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CAMPO GRANDE - JULHO DE 2008 EM FOCO ESPORTIVO Ano VII - Edição Nº 106 Campo Grande, MS - 27 de Julho a 9 de Agosto de 2008 Foto: Flávio Óliver Foto: Arquivo Febicross Foto: Arquivo Pedal na Trilha Foto: www.academiafabiocosta.com.br Foto: www.esportesite.com.br

Em FocoN75 Econômico - UCDB · clusão social, o vôlei de praia, o whelling, o kart e um gol que mar-cou a história de um atleta sul-mato-grossense. Entre no clima do espor-te

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Ano VII - Edição Nº 106Campo Grande, MS -27 de Julho a 9 de Agosto de 2008

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Em Foco – Jornal laboratório do curso de Jornalismoda Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

Ano VII - nº 106 – Julho/ Agosto de 2008 - Tiragem3.000

Obs.: As matérias publicadas neste veículo decomunicação não representam o pensamento daInstituição e são de responsabilidade de seus autores.

Chanceler: Pe. Lauro Takaki Shinohara

Reitor: Pe. José Marinoni

Pró-Reitor Acadêmico: Pe. Dr. Gildásio Mendes

Pró-Reitor Administrativo: Ir. Raffaele Lochi

Coordenador do curso de Jornalismo: Jacir Alfonso Zanatta

Jornalistas responsáveis: Jacir Alfonso Zanatta DRT-MS108, Cristina Ramos DRT-MS 158 e Inara Silva DRT-MS 83

Revisão: Cristina Ramos, Inara Silva e Oswaldo Ribeiro

Edição: Cristina Ramos, Inara Silva, Jacir Zanatta e OswaldoRibeiro

Prof. Jornalismo Esportivo: Oswaldo Ribeiro

Repórteres: Alysson Maruyama, Átilla Eugenio, DanúbiaBurema, Elaine Prado, Felipe Duarte, Fernanda Kury, FlávioÓliver, Jackeline Oliveira, Jairo Gonçalves, Janete Cristaldo,Keila Carvalho, Priscila Mota, Talita Oliveira, Tatiane Guima-rães, Thayssa Maluf, Thiago Andrade, Ulisflávio Evangelistae Victor Luiz.

Fios, legendas e títulos: Átila Eugênio, Danúbia Burema,Fernanda Kury, Elaine Bechuate, Flávio Óliver, KamillaRatier, Luciene Martins, Rodson Lima, Talita Macedo eTatiane Guimarães

Projeto Gráfico: Designer - Maria Helena Benites

Diagramação e Tratamento de imagens: Designer - MariaHelena Benites

Impressão: Jornal A Crítica

Em Foco - Av. Tamandaré, 6000 B. Jardim Seminário,Campo Grande – MS. Cep: 79117900 – Caixa Postal: 100 -Tel:(067) 3312-3735

EmFoco On-line (fase experimental): www.emfoco.com.br

E-mail: [email protected] [email protected]

Editorial

Esporte em foco

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Felipe Duarte

Ligamos a TV e co-meça o jornal. Ele ini-cia com as tragédias.Caiu um avião no Ori-ente, a guerra na Pales-tina e acidentes auto-mobilísticos nas estra-das. Intervalo. A polí-tica ou ‘politicagem’praticada em Brasíliaganha as notícias, jun-tamente com os aconte-cimentos internacio-nais. Mais um interva-lo. Estamos deprimi-dos, desmotivados, jádesacreditados domundo até aparecer oesporte. A linda torci-da do Flamengo can-tando um belo hinona vitória. “Tu éstime de tradição/Raça, amor e pai-xão, ó meuMengo/ Eu sempre te amarei, ondeestiver estarei, ó meu Mengo”. Lin-do! Agora começa a novela. Estamosfelizes e esquecemos os fatos tristese que influenciam nosso dia-a-dia.

Este é o poder do esporte, princi-palmente o futebol. Ele nos faz es-quecer o cotidiano e deixa com queos fatos mais importantes, como atomada de decisões políticas, as mu-danças econômicas fiquem em se-gundo plano.

O esporte não é ruim. Tem suafunção social. É necessário apoio aoesporte. Os praticantes de esportes,senão o futebol de campo, são esque-

cidos e não têm apoio. Muitos atle-tas vivem no amadorismo e têm quetrabalhar em outros empregos paraconseguir praticar sua modalidade.Para exemplificar a falta de base emoutros esportes podemos comparardois fatos diversos. O técnico Cucadispensou um salário de R$ 180 milpara treinar o Santos. Não era o va-lor que ele queria. Os medalhistas doTaekwon-Do no Panamericano quehouve no Rio de Janeiro em 2007 nãotinham apoio algum para a prática doesporte. Apenas as medalhas no“Pan” deram ‘voz’ aos atletas para re-clamarem da estrutura proporciona-

da a eles.Quanto à mídia, o esporte tem sua

importância, mas a vitória da seleçãobrasileira com dois gols do Robinhonão pode ter mais divulgação do queo aumento dos salários dos deputa-dos em Brasília ou o aumento dos im-postos (aumento não aplicado aos de-putados).

Não estou querendo propor que re-tirem o esporte da televisão. Apenasquero alertar para quem assiste quenão se prenda tanto e desconfie doque é passado. O último bloco dotelejornal é recheado de curiosidadese esporte não por acaso.

A inversão de valores que o espor-te proporciona é grande e os meiosde comunicação continuam a utilizá-la como forma de amenizar notíciasde interesse de alguém. O interessedeste alguém é maior do que o inte-resse coletivo? Não, mas o canto doCorinthians continua a encobrir averdade sobre desvios de verba pú-blica. Isso não é culpa do Corinthiansou do Flamengo, já citado. A culpa éda mídia, ou deste alguém. O impor-tante a ser perguntado, quem é estealguém? Qual o interesse dele? Infor-mar de forma correta e isenta não éum dos interesses ou objetivos.

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Artigo

O apelo da mídia para a emoção das informações esportivas pode mascarar interesses

ANALGÉSICOdas DORESMais um semestre que começa

e o Jornal Laboratório Em Foco estáde volta às manhãs de domingo daAvenida Afonso Pena. Neste exem-plar, as reportagens produzidas pe-los acadêmicos do curso de Jorna-lismo da UCDB são resultado dainterdisciplinaridade entre RedaçãoJornalística e Jornalismo Esportivo.

O procedimento é comum nocurso e uma das formas de trans-

formar os conteúdos de discipli-nas específicas em reportagenspara os jornais impressos produ-zidos quinzenalmente. Neste EmFoco voltamos ao Emojornalismoou Jornalismo Esportivo – já queas reportagens desta editoriatranspiram criatividade e emo-ção. Mas não só estes dois aspec-tos foram tratados nas matérias,isso por que no esporte é impor-tante ainda conhecer o histórico,as regras e as perspectivas decada modalidade.

Este cenário que aparece naedição do Em Foco também vemganhando espaço na imprensamundial, afinal estamos em épo-ca de Olimpíadas. Muitos dos es-portes que vão ganhar destaquena China já estão nas páginas da

nossa edição que apresentam infor-mações sobre artes marciais, fute-bol, futsal, mountain bike, bicicross(que estréia este ano nas Olimpía-das) e muito mais.

O leitor pode encontrar aindareportagens sobre o segundo espor-te mais popular do mundo (descu-bra qual é nas próximas páginas), okenpo havaiano, o esporte como for-ma de reabilitação de detentos e in-clusão social, o vôlei de praia, owhelling, o kart e um gol que mar-cou a história de um atleta sul-mato-grossense. Entre no clima do espor-te e aproveite mais esta produçãodos acadêmicos do curso de Jorna-lismo da UCDB.

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Victor Luiz

Diz a lenda que em 1832 um in-glês pouco habilidoso com a bola nospés enfureceu-se durante uma parti-da de futebol, agarrou a pelota e cor-reu em direção ao gol adversário ten-tando fazer com as mãos o que nãoconseguia fazer com os pés. Daí teriasurgido o rugby. O fato é que, passa-dos 176 anos, o esporte - que não éfutebol, mas também é bretão – en-controu no Brasil fiéis adeptos. E não

Foto: www.sporting-heroes.net

foi diferente em Mato Grosso do Sul,onde cerca de 200 jovens já experi-mentaram a emoção de carregar abola oval seguidos de perto por 15 ad-versários furiosos.

Para os que nunca ouviram falarvale uma rápida introdução: o rugbyé o segundo esporte mais popular domundo, perdendo apenas para o fu-tebol. O jogo é disputado por duasequipes de 15 jogadores (e até seis re-servas), em partidas com dois tem-pos de 40 minutos contínuos – o cro-

nômetro só é parado para atendimen-tos médicos – em um campo de até144 metros de comprimento por 70de largura. O objetivo é marcar omaior número de pontos ao levar abola até atrás da linha de gol (naslinhas demarcatórias de largura) ouchutando contra o gol, marcado comdois grandes postes. O esporte temsimilaridades com o futebol ameri-cano – que se originou do rugby, masexige mais proteção dos praticantes.

O rugby chegou ao Brasil em 1891por meio do Paissandu Cricket Club.O próprio introdutor do futebol em“terra brasilis”, o inglês CharlesMiller, era temível “rugby player” e,em 1895, já organizara o primeirotime de rugby em São Paulo. O espor-te começou a ser praticado com re-gularidade no Brasil em 1925, em SãoPaulo, no “Campo dos Ingleses”, per-tencente ao São Paulo Athletic Club,em Pirituba. As décadas voaram e emseis de outubro de 1963 foi fundadaa União de Rugby do Brasil, porHarry Donavan, com sede em SãoPaulo. No ano seguinte a entidadepatrocinou o III Campeonato Sul-Americano de Rugby, no qual o Bra-sil foi Vice-Campeão. Em 1972 sur-giu a Associação Brasileira de Rugby,substituindo a União e sendo reco-nhecida pelo Conselho Nacional deDesportos.

M S c o m a m ã o n a b o l aMato Grosso do Sul teve seu pri-

meiro contato com o rugby em 2002quando os amigos Rodrigo Rondon,Rodrigo Paniago, Cação e Danapi co-meçaram a convidar os amigos paradisputar partidas em chácaras e locaispúblicos. O que era uma tentativa deatrair alguns parceiros para comporuma “pelada” acabou se transforman-do no embrião do Campo GrandeRugby Clube (CGRC), que detém o tí-tulo estadual e que em julho passadoconquistou a segunda colocação da

Taça Bronze, realizada em Pre-sidente Prudente (SP).

“Estamos desenvolvendo oesporte aos poucos em CampoGrande e em Mato Grosso doSul”, assegura Daniel VasquesAleixo, um dos técnicos e joga-dores do CGRC. Hoje, além daCapital, o esporte encontra adep-tos em Dourados e Corumbá, ci-dades que já possuem suas equi-pes de rugby e devem disputaro campeonato estadual emfins de julho.

P o r t a s a b e r t a sO CGRC está incentivan-

do o crescimento do esporteno Estado e para isso abre es-paço para que novatos e in-teressados experimentem ojogo. Para isso, basta compa-recer aos treinos da equipeas terças e quintas, a partirdas 22h (na primeira entra-da do Parque das Nações In-dígenas) e aos sábados, apartir das 15h, ao lado daUniderp Agrária.

“Qualquer um pode jogar,magro, gordo, baixo ou alto.No rugby cada um tem umaposição que se adapta ao seubiotipo. Basta ter vontade evir conhecer o jogo”, convi-da Aleixo.

S e r v i ç oOutras informações sobre o

rugby no Brasil e em MatoGrosso do Sul e sobre comoparticipar dos treinos podemser obtidas com Daniel VasquesAleixo (9293-1702) ou comLuiz Fernando (8405-3368) etambém pela página da comu-nidade do CGRC no orkut, noendereço http://www.orkut.c o m / C o m m u n i t y . a s p x ?cmm=352183.

Os vice-líderes

Com as mã o s - Ganha o time que carregar a bola para trás das linhas de gol mais vezes

Rugby

doesportemundial

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Foto: Arquivo Pedal na Trilha

Janete Cristaldo

Um esporte muito poucomencionado na Capital, masque vem fazendo a diferençapara aqueles que adoram umaboa adrenalina é o Bicicross.Campo Grande ganha adeptosà curtição sobre duas rodas. Pra-ticado na cidade desde abril de1989, hoje este esporte já contacom mais de 500 atletas cadas-trados de todo o Estado e comcinco pilotos do país vizinho;Paraguai.

Este ano o campeonato esta-dual é realizado na cidade deSidrolândia, com 13 modalida-des nas quais os jovens dispu-tam as categorias pré-mirim,mirim, infantil, infanto, infanto-juvenil, juvenil, elite e máster,todos nas categorias masculino

e feminino com premiações do 1º ao 3ºlugar.

Para quem não sabe, o Bicicross terásua primeira participação nas Olimpíadasde Pequim e, de acordo com o presidenteda Federação de Bicicross de Campo Gran-de (Febicross), Marcos Borges Ortega, opaís pode chegar ao pódium olímpico. “Obicicross pela primeira vez será um esporteolímpico e temos grandes chances de tra-zermos medalhas, tanto no masculinoquanto no feminino”, afirmou o presiden-te da Federação.

As competições este ano trouxeramnovos talentos para o esporte, entre elesOsvaldo Cristino, de Ponta Porã. Para aFederação, o número de cadastrados au-mentou devido a não cobrança de taxa deinscrição, o que algumas vezes atrapalhaos competidores que têm dificuldades fi-nanceiras. Por isso a Febicross conta como apoio do Governo e de outros órgãos quepossam de alguma maneira apoiar o es-

porte. “Por não cobrarmos taxas de ins-crições, contamos com o apoio do gover-no do Estado através da Fundesporte doprograma Fundo de Investimento Espor-tivo, da Funesp, Gilmar Bicicletas e dasprefeituras locais nos dias do evento”,comentou Marcos Borges Ortega.

Os interessados em começar a pra-ticar o bicicross, podem conhecer a pis-ta no Horto Florestal. Quem for ao lo-cal verá que precisa de algumas refor-mas. Toda a área esportiva do Horto é

administrada pela Fundação Munici-pal de Cultura e para o presidente daFebicross deveria ser outro órgão a teressa responsabilidade. “Acho que a ad-ministração deveria ser feita pelaFunesp, pois ela está responsável des-de o desdobramento da Funcesp emtodo o esporte da cidade e digo mais,para poder ter essas mudanças tenhoque falar com muita gente e acaba setornando muito burocrático”, alegouo presidente.

ca aconteceu acidente sério com os seusintegrantes. O fotógrafo e coordenadordo grupo, Luisinho, acredita que é porcausa das medidas de segurança que to-dos os membros do grupo seguem. “Sóse machuca quem quer fazer graça, su-bir na calçada, empinar, se você tiverandando normalmente não machuca”,afirmou Luisinho.

O grupo possui uniforme, que é bem

colorido. “Para chamar atenção, a noitedobra a segurança”, declarou Luisinho.Além disso eles usam capacete e adesivosrefletores. “Todo ciclista teria que ter re-fletores, ajuda muito, ajuda mesmo”, res-saltou Luisinho. Segundo ele, os passei-os de bicicleta são feitos por lazer. “Nãotem competição, é desfrutar a natureza”.Recentemente o grupo fez uma viagem aCorumbá, e pedalou por lá.

Luisinho é o fotógrafo oficial do gru-po, que não tira foto de todos os passei-os, só de alguns especiais, como em fa-zendas, por exemplo. “Para a gente terum arquivo fotográfico bacana”, expli-cou. Mas nem sempre é possível fazeros registros, porque como tem muitapedra solta na estrada, fica complica-do carregar a câmera.

“A gente já encontrou tamanduá,tatu, também, pelo fato de a bicicletanão fazer barulho”, argumentouLuisinho sobre a visão de animais tí-picos de áreas rurais, próximas a umgrande centro urbano.

Outro cuidado que o grupo tem é coma alimentação. “O ciclismo não emagre-ce, mas ajuda a controlar a alimentação”disse Luisinho. Segundo ele, os integran-tes que começam a participar do gruposão alertados para não comerem muito edessa forma não correr o risco de ter mádigestão durante o passeio e passar ver-gonha, mas são orientados a carregaremuma fruta para comer durante o trajeto.

Para Leandro de Jesus, de 25 anos, es-tudante e integrante do grupo, o que fazos passeios serem melhores são as ami-zades. “Todo mundo é muito amigo, amaioria é vizinho”, ressaltou Leandro.

Tatiane Guimarães

O grupo “Pedal na Trilha”existe há 12 anos, atualmenteconta com cerca de 25 integran-tes, mas começou com oito pes-soas. Eles se reúnem três vezespor semana, nas terças, sextas-fei-ras e aos domingos, para praticaruma modalidade do ciclismo co-nhecida por mountain bike.

Os passeios têm duração decerca de uma hora a uma horae meia, no qual os participan-tes chegam a percorrer em mé-dia 20 quilômetros.

O grupo possui quatro co-ordenadores, são eles ValterSandim, o “Valtão do Pedal”,Luis Louveira, o “Luisinho”,Mauro, o “Lobinho” e RicardoMaeda. Valter Sandim é empre-sário, e está no grupo desde suafundação, ele conta que a mai-oria dos circuitos que fazem,ocorre durante a noite. “Opta-mos por causa do tempo, dotrabalho do pessoal”, explicouValtão do Pedal.

Em 12 anos de grupo nun-

Foto: Arquivo Febicross

Apaixonados pela natureza usam a bicicleta para trilhas noturnas de contemplação nos arredores da Capital

pedalMountain Bike

TRILHEIROScolocam força no

E n e r g i a - Integrantes realizam os passeios três vezes por semana após o trabalho

PRIMEIRA Olímpiadas

BICICROSS vez nas

C o m p e t i ç ã o - Em Mato Grosso do Sul cerca de 500 atletas praticam o bicicross

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A Ginástica Olímpica é um esporteque trabalha com as habilidadesmotoras específicas, tendo como fun-damentos, saltos, balanço, aterrissageme com o objetivo de tornar seus prati-cantes mais habilidosos. Quando aquestão é Ginástica Olímpica o Brasilé referência na produção de excelen-tes atletas, quem não conhece Dayanedos Santos, Jade Barbosa, Daniele eDiego Hipólito?

Para obter bons resultados, essesatletas tiveram que treinar incansavel-mente os fundamentos da ginástica,que exigem um ritmo de treinamentomuito forte.

Segundo a acadêmica de EducaçãoFísica do segundo semestre da Univer-sidade Católica Dom Bosco (UCDB),Suze Ormond, de 22 anos, desde osprincípios, a Ginástica Olímpica pro-curava pessoas que tivessem mais fa-cilidade para praticar esse esporte.“Desde o histórico de toda GinásticaOlímpica, buscavam-se seres mais ha-bilidosos, que tivessem melhor quali-dade de vida, e a Ginástica Olímpicavocê tem que ter muita força nos mem-bros superiores, porque o básico da gi-nástica são membros superiores e ab-dômen,” explica Suze.

Para a acadêmica, um dos fatoresque contribui para que esse esporte nãoseja tão popular, é que o mesmo é mui-to caro. “A gente encontra muita difi-

culdade porque os aparelhos são muitocaros, a Ginástica Olímpica é mistificadapor que ela parece muito difícil e ina-tingível”, conta.

Para a presidente da Federação deGinástica de Mato Grosso do Sul,Saritta de Mendonça Bacciotti, a prin-cipal dificuldade da ginástica em Cam-po Grande é a falta de espaço para queo esporte possa se expandir. “A ginás-tica se concentra em Campo Grande,no centro de treinamento, e esse ano agente deve implantar mais um pólo, eo que nós precisamos hoje é que tenhaginástica em vários lugares, e para queisso aconteça é preciso que tenha pro-fissional e material para vários luga-res. O centro de treinamento está in-chado, ele precisa expandir, então pre-cisa de outros lugares para a ginásti-ca”, explica.

Segundo Suze, a falta de patrocíniono Estado é o fator que contribui para oatraso desse esporte. “Todo esporte dealto rendimento o patrocínio ajuda mui-to. Os atletas têm despesas com hotel,alimentação, de material. Por exemplo,o ginasta tem que ter magnésio, sapati-lha, colã, ele também tem que ter camaelástica, colchonete, colchão gordo e tra-ves, uma trave boa custa em média R$60 mil. Então o patrocínio faz com queo atleta tenha um estímulo novo pra con-tinuar competindo, e ele faz com que oatleta realmente tenha condição de com-petir em nível nacional, porque o brasi-leiro tem potencial muito grande e ele

precisa de estímulo”,explica.

Segundo aa c a d ê m i c aqualquer pes-soa pode pra-ticar Ginástica

O l í m p i c a .“Qualquer pes-soa pode prati-car a Ginástica

Olímpica, e osfundamentosda ginástica po-dem ser usadosem qualquer moda-lidade esportiva, in-clusive nas atividadesfísicas adaptadas, que sãoatividades para deficientes, por-que como ela trabalha as habilidadesmotoras das pessoas, os deficientes fí-sicos também têm uma adaptação dosexercícios, ou seja o esporte pode aju-dar muito”, conclui.

P r o j e t o sCampo Grande tem um projeto de

ginástica de iniciação visando o altorendimento, as crianças são preparadasdesde pequeninas com o objetivo deformar equipes para representar o Es-

tado. A Federação de Gi-nástica de Mato Grosso do

Sul, em parceria com a Funda-ção Municipal de Esporte(Funesp), possui um centro detreinamento onde as criançasbuscam o alto rendimento. Se-gundo a presidente da Federa-ção, Sarita de MendonçaBacciotti, o objetivo do proje-to é que Campo Grande possafuturamente se tornar uma po-tência nacional na ginástica.“É a nossa intenção, a gente co-meça a colher os resultados emno mínimo dois, três anos.Esse ano nós já teremos umaequipe pré-infantil no campe-onato brasileiro, no ano passa-do a gente tinha uma infantil,então nós estamos entrandonos campeonatos brasileirosmais cedo, isso significa quenós já entramos no hall da gi-nástica nacional”, explicaSarita.

Para o ginasta Rafael Do-mingos, a importância desseprojeto, é porque ele pode des-cobrir futuros profissionais naárea da ginástica. “Os atletasque treinam aqui estão partici-pando de olimpíadas, jogospan-americanos, e aqui mesmojá tem muitas crianças que par-ticipam de campeonatos de ní-vel nacional, projetos como essesão importantes para divulgara ginástica, por que em CampoGrande o esporte é pouco divul-gado”, ressalta.

Foto: Flávio Óliver

Ulisflávio Evangelista

Emoção em duas rodas. Assimpodem ser definidas as horas em queo cirugião-dentista Adolfo MateoMagariños Soares, de 26 anos, pas-sa junto da sua magrela nas trilhaspelo Estado de Mato Grosso do Sul.Praticante de esportes radicais,

Adolfo iniciou nas trilhas em 2004. Elelembra que no começo contava comuma simples bicicleta, mas, com o pas-sar do tempo, o “brinquedinho” foi ga-nhando ares de avião de ponta e, hoje,possui uma bicicleta que vale em tor-no de R$ 8 mil.

“A minha bicicleta hoje, se a gentefizer um comparativo com carro, equi-vale a um modelo importado esporti-vo, ela tem freio a disco hidráulico,suspensão a ar, 27 marchas, etc. “, ex-plica Adolfo.

É claro que o praticante inicial nãoprecisa investir tanto dinheiro, elepode começar por itens mais básicose, aos poucos, ir montando a sua má-quina. “Com aproximadamente R$ 2mil você pode começar nas trilhas”,afirma Adolfo.

E como faz para montar a bicicle-

ta? Adolfo garante que com o recursoda internet tudo ficou mais fácil. “Hojea gente pode contar com vários sitesconfiáveis, podemos fazer pesquisa depreços e comprar as peças, é tudo rá-pido e seguro”. Agora o que não podeesquecer são itens de segurança. “É im-portante lembrar que as bicicletas, de-pendendo do terreno, podem alcançaralta velocidade, por isso, capacete, lu-vas, óculos, sapatilha e bermudas acol-choadas são essenciais”, garante otrilheiro. Nesse mercado esportivo,opções é o que não faltam, e quem sailucrando com isso é o empresário dosetor, que oferece várias opções de qua-lidade e preço.

A v e n t u r aO grupo de trilheiros se reúne ge-

ralmente aos finais de semana. É uma

turma grande e bem animada. Aproposta é contemplar a nature-za junto com a bike e, claro, exer-citar a mente e o corpo. O grupopercorre uma média de 40 a 50quilômetros por trecho, manten-do uma média de velocidade de20 km/h, o trajeto é completadoem quatro horas.

“A gente procura fazer os tra-jetos em vias vicinais, percorren-do também outras cidades, comoSidrolândia, Terenos, Aqui-dauana e até Bodoquena”, escla-rece o dentista. Para manter ocondicionamento físico, algunsrealizam treinamentos tambémduas vezes por semana, nas ter-ças e quintas-feiras, em CampoGrande, geralmente no Parquedos Poderes.

Falta de equipamentos e locais adequados barram talento

Ginástica Olímpica

DIEGOSNossasJADESe

bikestransformamApaixonados

Máquinasem

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06Foto: Arquivo

Elaine Prado

Há 25 anos existente em Cam-po Grande, o Kart tem uma boarepercussão entre atletas na Ca-pital de Mato Grosso do Sul.Mesmo sendo um esporte compouca ajuda financeira por par-te do governo e também por exi-gir muito de quem pratica, no as-pecto financeiro, nota-se umagrande animação dos atletas,mesmo aqueles que praticamapenas por hobby.

Desde o surgimento do espor-

te os campeonatos aconteciam. “Emapenas uma corrida já tivemos 42 ins-critos. Há bastante interesse no espor-te aqui no Estado”, afirma WaldemirDias Terra. Ele é presidente da Federa-ção de Automobilismo de Mato Gros-so do Sul (FAMS) e afirma não ter ne-nhum apoio governamental. Okartódromo onde os pilotos treinam etambém onde ocorrem eventos direci-onados a essa modalidade é da própriaFederação, e não uma propriedade daPrefeitura como muitos pensam. Algu-mas vezes eles contam com ajuda emépocas de campeonatos, aparecem pa-

trocinadores, mas nunca o suficiente.A Prefeitura também oferece algunsserviços, como limpeza.

“O kartódromo é particular da Fe-deração. Às vezes a Prefeitura mandacortar a grama, mas nunca tem patro-cínio. A verba vem da própria Federa-ção e tem o “paitrocínio”, afirma o pre-sidente Waldemir.

Para se tornar um profissional é ne-cessário apenas treino, participar decampeonatos para ganhar experiência,não há uma escola para ensinar quempossa se interessar. Os atletas que têminteresse podem contar com a ajuda

dos mais antigos na modalidade.“Quando vão para o kartódromo, àsvezes há piloto que se disponibiliza aensinar. Para se tornar um profissionalé preciso correr em campeonatos fora,treinar, participar de brasileiros”, dá adica Waldemir.

Há aqueles que praticam sem com-promisso, por hobby. Humberto Mar-cos Moretto Neto, de 24 anos e DouglasCristopher Brandão, de 20, são estu-dantes do curso de Engenharia Meca-trônica e precisaram fazer um projetoexigido pela faculdade. Foi a partir daíque surgiu o interesse pelo esporte.Eles possuem o próprio Kart e o cursoque fazem permite que eles própriosfaçam a manutenção do equipamento.

“Comecei a mexer por hobby pois oesporte é muito caro, o custo é bem ele-vado. Mesmo não sendo profissionaltemos muitos gastos”, afirmaHumberto, que não faz parte da Fede-ração de Automobilismo.”Gostei do es-porte e passei a correr, mas apenas pordiversão mesmo”, conta o estudanteDouglas.

O presidente da FAMS explica queas categorias são divididas por idade enão por profissional ou amador. E parase filiar à Federação é preciso pagaruma taxa apenas para colaborar comos gastos, que segundo Waldemir sãomuitos, pois é preciso pagar funcioná-rios, e também as contas de água e luz,que é o básico das despesas.

SINAL VERDEAUTOMOBILISMO

Sem patrocínio, amadores e profissionais do esporte investem em suas máquinas em busca de reconhecimento

para o

Pa i x ã o - Em busca de emoção e adrenalina o esporte reúne cada vez mais adeptos no kartódromo de Campo Grande, embora a prática do Kart tenha um custo alto

Kart

sonho do

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Thayssa Maluf

Cheiro de gasolina, ronco dos moto-res e sabor de adrenalina, tudo isso vocêencontra no Wheeling, um esporte queenvolve manobras radicais e velocida-de em cima de duas rodas. Segundo olíder da equipe Style, Jean de Souza,essa modalidade foi trazida da Europapara o Brasil por volta dos anos 80. Naépoca o esporte era conhecido como“speed wheeling”, um tipo de prova dearrancada onde os pilotos vinham coma moto empinada, apoiados em apenasuma roda e em alta velocidade. O tem-po foi passando e os brasileiros come-çaram a se aperfeiçoar nesse esporte ea executar manobras em baixa veloci-dade. Foi aí que tiveram início os pri-meiros campeonatos de Wheeling, ondeo que vale é a habilidade e a capacida-de dos competidores em executar vári-os tipos de manobras com uma roda.

“É adrenalina pura, minha mãe jáfoi até assistir uma vez, mas ela disseque se depender dela ela não assistemais”, diz o praticante de Wheeling,Eraldo da Silva, de 27 anos, que hácinco anos convive com essaadrenalina.

Hoje vários jovens que pilotamuma motocicleta sabem o que é em-pinar, mas poucos têm consciência deque isso é um esporte e um esportemuito bem reconhecido.

Em Mato Grosso do Sul existe ape-nas uma equipe dessa modalidade éa Equipe Style, a única que possui es-trutura profissional para a prática doesporte e também para fazer apresen-

tações em locais públicos. A equipeconta com estrutura própria e com-pleta para prática do Wheeling, comum ônibus Scania 113, utilizado paraa locomoção dos integrantes da equi-pe, cinco motos de 125 a 954cilindradas as CBR 954 RR, Hornet600, NX 4 Falcon, Twister 250 e CR125, sonorização digital completapara locução das manobras, ilumina-ção, grades de isolamento para a pis-ta, gerador de energia, rampa para re-alização de saltos e materiais neces-sários para as apresentações da equi-pe com segurança como cotoveleirasespeciais, joelheiras, luvas, macacãoe capacetes.

“A equipe tem muitos gastos comopneus, são dois pneus pra cada motopor show, não é barato. Esse ônibus,por exemplo, é uma família. Tem ma-nutenção, gasolina, enfim são muitosgastos mesmo, não é um esporte bara-to de se manter, tem membros da equi-pe que tem outro serviço durante a se-mana, mas com nosso esforço e com aajuda de patrocínio a equipe vem semantendo”, afirma o administrador elíder da equipe Jean de Souza.

S e g u r a n ç aWheeling é uma modalidade que

exige sincronismo do piloto e da mo-tocicleta, já que um erro pode causaruma bela queda. “O principal é mui-to treino, sempre saber o que vocêestá fazendo e nunca deixar de utili-zar o equipamento apropriado. Essesequipamentos não são só para oscampeonatos, são também para qual-

quer apresentação que iremos fazer,praticar sempre em lugar reservadocomo um estacionamento, uma ruasem saída, de preferência com auto-rização porque se alguma autorida-de de trânsito pegar, isso pode ser au-tuado como direção perigosa”, ressal-ta Wender Caxias, integrante da equi-pe Style e praticante de Wheeling hádez anos.

As motos potentes são modifica-das pelos praticantes, cada um co-nhece sua máquina e confia no equi-pamento. “Algumas peças nós troca-

mos como carburadores, entradasde ar, tudo para melhorar nossodesempenho”, explica LeandroSandim, mais conhecido como“Boca” que começou na equipeStyle com apenas 18 anos.

“O Wheeling sendo praticadocom responsabilidade não ofere-ce risco algum. As manobras sãode baixa velocidade, você desafiao seu próprio medo. É muito bom,só você e a máquina, bem menosperigoso do que tirar rachas emvias públicas” finaliza Jean.

SHOW de

Profissionalismo e velocidade na apresentação de wheeling

coragem e

Aventura

habilidade RODASsobre

M a n o b r a s - Consciência e equipamentos de segurança garantem show radical

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Talita Oliveira

Cidade Morena com vôlei de praia?Parece ser um fato estranho que acon-tece, não é mesmo, mas os limites sãosuperados em um lugar sem mar. Alémdo céu azul, a areia branca trazida dointerior do Estado de Mato Grosso doSul também compõe o estilo para o lo-cal ficar com o jeitinho de praia. Oscompetidores contam sua rotina entretreinamentos e vida pessoal, e a torci-da entra no clima do esporte.

Com 11 etapas sediadas na Capital,a competição já faz grande sucesso to-dos os anos, a iniciativa é da Confede-ração Brasileira de Voleibol (CBV) jun-to com o Banco do Brasil.

Segundo o responsável pela produ-ção do circuito de voleibol, MarcosDunlop a arena montada todos os anosno Parque das Nações Indígenas tem acapacidade para 1, 3 mil pessoas. O tor-neio conta com 48 atletas sendo 24 fe-mininos e 24 masculinos. A dupla queganhar em primeiro lugar no circuitorecebe o prêmio em dinheiro no valorde R$ 22 mil, mas todas as duplas que

entram no torneio principal recebemgradativamente a premiação em dinhei-ro, de acordo com posição que ficam.

Atletas que suam a camisa para estardentro desse circuito do Banco do Brasilcomentam sobre o que enfrentam no dia-a-dia para estar em todas as competições.O competidor Hevaldo André SabinoMoreira, de 28 anos, treina desde 2001.Atualmente mora em Fortaleza, e faloude sua rotina: “acordo às 6h e 30 min, aítomo meu café da manhã, treino das 8 he 30 min até as 11h, depois volto paracasa e almoço, vou para academia às 15he 30 min até as 17 h, logo vem a partefísica das 17h até 18 h e 30 min”.

Profissional de Educação Física eatleta, Rodrigo Sauders, de 27 anos, dis-se que treina há 7 anos, “de segunda asexta treinamos três vezes ao dia combola, depois vem a parte física e porúltimo a musculação”, comentou.

A mesma rotina faz parte da vida dadupla Mauro Nogueira, de 31 anos, eAntônio Urbaniski, o Toninho, de 32anos, que treina há 5 anos.”Todos osanos participei do circuito, mas paraestar aqui acordo e já vou treinar das

Foto: www.guiadeesportes.com.br

DUPLAS INVAMesmo sem praia, a Capital Morena sedia campeonato de vôl

Vôlei de praia

As que

S a q u e - Atletas do vôlei de praia treinam para chegar às Olímpiadas de Pequim C i r c u i t o - O vôlei de praia tem espaço garantido em Campo Grande para os jogadores de todo o

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8h até 10h, descanso um pouco, aí voupara academia lá das 15h as 16h e trei-namento físico que é a corrida, a pre-paração com movimento do vôlei sembola das 17h as 18h”, declararam os jo-gadores de Mato Grosso do Sul.

A dupla feminina Mazzé e Maira,que também representa o Estado, entraem um acordo e treinam seis vezes porsemana mais a academia. Mazzé divi-de o seu trabalho de professora de Edu-cação Física com os treinos e Maira com20 anos de vôlei e 13 anos de vôlei deareia, concilia os treinos com a profis-são de árbitra do esporte. “Revezo mi-nha vida jogando, trabalhando, e cui-dando das minhas duas filhas”.

No meio do torneio o frio na barrigaaparece, o coração bate acelerado, a an-siedade e a adrenalina sobem. Por issoos jogadores se sentem mais a vontadeno meio do jogo e satisfeitos quando ga-nham a partida, mas mesmo com o jogoperdido eles ficam felizes de fazer umaboa disputa. “Os primeiros pontos sem-pre tem o frio na barriga, bate o cora-ção mais rápido por causa da ansieda-de”, afirmou Heraldo.

De acordo com Mauro, que faz du-pla com Toninho, já passaram deste es-tágio de nervosismo, mas sempre há atensão no jogo.

Conforme o árbitro Mario Feno doDistrito Federal, a idéia é que a partidacomece bem e termine melhor ainda, edefine o nervosismo dos árbitros. “Lána arena estamos apitando a profissãodos caras, tensão sempre tem, devemoster responsabilidade na hora das parti-das”.

Já o árbitro Marcio Paes, de MatoGrosso do Sul, evidencia que árbitrossão ao mesmo tempo bombeiros, psicó-logos e negociadores, por isso nem osárbitros e atletas devem ter mágoas dosjogos antigos porque atrapalha as par-tidas seguintes, mas a convivência comos atletas é melhor e bem acessível, poisficam no mesmo ambiente, no mesmohotel quando viajam.

A equipe médica, psicólogos e trei-nadores ajuda os competidores a se so-bressaírem na hora da disputa.

A dupla de Hevaldo Moreira tem umpreparador físico, um técnico, um auxi-liar técnico, um fisioterapeuta, e cadaum com um psicólogo e admite “em2006 foi a melhor época com treinamen-tos e sessões psicológicas, porque esteano estamos um pouco ruim, sem psi-cóloga, ainda tive uma contusão no joe-lho, mas nosso objetivo é no 2º semes-tre, pois o meu joelho vai estar melhor”.

O supervisor técnico Valmir Rabelconstata que ele e a equipe fazem ava-liação. “A gente avalia o condiciona-mento físico dos atletas para verificaro tipo de treinamento que eles devemter, se precisa aumentar ou diminuir otreinamento”.

“Temos tratamentos físicos massa-gens e acompanhamento nutricional”,contou Mauro Nogueira e ressalta a ne-cessidade de uma dieta bem controla-da. Ele completa que treina o ano intei-ro, mas nunca teve contusões na vida econta sorrindo que nunca gostaria de ter.

Já Mazzé machucou o ombro, e fi-cou com dor dois anos, mas fortaleceucom ajuda de personal trainer na aca-demia, hoje se encontra melhor.

Maira, dupla de Mazzé, tem duastorções no joelho esquerdo, mas diz jo-gar sem problemas, porque faz um bomtratamento, além de cuidar do corpo. Eadmite “temos que comer muita sala-da, frango, líquido durante as competi-

ções, porque estamos diretamente ex-postas ao sol, temos que cuidar da saú-de, dormir cedo, por exemplo, deixarde comer gordura, pois quem treina naárea não é gordo”.

Os jogadores precisam do apoio fa-miliar para se manter jogando com tran-qüilidade e esperança de vencer e co-memorar os títulos ganhos para a pró-pria casa.

“Estou há duas semanas fora de casa,eu não sinto muita diferença porque jáme acostumei ficar longe da família,para quem fica três meses na Europa,no Brasil é ótimo porque fico só duassemanas longe da família”, revelouHevaldo André Sabino Moreira. E apre-senta a dificuldade pela rotina fora decasa, pois muda os horários em relaçãoa treinamentos, academia, porque temde esperar para encaixar as escalas comoutras duplas para realizar os treinosdiários.

Para Rodrigo Saunders o jogo já setornou íntimo da família, a esposa deletambém joga vôlei de praia, mas nestesediado em Campo Grande ela não pôdecomparecer por causa da verba curta,a desvantagem de jogar em família é odinheiro, por ter de bancar todas as vi-agens, pois estão sem patrocínio.

“A gente tem que conciliar tudo, asminhas filhas crescem me vendo jogare elas já estão acostumadas, este é o ter-ceiro circuito que participo em CampoGrande, mas já fui para Florianópolis,Foz do Iguaçu para fazer eliminatóriadeste campeonato”, comentou a joga-dora Maira.

Apesar de o sonho ser enorme deirem para as Olimpíadas, os garotos debermudas, camisetas regata, chinelo

nos pés que parecem até me-ninos, que apenas gostam debrincar na areia, levam todoeste entretenimento a sério.

O atleta Rodrigo Sauders jájogou no Mundial, e faz doisanos que é campeão italiano, e nãosó o dele, como de todo atleta de irpara as Olimpíadas, e pretendemelhorar cada vez mais.

O supervisor técnico ValmirRabel espera nos circuitos colherresultados positivos, em cada eta-pa tenho que saber como os joga-dores estão se desempenhando esurge esperança de respostas paradepois reduzir os erros deles.

Alguns competidores pensamno jogo momentâneo, e não deixamde sonhar um pouco mais.

“Só por estar jogando em casajá é bom, espero chegar à final doscircuitos de Campo Grande, este éo nosso objetivo, ainda mais queestamos jogando em casa, a torci-da prestigia bastante e isso ajudapara chegar à conquista da vitória,mas quero chegar às olimpíadas”acredita Mauro Nogueira.

Durante o campeonato,Mazzé só pensava em ganhar deRenata e Talita e confessa emfocar sempre no hoje, e represen-tar o Estado, e ressalta cada jogoé uma história.

“O meu sonho é estar rodandonos circuitos, treinar, jogar sem-pre para estar no ritmo dasadversárias”, contou Maira. Mes-mo sem praia a Capital conseguemontar um circuito como se fos-se à beira mar.

Foto: www.esportesite.com.br

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ADIRAMlei de areia onde os competidores dão exemplo de superação

nossaPRAIAa

o país que se empenham para conquistar a vitória

E l a s - A equipe feminina de vôlei de areia mostra que tem mais do que beleza

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Thiago Andrade

Taekwon-Do é uma palavracoreana e significa “caminhodos pés e das mãos através damente”. A arte marcial queleva esse nome surgiu na re-gião onde hoje se encontram aCoréia do Sul e do Norte háaproximadamente dois milanos. Como todas as artes deluta orientais, o Taekwon-Doune ensinamentos filosóficosàs práticas de luta.

Como explica o professorFábio Costa, o Taekwon-Do éuma maneira de se desenvolverfísica, espiritual e mentalmentea partir da disciplina e força queo esporte exige. “Além do condi-cionamento físico, o esporte de-senvolve a mente e a memória,a coordenação motora e a aten-ção”, expõe Fábio.

Diogo Bernardelli, de 21anos, praticante de Taekwon-Dohá cerca de um ano, afirma que

o esporte o levou a um desenvolvimen-to muito grande. “Tanto no sentido físi-co, com uma melhora considerável nosmeus reflexos, resistência e velocidade,como psicologicamente, melhorandominha auto-estima e auto-confiança”,afirmou Diogo.

A técnica de luta chegou ao Brasilem 1970, trazida pelo mestre Sang MinCho. São Paulo foi o primeiro Estado areceber academias, que então se espa-lharam por todo o país.

Fábio Costa conta que o esporte che-gou ao Mato Grosso do Sul em 1977, tra-zido pelo mestre Amadeu Dias Moura,que criou uma academia em Corumbá.“Já a Federação de Taekwon-Do de MatoGrosso do Sul surgiu apenas em 1995,pois a criação da Federação estava rela-cionada à criação da Confederação Bra-sileira de Taekwon-Do que demorou prasurgir”, conclui Fábio.

Segundo Diogo Bernardelli, com acriação da Federação, o esporte passoua ser encarado de maneira mais séria.O governo de Mato Grosso do Sul, atra-vés da Fundação de Desporto e Lazer(Fundesporte), apóia alguns campeo-natos no Estado. “Os campeonatos sãoorganizados pelos mestres e alguns

professores, como é o caso do Fábio.Às vezes, a Federação também organi-za alguns eventos, mas geralmente, elaentra apenas como apoiadora”.

O Taekwon-Do é responsável porgrandes mudanças na vida de seuspraticantes. Este é o caso de IesaResende, de 12 anos, que pratica oTaekwon-Di há dois meses e meio e

afirma que a arte marcial tornou-amais confiante e segura, além de tor-nar sua vida mais saudável. “Antes eucomia de tudo, agora procuro me ali-mentar de forma mais saudável pra terum melhor desempenho”. Ivan Pielke,de 21 anos, treina Taekwon-Do há cin-co meses e afirma: “o Taekwon-Do metornou macho”.

PeloEsta arte marcial milenar que mistura luta e filosofia chegou há 38 anos no Brasil

Taekwon-Do

da Mente

E q u i l í b r i o - Praticantes do Taekwon-Do desenvolvem as áreas física, mental e espiritual

caminho

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Jairo Gonçalves

Motivados por ídolos do cinemacomo Bruce Lee, Jet Li, Van Damme,Chuck Norris e Jackie Chan, muitaspessoas buscam nas artes marciais re-sistência física, habilidades de luta esegurança pessoal. Por isso é cada vezmaior a procura nas academias, tantopor homens quanto por mulheres, pelaprática de uma arte marcial, tal comoboxe, judô, jiu jitsu, karatê, kung fu eentre estas, o kenpo havaiano, que reú-ne estilos de diferentes modalidades deartes marciais.

Esta modalidade foi criada nos Es-tados Unidos pelo grão mestre BillRyusaki, filho de imigrantes japoneses,nascido no Hawaii, na ilha Kamuela.Bill teve o judô e kenpo como artesmarciais de berço, através de aulas com

o pai que ensinava karatê shotokan. Nadécada de 50, na Califórnia, EstadosUnidos, dentre as modalidades existen-tes, buscou ele próprio criar uma queoferecesse maior possibilidade de de-fesa pessoal. Nascia então o kenpohavaiano.

Desenvolvido para ser o mais com-pleto possível para a defesa pessoal ediminuir a possibilidade de erros, okenpo havaiano reúne como técnica aforça do boxe, através dos punhos; aarte de desequilibrar o adversário, dojudô; a energia do inimigo contra elepróprio, do aikidô; a imobilização dojiu jtsu; golpes e chutes diretos, dokaratê; golpes circulares e autodefesa dedesvios, do kung fu e a luta com espa-da, a esgrima japonesa (katana), dokenpo. Por esta razão o kenpo havaianofoi se espalhando pelo mundo como

arte marcial completa de autodefesa,sendo muito utilizada em treinamen-tos de policiais e militares.

No Brasil e na América do Sul, estaarte teve início no ano de 1994, trazidapelo mestre Roger Chedid, formado nosEstados Unidos com o próprio BillRyusaki, que passou a ministrar aulasde kenpo havaiano no Círculo Militarde São Paulo. Deste então muitos mes-tres de artes marciais do país passarama buscar formação na modalidade, di-vulgando em seus Estados.

Além da defesa pessoal e fortaleci-mento de resistência muscular e cardí-aca, o kenpo havaiano trabalha o equi-líbrio emocional do homem, segundoo mestre Henri Martinez, quem trouxepara Mato Grosso do Sul a modalidadeem 1996.

“Por ser uma arte completa ela inte-

gra o homem consigo mesmo, tra-balhando o físico, o emocional,mental e espiritual, ensinando alidar com os limites, desafiandoa si próprio”, destaca o sanseiMartinez.

A Associação Atlética DojôCarvalho é a única academia emMato Grosso do Sul desta moda-lidade e vem revelando talentosno cenário de competições ao ní-vel nacional. Dentre eles destaca-se Josiene Botelho Aguiar, de 18anos, que irá este ano recebera faixa preta do esporte. Ela jáfoi campeã brasileira em 2005,vice-campeã em 2006, na mo-dalidade de defesa pessoalmista. Além de campeã emkata (modalidade de arte mar-cial dentro do kenpo), em 2007e no mesmo ano vice-campeãem luta.

Josiene treina desde os 12anos de idade e lembra queainda criança, os filmes foramsua inspiração. “No início foipor gostar mesmo, mas depois,com o apoio da família, passeia treinar para competições. Euera muito ansiosa e o kenpome trouxe tranqüilidade, dis-ciplina e persistência”, desta-ca a representante femininado Estado no cenário nacional.

No masculino, Jean Canhete,de 29 anos, que já tem em seu cur-rículo outras modalidades de ar-tes marciais, também vem con-quistando títulos para o Estado.Em 2005 ele foi o terceiro coloca-do em luta e em 2006 foi vice-campeão em defesa pessoal. Esteano, Jean que treina kenpo desde2004, também recebe a faixa pre-ta do esporte havaiano.

“O kenpo trouxe pra mimmuita elasticidade, ajudou noalongamento e fortalecimentocardiovascular, além de ser prá-tico, levando à disciplina”, res-salta Marcos Maravieski, de 24anos, que teve seu primeiro con-tato com o esporte em São Pauloe há um ano treina na Associa-ção Atlética Dojô Carvalho, emCampo Grande.

Segundo o professor HenriMartinez, no próximo semestre,Josiene e Jean receberão a faixapreta do próprio criador da mo-dalidade, o grão mestre BillRyusaki, que hoje viaja o mundodivulgando o esporte e tambémtrabalha como ator e dublê emfilmes que tenham artes marci-ais, produzidos nos Estados Uni-dos. Dentre eles, Bill já partici-pou em Karatê Kid II, Robocop IIe III, Loucademia de Polícia II,Soldado Universal e Rambo II.

Ta l e n t o s - Josiene Botelho, 18 anos, campeã brasileira em 2005, luta com o mestre Henri Martinez, que trouxe o esporte para o Estado

O jeitoCriado na década de 50 por um havaiano, este esporte engloba o melhor de diversas lutas

Kenpo

HAVAIANO de lutar

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Alysson Maruyama

O Undokai é uma gincana espor-tiva japonesa que tem como prin-cipal objetivo promover a inte-gração e a confraternização entre asgerações de famílias dessa culturamilenar. Em Campo Grande, a ter-ceira Capital brasileira em númerode descendentes japoneses, essafesta já é tradição. Nesse ano emque se comemora no Brasil o cen-tenário da imigração japonessa foirealizada na Associação Esportivae Cultural Nipo-brasileira, a 23ºedição do evento.

Nas provas todas as pessoas,desde crianças que já sabem andaraté idosos, podem participar. Elasvariam desde a brincadeira do cabode guerra, onde equipes disputamqual é a mais forte, até corrida derevezamento entre as gerações dafamília. “Esta foi primeira vez queparticipei deste evento, trouxemeus filhos pequenos que tambémadoraram. Eles ficaram empolga-dos, pois a cada competição temuma entrega de prêmios, como lá-pis e canetas”, diz a comercianteSandra Kato.

O professor de Educação FísicaEduardo Lemes foi prestigiar o even-to junto com sua namorada, que ébisneta de japoneses. Esse ano foi a

terceira vez que ele participou da com-petição que possibilita a prática de exer-cícios físicos e a reunião familiar. “Essetipo de evento é bacana pois toda a fa-mília pode se exercitar junta, desde ocaçula, até o ditian (avô em japonês).Mas é importante lembrar que a práticade exercícios físicos deve ser feita perio-dicamente”, comenta. Ele ainda dá adica que assim como no Undokai, aspessoas podem se reunir em família paraessas práticas esportivas no dia-a-dia, oque torna o momento mais agradável.

“Minha avó ficou um tempão ontema noite preparando nosso bentô (lanche)para hoje. A gente brinca e corre bas-tante, por isso precisamos semprerecarregar as energias”, diz o estudanteCarlos Matsubara de 12 anos. No local,além do vasto campo onde são realiza-das as atividades, tem também a praçade alimentação com a venda de comi-das típicas e um local disposto commesas e cadeiras para o descanso dosparticipantes.

Com uma duração de mais ou me-nos oito horas, o Undokai proporcionaalém da confraternização e a oportuni-dade de relembrar a tradição da cultu-ra, a oportunidade de pessoas com opouco tempo, praticarem nem que sejaum pouco de exercício físico. “Com acorreria do trabalho atendendo meusclientes não consigo realizar nenhumaprática esportiva, não sou descendente

Foto: nihon.samshiraishi.com

mas todos os anos compareço aoUndokai. Uma porque posso correr umpouquinho e outra porque sou simpati-

zante dessa cultura tão bonita”, afirmaa representante de vendas Ana Caroli-na Ferraz.

Gincana esportiva reuniu japoneses e descendentes em evento de comemoração aos 100 anos de imigração

Undokai

Keila Carvalho

Projeto voluntário tendo em vistacampeonatos de Karatê mobiliza mo-radores do Bairro Jardim Noroeste. Estetrabalho dirigido para crianças e ado-lescentes funciona de segunda a sexta- feira no Centro Educacional Infantile Adolescente (C.E.I.A).

“A disciplina é pensando no futurocomo a educação, tem que estar bemna escola para estar bem no projeto”,diz o professor Luciano Oliveira dosSantos.

“Aqui é legal, fazemos amigos e so-mos educados para nos ajudar tam-bém”, completa Ester de Jesus Lima,de 8 anos.

O professor Luciano explica que“durante três dias na semana visamoso esporte e a saúde, para as criançascrescerem com estruturas que os imu-ne de doenças como gripe, problemade coração e outras”.

Competições no bairro Aero Ran-cho, Jardim das Hortências, onde ga-nharam troféu, medalhas e reconheci-

mento do estado pela Fundação de Es-porte (Fundesporte), diz orgulhoso ocoordenador, Pedro Paulo, diretor daunidade.

“É difícil trabalhar com váriascrianças, mas vale a pena a recom-pensa, pois nas competições eu vejoo resultado do trabalho e da educa-ção individual, pois conversamosbastante com eles sobre comporta-mento em casa, com os coleguinhase desempenho no que fazem”, con-clui o professor.

No decorrer de quatro meses há tro-cas de faixas que representam a valo-rização de responsabilidade da acade-mia nas seguintes cores: branca, ama-rela, laranja, azul, verde, roxa, marrome preta, graduações em japonês comoDan.

“Gosto de aprender o Karatê e tam-bém a guarda na luta”, diz a estudanteCeliomar São Caetano, de 10 anos.Com início do projeto no ano de 2002,surgiram colaboradores como Grupode Empresários da UFMS, Colégio Ate-nas, Mesa Brasil (SESC).

Karatê no Jardim Noroeste

COMPETIÇÃO em ritmo ORIENTAL

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Disciplina obediência

Adeptos precisam de dedicação exclusiva para obter sucesso

Muay Thai

Fernanda Kury

Ringue, socos e dois competidores.Parece uma típica luta de boxe, mas naverdade o esporte praticado é o MuayThai. De origem tailandesa é utilizadoalém dos punhos, os joelhos, pés e co-tovelos para a prática dessa modalida-de. O que pode aparentar um esporteviolento na verdade é uma maneira dese defender, sem deixar de lado a disci-plina, presente nos treinamentos e baseprincipal para o sucesso e bom desem-penho do atleta.

Para o instrutor Hiroshi YonamineJunior, de 20 anos, que há dois anos dáaulas na academia Octagonon MuayThai, a disciplina e respeito entre oscolegas é a cobrança principal nas au-las. Segundo Hiroshi, se o aluno nãotem consciência de se manter discipli-nado, atento às instruções e técnicaspara que não haja machucados duran-te os treinos, ele não conseguirá prati-car o Muay Thai com sabedoria.

“Esse esporte por ter um contatobem próximo entre os competidores,

você acaba se machucando uma vez ououtra. Mas a pessoa precisa ter consci-ência que o que importa são as técni-cas e sair batendo no adversário achan-do que vai ganhar não pode. Pois aqui,no Muay Thai, diferente do Taekondo,você luta por nocaute e não para ganharpontos. Mas acima de tudo é precisorespeito e disciplina”, explica Hiroshi.

Muay Thai significa arte marcial, noseu país de origem o objetivo era lutarpela liberdade, pois através dessa arteé que o povo tailandês podia se prote-ger contra seus opressores. Com a ca-racterística que difere do boxe, o MuayThai se utiliza fortemente decotoveladas e joelhadas, o boxe têm so-mente os punhos como instrumentos.Além disso, essa arte marcial possuigolpes básicos que são: punhos (mhad),chutes (dteh) os lutadores são treina-dos para bater sempre com a canela. Acanela é a parte mais forte da perna dolutador. O pé contem muitos ossos fi-nos e é muito mais propenso a lesões.Um lutador pode acabar se ferindousando somente o pé como área de im-

pacto, joelhada (kao), cotovelada (sok),defesas (pongkan) e clinchê (plam) queé aplicado prendendo-se o oponente emtorno do pescoço ou em torno do cor-po, eles não são separados e a luta con-tinua com troca de joelhadas ecotoveladas.

Campeonatos dentro dessa modali-dade esportiva acontecem bem menosdo que na cidade de Curitiba, lá o pólodo Muay Thai, o incentivo aos compe-tidores é frequente. Hiroshi sente que afalta de apoio às competições aqui noEstado, acaba gerando desânimo paraos alunos e praticantes dessa modali-dade. “Meu primeiro campeonato foiem São Gabriel do Oeste, na época eununca tinha participado de nenhumadisputa. O meu professor me convidoupara que eu pudesse testar minhas ha-bilidades, eu fui e fiquei muito nervo-so. Na hora da disputa eu soube que omeu adversário tinha há pouco tempocomeçado a treinar Muay Thai, e queera boxeador. Tive medo de perder, masenfrentei o desafio. No terceiro round

ele não aguentou e eu venci. Foi umasensação maravilhosa e desde então eutreino todos os dias para que quandosurgir um campeonato eu esteja lá. Nãoaqui em Campo Grande, até porque nãotemos tantos campeonatos assim, maslá fora em outros Estados. Se tudo dercerto vou para Curitiba me aperfeiçoarno Muay Thai”, conclui Hiroshi.

O acadêmico do último ano de Edu-cação Física, Hugo d’Ávila, de 21 anos,

no

diz que para ele Muay Thai émuito violento. “eu vejo vídeos da-queles caras lutando, parece queestão naquelas brigas de rua. Achoque é um esporte que não temcomo dizer que não é violento, meuamigo às vezes fica cheio de hema-tomas pelo corpo”, explica d’Ávila.

Já a praticante de Muay Thai ealuno de Hiroshi, Shirley Marques,de 37 anos, diz que o seu interessepelo esporte foi para se defender,ter uma segurança ao andar na rua.“Eu pratico Muay Thai há um anoe antes fazia capoeira, mas vi quenesse esporte além de você apren-der a ser mais segura você tambémemagrece. Isso é bom! Bem no co-meço do esporte as mulheres nãopodiam praticar, pois acreditavamque elas traziam azar ou era vistocomo um esporte violento. Hoje eutreino e vejo que se você tiver inte-resse pela prática do esporte comomotivo de defesa e para ter umaauto-confiança maior ele não teránada de violento. Se machucardurante os treinos é algo normal,todo esporte tem seu lado ruim.Quando você bate o dedo na pontada cama, ela não é tida como vio-lenta, você simplesmente não pres-tou atenção. No Muay Thai vocêtem as técnicas e os cuidados paranão se machucar, caso isso aconte-ça é consequência”, desabafaShirley.

Foto: Arquivo Shirley Marques

e

aprendizado

S e g u r a n ç a - Shirley Marques, 37 anos, pratica Muay Thai para defesa pessoal

L u t a d o r e s - Professor Hiroshi e seus alunos reunidos para mais um dia de treinamento

Foto: Arquivo Shirley Marques

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INDO ATRÁS do

FutsalFoto: www.photografos.com.br

reconhecimentoJackeline Oliveira

Jogar futebol é o sonho demuitos meninos e em CampoGrande torná-lo realidade nãoestá tão longe assim, pois ofutsal está com tudo na Capi-tal, onde dois grandes eventosfazem do esporte marca regis-trada do Estado, a Copa More-na e a Taça Canarinho.

Grandes nomes do futebolde campo começaram suascarreiras nas quadras de fut-sal. Um grande exemplo éRonaldinho Gaúcho, destaqueno futebol internacional. Eisso influencia e estimulamuitos jogadores de futsal atornarem-se um nome no fu-tebol nacional e quem sabemundial.

O Futebol de Salão nasceuna Associação Cristã de Mo-ços, na década de 30 em Mon-tevidéu ou na década de 40em São Paulo, e diferente dofutebol de campo, o jogo acon-

tece em uma quadra, o números de jo-gadores é menor. No futsal são apenascinco jogadores, enquanto no futebol decampo o número de jogadores é 11.

As regras são diferentes também, nofutsal, não existe impedimento porexemplo. “Eu prefiro futebol de campo,mas aqui no Estado, o esporte não temmuita força, então eu jogo futsal pra medar agilidade, aí eu participo de seleti-vas de times em outras cidades e esta-dos”, explica o jogador Luis HenriqueFoglia Valério, de 17 anos, que comple-ta “abandonei o judô para jogar bola,isso eu tinha cinco anos”.

Atletas de Campo Grande que que-rem crescer no esporte correm atrás deseletivas, as famosas peneiradas que ti-mes conhecidos nacionalmente fazem,e para isso se dedicam e dão o melhornas competições do Estado. Muitos jo-gadores se dividem entre o futebol decampo e o futsal, como é o caso de Bru-no Ricardo Mendes, de 19 anos, quejoga desde os 7 anos. “Comecei em umaescolinha de futebol de campo chama-da Baianinho e também jogava futsalna escolinha Mieres.”

É comum ouvir os jogadores falaremde seus ídolos e de como se espelhamneles. Luis Henrique quer que aconteçacom ele o que aconteceu com Lucas deDourados, que passou na seletiva e en-trou para jogar no Grêmio e hoje jogano Liverpool. “Eu quero fazer o nome deCampo Grande também como cidade dofutebol de campo e para isso eu estoucorrendo atrás”, afirma o jogador Luis

Henrique.Bruno que atualmente joga na Mace/

Uniderp (futsal) e na seleção do MatoGrosso do Sul de Campo Grande, rece-beu propostas para ir para São Paulo jo-gar futebol de campo profissional, con-ta que se espelha no Kaká, RonaldinhoGaúcho, Robinho e Cristiano Ronaldo.“Eles jogam não só como profissão e simcom o coração”, afirma Bruno.

Átilla Eugenio

Há quase 20 anos, mais pre-cisamente em 23 de junho de1988, Cocada, celebrava o mo-mento mais glorioso de sua car-reira. Hoje, aos 43 anos, passa-das duas décadas, o ex-lateraldireito do Vasco, formado emEducação Física, herói do títu-lo estadual de 1988, reside nacidade onde nasceu e trabalhacom o que mais gosta: ensinarfutebol.

“Não tenho como esquecer ogol da decisão de 88 contra oFlamengo, virou um marco naminha vida. Entrei no jogo aos41 minutos, marquei aos 44 e

Foto: Jackeline Oliveira

fui expulso aos 45, por tirar a camisa.Isso já faz quase 20 anos, mas as pes-soas ainda se lembram desta partidaquando batem pelada comigo. Agoraque estou desempregado, mas com di-ploma de professor de Educação Físi-ca na mão, queria uma oportunidadecomo técnico de algum clube”, afir-ma Cocada.

Irreverente, Cocada admite que ocraque da família sempre foi o irmãomais novo, Muller (ex-São Paulo e sele-ção brasileira). Concorda que não tinhalá tanta habilidade e que, por isso, foireserva na maioria dos times em quejogou. Cocada já jogou no Operário,Flamengo, Guarani, Santa Cruz, Ame-ricano, Farense (Portugal), Vasco,Fluminense, São José e Londrina, mas

o ex-lateral-direito não abre mão do re-conhecimento como jogador sortudo.

“Sou uma pessoa abençoada. Não sópelo gol na decisão do Estadual de1988, mas também por ter jogado na-quele timaço do Flamengo, de 1983.Imagina a história de um jovem quesaiu de Campo Grande, Mato Grosso doSul, com 21 anos, para atuar ao lado doZico, melhor jogador do mundo depoisdo Pelé. Foi exatamente isso que acon-teceu comigo”, garante Cocada, queapesar da admiração pelo maior ídolodo Flamengo, é vascaíno fervoroso.

A p e l i d oAntes mesmo de se tornar jogador

de futebol, Luis Edmundo Lucas Cor-reia já fazia marcação cerrada nos co-

m e r -cian-tes deCampoG r a n d e .Então com 6anos, ele se oferecia para varrer calça-das, prestar serviços de banco e até lim-par banheiros. Tudo para, no fim do dia,poder comer incontáveis pedaços dodoce preferido.

“Trabalhava feito um doido e pediapara os lojistas me pagarem em coca-da. Dispensava dinheiro para comermeu doce favorito. Não queria saber dealmoço, lanche ou jantar. Só de coca-da, da preta ainda por cima. Hoje reco-nheço que meu apelido não poderia seroutro”, diverte-se.

um doce gol deCOCADA

I n s p i r a ç ã o - É comum ouvir os jogadores falarem dos seus ídolos e se espelharem neles

Esporte é visto como vitrine para aspirantes aos gramados

Foto

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Priscila Mota

O esporte é visto como fundamentalpara a saúde, sendo assim, beneficiatodo o desenvolvimento. As escolas dehoje proporcionam pelo menos duasaulas por semana de algum tipo de es-porte, pois consideram primordial aosseus alunos, que acabam interagindoentre si.

Antônio Carlos Mucci, de 31 anos,que há três anos leciona Educação Físi-ca, diz que “além da atividade física serde suma importância na vida das pes-soas, o esporte tem como benefício adisciplina, o trabalho em equipe e a par-ticipação em momentos decisivos, pro-porcionando uma melhoria no desen-volvimento motor (da criança), racio-cínio, trabalho em equipe, participaçãoe respeito às regras”, explica.

As modalidades mais trabalhadas sãoos jogos pré-esportivos, como queimada,bandeirinha e corrida. “Onde se trabalhaa base para os esportes”, explica o pro-fessor. Segundo ele, essas modalidades

acrescentam para um bom desenvol-vimento motor e cognitivo, além dacapacidade física e raciocínio. Os alu-nos têm contato com o esporte nasaulas de educação física e em ofici-nas de esportes oferecidas pela pró-pria escola.

Nathali, de 6 anos, acha importan-

te praticar esportes devido aos exercí-cios que fazem bem para a saúde, o quemais gosta de jogar é “vôlei”. Sua ami-guinha Eloysa, de 6 anos, concorda nogosto e acrescenta que faz bem a saúdeporque “fica forte”. Mas o gosto variaentre as crianças. O que é bem visível éque a maioria das meninas gosta de vô-lei enquanto os meninos gostam, claro,de futebol!

A professora que leciona há 15 anosem escolas da rede pública, JaneteDuarte de Oliveira, de 42 anos, diz que“o esporte ajuda e faz com que a crian-ça vá desenvolvendo a sociabilidade.Na brincadeira você consegue desen-volver tudo isso”. Ela revela que a edu-cação esportiva acrescenta “como pes-soa”, pois a criança “acaba conhecen-do condições que ela era capaz de fa-zer”. E confirma que há uma diferençana preferência por determinados espor-tes quando se trata de meninos e meni-nas. Os primeiros optam pelo “Futebole Basquete”, enquanto elas se interes-sam mais por “Ginástica, Estrela, colo-car o pé no muro, Parada de mão,Handebol”, esportes próprios do gostofeminino.

A professora Vera Ribeiro de Olivei-ra, de 26 anos, diz que essa importân-cia do contato com o esporte se dá por-que realmente “beneficia o desenvolvi-mento psicomotor, cognitivo, tornandouma brincadeira lúdica em aprendiza-gem”. E esse desenvolvimento ocorreatravés de “uma aprendizagem signifi-

cativa, ou seja, uma atividadelúdica, aonde se trabalha regras,coletividade do grupo, concentra-ção e companheirismo”, explicaa professora. Sendo “queimada,corrida com bola, bandeirinha,pula-corda, pega-pega, cola-colae voleibol”, as brincadeiras e mo-dalidades mais trabalhadas, queacrescentam com “noções delateralidade, raciocínio lógico,agilidade e percepção”. Normal-mente são oferecidas duas vezespor semana, e apenas não maisvezes porque “o número já é com-patível com a grade curricular daescola”.

De fato, o esporte ganha cre-dibilidade ao garantir tão bené-ficos resultados à saúde, que sãovistos principalmente quando épraticado de forma despretensi-osa, ou seja, pelo mero prazer depraticar – quando se torna umlazer, não só uma obrigação. Oesporte ou as “brincadeiras” pro-porcionam um descanso à men-te, e isso faz com que as crian-ças se concentrem mais e se sin-tam incentivadas a estudar, poismelhora no rendimento e desen-volvimento, como é apresenta-do pelos entrevistados. Assim, oesporte “promove” a educaçãopor justamente trazer benefíci-os não só para o corpo, mas simpara toda vida.

Foto: www.salesianoitajai.g12.br

GostoBase

se aprende na esporte

Escola

pelo

I n i c i a n t e s - Nas aulas de Educação Física ocorre a iniciação dos jovens em diversos esportes como o basquetebol

No começo são trabalhados os jogos pré-esportivos, como bandeirinha e queimada, que incentivam os alunos

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Danúbia Burema

Utilizar o trabalho de deten-tos como subsídio para que osalunos de escolas públicas bra-sileiras pratiquem atividades es-portivas. Isso é o que vem acon-tecendo através do ProgramaPintando a Liberdade, realizadoatravés da parceria do Ministé-rio do Esporte com o Ministérioda Justiça.

Detentos de vários Estados doBrasil estão inseridos no progra-ma. No Presídio Federal em Cam-po Grande, ele foi lançado emmarço deste ano. O trabalho dosdetentos consiste em costurar bo-las de futebol em couro. O mate-rial é distribuído gratuitamentepara escolas públicas, para quecrianças e adolescentes desen-volvam atividades esportivas.

A auxiliar administrativaRanude Rodrigues da Silva, de 48anos, trabalha em uma escola es-tadual em que as crianças utili-zam as bolas fabricadas pelo pro-grama. Ela acredita que esse tra-balho faz com que o detento pen-se e reflita sobre sua situação.

Para ela, o programa deveriaser ampliado também para a fa-bricação de outros materiais, e

trabalho com as crianças que vão paralá, elas não iriam sair de lá cada vezpiores”, afirma.

Uma das intenções do trabalho é

para jovens infratores, como os ado-lescentes que vão para as UnidadesEducacionais de Internação (UNEIs) daCapital. “Se eles fizessem esse tipo de

A confecção de bolas por detentos gera renda e reduz a pena, além de incentivar o esporte em escolas públicas

Ressocialização

dentro da celaCosturandoliberdadefazer com que os detentos consigamse reintegrar na sociedade. “Se lá den-tro preso ele está sendo útil, imagineaqui fora”, declara Ranude.

Cláudio Franklin, de 56 anos, quetrabalha há cerca de nove anos no pro-grama, explica o cuidado que se deveter com a segurança nos presídios aodesenvolver este tipo de atividade.“Pra você botar um preso para traba-lhar não é muito simples”, afirma.

Ele explica que no Programa Pin-tando a Liberdade o preso costura asbolas na própria cela. Franklin fala so-bre o retorno que o programa traz, ex-presso na auto-estima dos presos porestar trabalhando e recebendo paga-mento por isso.

O diretor do Presídio Federal deCampo Grande, Arcelino Vieira Damas-ceno, de 31 anos, explica os critériosque devem ser preenchidos para que odetento seja beneficiado pelo programa.O primeiro deles é que o preso não es-teja sendo beneficiado por nenhum ou-tro programa de ressocialização. De-pois, a preferência é dada àqueles quenão têm acesso às visitas da família.

Por enquanto, o programa contem-pla 15 detentos no Presídio Federal,mas a intenção é que ele atinja a to-dos aqueles que desejem participar,segundo a apresentação feita no lan-çamento do projeto.

Foto: Francisco Medeiros - Ascom - ME

Foto: Aldo Dias - Ascom - ME.jpgIII

R e a b i l i t a ç ã o - Detentos fabricam material esportivo em presídio no Distrito Federal