habituado a ler sobre

História do Brasil. Se esse leitor conse-

guir entender o que eu tento explicar,

todos os demais também entenderão.

Eu leio muito sobre o assunto, pesqui-

so documentos e visito os locais em

que as coisas aconteceram dois sécu-

los atrás. Apesar da distância no tem-

po, esses lugares ainda guardam hoje

muita informação para quem tiver o

olhar atento. Também procuro orienta-

ção adequada logo no início do projeto.

Por fim, ao escrever, tento ser o mais

Page 9: Em Família Santa Maria ed 07

claro e didático possível na linguagem.

Também me esforço para misturar na

narrativa elementos pitorescos e bem

humorados com uma mergulho mais

profundo das situações que descrevo.

Acho que ninguém precisa sofrer para

estudar História.

Qual a melhor maneira de se olhar para

a História do Brasil?

Infelizmente, a História do Brasil é

muito contaminada por dois tipos de

deturpações. A primeira é a chama-

da História oficial, que se esforça em

fazer em celebração épica dos heróis

e acontecimentos, como se eles tives-

sem construído ou dado origem a um

Brasil melhor do que o que vemos hoje

nas ruas, esquinas, morros e favelas.

É uma visão da história que predo-

mina especialmente em período de

ditaduras, como no ensino nas disci-

plinas de Organização Social e Política

Brasileira (OSPB) e Educação Moral e

Cívica durante o regime militar de 64.

A segunda deturpação é marcada por

uma tentativa de desconstrução des-

sa História oficial. São livros, filmes e

minisséries que banalizam os fatos e

personagens, como se pertencessem

a um Brasil viralatas indigno do seu

passado. É o que se vê, por exemplo,

no filme “Carlota Joaquina, Princesa do

Brasil”, de Carla Camurati, e na série de

televisão “Quinto dos Infernos”. A ver-

dade, como sempre, está no meio. O

que procuro mostrar nos meus livros

é que a História do Brasil tem, sim,

personagens engraçados, pitorescos

e caricatos, como D. João VI e Carlota

Joaquina, mas não se resume a isso.

Você acredita que por conta de "Harry

Potter", "Crepúsculo", "Lua Nova" os

jovens acabam sendo portas de entrada

interessantes para livros mais densos?

Eu não tenho qualquer preconceito

contra esses livros. Ao contrário, acho

que uma forma de estimular a leitura

numa faixa etária que, aparentemente,

não está lendo tanto quanto deveria. A

melhor forma de criar novos leitores é

associar a leitura a uma atividade pra-

zerosa. Por isso, melhor começar com

Harry Potter do que forçar uma criança

ou um adolescente a ler obras como as

de Machado de Assis mediante o risco

de passar ou reprovar num exame. O

risco, nesse caso, é afastá-la para sem-

pre dos livros. Se o estudante entender

que ler é sinônimo de prazer, no futuro

provavelmente se interessará também

por essas obras mais complexas e sofis-

ticadas do ponto de vista literário.

Você deu um passo à frente ao enten-

der que os leitores precisavam de uma

nova linguagem. Qual é o papel da

escola diante dessa nova realidade?

Tenho observado uma mudança na ati-

tude dos professores e das escolas em

geral. Estão mais empenhados em usar

uma linguagem acessível aos estudan-

tes e, no caso da História, uma narrativa

mais equilibrada dos acontecimentos

do passado. Isso é muito bom. O Brasil

vive um momento de mudanças com

a redução do números de pessoas que

viviam na pobreza absoluta e o cresci-

mento das classes “B” e “C”. Significa

que estamos, finalmente, conseguin-

do distribuir renda, emprego, saúde,

educação e outras oportunidades. Há

novos consumidores, novos leitores e

novos estudantes participando desse

processo de ascensão social. Temos

de ser generosos com eles produzindo

livros, aulas e material didático aces-

síveis na linguagem. O uso de uma

linguagem mais didática e acessível é

uma forma de democratizar e ampliar

o conhecimento no Brasil.

O que pensa dos e-books? Os escrito-

res têm de estar atentos a novos for-

matos?

O futuro do livro e o futuro do papel

são coisas diferentes. O formato papel

parece estar mesmo com seus dias

contados, mas o conteúdo dos livros

continuará a ser tão relevante quan-

to sempre foi. A República, de Platão,

que já foi uma obra prima no perga-

minho, permanece relevante hoje no

papel e continuará a ser nos meios

digitais. Nosso desafio, portanto, não

é a mudança nos formatos, mas a

qualidade do conteúdo. Estamos em

um novo século, que pede uma nova

linguagem e novos formatos capazes

de atingir novas audiências ou novos

públicos. Há um público jovem que,

aparentemente, não está lendo mui-

to no papel, mas passa boa parte do

tempo surfando na internet e é muito

seduzido pela linguagem audiovisual.

Por essa razão, daqui para frente nós

– jornalistas, escritores, professores,

historiadores, produtores de conhe-

cimento de forma geral – precisamos

ter estratégias multimídia para atingir

diferentes públicos.

Div

ulg

ação

Page 10: Em Família Santa Maria ed 07

10 Capa

Uma boa notícia. Os livros não vão acabar justamente porque só eles permitem a adultos e crianças recriar histórias, viajar por mundos reais e imaginários e serem protagonistas em um mundo que insiste em colocá-los como espectadores

A magiada leitura

Marcela e João Vitor

Cai

xa M

ágic

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ibei

rão

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to

Page 11: Em Família Santa Maria ed 07

"À s vezes, antes do café da manhã, eu já acredi-

tei em mais de seis coisas impossíveis.” A fra-

se é de Alice e a invenção linguística está no famoso

clássico de Lewis Carroll. Entretanto, o que se apre-

senta de uma forma simples e despretensiosa, talvez

seja a grande chave para definirmos a magia da leitu-

ra. Ler nos dá a possibilidade de acreditar no impos-

sível, de encontrar nas histórias de Monteiro Lobato

um caminho para uma vida melhor, com bonecas

que ganham vida, num ambiente que alimenta as

travessuras das crianças de todas as idades.

Entrevistamos muitos alunos maristas para com-

por essa reportagem e o melhor foi perceber que

a maioria deles sabe muito bem o que quer quan-

do toma um livro nas mãos: viajar. Curiosamente,

essa geração cercada de tecnologia tem as mesmas

expectativas que nossos avós quando o assunto é

literatura. Eles querem embarcar em um mundo de

sonhos, de conhecimentos reais e imaginários, de

fantasia; desejam dar um tempo no corre-corre diá-

rio que violenta a criatividade e a paz. Em resumo:

para Mateus Mera Barbosa, João Vitor Zeviani Montei-

ro de Barros e Marcela Marques Cilento, que apare-

cem nas fotos desta matéria, ler é uma forma incrível

de se relacionarem com autores de todas as épocas

e de construírem em suas mentes os cenários e os

detalhes de cada obra. Num filme isso não é possível.

Ali, tudo já vem processado, os vestidos têm cores

certas e as expressões são fruto do talento dos atores

e diretores. Quem lê um livro é livre para (re)criar.

A escola é, portanto, um ambiente que deve

investir em espaço adequado, em acervo que conta

com obras literárias clássicas, modernas e contem-

porâneas, de modo a se tornar a estação ideal para

que esse embarque aconteça.

A família é outra estação fundamental. Por esse

motivo, convidamos para um bate-papo a escritora e

mãe de aluno marista, Liana de Camargo Leão, tam-

bém professora de Literaturas de Língua Inglesa na

Universidade Federal do Paraná, doutora pela USP e

mestre pela UFPR e pela UFRJ. Ela aposta que a leitura

em voz alta e a conversa em torno do livro são funda-

mentais para construir pontes entre pais e filhos. “A

leitura compartilhada desenvolve a arte da conversa-

ção em família, é momento propício para se discutir

valores, desenvolver o vocabulário e o pensamento

abstrato”, explica. Confira trechos dessa conversa

com a escritora.

Page 12: Em Família Santa Maria ed 07

12 Capa

A INFÂNCIA FOI ENCURTADA?A infância é um período curto, hoje

ainda mais encurtado por um “ado-

lescer” precoce: as crianças são muito

cedo intimadas a entrar no mundo do

erotismo e do consumo. Mais do que

nunca é preciso recuperar a magia das

rimas, das cantigas de roda, dos con-

tos de fada e da literatura.

LINGUAGEM COMO FORÇA CRIADORAÉ no periodo da infância que a criança

vive a linguagem como força criado-

ra: “Mãe, tô apertada. Quero ir ao vaso

solitário.” O mesmo tipo de invenção

linguística está em Lewis Carroll (1832-

1898), o autor de "Alice no País Das

Maravilhas": “Às vezes, antes do café

da manhã, eu já acreditei em mais de

seis coisas impossíveis.” Carroll propôs

deliciosos neologismos: “Me deram

como presente de des-aniversário".

[em inglês, “un-birthday present”.]

Na abertura de Alice, Carroll convida

o leitor a passar ao mundo do faz-de-

conta: Alice segue o Coelho Branco

que carrega um relógio no bolso do

colete e está muito atrasado: “Ai, ai,

ai! Vou chegar atrasado demais!” Hoje,

somos como o Coelho Branco de Alice:

atrasados, apressados, correndo atrás

do tempo, um tempo que nos esca-

pa, um tempo do qual nos queixamos

sempre e que não nos permite ler.

FALANDO EM TEMPO, QUAL É O TEM-PO PARA A LEITURA? Entre as mais frequentes queixas das

mães quanto à educação dos filhos

está a de que eles preferem vídeo-

-games e televisão ao livro. A ausência

do livro na vida das crianças reflete a

ausência do livro na vida dos pais. Os

pais alegam falta de tempo para leitu-

ra. Ler requer tempo, requer disponi-

billidade, mental e emocional. E tempo

é questão de prioridade.

Em uma época de excesso de informa-

ção e excesso de oferta de produtos, o

ser humano passa a ser definido como

“espectador” e “consumidor”. São rou-

pas, ipods, ipads, celulares, aparelhos

eletrônicos que nos atraem com a pro-

messa de definir nossa subjetividade e

suprir nossas insatisfações. Entramos

no mundo do descartável, dos obje-

tos-símbolos que terminam por criar

em nós um vazio permanente.

O tempo do consumo é contínuo; e

nos consome. É um tempo acelerado

que nos atropela: consome a nossa

noção de identidade, nos encolhe,

nos diminui. O tempo da leitura é, ao

contrário, um tempo que expande o

ser humano. É também um tempo

de recolhimento, de introspecção, de

mergulho para dentro, de diálogo con-

sigo mesmo, um tempo de formação

do acervo pessoal, de nossa biblioteca

interna.

"A LEITURA PERMITE QUE NOSSAS

EXPERIÊNCIAS DE VIDA SEJAM

COMPARTILHADAS E É FUNDAMENTAL

PARA QUE AS CRIANÇAS PERCEBAM

QUE AS SUAS EXPERIÊNCIAS,

COMO CRESCER, SE APAIXONAR E

ENFRENTAR DIFICULDADES TAMBÉM

PODEM SER PARTILHADAS."

Page 13: Em Família Santa Maria ed 07

A LEITURA É UMA PROTEÇÃO CONTRA O EXCESSO DE ESTÍMULOS? Com certeza. Freud sugere que a

proteção contra estímulos é uma

função quase mais importante do que

a recepção dos estímulos. Desenvolver

a linguagem, a capacidade linguística

de expressar o pensamento e assim

possibilitar a criação de uma ponte

entre a experiência intelectual e a

experiência emocional para poder

construir linguisticamente a própria

história, o próprio relato e refazê-

lo a cada baque, quando a vida for

nos marcando, nos torcendo: isso

me parece essencial à formação de

uma subjetividade sadia, capaz de

superar conflitos e de auxiliar o outro

no enfrentamento e na superação

de etapas. Desenvolver a empatia e

aprender o caminho entre emoção

e intelecto são efeitos colaterais

da leitura. A leitura permite que

nossas experiências de vida sejam

compartilhadas e é fundamental

para que as crianças percebam que

as suas experiências, como crescer,

se apaixonar e enfrentar dificuldades

também podem ser partilhadas.

EDUCAR NÃO É TERCEIRIZARAdministrar é delegar tarefas e cobrar

resultados. Não sei se o modelo é ade-

quado quando se trata de criança, de

afeto, de leitura, de educação. Como

Liana Leão: “O livro é a casa que abriga a cabeça da gente”

"O TEMPO DA LEITURA É UM TEMPO DE RECOLHIMENTO, DE

INTROSPECÇÃO, DE MERGULHO PARA DENTRO, DE DIÁLOGO

CONSIGO MESMO, UM TEMPO DE FORMAÇÃO DO ACERVO

PESSOAL, DE NOSSA BIBLIOTECA INTERNA."

Entre os livros de Liana Leão

estão: "Shakespeare, Sua

Época e Sua Obra"; "O Livro

das Casas"; "O Livro dos Pés";

"Dona Salete de Copacabana

e Seus Amigos de Estimação",

em co-autoria com Luiz Otávio

Leão; “Julieta de Bicicleta";

"Diferentes: pensando

conceitos e preconceitos";

"A caixinha de narizes", em

co-autoria com sua filha

Anna Beatriz.

delegar a tarefa de compartilhar o

dia-a-dia com os filhos? Será que só

os professores, psicólogos, babás,

personagens de tevê e de videoga-

me podem popular a vida dos nossos

filhos? A principal “conversa” de uma

criança será com a televisão?

A leitura em voz alta e a conversa em

torno do livro constroem pontes entre

pais e filhos. A leitura compartilhada

desenvolve a arte da conversação em

família, é momento propício para se

discutir valores, se desenvolver o voca-

bulário e o pensamento abstrato.

E O FUTURO DO LIVRO?Vivemos uma mudança nos hábitos

de leitura: o livro digital, mais fácil de

produzir e distribuir, ecologicamente

correto, e, em breve, também mais

barato. Na escola isso significará mui-

to menos peso na mochila! E dá para

fazer anotações, apagar anotações,

aumentar a letra, etc. Quando a gente

fala em futuro do livro, pensa em futu-

ro do livro de papel. Mas o livro eletrô-

nico é o futuro do livro. O que importa

é o conteúdo e, é claro, a possibilidade

de acesso. O livro eletrônico traz aces-

so instantâneo.

Mais: Confira no blog da Revista Em Família uma

reportagem completa sobre o futuro da literatura

e os livros digitais. www.emfamiliamarista.com.br

Page 14: Em Família Santa Maria ed 07

14 Perfil

Como você descreve a magia de ler?

Para mim, ler é sempre uma viagem.

Conheço muitos lugares em diferentes

partes do mundo, não apenas porque

sempre viajei, mas porque leio bas-

tante. Para mim, ler é viajar sem sair

do lugar. A leitura proporciona à nos-

sa mente a possibilidade de estar em

todos os lugares descritos nos livros.

E a magia está quando visitamos fisica-

mente um lugar descrito em um livro

que já lemos! Isso acontece sempre

comigo. Essa relação do livro com a rea-

lidade é encantadora e cativante!

De onde vem sua paixão pelos livros?

Aprendi a amar os livros com a minha

mãe e meu avô. Aprendi com eles o

prazer da leitura e não a obrigação de

ler. Isso muda tudo na vida da gente!

A criança ou adolescente que só lê por

obrigação imposta pela escola nunca

vai desenvolver o gosto pela leitura.

Por isso, nós – pais, tios e avós – temos

a grande tarefa de mediar a leitura

com nossos filhos, sobrinhos e netos,

desenvolvendo neles o gosto pela lei-

Brilho nos olhos

tura. Na minha época, a internet e a

televisão não competiam com a leitura

no quesito entretenimento, o que tor-

nava mais fácil essa tarefa para minha

mãe e meu avô. Hoje, creio que o nos-

so maior desafio nessa área é orientar

crianças e adolescentes a buscar bom

conteúdo na internet. O meio pode ter

mudado, mas a mediação da leitura

ainda se faz necessária dentro de casa.

No ano passado, ainda como deputa-

do federal, você solicitou ao ministro

da Educação, Fernando Haddad, que a

leitura fosse incluída na pauta de priori-

dades de ações do ministério para este

ano. O que falta para o Brasil investir

mais em leitura?

Falta muita coisa! Mas, na área educa-

cional, o primeiro passo tem que ser

dado com os professores e não com

os alunos. Temos que fazer com que

os nossos professores sejam, primeiro,

leitores para depois pedir para que eles

estimulem a leitura em seus alunos. Nos

últimos anos, em razão das atividades

que promovo de leitura, tenho encon-

trado muitos professores que não leem,

que declaram publicamente que não

gostam de ler. Como um profissional

desses poderá formar novos leitores?

Nos tempos de Marista você lembra de

alguma obra ou atividade que o mar-

cou nesse sentido da literatura?

O colégio era como a extensão da minha

casa. Morava quase do lado! Éramos

adolescentes agitados pela idade e pela

mudança do ginásio para o científico.

Não lembro mais o nome dela, mas

tinha uma professora de Português que

quando falava sobre um livro, seus olhos

brilhavam! Esse era o mesmo encanta-

mento que eu via no meu avô, em casa.

Não tenho lembrança específica sobre

algum momento marcante, mas essa

sensação de estar em casa, de encontrar

na escola o mesmo ambiente que eu

tinha em casa, no que se referia à leitura,

é uma sensação que guardo até hoje!

Mais: Quer conhecer o programa conversa entre amigos? Então acesse o site www.conversaentre-amigos.com.br

O ex-aluno marista Marcelo Beltrão de Almeida é um devorador de livros. For-

mado pela PUCPR em Engenharia Civil, acionista do Grupo CR Almeida - um

dos maiores grupos empresariais brasileiros - é ex-deputado federal. Com uma

carreira tão extensa, apesar de ter apenas 44 anos, Almeida é mais conhecido por

ser um grande incentivador da leitura. Na Câmara dos Deputados, foi o criador e

presidente por três anos da Frente Parlamentar Mista da Leitura, que colocou os

assuntos de incentivo ao livro e à leitura na pauta política nacional. Em Curitiba

(PR), criou o programa “Conversa entre amigos”, no qual mais de mil participan-

tes leem uma mesma obra e depois participam de encontros para discutir o livro.

O programa já contou com as participações de escritores importantes, como

Laurentino Gomes, Caco Barcellos, Cristóvão Tezza, Domingos Pellegrini, Miguel

Sanches Neto e Roberto da Matta.

Page 15: Em Família Santa Maria ed 07
Page 16: Em Família Santa Maria ed 07

16 Dia a dia

Até para as supermulheres, elasticidade tem limiteComo a elástica Senhora Incrível, as mulheres se desdobram para cumprir vários papéis. Mas é preciso cuidado: sabemos o que acontece quando esticamos demais um elástico...

Maria Sandra Gonçalves

Helena é mulher bonita, dedicada a

cuidar da casa, dos três filhos e do

marido Roberto, que vive se queixan-

do dos problemas de trabalho. Você

certamente já foi apresentado à histó-

ria dessa heroína. Como? Não achou a

vida dela muito heróica? Pois Helena é

ninguém menos que a Mulher Elástica,

aquela que no filme “Os Incríveis” se vê

forçada a abrir mão da vida pacata e da

superproteção das crianças para salvar

o marido e o planeta das armas do mal-

vado Síndrome.

Na vida real a mudança de papéis

não é assim tão visível. As Helenas do

nosso dia a dia vão usando suas habili-

dades sem fazer muito alarde. Mesmo

que não estejam de uniforme vermelho

e máscara no rosto, as mulheres preci-

sam mesmo de muita elasticidade para

conciliar a vida doméstica, os cuidados

pessoais, a atenção aos filhos e – em

muitos casos – a dedicação ao trabalho.

Cada uma tem seus segredinhos

para dar conta de tudo. E, ao contrá-

rio do que aconteceria no cinema, nós

podemos revelá-los. Eles se resumem à

busca do equilíbrio.

Equilíbrio no trabalho, pois, mais

que presentes materiais, os filhos que-

Div

ulg

ação

Page 17: Em Família Santa Maria ed 07

Números incríveisA presença feminina na população econo-micamente ativa (PEA) é maior que a dos Homens, 17% comparando com os 13% masculinos. Já a participação feminina com nível superior ultrapassou a masculina e é de um pouco mais de 54%.Em 2010 a taxa de mulheres que trabalham com carteira assinada aumentou para 44%, em 2000 essa taxa era de 33%.As mulheres ocupam quase 22% dos cargos elevados (presidência, gerência...) no Brasil.A participação das mulheres no mercado de trabalho desde a década de 70 ao ano 2000 subiu de 17 para 35%.Fonte: IBGE (ibge.gov.br) e Rede Brasil Atual (www.redebra-silatual.com.br)

"AS HEROÍNAS TAMBÉM FALHAM. DÊ A SI MESMA O DIREITO DE APRENDER E PROGREDIR COM SEUS ERROS."

rem – e merecem atenção – com essa

máxima em mente, fica mais fácil deci-

dir entre assumir tarefas extras ou vol-

tar mais cedo para casa. Afinal, a pro-

moção que permite comprar uma casa

na praia também rouba muitas horas

de convivência familiar. Ponha tudo na

balança e veja o que vale mais a pena.

Os sábios alertam: “dinheiro perdido dá

para recuperar; tempo perdido jamais”.

Equilíbrio na divisão de tarefas.

Toda Mulher-Elástico pode atuar

melhor com o apoio do Sr. Incrível. Ou

seja, as mulheres podem – e devem

– compartilhar as tarefas com seus

companheiros. Quando os dois estão

sobrecarregados, é preciso encontrar

soluções simples para que toda a famí-

lia viva em harmonia. Quer um exem-

plo? Você adora levar as crianças para

a escola, mas, para isso, enfrenta um

estresse diário e deixa o trabalho atra-

sado. De quebra, vive se perguntando

por que essa tarefa cabe somente a

você. Resultado: a ida para a esco-

la (ou a volta) se transforma em um

momento de tensão. Que tal mandar

seus filhos de transporte escolar e se

organizar melhor para dar atenção a

eles em casa? Sem a pressão do trân-

sito e dos horários, as chances de boa

convivência entre pais e filhos aumen-

tam muito.

Na vida pessoal, o bom senso tam-

bém deve ditar as regras. É muito sau-

dável cuidar da aparência e da saúde,

mas se as visitas ao salão de beleza são

sempre mais sagradas do que as situa-

ções em que sua presença é requisita-

da na família, alguma coisa está errada.

O equilíbrio também se aplica a

autoavaliação. A autoindulgência exa-

gerada é um erro, mas culpar-se por

tudo traz resultados ainda piores.

Sabemos bem o que acontece se o elás-

tico for esticado demais. Não deu para

ir à reunião do colégio? Paciência. Mar-

que um horário particular com a pro-

fessora. Exagerou na dose ao chamar

atenção dos filhos? Peça desculpas. As

heroínas também falham. Dê a si mes-

ma o direito de aprender e progredir

com seus erros. Se a angústia aparecer,

esqueça as soluções incríveis e vá pelo

caminho certeiro: procure alguém com

um ombro amigo e disponibilidade

para ouvir um desabafo.

Maria Sandra Gonçalves é jornalista e mãe dos

alunos maristas Daniel e Mariana.

Page 18: Em Família Santa Maria ed 07

18 Olhar por Fabrício Carpinejar

Felicidade não tem fim, tristeza simQuando não era pai, o riso pedia um motivo. Uma função. Uma explicação. A piada tinha que ser muito engraçada. Hoje a vida é mais engraçada do que a piada

M eus filhos nunca perguntam: por

que está triste? Eles me fazem

feliz antes de perguntar. Só passei a rir à

toa depois da paternidade. Rir por nada

mesmo. Rir porque vejo meu filho dese-

nhando uma casa com pernas ou reparo

no modo como ele segura o garfo, igual

à avó. Ou observando a concentração da

filha diante da televisão ou seu bocejo

esquecendo a proteção das mãos. Quan-

do não era pai, o riso pedia um motivo.

Uma função. Uma explicação. A piada

tinha que ser muito engraçada. Hoje a

vida é mais engraçada do que a piada.

Ao largar a pasta do trabalho, há um alí-

vio de que serei abraçado pelos filhos

até ser derrubado. Levantarei as pernas

para cima, desistindo das reservas. Meu

riso dá cambalhotas sem colchão.

Eu recebo diariamente pilhas de

livros. Poderia confessar que felicidade

é permitir que o Vicente abra os paco-

tes e me conte os títulos. Ele fica aluci-

nado em ajudar. Mas os livros foram se

espalhando, tomando os corredores. A

esposa me advertia do avanço do escri-

tório pelas peças. Tomei jeito e resolvi

pedir novas estantes. Garantiria folga

momentânea do problema e o filhote

seguiria rasgando os envelopes.

O marceneiro chegou, amaciado

de sotaque espanhol. Expliquei o que

desejava e fui para minhas atividades.

Não cessava de falar enquanto encaixa-

va os parafusos.

– Em que você trabalha?

– Sou escritor e professor.

– Professor de onde?

– Da Unisinos...

– Ah, a Unisinos, minha filha estuda lá, no

curso de Letras, ela é aplicada.

(Neste momento, vi que ele apenas

encontrava um motivo para falar da

filha. Achou o sinal do petróleo e não

cessaria sua perfuração.)

– Que bom, parabéns...

– Não, parabéns para ela, que não puxou

o pai e se dedicou a estudar. Quando olho

para minha filha, me sinto realizado. Tudo

o que passei na vida não teve borracha.

– Não teve borracha?

– Pai não apaga nada que viveu depois dos

filhos. Não põe fora nem um desenho...

Eu freei uma gargalhada desavisada.

Na última semana, fui ao lançamento de

um livro de alunos da Unisinos. Quando

me escorei para pedir um autógrafo,

Teresa, uma das autoras, me encarou:

– Põe esse livro na sua estante.

– Sim, vou colocar.

– Na estante de meu pai.

– Como?

– Ele fez sua biblioteca. Tenho orgulho

dele. Me ensinou a escrever e nem sabe.

O lápis que ele usava na orelha para

medir a altura das paredes, sua filha

pegou para escrever e alargar as pala-

vras. Felicidade é quando o filho coinci-

de com o pai e a mãe – e nenhum deles

precisa ter consciência disso.

Fabrício Carpinejar é poeta, autor de Meu Filho, Minha Filha (Ed. Bertrand Brasil, 2007), entre outros livros

Page 19: Em Família Santa Maria ed 07

Nas próximas páginas você vai encontrar o conteúdo

exclusivo do Marista Santa Maria. A revista Em Família

é uma excelente oportunidade de reforçarmos o nosso

compromisso com uma educação de excelência, pauta-

da em valores. Aqui trazemos algumas histórias, proje-

tos e principalmente um pouco das ideias que refletimos

juntos aos seus filhos todos os dias. Em cada aula, em

cada momento ou experiência partilhada, há um pou-

co de luz e de inspiração para fazer de cada criança ou

jovem um ser humano melhor, mais capacitado e mais

sensível às necessidades do mundo que está à sua volta.

Enfim, uma pessoa mais feliz.

Inspirar é preciso

Page 20: Em Família Santa Maria ed 07

20 Com a palavra Gerson Luis Carassai - Diretor Geral

Um novo tempoEm clima de harmonia e descontra-

ção, o Colégio Marista Santa Maria

deu início ao ano de 2011. A nossa tra-

dição como instituição de ensino aliada

à modernidade nos coloca em sinto-

nia com os ideais de Champagnat, um

homem cujo pensamento foi além das

ideias educacionais do seu tempo ao ela-

borar e aperfeiçoar um sistema de valo-

res educativos, aliado às mais eficazes

abordagens pedagógicas de sua época.

É motivo de orgulho para todos nós

educadores começar o ano com proje-

tos inovadores adaptados ao estudante

de hoje, que nos surpreende a cada dia.

Outro motivo de satisfação foi a

possibilidade de executarmos impor-

tantes reformas no período de férias

escolares. Concluímos a ampliação da

praça de alimentação das duas can-

tinas, e já no primeiro mês do ano

acompanhamos muitos pais almoçan-

do com seus filhos, que agora têm um

espaço mais protegido e adaptado.

Entendemos que a convivência familiar

é essencial para a formação do caráter

dos nossos alunos e o investimento

permite que os pais possam conhecer

os amigos e os pais dos amigos de seus

filhos. Um dos principais valores maris-

tas é o "Espírito de Família" e procurare-

mos sempre incentivar esta integração.

Também substituímos o piso das

quadras e colocamos assoalho de

madeira nas salas de dança do piso

superior do ginásio; no espaço desti-

nado ao período ampliado, aumenta-

mos e reformamos a área externa e o

refeitório. Realizamos ainda diversos

ajustes no prédio da Educação Infantil.

As reformas, para este ano, não

param por aí. O auditório, que desde

a sua fundação não passa por modi-

ficações significativas, fechará em

março para reforma. Nossa intenção é

transformá-lo num espaço ainda mais

ativo para a realização dos eventos do

Colégio, assim como transformá-lo

num espaço cultural diferenciado para

a nossa cidade. A sua reinauguração

está prevista para o segundo semestre,

antes da 1ª Olimpíada Marista, que será

realizada em parceria com o Colégio

Marista Paranaense e reunirá alunos de

todas as quinze escolas da Província

Marista do Brasil Centro-Sul.

Animados e comprometidos com

mais um ano que se inicia, o Colégio

Marista Santa Maria deseja aos alunos e

pais um excelente 2011.

Um dos principais

valores maristas é o

"espírito de Família"

e procUraremos

sempre incentivar

esta integração

Page 21: Em Família Santa Maria ed 07
Page 22: Em Família Santa Maria ed 07

O que levar na lancheira do meu filho?Um estudo nutricional realizado

no ano passado com 45 crianças

da Educação Infantil do Marista Santa

Maria revelou que as crianças até inge-

rem alimentos saudáveis, como frutas,

na hora do lanche, no entanto, estas

frutas geralmente vêm acompanhadas

de alimentos hipercalóricos.

Os resultados obtidos preocupam

e revelam uma realidade brasileira: o

consumo de alimentos pouco nutriti-

vos, também chamados de junk food,

tem crescido muito nos últimos anos.

Rever esses hábitos é imprescindível e

um dos momentos importantes para

esta análise está na escolha criteriosa

de cada alimento que vai na lancheira

das crianças. Mas aí fica a pergunta:

Que componentes nutricionais devem

compor a lancheira das crianças?

Para a nutricionista Kátia Regina

Castro de Lacerda, uma lancheira sau-

dável deve ser composta de três grupos

alimentares: os energéticos (carboidra-

tos: cereal matinal, biscoitos secos, bis-

coitos integrais, pão), os construtores

(proteínas: bebida láctea ou à base de

soja em caixa longa vida) e os regulado-

res (frutas ou legumes).

Ela explica que alguns pais não se

preocupam com os hábitos alimenta-

res de seus filhos por eles não serem

obesos. Neste caso, Kátia faz um alerta:

“A obesidade não é a única consequên-

cia da má alimentação. Existem outros

problemas como anemia, osteoporose,

colesterol alto, baixa imunidade, pres-

são alta e diabetes, que podem apare-

cer independentemente do aumento

de peso”, destaca.

De OLhOComo trocar guloseimas como bis-

coitos recheados, salgadinhos e refri-

gerantes por alimentos mais nutri-

tivos? A tarefa pode não ser fácil,

mas nada que um combinado com

a criança não resolva. Assim foi com

Karime Haviaras Nogara, mãe da Gio-

vanna, do Infantil 4. A ajuda da escola

também foi fundamental. “As profes-

soras sempre nos contam como foi a

aceitação da criança com o lanche”,

conta a mãe.

A assessora pedagógica Antoniella

Polinasi Cavassin destaca que a esco-

la procura sempre orientar os pais em

relação à alimentação saudável. “Proi-

bimos o refrigerante e o salgadinho de

pacote e orientamos que o pai escolha

um lanche adaptado ao que a criança

está acostumada a comer em casa. Se

vemos excesso de alimentos calóricos,

orientamos as famílias”, diz.

O qUe nãO é aCOnseLháveL estar na LanCheira Das Crianças? Alimentos muito perecíveis, que neces-

sitem de refrigeração: iogurte, queijos,

requeijão, carnes e presunto. Além dis-

so, deixar fora as guloseimas como sal-

gadinhos, balas, biscoitos recheados e

todo tipo de fritura.

qUais as meLhOres frUtas para pOr na LanCheira?Aquelas que podem ser ingeridas com

casca (maçã, pêra, pêssego) ou descas-

cadas na hora pela criança (banana), pois

assim mantém sua propriedade nutricio-

nal até a hora do consumo.

a meLhOr LanCheira é a térmiCa? A lancheira térmica mantém um pouco

mais a temperatura do alimento, porém

não é suficiente para manter certos ali-

mentos próprios para o consumo, ou

seja, não tem o mesmo efeito de conser-

vação da geladeira. Mesmo que a lan-

cheira seja térmica, não se deve mandar

alimentos que precisem de refrigeração.

Fonte: Katia Regina Castro de Lacerda

22 Educa� educação infantil

Page 23: Em Família Santa Maria ed 07

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Page 24: Em Família Santa Maria ed 07

No fim do ano letivo, nada mais

comum do que pensar em férias.

Ainda mais quando se está no Tercei-

rão, afinal se preparar para o vestibular

não é uma tarefa das mais fáceis. No

entanto, 45 jovens do Colégio Marista

Santa Maria trocaram dias de viagens e

descanso e partiram para uma missão,

uma oportunidade única de troca de

experiências e vivências com crianças

e jovens em situação de vulnerabili-

dade social. Assim é a Missão Solidária

Marista, um projeto da Pastoral Juvenil

Marista (PJM), que proporciona aos ex-

-alunos uma sensibilização para pensar

e repensar seu projeto de vida.

Os jovens são acolhidos nas casas

das famílias da comunidade, fazem ofi-

cinas com as crianças e realizam refor-

mas no local. “A cada lixada, pincelada e

suor pensava nas crianças que utiliza-

riam tudo aquilo mais tarde”, diz o mis-

sionário Rafael Graf, que esteve entre

os dias 22 e 29 de janeiro deste ano na

cidade de São José (SC), participando

pela primeira vez da Missão Marista.

24 Ser melhor

Jovens que transformamAlunos vivem experiência de solidariedade em Missão Solidária Marista.

“A Missão Soli-

dária é uma

experiência que

marca a vida da

gente no último

ano de estudos.

Temos tantas

preocupações

no ano que nos preparamos para o vesti-

bular e ao chegar nas comunidades nos

deparamos com problemas muito maio-

res, como a falta de perspectiva de vida.

De toda a experiência fica um compro-

misso de renovação. Hoje sou catequista

no Colégio e coloco esse trabalho como

prioridade na minha rotina.”

Victor Miguel Castillo de Machado

“Sempre me

achei vaidosa

e 'patricinha'

e quando fui

chamada para

participar da

Missão Solidá-

ria achei que

não fosse me adaptar. No início, estava

com medo e insegura por estar num bair-

ro humilde. Confesso que foi um choque

ao ver de perto o que eu só via pela tele-

visão. Muitos preconceitos que eu tinha

foram quebrados. Agora, percebo que sou

mais atenciosa com o próximo e não que-

ro parar mais de ajudar a quem precisa.”

Izabella Cristhina Conrad

Page 25: Em Família Santa Maria ed 07

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Venha conhecer nossas unidades!Venha conhecer nossas unidades!

Page 26: Em Família Santa Maria ed 07

26 Caleidoscópi�

Em fevereiro, ex-alunos contaram

a experiência que viveram na

Missão Solidária Marista.

Crianças da Educação Infantil

mexem o corpo nas aulas

de Educação Física.

Com a volta às aulas, alunos

encontraram uma nova estrutura

que veio proporcionar um ambiente

com maior conforto e segurança.

Crianças do Infantil se divertem com

os novos brinquedos de borracha.

Na praça de alimentação das duas

cantinas, alunos e pais contam agora com

um espaço mais protegido e adaptado. O piso das quadras do ginásio

foi substituído e está agradando

aos atletas do Santa.

Page 27: Em Família Santa Maria ed 07

Alexandra Veiga, 15 anos, aluna do

2º ano do Colégio Marista Santa

Maria, é uma das responsáveis pela

recente conquista histórica do softbol

brasileiro. Jogando pela seleção brasi-

leira, ela e mais 12 meninas conquista-

ram o campeonato mundial, categoria

sub-16, nos Estados Unidos. A vitória

foi contra a seleção americana South

Florida Minibulls.

Alexandra começou jogando beise-

bol com oito anos. Aos 12, ela se encan-

tou pelo softbol, versão mais tranquila

e um tanto modificada do beisebol

que faz a preferência feminina. Há seis

meses na seleção, Alexandra defen-

de o Brasil ocupando a primeira base,

“é uma posição bem movimentada.

Como a maioria das bolas rebatidas são

rasteiras, geralmente jogam a bola para

mim, assim eu posso tirar a rebatedora

da rodada”, conta a atleta.

Apesar de o Softbol não ser um

esporte muito difundido no país, Ale-

xandra acredita que com as conquis-

tas recentes das seleções femininas,

o reconhecimento vai aumentar. “Às

vezes é difícil de conseguir patrocínio,

mas apesar de tudo o Brasil é tido como

um time muito disciplinado, e é respei-

tado nas competições”.

Hoje, a jogadora estuda, treina

softbol quatro vezes por semana

e ainda joga handebol pelo Santa

Maria. A jornada é longa, mas ela faz

o que gosta. Para o futuro, os planos

incluem continuar treinando e com-

petindo, e claro, prestar vestibular.

E no meio de tudo isso, Alexandra

quer tentar uma carreira nos Estados

Unidos. “Quero conseguir uma bolsa

de estudos em alguma universidade

americana para estudar e jogar soft-

bol ao mesmo tempo.”

27Destaque

Aluna Alexandra Veiga vence campeonato de softbol nos Estados Unidos

Campeã mundialVirginia F. Crema

O qUe é sOftBOL?

Criado como uma variação mais leve

do beisebol (soft é “leve” em inglês),

tem praticamente as mesmas regras.

As principais diferenças entre as duas

modalidades são as dimensões da bola

(maiores no softbol), as dimensões do

campo (menor do que o de beisebol) e o

tempo de jogo. O esporte foi incluído no

programa dos Jogos Olímpicos a partir

de 1996.

Fonte: Wikipedia

Page 28: Em Família Santa Maria ed 07

28 Diz aí

“Eu acredito que as novas tecnologias

vieram para ajudar o aluno na hora do

estudo. Eu e a minha colega de sala, a

Camila, usamos o Skype sempre quando

estamos estudando. Combinamos de

iniciar os exercícios juntas e cada uma de

sua casa usa o Skype para se comunicar

e tirar dúvidas uma com a outra. Vamos

resolvendo as questões e verificando

como cada uma fez e assim aprende-

mos juntas. É mais rápido e mais produ-

tivo que fazer tudo sozinha. No entan-

to, não podemos perder o foco nunca,

esquecemos o MSN e o Orkut pois, do

contrário, vamos perder muito tempo

para terminar a tarefa. Utilizo a internet

também para me aprofundar em algu-

mas notícias da atualidade. A notícia

online, dependendo onde você encon-

tra a informação, é muito mais completa

que na TV. Navegando pela web consigo

estar por dentro dos detalhes do que

está acontecendo no mundo.”

Sabine Kahale

“Ou eu estudo ou uso a internet. Ela

atrapalha muito, pois distrai quando

preciso me concentrar no que estou

fazendo. A busca no Google pode faci-

litar muito, mas, às vezes, nos leva a

páginas e informações que não têm

nada a ver com a verdade. Se, na hora

de estudar, o aluno ficar na frente do

computador, acabará uma hora ou

outra entrando em joguinhos e esses

joguinhos normalmente viciam e tiram

todo o foco dos estudos. Isso sem con-

tar que, na hora de fazer os trabalhos da

escola, há alunos que copiam e colam o

que encontram na internet, entregam

para a professora sem ao menos ler o

que fizeram. Tarefa feita assim eu não

considero e é claro que esses alunos não

vão aprender nada. A situação fica ainda

pior quando o aluno acredita que todo

o conteúdo que está ali é confiável. Eu

confio mais nas reportagens de revistas

do que o que encontramos na internet.”

Guilherme Pansanato

“A internet pode ajudar ou atrapalhar.

Tudo depende de como você a utiliza.

Ajuda, quando preciso trocar alguma

informação com o professor. Mando a

dúvida da lição por e-mail e assim vou

tirando as minhas dúvidas sem precisar

esperar a próxima aula. Também posso

tirar dúvidas em algumas páginas onli-

ne que considero confiáveis ou que os

professores indicam. Às vezes, acesso

a Wikipedia, mas como sei que quem

posta os textos é qualquer pessoa, fico

com um pé atrás. Todo cuidado deve ser

tomado. Alguns sites ajudam bastante

na hora de estudar inglês. Busco palavras

nos tradutores e assim vou ampliando o

meu vocabulário. Quando estou estu-

dando, deixo o MSN de lado, pois posso

me distrair quando alguém quiser falar

comigo num momento que estou con-

centrado nos estudos. Não tenho Orkut,

nem Facebook. Concordo com a minha

mãe que isso é coisa de adulto.”

Hamilton Mussi Corrêa

No nosso dia a dia dificilmente passamos sem recorrer aos recursos que a internet oferece. Cada vez

mais, parece impossível imaginar a vida sem ela. Mas, e nos estudos? Qual a relação que os alunos vêm

tendo com as facilidades tecnológicas? Orkut, Skype, MSN, Google, e-mails, banda larga e uma infinidade

de opções provocam opiniões variadas. Para uns, a internet é uma importante aliada na hora de estudar e,

para outros, sinônimo de distração. E você? Acha que a internet ajuda ou atrapalha nos estudos?

internet: aliada ou vilã?

Page 29: Em Família Santa Maria ed 07

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Page 30: Em Família Santa Maria ed 07

Lavinia Yuuki Koike tem apenas

sete anos. Aprendeu a ler o ano

passado e desde então é uma devo-

radora de livros. Figurinha conhecida

na biblioteca da escola, ela sempre

está emprestando e renovando livros.

“Empresto uns dois livros por semana

e conheço a bibliotecária do colégio

desde que eu aprendi a ler”, conta

orgulhosa. Lavinia lembra quando a

sua mãe contava histórias e ela ficava

imaginando todos os personagens.

“Era muito divertido e agora que já

sei ler, prefiro livros que não tenham

gravuras, assim posso imaginar cada

história do meu jeito.” Para Lavinia,

pessoas que gostam de livros como

ela terão menos dificuldades para ler

e escrever.

Crianças como Lavinia são uma rari-

dade se considerarmos a realidade bra-

sileira. Um levantamento do Instituto

Pró-Livro confirma que o brasileiro lê

pouco. São 77 milhões de não leitores

(considerado pela pesquisa aqueles

que declararam não ter lido nenhum

livro nos últimos três meses), dos quais

21 milhões são analfabetos. Já os lei-

tores, que somam 95 milhões, leem,

em média, 1,3 livro por ano. Incluídas

as obras didáticas e pedagógicas, o

número sobe para 4,7 – considerado

ainda assim baixo.

Os dados estão na pesquisa Retra-

tos da Leitura no Brasil, feita com

5.012 pessoas em 311 municípios de

todos os Estados em 2007. A mesma

pesquisa revela que a maior influência

para a formação do hábito da leitura

vem dos pais e é na escola que o hábito

se consolida.

inOvar para enCantarNas salas de aula do Colégio Marista

Santa Maria é comum identificar pro-

jetos inovadores de incentivo à leitura,

à oralidade e à produção escrita desde

as séries iniciais até o Ensino Médio.

Para a assessora psicopedagógica

Danielle Barriquello, os professores

buscam conectar-se às novas formas

de aprender reveladas pela criança e

pelo jovem do século XXI. O Projeto

Biblioconexões está oportunizando

ainda mais o aprofundamento de lei-

turas, promovendo ações didáticas

que dialoguem com a arte, as novas

30

Projeto Biblioconexões incentiva hábito de ler ao interagir com arte, tecnologia e solidariedadeBrisa Teixeira

Conectando saberes

Educa� ensino fundamental

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ski

Page 31: Em Família Santa Maria ed 07

tecnologias, a interação família-escola

e a solidariedade.

“A vivência desse projeto é um

reencontro para pais e professores

com a sua própria infância, o que

ajudará muito para o sucesso das ati-

vidades, uma vez que encontrar-se

com sua própria história em um novo

tempo e com outras infâncias e juven-

tudes mobilizará novas perguntas”, diz

Danielle.

A iniciativa traz para a sala de aula

a análise de obras de autores consa-

grados, músicas, poemas e filmes rela-

cionados às obras de Monteiro Lobato.

“Assim que eu soube que trabalharía-

mos as obras de Monteiro Lobato fiquei

emocionada, pois remete à minha

infância, a época mais incrível da minha

vida.” Foi com assim, entusiasmada,

que a professora de 5ª série Cristiane

Morais deu início ao seu trabalho no

início do ano.

A mesma empolgação se esten-

de para os pais. “Descobri Monteiro

Lobato lendo ‘Os Doze Trabalhos de

Hércules’ para o meu filho”, conta

Adriana Sbicca, mãe de Daniel, da 4ª

série. Ela ficou surpresa quando viu

um livro de Monteiro Lobato na lista

de material desde ano. “Conversando

com professores descobri que se tra-

tava do projeto Biblioconexões. Achei

a ideia fabulosa e quero acompanhar

com o meu filho tudo o que vai acon-

tecer”, diz.

R.: Não, essa afirmação foi feita, sem nenhum constrangimento, por Bill Gates, o multimilionário da informática.

qUizz em famíLia"meus filhos terão computadores, sim,

mas antes terão livros."

Quem disse essa frase? Um escritor

famoso, um jornalista, um professor?

Page 32: Em Família Santa Maria ed 07

Chegou o momento de se pre-

parar para o vestibular. Agora é

focar nos estudos e deixar algumas

atividades extras de lado, pelo menos

este ano. Pensamentos como esses

são comuns nos vestibulandos. Na

busca de bons resultados, é comum

os estudantes negligenciarem algu-

mas atividades físicas e artísticas para

focarem em um objetivo específico.

No entanto, segundo a psicoterapeuta

especializada em adolescentes, Lucia-

na Kotaka, essa escolha nem sempre é

a mais adequada.

Segundo ela, as atividades físicas

liberam endorfinas que proporcionam

a sensação de bem-estar, estimulando

e dando mais energia para desempe-

nhar outras atividades diárias, além de

ser um momento especial que permite

estar em contato consigo mesmo. “Já

a atividade artística ajuda o aluno a sair

do foco das atividades rotineiras, e per-

mite um momento para o vestibulando

relaxar”, explica.

A psicoterapeuta defende que o

momento de lazer faz parte do pro-

cesso de preparação para o vestibular.

“O corpo e o cérebro necessitam des-

se momento para melhor fixação das

matérias estudadas. Se permitir a rela-

xar ajudará muito na assimilação dos

conteúdos, o que trará benefícios reais

para o estudante”, destaca.

permita-se parar pOr Um tempOÉ fundamental que o aluno escolha

uma atividade que goste muito, que

proporcione prazer e tenha a capaci-

dade de fazer com que se desligue dos

estudos por um tempo. Enzo Fonseca

Veiga e Marjorie Pavese Ferreira são

bons exemplos de alunos que sabem a

hora de estudar e de “pegar leve”.

“Enquanto estudo piano vou crian-

do e brincando e isso me ajuda a rela-

xar”, diz Enzo, que sonha em cursar

Composição na Escola de Artes Juilliard,

em Nova Iorque. “Quando estou na

frente do piano tocando, minha mente

sai da escola, do vestibular e entro na

música. Acredito que esses momentos

vão refletir positivamente no meu psi-

cológico e na minha saúde.”

Marjorie vai tentar vestibular para

Medicina e começou Muay Thai há

cinco meses. Mesmo com o início das

aulas no 3º ano e sabendo da mara-

tona de estudos que vem por aí, ela

em nenhum momento pensou em

parar. “Treino todos os dias e enquan-

to estou ali não penso nos estudos. A

atividade me deixa mais calma e ajuda

a desestressar.”

32

Corpo são, mente sãSaber dosar estudos e lazer é uma excelente receita para se dar bem no vestibular

Educa� ensino médio

• Separe horários e até um dia da sema-

na para relaxar.

• Distribua bem as horas de estudo para

que no final não seja prejudicado pelo

cansaço mental ocasionado pela dedi-

cação excessiva aos estudos.

• É importante chegar do colégio, des-

cansar um tempo e recomeçar os

estudos.

• Reserve um tempo no meio do dia ou à

noite para praticar uma atividade física,

por isso o ajudará a relaxar, se desli-

gando por algumas horas.

*fonte: Luciana Kotaka

eqUiLíBriO é fUnDamentaL

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Page 33: Em Família Santa Maria ed 07
Page 34: Em Família Santa Maria ed 07

34 Gente noss�

ser maristaA palavra "Marista" para mim tem

grande significado e importância.

Estudei no Santa Maria por 12 anos e

São Marcelino Champagnat sempre foi

referência na escola. Contudo o des-

pertar marista ocorreu na minha vida

somente nos últimos anos de colé-

gio, ainda que o convite para a parti-

cipação de grupos e eventos tenham

sido muitos, durante este período.

Este encantamento pelos valores

maristas e pelas atividades pastorais

surgiu por convite de um amigo para

um dos acampamentos propostos

pelo Colégio chamado “Luz na Flores-

ta”. Tudo na vida tem seu tempo certo

e este retiro apareceu na hora exata,

até então eu nunca havia me permiti-

do sensibilizar pelos valores Maristas. O

Colégio Marista Santa Maria, através da

Pastoral, lança sementes no coração de

jovens para que brote o que eles têm

de melhor - a simplicidade, modéstia,

espiritualidade, disposição, presença -

mas que muitas vezes ficam guardadas

e não temos a oportunidade de flores-

cer. Às vezes nos falta um ambiente

acolhedor, um olhar marista e uma

atenção incondicional, a qual nos foi

ensinada pela Boa Mãe. Foi neste lugar

que encontrei tudo isso, pude concre-

tizar o que não conseguia traduzir em

ações, mas que sempre esteve comigo.

É aprendendo e ensinando, escutando

e partilhando, rindo e chorando que

evoluímos com o processo. A Pastoral

Juvenil Marista me ajudou a compre-

ender que não importa a religião, dou-

trina, cor, classe social e também que

temos vontades, sonhos e caracterís-

ticas diferentes. Sendo assim a paciên-

cia, a serenidade e o amor têm sempre

que prevalecer.

Trabalhar hoje numa instituição

que fez a diferença na minha vida, com

pessoas, alunos, professores e funcio-

nários especiais, está sendo um grande

aprendizado. Nada é tão prazeroso do

que trabalhar a favor da paz, amizade,

justiça, espiritualidade, simplicidade,

coisas simples que todos nós trazemos

em nossos corações. Precisamos ape-

nas permitir e querer florescê-las em

nosso dia a dia.

Andrey Zanello Milléo

a pJm me aJUdoU

a compreender

qUe a paciência, a

serenidade e o amor

têm sempre qUe

prevalecer

Page 35: Em Família Santa Maria ed 07
Page 36: Em Família Santa Maria ed 07

36 Vestibular

É preciso aprender a lidar com o problema da tensão pré-vestibularFabíola Almeida

Abaixo a TPV!

“Foi a melhor sensação do mun-

do!”. É assim que a ex-aluna

Marista, Iana Dornelas Fonte Boa, des-

creve o que sentiu ao ver o nome na

lista dos aprovados. Mas a caloura em

Direito lembra que a preparação não

foi fácil e no 3º ano chegou a recorrer

a acompanhamento psicológico para

controlar a ansiedade pelo vestibular.

Assim como Iana, vários estudan-

tes sofrem com a tensão pré-vesti-

bular (TPV). Um levantamento feito

com 1.046 vestibulandos verificou

que 56,3% apresentaram sintomas de

ansiedade, considerando os níveis de

intensidade leve, moderado e grave.

Dentre os estudantes que apresenta-

ram transtorno depressivo, destacou-

-se a prevalência mais elevada em

meninas (59,3%) do que em meninos

(28,4%). De todos os participantes da

amostra, 947 (90,5%) responderam

ainda que o vestibular alterou seus

hábitos de vida, sendo as principais

modificações na vida social com ami-

gos, no relacionamento familiar, no

sono, na atividade física e na alimenta-

ção. O estudo foi comandado pelo psi-

quiatra Daniel Guzinski Rodrigues, da

Universidade Luterana do Brasil (Ulbra),

e pela psicóloga Cátula Pelisoli, da Uni-

versidade Federal do Rio Grande do Sul

(UFRGS)*.

Page 37: Em Família Santa Maria ed 07

“ESTUDAR DEMAIS POR OBRIGAÇÃO PODE ATRAPALHAR MAIS DO QUE AJUDAR, PORQUE VOCÊ ACABA SE SOBRECARREGANDO E NÃO FIXA DIREITO O QUE APRENDEU. ACHO IMPORTANTE TER UM TEMPO PARA SE DIVERTIR E PENSAR EM OUTRAS COISAS, SENÃO FICA DIFÍCIL AGUENTAR A PRESSÃO DO VESTIBULAR.”Andre Luis Tavares

O ex-aluno Andre Luis Tavares, apro-

vado no Programa de Avaliação Seriada

(PAS), da UnB, e na Unicamp para o cur-

so de Ciência da Computação, reforça

a ideia de que a tranquilidade pode ser

um diferencial na hora de realizar as

provas. “Estudar demais por obrigação

pode atrapalhar mais do que ajudar,

porque você acaba se sobrecarregan-

do e não fixa direito o que aprendeu.

Acho importante ter um tempo para

se divertir e pensar em outras coisas,

senão fica difícil aguentar a pressão do

vestibular.”

TENSÃO PRÉ-VESTIBULAR Conhecida como TPV, a tensão pré-

-vestibular é quase inerente à vida dos

estudantes. Dificuldade de concentra-

ção, inquietação, dores de cabeça e

musculares, além de tonturas, são sin-

tomas típicos da TPV, de acordo com

a pesquisa. O medo da reprovação, as

incertezas relacionadas ao desempe-

nho no dia da prova, a forte cobrança

da família e de amigos, são situações

que acabam contribuindo para o sur-

gimento da ansiedade que, em muitos

casos, pode ultrapassar os limites da

normalidade e prejudicar o desempe-

nho.

A ex-aluna Fernanda de Carvalho,

recém-aprovada no PAS e no vestibu-

lar para o curso de Nutrição, conta que

com ela não foi diferente: “No último

ano procurei ficar mais calma e encarar

a prova com menos pressão, acho que

isso pode ter ajudado”.

A professora de Física Samara Mei-

ra acompanha os alunos na Central de

Vestibulares do Maristão, em Brasília, e

sugere que os jovens não mudem mui-

to a rotina: diversão, atividades físicas e

alimentação saudável ajudam a manter

o equilíbrio. “Exercite o pensar, exer-

cite a capacidade de crítica, exercite

o hábito da leitura”, destaca. Em resu-

mo, a TPV não mata, mas impede viver

intensamente um dos períodos mais

bonitos da vida.

* Para ler o artigo "Ansiedade em vestibulandos:

um estudo exploratório", de Daniel Guzinski Ro-

drigues e Cátula Pelisoli, disponível na biblioteca

on-line SciELO (Bireme/Fapesp).

Page 38: Em Família Santa Maria ed 07

Estamos acostumados a ouvir diversas recomendações sobre bons hábitos de estudo, como esco-

lher um local silencioso, manter uma rotina para fazer tarefas, estabelecer metas e limites, entre

tantas outras. Mas como sabemos se esses hábitos são realmente bons?

38 Como fazer

Ricardo Marchesan

Esqueça o que você sabe sobre hábitos de

Page 39: Em Família Santa Maria ed 07

Cérebro vivo é cérebro ativo!

“Pesquisas indicam que o cérebro inicia

um processo de declínio cognitivo já a

partir dos 25 anos de idade. É possível,

contudo, manter o cérebro afiado, adiar o

declínio das suas funções e habilidades, e

minimizar esse declínio, com atitudes ao

alcance de todos. Engajar-se em ativida-

des regulares de exercícios físicos e men-

tais, ajudam na estimulação do cérebro.”

Suzana Herculano, neurocientista, desde 2008 é

apresentadora e roteirista do quadro Neurológi-

ca, do Fantástico, e autora de seis livros, “Pílulas

de Neurociência para uma Vida Melhor”

DICA ESPECIAL

Uma excelente matéria publicada

no jornal "The New York Times" anali-

sou as descobertas mais recentes em

hábitos de aprendizado e descobriu

muitos resultados surpreendentes que

podem ajudar qualquer pessoa, desde

uma criança aprendendo a fazer con-

tas, a um idoso aprendendo um novo

idioma. Muitas destas descobertas con-

tradizem a sabedoria popular, como

por exemplo, ao invés de manter ape-

nas um local de estudo, simplesmente

alternar a sala onde a pessoa estuda

aumenta a retenção.

De acordo com o autor da pesquisa,

o cérebro faz associações sutis entre o

que se está estudando e as sensações

exteriores naquele momento, indepen-

dentemente dessas percepções serem

conscientes. Forçar o cérebro a fazer

Cientistas descobriram que o estu-

do espaçado de um assunto – uma hora

hoje, uma hora no final de semana e

uma hora daqui a uma semana – melho-

ra a capacidade de recordar esse assun-

to. Uma explicação é que o cérebro,

quando volta naquele material num

outro dia, precisa reaprender um pouco

daquilo que ele havia esquecido e esse

processo, em si, reforça o aprendizado.

Essa é uma razão pela qual os cien-

tistas julgam que os testes – ou provas

simuladas – são ferramentas podero-

sas de aprendizagem, além de mera-

mente ferramentas de avaliação. O

processo de se extrair uma ideia pare-

ce fundamentalmente alterar a forma

com que a informação é armazenada

subsequentemente, tornando-a bem

mais acessível no futuro.

Nada sugere que somente essas

técnicas – alternar ambientes de estu-

do, misturar conteúdo, espaçar as ses-

sões de estudo, fazer testes – resol-

verão os problemas de aprendizado,

pois a motivação também importa

muito. Mas, pelo menos, essas técni-

cas oferecem aos pais e estudantes

um plano de estudo baseado em evi-

dências, e não em sabedoria popular

ou teorias vazias.

Vale lembrar que a forma como

aprendemos importa não só para

retermos eficientemente algumas

informações para as diversas tarefas

que executamos todos os dias, mas

também porque o aprendizado induz

mudanças neuroplásticas no cére-

bro que, consequentemente, podem

aumentar nossas reservas funcionais

e nossa saúde.

* Ricardo Marchesan é sócio fundador do Cérebro

Melhor, empresa especializada em treinamento

cerebral por meio de jogos online.

múltiplas associações com o mesmo

material pode, na verdade, dar a essa

informação mais relevância neural.

Variar o tipo de material estudado

numa única sessão de estudos – alter-

nando, por exemplo, entre vocabulário,

leitura e conversação de um novo idio-

ma – parece deixar uma impressão mais

profunda no cérebro do que se concen-

trar apenas em uma coisa de cada vez.

Muitos atletas também costumam tam-

bém misturar seus treinos com séries

de força, velocidade e habilidade.

Page 40: Em Família Santa Maria ed 07

40 Como fazer

ALTERNE O AMBIENTE

Variar o ambiente onde se

estuda aumenta a retenção

da memória. Quando se tro-

ca de local, o cérebro faz associações

sutis entre o que se está estudando e

as sensações externas, sendo percep-

ções conscientes ou não. Quando for-

çamos o cérebro a praticar múltiplas

associações com o mesmo material,

essa informação passa a ganhar maior

relevância neural.

VARIE O MATERIAL A SER

ESTUDADO

Mesclar o tipo de material

numa mesma sessão de

estudos pode deixar uma impressão

mais profunda no cérebro do que se

concentrar apenas em um assunto de

cada vez. Assim como esportistas pos-

suem treinos alternados, poderíamos,

por exemplo, ter uma sequência que

passasse por vocabulário, leitura e con-

versação de um novo idioma.

ESTUDE ESPAÇADAMENTE

Quando montamos um cro-

nograma espaçado para a

aprendizagem de um deter-

minado assunto, como por exemplo,

uma hora hoje, uma hora no final de

semana e uma hora daqui a uma semana,

melhoramos nossa capacidade de recor-

dar esse tema. Ao voltar no material tra-

balho em um curto período de tempo,

nosso cérebro acaba reaprendendo uma

parte daquilo que ele havia esquecido,

dessa forma, se tornando um processo

de reforço de aprendizado.Alterar para:

“ ao voltar ao material trabalhado em um

curto período de tempo, nosso cérebro

acaba reaprendendo uma parte daquilo

que ele havia esquecido, dessa forma,

se tornando um processo de reforço de

aprendizado.

TESTES SÃO BEM VINDOS

As provas simuladas ou exer-

cícios são ótimas ferramen-

tas de aprendizagem e não

uma simples forma de avaliação. O

processo de se extrair o conhecimento

absorvido na resolução desses testes

acaba alterando a forma como essas

informações são armazenadas e, sub-

sequentemente, torna o acesso mais

fácil no futuro.

MOTIVE-SE

Assim como a prática, a moti-

vação é fundamental para o

aprendizado. Quanto mais

se pratica, mais chance o cérebro tem

de reforçar as modificações sinápti-

cas que constituem o que está sendo

aprendido. Quanto mais motivação se

tem, mais se pratica, mais importância

se dá ao aprendizado e, portanto, mais

facilmente acontecem as modificações

sinápticas do aprendizado.

Fonte: Cérebro Melhor (www.cerebromelhor.com.br)

Confira algumas estratégias que podem contribuir com os melhores hábitos de estudo, todas baseadas em pesquisas científicas:

hábitos de estudo campeões

OsEstreia, em parceria com o Canal Futura, Turma da Teca. Esta coleção, da FTD, baseada no programa Teca na TV, sucesso do Canal Futura, traz histórias que tratam de temas como formação pessoal e social, meio ambiente e ética, linguagem, matemática, sempre dentro do universo infantil.

Turma da Teca é dirigida para a galerinha de 4 a 7 anos de idade. São duas coleções com seis livros cada uma, criados com base em 12 episódios do programa de TV. Acompanha também DVD com seis histórias (um para cada coleção e faixa etária).

As coleções são apresentadas em embalagens bem atrativas!

O Kit do Aluno é composto de:

• 6 livros • 1 DVD

0800 772 2300

[email protected]

www.ftd.com.br

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Page 41: Em Família Santa Maria ed 07

Estreia, em parceria com o Canal Futura, Turma da Teca. Esta coleção, da FTD, baseada no programa Teca na TV, sucesso do Canal Futura, traz histórias que tratam de temas como formação pessoal e social, meio ambiente e ética, linguagem, matemática, sempre dentro do universo infantil.

Turma da Teca é dirigida para a galerinha de 4 a 7 anos de idade. São duas coleções com seis livros cada uma, criados com base em 12 episódios do programa de TV. Acompanha também DVD com seis histórias (um para cada coleção e faixa etária).

As coleções são apresentadas em embalagens bem atrativas!

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Page 42: Em Família Santa Maria ed 07

42 Compartilhar

Não é preciso destacar o quanto a

rede mundial de computadores

revolucionou o dia a dia das pessoas e

transformou a sociedade. O que assus-

ta, ainda, é que por ser uma novidade

não há normas e leis específicas para

coibir os crimes praticados por meio

dos computadores. São fraudes finan-

ceiras, envio de vírus, roubo de senhas,

crimes contra a honra, calúnia, injúria,

difamação, cyberbullying (humilhação

de pessoas por meio de postagens na

Internet) e, talvez o crime mais preocu-

pante, a pedofilia.

“A despeito de terem sido criadas

delegacias especializadas, é importan-

te que todos os usuários da Internet

saibam que existem meios mais segu-

ros de usar a rede mundial, a partir da

adoção de alguns medidas práticas”,

destaca Luiz Flávio Borges D’Urso, Pre-

sidente da OAB SP, que organizou a

1 Lembre-se de que as relações esta-belecidas na Internet são relações inter-pessoais e, por isso, é importante ter os mesmos cuidados tomados no contato pessoal do dia a dia: não revele a estra-nhos informações pessoais que possam comprometê-lo ou comprometê-la, tais como: endereço, telefone, seu nome completo, nome de familiares, local de trabalho, nome da escola onde estuda, dados que indiquem sua rotina

2 Preserve sua intimidade: não divul-gue informações, contatos, fotos ou vídeos pessoais e tenha cuidado ao rea-lizar negócios e manter relacionamentos via Internet

3 Tome cuidado com novas amizades, procurando referências antes de consi-derá-las como conhecidas

4 Antes de publicar algo, lembre-se de que não são apenas os seus amigos e pessoas honestas que utilizam a Inter-net. Desconfie das pessoas e dos sites que desrespeitam as leis e promovem a intolerância ou se manifestam em desa-cordo com a ética

5 Utilize em seu computador um pro-grama firewall, um software antivírus e aplique mensalmente as atualizações mais recentes fornecidas pelo fabrican-te do sistema operacional e do software antivírus

6 Não clique em links da web pre-sentes em e-mails, nem abra arquivos anexos enviados por pessoas desco-nhecidas. Em caso de dúvidas entre em contato com o remetente da mensagem antes de clicar em um link ou abrir um arquivo anexo

A internet pode ser seguraPresença e diálogo são as grandes armas dos pais também no ambiente virtual

6 CUIDADOS PARA NÃO CAIR EM ARMADILHAS DA REDE

cartilha “Recomendações e boas práti-

cas para o uso seguro da Internet para

toda a família”.

SEM BARREIRASOs especialistas destacam que é

importante que a barreira digital que

separa os pais de seus filhos seja rom-

pida, já que muitos pais ficam alheios

à conduta de seus filhos no ambiente

virtual em razão do próprio desco-

nhecimento que têm a respeito da

informática. Respeitar a privacidade

dos filhos não pode ser sinônimo de

ausência de supervisão, de vigilância,

o que deve ser feito em consonância

com o respeito aos valores da pró-

pria família. É também essencial que

os filhos saibam que seus pais têm

conhecimento do que ocorre na Inter-

net e que podem confiar neles caso

sofram alguma agressão no meio vir-

tual. Além disso, é necessário que os

pais expliquem sobre a importância

do uso consciente da Internet e das

consequências que atitudes irrespon-

sáveis podem causar.

SERVIÇO: A Cartilha pode ser acessada no site

da OABSP, pelo link: www.oabsp.org.br/comisso-

es2010/crimes-alta-tecnologia/cartilhas/carti-

lha_internet.pdf

Page 43: Em Família Santa Maria ed 07

Jean-Dominique Bauby (Mathieu

Amalric) tem 43 anos, é editor da

revista Elle e um apaixonado pela

vida. Mas, subitamente, tem um

derrame cerebral. Vinte dias depois,

ele acorda. Ainda está lúcido, mas

sofre de uma rara paralisia: o único

movimento que lhe resta no corpo

é o do olho esquerdo. Bauby se

recusa a aceitar seu destino. Apren-

de a se comunicar piscando letras

do alfabeto, e forma palavras, fra-

ses e até parágrafos. Cria um mun-

do próprio, contando com aquilo

que não se paralisou: sua imagina-

ção e sua memória. Um livro para

refletir sobre a nossa mania de

autossuficiência.

QUEM INDICA: Cristiane Mazolla

Vieira, Assessora Psicopedagógica

(Ensino Fundamental II) do Colégio

Marista Santa Maria

"GERAÇÃO Y"Sidnei de Oliveira, Editora IntegrareO autor apresenta de forma sutil as

eras em que vivemos como sociedade:

era da terra (do feudo), era da força do

trabalho, industrial, da informação e a

que vivemos hoje, a era das conexões.

O livro situa as pessoas no tempo em

que vivemos e dá um "toque" de que

precisamos aprender a nos relacio-

narmos respeitando essa diferença de

contexto (essa conexão é de se relacio-

nar). Especialmente entre pais e filhos,

afinal, os pais devem entender que a

era de seus filhos é bem diferente da

qual viveram antes.

O AMOR FECUNDA O UNIVERSOMarcelo Barros e Frei Betto, Editora AgirDiz Leonardo Boff que “o propósito da

vida não é só a simples sobrevivência,

mas a realização das potencialidades

presentes no Universo e que querem se

expressar”. Este livro, cheio de poesia e

mística, quer nos convocar ao cuidado

com a vida, com a espiritualidade que dá

sentido a todas as expressões de vida.

Com tantas versões catastróficas sobre o

nosso planeta e sobre o nosso papel no

mundo, buscar caminhos de compro-

misso ecológico e espiritual torna-nos

ainda mais vinculados com a transfor-

mação da realidade, integrando-nos à

grande sinfonia da Vida.

QUEM INDICA: Marize

Mazzoli Rufino, Diretora

Educacional do Colégio

Marista de Londrina

Prateleira ídeo

QUEM INDICA: Ascânio

João Sedrez, Diretor

Educacional do Colégio

Marista Arquidiocesano

O ESCAFANDRO E A BORBOLETA

Page 44: Em Família Santa Maria ed 07

44 Solidariedade

“Um mundo melhor é o que todos

nós queremos para nossos filhos

e para todas as crianças e adolescen-

tes. Um mundo digno, que respeite

nossa liberdade e a diversidade ide-

ológica, religiosa, étnica e de gêne-

ro, e que respeite também nossa

integridade humana. E é por esse

mundo que devemos trabalhar”,

afirma Jimena Djauara N. C. Grigna-

ni, assessora da Rede Marista de Soli-

dariedade.

Mais que caridade, o comprome-

timento de todos com a construção

de uma sociedade mais justa é que

define a cultura da solidariedade,

tão discutida e aplicada em cada

uma das unidades Maristas. Afinal,

se você é incentivado a pensar e agir

por um mundo melhor, sua posição

sobre a vida e as demais pessoas

será diferente daquela de alguém

que aprendeu apenas a buscar o

primeiro lugar num mundo compe-

Em que mundo você deseja viver?Proposta Marista nos convida a fazer parte da cultura da solidariedade

titivo. Essa maneira de pensar vai

além da postura de ajuda ao outro e

busca uma interação de pessoas de

realidades sociais distintas numa via

de mão dupla onde todos ganham. É

como afirmava João Paulo II: ser soli-

dário implica uma “determinação fir-

me e perseverante de se empenhar

pelo bem comum” em busca da jus-

tiça social e da fraternidade.

Em resumo, a cultura da solida-

riedade vem para inverter a lógica de

um mundo regido pela competição.

“Só quando nos aproximamos de

outras realidades sociais e econômi-

cas é que podemos exercitar a coo-

peração. Este é um movimento com-

plexo, uma nova maneira de ver as

coisas, mas à medida que essa cultu-

ra for sendo compreendida e viven-

ciada pelas pessoas, naturalmente a

realidade do país se transformará”,

finaliza Jimena.

Page 45: Em Família Santa Maria ed 07

A partir do que indica a Missão Educativa Marista, educa-se na e para a solidariedade, pois

essa missão apresenta a Boa Nova, não apenas em termos pessoais, mas também a partir de

uma visão comunitária. Tal visão segue a lógica de Jesus Cristo, alcançando os mais empo-

brecidos, buscando o bem comum e assumindo a responsabilidade pelo presente e o futuro

da humanidade, assim como por toda a Criação.

Fonte: "Termos, Expressões e Valores Institucionais – Diretrizes para comunicação da Província Marista Brasil

Centro Sul – N°1".

BOA NOVA

Page 46: Em Família Santa Maria ed 07

A Rede Marista de Solidariedade acredita que a cultura e a arte transformam as realidades de pessoas e comunidades.

Novosjuventudes

cenáriosparaasinfâncias&

www.solmarista.org.br

Page 47: Em Família Santa Maria ed 07

Essência

A última grande Assembleia Geral do Instituto dos Irmãos

Maristas, ocorrida em Roma há dois anos, acentuou a

figura de Maria, mãe de Deus, como grande inspiradora e

protetora da obra marista no mundo.

Nos documentos publicados depois da Assembleia,

o exemplo de Maria e exaltação de suas virtudes foram

destacados, o que despertou a União Marista do Brasil

(UMBRASIL) a estabelecer um Ano Mariano. Com o tema

Maria no coração da Igreja e o lema Com Maria, para uma

nova terra, o Ano tem a perspectiva de reavivar a presença

de Maria na vida Marista e da Igreja Católica, contribuin-

do também como preparação para a comemoração dos

200 anos de nascimento do Instituto dos Irmãos Maristas

(1817-2017).

A celebração do Ano Mariano, no período de 25 de mar-

ço a 8 de dezembro de 2011, acontece em todas as Uni-

dades Maristas do Brasil por meio de atividades e eventos

nacionais. As ações propostas mostram que, sob diversos

títulos e matizes, Maria é retratada nas diversas culturas,

comunidades e povos como companheira, modelo de ins-

piração, força para acolher a realidade da vida e lutar para

sua transformação. Maria é a mulher plena de Deus, a mãe,

a irmã, a amiga, a intercessora junto a Cristo, solidária com

os pobres e humildes.

À Mãe,com carinhoMaristas do Brasil dedicam 2011 a Maria

TUDO POR MARIAInspirados em Maria, o marista se deixa transformar por ela para ser presença de qua-lidade na vida das pessoas, em especial dos que mais necessitam. Somos convidados a descobri-la como peregrina na fé. Como Jesus......ir ao encontro daqueles que estão à margem, fazê-los “avançar para águas mais pro-fundas” (Cf. Lc 5,1-4);...servir, escutando a voz serena e presente da Mãe: “fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5); ...celebrar a vida, processando a conversão do coração: “não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho?” (Lc 24,32); ...reafirmar a vocação e o desejo de ser filho e filha de Maria: “eis tua mãe!” (Jo 19,27).

Fonte: Documento de Orientações do Ano Mariano

“PARECE-ME QUE, ÀS VEZES, INCLUSIVE SEM DAR-NOS CONTA, SIMPLESMENTE

POR NOSSO MODO DE FAZER, POR NOSSAS OPÇÕES, POR NOSSA MANEIRA

DE RELACIONAR-NOS, MOSTRAMOS O ROSTO MARIANO DA IGREJA, QUE

REALMENTE QUEREMOS”Ir. Emili Turú, Superior-Geral dos Irmãos Maristas

Maria no coração da Igreja.

Page 48: Em Família Santa Maria ed 07

48 Inspiração

Uma célebre frase de Albert Einstein

ensina que “só há duas manei-

ras de viver a vida: a primeira é vivê-la

como se os milagres não existissem; a

segunda é vivê-la como se tudo fosse

um milagre”. De fato, entre o nasci-

mento e a morte, cada momento deve

ser vivido como um milagre. E nossa

medida de felicidade certamente será

proporcional à nossa sensibilidade para

enxergar cada um destes pequenos

dons que recebemos ao longo da vida.

Com apenas 18 anos, logo após a

conclusão da 3ª série do Ensino Médio

no Marista, Pauline Becker Zacaron ini-

ciou uma batalha pela própria vida e

precisou rapidamente rever esses con-

ceitos. Com dores fortes, descobriu

que possuía um tumor em um dos ová-

rios e, então, fez a primeira operação.

Mesmo depois da cirurgia, as dores

não só continuaram, mas aumentaram

ainda mais. Vários exames foram reali-

zados e constataram-se algumas man-

chas na coluna. A jovem submeteu-se a

mais uma cirurgia para retirada de um

fragmento da coluna para biópsia e foi

descoberto que o problema na coluna

era consequência de uma das células

que havia se deslocado do ovário. “Na

hora da notícia, o desespero tomou

conta de mim ao saber que estava com

câncer. Segurei firme na mão do médi-

co e de meus familiares e disse: “façam

tudo que tiver que ser feito com a ajuda

de Deus, mas não me deixem morrer”,

relembra Pauline.

Foi realizada, então, a terceira cirur-

gia; dessa vez, porém, para retirada da

vértebra onde o tumor se alojara. Após

o procedimento cirúrgico de 12 horas,

Pauline iniciou as sessões de quimio-

terapia, momento em que sofreu bas-

tante com os sintomas: enjoo, falta de

apetite e queda dos cabelos, entretan-

to, jamais perdeu o desejo de viver.

Hoje, três anos depois da descoberta

da doença, Pauline faz faculdade

de Administração, está plenamente

curada e, acima de tudo, muito feliz.

A doença lhe trouxe muitas lições e a

principal delas é de que cada momento

deve ser vivido em sua plenitude,

algo que todos sabem, mas poucos

colocam em prática verdadeiramente.

“Como o hospital em Criciúma fica

em frente ao Marista, o colégio foi a

primeira imagem que tive após levan-

tar da cama do hospital. Com a ajuda de

meus familiares, dei os primeiros pas-

sos até a janela e não consegui segurar

as lágrimas. O Marista abriu as portas de

uma educação de qualidade e a virtude

como família. Os amigos que formei

e os funcionários sempre estarão em

meu coração”, conta. Como para cada

um de nós, também para Pauline o

colégio estava associado às amizades,

aos valores universais e às coisas mais

significativas que constroem a nossa

vida. Ali ela havia sido feliz e presen-

ciado todos os milagres diários que só

uma criança é capaz de enxergar.

Por isso, fica a dica: nos momentos

de dificuldades, que tal lembrar dos

tempos de colégio? Pode ser que a for-

ça daquela criança seja tudo o que o

homem ou a mulher de hoje precisem

para vencer os problemas e continuar a

enxergar os milagres diários.

Você acredita em milagres?A ex-aluna marista, Pauline Becker Zacaron, venceu o câncer e encontrou novas maneiras de ser feliz

Page 49: Em Família Santa Maria ed 07

INFORME PUBLICITÁRIO

DIVERSÃO E CONHECIMENTO JUNTOS

É num cenário especial, que inte-

gra diversão com conhecimento,

que os alunos dos colégios maristas

de Londrina, Criciúma, Paranaense e

Santa Maria (Curitiba) estão aprenden-

do a fazer a diferença. Com modernas

ferramentas de eletrônica, informática

e mecânica, crianças a partir de cinco

anos constroem e desenvolvem proje-

tos incríveis com a orientação de pro-

fessores. É a L.A. Robótica Educacional,

uma rede de franquias presente em

quatro unidades do Marista e com pla-

nos de expansão.

Segundo o idealizador do proje-

to, o matemático Leandro Augusto,

a idéia principal do curso é propor ao

aluno o projeto e a construção de um

experimento investigatório e explo-

ratório que seja "divertido fazer". A

partir daí as crianças trabalham con-

DESENVOLVIMENTO

Confira o que a L.A Robótica Educacional

estimula e desperta nos alunos:

1. A curiosidade na criação e planeja-

mento de projetos

2. O interesse pelo estudo e análise de

mecanismos existentes

3. A compreensão dos conceitos físicos

presentes no cotidiano e as habilida-

des cognitivas, motoras e perceptivas

4. O curso amplia a visão de mundo

deles e estimula o sociabilizar do

aluno. Trabalho em equipe, a criati-

vidade e organização

INFORMAÇÕES:

www.laroboticaeducacional.com.br

ceitos e práticas de disciplinas como

matemática, física, eletrônica, infor-

mática, tudo isto com aplicação da

qualidade total. “Procuramos estimu-

lar o desenvolvimento e as habilida-

des do aluno na interação do uso de

novas tecnologias sempre de manei-

ra crítica e investigativa”, destaca o

professor.

Um dos pontos mais importantes

da robótica é o aprendizado conquis-

tado através do trabalho realizado

em grupo, desde a etapa de estudo.

Princípios de trabalho em equipe e

cooperação, que são exigidos na atu-

ação profissional, são desenvolvidos

nos alunos a partir de cada um dos

projetos. “O resultado é uma pessoa

muito mais preparada para enfrentar

os desafios educacionais e profissio-

nais”, finaliza Leandro Augusto.

NAS AULAS DE ROBÓTICA

Page 50: Em Família Santa Maria ed 07

50 Humor

Page 51: Em Família Santa Maria ed 07

Volume 23º. ano

Volume 2

Volume 11º. e 2º. anoVolume 1

Galera, a Turma Cósmica chegou!Venha com a gente nessa aventura

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Page 52: Em Família Santa Maria ed 07

MULTIPLICAMOS BOAS NOTÍCIAS

Palavras podem andar depressa e até voar. Podem construir, registrar, bendizer, eternizar. A especialidade da Editora Ruah é reuni-las, organizá-las e multiplicá-las em revistas. Fazemos isso pelo Grupo Marista com as revistas Em Família (Rede de Colégios), Vida Universitária (PUCPR), Brasil Marista (Umbrasil) e podemos fazer pela sua empresa também.

Palavrastêm vida

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