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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 MÁX.: 37 MÍN.: 26 TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVIII N.º 8.958 DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO SUPLEMENTOS 60% das escolas estão irregulares em Manaus Levantamento do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sinepe/AM) revela que mais de 60% das escolas particulares de Manaus estão irregulares. Algumas, inclusive, atuam sem alvará de funcionamento ou auto de vistoria do Corpo de Bombeiros. Órgãos e entidades de Defesa do Consumidor alertam os pais a exigir documen- tações das instituições de ensino antes de matricular os filhos. Dia a dia C1 BRASILEIRÃO RICARDO OLIVEIRA Vasco pega Coritiba no jogo da sobrevivência Além de vencer o Coritiba, Vasco terá de torcer pelo tropeço dos rivais. Pódio E1 IONE MORENO DIVULGAÇÃO MALHEIRO Maestro paulista de alma amazonense Maestro titular da Filarmônica do Amazo- nas, Luiz Fernando Malheiro quebrou mitos e percebeu a alma amazônida. Plateia D3 Criação de alternativas econômicas e preservação da floresta são pauta no COP21, em Paris PARTICULARES Enquanto o mundo discute o meio ambiente em Paris, na COP21, o Greenpeace afirma que o Estado precisa de políticas pú- blicas efetivas. Política A6 e A7 COP21 e as políticas do Amazonas MEIO AMBIENTE Atriz Marília Pêra morre aos 72 anos Última hora A2 DIVULGAÇÃO

EM TEMPO - 6 de dezembro de 2015

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ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR.

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ANO XXVIII � N.º 8.958 � DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015 � PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES � DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

SUPLEMENTOS

60% das escolas estão irregulares em Manaus

Levantamento do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sinepe/AM) revela que mais de 60% das escolas particulares de Manaus estão irregulares. Algumas, inclusive, atuam sem alvará de funcionamento ou auto de vistoria do Corpo de Bombeiros. Órgãos e entidades de Defesa do Consumidor alertam os pais a exigir documen-tações das instituições de ensino antes de matricular os filhos. Dia a dia C1

BRASILEIRÃO

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Vasco pega Coritiba no jogo da sobrevivência

Além de vencer o Coritiba, Vasco terá de torcer pelo tropeço dos rivais. Pódio E1

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MALHEIRO

Maestro paulista de alma amazonense

Maestro titular da Filarmônica do Amazo-nas, Luiz Fernando Malheiro quebrou mitos e percebeu a alma amazônida. Plateia D3

Criação de alternativas econômicas e preservação

da fl oresta são pauta no COP21, em Paris

PARTICULARES

Enquanto o mundo discute o meio ambiente em Paris, na COP21, o Greenpeace afi rma que o Estado precisa de políticas pú-blicas efetivas. Política A6 e A7

COP21 e as políticas do Amazonas

MEIO AMBIENTE

Atriz Marília Pêra morre aos 72 anos

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MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015A2 Ultima horaUltima hora

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AÇÃO

Marília Pêra morre aos 72 anos, no Rio de JaneiroCarioca estava na luta contra um câncer há pelo menos 2 anos, segundo informações da assessoria da Rede Globo

SÃO PAULO, SP (FO-LHAPRESS) - Mor-reu na manhã de on-tem a atriz Marília

Pêra, 72, em sua residência no Rio de Janeiro, segundo informou a assessoria de comunicação da TV Globo. Há dois anos, ela enfrentava um câncer.

O velório será no Teatro Leblon, sala Marília Pêra (rua Conde de Bernadote, 26 - Leblon), a partir de 13h.

Pêra passava por trata-mento de saúde e estava afastada da televisão há cerca de um ano.

Em seu mais recente tra-balho, a atriz interpretava Darlene na série da TV Globo “Pé na Cova”. Todos os epi-sódios da atual temporada e da próxima, prevista para ser exibida em 2016, já estão gravados.

O criador da série, Miguel Falabella, preparava uma nova série que teria Marí-lia Pêra como protagonista. Em “Negócios da Família”, a atriz interpretaria a mu-lher de um político corrupto que perde todas as mordo-mias e se transforma em uma viúva negra que mata milionários para ficar com suas fortunas.

Mais de 50 peçasA atriz Marília Pêra co-

meçou a atuar aos quatro anos de idade, ao lado dos pais, Manuel Pêra e Dino-rah Marzullo, que também eram atores, na Companhia de Henriette Morineau, “Os Artistas Unidos”.

Seu primeiro papel foi o

de uma das filhas de Medéia na peça de mesmo nome, de Eurípedes.

Nascida no Rio, em 1943, Marília Pêra atou em mais de 50 peças, quase 30 fi lmes e cerca de 40 novelas, minissé-ries e programas de televisão. Também dirigiu, coreografou e produziu espetáculos.

Algumas das principais

peças de sua carreira fo-ram “Roda Viva” (1968), de Chico Buarque, “Se Correr o Bicho Pega” (1966), de Oduvaldo Vianna Filho e Fer-reira Gullar, “Onde Canta o Sabiá” (1966), de Gastão Tojero, “A Ópera dos Três Vinténs” (1964), de Bertold Brecht e Kurt Weill e “A Megera Domada” (1967), de William Shakespeare.

Na televisão, passou pe-las emissoras Globo, Tupi, Manchete e Bandeirantes. Pêra também foi diretora e produtora. Suas peças mais recentes foi “Callas” (2014) e “Depois do Amor” (em cartaz em Manaus, no Teatro Amazonas até hoje).

CarnavalNo Carnaval deste ano,

Pêra foi a homenageada da escola de samba Mocidade Alegre, no sambódromo do Anhembi, em São Paulo.

A Mocidade abordou a traje-tória e a vida da estrela nacional com o samba: “Nos palcos da vida, uma vida no palco Marília!”.

As alas da escola contaram a história desde o nascimen-to da atriz e a sua dedicação ao balé até a carreira no rádio, passando pelas suas interpretações marcantes.

LIBERADA

Praia da Ponta Negra tem baixo movimento

No primeiro dia após 38 dias de interdição, o movi-mento na praia da Ponta Negra esteve abaixo do esperado na manhã de on-tem, e também em virtude da saída dos manauenses para outros municípios causado pelo feriado pro-longado. A praia foi libe-rada porque atingiu a cota esperada pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), de 17 metros.

Para o permissionário de uma das barracas da praia, José Carlos, a expectativa é que o movimento volte a crescer. “As expectativas são as melhores possíveis. Estava tudo parado nesses últimos dias e agora é aguar-dar”, afi rma o comerciante.

Segundo Gilberto Alves, que aluga barracas na bei-ra da praia, o horário da manhã geralmente regis-tra pouco fl uxo de pessoas. “As pessoas costumam ir à praia a partir das 14h para tomarem a sua cervejinha,

vir com a família e com os amigos. Muitas pessoas não sabem que a prefeitura permitiu a reabertura da praia, também”, diz.

MonitoramentoO secretário-chefe do Ga-

binete Militar da prefeitura, coronel Fernando Farias, ex-plicou que com a liberação, toda a estrutura do balne-ário volta a funcionar na mesma dinâmica anterior, com Corpo Permanente de Segurança com salva-vi-das, bombeiros, equipes de atendimento em saúde de plantão, Guarda Civil Me-tropolitana e Polícia Militar na área da praia, até as 17h, quando o banho é permitido. Depois desse horário, para segurança do usuário, é proi-bido entrar no rio.

“Vamos seguir cumprin-do o Termo de Ajustamen-to de Conduta que deter-mina o uso da praia até as 17h, sempre auxiliando o Corpo de Bombeiros nes-se trabalho de monitora-mento”, diz Farias.

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Corpo de Bombeiros deve intensifi car presença na praia

Polícia Federal destrói3 toneladas de droga

A Polícia Federal (PF) rea-lizou na manhã de ontem, a incineração de 2.921 qui-los de drogas avaliadas em aproximadamente R$ 25 milhões, em uma empresa de tratamento de resíduos Amazon Clean, localizado na rua Hibisco, Distrito Industrial 2, Zona Leste de Manaus.

As drogas apreendidas, entre maconha, skank e cocaína, é o resultado de operações realizadas neste ano, segundo o delegado Caio Eduardo Avanço, da Delegacia de Repressão a Entorpecente (DRE) da PF.

O delegado informou que a metade da droga é cocaí-na pura avaliada em torno de R$ 12 mil o quilo. A outra parte, de maconha e skank é comercializada no valor de R$ 5 mil o quilo.

“As operações são per-manentes a repressão do comércio das drogas que chegam pelos rios e fron-teira. Vale lembrar que o Estado do Amazonas é a porta de entrada dessa

droga e boa parte des-sa droga foi apreendida este ano que seria des-truída para os outros Es-tado do Brasil e exterior”, explica o delegado Caio Eduardo Avanço.

Ainda de acordo com o delegado Caio Eduardo Avanço, aproximadamente cem pessoas foram presas nas operações realizadas na tríplice fronteira, entre Brasil, Colômbia e Peru, além de outros pontos da cidade de Manaus.

A droga apreendida cor-responde a 10% de inqué-ritos policiais federais. Em março deste ano, três to-neladas foram incineradas.

A Polícia Federal encerra este ano com a incineração de seis toneladas de drogas que foram encontradas em pontos distintos, mas parte foi localizada em embarca-ções e aeroportos.

As quase três toneladas foram incineradas a uma temperatura de 1.000ºC. Mais de uma tonelada guar-dada no depósito da PF, espera pela liberação da Justiça para ser destruída.

INCINERAÇÃO

JOSEMAR ANTUNES

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Metade da droga era cocaína, avaliada em R$ 12 mil o quilo

Mais de 20 mil veículos devem deixar a capital

Manaus entra em situação de emergência por dengue

Mais de 20 mil veículos de-vem deixar a capital amazo-nense no feriado prolongado em Manaus. O movimento é causado pelo decreto de ponto facultativo para ser-vidores públicos e federais e municipais do Estado ama-nhã, devido ao feriado do dia 8 de dezembro em que se comemora o Dia da Pa-droeira do Amazonas, Nossa Senhora da Conceição.

Conforme estimativas da Agência Reguladora dos

Serviços Públicos do Esta-do do Amazonas (Arsam), durante todo o feriado, a fi scalização do serviço de transporte rodoviário inter-municipal coletivo de passa-geiros será operada por cinco empresas permissionárias. A fi scalização vai contar com a participação do Departa-mento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e Polícia Civil em pontos estratégicos.

Manaus entrou em situa-ção de emergência, em ato publicado no Diário Ofi cial do Município na última sexta-feira (4), em razão de epide-mia por doenças infecciosas virais, em especial às de transmissão pelo mosquito Aedes Aegypti. A situação tem vigência por 180 dias.

O decreto autoriza a ado-ção de medidas adminis-trativas necessárias à ime-diata resposta à situação. A declaração de emergência já havia sido anunciada du-rante a semana, quando o prefeito Artur Neto se reuniu com o governador do Amazonas, José Melo.

FERIADÃO

SAÚDESTÊNIO URBANO

VERSÁTIL

Marília Pêra também era bailarina e can-tora. Dos 14 aos 21 atuou em musicais e revistas como “Minha Querida Lady” (1962), e “O Teu Cabelo Não Nega” (1963), onde fez o papel de Car-men Miranda

Atriz assinou a direção de “Depois do amor”, em cartaz em Manaus hoje

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MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015A3OpiniãoOpinião

A primeira reação da presidente Dilma Rousseff e das lideranças de seu partido, o PT, à aceitação do pedido de impeachment pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi óbvia e repetitiva. Alegaram ‘golpe’ contra a democracia. O argumento é tão fajuto quanto uma nota de R$ 3: a de que o mandato político é inviolável. Ou seja, está acima da lei só porque é o PT quem está no governo.

Ora, o impeachment é o recurso genuinamente democrático para destituir governantes que cometem crime no exercício do mandato. Está na Constituição: Artigo 85. O proce-dimento de impeachment é regulado pela lei 1.079/50, que, em seu Artigo 2º estabelece atualmente o período máximo de cassação em cinco anos.

A destituição ocorre em um equilíbrio de forças democráticas: apoio do povo ao impe-dimento, análise e aprovação pelo Congresso Nacional e comprovação das provas pela Justiça. Paralelamente, a imprensa e o Ministério Público investigam e tornam público o devido cumprimento da lei. As instituições desenvolvem um papel de excelência na socie-dade, sendo perfeitamente aliados indispensáveis nesse contexto.

O impeachment sempre será uma peça de contemplação e um instrumento legal e legítimo de punição. Deve ser utilizado no momento propício para substituir governantes corruptos e salvaguardar as prerrogativas constitucionais.

Hoje, as medidas punitivas são postergadas e aplicadas conforme as conveniências. A Justiça, por sua vez, é morosa e quando pune com equidade esbarra nas ‘brechas judiciais’ que permitem a diminuição da pena. São fatores que incentivam a impunidade. Portanto, o discurso ofi cial pode ter a intenção de desviar o entendimento da sociedade sobre a situação atual, mas não será aceito como forma de legitimar desmandos públicos.

Tríplice aliança

Por essas e outras, a trí-plice aliança Melo, Omar e Arthur tem grandes chances de definir o destino político da cidade e do Estado nos próximos embates eleitorais.

Leitura tucana

Sobre a parceria, o prefei-to Arthur Virgílio (PSDB), em uma de suas entrevistas, fez a seguinte leitura:

— Hoje temos um senador que serve ao Estado e à pre-feitura e um governador que me ajuda e a quem eu ajudo!

Novo líder

Outro político que cresceu muito em nível nacional é o deputado Pauderney Avelino (Democratas–AM). O parla-mentar foi escolhido o novo líder da bancada do Demo-cratas na Câmara, hoje com 23 congressistas.

Oposição ferrenha

Pauderney vai substituir o atual líder Mendonça Filho (PE).

Hoje é um dos mais ferre-nhos opositores do governo e está empenhado em aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Na convenção

A decisão política que tor-nou Ney o novo líder do DEM foi tomada na manhã desta quinta-feira (3) durante con-venção nacional da legenda que acontece no Senado.

Só em fevereiro

Mas a formalização da esco-lha de Pauderney só ocorrerá em fevereiro do próximo ano, quando começa o novo man-dato da liderança.

«

O parlamentar amazonense é um dos mais ferrenhos oposito-res do governo e está empenha-do em aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff .

Rotta cotado

O deputado Marcos Rotta (AM), que preside a CPI do BN-DES, está entre os cotados para a lista que o PMDB apresentará segunda-feira (7) com indica-ções para compor a comissão especial da Câmara que anali-sará o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff .

Chico nos cinemas...

O documentário “Chico – Ar-tista Brasileiro”, do diretor Mi-guel Faria Jr. entrou em cartaz nesta quinta-feira, em circuito nacional.

Menos nas salas de Manaus, que parecem não ter nenhum interesse em apresentar fi lmes de arte.

...Menos em Manaus!

Na quinta-feira, uma amante da obra do compositor chegou na bilheteria do Cinépolis do sho-pping Ponta Negra e indagou:

— Vocês vão exibir o fi lme do Chico?

— Vamos não! – respondeu a funcionária.

— Mas por que não? – insistiu a espectadora.

— Porque eles acham que aqui em Manaus não tem público para esse tipo de fi lme.

«

A sensação é que, em deter-minados momentos, parece que o Amazonas não é Brasil.

Não é privatização

Na próxima quinta-feira (10), os trabalhadores da Eletrobras

Distribuição Amazonas em Ma-naus realizarão um ato público a partir das 14h (horário Ma-naus) na praça da Polícia, contra a privatização da Eletrobras/Amazonas Energia.

A nossa também

A plano foi anunciado em novembro deste ano, quando fi cou claro o interesse da Ele-trobras em privatizar todas as suas subsidiárias de distribuição de energia elétrica até o fi nal de 2016.

«

E isso, para surpresa geral, inclui a sua distribuidora no Estado, a Eletrobrás Amazonas.

Na virada

Em comunicado que rodou o mercado fi nanceiro ainda em novembro, a estatal informou que votará, em plena virada de ano, ou seja, no dia 28 de de-zembro, a venda das subsidiárias ao capital fi nanceiro.

Vai pegar geral

Além da subsidiária no Ama-zonas, a dos Estados do Piauí, Alagoas, Acre, Rondônia, Boa Vista e Goiás também estão no radar para ser privatizadas.

Mérito do reitor

O reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Clei-naldo de Almeida Costa, recebe-rá a comenda “Ordem do Mérito Legislativo”, da Assembleia Le-gislativa do Amazonas (Aleam).

O autor

A indicação é do deputado estadual Adjuto Afonso (PP), presidente da Comissão de Fi-nanças da Casa Legislativa.

A solenidade acontece na pró-xima quinta-feira, dia 10,

O senador Omar Aziz (PSD-AM) atingiu, hoje, o respeito e a estatura política de líder nacional.

Tem participado ativamente, na tribuna do Senado, das pautas mais urgentes do país, o que tem aberto espaço na mídia do sul maravilha. No dia a dia do Congres-so, nenhum movimento ganha corpo sem que Omar seja consultado. E, quando isso acontece, o senador do Amazonas costuma colocar o que pensa à mesa, de forma franca, sincera, direta e às vezes até sem papas na língua. Este, aliás, sempre foi o seu estilo.

A envergadura política de Omar

Legítimo, legal e democrático [email protected] | [email protected]

Contexto3090-1017/8115-1149

VAIAS APLAUSOS

Para a privatização do serviço de energia elétrica no Amazonas, que será extremamente prejudicial para o desen-volvimento socioeconômico do Estado, principalmente para os municípios do interior.

Privatização da Eletrobras DIVULGAÇÃO

Justiça Federal determinou que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) cumpra novas medidas para incentivar a redução do número de cesáreas na rede particular de saúde. As medidas incluem uma remuneração no mínimo três vezes maior para profi ssionais que realizarem parto normal, em relação aos que reali-zarem parto cesárea.

Parto normal paga maisDIVULGAÇÃO

[email protected]

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas EM

TEMPODesde sempre as nações defi nem e assumem posições globais em função de dois fatores primordiais: seus inte-resses geopolíticos, aí contidas suas intenções e mesmo necessidades de fi xar e de expandir suas fronteiras através da anexação de novos territó-rios, então submetidos ao seu domínio estatal; a isto se acrescenta, e muitas vezes lhe está subjacente, a busca do fortalecimento econômico, capaz de sustentar o desenvolvimento, o expansionismo e o poder nacionais.

No delicado e complexo momento histórico que o mundo ora atravessa, em que se destacam os confrontos a envolver os países ocidentais, o autodenominado Estado Islâmico, a Síria e o Iraque, além de outras nações islâmicas que participam de modo mais discreto e até camufl ado e ainda a Rússia, cada um dos envol-vidos age e se movimenta segundo seus peculiares interesses e suas necessidades.

A Síria, das mais importantes peças nesse tabuleiro, enfrenta uma verda-deira guerra civil entre o poder ofi cial do presidente Bashar Assad e uma população rebelada, que pretende derrubá-lo, e ainda uma terceira força, o Estado Islâmico, que se instalou em parte do seu território e também em parte do Iraque.

Enquanto a França e os Estados Unidos se empenham em atacar os jihadistas, e dão apoio aos rebeldes sírios, a Rússia, já vitimada pelo EI, também o ataca, mas, simultane-amente, ajuda o presidente sírio a combater os rebeldes.

O que parece uma contradição, na verdade se explica pelo fato de Bashar Assad ter impedido que um gasoduto atravessasse o território sírio para levar à Europa o gás do Qatar e do Iran, assim preservando o quase monopólio da Rússia em abastecer aquele continente. Essa atitude tem levado o Ocidente a

pretender derrubar o atual governo de Assad, evidentemente, não em busca da realização de ideais demo-cráticos e humanitários, mas porque uma alternativa e uma diversifi cação do gás russo, é vista pela Europa e também pelos Estados Unidos como fator de segurança e também de controle de preço.

Do Iraque, sobretudo, o Estado Islâmico retira sua maior fonte de renda, precisamente do abundante petróleo ali disponível.

Para controlar uma boa parte do território iraquiano, o “califado do terror” somente o logrou porque tem contado com a adesão e o apoio da maioria da facção sunita daquele país e isso é uma consequência direta do fato de, após a retirada das tropas americanas, um governo xiita se ter instalado e passado a dizimar a outra linhagem, que lhe era avessa.

Hoje, vê-se claramente a resis-tência de Barack Obama em enviar tropas terrestres para derrotar os jihadistas, precisamente porque os americanos, que já haviam pagado alto preço na ocupação do Vietnam, repetiram e também pagaram muito caro pelas suas aventuras no Iraque, na Líbia, no Afeganistão.

As lutas internas entre as mais va-riadas etnias, xiitas, sunitas, curdos, por exemplo, no Iraque, há séculos ocorriam e ainda ocorrem, mas os governos locais, muitas vezes ex-tremamente violentos e ditatoriais, conseguiam, de alguma maneira, unir a todos num mesmo país e evitar a sua fragmentação.

Não é um absurdo conjecturar que hoje o governo norte americano, em-bora sem o confessar, lamente a aventura intempestiva e desastrada do governo George W. Bush no Iraque, que, inclusive, usou de justifi cativas que não se confi rmaram, como foi o caso das “armas de destruição total” de Sadam Hussem.

Política [email protected]

João Bosco Araújo

No delicado e complexo momento histórico que o mundo ora atravessa, em que se destacam os confrontos a envolver os países oci-dentais, cada um dos envol-vidos age e se movimenta segundo seus peculiares interesses e suas necessi-dades

Editorial [email protected]

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Page 4: EM TEMPO - 6 de dezembro de 2015

MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015A4 OpiniãoOpinião

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Arcebispo Metropolita-no de Manaus

Painelnão se enquadravam mais nos critérios de renda.

Liga de novo Procurada, a Aneel diz que passou a analisar o cadastro com mais rigor a partir de 2014. “Se uma família deixou de receber o benefício, e re-tornar aos critérios estabe-lecidos, pode solicitar nova concessão.”

Melhor não O governa-dor Geraldo Alckmin tem dito a interlocutores que não vê mais possibilidade de lançar seu secretário de Segurança, Alexandre de Moraes, a prefeito de São Paulo. Segundo ele, seria muito difícil convencer o PSDB a aceitar um “cristão novo”.

Jogo duplo Há cerca de 20 dias, quando se intensifica-ram as manifestações con-tra a reorganização escolar, Herman Voorwald passou a pedir que o núcleo duro do governo convencesse Alck-min a voltar atrás, embora na frente do governador defendesse a proposta.

Vai que é sua Com a demissão de Voolward, o governador pode jogar o fracasso do processo no colo do secretário. Auxilia-res de Alckmin dizem que o governo “vira a página” e deixa de “disputar espaço no noticiário com o impe-achment de Dilma”.

Na parede Após vir à tona o acordo entre Romário e Eduardo Paes em torno da candidatura de Pedro Paulo a prefeito do Rio, a dire-ção do PSB cobrou que o senador assuma “de forma clara e definitiva que é candidato”.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Em uma conversa reservada com alguns empresários no gabinete do Paulo Skaf, antes do almoço organizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na última sexta-feira, o presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, perguntou aos convivas:–Quais são as consequências da demissão do ministro do PMDB? –indagou, referindo-se a Eliseu Padilha.Ouviu que o caso tem seu peso porque, afi nal, Padilha é muito ligado ao vice-presidente Michel Temer.–Todo dia tem uma notícia ruim por aqui –disse o líder argentino, entre abismado e curioso com os desdobramentos da crise política no Brasil.

Pior que lá

TIROTEIO

Esta postura não cabe na biografi a do vice-presidente. Num momen-to como este, fl ertar com o impeachment não condiz com ele.

DE EDINHO SILVA, ministro da Comunicação Social, sobre a suposta participação de Michel Temer em um complô para tirar Dilma Rousseff do governo.

O governo começa a construir seu plano de combate para derrotar o pedido de deposição. Dilma Rousseff atuará pessoalmente para atrair o apoio de pesos pesados do PIB. Lula fi cará responsável pela “infantaria”, buscando a adesão das ruas. Ministros políticos tentarão desorganizar a base de Eduardo Cunha, trabalhando para herdá-la caso o presidente da Câmara caia antes de o impeachment ser votado em plenário. O Planalto corre e tenta resolver tudo tal qual uma guerra-relâmpago.

Preparar Eduardo Cunha cospe fogo quan-do fala de Jaques Wag-ner. Acha que o ministro da Casa Civil prometeu os votos do PT para salvá-lo no Conselho de Ética, mas não os entregou.

Apontar Cunha pro-mete revelar, “no mo-mento certo”, os detalhes das três últimas conver-sas que manteve com o homem forte do governo Dilma antes de anunciar o impeachment.

Fogo “Quero ver des-mentir. As três foram barganha”, tem alegado o peemedebista.

Abre o olho A ala do PMDB ansiosa pela de-posição de Dilma iniciou um “road show” pelo país organizando uma frente de governadores a favor da troca de guarda no Palácio do Planalto.

I’m back Joaquim Levy voltou a ser dono do próprio nariz. Até pouco tempo atrás, sua saída –ainda que voluntária– seria encarada como demissão. Agora, com o calvário de Dilma, o go-verno tornou a depender mais do ministro do que

o contrário.

Online O PC do B de-cidiu “atuar nas ruas, nas redes e na Justiça a favor da presidente”. Também definiu os no-mes dos deputados que integrarão a comissão especial que analisará o impeachment na Câma-ra. Jandira Feghali (RJ) será a titular e Orlando Silva (SP), o suplente.

Zen Na carceragem em Curitiba, o ex-ministro José Dirceu ganhou o apelido de “guia espiri-tual”. Entre os presos da Lava Jato, ele é apontado como o mais sereno e centrado de todos.

O último a sair... A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) descredenciou, este ano, sem explicação, cerca de 1,5 milhão de famílias do programa da Tarifa Social de energia.

...apaga a luz? Segun-do relatório da agência enviado à Câmara, na validação de cadastro deste ano, 3,2 milhões de famílias foram des-credenciadas porque ti-nham algum tipo de erro cadastral ou porque já

O papa fi nalmente chegou a Bangui, capital da República Cen-tro Africana. Este país no cora-ção do continente vem sendo sistematicamente abalado por uma violência que parece não ter fi m. Grupos radicais islâmicos e cristãos mantém a população num estado constante de medo e terror. As causas de tanta insta-bilidade são muitas e vão desde o passado colonial sob o jugo da França que como em outras par-tes traçou fronteiras artifi ciais, juntou povos diferentes e estabe-leceu mecanismos de exploração difíceis de serem superados, até o tribalismo, o fundamentalismo e a luta pelo domínio das riquezas naturais.

Muitos acharam que o papa devia suspender a viagem. Em primeiro lugar pela sua segu-rança pessoal. Mas sobretudo pela segurança da multidão. Não seria difícil explodir uma bomba no meio de tanta gente. Pode-se imaginar a tragédia. Teria o papa o direito de colocar em risco a vida de tantas pessoas? A sua, dá para entender, pois o pastor dá a vida pelo rebanho e não corre amedrontado pelo lobo. Pode-mos imaginar o que se passou na mente do papa, que deve ter rezado muito e pedido ao Senhor que o iluminasse.

O ainda jovem arcebispo de Bangui disse aliviado depois da visita que esperavam o apocalip-se e aconteceu a festa. Que se aprenda que a guerra e o terror são obra de uns poucos. Os senhores da guerra que se escondem atrás de discursos patrióticos, religio-sos não representam o povo. O povo quer viver e conviver, quer celebrar, quer música e dança, quer abraçar os amigos. A visita do papa proporcionou uma oca-

sião para viver este lado lúdico da vida. Num mundo dominado pelo medo e numa situação de perigo constante é fácil imaginar a alegria daquelas multidões que simplesmente querem viver em paz. Numa situação em que só a visita de um papa pode tra-zer a normalidade, vale a pena realizá-la.

Entre as atividades do papa uma chamou atenção. Ele foi rezar na Mesquita. Tirou respeitosamente os sapatos e fez uma oração silenciosa. Depois fez o seguinte comentário: se não tivesse feito esta visita teria perdido algo pois somos parte uns dos outros. So-mos humanos, e a humanidade se manifesta e se realiza de forma plural. Ninguém tem o monopólio da humanidade, nem indivíduos e nem religiões, muito menos estados e nações. Ouvir o outro, escutar seus segredos existen-ciais, aproximar-se com respeito do diferente é enriquecer-se de humanidade. Não podemos per-mitir que o terror e a violência nos impeçam de viver.

Neste tempo de Natal somos convidados a nos aproximarmos mais dos outros e a acreditar no amor, na justiça, na solidariedade. É tempo de festa. Neste momento dramático que vive a humanida-de, tempo de terror, de funda-mentalismos, de corrupção, de desastres ecológicos e mudanças climáticas podemos transformar o apocalipse em festa, mesmo que seja por breves espaços. A festa e a escuta do outro manterão a vida e lembrarão que os que usam e abusam do poder tem os dias contados. A história dirá o que signifi cou esta visita em termos políticos. Mas ela valeu a pena pois mostrou que as pessoas querem simplesmente viver.

Lições de uma [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Natuza Nery

CONTRAPONTONinguém tem o monopólio da humani-dade, nem indivíduos e nem religiões, muito menos estados e na-ções. Ouvir o outro, escutar seus segredos existenciais, aproximar-se com respeito do diferente é enriquecer-se de humanida-de. Não pode-mos permitir que o terror e a violência nos impeçam de viver

Blitzkrieg

Frase

IONE MORENO

Do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, sobre a abertura do processo de impeachment

da presidente Dilma Rousseff

OLHO DA [email protected]

Em um regime presidencialista, o poder emana do voto. Se tenho um processo de impedimento, estou diretamente anulando o princípio fundamental da

democracia, que é o voto popular. Não pode ser uma decisão parlamentar e política

Sem medo do perigo. Os jovens estudantes sentaram na passarela com as pernas pen-dentes no vazio. O momento de descontração representou, também, um risco. Embora o corrimão tenha servido de apoio, os espaços entre a grade são grandes o sufi ciente para passar um adulto. Um fl agrante de meninos ‘fazendo arte’ na saída da escola.

DO GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Polí[email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015

BRASÍLIA

Congresso discute recesso

Política A8

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AÇÃO

Aos 52 anos e com uma carreira de 26 anos dedicados à magistratura local, a juíza Nélia Caminha chega ao posto máximo do Judiciário. Eleita na semana passada por unanimidade para ocupar a cadeira deixada pelo desembargador aposentado Rafael Romano, a nova integrante da corte do Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam) declarou que seu sonho foi realizado. Nélia toma posse do cargo em solenidade prevista para esta semana.

‘Tenho CONDIÇÕES DEASSUMIR esse cargo’

Nélia CAMINHA

EM TEMPO – Com 26 anos de magistratura, qual vai ser seu diferencial na corte do Tribunal de Justiça?

Nélia Caminha - Já viven-ciei muitas coisas. Dei gran-des gargalhadas durante essa minha trajetória, mas também já derramei lágrimas. Sei que tenho condições de assumir esse cargo. Comecei minha carreira no interior e depois vim para capital. Presidi o pleito, fui juíza da propaganda eleitoral. Já fui juíza auxiliar da vice-presidência; da correge-doria e da presidência por mais de uma vez. Com isso, eu já conheço o tribunal e me acho

apta a desempenhar minha função no tribunal. A única diferença é que agora estou no segundo grau e faço parte de um órgão colegiado.

EM TEMPO – Essa é a terceira vez que a senhora disputa uma vaga na corte do Tjam e, após ser esco-lhida por todos, declarou que era a realização de um sonho. O que a população pode esperar da desembar-gadora Nélia Caminha?

NC - O cumprimento da lei. Eu acho que a força da Justiça é poderosa e a lei deve ser cumprida por todos, desde os mais graduados, até os mais humildes.

EM TEMPO – A senhora chega ao posto máximo do Judiciário num momen-to em que o Tjam discute a nomeação de sete novos membros. Qual seu posi-cionamento sobre o tema?

NC - Eu acho que a primeira instância ainda não está o ideal, mas eu vejo que esse discurso de priorizar a primeira instância vem desde o início. Já teve o concurso para magis-trado e para servidores para tentar minimizar o processo do 1º grau. Mas acontece que no segundo grau nós também precisamos disso, uma vez que, pelo o que a lei determi-na, nós já temos processos sufi cientes para ampliação de

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HENDERSON MARTINS

pastas. Por exemplo, tem câmara aqui no tribunal que funciona com três membros, se um membro sair de férias a câmara não funciona. Eu sou literalmente a favor da criação dos cargos.

EM TEMPO – Em 2004, a senhora fi cou conhecida por ter conduzido o pro-cesso eleitoral com todo o rigor. Que experiências tirou desse período?

NC - O pessoal me chamava como a “dama de ferro”, mas eu não me considero “dama de ferro”. Eu apenas cumpro a lei. O juiz tem que cumprir a lei e isso não é nada de anormal. Mas as pessoas fazem isso como se fosse algo extraordi-nário. E eu apenas cumpri a lei, e essa é minha postura, quem me conhece, os advogados, os próprios colegas, todos sabem que eu sou assim. Eu não tenho difi culdade de dizer não, se é bem, se não for, não tem por que questionar.

EM TEMPO - Em sua ava-liação, qual o principal de-safi o do Judiciário bra-sileiro e do Amazonas?

NC - O principal desafi o, eu acho que é implementar um serviço melhor para a população em termos de prestação de justiça. E como é que a gente consegue isso? Tendo juízes em todas as co-marcas. Nós temos mais de 15 comarcas vagas, uma vez que não foram

preenchidas todas as vagas. No último concurso, eram 30 vagas e só passaram 15 juí-zes. Então, nós já temos essa defasagem. Vejo como essen-cial que cada comarca tenha um número de funcionários necessários e concursados de preferência. Que tenham in-ternet de boa qualidade, e esse

é um dos principais problemas. Têm comarcas no interior que passam mais de 15 dias sem comunicação. Assim, esse é o maior desafi o do Judiciário, que vem por implementar, dar condições para o magistrado do interior e da capital e for-necer um serviço de boa qua-lidade para o jurisdicionado.

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A6 PolíticaPolítica

Durante muitas décadas, a preservação do meio ambiente e da Amazônia tem sido a tônica dos discursos dos políticos do Estado. Mas, nos últimos anos, a realidade tem se mostrado diferente e o Amazonas tem sido alvo de vários ataques ambientais e apresenta uma política frágil

Política

No mês em que o mundo volta a discutir acor-dos para combater os efeitos das mudanças

climáticas, na 21ª Conferência do Clima (COP21), em Paris, o Estado do Amazonas - que exercia a vanguarda na pro-teção da Floresta Amazônica brasileira - se vê como a uni-dade da Federação que mais sofreu com a avanço do arco do desmatamento no país, na avaliação de entidades como o Greenpeace e o Fundo Mun-dial para a Vida Selvagem (WWF-Brasil).

Conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espa-ciais (Inpe), apesar de o Pará se manter como Estado com a maior área de fl oresta degra-dada pelo avanço do agrone-gócio e da extração ilegal de madeira, no último ano fi scal – de agosto de 2014 a julho de 2015 -, o desmatamento do bioma amazônico em território amazonense foi o que registrou o maior crescimento (54%) em relação ao ano fi scal anterior.

E um dos grandes impac-tos na degradação ambiental aconteceu este ano, com as constantes cortinas de fu-maça que assolaram o Esta-do, especialmente a capital amazonense. Nesse episódio, o governo do Estado se mos-trou totalmente desprepara-do para combater o mal de frente, sem saber, ao menos, dar uma resposta concreta à sociedade, principal vítima das consequências das quei-madas desenfreadas. Fato semelhante já havia ocorrido na cidade em 2009 e, naque-le ano, o governo do Estado também não teve mecanis-mos fortes para enfrentar, nem explicar a “fumaça”.

Diante do aparente silên-cio dos poderes Legislativo e Executivo do Estado sobre a pauta, a gestora ambiental

Cristiane Mazzetti, integran-te da campanha “Amazônia do Greenpeace”, afi rma que o meio ambiente começou a ser deixado como segundo plano desde 2010, conforme observação da entidade. Mas, aponta que, hoje, o principal vetor do desmatamento no território amazonense foi a diminuição dos esforços do governo do Estado sobre as políticas ambientais.

CortesSegundo ela, com a reforma

administrativa do Executivo estadual, justifi cada pela crise econômica, a pasta de Meio Ambiente teve orçamento re-duzido, além de estruturas ex-

tintas como o Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc). “Os cortes foram justi-fi cados pela crise, mas é uma economia pouco inteligente, porque os prejuízos que isso vai causar aos Estados e ao país serão muito maiores por conta do serviço de regador que a Amazônia exerce sobre o resto do Brasil e ajuda o agronegócio e as geração de energia nas hidrelétricas”, lembra.

O Ceuc, de acordo com Ma-zzetti, foi responsável pela demarcação e gestão de 42 unidades de conservação no Amazonas, que representam 16,5% de todas as unidades de conservação (UC) criadas no mundo de 2003 a 2009. Uma área de 11,6 milhões de hec-

tares, dividida em localidades demarcadas inclusive no sul do Estado, onde a degradação fl orestal é maior.

“É muito triste ver que a Ceuc no Estado do Amazo-nas foi fechada. Unidades de conservação e terra indígena (TI) demarcadas são essenciais para a proteção da fl oresta. Na Amazônia, temos 80 milhões de hectares que não têm prote-ção e que agora estão à mercê de grileiros com a extinção de órgãos como o Ceuc”, explica a gestora ambiental.

Segundo ela, o Greenpeace observou que de 2001 a 2010 o Amazonas desenvolveu uma série de iniciativas que aju-daram a preservar a fl oresta. Mas, a partir de 2010, a pauta do meio ambiente no âmbito político, tanto pelo governo estadual quanto pelo federal, começou a ser deixada em segundo plano. “Desde 2010, mais ou menos, o meio am-biente começou a ser segundo plano e agora a reforma (admi-nistrativa) foi a cereja do bolo (do mau)”, lamenta.

No âmbito federal, o Gre-enpeace observa que o governo Dilma Rousseff foi o que menos demarcou terras indígenas no país, desde o fi m da ditadura. A entidade teme ainda que o Congresso Nacional aprove a PEC 215, que trata da trans-ferência da responsabilidade pela demarcação de TI do Exe-cutivo para o Legislativo, cujo quadro é dominado por uma bancada ruralista.

“A Dilma, um pouco antes da COP, anunciou como um dos acordos que o Brasil zeraria o desmatamento ilegal na Ama-zônia até 2030. Desta forma ela admite que vai tolerar o crime por mais 15 anos. Temos um manifesto de um grupo de organizações que pede para que o país zere o desmata-mento em no máximo 10 anos, em qualquer bioma no Brasil”, assinala Mazzeti.

EMERSON QUARESMA

O presidente da Comissão do Meio Ambiente da Assem-bleia Legislativa do Estado (Aleam), deputado Luiz Cas-tro (Rede), rebate a crítica de que o Legislativo tem sido omisso quanto às questões amazônicas. Segundo ele, a comissão tem se posiciona-do contrária à redução da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e à quase fusão do órgão com o Insti-tuto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).

“Hoje, o erro do governo (Melo) se traduz tanto no sul do Estado quanto na Região Metropolitana de Manaus (RMM). Mas, o erro tam-bém foi de outros governos, quando antes da constru-ção da ponte Rio Negro, por exemplo, não atenderam ao

nosso pedido de que se pro-movesse um ordenamento ambiental e fundiário em Iranduba, sofreria com im-pactos ambientais e sociais com a especulação imobili-ária”, critica.

O presidente da Comissão de Vigilância Permanente da Amazônia e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Ma-naus (CMM), vereador Eve-raldo Farias (PV), afi rma que a pauta de meio ambiente nunca foi tão debatida na-quela casa. Limitada à capi-tal, a comissão, segundo ele, tem fomentado a discussão a respeito dos resíduos da indústria, a luta contra as lixeiras clandestinas e con-tra as empresas limpa-fossa que utilizam os igarapés para descarte dos dejetos.

Antes de viajar para Paris na última quinta-feira, para participar da COP21, o go-vernador José Melo (Pros) sancionou no último dia 1º a Lei Estadual de Serviços Ambientais, aprovada pela Aleam. Na ocasião, o go-vernador disse que busca-ria na COP21 parcerias e recursos para bancar com-pensações ambientais pela conservação da Floresta Amazônica em território amazonense, de olho na qualidade de vida dos povos tradicionais do Estado.

Como forma de arrecadar essas compensações, a nova legislação regulamenta os serviços ambientais e cria o Fundo Estadual de Mudan-ças Climáticas, Conservação

e Serviços Ambientais. A ex-pectativa de captação de recursos é da ordem de R$ 17 bilhões, nos próximos 5 anos. Melo disse que não é possível discutir a preserva-ção da fl oresta sem conside-rar a criação de alternativas econômicas e de melhorias da qualidade de vida. Uma das alternativas aponta-das por ele foi a criação de projetos de piscicultura em terras degradadas.

“A fl oresta tem uma ri-queza imensurável. Quanto representa a madeira que tem nessa fl oresta? Se isso tudo é importante para o mundo, que venha aqui nos ajudar a criar qualidade de vida para o povo, de forma sustentável. É meu apelo”.

Legislativo se diz efi ciente

Melo vai a Paris defender o AM

Infelizmente, o Amazonas, que tinha a vanguar-da em questão de conservação da fl oresta, está perdendo esse status, porque ci-dades como Apuí, Lábrea e Boca do Acre estão so-frendo a pressão do arco do des-matamento com a expansão do agronegócio, da pecuária e explo-ração de madeira”

Cristiane Mazzetti, Greenpeace

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MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015A7

“A fl oresta em pé”. Esse discurso foi

exaustivamente ento-ado aos quatro cantos

do mundo. Mas, o desmatamento regional

contradiz a máxima

Líder da bancada ama-zonense no Congresso, o senador e ex-gover-nador Omar Aziz (PSD) contesta as críticas à inoperância dos parla-mentares do Estado em relação à proteção do meio ambiente no Ama-zonas e ressalta as con-quistas do setor durante sua gestão no governo.

EM TEMPO – Nos úl-timos anos, percebemos um certo silêncio a res-peito de políticas públi-cas voltadas à defesa da Floresta Amazônica. Dados ofi ciais mostram que, neste ano, o Estado liderou o crescimento de queimadas.

Omar Aziz - Acho que antes de tudo é preciso avaliar quais critérios foram adotados por essas organi-zações. Tenho um respeito muito grande pelo trabalho do Greenpeace, mas existem outros órgãos na nossa re-gião com outros números, cada um com a sua meto-dologia. Não vejo um silêncio da nossa bancada. É preciso ressaltar que o trabalho par-lamentar vai além de subir à tribuna e discursar. O bom parlamentar também atua fora do plenário, no diálogo com o governo federal.

EM TEMPO – As enti-dades que defendem a conservação da fl ores-ta e políticas efetivas de desmatamento zero, criticam a reforma do governo como o princi-pal fator para a perda da vanguarda do Estado entre as unidades da fe-deração que compõem a Amazônia brasileira.

OA – Primeiramente, é bom falar sobre o cenário que vive o Brasil hoje. A crise política e econômica, claro, traz refl exos para o nosso Es-tado. O trabalho em relação ao meio ambiente é contínuo e a longo prazo. Quando fui governador, fortaleci as cadeias produtivas nas Unidades de Conservação justamente para a geração de renda das pessoas que vivem nestas UCs.

EM TEMPO – Por que não temos nenhum parla-mentar titular nas Comis-sões de Meio Ambiente da Câmara e do Senado?

OA – Cada parlamentar tem sua área de atuação e sua maneira de atuar. Sou membro titular da Comissão de Assuntos Econômicos, da Comissão de Ciência e Tecnologia, do Senado. E lá também se discute a pre-servação da Amazônia. Na de C&T é a mesma coisa. Nesta comissão, levantei a bandeira do Centro de Bio-tecnologia da Amazônia.

Omar Aziz sai em defesa da proteção do AM

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MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015A8 PolíticaPolítica

CláudioHumberto

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Cláudio Humberto

Alta Administração Federal, que defi ne padrões de com-portamento das maiores auto-ridades do País, prevê punições para quem lesa os cofres pú-blicos e mente ao eleitorado.

Nem Dilma, nem CunhaO deputado Jarbas Vascon-

celos (PMDB-PE) diz que o primeiro passo para supe-rar a crise é cassar Eduardo Cunha. “Primeiro, vamos tirar esse chantagista”. E “o governo Dilma não tem mais saída”, garante.

Espaço garantidoO presidente da Comissão

de Constituição e Justiça da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), resolveu deixar livre o plenário da CCJ, para instalação da co-missão processante do impea-chment, no início da semana.

Mantendo a esperançaEduardo Cunha tem con-

versado com os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Mendonça Filho (DEM-PE). Acredita que poderá reverter sua situação após defl agrar o impeachment.

Produto de exportaçãoA fama de pé-frio de Lula se

consolida na Argentina, onde ele esteve para fazer campa-nha em favor do candidato de Cristina Kirchner a presidente, Alberto Sciola. Apanhou feio do opositor Maurício Macri.

Lula, o inimputávelO doleiro Alberto Youssef,

delator do petrolão, disse que Lula e Dilma sabiam da exis-tência do caso Lava Jato, o maior esquema de corrupção da história do País. E Lula não é considerado suspeito?

Pensando bem......insistir em chamar im-

peachment de golpe é como chamar Dilma de presidenta: é exótico, é até engraçado, mas não cola.

PODER SEM PUDOR

Desleixo contra terrorismo preocupa na Rio 2016

NegligênciaApós o recente ataque ter-

rorista em San Bernardino, o governo americano voltou a lembrar precauções ainda ne-gligenciadas no Brasil.

Sem comandoÓrgãos de inteligência do

governo não admitem subor-dinação, um ao outro, por or-gulho ou vaidade, e o comando permanece acéfalo.

Tá feia a coisaProfi ssionais da Polícia Fe-

deral e Abin estão muito pre-ocupados com a segurança dos Jogos: sem informações precisas, nada se pode fazer.

Deserto brasileiroAlém de Israel, a União Eu-

ropeia também prega no de-serto, apelando à segurança dos Jogos Olímpicos, após os ataques terroristas em Paris.

Dilma tem pressa no im-peachment porque sangra

A estratégia do governo de propor o cancelamento do re-cesso parlamentar, apressan-do a tramitação do processo do impeachment, tem a ver com a contabilidade de votos pró-Dilma na Câmara. O tempo joga contra ela: quanto mais a comissão processante demo-rar para fazer seu trabalho, menos chances a presidente tem de manter-se no cargo. O governo fi cará “sangrando” até a defi nição do impeachment.

Adesões e traiçõesA expectativa de poder do

vice Michel Temer atrai ade-sões a cada dia, e isso também explica a pressa governista no caso do impeachment.

Vice popCrescem a pressão e o nú-

mero de políticos governistas e de oposição empolgados com a eventual posse de Michel Temer na presidência.

Cunha é passadoMesmo se Eduardo Cunha

for cassado, o processo de impeachment de Dilma ainda tramitará normalmente na Câ-mara dos Deputados.

MudançaDeve ir para a Casa Civil a

tutela da Agência Brasileira de Inteligência. A alteração decor-re da reestruturação ministe-rial. A Abin era subordinada ao extinto Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Repeteco de lorotaLula orientou Dilma a per-

correr o País espalhando a lorota de que o impeachment é “golpe” da “elite branca” e da “imprensa fascista”, para ver se cola. A ideia é evitar o debate sobre os crimes dos quais ela é acusada e que dão substância à denúncia dos juristas.

Lei fraca, autoridade soltaNem Código de Conduta da

Com Ana paula Leitão e Teresa Barros

Se cometeu (crime de responsabilidade) precisa responder”

SENADOR AÉCIO NEVES �PSDB�MG�, atropelado pelos fatos, fazendo oposição light

Brisas não pagam contasCompanheiro de farras históricas do saudoso sena-

dor Teotônio Vilela, o compositor e boêmio inveterado Zé do Cavaquinho, dono do bar “Trovador Berrante”, em Viçosa (AL), é o autor de uma frase célebre: “Vida é negócio para ser vivido e gozado, nunca fi losofado.” Certa vez, ele precisou de um empréstimo no Banco do Brasil. Fez a barba, ajeitou os cabelos, vestiu a melhor roupa, mas esbarrou no gerente desconfi ado:

- Seu Zé, de que o senhor vive?- Vivo de olhares e sorrisos... – disse, sem hesitar.O empréstimo foi negado.

Autoridades ligadas à organização dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, continuam apavoradas com o pouco caso do governo federal em relação a um trabalho de inteli-gência coordenado e principalmente com comando, para adotar as providências que afastem o risco de ataques terroristas, por exemplo. O Exército Brasileiro avalia os apelos para ocupar o comando vago desse trabalho de inteligência.

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AÇÃO

Pela Constituição, recesso está previsto entre os dias 23 de dezembro de 2015 e 1º de fevereiro de 2016

Governistas defendem que sessões não sejam interrompidas para que processo de impeachment seja analisado rapidamente

Parlamentares discutem suspensão do recesso

Líderes governistas e oposicionistas diver-gem sobre a continui-dade ou não dos traba-

lhos do Congresso durante o período constitucionalmente previsto para o recesso par-lamentar, entre 23 de dezem-bro e 1º de fevereiro de 2016.

No centro do debate, está o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), aceito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, na última quarta-feira (2), e comunicado ao Plenário na quinta-feira (3).

O governo defende a con-tinuidade do processo du-rante o período de férias, como destaca o vice-líder do PT na Câmara Afonso Florence (BA).

“Não se trata apenas de angariar voto em relação à comissão, não se trata ape-nas de contar prazos. Achar que tem o menor cabimento recesso nesse momento, ain-da mais sabendo que esse tema contamina a economia nacional, acirra os ânimos? O fato é que a presidência da Casa, o deputado Eduardo Cunha, e a oposição jogaram o ano todo para essa polari-zação acirrada, dilacerando a sociedade brasileira. Para nós, não tem que ter recesso, tem que apreciar [o pedido de impeachment] com a ce-

leridade necessária para o bem do país”.

Eduardo Cunha diz que o recebimento da denúncia, formulada pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, atendeu a critérios técnicos, segundo requisitos mínimos de autoria e responsabilida-de. Dilma é acusada de crime de responsabilidade contra a lei orçamentária.

Para o líder do Democratas, deputado Mendonça Filho (PE), manter o andamento do processo de afastamento durante o mês de janeiro di-minui as chances de pressão popular pelo impeachment. “Por trás dessa estratégia do governo de não ter recesso, o governo deseja votar o processo de impeachment durante o mês de janeiro para enterrá-lo, se livrando

da pressão popular. A gente sabe que, no Brasil, janeiro é um mês de férias. Brasília está esvaziada. Classe média e boa parte dos trabalhado-res preferem tirar férias em janeiro. Estudantes univer-sitários. Diminuiria pressão sobre Congresso. Não dá para discutir e votar o processo de impeachment, que é muito sério sem a participação po-pular. A participação popular será fundamental para essa discussão”.

ExtraordináriaDe acordo com a Consti-

tuição, a convocação extra-ordinária do Congresso pode ser solicitada pelo presiden-te da República ou pelos presidentes da Câmara e do Senado ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as casas, em caso de urgência ou de interesse pú-blico relevante. Em todas as hipóteses, será necessária a aprovação da maioria abso-luta de cada uma das casas do Congresso Nacional.

Durante esse período, o Congresso somente poderá analisar a matéria para a qual foi convocado e também as medidas provisórias que estão vigor. A Constituição também veda o pagamento de parcela extra em razão da convocação.

CONVOCAÇÃO

Segundo a Constitui-ção, os presidentes da Câmara ou do Senado poderão convocar extraordinariamente o Congresso para tratar de assuntos urgentes e de interesse público relevante como o im-peachment de Dilma

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Espaços públicos usados para lucrar Economia B4 E B5

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Áurea Cardoso explica ainda que a loja da Tech-nos recebe, em média, 600 clientes por dia. Segundo ela, outras empresas de-vem apostar mais em lojas próprias para manter lucros constantemente elevados. “É uma tendência para a fábrica

escoar produtos de coleções passadas. Um relógio da co-leção passada, você encontra aqui com um preço bem mais em conta. É boa tanto para o público, quanto para a gente enquanto fábrica”, afi rma.

Grupos de empresários vêm para o Estado para com-

prar em grande quantidade. A loja possui parcerias com hotéis e redes de táxi.

Áurea conta ainda que esse sistema gera lucros e mantêm a loja sempre cheia. “Esse período de dezembro o movimento é muito bom”, revela a supervisora.

Para a lojista Rose Fer-reira, que veio diretamente do município de Ji-Para-ná, em Rondônia, em bus-ca de produtos mais em conta, outros setores de produtos deveriam investir com mais lojas próprias. “Eu sou revendedora. Mais fábricas deveriam seguir esses exemplos. Deveriam ser lojas de óculos, eletro-domésticos, entre outros.

Com certeza o público iria comparecer mais vezes e levar em maior quantidade. Eu venho de longe, então compensa eu vir aqui em Manaus e comprar direta-mente. Eu venho, escolho e levo para minha loja”, conta.

Para o casal de profes-sores universitários, Danilo Melo e Luciana Borges, as lojas de fábrica são boas pelo motivo de que prazos

e valores podem ser estabe-lecidos com mais facilida-de. “Produtos importados, na maioria das vezes, saem mais caros. Aqui encontra-mos tudo com mais des-contos. Comparando com shoppings, 40% faz muita diferença. Aqui você ainda encontra modelos de cole-ções que em outras lojas, você não encontraria mais”, afi rma Danilo Melo.

Procura por itens mais em conta

Comerciantes de outras regiões do país vêm ao Estado para comprar produtos nas lojas de fábricas

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Produtos com preço de fábrica atraem a clientelaEmpresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) investem na loja da própria fábrica para ampliar o faturamento

Fábricas que antes vendiam diretamente para representantes de lojas multimarcas

ou supermercados apostam no sistema de lojas próprias e oferecem produtos direto ao consumidor com o preço quase pela metade.

A redução é possível porque as fábricas diminuem despe-sas com manutenção e impos-tos de centros comerciais. A mudança no negócio também é para melhorar os resultados fi nanceiros em época de fraca atividade econômica no país.

Conforme a supervisora de vendas da loja da fábrica Technos, Áurea Cardoso, a operação traz lucros consi-deráveis para a empresa e ajuda no momento de crise econômica. “É vantajoso, com certeza, se não fos-

se, já teríamos fechado as portas. Nossa loja inclusi-ve foi ampliada para com-portar melhor a quantidade de clientes. A demanda era grande, então costumo di-zer que não temos crise. Apesar da recessão, não en-contramos crise financeira na empresa. Ir diretamente ao varejo ajuda a ter mais controle dos preços”, explica a supervisora.

Diferentemente de lojas de centros comerciais que alteram o preço, a gerente explica que a loja oferece o mesmo produto de um shopping, com preços de, aproximadamente, R$ 100 mais barato.

“Temos produtos de R$ 35 a R$ 2 mil. Diferentemente de uma loja de shopping por exemplo. Pois nessas lojas eles trabalham apenas com lançamentos. O preço de um lançamento aqui é entre R$ 80 e R$ 100, no shopping, o mesmo modelo pode ficar entre R$ 160 e R$ 180. Por isso que a loja está sempre cheia de clientes”, esclarece.

ConcorrênciaDe acordo com o presi-

dente do Centro da Indús-tria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, não existe um incentivo específi-

co para essas empresas que preferem ter loja própria.

Entretanto, a comercializa-ção de produtos fabricados pela própria empresa evita a concorrência. “Existe um pro-pósito da própria empresa. Ela prefere ter loja própria pelo motivo da concorrência, pois na loja vende apenas o produto que fabrica. Temos

diversas multinacionais que já trabalham com franquias próprias, assim como fábri-cas de material esportivo”, explica Périco.

Na contramão de empresá-rios que investem em lojas próprias, o presidente da As-sociação dos Fabricantes de Componentes da Amazônia (Aficam), Cristóvão Marques,

informa que atualmente não existe a possibilidade de fábricas abrirem negócios. “Não tem como, pois a crise se instalou de uma forma devastadora. Não tem quem compre. Portanto, não tem como abrir uma loja atual-mente e a dificuldade para o ano que vem será ainda maior”, revela.

LUIS HENRIQUE OLIVEIRA OPÇÃO

As lojas de fábricas são uma oportunidade para os consumidores comprarem os produ-tos por preços mais em conta, alguns de-les com valores 45% mais baratos que os praticados pelo co-mércio local

Empresa Technos é uma

das poucas que possui loja própria no Dis-trito Industrial

Revendedores de outros Estados

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Page 10: EM TEMPO - 6 de dezembro de 2015

MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015B2 Economia

Márcio VieiraJornalista, com

MBA em marketing; especialista em co-municação empre-

sarial, atendimento e vendas.

Conforme prometido no ar-tigo anterior, vamos retomar, a partir de hoje, os processos e técnicas de venda, pois já estamos no mês de dezembro, um período de festas e alegrias, durante o qual muitas pessoas fazem suas compras de fi nal de ano. Sem vacilo, redobre sua atenção nas vendas; aplique as técnicas que aqui já foram apresentadas.

No domingo passado, fi zemos uma pausa para falar um pouco sobre as experiências de mer-cado que observei no município de Eirunepé, localizado no alto rio Juruá. Já no domingo retra-sado, havíamos iniciado a fase a qual chamamos demonstração/apresentação. Pois bem, vamos retomar esse processo.

Falamos que é muito impor-tante que o vendedor explore bem todos os sentidos do clien-te, de modo a lhe proporcionar uma experiência positiva capaz de conduzir sua decisão para o fechamento da compra.

Vamos, agora, discutir um pouco mais esse processo de apresentação. Nesta fase, man-tenha seu foco no cliente. É um momento pelo qual você deverá desfi lar todo seu conhecimento sobre o produto, bem como sobre seus benefícios. Esteja alerta ao comportamento e ver-balização do cliente. Os gestos e comentários dele revelam o grau de satisfação com o pro-duto, ou sua inclinação para fechar a compra.

Uma dica importante, nes-

ta fase, é abolir de seu vo-cabulário a palavra não. Ge-ralmente dizer não repercute de forma negativa em um diálogo. Vamos acompanhar um exemplo prático.

Digamos que um determi-nado cliente entra em sua loja interessado em comprar uma blusa. Ele vai observar, vai to-car e pode ocorrer algo muito comum, como lhe perguntar, por exemplo, se aquele tipo de blusa tem na cor verde. Nunca responda simplesmente com um não. Diga, por exemplo, que no momento está em falta no estoque, e com isso você evita pronunciar essa palavrinha qua-se sempre desagradável. E, ao mesmo tempo, não perca esta oportunidade e inclua um co-

mentário dando opções claras e reais, com perguntas fechadas. Acompanhe o diálogo abaixo.

- Gostei desse estilo de blusa, mas quero uma na cor verde, você tem? Pergunta o cliente.

- Está em falta em nosso esto-que. Temos, com toda a certeza, nas cores azul, preta e vermelha, as quais lhe cairiam muito bem considerando seu estilo, respon-de o vendedor. Obviamente que esta resposta é uma sugestão. Use sua criatividade, ou aplique seu estilo próprio de vendedor.

Nunca diga: não temos verde; o senhor tem preferência por outra cor?

Com isso você fez uma per-gunta aberta demais e pode ocorrer de o cliente solicitar uma cor que você também não

tenha, e aí a venda estará com-prometida. Por isso, nesta fase, sempre dê opções claramente disponíveis, ofereça soluções que você dispõe de forma fácil e variada.

Lembre-se: perguntas aber-tas podem ser feitas na fase de abordagem do cliente, pois sua meta inicial é saber o que ele procura. Na fase de apresenta-ção, faça perguntas fechadas, a exemplo do diálogo narrado acima. Com isso, tenha a certeza de que o cliente vai se sentir satisfeito e bem atendido.

Um forte abraço e até o pró-ximo domingo, quando vamos encerrar esta fase e começar a falar da fase mais crítica, isto é, o momento das objeções.

Sucesso, sempre.

Técnicas e conhecimento combatem a crise [email protected]

Márcio Vieira

Uma dica impor-tante, nesta fase, é abolir de seu voca-bulário a palavra não. Geralmente dizer não repercute de forma negativa em um diálogo. Vamos acompanhar um exemplo prático

Mesmo com crise, 2016será bom para empreenderAposta para o próximo ano parte de entidades que apoiam micro e pequenas empresas, como o Sebrae e a Freempei

O empreendedorismo individual foi a gran-de aposta tanto no Amazonas, quanto

em boa parte do país. No ano em que o Brasil so-

freu com uma crise econômica que atinge todos os Estados brasileiros, o empreendedo-rismo teve um crescimento relativo na comparação com outros setores econômicos. Pesquisa realizada pelo Ser-viço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no mês passado, mostrou que o número de Mi-cro Empreendedores Individu-ais (MEIs) cresce rapidamente no país, inclusive em Manaus.

A maior parte dos micro-empreendedores individuais deseja crescer e adquirir vi-são empresarial. Essas são as principais conclusões da pesquisa “Perfi l do Microem-preendedor Individual”, que também foi apresentada no

Fórum de Cidadania Finan-ceira, realizado pelo Banco Central em parceria com o Sebrae em Brasília.

Segundo dados da pesqui-sa, os microempreendedores individuais atuam, principal-mente, nas áreas de comércio (38%) e serviços (37%). Eles possuem entre 31 e 40 anos (33%), concentrados na alta classe média (27%) e na baixa classe alta (25%).

Eles também têm boa esco-laridade: 20% possuem ensino superior completo ou mais, 42% ensino médio ou técnico completo e 38% até médio ou técnico incompleto. A maior parte deles (63%) buscou a formalização por considerá-la boa para seu negócio, e 77% dizem querer crescer e se tornar microempresa.

De acordo com o presiden-te da Frente Parlamentar de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individual (Freempei), deputa-do Adjuto Afonso, as pessoas

estão bastante otimistas em relação ao futuro. Conforme o presidente, 2015 foi um ano de crise que serviu para as pessoas se adequarem e se prepararem para 2016.

SebraeConforme Afonso, o Sebrae

foi fundamental como parcei-ro para levar as informações aos micro e pequenos empre-sários da capital amazonense.

Ele frisou que o ano de 2016 também será de crise econô-mica e, por este motivo, os trabalhos para tentar atender todos os bairros da capital serão intensifi cados.

“Em uma cidade de 2 milhões de habitantes e que novos bair-ros surgem a todo instante, que pessoas vivem sem nenhu-ma expectativa, sem nenhuma experiência, nós pretendemos estar lá, incentivando essas pessoas, mostrando meca-nismos para criar uma eco-nomia e vir para o mercado formal”, afi rma Afonso.

HENDERSON MARTINS

Artesanato é uma das atividades que podem gerar renda para pequenos empreendedores no Amazonas

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MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015B3Economia

Sustentabilidade rende prêmio à pousada do AMLocalizado em Tefé, o Flutuante Uacari recebeu premiação pelos investimentos sustentáveis que atraem os turistas

Os investimentos no turismo de base co-munitária, além de atrair clientes, têm

rendido prêmios para o setor hoteleiro do Amazonas.

Um dos empreendimentos contemplados foi a pousada Flutuante Uacari, vencedora do prêmio Braztoa de Sus-tentabilidade 2015, na cate-goria “Top Sustentabilidade”, na semana passada. Situada em Tefé (a 523 quilômetros

de Manaus), a pousada, que é pioneira em ecoturismo de base comunitária, foi idealiza-da para ser uma fonte de renda adicional e alternativa para a população local, contribuindo com a distribuição dos bene-fícios e com a conservação dos recursos naturais.

Para a gestora operacional da pousada, Luciana Cobra, o prêmio foi um reconhecimen-to do trabalho realizado pelo Instituto de tecnologia e Sus-tentabilidade Mamirauá, que há 16 anos busca a melhoria

da natureza, a socialização e alternativas de renda para a população local. Segundo ela, a maioria dos colaboradores da pousada é formada por moradores das comunidades adjacentes. “O prêmio é im-portante não só para a parte fi nanceira e do reconhecimen-to, mas para que a pousada se torne referência para outras iniciativas, pois a humanidade precisa ser mais sustentável”, afi rma a gestora.

Luciana destaca que o hotel de selva recebeu ou-

tros prêmios como um em-preendimento pioneiro no Brasil que envolve o turismo de base comunitária.

CrescimentoDe acordo com a gestora,

a pousada tem uma taxa de ocupação de 40% por semana e, agora, com mais um prêmio adquirido, a expectativa é que esse percentual de ocupação possa chegar até os 50% du-rante a semana.

Segundo Luciana, atual-mente, 70% do público que

procura hospedagem na pou-sada são de estrangeiros, mas há brasileiros também.

Para o presidente da Asso-ciação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Amazo-nas (Abih-AM), Roberto Bulbol, a divulgação do Estado é im-portante para o turismo local. De acordo com o empresário, o Amazonas é bastante reco-nhecido internacionalmente. “O Hotel Tropical, por exem-plo, ganhou a classifi cação como o hotel mais completo do Brasil, ou seja, sempre que

há um prêmio, o reconheci-mento leva o Amazonas ser lembrado”, comenta.

Inaugurada em 1996 para preservar a biodiversidade de uma área de mais de 1 milhão de hectares sem desalojar a população, a pousada Flutu-ante Uacari possui diárias a partir de R$ 714,29. Com a limitação da exploração dos recursos naturais, o turismo entrou como uma fonte alter-nativa de emprego, renda e capacitação para a população do município de Tefé.

ASAFE AUGUSTO

Pousada Flutuante Uacari é referência em sustentabilidade, após

ganhar prêmio

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B5MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015

B4 Economia

Lucrando com os espaços públicosEmpresários e autônomos aproveitam a omissão das autoridades para invadir calçadas, ruas e praças com o intuito de lucrar, ao mesmo tempo que alguns deles nem pagam impostos

Empresários e autôno-mos se aproveitam da omissão das au-toridades municipais

para instalar ilegalmente seus negócios em espaços públicos em várias áreas da cidade. Se para alguns, essa prática é uma oportunidade de lucrar com o uso indevi-do do passeio público, para outros, a presença desses comércios instalados em calçadas, ruas e praças, se tornou um transtorno.

Entre as ruas Silva Ramos e Tarumã, no Centro, um em-presário cobra R$ 1 mil para alugar um trator que está estacionado em cima de uma calçada, atrapalhando o livre movimento dos pedestres que andam pelo local. A situação é agravada pelo fato de o veícu-lo estar parado bem em frente à escola estadual Ribeiro da Cunha, o que pode causar algum tipo de perigo para os estudantes do colégio.

Segundo o responsável pelo veículo, que não quer ter o nome divulgado, além da di-ária do serviço de R$ 1 mil, o interessado em alugar deverá pagar o caminhão para levar o veículo na plataforma, o que custa, em média, R$ 300, de-pendendo do lugar onde será

realizado o serviço.Questionado sobre o fato

de o trator estar estacio-nado na calçada, o dono do veículo afi rma que o trator não atrapalha a passagem de pedestres. “Eu moro bem na frente. Não está na cal-çada de ninguém, e está no canto, não está no meio da rua, está na frente da minha casa. Eu acho que não estou

incomodando ninguém, ali na frente da minha casa não é passagem para muita gente. Eu pago todos os meus im-postos direitinho, quando eu pego serviço eu tiro, lavo, limpo ali na frente”, rebate o dono do trator.

As pessoas que caminham por aquela região têm opi-niões diferentes do dono do trator. Para a autônoma Rosa

Souza, 45, o veículo atrapalha sim o trânsito de pedestres no local. “É um absurdo, porque quer queira ou não, a calçada foi feita para o trânsito de pedestres e com um negócio desse imenso aí não tem como transitar. Isso está no lugar errado. Mas é comum ver isso em Manaus, nos bairros é o que mais tem, inclusive no interior”, aponta.

Para o vigilante Bruno Va-lentim, que mora próximo ao local onde o trator fi ca estacionado, o veículo ocu-pa um lugar indevido. “É um perigo, pois perto de onde está estacionado, há uma es-cola de ensino fundamental. Deveria ter um local apro-priado para deixar esse tipo de transporte”, opina.

ManaustransSobre a situação do tra-

tor estacionado em cima da calçada entre as ruas Silva Ramos e Tarumã, o Instituto Municipal de En-genharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans) in-formou que a denúncia re-cebida foi encaminhada à diretoria de Operações.

Segundo o órgão, após to-mar ciência da situação, a diretoria encaminhará uma equipe ao local para tomar as devidas previdências.

ANDRÉ TOBIAS

QUEIXAS

Segundo o promotor, Paulo Stélio, o MP recebe uma grande quantidade de denún-cias sobre a ocupação irregular do passeio público da cidade, algumas classifi cadas por ele como “aberra-ções urbanísticas”

Próximo a rotatória do conjunto Eldorado, bairro Parque Dez, Zona Centro-Sul, o vendedor Armando Miranda aproveita de forma ilegal um espaço gramado em cima da calçada para comercializar suas bandei-ras, de quarta a domingo, sempre das 9h até as 19h.

Trabalhando no segmen-to há mais de 20 anos, ele afi rma que, graças a venda dessas fl âmulas, conseguiu sustentar e dar uma educa-ção aos seus cinco fi lhos.

“Nós mesmos fabrica-mos. Tem bandeira de 1,5 metro e 2 metros. A primeira custa R$ 70 e a segunda R$ 100. A gente vende mais na época do Campeonato Carioca, quando tem Fla-mengo e Vasco, aí sai bas-

tante. Quando a semana é boa conseguimos pegar uns R$ 500. Geralmente fi m de semana, sábado e domingo, são os melhores dias para se vender”, conta Miran-da, ao citar o Corinthians como o time favorito dos manauenses no momento devido a conquista recente do Campeonato Brasileiro de futebol.

Mesmo colocando seus produtos perto da calçada, ocupando o espaço público sem emitir nota fi scal e nem pagar qualquer tipo de imposto, o vendedor de bandeiras não acredita que a fi scalização vai tirá-lo do local. Ele admite, porém, que os ganhos só chegam a um bom valor mensal devido ao lugar escolhido

para comercializar seus produtos, uma vez que não paga aluguel.

Providências Procurada para se po-

sicionar a respeito das irregularidades encontra-das pela equipe do EM TEMPO, a fi scalização do Departamento do Comér-cio Informal da Subsecreta-ria Municipal de Produção, Feiras e Mercados (Sub-sempab) irá ao local para verifi car a situação dos vendedores ambulantes.

No caso do vendedor de bandeiras, ele será notifi -cado para que se retire do ponto onde trabalha ilegal-mente, informou o órgão por meio de sua assessoria de imprensa.

Outro fl agrante absurdo de ocupação das vias públicas ocorre com um lanche na es-quina entre as ruas Joaquim Nabuco e Leonardo Malcher, no Centro. Além de se mostrar perigoso para quem deseja merendar, pois fi ca em vias bastantes movimentadas, in-clusive com alto fl uxo de ôni-bus, o lanche ocupa vagas de carros na concorrida região.

De acordo com o eletricista Roberto Menezes, o lanche difi culta a vida de quem de-seja estacionar naquele lo-cal. “Uma vaga a mais e um transtorno a menos. Eu acho que se a prefeitura agilizasse, melhoraria muito”, reclama.

O dono do lanche não foi encontrado para falar sobre o assunto. A Subsempab infor-mou que fará uma inspeção

para remover o lanche do local. Para o promotor de justiça

da 63ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção e Defesa da Ordem Urbanística (Prourb) do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), Paulo Stélio, o plano di-retor deserda qualquer tipo de atividade com fi ns comerciais em cima do passeio público sem prévia autorização.

Bandeiras ocupam gramado

Lanche suja e atrapalha trânsito

Vendedor comercializa bandeiras em gramado próximo a rotatória do Eldorado sem pagar impostos

Situado em via pública, lanche promove sujeira, rouba vagas de carros e oferece perigo para as pessoas

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Trator tem atrapalhado a passagem de pedestres no

centro de Manaus

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B4 Economia

Lucrando com os espaços públicosEmpresários e autônomos aproveitam a omissão das autoridades para invadir calçadas, ruas e praças com o intuito de lucrar, ao mesmo tempo que alguns deles nem pagam impostos

Empresários e autôno-mos se aproveitam da omissão das au-toridades municipais

para instalar ilegalmente seus negócios em espaços públicos em várias áreas da cidade. Se para alguns, essa prática é uma oportunidade de lucrar com o uso indevi-do do passeio público, para outros, a presença desses comércios instalados em calçadas, ruas e praças, se tornou um transtorno.

Entre as ruas Silva Ramos e Tarumã, no Centro, um em-presário cobra R$ 1 mil para alugar um trator que está estacionado em cima de uma calçada, atrapalhando o livre movimento dos pedestres que andam pelo local. A situação é agravada pelo fato de o veícu-lo estar parado bem em frente à escola estadual Ribeiro da Cunha, o que pode causar algum tipo de perigo para os estudantes do colégio.

Segundo o responsável pelo veículo, que não quer ter o nome divulgado, além da di-ária do serviço de R$ 1 mil, o interessado em alugar deverá pagar o caminhão para levar o veículo na plataforma, o que custa, em média, R$ 300, de-pendendo do lugar onde será

realizado o serviço.Questionado sobre o fato

de o trator estar estacio-nado na calçada, o dono do veículo afi rma que o trator não atrapalha a passagem de pedestres. “Eu moro bem na frente. Não está na cal-çada de ninguém, e está no canto, não está no meio da rua, está na frente da minha casa. Eu acho que não estou

incomodando ninguém, ali na frente da minha casa não é passagem para muita gente. Eu pago todos os meus im-postos direitinho, quando eu pego serviço eu tiro, lavo, limpo ali na frente”, rebate o dono do trator.

As pessoas que caminham por aquela região têm opi-niões diferentes do dono do trator. Para a autônoma Rosa

Souza, 45, o veículo atrapalha sim o trânsito de pedestres no local. “É um absurdo, porque quer queira ou não, a calçada foi feita para o trânsito de pedestres e com um negócio desse imenso aí não tem como transitar. Isso está no lugar errado. Mas é comum ver isso em Manaus, nos bairros é o que mais tem, inclusive no interior”, aponta.

Para o vigilante Bruno Va-lentim, que mora próximo ao local onde o trator fi ca estacionado, o veículo ocu-pa um lugar indevido. “É um perigo, pois perto de onde está estacionado, há uma es-cola de ensino fundamental. Deveria ter um local apro-priado para deixar esse tipo de transporte”, opina.

ManaustransSobre a situação do tra-

tor estacionado em cima da calçada entre as ruas Silva Ramos e Tarumã, o Instituto Municipal de En-genharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans) in-formou que a denúncia re-cebida foi encaminhada à diretoria de Operações.

Segundo o órgão, após to-mar ciência da situação, a diretoria encaminhará uma equipe ao local para tomar as devidas previdências.

ANDRÉ TOBIAS

QUEIXAS

Segundo o promotor, Paulo Stélio, o MP recebe uma grande quantidade de denún-cias sobre a ocupação irregular do passeio público da cidade, algumas classifi cadas por ele como “aberra-ções urbanísticas”

Próximo a rotatória do conjunto Eldorado, bairro Parque Dez, Zona Centro-Sul, o vendedor Armando Miranda aproveita de forma ilegal um espaço gramado em cima da calçada para comercializar suas bandei-ras, de quarta a domingo, sempre das 9h até as 19h.

Trabalhando no segmen-to há mais de 20 anos, ele afi rma que, graças a venda dessas fl âmulas, conseguiu sustentar e dar uma educa-ção aos seus cinco fi lhos.

“Nós mesmos fabrica-mos. Tem bandeira de 1,5 metro e 2 metros. A primeira custa R$ 70 e a segunda R$ 100. A gente vende mais na época do Campeonato Carioca, quando tem Fla-mengo e Vasco, aí sai bas-

tante. Quando a semana é boa conseguimos pegar uns R$ 500. Geralmente fi m de semana, sábado e domingo, são os melhores dias para se vender”, conta Miran-da, ao citar o Corinthians como o time favorito dos manauenses no momento devido a conquista recente do Campeonato Brasileiro de futebol.

Mesmo colocando seus produtos perto da calçada, ocupando o espaço público sem emitir nota fi scal e nem pagar qualquer tipo de imposto, o vendedor de bandeiras não acredita que a fi scalização vai tirá-lo do local. Ele admite, porém, que os ganhos só chegam a um bom valor mensal devido ao lugar escolhido

para comercializar seus produtos, uma vez que não paga aluguel.

Providências Procurada para se po-

sicionar a respeito das irregularidades encontra-das pela equipe do EM TEMPO, a fi scalização do Departamento do Comér-cio Informal da Subsecreta-ria Municipal de Produção, Feiras e Mercados (Sub-sempab) irá ao local para verifi car a situação dos vendedores ambulantes.

No caso do vendedor de bandeiras, ele será notifi -cado para que se retire do ponto onde trabalha ilegal-mente, informou o órgão por meio de sua assessoria de imprensa.

Outro fl agrante absurdo de ocupação das vias públicas ocorre com um lanche na es-quina entre as ruas Joaquim Nabuco e Leonardo Malcher, no Centro. Além de se mostrar perigoso para quem deseja merendar, pois fi ca em vias bastantes movimentadas, in-clusive com alto fl uxo de ôni-bus, o lanche ocupa vagas de carros na concorrida região.

De acordo com o eletricista Roberto Menezes, o lanche difi culta a vida de quem de-seja estacionar naquele lo-cal. “Uma vaga a mais e um transtorno a menos. Eu acho que se a prefeitura agilizasse, melhoraria muito”, reclama.

O dono do lanche não foi encontrado para falar sobre o assunto. A Subsempab infor-mou que fará uma inspeção

para remover o lanche do local. Para o promotor de justiça

da 63ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção e Defesa da Ordem Urbanística (Prourb) do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), Paulo Stélio, o plano di-retor deserda qualquer tipo de atividade com fi ns comerciais em cima do passeio público sem prévia autorização.

Bandeiras ocupam gramado

Lanche suja e atrapalha trânsito

Vendedor comercializa bandeiras em gramado próximo a rotatória do Eldorado sem pagar impostos

Situado em via pública, lanche promove sujeira, rouba vagas de carros e oferece perigo para as pessoas

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Trator tem atrapalhado a passagem de pedestres no

centro de Manaus

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[email protected], DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015

País B6

CRISE

População superou consumo de águaMundo B8

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Ao longo dos últimos 10 anos, a proporção de jovens entre 20 e 29 anos que mora sozinha caiu de 11,4% para 9,6% em 2014. Maioria é de homens

Brasil tem 70 milhões morando sozinhos

Em 2014, 70 milhões de brasileiros moravam sozinhos. De acordo com o Instituto Brasi-

leiro de Geografi a e Estatística (IBGE), em 10 anos, houve acréscimo de 13,8 milhões de pessoas nesse grupo. Em 2004, 56,2 milhões de pessoas moravam só.

Os dados divulgados na sex-ta-feira (4) fazem parte da Sín-tese de Indicadores Sociais e mostram que a maioria (43,4%) dessas pessoas tem mais de 60 anos. O índice variou pouco mais de 2 pontos percentuais em uma década. Em 2004, 41% das pessoas nessa faixa etária moravam sozinhas.

Ao longo dos últimos 10 anos, a proporção de jovens entre 20 e 29 anos que mora sozinha caiu de 11,4% para 9,6% em 2014. Já na faixa

PROPORCIONAL

Desigualdade de renda entre gêneros aumenta

O rendimento médio por hora de uma mulher no Brasil equivale a 74% do rendimento médio de um homem. Essa diferença au-menta conforme são adicio-nados mais anos de estudo ao currículo. Os dados foram divulgados na sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), na Síntese de Indi-cadores Sociais.

Para a população ocu-pada que possui 12 anos ou mais de estudo, o ren-dimento-hora médio das mulheres equivale a 66% do verifi cado para os homens. Em 2004, essa diferença era maior, com mulheres ganhando, em média, 61% da remuneração masculina.

Entre a população me-nos escolarizada, com até quatro anos de educação formal, essa proporção sobe para 78%. Os dados mos-tram, no entanto, que esse

grupo de mulheres menos escolarizadas, perdeu ren-da frente aos homens. Em 2004, seu rendimento-mé-dio por hora equivalia a 79% da renda masculina.

A pesquisa mostra que, ao longo de dez anos, a ren-da das mulheres avançou apenas quatro pontos per-centuais em relação a dos homens (70% para 74%).

No período analisado, tanto homens quanto mu-lheres tiveram uma redução em sua jornada total de trabalho, que inclui tanto o tempo gasto no emprego formal quanto o dedicado aos afazeres domésticos.

Em média, um homem brasileiro trabalha 41,6 horas semanais em seu trabalho principal e mais 10 horas no trabalho do-méstico, o que gera uma jornada total de 51,3 horas – menor que as 53,1 horas registradas em 2004.

Segundo IBGE, em 10 anos, houve acréscimo de 13,8 milhões de pessoas no grupo dos que vivem sozinhos

DAN

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CIA

BRA

SIL

etária entre 25 e 34 anos, essa proporção subiu ao passar de 21,2% em 2004 para 24,3% em 2014.

Para o pesquisador do IBGE André Simões, os dados mos-tram uma transformação es-trutural na sociedade: “É uma

mudança que está ligada à estrutura da sociedade, ao encarecimento do custo de vida, e à possibilidade de fi car mais tempo em casa para se qualifi car”. Esses jo-vens são majoritariamente homens (59%).

Os dados do IBGE sobre natalidade mostram que a taxa de fecundidade dos casais brasileiros caiu, em uma década, enquanto au-mentou a proporção de fa-mílias que postergam o momento de gestação.

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Page 15: EM TEMPO - 6 de dezembro de 2015

MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015B7PaísPaís

Cidade da Região Norte tem pior nível de IFDMAnálise mostrou que região ainda tem um longo caminho para alcançar o nível de desenvolvimento do resto do país

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AÇÃO

Criado para acompanhar o desenvolvimento socioeconômico do país, o IFDM avalia as condições de municípios

O Índice Firjan de De-senvolvimento Mu-nicipal (IFDM) 2015, divulgado na sexta-

feira (4), revela que a região Norte tem a cidade com pior nível de desenvolvimento so-cioeconômico do país: Santa Rosa do Purus (AC). O estudo destaca ainda que, entre os 20 resultados mais baixos do Brasil, dez são da região.

Criado pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) para acompanhar o desenvol-vimento socioeconômico do país, o IFDM avalia as con-dições de Educação, Saúde, Emprego e Renda de todos os municípios brasileiros.

Em sua nova edição - com base em dados ofi ciais de 2013, últimos disponíveis - o estudo traz comparações com outros anos da série histórica, iniciada em 2005, e projeções sobre a evolução do desenvol-vimento por conta da deterio-ração do cenário econômico.

O índice varia de 0 (míni-mo) a 1 ponto (máximo) para classifi car o nível de cada cidade em quatro catego-rias: desenvolvimento baixo (de 0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1).

Foram avaliados 5.517 mu-nicípios, que abrigam 99,8% da população. Ficaram fora do índice cinco cidades cria-das recentemente, que ainda não possuem dados sufi cien-tes para análise, e 48 que não declararam ou possuem informações inconsistentes.

A análise mais uma vez mos-

trou que o Norte ainda tem um longo caminho a percor-rer para alcançar o nível de desenvolvimento observado na maior parte do país. Isso porque 67,2% dos municípios apresentam resultados baixo ou regular. Esse percentual é mais que o dobro do obser-vado no Brasil como um todo (31,9%). Apesar do cenário desfavorável, a região regis-trou aumento no número de

cidades com desenvolvimento moderado (32,8%). Por outro lado, Palmas (TO) perdeu o status de excelência obser-vado no ano anterior e, com isso, o Norte não registrou cidades com alto desenvolvi-mento nesta edição do IFDM.

MunicípiosDos 145 municípios da re-

gião Norte com IFDM mo-derado, a maior parte está no estado do Tocantins (87), seguido de longe por Ron-dônia (26) e Pará (18). Com uma combinação de alto de-senvolvimento nas áreas de Educação e Saúde e resultado moderado em Emprego e Ren-da, Araguaína (0,7973 ponto) e Palmas (0,7876), ambas no Tocantins, ocupam os dois pri-meiros lugares na lista dos dez maiores resultados do Norte.

As duas cidades são se-guidas por Ariquemes (RO, 0,7746), Boa Vista (RR, 0,7561), Vilhena (RO, 0,7465), Rio Branco (AC, 0,7386), Pi-menta Bueno (RO, 0,7383), Canaã dos Carajás (PA, 0,7351), Caseara (TO, 0,7318) e Paraíso do Tocantins (TO, 0,7283), na décima posição. de mais de 20% em rela-ção ao penúltimo colocado, Barcelos (AM, 0,3433).

BALANÇO

Estudo traz compa-rações com outros anos da série históri-ca, iniciada em 2005, e projeções sobre a evolução do desen-volvimento por conta da deterioração do cenário econômico

O IFDM indica que o desen-volvimento socioeconômico do país está comprometido por conta do cenário eco-nômico. Nesta nova edição, o índice aponta que, já em 2013, a nota brasileira, com-posta pelos indicadores de Educação, Saúde, Emprego e Renda, fi cou em 0,7441 ponto, com aumento de ape-nas 0,2% na comparação

com o ano anterior. Foi o menor avanço desde o início da série histórica do índice, em 2005, refl etindo prin-cipalmente o desempenho negativo do IFDM Emprego e Renda. O indicador recuou 4,3% na comparação com 2012 e atingiu 0,7023 pon-to. Em 2015, esse indicador de Emprego e Renda poderá atingir 0,5204 ponto – me-

nor patamar da série – já que o país deve perder mais de um milhão de postos de trabalho formais e a renda deve avançar menos que a infl ação, corroendo o poder de compra do trabalhador. Os municípios, que tendem a fi car à mercê da conjun-tura econômica, deverão ter menos recursos para manter os programas sociais.

Crise vai afetar programas

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[email protected], DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015

Mundo B8

ÍNDICE

Norte tem cidade com pior IFDMPaís B7

AGÊN

CIA

BRA

SIL

O impacto humano na perda de água doce, com ativida-des como rega ou

construção de barragens, ex-cede em 20% ao calculado, mostra estudo divulgado na sexta-feira (4) pela revista “Science”.

O trabalho concluiu que o aumento na perda de água doce para a atmosfera, por evaporação, é 4.370 quilô-metros cúbicos anuais, o que

equivale a dois terços do fl uxo anual do rio Amazonas, o mais caudaloso do mundo.

“As pequenas coisas que fa-zemos na superfície da terra podem ter grandes efeitos globais. Antes, os efeitos das atividades humanas, como as barragens, eram subestima-dos. O estudo mostra que os efeitos até agora têm sido inclusive superiores aos das alterações climáticas”, afi r-mou Fernando Jaramillo, do

Departamento de Geogra-fi a Física da Universidade de Estocolmo.

A tese do estudo é que atividades como a rega e as barragens aumentaram consideravelmente o consu-mo total de água doce, ao intensifi car a evaporação e transpiração, ou seja, a perda de umidade e de água por transpiração da vegetação.

“O aumento dessa perda por causas humanas é como

um grande rio de água doce da Terra para a atmosfe-ra”, observou Gia Destouni, professora da Universidade de Estocolmo. “Já superamos os limites do consumo de água doce do planeta. Isso é sério”, acrescentou.

Para fazer o estudo, os cientistas analisaram dados sobre clima, hidrologia e uso da água em uma centena de grandes bacias hidrológicas do mundo entre 1901 e 2008.

TERRORISMO

Alemanha aprova combate ao EI na Síria

O Parlamento da Ale-manha aprovou na sex-ta-feira (4) o envio de ajuda militar à coalizão internacional que comba-te a milícia radical Estado Islâmico (EI) na Síria.

O plano, apresentado pela chanceler Angela Merkel, foi aprovado pe-los parlamentares por 445 votos a 146.

O projeto inclui a mo-bilização de uma fragata para proteger um porta-aviões francês, seis jatos de sondagem do modelo

Tornado, um avião de rea-bastecimento e até 1.200 militares para oferecer assistência aos outros países. A medida não au-toriza a Força Aérea alemã a participar diretamente dos ataques aéreos contra alvos do EI.

A princípio, a opera-ção militar tem manda-to de um ano e custará 134 milhões de euros (R$ 550 milhões). Esta é a principal operação que a Alemanha realiza atualmente no exterior.

Tese de estudo da revista “Science” é que atividades como a rega e as barragens aumentaram consideravelmente o consumo total de água doce

População superou limite de consumo de água

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ULG

AÇÃO

Gia Destouni, professora da Universidade de Estocolmo, faz um alerta: “Já superamos os limites do consumo de água doce do planeta. Isso é sério”

Após se reunir com Dilma Rousseff no Planalto em sua primeira viagem ao exterior após ser eleito à Presi-dência argentina, Mauricio Macri disse que os dois países estão preocupados com a situação na Vene-zuela, ainda que “cada um manifeste [a preocupação] da sua maneira”.

Macri tem defendido que o Mercosul acione sua cláu-sula democrática contra Caracas pelas violações do governo de Nicolás Maduro contra a oposição venezue-lana. No caso do Paraguai, a medida levou à suspensão do país do bloco por mais de um ano.

Na última segunda (30), Dilma recusou publica-mente a proposta do ar-gentino, em declarações às margens da cúpula do clima, em Paris.

“Há uma preocupação, que, claro, cada um ma-nifesta da sua maneira. Mas no fundo, comparti-lhamos os mesmos valo-res”, afi rmou Macri, que disse ter reforçado a Dilma sua posição.

“Ambos os países, am-bos os dirigentes temos um compromisso com a democracia, com a de-fesa dos direitos huma-nos e das liberdades”, afi rmou, destacando que é preciso observar com atenção as eleições le-gislativas de domingo (6) na Venezuela.

Para Macri, “o que o Mer-cosul fará está ligado com o que ocorrerá domingo”.

Segundo a reportagem apurou, a declaração refl ete o clima do debate sobre Venezuela na reunião de cerca de uma hora.

DILMA

Venezuela é assunto de encontro com Macri

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Dia a [email protected]

C1

MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015

Perto de completar duas décadas em vigor, a Lei de Diretrizes e Bases da educação Brasileira (LDB

9394), promulgada em 1996 para garantir infraestrutura mínima para alunos, do ensino infantil até o médio, tem sido ignorada pela maioria das es-colas particulares de Manaus. Dados do Sindicato dos Esta-belecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sine-pe/AM) apontam que mais de 60% das unidades privadas de ensino estão irregulares, sem, por exemplo, alvará de funcio-namento ou auto de vistoria do Corpo de Bombeiros.

Para uma instituição de ensi-no privado começar a funcionar, é necessário que submeta um pedido de credenciamento, que é a aprovação de sua estrutura física, e de autorização de fun-cionamento do curso. A educa-ção infantil (creche e pré-escola) é da abrangência do Conselho Municipal de Educação (CME), e os ensinos fundamental e médio, do Conselho Estadual de Educação (CEE). Cada conselho tem a sua normatização especí-fi ca para essas demandas, que relaciona toda a documentação necessária que a escola precisa apresentar. No caso do CME é a resolução n.º 009/2015, do CEE é a resolução n.º 07/2008.

Quanto às escolas particula-res de ensino, essa documen-tação é defi nida pelo CEE que, procurado pelo EM TEMPO, não enviou resposta sobre dados de

Mais de 60% das escolas privadas estão irregulares Maioria das escolas ainda não adequou sua estrutura física às determinações da Lei de diretrizes e Bases da educaçãoFRED SANTANA

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ULG

AÇÃO

TRADIÇÃO

Domingo com sabor de peixe

MÁR

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ELLO

escolas em situação irregular até o fechamento desta edição.

Segundo o diretor-presiden-te do Sinepe-AM, Paulo Sérgio Ribeiro, há, sim, uma fonte de informações sobre a situação das escolas privadas. “Em 2010 foi realizado um censo por este conselho em que foram ma-peadas todas as instituições de educação infantil de Ma-naus. Daí que se verifi cou a grande quantidade de escolas funcionando ilegalmente. Para o representante do Sinepe-AM, a regularização das escolas par-ticulares é mais preocupante na educação infantil. “As escolas que submeteram o seu pedido ao conselho de educação e o tiveram aprovado se encon-tram, obviamente, regulares. Mas essa regularização tem prazo de validade e precisa ser renovada a cada período. Mas outras não submeteram pedido ao conselho e, portanto, estão irregulares. Cerca de 60% das escolas de educação infantil em Manaus estão irregulares”.

Um detalhe constatado durante a pesquisa foi a falta de controle dessas informações de seguran-ça por parte do poder pú-blico. Não há um ranking ou monitoramento de instituições por parte de órgãos que fiscalizam a prestação de serviços. A Divisão de Vigilância Sa-nitária de Manaus e o Corpo de Bombeiros do Estado foram procurados ao longo de duas sema-nas e não retornaram os contatos da equipe. Tanto os ministérios públicos do Estado (MP-AM) quanto Federal (MPF-AM) afirma-ram que não poderiam ajudar com as informa-ções solicitadas, por não terem qualquer controle sobre esses dados.

Os dois órgãos suge-riram procurar as secre-tarias de Educação do Estado e do município e, em última instância, o Ministério da Educação e Cultura (MEC). Este, por sua vez, empurrou nova-mente o assunto, afirman-do que a responsabilida-de sobre essas escolas é das secretarias municipal e estadual de educação, mesma sugestão dada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-cacionais (Inep). O Fundo de Manutenção e Desen-volvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Edu-cação (Fundeb) também foi procurado pelo EM TEMPO, mas não se ma-nifestou até o fechamento

da edição.Diante desse quadro,

cabe aos pais e responsá-veis pelos alunos pesquisa-rem as melhores alternati-vas. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) entende que os pais têm o direito de verifi car se o estabelecimento de ensino possui os devidos registros. “Caso ele tenha dúvidas, não é nenhuma abusividade questionar e exigir mais informações. É um direito do consumi-dor saber sobre a regu-laridade do serviço”, afi r-mou o instituto em nota. Para se ter uma ideia da diferença entre as duas realidades, em São Paulo existe um número 0800 apenas para informações sobre escolas.

Falta de controle na informação

O CME afi rma que os pais devem fi car aten-tos ao matricular seus fi lhos, solicitando o Al-vará de Funcionamento da escola expedido pelo Conselho Municipal de Educação de Manaus observando o período de validade. Esse do-cumento deve ser afi -xado em lugar visível à fi scalização e aos pais de alunos. Para as es-colas da rede estadual de ensino, os pais ou responsáveis podem se dirigir ao Departamento de Gestão Escolar, na sede da Secretaria de Educação, e obter as in-formações necessárias sobre o funcionamento das respectivas unida-des de ensino.

De acordo com o en-genheiro civil Frank do Carmo Souza e o presi-dente do Instituto Bra-sileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Amazonas (Ibape/AM), Gustavo Merolli, o principal documentos a ser pedido pelos pais é o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, que ates-ta a segurança do local contra incêndios e outras ocorrências. Além dele, é importante verifi car o Programa de Controle Médico de Saúde e Ocu-pacional (PCMSO), que trata das condições mé-dicas dos funcionários da escola e o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que atesta as condições am-bientais do local onde a escola está inserida.

Pais devem fi car atentos na matrícula

Segundo o Sinepe-AM, o maior problema está nas redes particulares de ensino infantil

Para que uma instituição de ensino começe a funcionar, é necessário que ela se submeta a um pedido de credenciamento e aprovação

Dia a [email protected], DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015

Domingo com sabor de peixe

Dia a dia C2 e C3

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C2 Dia a dia

O domingo tem

sabor de peixe

Apesar da grande oferta de casas especializadas em peixes já prontos, a família amazonense ainda mantém a tradição de ir à feira comprar pescado

Mesmo com o cres-cimento de casas especializadas em peixes e entregas

delivery, o manauense ain-da tem o hábito de ir à feira aos domingos para escolher o próprio pesca-do. Nas principais feiras da cidade, o movimento come-ça cedo, e segundo os pró-prios feirantes, o dia é o de melhor faturamento.

Além das diversas espécies de pescado, como o pirarucu, pacu, matrinxã, pescada, sar-dinha e o tambaqui, a farinha do Uarini também tem uma boa saída. “É tradicional co-mermos peixe aos domingos na minha casa. É o momento que reunimos a família e conversamos”, conta o en-fermeiro Jean Reis Dantas.

De acordo com o feirante que atua na feira da Panair há mais de 30 anos, Nelson Pereira, 69, o domingo é o dia de maior movimento no mercado. “O coração da feira é o peixe. Muitas vezes, os clientes vêem comprar outro produto, mas acabam vendo o peixe e levam para o almoço. A feira sempre está lotada aos domingos,

justamente porque é o dia que as pessoas mais têm tempo”, revelou.

O grande movimento faz com que a feirante também da feira da Panair, locali-zada no bairro Educandos, Daniele da Silva, 30, arreca-de somente aos domingos o faturamento de mais de 50%, em relação a outros

dias da semana. “O domin-go realmente é muito bom aqui na Panair, e a maioria dos fregueses vem em busca do peixe e acaba levando a farinha e as verduras para o vinagrete”, esclareceu.

Conforme o feirante Lázaro Reis, 40, dono de um box de peixes na feira da Panair, além dos domingos, sábados

ROTATIVIDADE

De acordo com a Associação de Fei-rantes da Manaus Moderna, domingos e terça-feira são os dias de maior rota-tividade de clientes na área. Peixe é a mercadoria mais procurada

LUIS OLIVEIRA

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C3MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015

sabor de peixe

e feriados também são de bom movimento no mercado. “Quem não tem tempo de vir na semana ou até mesmo não tem tempo aos domingos, vem em dias de feriado. A feira fi ca lotada”, explicou o feirante que trabalha há mais de 20 anos no ramo.

A doméstica Dora Felipe, 34, informou que sempre que vai à feira, não compra apenas um produto. “Sempre compro muita coisa. Nunca compro apenas o pescado, afi nal você precisa sempre de algo a mais. Levo o pei-xe e já compro o limão e o cheiro-verde, que não pode

faltar”, disse.Ainda segundo Daniele, a

resposta pelo grande fluxo de pessoas nas feiras ao domingo pode ser esclare-cida devido à variedade que o local oferece. “A pessoa vem aqui na feira comprar o peixe e toma café, compra frutas, compra carnes, leva legumes e verduras. Então, esses complementos fazem com que as pessoas com-pareçam. As famílias ainda têm o costume de se reuni-rem no fim de semana para comer”, completou.

Para a sacoleira Irimar Fer-reira, 42, o pico de vendas

no domingo ocorre logo cedo pela manhã, às 7h. “As pesso-as começam a vir à feira já na sexta à noite. Mas quando chega o domingo, de manhã cedinho, a feira fi ca cheia de gente”, esclareceu.

A doméstica Lourdes Cor-deiro, 48, comparece à feira aos domingos para comprar o pescado para reunir a fa-mília. “Só com o peixe que eu consigo reunir a família toda. Trabalhamos a sema-na toda, então só consegui-mos ficar juntos no almoço de domingo. Já é tradição na minha família, ninguém nem ousa marcar nada nesse

dia”, brincou.

Manaus Moderna Na área da Manaus Moder-

na, a movimentação também é intensa. De acordo com o dono de um quiosque de pei-xe, Francisco Ferreira, 42, o grande movimento é porque a feira tem grande opção de variedade, mas a preferência da clientela é o peixe. “A Manaus Moderna é uma das feiras mais completas que encontramos em Manaus. E o peixe é o nosso maior movimento, as família ainda não perderam a tradição de se reunirem aos domingos e comerem peixe no almoço”.

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Na área onde se comercializa o peixe, clientes buscam o mlehor produto com o preço mais adequado

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MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015C4 Dia a dia

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Veículos recuperados em Manaus crescem 34,39%Dados são da Secretaria de Segurança Pública (SSP), referentes a janeiro e novembro deste ano, comparados com 2014

A recuperação de ve-ículos roubados em Manaus aumentou 34,39% neste ano. Se-

gundo registros da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM), em 2014 foram recuperados 2.531, já até novembro deste ano, esse número chegou a 3.099.

De acordo com o delegado-adjunto da Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), Felipe Vasconcelos Dias, em média de 15 a 20 car-ros são roubados ou furtados na capital por dia. A maioria envolve furto de motocicletas de baixa cilindrada, além de automóveis populares semino-vos. Roubos de picape também são frequentes. Os veículos, segundo o delegado, são uti-lizados em assaltos e depois abandonados. “As recuperações desses veículos variam muito. São veículos localizados pela vítima ou pelas polícias Civil e Militar. Nós sempre contamos com ajuda da população, que tem um papel importantíssimo para elucidação desses casos”, disse Felipe Vasconcelos Dias.

O delegado ressalta que os roubos nos municípios do inte-rior são investigados pelas dele-gacias das cidades. Muitos são recuperados em blitze quando os policiais verifi cam os docu-mentos, que são apreendidos e enviados à DERFV, que avalia a origem e orienta a autuação.

A dona de casa Nete Fernan-des, 38, está entre as mais de 2,5 mil pessoas que tiveram o veículo roubado no ano pas-sado. Dois homens armados invadiram a garagem da casa dela, por volta das 6h, no bair-ro Grande Vitória, Zona Leste, quando saía para trabalhar. Ela anunciou nas redes sociais, na esperança de localizar a picape modelo Saveiro vermelha, placa NOZ-0953. Em setembro deste ano, o veículo foi encontrado

POR JOSEMAR ANTUNES no município de Faro (a 921 quilômetros de Belém-PA).

“Eu fi z vários anúncios para poder encontrar o veículo. De-pois de 1 ano, recebi uma ligação de um investigador da polícia do município de Faro informando que o veículo estava retido na delegacia”, contou. A satisfação em recuperar o veículo durou pouco. A picape foi novamente roubada, no início deste mês.

O drama também já foi vi-vido pelo pastor Osair Alves, 31, e um amigo. Eles seguiam, por volta de 1h do dia 16 de novembro deste ano, para um retiro espiritual no bairro Nova Cidade, Zona Norte. Conforme o pastor, dois homens armados os abordaram, os agrediram e os colocaram no porta-malas. “Eles nos levaram para um ramal para nos matar e levar o carro. Orei muito naquela noite e graças a Deus estou vivo”, lembrou Osair, que teve o carro recuperado no dia se-guinte pela polícia.

PrisãoMais de 25 pessoas foram

presas nos últimos sete meses por envolvimento em roubos, furtos, receptação, documentos falsos e adulteração de veículos. Entre elas, está uma quadrilha especializada em adulteração de chassis e placas de motoci-cletas que era formada por sete pessoas. O bando, integrado por Paulo Sérgio de Souza Perei-ra, 19, Joelson Pereira Araújo, 23, Felipe Almeida dos Santos, 22, Natanael dos Santos Bar-bosa,23, Kezia Fernandes dos Anjos, 19, Daniel da Silva, 32, e Herico Alan Pereira de Souza, 26, foi preso no dia 12 de novembro deste ano, em diferentes zonas

da cidade. Segundo o delegado Felipe Vasconcelos Dias, não há registros sobre o número de veículos que são levados para cidades do interior ou outros Es-tados. A polícia registra apenas os carros recuperados no Estado e os Boletins de Ocorrências (BOs) feitos pelos proprietários.

Boa parte dos veículos rou-bados e não recuperados, con-forme Dias, são usados em desmanches. Mas o projeto de lei (PL) nº 12.977/14, em vigor há mais de quatro meses, pre-tende mudar essa situação. A lei regulariza o desmanche de peças de veículos automotores terrestres. A norma obriga os Departamentos Estaduais de Trânsito a registrar as empre-sas de desmanche de peças e criar banco de dados nacional com informações sobre veículos desmontados e das atividades exercidas pelos empresários individuais ou sociedades em-presárias. A medida restringe a atividade de “ferros-velho” ile-gais que alimentam o mercado clandestino de peças usadas.

Outro projeto de lei de nº 3937/2013 de 30 de setem-bro de 2013, que tramita na Assembleia Legislativa do Es-tado do Amazonas (Aleam), re-gulamenta o transporte de ve-ículos interestadual por meio de embarcações em todos os portos do Estado. A lei esta-belece multa ao proprietário da embarcação em caso do não cumprimento das medi-das. A regulamentação da lei depende de um decreto gover-namental estadual. Aprovada, pode dotar ao poder público de mais recursos para fi scalizar e inibir o transporte irregular de veículos.

BALANÇO DOS VEÍCULOS APREENDIDOS

2014 2015

Roubo: 2.315 2.480Furto: 1.705 1.685Recuperação: 2.306 3.099

As motocicletas representam o maior número de furtos de veículos no Amazonas, segundo dados da SSP

De janeiro a novembro deste ano, foram re-cuperados 3.099 veículos roubados

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MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015C5Dia a dia

Amamentação contribui para a saúde da mulherTambém é imprescindível para a alimentação do bebê nos primeiros seis meses de vida e auxilia no combate à anemia

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ULG

AÇÃO

Amamentar é um ato natural, deve ser incentivado e auxilia na saúde do bebê. A mãe não deve sentir-se envergonhada de amamentar em público

É indiscutível a importân-cia da amamentação para o bebê e, cada vez mais, estudos mostram

que há vantagens, também, para a saúde da mãe. Os bebês sentem menos cólicas e têm menos chances de ter ane-mia e contrair outras doenças. Para as mães, a amamentação ajuda a emagrecer e previne contra doenças cardiovascu-lares. As informações são da pediatra Patrícia Mizoguchi, do pronto-socorro do hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, unidade da Secretaria de Es-tado da Saúde (Susam).

Amamentar é um ato natural e deve sempre ser incentiva-do. A mãe não deve sentir-se envergonhada de amamentar em público. Existem sutiãs e roupas com abertura para amamentação que resguar-dam a mulher nesse momento, caso ela ache necessário. “A maioria dos homens respeita as mulheres que amamen-tam, principalmente, os que já são pais. Um pano pode ser usado para cobrir a re-gião do seio, no momento da amamentação, mas não há por que sentir vergonha alguma”, ressalta Mizoguchi.

Para Gabriele Guimarães, deixar de amamentar por

vergonha é bobagem. Mãe de Jhennyfer Guimarães, de 1 ano e 4 meses, ela diz que o incorreto é deixar o fi lho chorando com fome. “Basta cobrir (o seio) com uma fralda. Amamentei minha fi lha até ela completar 1 ano”, disse Gabriele, que trouxe a pequena Jhennyfer ao pronto-socorro infantil Delphina Aziz, em bus-ca de atendimento.

Amamentar consome até 800 calorias por dia e pode ajudar a mãe a perder os quilos extras adquiridos durante a gravidez. Outra vantagem que pode ser destacada: na gesta-ção, o útero sai da pélvis, sobe para a cavidade abdominal e se posiciona acima do umbigo. A amamentação contribui na contração uterina e o útero desce de forma mais rápida para sua posição normal. Com isso, evita o sangramento ex-cessivo e, consequentemente, reduz as chances da mãe so-frer de anemia.

A mulher é protegida contra o câncer de mama e de ová-rio. A amamentação reduz o risco de a mulher desenvolver hipertensão e diabetes.

Bebês mais saudáveis O aleitamento garante a

imunidade do bebê, porque

muitos anticorpos são repas-sados na amamentação. Eles acumulam menos internações nas unidades de saúde, menos chances de diarreia e pneumo-nia e anemia. “Crianças em aleitamento materno não fa-zem nenhuma suplementação de ferro”, explicou a pediatra.

Se der leite de vaca para a criança, por exemplo, o rim e o intestino, que estão em desenvolvimento, fi carão so-

brecarregados. “Isso ocorre porque o leite de vaca tem mais proteína. Ele é apro-priado para amamentar um bezerro. O leite materno tem propriedades adequadas à criança”, contou a pediatra.

A amamentação ajuda no desenvolvimento da bai-nha de mielina, presente nos neurônios e que ajuda a formá-los. Crianças que mamam exclusivamente nos

primeiros seis meses e que continuam ingerindo o leite materno até pelo menos os 2 anos têm um desenvolvimen-to neurológico e um quocien-te de inteligência (QI) mais elevado. “Essas crianças têm um desenvolvimento escola melhor”, reiterou.

O pronto-socorro Delphi-na Rinaldi Abdel Aziz está localizado na Zona Nor-te de Manaus e atende a

cerca de 14 mil pacientes por mês. Entre os serviços prestados pelo pronto-so-corro estão o atendimento de urgência e emergência em pediatria; o atendimento de urgência e emergência em adultos, com especia-lidades em clínica médica e cirurgia geral; exames laboratoriais e de imagem (raios-X, eletrocardiograma e ultrassonografia).

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Page 22: EM TEMPO - 6 de dezembro de 2015

MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015C6 Dia a diaNúmero do CPF agora na certidão de nascimento Os bebês que nascerem no primeiro semestre de 2016 já sairão com o número do documento na certidão de nascimento

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ULG

AÇÃO

A iniciativa já está funcionando em São Paulo e, no Amazonas, o convênio entre a Receita Federal e Arpen-AM ainda está em fase inicial

As crianças do Amazonas que nascerem a partir do primeiro semestre de 2016 já sairão da

maternidade com o número do Cadastro de Pessoa Física (CPF) instalado na Certidão de Nas-cimento. Na semana passada, a Receita Federal fi rmou um convênio com a Associação dos Registradores de Pessoas Na-turais do Estado de São Paulo (Arpen/SP), para que o CPFseja automaticamente emitido na certidão. O processo de assi-natura do convênio está em estágio inicial no Amazonas e a estimativa é que até o fi m do primeiro semestre de 2016 o processo esteja valendo.

De acordo com a presidente em exercício da Associação dos Registradores de Pessoas Na-turais do Estado do Amazonas (Arpen/AM), Juliana Follmer, a ideia é desburocratizar o serviço no futuro, mantendo a segu-rança jurídica necessária para emissão do CPF. “Isso é uma facilitação do serviço à popula-ção. A criança já sai do cartório registrada e cadastrada no CPF. Por exemplo, para abrir uma poupança no nome da criança, os pais tinham de ir a uma agência bancária ou Correios

para emitir o CPF, agora esse trabalho dos pais será abreviado e facilitado”, explicou.

Qualquer cartório de registro de pessoas naturais do Ama-zonas que seja fi liado à Arpen poderá emitir o CPF junto com o registro de nascimento quando o convênio estiver fi rmado com a Receita Federal do Amazonas.

Além da comodidade e gra-tuidade do serviço, da preven-ção de fraudes e de problemas causados por homônimos (pes-soas com mesmo nome e data de nascimento), a emissão do CPF com a certidão de nas-cimento atende demanda da população mais carente, que necessita do número para que seus fi lhos tenham acesso aos benefícios sociais proporcio-nados pelo poder público.

EMISSÃO

Qualquer cartório de registro de pessoas naturais do Amazo-nas, que seja fi liado à Arpen, poderá emitir o CPF junto com o re-gistro de nascimento, quando o convênio for fi rmado com a Recei-ta Federal do Estado

Ainda segundo a presidente, em razão de haver ainda ne-cessidade de adaptação dos sistemas operacionais dos car-tórios com o sistema da Receita Federal e CRC, a Arpen Amazo-nas deverá, juntamente com a Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal do Amazonas, pro-ceder as orientações neces-sárias para a implementação do serviço em questão, o mais breve possível. “O que precisa

para que as certidões saiam com CPF é que cada cartório de Registro Civil do Amazonas assine o termo de adesão e proceda testes para oferecer esse tipo de serviço”, concluiu.

Em nota, o Ministério da Fazenda informou que o novo serviço disponibiliza canal de atendimento gratuito de ins-crição de CPF, cuja tarifa de serviço nos demais convenia-dos é de até R$ 7, e que o

serviço já está em vigor em parte dos cartórios em Esta-dos como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal e outros. A previsão é de que até o fi nal do primei-ro semestre de 2016, todos os cartórios do país prestem serviço de inscrição de CPF.

Para a futura mamãe An-dreza Ferreira, 34, o benefício evita dor de cabeça e poste-riormente. “Eu estou grávida

de nove meses. Estou me internando na maternidade Moura Tapajós e se o serviço já estivesse em vigor no es-tado do Amazonas, seria bem melhor. É muito bom esse be-nefício, pois muita gente tem nome igual e se a criança já tiver o CPF, é menos uma dor de cabeça quando a criança estiver maior”, explicou a mo-radora do bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus.

LUIS OLIVEIRA

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Page 23: EM TEMPO - 6 de dezembro de 2015

MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015C7Dia a dia

Plantas amazônicas para ajudar a combater maláriaPesquisadores querem, a partir de 2018, usar substâncias amazônicas para bloqueio da transmissão da doença no país

As plantas amazôni-cas podem auxiliar no combate a mais uma doença: a malá-

ria. Um projeto de pesquisa desenvolvido com apoio do governo do Estado via Fun-dação de Amparo à Pesqui-sa do Estado do Amazonas (Fapeam) está em busca de novos antimaláricos a partir de plantas amazônicas.

Segundo o pesquisador res-ponsável pelo estudo, Dilcin-do Barros Trindade, o projeto de pesquisa faz parte de uma série de esforços de pesqui-sadores de todo o mundo na tentativa de reduzir a incidên-cia de malária até erradicar a doença em todo o mundo. “Os causadores da malária são protozoários do gênero Plasmodium. Neste gênero, as quatro espécies vivax, falciparum, malariae e ovale são consideradas de grande importância na epidemiolo-gia do agravo. Além dessas, estudos apontam mais uma espécie relacionada a essa enfermidade: P. knowlesi. En-tão, Dessas espécies vivax é a mais espalhada nas regiões tropicais”, disse Barros.

De acordo com o coorde-nador, o projeto de pesquisa está na fase de aprimoramen-

to. A busca por plantas que tenham potencial de bloqueio de transmissão de malária continua sendo o desafi o do grupo. A previsão de conclu-são do estudo é para 2018.

“Futuramente, a sociedade poderá se benefi ciar de uma nova alternativa de antima-lárico ou descoberta de uma substância que venha servir

de bloqueio de transmissão da doença”, disse Dilcindo Barros.

ResistênciaSegundo dados divulgados

pela Fundação de Vigilância em Saúde do amazonas (FVS-AM), na capital amazonense, mais de 8,2 mil casos de malária provocados pelo vivax foram registrados nos últimos 11 meses. Já nos municípios de

Ipixuna, Eirunepé e Lábrea, o órgão confi rmou 5,9 mil, 5,4 mil e 4,1 mil casos do mesmo protozoário, respectivamente.

De acordo com a fundação, o número de casos provo-cados pelo falciparum, que causa maior mortalidade, ocorreu na cidade de cida-de de Atalaia do Norte (869 casos), seguida por Lábrea (561) e Ipixuna (508). Devi-do ao uso indiscriminado de antimaláricos, a espécie fal-ciprum criou resistência aos medicamentos, o que agravou mais a situação, conforme o pesquisador. Atualmente, vivax também já demonstra resistência. Tal cenário foi o que motivou o grupo de pes-quisa a estudar a temática.

“O fato da resistência estar ocorrendo nesses parasitas nos levou a pensar em in-vestigar possíveis novos anti-maláricos a partir de plantas da Amazônia. Sabemos que os vegetais sempre foram usados pelo homem como alternativa de medicamentos para a cura de várias doenças e um dos principais medica-mentos utilizado, hoje, contra a malária, a artemisinina, tem origem a partir da Artemisia annua, uma espécie vegetal”, disse o pesquisador.

ESTIMATIVA

Segundo dados divul-gados pela Fundação de Vigilância em Saú-de, na capital ama-zonense, mais de 8,2 mil casos de malária provocados pelo vivax foram registrados nos últimos 11 meses

O projeto faz parte de uma série de pesquisas para tentar diminuir ou até erradicar os casos de malária

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ENTREVISTA

O concerto de Fernando MalheiroPlateia D3

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O Instituto Dirson Costa mantém entre as suas atividades uma galeria de arte para venda direta de obras ao público consumidor

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Investimento seguro até mesmo em época de criseGraças à ausência de altos e baixos nos valores das obras de arte, esse mercado é uma boa oportunidade de negócios

Não existe tempo ruim quando o assunto é investir em arte. Mesmo em período

de crise que, aliás, é conside-rado um momento oportuno. “O valor aplicado na obra de arte não tem altos e baixos. Para um colecionador que não vai vendê-la de imediato é lucro certo mais adiante”, diz Vera Lúcia Chaccur Chadad, organizadora do evento Salão de Arte, em São Paulo. “O valor não cai e tende a aumentar ao longo do tempo”.

Um exemplo de que investir em obras de arte permanece um bom negócio aconteceu no início de novembro, durante uma temporada de leilões de trabalhos impressionistas e modernos na Sotheby’s – sociedade multinacional de vendas por leilão, formada em Londres, mas atualmen-te sediada em Nova York. Após uma noite de estreia com vendas desanimadoras, foram movimentados US$ 306,7 milhões, com destaque para a tela “La Gommeuse”, de Pablo Picasso, arrematada por US$ 67,5 milhões.

No Brasil, o próprio Sa-lão de Arte é um exemplo bem-sucedido, que em agosto deste ano chegou a sua 22ª edição. Trata-se de um evento de caráter benefi cente cuja bilheteria é doada de forma integral para a instituição escolhida para ser ajudada fi nanceiramente.

O mercado brasileiro de obras de arte pode ser con-siderado interessante. “O nosso mercado apresenta um grande acervo, tanto na-cional quanto internacional, dando uma extensa gama de opções para o comprador”, observa Vera Lúcia Chac-cur Chadad. A decoradora lembra que os profi ssionais da área, que participam de feiras do gênero, costumam procurar obras inéditas para apresentá-las em seu espaço nesses eventos. “Muitas ve-zes as obras fi cam guardadas meses para depois serem apresentadas ao público”.

Vera Lúcia explica que as formas de negociação mais comuns no mercado de artes nacional são feitas direta-mente em galerias, antiquá-rios, leilões e feiras de arte, entre elas, o Salão de Arte, SP-Arte e Arte Rio. “Essas são as três maiores feiras do setor”, destaca.

A organizadora do Salão de Arte conta que quem cos-tuma comprar obras de arte no país são colecionadores, jovens investidores que es-tão começando suas cole-ções e investidores. “Estes preferem aplicar o dinheiro em uma obra de arte de algum artista valorizado no mercado, do que no merca-

do fi nanceiro”. E lembra que qualquer pessoa pode inves-tir em obra de arte. “Mas deve procurar um bom profi ssional para orientá-lo”, sugere.

Em crescimentoA empresária Geyna Bre-

laz, da Galerie L’Amazonie, e Aidalina do Nascimento Costa, presidente do Insti-tuto Dirson Costa de Arte e Cultura Amazônicas (IDC) – que abriga atividades como uma galeria de arte para venda direta ao consumidor –, classificam o mercado de arte em Manaus como um setor em crescimento.

“O mercado de arte na cida-de ainda é uma obra em an-damento, mas com chances totais de chegar lá muito rápi-do”, diz Geyna. “As iniciativas pontuais são válidas e muito importantes, mas precisamos desenvolver uma ação de ‘ca-deia produtiva da arte’ mais ampla”, opina Aidalina. “Isso envolve desde os produtores e fornecedores de matéria-pri-ma aos artistas até a entrega da obra de arte adquirida em uma galeria na casa do cliente. Isso está amadure-cendo, à medida que novos empresários estão investindo neste segmento e buscando atuar neste mercado com o máximo de profi ssionalismo”.

Geyna Brelaz comenta que já existem no mercado local possibilidades de investimen-to em obras de artistas re-nomados e mais jovens. “A Galerie L’Amazonie possui um acervo e representa artistas

LUIZ OTAVIO MARTINS

consagrados e reconhecidos nos mercados local e nacio-nal”, afi rma. Entre esses ar-tistas estão Moacir Andrade, Rita Loureiro, Óscar Ramos, Otoni Mesquita e Jair Jacq-mont e, no grupo dos novos artistas visuais, estão Luisa Matsushita, Raphael Alves, Roumen Koynov, Eliomar Ro-drigues e outros.

A empresária diz também que o foco da Galerie L’Ama-zonie, localizada no conjunto Vieiralves, é o mercado pri-mário da arte, voltado para quem começa a tomar gosto por comprar e investir nesse setor e que ainda não é um grande colecionador. “Mas quando o processo de com-pra e venda no mercado da

arte se inicia, é natural que o desejo acabe por elevar o valor dessas obras. Quem investe nunca perde”, explica Geyna, lembrando que, em Manaus, o perfi l do público comprador de obras de arte é formado principalmente por homens entre 25 e 50 anos, profi ssionais liberais e empresários.

Ela considera ainda que, apesar do momento de crise na economia do país, o mer-cado de compra e venda de obras de arte “reage bem”. “Toda obra que tem qualidade, no sentido de autor e de pro-duto, sempre vai encontrar um comprador investidor”.

Continua na página D4

Vera Lúcia Chaccur Chadad, do Salão

de Arte, aconselha quem deseja investir nesse setor a buscar

um profi ssional para obter orientação

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[email protected] - www.conteudochic.com.br

Fernando Coelho Jr.

. A tradicional festa de fi m de ano que esta coluna realiza sempre no início de dezembro, desta vez aconteceu com temática espanhola, no sensacional Diamond Convention Center, espaço privi-legiadíssimo para eventos especiais na Avenida do Turismo, na quinta-feira! Dando segmento aos festivais gastronômico de países, a coluna desta vez foi homenagear a Espanha, apresentando pratos sensacionais da culinária daquele país, no jantar de buff et da festa, assinada pela equipe do chef Jersey Moraes do Diamond .

. E foi mesmo um festão! Boa parte do society local presente numa noite com ambientação do Bandeirão, das irmãs Dodora Cavalcante e Fabiola Moraes, que deram um show no décor hispânico, com tecidos, lustres e leques gigantes. O Bandeirão faz tudo fi car lindo!

. O Grupo ́ Corpo em Foco´ apresentou performance de dança fl amenca, levando para o Diamond, o clima de Andaluzia para a festa. O ponto alto da noite foi o sorteio de uma passagem para Bar-celona, prêmio levado por Alexandre Braga, logo de primeira. O som do DJ Alexandre Prata animou a festa. Mais um evento para fi car nos registros da cena social de Manaus. Ano que vem tem Mais!

1. Fernanda e Jean Mendonça, Marthinha e Clóvis Cruz Jr.

2. Niltinho e Andréa Lins

3. Waisser Botelho, Letizia Barros e Walderian D´avila

4. Leandro e Ester Nunes e Cibele Vizeu

5. Juliana e Charles Garcia

6. Hellen e Anselmo Garcia

7. Ari e Lourdinha Moutinho com a neta Laila, Martha e Clóvis Junior

8. Pedro e Bena Marques e Helena e Julio Verne do Carmo Ribeiro

9. Bárbara e Dimas Melão

10. Airton Gentil e Alessandra Figliuolo

11. Geovana e Lafayette Vieira Jr.

12. Alcemir e Graça Figliuollo

13. Francisco e Graziela Nogueira

na festa de fi m de anoClima de Espanha

14. Luis Antonio e Socorro Vasconcellos Dias

15. Juca e Dinha Semen

16. Lenise Pereira e Sonia Jinkings

17. Gracielza e Adjunto Afonso

18. Carmem e Ricardo Silva

19. Wellington e Moramay Araújo

20. Carol e Mario Frota

21. Carla Silvana e Mauricio Ferreira

22. Lucimar Augusto

23. Charufe Nasser

24. Odenir Machado

25. Dorinha Antony

26. Léa Macêdo

27. Zenilde Pacifi co e Darcley de Paula

28. Adlinez Moreno, Lucia Viana, Zenilda Castelo Branco, Ana Monteiro de Paula e Valdenice Garcia

29. Mary Tuma e Carol Carvalho

30. Jorge e Najla Akel

31. Camila e William David

32. Marcia Martins e o sogro Alberto Martins

33. Ivan e Seonize Tomaz

34. Letizia Barros e Guto Oliveira

35. Waltinho Oliva Pinto e Marilena Perales

36. Alexandre Prata

11.Mendonça, Marthinha e Clóvis 1

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O prefeito Artur Neto recebendo o ex-campeão mundial de pesos pesados do UFC, Vitor Belford e a mulher Joana Prado em Manaus, durante jantar no Restaurante Banzeiro

Vitor Belford e Joana Prado com a primeira dama da cidade, Goreth Garcia do Carmo Ribeiro, no Restaurante Banzeiro, onde os visitantes apreciaram a ótima culinária amazônica

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No dia que eu nasci, em Manaus (8 de se-tembro de 1983), ele estreou como maes-

tro. Conduziu a sua primei-ra ópera no Teatro Munici-pal de São Paulo. Dezesseis anos depois, Luiz Fernando Malheiro, 56, pisou em solo amazonense pela primeira vez, em 1999. Regeu a Or-questra Filarmônica do Ama-zonas (OFA), durante o terceiro Festival de Ópera do Amazo-nas, como maestro convidado e foi fi sgado pelo que ele classifi ca como “uma energia própria” do amazonense.

Sentimentos e sensações num ambiente de sabor exótico ao mundo da músi-ca clássica, o fi zeram acei-tar o convite para assumir o comando da Filarmônica do Amazonas como maestro titular em junho de 2000. De lá para cá, o maestro paulista quebrou os mitos criados no país por quem não conhece o Norte e percebeu em si a sua alma amazônida.

“Quando eu cheguei aqui (em Manaus) eu não conheci nada do Amazonas. Para mim era uma coisa, como para todo o resto do centro do país para baixo, de que o Norte era uma coisa muito distante. Para mim era um lugar que tinha o rio Amazonas, que tinha a fl oresta e que há muitos anos era um lugar onde as pessoas vinham comprar televisão e outros aparelhos eletrônicos, porque era mais barato por conta da Zona Franca de Ma-naus”, conta Malheiro.

Para ele, foi um misto de

susto e surpresa quando ele “descobriu” o Amazonas. “Quando eu cheguei aqui foi uma surpresa total, um cho-que cultural quando comecei a ver toda a outra parte que eu não conhecia. De cara uma coisa que me impressionou muito foi como as pessoas falam melhor do que as pessoas de São Paulo, por exemplo. O ensino fun-damental aqui tem uma for-ça inte-ressante, sem falar nas pesso-as, que fa-zem daqui um lugar impressio-nante”, avalia.

Uma das primeiras pessoas a conduzir o maestro na capi-tal amazonense, segundo o maes-tro, foi o jornalis-ta, poeta e escri-tor Aldisio Filgueira. “Tanto ele quanto a sua esposa são pessoas superin-teligentes e ligadas as coisas da educação. Ele me abriu a cabeça para as coisas daqui, para a literatura. Ele é um cara supercrítico, tem o lado político dele em todo o lugar.

Ele tem as críticas dele, que acho super legais. O que mais me interessa no ser humano em geral é a criatividade e a do amazonense é enorme. O Aldisio me destampou a ca-beça para isso”, afi rma.

Malheiro diz que também se surpreendeu com a qualidade e a riqueza da música popular, tendo como principal referên-cia o histórico da banda Raízes Caboclas e depois do Imbaúba, e do músico e poeta Celdo Braga, que se revelou para ele como um ótimo cozinheiro do menu regional. “Eu convivi muito com o Celdo Braga. Um

sujeito muito ligado à terra, ao rio e que

cozinha mara-vilhosamen-

te bem. Faz uma matrinxã a s s a d a que é uma b e l e z a” ,

salienta.O u t r a

fi gura que impressionou

o maestro foi o poeta Thiago de Mello. Autor de poemas e

de textos emble-máticos como “Faz escuro mas eu canto” e “Os Estatutos do Ho-

mem”, o poeta nascido no muni-

cípio de Barreirinha (a 331 quilômetros de Ma-

naus) convidou Malheiro a musicar outras obras. “Uma pessoa impressionante é o poeta Thiago de Mello. Ele fez eu me render ainda mais ao Amazonas”, diz.

Paulista de nascimento e amazonense de alma, vida e conquistas, o maestro da Orquestra Filarmônica do Amazonas (OFA), Luiz Fernando Malheiro, diz que a “energia própria” do Amazonas o conquistou e fez com que ele fi zesse daqui sua morada e seu legado

EMERSON QUARESMA

Sentimentos pela música clássica

Antes de levar a sua arte como regente para o mundo, Malheiro

começou a sua carreira no Teatro Municipal de São Paulo, em 1979,

como cantor, depois como maestro preparador

CURIOSIDADE

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Há 15 anos, Malheiro se mantém como titular da Orquestra Filarmônica do Amazonas. E apesar de an-tes de se mudar para cá ter estudado na Academia de Música da Cracóvia, Polônia, por 3 anos numa bolsa que conseguiu em 1987 e de ter vivido mais 4 anos na Itália, ele afi rma que deve muito ao Amazonas a sua projeção para o mundo.

O maestro diz que sua ligação com o Amazonas é muito forte porque desde 1999 uma parte central da carreira dele se desenvolveu por essas bandas. “Aqui era um terreno bastante virgem,

com uma orquestra e um festival de apenas dois anos de vida. O Festival de Ópera do Amazonas, assim como a Orquestra Filarmônica, me projetou internacional-mente. É um evento que ao longo dos anos adquiriu um respeito muito grande. No começo, quando viemos para cá, era uma coisa que atraía apenas como algo exótico, era a ópera na selva”, aponta.

A sua formação na Europa foi toda voltada à composi-ção e a regência. Com uma forte atração pela ópera, ele também fez repertórios sinfônicos que foram bas-tantes trabalhados em Ma-

naus e depois levados para o exterior. “A minha carreira internacional é muito bem dividida entre repertório sin-fônico e ópera. Já regi em Roma. Eu gosto muito do México, onde já regi umas quatro ou cinco orquestras de óperas diferentes, no Te-atro de Belas Artes. Já regi na Romênia, na Bulgária e na Espanha várias vezes. Na América Latina eu já regi na Argentina e no Chile. E ano que vem vou estrear na Gré-cia, onde, apesar da crise, me convidaram e mantiveram o convite para janeiro de 2016 num teatro de ópera ao ar livre”, conta.

Amazonas deu projeção mundial

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‘Eu sou o Chaves brasileiro’SÃO PAULO, SP - Como

é que nenhuma vítima das “pegadinhas” reconhece o Ivo Holanda quando ele prega uma peça em pedestres desavisa-dos? Vendo o humorista de 80 anos abrir o portão do apar-tamento onde mora, em um conjunto habitacional na zona norte de São Paulo, não é difícil dar razão a quem cai nos trotes que Holanda protagoniza há 33 anos no “Programa Silvio Santos”, no SBT.

Ele recebe a reportagem ves-tindo o boné com o logo de uma rádio, camiseta com a foto de um fã (ganhou de presente) e papetes com meias. Passaria facilmente por mais um se-nhor vendendo inocentemente “suco mais salgado” a R$ 1 na Praia Grande, litoral paulista.

Como na última “pegadinha” que gravou, há duas semanas

-o suco era “temperado” com sal. Ao primeiro gole, sobram socos no humorista, possivel-mente o indivíduo que mais apanhou na TV brasileira e para quem não há dor maior do que fi car longe dela.

Ele se senta no centro de um sofá de três lugares. Na parede, sobre sua cabeça, há uma foto sua como o palhacinho Rococó -personagem que criou aos 14 e na pele do qual aparecia, diz, na TV Tupi.

Sobre outra foto sua na parede, colou uma imagem do “patrão”. “Minha paixão é essa: Silvio Santos”, diz, sobre o empregador que o mantém em contrato vitalício.

“Quando existiu televisão, eu já fazia”, conta. Ivo escapava do trabalho como contínuo para bater na porta da primeira emissora brasileira queren-

do aparecer. Esperava horas, “construindo amizade” e “en-chendo o saco” dos diretores.

Filho de agricultores, Ivo Holanda de Barros é um dos coadjuvantes mais antigos da televisão -de uma ponta em “O Ébrio” (1966), a primeira novela das 20h da Globo, ao boneco Bugalu no “Viva a Noite”, do Gugu, nos 1980.

Ganhou fama (e contrato) quando caiu nas graças de Silvio Santos, em quadros no “Alegria 82” e “Topa Tudo por Dinheiro”. Sucesso, para ele, é fazer o “patrão” gargalhar.

“Eu me considero o Chaves do Brasil”, afi rma Holanda, em referência ao mexicano Rober-to Bolaños (1929-2014), tão longevo no SBT quanto ele próprio. “Passam as pegadi-nhas mais antigas e as pessoas ainda me acham legal.”

Sem roteiroTanto acham que foram vê-lo

na quinta (3), na feira de cultu-ra pop Comic Con Experience, em São Paulo. Na ocasião, ele provou o próprio veneno: atores disfarçados entre fãs lhe pregaram um susto ao confrontá-lo com histórias falsas. Uma delas, de uma garota que contou que o pai teve problemas cardíacos após uma pegadinha.

Sobre o ofício, conta que pou-co mudou desde 1982, quando Silvio importou a “câmera es-condida” dos EUA. Até hoje, as pegadinhas não têm roteiro. Ivo Holanda recebe uma ligação na véspera das gravações; um carro lhe pega em casa e o leva até locação, onde recebe orientações gerais do diretores e um ponto de comunicação no ouvido. No mais, coloca

a cara à tapa, gravado por três câmeras escondidas em vans. O maior ator de pe-gadinhas do Brasil -poucas vezes reconhecido em cena, garante- não sabe como os trotes são criados ou quem imagina loucuras como co-locar uma menina vestida de

fantasma para aterrorizar os passageiros de um elevador (2012). Sabe que algumas são boladas pelo próprio Silvio.

Como o enredo de uma pe-gadinha, sua rotina não muda. “Minha vida é esperar o SBT me chamar para gravar”.

Por Gabriela Sá Pessoa

Ator Ivo Holanda reconhece e assume paixão pelo “patrão” do SBT

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A tela “Cestarias Wanano”, de Dhiani Pa’saro, que faz parte do acervo do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura Amazônicas

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Obstáculos para superar e escoar a arte da regiãoFormação adequada e ultrapassar a barreira do isolamento geográfi co são algumas questões a serem consideradas

Mesmo considerado um setor em ex-pansão, o mercado de arte manauense

apresenta alguns obstáculos que, na avaliação de Aidalina do Nascimento Costa, devem ser encarados como oportu-nidades ainda não exploradas e possibilidades prontas para se tornar realidade. “Percebe-mos como uma necessidade latente de inserir a arte na vida das pessoas, no trabalho e no lazer da cidade. A arte é uma necessidade humana, que precisa ser suprida. E esse é o trabalho do Instituto Dirson Costa”, analisa a presidente da instituição.

Na opinião da empresária Geyna Brelaz, é necessário romper o isolamento da região e promover os artistas locais além do Amazonas. “O mer-cado de arte é muito forte no eixo Rio/São Paulo. Estar fora desse eixo é um obstáculo a ser superado. Por isso, ao iniciar esse projeto (a Galerie L’Ama-zonie), foquei no ponto forte: residência artística”, afi rma. “Sem o intercâmbio de obras e artistas de outros lugares fi caria difícil sobreviver no mercado local. Nosso próximo

passo é a participação dos nossos artistas locais repre-sentados nas feiras nacionais e internacionais”, revela.

ContribuiçõesNo caso do mercado de arte

da cidade, a presidente do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura Amazônicas (IDC) cita entre as principais contri-buições da instituição, desde 2001, o surgimento em sua Escola de Arte de uma geração de artistas, especifi camente nas técnicas de marchetaria e pintura.

“Criamos mecanismos para que eles se conectassem ao mercado das artes mundial. Para isso, produzimos e parti-cipamos nos últimos 10 anos ininterruptos de 25 exposições locais, nacionais e internacio-nais com artistas amazôni-cos”, recorda.

Aidalina lembra também que, em 2009, foi criado o projeto-piloto experimental econômico, a Galeria Gaia. “Criamos para a cidade a Ga-leria de Arte do IDC. E nossa contribuição mais expressiva agora é o Museu de Arte e Imaginário da Amazônia, já devidamente registrado no Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), em fase de implanta-

ção e com expressivo acervo fundacional”, cita.

Com o intuito de apresentar a Amazônia como uma matriz cultural brasileira para o mun-do, o Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura Amazônicas,

localizado no bairro Cachoei-rinha, abriga iniciativas como a Escola de Arte, o Centro de Estudos, o Centro de Refe-rência do Teatro Amazônico, uma biblioteca, o Museu de Arte e Imaginário da Amazônia

(Maia), um Ateliê-Escola e a Galeria de Arte para venda direta ao consumidor e sus-tentabilidade da instituição.

Na área teatral, realizou cursos de dramaturgia, com ênfase ao estudo e expressão

da mitologia amazônica. Para-lelamente, no Centro de Estu-dos, esses temas mitológicos foram aprofundados para dar suporte teórico aos alunos do Centro de Referência do Tea-tro Amazônico (Creta).

LUIZ OTAVIO MARTINS

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TV TudoCriação Ainda sobre a Tancinha,

Mariana Ximenes também foi orientada a passar longe dos vídeos de “Sassarican-do”. O canal quer que a atriz desenvolva uma per-sonagem toda original, que em nada lembre o trabalho de Cláudia Raia. Recebeu liberdade total para isso.

CuriosoTanto Globo (“SuperMax”)

quanto Record (“Sem Saída”) terão produções beliscando o universo da série ameri-cana “Lost”, que deixou sau-dade. E ambas com exibição marcada para 2016.

Duração A volta de Rodrigo San-

toro às novelas da Globo, após 12 anos, já tem uma quantidade de capítulos estabelecida. Ele estará presente em 24 episódios de “Velho Chico”, como o personagem Afrânio, que depois será interpretado por Antônio Fagundes.

Cada umaWellington Muniz, o Ceará,

participou quinta-feira dos sorteios de brindes para os funcionários da Globosat, no Rio. E o detalhe é que o humo-rista foi “vestido” ao evento com um de seus principais personagens: Silvio Santos.

Tem mais essaNo episódio final da pri-

meira temporada de “Mister Brau”, aquele em que Mi-chelle (Taís Araújo) resolve fazer uma temporada de shows nos Estados Unidos como cantora, também está previsto um encontro mui-to importante. Ela e Brau (Lázaro Ramos) vão par-ticipar de uma “reunião” com o presidente Barack Obama. Quer dizer... é mais ou menos isso. Um sósia do presidente já foi requisitado para as cenas.

Além disso Como a ordem é economizar,

Taís Araújo e Lázaro Ramos irão aos EUA de mentirinha. Todas as cenas relativas a esse episódio serão feitas no Brasil.

Sem restriçõesOs 18 primeiros capítulos de

“Haja Coração” foram aprova-dos na íntegra pela direção da Globo. O titular Daniel Ortiz, como se sabe, escreve a novela, tendo ao seu lado um time de primeira, que inclui Patrícia Mo-retzsohn, Nilton Braga, Flávia Bessone e Isabel Muniz.

Bate – Rebate• No dia 24, o “TV Fama” da

Rede TV! irá exibir uma matéria especial de Natal...

• ...A equipe do programa acompanhou a transformação do jornalista Luciano Faccio-li, que encarou ser por um dia Papai Noel e entregar presentes para os filhos de alguns dos apresentadores do elenco da emissora.

• O “Pica Pau” se foi, mas o “Cris” – Todo Mundo Odeia – continua resistindo brava-mente.

• Fafá de Belém também foi chamada para as gravações do “No Tom”, do Tom Cavalcante, no Multishow.

• Como manda o figurino, o “The Voice” vai reunir os vencedores das suas três edi-ções, no programa que irá ao ar dia 25...

•...E fica a expectativa sobre quem poderá deixar o time de treinadores do reality no ano que vem.

Mariana Ximenes muda de visual para novela

RECO

RD

O especial “Presente de Natal” da Globo, no ar dia 24, foi dirigido por Raoni Carneiro.

No roteiro, 15 canções natali-nas interpretadas por 23 artistas em versões e encontros inéditos.

Paula Fernandes e Gusttavo Lima, por exemplo, cantam “O Velhinho”.

Então é isso. Mas amanhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

Congelou A Record avaliou a possibilidade de levar Sabrina Sato

para as noites de sexta-feira e o assunto até ganhou força na emissora. Mas ao que tudo indica fi cou por aí, porque não se falou mais nada sobre a mudança. Sabrina, aliás, prefere continuar onde está, só que manda quem pode...

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

[email protected]

Canal 1

Mariana Ximenes, recém-saída das gra-vações da minissérie “SuperMax”, am-bientada em um presídio de segurança máxima, agora, vai escurecer os cabelos e se preparar para Tancinha, protagonista de “Haja Coração”, que é a substituta de “Totalmente Demais” na faixa das 19 horas. A mudança foi solicitada pela Globo e, sim, Mariana aparecerá em duas produções diferentes e com diferentes visuais, em 2016, na emissora.

Márcio Braz

ator, diretor e cientista social

O Brasil parece atravessar um inferno astral sem precedentes. As lamas da Samarco, o empate contra os estudantes de São Paulo, as chan-tagens, de um e outro, para evitar o impeachment, também, de um e de outro, a política que mancha o próprio conceito de política, pondo em jogo interesses do povo versus interes-ses dos agentes do legislativo e do executivo, o sem-número de partidos em busca de uma única ideologia: a permanência ou conquista do poder, custe o que custar.

A mentalidade do povo absorto diante de tantas injustiças e assas-sinatos e desmandos e mentiras e trapaças e tudo o que não presta e que há de podre no reino desta Dinamarca tropical fica confusa se valendo primeiramente do instinto de que se deve lutar para seu próprio bem e pro bem dos seus comunitas.

Diante disto, o espetáculo solo “Ella” de e por Ana Paula Oli-veira também se veste de ar-madura e vai à luta contra este estado de indiferenças.

No palco, semiarena, uma mesa, duas cadeiras; em outra extremidade, uma cortina de fotos de mulheres magras e malhadas, o mesmo se dando ao chão, com pilhas de fotos de mesma natureza.

O espetáculo inicia nos induzindo a ideia do jogo, a televisão reproduzia cenas de exercícios aeróbicos onde a atriz travestida de clown (ou falso clown) mimetizava-os, muitas vezes com a participação do público.

A personagem pisoteia as fotos ao mesmo tempo em que se exer-cita, de um lado a busca pelo corpo e aparências perfeitas, e de outro uma renúncia ao padrão, expresso no ato. Nos primeiros vinte minutos, a personagem nos impõe o jogo, o tema e as regras.

O modus operandi do corpo perfeito nos dias de hoje e a busca desenfre-

ada pela sua conquista, enchem as academias e a indústria do corpo. Nos insinuou alguma ideia de bufão que faz críticas a situações sociais, mas tudo foi apenas aparência.

De repente, a partir do jogo com alguém do público, “Ella” se volta inteiramente ao romantismo de casal, com brincadeiras e jogos cênicos cuja única insinuação ao tema inicial é o jantar à base de alface, mas que não ganha a relevância pretendida.

Estamos diante, portanto, de dois espetáculos: o primeiro que insinua uma reflexão acerca da natureza do corpo e os modelismos de todo o tipo, e o segundo, um jogo teatral de viés romântico.

Ana Paula Oliveira se apropria de forma firme dos recursos que lhes são disponíveis.

Sua personagem guarda uma inge-nuidade e singeleza cativantes, mas que acabaram por combinar recursos que parecem não se adequar ao tom do espetáculo, como o caso da cena de estupro e as frases postas no mural no fim do espetáculo.

O clown, segundo a ética que o conduz, não tira o nariz para se apresentar ao público. Seria a per-sonagem um clown ou apenas uma alusão a ele? O problema em si não é exatamente a personagem mas a dramaturgia que o conduz.

Se fosse estabelecido um jogo que tensionasse a proposta inicial, muito mais rica de possibilidades do que a do flerte do casal, talvez a cena se engrandecesse e ganhasse contornos mais estabelecidos. A personagem é linda em sua composição, o que falta talvez seja pensar melhor nos elementos que, a nosso ver, são deslocados e desarticulam a trama (o estupro e as frases finais).

O riso, a comédia, é o nosso álibi político. Subir no palco já se con-figura um ato político. E “Ella” não desqualifica a cena. É um bom teatro.

‘Ella’, o revide necessá[email protected]

Márcio Braz

O modus operandi do corpo perfei-to nos dias de hoje e a busca desen-freada pela sua conquista, enchem as academias e a indústria do corpo. Nos insinuou algu-ma ideia de bufão que faz críticas a situ-ações sociais, mas tudo foi apenas apa-rência”

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

ELVIS

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MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015D6 Plateia

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AÇÃO

Bianca Castanho apresenta o programa “Pequenos Campeões”, pelo SBT

ÁRIES - 21/3 a 19/4Bom momento para entrar em sintonia com ideais amplos, éti-cos e espirituais. Momento para gastar dinheiro com delícias e prazeres. Mas evite gastar além do que pode usufruir.

TOURO - 20/4 a 20/5O desejo de prosperidade é grande, mas não fique só no entusiasmo. Organize-se para realmente produzir toda essa prosperidade. Não se perca em pequenos devaneios.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Momento de inspiração elevada, de pensamentos de estética sofi s-ticada e de refi namento cultural. No entanto, tudo isso pode ser apenas um grande entretenimen-to luxuoso.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 A sorte está ao seu lado, em alguns negócios ou mesmo no apoio material aos empreen-dimentos de trabalho. Mas há algo de inconstante e passageiro nessa situação.

LEÃO - 23/7 a 22/8Você tende a olhar as pessoas com olhos mais bondosos, afe-tivos e encantados. Tende a se envolver com mais facilidade, causando encantamento e se encantando também.

VIRGEM - 23/8 a 22/9É tempo de melhorar o padrão de saúde física e psíquica. A melhoria do conforto também está presente, mas deveria estar a serviço da saúde. Procure aliar o prazer e a saúde.

LIBRA - 23/9 a 22/10Você está muito amoroso, e se derrete por tudo o que ama, muitas vezes perdendo a noção de valor. Mesmo a situação mais encantadora precisa ter limite e direção.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11Um grande bem pode ser pro-duzido se souber aliar a firme-za ao sentido de conjunto das relações familiares. É tempo de ações firmes nos assuntos e negócios de família.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12As boas intenções no trabalho podem se perder por comodismo, distração nas coisas boas ou por jogar fora suas intenções, sob forma de conversa superfi cial.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1Você aprecia as coisas boas, os objetos bem feitos e tudo o que materialmente tenha qualidade. Hoje, esta tendência é estimulada Mas discipline essa tendência.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2Maior disposição afetiva, desejo de convívio humano e disposição para a satisfação física, emocio-nal e estética. Mas tudo isso se tornará um excesso, caso você não se oriente.

PEIXES - 19/2 a 20/3Os melhores prazeres, às vezes, são aqueles só seus. Não queira o que está além do real alcance. As condições materiais favorecem a você se livrar de problemas.

SBT GLOBO3h45 JORNAL DA SEMANA SBT

5h BRASIL CAMINHONEIRO

5h30 TURISMO & AVENTURA

6h15 ACELERADOS

7h CHAVES

9h15 PEQUENOS CAMPEÕES

10h MUNDO DISNEY

11h DOMINGO LEGAL

13h ELIANA

17h RODA A RODA JEQUITI

17h45 SORTEIO DA TELESENA

18h PROGRAMA SILVIO SANTOS

22h CONEXÃO REPÓRTER

23h SÉRIE: ARQUEIRO

0h15 SÉRIE: TRUE BLOOD

1h BIG BANG

2h30 IGREJA UNIVERSAL

BAND4H SANTO CULTO EM SEU LAR4H30 DESENHOS BÍBLICOS5H55 DESENHOS BÍBLICOS6H55 RECORD KIDS ° SÉRIE: TODO MUNDO ODEIA O CHRIS9H DOMINGO SHOW13H30 HORA DO FARO17H30 DOMINGO ESPETACULAR21H A FAZENDA21H45 REPÓRTER EM AÇÃO22H30 ROBERTO JUSTUS +23H15 PROGRAMAÇÃO IURD

4H DRAGON BALL Z KAI6H SANTA MISSA NO SEU LAR7H DRAGON BALL Z KAI8H30 QUAL É O DESAFIO?9H45 VERDADE E VIDA10H PÉ NA ESTRADA10H30 PAGUE MENOS SEMPRE BEM11H FÓRMULA TRUCK ° AO VIVO ° ETAPA DE LONDRINA/PR12H30 BAND ESPORTE CLUBE14H GOL: O GRANDE MOMENTO DO FUTEBOL14H30 FUTEBOL 2015 ° AO VIVO ° CAMPEONATO BRASILEIRO16H50 3º TEMPO18H40 SABE OU NÃO SABE19H40 SÓ RISOS20H40 SÓ RISOS ° EXTRA21H20 PÂNICO NA BAND0H15 CANAL LIVRE1H15 WENDEL & VINNIE ° “DE MÃES E JARDINS”1H45 EI ARNOLD! ° “A PEÇA DO COLÉGIO”2H05 IGREJA UNIVERSAL

6H42 SANTA MISSA

7H43 AMAZÔNIA RURAL

8H11 PEQUENAS EMPRESAS, GRANDES

NEGÓCIOS

8H45 GLOBO RURAL

9H42 AUTO ESPORTE

10H15 ESPORTE ESPETACULAR

13H10 ESQUENTA

15H FUTEBOL 2015: CAMPEONATO BRASILEI¼

RO: CORITIBA X VASCO DA GAMA

17H05 TEMPERATURA MÁXIMA. FILME:

KARATÊ KID

19H20 DOMINGÃO DO FAUSTÃO

21H30 FANTÁSTICO

23H50 DOMINGO MAIOR. FILME: REFÉNS

1H17 SESSÃO DE GALA. FILME: CORAÇÃO DE

PESCADOR

2:53 CORUJÃO. FILME: PAIXÃO DE OCASIÃO

4H27 MENTES CRIMINOSAS

RECORD

Programação de TV

Cruzadinhas

Cinema

Horóscopo

CONTINUAÇÕESA Visita: EUA. 14 anos. Cinépo-

lis Plaza 7 – 13h20 (dub/diariamen-te); Kinoplex 1 – 16h30, 18h55, 21h20 (dub/diariamente), 14h05 (dub/somente sábado e domin-go); Playarte 9 – 15h, 19h (dub/diariamente).

Victor Frankestein: EUA. 12 anos. Cinépolis Millennium 3 – 14h45 (dub/diariamente), Cinépo-lis Plaza 3 – 15h, 17h30, 20h10 (dub/diariamente); Playarte 4 – 12h45, 15h, 17h15, 19h30 (dub/diariamente).

Jogos Vorazes: A Esperança – O Final: EUA. 14 anos. Cinépo-lis Millennium 1 – 22h (3D/leg/diariamente), Cinépolis Millennium 4 – 16h15, 19h30, 22h20 (3D/

dub/diariamente), Cinépolis Mil-lennium 8 – 15h30, 18h30 (3D/dub/diariamente); Cinépolis Plaza 1 – 13h, 16h, 19h15 (3D/dub/dia-riamente), Cinépolis Plaza 2 – 14h, 17h, 20h20 (3D/dub/diariamente); Kinoplex 5 – 15h10, 18h, 20h50 (3D/dub/diariamente); Playarte 5 – 12h50, 15h35, 18h20, 21h05 (dub/diariamente), Playarte 7 – 13h45, 18h45 (dub/diariamente).

Como Sobreviver a um Ata-que Zumbi: EUA. 14 anos. Playar-te 9 – 13h, 17h (dub/diariamente).

O Reino Gelado 2: RUS. Livre. Cinépolis Millennium 7 – 16h15 (dub/somente sábado e domingo), Cinépolis Plaza 3 – 12h45 (3D/dub/somente sábado e domingo); Kino-

plex 5 – 13h20 (dub/diariamente).007 Contra Spectre: EUA. 14

anos. Playarte 3 – 16h (dub/dia-riamente).

O Último Caçador de Bru-xas: EUA. 14 anos. Kinoplex 4 – 18h40 (dub/diariamente), 14h (dub/somente sábado, domingo e segunda-feira); Playarte 7 – 16h30, 21h30 (dub/diariamente).

Atividade Paranormal – Di-mensão Fantasma: BRA. 14 anos. Playarte 9 – 21h (dub/dia-riamente).

SOS Mulheres ao Mar 2: BRA. 14 anos. Playarte 2 – 14h50, 19h10 (dub/diariamente).

ESTREIAS

O Presente: AUS-EUA. 12 anos. Joel Edgerton interpreta Gordon, um antigo colega de escola que reaparece na vida de Simon (Jason Bateman) trazendo uma sombria revelação do passado. A medida que a esposa de Simon, Robyn (Rebecca Hall) vai conhecendo Gordon, ela começa uma busca pela verdade até descobrir o que realmente aconteceu entre eles. Será que o passado pode realmente fi car para trás? Cinépolis Millennium 3 – 17h15, 20h (dub/diaria-mente); Cinépolis Plaza 7 – 15h45, 18h30, 21h15 (dub/diariamente); Kinoplex 4 – 16h20, 21h (dub/diariamente); Playarte 6 – 12h40, 14h50, 17h05, 19h20, 21h35 (dub/diariamente), Playarte 10 – 13h40, 16h10 (dub/diariamente), 18h20, 20h40 (leg/diariamente).

No Coração do Mar: EUA. 14 anos. No inverno de 1820, o barco baleeiro da Nova Inglaterra Essex foi atacado por algo em que ninguém podia acreditar: uma baleia de imenso tamanho e determinação, e um sentido de vingança quase humano. O desastre marítimo que ocorreu na vida real inspiraria Melville a escrever Moby-Dick. Entretanto, o livro contou apenas metade da história. Heart of the Sea revela as terríveis consequências do encontro, à medida que a tripulação sobrevivente do barco é levada aos seus limites e forçada a fazer o impensável para permanecer viva. Enfrentando tempestades, fome, pânico e desespero, os homens serão levados a questionar suas crenças mais profundas, do valor de suas vidas à moralidade de sua atividade, enquanto seu capitão busca orientação no mar aberto e seu primeiro subofi cial ainda tenta derrotar a grande baleia. Cinépolis Millennium 1 – 16h30 (3D/dub/diariamente), 19h15 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Millennium 8 – 21h30 (3D/dub/diariamente); Cinépolis Plaza 4 – 13h30, 16h15, 19h (3D/dub/diariamente); Kinoplex 3 – 16h15, 18h50, 21h25 (3D/dub/somente quinta-feira, sexta-feira e quarta-feira), 13h40 (3D/dub/somente sábado, domingo e segunda-feira), 21h25 (3D/leg/diariamente); Playarte 1 – 13h, 15h30, 18h, 20h30 (dub/diariamente), Playarte 3 – 13h30, 18h55 (dub/diariamente), 21h25 (leg/diariamente).

Bem Casa-dos: BRA. 10 anos. Heitor (Alexandre Bor-ges) é um sol-teirão convicto que ganha a vida fi lmando festas de casamento. Durante os pre-parativos para cobrir mais um casamento ele conhece Penélope (Camila Morgado), uma mulher sensual e independente que está determinada a acabar com a festa antes mesmo que ela comece. A missão de Heitor é garantir que o casamento saia exatamente como os noivos querem. Já para Penélope, a cerimônia é a oportunidade perfeita para executar o seu plano. Juntos, essa dupla surpreendente, e um tanto atrapalhada, dará aos noivos muito mais emoção do que eles jamais imaginaram. Afi nal, bem casados só os doces. Cinépolis Millennium 2 – 16h45, 18h45, 21h15 (diariamente), Cinépolis Millennium 5 – 15h45, 17h45, 20h15 (diariamente); Cinépolis Plaza 5 – 14h15, 16h30, 18h45, 21h (diariamente), Cinépolis Plaza 6 – 13h10, 15h30, 17h45, 20h (diariamente); Kinoplex 2 – 15h, 17h10, 19h20, 21h30 (diariamente); Playarte 8 – 13h, 17h10, 19h10, 21h10 (diariamente).

Quarto de Guerra – A Oração É Uma Arma Poderosa: EUA. 10 anos. Tony e Elizabeth vivem um duelo interminável, até que a senhora Clara, uma nova cliente de Elizabeth, a desafi a a guerrear pela sua família. Por meio da oração, ela permite que Deus batalhe por seu lar. Enquanto ela inicia seu quarto de guerra, Tony vivencia lutas internas, confi rmando o que diz a senhora Clara, que as vitórias não se conquistam ao acaso. Cinépolis Millennium 6 – 14h30, 17h05, 19h45, 22h25 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 8 – 14h30, 17h10, 19h45 (dub/diariamente). FO

TOS:

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AÇÃO

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MANAUS, DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO DE 2015D7Plateia

[email protected]

Guto Oliveira

Com investimentos de R$ 1,86 milhão, até 2018, será construído um novo terminal em Manaus. A autori-zação para a construção e exploração da Estação de Transbordo de Carga, que será um Terminal de Uso Privado (TUP) operado pela Ponta Negra Ad-ministração e Empreendimentos, foi dada pelo ministro da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), Helder Barbalho.

A área autorizada para a exploração da Instalação Portuária corresponde a 26.090 metros quadrados, em ter-reno do qual a Ponta Negra detém o direito de uso e fruição para a fi nalidade desse contrato, compreen-dendo inclusive as benfeitorias que

integram as respectivas instalações. O contrato terá vigência de 25 anos, contados da data da assinatura e é prorrogável por períodos sucessivos.

***A Governança Corporativa e a

Gestão Administrativa Financeira do Laboratório Sabin foram reconhe-cidas pela premiação Referências da Saúde 2015, em São Paulo. Na ocasião, acompanhada da presidente Executiva, Lídia Abdalla, a sócia-fun-dadora e vice-presidente do Conselho de Administração do Sabin, Janete Vaz, recebeu homenagem como pro-fi ssional referência em Governança Corporativa. O resultado faz parte

da 5ª edição do estudo da Live He-althcare Media, em parceria com a consultoria PwC, que elegeu 36 de 130 instituições de saúde.

***A Universidade Federal do

Amazonas comunica a nova data de aplicação das provas das três etapas do Processo Seletivo Contínuo (PSC), que ocorrerá dia 28 de fevereiro de 2016. As provas, anteriormen-te marcadas para serem aplicadas no último dia 29 de novembro de 2015, foram suspensas em virtude de fortes indícios de vazamento de questões, o que está sob investiga-ção da Polícia Federal.

***A presidenta Dilma Rousseff

disse que vai lutar contra a abertura do processo de impeachment porque nada fez que justifi casse o pedido. Em discurso na 15ª Conferência Nacional de Saúde, ela avaliou que, pela saúde da democracia brasileira, é preciso lutar contra o golpe.

***A Secretaria de Estado da Fa-

zenda do Amazonas (Sefaz-AM) liberou nesta semana a nova versão do aplicativo ofi cial da Nota Fiscal Amazonense para celulares Android. Com o “app”, que pode ser baixado diretamente na Play Store do celular,

Não foi o Cunha quem fez a peça do processo de impeach-

ment, e sim foi escrita por vários juristas. Agora é esperar a decisão do Congresso”

Presidente da Câmara Wilker Barreto

os consumidores passam a contar com uma ferramenta completa para participar ainda mais ativamente da campanha de cidadania. Uma vez conectado, o usuário visualiza imediatamente o valor total de suas notas fi scais no mês e a quantos bilhetes tem direito para o próximo sorteio mensal ou especial. Todas as notas emitidas com seu CPF desde o início da cam-panha, em 3 de agosto, podem ser consultadas facilmente, bem como os bilhetes eletrônicos de cada mês e o valor dos prêmios, caso seja sorteado. Neste caso, o próprio programa avisa o consumidor sobre a premiação.

***Pra comemorar o fi nal de ano em grande

estilo, a Arezzo convocou a Anitta pra estrelar a sua campanha de Natal! Ela aparece dançando e cantando “A Menina Dança” – um clássico dos Novos Baianos originalmente na voz de Baby do Brasil e que já foi regravado antes por Marisa Monte. O vídeo tem direção de arte assinada por Giovanni Bianco, que paralelamente também trabalhou no novo álbum da cantora, o “Bang”.

O colunista social e promoter Fernando Coelho realizou mais uma edição do evento Gold Christmas, tradi-cional confraterniza-ção chique de fi m de ano, com temática es-panhola. O cenário es-colhido foi o Diamond Convencion Center, no menu delícias do mediterrâneo e deco-ração sensacional do Bandeirão. Na foto, Marilena Perales, Fer-nando Coelho e Norma Araújo.

***Ainda no Gold Christmas

Waisser Botelho e Waltinho Oliva Pinto, no festão com

pegada espanhola.***

Confra chique

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AÇÃO

Com uma carreira de quatro décadas, cantor Amado Batista faz apresentação em Manaus no próximo dia 19

SHOW

O cantor mais ‘amado’ do Brasil volta a ManausEle é goiano, tem 64 anos,

quatro décadas de carreira e conquistou o Brasil com um ritmo que valoriza o roman-tismo. O cantor Amado Ba-tista chega a Manaus para uma apresentação imperdí-vel. Com um repertório re-pleto de clássicos da música brasileira como “Princesa” e “Secretária”, Amado se apresenta no próximo dia 19 de dezembro na Arena Via Norte. O evento repre-senta mais um presente para o público do bairro Nova Cidade e adjacências, ainda em comemoração ao aniversário de um ano do shopping Manaus Via Norte. A realização é da 2L Eventos.

O artista que gravou seu primeiro álbum no ano de 1975, em 2015 celebra 40 anos de carreira com a gra-vação de um DVD come-morativo. O trabalho conta com 20 músicas, sendo 17 sucessos e três inéditas. Ele é considerado o cantor mais amado do Brasil e soma mais de 35 milhões de cópias vendidas de seus 30 discos. Aclamado pelo público de todas as idades e dono de um carisma ini-gualável, o artista promete emocionar Manaus com o show inédito de divulgação

do novo álbum. Fã de Beatles, de Roberto

Carlos e da Jovem Guarda, Amado criou um estilo po-pular com letras de amor e melodias fáceis, muitas vezes misturando elementos do forró e do sertanejo. Em entrevista a um portal de notícias, ele se diz um ro-mântico e não “brega”.

“Todo ser humano é ro-mântico. Qual o problema? Se alguém admira a música romântica, mas se não disse-rem que é algo bom, a pessoa fi ca meio com vergonha e não assume a preferência. Mas, no fundo, todo mundo gosta. Você vê Roberto Car-los, Paul McCartney, até hoje eles lotam estádios, agra-dam com a música popular.”

SucessosNo dia 19 de dezembro,

a Arena Via Norte – ane-xo do shopping localizado no bairro Nova Cidade, vai receber o Amado Batista que vai encantar o público com músicas como “Seres-teiro das noites”, “Prince-sa”, “Amar amar”, “Chance”, “Meu ex-amor”, “Menininha meu amor” e “Amor perfeito (Fruto do nosso amor)”.

A arena foi dividida em três setores para este evento.

A novidade fi ca por conta da venda de mesas, que fo-ram disponibilizadas para dar maior comodidade ao público. Com entrada diferenciada e serviço de bar, além de ba-nheiros exclusivos e uma vista privilegiada, sem dúvida as mesas são o melhor lugar para curtir o show do cantor Amado Batista.

SERVIÇO

QUANDO: dia 19 de dezembro, sábado, a partir das 22hONDE: Arena Via Norte, anexo do Shopping Manaus Via Norte, bairro Nova CidadeQUANTO: 1º Lote Pista R$ 30 / 1º Lote Área Vip Open Bar R$ 80 – água, refrigerante, cerveja, caipirinha e caipiroska até às 2h da manhã; Mesas R$ 400 - Vendas somente no stand da 2L Eventos no Shopping Via Norte PONTOS DE VENDA: Stand da 2L Eventos no Shopping Via Norte e Lojas Apa Móveis da rua Marcílio Dias – Centro, Manôa e São José

SHOW DO CANTOR AMADO BATISTA

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Waisser Botelho e Waltinho Oliva Pinto, no festão com

pegada espanhola.***

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